LINGUÍSTICA, LÍNGUA E ENSINO: O REFLEXO DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS NOS DOCUMENTOS OFICIAIS E NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA ESPANHOLA Silvio Profirio da Silva et alii1 RESUMO: Durante décadas, o ensino de Língua Estrangeira esteve pautado no ensino da gramática, voltando-se à memorização e à classificação gramatical de estruturas descontextualizadas. Com o desenvolvimento dos estudos linguísticos, a língua passa a ser concebida como recurso de interação social. Assim, o objeto de ensino de Língua Estrangeira não se limita à leitura e à escrita, mas também abrange a competência comunicativa do aluno, levando-o a usar a língua nas mais diversas situações de participação social. No Brasil, esses estudos foram incorporados às OCNs. Essa nova perspectiva tem sido adotada por diversos livros didáticos. Com base nas contribuições teóricas de Fiorin (2002), Geraldi (1997), Mussalin; Bentes (2007), Neves (1997), Soares (1998), Travaglia (1997) e Xavier; Cortez (2003), entre outros, este trabalho tem como objetivo abordar a mudança na concepção de língua e suas implicações para o ensino da Língua Espanhola. Pretende-se verificar se o livro didático de Língua Espanhola analisado aderiu às mudanças propostas pelos OCNs, no que se refere ao novo enfoque dado aos conteúdos e à inclusão de novos conceitos; como a gramática é abordada no livro didático em tela; e com qual corrente linguística ele se identifica no que concerne à abordagem gramatical. PALAVRAS CHAVES: Linguística; língua; ensino. RESUMEN: Durante décadas, la enseñanza de lenguas extranjeras há fue guiado por la enseñanza de la gramática, basada en la memorización y clasificación de estructuras descontextualizadas. Con el desarrollo de los estudios lingüísticos, la lengua se concibe como um médio de interación social. Así, el objeto de la enseñanza de uma lengua extranjera no se limita a la lectura y escritura, sino también comprende la competencia comunicativa Del estudiante, permitiéndole usar el idioma em diferentes situaciones de participación social. En Brasil, estos estudios se incorporaron a través de las Orientaciones Curriculares Nacionales (OCNs) del Ministerio de Educación. Este nuevo abordaje ha sido adoptado por varios libros didácticos. Con base en las contribuciones teóricas de Fiorin (2002), Geraldi (1997), Mussalin; Bentes (2007), Neves (1997), Soares (1998), Travaglia (1997) y Xavier; Cortez (2003), entre otros, este trabajo tiene como propósito estudiar los cambios de la concepción de la lengua y sus implicaciones para la enseñanza de la lengua española. Tiene la intención de verificar se el libro de texto de Lengua Española analizado se sumo a de los cambios propuestos por las OCNs, sobre el nuevo énfasis dado a los contenidos y la inclusión de nuevos conceptos; cómo se trabaja la gramática en el libro didáctico analizado y con qué concepción de lengua se identifica, lo que determinará el enfoque gramatical empleado. PALABRAS CLAVE: Linguística; lengua; enseñanza. 1. Introdução De acordo com Jovanovic (1986, p. 153), “o ensino de Línguas Estrangeiras sempre manteve a gramática normativa em lugar de destaque, dando aos exercícios estruturais um lugar privilegiado, a fim de levar o aluno a produzir respostas sempre corretas”. Dentro dessa perspectiva, durante décadas, o ensino de Língua Estrangeira esteve pautado na gramática normativa, voltando-se à memorização e à classificação gramatical. O século XX presenciou um amplo desenvolvimento de estudos 1 Edilcy Maria Santana de Barros; Mariá Gonçalves de Siqueira; Raissa Torres Cavalcanti; Renato Gabriel Bezerra; Wandegreice Santana Cordeiro; e Williams Ananias Gonçalves, também autores deste artigo, são alunos do curso de Licenciatura em Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 89 linguísticos. Dentre esses estudos, podem-se citar os das correntes Funcionalista, da Enunciativa, da Pragmática, da Linguística Textual e da Análise do Discurso. A partir de tais estudos, a língua passa a ser concebida como atividade social, histórica e cognitiva, sobretudo atrelada a propósitos comunicativos, isto é, ela passa a ser percebida como atividade de natureza social, com pretensões comunicativas. Essa nova concepção de língua gerou uma mudança significativa nas práticas de ensino da língua e, consequentemente, uma mudança no enfoque dado aos conteúdos. Primeiramente, cita-se: “o ensino contextualizado da gramática”, no qual o papel de determinada categoria gramatical passa a ser trabalhado com base em diversos gêneros textuais (escritos ou imagéticos). Em outras palavras, ocorre a percepção do contexto, a fim de desenvolver reflexões sobre o funcionamento da língua e sua realização nos mais variados gêneros. “Passou-se, assim, a prescrever que a aprendizagem da leitura e da escrita deveria ocorrer em condições concretas de produção textual. Desloca-se o eixo do ensino voltado para a memorização de regras da gramática de prestígio e nomenclaturas.” (SANTOS, 2002, p. 30) Dentro desse contexto, a língua está intimamente associada à atividade social em constante uso comunicativo, o que possibilita considerar aspectos que vão além da estrutura do sistema linguístico. Com isso, o objeto de ensino de Língua Estrangeira não se limita à leitura e à escrita, mas também abrange a competência comunicativa do aluno, levandoo a usar a língua nas mais diversas situações de participação social, o que está em sintonia com os PCNs, no que concerne à concepção de língua como atividade social. O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. (BRASIL, 2000, p.16) No Brasil, os postulados das novas abordagens dos estudos linguísticos foram aceitos e incorporados às Orientações Curriculares Nacionais (OCNs), que defendem um enfoque sócio-interacionista do ensino da língua. Essa nova perspectiva está sendo adotada por diversos livros didáticos. À luz das contribuições teóricas de Fiorin (2002), Geraldi (1997), Mussalin; Bentes (2007), Neves (1997), Soares (1998), Travaglia (1997) e Xavier; Cortez (2003), entre outros, este trabalho tem como objetivo abordar a mudança na concepção de língua e suas implicações para o ensino da Língua Espanhola. Pretende-se verificar se o livro didático de Língua Espanhola analisado aderiu às mudanças propostas pelas OCNs, no que se refere ao novo enfoque dado aos conteúdos e à inclusão de novos conceitos; como a gramática é abordada no livro didático em tela; e com qual vertente linguística ele se identifica no que concerne à abordagem gramatical. 2. As concepções de língua e as metodologias de ensino de línguas: fatores articulados Toda metodologia de ensino é fundamentada por uma teoria subjacente. Desde a bibliografia até a avaliação, todo esse processo é norteado por um modelo teórico que subsidia a prática do professor. Em outras palavras, as práticas desenvolvidas na escola, como é o caso da orientação metodológica, dos conteúdos a serem abordados, da elaboração da material didático são provenientes de uma teoria. Quanto ao ensino de ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 90 língua, a metodologia deverá sustentar-se nas concepções que os professores têm de língua e de linguagem. Os estudos da Linguística Contemporânea, sobretudo os realizados nos últimos trinta anos, têm fornecido aportes não só teóricos, mas, acima de tudo, metodológicos para o ensino de língua, seja ela Portuguesa ou Estrangeira. Tais pressupostos teóricometodológicos refletiram-se na formação do professor, no ensino e na avaliação (GERALDI, 1997). Esse é o caminho percorrido que levou a prática de ensino de língua a esse novo contexto educacional. Diversos autores, como é caso de Barbosa; Souza (2006), Kleiman (2004), Bezerra (2001), Lins; Luna (2002) e Travaglia (2000), dentre outros, abordam a questão da mudança na concepção de ensino e, especialmente, na didática de ensino da língua em função das concepções de língua, isto é, a relação entre as diferentes concepções de língua e suas implicações didáticas e pedagógicas. A primeira concepção é a de língua como representação do pensamento. Essa concepção persistiu até a década de 50, sendo fundamentada por fatores políticos, sociais e econômicos. Nesse período, o acesso à educação se dava por meio da classe social, o que excluía as camadas menos favorecidas da população. Sendo assim, a escola consistia em um local de classes mais favorecidas economicamente, em detrimento de outras camadas da sociedade. Com base em tal modelo metodológico, o ensino de língua consistia em um processo de transmissão e de recepção mecânica de um conhecimento dogmático, o que constituía o dialeto mais valorizado pela sociedade. Com isso, o aluno ocupava uma posição secundária nos processos de ensino e de aprendizagem. Também só se considerava a existência do padrão formal da língua (SOARES, 1998). Devido a isso, a metodologia de ensino da língua amparava-se, exclusivamente, na gramática normativa e prescritiva. Outro aspecto que não se poderia deixar de mencionar neste texto refere-se ao fato de os manuais didáticos, nesse período, centrarem-se em textos literários, ou seja, textos canônicos que deveriam ser reproduzidos pelos alunos. Nesse contexto, a leitura limitava-se a uma “visão reducionista como decodificação dos signos verbais dispostos no tecido superficial do texto.” (BARBOSA; SOUZA, 2006, p. 13) Assim, as práticas de leitura estavam limitadas aos aspectos visuais, resumindo-se, assim, ao ato de apropriar-se do significado literal das palavras expostas na superfície textual (KLEIMAN, 2004). Desse modo, o texto era percebido “como conjunto de elementos gramaticais, cuja leitura reduz-se à identificação de frases e orações” (KLEIMAN, 2004 apud BARBOSA; SOUZA, 2006, p. 13). Outro aspecto acerca dessa concepção diz respeito ao fato de que, nesse período, não era trabalhada a questão da oralidade no ensino de língua. A segunda concepção é a de língua como instrumento de comunicação, amparada na Teoria da Comunicação, como também nos pressupostos da corrente estruturalista. Essa concepção surge nos anos 60 e, assim como a anterior, também estava atrelada a aspectos políticos, sociais e econômicos. Com o objetivo de produzir mão-de-obra para o trabalho, a escola volta-se para as camadas menos favorecidas da população. Diante dessa situação, camadas sociais que haviam ficado à margem do processo de escolarização, agora podiam ser inseridas nesse espaço (SOARES, 1998). No entanto, o acesso à língua, por intermédio da escola, se resumia ao ato de codificar e decodificar signos (BARBOSA; SOUZA, 2006, p. 15). Nessa direção, o objetivo do ensino de língua dessa proposta associava-se à expressão e compreensão de mensagens. Com base nesse modelo de ensino, o aluno era concebido como emissor e receptor, ou melhor, codificador e decodificador de mensagens apenas. Assim, a função da leitura ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 91 limitava-se à decodificação de signos, isto é, percebia-se o texto como depósito de signos (grafemas e morfemas) (BARBOSA; SOUZA, 2006), por intermédio do qual as práticas de leituras resumiam-se aos atos de extração de informação, de reconhecimento e de decifração de palavras – o que está em sintonia com Kleiman (2004, apud BARBOSA; SOUZA, 2006, p. 15) que afirma, considerada essa segunda concepção de língua, que “o texto nada mais é que um depósito de informações, e a leitura é o ato de o leitor ler as palavras para extrair mensagens. Nesse sentido, interpretar é ler palavra por palavra, bastando conhecer o significado literal de cada uma delas.” Com a pretensão de proporcionar aos alunos a comunicação por meio da extração de mensagens do texto, eram utilizados diversos textos jornalísticos e quadrinhos, além de textos literários – tudo isso com o propósito de levar os alunos a decodificar a mensagem exposta por tais gêneros. Nessa linha metodológica, já ocorre a abordagem da oralidade, por meio de diversos exercícios. Entretanto, ainda não se trata de modalidades da linguagem oral, ou seja, as formalidades da oralidade e situações de uso (formal e informal). Além disso, nesse período, que persistiu até o início da década de 80, também ocorre o repúdio à concepção de gramática das teorias anteriores, que concebiam a língua como sistema. Mas, isso não significa dizer que ela não esteja presente até os dias atuais, em diversas práticas docentes e em diversos manuais. A terceira concepção é a de língua como atividade de interação, por meio da qual o sujeito é visto como ator social. A língua passa a ser concebida em uma perspectiva dialógica, com base na interlocução, o que vai além da estrutura da língua. Tal concepção surge na década de 80, fundamentada nos postulados da Linguística Contemporânea, como é o caso da Sociolinguística, da Linguística Textual, da Pragmática, das Teorias Enunciativas e da Análise do Discurso. Com base nessa concepção, surge uma nova proposta de ensino de língua, que não se limita apenas à leitura e à escrita, mas também abrange a oralidade. Nessa concepção, já se fala em modalidades da linguagem oral e, principalmente, em contexto comunicativo de uso (situação). Surge, também, um novo conceito de texto, não mais como sequência de enunciados, mas como unidade significativa – o que vai além do domínio da frase (FAVERO; KOCH, 1983). Decorrente disso, uma nova proposta pedagógica articula a leitura e a produção textual, diminuindo a distância entre essas competências linguísticas. De acordo com Geraldi (1997, p. 41), “essas três concepções correspondem às três grandes correntes dos estudos linguísticos: a) a gramática tradicional; b) o estruturalismo e o transformacionalismo; c) a linguística da enunciação”. Dessa forma, percebe-se como as tendências e paradigmas das investigações linguísticas estão diretamente relacionadas às práticas pedagógicas do ensino de língua. Com o desenvolvimento dos estudos linguísticos, a língua passa a ser concebida em uma perspectiva de plasticidade. É nesse contexto que o objetivo de ensino de língua em geral transcende os domínios da leitura e da escrita, passando a abordar a competência comunicativa do aluno, objetivando formar um falante competente que adequa a fala à situação e, em especial, que entende a língua em sua multiplicidade de usos. A língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-la é aprender não só as palavras, mas também os seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas. (BRASIL, 2000, p.17) ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 92 Diante desse quadro, percebe-se que o desenvolvimento dos referenciais das vertentes linguísticas culminou em uma nova concepção de língua, como atividade de interação social, uma vez que ela existe em função da comunicação entre os sujeitos. Em outras palavras, ela existe em função do uso comunicativo. E, observase, também, que o século XX presenciou um intenso desenvolvimento de referências teóricas e, em especial, metodológicas para o ensino de língua. 3. OCNs: as bases teórico-metodológicas dos documentos oficiais e suas propostas para o ensino de Língua Espanhola. Conforme mencionado anteriormente, toda metodologia de ensino está diretamente associada a uma teoria subjacente, isto é, as práticas a serem desenvolvidas na escola são orientadas por uma teoria. Dentro dessa perspectiva, as OCNs apresentam diversas teorias que fundamentam a ação docente. No que diz respeito às Orientações Curriculares para Línguas Estrangeiras, elas abordam uma reflexão acerca do papel atribuído ao ensino de Línguas Estrangeiras no ensino médio. Além disso, elas sugerem diversas habilidades comunicativas a serem desenvolvidas; a inclusão de novos conteúdos; novos objetivos; e novos recursos didáticos, entre eles: a) o desenvolvimento da competência pluricultural, uma vez que a língua consiste num recurso de acesso às diversas manifestações culturais [atrelada a essa questão, a escola consiste em um espaço de cultura que propiciará uma mediação reflexiva entre os alunos e o meio social e, por isso, precisará abrir espaço para as mais diversas culturas] e b) o desenvolvimento da competência comunicativa, tendo como pretensão formar um usuário competente, que produza textos (escritos e orais) adequados à compreensão de seus interlocutores, o que engloba o desenvolvimento de diversas habilidades, tais como: a compreensão e a produção oral, a compreensão leitora e a produção escrita. Diante desses aspectos, percebe-se que, na proposta das OCNs, a língua assume um papel de atividade social. No que se refere aos objetivos e aos conteúdos, o principal propósito do ensino de Língua Estrangeira seria a formação do indivíduo por intermédio do processo de conscientização e, acima de tudo, do desenvolvimento do senso de cidadania. Em outras palavras, levá-lo a compreender a complexidade da realidade e a superar uma visão limitada de mundo, o que ocasionará sua atuação na sociedade (SILVA; BERTOLIN; OLIVEIRA, 2001). Tal postura altera a ênfase tradicional dada aos conteúdos escolares, na qual o professor repassa aos alunos conhecimentos e saberes como única visão de mundo, em uma aprendizagem receptiva e mecânica. Na visão de Paulo Freire (1996), a educação propicia ao sujeito uma possibilidade de mudança em seu campo de ação. Assim, a educação possibilita uma posição atuante na sociedade – mesma visão de LIMA (1995, p.107), quando afirma que “ler, compreender, interpretar, criticar sua literatura é um exercício de cidadania, através do qual, estética–histórica–socialmente, ele pode interferir na sociedade como sujeito crítico e criador.” Dentro desse contexto, educar é transmitir idéias e conhecimentos que podem transformar ou preservar a situação vigente. Para tanto, as OCNs sugerem a inclusão dos temas transversais no currículo escolar, a fim de desenvolver ações pedagógicas atreladas à realidade. Os temas são vários, tais como: os direitos humanos, a ética, a cidadania, a educação, a economia, a questão ambiental, a diversidade religiosa, a diversidade linguística, a pluralidade cultural, o respeito à diversidade, a sexualidade etc. A utilização desses ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 93 temas em sala de aula representa um diálogo entre o aluno e a realidade social que o cerca, além de propiciar uma atitude de respeito aos direitos humanos, à diversidade e, sobretudo, uma postura crítica para atuação na sociedade (SILVA; BERTOLIN; OLIVEIRA, 2001). Diante desse quadro, percebe-se que as OCNs sugerem abordagens didáticas atreladas à realidade e ao meio físico social. No que concerne aos materiais didáticos, as OCNs sugerem o uso de diversos recursos didáticos. O ambiente escolar registra, historicamente, queixas acerca da utilização dos livros e das gramáticas escolares como únicos recursos didáticos. Entretanto, nos últimos anos, identifica-se o uso de novos métodos e técnicas para o ensino, pautados em diversas tecnologias, sejam elas contemporâneas ou tradicionais. A partir desse cenário, surgem as linguagens alternativas. Elas podem ser definidas como novas formas de apresentar conteúdos, tendo como base suportes variados, tais como: cinema, imagens, ilustrações, jogos, música, quadrinhos, teatro etc. Tal postura está em sintonia com o que propõe as OCNs, que concebem o livro didático como um dos recursos entre os mais diversos portadores de texto a serem utilizados nos processos de ensino e de aprendizagem. No entanto, o aspecto que se destaca é o objetivo do ensino de gramática, diretamente relacionado às relações interpessoais. De acordo com Neves (apud TRAVAGLIA, 1997, p.105), “em geral acredita-se que a função do ensino de gramática é levar a ler e a escrever melhor.” Durante décadas, esse foi o papel atribuído à gramática. Com base nas OCNs, o ensino da gramática terá como objetivo estimular o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, isto é, levá-lo a usar a língua de forma variada e, principalmente, adequada ao contexto comunicativo de uso – o que está em sintonia com Fonseca (1977, p. 153), “a aula de língua visa o desenvolvimento e a estruturação da competência comunicativa do aluno que o tornará apto a usar melhor a sua língua, obtendo sucesso na adequação do ato verbal às situações comunicativas.” Ainda no que tange à gramática, as OCNs sugerem um novo enfoque na abordagem dos conteúdos gramaticais. A partir desse cenário, o texto passa a ser objeto de ensino (SANTOS, 2002). Com isso, a gramática passa a ser abordada de forma contextualizada, por meio do sentido do texto. Em outras palavras, o uso da língua passa a ser estudado tendo com base textos e discursos que ocorrem em situações comunicativas do dia-a-dia, por meio dos mais diversos gêneros. É nesse contexto que os mais diversos gêneros, sejam eles escritos ou imagéticos, passam a ser utilizados para abordar a gramática de forma contextualizada. Eles podem ser definidos como realizações linguísticas expressas por meio de imagens, tais como: anúncios, charges, propagandas, tirinhas, pinturas etc. Esses tipos de gêneros circulam em diversos veículos, como: revistas, provas e, sobretudo, nos livros didáticos. Sabe-se que, em muitas escolas, o livro didático é utilizado com único suporte didático, ou então, como o principal. Por essa razão, escolhemos esse veículo, como corpus de análise, a fim de verificar como a gramática é abordada. Como exemplos de gramática contextualizada, com base em gêneros imagéticos, apontam-se: ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 94 Figura 3 Figura 1 2 2 Figura 2 2 2 Nas figuras 1 e 2, tem-se o uso de pronomes demonstrativos relacionados ao texto – pronomes catafóricos e anafóricos, respectivamente. Na figura 1, ocorre o uso do pronome catafórico, que tem como referente textual algo que ainda será citado no texto. Nesse caso, o pronome “esto” aponta para a imagem. Desse modo, ele realiza um “movimento referencial prospectivo, isto é, para frente, buscando o elemento suposto no fim do enunciado.” (XAVIER, 2006, p. 57). Na figura 2, ocorre o uso do pronome anafórico, que tem como referente textual algo que foi citado no texto. Nesse caso, o pronome “en eso” retoma a frase citada anteriormente. Faz-se, então, “um movimento referencial retrospectivo, ou seja, para trás.” (XAVIER, 2006, p. 57) Na figura 3, tem-se o uso de pronomes demonstrativos relacionados ao espaço. Nessa imagem, ocorre o uso do pronome “este” indicando o que está próximo do falante, o “ese” indicando o que está próximo do ouvinte e o “aquel” indicando o que se distancia tanto do falante como do ouvinte. Percebe-se que a imagem foi elaborada com o propósito de levar o aluno a perceber o uso dos pronomes de acordo com a distribuição espacial das pessoas e objetos do discurso. Em outras palavras, levar o aluno a perceber a relação que se dá entre as pessoas e os objetos, quanto à sua localização no espaço. Nesse ponto, alude-se à Koch; Elias (2006, p. 40), em relação ao conhecimento linguístico, que compreende os conhecimentos lexicais e gramaticais, o que propicia a compreensão da organização e do funcionamento do material linguístico. Mas, sem dúvida, o que se propõe destacar é o fato de todos esses exemplos utilizarem o contexto situacional, onde ocorre o enunciado linguístico, para promover a reflexão sobre o funcionamento da língua. Em ambas as imagens, a construção de sentido ocorre 2 Imagens retiradas de CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. São Paulo: Atual, 2005, sendo adaptadas (traduzidas) para a Língua Espanhola. ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 95 a partir dos usos sociais, nos mais diversos contextos, da língua ocorre a partir dos usos sociais das falas nos mais diversos contextos (CEREJA; MAGALHAES, 2005). Nesse caso, a construção de sentido se dá por meio de gêneros imagéticos, conceituados como realizações linguísticas por meio de imagens. 4. A função social do ensino da leitura em Língua Estrangeira: aspectos que vão além da decodificação de signos Nos últimos anos, as metodologias de ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira (LE) têm sido objeto de inúmeras discussões. Uma ampla literatura discute a eficácia dos processos de ensino e de aprendizagem. Durante décadas, o ensino de LE esteve pautado em questões exclusivamente linguísticas, o que extinguia a possibilidade de o aluno compreender a complexidade da realidade e, sobretudo, de se posicionar criticamente diante dela. Tal questão ocasionou inúmeras inquietações, entre elas, a questão do ensino da leitura em Língua Estrangeira que, em diversas décadas, esteve diretamente vinculada ao reconhecimento do significado e à decifração de palavras. Com base nesses modelos teórico-metodológicos, mais especificamente nas concepções de língua citadas anteriormente, percebe-se que a leitura deixava de lado seu principal objetivo que é a construção de sentido. Isto é, a função da leitura resumia-se à decodificação de signos, em detrimento de levar o aluno a refletir sobre questões atreladas à realidade. A década de 80 assiste a um intenso desenvolvimento de estudos na área de Língua Portuguesa. Esses estudos refletiram acerca de como era concebido o ensino da leitura, da escrita e do ensino de língua. Todavia, eles não se limitavam a criticar as práticas de ensino vigentes, mas, sobretudo, propunham novas possibilidades de cunho metodológico (SANTOS, 2007). É nesse cenário que a leitura passa a ser concebida em dimensões cognitiva, social, cultural e política, por meio das quais o aluno tem acesso à realidade histórica que o cerca. Para Bentes (2004, p. 41), “a leitura de textos escritos possibilita o encontro de um determinado sujeito com a construção de realidades históricas, culturais, sociais e psicológicas”, porém, nem sempre tal concepção de leitura esteve presente nas escolas, no que tange ao ensino de Língua Estrangeira. Por meio de textos fictícios e desvinculados da realidade, as práticas de leituras desenvolvidas no âmbito do ensino de Língua Estrangeira extinguiam a possibilidade de o aluno refletir sobre a realidade que o cercava e de se posicionar criticamente face ao que lia. Dentro desse contexto, a metodologia de ensino desenvolvida nas escolas centrava-se, predominantemente, em um trabalho de leitura fora dos padrões do contexto social e extinguia a possibilidade de o aluno ter acesso a um mundo politizado. Assim, ele não desenvolvia sua autonomia e, por conseguinte, não podia atuar no contexto no qual estava inserido. Entretanto, a prática de leitura como representação de palavras, ou seja, a leitura como decodificação persiste até os dias atuais. Essa prática faz o aluno tornar-se conformado e acrítico. Com isso, ele não reflete criticamente acerca da realidade que o cerca, não possui iniciativas própias e, acima de tudo, não intervém na sociedade. No contexto das mudanças impostas pelo processo de globalização, a leitura adquire uma substancial relevância, atrelada à qualidade de vida, na medida em que ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 96 propicia uma postura crítica, reflexiva e, sobretudo, política. Apesar de a palavra política ser, em geral, associada à política partidária ou às políticas públicas, ela referese ao ato de analisar, avaliar e criticar, ou seja, ela diz respeito ao fato de não se deixar levar pelas inúmeras ideologias com as quais se depara. A ideologia, por sua vez, consiste no processo de produção de ideias. Tais ideias fazem com que as pessoas pensem de determinada forma, o que lhes determina a ação. Essa ideologia é colocada nas mentes dos sujeitos, por meio de diversos segmentos sociais, tais como: a família, a escola, a religião e, sobretudo, a mídia. Nas últimas décadas, a mídia, em suas inúmeras formas, alcançou um desenvolvimento significativo, chegando, muitas vezes, a ser o único meio de informação a que as pessoas tinham acesso. Diante desse quadro, a mídia repassa ideologias que influenciam as ações das pessoas. A maior parte dessas pessoas não tem consciência dessa ideologia subjacente que é repassada pela mídia e a reproduzem. Em outras palavras, por intermédio de um processo inconsciente, na maior parte dos casos, as pessoas reproduzem ideologias e discursos propagados pela mídia. É nesse contexto que a leitura possibilita a autonomia do cidadão diante da retórica, dos discursos e das inúmeras ideologias presentes em sociedade. Nesse sentido, a prática da leitura deve ser voltada à formação da consciência crítica, o que propiciará a ampliação do relacionamento do sujeito com o meio em que vive, compreendendo melhor a realidade para transformá-la. É nesse cenário, também, que o ensino de língua não se limita à aquisição de habilidades linguísticas, mas também abrange o conhecimento crítico. Tal conhecimento leva o aluno a se posicionar criticamente nas mais diversas situações de participação social. Com base no exposto, o objeto de ensino da Língua Estrangeira, mais especificamente de Língua Espanhola, não está mais limitado aos aspectos internos do sistema linguístico. Esse posicionamento surge a partir propostas curriculares oficiais, em decorrência dos estudos linguísticos realizados na contemporaneidade, o que faz com que o objeto de ensino ultrapasse os aspectos linguísticos, abrangendo, assim, a exterioridade. Mas, será que os livros didáticos têm adotado esses novos paradigmas? Essa indagação motivou a realização deste trabalho. 5. O livro didático de Língua Espanhola: uma reflexão Neste trabalho, realizou-se um levantamento bibliográfico de publicações acerca dos pressupostos das correntes linguísticas. Com isso, pretendia-se analisar os subsídios da Linguística para o desenvolvimento de uma nova concepção de língua e de novas abordagens didáticas. Em seguida, analisou-se o livro “¡Acércate al mundo hispánico!”, para verificar se os autores desse livro didático de Língua Espanhola aderiram às mudanças propostas pelas OCNs, no que se refere ao novo enfoque dado aos conteúdos e à inclusão de novos conceitos; como a gramática é abordada no livro didático; e com qual corrente linguística ele se identifica quanto à abordagem gramatical. Para a realização de tal análise, estabeleceram-se critérios, com base em Soares (2006). Embora todos os capítulos do livro tenham sido analisados, descrever-se-á tão somente o capítulo que aborda os pronomes demonstrativos. Diante da análise, ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 97 percebeu-se que, no que se refere aos conteúdos gramaticais, é realizada uma abordagem genérica e estrutural. Genérica, pelo fato de o livro só apresentar o uso dos pronomes demonstrativos em relação ao espaço, em detrimento das relações textual e temporal (conferir quadro abaixo). Além disso, o livro não fornece nenhum exemplo acerca do uso de tais pronomes. Estruturalista, pelo fato de realizar uma abordagem gramatical descontextualizada. PRONOMBRES DEMOSTRATIVOS Proximidade del hablante: éste, ésta, esto, éstos, éstas Proximidade del oyente: ése, ésa, eso, ésos, ésas Lejanía del hablante y del oyente: áquel, aquélla, aquello, aquéllos, aquéllas Os exercícios propostos pelos autores do livro seguem uma linha estrutural, visto que apresentam frases isoladas, soltas e descontextualizadas, isto é, sem relação com o texto ou com um contexto. Nessas atividades, há uma grande ênfase na análise gramatical, deixando de lado a dimensão textual-discursiva. Entretanto, o livro traz algumas provas de vestibular de órgãos como COVEST, UPE, Cesgranrio e PUC. Por meio dessas provas, a gramática é abordada de forma contextualizada. Todavia, há a predominância das atividades que seguem a concepção estruturalista da língua. Completa com los demostrativos: a) Vem aqui a ver como es precioso ________ libro. b) Qué zapatos prefiere: ________negros aqui o _________marrones de la estantería? c) Tu cerveza es_______que está allí. No que tange à diversidade textual, percebe-se que não há o uso gêneros imagéticos. O livro apenas utiliza imagens e ilustrações quando trata de personalidades, pontos turísticos, danças e comidas típicas dos países falantes da Língua Espanhola. Já em relação aos gêneros textuais, há um incipiente uso. Em seguida, apresentam-se os gêneros, os tipos textuais e seus quantitativos encontrados no livro “¡Acércate al mundo hispánico!”. Gêneros textuais: biografias – 02; blog – 01; músicas – 02; poemas – 02; poesias – 04; receitas – 02; notícias – 07; textos da internet- 06. Tipos textuais: textos descritivos – 02; expositivos – 07; dissertativos – 04; narrativos – 03. Percebeu-se que muitos gêneros deixaram de ser abordados. No que diz respeito à variedade temática, notou-se que há uma grande ênfase em detalhar aspectos históricos, como, por exemplo: histórico da língua espanhola, de obras, de autores, de monumentos e de pontos turísticos. Os únicos temas de cunho social encontrados foram: os valores na sociedade atual, a dieta e a busca pelo corpo perfeito, a violência nas relações pessoais, as questões de gênero, o abandono de crianças, a divisão européia e os conflitos oriundos de tal divisão. Assim, percebe-se que não há uma grande variedade temática, especialmente quanto às questões sociais. Quanto à cultura, o livro retrata apenas os principais aspectos da cultura dos países falantes de Língua Espanhola, tais como: pratos típicos, danças, celebridades, monumentos, obras, pontos turísticos etc. Diante disso, percebe-se que ele limita-se a abordar a cultura material, em detrimento da cultura imaterial, como: idéias, diversidade étnica, linguística e religiosa etc. As atividades que estimulam a interação oral entre os alunos são poucas. Ao longo das 351 páginas do livro, há apenas 5 atividades em grupo, 5 atividades de ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 98 pesquisa e apenas 3 atividades que propõem performances orais. Diante desses aspectos, percebe-se que há predominância de atividades individuais e de atividades escritas. Porém, há ausência de atividades de produção textual. Com referência ao vocabulário, a abordagem proposta pelos autores se dá por intermédio da memorização, deixando de lado o contexto. Algumas vezes, utilizam-se imagens, para facilitar a memorização de significados. No entanto, algumas das provas de vestibulares utilizadas como atividades trazem questões que levam o aluno a inferir o significado de determinada palavra ou expressão por meio do contexto do texto. Nesse sentido, uma síntese da análise, respaldada por critérios apresentados por Gulart (2010, p. 63-64), permitiria afirmar os seguintes aspectos acerca do livro didático em foco: • • • • • • A concepção de língua contempla a dimensão estrutural, em detrimento da concepção sócio-interacionista da língua; A gramática é considerada como um conjunto de regras normativas a serem seguidas incondicionalmente, em qualquer situação; Não existe a presença de atividades destinadas à reflexão sobre o uso da língua, como também não há a presença de atividades que contemplem a questão da variação linguística, seja ela dialetal ou situacional/ registro; Não existem atividades destinadas à reflexão sobre as diferenças entre a fala e a escrita; Não se considera a articulação com as atividades de leitura e de produção textuais; e Não se consideram os componentes linguísticos fonético-fonológicos, morfossintáticos, sintáticos e semântico-pragmáticos. 6. Considerações finais Com base na análise realizada, foi possível perceber que o livro analisado voltase à gramática estruturalista, no que tange à abordagem gramatical. A relação com essa corrente é evidenciada pelo fato de o livro restringir-se à frase, em detrimento do texto, do discurso e, principalmente, do contexto situacional, o que extingue a dimensão textual-discursiva. No que concerne às mudanças propostas pelas OCNs, observa-se que o livro didático analisado não se adequa aos enfoques sugeridos na abordagem dos conteúdos gramaticais e, acima de tudo, não se adequa à inclusão de novas habilidades, objetivos e conteúdos, como é o caso dos temas transversais. Em função disso, também foi possível perceber que a visão estruturalista do ensino da língua ainda persiste até os dias atuais em nossas escolas e, em especial, o quanto tal concepção ainda se reflete nos manuais didáticos. Enfatiza-se que não há a proposta de uma mera crítica a essa corrente, mesmo porque todas as vertentes dos estudos linguísticos não negam a existência da estrutura, mas afirmam que há aspectos que vão além da imanência do sistema linguístico e que tais aspectos deixam de ser abordados, por conta da postura do ensino de língua, por eles mesmos. ISSN 1983-828X | Revista Encontros de Vista - sexta edição Página 99 Contudo, o aspecto que se destaca, sobretudo nessas considerações, refere-se ao fato de a Linguística, por meio de suas inúmeras teorias, contribuir substancialmente para novas abordagens didáticas, uma vez que ela fornece aportes teóricos e metodológicos para os processos de ensino e de aprendizagem. Estudos Linguísticos → Mudança na Concepção de Língua (gem) → Mudança no Objeto do Ensino → Mudanças do/no Ensino de Línguas A partir dos pressupostos teóricos da Linguística, a língua passa a ser concebida em uma perspectiva de plasticidade e de multiplicidade, ou seja, em seu caráter variável. Assim, deixa-se de lado o caráter fechado, homogêneo, imutável e acabado da língua, o que traz à tona a questão da competência comunicativa. Todos esses postulados dos mais recentes estudos linguísticos têm sido adotados por diversos manuais didáticos (gramáticas e livros didáticos). Entretanto, tais pressupostos teórico-metodológicos refletem-se, também, na bibliografia, na orientação metodológica, nos conteúdos, no enfoque dado a tais conteúdos, na avaliação e, sobretudo, nos documentos oficiais, como é o caso dos PCNs e das OCNs (GERALDI, 1997). 7. Referências bibliográficas BARBOSA, Maria L. F. F.; SOUZA, Ivane P. Sala de Aula: avançando nas concepções de leitura. In: BARBOSA, Maria L. F. 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