NORMA CULTA X LINGUAGEM COLOQUIAL Professora Cecília

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NORMA CULTA X LINGUAGEM COLOQUIAL
Professora Cecília Hartt
A norma culta possui uma estrutura rígida formada por regras gramaticais e é a
língua de prestígio de um povo. Já a linguagem coloquial, que deriva da
palavra “colóquio” que quer dizer “conversa”, “diálogo”, é uma linguagem usada
no dia-a-dia e não segue a rigidez das normas gramaticais típica da norma
culta.
Por exemplo, dentro da norma culta, o correto seria sempre utilizar a terceira
pessoa do plural “nós” e conjugar o verbo também na terceira do plural sempre
que nos referirmos a nós mesmos enquanto que na linguagem coloquial
usamos a palavra “gente” para nos incluir num grupo de pessoas e conjugamos
o verbo na terceira do singular. Ex. :nós vamos (norma culta) X a gente vai
(linguagem coloquial)
ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA X ERROS GRAMATICAIS
Para sermos politicamente corretos, devemos fazer a distinção entre
adequação lingüística e erro gramatical no contexto de fala de um povo.
Sempre que um determinado grupo de pessoas utilizar um tipo de fala que
destoar das regras gramaticais da norma culta mas fizer parte do uso
específico de um grupo de pessoas em um determinado local do país,
chamamos isto de “regionalismo” e não o podemos considerar como um erro
gramatical. Exemplo típico de regionalismo seria o uso diferenciado do
diminutivo das palavras “mãe” e “pai” no norte/nordeste do país, que, segundo
a norma culta deveria ser feito com o acréscimo do sufixo (terminação) “zinha”
ou “zinho”, ficando “mãezinha” ou “paizinho”, mas que é usado da seguinte
maneira naquela região: “mainha” ou “painho”.
Em algumas localidades do sul do país, temos um exemplo típico de
regionalismos com o uso do pronome “tu”, segunda pessoa do singular, e a
conjugação dos verbos na terceira pessoa do singular, o que é contrário à
norma culta. As regras gramaticais dizem que a concordância verbal deve ser
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feita com o sujeito e se ele é segunda pessoa do singular, o verbo deve ser
conjugado também na segunda pessoa do singular. Exemplo de regionalismo:
“tu” vai e não “tu” vais, como seria a regra gramatical correta dentro da norma
culta.
Todo grupo de pessoas que se comunica na linguagem coloquial dentro de um
determinado local e que foge às regras gramaticais, pode estar incorrendo em
uma inadequação lingüística, que seria um erro gramatical dentro das regras
da norma culta.
Em algumas cidadezinhas do sul do país, habitadas por imigrantes europeus e
seus descendentes, utiliza-se uma variante lingüística bastante diferenciada
para contar o número de vezes em que algo aconteceu. A forma “vezes” é
utilizada apenas a partir de 3 e é utilizada a forma “vez” no singular sempre que
se refere até 2, o que foge à regra da norma culta.
INADEQUAÇÕES LINGUÍSTICAS
ADEQUAÇÕES LINGUÍSTICAS
Nós vai
Nós vamos
A gente vamos
A gente vai (este uso já é coloquial)
Seje feliz
Seja feliz
‘Teje preso
Esteja preso
Nós fumu lá
Nós fomos lá
Duas vez
Duas vezes
Quaisquer problema
Quaisquer problemas ou
qualquer problema
Entre eu e você, não há problemas
Entre mim e você, não há problemas
Pra mim fazer
Para eu fazer (o sujeito da oração é o
pronome pessoal “EU”)
Fazem dois anos
Faz dois anos (o verbo fica no sing.)
Eles tem
Eles têm (no plural, o verbo é
acentuado)
Houveram problemas
Houve problemas
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