14 de setembro de 2008

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Pôsteres
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Diálise Peritoneal
PO001
PERFIL DIAGNÓSTICO DE PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEAL
SEGUNDO O MODELO CONCEITUAL DE HORTA E A TAXONOMIA II DA
NANDA.
FABRÍCIO DE ANDRADE GALLI(1); DACLÉ VILMA CARVALHO(2); SELME
SILQUEIRA DE MATOS(1); ALEXANDRA DIAS MOREIRA(2);
Hospital Felício Rocho(1); Escola de Enfermagem da UFMG(2);
O presente estudo contemplou a utilização do Processo de Enfermagem, fundamentado nos
referenciais teóricos de Wanda de Aguiar Horta e da Taxonomia II da North American
Nursing Diagnosis Association (NANDA), com os seguintes objetivos: traçar o perfil
demográfico e epidemiológico dos pacientes e estruturar os diagnósticos de enfermagem
segundo taxonomia da NANDA. Trata-se de um estudo descritivo exploratório que foi
realizado em um hospital de grande porte de Belo Horizonte - MG, sendo que a população
constituiu-se dos 20 instrumentos de coleta de dados (Históricos de enfermagem) utilizados
pelos enfermeiros durante a consulta de enfermagem dos pacientes em diálise peritoneal. A
coleta de dados foi realizada nos meses de junho e julho de 2006 durante as consultas de
enfermagem. Após a coleta e registro dos dados, estes foram tratados utilizando-se recursos
de informática (banco de dados) os dados foram analisados através de estatística descritiva,
e os resultados apresentados em figuras e tabelas e discutidos à luz da Teoria das
necessidades humanas básicas de Horta e Taxonomias dos diagnósticos da NANDA. Pela
análise dos registros dos enfermeiros no Histórico permitiu identificar 12 diagnósticos de
riscos e 26 reais. Estes diagnósticos foram agrupados em 8 Domínios e 13 Classes.
Observou-se uma predominância de diagnósticos no Domínio segurança/proteção o
diagnóstico Risco para Infecção. Além disso, pode-se identificar que o maior percentual de
pacientes é do sexo feminino, com idade entre 40 e 60 anos, e tinham como fonte
mantenedora dos custos médico-hospitalares, o Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira
causa para Insuficiência Renal Crônica (IRC) foi Hipertensão arterial em 45% dos
pacientes, seguido das Glomérulos Nefrites (25%) e Diabetes Mellitus (DM) como a
terceira causa(20%). Sendo que todos os pacientes que apresentaram (DM) com primeira
causa, possuem HAS associada. Em Glomerulonefrites associadas a outras causas,
encontramos Lúpus Eritematoso Sistêmico com (5%) e Tuberculose Renal, representando
(5%). Desse modo, verifica-se que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)
é um método científico de trabalho que proporciona melhoria significativa da qualidade da
Assistência prestada ao cliente através do planejamento individualizado das ações de
Enfermagem elaboradas pelo profissional enfermeiro. Permite a continuidade e a
integralidade do cuidado humanizado e a valorização do enfermeiro. Além disso,
esperamos que os resultados aqui encontrados estimulem enfermeiros a implantar um
modelo de assistência de enfermagem, utilizando o histórico de enfermagem e as fases do
processo de enfermagem assim como a Taxonomia da NANDA para diagnósticos de
Enfermagem, bem como, pesquisas sobre o tema.
PO002
PERFIL DOS PACIENTES EM APD(DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA)
NO HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
CARLA VILELA DANDE , ERIKA LANKOWSKI NAKA , CAROLINE S. MICHIMURA ,
ALCÊNIA CARNEIRO BERBEL , SANDRA RODRIGUES LARANJA.
Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo(1);
Introdução: Estima-se que no Brasil existam mais de 70.000 pacientes em diálise. A
mortalidade média destes pacientes é de 15% e influenciada por diferentes fatores como:
presença de diabetes melitus, miocardiopatias, hipertensão arterial, outras comorbidades,
modalidade de diálise e status econômico e social. Objetivo: Avaliar as características dos
pacientes tratados com Diálise Peritoneal Automática (APD) em um Hospital Público
Terciário e de ensino em São Paulo. Material e método: Foram avaliados 34 pacientes tratados
com APD no ano de 2007. Resultados: A média de idade destes pacientes foi de 65,8 anos
(18-92). Dezessete pacientes 50% (17/34) eram mulheres, 64,7% (22/34) eram brancos. O
tempo médio em tratamento com APD foi de 18,5 meses (2-85). Hipertensão arterial foi vista
em 97% (32/34) dos pacientes, 50% (17/34) dos pacientes tinham diabetes melitus. Outras
comorbidades encontradas foram: insuficiência cardíaca congestiva 14,7% (5/34),
dislipidemias 17,6% (6/34) e insuficiência coronariana 26,4% (9/34). Diurese residual foi
encontrada em 58,8% (18/34) dos pacientes com um volume médio de 722 ml. Ocorreram 15
episódios de infecção durante este ano sendo: 7 peritonites, 3 infecções de túnel e 5 infecções
de sítio de saída. 0 principal agente dessas infecções foi o Stafilococos Aureus e 30% das
culturas negativas. Morreram 14,7% (5/34) dos pacientes sendo 60% (3/5) com peritonite e
40% (2/5) de causas cardiovasculares. Conclusões: Hipertensão arterial foi a comorbidade
predominante em nossa casuística, seguida de diabetes melitus. Nossa mortalidade foi
semelhante à média de mortalidade de pacientes em diálise no Brasil (14,3%), embora nossos
pacientes tenham uma média de idade maior que os pacientes brasileiros em diálise. Além
disso, esses pacientes apresentam varias comorbidades e dessa forma a boa evolução destes
pacientes pode ser atribuída à diurese residual e um controle rígido das comorbidades como
as complicações cardiovasculares. 0 que faz nossa mortalidade ser semelhante à de pacientes
jovens, sendo APD uma boa modalidade de diálise para pacientes idosos.
PO003
PERITONITE POR SALMONELLA EM PACIENTE EM DIÁLISE
PERITONEAL AUTOMÁTICA
MOISES CARMINATTI(1); PATRICIA DOS SANTOS PINTO(1); DOMINIQUE
FONSECA RODRIGUES(2); THIAGO LACET(2); FERNANDO CESAR SOUZA
MOREIRA(2); MARIA DE LOURDES JUNQUEIRA(2); NATALIA FERNANDES(1);
Fundação IMEPEN/NIEPEN-UFJF(1); Hospital Universitario-UFJF(2)
Objetivo: Descrever um caso clínico de peritonite por Salmonella em paciente em diálise
peritoneal automatizada. Métodos: Relatamos o caso de um paciente acompanhado em
nosso serviço de nefrologia. Realizamos pesquisa bibliográfica nas bases de dados do
PubMed e Lilacs, selecionando publicações dos últimos 25 anos, que foram revisadas.
Resultados: Paciente masculino de 63 anos, renal crônico em diálise peritoneal há 15
meses, sem história prévia de peritonite, apresenta-se com diarréia, dor abdominal,
hematoquezia e vômitos há 3 dias, sem sinais de peritonite. Coprocultura colhida à
admissão positiva para Salmonella, e cultura de dialisato, do mesmo dia, negativa.
Iniciado tratamento empírico com ciprofloxacina, com melhora clínica importante após
48 h. No 3º dia da internação, febre e piora da dor abdominal, com sinais de irritação
peritoneal. Colhida nova cultura do dialisato, positiva para Salmonella enterica, sensível
a todos os antimicrobianos testados. Iniciado tratamento com amicacina e fluconazol.
Melhora clínica importante e alta hospitalar com 10 dias de internação. Após oito dias,
houve novamente turvação do dialisato e o paciente foi re-internado e submetido a troca
e novo implante do cateter de diálise peritoneal, sendo mantido em DPA durante todo o
período, com evolução para cura definitiva. Em nossa busca bibliográfica, encontramos
três relatos de caso pertinentes, todos em pacientes em CAPD. Conclusão: A peritonite
por Salmonella é rara em pacientes em diálise peritoneal automática. Em virtude da
crescente incidência de salmonelose em nosso meio, ressaltamos a importância da
coprocultura em pacientes em diálise peritoneal com quadro de enteroinfecção, o que
pode auxiliar no diagnóstico, orientando o tratamento. A retirada do cateter peritoneal
deve ser considerada em casos de infecção recorrente por Salmonella, pela dificuldade de
eliminação do estado de portador da bactéria. O uso de antibióticos deve ser prolongado
e incluir ao menos uma quinolona ou cefalosporina de 3ª geração, antes de ser guiado
pelo resultado das culturas.
PO004
IMPLANTE DE CATETER DE CAPD EM PACIENTES COM HIV E HERNIA
ABDOMINAL
BIANCHINI, T; (1); OLIVEIRA, E; (1); PEREIRA, FR; (1); HERDOIZA, G.(1);
NEFRON Nefrologia de Rondônia(1);
A diálise peritoneal apresentou, na última década, grandes modificações, e tornou-se hoje
parte importante do arsenal terapêutico do nefrologista, como modalidade terapêutica
eficiente para tratamento a longo prazo da insuficiência renal. Apesar do aumento da
sobrevida do cateter de DPAC, a taxa de complicações relacionadas com este representa
uma importante causa de morbilidade, por vezes com necessidade de descontinuação da
técnica. Publicações recentes revelam a preocupante fragmentação no cuidado do
paciente renal envolvendo uma equipe multidisciplinar, existem atrasos na realização de
procedimentos importantes relacionados à nossa especialidade, como no caso de
implante de cateteres para diálise peritoneal. O objetivo deste trabalho é demonstrar que
atrasos podem ser minimizados e a eficácia do tratamento melhorada quando o
nefrologista intervencionista e o cirurgião realizaram implantes de cateter de diálise
peritoneal em dois pacientes. Paciente J. S.V., 68 anos, feminina, com diagnóstico de
insuficiência renal (IRC) por DM e hérnia abdominal, submetida a resecçao do saco
herniário, fechamento de peritônio com malha e implante do cateter pela a técnica de
Seldinger. Paciente M.S.B.F., 58 anos, masculino, com diagnóstico de IRC por
nefropatia por HIV, estenose do esôfago por moniliase e esofagite submetido a
gastrostomia, sem acesso vascular e respeitando as normas de biossegurança ( Manual do
Ministério da Saúde Normas Técnicas para Prevenção da Transmissão do HIV nos
Serviços de Saúde, 1989), realizamos o implante de cateter de diálise peritoneal pela a
técnica de Seldinger. Propõe-se que, a avaliação individual de pacientes com
contraindicações relativas ao implante de cateter visando que o tratamento diminua a
morbi-mortalidade.
PO005
PERITONITE ESCLEROSANTE E ENCAPSULANTE EM DIÁLISE
PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (CAPD) - RELATO DE DOIS
CASOS
PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1);
NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Introdução: A peritonite encapsulante e esclerosante (PEE) é uma grave e rara
complicação que acomete os portadores de insuficiência renal crônica que estejam em
programa regular de diálise peritoneal (DP). Relatamos aqui dois casos desta patologia,
que é caracterizada pela fibrose progressiva do peritôneo parietal e visceral, resultando
na redução da capacidade de ultrafiltração e na disfunção da peristalse intestinal devido
às bridas formadas ou à obstrução do lúmen. Pacientes – Caso 1: 66 anos, M, em diálise
peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) há 6 anos, iniciou quadro súbito de dor
abdominal em cólica, acompanhado de vômitos e diarréia, sugestivo de sub-oclusão
intestinal. Exames de imagem mostraram dilatação importante de alças intestinais.
Durante o período em DP apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais
prevalente: Staphylococcus aureus. Foi optado pela laparotomia exploradora, que
evidenciou múltiplas aderências e loculações, envolvendo principalmente o intestino
delgado, com aspecto fibrosante. Optou-se pela retirada do cateter de Tenckhoff e pela
transferência para hemodiálise (HD). Caso 2: 68 anos, F, em CAPD há 6 anos, com
queixa de dor abdominal há 3 meses, difusa, constante, de caráter progressivo, associado
à distensão abdominal importante. Exames de imagem revelaram presença de líquido na
cavidade abdominal. Realizada paracentese, com saída de 1L de secreção purulenta.
Durante o período em DP, apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais
prevalente: Pseudomonas aeruginosa. Em 1 dos episódios foi isolado o fungo Cândida
parapsilosis. Esta paciente fazia uso freqüente de soluções concentradas. Foi proposto
como tratamento a retirada do cateter de Tenckhoff e a transferência para HDz.
Conclusão: Nos dois casos relatados, os pacientes apresentavam fatores de risco bem
identificados para o desenvolvimento de PEE, tais como o tempo em DP, episódios
freqüentes de peritonite, e o uso constante de soluções concentradas. Esta patologia
resultou na retirada dos pacientes da DP e na piora de vida devido à suboclusão intestinal.
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PO006
MORBI-MORTALIDADE CARDIOVASCULAR EM DIÁLISE PERITONEAL:
UM ESTUDO PROSPECTIVO
PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); RASPANTI, EO(1); CHIOZI, SZ(1);
NAKAGAWA, B(1); PASCHOALIN, NP(1); NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Objetivo: Analisar as causas de morbidade e mortalidade cardiovasculares entre
pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise
peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os
pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD)
ou diálise peritoneal automatizada (APD) neste serviço, no período de Julho de 2001 a
Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observação. Registradas todas as
internações, suas causas e a evolução dos pacientes. Resultados: Nos 78 meses de
observação foram admitidos 204 pacientes, sendo que 77 (37,7%) necessitaram de
hospitalização devido problemas cardiovasculares. Dentre estes pacientes, 68,8% eram
submetidos à CAPD e 31,2% à APD; com idade média de 63 anos (21-92 anos); 50%
pertenciam ao sexo masculino e 89,6% eram brancos. 55,8% dos pacientes que
internaram apresentavam diabetes mellitus (DM). O tempo em diálise variava de 01 a 64
meses (média de tratamento: 19,1 meses). Foram computadas 580 internações no
período, sendo 149 (25,7%) por causas cardiovasculares, e dentre elas, as principais
foram: edema agudo de pulmão (33,7%), crise hipertensiva (14,7%), insuficiência
cardíaca congestiva (ICC) (14,1%), acidente vascular cerebral (AVC) (11,4%), infarto
agudo do miocárdio (IAM) (4,7%) e outras (21,4%). Do total de pacientes (204)
avaliados no período, 88 evoluíram a óbito, sendo 28,4% por eventos cardiovasculares:
36% por ICC, 28% por IAM, 20% por AVC e 16% por outras causas. 18,2% dos
pacientes faleceram subitamente no domicílio, fato também sugestivo do envolvimento
de problemas cardiovasculares. Dos 88 pacientes que foram a óbito no período, 46,6%
eram diabéticos. Conclusões: Nessa casuística, foi evidenciado um alto índice de
internação e mortalidade devido a problemas cardiovasculares entre os pacientes
portadores de IRC em DP, dados estes que estão em concordância com a literatura. Em
torno de 50% dos pacientes internados e que foram a óbito devido a etiologia
cardiovascular eram portadores de diabetes mellitus.
PO007
MORBI-MORTALIDADE DECORRENTE DE CAUSAS INFECCIOSAS EM
DIÁLISE PERITONEAL: UM ESTUDO PROSPECTIVO
SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); PASCHOALIN, NP(1);
CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Objetivo: Analisar a morbidade e a mortalidade decorrentes de causas infecciosas entre
pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise
peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os
pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD)
ou diálise peritoneal automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de
2007, totalizando 78 meses de observação. Registradas as internações, suas causas e a
evolução dos pacientes, dando enfoque para as causas infecciosas, incluindo aqui os casos
de peritonite, que são hospitalizados de rotina neste Serviço. Resultados: Nos 78 meses de
observação, foram admitidos 204 pacientes, sendo que 101 (50%) deles necessitaram de
hospitalização por problemas infecciosos. Dentre os internados, 70% eram submetidos à
CAPD e 30% à APD; com idade média de 62,5 anos (17-92 anos); 47,5% eram
pertencentes ao sexo masculino e 89% eram brancos. Grande parte (45%) apresentava
IRC de etiologia diabética. O tempo em diálise variava de 01 a 72 meses (21 meses de
tratamento em média). Foram computadas no período 580 internações, sendo 207 (35,6%)
por doenças infecciosas. 52 (51,5%) pacientes hospitalizaram em mais de uma ocasião. As
principais causas de internação por infecção foram: peritonite (60,9%), seguida por
pneumonia (18,3%), infecção do trato urinário (ITU) (6,8%) e outras (14%). O tratamento
obteve sucesso em 54,6% das peritonites, 62% das pneumonias, 91,2% das ITU e 82,3%
por outras causas. 39% do total dos pacientes evoluíram a óbito por afecções infecciosas
durante o período estudado, sendo 38% em decorrência de pneumonia, 35% por peritonite,
e 27% por outras causas. Conclusão: Corroborando os dados da literatura, evidenciamos
nessa casuística elevados índices de morbi-mortalidade decorrentes de causas infecciosas,
sendo a peritonite a grande responsável pelas internações, e tendo as pneumonias como o
principal motivo de morte na população estudada.
PO008
PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS À DIÁLISE PERITONEAL: UM
ESTUDO PROSPECTIVO
SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1);
NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Objetivo: Analisar as características clínico-epidemiológicas numa população de
pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) quando encaminhados à diálise
peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram analisados
dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de 204 pacientes portadores de IRC no
momento do início do tratamento dialítico neste Serviço, entre Julho de 2001 e Dezembro
de 2007. Resultados: Durante os 78 meses de observação, 204 pacientes foram
encaminhados ao programa de DP, sendo 52% homens, 87% brancos, com idade média
de 62,3 anos (01 - 93 anos). 15,2% cursaram ensino superior, 23,5% ensino médio,
49,5% ensino fundamental e 11,8% eram analfabetos. O tempo de acompanhamento
médico antes da diálise foi em média de 17,2 meses (01 - 72 meses). As principais
etiologias de IRC eram: diabetes mellitus (DM) (42,6%), hipertensão arterial sistêmica
(13,2%), desconhecida (24,5%) e outras (19,7%). 66,2% dos pacientes foram submetidos
no início à CAPD e 33,8% à APD. 29% dos pacientes vieram encaminhados da
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Pôsteres
hemodiálise (HD) por falta de acesso vascular, 60% eram oriundos de consultórios onde
realizavam seguimento conservador, 7,1% deram entrada no hospital já com IRC
terminal sem tratamento prévio, 2,4% vieram da HD por escolha própria, e 1,5%
iniciaram DP após perda do enxerto renal. Em relação aos exames laboratoriais, os
pacientes apresentavam em média à época do encaminhamento uréia de 116,6 mg/dl (41
- 323 mg/dL), creatinina de 7,4 mg/dL (1,3 - 18,8 mg/dL), potássio de 4,7 mEq/L (2,9 7,2 mEq/L) e hemoglobina de 10,6 g/dL (6,8 a 16 g/dL). Conclusões: O aumento da
prevalência e incidência da IRC são fenômenos mundialmente reconhecidos, cabendo à
nefrologia a tarefa de identificar as principais características e fatores implicados nessa
população. Nessa casuística, a maioria dos pacientes encaminhados à DP eram homens,
brancos, com idade média de 62,3 anos, sendo o DM o grande responsável pela IRC,
dado condizente com a literatura atual.
PO009
INFECÇÃO DE LOCAL DE SAÍDA POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA EM
PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEAL
MARIA DA GLÓRIA LIMA, CARMEN LUCIA CARVALHO, CLAUDIA AZEVEDO
RIBEIRO, MÁRCIA REGINA FRANCO
GAMEN(1);
Infecção de local de saída por Pseudomonas aeruginosa em pacientes em diálise
peritoneal. Marcia Regina Franco, Carmen Carvalho, Claudia Ribeiro, Gloria Lima
Gamen - Grupo de Assistência Medica Nefrológica, Rio de Janeiro, RJ. Introdução:
Infecção de local de saída por Pseudomonas aeruginosa (Pa) costuma ser freqüente em
ambientes úmidos, muito comuns em regiões de clima tropical. Quando ocorre peritonite,
geralmente é necessária a remoção do cateter. Portanto, todo esforço deve ser feito no
sentido de se evitar este tipo de infecção. Objetivo: O objetivo deste estudo é fazer uma
revisão de todos os casos de infecções de local de saída (ILS) que ocorreram na nossa
unidade durante este período de tempo. Material e métodos: Estudamos uma coorte de
114 pacientes (62M/ 52H), no período de fevereiro de 2005 até agosto de 2007. As
informações obtidas para análise foram: dados demográficos, etiologia microbiológica,
ILS relacionadas ao cateter e resposta clínica. Resultados: Em 2142 pacientes-meses de
acompanhamento, 42 episódios de ILS (0.23 ep/pc/ano) foram observados. Quinze
desses episódios de ILS (35%), ocorridos em 13 pacientes, foram causados por Pa e 2
desses resultaram em peritonite. Observamos que todos os 13 pacientes moram em casas,
onde a água é coletada e armazenada em caixas-d’água, sugerindo uma tendência maior
de ocorrência de ILS em pacientes que residem em casa em relação àqueles que residem
em apartamentos. Conclusão: Após instituirmos algumas medidas de limpeza e
higienização destas caixas-d’água, observamos diminuição da incidência de ILS por Pa.
Keywords: Pseudomonas, exit site infection
PO010
INCIDÊNCIA E EVOLUÇÃO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL,
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E MORTE SÚBITA EM PACIENTES
SUBMETIDOS À DIÁLISE PERITONEAL
GARNICA, L(1); PASCHOALIN, NP(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NARDIM,
MEP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1);
NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Objetivo: Avaliar a incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Infarto Agudo do
Miocárdio (IAM) e morte súbita entre os pacientes portadores de insuficiência renal
crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP) neste Serviço. Materiais e
Métodos: Estudo retrospectivo no qual foram avaliados todos os pacientes que iniciaram
tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal
automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78
meses de observação. Registradas as internações e a evolução dos pacientes. Resultados:
Nos 78 meses de observação foram admitidos no Serviço 204 pacientes, sendo que
66,2% eram submetidos à CAPD e 33,8% à APD; com idade média de 62,3 anos (01 93 anos); 52% pertencentes ao sexo masculino e 87,2% eram brancos. O tempo em
diálise era em média de 17,2 meses (01 - 72 meses). Neste período, 15 pacientes
apresentaram AVC, com idade média de 68,9 anos (48 – 82 anos); 58,8% eram
portadores de diabetes mellitus (DM); sendo que 12 (70,6%) foram a óbito; os 03
pacientes sobreviventes internaram em mais de uma ocasião após o evento (2,6 em
média), 02 continuaram em programa de DP; sendo 01 sem nenhuma seqüela; e 01 dos
acometidos foi transferido para hemodiálise. 08 dos pacientes sofreram IAM, com idade
média de 66,3 anos (55 – 85 anos); 75% eram diabéticos; sendo que 06 (75%) foram a
óbito; os 02 pacientes sobreviventes internaram em média 3,5 vezes (3 – 4) após o
evento; 01 paciente permanece em programa de DP e outro foi transferido para outro
serviço. Nesta população, 16 pacientes evoluíram com morte súbita, apresentavam 68,1
anos em média (28 – 90 anos) e 56% deles eram diabéticos. Conclusão: Nessa casuística,
entre pacientes submetidos à DP, foi evidenciado um elevado índice de mortalidade e
morbidade conseqüentes a AVC e IAM, e também altas taxas de morte súbita, sendo a
maior parte dos afetados portadores de diabetes mellitus.
PO011
DETERMINANTES NA SELEÇÃO DA MODALIDADE DE DIÁLISE
PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (DPAC): RESULTADOS DO
PROGRAMA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO (HUAP)
REMBOLD, SM(1); RIBEIRO, ELT(1); FREITAS, SMM(1); TANCREDI, MLL(1);
LUGON, JR(1);
Universidade Federal Fluminense(1);
Trata-se de um estudo descritivo, com objetivo de traçar o perfil social e clínico dos
clientes entrevistados para ingresso no programa de DPAC do HUAP /UFF. Os dados
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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foram obtidos a partir dos formulários de entrevistas realizadas no período compreendido
entre janeiro de 2003 a dezembro de 2007, sendo realizada uma análise estatística
utilizando software SPSS 13.0. A amostra de 144 pacientes foi constituída por 67
(46,5%) homens e por 77 (53,5%) mulheres. A média de idade foi de 56 ± 19 (12 a 96
anos), com maior percentual de pacientes na faixa etária acima de 60 anos (50%). Em
relação à escolaridade, 52,8% pacientes estudaram até o ensino fundamental. Dos 144
pacientes entrevistados, somente 43 entraram em DPAC. Dos 101 pacientes que não
entraram, os motivos foram: opção por HD (31,6%); cateter não operante (2%); óbito
(5,9%); permanência em tratamento conservador (9,9%); condições inadequadas de
moradia (18,8%); falta de responsável para realizar as trocas (5%); recusa da família
(4%); sem condições de auto-cuidado (1%); cirurgias abdominais (1%); contraindicações clínicas (4%); falta de infra-estrutura (2%); e outros motivos (5,9%). Cento e
cinco (72,9%) pacientes tinham residência própria, com água tratada em 79,9% e 12,5%
com abastecimento por água de poço; 77,1% possuem rede de esgoto. Cento e um
(70,1%) coabitavam com familiares. A maior parte das residências possui cobertura de
laje (74,2%), e 50,7% possuem animais de estimação. Na história clínica, 13,3% já
tinham realizado cirurgias abdominais e 9% apresentaram hérnias. Dos 43 pacientes que
entraram em DPAC, 26 (60,5%) saíram por: óbito (50%), peritonite (23,1%); cateter não
operante (7,7%); transferência de centro (7,7%); opção por HD (3,8%); transplante
(3,8%); falência de peritônio (3,8%). Dos 13 pacientes que saíram por óbito, onze
ocorreram por doenças cardiovasculares e dois por complicações de peritonite. Concluise que, em relação ao quantitativo de pacientes que ingressam em programa de
hemodiálise, o número de pacientes que entram em DPAC ainda é muito reduzido. Em
geral, as condições clínicas, de moradia e escolaridade não se constituem em fatores
impeditivos para ingresso no programa, sendo mais freqüente a recusa por preferência à
hemodiálise (31,6 %). As maiores causas de mortalidade estão associadas a doenças
cardiovasculares e as peritonites representam significativo percentual no abandono do
tratamento.
PO012
CEFAZOLINA E AMICACINA VERSUS CEFAZOLINA E CEFTAZIDIMA NO
TRATAMENTO DAS PERITONITES EM DIÁLISE PERITONEAL
BARRETTI P(1); MARTIN LC(1); GABRIEL DP(1); CUNHA MLRS(2); MONTELLI
AC(2); CARAMORI JCT(1);
Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP(1); Instituto de
BIociências - UNESP(2);
Associações entre cefalosporina (cef) da 1ª geração com aminoglicosídeo e cef da 1 ª
geração com cef da 3ª geração por via i.p. foram recomendadas, entre 1996 e 2005, para
o tratamento empírico das peritonites em diálise peritoneal. OBJETIVO: Avaliar e
comparar a resposta clínica ao tratamento de peritonites com cefazolina e amicacina
(protocolo1, P1) ou cefazolina e ceftazdima (protocolo 2, P2) METODOS: Entre
jan/2004 e mai/2008, 59 episódios de peritonites foram tratados com o P1 e 37 com o P2.
Foram incluídos no P2 pacientes com filtração glomerular residual >1 mL/min. As
percentagens (%) de episódios com cura completa (desaparecimento dos sinais e
sintomas e cultura negativa pelo menos 28 dias após o término do tratamento, sem
alteração do protocolo inicial) foram comparadas pelo teste exato de Fischer.
RESULTADOS: Dos 59 episódios do P1, 29 foram causados por cocos Gram positivos
(CG+), com predomínio dos estafilococos coagulase negativa (ECN) (n=21), 16 por
bastonetes Gram-negativos (BGN) (10 enterobactérias e 6 BGN não fermentadores) e 9
com cultura negativa. Entre os 37 episódios do protocolo 2 houve 17 CG+ (6
Streptococcus sp e 5 ECN), 12 BGN (7 enterobactérias e 5 BGNNF) e 6 episódios com
cultura negativa. A percentagem de CG+ oxacilino-resistentes (oxa-R) foi de 50,2% no
P1 e de 41,1% no P2. Os grupos não diferiram quanto ao perfil etiológico, % de cepas
oxa-R e aos dados clínicos e demográficos. As % de cura completa foram de 44,1% e
45,9% para os P 1 e P2, respectivamente (p=1,0). Excluindo-se os casos por CG+ oxaR, as % de cura completa foram de 78,5% e de 75% para os P1 e P2 (p=1,0).
CONCLUSÃO: As associações cefazolina e amicacina e cefazolina e ceftazdima foram
semelhantes e mostraram baixa % de cura. A resistência à oxacilina foi limitante para a
resposta clínica.
14 de setembro de 2008 - Domingo
exaustão de acesso vascular, deixando a DP como única alternativa viável. Apesar desta
não ser uma forma adequada de “seleção” de pacientes para DP, a taxa de peritonite foi
semelhante entre os pacientes que iniciaram DP por falta de acesso vascular e os que
iniciaram DP por vontade própria.
PO014
MORBI-MORTALIDADE CARDIOVASCULAR NOS PACIENTES DO
PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL DO HOSPITAL OFIR LOYOLA
(HOL)
COSTA, RS; (1); FREITAS, MJR; (1); SOUZA, ACP; (1); VIEGAS, CB; (1); PANTOJA,
VC.(1);
HOSPITAL OFIR LOYOLA(1);
Objetivo: Identificar as principais causas de morbidade e mortalidade por doenas
cardiovasculares (CV) nos pacientes em diálise peritoneal (DP) do HOL. Pacientes e
Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários dos pacientes admitidos no
serviço de DP do HOL no período de outubro de 2003 a abril de 2008. Foram registradas
todas as morbidades, internações com suas causas e evoluções dos pacientes. Resultados:
No período referido, 53 pacientes foram admitidos no serviço de DP. Destes, 45 (85%)
apresentavam pelo menos uma morbidade CV. A idade média foi de 52 anos. Vinte e sete
pacientes (53%) eram do sexo masculino e 24 (47%) do sexo feminino. As principais
doenças CV identificadas foram: 39 (86%) hipertensão arterial sistêmica, 10 (22%)
insuficiência cardíaca congestiva, 09 (20%) insuficiência coronariana (ICO), 08 (17,7%)
acidentes vasculares cerebrais (AVC), 05 (11%) tromboses venosas profundas (TVP), 05
(11%) arritmias cardíacas e 01 (2,2%) trombo intra atrial (TIA). Foram computadas 09
(20%) internações por doença CV: 04 (45%) AVC, 01 (11%) edema agudo de pulmão
(EAP), 01 (11%) ICO, 01 (11%) tromboembolismo pulmonar, 01 (11%) TIA e 01 (11%)
TVP. Dos 53 pacientes avaliados no período, 20 pacientes (37%) foram a óbito, destes 09
pacientes (45%) por causas CV: 04 (44,5%) AVC, 03 (33,5%) morte súbita, 01 (11%)
TEP e 01 (11%) EAP. Conclusão: foi observado alto índice de internação e mortalidade
por problemas CV entre os pacientes submetidos à diálise peritoneal.
PO015
DIÁLISE PERITONEAL EM DIABÉTICOS: PAPEL DO KTVR E SUA
RELAÇÃO COM ALBUMINA SÉRICA
RIBEIRO C(1); GOMES JPM(1); SANTOS IM(1); PENIDO MGMG(1); TAVARES
MS(1);
Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);
Objetivo: descrever e comparar o perfil demográfico de pacientes diabéticos (DM) e não
diabéticos (ND) em diálise peritoneal (DP), bem como índice de massa corpórea, teste de
equilíbrio peritoneal, KTV residual e total e sua relação com os níveis de albumina
sérica. Método: estudo transversal em população de pacientes em diálise peritoneal (DP).
Foram levantados dados em maio de 2008 em Centro de Diálise em Hospital
Quaternário. Foram avaliados sexo, idade, modalidade e tempo em diálise peritoneal,
índice de massa corpórea (IMC) e resultado do teste de equilíbrio peritoneal (PET).
Resultados: 36 pacientes foram analisados, dos quais 15 diabéticos (DM) e 22 não
diabéticos (NDM), sendo 16 do sexo masculino e 21 do feminino. A idade mediana no
grupo DM foi de 60 anos e 41,5 no ND (p=0,002). A diálise peritoneal automatizada
(DPA) foi a escolhida em 12 casos de DM e 17 no ND, CAPD em 2 e 3 casos e DPI em
1 e 2 casos respectivamente. O IMC não diferiu entre os grupos (DM=26,3 e ND=24,0,
p=0,10). As medianas do tempo em DP foram de 6,6 m no DM e 10,1 no ND ( p=0,6).
Pacientes diabéticos apresentaram PET de 0,65±0,1, maior que no grupo ND (0,53 ±
0,1), p=0,003. Em cada grupo constatou-se 3 pacientes anúricos. A mediana do Kt/Vr foi
de 0,95 no DM e 0,67 no ND, sem diferença (p=0,7), bem como o Kt/Vt (medianas de
2,83 e 3,43). Os valores medianos de albumina foram de 3,5 g/l no DM e 3,7 no ND
(p=0,12). A correlação entre albumina e Kt/Vt foi negativa em ambos grupos (DM r=0,18 e ND r=-0,34, ambas com p>0,05). Conclusões:Nesta população, o grupo de
pacientes com DM teve idade maior e peritônio maior transportador que o grupo ND. O
fator idade pode ter compensado a característica de alto transportador nos DM
justificando o Kt/V semelhante em ambos os grupos.
PO013
MOTIVOS DE “ESCOLHA” DE DIÁLISE PERITONIAL COMO
MODALIDADE DE TRS: EXAUSTÃO DE ACESSO VASCULAR PARA
HEMODIÁLISE?
SALLENAVE, MP(1); CASQUEIRO, V(1); CAMPELO, B(1); PRESIDIO, S(1); ROCHA,
PN(2);
Hospital Geral Roberto Santos(1); Faculdade de Medicina da Bahia(2);
Doença Renal Crônica
PO016
Objetivos: avaliar os motivos de escolha de diálise peritonial (DP) como método de
terapia renal substitutiva (TRS). Material e Métodos: estudo retrospectivo baseado em
revisão de prontuários envolvendo todos os pacientes do recém-criado programa de DP
do Hospital Geral Roberto Santos. Resultados: estudamos 22 pacientes com idade média
51,55 +/- 16,77 anos, 54,5% do sexo masculino, 89,5% negros ou mulatos, 68,2%
procedentes do interior da Bahia. Em 04 pacientes, a DP foi a modalidade inicial de TRS
e o motivo de escolha foi a preferência do paciente. Os 18 pacientes restantes iniciaram
TRS através de hemodiálise (HD), 16 deles (89%) por cateter duplo lúmen (CDL) e 14
(78%) em caráter de urgência, sendo subseqüentemente convertidos para DP. Em apenas
7/18 (39%), esta conversão foi feita por escolha do paciente; na maioria dos casos, 11/18
(61%), o motivo de conversão foi exaustão de acesso vascular para HD. Em 2,6 +/-2,6
anos de HD, os pacientes deste grupo convertido para DP por falta de acesso vascular
foram submetidos a uma média de 9,5 +/- 8,4 CDL e 2,1 +/- 1,8 fístulas artério venosas.
Após 12,2 +/- 8,2 meses de acompanhamento em DP, 8/22 pacientes apresentaram ao
menos um episódio de peritonite, sendo 4 pacientes do grupo convertido para DP por
falta de acesso vascular e 4 pacientes do restante da população. Conclusão: o início de
TRS de forma emergencial através de HD utilizando CDL pode levar a uma rápida
RETARDO NA PROGRESSÃO DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
AVANÇADA COM ALTA DOSE DE MINOXIDIL - RELATO DE CASO
PAES-FERRAZ, FHR(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1);
Hospital Regional da Asa Norte(1);
Introdução: A Hipertensão Arterial (HAS) ainda é uma etiologia bastante frequente de
insuficiência renal crônica terminal em nosso meio. Apesar do consenso acerca do uso de
inibidores da enzima conversora angiotensina (IECA) e dos bloqueadores de receptor de
angiotensina II (BRA) no controle da proteinúria na nefroesclerose hipertensiva, muitas
vezes o uso é limitado pelo grau de insuficiência renal e risco de hipercalemia e/ou
deterioração função residual. Objetivos, Materiais e Métodos: relato caso de retardo na
progressão da perda de função renal em paciente com nefroesclerose hipertensiva
avançada. Relato caso: MFS, 48anos, masculino, encaminhado novembro/05 ao
ambulatório nefrologia geral devido disfunção renal. Antecedentes: HAS há 10 anos,
Gota há 3 anos. Em uso irregular de nifedipina 3xdia. Exafem físico: hipocorado +/ +4,
PA 230X140 mmHg, sem edemas. Laboratório: Na 136 K 6,5 Uréia 164 Creatinina 5.2
(clearance 17ml/min), ácido úrico 13 mg/dl , Proteinúria 3,2 g/24hs, hb 11 ht 33 Ca 9.6
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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P 7,0 PTH 652 pg/ml. Ultrassom com rins diminuídos + microlitíase bilateral e cistos
renais.Conduta: em face dos exames, optado entrada minoxidil 30mg/dia associado betabloqueador e diurético alça + alopurinol + carbonato cálcio e encaminhado para
confecção fístula arteriovenosa (realizada fevereiro/06). Resultados: após seguimento 16
meses, paciente evoluiu com melhora importante níveis pressóricos (PA 140X80mmHg),
diminuição da proteinúria (784mg/24hs) e estabilização da função renal sem necessidade
de hemodiálise.( uréia 198 cr 6.2, clearance 15ml/min ) Conclusão: a contraindicação ao
uso de IECA e/ou BRA não é sinônimo de insucesso uma vez que outras medicações
podem quando bem prescritas propiciar grande impacto no retardo da perda função renal.
É descrito piora hiperfiltração glomerular com uso vasodilatadores, entretanto quando
utilizados em esquema anti-hipertensivo racional, tais efeitos são minimizados,
ocorrendo diminuição da proteinúria com consequente aumento de sobrevida renal e
diminuição eventos adversos cardiovasculares.
PO017
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES EM DIÁLISE NO
HOSPITAL OPHIR LOYOLA NO PERÍODO DE MAIO DE 2005 A ABRIL DE
2007.
SILVA, ARM(1); PINTO, ACS(1); FREITAS, MJR(1); LIMA, FMP(1); PINTO, GL(1);
Hospital Ophir Loyola(1);
Objetivos: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes do programa de diálise
do Hospital Ophir Loyola (HOL) no período de maio de 2005 a abril de 2007. Materiais
e Métodos: aplicação de questionário e respectiva coleta de dados dos prontuários de142
pacientes do programa de diálise do HOL no período proposto. RESULTADOS: em
relação aos pacientes analisados, 64,1%pertenciam ao sexo masculino e 40,2%estavam
na faixa etária entre 41 e 60 anos, tendo-se uma média de idade de aproximadamente 50
anos e um desvio padrão de 19,08 anos; quanto à procedência destes pacientes, inferiuse uma relativa equivalência entre os provenientes do interior do estado do Pará (40,8%)
e os oriundos da região metropolitana de Belém (39,4%); já em relação à residência atual,
houve predominância dos que moravam na região metropolitana de Belém (81%);
constatou-se ainda que 30,3% dos pacientes apresentavam diabetes como doença de base,
seguida de glomerulopatia (13,4%); quanto à modalidade dialítica, 79,6% dos pacientes
realizavam hemodiálise, 15,5% diálise peritoneal ambulatorial contínua e apenas 4,9%
diálise peritoneal automatizada; quanto ao tempo em diálise, 27,5% dos pacientes
estavam na terapia por um período entre 24 e 48 meses, com uma média de tempo em
diálise de 40 meses; a respeito da evolução dos pacientes, observou-se que 57% deles
permaneceram em diálise, seguidos daqueles que evoluíram a óbito (22,5%); a causa de
óbito mais encontrada nos pacientes em diálise no HOL foi sepse (31,2%). Conclusão:
estudos voltados para a população de pacientes dos vários centros de diálise do país são
importantes para alimentar os bancos de dados e conhecer as características
epidemiológicas de cada localidade.
PO018
ORIENTANDO O PACIENTE RENAL CRÔNICO: UM PAPEL DA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL
MARQUES, DA(1); ZOTTIS, M(1); MAZERA, L(1);
GAN - Grupo de Apoio Nefrológico.(1);
Introdução: A equipe multiprofissional é formada por uma psicóloga, uma assistente
social, uma nutricionista, enfermeiras e médicos responsáveis pelas clínicas. O grupo
reúne-se quinzenalmente para discussão de casos e realização de trabalhos temáticas que
focam o bem estar psicossocial dos funcionários. Esta equipe atua nas clínicas de
hemodiálise do grupo, GAN, CENESUL e CENENORTE e observou em seus
atendimentos demandas que focalizavam a falta de orientação tanto para os pacientes
antigos à diálise quanto aos pacientes em início de tratamento. Semestralmente
acontecem palestras temáticas para famílias e/ou cuidadores dos pacientes renais em
tratamento dialítico, pois os integrantes da equipe tem como missão de trabalho
possibilitar estratégias humanizadas para que os pacientes possam enfrentar da melhor
maneira o processo do adoecer. Metodologia: Diante das demandas encontradas nos
atendimentos a equipe reuniu-se criando um livro de orientação para o paciente renal
crônico. O objetivo do mesmo é possibilitar mais recurso de consulta rápida e
psicoeducativa sobre: as restrições alimentares e hídricas, aspectos psicológicos e
direitos e deveres do paciente renal. Conclusão: Pode-se observar que os paciente que
receberam os livros de orientação, o utilizaram como instrumento de consulta
principalmente diante das restrições alimentares (potássio, fósforo, medicamentos, dieta
hídrica, etc) e direitos reservados ao paciente renal (Transporte Municipal e
Interestadual, Isenção do Imposto de Renda, Benefícios Assistenciais LOAS – Amparo
Assistencial e Benefícios Previdenciários como: Auxílio doença, aposentadoria por
invalidez etc). Em relação à prática da Psicologia os assuntos trazidos no interior do livro
foram questionados pela família, trazendo um maior conforto diante dos temas descritos
(Sexualidade, depressão e papel do psicólogo na hemodiálise,etc). a equipe médica e de
enfermagem acrescentaram com os cuidados que o paciente deve ter com o CatéterDuplo-Lúmem(CDL) e com a Fístula Artério Venosa (FAV).
O livro obteve sua primeira edição em 2006 e sua segunda edição em 2007
PO019
PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO CLÍNICA DE
DOENÇA RENAL CRÔNICA.
MASCARENHAS, FA(1); OLIVEIRA, LF(1); IWAMOTO, HH(1); ARANTES, SC(1);
FONTES, MP(1); IWAMOTO, S(1);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
Introdução: A política nacional de atenção integral ao portador de doença renal, visa
prevenir a doença renal lançando mão da promoção da saúde, com redução do número de
30
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
casos e minimização dos agravos da hipertensão arterial e do diabetes mellitus, que são
patologias prevalentes e determinantes da doença renal na população. OBJETIVO:
identificar os grupos de risco entre os usuários do Programa de prevenção clínica de
doença renal crônica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (HC da UFTM). Método: estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos
usuários, atendidos pelo programa, a partir de dados registrados durante as consultas
médicas e de enfermagem, no período de 1º de fevereiro de 2007 a 30 de janeiro de 2008.
Resultados: no período estudado, houve a adesão de 320 usuários, com média de idade
de 47,2 anos e na sua maioria mulheres 238(74,37%). Observou-se que 55(17,40%) eram
tabagistas; 170(53,79%) hipertensos e 50(15,82%) diabéticos. E ainda, 107(33,96%) dos
trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais, 130(41,13%) tiveram problemas
de infecção do trato urinário e 137(43,35%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais
e sintomas apresentados durante a consulta foram: 155(49,20%) tinham pressão arterial
normal, 119(37,77%) apresentavam sobrepeso e 82(41,4%) das mulheres atendidas
estavam com cintura maior que 88cm, o que indica risco elevado para doenças
cardiovasculares. Outro dado que nos chama atenção foi em relação aos antecedentes
familiares, 233(73,50%) tinham alguém da família com hipertensão arterial,
147(46,37%) com diabetes, e 125(39,55%) com acidente vascular cerebral. Conclusão:
Dos 320 usuários, a maior parte apresentava afecção do trato urinário e cálculo renal.
Observou-se, maior adesão ao programa de prevenção mulheres com idade superior a 47
anos e que possuem antecedentes familiares de hipertensão, diabetes e acidente vascular.
O agendamento de consultas de enfermagem e/ou médicas, segundo a disponibilidade do
cliente, a facilidade para a realização de exames laboratoriais e o acompanhamento dos
usuários com fatores de risco favorecem a adesão dos usuários em participar de
programas desta natureza.
PO020
ADESÃO DOS TRABALHADORES AO PROGRAMA DE PREVENÇÃO
CLÍNICA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA
OLIVEIRA, LF(1); MASCARENHAS, FA(1); IWAMOTO, HH(1); ANDRADE, SCAS(1);
IWAMOTO, S(1); SANTOS, MJF(1);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
Introdução: segundo o IBGE, 35% da população brasileira acima de 40 anos de idade é
hipertensa, em torno de 11% portadora de diabetes. Para a doença renal crônica, a
hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, o sedentarismo e a historia familiar,
são fatores de risco que devem ser considerados. Objetivo: identificar os grupos de risco
entre os trabalhadores do Programa de prevenção clínica de doença renal crônica do
Hospital da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Método: realizou-se um estudo
descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos trabalhadores, atendidos pelo programa, a
partir de dados registrados durante as consultas médicas e de enfermagem, no período de
fevereiro de 2007 a janeiro de 2008. Resultados: no período, houve a adesão de 224
trabalhadores, com média de idade de 41,6 anos e na sua maioria mulheres 159(70,1%).
Observou-se que 45(20,1%) eram tabagistas; 57(25,4%) hipertensos e 7(3,1%)
diabéticos. E ainda, 53(23,7%) dos trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais
e 84(37,5%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais e sintomas apresentados
durante a consulta de 147 trabalhadores foram: praticamente a metade 129(87,7%)
tinham pressão arterial normal e 61(27,2%) apresentavam excesso de peso. Outro dado
que nos chama atenção foi em relação aos antecedentes familiares, 148(66,1%) tinham
alguém da família com hipertensão arterial, 100(44,6%) com diabetes, e 80(35,7%) com
acidente vascular cerebral. Há que destacar ainda que a adesão dos trabalhadores em
participar de programas desta natureza, foi em função da facilidade de agendamento de
consultas de enfermagem e/ou médicas em horários disponibilizados pelos trabalhadores,
o respaldo para realização de exames laboratoriais e o acompanhamento dos
trabalhadores com fatores de risco. Conclusão: na UFTM, os trabalhadores de saúde com
mais de 40 anos, que tem antecedentes familiares como hipertensão, diabetes e acidente
vascular, são os que apresentam maiores interesse em participar de programas de
prevenção de doenças renais. Enfim, o desenvolvimento de ações de promoção da saúde
dos trabalhadores deve ter como ponto de partida, o incentivo institucional para cuidar
da sua própria saúde.
PO021
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA HEMATIMÉTRICA AO USO DE
ERITROPOETINA HUMANA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
PROGRAMA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA
BASTOS, KA(2); OLIVEIRA, RA(2); MENDONÇA, TA(2); BARBOSA, LMM(2); FARO,
SRS(1); ANDRADE JÚNIOR, MP(1);
CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de
Sergipe(2);
Introdução: A anemia é uma das principais complicações da doença renal crônica (DRC).
O seu tratamento através da eritropoetina (EPO) resulta em melhora da qualidade de vida
e aumento da sobrevida dos pacientes. Objetivo: Avaliar a resposta hematimétrica ao uso
da EPO em renais crônicos incidentes em programa dialítico. Métodos: Estudaram-se 123
pacientes em tratamento dialítico durante os primeiros seis meses de uso regular de EPO
(80-120 U/Kg/semana). Realizou-se revisão de prontuários e obtiveram-se informações
concernentes a: gênero, idade de início em diálise, presença de diabetes mellitus (DM),
modalidade dialítica, início da EPO e histórico dos primeiros seis meses da sua utilização
e resultados de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) correspondentes a esse período.
Obteve-se a curva de evolução dos índices hematimétricos mês a mês e foram realizadas
análises comparativas entre os valores médios de Hb de grupos de pacientes segregados
quanto à idade, gênero, presença de DM e modalidade dialítica, utilizando o teste “t” de
Student com confirmação pelo ANOVA. Considerou-se p<0,05 para rejeição da hipótese
nula. Resultados: Dos pacientes, 84,6% apresentavam no mês anterior ao início da EPO
Hb <11g/dL. Já no sexto mês da terapia, 52,8% possuíam níveis de Hb ≥ 11g/dL.
Evidenciaram-se valores médios de Hb e Ht , respectivamente: 8,0g/dL (±2,23) e 24,7%
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
(±6,85) ao início; 10,3 g/dL (±2,27) e 32,1% (±6,96), no 3º mês e 11,04g/dL (±2,17) e
34,08% (±6,66), no 5º mês de tratamento. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com
níveis médios de Hb superiores aos pacientes em hemodiálise durante todo o período de
observação (p<0,01). Na comparação entre gêneros, diabéticos e não diabéticos e entre
faixas etárias não foram observadas diferenças significativas nos níveis médios de Hb.
Conclusão: A evolução hematimétrica ao uso da EPO nas doses usualmente
recomendadas foi eficaz e progressiva. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com
maiores níveis de Hb que os em hemodiálise.
14 de setembro de 2008 - Domingo
nefrosclerose hipertensiva e nefro/uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna
(HPB), acompanhado durante 15 anos em seguimento conservador e, através deste caso,
discutir as atuais tendências no manejo conservador em pacientes com doença renal
estágio 5. Material e métodos: Relato realizado através de levantamento de dados de
prontuário médico. Conclusão: O manejo conservador de pacientes com doença renal
crônica requer uma vigilância e dedicação médica intensa, bem como aderência
terapêutica por parte do paciente. As atuais terapias de manejo da anemia, acidemia,
metabolismo cálcio e fósforo, abordagem dietética e controle dos fatores de risco
modificáveis para evolução de doença renal são arsenais essenciais no adiamento à
indicação de terapia renal substitutiva.
PO022
RESPOSTA VACINAL DE HEPATITE B EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS
EM PROGRAMA DIALÍTICO
BASTOS, KA(2); COUTINHO, HM(2); BARBOSA, LMM(2); ARAÚJO, ES(1);
ANDRADE JÚNIOR, MP(1);
CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de
Sergipe(2);
Introdução: Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa
dialítico são considerados de alto risco para infecção pelo vírus da hepatite B (VHB).
Objetivo: Avaliar a resposta vacinal contra VHB em pacientes renais crônicos em diálise
em uma unidade típica em Aracaju/SE e tentar relacionar variáveis sócio-demográficas e
clínicas que possam influenciar nesta resposta. Métodos: Avaliou-se a resposta vacinal
contra VHB em 157 pacientes com IRC em diálise, previamente soronegativos, utilizando
o esquema de quatro doses duplas recomendado (40 mcg via intramuscular em: zero, um,
dois e seis meses). Consideram-se respondedores os pacientes com concentração de
anticorpos anti-HBs ≥ 100mIU/mL. Na análise estatística comparativa dos dados
dos dois grupos (respondedores e não-respondedores), empregou-se o teste do Quiquadrado (χ 2), com um nível padrão de significância de 5% (α = 0,05), ou
seja P<0,05. Resultados: Dos pacientes estudados, 75,8% responderam à vacina contra
VHB. Dos 34 pacientes não respondedores à vacinação primária e que foram revacinados,
68% soroconverteram. Não houve evidência suficiente para relacionar as variáveis
procedência, idade, gênero, presença de diabetes, níveis de albumina e método de diálise
ao tipo de resposta vacinal. Entretanto, as variáveis idade acima de 40 anos e presença de
diabetes apresentaram forte tendência de influência negativa na resposta. Os pacientes
diabéticos e com idade maior ou igual a 40 anos apresentaram taxa menor de
soroconversão (61,5%). Conclusões: O esquema de vacinação proposto foi efetivo para a
população estudada e a revacinação conferiu maior proteção aos não respondedores
primários. Os pacientes diabéticos e com idade acima ou igual a 40 anos parecem mais
susceptíveis à não resposta vacinal. Estes resultados fortalecem a importância da
vacinação com doses específicas, da revacinação e do direcionamento em futuras
pesquisas notadamente em renais crônicos diabéticos e com idades mais avançadas.
PO025
ATENÇÃO FARMACÊUTICA AMBULATORIAL AO PACIENTE RENAL
CRÔNICO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP (HU-USP): ENFOQUE
MULTIDISCIPLINAR
MORI, A.L.P.M(1); PINTO, G.A(1); DÓREA, E.L(1); STORPIRTIS, S(2); TORREÃO,
N.K.A.M.(2); BERNIK, M.M.S(1); CESAR, E.F(2);
Hospital Universitário da USP(1); Faculdade de Ciencias Farmaceuticas da USP(2);
Introdução: O Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) integrou o
farmacêutico à equipe multidisciplinar para atendimento ambulatorial de pacientes renais
crônicos. A prática de Atenção Farmacêutica colabora para a melhoria das condutas
terapêuticas, no contexto multidisciplinar de atendimento ao paciente nefropata, cuja
terapia, na maioria das vezes, implica no uso simultâneo de 4 ou mais medicamentos,
dificultando a adesão ao tratamento. Objetivos: Apresentar a sistemática adotada para a
Atenção Farmacêutica a pacientes nefropatas atendidos no ambulatório do HU-USP,
realizada sob a ótica da equipe multidisciplinar da saúde. Metodologia: Foram
desenvolvidas as ferramentas de trabalho para o farmacêutico viabilizar o atendimento dos
pacientes no ambulatório: a implantação do agendamento de consultas para o farmacêutico
e a ficha de atendimento ambulatorial para a realização do seguimento farmacoterapêutico.
Resultados: Elaborou-se a Ficha de Seguimento Farmacoterapêutico na qual são
registrados Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) e demais informações
relevantes. Após discussão com o médico, informam-se ao paciente possíveis alterações no
tratamento. O paciente é orientado a marcar uma consulta de retorno com o farmacêutico
na mesma data da próxima consulta com o médico. Desde o início do atendimento (agosto
2007) foram cadastrados 64 pacientes. Verificou-se a falta de conhecimentos e de adesão
em relação ao tratamento farmacológico e não farmacológico em cerca de 67% dos casos
e a ocorrência de PRM em 52% dos pacientes. Conclusão: Os resultados obtidos indicam
que a prática da Atenção Farmacêutica com enfoque multidisciplinar traz benefícios aos
pacientes atendidos, otimiza o trabalho e previne a ocorrência de PRM e algumas de suas
possíveis causas, acarretando em melhor controle da doença renal crônica.
PO023
PO026
AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO-LABORATORIAL E ADEQUAÇÃO EM
DIÁLISE SEGUNDO O DIALYSIS OUTCOMES QUALITY INITIATIVE NATIONAL KIDNEY FOUNDATION (NKF/DOQI)
BASTOS, KA(2); SOUZA, PMA(2); BARBOSA, LMM(2); BRITTO, FC(1); COELHO,
RM(1); ANDRADE JÚNIOR, MP(1);
CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de
Sergipe(2);
ENCAMINHAMENTO PRECOCE AO NEFROLOGISTA: EXPERIÊNCIA DE
UM PLANO DE SAÚDE
PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); JESUS, A. R.(1); TEIXEIRA, A. C.C.(1); VICENTE,
C. A.(1); SCHULTZ, M..I. O.(1);
Intermedica Sistema de Saúde S/A(1);
Introdução: As evidências mostram que a morbimortalidade dos pacientes com
insuficiência renal crônica terminal é menor quando é fornecido tratamento dialítico
adequado. Objetivos: Traçar o perfil clínico-laboratorial e analisar a adequação do
tratamento de pacientes em programa dialítico à luz das diretrizes do NKF K/DOQI,
analisando comparativamente as modalidades hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP).
Métodos: Realizou-se revisão de prontuários de 244 pacientes (168 em HD e 76 em DP)
ativos há pelo menos 6 meses em programa dialítico em uma unidade de referência em
Aracaju-Sergipe, compreendendo o período de 1º/07 a 31/12/2006. Analisaram-se a idade,
gênero, doença de base, método dialítico, acesso vascular e as variáveis laboratoriais:
hemoglobina (Hb), cálcio (Ca), fósforo (P), paratormônio (PTH), albumina, produto
cálcio-fósforo (CaxP), cálculo da depuração fracional de uréia (Kt/V) e taxa de redução
da uréia. As médias foram confrontadas com as diretrizes do K/DOQI, e determinados os
percentuais de pacientes que atingiam as recomendações. Na comparação entre HD e DP
utilizou-se o teste “t” de Student com confirmação pelo ANOVA. Adotou-se nível de
significância de 0,05. Resultados: Os pacientes em DP eram mais velhos (51,4+17,9
versus 47,5+14,8 anos). Os valores médios dos parâmetros laboratoriais em sua maioria
se encontravam na faixa de normalidade, mas se analisados separadamente o percentual
de pacientes fora dos parâmetros era relevante, principalmente quanto à Hb (79,2% e
75%), albumina (64,3% e 90,8%) e PTHi (71,5% e 71,6%), para HD e DP,
respectivamente. Apenas 8,4% dos pacientes analisados encontravam-se com Ca, P, PTH
e CaxP dentro dos limites da normalidade. Na comparação entre os métodos dialíticos,
albumina e potássio diferiram significativamente no tocante ao percentual de pacientes
controlados. Conclusão: Apesar do acompanhamento sistemático evidencia-se que parcela
considerável dos pacientes em diálise continua fora das metas sugeridas.
PO024
RELATO DE CASO: PACIENTE COM DOENÇA RENAL ESTÁGIO 5
MANTIDO EM TRATAMENTO CONSERVADOR POR 15 ANOS.
ROMANO, T.G(1); NASCIMENTO, V.A(1); BALOGH, R.(1); RINALDI, D.S(1);
BERGAMO, R.R(1);
Faculdade de Medicina do ABC(1);
Objetivo: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de
Medicina do ABC. Paciente com diagnóstico de doença renal crônica estágio 5 devido
Considerando os números epidemicos da doença renal cronica e suas graves
comorbidades o Grupo Intermédica Sistema de Saude; plano de saúde responsável por
cerca de 800 000 de vidas seguradas ; decidiu criar um programa de atendimento
multidisciplinar com foco no controle global da doença. Realiza-se busca ativa
semanal e são matriculados pacientes com Creatinina sérica superior a 2,0mg/dl.
Objetivos: Este estudo visa avaliar as condições clinico laboratoriais dos pacientes que
iniciaram Terapia Renal Substitutiva (TRS) desde o incio do programa Métodos: Foi
realizado levantamento dos dados clínicos laboratoriais dos pacientes que foram
encaminhados para TRS nos últimos 8 meses Resultados Durante este período foram
encaminhados 18 pacientes para TRS ; 12 homens e 6 mulheres com idade média de
50 anos (15 a 82 anos). Deste total, 13(72%) pacientes foram encaminhados
tardiamente para o acompanhamento nefrológico (menos de 3 meses antes do início do
programa de diálise) e 5 ( 27%) pacientes foram encaminhados precocemente (mais de
3 meses antes diálise). Os pacientes encaminhados tardiamente apresentavam piores
taxas de hemoglobina, albumina sérica e maiores níveis de creatinina sérica
(estatisticamente significantes). Tabela: Somente 3 (16%) pacientes apresentavam
acesso vascular definitivo ao início do programa dialítico e todos haviam sido
encaminhados precocemente; 14(77%) pacientes necessitaram de catéter venoso para
hemodiálise e 1 paciente entrou em programa de diálise peritoneal. Conclusão: Podese verificar que mesmo em serviços como o nosso, onde o acesso ao nefrologista é
garantido e fácil, os pacientes são encaminhados tardiamente a este profissional
acarretando piores indicadores clínicos e laboratoriais que estão reconhecidamente
associados a maior taxa de morbidade , mortalidade e internações hospitalares gerando
maiores custos portanto a atitude de busca ativa de pacientes portadores de doença
renal crônica e seu rigido controle é essencial para garantir um tratamento de melhor
qualidade.
PO027
PERFIL DE PACIENTES QUE INICIARAM HEMODIÁLISE (HD) EM UM
SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
LESSI, D(1); LEIMAN, B(2); KRAUSS, L(2); BREGMAN, R(3);
Hospital Municipal Souza Aguiar(1); Escola Nacional de Saúde Pública(2);
Universidade do Estado do Rio de Janeiro(3);
A maioria dos pacientes que inicia HD em nosso Município o fazem através de HD
de urgência. Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HÁ) são as principais
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
31
04-PO-14/9
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14 de setembro de 2008 - Domingo
causas de doença renal crônica (DRC) da atualidade; porém se tratadas a progressão
da doença renal pode ser lentificada. Objetivo: conhecer o perfil de uma população
que iniciou HD de urgência devido a DM e /ou HÁ em um hospital municipal
referência do Rio de Janeiro. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de
pacientes que iniciaram HD pela primeira vez entre Janeiro e Dezembro de 2006 no
HMAS. Incluídos apenas pacientes com DM e/ou HÁ que vieram à emergência com
queixa indefinida e o diagnóstico feito no atendimento. Resultados: Média + DP.
Analisados 427 prontuários de pacientes que iniciaram HD de urgência. Destes 97
(22,7%) preenchiam os critérios de inclusão; 50% apresentavam DM e 50% HÁ,
54% eram do sexo masculino, 36% brancos, 22% negros e os demais não brancos e
não negros, idade= 55 + 8 anos. Exames laboratoriais do primeiro atendimento
mostravam creatinina= 11,5 +3,3 mg/dl, Uréia=255 + 21 mg/dl, Hematócrito=25 +
4%, Potássio = 5,8 + 1,1 mEq/L. Pelo menos uma hemocultura foi realizada em 57%
dos pacientes; 81% fizeram uso de pelo menos um antibiótico devido à infecção do
cateter de duplo lúmen. Os pacientes permaneceram em média 116 dias neste serviço
até a transferência para uma clínica satélite, devido à indisponibilidade de vagas. Ao
final de 1 ano 35% evoluíram para óbito; em média após 49 dias. A mortalidade foi
maior no grupo DM 44% vs 25% no grupo HÁ. Estes indivíduos apresentavam
anemia e níveis elevados de uréia e creatinina, configurando um quadro tardio de
início da HD, além de não possuírem acesso permanente; características que
contribuíram para a elevada mortalidade ao final de 1 ano de HD. Conclusão: A DRC
pode ser prevenida ou postergada em portadores de HÁ e DM. Políticas visando o
tratamento precoce da DRC devem ser implementadas para impedirmos que,
indivíduos com estas patologias necessitem de HD de urgência sobrecarregando e
onerando o sistema de saúde, além de resultar em alta mortalidade, especialmente
para a faixa etária observada.
PO028
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA, CAPACIDADE FÍSICA E
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL
CRÔNICA PRE-DIALÍTICA.
FARIA, RS(1); SILVA, VSA(1); REBOREDO, MM(1); FERNANDES, NMS(1); BASTOS,
MG(1); CABRAL, LF(1);
Universidade Federal de Juiz de Fora(1);
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) cursa com perda progressiva e irreversível
das funções renais. Com seu avanço, surgem manifestações clínicas em vários sistemas.
No presente estudo, caracterizamos a função respiratória, a capacidade física e a
qualidade de vida de portadores de DRC em fase pré-dialítica. Métodos: Foram avaliados
12 pacientes não fumantes sem doenças respiratórias, cardíacas, infecções e pertencentes
ao Programa de Prevenção às Doenças Renais (PREVENRIM – NIEPEN da Fundação
IMEPEN e UFJF). Foram submetidos à avaliação da função respiratória através da
espirometria e manovacuometria, da capacidade física pelo teste de caminhada de seis
minutos (TC6M) e da qualidade de vida pelo questionário SF-36. Além disso, dados
clínicos e laboratoriais relevantes foram coletados dos prontuários. Resultados: Três
pacientes apresentaram distúrbio ventilatório leve, seis apresentaram queda superior a
25% na ventilação voluntária máxima (VVM) e no volume de reserva expiratório (VRE)
e quatro apresentaram redução na força muscular respiratória. Um paciente apresentou
baixa tolerância ao exercício físico. Os domínios estado geral da saúde e vitalidade
apresentaram médias inferiores a 75. Além disso, houve diferença entre os valores de
hemoglobina e fósforo entre os diferentes estágios de DRC e correlações entre valores
espirométricos, de capacidade física e de força muscular respiratória. Conclusão: A DRC
desde seus estágios iniciais pode afetar a função respiratória e a qualidade de vida destes
indivíduos. Estes dados sugerem que os pacientes nos estágios iniciais da DRC
apresentam alterações que podem ser abordadas ainda nesta etapa.
Descritores: Doença renal crônica. Função respiratória. Capacidade física. Qualidade de
vida. Pré-diálise.
PO029
VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA EM PACIENTES EM DIÁLISE
SILVEIRA, SADJ(1); RASPANTI, EO(1); VIEIRA, OMN(1); MOYSES, MN(1); NARDIN,
MEP(1);
Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto (SENERP)(1);
Objetivo: Como a vacina contra febre amarela utiliza vírus vivo atenuado, o objetivo
foi avaliar a incidência de efeitos adversos em pacientes portadores de insuficiência
renal crônica em diálise. Material e Métodos: estudo retrospectivo feito através da
elaboração de um questionário com base nos principais sinais e sintomas relatados após
a vacinação contra febre amarela, e as razões pelas quais eles teriam sido vacinados.
Esse questionário foi aplicado a uma população de 308 pacientes portadores de
insuficiência renal crônica em tratamento dialítico (hemodiálise (HD) e diálise
peritoneal (PD). Foram verificados os exames laboratoriais colhidos rotineiramente
durante o período pós vacinação. Resultados: dos 308 pacientes pesquisados, 64
estavam em programa de PD, e apenas 01 paciente, submeteu-se à vacinação, por medo
da “epidemia relatada na mídia”, não apresentando qualquer evento adverso. Os
demais 244 pacientes, eram submetidos ao programa de HD, e 37 pacientes
submeteram-se à vacinação. Desses, 14 eram do sexo feminino e 23 eram do sexo
masculino. Dos 37 pacientes, um vacinou-se por motivo de viagem para zona endêmica
e os demais 36, devido a possível “epidemia relatada na mídia”. Dos 37 pacientes, 04
relataram efeitos adversos, sendo 2 pacientes com efeitos sistêmicos (febre,
indisposição, artrite/eritema migratórios) e 2 com efeitos locais (dor no local da
inoculação da vacinação).Não houve nenhuma alteração laboratorial no período pós
vacina inclusive da TGO. Conclusão: os mais diferentes trabalhos, mostram uma
incidência de efeitos adversos pela vacinação contra febre amarela, oscilando entre 5 a
10%. Em nossa amostra, a incidência de efeitos adversos naqueles vacinados, não
diferiu da população em geral.
32
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO030
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NA
UNIDADE DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS –
DIVINÓPOLIS-MG.
SILVA,DG DE L.; LARANJO, M DE C.; RESENDE, PC.
Hospital São João de Deus(1);
Objetivos: Minimizar o impacto da doença no paciente e sua família; favorecer ao
paciente aquisição de uma nova percepção sobre sua realidade; melhorar a qualidade
de vida atual mesmo com suas limitações; proporcionar uma melhor adaptação do
paciente ao tratamento; favorecer uma melhora da auto-estima; realizar um trabalho
de escuta dos medos e ansiedades buscando sua diminuição ou eliminação. Material
e métodos: Pacientes expostos ao impacto de um diagnóstico de uremia e tratamento
pelo rim artificial apresentam sofrimentos psíquicos que se manifestam sob a forma
de depressão, angústia, e uma espécie de aniquilamento dos desejos, que sinalizam
para um nível empobrecido de vida. A falta de projetos de vida expressa nas frases
de parte substancial de indivíduos abordados evidencia a ausência de uma causa que
sustente o desejo. Sendo a psicanálise a clínica da falta, e a partir desse pressuposto,
busca causar, concluímos ser este um instrumento teórico adequado para escutar
esses pacientes. Nesse sentido, o trabalho do psicólogo, intervindo em cada caso,
poderá favorecer a busca de um projeto vital realístico que dê sentido à vida e resgate
o sujeito, retificando-o subjetivamente. Resultados e Conclusão: Considerando que
não há tratamento oferecido que irá assegurar a cura e nem o retorno à saúde,
instalando uma situação traumática que bruscamente modificará a relação do
paciente com seu corpo, físico, orgânico e social tornando-se imprescindível à
presença do psicólogo. A desorganização biológica põe em marcha elementos
psíquicos que, até então, não se suspeitava. A doença pode corresponder a uma
dolorosa ofensa ao sujeito, até então, imortal e invencível. E tal conseqüência pode
ser ouvida ainda à cabeceira do leito. Requer pontuação e atenção. Cabe ao psicólogo
a tarefa de ser quem ouve as demandas ali apresentadas. Enfim, o psicólogo não é
aquele que tem as respostas para a dor e o sofrimento do paciente, acolhe a dor,
aceita a recusa e marca as possibilidades, na medida em que "aposta" que a
linguagem levará o sujeito a encontrar sua "escolha" abrindo caminho para o
surgimento do desejo.
PO031
TREINAMENTO MUSCULAR PERIFÉRICO (TMP) DURANTE A
HEMODIÁLISE (HD) EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
(DRC).
LUCIANA CORRÊA, REJANE NEVES, FRANCINI CANTARELLI DA CUNHA, LAURA
SEVERO DA CUNHA.
Hospital Moinhos de Vento(1);
Introdução: A terapia dialítica é capaz de prolongar a vida de pacientes com DRC,
entretanto, não evita prejuízos determinados pela patologia de base e pelo próprio
tratamento. O TMP pode promover a redução dos sintomas relacionados e a melhora
funcional. 0bjetivo: Avaliar os efeitos do TMP na capacidade funcional e na qualidade
de vida nestes pacientes. Metodologia: Ensaio clínico pareado. Estudou-se 7 indivíduos,
com idades entre 29 e 84 anos, portadores de DRC. Os sujeitos foram avaliados antes e
após o protocolo por meio do Teste da Caminhada dos 6 minutos (TC6), Questionário
de Qualidade de vida SF36(QQVSF36) e pelo Teste de 1RM para extensores de joelho,
a cada 12 sessões. Tempo aplicação protocolo: 4 meses, na freqüência de 2x/semana,
após 45 minutos de início e antes dos últimos 45 minutos finais da sessão de HD, em
função da instabilidade clínica decorrente da rápida perda de volume. Pacientes com
maior volume a perder foram atendidos logo no início da sessão. A carga utilizada foi
de 50% da obtida no teste de 1RM; em 3 séries de 10 repetições; para resistência
utilizou-se 30% da carga obtida no teste, no grupo de extensores de joelho. Foram
trabalhados todos os grupos musculares de membros inferiores (MI) além dos
abdominais e glúteos com exercícios isométricos e isotônicos livres de carga. Análise
estatística: Teste t de Student e de Wilcoxon Signed Ranks. Resultados e conclusões:
Dos pacientes, 70% eram do sexo masculino, com media de idade de 54 anos. Antes e
após as 30 sessões, foram observadas as seguintes medidas (média ±DP): carga tolerada
por MID, 4,7±3,03 vs. 6,1±2,54Kg; por MIE 4,8±3,13 vs. 6,2±2,75Kg, p<0,05. O QQV
mostrou melhora nos domínios: limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de
saúde e vitalidade. No TC6 não foi verificado melhora. O TMP nestes pacientes durante
a HD é capaz de promover aumento de força muscular de MI, além de alterar
positivamente domínios referentes a qualidade de vida e tornar útil o tempo em que o
paciente está em terapia.Como desfechos secundários observamos, através do relato dos
pacientes, redução da dor em membros inferiores e, redução das câimbras e da necessida
de medicação de medicação para controle deste sintoma.
PO032
PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) EM POPULAÇÃO DE
RISCO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBS) NA ZONA LESTE DE SÃO
PAULO.
DOREA, E L(1); EPSTEIN, M(1); BALBO, J(1); EUG NIO, W(1); BETIOL, R(1);
Universidade Cidade de São Paulo(1);
A DRC constitui-se atualmente em um problema de saúde pública no Brasil e no
mundo. Estima-se que exista cerca de 1,2 -1,5 milhão de pessoas com DRC no Brasil.
Estudo realizado na cidade de Bambuí demonstrou prevalência de creatinina alterada
em 5,09% da população acima de 60 anos. Objetivos: Determinar as taxas de DRC em
uma população de risco (hipertensão arterial (HA), diabetes mellitus (DM), com
história familiar de DRC e maiores de 60 anos) de pacientes tratados nas UBS da zona
leste de São Paulo. Materiais e Métodos: Determinou-se o ritmo de filtração
glomerular (RFGe) através do uso da fórmula com quatro variáveis da “Modification
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 33
Pôsteres
Diet in Renal Disease” (MDRD) em pacientes selecionados pelos fatores de risco.
Considerou-se com DRC todo indivíduo com RFGe menor que 60ml/min/1,73m2.
Resultados: 929 pacientes com idade entre 18-92 anos foram avaliados. Destes, 543
(58,4%) eram do sexo feminino; 87,1% (809) brancos; 670 apresentavam diagnóstico
de HA (72,1%); 32,5% DM e 223 tinham DM e HA (24%). O RFGe variou de 5 a 205
ml/min/1,73m2. DRC foi observada em 6,35% da população estudada com idade entre
49-92 anos, sendo 13 negros (22%). 53 pacientes apresentaram DRC classe funcional
(CF) III (89,8%); 5 (8,5%) CF IV e 1,7% CF V. Desses, 30,5% tinham DM, 89,8% HA
e 25,4% tinham diagnóstico de DM e HA. Conclusão: As Sociedades de Nefrologia
recomendam o rastreamento de DRC em todo indivíduo com fator de risco para a
mesma. Limitando-o para a população de risco, estima-se identificar cerca de 93% dos
indivíduos com DRC. Em nosso estudo observou-se uma prevalência de DRC de
6,35%, similar a de outros estudos. A identificação e o encaminhamento mais precoce
da DRC ao nefrologista está associada a uma menor progressão da doença, controle
mais adequado e maior sobrevida. Faz-se necessário maior reconhecimento por parte
dos médicos através da maior utilização das equações de estimativas, como a MDRD,
para um rastreamento mais adequado desta doença, que gera gastos consideráveis para
a saúde pública.
PO033
PERCEPÇÃO DOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE ACERCA DA DOENÇA
RENAL CRÔNICA E DOS CUIDADOS NECESSÁRIOS
HELENA HEMIKO IWAMOTO, KARINY BEATRIZ CAIADO DE FREITAS, MARÍLIA
MACIEL, JORDNIA LUMÊNIA TAVARES, CAROLINE FREITAS SILVA, HELGA
MARIZIA SOARES.
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
O presente estudo tem como objetivo Identificar a percepção que os pacientes em
tratamento hemodialitico têm sobre os cuidados necessários em relação à doença, dieta,
ingestão de líquidos e medicação. Trata-se de um estudo descritivo realizado com 32
pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise), na Unidade de Terapia Renal
(UTR) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM), localizada no município de Uberaba - MG. A coleta de dados foi realizada
com a utilização de um instrumento semi-estruturado. Para a análise dos dados foi
criado um banco de dados (Excel). Todos os 32 pacientes entrevistados durante os
meses de maio e junho de 2008 faziam a hemodiálise três vezes por semana. Destes
apenas um paciente não apresentava condições físicas para responder às questões
referentes à percepção sobre sua saúde. Verificou-se que 22(68,7%) dos pacientes
referem seguir corretamente a dieta orientada pela equipe da unidade, 26(81,2%) fazem
controle da ingestão de líquidos por meio da quantificação de copos (tipo americano)
utilizados por dia. A maioria dos pacientes disseram não ter dúvidas quanto aos
cuidados domiciliares necessários e apenas 9(29,03%) demonstraram a necessidade de
obter algumas informações acerca da doença renal crônica e suas complicações. Dentre
elas destacam-se: as causas da Insuficiência Renal Crônica (IRC), a influência dos
suplementos alimentares, efeitos das medicações em uso e quais são as possibilidades
e as dificuldades a realização de transplante renal. Ressalta-se que alguns destes
pacientes disseram ter dificuldade para assimilar ou compreender as informações
recebidas. Essa dificuldade pode estar atrelada ao baixo nível de instrução, uma vez
que 23(71,87%) dos entrevistados têm o 1º grau incompleto. Observa-se que a maioria
dos pacientes mostraram conhecer a importância de seguir corretamente a dieta, de
fazer o controle hídrico e as limitações para o transplante renal. Como ainda 2/3 dos
pacientes têm dúvidas em relação à IRC é importante que a equipe de saúde da unidade
estabeleça um método de orientação de mais fácil compreensão.
PO034
CAMPANHA PREVINA-SE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS MORADORES
DA VILA FÁTIMA, PORTO ALEGRE/RS
PEDRAZZA, EL(1); ROCHA, SR(1); SGNAOLIN, V(1); SIQUEIRA, SL(1); SCHAFF,
CM(1); CARON-LIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1);
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1);
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINASE com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais e seus sintomas,
realizando exames de triagem para detecção precoce destas. Objetivos: Realizar o
rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil
epidemiológico desta população e sua relação com risco de desenvolvimento de doença
renal crônica (DRC). Materiais e Métodos: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi
utilizada, no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e
familiar; verificação da pressão arterial, medidas antropométricas e análise do exame
qualitativo de urina. Resultados: Esta atividade contou com a participação voluntária de
128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres
87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo
(nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; ≥ 12 anos
4,7%; ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%;
2 a 5 – 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio
foi de 4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar
positiva para hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV)
(61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a história
clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas 21,9%;
sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%; Conclusão: Com
base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde têm um grande
desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de doenças crônicas
observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas de DRC. Portanto,
é importante a união dos saberes das diferentes profissões, a fim de que a saúde torne-se
uma realidade também para estas populações menos favorecidas.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO035
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO CAMPUS APROXIMADO VILA
FÁTIMA - CAMPO DE SABER E PRÁTICA: NEFROLOGIA
SIQUEIRA, SL(1); SGNAOLIN, V(1); ROCHA, SR(1); SCHAFF, CM(1); CARONLIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1);
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1);
Os crescentes avanços obtidos na área da saúde têm tornado evidente a necessidade
da especialização profissional como complementação dos cursos de graduação. Neste
contexto, o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da PUCRS, foi
criado para enfrentar o desafio de qualificar profissionais do campo da saúde,
tornando-os capazes de aceitar a existência de alternância de saberes e práticas de
cada núcleo constituidor das profissões e de promover atenção integral à saúde.
Dentre os campos que constituem esse projeto, o da Nefrologia compreende uma
equipe constituída por duas enfermeiras, duas nutricionistas e uma farmacêutica, que
atuam sob a orientação de uma preceptora. A área de atuação pretende ampliar e
complementar a formação dos profissionais possibilitando a prestação de assistência
na área nefrológica de forma sistematizada, crítica e científica. A equipe está atuando
na Unidade de Atenção Básica do Centro de Extensão Universitária Vila Fátima
(CEUVF), mantendo as estratégias de aprendizagem e considerando as necessidades
da população. A atuação da equipe multiprofissional, no CEUVF, possibilita a
colocação em prática de projetos, como o Grupo dos Pacientes Acompanhados, que
presta assistência domiciliar periódica a indivíduos impossibilitados de acesso à
Unidade de Saúde. O grupo é composto por 12 pacientes que apresentam fatores de
risco para o desenvolvimento de doença renal crônica, sendo a atuação da equipe de
nefrologia muito importante para a prevenção e detecção do dano renal, fornecendo,
ainda, orientações que possibilitam a prestação de um atendimento individualizado
levando em consideração o contexto bio-psico-social e econômico no qual o paciente
está inserido. Deste modo, essa vivência auxilia nossa formação, capacitando-nos para
um trabalho em conjunto com outros profissionais da saúde, possibilitando uma
abordagem mais eficaz dos fatores determinantes do processo de saúde-doença, ao
mesmo tempo em que nos torna profissionais aptos a atuar dentro dos princípios do
Sistema Único de Saúde.
PO036
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA VACINAL CONTRA O VÍRUS B DA HEPATITE
EM DIÁLISE
MAIOLINO, JZ(1); ZAQUEO, JB(1); SOUZA, SMS(1); NETO, APD(1); LELLO
SANTOS, FR(1);
Hospital Universitário Alzira Velano(1);
Introdução: pacientes mantidos em diálise compreendem um grupo de alto risco para
hepatite do vírus B (HBV). Embora a imunização ativa contra o HBV seja realizada
rotineiramente, esta população apresenta uma reduzida taxa de soroconversão. Objetivo:
neste estudo retrospectivo, analisamos características clínicas e laboratoriais de pacientes
com resposta positiva (respondedores) e negativa (não respondedores) a vacinação contra
o HBV. Material e métodos: Foram envolvidos nesta análise 79 pacientes, sendo 41
homens e 38 mulheres, com idade de 23 a 89 anos (54,4±15,1), mantidos em diálise entre
10 e 142 meses (48,9±29,8). Estes pacientes receberam vacinação contra o HBV (40µg
SC) nos dias 0, 30, 60 e 180. A resposta vacinal foi demonstrada com soroconversão
positiva, ou seja, titulação de AntiHbs>10mU/ml. Resultados: Vinte e oito pacientes
(35,4%) não responderam efetivamente a imunização contra o HBV. Na comparação
entre respondedores e não respondedores, não foram encontradas diferenças entre idade
(52,5±14 vs. 57,9±16,7 anos), tempo em diálise, eficiência dialítica (Kt/V 1,7±0,5 vs.
1,6±0,5), aporte protéico (nPNA 1,2±0,4 vs. 1,17±0,4), hematócrito (32,4±6,5 vs.
30,8±6,1%), albumina sérica (3,8±0,5 vs. 3,8±0,3 mg/dl) e doença de base (diabéticos vs.
não diabéticos). Conclusão: Não foram encontradas diferenças significativas entre os
parâmetros utilizados para comparar eficácia vacinal de respondedores e não
respondedores. Esquemas vacinais diferenciados são necessários devido ao estado de
imunodeficiência presente nesta população.
PO037
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS PRESSÓRICOS DE UMA AMOSTRA DA
POPULAÇÃO DE MORADORES DA VILA FÁTIMA- PORTO ALEGRE/RS.
SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; ROCHA, SR; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul(1);
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é fator de risco para o desenvolvimento da doença
renal crônica (DRC). Por isso, rastrear hipertensos precocemente é prevenir o
aparecimento desta doença. Objetivos: Avaliar a pressão arterial (PA), história clínica
(HC) e história familiar (HF) de uma amostra da população de moradores da Vila FátimaPorto Alegre/RS. Materiais e métodos: Como parte da Campanha PREVINA-SE, foi
utilizada a ficha de rastreamento indicada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia
(SBN), avaliando uma medida de PA, HC e HF relatadas. A coleta de dados foi realizada
no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. O valor limítrofe de PA utilizado foi de 130 mmHg para Pressão
Arterial Sistólica (PAS) e de 90 mmHg para Pressão Arterial Diastólica (PAD) conforme
as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2006. Resultados: A amostra do
estudo foi composta por 128 voluntários adultos, com idade média de 47,60±16,98 e
87,40% eram mulheres. Declararam não ser hipertensos 53,50% da população, e, destes,
11,72% apresentaram PAS e/ou PAD elevadas (≥ que 130/90 mmHg). Enquanto que
46,50% relataram ser hipertensos e, destes, 30,47% apresentaram PAS e/ou PAD
elevadas. A distribuição percentual dos fatores de risco encontra-se discriminada no
quadro abaixo:
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
33
04-PO-14/9
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14 de setembro de 2008 - Domingo
Pôsteres
PO040
Fumantes
Uso de álcool
Sedentarismo
HF de HAS
HF de DCV
Hipertensos (n=59/46,5%)
12 (20,27%)
13 (20,03%)
34 (58,00%)
39 (66,10%)
37 (63,00%)
Não Hipertensos (n=68/53,50%)
24 (35,30%)
14 (20,60%)
52 (70,50%)
48 (70,60%)
43 (63,23%)
Conclusão: Um terço dos indivíduos analisados que relataram ser hipertensos não
apresentaram PA controlada, o que pode sugerir má adesão ao tratamento. Em função da
presença de fatores de risco e baseado nas V Diretrizes da SBH, observamos que há risco
para o desenvolvimento de HAS nos participantes que relataram PA normal. Por isso, se
mostra necessária a intervenção não-medicamentosa nestes grupos, a fim de evitar o
desenvolvimento da patologia.
PO038
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE INFLAMAÇÃO E DISLIPIDEMIA NA
DOENÇA RENAL CRÔNICA EM DIÁLISE.
SIMÕES, FA(1); FILHO, FSM(1); BARRETO, MM(1); GOMES, CLS(2); LEMOS,
MM(1,2); LEMOS, VM(1,2);
Faculdade de Medicina de Campos(1); Pró-Rim - Clínica de Doenças Renais(2);
Introdução: As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria dos óbitos
na doença renal crônica (DRC). Diversos fatores são determinantes do maior risco
cardiovascular nesse grupo, entretanto, a relação entre inflamação e dislipidemia na
DRC tem sido discutida. Objetivo: Estudar a relação entre inflamação e
dislipidemia na DRC dialítica e fatores associados. Material e métodos: Estudados
101 pacientes (51%feminino, 54±12anos), 37(3,4–186) meses em diálise, na PróRim – Clínica de Doenças Renais. Incluídos todos os pacientes com mais de 18
anos, 3 meses ou mais em diálise, que assinaram o termo de consentimento.
Excluídos os pacientes com febre, infecção recente ou uso de cateter temporário na
ocasião do estudo. Coletada amostra de sangue total, após jejum de 12 horas; A
proteína-C reativa (PCR) ultra-sensível foi determinada por nefelometria e o perfil
lipídico por método enzimático/química seca/equação de Friedewald. Resultados: A
prevalência de inflamação (PCR≥ 0,8g/dL) foi 28,7%, enquanto 59(58,4%)
pacientes apresentaram LDL-colesterol elevado e 92,1% apresentavam uma ou mais
variáveis do perfil lipídico acima dos limites recomendados. A PCR se
correlacionou com glicose (R=0,26; p=0,01), percentual de redução de uréia (PRU)
(R= -0,24; p=0,02), HDL (R= -0,22; p=0,026), LDL (R=0,21; p=0,033) e idade
(R=0,21; p=0,044). O LDL-colesterol variou em função do IMC (R=0,42; p<0,001)
e da glicose (R=0,31; p=0,001) e entre os pacientes com LDL≥ 130mg/dL
houve maior prevalência de anemia (58,1 vs 32,8%; p=0,02) e pacientes inflamados
(44,1 vs 20,9%; p=0,015). As mulheres apresentaram maior IMC, colesterol total e
LDL, enquanto os diabéticos apresentavam tendência a maior PCR e idade. Não
houve associação entre inflamação e outros parâmetros da DRC. Na análise
multivariada, o PRU foi o único determinante independente da PCR (β = 0,22; p=0,034) enquanto a glicemia (β =0,21; p=0,037) e o IMC (β
=0,35; p=0,001) foram os fatores determinantes do LDL-colesterol. Conclusão:
Dislipidemia é mais prevalente que inflamação na população em diálise. Existe
associação entre tais marcadores, no entanto, tal associação é explicada por outras
variáveis, tais como glicemia e sexo.
PO039
CREME DE CAPSAICINA NO TRATAMENTO DO PRURIDO URÊMICO –
RELATO DE 2 CASOS
LEMOS, MM(1,2); LEMOS, VM(1,2);
Faculdade de Medicina de Campos(1); Pró-Rim - Clínica de Doenças Renais(2);
Introdução: Prurido é queixa comum entre pacientes em hemodiálise. Sua etiologia é
multifatorial, todavia, muitas vezes não é possível identificar um fator causal e o
prurido é refratário ao tratamento convencional inespecífico. A capsaicina é um
agente analgésico tópico que atua através da depleção da substância-P na epiderme,
sendo esta fundamental na percepção da dor e do prurido. Objetivo: Relatar 2 casos
de prurido idiopático em que foi usada a capsaicina. Material e métodos: Foram
tratados 2 pacientes do sexo masculino, que apresentavam prurido refratário ao
tratamento convencional e sem fator causal aparente. Usada a capsaicina creme a
0,075%, 2x/dia, após orientações específicas quanto aos cuidados com olhos e
mucosas. Resultados: MB, 54 anos, há 8 anos em hemodiálise, hematócrito 41%,
fósforo: 4,2mg/dL, cálcio total: 10,1mg/dL, produto cálcioX fósforo: 42mg/dL2,
PTHi variando entre 76 – 87pg/mL, Uréia pré: 139mg/dL, uréia pós: 49mg/dL, fístula
arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona, sem lesões cutâneas ou
xerose significativa. Utilizou diversos emolientes e anti-histamínicos, sem melhora.
Usou o creme de capsaicina por um tempo total de 8 semanas, notando melhora
significativa do prurido ao final da 2ª semana e ausência do prurido ao final da 4ª
semana. JBF, 60 anos, há 4 anos em hemodiálise, hematócrito: 41%, fósforo: 3,6
mg/dL, cálcio: 8,5 mg/dL, produto cálcio X fósforo: 31mg/dL2 Uréia pré: 110mg/dL
e uréia pós: 57mg/dL, fístula arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona,
sem lesões cutâneas ou xerose significativa. Também utilizou emolientes e antihistamínicos, sem melhora. O creme de capsaicina foi utilizado por um tempo total de
2 meses, entretanto, apresentou hiperestesia cutânea no momento das aplicações, o
que nos levou a reduzir a concentração da capsaicina à metade. A partir de então,
relatou melhora da hiperestesia e melhora parcial do prurido, que o paciente
quantificou em 70%. Conclusão: A capsaicina é uma alternativa de baixo custo, eficaz
no tratamento do prurido idiopático em diálise. A hiperestesia após aplicação é
reversível com a diminuição da concentração da capsaicina, embora possa atenuar
também o benefício do tratamento.
34
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
A FISIOTERAPIA NO TREINAMENTO FÍSICO DE DOENTES RENAIS
CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE
AGUIAR CF(1); CERQUEIRA CG(1); ROCHA JRC(1);
CDR(1);
Portadores de doença renal crônica(DRC) em hemodiálise(HD) apresentam redução da
capacidade física funcional.O treinamento físico(TF) de reabilitação visando ganho de
força muscular é determinante na melhora da aptidão cardiopulmonar, do estado geral e
na reintegração social. Este estudo objetiva analisar as repercussões de um programa de
TF com exercícios de força e resistência muscular de intensidade progressiva antes e
durante as sessões de HD por 11 meses. Foram incluídos 7 pacientes de 35-77anos em
HD entre 1,2-21anos.Todos dialisam 3 vezes/semana na CDR Policlínica RJ. O
programa incluiu 10 exercícios de fortalecimento para principais grupos musculares
determinando-se individualmente o número de repetições realizadas adequadamente e
sem desconforto.Foram colhidas anamnese e avaliação física inicial, e medidos a força
dos principais músculos através do Teste Muscular Manual e o pico de fluxo
expiratório(PFE) no aparelho expiratório portátil. A creatinina e uréia foram obtidas em
exames mensais padronizados.Estimou-se o ritmo de filtração glomerular pela fórmula
de Cockcroft-Gault. O cálculo do ktv não demonstrou diferença significativa na
eficiência da HD. Todos apresentaram ganhos na força e resistência muscular
evidenciado pelo aumento progressivo da carga e do número de repetições dos exercícios
propostos. No início do estudo o TF foi executado sem carga com 8-10 repetições de cada
exercício, e ao final dos 11 meses 6 pacientes realizavam 20 repetições com carga de
1,0kg, e 1 realizava 15 com 0,5kg. O PFE do grupo avaliado no 1º e 11º meses apresentou
valores médios de 265,71±144,43L/min e 360±122,06L/min, com um aumento médio de
38,32% relacionado ao ganho na força muscular expiratória. A partir dos resultados
obtidos e com base na bibliografia podemos considerar os benefícios da fisioterapia no
TF de força e resistência muscular, associado à melhora do condicionamento físico e à
qualidade de vida do paciente em HD. Apesar dos achados clínicos positivos, estudo em
grupos pequenos não permite demonstração numérica significativa. Novas pesquisas são
necessárias para confirmar os achados relacionados ao TF na DRC.
PO041
AVALIAÇÃO DE MARCADOR DE DOENÇA VASCULAR PERFIFÉRICA EM
PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) EM TRATAMENTO
CONSERVADOR
COUTINHO VFF(1); NEVES MF(1); LEMOS CC(1); GISMONDI R(1); OIGMAN
W(1); BREGMAN R(1);
Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1);
As doenças cardiovasculares (DCV) são complicações freqüentemente observadas e
constituem a principal causa de óbito nos portadores de DRC. A importância da
identificação precoce de marcadores de doença vascular periférica é fundamental, pois
medidas de tratamento são mais eficazes nesta fase. Objetivo: Identificar alterações
estruturais e funcionais na microcirculação e nas artérias de médio e grande calibre
utilizando método não-invasivo em pacientes com DRC em tratamento não-dialítico.
Pacientes e Métodos: Avaliados 51 pacientes com DRC, sendo 68,6% hipertensos e 25,4%
diabéticos que foram divididos em 2 grupos de acordo com o valor do Índice TornozeloBraço (ITB). O ITB consiste num método não invasivo, de baixo custo e fácil execução,
que avalia a presença de doença vascular periférica através de um fluxômetro ultra-sônico.
A maior pressão aferida numa das artérias que alcançam o pé (artérias pediosa ou tibial
posterior) é dividida pela mais elevada pressão sistólica encontrada numa das artérias
braquiais. Esse procedimento foi feito para os dois pés e a razão encontrada é o ITB. A
filtração glomerular (FG) foi estimada pela equação do MDRD. Resultados: Os dados são
apresentados como média+ DP. Apresentaram ITB<0,9, 8 pacientes (15,6%). Neste grupo
com doença arterial periférica, ITB foi de 0,75±0,14, e a idade = 68±10 anos, sendo 50%
hipertensos e 50% diabéticos e todos do sexo masculino; FG= 36+7ml/min. A pressão
arterial sistólica (PAS) = 137 ± 14 mmHg e 83 ± 11mmHg de diastólica, sendo que 62%
usavam inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA), 37% bloqueador do
receptor da angiotensina (BRA) e 50% em uso de estatina. No outro grupo com ITB
normal, ITB = 1,06±0,11, idade = 66±9 anos, sendo 65% hipertensos e 21% diabéticos,
27 masculinos e 16 femininos, FG= 32+11ml/min. A PAS= 134 ± 16 mmHg e PAD= 82
± 9 mmHg, sendo 79% em uso de IECA, 9% BRA e 27,6% em uso de estatina. Conclusão:
A prevalência de doença arterial periférica foi baixa nesta amostra de pacientes com DRC.
A FG não foi diferente entre os grupos, e os níveis de PA também foram semelhantes.O
grupo com doença arterial apresentou maior incidência de DM e foi composto somente de
homens, podendo sugerir que esta associação seja um fator de risco.
PO042
ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE COLETA DE HEMOCULTURA EM
UNIDADE DE HEMODIÁLISE
SGNAOLIN, V(1); ELIAS, LS(1); FIGUEIREDO, AE(1);
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1);
O tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) representa um problema de saúde pública
de grande magnitude e relevância. Nos últimos anos vem se observando um acentuado
desenvolvimento tecnológico na área de nefrologia, com repercussão direta no
tratamento das pessoas portadoras de DRC, mas apesar disso, ainda, são encontrados
altos índices de infecção associados ou não ao uso de cateter nesses pacientes. De modo
geral, estima-se que 13% dos pacientes em hemodiálise são regularmente tratados com
cateteres de uso temporário ou permanente, sendo importante ressaltar que as infecções
associadas ao cateter correspondem a 20% de todas as complicações dos acessos
vasculares, o que demonstra uma alta incidência. Objetivos: Elaborar um protocolo e um
fluxograma para padronização do procedimento de coleta de hemocultura e desenvolver,
posteriormente, um treinamento com a equipe do Serviço de Nefrologia do Hospital São
Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Materiais e Métodos:
Realizou-se um levantamento bibliográfico para a elaboração de um protocolo, no qual
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Page 35
Pôsteres
são compreendidas as indicações clínicas e o procedimento técnico para coleta de
hemoculturas. O fluxograma é a descrição por etapas dos passos a serem seguidos.
Resultados: O instrumento referido caracteriza-se por um roteiro para padronização da
coleta do exame de hemocultura, que aborda desde o quadro clínico sugestivo de
pirogenia e febre até a técnica detalhada para coleta, contemplando também orientações
sobre o local recomendado e número de amostras necessárias, finalizando com o envio
das amostras para o Laboratório de Microbiologia. Conclusão: Neste sentido, as práticas
assistenciais dos serviços de hemodiálise devem estar apoiadas em um conjunto de
atividades criteriosamente estabelecidas e padronizadas, a fim de reduzir a variabilidade
de execução de um mesmo procedimento. Após, a implementação desse protocolo será
avaliado o impacto da padronização desta técnica na melhoria do diagnóstico das
infecções sanguíneas para os pacientes com DRC, levando sempre em consideração que
as infecções de corrente sanguíneas são indiscutivelmente graves e com alta letalidade.
PO043
RELAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO EXAME QUALITATIVO DE URINA COM
OS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA
SGNAOLIN, V; PEDRAZZA, EL; CARON-LIENERT, RS; SCHAFF, CM; SIQUEIRA,
SL; ROCHA, SR; FIGUEIREDO, AE.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Objetivos: Analisar as alterações no exame qualitativo da urina (EQU), identificando os
indivíduos que se enquadram nos grupos de risco para Doença Renal Crônica (DRC).
Materiais e Métodos: Utilizou-se para o rastreamento uma ficha padronizada, sendo
realizada também a análise físico-química da urina dos participantes da Campanha
PREVINA-SE, que ocorreu na Vila Fátima, Porto Alegre/RS. Resultados: O número total
de participantes foi de 128 pessoas, com maior prevalência de mulheres (87,4%) e idade
média de 47,60±16,98. A presença de alguns fatores de risco para DRC foi observada,
tais como: história clínica de Diabetes Mellitus (DM) (12,5%) e Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) (46,5%), e história familiar de DRC (24,4%). Dentre as 16 amostras de
pessoas com história clínica de DM, em 7 dessas (43,7%) constatou-se a presença de
glicose na urina. Entre as 14 pessoas com história clínica de DRC, 4 amostras (28,6%)
continham proteínuria; já nas amostras das 114 pessoas sem história clínica de DRC, em
22 (19,3%) foi encontrado resultado positivo para proteína na urina dos pacientes. Foram
registradas também 60 pessoas com história clínica de HAS, dessas, 12 amostras (20,0%)
estavam com proteínuria e 23 (38,3%) com hematúria; além disso, das 83 pessoas com
histórico familiar de HAS, 18 delas (21,7%) estavam com proteínuria; e quando
comparadas as 39 amostras de pessoas que possuíam tanto história clínica quanto história
familiar de HAS, em 10 (25,6%) foi constatada a positividade para proteína na urina. Das
13 pessoas com história clínica de DM e HAS, em 7 dessas (53,8%) visualizou-se a
presença de proteína e glicose na urina. Conclusão: Segundo os dados observados pode
se concluir que os indivíduos com fator de risco para desenvolvimento de DRC têm, de
maneira geral, um alto percentual de alteração no EQU. Campanhas como PREVINA-SE
são fundamentais para a identificação precoce da DRC, influenciando no tratamento e
proporcionando o encaminhamento imediato para o acompanhamento especializado e a
correção das complicações e co-morbidades mais freqüentes.
PO044
HIPERATIVIDADE E EXPRESSÃO AUMENTADA DA ÓXIDO NÍTRICO
SINTASE PLAQUETÁRIA NA INSUFICI NCIA RENAL EM TRATAMENTO
CONSERVADOR
SIQUEIRA, MAS(1); SANTOS, SFF(1); LUGON, JR(2); MOSS, MB(1); PEREIRA,
NR(1); MARTINS, MA(1); BRUNINI, TMC(1); MENDES-RIBEIRO, AC(1);
Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1); Universidade Federal Fluminense(2);
Objetivo: A produção de óxido nítrico (NO) ocorre através da oxidação do aminoácido
L-arginina, por três diferentes isoformas da enzima óxido nítrico sintase (NOS). O NO
desempenha importante papel no controle da função plaquetária, inibindo os processos
de adesão e agregação. Muitos estudos evidenciam elevada prevalência de doença
cardiovascular na IRC desde os estágios iniciais da disfunção renal, sendo a hipertensão
arterial uma das suas principais causas. Nosso grupo demonstrou previamente um
distúrbio na via L-arginina-NO em plaquetas de pacientes com insuficiência renal
crônica (IRC) em hemodiálise e em pacientes hipertensos. O objetivo deste estudo foi
investigar a via L-arginina-NO em pacientes com IRC em tratamento conservador.
Material e Métodos: Participaram do estudo um total de 21 pacientes com IRC em
tratamento conservador e 21 controles, pareados por idade e sexo. A avaliação da via Larginina-óxido nítrico foi realizada através de experimentos cinéticos de influxo de L[H3]-arginina, de atividade da NOS por meio da conversão de L-[3H]-arginina a L-[3H]citrulina e de expressão da NOS através de Western Blotting em lisado de plaquetas.
Resultados: Foi observada uma redução do influxo de L-arginina em pacientes com IRC
em tratamento conservador (17 ± 4 vs controles 48 ± 8 pmol/109céls/min; p<0.05).
Entretanto, a atividade (0.44 ± 0.07 vs 0.25 ± 0.05 µmol/108céls/min) e a expressão da
NOS estavam aumentados nos pacientes, comparados aos controles. Conclusão: Os
presentes resultados demonstraram que as plaquetas humanas expressam tanto a isoforma
endotelial (eNOS) quanto a induzível (iNOS) e sugerem que o aumento da expressão e
da atividade da NOS seja um mecanismo compensatório para a manutenção da produção
de NO, em condições de reduzido influxo de L-arginina.
PO045
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ORAIS EM PACIENTES COM DOENÇA
RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR.
BASTOS, JA; VILELA, EM; MAGACHO, EJC; SOUZA-COSTA, DC;CHAOUBAH, A;
LOBATO, A; MACHADO, CV; BASTOS, MG
UFJF(1);
Objetivos: No presente estudo os autores avaliaram as patologias orais em paciente com
Doença Renal Crônica (DRC) nos estágios pré-dialíticos. Material e Métodos: Trata-se
14 de setembro de 2008 - Domingo
de um estudo de corte transversal onde 123 pacientes com DRC estágios 1-5 foram
submetidos a uma avaliação clínica da cavidade oral, realizada através de inspeção e
palpação da boca, no período entre agosto de 2007 e abril de 2008. Foram investigadas
as patologias bucais: palidez e lesão da mucosa oral, estomatite urêmica, equimoses,
xerostomia, halitose e presença de Doença Periodontal (DP). Foi registrado se o paciente
possui dentes naturais, mobilidade, se faz uso prótese, sangramento espontâneo, presença
de cárie, cálculo, e ressecção gengival. Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais
foram obtidos dos prontuários dos pacientes. Resultados:A cárie foi observada em
pacientes com DRC 3-5; a palidez da mucosa oral foi mais freqüente no estágio 4
(19,1%); a lesão da mucosa bucal foi mais freqüente nos estágios 3 (21,4%) e 4 (21,3%);
a estomatite urêmica e a xerostomia foram observadas em 9,5% e 100% dos pacientes
nos estágios 3 e 1, respectivamente. A halitose foi maior nos estágios 1 (66,7%) e 2
(43,8%). A presença de DP foi significativamente menor no estágio 5 (20%) e a presença
de cálculo foi bem distribuída entre os estágios. Conclusão: As manifestações orais nos
pacientes com DRC no estágio pré-dialítico são prevalentes e compatíveis com aqueles
encontrados na literatura em indivíduos em hemodiálise; acenando para a necessidade de
implementação de medidas preventivas precoces no curso da doença renal.
PO046
TESTE DE CONHECIMENTO DO RIM E SUAS DOENÇAS NOS USUÁRIOS
DO AMBULATÓRIO HU USP
CAMPOS, M. S.(1); FUJIMOTO, M. I.(1); ANABUKI, M. H.(1); RAVAGLIO, L. M.(1);
PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); MAEDA, L. C.(1); SASSAKI, A. L.(1); BERNIK,
M.(1);
Hospital Universitário da USP(1);
As funções dos rins , a doença renal crônica e suas graves conseqüências são pouco
conhecidas pela população. Tendo em vista o aumento crescente e a gravidade desta
patologia são primordiais ações detecção precoce e esclarecimento sobre a doença e suas
conseqüências. O Ambulatório do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo
(HU USP) realizou em conjunto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia campanha de
esclarecimentos sobre doença renal que incluiu questionário de conhecimento sobre os
rins e suas doenças. Objetivos: Realizar uma pesquisa de conhecimentos sobre a função
dos rins e suas doenças no público da sala de espera do Ambulatório do HU USP durante
a semana do Dia Internacional do Rim com propósito de discutir a importância da doença
com pacientes e equipe de saúde. Metodologia : Foi elaborado questionário com questões
sobre a anatomia, as funções dos rins, sobre a doença renal crônica (DRC) e suas
comorbidades e aplicado em 263 pessoas pacientes e acompanhantes. Resultados: O
questionário foi aplicado em 263 pessoas que estiveram presentes na sala de espera neste
período. 263 pessoas responderam a pesquisa; destes 246 eram pacientes e 17
acompanhantes com idades entre 17 a 93 anos sendo 142 mulheres e 121 homens. Das
263 pessoas apenas 79 (30%) tinham conhecimento de sua função renal. Dos pacientes
portadores de Hipertensão Arterial (94) e Diabetes Mellitus (49) somente 53% e 55 %
respectivamente destes grupos haviam sido informados de sua função renal pelo médico.
Todos os pacientes com DRC ( 19) e com Doença Cardíaca ( 27) tinham conhecimento
de sua função renal. Conclusão: A importância dos rins na saúde e de sua doença crônica
ainda não é claro para a população geral. O profissional médico não informa
adequadamente aos pacientes sobre este assunto inclusive nas populações de maior risco
para doença renal crônica como diabéticos e hipertensos . Ações como as campanhas do
Dia Mundial do Rim são de fundamental importância para a conscientização dos
pacientes e profissionais com intuito de diagnósticos mais precoce e melhor
PO047
ACIDOSE METABÓLICA COMO FATOR DE RISCO NÃO TRADICIONAL
PARA DISLIPIDEMIA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
TRATAMENTO CONSERVADOR
VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURÉLIO BIATO(2); DENISE
MAFRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1);
Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Hospital Geral de Bonsucesso(2);
Universidade Federal Fluminense(3);
As complicações cardiovasculares são a principal causa de morbimortalidade no paciente
com doença renal crônica (DRC). Embora a dislipidemia seja reconhecidamente um fator
de risco tradicional, é possível que a acidose metabólica de pacientes renais crônicos
esteja relacionada a alterações lipídicas, tendo em vista características nutricionais e
metabólicas desta população. Objetivos: Avaliar a influência da acidose metabólica no
perfil lipídico de pacientes com DRC em tratamento conservador. Pacientes e Métodos:
Foram avaliados 27 pacientes com idade média de 51,2 ± 9,4 anos, sendo 25,9%
diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral
de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análise dos lipídios e
bicarbonato (HCO3-) sérico, determinado através de gasometria venosa. A filtração
glomerular foi estimada segundo o proposto pelo estudo Modification of Diet in Renal
Disease (MDRD). Para análise estatística, foi utilizado o programa SPSS 11.0.
Resultados: Os valores médios de HCO3- foram de 20,9 ± 5,1mEq/L. Cerca de metade
dos pacientes (53,8%) apresentou concentração de HCO3- menor que 22mmol/L,
compatível com acidose metabólica. Alterações no perfil lipídico foram observadas na
maioria dos pacientes: 73,9% apresentaram colesterol total >200mg/dL (231,9 ±
80,7mg/dL), 53,1% LDL-c >130mg/dL (125,8 ± 42,9mg/dL), 71,4% HDL-c <40mg/dL
(38,3 ± 9,9mg/dL), 50% apresentaram TG >150mg/dL (218,1 ± 141,4 mg/dL) e 52,6%
VLDL >30mg/dL(35,0 ± 14,7mg/dL). LDL-c e VLDL foram inversamente
correlacionados ao HCO3- (r = -0,69, p<0,01 e r = -0,55, p<0,05, respectivamente). A
presença de diabetes mellitus não foi associada às alterações lipídicas específicas.
Conclusão: A intensidade da acidose metabólica correlacionou-se com alterações
deletérias do perfil lipídico em pacientes renais crônicos em tratamento conservador.
Estes achados sugerem que a acidose metabólica pode estar associada a dislipidemia na
fase pré-dialítica, como um fator de risco não tradicional.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO048
PO051
CAUSAS DE ÓBITOS EM RENAIS CRÔNICOS EM PROGRAMA DIALÍTICO
PERES, LAB(1,2); BIELA, RB(2); LIBERALI, GB(2); ANN, HK(1); CAMARGO,
MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1);
Renalclin(1); UNIOESTE(2);
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA RENAL CRÕNICA (DRC) EM
ESTÁGIOS PRECOCES, EM UMA UNIDADE REFERÊNCIA DO SUS
(HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO, HSE-RIO DE JANEIRO)
ALMEIDA, JR(1); VEIGA, M(1); OLIVEIRA, SMC(1); MARINHO, DG(1); MEDEIROS,
D(1); SOARES, MLT(1); ROCHA, A(1); VASCONCELLOS, T(1); SIMÕES, FC(1);
SOUZA, VV(1); NÓBREGA, TCN(1); GOMES, CLR(1); SILVA, PS(1); FRANCO,
MRG(1); CARVALHO, ED(1); RIOJA, LS(1); SILVA, PRA(1);
Hospital dos Servidores do Estado (HSE)(1);
Objetivo: Avaliar as causas de óbitos em pacientes renais crônicos em programa dialítico
em uma Instituição privada do Oeste do Estado do Paraná. Métodos: Estudamos
retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram
tratamento dialítico no Serviço de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de
pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende
25 municípios do Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram
registrados: modalidade dialítica (HD: hemodiálise ou CAPD: diálise peritoneal
ambulatorial contínua), idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa, motivo da
saída e causa dos óbitos. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa
Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando
adequado. As freqüências das causas de óbito foram expressas em percentagem.
Resultados: Foram revisados os prontuários de 426 pacientes atendidos, sendo 55 em
CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média dos pacientes foi de 49,7 + 16,1 anos. O
sexo masculino e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. A
idade média dos pacientes quando do óbito foi de 55,4 7 + 10,6 anos. A causa de óbito
mais freqüente foi a cardiovascular seguida pela sepse. O tempo médio de sobrevida foi
de 23 meses. As causas dos óbitos estão representadas na Tabela 1. Conclusão: A causa
de óbito mais comum em pacientes portadores de doença renal crônica em programa
dialítico em nosso meio é a cardiovascular.
PO049
DETERMINANTES DO SULFATO SÉRICO EM PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR: INGESTÃO DIETÉTICA
OU FUNÇÃO RENAL?
VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURELIO BIATO(2); DENISE
MAFRA(4); MARIANA SÁ PEREIRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE
CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1);
Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Hospital Geral de
Bonsucesso(2); Lab. Tec. Conjuntivo, Universidade Federal do Rio de Janeiro(3);
Universidade Federal Fluminense(4);
A oxidação hepática de aminoácidos sulfurados como metionina e cisteina, gera ácido
sulfúrico, um ácido fixo de excreção renal. Além disso, em condições de excesso de
homocisteína, como na doença renal crônica (DRC), há aumento da transulfuração,
ocasionando maior produção de sulfato. A queda do ritmo de filtração glomerular pode
acarretar acúmulo de sulfato, contudo, são escassos os estudos que avaliaram possíveis
determinantes dessa retenção. Objetivos: Avaliar a influência da função renal e ingestão
dietética de aminoácidos sulfurados sobre os níveis de sulfato sérico em pacientes com
DRC em tratamento conservador. Pacientes e Métodos: Foram avaliados os níveis de
sulfato em 27 pacientes, com idade média de 51,2  9,4 anos, sendo 25,9%
diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral
de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análises bioquímicas. A
ingestão dietética de aminoácidos sulfurados (metionina e cisteina) foi calculada a partir
dos dados obtidos da tabela US Department of Agriculture (USDA) e a filtração
glomerular estimada segundo o MDRD. Para a análise estatística, foi utilizado o
programa SPSS 11.0. Resultados: Os valores médios de sulfato foram de 0,53 ± 0,17
mmol/ e a ingestão de aminoácidos sulfurados, 1,8 ± 0,6 g/dia. A ingestão média de
metionina foi de 1,49 ± 1,55 g/d e a de cisteina, 0,87 ± 0,86 g/d, sendo ambas não
correlacionadas aos níveis de sulfato. Não encontramos diferenças significantes no
sulfato sérico segundo sexo ou presença de diabetes mellitus. A filtração glomerular
média estimada foi de 25,8 ± 17,8 mL/min, estando inversamente correlacionada aos
níveis de sulfato sérico (r= -0,59 e p<0,01). Conclusão: Com base nestes resultados,
concluímos que no paciente renal crônico em tratamento conservador, o sulfato sérico
correlaciona-se ao declínio da função renal, e não a ingestão de aminoácidos sulfurados.
Alterações metabólicas, como aumento do ciclo de transulfuração da homocisteína,
podem levar a maior produção e conseqüente, retenção de ânions sulfato.
PO050
MOTIVO DE SAÍDA DE PROGRAMA DIALÍTICO EM RENAIS CRÔNICOS
PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ANN, HK(1); CAMARGO,
MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1);
RENALCLIN(1); UNIOESTE(2);
Objetivo: Avaliar a os motivos de saída de programa dialítico em pacientes renais
crônicos na região Oeste do Estado do Paraná. Métodos: Estudamos retrospectivamente
os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram tratamento dialítico
nos Serviços de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de pacientes oriundos
da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do
Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram registrados: modalidade
dialítica, idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa e motivo da saída. Os
dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as
médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das
causas de saída foram expressas em percentagem. Resultados: Foram revisados os
prontuários de 426 pacientes renais crônicos atendidos no referido período, sendo 55 em
CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média foi de 49,7 + 16,1 anos. O sexo masculino
e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. Saíram de programa
dialítico 239 pacientes (56%) após um tempo médio de seguimento de 29,5 + 40,3 e
mediana de 33,5 anos (variando de 1 a 121 meses). Os motivos de saída de programa
dialítico estão representados na Tabela 1. Conclusão: O óbito é a principal causa de saída
de programa dialítico em nossos pacientes seguido pelo transplante renal.
36
Pôsteres
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Objetivo: No Brasil ainda pouco se sabe sobre a epidemiologia da DRC em estágios
precoces, o que nos levou a analisar uma amostra de pacientes atendidos no
ambulatório de DRC. Método: Avaliamos 311 pacientes entre abril e maio de 2008.
Anotamos: idade, sexo, etnia (IBGE), doença de base, tempo de seguimento (TS) e
valor da creatinina (Cr) na primeira consulta. Utilizamos a fórmula MDRD para obter
a eTFG e dividir os pacientes em estágios, e determinamos o eClCr usando CockcroftGault (CG). Obtivemos resultados de: Hg, Ca, P, Col, albumina, índice de massa
corpórea (IMC) e proteinúria. Testamos o fit linear entre eTFG e eClCr, em relação à
Cr e, na faixa linear, testamos a regressão linear entre eTFG e eClCr. Resultados:
Idade mediana em 57 anos (17-94), 52% feminino. Etnia: 42% brancos, 31% pardos
e 27% negros. TS, mediana de 32 meses (1-158 meses). Mediana da Cr na 1a consulta
foi 1,8mg/dL (0,4-4,8mg/dL). As doenças de base foram: Hipertensão Arterial (HAS)
(35%), Diabetes (DM) (19%), combinação HAS/DM (15%), Glomerulopatias (GN)
(21%), Pielonefrite-Uropatia (6%) e Doença Policística (5%). Lúpus representou
cerca de metade das GN. Mais que 50% tinham proteinúria normal, mas cerca de 15%
na faixa nefrótica, a maioria nos estágios I e II. Os estágios I-II somados foram 26%,
os estágios III-IV 68%, e somente 6% eram estágio V. O IMC revelou que somente
45% dos pacientes estavam na faixa normal e que que 33% e 19% foram classificados
como sobrepeso ou obesos. Não observamos diferenças estatísticas entre eTFG e
eClCr (R = 0,865, p < 0,0001). Os dados da tabela são expressos em média±DP.
Conclusão: Para propósitos práticos, o estudo não encontrou diferenças significativas
em classificar pacientes com o uso de MDRD ou CG. As metas para Hg foram
razoalvelmente alcançadas (houve uso regular de eritropoetina), porém não para a
terapia do distúrbio mineral-ósseo. Observamos nos estágios iniciais, maiores valores
para: IMC, TS, fração de pacientes com síndrome nefrótica (não mostrado), jovens e
mulheres.
PO052
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DE EQUIPE INTERDISICPLINAR DE
TRATAMENTO CONSERVADOR DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
SCHEEFFER, C(1); LEMOS, CC(1); COSTA E SILVA, FV(1); SILVA D,(1); AVESANI,
C(2); SILVA, MIB(2); BREGMAN, R(1);
Disciplina de Nefrologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1); Instituto de
Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2);
A DRC requer tratamento medicamentoso e nutricional por longos períodos e a
aderência é fundamental para um bom resultado. Assim, a compreensão sobre a
doença e seu tratamento além da necessidade de iniciar terapia renal substitutiva
(TRS) ainda assintomático, são desafios enfrentados pelo paciente com DRC. O
papel da psicóloga em uma equipe interdisciplinar é abrangente, podendo atuar em
diferentes aspectos. Objetivo: analisar o perfil dos atendimentos realizados pela
psicóloga. Pacientes e Métodos: Realizadas consultas conjuntas com médicos,
enfermeiros e nutricionistas de acordo com a demanda. Também foram realizadas
consultas individuais por distintos motivos: INF DRC, aborda o grau de
compreensão das informações e impacto do diagnóstico da DRC; INF PSI, pacientes
com dificuldades de adesão ao tratamento; TRS PSIC, pacientes com dificuldades
de aceitação em iniciar TRS; e o grupo PSI, pacientes que apresentam alterações
emocionais que interferem na vida e no tratamento. Pacientes subdivididos pela
filtração glomerular (FG), estimada pela fórmula do MDRD. Analisadas as
consultas realizadas em 2007, dos 461 pacientes em programa, 159 foram atendidos
pela psicologia. Resultados: Foram também atendidos 41 pacientes em consultas
conjuntas. A demanda INF PSI e PSI apareceu durante as consultas médicas.
Pacientes que iniciam TRS foram a maior demanda, alterando o perfil de pacientes
que iniciavam TRS de urgência mesmo em tratamento (14% vs 8%). A maioria das
consultas foi com indivíduos com FG < 60ml/min; aqueles com FG >60ml/min eram
portadores de glomerulopatias ou doença renal policística, com dificuldades em
aceitar a doença e o tratamento. Também foram contatados indivíduos que
abandonaram o tratamento por mais de 1 ano. Desses 23% retornaram (todos com
FG< 60ml/min). Conclusão: A nossa experiência mostrou que a atuação da
psicóloga em nossa equipe, colaborou na informação sobre a doença, melhorou a
aderência ao tratamento e aceitação ao início da TRS. Acreditamos que este
diferencial melhora a qualidade de vida das pessoas, além de evitar que a doença
progrida mais rapidamente, ou que a TRS seja iniciada de urgência em pacientes
tratados.
PO053
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM DIFERENTES ETIOLOGIAS DE
PACIENTES EM HEMODIÁLISE
MANSUR, HN(1); BASTOS, MG(1); LIMA, JRP(1); CARVALHO, DF(1); REZENDE,
RA(1); OLIVEIRA, VA(1);
Instituto Mineiro de Ensino e Pesquisa em Nefrologia(1);
Objetivo: Correlacionar o NAF com diferentes etiologias da DRC de hemodialítico.
O NAF foi avaliado através da aplicação do Questionário Internacional de
Atividade Física (IPAQ) antes da sessão de Hd. A etiologia da DRC foi obtida pela
análise do prontuário médico do paciente. Para análise dos dados foi utilizado o
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
programa STATISTICA 6.0 (UK), onde se realizou correlação de Pearson com
pacientes em Hd. Materiais e Métodos: Foram avaliados 28 pacientes do sexo
feminino em tratamento nível de significância p < 0,05. Os pacientes foram
divididos em 2 grupos de acordo com a etiologia da DRC: o grupo 1 era composto
de 15 pacientes (48,2 ± 3,6 anos) com glomerulonefrite crônica (GNC) e o grupo 2
por 13 pacientes (59,7 ± 9,5 anos) com Diabetes Mellitus (DM) e/ou Hipertensão
Arterial (HA). Resultados: A análise de dados mostrou que a média de tempo em Hd
foi de 92,1 ± 46,7 meses no grupo 1 (G1) e de 53,9 ± 24,2 meses no grupo 2. Ao
analisar o NAF,observa-se que no grupo 1 as pacientes foram classificadas como
ativas e no grupo 2 (G2) como insuficientemente ativas. Ao correlacionar o tempo
em Hd e o NAF verificou-se no G1 que, com o aumento do tempo em Hd há uma
diminuição no NAF da paciente (p < 0,03). Já no G2, não houve correlação
significativa entre tempo em Hd e NAF (p < 0,07). Gráfico 1: NAF e Tempo de Hd
no G1 Gráfico 2: NAF e Tempo de Hd no G2. Conclusão: A partir da análise dos
resultados, conclui-se o G1 apresentou correlação da etiologia com o NAF,
diferente do G2. Acredita-se que o mesmo tenha ocorrido por um maior tempo de
diálise desse grupo. Assim, acredita-se que medidas que retardem a deteorização
física, como exercícios físicos e alimentação adequada devem ser incorporados ao
tratamento objetivando a melhora na sua capacidade funcional e conseqüentemente
na qualidade de vida da paciente.
PO054
DECLÍNIO COGNITIVO, DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES DE DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA RENAL
CRÔNICA
LIMA, SA(1); FERNANDES, N(1); SANTOS, FR(1); CHOUAB, A(1); MOTA, MMEP(1);
BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundação IMEPEN/
Universidade Federal de Juiz de Fora(1);
Introdução: Os pacientes portadores de doença renal crônica constituem uma população
de alto risco para o declínio cognitivo, pois, frequentemente são usuários de
“polifarmácias” e apresentam comorbidades como diabetes e hipertensão arterial.
Objetivo: Avaliar a função cognitiva, depressão e qualidade de vida em pacientes em
diferentes estágios da doença renal crônica. Método: Estudo transversal realizado nos
meses junho a dezembro de 2007 em 119 pacientes, sendo, 27 diálise peritoneal, 30
hemodiálise,32 pré-diálise e 30 hipertensão arterial.Realizada uma bateria de testes:
Mini-Mental(MEEM), Teste de Fluência Verbal, Dígitos, Teste do Relógio, Códigos,
Sf-36(Qualidade de Vida) e Inventário Beck de Depressão.Também foram coletados
dados clínicos e laboratoriais dos pacientes, bem como o uso de
medicamentos.Resultados: A idade média foi de hemodiálise 57,4 anos ,diálise
peritoneal 62,7 anos ,pré-diálise 65,2 anos e hipertensão arterial 54,4 anos. O grupo da
hemodiálise apresentou um pior desempenho nos testes Mini-Mental (p=0,558),
Dígitos-ordem direta (p=0,01), Código (p=0,09) e Relógio (p=0,02). O grupo da prédiálise apresentou um pior desempenho no teste de Fluência Verbal e diálise peritoneal
no Dígito-ordem inversa (p=0,164). Não houve diferença entre os grupos quanto ao
nível de depressão(p=0,629).Conclusão:Estes resultados sugere a necessidade de se
realizar estudos longitudinais a fim de confirmar ou não a influência do tratamento de
diálise no declínio cognitivo.
PO055
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO EM
PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO
CONSERVADOR
ALBUQUERQUE, MDC(1); CUNHA, RS(1); SARAIVA, ACM(1); ALVES, B(1);
ACIOLI, TML(1); CHAVES JR, HC(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO,
SN(1);
Hospital das Clínicas - UFPE(1);
A rigidez arterial é um dos determinantes da pressão arterial sistólica e diastólica,
sendo preditor de risco para morbi-mortalidade cardiovascular. A velocidade de onda
de pulso (VOP), é uma medida indireta de rigidez, e tem seu significado físico isento
de contestação. A rigidez aórtica, medida pela VOP carótido-femural, é utilizada em
estudos epidemiológicos. Nestes estudos, a VOP aórtica é um preditor de eventos
cardiovasculares em diferentes grupos populacionais, como portadores de diabetes,
hipertensão e doença renal crônica (DRC). Objetivo: Estudar Velocidade de Onda de
Pulso em pacientes com DRC em tratamento conservador. MÉTODO: Avaliou-se a
VOP de portadores de DRC, em acompanhamento no ambulatório de tratamento
conservador (ATC) do serviço/disciplina de nefrologia do Hospital das Clínicas da
UFPE (HC-UFPE). Os pacientes eram escolhidos aleatoriamente nos dias de consulta,
eram esclarecidos e consentiam a participação no estudo. A VOP foi avaliada através
do aparelho Complior® II, da empresa Artech Medical Products. Resultados:
Avaliou-se a VOP, de 44 pacientes, 27 (61%) do sexo feminino e 17 (59%) do
masculino, com idade variando de 18 a 92 anos (mediana 68 anos). Entre as comorbidades, 13 (29,5%) com Diabetes mellitus (DM) e 34 (77%) com Hipertensão
Arterial sistêmica. O clearance de creatinina médio era de 24ml/min/1,73m2. A VOP
variou de 7,9 a 28 m/s (média de 12,8 ± 4,5 m/s). A VOP média aumentou
progressivamente com aumento de faixa etária: < 25anos 9,2m/s; 26-50 anos 9,0m/s;
51-75 anos 11,8m/s; >75 anos 15,9m/s. Não houve diferença na VOP por sexo
(masculino/feminino) 12,9 vs 12,6 m/s (p=0,8), presença de HAS 10,8 vs 13,4m/s
(p=0,11), ou DM 11,9 vs 14,8 (p=0,05). Conclusão. Os resultados sugerem maior
rigidez dos vasos com aumento da idade, o que está de acordo com a literatura. A
VOP pode ser preditor do risco de morbi-mortalidade em pacientes com DRC, mas
são necessários mais estudos para esclarecermos as relações entre VOP e os fatores de
progressão na DRC. Por tratar-se de estudo preliminar, uma das a limitações do
estudo foi o pequeno número de pacientes.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO056
ANEMIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA
(DRC)
BARBOSA JR, SS(1); ZOBY, COM(1); GOMES, LL(1); ACIOLI, TML(1); PEREIRA,
M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1);
Hospital das Clínicas - UFPE (1);
Introdução: A anemia é um achado freqüente nos pacientes portadores de DRC. A
proporção está associada ao estágio clínico. O tratamento e progressão da DRC depende
do manuseio adequado da anemia, mantendo a Hemoglobina (Hb) em torno de 12g/dL,
segundo K-DOQUI (2002). Objetivo: Avaliar anemia de acordo com estágio clínico em
pacientes com DRC.Material e Método: Estudo realizado no ambulatório de tratamento
conservador da DRC do Hospital das clínicas da UFPE. Medimos hemoglobina (Hb) na
consulta inicial e clearance de creatinina para classificação por estágios. Estudamos 630
pacientes 297 do sexo feminino 333 do sexo masculino com média de idade de 57,5 ± 16,4
anos e 58,8 ± 15,5 anos respectivamente. Resultados: A média geral de Hb encontrada de
acordo com estágio e sexo(feminino vs. masculino) foi de: ESTÁGIO I 13g/dL vs.
15,5g/dL (p=0,16), ESTÁGIO II 11,4 g/dL vs.13,8 g/dL (p<0,0005), ESTÁGIO III
11,8g/dL vs. 12,2g/dL (p=0,23), ESTÁGIO IV 10,8 g/dL vs. 11,7g/dL (p<0,0002),
ESTÁGIO V 10,1g/dL vs. 10,6g/dL (p=0,91) respectivamente. Quando comparamos a Hb
de acordo com etiologia da DRC, nos pacientes com Diabetes mellitus tem menor Hb 11,1
± 1,9 g/dL em relação aos portadores de Hipertensão arterial sistêmica e outras etiologias
11,9 ± 2,3 g/dL. No estágio I não há anemia, mas aumenta progressivamente de acordo
com progressão da DRC. Houve diferença significativa apenas nos estágios II e IV.
Conclusão: O aumento do grau de anemia foi proporcional ao estágio clínico da DRC.
PO057
IMAGEM CORPORAL DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
SANTOS, FR(1); ELIAS, FCA(1); SILVEIRA, LAG(1); CARMO, WB(1); BASTOS,
MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundação IMEPEN/
Universidade Federal de Juiz de Fora(1);
Introdução: A doença renal crônica (DRC) traz uma série de alterações corporais, como
edema, mudanças na cor da pele e alterações de peso, podendo acarretar distorções da
imagem corporal. Objetivo: Investigar o impacto da doença renal crônica na auto-imagem
de pacientes renais crônicos e verificar as possíveis diferenças na imagem corporal entre
pacientes submetidos aos três tipos de tratamento (conservador, diálise e transplante
renal). Materiais e Métodos: Foram avaliados 88 pacientes (28 portadores de DRC em fase
pré-dialítica, 30 em hemodiálise e 30 transplantados) através da Escala de Satisfação das
Áreas Corporais, que consta de 15 itens (rosto, cabelo, nádegas, quadril, coxas, pernas,
estômago, cintura, seio/ tórax, costas/ombros, braços, tônus muscular,peso, altura, todas
as áreas) em uma escala de variação de 1 a 5: de muito insatisfeito a muito satisfeito.
Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 47,68  14,85 anos. A maior
parte dos pacientes (61,36%) possuía escolaridade até o nível fundamental e era do sexo
masculino (56,81%). Foi observado que 45,6% dos pacientes encontrava-se satisfeito com
a aparência corporal e 18,9% encontrava-se muito satisfeito. Não foi observada diferença
significativa entre os grupos com relação ao grau de insatisfação corporal (p=0,247). O
maior grau de insatisfação foi observado com relação às nádegas e ao tórax/seio. As
mulheres mostraram-se mais insatisfeitas que os homens com relação a estes dois
parâmetros. Os homens apresentaram forte tendência a estarem mais satisfeitos que as
mulheres com relação ao primeiro parâmetro (p=0,051), assim como apresentaram maior
satisfação com relação ao tórax/seio (p=0,017). Conclusão: Não foi observada diferença
entre os grupos com relação ao grau de insatisfação corporal. O maior grau de insatisfação
foi observado com relação ao tórax/seio e nádegas, parâmetros nos quais as mulheres
mostraram-se mais insatisfeitas que os homens. Estes parâmetros estão associados à
sexualidade, o que aponta para as dificuldades enfrentadas, especialmente pelas pacientes
do sexo feminino, em lidar com a auto-imagem.
PO058
IMPACTO DA DOENÇA PERIODONTAL NOS MARCADORES SÉRICOS DO
METABOLISMO ÓSSEO E DA INFLAMAÇÃO EM PACIENTES COM
DOENÇA RENAL CRÔNICA
SOUZA, CM(1); BRAOSI, APR(1); LUCZYSZYN, SM(1); RIELLA, MC(2);
TREVILATTO, PC(1); PECOITS-FILHO, R(1);
Pontifícea Universidade Católica do Paraná (PUCPR)(1); Fundação Pró-Renal (PRÓRENAL)(2);
A doença periodontal (DP) é uma entidade complexa e de natureza imuno-inflamatória,
sendo atualmente considerada como uma complicação entre os pacientes renais. Níveis
séricos de marcadores do metabolismo ósseo e da inflamação estão freqüentemente
elevados e associados a uma maior morbi-mortalidade em pacientes com doença renal
crônica (DRC). Objetivo: Comparar os níveis de alguns marcadores do metabolismo
ósseo e inflamatório entre indivíduos com e sem DRC, portadores ou não de DP. Material
e métodos: A amostra foi composta de 222 pacientes, de ambos os sexos, com média de
idade de 44,9 anos (23-77), dividida em 4 grupos: grupo 1, 59 (26,6%) indivíduos sem
DRC e sem DP; Grupo 2, 50 (22,5%) pacientes sem DRC e com DP; Grupo 3, 50
(22,5%) pacientes com DRC, em hemodiálise, e sem a DP; Grupo 4, 63 (28,4%)
indivíduos com DRC e com DP. Níveis de cálcio, fósforo e paratormônio foram
determinados de acordo com a rotina do laboratório de análises clínicas e as medições de
proteína C reativa (PCR) foram realizadas a partir do plasma em EDTA, por meio da
imunonefelometria (sensibilidade: 0,08 mg/L). Resultados: Foram encontrados níveis
séricos mais elevados de fósforo (6,5±1,1) em pacientes do grupo 4 (com DRC/com DP)
quando comparados aos pacientes do grupo 3 (com DRC/sem DP) (5,2±1,2) (p=0,00).
Valores séricos de cálcio, paratormônio e o produto cálcio/fósforo, não apresentaram
diferença estatisticamente significativa entre os grupos 3 e 4. Valores aumentados de
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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PCR foram encontrados no grupo 3 (7,6±1,7) quando comparados ao grupo 1 (sem
DRC/sem DP) (2,9±1,4) (p=0,00), porém um nível ainda mais elevado desse marcador
inflamatório foi observado no grupo 4 (13,3±1,1) (p=0,00). Conclusão: Pacientes com
DRC mostraram significantemente níveis mais elevados de fósforo e proteína C reativa,
e esses achados reforçam que a presença da doença periodontal mais do que um indicador
de morbidade, pode ser considerado um indicador de mortalidade nesses pacientes.
PO059
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E DA QUALIDADE DE VIDA DE UMA
POPULAÇÃO IDOSA COM DOENÇA RENAL CRÔNICA SOB TRATAMENTO
CONSERVADOR
ACIOLI, TML(1); GOIS, AM(1); GOMES, LL(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, LM(1);
COELHO, SN(1);
Hospital das Clínicas - UFPE(1);
O aumento da expectativa de vida e das melhores condições de saúde têm provocado um
crescimento no número de idosos com doenças crônico-degenerativas. A doença renal
crônica (DRC) pode causar impacto negativo na qualidade de vida (QV) dos idosos.
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida e dados epidemiológicos de uma população de
idosos atendidos no ambulatório de tratamento conservador (ATC) da DRC, do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Método: Estudo
descritivo, transversal, com amostra composta pacientes, idosos, portadores de DRC a
partir do estágio III, segundo classificação K-DOQI, NKF, 2000. O instrumento utilizado
para avaliação da QV foi o Questionário Genérico de Qualidade de Vida SF-36, posterior
a uma entrevista semi-estruturada contendo dados de características epidemiológicas e
clínicas incluindo clearance de creatinina, pela formula de Cockroft-Gault. Os resultados
foram armazenados em um banco de dados submetidos à análise estatística através do
programa Epi-info, versão 3.4, para Windows. Resultados: Um total de 52 pacientes
foram analisados. Trinta (57,7%) eram do sexo masculino e 22 (42,3%) do sexo
feminino, a média de idade foi de 72 + 8 anos, variando entre 64 e 80 anos. A cor que
predominou foi parda (23/52; 44,2%), seguida por 20 (38,5%) brancos, 9 (17,3%) negros.
O clearance de creatinina médio foi 25,3 + 8,7 ml/min. O perfil de QV da população
estudada apresentou uma média baixa, em todas as oito dimensões avaliadas pelo SF-36:
capacidade funcional: 57 + 29; aspectos físicos: 42 + 29; dor: 67 + 30; estado geral de
saúde: 44 + 30; vitalidade: 54 + 23; aspectos sociais: 71 + 34, aspectos emocionais: 51 +
46 e saúde mental: 68 + 21. Conclusão: Os resultados indicaram uma tendência a um
prejuízo na qualidade de vida com comprometimento uniforme das várias dimensões
analisadas nesse grupo de pacientes idosos com DRC. Resta saber se ao realizar o
tratamento conservador da DRC com equipe multi-disciplinar esses idosos possam
melhorar a sua QV a partir do esclarecimento e do tratamento da DRC
PO060
LIGA CIDADES – ROMPER BARREIRAS EM PROL DA PREVENÇÃO DA
DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL
DUQUE, DR(1); CARVALHO, DF(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); LOPES,
EO(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL (1);
Objetivos:Levar a outras cidades, onde não há campanhas da Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN), conhecimentos sobre a doença renal crônica (DRC), suas formas de
prevenção, diagnóstico e controle; incentivar a adesão à atenção primária e capacitar
profissionais de saúde. Realizar busca ativa pela DRC nos grupos de risco; divulgar a
doença na comunidade e tornar a prevenção uma rotina nos locais atendidos. Materiais e
Métodos:A Liga Acadêmica – PRE-RENAL – criou o “Liga-Cidades”: projeto de
pesquisa e extensão que leva a outras cidades, o modelo de atenção e prevenção proposto
pela SBN. As atividades acontecem em parceria com a Prefeitura local e demandam uma
equipe multidiciplinar de acadêmicos de educação física, enfermagem, farmácia,
fisioterapia, medicina, nutrição e odontologia. A Liga organiza mutirões em vários pontos
da cidade e atende, por livre demanda, cidadãos maiores de 18 anos. O atendimento é
gratuito e composto por entrevista e exames de triagem: urinálise por dipstick, glicemia
capilar, aferição de pressão arterial, peso, altura e cintura abdominal. Após os testes, há
entrega dos resultados e orientações individualizadas. Alterações – proteinúria maior ou
igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário
– são encaminhadas para atendimento médico especializado, dosagem de creatinina sérica
e avalição da função renal. Ao final da campanha, é enviado à Prefeitura um documento
com os dados da triagem. Resultados:Foram atendidos 2489 pessoas nos municípios São
João Del Rei, Ubá, Varginha e novamente São Jão Del Rei (zona rural) entre 2007 e 2008.
Destes, 46,1% eram hipertensos; 14,8%, diabéticos; 66.7% estavam acima do peso, sendo
27,4% obesos. Do total, 13.3% apresentaram pelo menos um dos critérios de
encaminhamento. Conclusão:A prevenção da DRC é fundamental para a população, para
os serviços de saúde e para os governos já que, através dela, tem-se um maior
comprometimento com o tratamento do doente renal em fases iniciais, evita-se a
progressão da doença e reduzem-se os impactos social, político e financeiro.
PO061
LIGA PRE-RENAL - PREVENÇÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM
COMUNIDADES DE JUIZ DE FORA: INTERFACE ENTRE OS
ATENDIMENTOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
CARVALHO, MCP(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); LOPES, EO(1); TAVELA,
FO(1); LOPES, FA(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL (1);
Objetivo:Controlar doenças de base, diagnosticar precocemente a doença renal crônica
(DRC) e preservar a função renal. Facilitar, se necessário, o acesso ao atendimento
38
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
especializado. Estimular acadêmicos quanto ao planejamento da abordagem, à busca por
conhecimentos e à capacitação ao trabalho em equipe multidisciplinar. Metodologia:O
projeto inicia-se com a triagem dos pacientes com fatores de risco para DRC nas
campanhas da Liga PRE-RENAL – Semana de Nefrologia e Dia Mundial do Rim –
realizadas, uma vez por ano, na cidade de Juiz de Fora. Aqueles com alterações à análise
por dipstick – proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou
sintomas de infecção do trato urinário – são encaminhados ao ambulatório da PRERENAL. Os atendimentos acontecem duas vezes por semana, no Núcleo Interdisciplinar
de Estudo e Pesquisa em Nefrologia (NIEPEN), e são realizados por equipe
multidisciplinar de acadêmicos sob supervisão dos profissionais da Fundação. Os
pacientes são acompanhados por seis meses e, de acordo com os resultados de seus
exames, classificados quanto à Filtração Glomerular. Aqueles nos estágios 1 e 2 são
encaminhados para Unidades Básicas de Saúde (UBS); os demais, em estágios 3, 4 ou 5,
para nefrologistas no programa Preven-Rim do NIEPEN. Resultados:De 2005 até o
momento, foram triados aproximadamente 2000 pacientes e destes, 130 foram
encaminhados ao ambulatório: 29% diabéticos, 72% hipertensos, 27% obesos. Do total,
59 tiveram alta, 9 abstiveram-se das consultas e 65 continuam em acompanhamento.
Dentre os últimos, 37% têm diabetes, 83% hipertensão e 26% obesidade. Desde o início
de nossas atividades, 21 foram encaminhados a UBS e 12 ao nefrologista.
Conclusão:Atividades da PRE-RENAL proporcionam maior conhecimento
teórico/prático da DRC e suas comorbidades e permitem implementação de ações
preventivas de forma eficaz e coerente com a realidade, além de possibilitarem
diagnóstico precoce. A multidisciplinaridade fortalece o trabalho em equipe e torna-se
estímulo à educação permanente
PO062
PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA
NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL REI – PROJETO LIGA CIDADES – PRERENAL
LOPES, EO(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES,
FA(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL(1);
Objetivos: Identificar a prevalência de fatores de risco para a doença renal crônica (DRC)
e informar sobre suas formas de prevenção, diagnóstico e controle, no município de São
João Del Rei – MG. Materiais e Métodos: O Projeto Liga Cidades realiza campanhas nos
moldes da Sociedade Brasileira de Nefrologia em cidades onde estas não ocorrem. O
atendimento aconteceu por demanda espontânea, em maiores de 18 anos de idade.
Primeiramente, houve palestras educativas sobre DRC, com maior enfoque em
hipertensão, diabetes, alimentação e atividade física. Os indivíduos foram questionados
quanto à presença de fatores de risco para DRC e passaram por exames de peso e altura,
circunferência abdominal (CA), pressão arterial, uroanálise (por dipstick) e glicemia
capilar. Os critérios de encaminhamento ao atendimento nefrológico, para avaliação da
função renal, são proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou
sintomas de infecção do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao
final dos exames. Resultados: Houve 1151 atendimentos, sendo 68% mulheres. A
prevalência de hipertensão foi de 44%, com maior acometimento nos indivíduos acima
de 60 anos (60,8%). Da população triada, 13,8% eram diabéticos sendo que a média
glicêmica destes foi de 183mg/dL. Os tabagistas constituiam 15,8% da população. O
IMC mostrou-se alterado em 63% da amostra. A CA apresentou-se acima de 94cm e
80cm em 69,5% dos homens e 82% das mulheres, respectivamente. O índice de
sedentarismo foi de 63%. À urinálise, 9% da população apresentou proteinúria e 20,4%
preencheu algum critério de encaminhamento. Conclusão: A DRC é um problema
mundial de saúde pública, e a melhor forma de controle é a prevenção. Desta forma, o
Liga Cidades, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco, possibilita
diagnóstico precoce, encaminhamento ao nefrologista e provável retardo da progressão
da doença. O projeto, ao se instalar em uma cidade, gera uma mobilização dos meios de
comunicação, que promove uma ampla discussão na sociedade sobre o problema da
doença renal crônica.
PO063
PROJETO LIGA CIDADES SÃO JOÃO DEL REI - ZONAS RURAL E URBANA,
RISCOS DISTINTOS PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL
CARVALHO, DF(1); FERREIRA, SO(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1);
TAVELA, FO(1); DUQUE, DR(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1);
Objetivos:Comparar a prevalência dos fatores de risco para doença renal crônica (DRC)
entre centros urbano e rural em São João Del Rei – MG. Materiais e Métodos:O trabalho
desenvolvido é parte integrante do projeto de pesquisa e extensão Liga Cidades que leva
a outras cidades campanhas de prevenção da DRC nos mesmos moldes das realizadas
pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Os dados são de fevereiro de 2007, zona urbana,
e fevereiro de 2008, zona rural. O atendimento foi realizado em indivíduos acima de 18
anos, por livre demanda. Foram questionados quanto a fatores de risco para DRC,
passaram por avaliação clínica e laboratorial – peso, altura e cintura abdominal (CA),
aferição de pressão arterial (PA) e glicemia capilar. Foi utilizado o test t de student com
significância estatística quando P<0,05. Resultados:Avaliaram-se 1152 indivíduos na
zona urbana e 465 na zona rural, com média de idade de 48,6 e 52,2 anos,
respectivamente (P<0,05). Mulheres constituíam 69% do total. A hipertensão foi
significativamente mais prevalente na zona urbana (43%) que na rural (36%), o mesmo
não ocorrendo no caso do diabetes, tabagismo e indíce de massa corpórea, apesar deste
último apresentar uma tendência a ser maior na cidade(P<0,06). A porcentagem de
pessoas com a CA alterada (88cm para mulheres e 102cm para homens) foi maior na
zona rural (P<0,05). Apesar da menor prevalência de hipertensão, a média da PA sistólica
e diastólica nos hipertensos foi maior no centro rural (156/91) que no centro urbano
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Pôsteres
(144/86), P<0,001. O sedentarismo foi significativamente maior na cidade (63%,
p<0,05). Conclusão:Apesar da maior prevalência de hipertensão na cidade, a média da
PA foi significativamente maior na zona rural, o que pode refletir o precário sistema de
saúde local. O sedentarismo foi mais prevalente na zona urbana, trazendo à tona a
necessidade de incentivo à atividade física. Há uma preocupação nacional quanto ao
controle dos fatores de risco para DRC, porém, a diferenciação das prevalências destes
em diferentes regiões pode nortear as intervenções, tornando-as mais eficazes.
PO064
CUIDAR SANTOS DUMONT – UM PROJETO DE ASSISTÊNCIA À
COMUNIDADE – PRE-RENAL
CARVALHO, DF(1); ANDRADE, RC(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1);
TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1);
Objetivo:Interligar assistência, ensino e pesquisa com as necessidades da população,
implementar um programa de saúde renal de caráter continuado na população adulta da
comunidade Santos Dumont - Juiz de Fora. Rastrear grupos de risco para Doença Renal
Crônica (DRC), Instituir medidas para a prevenção primária, Divulgar a DRC na
comunidade e estagiar a DRC. Matérias e métodos:O projeto é desenvolvido de forma
multidisciplinar, por acadêmicos de medicina, enfermagem, farmácia, nutrição, educação
física, fisioterapia integrados com a Unidade Básica de Saúde (UBS). Foi estabelecido um
programa de esclarecimento sobre a DRC através de palestras, promoção de campanhas
educativas e distribuição de material elucidativo. Através de visita domiciliar, realizou-se
busca ativa por hipertensos e diabéticos; estes foram avaliados clínica e laboratorialmente
(peso, altura, circunferência abdominal, pressão arterial, glicemia capilar, urinálise por
dipstick e creatinina sérica). Os indivíduos que tiveram resultados alterados foram
estagiados quanto ao ritmo de filtração glomerular (FG). Indivíduos classificados como
estágios 1 e 2 são acompanhados na UBS, e aqueles classificados na fase 3, 4 ou 5, recebem
acompanhamento no Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia.
Resultado:Foram visitadas 352 casas, nas quais 214 foram examinados e 100 fizeram
exame de creatinina. Destes 34% individuos apresentaram alteração da FG, 24% no estágio
2 e 10% no 3. Além da triagem, criou-se 2 grupos de palestras que ocorriam uma vez por
semana, no grupo de caminhada da UBS e na escola municipal do bairro. Nestas palestras
eram abordados temas relavantes à prevenção e ao controle dos fatores de risco para DRC.
Conclusão:O projeto Cuidar Santos Dumont promove conscientização da população, tanto
em prevenção das doenças renais como na importância da adesão às medidas de prevenção
primária, além de um melhor tratamento dos doentes renais. Estas medidas rastreiam o
doente renal em fases iniciais, evitando a progressão da doença. Por fim, proporciona
melhor qualidade de vida neste bairro com acompanhamento permanente.
Fisiopatologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos
PO065
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DO VEGF E
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA.
MARSON, BP(1); DICKEL, S(1); ISHIZAWA, MH(2); METZGER, I(2); IZIDOROTOLEDO, TC(2); FIGUEIREDO, CEP(1); TANUS-SANTOS, JE(2).
PUCRS(1); USPRP(2).
Objetivo: Elucidar o papel dos polimorfismos do VEGF na predisposição a insuficiência
renal crônica (IRC), através da comparação da distribuição haplotípica envolvendo três
polimorfismos relevantes do gene do VEGF: G634C (rs2010963), C2578A (rs699947) e
G1154A(rs1570360) em voluntários saudáveis e pacientes com IRC. Material e
Métodos: Estudamos 110 voluntários saudáveis (Controle) e 105 pacientes com IRC,
todos brancos e pareados para idade e sexo. O DNA foi extraído de amostras de sangue
total e os genótipos determinados por Real Time – PCR (Taqman, Applied Biosystems).
As freqüências haplotípicas foram obtidas com o software PHASE 2.1. Resultado: Foram
comparadas as freqüências alélicas, genotípicas e haplotípicas entre os dois grupos:
Controle e IRC. As freqüências haplotípicas associando os polimorfismos G634C,
C2578A e G1154A do gene do VEGF foram, para os grupos Controle e IR,
respectivamente: H1 (CAA) = 2,4 % e 0,0 %; H2 (CAG) = 0,0 % e 0,0 %; H3 (CCA) =
0,05 e 0,0%; H4 (CCG) = 34,3 % e 38,1%; H5 (GAA) = 35,2 % e 40,5 %; H6 (GAG) =
3,2 % e 0,0 %; H7 (GCA) = 1,9 % e 0,0 %; H8 (GCG) = 22,8 % e 21,4 %. Ao
compararmos os grupos Controle e IRC quanto às freqüências estudadas, estas não
apresentaram diferenças significativas (todos com p < 0,05, teste Qui-Quadrado).
Conclusão: Nossos resultados sugerem que os presentes polimorfismos do gene do
VEGF não apresentam associação com IRC, visto que as freqüências genotípicas e
alélicas são semelhantes entre os grupos. Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, Capes
PO066
AVALIAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO EM PACIENTES
RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR.
OLIVEIRA, CA; OLIVEIRA, FG; CASALI, TG; BIGNOTO, TC; COELHO, AF;
JÚNIOR, HLB; DE PAULA, RB.
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia – NIEPEN
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
Juiz de Fora – MG
Objetivo: Comparar a modulação autonômica cardíaca de pacientes renais crônicos (RC)
em tratamento conservador com voluntários saudáveis (CON). Métodos: Foram
avaliados 25 RC e 14 CON, com médias de idade respectivamente iguais a 56,5 ±12,5 e
14 de setembro de 2008 - Domingo
54,5 ± 10,3 anos. Todos os indivíduos foram submetidos a monitorização do ritmo
cardíaco por meio de Holter durante 20 minutos, em decúbito dorsal (pré-inclinado) e
após inclinação passiva a 70° (Til Test) por mais 20 minutos. A variabilidade da
freqüência cardíaca foi avaliada pela análise espectral usando-se a transformada rápida
de Fourier. Foram analisadas as variáveis LFnu (low frequency) e HFnu (high frequency)
indicativas, da modulação simpática e parassimpática, respectivamente; e a razão LF/HF,
indicadora do balanço simpático-vagal. Essas variáveis foram comparadas entre os 2
grupos, ao final dos estágios pré-inclinado e inclinado. Resultados: Na tabela 1, podem
ser vistas as variáveis avaliadas nos 2 grupos. No estágio pré-inclinado, não foram
observadas diferenças significantes entre o grupo RC e o grupo CON. Entretanto, após a
inclinação, observou-se maior LFnu, menor HFnu e maior relação LF/HF no grupo CON
quando comparado ao grupo RC. Tabela 1
Variável
RC
CON
p
Pré-inclinado
Pré-inclinado
LF nu
63,2 ± 17,6
70,6 ± 13,7
0,331
HF nu
36,8 ± 17,6
29,6 ± 13,6
0,377
LF/HF
2,3 ± 1,5
3,5 ± 3,1
0,361
Inclinado
Inclinado
LF nu
73,5 ± 13,0
84,5 ± 8,1
0,001
HF nu
26,5 ± 13,0
15,4 ± 8,1
0,001
LF/HF
3,3 ± 1,3
7,9 ± 5,6
0,001
Conclusão: Pacientes renais crônicos em tratamento conservador, quando submetidos ao
stress postural passivo, apresentam menor ativação do sistema nervoso autônomo que o
grupo controle, indicando alterações na modulação autonômica cardíaca.
PO067
DIABETES INSIPIDUS CENTRAL E HIPODIPSIA PRIMÁRIA COM
HIPERNATREMIA E IRA
MILOSKI, F(1); PENEDO, B(1); CHRISTIANI, L(1); GRACIANO, M(1); CARVALHO,
D(1);
Hospital Geral de Bonsuxesso(1);
Introdução: Poucos são os relatos na literatura de associação de diabetes insipidus central
e hipodipsia primária. A associação de rabdomiólise e hipernatremia também é descrita.
Relato: Trazemos o caso de um paciente de 22 anos, transferido para o nosso hospital
com insuficiência renal aguda, associado a hipernatremia grave e refratária. Encontravase com nível de consciência rebaixado, tetraparesia flácida hiperreflexa e anasarca.
Exames mostravam aumento de enzimas musculares, hipernatremia (190mEq/L) e
aumento de escórias azotadas. Familiar referia início dos sintomas após esforço físico
extenuante. Era neuropata devido à seqüela de hipóxia peri-parto, claudicava de um
membro, estrábico, idade mental de pré-adolescente. Familiar refere episódio de
insuficiência renal aguda na infância sem necessidade de tratamento dialítico. Iniciou-se,
na recente admissão, terapia dialítica. Após sessões de HD realizadas, evoluiu melhora
do quadro geral e força em membros superiores, regressão da hipernatremia. RNM do
crânio mostrou lesão isquêmica lacunar antiga peri ventrículo lateral direito. Apresentou
aumento da osmolaridade urinária com o uso do DDAVP intranasal, confirmando a
hipótese de diabetes insipidus central. Evoluiu com melhora do quadro clínico. Notamos
então que apresentava natremia no limite superior, algumas vezes se mantinha com
hipernatremia leve, em nenhum momento referiu sede durante a internação,
caracterizando a hipodipsia primária. Mantido em tratamento conservador, mostrou
aumento do débito urinário e regressão da IRA. Orientamos oferta de líquidos. Retornou
após para consulta ambulatorial, andou até a sala da consulta, algum déficit motor,
orientado, sem queixas. Tinha hipernatremia (165mEq/L), com aumento de CKtotal (336
U/L), não referia sede alguma. Orientado ingestão vigorosa de líquidos, após uma
semana apresenta natremia de 149mEq/L e osmolaridade urinária de 92,2 mosmol/Kg.
Conclusão: A associação de DI central e hipodipsia é possível em pacientes com lesão
neurológica central, podendo levar a hipernatremia e rabdomiólise.
PO068
NEFRITE LÚPICA CLASSE IV: PERFIL CLÍNICO-LABORATORIAL E
TERAP UTICO
LEITE MFM(1); FONSECA ML(1); FOGOSO GM(1); CANUTO APPSL(1); SILVA
GSJR(1); KIRSZTAJN GM(1);
UNIFESP(1);
Objetivo: Avaliar o perfil clínico, laboratorial e terapêutico de pacientes com NL classe
IV. Metodologia: Análise retrospectiva e aleatória dos prontuários de pacientes com NL
IV em acompanhamento nos anos de 2007-08 no ambulatório de Nefrites. Resultados:
Dos 17 avaliados, a idade na admissão no serviço variou de 14 a 59 anos (a) e o tempo
de doença na admissão de 1 mês a 25 a: 41,2% < 1 a; 29,4% 2 a 5 a. HAS estava
presente em 76,5% dos pacientes; nenhum tinha diabetes. Creatinina sérica(CS) variou
de 0,6 a 8,7mg/dl na abertura, sendo 65% < 2,0. Proteinúria de 24h (P24h) inicial <1g:
11,8%; 1-3g: 17,6%; 3-4g:17,6%; 4-6g:5,9%; 6-10g:17,6%; 1 com 13g e 1 com 33g. A
urinálise inicial revelou hematúria em 92% dos casos. 76,5% prednisona 1mg/kg; 71%
pulsoterapia com metilprednisolona (MP), 1 a 4 vezes; número indefinido em 2 casos;
76,5% ciclofosfamida (CFF) endovenosa (EV) variando de 1 a 6 vezes, indefinido em
1; nenhum fez uso de CFF por via oral (VO); 6% azatioprina e 12% MMF. Por ocasião
da última consulta 82% dos pacientes eram portadores de HAS e 6% apresentaram
diabetes secundário ao uso de corticóide. A CS caiu mais de 0,5mg/dl em 21,4% dos
pacientes e aumentou mais de 0,5 em 14,3%. A P24h foi negativa ou <1g em 60% dos
casos. Com relação às medicações: 88% fizeram uso de IECA; 29% de BRA; 47% de
estatinas. Durante todo o período de acompanhamento 71% utilizaram prednisona
1mg/kg ; 76,5% prednisona <1mg/kg (como manutenção, pelo menos durante um
período do tratamento). Durante todo o tratamento da NL, incluindo o período de
acompanhamento em outros serviços estes pacientes utilizaram: 76,5% MP 2-15 vezes;
12% CFF VO; 58,3% CFF EV 2-12 vezes; 12% MMF e 23,5% azatioprina. Conclusões:
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
Esses pacientes apresentaram com freqüência insuficiência renal e HAS por ocasião do
diagnóstico e a freqüência de HAS aumentou no seguimento, já a CS e a P24h tenderam
a cair. Predominaram como intervenções terapêuticas o uso de prednisona VO em dose
alta e MP EV, ambas usadas por mais de 70% dos pacientes; o uso de IECA e de
estatinas também foram freqüentes.
PO069
ESTUDO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA, EXPRESSÃO DAS ISOFORMAS DA
ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA) E AVALIAÇÃO DO
ÓXIDO NÍTRICO (NO) EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2
(DM2)
MOURO, MG(1); DI TOMMASO, ABG(1); RODRIGUES. AM(1); HIGA, EM(1);
UNIFESP(1);
Objetivo: Verificar a associação entre as isoformas da ECA e a nefropatia diabética em
pacientes com DM2. Avaliar a síntese de NO e sua correlação com as isoformas da ECA
nestes pacientes. Materiais e Métodos: Foram selecionados pacientes com DM2 (n=121)
e indivíduos saudáveis (CTL, n=45). Amostras de sangue e urina foram coletadas para
dosagem de NO, uréia, creatinina (Cr), glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c),
microalbuminúria, atividade e isoformas da ECA. Os dados são apresentados como
média ± erro padrão (X±EP) e analisados por "One Way" ANOVA. Resultados: A média
da glicemia do grupo DM2 foi maior em relação ao grupo CTL (145±5,6 vs. 79±1,7
mg/dL, P<0,05), assim como a média da HbA1c (8,2±0,2 vs. 5±0,1 % P<0,05). A Cr
estava aumentada nos diabéticos em relação ao CTL (1,1±0,03 vs. 0,9±0,02 mg/dL,
P<0,05), assim como a uréia (43±2,5 vs. 31±1,5 mg/dL, P <0,05) e a microalbuminúria
(166,8±53 vs. 26±7mg/g de creatinina, P <0,05), mostrando que a função renal destes
pacientes está alterada. As concentrações de NO sérico (67,4±4,5 vs. 39,5±1,6 uM, P
<0,05) e urinário (1032,9±90 vs. 486,3±60 uM, P< 0,05) dos diabéticos foram maiores
em relação ao CTL. Não houve diferença com relação à atividade da ECA entre os
grupos DM2 (n=7) e CTL (n=4) tanto com o substrato HHL (0,02±0,007 vs. 0,04±0,01
nmol/ mL.min, P >0,05) quanto Z-Phe-HL (0,05±0,02 vs. 0,1±0,02 nmol/ mL.min, P
>0,05). Conclusão: Não há consenso em relação à síntese de NO no diabetes. Talvez,
nessa situação, ele aumente em função do “shear stress” e da hiperglicemia, os quais
estimulam a NO sintase; ou pelo fato dos pacientes usarem drogas para o DM, as quais
também promovem aumento de NO. Não foi possível a determinação das isoformas e
atividade da ECA até o momento talvez devido ao nosso “n” reduzido ou porque a
maioria destes pacientes faz uso de inibidores de ECA. Nossos resultados são
preliminares, mas acreditamos que o entendimento dos distúrbios genéticos e
metabólicos, associados ao estudo da ECA e da síntese de NO, pode nos proporcionar
futuras opções terapêuticas para evitar as lesões renais associadas ao diabetes.
PO070
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E HIPOFOSFATEMIA INDUZIDAS POR
IMATINIB (GLIVEC): RELATO DE CASO
RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, IGOR DENIZARDE BACELAR MARQUES,
ANTÔNIO CARLOS SEGURO, LÚCIA CONCEIÇÃO DE ANDRADE
HCFMUSP(1);
Objetivo: relatar o caso de um senhor de 60 anos, portador de leucemia mielóide crônica
(LMC) e hipertensão (HAS), em uso regular de imatinib (Glivec), enalapril e atenolol,
que desenvolveu uma insuficiência renal aguda (IRA) e hipofosfatemia grave (P=0,6
mg/dL) após uma gastrenterite leve. O mesmo estava em uso do imatinib há 4 anos e,
desde então, vinha apresentando episódios de hipofosfatemia. Laboratorialmente havia
indícios de disfunção tubular proximal (fração de excreção de fósforo e potássio
elevados, hipocalemia e hipofosfatemia) e de alteração no metabolismo mineralo-ósseo
(PTH elevado e 25-hidróxi-vitamina-D baixa). O imatinib é uma medicação recente que
inibe tirosinoquinase, incluindo a Bcr-Abl, c-Kit e receptores de PDGF, e que tem
revolucionado o tratamento da LMC. Atualmente é a droga de escolha e seu benefício é
inquestionável. No nosso paciente o aumento na excreção urinária de fósforo e potássio
sugere uma ação predominante em túbulo proximal. A IRA induzida pelo Glivec teve
como fatores agravantes a desidratação e o uso do inibidor da enzima de conversão.
Materiais e Métodos: revisão da literatura através do Pubmed (hypophosphatemia and
imatinib) e do UpToDate 2008. Ilustração com o caso supracitado. Resultados: de acordo
com a literatura, os dois mecanismos propostos para explicar a hipofosfatemia
relacionada ao imatinib são a disfunção tubular proximal e as alterações no metabolismo
mineralo-ósseo. O nosso paciente além da hifosfatemia também desenvolveu
hipocalemia e hipomagnesemia. Conclusão: é inquestionável o benefício do imatinib no
tratamento da LMC. No entanto, devemos ficar atentos para os possíveis efeitos
adversos, realizando o monitoramento periódico dos eletrólitos e da função renal. Mais
estudos são necessários para elucidação do exato mecanismo de ação tubular do imatinib.
PO071
REGULAÇÃO DO RECEPTOR DE (PRO)RENINA EM CÉLULA MESANGIAL
SOB ESTÍMULO DE ALTA GLICOSE.
PEREIRA, LG(1); ARNONI, CP(1); BOIM, MA(1);
UNIFESP(1);
Introdução: Existem muitas evidencias indicando que altas concentrações de glicose
estimulam a síntese de angiotensina II (AII) em células mesangiais (CM) sendo um
mediador relevante na proliferação e expansão de matriz mesangial levando a
glomerulosclerose e a nefropatia diabética (ND). O receptor de (pro)renina foi
identificado em CM e a ligação da (pro)renina com o receptor leva a uma ativação nãoproteolítica da (pro)renina contribuindo para a síntese de AII na superfície celular.
Também, a estimulação do receptor de (pro)renina induz a ativação de proteínas da
família das MAP quinases (ERK1 e 2). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar se a
40
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
alta concentração de glicose induz modificações na expressão do RNAm e proteína para
o receptor de (pro)renina, fibronectina e ERK1/2 em CM em cultura. Para avaliar se o
receptor de (pro)renina é regulado por níveis intracelulares de AII, também avaliamos o
efeito do antagonista de receptor AT1, losartan. Método: CMs humanas foram expostas
a concentrações de glicose padrão (Cont, 10mM) ou alta (Gli, 30mM), na ausência ou na
presença de losartan (100nM). A expressão de RNAm para o receptor de (pro)renina,
fibronectina, ERK2 e B-actina foi estimada por Real-Time RT-PCR. Níveis protéicos
foram analisados por Western Blot e distribuição do receptor foi avaliada por
imunofluorescência. Resultado: A alta glicose induziu aumento na expressão (RNAm e
proteína) do receptor de (pro)renina (5 vezes) e fibronectina (2 vezes) mas não teve efeito
sobre o RNAm de ERK2 porém houve um desvio nas formas de ERK, com predomínio
da forma ativa da enzima. O losartan reverteu esses efeitos. Conclusão: A superexpressão
do receptor de (pro)renina pode contribuir para o aumento da geração local de AII nas
CMs sob condições de alta glicose. A expressão do receptor parece ser mediada pelos
níveis de AII. A ativação da ERK pelo receptor de (pro)renina pode ter um papel
importante na proliferação da CM observada durante a progressão da ND.
PO072
CAPTAÇÃO DE GLICOSE NAS CÉLULAS MESANGIAIS: PAPEL DOS
TRANSPORTADORES DE GLICOSE E ANGIOTENSINA II
ARNONI, CP(1); SANTOS, CL(1); CRISTOVAM, PC(1); VIDOTTI, DB(1);
MAQUIGUSSA, E(1); BOIM, MA(1);
Universidade Federal de São Paulo(1); Universidade Federal de São Paulo – Disciplina
de Nefrologia
A proliferação das células mesangiais (CM) e o aumento na produção de matriz
extracelular constituem via central na patogênese da nefropatia diabética (ND). Estas
manifestações são minimizadas pelo bloqueio do sistema renina angiotensina. A
disfunção da CM ocorre pelo menos em parte, devido ao aumento na captação de glicose
e um desvio em seu metabolismo, favorecendo a formação de polióis. Como as CM
expressam dois tipos de transportadores de glicose, o transportador dependente de
insulina (GLUT4), e o transportador independente de insulina (GLUT1), este estudo
avaliou o efeito de altas concentrações de glicose sobre os níveis de expressão de
GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a velocidade de captação de glicose.
Avaliamos também o efeito da insulina (1U/ml) e do bloqueio do receptor de
angiotensina AT1 (losartan, 100 M), sobre esses parâmetros. CM foram
expostas a concentrações de glicose padrão (C, 10mM) ou alta (G, 30mM) durante 1, 4,
12, 24 e 72 horas. No grupo G houve um aumento inicial (1, 4 e 12 horas) na expressão
do GLUT1 retornando aos níveis basais após 72 h, enquanto que o GLUT4 apresentouse super expresso nos períodos mais tardios (24h e 72 h). A expressão de fibronectina
aumentou em todos os períodos no grupo G. Houve um aumento de 40% na captação de
glicose no grupo G nos períodos mais precoces (1-12 h) a qual não foi afetada pelo
tratamento com insulina. Por outro lado, após 72 h o aumento na captação de glicose
(~50%) foi dependente de insulina. O losartan reverteu os efeitos da alta glicose sobre a
expressão de GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a captação de glicose.
Estes resultados sugerem que as CM captam glicose tanto na presença (através de
GLUT4) quanto na ausência (GLUT1) de insulina, tornando-se altamente suscetível a
altas concentrações de glicose. O efeito benéfico de bloqueadores do receptor AT1 pode
também ser mediado pela inibição da captação de glicose pela CM.
PO073
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A PRODUÇÃO DE
ÓXIDO NÍTRICO (NO) E SOBRE A NEFROPATIA DIABÉTICA EM RATOS
COM DIABETES MELLITUS (DM) EXPERIMENTAL
RODRIGUES, AM(1); BERGAMASCHI, CT(1); MOURO, MG(1); BAILONI NETO,
A(1); HIGA, EMS(1);
UNIFESP-EPM(1);
Objetivo: Avaliar o NO produzido durante o exercício físico em ratos diabéticos e seu
efeito sobre a evolução da nefropatia diabética. Material e Métodos: Ratos Wistar
adultos, com 170-210g de peso foram pré-selecionados; metade dos animais
corredores e não-corredores foram induzidos ao DM pela estreptozotocina (60mg/Kg
peso, veia caudal). O restante dos animais receberam o veículo (tampão citrato 0,1M;
pH4,5). DM foi considerado quando glicemia ≥ 200mg/dL. Grupos: CTL+SE,
CTL+EX, DM+SE e DM+EX. N=9 para cada grupo. DM+EX e CTL+EX exercitaram
sobre esteira a 16m/min/60min/dia, 5dias/semana/8semanas. DM+SE e CTL+SE
ficaram apenas sobre a esteira desativada. Antes e na oitava semana de exercícios os
animais foram colocados na gaiola metabólica para a coleta de urina de 24horas e
amostras de sangue, para determinar glicemia, albumina, creatinina, uréia e NO
(método da quimioluminescência, µM). Os rins foram removidos para análise
histológica. Os resultados são apresentados como média ±EP, One Way ANOVA,
P<0,05. Resultados: Após a oitava semana do protocolo o DM+SE vs ao CTL+SE
teve redução de peso (233,3±7,1 vs 380,0±6,0 P<0,05) e elevação na glicemia
(511,8±18,1 vs 114,8±4,0 P<0,05). No DM+EX ocorreu aumento do peso (306,0±8,5)
e redução da glicemia (295,3±35,8) vs ao DM+SE (P<0,05),. A albuminúria
(mg/24hs) aumentou no DM+SE vs ao CTL+SE (5593,7±566,2 vs 964,1±101,0
P<0,05), assim como a creatinina (1,36±0,02 vs 1,09±0,06 P<0,05) e a uréia
plasmáticas (68,5±5,5vs 30,6±3,8 P<0,05). No DM+EX ocorreu redução da
albuminúria (3128,6±931,0), creatinina (1,11±0,05) e uréia plasmáticas (41,6±6,5) vs
ao DM+SE. Os níveis de NO urinário no DM+SE reduziram quando vs ao CTL+SE
(17,3±2,1 vs 1504,3±159,9 P<0,05); contudo, comparado ao DM+EX foi nítida a
recuperação do NO, proporcionado pelo exercício (455,6±222,0, P<0,05 vs DM+SE).
Na análise histológica o DM+EX apresentou menor lesão túbulo glomerular (<25%)
quando comparado ao DM+SE (>50%). Conclusão: Nosso trabalho sugere que a
rotina de exercícios em ratos diabéticos tem efeitos benéficos sobre a nefropatia
diabética, talvez através de modificações na síntese do NO
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 41
Pôsteres
PO074
INTOXICAÇÃO POR VITAMINA D INJETÁVEL. RELATO DE CASO.
BASSO, G(1); PACHECO, ES(1); RODRIGUES, K(1); SCHMITZ, RO(1); SOUZA,
IAO(1);
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(1);
Introdução: Relatos de intoxicação por vitamina D são incomuns na literatura, apesar
do uso freqüente e indiscriminado destas substâncias. Embora a utilização mais
observada seja por crianças e idosos, atualmente há um crescente consumo não
supervisionado de compostos vitamínicos em academias, com objetivo de ganho de
massa muscular. Relata-se a seguir caso de insuficiência renal aguda (IRA) e
hipercalcemia em paciente que fazia uso de composto veterinário injetável. Relato de
caso: Paciente masculino, 29 anos, branco, sem internação prévia, é admitido na
Emergência do Hospital Universitário da Universidade federal de Santa Catarina
referindo quadro de náuseas, vômitos recorrentes e anorexia há 2 meses, bem como
perda de 20 kg no período. Referia uso de captopril 75 mg/dia, por diagnóstico recente
de hipertensão arterial. Não apresentava alterações ao exame físico, exceto pressão
arterial de 140/80 mmHg. Quanto aos resultados laboratorias: Hb 12,2 g/dl (13-18), Ht
35,3% (40-52), creatinina de 3,20 mg/dl (0,6 a 1,4), uréia 70 mg/dl (10-50), sódio 136
mEq/l (135-145), potássio 3,6 mEq/l (3,3-5,1), cálcio total 13,9 mq/dl (8,5-10,5),
magnésio 2,3 mg/dl (1,9-2,5), fósforo 5,1 mg/dl (2,5-4,9) e PTH <3 pg/ml (11-67).
Apresentava calciúria/24 horas acima do limite superior da normalidade e
ultrassonografia de aparelho urinário sem particularidades. Foi internado com quadro
de IRA e hipercalcemia a esclarecer. Somente após 7 dias, relatou o uso de diário de
“Vit ADE” (solução de uso veterinário com alta composição de vitaminas A, D e E.
Concentração de vitamina D de 10.000 UI/ml, e vitamina A de 40.000 UI/ml), com
injeções intramusculares de 2-5 ml antes de atividade física, por período de 8 meses.
Paciente permaneceu em tratamento por 14 dias (hidratação vigorosa e diuréticos),
evoluindo com melhora total dos sintomas. Ambulatorialmente, após 30 dias,
apresentou creatinina 1,1 mg/dl, uréia 50 mg/dl e cálcio 9,6 mg/dl. Discussão:
Hipervitaminose D é caracterizada pelo aumento sérico desta substância,
hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Esta intoxicação deve ser considerada
na investigação diagnóstica de IRA e hipercalcemia, e sendo que esta é uma nefropatia
potencialmente reversível.
PO075
EFEITO DA HIPERCOLESTEROLEMIA SOBRE OS GLICOSAMINOGLICANOS RENAIS EM UM MODELO DE SÍNDROME METABÓLICA EM
COELHOS
ANA HELENA SANTA ROSA(1); ANA TOVAR(2); INAH PECLY(2); CHRISTINA
TAKIYA(3); LUCIO RONALDO CARDOSO(1); MAURILO LEITE JR.(1);
Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Lab. Tec. Conjuntivo,
Universidade Federal do Rio de Janeiro(2); Dep. Emb. Hist., Universidade Federal do
Rio de Janeiro(3);
Objetivo: Analisar a composição e a concentração de glicosaminoglicanos (GAGs),
e o conteúdo de colágeno em tecido renal de coelhos hipercolesterolêmicos, bem
como descrever os achados histológicos presentes nos rins destes animais.
Materiais e Métodos: Foram utilizados 12 coelhos machos adultos da raça “New
Zealand”, mantidos num regime de 8 semanas sob ração normal (grupo controle
“C”, n=6) ou hipercolesterolêmica (grupo “HC”, n=6). Foram monitorados o peso,
níveis séricos de colesterol, triglicerídeos, glicose, uréia e creatinina, antes e após
8 semanas, quando os animais foram sacrificados e os rins enviados para extração
e análise dos GAGs, e estudo histológico (HE, PAS e Sirius red). O conteúdo total
dos GAGs renais foi estimado pela dosagem de ácido hexurônico e as proporções
relativas dos GAGs sulfatados foram estimadas por análise densitométrica das
bandas metacromáticas em gel de agarose. A quantificação dos GAGs sulfatados e
não-sulfatados foi feita pela cromatografia de troca iônica. O conteúdo renal de
colágeno foi avaliado pela dosagem de hidroxiprolina. Resultados: No grupo HC
houve diferença significativa entre os níveis séricos de colesterol (84,7 ±
52,4ng/mg para 1362,0 ± 892,1ng/mg, P<0,05), e de glicose (122,0 ± 26,2ng/mg
para 217,2 ± 80,6ng/mg, P<0,05). Houve significativa redução dos GAGs totais no
grupo HC (739 [423-1067] ng/mg vs 166 [143-266] ng/mg, P<0,05), e não no
grupo C. A proporção entre as sub-populações de GAGs sulfatados não variou
entre os grupos. Não houve diferença entre os dois grupos em relação ao conteúdo
de colágeno renal. As alterações histológicas no grupo HC foram a diminuição do
espaço urinário, discreto alargamento intersticial por infiltrado mononuclear
inflamatório e expansão da cápsula de Bowman. Conclusão: A dieta
hipercolesterolêmica por oito semanas se associou à redução no conteúdo total de
GAGs, sem anormalidades do conteúdo renal de colágeno. Estas alterações podem
se constituir em características precoces do tecido renal na vigência de síndrome
metabólica.
PO076
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO TREINAMENTO, MOTIVAÇÃO E
ASSISTÊNCIA AOS CLIENTES EM PROGRAMA DE DIÁLISE
PERITONEAL.
OLIVEIRA, AR; CLAUDINO, MM; SILVA, ML; AZEVEDO,PC; MARINHO, MAS.
Hospital São João de Deus(1);
Introdução: Ao se inserir um paciente em diálise peritoneal (DP) cabe ao enfermeiro
avaliar aspectos de inclusão ou exclusão deste paciente na terapia, como a vontade de
realizar o tratamento, auto cuidado, aplicação e avaliação do treinamento para realizar
as trocas em seu domicilio e a continuidade do tratamento. Durante o treinamento e na
evolução da terapia a dedicação do enfermeiro é muito importante para fortalecer o
vinculo entre paciente, família e centro de diálise, divulgando sempre novas
14 de setembro de 2008 - Domingo
informações. Objetivo: Avaliar o papel do enfermeiro no treinamento, motivação e
assistência aos clientes em programa de Diálise Peritoneal (DP). Metodologia: Estudo
retrospectivo com levantamento de dados do prontuário de enfermagem dos pacientes
que iniciaram DP no serviço de nefrologia de um hospital de grande porte no período
entre novembro de 2005 a outubro de 2007. Todos seguiram um protocolo de
treinamento teórico, com aulas expositivas e práticas, utilização de cartazes, fichários,
manequins, entre outros. Resultados: Foram avaliados 62 pacientes, sendo 27 (43%) do
sexo masculino, 35 (57%) do sexo feminino, com média de 54 anos de idade.
Identificamos que cada treinamento foi realizado em média de 18 horas (3 horas/dia).
Em 44 destes pacientes o treinamento foi acompanhado pela própria família, em 5 deles
por pessoas não relacionadas e em 13, o paciente foi o próprio cuidador. Foram
treinados 3 cuidadores por paciente. Ocorreram 14 (23%) internações relacionadas à
terapia, 17 (27%) peritonites e 5 (8%) infecções de exit-site. Em 5 pacientes (29%)
houve necessidade de mudança de terapia. Nenhum óbito foi decorrente de
complicações da terapia durante o período estudado. Conclusão: Concluímos que com
o procedimento adotado obtivemos índices de qualidade destacados. O papel do
enfermeiro no treinamento sistematizado, a revisão dos protocolos e a troca de
informações com o paciente traz boas expectativas, gera confiança e melhor aderência
ao tratamento.
PO077
FLUORESCÊNCIA DA PROTOPORFIRINA EM CAMUNDONGOS COM
DIABETES EXPERIMENTAL
FAUAZ, G(1); COURROL, LC(2); SILVA, FRO(2); ROCHA, FGG(1); SCHOR, N(1);
BELLINI, MH(2);
UNIFESP(1); IPEN/CNEN-SP(2);
A Protoporfirina (PpIX) é o precursor metabólico intermediário da molécula do
heme, uma molécula autofluorescente que tem sido usada no diagnóstico de várias
doenças. O metabolismo anormal da PpIX total de eritrócito tem sido observado nas
doenças tais como câncer, envenenamento por chumbo, psoríase e anemia por
deficiência de ferro. Diabete Melito (DM) é uma síndrome metabólica complexa em
que ocorre deficiência relativa ou absoluta de insulina afetando o metabolismo dos
carboidratos, lipídeos e proteínas. A hiperglicemia é a principal manifestação clínica
e contribui para o desenvolvimento e progressão do DM. No presente estudo
avaliamos a utilidade da espectroscopia de fluorescência da PpIX de eritrócito para
monitorar as fases iniciais do diabetes. Um total de 14 camundongos C57BL/6
machos, com idade de 6 semanas, foram dividido em dois grupos: diabético e não
diabéticos. Para a indução do DM os camundongos foram tratados com
estreptozotocina, injetada intraperitonealmente. A autofluorescencia da PpIX do
sangue dos animais foi analisada pela espectroscopia de fluorescência. Os espectros
de emissão característicos da PpIX foram obtidos excitando as amostras em 405nm.
Um aumento da glicose do sangue dos animais diabético foi verificado, quando
comparado com os controles (371,10±14,43mg/dL vs 156,0±8,11mg/dL, P<0,05).
Significativa diferença na forma dos espectros de autofluorescencia entre os animais
diabéticos e os controles ocorreram na região espectral de 600-730nm. As amostras
de sangue dos diabéticos mostraram uma diminuição significativa (30.5%) na
intensidade de faixa da emissão em 635nm. Nós demonstramos que uma fonte
simples de excitação (LED) pode ser usada como um instrumento para medir a PpIX
em volumes pequenos de sangue. Além disso, nossos resultados indicam que o perfil
de PpIX de eritrócitos poderia ser usado como um monitor biológico para o DM.
FAPESP 2007/54253-6
PO078
LIGA CIDADES VARGINHA – TRIAR E ENCAMINHAR PARA PREVENIR A
DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL
TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); LOPES, FA(1); CARVALHO, MCP(1); DUQUE,
DR(1); CARVALHO, DF(1); BASTOS, MG(1);
Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1);
Objetivo:Rastrear e encaminhar os indivíduos com fatores de risco para doença renal
crônica (DRC) no município de Varginha – MG. Materiais e Métodos:O trabalho
desenvolvido em fevereiro de 2008 é parte integrante do projeto de pesquisa e extensão
Liga Cidades, que leva para outras cidades campanhas de prevenção da DRC nos
mesmos moldes daquelas realizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. O
atendimento aconteceu por demanda espontânea, salvo menores de 18 anos de idade.
Primeiramente, foram ministradas palestras educativas sobre hipertensão, diabetes,
alimentação e atividade física, com enfoque na prevenção da DRC. Os indivíduos foram
questionados quanto à presença de fatores de risco para doença renal crônica e passaram
por exames de peso e altura, circunferência abdominal, pressão arterial, uroanálise
(através de fita de imersão) e glicemia capilar. Os critérios de encaminhamento ao
atendimento médico especializado, para dosagem de creatinina sérica e avaliação da
função renal, são proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou
sintomas de infecção do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao
final dos exames. Resultados:Atenderam-se 607 pacientes, com idade média de 53,96
anos, sendo 68,1% mulheres. A prevalência de hipertensão e diabetes foi de 55,7% e
15,09%, respectivamente. Dos indivíduos assistidos 73,39% estavam acima do peso,
desses 30,92% eram obesos. A circunferência abdominal ficou acima dos valores
normais (OMS, 2005) em 77,18% das mulheres e 29,53% dos homens. O sedentarismo
e o tabagismo estavam presentes em 56,79% e 16,35% dos atendidos, respectivamente.
Do total de atendimentos, 25,8% apresentaram pelo menos um dos critérios de
encaminhamento definidos. Conclusão:A DRC gera, além da alta morbimortalidade e
piora da qualidade de vida dos pacientes, um elevado custo de tratamento que onera o
Sistema Único de Saúde. O projeto Liga cidades possibilita o diagnóstico precoce, o
encaminhamento imediato para acompanhamento especializado e o retardo da progressão
da doença, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
41
04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
Pôsteres
PO079
PO082
EFEITO DO ALUMÍNIO NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DA NA+-ATPASE NA
MEMBRANA BASOLATERAL DO TÚBULO RENAL
SANUTO-LEITE, L(2); NUNES, A.C.F(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1);
UFRJ(1); Particular(2);
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ATENDIMENTO DO PROGRAMA DE
ATENÇÃO À HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS, NO
MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA, RS.
MOTTA, CA(1); BUNDCHEN, PL(1); LIBRELOTTO, C(1); MARISCO, N(1);
MOREIRA, PR(1);
UNICRUZ(1);
Objetivos: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A
principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a
Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste
estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase.
Embora esse elemento ocorra em concentrações muito baixas nos sistemas biológicos ele
é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros
compostos justifica essa investigação. Métodos e Resultados: Cada amostra de fração
enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos
adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi
calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [γ -32P]ATP
obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol.
Chem. 256,1981) A determinação protéica foi realizada através do método de Lowry
(Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido
[Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentrações molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibição de 36,04% (10-2M)
na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio
observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença
de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase.
O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min
Conclusão: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode
modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteração parece ser dependente da
concentração molar e não do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos
de alumínio deverão ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade
da Na+-ATPase seja compreendido.
Introdução: O programa Hiperdia visa o acompanhamento e o controle da hipertensão
arterial e do diabetes mellitus evitando o surgimento e a progressão das complicações e
reduzindo o número de internações hospitalares. Objetivo: O trabalho teve como objetivo
utilizar os conceitos de Donabedian para avaliação dos processos de trabalho verificando
as não conformidades na coleta dos dados do Programa de Diabéticos e Hipertensos do
Centro de Saúde da cidade de Cruz Alta. Material e Métodos: Foram analisados 400
cadastros, referente ao período de março de 2007 a junho de 2008. A partir da análise dos
dados foram verificadas as falhas na coleta dos mesmos. Resultados: Verificou-se que
somente as variáveis sexo, presença de hipertensão arterial sistêmica e presença de
diabetes mellitus estavam 100% completas. As variáveis como presença de dor nas
pernas, visão turva, hemoglobina, hematócrito, hemoglobina glicada, colesterol HDL e
colesterol LDL estavam menos de 50% preenchidas. E, com mais de 50% preenchidas
encontraram-se as seguintes variáveis: ingestão de álcool diariamente, presença de asma,
acidente vascular cerebral, cansaço, claudicação, nefropatia, infarto agudo do miocárdio,
gota, polaciúria, poliúria, polidipsia e polifagia, conhecimento sobre a hipertensão
arterial sistêmica e diabetes mellitus, idade, altura, fumo, início do diabetes mellitus e
hipertensão, medida de cintura e quadril, razão cintura quadril, glicemia, colesterol total,
hemoglicoteste, peso, índice de massa corporal, pressão arterial sistólica e diastólica.
Conclusão: Observamos que a maior parte das variáveis foram preenchidas mais de 50%
e que as falhas na coleta dos dados foram provenientes de vários fatores como: a falta de
equipamentos para avaliação do paciente (trena, aparelhos de pressão, balanças,
glicosímetro), falta da capacitação dos profissionais da área da saúde para a coleta dos
dados, não disponibilidade do exame bioquímico na rede básica e indisponibilidade de
tempo para o atendimento individualizado do paciente.
PO080
EFEITO DO ALUMÍNIO NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DA NA+-ATPASE NA
MEMBRANA BASOLATERAL DO TÚBULO RENAL
SANUTO-LEITE, L.(2); NUNES, A.C.F.(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1);
UFRJ(1); Particular(2);
Objetivos: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A
principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a
Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste
estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase.
Embora esse elemento ocorra em concentrações muito baixas nos sistemas biológicos ele
é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros
compostos justifica essa investigação. Métodos e Resultados: Cada amostra de fração
enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos
adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi
calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [γ -32P]ATP
obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol.
Chem. 256,1981) A determinação protéica foi realizada através do método de Lowry
(Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido
[Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentrações molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibição de 36,04% (10-2M)
na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio
observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença
de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase.
O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min.
Conclusão: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode
modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteração parece ser dependente da
concentração molar e não do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos
de alumínio deverão ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade
da Na+-ATPase seja compreendido.
PO081
RISCO DE SUICÍDIO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE NO ESTADO DA
BAHIA: PREVALÊNCIA, EVOLUÇÃO E MORTALIDADE EM TRÊS ANOS.
MOURA JR, JA(1); MOURA NETO, JA(1); MENDES DE SÁ, S(1); BESSA, MC(1);
PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); SOLEDADE, MF(2); SOUZA, CAM(2);
Clinica Senhor do Bonfim(1); Fundacao para o Desenvolvimento das Ciencias(2);
PO083
PSEUDOHIPERCALEMIA E PSEUDOHIPERFOSFOREMIA OCORRENDO
EM PACIENTE COM TROMBOCITOSE
VALÉRIO LADEIRA RODRIGUES, CRISTIANE ANDRADE YUNES, VANESSA BELO
DE ASSIS BRANDÃO, GISELLE JUNQUEIRA ALMEIDA, JOSÉ ROBERTO
LAMBERTUCCI.
Hospital das Clinicas da UFMG(1);
Introdução: Algumas condições clínicas caracterizadas por um aumento do número de
células sanguíneas, como a trombocitose, assim como técnicas inadequadas de coleta e
conservação do sangue podem levar a um falso diagnóstico de hipercalemia. Objetivo:
Relatar um caso de pseudohipercalemia e concomitante pseudohiperfosforemia em paciente
com grave trombocitose. Material e Métodos: Paciente de 42 anos, masculino, foi admitido
no Hospital das Clínicas UFMG com quadro convulsivo sem etiologia definida. Relatava
internação prévia devido a esplenomegalia importante e trombose de veia esplênica com
propedêutica positiva para Esquistossomose mansoni. Submetido a esplenectomia total com
implante esplênico e tratamento farmacológico com praziquantel. Após a esplenectomia
desenvolveu trombocitose importante que vem se mantendo desde então. Na atual
internação mantinha número elevado de plaquetas (2.706.000/mm3), nível sérico de potássio
de 5,4 mEq/L, fósforo de 6,1 mg%, creatinina 1,3 mg% e uréia 40 mg%. Durante
propedêutica neurológica e hematológica observou-se aumento progressivo dos níveis
séricos de potássio e fósforo (K+ 7,2 mEq/L e P 8,9 mg%). O eletrocardiograma foi
inconclusivo. As medidas iniciais para hipercalemia foram instituídas, porém, sem resposta,
quando se optou por procedimento dialítico. Resultados: A propedêutica complementar
mostrou, em urina de 24 horas, K+ 30 mEq, Na + 105 mEq e 12g de proteínas. Avaliado no
plasma, o nível de K+ era de 3,1 mEq/L e quando avaliado no soro, 6,4 mEq/L. O mesmo
fenômeno foi observado quando das análises dos níveis de fósforo: plasma 3,5 mg% e soro
5,0 mg%. As dosagens do potássio e do fósforo sérico e plasmático apresentaram diferenças
significativas comprovando tratar-se de um caso de pseudohipercalemia e
pseudohiperfosforemia. Conclusão: Em casos hematológicos semelhantes, a ocorrência de
pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia não havia sido até então relatada. O aumento
fictício tanto do K+ como do P não requer tratamento específico, sendo que o diagnóstico
correto pode evitar o uso de medidas desnecessárias e prejudiciais ao paciente.
Glomerulopatias
Morte por suicídio em pacientes portadores de IRC em diálise tem sido reportada há
décadas. No Brasil, raros são os estudos que tem mensurado sua prevalência, evolução
e mortalidade. Objetivo: Identificar a presença de Risco de Suicídio, em duas unidades
de diálise e analisar a evolução e a mortalidade por três anos. Métodos: O Mini
Internacional Neuropsychiatric Interview, questionário amplamente utilizado por
psiquiatras e que avalia risco de suicídio, dentre outros 16 transtornos, foi utilizado em
três etapas Foram obtidas as freqüências do transtorno e sua evolução foi acompanhada.
A curva de Kaplan-Meier e a regressão de Cox foram aplicadas para estudar a
mortalidade. Resultados: 244 pacientes na 1ª etapa, 200 na 2ª e 110 na 3ª etapa
participaram. Risco de suicídio foi diagnosticado em 40 pacientes na 1ª, 49 na 2ª e sete
na 3ª etapa. Da 1ª para a 2ª etapa, nove pacientes morreram, 29 mantiveram o
diagnóstico e 20 outros pacientes passaram a apresentar a condição. Da 2ª para a 3ª
etapa, 13 deles morreram, sete continuaram a apresentar risco de suicidio e 29
evoluíram para outro transtorno. A incidência de óbitos naqueles sem o transtorno foi
de 3,35 e naqueles com risco de suicídio, 9,91(RR = 2,87; IC de 95% [1,69 -4,87])*.
Conclusões: Risco de suicídio teve alta prevalência e a mortalidade associada a esta
condição é elevada.
42
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO084
VASCULITE - SD. DE CHURG-STRAUSS - DOENÇA RENAL CRÔNICA
CARVALHO, ELR; GOUVEA, LC.
CENTRO DE TERAPIA RENAL DE CRUZEIRO(1);
Introdução: A SD. de CHURG-STRAUSS, descrita em 1951 por CHURG e STRAUSS,
é uma doença sistêmica rara caracterizada por Vasculite, Asma, Infiltração eosinofílica de
órgãos, eosinofilia periférica. A baixa incidência pode refletir o não reconhecimento da
doença.RelatoCaso- RMMF,33anos,branca,do lar,nat.Cruzeiro-SP, desde 2003 apresentase com tosse persistente,asma,infecção respiratória de repetição, cefaléia, febre, rinite,
melhorada com uso de corticóide e antibiótico, acompanhada por dor abdominal e
vômitos.EM 2007 esses sintomas pioravam acrescidos de Hipertensão Arterial, fraqueza
muscular, emagrecimento e hemoptóicos.Internada em JAN.2008 com Insuficiência
Renal. Exames Uréia 168 mg/dl Creat. 10,4 mg/dl Hb.4,6 g/dl Ht° 13,8% k 5,1 mEq/l
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 43
Pôsteres
Alb.2,4 g/dl Leucócitos 9600/mm? 6% de eosinófilos, VHS 91 /136 , URINA I proteinúria
e hematúria. Submetida à implante de Cateter de dupla-luz para Hemodiálise em V.F.D.
iniciado HEMODIALISE. HbsAG NEG. HIV NEG. HCV NEG. Proteinúria 340,7 mg/24
hs. FAN NEG.,P-ANCA REAGENTE 1/40,C-ANCA NÃO REAGENTE, C3 93,3 mg/dl,
C4 28,1 mg/dl. IgE 335,0 U/ml. US RIM:RINS DE TAMANHO NORMAL. Iniciado
PULSO DE SM 500mg/dia 3dias e Ciclofosfamida 1g IV Mensal. Em 22/01/08 BIOPSIA
RIM: MO 20 glomérulos, 16 globalmente esclerosados, 2 com esclerose segmentar das
alças capilares e sinéquias à cápsula de Bowman.Os glomérulos remanescentes
apresentam-se com celularidade preservada e alças capilares de aspecto regular. Os
túbulos exibem áreas confluentes de atrofia, alguns deles dilatados, contendo cilindros
hialinos, circundados por fibrose intersticial moderada e focos de infiltrado inflamatório
linfocitário.Vasos arteriais sem anormalidades histológicas significativas.IMF Os cortes
revelam depósitos irregulares de IgM +/++ C3d ++ em glomérulos. Presença de cilindros
Tubulares com IgA e IgM. ESCLEROSE GLOMERULAR GLOBAL(16/20)e
SEGMENTAR COM SINÉQUIAS FOCAIS (2/20).ATROFIA TUBULAR MULTIFOCAL COM FIBROSE INTERSTICIAL MODERADA. NEFRITE T-I COM SINAIS
DE ATIVIDADE. EM 27/11/2007 CT TORAX piora padrão vidro fosco com nódulos
centrolobular.A paciente não teve melhora da função renal.
PO085
IMPACTO
DA
HIPERTENSÃO
NA
PROGRESSÃO
DA
GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA: RELATO DE CASO
PAES-FERRAZ, FHR(1); DOS SANTOS, ECB(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1);
CAVECHIA, SR(1);
Hospital Regional da Asa Norte(1);
Introdução: A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) é uma das
glomerulopatias primárias relacionadas com menor sobrevida renal a longo prazo ( 54 a
64% em 10 anos'). Objetivo: exemplificar o grande impacto da hipertensão arterial na
progressão da doença renal crônica em um paciente portador de GNMP.Material e
métodos: relato de caso de paciente seguido em nosso serviço de nefrologia entre dez/06 a
maio/08: HCS, 34 anos, solteiro, autônomo, sem filhos. Procura serviço devido múltilpos
episódios de internação por anasarca associada a síndrome nefrótica nos dois anos
anteriores. Ex físico: Beg, hipocorado +2/+4, edema +4/+4 MMII, MV abolido HTD, PA
150X100mmHg, lesões penfigóides em MMSS. Em uso irregular atensina, meticorten e
lasix. Exames: Cr 1,1 (clearance estimado 86ml/min ) Uréia 65 Hb 9 Ht 29 albumina 2,0
Eas- prot +3 Rx tórax - derrame pleural volumoso à direita.Paciente submetido
toracocentese alívio, ajuste anti-hipertensivos e retirado corticóide.Evolução clínica:
biopsia renal em janeiro/07 compatível com GNMP tipo I com alterações tubulointersticiais grau moderado. Reinternou 5 ocasiões nos 17 meses subsequentes com quadros
de anasarca associado a aumento níveis pressóricos ( sempre diastólicas 110mmHg) e
elevação escórias, apresentando em uma delas (agosto/07) quadro de malignização de
hipertensão ( encefalopatia hipertensiva associada a edema agudo de pulmão necessitando
de nitroprussiato iv ) sendo na última internação em maio/08 indicado hemodiálise (Cr 5,5
clearance estimado de 18 ml/min).Resultados: Em pacientes com síndrome nefrótica, é
descrito perdas mensais de 1ml/min/1.73m2; entretanto o paciente em questão apresentou
uma velocidade de deterioração da função renal cerca de três vezes maior. Os dados da
história sugerem que provavelmente a hipertensão desempenhou um importante papel na
aceleração deste processo, evoluindo o paciente para IRCT em um curto período de tempo.
Conclusão: o relato de caso reforça sobre a necessidade de controle rigoroso da pressão
arterial, principalmente em glomerulopatias proteinúrias onde não há consenso sobre a
validade da indicaçào de terapia imunossupressora.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO087
MICOFENOLATO MOFETIL NO TRATAMENTO DA GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL CÓRTICO RESISTENTE
ROMANO T. G., BOSCATTI C., PALOMBA H., BÉRGAMO R.R.
Faculdade de Medicina do ABC(1);
Introdução: O tratamento da Glomerulosclerose Segmentar e Focal (GESF)
idiopática com corticosteróides ou ciclosporina pode ser infrutífero e/ou apresentar
inúmeros efeitos colaterais. Objetivo: Relatar a experiência de nosso serviço com o
uso do micofenolato mofetil (MMF) no seguimento de um grupo de pacientes
refratários às terapias convencionais para GESF clássica. Métodos: Quatro
pacientes com síndrome nefrótica por GESF clássica e que sofreram recidiva com
proteinúria nefrótica a despeito de tratamento com prednisona 1mg/kg/dia por 16
semanas e ciclosporina 2mg/kg/dia por 24 semanas, iniciaram tratamento com
micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia por 24 semanas. A proteinúria de 24 horas
média e a creatinina sérica no início e ao término do tratamento foram comparadas
utilizando o t-test pareado. Foram excluídos os pacientes com grau de esclerose
maior que 50%. Resultados: A idade média de todos os pacientes foi 41+- 18 anos.
A proteinúria de 24 horas antes do tratamento com MMF foi de 3,5+/-1,4g/dL
passando para 2,3+/- 2,0g/dL após o término do tratamento proposto (p=0.4). A
creatinina sérica antes do MMF foi de 1.4+/- 0.5 mg/dL e 1.6+/-1.0mg/dL após a
terapia com MMF (p=0.6). Conclusão: O tratamento com MMF parece não oferecer
benefício aos pacientes refratários às terapias convencionais para glomerulosclerose
segmentar e focal.
PO088
PROTEINÚRIA NEFRÓTICA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO
PREGRESSO DE ESCLERODERMIA
ROMANO T. G., RODRIGUES P. F. B., PEREIRA V. G. M., BURDELIS R. E., RINALDI
D. S., BÉRGAMO R. R.
Faculdade de Medicina do ABC(1);
Objetivo: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de
Medicina do ABC em paciente esclerodérmica com diagnóstico de nefropatia por IgA.
Relato: Paciente feminina, 47 anos, negra, do lar, natural e procedente de SBC.
Apresentação inicial do caso com proteinúria nefrótica (4,6g/24horas), hematúria
dismórfica, normocomplementemia e função renal preservada. Diagnóstico pregresso
de esclerodermia há 4 anos. Durante a investigação do caso obtivemos marcadores
sorológicos negativos para hepatite B, C e HIV, p-ANCA/c-ANCA negativos bem
como dosagem de imunoglobulinas séricas normais. FAN + 1/1280 e achado
ecocardiográfico sugestivo de doença de depósito miocárdico. Indicado biópsia renal
devido a proteinúria em níveis nefrótico onde evidenciou-se a presença, à
imunofluorescência, de depósito preferencialmente mesangial de IgA ++, IgM+ e
C3d+. Discussão: O presente caso levantou a discussão em inúmeros aspectos, dentre
os quais destacaram-se a eventual associação de nefropatia por IgA e esclerodermia,
a interpretação dos altos títulos do FAN e os mecanismos de comprometimento renal
dentre as doenças do tecido conectivo. Conclusão: No caso em questão a coexistência
entre nefropatia por IgA e esclerodermia foi aleatória e tal glomerulopatia não
apresenta incidência aumentada dentre as desordens do tecido conectivo.
PO089
PO086
GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA SECUNDÁRIA A INFECÇÃO PELO
VÍRUS DA HEPATITE B: RELATO DE UM CASO.
SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); COSTA, AAH(1); MONTEIRO, HCL(1);
MIYAHARA, MN(2); NETO, SGK(1);
Hospital Ophir Loyola(1); Universidade do Estado do Pará(2);
Objetivo: Relato de um caso de Síndrome Nefrótica secundária a infecção pelo vírus da
hepatite B. Material e métodos: Foi realizado um estudo descritivo do caso de um
paciente admitido no Hospital Ophir Loyola. Resultados: Paciente do sexo masculino, 28
anos, hospitalizado com queixa de edema progressivo e dispnéia. Relata início do quadro
cerca de um ano antes da internação, com surgimento de edema de membros inferiores
que piorava no período vespertino e que evoluiu para ascite e dispnéia em repouso, além
de urina de aspecto espumoso. Antecedentes: etilismo moderado. Exame físico:
anasarcado e hipocorado ( 2+|4+). Abdome globoso, tenso, ascítico, indolor a palpação,
piparote positivo. Edema de membros inferiores 3+|4+, cacifo positivo. Exames: Hb: 9,3;
leuc: 10200 cels|mm3; plaquetas:325 mil|mm3; uréia: 52 ; creatinina: 1,7 ; LDL: 547;
Triglicerídeos: 343; albumina sérica: 1,6; EAS: dens. 1010, pH: 6,0; albumina 3+, Hb: +,
He: 8-10 por campo e cilindros granulosos; proteinúria de 24 horas: 5.190 mg|24 hs;
USG de abdome: presença de líquido na cavidade abdominal; ecocardiograma,
hemoculturas e pesquisa de gota espessa negativa.Função hepática normal. Sorologias
para HIV e hepatite C negativas. HBsAg e anti-HBc IgG positivo. Anti-HBs e anti-HBc
IgM negativo. Biópsia renal guiada por USG atestou: 22 glomérulos; glomerulopatia
membranosa, fase II, com esclerose segmentar e sinéquia focal, atrofia tubular focal com
fibrose intersticial discreta. Previamente ao diagnóstico firmado de glomerulopatia
membranosa secundária ao vírus da hepatite B, já havia sido instituído terapêutica com
diuréticos de alça, anti-hipertensivos com efeito anti-proteinúrico ( captopril e losartan),
além de dieta com restrição hídrica e sódica associada a paracenteses de alívio seguidas
de infusão de albumina. Após compensação clínica-laboratorial o paciente foi
encaminhado ao ambulatório de hepatologia para realização de tratamento específico
para hepatite B. Conclusão: A glomerulopatia membranosa pode manifestar-se de forma
isolada ou secundária a outras patologias sistêmicas, dentre elas a infecção pelo vírus da
hepatite B, que deve ser sempre aventada como hipótese diagnóstica.
RELATO DE CASO: NECROSE TUBULAR AGUDA EM ASSOCIAÇÃO COM
SÍNDROME NEFRÓTICA DEVIDO A GLOMERULOESCLEROSE
SEGMENTAR E FOCAL
SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, MM(1); NETO, OMV(1); COSTA,
RS(1);
SENERP - ( Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto(1);
Introdução: Necrose tubular aguda (NTA) é uma complicação rara e não
completamente entendida da síndrome nefrótica (SD), tanto em adultos como em
crianças. Descrevemos um caso de glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF)
que se apresentou com insuficiência renal aguda (IRA) devido a NTA. Paciente: 51
anos, F, negra, hipertensa prévia sem tratamento regular, com queixa de edema de
membros inferiores, oligúria e urina espumosa há 30 dias. EF: anasarca, PA: 200 x
100 mmHg, FC: 80 bpm. Exames: creatinina: 0,9 mg/dl, uréia: 91 mg/dl, proteínas
totais: 5,1 g/dl, albumina: 1,9 g/dl, colesterol total: 256 mg/dl, triglicérides: 109
mg/dl, C3 e C4 normais. Urina: proteína 4+, 18 leucócitos p/c, 12 hemácias p/c.
Proteinúria: 5455 mg/dia. Sorologias negativas para HIV, hepatites B e C. FAN e
ANCA negativos. Biópsia renal: 07 glomérulos em condições de estudo, sendo 01
com esclerose mesangial segmentar, moderada fibrose intersticial pauci-celular,
imunofluorescência negativa; diagnóstico compatível com GESF. Proposto
tratamento com prednisona 60 mg/dia. Evoluiu 25 dias após o início do tratamento
com quadro de vômitos, dispnéia e anúria. Exames: creatinina: 12,8 mg/dl, uréia:
188 mg/dl, albumina: 1,3 g/dl. RX de tórax: derrame pleural moderado a D, com
necessidade de toracocentese terapêutica. Ecocardiograma: pericárdio espessado
com derrame moderado. Foi então indicado tratamento dialítico, sendo submetida a
12 sessões de hemodiálise em um total de 20 dias. Após este período, já totaliza 2
meses de tratamento com 60 mg de prednisona, com os seguintes exames: creatinina
0,9 mg/dl, uréia 29 mg/dl, albumina 2,99 g/dl. Proteinúria e volume urinário
normalizados. Conclusão: IRA com necessidade de diálise devido a NTA é uma
situação infreqüente em SD, particularmente em GESF, podendo ser resultado de
hipovolemia ou drogas. Esta paciente não apresentou nenhum fator precipitante
evidente para IRA, sendo possível que a SD tenha importância na gênese do quadro.
Entretanto, há ainda fatores desconhecidos na patogênese da NTA na SD que
precisam ser elucidados.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO090
SÍNDROME NEFRÓTICA DEVIDO A GLOMERULOPATIA DE LESÕES
MÍNIMAS EM ASSOCIAÇÃO COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TIPO 2 –
RELATO DE 2 CASOS
SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); COSTA,
RS(1); NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto(1);
Introdução: Proteinúria e síndrome nefrótica (SN) em portadores de diabetes mellitus
tipo 1 (DM 1) e tipo 2 (DM 2) estão associadas à nefropatia diabética na maioria dos
casos. Relatamos aqui um caso de SN devido a glomerulopatia de lesões mínimas (GLM)
associada com DM 1 e outro com DM 2, ambos com total remissão após corticoterapia.
Paciente 1: 19 anos, F, DM 1 diagnosticado há 4 anos, com edema facial e periorbital há
1 mês. Negava artralgia, eritema malar e infecção prévia. Sete meses antes do início do
quadro apresentou parto cesárea com 8 meses de gestação. Exame físico: PA: 90 x 70
mmHg, anasarca. Fundo de olho normal. Proteinúria: 5,3 g/24hs. Função renal normal.
Albumina: 1,6 g/dL; colesterol: 463 mg/dL; triglicérides: 177 mg/dL, C3 e C4 normais.
Sorologias negativas para ANCA, anti-DNA e hepatites. Biópsia renal: GLM. Tratada
com prednisona 60 mg/dia por 8 semanas com regressão total do edema e da proteinúria
após 45 dias de tratamento, estando em remissão desde a época do tratamento há 2 anos.
Paciente 2: 73 anos, F, DM 2 há 20 anos em uso de glibenclamida 5 mg/dia, com queixa
de edema há 20 dias. Ao exame: anasarca, PA: 140 x 90 mmHg. Uréia: 58 mg/dl,
creatinina: 2,2 mg/dl, albumina: 2,2 g/dl, proteinúria: 3,7 g/24h. Fundo de olho normal.
Sorologias negativas para hepatites, vasculites e colagenoses. Fazia uso de meloxicam há
6 meses por lombalgia, o qual foi suspenso por 4 semanas, sem regressão do quadro.
Biópsia renal: GLM. Iniciado prednisona, com resposta total em 6 semanas. Durante a
corticoterapia foi necessário o uso de insulina, que foi suspensa após o término da
prednisona. Permanece em remissão após a suspensão da droga há 5 meses. Conclusão:
Proteinúria e DM nem sempre são sinônimos de nefropatia diabética. A coexistência
entre GLM e DM 1 parece não ser coincidência, pois tem relação com uma patogênese
de origem imunológica. A associação entre GLM e drogas, especialmente AINH, sugere
fortemente a existência de alterações na imunidade celular.
PO091
ACOMETIMENTO RENAL NA HANSENÍASE: ESTUDO RETROSPECTIVO
DE 923 PACIENTES
DAHER, EF(1); SILVA JÚNIOR, GB(1); CEZAR, LC(1); LIMA, RSA(1); GURJÃO,
NH(1); MOTA, RMS(1); ALBUQUERQUE, PLMM(1); LIBÓRIO, AB(1);
Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Departamento de
Medicina Clínica, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará(1);
Objetivo: Acometimento renal na Hanseníase tem sido descrito na literatura médica. O
objetivo deste trabalho é investigar os fatores de risco para acometimento renal na
Hanseníase. Material e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com os pacientes
internados e acompanhados no Hospital Universitário Walter Cantídio e Hospital São
José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 1976 a
outubro de 2007. Foram excluídos os pacientes com quaisquer co-morbidades que
pudessem causar doença renal. Os pacientes foram classificados de acordo com a
Organização Mundial da Saúde em paucibacilares e multibacilares. Análise estatística
univariada e multivariada foi realizada através do programa SPSS 10.0 para windows.
Resultados: Foram incluídos 923 pacientes. A média de idade era de 41.5 ± 19.1 anos,
sendo 53% do sexo masculino. O tempo médio de doença era de 20 ± 35 meses. Estado
reacional foi evidenciado em 85 casos (9.2%). Elevação da creatinina sérica (>1.4mg/dL)
foi observada em 35 casos (3.8%), sendo mais freqüente nos pacientes multibacilares
(8.2%), em comparação com os paucibacilares (1.9%), p<0.001. Alterações urinárias
foram mais freqüentes nos pacientes multibacilares, incluindo hematúria (13.5% vs.
11.2%), cilindrúria (6.8% vs. 2.9%) e proteinúria (18.7% vs. 9.9%). Os valores médios
de uréia e creatinina foram maiores nos pacientes multibacilares (uréia: 35.7 ± 35mg/dL
vs. 27.4 ± 15.1mg/dL, creatinina: 1.1 ± 2.0mg/dL vs. 0.8 ± 0.6mg/dL). Os fatores de risco
para acometimento renal foram: episódio reacional (OR=3.9, p=0.03), classificação
multibacilar (OR=3.5, p=0.02) e idade (OR=1.04, p=0.01). Óbito ocorreu em 4 casos
(0.4%). Conclusão: A Hanseníase pode ser responsável por importantes alterações renais.
Episódio reacional, classificação multibacilar e idade avançada são fatores de risco para
acometimento renal na Hanseníase.
PO092
SÍNDROME DE ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL INDUZIDA
PELO USO DE CICLOSPORINA EM UM PACIENTE COM
GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL COLAPSANTE
OLIVEIRA, RA(1,2); FECHINE, LM(1,2); COSTA NETO, FC(1,2); NICODEMUS,
JM(1,3); SILVA JÚNIOR, GB(4); SILVA, LSV(1,2);
Serviço de Nefrologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará(1);
Unidade de Diálise e Transplante Renal Dr. Joaquim Bezerra(2); CLINIMAGEM(3);
Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do
Ceará(4);
Pôsteres
elevação abrupta da PA (210x120mmHg), associada a cefaléia, confusão mental e
convulsões generalizadas. Imagens com ressonância magnética mostraram área difusa
com hipersinal em região cerebral parietal posterior, sugestivas de PRES. A CSA foi
suspensa e o paciente apresentou remissão completa dos sintomas neurológicos. Um
novo exame de imagem evidenciou normalização da área que continha a lesão.
Conclusão: A PRES é uma síndrome rara que deve ser considerada em todo paciente em
uso de agentes imunossupressores que apresente sintomas neurológicos. A síndrome
pode ser induzida pelo uso de CSA, sendo totalmente reversível com a suspensão da
droga.
PO093
HEMOGLOBINÚRIA PAROXISTICA NOTURNA CAUSANDO IRA
DIALÍTICA REPETIDAMENTE
SILVA, GSJR(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE,
MFM(1); LORENE, M(1);
UNIFESP(1);
Introdução: A hemoglobinúria paroxística noturna(HPN) é um distúrbio hemolítico
adquirido, que se traduz por hemólise intravascular, por sensibilidade aumentada de um
clone de hemácias ao C3. O envolvimento renal da HPN freqüentemente é
subdiagnosticado e abrange desde alterações urinárias discretas a episódios de
insuficiência renal aguda(IRA) muitas vezes reversíveis, até lesões crônicas irreversíveis.
Objetivo: Descrever caso de HPN que evoluiu com 2 episódios de IRA e hematúria
dismórfica. Relato de caso: Levantamento de prontuário do ambulatório de nefrites;
tratava-se de uma paciente de 30anos, branca, solteira, que na 1ª consulta no ambulatório
relatava história prévia de ”nefrite” há 9anos, ITU de repetição há 8anos e anemia há 2
anos(em investigação); devido quadro de IRA foi internada, recebendo pulsoterapia,
transfusão de 2CH , foi submetida a 5 sessões de hemodiálise, com reversão de IRA após
1 mês. No período de 20 meses que está em acompanhamento nos setores de
Hematologia e Nefrologia, o diagnóstico de HPN foi confirmado por Imunofenotipagem
e apesar do tratamento de manutenção com prednisona oral, chegou a apresentar duas
crises de hemólise grave, uma delas acompanhada de novo episódio de IRA dialítica
(com reversão total em 1 mês); e posteriormente trombose venosa profunda(TVP) parcial
em membro inferior esquerdo. Em seguimento ambulatorial, apresentou hematúria
dismórfica, conduzida de forma conservadora, uma vez que a paciente está com
Creatinina de 0,6 mg/dl e tem necessitado do uso de warfarim por causa da TVP.
Conclusão: A HPN pode vir a complicar com quadro de IRA e fenômenos trombóticos,
como aqui apresentado. O caso atual cursou com 2 episódios de IRA revertidos, o que
raramente é descrito. Crises de hemólise podem ser precipitadas por episódios de ITU,
como aconteceu com esta paciente. O reconhecimento precoce de fatores precipitantes
das crises de HPN, com o pronto tratamento, inclusive de suas complicações, pode ajudar
a prevenir lesões renais irreversíveis e a progressão da doença renal. A coexistência de
hematúria dismórfica não é usual e sugere glomerulopatia concomitante, o que também
é raro, mas previamente descrito.
PO094
APRESENTAÇÃO CLÍNICA INICIAL DA GLOMERULONEFRITE AGUDA
PÓS-ESTREPTOCÓCICA EM ADULTOS – ANÁLISE DESCRITIVA DE 82
CASOS
MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(1); SILVA, LS(1); MENDONÇA, HM(1);
FUGIKAHA, I(1); FERNANDES, EL(1);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
Objetivo: Analisar, de forma descritiva, os dados da apresentação inicial da
glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica (GNAPE) em pacientes adultos, com ênfase
aos seus aspectos clínicos e epidemiológicos. Materiais e Métodos: Foram avaliados os
dados de 82 pacientes adultos com diagnóstico de GNAPE atendidos no serviço de
Nefrologia da UFTM no período de 1972 a 2001. Tais pacientes foram distribuídos em
3 grupos, sendo o grupo 1 composto de indivíduos entre 14 e 20 anos, o grupo 2 por
indivíduos entre 21 e 30 anos e grupo 3 por aqueles com idade maior ou igual a 31 anos,
sendo analisadas as seguintes variáveis clínicas: sexo, cor (brancos ou não-brancos), foco
primário da infecção estreptocócica (faringite ou piodermite), ocorrência de hematúria
macroscópica, hipertensão arterial, edema de membros inferiores e/ou face, síndrome
nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA). Resultados: Após análise de nossos dados,
verificamos que houve um predomínio da GNAPE nos pacientes adultos do grupo 1
(63,4%), do sexo masculino (62,2%) e de cor branca (72%), precedida principalmente
por piodermite como foco primário de infecção (54,9%), manifestando-se mais
comumente por edema de membros inferiores e/ou face (100%) e hipertensão arterial
(86,6%), sendo menos freqüente o achado de hematúria macroscópica (26,8%) e,
raramente, de IRA (8,5%) e síndrome nefrótica (7,3%). Conclusão: Nossos achados
ressaltam a importância de se estudar e descrever a ocorrência da GNAPE em adultos,
procurando melhor caracterizar seus aspectos clínicos e evolutivos, em função da
incidência menos freqüente de tal glomerulopatia nesse grupo etário.
PO095
Objetivo: A síndrome de encefalopatia posterior reversível (PRES) é caracterizada por
alterações cerebrais e sintomas neurológicos. Pode ser causada por drogas
imunossupressoras e doenças auto-imunes. O objetivo deste trabalho é descrever um caso
de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com
glomerulosclerose segmentar e focal (GESF) colapsante. Material e Métodos: É descrito
um caso de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com GESF
colapsante. A história clínica, evolução e alterações laboratoriais são descritas.
Resultados: O paciente, sexo masculino, tinha 27 anos, fazendo seguimento ambulatorial
devido à GESF colapsante. Tratamento com CSA foi iniciado após evidenciada
resistência aos corticosteróides. Após 3 semanas em uso de CSA o paciente desenvolveu
44
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
SÍNDROME NEFRÓTICA POR GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA
ASSOCIADA A LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
OKADA, V.M.(1); PALOMBA, H.(1); BURDELIS, R.E.(1); BOSCATTI, C.(1);
BERGAMO, R.R.(1);
Faculdade de Medicina do ABC(1);
Introdução: A glomerulonefrite membranosa é causa comum de síndrome nefrótica em
adultos. Entretanto, sua associação com leucemia mielóide crônica é raramente
observada. Relato do caso: Paciente V.A.O.C., sexo feminino, 35 anos, natural do estado
do Paraná e procedente de Santo André (SP), iniciou acompanhamento médico com
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 45
Pôsteres
serviço de Hematologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), onde foi
diagnosticada Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e iniciado tratamento com mesilato de
imatinib (Glivec®) 400mg/dia em Julho de 2007. Encaminhada ao serviço de Nefrologia
da FMABC em Fevereiro de 2008 (07 meses após início do tratamento da LMC) após ter
apresentado quadro de edema generalizado, principalmente em membros inferiores,
associado ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica. A investigação
laboratorial demonstrou: exame de urina 1 com 900 hemáceas/mL e 32.000
leucócitos/mL, proteinúria de 24 horas 13,5g/L, creatinina sérica 0,6mg/dL, albumina
sérica 0,9g/dL, colesterol total sérico 441mg/dL, LDL sérico 328 mg/dL, triglicérides
sérico 327mg/dL, complemento sérico normal e sorologias para HIV, hepatites B e C
negativas. Neste momento, a paciente encontrava-se na vigência do tratamento com
mesilato de imatinib 400mg/dia. Realizada biópsia renal percutânea que evidenciou a
presença de 36 glomérulos com celularidade conservada, notando-se alças capilares com
pequenas irregularidades no contorno subepitelial, podócitos com alterações
degenerativas e túbulos com focos de atrofia e fibrose intersticial discreta. A
imunofluorescência direta revelou depósitos granulares de distribuição difusa, localizado
em alças capilares (padrão subepitelial), contendo IgG (+++), IgM (+), C3d (+/++) e
cadeias leves Kappa (++) e Lambda (++), sendo confirmado o diagnóstico de
Glomerulopatia Membranosa e iniciado tratamento imunossupressor com ciclosporina.
Conclusão: A associação entre Glomerulopatia Membranosa e Leucemia Mielóide
Crônica parece não representar uma relação causa-efeito em função do desenvolvimento
tardio de Síndrome Nefrótica na vigência do tratamento imunossupressor específico para
leucemia mielóide.
PO096
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E LABORATORIAIS DE PACIENTES
LÚPICAS PORTADORAS DE NEFRITE CLASSES III, IV E V: EXPERIÊNCIA
DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO BRASILEIRO.
MALAFRONTE P(1); TITAN SM(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1);
CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1);
Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da USP(1);
Introdução: As formas mais graves de nefrite lúpica (NL, classes III, IV e V) são
semelhantes em sua apresentação clínica e laboratorial inicial e a biópsia renal é
necessária para o diagnóstico. No presente trabalho, procuramos avaliar as
características clínicas e laboratoriais das formas proliferativas e membranosa em
população brasileira. Métodos: Foram coletados dados clínicos, laboratoriais e
histológicos de 192 pacientes portadoras de LES e NL III, IV ou V (OMS 1998), em
acompanhamento entre 2005 a 2008. O tempo de seguimento foi variável (6 meses a
10 anos). As coletas foram feitas à época da biópsia renal (inicial) e ao final do
seguimento. Resultados: Para estas análises, foram avaliadas 16 (8,3%) casos de NL
III, 115 (59,9%) de NL IV e 61 (31,8%) casos de NL V. As análises univariadas
mostraram haver diferença estatisticamente significativa nas dosagens iniciais de
creatinina, complemento C4, albumina sérica, proteinúria, anticorpo anticardiolipina
IgM, IgG e anticoagulante lúpico. Houve também diferença significativa na
distribuição de raça, presença de hematúria, índices SLEDAI e SLEDAI renal, bem
como necessidade de hemodiálise ao início do tratamento. Interessantemente, a idade,
o C3 e o anticorpo anti-DNA não mostravam correlação significativa com o tipo
histológico. Na regressão logística, as formas proliferativas (III+IV) de NL mostraramse significativamente associadas à creatinina inicial, SLEDAI e presença de hematúria
em comparação à NL V. A creatinina inicial (OR 1,51, CI 1,03 – 2,22) e o SLEDAI
(OR 1,10 CI 1,02 – 1,19) permaneceram como fatores preditores das formas
proliferativas mesmo após ajuste para possíveis variáveis de confusão. Conforme
esperado, as curvas de Kaplan Meyer mostraram uma pior evolução na sobrevida renal
das formas proliferativas em relação à forma membranosa (p=0,01). Conclusão:
Nossos resultados sugerem que apesar das formas proliferativas associarem-se à
função renal inicial, à presença de hematúria e ao índice SLEDAI, não há nenhum
conjunto de parâmetros que discrimine perfeitamente as diferentes formas de NL,
sendo a biópsia renal imperativa. Conforme esperado, as formas proliferativas têm pior
evolução, mesmo em indivíduos tratados.
PO097
FATORES PROGNÓSTICOS DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM NEFRITE
LÚPICA.
TITAN SM(1); MALAFRONTE P(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1);
CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1);
Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo(1);
Introdução: A nefrite lúpica (NL) é uma das manifestações mais temidas do LES.
Mesmo com tratamento, um número significativo dos pacientes acaba necessitando de
TRS. O objetivo deste trabalho foi avaliar fatores prognósticos clínicos, laboratoriais
e histológicos associados à perda de função renal. Métodos: Foram coletados dados
de 192 pacientes com LES e NL III, IV ou V, entre 2005 a 2008. O tempo de
seguimento foi variável (6m - 10a). As coletas foram feitas à época da biópsia renal
(inicial) e ao final do seguimento. Para as análises de sobrevida, foram utilizadas
curvas de Kaplan Meier e regressão de Cox, utilizando-se como evento a ocorrência
de duplicação de creatinina (DC). Resultados: Foram avaliados 181 casos (16 NL III,
105 NL IV e 60 NL V). A DC ocorreu em 34 pacientes (16,1%) e a dependência de
diálise em 31 pacientes. Entre as variáveis clínicas, apenas o índice SLEDAI mostrou
correlação significativa com a DC. Não houve diferença significativa em relação à
raça. Entre as variáveis laboratoriais iniciais (creatinina, proteinúria, complemento,
anticorpos anti-DNA, anticardiolipina IgM e IgG), nenhum foi fator prognóstico
significativo de DC. Entretanto, a DC esteve significativamente associada à presença
de anticoagulante lúpico e inversamente relacionada à dosagem de albumina sérica
inicial. A albumina permaneceu como fator prognóstico independente mesmo após
ajuste para creatinina, proteinúria e tipo de lesão histológica (p=0,02).
14 de setembro de 2008 - Domingo
Histologicamente, o tipo de NL e o índice de cronicidade mostraram-se
significativamente associados a uma pior curva de DC. A presença de crescentes
também foi um fator prognóstico significativo, mas só nos primeiros 5 anos de
seguimento (p=0,01). Conclusão: Nosso estudo sugere que, na população brasileira, a
raça e valores iniciais de creatinina, proteinúria, complemento, anticorpos antiDNA e
anticardiolipina, não são fatores prognósticos de perda de função renal em paciente
tratados. Por outro lado, o SLEDAI, o anticoagulante lúpico, a hipoalbuminemia, a
presença de lesão proliferativa e um índice de cronicidade >5 são fatores prognósticos
significativos, devendo servir como sinais de alerta para um risco maior de perda de
função renal e TRS.
PO098
TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO PARA A PESQUISA DE CILINDROS
HEMÁTICOS
ITO, CAS(1); BORGES, CRM(1); BAIL, L(1); BORCK, PC(1);
Universidade Estadual de Ponta Grossa(1);
Objetivo: Hematúria dismórfica está associada a sangramento renal, especialmente de
origem glomerular. A presença de cilindros hemáticos na urina reforça essa idéia e
fornece pistas quando o dismorfismo é indeterminado. Este estudo teve por objetivo
avaliar tempo e velocidade de centrifugação, maiores que o preconizado, na detecção
de cilindros hemáticos. Material e Métodos: Foram incluídas 133 amostras de urina de
adultos e crianças com hematúria isolada (hemácias > 5.000/mL) e com dismorfismo
(mais de quatro populações distintas de hemácias). Após a realização do exame parcial
de urina conforme protocolo do laboratório (5 minutos, força centrífuga relativa (FCR)
de 400g, volume inicial 10 mL e final 1 mL), mais 10 mL de urina foram acrescentados
ao tubo inicial e centrifugados a uma FRC de 2000g por 10 minutos. O sedimento foi
analisado, entre lâmina e lamínula, em microscópio de campo claro. Os resultados
foram estatisticamente pelo teste Qui-quadrado. Resultados: Das 133 hematúrias
dismórficas avaliadas no exame parcial de urina padrão, 13 (10,3%) apresentaram
cilindros hemáticos e as 118 (89,7%) restantes mostraram-se negativas nessa primeira
etapa. Após o procedimento de concentração, 47 (39,8%) amostras, inicialmente
negativas, apresentaram pelo menos um cilindro hemático (p<0,001). Conclusão: A
análise do sedimento do parcial de urina é realizada rotineiramente após centrifugação
por 5 minutos, com FCR de 400g. Nessa padronização observou-se que os cilindros
hemáticos não aparecem com muita freqüência, mesmo em amostras com hemácias
dismórficas. A associação de um método simples de concentração ao protocolo padrão
para o exame parcial de urina aumentou de 13 (10,3%) para 60 (45%) de positividade
na pesquisa de cilindros hemáticos. Esse resultado ao contrário do descrito na
literatura, comprova que os cilindros não se rompem tão facilmente em centrifugação
mais elevada, e indica a necessidade de técnicas adicionais de concentração em sua
detecção.
PO099
ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DAS DOENÇAS GLOMERULARES
EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE
FORTALEZA, CEARÁ
SILVA JÚNIOR, GB(1); JERÔNIMO, ALC(1); QUEIROZ, MMM(1); LOPES, MSR(1);
NOGUEIRA, JOL(1); CORREIA, JW(1); MOURA, LAR(2);
Serviço de Nefrologia, Hospital Geral César Cals, Secretaria da Saúde do Estado do
Ceará(1); Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo(2);
Objetivo: É crescente o surgimento de registros de glomerulopatias em diversos países,
inclusive no Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição e freqüência dos
tipos histológicos das glomerulopatias primárias e secundárias em um hospital terciário
de Fortaleza, Ceará. Material e Métodos: Estudamos 51 pacientes que foram submetidos
à biópsia renal no Hospital Geral César Cals, em Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de
janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Foram analisados sexo, idade, tempo de doença,
manifestações clínicas, alterações laboratoriais, medicações em uso, existência de
história familiar de nefropatia, resultados histopatológicos das biópsias renais e
avaliação das complicações. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino (57%). A
faixa etária mais afetada foi de 20-40 anos. A principal forma de apresentação das
glomerulopatias foi a síndrome nefrótica (49%). O padrão histopatológico mais
prevalente nas glomerulopatias primárias foi a glomeruloesclerose segmentar e focal
(19%), sendo a nefrite lúpica predominante dentre as glomerulopatias secundárias
(37%). Tivemos 5,8% de complicações atribuídas à biópsia renal, sendo a hematúria
macroscópica a principal responsável (3,9%). Conclusão: A GESF foi a lesão
glomerular primária mais freqüente, e o lúpus eritematoso sistêmico foi a doença de
base mais comumente diagnosticada nos casos de glomerulopatias secundárias. Estudos
maiores são necessários para traçar o perfil epidemiológico das doenças glomerulares
no Estado do Ceará.
PO100
NEFROPATIA POR IGA UMA INCOMUM APRESENTAÇÃO
MATNI, A.M.(1); MOCELIN, A.J.(1); DELFINO, V.D.A.(1); SOARES, E.A.(1); KUNII,
LF(2); Romagnoli, J.(2); Nascimento, C.M.(2); Salmeron, R.A.(2);
Hospital Evangelico de Londrina(1); Histocom(2);
Objetivo: O presente trabalho tem por finalidade chamar a tenção,para doença na sua
apresentação,de maneira pouco comum. Material e método: JGAF, 47anos
dentista.Iniciou sintomatologia em fev/o8, calafrio febre e dores musculares, icterícia,
hematúria macroscópica. Na rotina do ano anterior hipertensão estágio I, hematúria
microscópica. Dois dias após internado para investigação,com elevação dos níveis de
uréia e creatinina. febril, ausencia de história familiar anterior, hepatopatia ou
púrpura.Progredindo para IRA necessitando de tratamento dialítico. após exaustivos
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
exames sorologicos confirmou virus Epstein Barr IgM 76,5 (+)IgG 156,9(+) CH50
14,4,C3 (nl),C4 (nl).submetido a biópsia renal para diagnostico; Como resultado;
glomerulonefrite proliferativa difusa,endocapilar com exudatos inflamatórios. Presença
de crescentes celulares (13/50) esclerose global (16/50),com alterações degenerativas e
regenerativas epiteliais,fibrose intersticial em focos. Imunofluorescencia: indicativos de
Nefropatia por IgA. Evolução:Houve melhora do quadro clínico e do processo
infeccioso.O paciente permaneceu em tratamento dialítico em programa de CAPD por
aproximadamente 60 dias após início da doença.,chegando sua creatinina sérica de 1,5
mg/dl.quando foi interrompido.Esta creatinina esta próximo ao que havia anteriormente.
Conclusão: Embora nos adultos a nefropatia por IgA,na sua apresentação tem sido com
hematúria microscópica,este paciente evoluiu com Insuficiencia renal aguda,
desencadeada por virus Epstein Barr. Seria uma IgA aberrante em resposta imune a este
virus,no paciente que fosse portador da doença de forma mais comum e benigna . Deve
salientar que a forma rapidamente progressiva encontra-se em < de 10.%.
PO101
AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO E MARCADORES PRECOCES DE
NEFROPATIA ASSOCIADA A DOENÇA FALCIFORME
SANTOS, ESC(1); ALVES, FS(1); SANTOS, LSC(1); OLIVEIRA, PLP(1); ANDRADE,
TS(1); ZANETTE, A(2); SANTOS, WLC(3);
Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências - Escola Bahiana para o
Desenvolvimento das Ciências(1); HEMOBA(2); Fiocruz(3);
Introdução: a anemia falciforme (Hb SS) decorre da substituição da valina por ácido
glutâmico na sexta posição da cadeia beta da globina, produzindo uma hemoglobina
estruturalmente anormal, que quando desoxigenada, pode levar a formação de fibras e
modificar a forma dos eritrócitos, dando origem às células falciformes. O envolvimento
renal na anemia falciforme também é conhecido, havendo descrição de alterações
glomerulares (esclerose glomerular segmentar e focal), proteinúria, insuficiência renal
progressiva, defeitos de concentração urinária, necrose de papila renal e alterações de
função tubular (acidose tubular renal, diminuição da excreção de potássio com
deficiência de aldosterona, aumento da excreção de fosfato e urato). Objetivo: investigar
a presença de alterações da função renal e do sedimento urinário em pacientes com
anemia falciforme. Métodos: foram avaliados, prospectivamente, 176 pacientes
portadores de doença falciforme, acompanhados no centro de referência do estado da
Bahia (HEMOBA) para o acompanhamento de portadores dessa patologia, no período de
maio de 2004 a março de 2006. Todos os pacientes eram portadores de Hb SS e Hb SC.
Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, e foram coletados depuração de
creatinina, microalbuminúria, e sumário de urina. Resultados: a idade média foi de 31,45
+ 12,074, 56,8% eram mulheres. A taxa de filtração glomerular (TFG) foi >120ml/min
em 21,4%, entre 70-120 em 46,4%, entre 20-70 em 31,0% e <20 em 1,2% dos pacientes.
Microalbuminúria >40mcg/dL foi encontrada em 48,8%. Não houve associação entre o
nível de microalbuminúria e a TFG (p=0,96). Hipertensão arterial estava presente em
10,2% dos pacientes e foi associada a uma menor TFG (p=0,04). Proteinuria não
nefrótica foi encontrada em 13,4% dos pacientes. A presença de proteinuria clínica
esteve associada a diminuição da TFG (p=0,02). Conclusão: os pacientes com doença
falciforme podem apresentar tanto hipofiltração quanto hiperfiltração glomerular. A
presença de microalbuminúria elevada e/ou hiperfiltração glomerular podem sugerir
nefropatia subclínica. Esses pacientes podem constituir um grupo de risco para o
desenvolvimento de insuficiência renal crônica e devem receber medidas terapêuticas
para progressão de doença renal.
PO102
GLOMERULOPATIAS EM IDOSOS ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO
DE DOENÇAS GLOMERULARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS (HC)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PE (UFPE)
SILVA, D DA C; DANZI, G; NEIVA, R; COELHO, SN; CAVALCANTE, MA; VALENTE,
LM.
Hospital das Clínicas UFPE(1);
Introdução: Doenças glomerulares acometem indivíduos de qualquer faixa etária, mas
podem estar associadas a doenças neoplásicas e a pior prognóstico em idosos. Objetivo:
Avaliação clínico-epidemiológica das doenças glomerulares em idosos acompanhados
no ambulatório de doenças glomerulares (ADG) do HC-UFPE. Material e métodos:
Estudo retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes acompanhados no
ADG do HC-UFPE. Avaliou-se o diagnóstico sindrômico inicial, o diagnóstico
histológico, a creatinina inicial, o clearance de creatinina (CC) e a presença de doenças
associadas. Resultados: Entre 1212 prontuários, 45 (3,7%) apresentavam idade ≥
60 anos no início do acompanhamento no ADG. No grupo de idosos, a idade média foi
66,6 anos (60 – 84 anos), a síndrome nefrótica (SN) ocorreu em 28,8 %, SN com
componente nefrítico em 13,3%, proteinuria não-nefrótica isolada em 46,6%, síndrome
nefrítica em 8,8% e hematúria isolada em 2,2%. Vinte seis de 45 (57,7%) realizaram
estudo histológico: 30,7% apresentaram glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF),
30,7% glomerulopatia membranosa (GM), 26,9% glomerulonefrite (GN)
membranoproliferativa, 7,6% outras GN proliferativas e 3,8% doença de lesões mínimas.
Em seis dos 26 pacientes que apresentaram estudo histológico houve associação com
algum estado mórbido: 2 casos de hepatite B e 1 caso de lupus eritematoso sistêmico, 1
infecção por estreptococcus, 1 adenocarcinoma e 1 crioglobulinemia essencial. O
clearance de creatinina inicial (CC) variou de 18 a 95ml/min e a creatinina sérica de 0,6
a 3,5mg/dL. Entre os casos biopsiados apenas 23% apresentavam CC>60ml/min. Entre
os não biopsiados, 18 apresentavam anormalidades urinárias assintomáticas, 1
apresentava SN com CC=25 ml/min e 6 apresentavam esquistossomose hepatoesplênica. Conclusão: Na amostra estudada a apresentação clínica mais comum de
glomerulopatia em idosos foi a SN. Disfunção renal ocorreu na maioria dos pacientes e
os diagnósticos histológicos mais comuns foram a GM e GESF. Associação com outras
doenças ocorreu em 23%.
46
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO103
NEFRITE LÚPICA CLASSE V: CARACTERÍSTICAS CLÍNICOLABORATORIAIS E TRATAMENTO
FONSECA, MLG; LEITE, MFM; FOLGOSO, MG; GUILHERME, SSJR; CANUTO,
APPSL.
UNIFESP(1);
Objetivo: Avaliar perfil clínico-laboratorial e tratamento dos pacientes com nefrite lúpica
(NL) classe V. Metodologia:Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com NL
classe V, acompanhados no ambulatório de Nefrites. Resultados: Foram avaliados
prontuários de 10 pacientes desde a primeira até a última consulta no ambulatório. A
idade variou de 20 a 54 anos (a),com média de 32,5a, 90% do sexo feminino. Na
admissão, o tempo de doença lúpica variou de 1 mês a 16a. HAS estava presente em 80%
e antecedentes familiares de LES em 10%. A creatinina sérica variou de 0,51 a 2,53
mg/dL, sendo em 70% <1; 20% 1-2; 10% >2 mg/dL. A proteinúria de 24 h (P24h)
apresentou valores de 1,43-12,9 g, 22%:1-3; 44%:3-5; 11%:5-8; 22%:>10g. A presença
de proteína no exame de urina I variou de 0,75 a 7,3 g/L: 57%(4/7) tiveram resultado
entre 0 a 5; 42%(3/7) 5 a 8 g/L; 50%(5/10) tinham hematúria, sendo claramente
dismórfica em 80% (4/5). Com relação às medicações utilizadas, antes do início do
acompanhamento no ambulatório: 90% utilizavam IECA,10% BRA e 50% estatinas;
30% receberam prednisona em dose de 1mg/kg de peso e 70% <1mg/kg. Pulsoterapia
com metilprednisolona (MP) foi realizada em 80%. Nenhum paciente usou
ciclofosfamida (CFF) VO e 60% usaram a droga EV (3 a 18 pulsos). A azatioprina foi
usada por 20% e a cloroquina em 20% das pacientes. Na última consulta, foi evidenciado
que 80% tinham HAS,10% DM secundário ao uso do corticóide. A creatinina sérica final
variou de 0,63 a 1,56 mg/dL, sendo que 60% tinham níveis <1,0mg/dL. A proteinúria no
exame de urina I variou de 0 a 3,7 g/L. Número de hemácias por campo variou de 3 a 15.
P24h variou de 0 a 3,3g. Com relação às medicações: 90% estavam em uso de IECA,
50% BRA, 70% estatinas; 60% usaram prednisona 1 mg/kg em algum momento e 100%
<1 mg/kg. Durante todo o tratamento,incluindo o período de acompanhamento em outro
serviço: 80% receberam pulsoterapia com metilprednisolona (3 a 13 vezes), 60% CFF
VO e 30% CFF EV (1 a 11 vezes); azatioprina foi usada em 50% e cloroquina em 70%
dos pacientes. Uma paciente necessitou de hemodiálise no início do quadro. Conclusões:
22% dos casos revelavam P24h >10g na admissão e no final do seguimento todos tinham
níveis <3,5g; creatinina sérica tendeu a cair; renoproteção foi intensificada
(IECA+BRA+estatinas); a imunossupressão mais utilizada foi a combinação de
prednisona VO com CFF VO e pulso EV de MP.
PO104
NEFROPATIAS ASSOCIADAS AO VÍRUS HIV-1
PIASKOWY, PA(1); MORAES, AM(1); ALMEIDA, F(1); BRUM, E(1); MACHERT,
CC(1);
Universidade Positivo(1);
Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre as nefropatias associadas ao vírus
HIV tipo-1 (HIV-associated nephropathy – HIVAN). Materiais e métodos: Artigos
científicos publicados no Pubmed, Scilo e Proquest desde 1988 até 2007. Resultados:
A nefropatia associada ao vírus HIV tipo 1 é a principal causa de doenças renais
crônicas em pacientes com infecção pelo HIV-1 com ou sem AIDS. Atualmente é a
terceira causa de falência renal em pacientes negros de 20 a 64 anos de idade. As
manifestações renais são múltiplas, destacando-se a glomeruloesclerose focal
segmentar e a glomerulonefrite mediada por complexos imunes. Os fatores de risco
incluem a etnia Africoamericana, baixo CD4+ e alta viremia e história prévia de uso
de drogas injetáveis. A patogenia é pouco conhecida, mas evidências sugerem que ela
ocorre devido a infecção pelo HIV-1 no tecido renal. O mecanismo patogênico pode
ser inferido, já que a infecção pelo HIV pode produzir efeitos citopáticos nas células
epiteliais glomerulares e sua disfunção está intimamente relacionada com a
progressão da doença renal. Os rins servem como importantes reservatórios de longadata para o vírus, embora apenas a presença do vírus no tecido renal não seja
suficiente para desencadear a nefropatia. Os pacientes tipicamente apresentam
proteinúria severa, com redução na taxa de filtração glomerular e falência renal em
poucas semanas ou meses. As alterações podem estar associadas ou não a agentes
oportunistas, como Cryptococcus sp, Candida sp ou Paracoccidioides brasiliensis. A
nefropatia pode ser a primeira manifestação da infecção pelo HIV. O tratamento inclui
corticosteróides, ciclosporina e terapia antiretroviral HAART (Highly Active
Antiretroviarl Therapy), a qual aumenta a sobrevida e diminui a incidência de
nefropatia . A sobrevida pós-transplante renal é similar aos pacientes transplantados
não infectados embora taxas mais altas de rejeição aguda ou crônica tenham sido
relatados nos primeiros. Conclusão: A HIVAN é uma doença com incidência
crescente, de fisiopatologia pouco conhecida e mais comum em negros. Sua
identificação precoce é de extrema importância pois pode ser a primeira manifestação
da infecção pelo HIV. O t
PO105
CASO DE GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP)
SECUNDÁRIA A LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO QUE SIMULAVA
PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN.
CARDOSO, ITA(1); MATTAR, EG(1); BERSANO, JPO(1); TAVARES, TAO(1);
GONCALVES, ALD(1); CASTRO, AMA(1); PINTO, SWL(1);
Hospital São João de Deus(1);
A púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) é a vasculite sistêmica mais comum em
crianças, porém em adultos tende a apresentar manifestação mais grave que pode
levar a uma glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) e a insuficiência renal
crônica. A PHS é caracterizada por artrite ou artralgia, dor abdominal, púrpura e
acometimento renal (em geral hematúria). Apresentamos o caso de uma paciente do
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 47
Pôsteres
sexo feminino, de 54 anos, internada com púrpura em membros inferiores, dor
abdominal, urina com coloração “escura”, hiporexia, elevação de pressão arterial e
edema generalizado. Exames à admissão demonstravam creatinina 1,5 mg/dL,
aumento de VHS, anemia e um sedimento urinário com hematúria (4+), proteinúria
(2+), cilindros hemáticos, granulosos e graxos. Paciente evoluiu com melena,
elevação de escórias azotadas (creatinina de 3,1 mg/dL) e diminuição de volume
urinário. Avaliação dermatológica sugeriu que lesões pápulo-bolhosas eram
secundárias à vasculite leucocitoclástica. Realizado endoscopia digestiva que
demonstrou uma pangastrite. Com base nestes achados levantou-se a possibilidade de
PHS que evoluía com quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva.
Entretanto, exames posteriores apresentaram quadro de hipocomplementemia (C3:
52), FAN 1:2560 (padrão misto nuclear pontilhado pontos isolados e citoplasmático
pontilhado) e anti-DNA positivo. Biópsia de pele descartou quadro de vasculite
leucocitoclástica e biópsia renal confirmou o quadro de glomerulonefrite proliferativa
difusa compatível com glomerulonefrite lúpica da classe IV (OMS). A paciente
recebeu pulsoterapia com metil-prednisolona e ciclofosfamida, evoluindo com
regressão de todas as manifestações clínicas. Atualmente encontra-se em
acompanhamento ambulatorial com função renal normal e pressão arterial controlada
com o uso de anti-hipertensivos.
PO106
SÍNDROME NEFRÓTICA PRIMÁRIA EM ADULTOS: ESTUDO DE COORTE
COM SEGUIMENTO DE 17 ANOS
MORALES, JV(1); LEAL, MH(1); LORENTZ, A(1); VERONESE, FV(1);
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1);
Objetivo: Analisar a etiologia, complicações, fatores de risco de progressão para
insuficiência renal e sobrevida renal de pacientes adultos com síndrome nefrótica
primária (SNP). Material e Métodos: Pacientes com SNP avaliados no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, com acompanhamento no ambulatório de Glomerulopatias,
registrando-se a partir de 1990 dados demográficos e clínicos, resposta aos protocolos
de tratamento, complicações e desfechos (dobrar creatinina inicial ou diálise, e óbito).
Resultados: No período de 1990-2007 foram avaliados 309 pacientes com síndrome
nefrótica, dos quais 219 (71,2%) tinham SNP. A idade foi 37±18 anos, homens: 126
(57,5%), raça branca: 187(85,4%). A proteinúria (g/24h): 9,7±6,2 e creatinina
(mg/dl): 1,34±0,87. Os diagnósticos etiológicos foram: glomerulosclerose segmentar
e focal (GESF): 100 (45,6%), glomerulonefrite membranosa (GNM): 62(28,3%);
alterações glomerulares mínimas (AGM): 26(11,9%); glomerulonefrite
membranoproliferativa (GMP): 26(11,9%); IgA: 5(2,3%). O tempo de
acompanhamento (meses) foi: mediana(IIQ): 60(20-105). As complicações foram
avaliadas em 169 pacientes, sendo trombose venosa: 11 (6,5%), trombose arterial:
4(2,4%); infecção: 37(21,9%) e sepse: 3 (1,7%). A evolução da coorte foi: em
seguimento: 101(46,1%); perda de seguimento: 57(26%); óbito: 10(4,6%); dobrar
creatinina inicial ou diálise: 51(23,3%). A sobrevida renal sem considerar resposta ao
tratamento em 5, 10 e 15 anos foi: GESF: 74%, 65% e 44%; GNM: 80%, 73% e 55%;
AGM: 95%, 93% e 87%; GMP: 71%, 61% e 49%. IgA não foi avaliado (n=5). Na
análise de regressão de Cox, o Odds Ratio(IC 95%) por categoria histológica (AGM
como referência) para dobrar a creatinina ou evoluir para diálise foi: GESF:
6,23(0,85-45,7; p=0,07); GNM: 7,35(0,90-59,8; p=0,06); GMP: 8,21(0,74-90,6;
p=0,08); IgA: 4,64(0,60-35,7; p=0,14). Conclusões: A GESF foi prevalente como
causa de SNP, seguida de GNM, AGM, GNMP, e IgA. A principal complicação foi
infecção. Sem considerar resposta aos protocolos, a sobrevida renal aos 10 anos foi
93% para pacientes com AGM e 73%, 65% e 61% para GNM, GESF e GNMP,
respectivamente.
PO107
ANÁLISE DAS BIÓPSIAS RENAIS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALZIRA
VELANO
Souza, SMS(1); Dias, BB(1); Neto, APD(1); Lello Santos, FR(1);
Hospital Universitário Alzira Velano(1);
Introdução: É crescente o surgimento dos registros de glomerulopatias em diversos
países inclusive no Brasil, em resposta a necessidade de conhecimento epidemiológico
sobre esse grupo de doenças responsável por número considerável de pacientes
submetidos à TRS. No Brasil, aproximadamente 20% dos pacientes apresentam
diagnóstico de glomerulonefrite à admissão para diálise. A indicação da biópsia renal é
praticamente a regra nas glomerulopatias, já que o pleomorfismo de sintomas e sinais é
grande, dificultando a correlação anátomo-clínica. A biópsia renal é realizada com o
propósito de estabelecer um diagnóstico de certeza, avaliar a gravidade da doença e seu
prognóstico, além de auxiliar na melhor conduta terapêutica. Material e métodos: No
serviço de Nefrologia do HUAV foram realizadas 49 biópsias renais até junho de 2008.
Após história clínica, exame físico e propedêutica laboratorial para coagulopatia
procede-se a biópsia. Posiciona-se o paciente em decúbito ventral com coxim sob o
abdômen. Os rins são visualizados a ultra-sonografia e delimita-se o polo inferior renal
esquerdo ao final da inspiração. Com agulha manual de 16 gauge obtém-se dois
fragmentos. O paciente é mantido em observação de 12 a 24 horas com monitorização de
sinais vitais. Resultados: A idade dos pacientes variou de 13 a 62 anos, com média de
34,8 ± 14,1 anos; sendo 26 do sexo masculino e 23 do feminino; 30 da raça branca, 8
negros e 11 pardos. Ocorreram 4 complicações, sendo 3 com hematúria macroscópica, 1
hematoma subcapsular e 1 celulite. A principal indicação foi síndrome nefrótica em
44,9% dos casos, seguida de proteinúria/hematúria em 36,7% e perda de função em
22,4% (tabela1). Os seguintes achados anátomo-clínicos foram descritos: LM , em 18
lâminas; GESF, 7; IgA, 8; LES, 4; GNM, 2; Proliferativa difusa, 3; GNCrescêntica, 2;
GNproliferativa mesangial, 2; Microangiopatia trombótica, 1; DRC, 1 e NIA, 1.
Conclusão: O diagnóstico histológico foi possível na quase totalidade dos casos com
número reduzido de complicações.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO108
ASSOCIAÇÃO INCOMUM: NEOPLASIA E VASCULITE NECROTIZANTE
RENAL ANCA RELACIONADA.
SPÍNDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1);
SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1);
HOSPITAL VERA CRUZ(1);
Associação incomum: Neoplasia e vasculite necrotizante renal ANCA relacionada.
Objetivo: O angiosarcoma pulmonar primário é um tumor vascular raro, cujo diagnóstico
é essencialmente histológico e imunohistoquímico. A vasculite renal, ANCA
relacionada, associada à neoplasia é uma condição menos freqüente, que pode preceder
ou ocorrer concomitantemente no curso da doença. Materiais e métodos: Relato de caso
da associação infrequente vasculite renal-neoplasia. Resultados: Paciente, masculino, 53
anos, com diagnóstico recente angiosarcoma pulmonar primário internado para
propedêutica de hiporexia, edema progressivo de membros inferiores (mmii), náuseas e
vômitos. Era hipertenso há 7 anos em uso de captopril e hidroclorotiazida, ainda sem
tratamento oncológico. Tinha função renal e sedimento urinário normais 2 meses antes
do diagnóstico do tumor. Exames admissionais revelaram creatinina(C) 5,0mg%,
uréia(U) 138mg%, proteinúria nefrótica (6,09g/24h), hematúria microscópica (+3/+4)
com dismorfismo. US mostrou rins de tamanho normal, vasos renais sem alteração ao
Doppler. Outros exames mostraram: FAN 1:640 com padrão nuclear pontilhado;
complemento normal (C3 141 e C4 28,2 mg/dL); ANCA p 1:80 e ANCA c negativo.
Evoluiu em 1 semana com piora da função renal C 7,0mg% e U 193mg% e acentuação
da proteinúria 14,4g/24h com persistência dos sintomas e piora do edema de mmii. Foi
então submetido à biópsia renal e pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias.
Resultado da biópsia revelou formação de crescentes celulares em mais de 90% dos
glomérulos estudados com imunofluorescência negativa. Recebeu a seguir
ciclofosfamida 0,5mg/m2 em pulsos mensais, prednisona 60mg/dia com redução gradual
e Paclitaxel 80mg em pulsos mensais para tratamento oncológico. Apresentou melhora
lenta e gradual da função renal, mas com persistência da proteinúria. Após 8 meses de
tratamento C 2,4mg% e proteinúria de 13g/24h. Conclusão: A disregulação das células T
associada à redução da uteroglobina tem sido postulada como possível mecanismo causal
da interação neoplasia-vasculite. Portanto, essa suspeição diagnóstica deve ser
considerada na abordagem do envolvimento renal nas neoplasias.
Hemodiálise
PO109
DOSES MENORES DE ERITROPOETINA NOS
HEMODIÁLISE COM O USO DE ESTATINAS
CARRASCOSSI, HL(1); OLIVEIRA, AR(1); NETO, MM(1);
Senerp(1);
PACIENTES
EM
Objetivo: pacientes em diálise apresentam variações individuais quanto as doses de
eritropoetina (EPO) necessárias para a manutenção da hemoglobina sérica em níveis
preconizados. Citocinas e proteínas inflamatórias têm sido associadas a aumento da
resistência a ação da EPO. Recentemente estudos têm mostrado que as estatinas têm ação
antiinflamatória. O objetivo nesse estudo foi avaliar a correlação entre a dose de
eritropoetina e o uso de estatinas em pacientes em hemodiálise. Material e Métodos:
estudo retrospectivo em um único centro de diálise no qual os pacientes foram divididos
em dois grupos: grupo 1, uso de estatinas(n=15), e grupo 2(controle), sem uso de
estatinas (n=20). Todos os pacientes foram pareados quanto a idade, peso seco,
patologias de base e tempo em hemodiálise. Todos os pacientes do grupo 1 faziam uso
de estatinas por mais de 12 meses. Foram avaliados os valores mensais, durante doze
meses consecutivos, de hemoglobina (Hb), albumina, ferritina, hormônio paratireoideo
(PTH), fosfatase alcalina (FA), transaminase glutâmico pirúvica (TGP), dose mensal de
EPO e colesterol total(CT) no final do estudo. Os pacientes analisados apresentavam
kt/v>1,3. A análise estatística foi realizada considerando-se o nível de significância
p<0,05 aplicado o T-test não paramétrico. Resultados: a análise estatística entre os dois
grupos não mostrou diferença significante nos parâmetros: hemoglobina (10,94 +/- 0,28
e 10,94 +/- 0,17); albumina (3,59 +/- 0,12 e 3,72 +/- 0,08); ferritina ; FA ; TGP; PTH e
CT (145,1 +/- 5,46 e 155,8 +/- 8,69) . Com relação a dose de EPO mensal houve
diferença significante (33880 +/- 4531 e 44270 +/- 2127, p<0,05). Conclusão: estes
dados mostram que o grupo que usou estatinas necessitou de uma dose 23,5% menor de
EPO em relação aos que não usaram estatinas para a manutenção de níveis de
hemoglobina parecidos. Estes dados sugerem que a terapia com estatinas pode diminuir
a necessidade de EPO em pacientes em diálise. Esta melhor resposta a EPO poderia ser
causada pelos efeitos antiinflamatórios das estatinas.
PO110
HUMAN ARTERIAL CRYOPRESERVED HOMOGRAFTS ALLOW
REDUCING THE BIOMECHANICAL MISMATCH IN VASCULAR ACCESSES
OF CHRONICALLY HEMODIALISED DIABETIC AND NON-DIABETIC
PATIENTS
Physiology Department School of Medicine Republic University(1); UTN(2); FICEN
Favaloro University(3); INDT MSP Republic University(4); CONICET(5);
Background: Cryopreserved homografts are an alternative to be used in chronically
haemodyalised patients (CHDP) vascular access (VA) construcution. However, it
remains to be established if human cryopreserved homografts ensure a reduced
biomechanical mismatch in CHDP, with and without diabetic nephropathy. Aims: To
compare the biomechanical behavior of native vessels of CHDP, with and without
diabetic nephropathy, with that of commercially available prosthesis (ePTFE), and
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
47
04-PO-14/9
05.09.08
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Page 48
14 de setembro de 2008 - Domingo
cryopreserved arterial and venous homografts. Methods: Arterial pulse wave velocity
(PWV), the “gold standard” parameter to evaluate non-invasively the arterial stiffness,
was measured in: (1) upper (carotid-brachial PWV) and lower limbs (carotid-femoral
PWV) of 20 healthy individuals and 80 CHDP, with (n=20) and without (n=60) diabetic
nephropathy, and (2) in arterial and venous cryopreserved homografts (in vitro studies)
and (3) ePTFE prosthesis. The biomechanical matching factor between the CHDP’s
arteries and the vascular substitutes was calculated. Results: (1) CHDP, and specifically
patients with diabetic nephropathy, showed a statistically significance global rise in
arterial stiffness, which was higher in the aorto-femoral territory. (2) For a cryopreserved
homograft, the biomechanical matching values with arteries of healthy subjects and
CHDP, were different. In addition, the biomechanical matching with CHDP was
different depending on the cause of renal failure (diabetic and non-diabetic etiology). (3)
Depending on the vascular pathway considered to perform a VA, the most adequate
cryopreserved homograft was different, since the biomechanical matching factor differed
among the homografts studied. (4) The biomechanical matching was always better than
that of the ePTFE prosthesis. Conclusion: For a human cryopreserved vascular graft
different biomechanical coupling levels were found with arteries of healthy individuals
and CHDP, and in the CHDP there were differences depending on the cause of renal
failure (diabetic vs. non diabetic nephropathy). In addition, the capability of a
cryopreserved vascular homograft to ensure a low biomechanical mismatch differed
depending on the vascular pathway analyzed: carotid-femoral or carotid-brachial.
Anyway, the cryopreserved homografts always ensured a biomechanical matching better
than that of the ePTFE.
PO111
TERAPIA DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA PELA HEMODIÁLISE
MOCELIN, AJ(1); MATNI, AM(1); DELFINO, VDA(1); SOARES, AE(1); CARVALHO,
COM(1); KUNII, LF(1); MATSUO, T(1); NASCIMENTO, MC(1); SALMERON, AR(1);
Hospital Evangélico de Londrina(1);
Pôsteres
PO113
TRATAMENTO ENDOLUMINAL DE CATETER DE HEMODIÁLISE COM
M-EDTA.
JOÃO CARLOS BIERNAT, FERNANDO DOS SANTOS, ANA MARIA GIANCRISTOFORO
DOS SANTOS, MARCELA SANTIAGO BIERNAT, AUREA RAUBACH, MARIA ELIANE
LATOSINSKI SOUZA.
CLINIRIM(1);
Contaminação por biofilme é complicação frequente de cateter de Hemodiálise.Heparina
não protege contra infecção por não ter ação antibiótica. Uma alternativa atual é o uso de
EDETATO de SÓDIO ( EDTA), que além de ser anticoagulante, é um potente quelante
de cálcio,magnésio, ferro e zinco, destruindo assim a parede celular bacteriana e
fúngica,além de desestruturar o biofilme do lúmen do cateter e permitir plena ação de
minociclina (M ) associada. Objetivos: verificar a eficiência de solução de M-EDTA, em
comparação com Heparina, como selo de cateter.A formulação contém 30 mg /ml de
EDTA e 3,0 mg/ml de minociclina após diluição apropriada. Material e Métodos:
Coletaram-se 160 hemoculturas seriadas, de modo prospectivo,em 15 renais cronicos,
antes de cada diálise, de 2 em 2 dias .Após a sessão aplicou-se Heparina em 8 cateteres
( grupo A ) e M-EDTA em 7 cateteres ( grupo B ).Análise estatística foi feita com o Teste
de Comparação entre Proporções Independentes. Resultados: No grupo A ( heparina ), 8
hemoculturas foram positivas, com incidencia de 9,52%, após 248 dias de observação.Já
no grupo B ( M-EDTA ), 1 hemocultura foi positiva, com 1,31 % de contaminação
( p<0,05 ), após 203 dias de observação .Foram identificadas cepas de Staphylococcus
aureus ( 4 amostras ) ,Klebsiella pneumoniae ( 3 amostras ) e Streptococcus pneumoniae
( 1 amostra ) no grupo A e 1 cepa de Klebsiella pneumoniae no grupo B. Conclusão: A
solução de M-EDTA, comparada com Heparina, previne e trata infecção da luz de cateter
de Hemodiálise de modo eficaz, sendo alternativa promissora para reduzir a preocupante
prevalência de sepse por cateter contaminado em paciente renal cronico.
PO114
Os pacientes admitidos à Hemodiálise ganham "função renal exógena" e suas vidas
somente serão interrompidas por "outras causas" não renais: cardiovascular, infecciosa,
tumoral, hepática, desnutrição, suicídio, acidente de trânsito, demonstrado ocorrerem em
15 a 25% dos casos, já no primeiro ano de exposição à diálise. Objetivo: relato da
experiência de um único centro em "ganhar " anos de vida para os deficientes renais.
1973-2006. Material e Métodos: 1086 pacientes renais crônicos,de ambos sexos, entre 12
e 70 anos de idade foram admitidos ao programa de terapia renal substitutiva entre
janeiro de 1973 e dezembro de 2006. A hemodiálise foi inicialmente realizada com
módulos Sistemas Vitais e, posteriormente pelos rins artificiais Baxter SPS1550 ou
Fresenius 4008B; água tratada por deionização e osmose reversa; soluções concentradas
comercias de sais, sessões habituais de 4 hs, 3 vezes por semana, heparinização sistêmica
como prescrita pelo médico e reuso do capilar por até 12 vezes. A análise incluiu todos
os pacientes citados, desde a sua primeira sessão de tratamento até um evento que os
retirou do programa (transplante, óbito, transferência, recuperação funcional do rim
próprio, perda de seguimento ou até a data final de seguimento), em dezembro de 2006.
Utilizamos o método estatístico de Kaplan-Meier. Resultados: Se classificados
clinicamente como nefríticos, 473 deles sobreviveram 1 ano 96%, 2 anos 945 e 5 anos
82%; quando a doença básica foi a hipertensão, 313, sobreviveram 1ano 86%, 2 anos80%
e 5 anos 53%; já os diabéticos, 160, 1 ano82%,2 anos60% e 5 anos30%. Os policisticos
obtiveram resultados semelhantes aos nefríticos e um grupo miscelânea se comportaram
como os diabéticos. Como causa de saida, transplantes e óbitos foram os principais
eventos; os óbitos foram cardiovasculares em 158 (51,3%) e infecciosos em 63(20,4%).
Conclusões: Hemodiálise deu-lhes sobrevida de até 90% 1 ano, 81% 2 anos e 60% 5
anos; foi a terapia de suporte também quando perderam rins transplantados. As doenças
primariamente renais permitiram a melhor sobrevida.
PO112
COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES DE ÚNICO CENTRO DE DIÁLISE DA
REGIÃO NORTE DO CEARÁ E POPULAÇÃO DO ESTADO E PACIENTES DA
REGIÃO NORDESTE
SANTOS, PR(1);
Unidade de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral(1);
Objetivo: Em conseqüência das disparidades socioeconômicas e da variedade de regiões,
o Brasil apresenta diferentes perfis demográficos e clínicos em relação a pacientes em
hemodiálise. O estudo teve por objetivo comparar perfil dos pacientes dialíticos da única
Unidade de terapia dialítica da região norte do Ceará com dados regionais no que se
refere à raça, prevalência de diabéticos e de ocupação profissional. Material e métodos:
A amostra foi constituída por 164 pacientes maiores de 18 anos e portadores de doença
renal crônica mantidos em hemodiálise durante o período entre março de 2005 e março
de 2007. A etiologia da doença renal crônica correspondeu a critério clínico e não
histológico, de acordo com os registros da Unidade de Diálise. A raça foi aquela
autodeclarada pelo paciente entre as três categorias: branco, pardo e negro. Os dados
sobre ocupação profissional foram coletados através de entrevista. A percentagem de
diabéticos foi comparada com os dados da região nordeste segundo o Censo SBN. A
prevalência quanto a raça e ocupação profissional foi comparada entre os pacientes
estudados e a população do estado do Ceará segundo dados do IBGE. Resultados: Houve
maior prevalência de negros entre os pacientes do que na população do Estado (10% vs.
3,3%). A prevalência de diabéticos foi de 7,3% na Unidade e de 18% na região nordeste.
Apenas 15% possuíam ocupação profissional entre os pacientes em contraste com 68%
de homens e 47% de mulheres com ocupação profissional no Ceará. Conclusão: Entre os
pacientes em hemodiálise na região norte do Ceará, há pequena proporção de diabéticos,
maior prevalência de negros e pouca ocupação profissional. Estes resultados apontam
necessidade de (1) avaliação da assistência aos diabéticos na saúde primária, (2)
investigação sobre incidência de doença renal entre negros no Brasil e (3) implementação
de medidas clínicas e sociais visando melhorar taxa de ocupação profissional.
48
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
VOLUME URINÁRIO, NATRIURESE E GANHO DE PESO CORPORAL EM
PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA,
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
QUEIROZ, VS; (1); NASCIMENTO, DD; (1); CUNHA, DA; (1); GARCIA, CB; (1);
LEMES, H; (1); ARAÚJO, SP; (1); OLIVEIRA, PC; (1); FERREIRA-FILHO, SR.(1);
Universidade Federal de Uberlândia(1);
Objetivos: Embora a taxa de filtração glomerular seja muito baixa nos pacientes com
insuficiência renal, o débito urinário é variável, alternando de oligúria até a normalidade
ou ainda acima de níveis normais. A perda de função renal residual nos pacientes com
doença renal terminal é importante clinicamente,incluindo efeitos sobre o controle de
volume e a sobrevida do paciente.O objetivo foi verificar a correlação entre a excreção de
sódio urinário,volume de diurese e ganho de peso corporal( ) ocorrido entre duas sessões
consecutivas de hemodiálise. Material e métodos: Estudamos 15 pacientes com
insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise regular, três vezes por semana,
quatro horas por sessão. Todos estes pacientes tinham função renal residual e o volume de
diurese variou de 55 até 1620 ml/24 hs. A função renal residual foi considerada como a
média dos valores de clearance de uréia e creatinina, que foi de 1.77 0.40 ml.min.m2 (X
SEM; n=15). Resultados: Nossos resultados mostraram que a variação de peso entre duas
sessões consecutivas de hemodiálise foi de 2.73 0.35 Kg,; a concentração de sódio na
urina de 24 horas foi de 51.9 12.2 mEq/L e a massa total de sódio excretada foi de 94.0
4.5 mEq/24 hs. Nós verificamos uma correlação positiva e significante entre a variação de
peso e a massa total de sódio excretada na urina coletada (r2 = 0.39; p = 0.013) e a
variação de peso com o volume de urina coletado (r2 = 0.33; p = 0.025). Sete pacientes
estavam em uso oral de furosemide e 8 deles não estavam tomando este medicamento. A
massa total de sódio excretada no grupo em uso de furosemide foi de 70.0 21.5 mEq/24
hs contra 36.1 11.8 mEqL/24 hs no grupo sem uso de diuréticos (p>0.05). Conclusão:
Estes resultados demonstram que a carga de sódio excretada e o volume urinário são
fatores importantes no controle de ganho de peso nos pacientes submetidos à hemodiálise.
PO115
CONTROLE DE INFECÇÃO VIRAL EM UNIDADE DE HEMODIÁLISE
CARVALHO, ELR(1);
Centro Terapia Renal de Cruzeiro(1);
Objetivo: Reduzir infecção viral em unidades de hemodiálise. Material e método:
Análise de 471 pacientes admitidos no CTR de Cruzeiro no período de 10 anos, como
único Centro de diálise da cidade,satélite, atendendo pacientes provenientes do Hospital
e Ambulatório. Os dados são os seguintes: Taxa de incidência de HIV POSITIVO 0,64%,
Taxa d prevalência de HIV POSITIVO 1,40%. Taxa de incidência de HBSAG
POSITIVO 0,85% Taxa de prevalência 0%. Taxa de incidência HCV POSITIVO 3,28%
Taxa de soroconversão HCV 0,42% Taxa de prevalência 7,46%. Os dois casos de soroconversão ocorridos se deram durante tratamento sendo que um deles poderia ter sido por
TX DE SANGUE feita meses antes do início de HD, em outro Hospital. O 2° CASO
provavélmente se deu por contaminação durante procedimento no CTR; esses casos
foram há mais de 5 anos. O CTR adota medidas rigorosas para controle de infecção viral
sendo as seguintes: Colheta de toda sorologia na 1° sessão de HD, já na sala de implante
de cateter, Máquinas determinadas nos turnos para cada paciente, pacientes HCV
POSITIVOS dialisam no 3° turno sempre em máquinas pré-definidas tendo somente
excessão em caso de EMERGÊNCIA, paciente HIV POSITIVO dialisa no 3° turno em
máquina pré-definida com excessão para emergência. A disposição dos paciente na sala
deve ser sempre das pontas para o centro da sala. A instalação do paciente na máquina
deve ser feita por profissional com experiência e nunca por novatos tendo-se atenção para
limpeza e assepsia. Os profissionais de limpeza são orientados para recolha do lixo.
Considera-se todo paciente novo como paciente de risco. Até liberação de sorologia o
paciente permanece no 3° turno, em máquina fixa. O reuso é feito na máquina até
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Pôsteres
liberação da sorologia. Pacientes submetidos á TX DE SANGUE E PLASMA com
sorologia negativa são acompanhados com mais rigor. Pacientes que por ventura vão para
outros centros de dialise e retornam são colocados no 3° turno com reuso na máquina até
liberação. O CTR não tem sala específica para HCV e HIV POSITIVOS. Conclusão: as
medidas de segurança básica, rotinas escritas e cumpridas são eficazes.
PO116
VARIAÇÃO DA HEMOGLOBINA SÉRICA DE PACIENTES EM
HEMODIÁLISE EM USO DE ±LFA-EPOETINA
MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(2); MENDONÇA, HM(1); HUEB, AF(1); SANTOS,
LG(1); RIBEIRO-FILHO, E(1); MARQUES, GF(1); SANTOS, DR(1); SILVA, NF(1);
Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba(1); Universidade Federal do
Triângulo Mineiro(2);
Objetivo: Analisar de forma descritiva a variação da hemoglobina (Hb) sérica e sua
influência no controle da anemia de pacientes em hemodiálise (HD), fazendo uso regular
de alfa-Epoetina (alfa-EPO). Metodologia: Foram avaliados 65 pacientes em HD no
Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba (MG) durante o ano de 2007,
em uso por pelo menos 3 meses consecutivos de alfa-EPO, com estoques de ferro sérico
adequados, divididos em 3 grupos de acordo com a média dos valores mensais de Hb
sérica: grupo 1 < 11 g/dL, grupo 2 de 11 a 12,5 g/dL e grupo 3 > 12,5 g/dL. A variação
da Hb foi definida pela oscilação dos valores mensais de Hb em pelo menos 1,5 g/dL para
mais (variação de Hb positiva) ou 1,5 g/dL para menos (variação Hb negativa),
contabilizados em número de episódios de variação de Hb ocorridos durante o período
do estudo. Foram avaliadas também as variáveis sexo, cor, idade, tempo em HD e
número de óbitos. Resultados: Houve um predomínio de pacientes no grupo 1 (61,5%),
em relação àqueles dos grupos 2 (32,3%) e 3 (6,2%), caracterizando um estado de anemia
significativa na população avaliada. Foram observados 119 episódios de variação de Hb,
dos quais 60,5% ocorreram nos pacientes do grupo1 versus 31,1% do grupo 2 e 8,4% do
grupo 3, com uma predominância de variação de Hb positiva apenas nos pacientes do
grupo 2, enquanto naqueles dos grupos 1 e 3 o predomínio foi de variação de Hb
negativa. Com relação às demais variáveis estudadas, destacar o menor tempo em HD
(27,25 ± 24,9 meses) e o maior número de óbitos (87,5%) entre os pacientes do grupo 1.
Conclusão: Apesar o uso adequado de alfa-Epoetina, a anemia foi um achado
significativo em nosso estudo, além da evidente variação dos níveis de Hb sérica,
sobretudo no grupo de pacientes com média de Hb < 11 g/dL, nos quais houve um
predomínio de variação de Hb negativa e um maior número de óbitos durante o período
avaliado, o que poderia sugerir um papel determinante destes fatores na sobrevida dos
pacientes renais crônicos em HD.
PO117
Cancelar
PO118
PIOMIOSITE TROPICAL EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL
CRÔNICA TERMINAL
AYUSSO, LL(1); MELO, LHF(1); MINGHIN, DCN(1);
UNIFIPA-FAMECA-SP(1);
Introdução: A cateterização percutânea da veia subclávia é um método geralmente usado
para acesso venoso transitório de pacientes em hemodiálise. A complicação mais
freqüente da cateterização é a infecção do cateter. Objetivo: Relatar caso clínico de
piomiosíte tropical (PT) associado à artrite séptica como complicações de infecção por
estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise, numa
paciente renal crônica em programa de hemodiálise. Paciente e métodos: Mulher de 31
anos de idade, em programa de hemodiálise, desenvolveu piomiosite tropical de região
coxo-femoral direita associado à artrite séptica como complicações de infecção por
estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise.
Resultados: O diagnóstico foi realizado através do quadro clínico, laboratorial, tomografia
e ressonância magnética de região coxo-femoral direita e cultura mais antibiograma tanto
da ponta de cateter como do líquido de drenagem aspirativa da articulação coxo-femoral
direita, os quais mostraram Staphylococcus aureus 300.000 colônias. O tratamento foi
realizado com vancomicina durante dois meses, com dosagem corrigida para o caso.
Houve recidiva da PT em outras regiões anatômicas após aproximadamente dois meses da
resolução do primeiro episódio. Reiniciamos tratamento com a mesma droga e dosagem
por mais dois meses, havendo assim melhora clínica e cura da paciente. Conclusão: Nós
concluímos que o aumento no conhecimento desta doença, especialmente em pacientes
imunodeprimidos com doenças crônicas, deve conduzir a um diagnóstico e tratamento
mais precoce e com conseqüências ainda melhores.
PO119
ESTUDO COMPARATIVO DA AUTO-ESTIMA ENTRE PORTADORES DE
CATETERES E PORTADORES DE FÍSTULA ARTERIOVENOSA EM UMA
UNIDADE DE DIÁLISE
LIMEIRA, PC; (1); ROMÃO, MAF; (1); SALEH, CMR(1);
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(1);
Introdução: Em decorrência da Insuficiência Renal Crônica (IRC) cerca de 70872
pacientes realizam algum tipo de diálise, incluindo a hemodiálise, que requer o
14 de setembro de 2008 - Domingo
uso de um acesso vascular, que pode ser a fístula arteriovenosa (FAV) ou o cateter
de longa ou de curta permanência. Com isso, possivelmente, os indivíduos sofrem
uma alteração de sua auto-estima. Objetivos: avaliar a auto-estima desses
pacientes e comparar seus níveis entre os portadores de FAV (Grupo 1) e os
portadores de cateter (Grupo 2). Metodologia: estudo comparativo, quantitativo e
transversal; coleta de dados: obedecendo às determinações éticas, realizada no
HCFMUSP com 17 e 15 indivíduos (Grupo 1 e 2, respectivamente) através da
Escala de Medida do Sentimento de Auto-Estima (escore máximo de 15) e de
instrumentos constando dados sócio-demográficos e opinião acerca dos acessos
vasculares. Análise dos Dados: Teste de Mann-Whitney e Teste de Kruskal
Wallis. Resultados: Grupo 1: predomínio de indivíduos com escores 09 e 10
(58,8%), Grupo 2: predomínio de escores 07 e 08 (60%). A comparação dos
escores entre os grupos não demonstrou significância estatística (p=0,105).
Conclusões:em ambos os grupos os pacientes apresentaram auto-estima em níveis
intermediários e a comparação entre os grupos não demonstrou diferença de autoestima estatisticamente significante.
Descritores: Auto-estima, Hemodiálise, Vias de Acesso Vascular
PO120
PERFIL DE ACESSOS VASCULARES DO CENTRO DE DIÁLISE DA SANTA
CASA DE BELO HORIZONTE
REIS, AAC(1); ALVARENGA, AS(1); PENIDO, MG(1); PENA, RM(1); FERIAS, CB(1);
TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1);
Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);
Introdução: Atualmente cerca de 70.000 pacientes estão em terapia renal substitutiva
(TRS) crônica no Brasil, sendo a hemodiálise (HD) a modalidade empregada em
aproximadamente 90% dos casos. Portanto, o acesso vascular de qualidade é
fundamental para fornecer uma dose de diálise adequada para os pacientes com
doença renal crônica terminal. Objetivo: Avaliar o perfil dos acessos vasculares do
Centro de Diálise da SCBH. Material e métodos: Estudo transversal com todos os
pacientes em TRS crônica na SCBH. Resultados: 441 pacientes encontram-se em
TRS. A HD é a modalidade dialítica em 95% dos casos. Dos pacientes em HD, 91%
dialisam por fístula arteriovenosa (FAV): 331 deles (95%) possuem FAV nativa, 17
(4,4%) apresentam prótese sintética e dois pacientes (0,6%) são dialisados por enxerto
com veia autóloga. Apenas dois pacientes (0,6%) apresentam FAV nativa em membro
inferior (MMII), ao passo que 84% (309 pacientes) a possuem em membro superior
distal (MSD) e 15% (55 pacientes) em membro superior proximal (MSP). A
localização das FAV com prótese sintética se dá da seguinte forma: 5,9% (um
paciente) em MMII; 76,5% (13 pacientes) em MSD e 17,6% (três pacientes) em MSP.
Todas as FAVs com veia autóloga se localizam na coxa. Os cateteres de duplo lúmen
(CDL) representam 9% dos acessos vasculares (36 pacientes): 42% são de curta e
58% de longa permanência. A veia jugular interna é o principal sítio de localização
dos CDL de curta permanência (93,3% dos casos), enquanto a veia subclávia é o local
de inserção mais utilizado nos pacientes com CDL de longa permanência (47,6% dos
casos). Conclusão: Observa-se, na atualidade, um grande esforço das organizações
internacionais no intuito de aumentar a prevalência de FAVs nativas. Nosso centro
apresenta mais de 90% dos pacientes com FAV, sendo a FAV nativa o principal
acesso vascular utilizado. O dado mais preocupante e que exige estratégias de
controle, é a grande prevalência de CDL de longa permanência localizados na veia
subclávia.
PO121
PROFILAXIA COM MUPIROCINA CONTRA INFECÇÃO EM CATETER
DUPLO-LÚMEN USADO EM HEMODIÁLISE NO HOSPITAL SÃO JOSÉ DO
AVAÍ
BASTOS, DP(1); RUELA, KP(1); CARVALHO, AMM(1); FALCÃO, AP(1); SILVA,
FBC(1); PAES, DS(1);
Hospital São José do Avaí(1);
Objetivo: Este trabalho tem por objetivo comparar o tempo de permanência de
cateter duplo-lúmen para hemodiálise em grupo de pacientes que fizeram uso
profilático de mupirocina tópica no sítio de inserção do cateter com um grupo
controle no qual nenhuma medida específica fora implementada. Material e
Métodos: Foi realizado um ensaio-clínico randomizado com 16 pacientes portadores
de insuficiência renal crônica em hemodiálise entre maio de 2007 e junho de 2008.
Este estudo foi realizado no Centro de Tratamento Dialítico do Hospital São José do
Avaí constituído de 29 leitos e com capacidade máxima de 55 sessões/dia. Os
pacientes foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: um grupo (8 pacientes) no
qual aplicou-se curativos periódicos com mupirocina tópica no sítio de inserção do
cateter duplo-lúmen para hemodiálise e um grupo (8 pacientes) controle em que
nenhuma medida específica fora implementada. Os curativos eram realizados por
um mesmo observador a cada sessão de hemodiálise e os pacientes eram submetidos
a avaliação clínica à procura de sinais e sintomas de infecção local e sistêmica. Uma
planilha fora elaborada contendo dados pessoais dos pacientes, as patologias de
base, a freqüência das sessões de hemodiálise e dados do cateter. Resultados: O
grupo que recebeu a intervenção permaneceu maior tempo com o cateter duplolúmen para hemodiálise em relação ao grupo controle. A média de dias de
permanência do cateter neste grupo foi de 30 dias, enquanto que no grupo avaliado
foi de 48 dias. Conclusão: Os pacientes em hemodiálise que receberam mupirocina
tópica profilática no sítio de inserção do cateter permaneceram mais tempo com este
dispositivo livres de infecção do que o grupo que não recebeu nenhuma intervenção
específica. Esta estratégia apresenta-se como uma alternativa para redução da
bacteremia e infecção no sítio de inserção do cateter, diminuindo as taxas de
complicações associadas a este dispositivo assim como reduzindo os custos do
tratamento dialítico.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
49
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO122
PO125
SOROLOGIA FALSO-POSITIVA PARA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA
HEPATITE C EM PACIENTES EM HD
FAZENDA, JM(1); MANGINI, C(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA,
JAC(1); CASTRO, MCM(1);
Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);
EFICIÊNCIA TERAPÊUTICA DA EPO SIMILAR (BIO-MANGUINHOS) E EPO
REFERÊNCIA (BIOSINTÉTICA) NO TRATAMENTO DA ANEMIA DA HD
CASTRO, MCM(1); GONZAGA, KBC(1); BARROS, GPT(1); SANTOS, GE(1);
MAROTTA, AMM(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1);
Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);
Objetivo: Infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) apresenta alta prevalência em HD.
A rapidez no diagnóstico da infecção ou da soroconversão é importante para não
expor pacientes e funcionários. Nesse estudo relatamos nossa experiência em pac em
HD com positivação do anti-HCV através de um teste para detecção do anticorpo (Ac)
para HCV. Métodos: Método de enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para
detecção qualitativa do Ac para o HCV (AXSym-HCV 3.0-Abbott) foi utilizado para
triagem do HCV. Os resultados positivos (pos) foram testados pela técnica de ELISA
utilizando o Kit Murex HCV Ag/Ac (Abbott) – imunoensaio qualitativo para detecção
do antígeno (Ag) do core e Ac anti-HCV, e reação da polimerase em cadeia (PCR)
utilizando o sistema Cobas Amplicor HCV-v 2.0 (Roche). Resultados: Dos 254 pac
em HD testados para HCV em Mar/07, 9 (3,5%), previamente negativos (neg), se
tornaram pos para o anti-HCV pela técnica MEIA. Nesses pac os testes de ELISA e
PCR foram neg. Em Abr/07, 7 (78%) pac permaneceram MEIA pos, mas Elisa neg.
Em Mai/07, 2 (22%) pac ainda se mantinham Meia pos, mas ELISA neg. Nos meses
de Jun, Jul e Ago/07 todos os 9 pac se mostraram neg pela técnica MEIA. Nesses 9
pac não se observou alteração na TGP pré ou pós-viragem no teste MEIA.
Conclusões: Nossas observações mostram que resultados falso-positivos podem
ocorrer no teste enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para detecção do Ac para
o HCV. Pac em HD pos ou que se tornem pos com essa técnica necessitam
confirmação com a técnica ELISA.
Objetivo: O uso da eritropoetina humana (Epo) é fundamental para o tratamento da
anemia da HD. Este estudo compara o feito terapêutico de uma alfa Epo similar (Epo-s)
com uma alfa Epo referência (Epo-r) no tratamento da anemia da hemodiálise. Métodos:
189 pac em tratamento com Epo-s produzida pela Fiocruz (Bio-Manguinhos) foram
comparados com 42 pac recebendo Epo-r – Hemax® (Biosintética). Todos os pac
estavam em HD e recebiam a mesma preparação de Epo, por via subcutânea, há pelo
menos 3 meses. Resultados: A tabela mostra os principais resultados. Os valores de Hb
são a média de 2 meses consecutivos. Conclusão: Nossos resultados mostram que o efeito
terapêutico da Epo-s (Bio-Manguinhos) foi equivalente ao observado com a preparação
de Epo-r. Visto que nossos resultados derivam de um estudo de corte com número
pequeno de pac, eles necessitam ser confirmados através de estudos de seguimento
envolvendo mais pac. (M±DP; Mann Whitney teste; NS= não significante)
PO123
Objetivo: A prevalência de hiperparatireoidismo (HP) em HD é elevada implicando,
freqüentemente, em paratireoidectomia (PTX). Neste estudo relatamos nossa experiência
com PTX em um centro de diálise não universitário. Métodos: No período de Mai/06 a
Abr/08, 7 homens e 5 mulheres, com idade de 45,6±7,1 anos e tempo de HD de
58,8±11,6 meses foram submetidos a PTX total com implante. O diagnóstico de HP foi
baseado no nível de PTH (>800pg/ml) e ultrassom de paratireóide (PT). Nenhum pac foi
submetido a cintilografia. Durante a cirurgia foi realizado biópsia de congelação e
implante de 20 a 30 fragmentos de PT. Resultados: O tempo de internação foi de 9,4±3,8
d (7 a 17) sendo a duração associada à necessidade de infusão de cálcio. Um pac (8%)
foi a óbito no 22º PO por endocardite bacteriana. A tabela mostra a evolução com 0, 3 e
6 meses pós-PTX. Três pac iniciaram levotiroxina pós-PTX. Um pac apresentou
PTH>300pg/ml no 3º e 6º meses pós-PTX, nos demais PTH<150pg/ml foi observado em
todas as dosagens. Conclusão: Nossos resultados mostram que: 1) hipoparatireoidismo
foi freqüente pós-PTX (91%) sugerindo a necessidade do implante de mais fragmentos
de PT; 2) apesar do hipoparatireoidismo os pac não apresentaram hiperfosfatemia
sugerindo a deposição óssea de fósforo e 3) nossos resultados mostram que é possível a
realização de PTX por equipes não associadas a centros universitários. (M±DP)
TROMBOEMBOLECTOMIA EM ENXERTO DE PTFE UTILIZADO COMO
ACESSO VASCULAR PARA HD: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO NÃO
UNIVERSITÁRIO
RIBEIRO, RB(1); CENTENO, JR(1); XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1); CASTRO,
MCM(1);
Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);
Objetivo: No nosso meio enxerto de PTFE é acesso vascular de exceção para HD.
Neste estudo relatamos nossa experiência com tromboembolectomia (TET) nesse
tipo de acesso vascular para HD. Métodos: No período de 01/Jan a 31/Dez/07, 25
pac com idade de 60±17 anos e tempo de HD de 27±29m foram submetidos a 39
TET, realizadas em regime ambulatorial, utilizando cateter Fogart de 4F. O
resultado da TET foi classificado como: sem sucesso, sucesso<7, sucesso entre 7 e
30 e sucesso>30 dias. Resultados: 15 pac (60%) eram diabéticos, 84% utilizavam
antiagregante e 16% apresentavam hipotensão na HD. O volume UF foi de 2,1±1
L/sessão. O tempo de uso do enxerto pré-trombose (TB) foi de 16±18m(0 a 61). 15
pac realizaram uma, 7 pac duas, 3 pac três e 1 pac quatro TET. O tempo para TET
após o diagnóstico de TB foi <12h em 16(41%) episódios, 12 a 24h em 10(26%)
episódios e >24h em 13(33%) episódios. 11(28%) procedimentos não tiveram
sucesso, 7(18%) sucesso<7d, 5(13%) sucesso entre 7 e 30d e 16(41%)
sucesso>30d. Não houve relação entre o tempo para TET e a porcentagem de
sucesso. Nos 28 procedimentos com sucesso a punção do enxerto para HD foi <12h
em 10(36%), entre 12 e 24h em 16(57%) e >48h em 2(7%). Não houve relação
entre a precocidade da punção e sobrevida >30d. 13(52%) pac necessitaram
passagem de cateter em associação com a TB do enxerto. Conclusões: Nossos
resultados mostram que: 1)PTFE pode ser utilizado como acesso vascular para HD
em pac com dificuldade para outras vias de acesso; 2) TET deve ser realizada como
tentativa para salvar um enxerto de PTFE trombosado; 3) o tempo para TET pósTB e o tempo para punção pós-TET não interferem na sobrevida do enxerto a longo
prazo.
PO124
RELAÇÃO ENTRE NÃO ADERÊNCIA E CONHECIMENTO DO EFEITO
TERAPÊUTICO DA DROGA: UMA VISÃO DO PACIENTE
CASTRO, MCM(1); DOMINGOS, ES(1); COUTINHO, RCS(1); AOKI, MVS(1);
XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1);
Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);
Objetivo: Não aderência a medicação (med) é um problema em HD sendo sua causa
multifatorial. Para avaliar essa questão submetemos pacientes (pac) em HD a
questionário para investigar a não aderência a med. Métodos: 65 pac (37M, 28F)
com idade 49±13 anos, em HD há 50±21m foram submetidos a questionário com 35
perguntas relacionadas a múltiplos aspectos da med. A resposta foi espontânea não
sendo confirmada a veracidade. Neste estudo mostramos os resultados relacionados
ao conhecimento sobre a ação da med. Resultados: A análise revelou que 20% dos
pac confundem a med; 37% confundem a med se prescrita com nome genérico ou
fantasia; 54% referem que embalagens parecidas confundem a med; 12% associam
a med a características de cor, tamanho ou gosto; 77% referiram que já usaram med
de forma errada. 19% relataram que conhecem a indicação de todos e 72% de
algumas das med prescritas. 65% responderam que o médico não explicou para que
servem as med, motivando 27% dos pac a não tomar regularmente algumas med por
acharem que elas não funcionam. A tabela mostra o grau de concordância entre a
resposta espontânea e a prescrição para algumas classes de drogas. Conclusões:
Nosso estudo mostra que os pac em HD são pouco orientados em relação a utilidade
e função de suas med. Isto associado a confusão entre as med motiva a baixa
aderência. Talvez uma pós-consulta com profissional da área de enfermagem
melhore esses resultados.
50
Pôsteres
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO126
EVOLUÇÃO PÓS-PARATIREOIDECTOMIA TOTAL COM ENXERTO EM
PACIENTES EM HEMODIÁLISE: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO NÃO
UNIVERSITÁRIO
CASTRO, MCM(1); CARDOSO, CA(1); GONZAGA, KBC(1); CENTENO, JR(1);
XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1);
Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);
PO127
UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS CARDIOPROTETORES EM
PACIENTES EM HEMODIÁLISE
BOLDO, R(1); BURMEISTER, JE(1); CAMPOS, BM(1); MILTERSTEINER, DR(1);
ULBRA(1);
Introdução: O risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) em pacientes
renais crônicos em terapia dialítica é maior do que na população em geral. Algumas
publicações preconizam a utilização de medicamentos que comprovadamente tragam
benefícios em pacientes com DCV estabelecida por parte de todos os pacientes em
hemodiálise. Elas sugerem a necessidade de tratamento de todos estes pacientes, mesmo
os que não tem comprovação do comprometimento do sistema cardiovascular,
simplesmente pelo fato de os mesmos já se enquadrarem nos critérios de alto risco para
o desenvolvimento de eventos cardiovasculares. Métodos: Estudo observacional
transversal, com revisão de prontuários dos 75 pacientes em hemodiálise convencional
há mais de 3 meses na Unidade de Medicina Renal do Hospital Independência-ULBRA,
Porto Alegre. Resultados: A média de idade da população em estudo foi 57,3±11,1 anos
e 57,3% (43 pacientes) eram do gênero masculino. Trinta e cinco pacientes (46,7%) eram
diabéticos; 40 (53,3%) tinham doença coronariana estabelecida; 47 (62,7%) utilizavam
inibidores da enzima conversora ou antagonistas dos receptores da angiotensina II; 31
(41,3%) faziam uso de beta-bloqueadores; 29,3% faziam uso de ácido acetil salicílico; e
10,7% utilizavam estatinas. A Tabela 1 descreve a freqüência (%) de utilização das
medicações consideradas no estudo e de LDL>100mg/dL em todos os pacientes da
amostra estratificados segundo a presença ou não de diabete (DM) e/ou doença arterial
coronariana (DAC). Comparou-se a frequência (%) de utilização desses medicamentos
cardioprotetores entre os pacientes com e sem DAC estabelecida - Tabela 2. Também
comparou-se a freqüência (%) do uso dessas medicações entre diabéticos e nãodiabéticos – Tabela 3. Conclusão: No grupo de pacientes do estudo, o uso de
medicamentos para prevenção secundária de eventos cardiovasculares não vinha sendo
aplicado de maneira com que todos os pacientes fossem beneficiados.
PO128
CAUSAS DE INTERNAÇÃO DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE CRÔNICA ESTUDO OBSERVACIONAL DE 12 MESES
VELOSO, JCS; BURMEISTER, JE; CAMPOS, M, COSTA, MG(1,1,1,1);
ULBRA(1);
Introdução: Pacientes em hemodiálise crônica frequentemente necessitam internação
hospitalar. A análise das causas e características destas hospitalizações pode auxiliar a
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
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Pôsteres
reduzir a necessidade dessas internações. Métodos: Em um estudo observacional
prospectivo – série de casos – foram incluídos todos os pacientes da Unidade de
Medicina Renal do Hospital Independência/ULBRA – Porto Alegre que necessitaram
de internação hospitalar no período de janeiro a dezembro de 2007. Dados clínicos e
laboratoriais foram analisados. Foram comparados três grupos de pacientes, de acordo
com as causas da internação: (1) infecciosas, (2) cardiovasculares e (3) complicações
não-infecciosas do acesso vascular. Resultados: Nos 12 meses, 116 internações foram
realizadas em 59 pacientes, de um total de 124 indivíduos que estiveram em
hemodiálise no período (média de 85 pacientes/mês). A taxa de internação de todos os
pacientes do serviço foi de 0,94 hospitalizações/paciente/ano. Dos 59 que necessitaram
hospitalização, a taxa foi 1,97 internações/paciente/ano. A média de permanência no
hospital foi de 12,5 dias. Infecções e eventos cardiovasculares foram as principais
causas das internações (26 casos cada), seguidas por complicações não-infecciosas do
acesso vascular (12). A causa mais frequente de hospitalização foi insuficiência
cardíaca descompensada. Pacientes internados por complicações não-infecciosas do
acesso vascular tinham menor índice de remoção de uréia (URR), menor tempo em
tratamento dialítico, menor tempo do acesso vascular e menor média de idade. Aqueles
com internações por causas infecciosas apresentaram maior tempo de permanência
hospitalar. Conclusões: Acompanhamento ambulatorial precoce de pacientes que irão
necessitar de diálise (permitindo preparação adequada de acesso vascular), assim como
sistemas do tipo “home care” para acompanhamento dos pacientes após a alta
hospitalar, quando já em programa de diálise, poderiam ser eficazes para reduzir a
incidência de internações e/ou o tempo de permanência hospitalar.
PO129
AGRAVAMENTO DA ANEMIA EM PACIENTES DE HEMODIÁLISE: O
PAPEL DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA
RUBENS OLIVEIRA, CARLOS ABAETÉ DE LOS SANTOS, IVAN ANTONELLO,
DOMINGOS T'AVILA.
PUCRS(1);
Objetivo: demonstrar a ocorrência de surto agudo de anemia em pacientes estáveis
em Hemodiálise (HD) de Hospital Universitário, apesar do uso de eritropoietina
(EPO) e ausência de fatores inflamatórios. O surto ocorreu na vigência do uso de
água comprovadamente ultra-pura. Pacientes e Métodos-Registros mensais de
hematócrito, hemoglobina, ferro, capacidade ferropéxica, ferritina, dose de
RHUEPO e Noripurum® foram anotados em 32 pacientes estáveis em HD crônica
entre os meses de janeiro e dezembro de 2004. O surto de anemia ocorreu em julho.
Resultados - A dose média de EPO usada foi de 7078±4547 unidades/ semana/
paciente e a de ferro IV de 48,8±28,6 mg /semana/ paciente. A dosagem de ferro
sérico não diferiu nos períodos estudados (p=0,9). Um subgrupo de 5/32 pacientes
foi examinado (haptoglobina, reticulócitos e LDH) e foram constatadas evidências de
hemólise durante HD em julho de 2004. Os culturais da água para HD nunca
demonstraram crescimento bacteriano e os níveis de endotoxinas no período foram
normais, abaixo de 25 EU/mL. No entanto, os níveis de cloramina no dialisado
aumentaram de <0.1 p.p.m. em Maio para 0.27 p.p.m. em Julho de 2004*.
Comentário – Cloramina é utilizada rotineiramente para esterilização da água potável
nas hidráulicas. Altos níveis desta substância estão associados com hemólise. O surto
de anemia foi identificado como decorrente do aumento dos níveis de cloramina na
água da HD e ocorreu após instalação de unidade adicional de Osmose Reversa.
Como a esta não foi acrescentada nenhuma unidade de carvão ativado “on line”,
houve passagem de cloramina para os pacientes ocasionando hemólise. Conclusão Surto abrupto e inexplicável de anemia hemolítica em Unidade de HD tratada com
água ultra- pura foi relatado, ligado a exposição acidental à cloramina, em pacientes
previamente estáveis. O incidente serve para alertar o staff para a ocorrência de
câmbios nos principais constituintes da água, podendo afetar qualidade e induzir a
complicações clínicas. *Concentrações normais de cloramina são menores do que 0.1
mg/l, enquanto concentrações acima de 0.2-0.25 mg/l na água da HD podem causar
anemia.
PO130
PERFIL BIOPSICOSOCIAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL
CRÔNICA EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE EM POÇOS DE CALDAS
BRANDÃO, JAG(1); LANZA, AHB(1); CHAVES, APA(1); GARCIA, RCP(1); DALLE
RDM(1);
Santa Casa de Poços de Caldas(1);
Objetivo: Traçar o perfil biopsicosocial de pacientes com Insuficiencia Renal Crônica
(IRC) em terapia hemodialítica (HD) na Unidade de Terapia Renal Substitutiva da Santa
Casa de Poços de Caldas. Materiais e Métodos: Em 40 pacientes com IRC, sob
tratamento de HD na instituição citada, foi aplicado o questionário SF-36 utilizado para
avaliação da Qualidade de Vida (QV) em 8 dimensões,coletando os dados sóciodemográficos, clínicos ,nutricionais.Os resultados foram apresentados na forma de
análise descritiva. Resultados: A amostra foi constituida de 16 mulheres (40%) e 24
homens(60%) sendo a média de idade do grupo de 49,9 anos, com um tempo médio de
tratamento de 36,6 meses. Constatou-se comprometimento nas diferentes dimensões
analisadas pelo SF-36 sendo o pior resultado no aspecto físico. O perfil
sociodemográfico foi homogêneo, constituido em sua totalidade por clientela do sistema
único de saúde, residente na micro-região da cidade de Poços de Caldas, com o
predominio da cor parda, de um tempo de escolaridade menor que 4 anos e de uma renda
familiar na faixa de um salario mínimo.Cerca de 87,5% dos indivíduos não possuem
atividade de trabalho. A principal causa da IRC foi relacionadoa hipertensão arterial
(62,5%). Em relação ao estado nutricional há o predominio de pacientes eutróficos (50%)
e seguidos de sobrepeso (45%). Conclusão: Os dados obtidos fornecem indicadores
importantes sobre o perfil desta população permitindo eleboração de estratégias para
melhorar o tratamento desta população.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO131
QUALIDADE DE VIDA E NÍVEIS DE DEPRESSÃO APÓS UM PROGRAMA DE
FORTALECIMENTO MUSCULAR DE MEMBROS INFERIORES DURANTE
HEMODIÁLISE
BRANDAO, JAG(1); FIGUEIREDO, SG(1); FREIRAS, FF(1); GARCIA, RCP(1);
DALLE, RDM(1);
Santa Casa de Poços de Caldas(1);
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) e níveis e depressão em pacientes portadores
de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento dialítico antes e após um programa
estabelecido de fortalecimento da musculatura dos membros inferiores. Materiais e
Métodos: Foram selecionados 26 pacientes portadores de IRC realizando
hemodiálise(HD). Foram divididos em grupo tratado (GT) e grupo controle(GC). Ambos
os grupos passaram por uma avaliação fisioterapêutica detalhada que incluía : exame
físico, avaliação da força muscular,teste de força máxima, manovacuometria pela força
expiratória máxima (PE máx) e responderam os questionários de QV SF-36 e inventário
de Depressão de Beck. O GT participou de um tratamento fisioterapêutico, baseado no
fortalecimento de musculatura de membros inferiores, especificamente os músculos do
quadríceps e iliopsoas com caneleiras a 50% do valor encontrado no teste de força de
uma repetição máxima (1RM) . Foram realizados também o fortalecimento da
musculatura abdominal inferior. Ao final dos exercícios foram realizados alongamentos
de membros inferiores e exercícios de propriocepção respiratória. Após 6 semanas foram
feitas novas avaliações e repetidos os questinários.A análise de significância estatística
foi feita através dos métodos "Wilcoxon scores" e Teste "T value". Resultados: Foram
encontrados melhores resultados em todos os parametros avaliados no GT. A QV teve
melhora significativa nas variáveis de vitalidade (p= 0,0342) , aspectos emocionais (p=
0,0106) saúde mental (p= 0,0177) e social (p= 0,0076).Obtivemos resultados
significativos também na diminuição da depressão (p= 0,0477) e na PEmáx (p= 0,0162)
assim como na força muscular de flexão de quadril (p= 0,0001) e extensão de joelho
(p=0,001). Não houve alterações nos parâmetros do GC. Conclusões: O programa de
fortalecimento muscular mostrou ser eficaz para melhorar a Qualidade de Vida e a
depressão naos pacientes com IRC durante a HD.
PO132
STATUS ÁCIDO-BÁSICO DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
HEMODIÁLISE
RIBEIRO, PR(2,3); CUNHA, DR(2); BASALDUA, SBB(2); GORDAN, PA(1,3);
IPECET(1); NEFROCLINICA(2); UEL(3);
Introdução: Considerando que os exames relacionados à avaliação do estado ácidobásico não são solicitados de rotina nas unidades de hemodiálise (RDC 154). Fez-se
necessário um estudo onde se pudesse fazer o diagnóstico dessa população, pois as
conseqüências da acidose metabólica crônica são o aumento do catabolismo protéico, a
diminuição da síntese protéica e o balanço protéico negativo, também induz a resistência
à insulina. Acidose metabólica também tem sido atribuída ao uso de Sevelamer.
Objetivo: Identificar os pacientes acidóticos de uma clínica de hemodiálise e sua
correlação com o uso de Sevelamer. Metodologia: A pesquisa caracteriza-se por ser um
estudo transversal, analítico e descritivo. Em Janeiro de 2008 foi realizada a coleta de
dados foram incluídos no projeto os adultos, com idade superior a 18 anos, que fazem
parte do programa há mais de três meses, Foram analisados dados de 153 pacientes,
sendo que destes 53 eram mulheres e 100 homens, com idades entre 18 e 84 anos. A
definição de acidose obedeceu aos parâmetros: base excess < - 4, H+ > 40 e HCO3 < 22.
Baseado nesses parâmetros os indivíduos foram separados em dois grupos, conforme o
uso ou não de sevelamer. A análise estatística foi realizada com o programa EpiInfo
3.4.1, a prevalência de acidose foi apresentada com intervalo de confiança de 95%. O
nível de significância considerado foi de 5%.Resultados: A prevalência de acidose
estimada foi de 71 (46,4%), sendo que destes 48 (67%) não faziam uso de Sevelamer 34
(47, 9%) apresentam PCRn < 1 e 37 (52,1%) PCRn ≥ 1, 44(52,1%) apresentaram
Kt/v <1,2 e 36 (43,7%) apresentaram o Kt/v ≥ 1, 2, Dos pacientes que não foram
diagnosticados com acidose 68 (82,9%) não fazia uso de sevelamer e 14 (17,1%) fazia
uso deste, 58 (70,7%) apresenta o PCRn < 1 e 24 (29,3%) apresenta PCRn ≥ 1,
36 (43,9%) apresentou Kt/v <1,2 e 44 (53,7%) apresentou Kt/v ≥ 1,2. Conclusão:
Nesta amostra não conseguimos demonstrar a maior prevalência de acidose nos paciente
que estavam em uso de sevelamer .
PO133
AVALIAÇÃO FÍSICA DE PACIENTES EM TRATAMENTO
HEMODIÁLISE
GUARALDO, SA(1); RIBEIRO, E(2); TZANNO MARTINS, C(1);
CINE - Centro Integrado de Nefrologia(1); Home Dialysis Center(2);
DE
Objetivo: Analisar os resultados de três testes de avaliação física de pacientes em
tratamento de hemodiálise com intervenção de atividade física. Material e métodos: A
amostra foi aleatória, constitui-se de 22 pacientes entre 33 a 88 anos, sendo 8 mulheres
e 14 homens. Para avaliar a força de membros inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de
levantar da cadeira em 30 segundos. Para membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o
teste de força de flexão de cotovelo. E para avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos
o teste de equilíbrio estático. Todos os testes referem-se a Matsudo (2000). Os testes
foram realizados antes do início da sessão de hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico
SPSS para analisar as medidas: média (x), desvio padrão (DP), mínimo (min) e máximo
(máx); referente aos dados dos pacientes. Resultados: os resultados encontrados para
m.m.i.i.foram: x: 11,59, DP: 4,95, min: 0 e máx:19 . Para m.m.s.s os resultados são: x:
14,32, DP: 4,95, min: 5 e máx: 23. E referente ao teste de equilíbrio encontramos os
seguintes resultados: x: 17,42, DP: 5,18, min: 2,33 e máx: 30. Sendo que para m.m.i.i. e
m.m.s.s os resultados são referentes à quantidade de repetições corretas máximas em 30
segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execução é de 30 segundos.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
51
04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
Conclusão: Através desses resultados podemos avaliar que existe uma grande variação
dentro da amostra. Verificando a necessidade de se desenvolver um projeto de atividade
física, com avaliação e metodologia individualizada aos pacientes.
PO134
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR E EQUILÍBRIO DE PACIENTES EM
PROGRAMA DE HEMODIÁLISE CRÔNICA
GUARALDO, SA(1); COSTA, SA(2); RIBEIRO, E(1); TZANNO MARTINS, C(2);
HOME DIALISYS CENTER(1); CINE - Centro integrado de Nefrologia(2);
Objetivo: Comparar os resultados de três testes de avaliação física neuromotora de
pacientes em tratamento de hemodiálise com a população americana, para futura
intervenção com atividade física Material e métodos: A amostra foi aleatória, constituise de 22 pacientes entre 33 a 80 anos, sendo 8 mulheres e 14 homens Foi levado em conta
a idade e sexo dos pacientes para análise comparativa . Para avaliar a força de membros
inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Para
membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o teste de força de flexão de cotovelo. E para
avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos o teste de equilíbrio estático. Todos os testes
referem-se à Matsudo (2000). Os testes foram realizados antes do início da sessão de
hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico SPSS para analisar as medidas: média (x) e
desvio padrão (DP); referente aos dados dos pacientes. Os valores padrões de referência
para comparativo seguem segundo a população americana RIKLIN e JONES (1999)
Resultados: Encontramos para m.m.i.i. x: 11,59 e DP: 4,95 para os pacientes em
hemodiálise, e para a população americana possuímos x: 15,35 e DP: 0,42. Para m.m.s.s
os resultados são: x: 14,32 e DP: 4,95 para os pacientes em hemodiálise e para população
americana encontramos x:18,07 e DP: 2,12. E referente ao teste de equilíbrio
encontramos os seguintes resultados: x: 17,42 e DP: 5,18 para os pacientes em
hemodiálise e para a população americana encontramos x:18,45 e DP: 0. Sendo que para
m.m.i.i. e m.m.s.s os resultados são referentes à quantidade de repetições corretas
máximas em 30 segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execução é de
30 segundos. Conclusão: Verificamos que nos testes de avaliação de força de m.m.i.i. e
m.m.s.s. há uma grande variação na população estudada, quando comparada a população
americana. Entretanto, na análise do teste de equilíbrio obtivemos resultados
semelhantes. Tais resultados sugerem que a intervenção física deve ocorrer dando
preferência ao aumento de força muscular nessa população.
PO135
ANÁLISE DE FATORES PREDITORES DE MORTALIDADE EM PACIENTES
COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE
N. ANTUNES, A. SCHRANK, P.A. MENEZES, L.R. CARDOSO.
Clínica Nefrológica Ltda(1); Universidade Federal do Rio de Janeiro(2);
Introdução: a taxa de mortalidade por doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD)
é 10 a 20 vezes maior que a da população geral, o que justifica analisar os fatores de risco
associados com a alta mortalidade destes pacientes. Objetivo: Identificar os fatores de
risco que contribuiram para a mortalidade de pacientes com DRC em HD numa clínica
do Rio de Janeiro. Metodologia: estudo transversal, retrospectivo. Foram incluídos 84
pacientes em HD há, pelo menos, 6 meses, no período de janeiro a dezembro de 2007.
Variáveis estudadas: presença de diabetes mellitus (DM), HAS ≥ 140/90 mmHg,
hemoglobina (Hb ≤ 11 g/dl) e albumina séricas (alb ≤ 3,5 mg/dl), fósforo
sérico (P ≥ 6 mg%), colesterol total (col ≥ 200 mg%), KtV ≤ 1.4 e
ganho interdialítico (GID ≥ 5%) do peso seco estimado (PSE) do paciente.
Cálculo do risco avaliado pela razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança (IC).
Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: a média de idade foi
de 58,0±14,4 anos, 53,6% do sexo masculino. As principais causas de DRC foram: HAS
(47,6%), DM (25%) e glomerulonefrite crônica (10,7%). No período estudado, houve 14
óbitos (16,6%). Principais causa mortis: IAM (28,5%), sepse (21,4%) e AVE (14,3%).
As variáveis presença de DM, Hb ≤ 11 g/dl e KtV ≤ 1,4 associaram-se
com mortalidade na população estudada. Tabela 1. Conclusão: Este estudo enfatiza a
importância de fatores de risco como DM, anemia e baixa eficiência de diálise para a
mortalidade de pacientes com DRC em HD. Assim, a atuação efetiva sobre estes fatores
poderá minimizar a taxa de mortalidade dos pacientes em HD nos centros de diálise.
PO136
UM
CASO
DE
ESPONDILODISCITE
COMO
COMPLICAÇÃO
METASTÁTICA DO USO DE CATETER TEMPORÁRIO DE DUPLO-LUMEM
EM HEMODIÁLISE
MATOS, AS(1); PIMENTEL, AL(1); PAZELI, JM(1); MILAGRES, MV(1);
RODRIGUES, AT(1);
Pró-Renal(1);
Estima-se que aproximadamente 8% dos pacientes em hemodiálise (HD) fazem uso de
cateter temporário de duplo-lumem (CTDL). A espondilodiscite (EP) é uma entidade
patogênica grave e representa 2-4% das osteomielites. Estima-se que, entre os
sobreviventes, o déficit neurológico seja em torno de 7% e que 30% dos pacientes
mantenham a dor como principal sintoma. Objetivo: apresentar e revisar um caso de EP
associada ao uso de CTDL em HD. Metodologia: trata-se de um caso clínico de RCAC,
34a, branca, do lar, em programa de HD desde 2002 por nefropatia por IgA. Apresentava
dificuldade de acesso e foi transferida para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua
(CAPD) em 02/2007; último CTDL foi implantado em 12/2006 e retirado em 02/2007.
Em 08/2007, iniciou quadro de lombalgia progressiva irradiando para membros
inferiores (MMII). A dor era contínua, piorava com a movimentação, melhorava
parcialmente com analgésicos comuns, sem alterações neurológicas. Evoluiu com
limitação das atividades diárias, adinamia, queda de cabelo, anemia e emagrecimento
acentuado (4Kg em 30 dias). Exames laboratoriais mostravam leucometria global
52
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
normal, anemia, elevação da PCR e da VHS. Radiografias de tórax e ecocardiografias
não mostravam alterações associadas. A cintilografia óssea trifásica (COT) revelou
hiperfluxo, hiperemia e hipercaptação tardia do radiotraçador em L4. Ressonância
magnética de janeiro/2008 evidenciou irregularidades articulares L3-L4, formação
tissular nas partes moles, redução do espaço discal, perda dos planos gordurosos, suave
compressão do saco tecal e sugeriu-se a possibilidade de discite. A hemocultura (duas
amostras) foi positiva para Klebsiella spp. sensível à ciprofloxacina, que foi usada por
seis semanas, obtendo-se melhora dos sintomas e atenuação significativa da dor. O uso
do CTDL é uma alternativa usada em pacientes no início da HD, principalmente naqueles
referenciados tardiamente para os serviços de diálise. Infecções metastáticas relacionadas
ao CTDL variam entre 3,2-22% e a discite por Klebsiella é uma condição mais rara ainda.
É necessário alerta nesses pacientes e recomenda-se estimular a fístula nos ambulatórios
preventivos.
PO137
AVALIAÇÃO DO GRAU DE ESCOLARIDADE EM PACIENTE EM TERAPIA
RENAL SUBSTITUTIVA E VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIA NO NÍVEL
DE STRESS NESSA POPULAÇÃO.
RAMOS, GSM(1); TZANNO_MARTINS, C(2); RIBEIRO JR, E(1);
Home Dialysis Center(1); Centro Integrado de Nefrologia(2);
Objetivo: Avaliar o grau de escolaridade em paciente em terapia renal substitutiva e
verificar se há interferência no nível de stress nessa população. Material e métodos:
Entrevista individual para obtenção do grau de escolaridade com 180 pacientes (100%),
sendo 7,23% analfabetos, 17,22% com fundamental completo, 36,67% com
fundamental incompleto, 18,88% com ensino médio completo, 10,56% com ensino
médio incompleto, 3,88% com superior completo e 5,56% com superior incompleto.
Selecionamos, aleatoriamente, 7 pacientes analfabetos (3,89%) e 11 com nível superior
(6,11%) entre 24 e 78 anos, totalizando 18 pacientes avaliados. Foi aplicado o ISSL
(Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp) para avaliar a fase em que o
stress se encontra (Lipp, 2005). Os testes foram realizados durante a sessão de
hemodiálise. Resultados: Verificamos que dos pacientes sem instrução, 28,57% estão
em fase de alerta, 71,42% em resistência e 28,57% em fase de exaustão. Já com os
pacientes com grau de instrução maior, obtivemos 9,09% em fase de alerta, 63,63% em
resistência e 27,27% em exaustão. Conclusão: Observamos resultados similares nos
dois grupos, inclusive em fase de exaustão, o que sugere a importância da intervenção
psicológica nessa população. Aparentemente o grau de escolaridade não teve influência
no nível de stress.
PO138
TRANSTORNO MENTAL COMUM (TCM) EM PACIENTES
HEMODIÁLISE
MACIEL, AA; LOPES, P; XAVIER, PJ; VALENTE, LM; COELHO, SN.
Centro de Tratamento Renal(1);
EM
Os transtornos mentais acometem os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em
hemodiálise (HD), notadamente a depressão e a ansiedade. A associação de DRC e
TCM acarreta um impacto negativo na qualidade de vida, afetando seu estar-nomundo e sua condição de saúde. Objetivo: Estimar a associação de TMC em
portadores de DRC em HD. Material e Método: Avaliaram-se todos os pacientes em
HD no Centro de Tratamento Renal, em Jaboatão-PE, quanto ao sexo, estado civil,
escolaridade, renda familiar (RF). A equipe multidisciplinar aplicou o Silfo Reportem
Querstionnaire (SRQ20). Na avaliação dos resultados do SRQ20, a pontuação
≥ 7 indicava a presença de TMC. Resultados: Entre os 240 (100%) pacientes
analisados, 97 (40%) pacientes obtiveram pontos ≥ 7 e considerados
portadores de TMC. Quanto ao sexo: 47 fem/ 45 masculino; o analfabetismo 6 (6%),
estudo fundamental 86 ( 89%) e 5 (5%) pacientes tinham nível superior. Quanto ao
estado civil, 50 (51%) eram casados, 26 (27%) solteiros, 11 (11%) divorciados e 10
(10%) viúvos. Quanto a RF, 1 (1%) não tinha nenhuma RF, 13 (13%) tinham >0 e <
1 salário mínimo (SM), 58 (60%) ≥ 1 SL e < 2 SL, 13 (13%) ≥ 2 SL e
12 (12%) recusaram-se a informar a RF. Conclusão: Evidenciou-se alto índice de
TCM no grupo analisado, o que está de acordo com a literatura . Dentre as variáveis
estudadas há viézes: maior a escolaridade menor a chance ter TMC e a RF que quanto
menor, maior é probabilidade de TMC. Os resultados ressaltam a importância do
encaminhamento, para a psicologia e/ou psiquiatria, dos pacientes fadigados, com mal
estar, dificuldade de concentração, esquecimento, poliqueixas e insônia, pois estes são
sinais e sintomas iniciais de TMC. A plêiade sintomática pode ser mal interpretada
pela equipe se for vista como parte exclusiva do corolário dos pacientes com DRC,
em razão da visão organicista que prepondera no médico, em detrimento do aspecto
mental. Isso por desconhecimento do campo psíquico, por pouca importância, ou que
é grave, um aspecto da relação transferencial com os pacientes que não pode ser
reconhecida. O reconhecimento do TMC pode trazer uma melhora na qualidade de
vida dos portadores de DRC em HD
PO139
A APLICAÇÃO DE EXERCÍCIO ISOTÔNICO DURANTE A HEMODIÁLISE
MELHORA A EFICIÊNCIA DIALÍTICA
CUNHA, DF(1); ALMEIDA, IC(1); MOURA, RS(1); RIOS, CS(1); PADULLA, SAT(1);
BURNEIKO, RCVM(1); MEDINA, LAR(1); TORRES, DB(1); PISSULIN, FDM(1);
NAJAS, CS(1); LOPES, FS(1);
Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo(1);
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é secundária a perda progressiva e
irreversível da função dos rins. Com o avanço da DRC, a diálise é uma alternativa de
terapêutica substitutiva renal, com o objetivo de corrigir as alterações metabólicas,
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Page 53
Pôsteres
hídroeletrolíticas e remover os solutos urêmicos. Para adequação da terapêutica
dialítica usa-se o índice de depuração da uréia por sessão de hemodiálise-Kt/V.
Sabemos que o exercício físico de moderada intensidade tem demonstrado melhorar
a depuração de uréia e consequentemente aumento do Kt/V. Objetivos: Avaliar os
efeitos do exercício físico isotônico de baixa intensidade durante a hemodiálise sobre
o Kt/V. Material e Métodos: Foram analisados dados de 15 voluntários com DRC
com idade de 59,87 ± 14,51 anos, ambos os sexos, submetidos à hemodiálise três
vezes por semana. Após 2 horas do início da diálise, foi aplicado um protocolo de
exercícios isotônicos de baixa intensidade de membros superiores e inferiores. Os
exercícios propostos tiveram duração de 30 minutos, por um período de três meses.
Os valores do Kt/V foram comparados no período de três meses anteriores, obtidos
de uma sessão em cada mês sem exercício (média) e durante os três meses de
exercício obtidos de uma sessão a cada mês (média). O teste t Student pareado foi
utilizado para análise estatística e o nível de evidência foi considerado relevante se
P<0,05. Resultados: Foi encontrada diferença estatisticamente significante (p< 0,05)
entre a média dos valores do Kt/V nos três meses sem exercício (1,13 
0,11) com os valores obtidos após aplicação do programa de exercícios (1,29
 0,12). Conclusão: Exercícios isotônicos de baixa intensidade em pacientes
com DRC, aplicados durante a sessão de diálise, melhoraram a eficiência dialítica
medida pelo KT/V.
PO140
ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
MENDES, LKP(1); MEDINA, LAR(1); VANDERLEI, FM(2); TORRES, DB(1);
VANDERLEI, LCM(2); BETÔNICO, GN(1); ALMEIDA, IC(1); SANTOS, AAA(1);
LIMA, MG(1); PADULLA, SAT(2); BURNEIKO, RCVM(2); LOPES, FS(1);
UNOESTE, Presidente Prudente SP.(1); UNESP, Presidente Prudente SP.(2);
Introdução: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em programa de hemodiálise
apresentam debilidade física que pode estar ligada a diversos fatores, tais como anemia,
hipertensão arterial, desnutrição, alterações metabólicas, cardiovasculares, respiratórias,
musculoesquelética, imunológicas e depressão. Estes fatores prejudicam a capacidade
física que pode ser agravada pela diminuição da prática regular de atividade física,
portanto, conhecer o nível de atividade física destes indivíduos pode ser importante para
implementar programas de atividade física. Objetivos: Analisar entre os indivíduos
portadores de DRC, submetidos à hemodiálise o nível de atividade física. Material e
Métodos: Foram analisados dados de 100 voluntários (55,60 ± 14,00 anos), homens e
mulheres, submetidos à hemodiálise três vezes por semana. Para análise do nível
atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) em
sua versão curta, composto de perguntas que abrangem atividade como meio de
transporte, no trabalho, exercício e esporte e que classifica os voluntários em muito ativo,
ativo, insuficientemente ativo A e B e sedentário. Estatística descritiva foi utilizada para
análise dos dados. Resultados: Dos voluntários analisados apenas 28% realizam algum
tipo de atividade física regularmente, sendo considerados 9% muito ativo e 19% ativos.
A maior parte dos voluntários não realiza ou realiza pouca atividade física, sendo 23%
insuficientemente ativo B, 20% insuficientemente ativo A e 29% classificados como
sedentários. Conclusão: A maioria dos voluntários analisados apresenta baixo nível de
atividade física, o que reforça a importância de profissionais da saúde, na implantação e
orientação de programas de atividade física, tendo em vista os benefícios que a mesma
traz para estes indivíduos.
PO141
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS EM PACIENTES
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
JURNO, ME(2); LOPES, DT(2); AFFONSO, PTR(2); CUNHA, NM(1); MATOS, AS(1);
PIMENTEL, AL(1);
Pró-Renal(1); FHEMIG(2);
A hemodiálise (HD) pode provocar cefaléia como resultado da grande quantidade de
água e eletrólitos que são trocados durante o processo. Alguns autores chegam a
relatar que até 70% dos pacientes apresentam o distúrbio. Por outro lado, a
caracterização da cefaléia não relacionada a HD é muito pouco explorada e a grande
maioria dos pacientes permanecem sem receber o tratamento adequado. Neste estudo
objetivou-se investigar a frequência de cefaléia, as características clínicas, a
associação com a HD ou não e a sua classificação de acordo com a Sociedade
Internacional de Cefaléia (ISH). Foram encaminhados da Pró-Renal 42 pacientes do
sexo masculino e 41 do sexo feminino para serem avaliados especificamente por um
neurologista especialista em cefaléia. Todos os pacientes compareciam a quatro horas
de sessão de HD três vezes na semana, utilizavam capilar do tipo acetato de celulose
adequado a sua superfície corporal, banho de bicarbonato e estavam com seus níveis
pressóricos controlados na consulta com o especialista. Os critérios da ISH foram
utilizados para classificar o tipo de cefaléia. Pacientes que usavam algum tipo de
medicamento que poderia provocar o evento foram afastados do estudo. A cefaléia foi
encontrada em 38 pacientes (45,7%) dos 83 referenciados ao neurologista, sendo
50,6% do sexo masculino e os demais do sexo feminino. A cefaléia tensional
episódica infrequente (ISH ítem 2.1) foi enconrada em 19 (22,8%) dos pacientes; nove
(10,8%) apresentavam cefaléia sem aura recorrente, manifestando-se em ataques que
duravam de 4 a 72h (ISH ítem 1.1); nove casos (10,8%) foram classificados como
cefaléia associada a HD (ISH ítem 10.2) e um (1,2%) como cefaléia com aura (ISH
ítem 1.2). Rastrear e identificar as cefaléias em pacientes em HD é importante porque
muitos deles podem apresentar cefaléia não associada à HD e, portanto, receberem
tratamento específico, melhorando significativamente seus sintomas e, por
consequência, sua qualidade de vida. Além disso, corrigir os possíveis fatores
desencadeantes na cefaléia associada à HD pode reduzir o uso abusivo de analgésicos
e melhorar a qualidade do tratamento oferecido.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO142
GESTAÇÃO EM PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
DIALÍTICA. UMA REVISÃO DA LITERATURA.
FERNANDES JR, LJ(1); SOUZA, RA(1); RIBEIRO, FM(1); SILVA, JMP(1);
Hospital das Clínicas - UFMG(1);
Objetivo: Correlação de caso clínico com dados publicados na literatura. Metodologia:
Relato de Caso e Revisão da Literatura. Resultado: IJSV, 21 anos, DRC terminal
secundária à síndrome de Alport, em hemodiálise (HD) desde 2001. Prescrição de HD 12
hs/semana, dialisador polissulfona, heparina 5500 UI, ganho de peso interdialítico 2,5
Kg, peso seco de 51 Kg. Em uso de eritropoetina (EPO), hipotensores e vitaminas.
Primigesta, com diagnóstico de gestação em 18/11/2005, data da última menstruação em
25/09/2005. A prescrição de HD foi modificada para 20 hs/semana divididas em 5
sessões, fluxo de bomba de sangue e dialisante mantidos, solução dialítica com cálcio de
2,5 mEq/L, aumento do peso seco em torno de 500 gr/mês até 61 Kg no momento do
parto. Os hipotensores foram reduzidos, com bom controle durante a gravidez. Durante
a gestação as doses de EPO e Vitamina D foram aumentadas. Concentrado de hemácias
foi preciso antecedendo o parto, este cesáreo na 28ª semana devido polidrâmnio. Recém
nascido (RN) pequeno para idade gestacional (IG) apresentou sepse neonatal.
Atualmente mãe e criança estão bem. Discussão: A incidência de gravidez em diálise
varia de 1 a 7% e cerca de sendo que 40% resultam em nascidos vivos. A IG média do
diagnóstico é de 16,5 semanas sendo que 80% dos RN nascem prematuros, geralmente
devido a trabalho de parto prematuro por polidrâmnio, amniorrexe prematura,
hipertensão materna e sofrimento fetal. O manejo da paciente grávida em HD deve
incluir: aumento da dose de diálise, dialisadores biocompatíveis, concentração
bicarbonato de 25 mEq/L, controle do cálcio, reajuste da dose de vitamina D, maior
aporte protéico, suplementação de folato, reposição de vitaminas hidrossolúveis, controle
rigoroso de anemia. A dose de heparina durante HD é controversa, todavia sugere-se sua
redução. A baixa incidência de gestação e sua evolução desfavorável trazem ansiedade
quanto à evolução destes casos. Conclusão: A melhora do tratamento de HD nas últimas
décadas ocasionou aumento da incidência de gravidez, permitindo melhor compreensão
e manejo de gestantes em HD.
PO143
ENDOCARDITE BACTERIANA DE VALVA TRICÚSPIDE E EMBOLIA
SÉPTICA PULMONAR: COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO CATETER
VENOSO CENTRAL PARA HEMODIÁLISE
SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); ALMADA-LIMA, ARJ(1);
OLIVEIRA, MM(1); MARANHÃO-CARDOSO, TAA(1); PACHECO, DCS(1);
MARINHO, SC(1); FROTA, GM(1);
Hospital Universitário -UFMA(1);
Introdução: O uso prolongado de cateteres de duplo lúmen (CDL) como acesso vascular
para hemodiálise está relacionado ao aparecimento de complicações infecciosas.
Bacteremias relacionadas aos CDL, podem ocasionar colonização à distância e uma das
conseqüências mais graves é a endocardite bacteriana aguda (EBA). Quando a EBA
acomete as câmaras cardíacas direitas, há risco de embolização séptica pulmonar, o que
está associado a maior morbi-mortalidade Objetivo: Apresentar um caso de EBA de
valva tricúspide, complicada com embolia séptica pulmonar, em paciente usuária de
cateter de duplo lúmen para hemodiálise Relato de Caso: G.S.M.C, sexo feminino, 19
anos, portadora de doença renal crônica em estágio terminal (DRET)por
glomerulonefrite lúpica, em programa de hemodiálise há 11 meses, internada na
enfermaria de nefrologia procedente da unidade de diálise, com história de hipotensão,
febre e calafrios iniciados há 3 dias. Fazia uso de CDL para hemodiálise em veia jugular
interna à direita, devido à trombose da fístula arterio-venosa (FAV) ocorrida há 2 meses.
Retirado o CDL e iniciado vancomicina. Hemoculturas e cultura do segmento do cateter
revelaram crescimento de S. aureus meticilino-sensível. Trocado esquema
antimicrobiano para oxacilina, com persistência da febre após 7 dias de antibiótico, além
do aparecimento de tosse com expectoração amarelada e sopro diastólico em foco
tricúspide. Realizado Ecodopplercardiograma, que revelou vegetação móvel medindo 30
x 10 mm, aderida à base do folheto anterior na face atrial com protusão para o ventrículo
direito. Radiografia e Tomografia de Tórax (CT) demonstraram nódulos escavados
distribuídos em ambos campos pulmonares, sugestivos de êmbolos sépticos e sinais de
hidropneumotórax à D. Mantido esquema antimicrobiano havendo resolução do quadro
febril após o 14º dia. CT de tórax e ecodopplercardiograma de controle realizados no 42º
dia de esquema antimicrobiano, demonstraram redução do diâmetro da vegetação (10 x
20 mm) e resolução das imagens pulmonares, com alta hospitalar. Conclusão:
Complicações infecciosas relacionadas aos cateteres de hemodiálise são freqüentes entre
os pacientes com DRET. Casos graves, com este aqui relatado, são mais raros, porém
demonstram a necessidade da realização precoce e manutenção cuidadosa do acesso
vascular definitivo (FAV).
PO144
PACIENTES COM DOENÇA RENAL POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA
DOMINANTE EM HEMODIÁLISE APRESENTAM MENOR NECESSIDADE
DE ADMINISTRAÇÃO DE ERITROPOETINA QUE OS COM
GLOMERULONEFRITE PRIMÁRIA.
FIGUEIREDO, MBF(1); VIEIRA, LF(1); MONTEIRO, HF(1); ETO; YX(1); SOUSA,
MF(1)
Objetivo:: Verificar se os pacientes com Doença Renal Policística Autossômica
Dominante (DRPAD) em hemodiálise têm menor necessidade de administração de
eritropoetina (EPO) que os pacientes em hemodiálise cuja causa básica seja
glomerulonefrite crônica primária (GNCP). Materiais e Métodos: Através de uma
planilha de dados coletamos a hemoglobina, a dose de EPO mensal usada de 26
pacientes portadores de DRPAD em hemodiálise em Goiânia. Fizemos o mesmo com
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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04-PO-14/9
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14 de setembro de 2008 - Domingo
25 pacientes portadores de GNCP em hemodiálise. Coletamos durante cinco meses para
os pacientes cuja causa básica era GNCP e seis meses para os com DRPAD.
Construímos uma fórmula que relacionava a dose mensal de EPO por Kg de peso no
numerador e a hemoglobina no denominador. Utilizamos o teste Mann-Whitney para
comparar os resultados. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da instituição.
Resultados: A hemoglobina encontrada foi de 10,83 g/dl para os pacientes com GNCP
e 11,44 g/dl para os com DRPAD (p=0,09). O consumo de EPO mensal foi de 27.413
UI para os com GNCP e 18.938 para os com DRPAD (p=0,0098). Quando utilizamos a
fórmula da necessidade de EPO a diferença ainda persistiu: 48,25 (mediana) para os
com GNCP e 31 (mediana) para os com DRPAD (p=0,012). Considerando EPO
mensal/peso encontramos mediana 319,19 para DRPAD e 523,84 para GNCP
(p=0,0023). Conclusão: Os pacientes em hemodiálise cuja causa básica é a DRPAD têm
menor necessidade de EPO que aqueles cuja causa básica é a glomerulonefrite crônica
primária.
PO145
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO: CORRELAÇÃO ENTRE
TAMANHO DA PARATIREÓIDE À ULTRASSONOGRAFIA E DADOS
LABORATORIAIS EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE
RIBEIRO C(1); LEÃO FCC(1); SILVA GMC(1); CAMPOS NETO MS(1); LEITE AF(1);
PENIDO MGMG(1);
Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);
Objetivo: Correlacionar achados ultrassonográficos de glãndulas paratireoides com
exames laboratoriais realizados em pacientes em tratamento hemodialítico com PTH
acima de 800 pg/ml. Material e Métodos: Estudo realizado em pacientes em hemodiálise
crônica entre Janeiro de 2005 e Janeiro de 2006 com pelo menos uma dosagem de PTH
acima de 800pg/ml. Foram correlacionados níveis séricos de cálcio (Ca), fósforo (P),
fosfatase alcalina(FA) e PTH com o tamanho da glândula paratireóide à ultrassonografia
(US). A glândula foi considerada aumentada quando tinha mais de 1 cm em um dos
diâmetros ou diâmetro maior que 0,5cm2. Resultados: Oitenta e cinco pacientes foram
submetidos a US de glândulas paratireóides, e dosagens de cálcio(Ca), fósforo(p),
Fosfatase alcalina(FA) e PTH. Cinqüenta e quatro pacientes (63,5%) tinham pelo menos
uma glândula aumentada (grupo 1) e trinta e um pacientes (36,5%) tinham glândulas
normais à US (grupo 2). Os níveis de PTH, Ca, P e produto CaxP no grupo 1foi
significativamente maior que no grupo 2, p respectivamente de 0,003; 0,015 e inferior a
0,001. Não houve diferença entre os grupos nos níveis de fosfatase alcalina. Discussão:
Encontramos correlação positiva entre PTH, Ca, P, e produto Ca x P e aumento de
glândulas paratireóides à US em pacientes em hemodiálise crônica e PTH acima de
800pg/ml. O aumento da glândula detectado à US pode ser um fator indicador da resposta
clínica à terapia com calcitriol.
PO146
ESTRATÉGIA PARA O CONTROLE DO GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO
E HIPERTENSÃO
DAMBISKI, AC; OGATTA, F; CARVALHO, JRMM; MACIEL, MA; PILONETTO, I.
Instituto do Rim do Paraná(1);
O ganho de peso interdialítico é um fator que interfere na pressão arterial dos pacientes
renais crônicos em hemodiálise. O objetivo deste estudo é implementar uma estratégia
para melhorar este controle, buscando uma terapia alternativa em forma de competição
entre os pacientes. A pesquisa foi desenvolvida em uma unidade de diálise entre outubro
e novembro de 2006. Participaram do trabalho 2 turnos de pacientes (n=22), identificados
como grupo 1 e 2. Critérios de inclusão foram maiores de 18 anos, mais de 90 dias de
hemodiálise e hipertensos ( PA> 140/90mmHg). Realizou-se uma gincana entre os
grupos, com premiação para o vencedor. Foi aferida a PA pré e pós diálise além do ganho
de peso interdialítico. Os dados foram tabulados a cada sessão e classificados como bom
ou mau controle ( abaixo ou acima de 140/90mmHg e abaixo ou acima de 5% do peso
seco). Para os pacientes acompanharem a pontuação, os dados eram expostos na sala de
diálise. Durante todo o período os grupos foram motivados pela equipe e reorientados
sobre os cuidados dietéticos. Para análise de significância, foi aplicado o teste t-student,
sendo considerados estatisticamente significativos no nível de 5% (p<0,05).
Comparando-se os grupos, apesar da diminuição média verificada para as 2 variáveis (
PA média de entrada e ganho de peso), não houve significância estatística; porém, para
PA média de saída tivemos um p-valor significativo de 0,022. Na análise conjunta entre
os meses também houve significância apenas na PA média de saída (p=0,07), sendo os
valores do mês de outubro estatisticamente maiores que os de novembro. Apesar de não
se obter significância em todas as variáveis analisadas, deve-se levar em consideração o
curto período do estudo e a amostra. Concluiu-se que há necessidade de um incentivo
contínuo, o estímulo através da competição mostrou um melhor controle dos parâmetros
estabelecidos. Evidenciou-se a importância do envolvimento da equipe multiprofissional
durante a gincana, colaborando com a conscientização dos pacientes.
PO147
DIPLOPIA E SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR POR TUMOR
MARROM: APRESENTAÇÃO RARA DO HIPERPARATIREOIDISMO
SECUNDÁRIO
MARANHAO FILHO, AFM(1); HORA, TR(1); GUEIROS, AP(1); GUEIROS, JE(1);
MEDEIROS, AG(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1);
Hospital das Clinicas(1);
O hiperparatireoidismo secundário (HPT) é complicação freqüente dos pacientes com
doença renal crônica (DRC). Tumor marrom é uma grave manifestação do HTP,
relacionado a um processo de remodelação óssea anormal. Sua localização é variável e
raramente acomete esqueleto axial e seio esfenoidal. Objetivo: descrever o caso de uma
54
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
paciente em hemodiálise (HD), com diagnóstico de HPT que apresentou lesões em
coluna torácica e seio esfenoidal. Relato de Caso: Paciente de 70 anos, sexo feminino,
em HD há 4 anos, que cursava com paratormônio acima de 1000 pg/mL, já com
indicação de paratireoidectomia. Em 01/2008, iniciou quadro de cefaléia e diplopia,
sendo internada na neurologia. Tomografia de crânio mostrou tumoração com
envolvimento extenso do seio esfenoidal, áreas de destruição óssea e envolvimento da
região maxilar, cuja biópsia revelou fibroma ossificante. A alteração anatômica propiciou
o desenvolvimento de sinusite e o tratamento com antibiótico reverteu a alteração
neurológica. Após três meses apresentou dor lombar súbita seguida de paraplegia e perda
da sensibilidade nos membros inferiores, além de perda dos controles esfincterianos.
Ressonância magnética de coluna mostrou lesão extra-axial com compressão medular no
nível da terceira vértebra torácica e destruição do processo espinhoso. Foi iniciada terapia
com dexametasona, realizada cirurgia descompressiva e biópsia da lesão. Estudo
histopatológico da massa evidenciou tumor ósseo de células gigantes, característico de
tumor marrom. Na ocasião, foi feita revisão da lâmina da lesão esfenoidal, cujo resultado
revisado foi de tumor marrom. Realizada paratiroidectomia total com implante. A
paciente evoluiu com melhora da sensibilidade, da motricidade e da tonicidade
esfincteriana. Conclusão: Este caso alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e do
tratamento adequado da doença óssea relacionada à DRC, no intuito de diminuir a morbimortalidade do HTP.
PO148
REPERCUSSÃO HEMATIMÉTRICA DO PADRÃO MENSTRUAL DE
MULHERES EM PROGRAMA CRÔNICO DE HEMODIÁLISE.
DANTAS, LGG(1); PASCHOALIN, RP; (1); SOUZA, AFP; (1); MOURA NETO, JA; (1);
MENDES DE SÁ, S(1); BESSA JR, J; (1); BESSA, MC(1);
Clínica Senhor do Bonfim(1);
A insuficiência renal crônica terminal (IRC) é acompanhada por alterações
hematológicas com ocorrência freqüente de anemia, predominantemente secundária a
produção insuficiente de EPO (eritropoetina humana recombinante). Também surgem
alterações endócrinas e muitas mulheres desenvolvem amenorréia em idade reprodutiva
ou sangramento uterino excessivo. Objetivo: Avaliar o impacto da perda menstrual
excessiva no controle da anemia da paciente renal crônica através da análise dos níveis
de Hb (hemoglobina), dose semanal de EPO e ocorrência de hemotransfusão.
Metodologia: 159 pacientes em idade fértil, em programa de hemodiálise, foram
avaliadas mediante entrevista estruturada para caracterização do padrão menstrual. Com
base nas respostas, foram divididas em 2 grupos: Grupo I, pacientes com sangramento
uterino excessivo, menorragia e hipermenorréia (n=47) e Grupo II, pacientes com fluxo
menstrual normal ou ausente (n = 113). Realizada a análise comparativa entre os níveis
de Hb, dose semanal de EPO (UI/ Kg de peso) e número de hemotransfusão nos últimos
3 meses. Empregamos o teste T para análise das variáveis contínuas e o teste de Fisher
para variáveis categóricas, com nível de significância de 0,05. Resultados: A idade média
das pacientes dos grupos I (35,66+ 8,13) e II (36,23+ 9,59) foram semelhantes (p= 0,72).
A média de hemoglobina dos 3 últimos meses foi significativamente menor no grupo I
(9,42+ 1,80) que no grupo II (10,74+ 1,52)( p<0,0001). O risco de hemotransfusão foi
maior no grupo I (RR= 4,46; 1,90-10,49). A dose de EPO/peso não diferiu entre os dois
grupos (184,8 + 71,00 e 184,6 + 74,85) (p<0,99). No grupo I, 81,2% das pacientes não
atingiram a meta de Hb (RR 1,58; 1,26-1,98). Conclusão: A presença de menorragia e
hipermenorréia tem impacto na ocorrência de anemia e necessidade de hemotransfusão e
atua como fator de impedimento para que sejam atingidas as atuais metas de
hemoglobina recomendadas. A dose semanal de EPO foi semelhante nos 2 grupos, porém
existem limitações à oferta de doses maiores desta medicação para a população de
pacientes estudadas.
PO149
ÍNDICES CLÍNICOS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E GANHO DE PESO
INTERDIALÍTICO
FERREIRA, EG(1,2); GAUY, F(1,2);
UCG - Universidade Catolica de Goiás(1); Nefron - Clínica do Rim e Hemodiálise(2);
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo comparar níveis de ansiedade,
depressão, desesperança e ideação suicida entre pacientes com peso interdialítico > que
5% do peso seco ideal (G1) e com peso interdialítico < que 5% do peso seco ideal (G2).
Participantes: Participaram deste estudo 22 pacientes renais crônicos atendidos em
serviço de hemodiálise - Nefron-Clínica do Rim e Hemodiálise, localizado na cidade de
Goiânia, Goiás. Material: Foram utilizadas as Escalas de Beck: (a) Inventário de
depressão (BDI), Inventário de ansiedade (BAI), Inventário de desesperança (BHS) e
Inventário de ideação suicida (BSI). Procedimento: Este estudo usou um delineamento
descritivo, não experimental. Os participantes foram convidados a participarem da
pesquisa e solicitados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.
Posteriormente os Inventários foram aplicados nas dependências do serviço de
hemodiálise. Análise de dados foi feita mediante comparação estatística do G1 e G2.
Resultado: O G1 apresentou escores superiores, sendo considerados mais clínicos do
que G2 nas escalas aplicadas. Verificou-se a presença com maior intensidade de risco e
ideação suicida entre os pacientes G1 em relação ao G2, havendo associação entre
depressão, ansiedade e desesperança. No G1 (9,1% BDI moderado e 18,2% BDI grave)
e os pacientes do G2 (27,3% BDI moderado), o mesmo acontece com os níveis de
ansiedade dos pacientes do G1 (45,4% BAI moderado e 9,1% BAI grave) em relação ao
G2 (9,1% BAI moderado e 9,1% BAI grave). Os pacientes do G2 (18,2% BHS
moderado) apresentam menos desesperança em relação ao futuro que os pacientes do
G1 (18,2% BHS moderado e 9,1%de BHS grave). Conclusão: Os dados sugerem que os
pacientes que seguem as orientações médicas e mantém peso interdialítico < que 5% do
peso seco ideal têm menos probabilidade de adquirir transtornos emocionais associados
a depressão e a ansiedade.
Palavras-chave: hemodiálise, ansiedade, depressão, peso interdialítico.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO150
HUMANIZAÇÃO EM TRS–TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA: AVALIAÇÃO
DA PERCEPÇÃO DE PACIENTES E ACOMPANHANTES SOBRE O
TRATAMENTO
SCANO, LLC(1); AGRESTA, SA(1);
Nefroclínica Ltda(1);
Com o intuito de analisar a percepção do cliente da TRS sobre o tratamento a que é
submetido, a Nefroclínica de Unaí/MG fez uma pesquisa, utilizando-se de entrevistas semidirigidas que foram aplicadas em 82 sujeitos, entre pacientes em hemodiálise e
acompanhantes. Destes, 04 acompanhantes e 02 pacientes se recusaram a participar. As
entrevistas foram realizadas durante a hemodiálise, seguindo o seguinte roteiro: Como é
estar na clínica (1)? O que geralmente você faz enquanto dialisa (2)? O que você aprecia
fazer (3)? Acha que poderia passar melhor o tempo em que se encontra na clínica
dialisando? Você se lembra de alguma experiência agradável na clínica, onde foi proposta
uma outra atividade além da hemodiálise? As respostas foram agrupados por semelhança
ou natureza, sendo que para análise seguiu-se um referencial teórico psicanalítico,
considerando emoções, sentimentos e a experiência vivenciada na clínica de cada
paciente.Os principais resultados obtidos foram: *existe mais de uma reposta por paciente.
Em primeiro plano o que chamou atenção foi a grande quantidade de “não” nas respostas,
o que demonstra um estado de limitação ou falta de liberdade: “eu não posso mais fazer
nada”, “não tenho mais o apoio de minha família”, “não posso comer quase nada”.
Outrossim, alguns entrevistados colocaram de forma clara a possibilidade de passar melhor
o tempo na clínica, e como tentativa de amenizar a negação relembraram momentos bons
vividos na clínica, “ o dia das mães foi inesquecível”, “a festa de aniversário com o pastor
é uma benção”. Conclui-se, a partir destes dados, que é possível tornar o ambienta da TRS
mais agradável ao paciente, no entanto, para isso faz-se necessário que os profissionais
trabalhem juntos, superando os melindres e buscando uma visão completa do paciente e de
seu bem-estar, trabalhando assim qualidade de vida e morte.
PO151
COMO SE COMPORTA O ÍNDICE DE VOLUME DO ÁTRIO
ESQUERDO(IVAE) DEPOIS DE 01 ANO EM HEMODIÁLISE(HD)?
ALMEIDA, ALC(2); DANTAS, LGG(1); ALMEIDA, CER(2); BESSA JR, J; (1); MOURA
JR, JA(1); PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); PASCHOALIN, RP(1);
MURITIBA, SOC(1); GUIMARÃES, AC(2);
Clinica Senhor do Bonfim (1); Universidade Estadual de Feira de Santana(2);
Fundamento: Alterações ecocardiográficas são prevalentes nos pacientes com
Insuficiência Renal Crônica (IRC), já na fase inicial de Hemodiálise (HD). O Indice
Volumétrico Átrio do Esquerdo (ICVE) tem se mostrado um preditor de mortalidade nos
pacientes em fase crônica de HD de manutenção, costuma estar aumentado no início da
HD e parece ser pouco sensível às variações agudas da pré-carga. Pouco se sabe,
entretando, sobre a evolução do IVAE após o início do tratamento hemodialítico.
Objetivo: Avaliar o comportamento das variáveis ecocardiográficas após 01 ano de
tratamento com HD. Delineamento: Estudo prospectivo, observacional. Material e
Métodos: Foram estudados 31 pacientes com IRC, sendo 19 homens (61,3%). A idade
média: 53±14,6a. Todos os ecocardiogramas foram feitos no início da terapia e repetido
após 01 ano de tratamento em HD (03 sessões/semana). Ao final os valores médios foram
comparados utilizando o teste t pareado. Resultados: Houve uma tendência de melhora
geral nos parâmetros ecocardiográficas após 01 ano de tratamento hemodialítico. No
entanto, as variáveis que sofreram maior impacto no período foram: Conclusão: Apesar
da tendência supra-citada, apenas o IVAE e a velocidade da onda S do fluxo na veia
pulmonar apresentaram redução com significância estatística na amostra avaliada. Outros
estudos serão necessários para demonstrar se essa redução no IVAE influencia na taxa de
eventos desses pacientes.
Hipertensão
PO152
AUTOTRANSPLANTE RENAL COMO TRATAMENTO SEGURO E EFETIVO
DE HIPERTENSÃO E DE DISFUNÇÃO RENAL, SECUNDÁRIAS À DOENÇA
RENOVASCULAR COMPLEXA
MELO, NCV(1); GINANI, GF(1); COSTALONGA, EC(1); SANTELLO, JL(1);
PRAXEDES, JN(1);
Departamento de Nefrologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da
USP(1);
Introdução: Autotransplante renal (ATR) pode ser utilizado em indivíduos com doença
renovascular complexa como uma alternativa à angioplastia transluminal
percutânea.Objetivo: Descrever os resultados do ATR nos últimos 10 anos como opção
terapêutica para casos complexos de doença renovascular. Métodos: Foi realizada uma
revisão retrospectiva dos pacientes que necessitaram de ATR no nosso centro de 1997 a
2007. Análise estatística apropriada foi realizada e os resultados foram expressos como
média ± desvio padrão. Resultados: Foram realizados 17 ATR. As causas de doença
renovascular foram displasia fibromuscular (n=4), Arterite de Takayasu (n=7) e
aterosclerose (n=6). Três pacientes apresentaram sangramento abdominal com
necessidade de transfusão sanguínea após ATR, nenhuma outra complicação grave pósoperatória foi observada. A taxa de sobrevida foi de 100% durante um período de
seguimento de 87,58±41,72 meses. Após o ATR, houve redução significativa da pressão
arterial (p<0,0001) e do número de anti-hipertensivos utilizados (p<0,0001). Durante o
seguimento, a sobrevida renal (definida como ausência de necessidade de diálise) foi de
88,24%. No subgrupo com disfunção renal, a função renal melhorou após ATR (p=0,03),
incluindo um paciente em diálise crônica que recuperou função renal e saiu da diálise.
Quando comparados com pacientes com função renal normal, houve uma elevação muito
maior da função renal após ATR em pacientes com disfunção renal prévia
(-1.48±17.99% vs. 124,5±169,7%, p=0,03). Em pacientes com rim único associado à
disfunção renal, o aumento de função renal pós-ATR foi ainda maior (142,7±20,4%).
Conclusão: ATR proporcionou um tratamento durável das lesões renovasculares com
melhora e manutenção a longo prazo da pressão arterial, sem morbidade significativa.
Adicionalmente, ATR promoveu melhora importante da função renal no subgrupo com
disfunção renal prévia, especialmente naqueles com rim único. Logo, ATR deve ser
considerado uma alternativa eficaz e segura de tratamento de casos complexos de doença
renovascular, principalmente naqueles com disfunção renal e/ou rim único associados.
PO153
ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS SISTÊMICAS APÓS INGESTÃO DE
DIFERENTES TIPOS DE DIETAS, EM PACIENTES IDOSOS HIPERTENSOS
FERREIRA, ACCR(1); RIBEIRO, JMF(1); VALLE, MB(1); OLIVEIRA, AMM(1);
OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1);
Universidade Federal de Uberlandia(1);
Objetivo: Idosos, portadores ou não de disautonomias, podem apresentar reduções dos
níveis pressóricos após refeições. Assim, estudamos a função sistólica cardíaca em
pacientes com hipertensão arterial após a ingestão de diferentes tipos de refeições: com alto
conteúdo em lípides, carbohidratos e proteínas. Materia e Métodos: Para tanto usamos a
bioimpedância torácica para avaliar a função sistólica ventricular em 10 pacientes idosos,
com idade média de 69 anos (65 a 79 anos). Estes indivíduos não tinham histórias prévias
de hipotensão postural e concomitantes morbidades prévias ao estudo. Pela manhã, após
noite de jejum, eram tomadas as medidas antropométricas e, em seguida, os pacientes
colocados em posição sentada por 30 minutos (repouso/controle). Ao final deste período,
eram fornecidas uma de três refeições, em três dias consecutivos: com alto teor de lipídeos
–DL; alto teor de proteínas – DP; alto teor de carbohidratos – DC. Foram avaliados o índice
cardíaco (CI); índice sistólico (IS) a cada 15 segundos e os valores registrados foram a
media aritmética de 5 leituras em 5, 15, 30, 45 e 60 minutos após a ingestão alimentar.
Reultados: Observamos que: a) após DC, o IC aumentou de 2.30 0.21 to 2.61 0.24
litros.min.m2 e o índice de resistência periférica total (iRPT) diminuiu de 3212 226 to 2793
255 dynes.seg-2 aos 45 minutos (p<0.05); b) após DP, não notamos alterações significantes
das variáveis estudadas; c) após DL, o IC aumentou de 2.15 0.15 to 2.84 0.27 litros.min.m2
e o iRPT reduziu de 3630 274 to 2666 282 dynes.seg-2 aos 45 minutes (p<0.05). Quando
comparamos a resposta hemodinâmica às três refeições, observamos que os mais altos
valores do índice cardíaco e os maiores reduções da resistência periférica foram observados
após a ingestão de dieta rica em lipídeos, ambos aos 45 minutos (p<0.05). Conclusões:
Nossos resultados mostram que alimentos ricos em gorduras podem modificar as condições
hemodinâmicas previas à ingestão. Tal fato deveria ser sempre considerado em algumas
situações clínicas, tais como os portadores de hipotensão pós prandial. Nestes, a redução do
iRPT poderia se constituir em agravante dos episódios hipotensivos.
PO154
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES RENAL E CARDÍACA APÓS A REDUÇÃO DE
PESO CORPORAL, NO PRIMEIRO ANO PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA, EM
OBESOS MÓRBIDOS.
LUPPI, AM(1); LIMA, DAR(1); CIMETTA, T(1); ROCHA, LSS(1); FARIA, NO(1);
HURTADO, JR(1); PINHEIRO, CF(1); ARAÚJO, SP(1); FERREIRA-FILHO, SR(1);
Universidade Federal de Uberlândia(1);
Objetivo: O aumento na prevalência da obesidade classe III, tem contribuído para a
ampliação do número de pacientes submetidos à cirurgia bariatrica (CB), com estimativas
de maior número de procedimentos realizados a cada ano. Entretanto, existem poucos
estudos na literatura médica sobre modificações simultâneas ocorridas nos sistemas
cardiovascular e renal, no primeiro ano após a cirurgia. Nosso objetivo foi estudar as
funções cardíacas e renais antes e depois da CB. Pacientes e Métodos: A taxa de filtração
glomerular estimada (TFGe) e o ecocardiograma foram avaliados antes e após a cirurgia (9
3.2 meses após gastroplastia), em 12 pacientes (4 homens-8 mulheres), com idade de 37.7
10.8 anos e todos com obesidade (classe III). Resultados: Os pacientes mostraram uma
redução no peso corporal de 145.8 9.5 para 96.8 4.6 kg (p<0.0001) e uma redução
concomitante de IMC de 50.8 5.8 para 34.0 2.2 (p<0.0001). A TFGe reduziu de 214.4 21.0
para 153.6 12.8 ml.min.m2 (p <0.0001), entretanto, o índice sistólico (IS) aumentou de 59.9
7.9 para 72.2 5,0 ml.min.m2 (p = 0.025). O diâmetro diastólico final e a massa ventricular
esquerda, não se modificaram de forma significativa após a CB, respectivamente, de 52.5
2.8 para 54.3 1.5mm e de 284 36.5 para 294 48.7g (NS). Conclusão: Conclui-se que
existem modificações importantes nas funções renais e cardíacas no primeiro ano após CB.
O aumento no IS não foi acompanhado com aumentos na taxa de filtração glomerular e
possivelmente, a abrupta redução observada na função renal, poderia ser responsável pela
manutenção e até possíveis elevações do índice sistólico neste grupo de indivíduos. A
adaptação observada na eTFG precedeu as modificações cardíacas, que não acompanharam
a redução rápida no peso corporal pós cirurgia.
PO155
PREVALÊNCIA E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NUMA
POPULAÇÃO EM DIÁLISE
PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); CARRASCOSSI, HL(1); PASCHOALIN, NP(1);
NASCIMENTO, RAS(1); RASPANTI, EO(1); NETO, OMV(1); NARDIM, MEP(1);
NETO, MM(1);
SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1);
Introdução: Sabendo-se da falta de informações precisas a respeito do controle da pressão
arterial sistêmica nos portadores de insuficiência renal crônica, o objetivo do presente
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
trabalho foi analisar a prevalência e determinar os estágios de hipertensão arterial
sistêmica (HAS) entre pacientes submetidos à diálise neste Serviço. Materiais e Métodos:
Verificada a pressão arterial (PA) pré-dialítica na segunda e terceira hemodiálises
semanais de 171 pacientes em um período de 3 meses, e a PA de 53 pacientes em diálise
peritoneal durante 6 meses. A hipertensão foi definida como PA > 150/90 mmHg. Foi
feito uma média de todas as medidas de cada paciente, sendo então classificado de acordo
com esse valor. Os níveis das pressões sistólicas e diastólicas foram definidos em quatro
estágios (0 a 3) de acordo com um índice de gravidade da hipertensão (IGH): PA normal
(<150/<90); hipertensão leve (150-159/90-99); hipertensão moderada (160-179/100-110)
e hipertensão grave (>180/>110). Resultados: Dos 171 pacientes em hemodiálise
avaliados nesse estudo, 101 (59,1%) eram hipertensos. Hipertensão leve foi
diagnosticada em 44 (25,7%) pacientes; moderada em 41 (23,9%) e grave em 16 (9,3%).
Dos 53 pacientes em diálise peritoneal, 23 (43,3%) eram hipertensos, sendo 09 com grau
leve (16,9%), 08 com moderada (15%) e 06 com grave (11,3%). Dos pacientes em
hemodiálise que faziam uso de até 2 medicamentos anti-hipertensivos (MAH), 61 se
classificavam como normotensos (87,1%), 33 em HAS leve (75%), 28 em HAS
moderada (68,2%) e 11 em HAS grave (68,7%). Já nos pacientes em diálise peritoneal
que usavam até 2 MAH, 18 eram normotensos (60%), 04 tinham HAS leve (44,4%), 04
HAS moderada (50%) e 01 HAS grave (16%). Conclusões: A HAS foi um achado
freqüente nos pacientes em diálise, e estava controlada em 25,1% dos hipertensos em
hemodiálise e na totalidade dos submetidos à diálise peritoneal. O uso do IGH provou ser
útil para diferenciar o tipo e a gravidade da HAS. Tanto a dose de eritropoetina quanto a
hemoglobina média não se correlacionaram com os diferentes níveis de HAS.
PO156
SÍNDROME METABÓLICA EM PORTADORES DE RIM ÚNICO:
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL.
MOTA, TML(1); COPATI, FN(1); BARBOSA, GA(1); PEREIRA, JCP(1); PASSOS,
LBS(1); RIBEIRO, MB(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1);
Universidade Federal de Uberlândia(1);
Introdução: Pacientes submetidos à nefrectomia unilateral, reduzem de modo abrupto a
sua massa renal total pela metade. Segundo a literatura, tal fato não apresenta riscos à
saúde do indivíduo a longo prazo, mesmo com a hiperfiltração glomerular instalada no
rim remanescente. No entanto, outros fatores podem contribuir para a sobrecarga imposta
ao tecido renal residual, tal como a obesidade e da síndrome metabólica (SM). Estas
condições associadas ao estado de hiperfiltração prévios poderiam modificar o
comportamento da função renal dos uninefrectomizados (UNx) ao longo do
tempo.Objetivos: Estudar a função renal de pacientes UNx, com síndrome metabólica e
compará-los com pacientes UNx sem esta síndrome.Pacientes e Métodos: Os voluntários
foram avaliados no ambulatório de nefrologia da UFU. Trinta indivíduos
nefrectomizados (doação renal ou acidente), foram separados em 2 grupos: Grupo sem a
SM (sSM), composto por 5 homens e 3 mulheres (n=8), com 45 ± 3.8 anos; o Grupo com
a SM (cSM) - 16 homens e 6 mulheres (n=22), com 48 ± 4.1 anos. Foram analisados as
pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD), tempo decorrido entre a
nefrectomia e o atual estudo (Tx), o ganho de peso corporal após a nefrectomia (∆
p), glicemia (GLI), cintura abdominal (CAb), proteinuria de 24hs (Pr24), perfil lipídico,
uréia (U), creatinina (Cr) séricas e a taxa estimada de filtração glomerular (eTFG).
Resultados: Ao comparamos os grupos sSM versus cSM, verificamos que o Tx foi de
75.3 ± 14.2 vs 91.7 ± 25.1 meses ( p = 0.28, ns); a PAS de 116.1 ± 3.2 vs 136.0 ± 6.5
mm/Hg (p = 0.003); a PAD de 74.0 ± 2.5 vs 85.3 ± 2.9 mm/Hg (p = 0.01); o ganho de
peso corporal por mês foi de 126 ± 18.2 vs 171 ± 63.2 gr/mês (p = 0.07, ns); a CAb de
87.3 ± 2.0 vs 103.1 ± 3.6 cm (p = 0.0003); a GLI de 90.2 ±1.6 vs 99.3 ± 3.1 mg/dl (p =
0.006); a Pr24 de 63.2 ± 10.3 vs 106.2 ± 11.9 mg/24 horas (p = 0.01). A filtração
glomerular estimada não foi estatisticamente diferente; 69.3 ± 8.2 versus 88.0 ± 8.1
ml.min.m2 para grupos sSM e cSM, respectivamente (p=0.06). Conclusão: A síndrome
metabólica quando presente em portadores de rim único, promove aumentos na
proteinuria/24 hs, provavelmente indicando um estado de hiperfiltração s
PO157
INSUFICIÊNCIA RENAL GRAVE COM HEMÓLISE MICROANGIOPÂTICA
EM PACIENTE HIPERTENSA
BRITO, GA(1); SANTOS, RSS(1); MATTEDI, DL(1); PFIFFER, RM(1); SILVA, VS(1);
VIERO, RM(1); GABRIEL, DP(1);
Faculdade de Medicina de Botucatu(1);
Objetivo: Hemólise microangiopática (HMi) é uma complicação da hipertensão maligna
(HM), mas pouco se sabe a respeito de epidemiologia e relação com disfunção renal. O
objetivo é relatar um caso de HM com fundo de olho (FO) sem retinopatia grau III/IV e
com anemia por HMi. Relato de caso: Paciente (P) de 42 anos, negra, admitida com
anúria, azotemia e hipertensão arterial (HA). Há 40 dias iniciou quadro de prostração, dor
abdominal, turvação visual, metrorragia, epistaxe, hematêmese, descontrole pressórico e
perda ponderal de 10 Kg, com piora das queixas nos últimos 5 dias. Antecedentes: HA
há 15 anos, tabagista e etilista. Apresentava-se sonolenta, confusa, hálito urêmico,
flapping, PA 150/90 mmHg, taquidispnéica, FR 32 irpm. Exames laboratorias (Cr
42mg/dL, Ur 750mg/dL, Hb 5,1g/dL, Ht 15,9%, Plaquetas 81.000/mm3, com
esquizócitos, bilirrubina total 0,6mg/dL; DHL 1491U/l; haptoglobina serica 201,5mg/dL;
Bic 5, Urina I: Nitrito negativo, Proteína 2+, glicose negativo, numerosos leucócitos,
numerosas hemácias), sendo indicado hemodiálise (HD) de urgência. Ao FO: ausência
de edema de papila, vasoconstricção arteriolar difusa, micro-hemorragias,
microaneurismas, exsudatos duros; Ultrassonografia: rim direito 10,8 cm, parênquima
1,4 cm; rim esquerdo 10,6 cm, parênquima 1,6 cm, ausência de hidronefrose; Biópsia
renal (BR) - 18 glomérulos sendo 3 esclerosados e demais com acentuado colapso
isquêmico, moderada fibrose intersticial, intenso infiltrado linfocitário e focos de
infiltrado neutrofílico, hialinose de arteríolas e proliferação endotelial de artérias com
obstrução completa da luz e trombose. Após 6 meses, apesar de controle pressórico
56
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
permanece com necessidade de HD. Conclusão: A ausência de alterações características
de isquemia retiniana não exclui o diagnostico de HM. Apesar da concordância entre
encontros clínicos e histológicos em 85% dos casos, na paciente descrita a BR foi
fundamental para o diagnostico de HM, esclarecendo a etiologia da anemia por HMi.
PO158
MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA) NO
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE:
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E ABERTO
SILVA, GV(1); BARROS, S(1); ABENSUR, H(2); ORTEGA, KC(1); MION JR, D(1);
Liga de Hipertensão, Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo(1); Serviço de Ecocardiograma do Hospital Beneficiência Portuguesa(2);
Objetivos: Comparar o controle da pressão arterial obtido com o uso sitemático da
monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) em pacientes em hemodiálise em
relação ao controle obtido pela medida de pressão arterial pré-diálise. Material e
Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado e aberto. Pacientes hipertensos em
hemodiálise foram randomizados para ter a terapia anti-hipertensiva ajustada baseada nas
medidas da PA pré-diálise ou na MRPA durante 06 meses. Antes e após a randomização,
os pacientes realizaram Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) por 24
horas, MRPA durante uma semana e ecocardiograma. Resultados: 34 e 31 pacientes
completaram o estudo no grupo MRPA e PA Pré-Diálise, respectivamente. As pressões
arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) no período interdialítico pela MAPA foram
significativamente menores no grupo MRPA em relação ao grupo PA Pré-Diálise no
final do estudo (média 24 horas: 135±13mmHg / 76±7mmHg versus 147±15mmHg /
79±8mmHg - p<0,05). Na análise da MRPA, o grupo MRPA apresentou redução
significativa somente para a PAS em comparação ao grupo PA Pré-Diálise (média
semanal: 144±21mmHg versus 154±22mmHg - p<0,05). Não houve diferenças entre os
grupos MRPA e PA Pré-Diálise em relação ao índice de massa de ventrículo esquerdo ao
final do estudo (108±35g/m2 versus 110±33g/m2 - p>0,05). Conclusões: A tomada de
decisões baseadas na MRPA em pacientes em hemodiálise propiciou uma maior controle
da PA no período interdialítico em comparação às medidas da PA pré-diálise. A MRPA
pode ser usada como um instrumento adjuvante útil no controle da pressão arterial em
pacientes em hemodiálise.
PO159
COEXISTÊNCIA DE ADENOMA NÃO FUNCIONANTE E FEOCROMOCITOMA
NA MESMA GLÂNDULA ADRENAL
AYUSSO, LL(1); ISHISAK, GY(1); ALVES, RLR(1); DE SOUZA, DD(1); VICTORIO,
AMT(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1); FERNANDES, SM(1); MUNIZ, AB(1);
BORGES, LMP(1); SILVEIRA, TM(1); CARRASCOSSI, HL(1); TAKAG, MM(1);
UNIFIPA-FAMECA-SP(1);
Introdução: O Feocromocitoma geralmente associa-se com injúrias patológicas do
córtesx adrenal. Alguns autores documentaram a associação de tumores adrenocorticais
e feocromocitomas na mesma glândula. Nós apresentamos aqui caso clínico
extremamente raro de adenoma adrenocortical não funcionante associado com
feocromocitoma em glândula adrenal direita. Objetivo: Relatar um caso raro de
coexistência de adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal.
Paciente e métodos: Mulher, 46 anos, branca, com história de hipertensão arterial há 5
anos, evoluindo com episódios freqüentes de crises hipertensivas seguidas de
palpitações, sudorese fria intensa e cefaléia. O exame físico geral e especial estava
normal. Solicitado catecolaminas séricas e urinárias, função renal, sódio, potássio,
glicemia, hemograma e cortisol, bem como ressonância magnética abdominal.
Resultados: Os exames acima citados todos normais com exceção da ressonância
magnética que mostrou: duas lesões expansivas na mesma glândula adrenal direita,
sugerindo uma corresponder a adenoma (pouco vascularizado) e outra feocromocitoma
(muito vascularizado). Duas cirurgias foram realizadas para remover os tumores e
resultados anatomopatológicos confirmaram adenoma adrenocortical e feocromocitoma
em glândula adrenal direita. Discussão: Para nosso conhecimento, oito casos da
associação entre adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal
foram descritos na literatura internacional e nenhum na literatura nacional. Conclusão:
Este caso foi muito interessante principalmente pela extrema raridade da coexistência de
feocromocitoma e adenoma adrenocortical não funcionante, ambos em glândula adrenal
direita.
PO160
EFETIVIDADE DO TRATAMENTO DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA AO
HIPERTENSO DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CRUZ ALTA, RS
LIBRELOTTO, CS(2); BUNDCHEN, PL(2); MARISCO, N(1); MOREIRA, PR(1);
Universidade de Cruz Alta (1); Secretaria de SAúde (2);
Introdução: A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente,
linear e contínuo para doença cardiovascular. Entretanto, apesar dos avanços nos
progressos de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle, a HAS ainda é um
importante problema de saúde pública. Objetivos: O estudo teve como objetivo descrever
a efetividade do tratamento dos pacientes que participam do Programa de Assistência ao
Hipertenso da cidade de Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul. Material e Métodos:
Participaram deste estudo, mil e cinco (1005) pacientes, cadastrados no Programa de
Assistência ao Hipertenso da cidade de Cruz Alta, no período de 1994 a 2000.
Resultados: A média de idade encontrada foi de 55,8 anos sendo que, 76,9% dos
pacientes são do sexo feminino. Com relação há presença de familiares hipertensos e
diabéticos, 78,1% dos pacientes apresentavam familiar com HAS e 30,4% apresentavam
familiar diabético. Houve uma prevalência de 46,2% de excesso de peso e 16,4%
declararam-se fumantes (1/2 maço de cigarros por dia). Em relação ao conhecimento do
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
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Pôsteres
paciente a respeito da medicação, 53,3% soube o nome da medicação prescrita. Houve
uma incidência de AVC em 8,3% dos pacientes, infarto agudo do miocárdio em 8,0% e
nefropatia diabética em 6,6%. Por outro lado, 59,4% dos pacientes apresentaram
cardiopatia e 20,3% foram diagnosticados como diabéticos. A média final de pressão
arterial sistólica e diastólica foi respectivamente de 152,27mmHg e 95,07mmHg. Apenas
8,5% dos pacientes foram classificados como normotensos. Conclusão: Podemos
concluir que o programa não está atingindo a população masculina, tem sido inefetivo em
prevenir as complicações da HAS, especialmente a cardiopatia, sendo que, apenas 8,5 %
dos pacientes estavam normotensos. O programa educativo avaliado pelo conhecimento
do paciente de sua medicação tampouco tem sido efetivo e as modificações
comportamentais como cessação do fumo e diminuição do peso tampouco foram
efetivas.
PO161
LESÕES MÚLTIPLAS E COMPLEXAS EM ARTÉRIAS RENAIS ASSOCIADAS
A ARTERITE DE TAKAYASU: RELATO DE CASO
QUEIROZ G(1); SETTE LHBC(1); RODRIGUES CE(1); SANTELO JL(1); PRAXEDES
JN(1);
Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(1);
Introdução: O envolvimento da aorta abdominal na arterite de Takayasu é comum, porém
hipertensão renovascular por estenose bilateral é raro, bem como o acometimento de
pacientes do sexo masculino. Relato do caso: LFF, 20 anos, sexo masculino, pardo, há 7
meses com diagnóstico de hipertensão arterial estágio 3 (220x110mmHg), assintomático
e sem antecedentes pessoais ou familiares de hipertensão. Inicialmente apresentava
apenas provas de atividade inflamatória aumentadas e ao exame físico sopro abdominal.
Introduzido enalapril com piora da função renal, que voltou a níveis basais após retirada
da medicação. Submetido a angiotomografia que revelou espessamento do tipo
inflamatório, estendendo-se da aorta torácica descendente distal até porção infrarrenal
proximal, além de estenose severa dos terços proximais das artérias renais esquerda e
direita. Constatada a presença de artérias renais acessórias bilaterais, com estenose severa
de ambas em suas origens. Evidenciado também estenose em artéria mesentérica superior
com bom fluxo distal. Conclusão: o relato apresentado demonstra que, apesar do
acometimento infrequente de artérias renais, a arterite de Takayasu deve ser considerada
entre os diagnósticos diferenciais de hipertensão renovascular em adultos jovens.
14 de setembro de 2008 - Domingo
precisando interromper o estudo. Conclusões: O paciente hipertenso, no período
controle, tomando um diurético que aumenta a ARP e um betabloqueador, que a inibe,
tinha ARP alta, comum em quem tem baixa excreção de Na. Ao assumir a posição
ortostática sua ARP aumentou 9,7 %. Tomando 150 mg de alisquireno/dia por uma
semana e sem interromper a medicação prévia, apresentou níveis baixíssimos de ARP,
que não se elevaram na posição ortostática e até diminuíram. Concluímos até o momento,
que o alisquireno merece o nome de “inibidor da renina”.
PO164
ANÁLISE COMPARATIVO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR (COCKROFTGAULT ) X FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM POPULAÇÃO
AVALIADA NO DIA MUNDIAL DO RIM EM ARAGUAÍNA-TO.
NETO, AC; (1); SOUSA, MAS; (1); GALVÃO, MAC.(1);
INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS (1);
Objetivo: Avaliar filtração glomerular (FG) em amostra populacional aleatória que
apresentavam fatores de risco cardiovascular (FRC) identificadas no dia mundial do rim
na cidade de Araguaína-TO. Material e Métodos: Aplicação de questionário, associado à
avaliação clínica através da aferição da pressão arterial (HAS), índice de massa corporal
(IMC), circunferência abdominal(CA) e dosagem bioquímica de creatinina, glicemia, e
colesterol total. Estimativa da filtração glomerular (FG) pela fórmula Cockroft-Gault.
Estudo comparativo da filtração glomerular da população, com presença e ausência de
fator de risco cardiovascular respectivamente. Resultados: Foram avaliados 217 adultos.
Observamos: Presença de fator de risco cardiovascular em 197(90,8%) participantes e
ausência em 20(9,2%) dos avaliados. A média da filtração glomerular do grupo com FRC
foi de 94,5ml/min enquanto na população sem FRC, a filtração glomerular média foi de
93,9 ml/min. No grupo dos hipertensos a FG esteve reduzida em média 87,6ml/min
(7,2% abaixo do grupo sem FRC). No grupo de tabagistas a FG obtida foi de 88,5ml/min
(6,02 abaixo do grupo sem FRC). No grupo dos diabéticos a média foi de 83,6ml/min
quando excluídos os pacientes com hiperfiltração glomerular. O grupo com obesidade
visceral não demonstrou alteração da FG em relação ao grupo sem FRC. Conclusão: Os
dados avaliados corroboram com o conceito de redução da filtração glomerular em
populações com FRC. Neste estudo a presença de hipertensão arterial, tabagismo e
diabete melito estave associada a FG reduzida em concordância com a literatura vigente.
PO165
PO162
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) EM
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
CIPULLO, JP(1); MARTIN, JFV(1); CIORLIA, LA(1); LOUREIRO, AA(1); CESARINO,
CB(1); GODOY, MR(1); CAÇÃO, J(1); ANDRADE, LG(1); CARVALHO, AC(1);
CORDEIRO, JA(1); BURDMANN, EA(1);
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1);
Objetivos: Avaliar a prevalência de HA e DM na população ≥ 18 anos de São José
do Rio Preto (SJRP) por faixa etária (FE). Métodos: Estudo analítico de delineamento
transversal, estratificado e de base populacional. O tamanho da amostra foi calculado
pela população de 370 mil habitantes, com erro 3% e nível de confiança de 95%. Os
indivíduos foram selecionados ao acaso e submetidos a entrevista, medida da pressão
arterial e coleta de sangue em jejum para dosar glicemia. Considerou-se HA como a
média de 3 medidas ≥ 140/90 ou ≤ 140/90 mmHg se fosse previamente
hipertenso em uso de anti-hipertensivo. O diagnóstico de DM foi feito com glicemia
≥ 126 mg/dl ou se ≤ 126 mg/dl em uso de hipoglicemiante. Resultados:
Em 1717 indivíduos (879 mulheres) foram encontrados 762 hipertensos (408 mulheres).
A prevalência por FE é mostrada na tabela. A prevalência de HA corrigida para a
população adulta foi 25,3%. A prevalência de DM nos normotensos foi 4,3% e nos
hipertensos 18,7%. A prevalência de DM foi 10,4%. Conclusões: Encontrou-se
prevalência elevada de HA e DM. A prevalência de HA aumentou com o
envelhecimento, atingindo 70% em indivíduos ≥ 70 anos. DM foi mais freqüente
nos hipertensos.
ESTUDO COMPARATIVO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR DE
POPULAÇÃO HIPERTENSA E NORMOTENSA AVALIADAS NO DIA
MUNDIAL DO RIM EM ARAGUAÍNA-TO
NETO, AC; (1); SOUSA, MA; (1); GALVÃO, MAC.(1);
INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS(1);
Objetivo: Comparar a filtração glomerular (FG) em grupo populacional portador de
hipertensão arterial sistêmica (HAS) com o grupo de não hipertensos em amostra
aleatória avaliada no dia mundial do rim na cidade de Araguaína-TO.Material e Métodos:
Aplicação de questionário, associado à avaliação clínica através da aferição da pressão
arterial (PA), dosagem bioquímica de creatinina, e estimativa da filtração glomerular
(Cockroft-Gault). Estudo comparativo da filtração glomerular das populações
sabidamente com HAS e não hipertensas separados por sexo. Resultados: Foram
avaliados 221 adultos. Observamos HAS em 66(29,8%) participantes. A média da FG do
grupo não hipertenso foi de 90,7ml/min enquanto observamos fg de 81,8ml/min nos
hipertensos. Quando separados em relação ao sexo o grupo masculino possuía FG de
88,9ml/min e 85,3ml/min nos normotensos e hipertensos respectivamente. O grupo de
mulheres hipertensas apresentou FG de 77,3ml/min enquanto as normotensas
evidenciaram FG de 93,1ml/min.Conclusão: Nesta amostra a fg estava reduzida em
maior grau nas mulheres hipertensas.Cabe ressaltar que as mulheres hipertensas também
apresentaram maior índice de tabagismo, obesidade visceral e proteinúria que os outros
grupos.
Inflamação, Imunologia e Patologia
PO163
INIBIÇÃO
DA
LIBERAÇÃO
DE
RENINA
DO
APARELHO
JUSTAGLOMERULAR PELO ALISQUIRENO. NOTA PRÉVIA.
CRUZ, J(1); TEIXEIRA, JEJ(2); GOMES, RA(1); KESROUANI, S(1); PELARIGO,
FCM(1); DINIZ, HF(1); FERREIRA, BM(1);
Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes e Local(1); Laboratórios de Análises Clínicas
e Diagnóstico(2);
Objetivo: Avaliar se a inibição da renina pelo alisquireno varia conforme a posição do
corpo, como fazem os betabloqueadores. O alisquireno pertence a uma nova classe de
hipotensores denominada “inibidora da renina”, com subseqüente redução da
angiotensina II, potente hipertensor e vasodilatador. Material e Métodos: Um paciente
com hipertensão essencial benigna, realizou 3 testes: 1º: controle, medir a atividade de
renina plasmática (ARP – ng/mL/h) 2 vezes pela manhã, sendo uma vez após uma hora,
com o paciente deitado, em repouso e outra vez após uma hora em pé, tão imóvel quanto
possível, sem a ingestão prévia de alisquireno; 2º: idêntico, após a ingestão de 150mg de
alisquireno por dia durante uma semana; 3º: idêntico, aumentando-se a dose para
300mg/dia. Outro indivíduo, normotenso, iniciou o mesmo programa. Resultados: São
dados preliminares e incompletos, pois o trabalho está em andamento. O paciente,
hipertenso, tomando 50 mg de hidroclorotiazida e 100 de atenolol, apresentou ARP 12,95
ng/ml/h em posição deitada e 14,21 ng/mL/h em posição ortostática (aumento de 9,7 %).
Após 150 mg de alisquireno/dia os valores da ARP foram 0,29 e 0,22 respectivamente.
O paciente, normotenso, sem qualquer medicação, apresentou ARP 2,66 e 3,03 (aumento
de 13,9 %). Esse paciente não tolerou o alisquireno devido à grande hipotensão arterial
PO166
HEPATITE B: SITUAÇÃO VACINAL DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA
CLÍNICA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA DO INTERIOR DE SÃO
PAULO.
BOMBO, FR.(1); POLINS, BRG.(1);
Instituto do Rim de Rio Claro S/C Ltda(1);
Estimativas revelam um crescente número de indivíduos portadores de doença renal
crônica no mundo. Considerando que os pacientes urêmicos em programa de hemodiálise
estão freqüentemente expostos às infecções bacterianas e virais, dentre elas a hepatite B,
é lícito dizer que a vacina tem sido a medida mais efetiva para sua prevenção. Motivada
por esta referência, realizou-se estudo descritivo, exploratório, retrospectivo de
abordagem quantitativa com o objetivo de caracterizar o estado vacinal dos clientes
portadores de doença renal crônica de uma clínica do interior paulista. Foram coletados
dados de 118 clientes inseridos no programa de Terapia Renal Substitutiva, com variável
faixa etária entre 15 a 87 anos. Os resultados demonstram que a maioria realiza a
hemodiálise como modalidade principal de tratamento, caracterizando maior incidência
no sexo masculino. Dos sujeitos envolvidos 67,79% residem no município de
atendimento e o tempo que são submetidos ao procedimento varia de 01 a 15 anos. Em
relação á cobertura vacinal, o estudo evidencia que 57,62 % se encontram imunizados
contra a hepatite B e com titulação de Anti Hbs maior que 10,0 mUl, 39,83 % continuam
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
em acompanhamento com o esquema vacinal, 2,54 % não apresentaram soroconversão
contra o vírus. Pôde-se concluir que a maioria dos clientes encontra-se imunizados, com
isso evidenciando uma adequada cobertura vacinal aos portadores de doença renal
crônica acompanhados na referida instituição.
PO167
EFEITO DAS TOXINAS URÊMICAS, P-CRESOL E ESPERMIDINA NO
MECANISMO DE APOPTOSE E FUNÇÃO DOS NEUTRÓFILOS
CARVALHO, JTG; (1); DALBONI, MA; (1); PERES, AT; (1); PIERETTI, M; (1);
CENEDEZE, MA; (1); WATANABE, R; (1); MANFREDI, SR; (1); GUIMARÃES, NK;
(1); BATISTA, MC; (1); CENDOROGLO, M; (1);
UNIFESP(1);
Objetivo: Avaliar os mecanismos pelos quais as toxinas urêmicas p-cresol e espermidina
induzem a apoptose e alteram o a produção de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) em
PMN. Métodos: Foram Coletados 20 mL de sangue de 15 voluntários sadios. Os PMN
isolados foram incubados por 10 minutos e 24 horas na presença ou ausência de toxinas
urêmicas. Após a incubação, foram determinadas a taxa de apoptose, produção de ERO
espontânea e estimulada por S. aureus e PMA, e a expressão de CD95, CD11b, Caspase
3 e Bcl-2 por citometria de fluxo. Resultados: Não observamos diferenças significantes
para o efeito das toxinas sobre apoptose, expressão de CD95, CD11b, Caspase 3, Bcl-2
e produção espontânea e estimulada de ERO sobre os PMN. No entanto, observamos
uma tendência de aumento de apoptose e CD95 em ambas toxinas. O P-Cresol
apresentou uma tendência em aumentar a expressão de caspase-3 comparado aos demais
grupos. Observamos correlação negativa entre viabilidade e produção de ERO
estimulada por S. aureus (r = -0,74 /p = 0,004) no grupo espermidina e positiva entre
expressão de CD11b e produção espontânea de ERO (r = 0,80/p = 0,03) no grupo com
P-Cresol. Conclusão: As toxinas espermidina e p-cresol na dose urêmica não
apresentaram efeito significante sobre apoptose e produção de ERO de PMN in vitro. No
entanto, observamos que a espermidina teve uma tendência em diminuir a viabilidade de
PMN fazendo que os mesmos ficassem disfuncionais para responder produção de ERO
quando estimuladas com S .aureus. Em relação á correlação entre CD11b e produção
espontânea de ERO observada no grupo p-cresol, podemos sugerir que esta se comportou
como uma toxina pró-inflamatória comparada a espermidina. Porém, ambas as toxinas
apresentaram menor expressão de CD11b comparado com o grupo controle, o que sugere
a hipótese de que toxinas urêmicas podem exercer um efeito deletério sobre a imunidade
de pacientes urêmicos.
PO168
BIÓPSIA RENAL EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: DESCRIÇÃO DOS ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS
SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); MANGUEIRA, RC(1); TRINDADE, MS(1);
BEZERRA, KB(1); RAMOS, JMR(1); MOREIRA, JLC(1); LESSA, LMM(1);
UFMA(1);
Objetivos: Descrever os achados das biópsias (Bx) renais dos pacientes com Lúpus
Eritematoso Sistêmico (LES).Co-relacionar as classificações da OMS e da ISN/RPS
2003. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo com todos os pacientes
portadores de LES, submetidos à Bx renal,de março de 2005 a março de 2008.
Resultados: Dos 46 pacientes analisados,43(93,4%) são do sexo feminino.Ao exame
microscópico,20(43,4%) pacientes apresentavam número de glomérulos totais maior
que 10,43,4% entre 6 e 10, e 6(13,2%) apresentavam menos de 6.Do total,43,4% não
possuíam glomérulos esclerosados,18(39,1%) apresentaram sinéquias,20 apresentaram
depósitos subendoteliais,3(6,5%) subepiteliais e 5(10,8%) ambos.Além disso,30% dos
pacientes apresentavam infiltrado celular,dos quais 23,9% eram do tipo
linfomonocelular (LM) e 3(6,1%) polimorfonuclear.Os túbulos estavam atrofiados em
40(86,9%) pacientes, sendo que em 38(82,6%) a lesão era leve e 2(4,35%) do tipo
moderado.O interstício apresentava infiltrado LM em 17(39,9%) casos.A fibrose
intersticial foi verificada em 82,6% Bx, sendo intensa em apenas 1 caso,moderada em
14 e discreta em 23.O índice de atividade foi discreto em 14(30,4%) casos, discreto a
moderado em 7(15,2%),moderado em 15(32,6%) e intenso em 2(4,35%).O índice de
cronicidade foi discreto em 20(43,2%) casos,discreto a moderado em 2,moderado em
17(39,9%),intenso em 1 e 6(13,2%) não possuíam índice de cronicidade.Da
amostra,36(78,26%) foram padronizados seguindo as duas classificações.Quanto à
OMS,6(13,2%) pertenciam à classe III,dos quais,segundo a ISN/RPS,2(4,35%) foram
classificados como III(A/C) e 1 para cada uma das classes: III(A), III(C), IV-S(A/C) e
V.Os 18 padronizados como classe IV da OMS, ficaram também na classe IV da
ISN/RPS, sendo 11 IV-G(A), 4 IV-S(C), 2 IV-G(A/C) e 1 IV-S(A).Dos 12 padronizados
na classe V da OMS,3 ficaram na classe V e 9 tiveram padrão misto V+III.Uma biópsia
foi normal. Conclusão: As classificações possuem grandes semelhanças, mas a
padronização da INS/RPS possui maior valor descritivo e diferencial entre as
classes.Houve convergência de resultados comparando as duas classificações, assim
como relata a literatura mundial,exceto em um caso
Pôsteres
iniciou com fibrose difusa e progressiva da pele, com limitação funcional dos
movimentos. Resultados: Feita biópsia de pele compatível com FSN,
provavelmente relacionada ao gadolínio. Permanece em hemodiálise diária (2horas
por dia) e tratamento motor fisioterápico com alguma melhora do quadro.
Conclusão: FSN é uma desordem debilitante que afetam pacientes com IRC.
Acomete pele e também outros órgãos como o coração, fígado, pulmões e
músculos. Recentes evidências sugerem relação entre a administração de gadolínio
para realização de RNM e o desenvolvimento da doença. Há, aproximadamente,
200 casos descritos no mundo mostrando esta associação cujo mecanismo não é
muito bem conhecido. Mais estudos são necessários para avaliar melhor esta
relação e tentar definir um tratamento eficaz. É preciso reavaliar riscos e benefícios
da administração de gadolínio em pacientes IRC estágio III ou mais avançado.
Exames alternativos de imagem devem ser considerados nesta população. É de
nossa responsabilidade colaborar para reduzir o número de novos casos de FSN e
a queda na qualidade de vida destes pacientes.
PO170
ESTUDO AS AÇÃO DO ACIDO NICOTÍNICO (NIACINA) EM ADIPÓCITOS
DA LINHAGEM 3T3-L1 SUBMETIDOS À HIPÓXIA: IMPACTO SOBRE A
SECREÇÃO DE ADIPONECTINA.
NAKAMISHI, R(1); QUINTO, BMRQ(1); LOBO, S(1); RIBEIRO, AB(1); BATISTA,
MC(1);
Universidade Federal de São Paulo(1);
Objetivo: Observar o efeito de ácido nicotínico sobre a secreção de adiponectina por
adipócitos da linhagem 3T3-L1 antes e após privação de O2 durante 24 horas. Material
e métodos: Fibroblastos da linhagem 3T3-L1 foram cultivados em meio DMEM High
Glucose suplementado com soro bovino fetal (SBF) 10%, até atingirem 90% de
confluência e induzidos à diferenciação. Após o 10º dia de diferenciação, os meios de
cultura foram substituídos, por meio contendo ácido nicotínico (10  M). Após
24h as células foram submetidas a uma situação de hipóxia (1% de O2, 94% de N2 e
5% de CO2) durante 24 horas. A análise foi pautada na comparação entre os seguintes
grupos: 1- controle= sem tratamento com niacina durante 24h e sem hipóxia (n=4); 2com hipóxia e sem tratamento (n=4), 3- sem hipóxia e com tratamento (n=4); 4- com
hipóxia e com tratamento (n=8). Os níveis de adiponectina foram medidos no
sobrenadante celular por imunoensaio enzimático (ELISA), segundo recomendações do
fabricante. A comparação entre grupos foi efetuada por ANOVA complementada pelo
teste de Bonfferroni. Resultados: Comparado ao grupo controle o tratamento com
niacina resultou em aumento significante da produção de adiponectina (p=0,03). A
utilização do ácido nicotínico na condição de hipóxia não gerou aumento na secreção de
adiponectina (grupo 1: 61509,09±2442,7; grupo 2: 54054,55±4499,8; grupo 3:
102600±1671,3; grupo 4: 34636,36±18819,5). Conclusão: Em condições normais o
tratamento com ácido nicotínico resultou em incremento na secreção de adiponectina,
uma adipocina associada à menor risco cardiovascular e à ocorrência de diabetes tipo II.
A utilização do ácido nicotínico não atenuou a disfunção adipocitária induzida pela
hipóxia.
PO171
AÇÃO IMUNOSSUPRESSORA DE UM NOVO DERIVADO
MERCAPTOPURÍNICO, GTPIII.
OLIVEIRA, RG(1); FERREIRA, AP(1); BASTOS, MG(1); ANDRADE, LC(1);
Universidade Federal de Juiz de Fora(1);
6-
Objetivo: Testar e analisar os efeitos imunobiológicos de um novo derivado 6mercaptopurínico a 6´-Desoxi-6-(6-Mercaptopurina)- -D-Galactopiranose
(GTP III) na reação de hipersensibilidade tardia (RHT). Material e métodos: Foram
utilizados 24 camundongos BALBc, machos, fornecidos pelo biotério do CBR/UFJF,
divididos em 4 grupos, sendo: GI: controle positivo; GII: terapêutica com azatioprina;
GIII: terapêutica com GTP III e G IV tratados com água bidestilada. A RHT foi
induzida no coxim plantar posterior de camundongos imunizados e desafiados através
da inoculação de 30µL de suspensão contendo 600µg de ovalbumina (AO) agregada, na
pata posterior direita, após o 6 dia de imunização. O controle de fidelidade foi
conseguido administrando de maneira similar 30µl de salina na pata posterior esquerda
(TITUS e col., 1984 ). A intensidade da RHT expressa pela diferença de espessura das
patas posteriores,foi medida 24 e 48 horas após o desafio, empregando-se um
micrômetro (Starret, Athol, MA). Os resultados representam a media de 6 animais por
grupo ± erro padrão, expressos em unidades RHT, definida como a diferença de
0,01mm na espessura das patas direita e esquerda de cada animal. Resultados: Foram
obtidos os seguintes resultados em unidades de RHT: Grupo I: 19,6±5,94; Grupo II:
5,60±5,18; Grupo III: 7±5,39 e Grupo IV: 5,80±4,87. A RHT à OVA foi menor e
estatisticamente significante em camundongos dos grupos II e III, tratados com AZA e
GTP III do que o grupo I não tratado (GII e GIII X GI, p<0,05). A diferença entre o
grupo II e III não foi estatisticamente significante (GII X GIII, NS). Conclusão: A
GTPIII apresentou ação imunossupressora semelhante aquela da azatioprina no modelo
de RHT.
PO169
FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA - RELATO DE CASO
LEITE, FML; TAVARES FILHO, HF; DUARTE, MH; DE ABREU, MHFG.
BIOCOR INSTITUTO(1);
Objetivo: Alertar para o risco de desenvolvimento de FSN em pacientes portadores
de insuficiência renal crônica (IRC), quando submetidos à ressonância nuclear
magnética (RNM) com uso de gadolínio. Materiais e Métodos: Descrevemos o caso
clínico de um paciente hipertenso, coronariopata grave, IRC em hemodiálise,
submetido à angioressonância das veias subclávias e cava superior para avaliação
de acesso vascular da hemodiálise que, após aproximadamente três semanas,
58
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO172
INFLUÊNCIA LOCAL E SISTÊMICA DOS TOLL LIKE RECEPTOR 2 E 4 NO
BALANÇO TH1/TH2 APÓS LESÃO DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAL.
GONÇALVES, GM(1); CENEDEZE, MA(1); SEMEDO, P(1); FEITOZA, CQF(1);
PACHECO-SILVA, A(1); CAMARA, NOS(1,2);
Universidade Federal de São Paulo(1); Universidade de São Paulo(2);
Introdução: Lesão de isquemia e reperfusão (I/R) resulta em uma resposta inflamatória
deletéria e prolongada, principalmente por citocinas Th1. Por razões desconhecidas,
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Pôsteres
14 de setembro de 2008 - Domingo
aumento da expressão de mRNA de TLR-2 e TLR-4 é observado após I/R. Neste
trabalho, nós avaliamos o papel do sistema TLR no modelo estabelecido de isquemia
renal seguida de reperfusão e sua correlação com o balanço Th1 e Th2. Metodos: animais
machos C57bl/6, TLR-2-/-, TLR-4-/- e Myd88 submetidos a 45min de isquemia.
Amostras de sangue e rim foram coletadas 6, 24 e 48 horas após cirurgia e usados para
análise bioquímica, de proteína e de genes. Um multiplex para 18 citocinas do soro foi
avaliado. Transcritos de mRNA para IL-1, IL-4, IL-10, INF-gama, T-bet, Gata-3, TLR2, TLR4, TICAM-1 foram amplificados pelo PCR em tempo real. Resultados:
camundongos KO para TLR-4, TLR-2 e Myd88 tiveram menor disfunção renal do que
os animais WT com redução dos valores de creatinina e uréia séricas com p<0,005. Para
demonstrar a presença de células pró-inflamatórias infiltrantes no rim isquêmico nós
avaliamos por PCR o único fator transcripcional para células Th1-positivas, T-bet e
como controle Gata-3, fator transcripcional relacionado com células Th2-positivas.
Expressão de mRNA de Gata-3 foi aumentada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (3.05;
2.94, respectivamente) enquanto que nos WT foi diminuída (0,5). Interessantemente,
expressão de T-bet foi bloqueada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (0,57; 0,59
respectivamente) aumentada nos WT (5,71). O mesmo ocorreu quando avaliamos IL-4,
IL-10 e INF-gama. Análise de 18 citocinas no soro foi avaliada em animais WT e KO
para TLR-2 e -4 e observamos uma diminuição significante das citocinas inflamatórias:
INF-γ , KC, MIP, IL-1α , IL-1β , Il-3, -4, -6, G-CSF e GM-CSF nos
animais KO comparados aos WT e uma diminuição de IL-10 (anti-inflamatório) nos
animais WT comparados aos KO Conclusões: Resumidamente, nós identificamos que
TLR-2 e TLR-4 são importantes inicializadores da resposta inflamatória levando a uma
disfunção renal após I/R, influenciando no balanço Th1 e Th2 da resposta imune local e
sistêmica.
Insuficiência Renal Aguda
PO173
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA INDUZIDA POR ANABOLIZANTES
QUEIROZ AL(1); SILVA JÚNIOR GB(2); RAMOS LMA(1); SANTOS SQ(1); BARRETO
DMS(1); GUIMARÃES AAC(1); BARBOSA CA(1); DAHER EF(2);
Serviço de Nefrologia, Hospital Geral de Fortaleza(1); Hospital Universitário Walter
Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2);
Objetivo: O uso de anabolizantes tem sido cada vez mais freqüente entre praticantes de
musculação e outras atividades físicas. A ocorrência de insuficiência renal aguda (IRA)
associada ao uso destas substâncias tem sido relatada. Ainda não se sabe o mecanismo
fisiopatológico exato deste tipo de IRA. Relatamos 3 casos de IRA associada ao uso de
anabolizantes. Material e Métodos: São descritos 3 casos de IRA associada ao uso de
anabolizantes. Foi realizada revisão do prontuário para a descrição dos achados
clínicos e laboratoriais destes casos. Resultados: Os 3 pacientes eram do sexo
masculino, tinham entre 21 e 30 anos de idade e foram admitidos na emergência com
quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos. Os 3 eram esportistas e utilizavam
substâncias anabolizantes e suplementos vitamínicos. Todos apresentavam hipertensão
arterial (pressão sistólica: 140-160mmHg, pressão diastólica: 100-120mmHg). Os
exames da admissão mostraram aumento de uréia (68-93mg/dL) e creatinina (3.24.7mg/dL) e hipercalcemia (11.7-13.2mEq/L). A ultrassonografia evidenciou rins de
aspecto normal em todos os casos. Foi realizada biópsia renal em um dos casos, sendo
evidenciada necrose tubular aguda e nefrite intersticial. O tratamento consistiu em
hidratação venosa vigorosa, diuréticos e anti-hipertensivos. A função renal
normalizou-se em todos os casos, sem a necessidade de tratamento dialítico. Os
pacientes evoluíram estáveis, sem maiores complicações. Conclusão: IRA é uma
complicação pouco conhecida com o uso de anabolizantes. Os fatores que parecem
estar associados à IRA por anabolizantes são hipercalcemia, desidratação e
hipertensão. Estudos futuros, incluindo experimentos laboratoriais, são necessários
para que se conheça os mecanismos desta nefropatia.
PO174
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ASSOCIADA À RABDOMIÓLISE E
ESTAFILOCOCCEMIA
DAHER EF(2); LIMA RSA(1); SILVA JUNIOR GB(2); ALMEIDA JPC(1); SIQUEIRA
FJWS(1); SANTOS SQ(1); QUEIROZ AL(1); LIBÓRIO AB(2); SILVA SW(1);
Serviços de Nefrologia e Medicina Intensiva, Hospital Geral de Fortaleza(1); Serviço de
Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2);
Objetivo: Aproximadamente 5% dos casos de rabdomiólise estão associados a infecções.
A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre em 33-50% dos casos de rabdomiólise. O
objetivo deste trabalho é apresentar um caso de rabdomiólise e IRA associada a
estafilococcemia. Material e Métodos: É descrito um caso de rabdomiólise e IRA
associada a estafilococcemia em um paciente que deu entrada na emergência do Hospital
Geral de Fortaleza. A história clínica, evolução e alterações laboratoriais são descritas.
Resultados: O paciente tinha 18 anos e foi admitido com história de dor em membros
inferiores, febre, náuseas, vômitos e redução do volume urinário. Ao exame apresentava
desidratação, cianose periférica e lesões cutâneas de bordos irregulares, ulceradas. Os
exames da admissão mostraram: Ur 167mg/dL, Cr 3.0mg/dL, K 7.6mEq/L, CK
133510UI/L, AST 1116UI/L, ALT 225UI/L, pH 7.31, HCO3 11mEq/L e lactato
4.3mmol/L. Hemodiálise de urgência e tratamento com antibióticos foi instituído. Após
26 sessões de hemodiálise observou-se recuperação da função renal. O paciente recebeu
alta hospitalar estável, com melhora importante do estado geral. Conclusão: IRA é uma
complicação importante da infecção estafilocócica e pode estar associada à rabdomiólise.
O rápido reconhecimento da rabdomiólise é importante para a adoção de tratamento
adequado, com hidratação vigorosa e hemodiálise nos casos mais graves.
PO175
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA SECUNDÁRIA A INTOXICAÇÃO POR
MERCÚRIO: RELATO DE CASO
BARBOSA, EA
Hospital Vera Cruz(1);
As intoxicões por mercúrio apresentam uma graduação de efeitos proporcionais a sua
acumulação no organismo. Os principais órgãos alvo da ação tóxica do mercúrio são
cérebro, pulmão, rim. e por continuidade, o sistema cardiovascular. Objetivo: descrever
caso único de intoxicação aguda por mercúrio, com graves repercussões no sistema renal.
Material e método: Estudo de caso único, tipo explanatório e descritivo, realizado no
Hospital Vera Cruz /MG no período 2007 . Resultado: JJS, masculino, 37anos,vaqueiro.
Admitido com história de ressecção de tumor no maxilar esquerdo( papiloma) realizada
há duas semanas. Apresentava acometimento de palato e de toda extensão de nasofaringe
(sítio cirúrgico) por miíase. Não havia registro de outras patologias ou uso de
medicamentos crônico .Exames iniciais registraram pressão arterial e função renal
normais. Foi submetido à videoendoscopia endonasal com sinusectomia maxilar,
etmoidal e esfenoidal á esquerda e remoção de grande quantidade de larvas vivas
inclusive em região da base do crânio, órbita, esfenóide e fossa pterigopalatina. Realizada
aplicação de cloreto de mercúrio (calomelano-Hg2Cl2) sobre a mucosa e feito
tamponamento. Paciente evoluiu com edema importante no sítio cirúrgico, anúria,
insuficiência respiratória, acidose metabolica grave, elevação importante nos níveis
pressóricos e alterações nas escórias renal. Necessitou do uso de nitroprussiato sódico e
hemodiálise. Retirado o tampão e solicitado à dosagem sérica e urinária de mecúrio
(tabela).O paciente evoluiu com gradativa melhora clínica e laboratorial, normalização
dos níveis pressórico e função renal, recebendo alta hospitalar com 45 dias de internação.
conclusão:A literatura médica nos chama atenção para os riscos de intoxicação por
mercúrio tanto proveniente de exposição ocupacional como de seu uso com objetivos
terapêudicos. A sua fisiopatologia envolve a ligação a múltiplas enzimas, com danos
microssomais e mitocondriais, podendo acometer, principalmente, o sistema nervoso,
cardiovascular, renal e respiratório. Suas consequências podem ser graves e permanentes
se não abordadas precoce e adequadamente.
PO176
INJÚRIA RENAL AGUDA POR DESCARGA ATMOSFÉRICA (RAIO)
RAMOS FILHO, R(1); PICCOLO, MTS(2); PICCOLO, MS(2); BARRETO, JCS(1);
PEDROSO, D(2); PICCOLO, N(2);
Clinica de Doenças Renais(1); Pronto Socorro para Quemaiduras(2);
Objetivo: Descrever um caso de injuria renal aguda (IRA), devido a rabdomiolise,
provocado por descarga eletrica (raio). Paciente masculino, 29 anos, 54kg, morador de
uma fazenda no interior de Goias, chegou ao pronto socorro com historia de ter sido
atingido por um raio há 19 horas. Ele foi admitido conciente, com queimaduras de
segunda e terceiro graus em 20% do corpo. Pressão arterial de 100x70mmHg. Sindrome
compartimental em membros inferiores foi diagnósticada e fasciotomia foi realizada. O
paciente desenvolveu mioglobinuria, rabdomiolise (CPK 18550) e IRA. O paciente foi
colocado em ventilação mecânica por edema agudo de pulmão no terceiro dia. Na
admissão os exames eram: Hemoglobina 12,2g/dl; hematocrito 40; leucocitos 27400;
plaquetas 121000; uréia 71mg/dl; creatinina 1.1mg/dl; CPK 18000 UI/L; potassio 5,
calcio 6,8; fosforo 4,1.Urinalise: albumina 100mg/dl; leucocitos 15p/c; hemacias
incontaveis. A uréia aumentou para 141 mg/dl e a creatinina para 5,5 mg/dl. Dialise
peritoneal foi iniciada por 5 dias e devido ao intenso catabolismo, foi iniciada
hemodiálise. O paciente permaneceu hospitaliazdo por 58 dias. Foi submetido a 11
sessões de hemodiálise neste período. O paciente recebeu alta com creatinina de 1,1
mg/dl e uréia de 62mg/dl. Conclusão: A descarga atmosférica provoca rabdomiolíse com
IRA hipercatabolica, com necessidade de hemodiálise.
PO177
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E MORTALIDADE NO PÓS-OPERATÓRIO
DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO
BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA,
VJS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1);
Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1);
Objetivo: Observar a associação entre Insuficiência Renal Aguda (IRA) e mortalidade
nos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Material e
Métodos: foi realizado um estudo retrospectivo, caso-controle, a partir da coleta de
dados de uma amostra de 186 indivíduos (45,8% do total) submetidos à cirurgia de
revascularização do miocárdio, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. As informações
obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0. Resultados: A prevalência de IRA
foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57) necessitaram de terapia dialítica. A média
de idade dos indivíduos que evoluíram com IRA foi de 62,8 (±9,4) anos, confrontando
com 61,3 (±8,8) anos no grupo sem IRA. A taxa de mortalidade encontrada no estudo
foi de 3,2% (6/186). O número de óbitos entre pacientes com e sem IRA foi 5 (8,8%) e
1 (0,8%), respectivamente, com p-valor = 0,016. A chance de morte foi de 12,3 (IC 95%
1,40 – 107,91) para os pacientes que desenvolveram insuficiência renal aguda. Entre os
pacientes que necessitaram de diálise a mortalidade foi de 50,0% (2/4) e entre os
pacientes que não utilizaram terapia dialítica foi de 5,7% (3/53), com p-valor = 0,035.
A chance de morte entre os pacientes que realizaram diálise foi de 16,7 (IC 95% 1,70 –
162,96). Conclusão: A Insuficiência Renal Aguda no pós-operatório de
Revascularização do Miocárdio é uma grave e freqüente complicação associada ao
aumento das taxas de mortalidade, principalmente quando associada à necessidade de
diálise. O conhecimento sobre a prevalência e fatores relacionados à IRA em serviços
de cirurgia cardíaca podem contribuir para um melhor seguimento e desfecho clínico
dos casos.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
59
04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO178
EVOLUÇÃO DA CREATININA SÉRICA NO PÓS-OPERATÓRIO DE
REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO
BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA,
JVS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1);
Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1);
Objetivo: Analisar a evolução da creatinina sérica entre pacientes submetidos à cirurgia
de revascularização do miocárdio com circulação extra-corpórea. Material e métodos: foi
realizado um estudo retrospectivo, do tipo caso-controle, a partir da coleta de dados nos
prontuários de 186 indivíduos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio,
entre janeiro de 2003 e junho de 2006. Os dados obtidos foram referentes ao período préoperatório e ao seguimento pós-cirúrgico, durante a permanência dos pacientes na UTI
cárdio caracterizando-se seis momentos: 1) T0 (período pré-operatório, anterior à
indução anestésica), 2) T1 (admissão do paciente na UTI cárdio, indo até às 7h da manhã
do 1º dia pós-operatório), 3) T2 (a partir das 7h do 1º dia até às 7h do 2º dia pósoperatório), 4) T3 (a partir das 7h do 2º dia até às 7h do 3º dia pós-operatório ou horário
da alta da UTI cárdio), 5) T4 (a partir das 7h do 3º dia até às 7h do 4º dia pós-operatório
ou horário da alta da UTI cárdio) e 6) Alta UTI. Os pacientes foram divididos em dois
grupos: 1) Pacientes que apresentaram IRA no pós-operatório e 2) Pacientes que
evoluíram sem IRA. As informações obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0.
Resultados: A prevalência de IRA foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57)
necessitaram de terapia dialítica. A evolução da creatinina sérica no pós-operatório
revelou que os valores foram mais elevados no grupo que desenvolveu IRA, sendo
observada diferença estatisticamente significante no intervalo T1 a T4, quando
comparado ao grupo que não apresentou IRA (TABELA I). O valor médio da creatinina
sérica na alta dos pacientes da UTI cárdio foi de 1,61 (±1,10) mg/dL no grupo IRA e 1,05
(±0,41) mg/dL no grupo sem IRA, com p-valor 0,0004. Conclusão: Mínimas alterações
nos valores da creatinina sérica não são eventos raros no pós-operatório de
revascularização do miocárdio, apresentando um impacto significativo no seguimento
dos pacientes, com decréscimo da sobrevida, devendo ser, dessa forma, estritamente
monitorizadas.
PO179
ESTUDO DO POTENCIAL DE REPARAÇÃO DAS CÉLULAS TRONCO
MESENQUIMAIS DERIVADAS DA MEDULA ÓSSEA (MSC) NA INJÚRIA
RENAL AGUDA (IRA) CAUSADA PELA GENTAMICINA (G).
REIS, LA; ORTEGA, LL; BORGES, FT; SCHOR, N
UNIFESP/EPM(1);
Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) é uma doença causada pela gentamicina
(G). A G é um antibiótico da classe dos aminoglicosídeos muito utilizado no
tratamento de infecções por bactérias Gram-negativas. A nefrotoxicidade da IRA
induzida pela G é caracterizada por necrose tubular aguda (NTA), alterações
hemodinâmicas e uma diminuição no coeficiente de ultrafiltração (KF). As células
tronco mesenquimais (MSC) têm um grande potencial terapêutico devido a sua
capacidade de auto-regeneração e diferenciação em várias linhagens celulares. Vários
autores têm relatado a contribuição das MSC derivadas da medula óssea (MO) no
processo de reparação celular. O objetivo deste estudo é investigar se as MSC podem
melhorar o dano tubular causado pela G. Métodos: As MSC foram coletadas da tíbia e
fêmur de ratos adultos Wistar machos e caracterizadas por citometria de fluxo. As ratas
Wistar fêmeas receberam injeções (i.p.) de G (40mg/Kg de peso) ou água (veículo da
G) durante 10 dias (N=10). Em seguida, foram coletadas amostras de urina e sangue
para a dosagem de uréia (U) e creatinina (Cr). Após 24, 48 horas ou 5 dias, foram
administrados 1X106 de MSC em 200μ l de PBS via (i.p.). Em seguida, novas
amostras de urina e sangue foram coletadas, e os rins removidos para histologia e
imunohistoquímica para KI67. Os resultados foram expressos como média ± EP; a
analisados pelo método One-Way ANOVA; foi considerado significante p < 0,05.
Resultados: No grupo G, a U e Cr no sangue aumentou significativamente quando
comparado ao grupo (CTL); no grupo G + MSC após 24, 48 horas ou 5 dias, houve
uma diminuição da U, Cr e no clearance de creatinina quando comparado ao grupo G,
respectivamente. Os rins das ratas tratadas com G apresentaram (+++) cruzes para a
NTA, não coraram para KI67 e os rins das ratas tratados com G e MSC 24, 48 horas
ou 5 dias apresentaram (0 ou +) cruzes para esta alteração e coloração para KI67.
Conclusão: Nossos resultados demonstraram que as MSC diminuíram a NTA causada
pela G e melhoraram a função renal desses animais.
PO180
N-ACETYLCYSTEINE (NAC)-INDUCED INHIBITION OF P53 PROTECTS
AGAINST SEPSIS-RELATED ACUTE KIDNEY INJURY (AKI)
VOLPINI, RA(1); SOUZA, ACCP(1); DE BRAGANCA, AC(1); SANCHES, TR(1);
SHIMIZU, MHM(1); ANDRADE, L(1); SEGURO, AC(1);
FM-USP(1);
Pôsteres
after surgery (CLP: 0.430.08 vs. CLP+NAC: 0.800.08, p<0.01). The percentage of
fractional interstitial area was comparable to that seen in controls. These data indicate
that NAC protects against sepsis-related AKI by modulating inflammation and oxidative
stress. Our results show that this NAC protection involves p53 suppression and p21
induction, providing a novel description of the mechanisms by which sepsis causes
kidney injury. (Supported by FAPESP, CNPq)
Group
Control
CLP
CLP+NAC
Ccr (ml/min/100gBW)
1.140.09
0.350.05a,b
0.680.14
MAP (mmHg)
1053.17
RBF (ml/min)
3.00.14
p53
0.550.06
p21 (% of control)
99.74.1
Interstitial area (%)
5.750.7
76.27.5c
2.150.31c
1.00.07a,e
59.71.7a,f
11.60.9a,e
81.56.1c
2.00.10c
0.480.07
80.72.0d
6.20.6
ap<0.001 vs. Control; bp<0.05 vs. CLP+NAC; cp<0.05 vs. Control; dp<0.01 vs. Control;
ep<0.001 vs. CLP+NAC; fp<0.01 vs. CLP+NAC
PO181
ERYTHROPOIETIN (EPO) REVERSES SEPSIS-RELATED ACUTE KIDNEY
INJURY (AKI) BY INHIBITING NUCLEAR FACTOR KAPPA B (NF-B) AND
UPREGULATING ENDOTHELIAL NITRIC OXIDE SYNTHASE (ENOS)
SOUZA, ACCP(1); VOLPINI, RA(1); SANCHES, TR(1); SHIMIZU, MHM(1); SEGURO,
AC(1); ANDRADE, L(1);
FMUSP(1);
The pathophysiology of sepsis involves complex cytokine and inflammatory mediator
networks, a mechanism to which NF-B activation is central. eNOS downregulation
contributes to sepsis-induced endothelial dysfunction. EPO has emerged as a major
tissue-protective cytokine in the setting of stress, including sepsis, and has an eNOSmediated vascular protective effect. We investigated the role of EPO in sepsis-related
AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were divided into three
groups: control (n =5); CLP (n=7); and CLP+EPO (n=7). EPO (4000UI/kgBW, ip) was
administrated 24h and 1h before CLP. We measured arterial blood pressure, creatinine
clearance (Ccr), serum lactate, and interstitial area 48h after CLP. Immunohistochemical
staining (for NF-kappa B) and immunoblotting (for e-NOS) were performed in kidney
tissue. Inulin clearance (Cin, ml/min/100gBW, n=6/group) was measured at 24h after
surgery. Data are mean+-SEM. In CLP+EPO rats, Ccr improved, as confirmed by Cin at
24h after surgery (CLP: 0.43+-0.08 vs. CLP+EPO: 0.99+-0.12, p<0.01). EPO treatment
corrected anemia, as well as normalizing lactate, MAP and fractional interstitial area. In
conclusion, EPO renoprotection is dependent on eNOS activation and is partly due to
inhibition of the inflammatory response via downregulation of NF-kappa B. Our findings
provide a novel description of the mechanisms by which sepsis causes AKI. (Supported
by FAPESP, CNPq)
a p<0.001 vs. control; b p<0.001 vs. CLP+EPO; c p<0.01 vs. control; d p<0.05 vs.
CLP+EPO; e p<0.05 vs. control; f p<0.01 vs. CLP+EPO.
PO182
PRINCIPAIS MOTIVOS DE INTERNAÇÃO DO PACIENTE COM
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
BATISTA, MA(1);
Hospital e Maternidade São Francisco-Sociedade Beneficente São Camilo-SBSC(1);
Introdução: O rim é um dos órgãos que mais freqüentemente falha em pacientes críticos,
com conseqüências graves.A Insuficiência Renal Aguda (IRA) está associada ao
aumento de 3 a 6 vezes da mortalidade hospitalar, portanto pesquisar sobre os principais
motivos de internação do paciente com IRA na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
tornou-se método deste estudo. Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo
caracterizar pacientes com IRA internados na UTI do Hospital e Maternidade São
Francisco de Assis (HMSFA) da Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC) - Crato/CE,
bem como identificar os principais motivos de internação destes pacientes. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa do tipo retrospectiva em uma Unidade de Terapia Intensiva
onde realizaremos uma análise de prontuários no período de 2007 à 2008 na qual iremos
optar pelos registros dos pacientes com diagnóstico de IRA onde será fornecido pela
central de processamento de dados (CPD) do hospital. Serão selecionados, tendo como
critério de inclusão os pacientes cujos índices de creatinina sérica variam de 1,8 a 4
mg/dl. Os dados serão coletados em instrumento apropriado, tabulados e analisados sobre
os critérios do estudo RIFLE*. Conclusão: O presente estudo possibilitará ao profissional
de enfermagem uma melhor padronização sobre os principais motivos de internação do
paciente com IRA na UTI bem como sobre a incidência, historia natural prevenção e
tratamento.
PO183
The oxidative stress occurring during sepsis can induce renal damage, leading to high
mortality. Sepsis is also a transcriptional activator of p53, a tumor suppressor protein that
modulates cellular stress responses and regulates the cell cycle. The protective
antioxidant effects of NAC have been well documented. We investigated the role of NAC
in sepsis-related AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were
randomly divided into three groups: control (n=5); CLP (n=7); and CLP+NAC (n=7).
NAC was administered in drinking water (4.8g/L) from 5 days before until 48h after
CLP. We measured blood pressure, creatinine clearance (Ccr), renal blood flow (RBF)
and renal interstitial area at 48h after surgery. Immunohistochemical staining (for p53)
and immunoblotting (for cytoplasmic p21) were performed in kidney tissues. Inulin
clearance (Cin, ml/min100gBW, n=6 per group) was measured at 24h after surgery. Data
are meanSEM. In CLP+NAC rats, Ccr improved, as confirmed by the higher Cin at 24h
60
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ÁCIDO ASCÓRBICO (VITC) NA SÍNTESE DE
ÓXIDO NÍTRICO (NO) E NA PREVENÇÃO DA NEFROTOXICIDADE EM
RATOS TRATADOS COM GENTAMICINA (GENTA)
MOREIRA, MA(1); BOZZO, TA(1); TOREGA, FFS(1); LONARDO, T(1); MOURO,
MG(1,2); HIGA, EMS(1,2);
Disciplina de Nefrologia(1); Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em
Evidências UNIFESP/ EPM(2);
Objetivo: O objetivo do nosso trabalho foi avaliar o efeito da VIT C sobre a síntese de
NO e sobre a nefrotoxicidade GENTA. Material e métodos: Utilizamos 32 ratos Wistar
machos (200-250g): controle (CTL) veículo (água), VIT C (ácido ascórbico efervescente,
1g/kg peso/dia por gavagem), GENTA (garamicina, 100mg/kg peso/dia via
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
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Pôsteres
intraperitoneal) e GENTA + VIT C simultaneamente. Os animais foram tratados por 7
dias e após esse período coletamos urina de 24h e sangue e os rins removidos para
histologia. (n = 8 para todos os grupos). Resultados:O NO sérico (μ M) dos grupos
CTL e VIT C foram semelhantes (60,9 ± 3,3 vs 61,5 ± 7,9); no grupo GENTA aumentou
(93,1 ± 8,9 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C diminuiu (60,7 ± 7,9 vs
GENTA) (P < 0,05). O NO urinário (μ M) nos grupos CTL (2.272 ± 212,5) e VIT
C (2.172 ± 199,9) foram semelhantes; no grupo GENTA reduziu (614,3 ± 127,6 vs CTL
e VIT C); no grupo GENTA + VIT C aumentou (1.564 ± 124,7 vs GENTA) (P < 0,05).
A uréia sérica (mg/dL) nos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (14,6 ± 1,9 vs 14,7
± 1,1); no grupo GENTA aumentou (55,4 ± 14,1 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA +
VIT C diminuiu (20,6 ± 4,2 vs GENTA) (P < 0,05). A creatinina sérica (mg/dL) dos
grupos CTL e VIT C foram semelhantes (1,3 ± 0,3 vs 1,5 ± 0,2); no grupo GENTA
aumentou (4,7 ± 1,3 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C reduziu (1,7 ± 0,4 vs
GENTA) (P < 0,05). Lesão grave com degeneração severa dos túbulos proximais e
congestão dos vasos foi observada no grupo GENTA, estando reduzidas no grupo
GENTA + VIT C. Conclusão: Nosso trabalho sugere que a vitamina C proteja contra a
nefrotoxicidade causada pela gentamicina, melhorando a biodisponibilidade do NO.
PO184
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA POR PICADAS DE ABELHAS
BEZERRA, EM; DE MORAIS, TP; DE OLIVEIRA, RA; DA SILVA, LSV; DINIZ, LF;
OLIVEIRA, LT.
Universidade Federal do Ceará-Faculdade de Medicina do Cariri(1); UNIRIM(2);
Introdução: Acidentes por picadas de abelhas africanizadas tem sido descritos como
causa de insuficiência renal aguda (IRA). A rabdomiólise é um dos mecanismos mais
comumente associados. O número de picadas e o tempo decorrido entre o acidente e a
chegada ao hospital são determinantes em relação aos resultados da IRA. Objetivos –
Descrever dois casos de IRA por rabdomiólise causada por múltiplas picadas de abelhas
africanizadas. Materiais e métodos – Serão realizadas análises de prontuários.
Resultados: Os dois casos foram em pacientes do sexo masculino com 54 e 61 anos de
idade, agricultores que foram vítimas de ataque maciço por picada de abelhas
africanizadas, com lesões principalmente em áreas exposta, como face e membros
superiores, pescoço, mas também em áreas cobertas como o tronco. No primeiro caso, o
paciente (54 anos) foi imediatamente atendido no hospital da cidade de origem, sendo
depois encaminhado ao serviço de nefrologia com diagnóstico de IRA, enquanto que o
segundo paciente foi transferido apenas oito dias após o ataque. Ambos chegaram com
quadro de anasarca, hipertensão arterial, oligúria com urina de aspecto vinhoso e
evoluindo para anúria. Apresentavam também sintomas de uremia. No paciente 1 os
exames de admissão revelavam: U-216mg/dl; Cr-6,3mg/dl; CPK-22.190U/L. Já o
paciente 2: U-202mg/dl; Cr-15,8mg/dl; K+-7,0mEq/L; CPK- 550U/L. Tentado estímulo
com furosemida em dose alta sem resposta, indicando-se início de hemodiálise (HD). O
paciente de 54 anos ficou em programa de HD três vezes/semana e por volta do 40º dia
da admissão começou a aumentar progressivamente o débito urinário com recuperação
completa da função renal, sendo suspensa HD. O paciente de 61 anos apresentou
infecção secundária de pele com formação de pústulas, evoluindo com choque séptico
refratário a antibióticos e drogas vasoativas indo a óbito no final da primeira semana de
HD. Conclusão: Ataques maciços por abelhas africanizadas podem causar rabdomiólise
e consequentemente IRA. A IRA nestes casos geralmente é severa com anúria e
necessidade de terapia renal substitutiva na maioria das vezes. O atendimento precoce
pelo nefrologista pode melhorar o prognóstico.
PO185
LESÃO RENAL AGUDA APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO
ROBERTO CAMARGO NARCISO(1); LEONARDO ROLIM FERRAZ(2); JÚLIO
CÉSAR MARTINS MONTE(1); OSCAR FERNANDO PAVÃO DOS SANTOS(2,2);
MARCELO COSTA BATISTA(1); SÉRGIO MIES(2); MARCELINO DE SOUZA DURÃO
JR(1);
Universidade Federal de São Paulo(1); Hospital Israelita Albert Einstein(2);
Introdução: O transplante hepático é uma terapia bem reconhecida para o tratamento da
doença hepática terminal. No Brasil, os dados mais recentes mostram que no ano de 2006
foram realizados 1025 transplantes de fígado. A Lesão Renal Aguda (AKI), nome
proposto para descrever o conjunto dos variados graus de disfunção renal de instalação
abrupta, afeta de 12 a 64% dos transplantes hepáticos, conforme a definição de AKI
empregada. Casos severos de AKI freqüentemente necessitam de terapia renal substitutiva
(TRS) como medida de suporte enquanto houver disfunção renal. Meetodos: Neste estudo
retrospectivo, analisamos os transplantes realizados entre janeiro de 2002 e novembro de
2006 em um único centro, a fim de identificar os diferentes fatores de risco implicados no
desenvolvimento da AKI conforme definida pelo grupo AKIN. Identificamos também, as
diferenças entre os fatores de risco associados à necessidade de TRS de acordo com o
período de início da terapia, e seu impacto nas várias medidas do nível de creatinina. A
partir das características significantes (p<0,05) na análise univariada, um modelo de
regressão proporcional de Cox foi obtido, tendo a necessidade de TRS como variável
dependente, e o tempo até o início da TRS como variável tempo dependente. Resultados:
Um total de 444 transplantes foram realizados em 395 pacientes, no período estudado. Os
transplantes de rim e fígado (n=12), ou em pacientes já em TRS antes do transplante
(n=23), ou pacientes menores de 18 anos foram excluídos da análise. Escore APACHE II,
o uso de aprotinina no intraoperatório, disfunção do enxerto hepático, uso de polimixina
B e o nível sérico de creatinina pré-transplante foram identificados como fatores de risco
para TRS precoce. Para TRS tardia os fatores de risco encontrados foram: uso de drogas
vasoativas, diagnóstico de sepse, e uso de polimixina. O diagnóstico de AKI ajustado pelo
escore de propensão esteve associado um aumento de três vezes no risco de óbito durante
a internação do transplante. Conclusão: A disfunção renal precoce após o OLT está
relacionada diretamente às complicações do procedimento e a doença renal anterior ao
transplante, enquanto a disfunção tardia está associada às complicações infecciosas.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO186
ACOMETIMENTO RENAL NO TÉTANO: RELATO DE CASO E REVISÃO DA
LITERATURA
RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, LECTÍCIA JORGE, REGINA ABDULKADER,
ETIENNE MACEDO.
FMUSP(1);
Objetivo: relatar o caso de um homem de 45 anos, previamente hígido, que desenvolveu
tétano após um ferimento cortocontuso em pé. Ao longo de sua evolução necessitou
intubação orotraqueal para proteção de vias aéreas e apresentou uma insuficiência renal
aguda (IRA) com necessidade dialítica. Houve discreta elevação de CPK, o que não
justificava a perda de função renal por rabdomiólise. No entanto, uma avaliação criteriosa
dos sinais vitais evidenciava franca disautonomia. Permaneceu em ambiente de UTI
(unidade de terapia intensiva) por algumas semanas, recebendo altas doses de
benzodiazepínicos, sulfato de magnésio e fenobarbital. Evoluiu com recuperação
completa da função renal. Material e Métodos: revisão da literatura através do Pubmed
(acute renal failure and tetanus) e ilustração com o caso supracitado. Resultados: de
acordo com a literatura, o comprometimento renal no tétano pode ocorrer por diferentes
mecanismos: desidratação, rabdomiólise, sepse e disautonomia. Esta última parece ser a
mais importante na maioria dos casos, o que ficou nítido no nosso paciente. Conclusão:
apesar de ser uma doença cada vez mais rara em virtude do sistema de vacinação infantil,
o tétano ainda está presente nos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil. Em um
percentual significativo destes doentes a IRA ocorre e, ao contrário do que muitos pensam,
a disautonomia tem um papel mais importante que a rabdomiólise em sua fisiopatologia.
PO187
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) SECUNDÁRIA A ARTERITE DE
TAKAYASU: UM RELATO DE CASO
ACIOLI, TML; GUEIROS, AP; DE OLIVEIRA, EAO; DE AMORIM, GJ; ROMERO, S;
LEITÃO, L; COELHO, SN
Hospital das Clínicas - UFPE(1);
A arterite de Takayasu é uma vasculopatia inflamatória, granulomatosa, não
aterosclerótica que acomete grandes vasos, principalmente aorta e ramos principais.
Objetivo: Descrição de caso clínico de paciente com IRA e Arterite de Takayasu. Paciente
e método: relato de caso acompanhado na nefrologia de hospital universitário. Resultados:
18 anos, masculino, pardo, estudante, natural e procedente de Jaboatão. Foi admitido no
hospital com cefaléia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) oligúria e disfunção renal. Há
um ano com diagnóstico de HAS. Dois meses antes da admissão, iniciou tonturas, astenia,
mialgia e febre intermitente. Cinco dias antes detectou-se PA=220X110mmHg,
ureia=158mg/dl e creatininar=7,6md/dl . Ao exame físico regular estado geral,
hipocorado, subfebril. CV: RCR, 2T, BNF s/ sopros, FC=72bpm, PA=190x130mmHg,
sopro carotídeo e de artérias subclávias. Sem alterações de pulsos periféricos e a pressão
arterial nos membros sem diferenças. Abdome sem alterações. Exames complementares:
USG renal sem alterações. A Aortografia a aorta toraco-abdominal tinha lesão em espelho
nas artérias subclávias com áreas de estenoses e aneurismas, a aorta abdominal era
tortuosa e oclusão completa das artérias renais, com trombose bilateral. Angiotomografia
multislice, evidenciou tênue passagem de contraste para os rins por colaterais. O paciente
foi submetido a terapia dialítica e uso de 4 classes de drogas para controle da HAS. O
paciente foi submetido a revascularização renal bilateral/bypass das artérias ilíacas com
veia safena esquerda. Recebeu alta após 56 dias com recuperação da função renal, controle
da pressão arterial. Após seis meses de seguimento apresenta U=49mg/dl e Cr=1,3mg/dl
com Clearence de Creatinina de 92ml/min. Conclusão: este caso descreve que a HAS,
condição comum na prática clínica, pode ser a manifestação inicial de uma doença rara
como a arterite de Takayasu. O diagnóstico exige um elevado grau de suspeição, exames
laboratoriais e de imagem. A proposta terapêutica e tecnicamente bem sucedida
possibilitou o resgate da função renal deste paciente.
PO188
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA DIALÍTICA E NÃO DIALÍTICA EM
PACIENTE COM MALÁRIA POR PLASMODIUM FALCIPARUM EM
HOSPITAL (CLÍNICA MULTIPERFIL) DE LUANDA-ANGOLA-ÁFRICA.
DI-NIZO, FER(2); VIEIRA, RJ(2); HERNANDEZ, RC(2); RODI, MA(1); GIANINI,
RM(2); SOUZA, CM(1); SANTOS, MFD(2);
Clínica de Nefrologia e Transplante Renal do Tatuapé(1); Clínica Multiperfil(2);
Objetivo: descrever 2 casos de malária complicada com IRA. Casos: Caso 01- HB,
masculino, 55 anos, chinês, chegou ao PS com confusão mental e febre. Transferido para
CTI; exames iniciais: Hb 13, HTC 40, Plaqs 34.000, L6.500, Neutr 93,7%, Linf 4,8%,
Na 132, K4,3, Cai 0,9, TGO 253, TGP 103, Ur 45, Cr 1,7, BT 6,2, BD 4,8, glic 144,
albumina 1,7, gota espessa 28/c. No 2º DI hipoglicemia e oligúria. Iniciou tratamento
com quinino. No 3º DI quadro congestivo, Cr 6,1, oligo-anúria e inicio de HD diária –
total de 14 sessões. No 12º DI diurese 800mL/dia e 16º DI 1550 mL/dia porém, Cr 6,2 e
Ur 179, foi descontinuada a HD, paciente manteve diurese chegando a Cr 2,6 Ur 143 no
23º DI e na alta 26º DI Cr 1,2 e Ur 35. Caso 02 - XQ, masculino, 39 anos, chinês, chegou
ao PS uma semana após ter diagnóstico de malária não complicada (gota espessa 7/c)
recebendo medicação artemisina IM para casa. Não fez uso correto da medicação e por
estar com febre, mal estar e vômitos foi internado. Exames Cr 2,2 , Ur 158, glicose 52,
TGO 26, TGP 55, gota espessa 6/c. Iniciou quinino na enfermaria. Por apresentar-se bem
clinicamente, diurese de 1500mL/24h foi avaliado laboratorialmente 3 dias após,
evidenciando naquele momento Cr de 22,4 e Uréia de 262, K 4,8, Na 136, Hb 8,6, HT
27,7, TGO 10, TGP 75. Repetidos no dia seguinte Cr 20 e Ur 163. Neste momento a
nefrologia foi chamada para avaliação e estando o paciente clinicamente estável, sem
qualquer sinal ou sintoma urêmico, mantida diurese optou-se por hidratação EV e exames
diários. Ao longo dos 25 dias seguintes a Cr e Ur foram caindo lentamente chegando ao
término Cr 1,1 e uréia 30. Resultados: demonstramos através do exposto que o
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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14 de setembro de 2008 - Domingo
tratamento dialítico é de suporte na vigência de quadro oligo-anúrico na malária, o
importante é a prevenção de instabilidade hemodinâmica e outros fatores complicadores
na IRA. Conclusão: A IRA na Málaria por plasmodium falciparum traduz uma necrose
tubular aguda instalada e que normalmente tem um tempo de recuperação assistido
limitado. Nos casos apresentados a IRA não oligúrica pode ser manejada clinicamente e
teve igual tempo de recuperação ao da IRA dialítica.
PO189
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE MORTALIDADE PELO ATN-ISS EM
PACIENTES DE UNIDADE INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
NO RIO DE JANEIRO
ANTUNES, N; ANDRUG FILHO, E; BINO, F; CARDOSO, LR.
UFRJ(1);
Introdução: diversos índices de estratificação de risco foram estudados com o objetivo de
predizer a evolução de pacientes graves. Tem sido proposta a utilização de índices
específicos para pacientes com insuficiência renal aguda (IRA). Objetivo: avaliar e
comparar as taxas de mortalidade e o escore de severidade individual de necrose tubular
aguda (ATN-ISS) em pacientes que desenvolveram IRA na unidade de terapia intensiva
do HUCFF / UFRJ a fim de verificar a viabilidade de usar rotineiramente este índice
prognóstico. Métodos: foram avaliados prospectivamente 28 pacientes com IRA,
acompanhados até recuperação do quadro renal ou óbito. Os pacientes foram divididos em
dois grupos: Grupo I: sobrevida e Grupo II: óbito. O escore ATN-ISS foi aplicado pelo
nefrologista no momento da primeira avaliação. A análise estatística foi feita utilizando
teste t de Student e regressão logística, com óbito como variável dependente. O valor de
p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: a média de idade dos
pacientes foi de 55,8±18,5 anos e 50% eram do sexo masculino. As principais causas da
IRA foram sepse (53,6%) e isquemia (35,7%). Oligúria estava presente em 85,7% dos
casos e 89,2% dos pacientes necessitaram de hemodiálise. A maior parte dos pacientes
evoluiu para o óbito (60,7%), 52,9% evoluíram com recuperação da função renal e um
caso (3,6%) evoluiu com doença renal crônica. As doenças infecciosas foram as principais
causas de óbito (52,9%). A mediana [Min-Max] do escore ATN-ISI do Grupo I foi 0,70
[0,17-0,84] e a do Grupo II foi de 0,74 [0,42-0,93] (p = 0,27). A análise dos grupos por
regressão múltipla não se mostrou significativa (p = 0,24). Conclusão: o escore de ATNISI não se mostrou eficiente na discriminação entre sobreviventes e não sobreviventes nos
grupos de pacientes com IRA na população estudada.
PO190
ESTUDO DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA
RENAL AGUDA (IRA) DIALÍTICA EM UNIDADE TERAPIA INTENSIVA (UTI)
LIMA, RA(1); PEREIRA, BJ(1); QUEIRÓS, VBLC(1); LARANJA, SMR(1);
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL(1);
Objetivos: avaliar a mortalidade e recuperação funcional em UTI de pacientes dialíticos
de acordo com método dialítico utilizado, estudar se a mudança do método dialítico e
quais fatores clínicos ocasionam alteração na recuperação funcional e evolução clínica.
Métodos: revisados 130 pacientes dialíticos no ano 2007 e coletados dados de sexo, faixa
etária, classificação da IRA; método dialítico optado inicialmente e se houve mudança
,dados de recuperação da função renal e evolução clínica. O método de diálise foi optado
de acordo com o estado hemodinâmico, sendo os instáveis submetidos a métodos
contínuos lentos (CVVHD e CVVHDF) ou hemodiálise extendida intermitente e os mais
estáveis a hemodiálise convencional intermitente (HDI) .As variáveis qualitativas foram
representadas por freqüência absoluta (n) e relativa (%) e as quantitativas por média,
desvio padrão (dp), A presença de associação entre recuperação e óbito e demais
variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado e quando necessário pelo
Teste do Qui-quadrado da Razão de Verossimilhança.Os grupos foram comparados
quanto aos tempos de internação na UTI e de acompanhamento pelo Teste de MannWhitney para amostras independentes.Foi adotado o nível de significância de 0,05 e
níveis descritivos (p) inferiores a esse valor considerados significantes e representados
por *. Resultados: Foi encontrada associação significativa entre recuperação dos
pacientes e a 1ª diálise (p=0,035), onde a maior parte daqueles que recuperaram (94,1%)
fizeram HDI e porporcionalmente menor no grupo dos sem recuperação (72,6%); os
pacientes com recuperação permaneceram na UTI por um tempo maior (49,7±30,5 dias)
do que os pacientes do grupo sem recuperação (14,7±13,6 dias p<0,001) e foram
acompanhados por um tempo significantemente maior, bem como tiveram evolução
clínica mais favorável. Conclusões: pacientes estáveis e submetidos a HDI inicialmente,
internados por mais tempo na UTI tiveram recuperação funcional renal melhor; não
houve impacto na mortalidade a mudança do método
PO191
AVALIAÇÃO DA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) DURANTE E APÓS A
SUSPENSÃO DO TRATAMENTO COM GENTAMICINA (G) EM RATOS.
CHRISTO, JS; MOURO, MG; CELEDEZE, MA; SIMÕES, MJ; SCHOR, N; HIGA, EMS.
UNIFESP(1);
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a possível correlação entre a
recuperação da função renal após a suspensão do tratamento com gentamicina com
alterações na produção de óxido nítrico (NO) em ratos. Materiais e métodos: Ratos Wistar
machos foram tratados com veículo da G (grupo CTL) e com G (100mg/kg) intraperitoneal
durante 10 dias. Após o tratamento foi realizada a coleta de sangue e urina de 24 horas para
análise da função renal e metade dos animais foram sacrificados e seus rins retirados e
preparados para a análise histológica. Nos demais animais esse procedimento foi realizado
após 30 dias de suspensão da droga. Resultados: Após 10 dias o grupo G desenvolveu uma
diminuição da função renal, caracterizada por um aumento significante de creatinina sérica
(5,4± 1,1 versus CTL 1,3±0,4 mg/dl e uréia 333,1±71,6 versus CTL 42,9±2,6mg/dl); uma
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Pôsteres
diminuição da uréia na urina (46,1± 3,4 versus CTL 88,5± 4,1mg/dl) e do clearance de
creatinina (0,5± 0,1 versus CTL 1,2±0,1mg/dl) e uma diminuição da síntese de NO na urina
(383,6±101,5 versus CTL 2.717±159,7 µm). A análise histológica confirmou uma necrose
tubular severa nos ratos tratados com G quando comparado ao grupo CTL. Após 30 dias
da suspensão do tratamento com G observamos a normalização da função renal com
diminuição da creatinina sérica (1,1±0,2 versus CTL 1,2±0,2 e uréia sérica 57,4±5,4 versus
CTL 40,6±0,8mg/dl), aumento da uréia na urina (80,3±4,1± versus CTL 80,3±1,8mg/dl) e
do clearance de creatinina (1,5±0,1 versus CTL 1,1±0,1mg/dl) uma leve necrose tubular e
uma recuperação parcial do NO urinário (2.294,0±256,5 versus CTL 2.917,0 ±241,5 µm).
Conclusão: Estes resultados sugerem que o NO tem um efeito protetor na Insuficiência
Renal Aguda induzida por G em ratos
PO192
ALCALOSE METABÓLICA SEVERA E INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
HIPOCALÊMICA DEVIDO A ESTENOSE DUODENAL
ANDRADE, L(1); OLIVEIRA, M(1); MARINHO, T(1); MARTINS, S(1); FERREIRA,
L(1);
Instituto de Infectologia Emilio Ribas(1);
As causas clássicas IRA hipocalêmica descritas na literatura são leptospirose, lesão renal
por aminoglicosídeos e anfotericina B e nefroesclerose hipertensiva maligna. A depleção
de volume secundária a vômitos incoercíveis, pode resultar em redução da perfusão renal
causada pela diminuição do volume circulante efetivo levando a quadro de insuficiência
pré-renal importante. O conteúdo gástrico contém grande quantidade de HCl. Em
indivíduos normais a secreção gástrica de hidrogênio não permite a alcalose metabólica,
desde que haja secreção pancreática de bicarbonato estimulada pela presença de ácido no
duodeno. No entanto, na presença de vômitos não existe estímulo para secreção do
mesmo no duodeno gerando alcalose de contração. A alcalose metabólica desencadeia
desvio do potássio para dentro das células e secreção desse íon nos túbulos renais distais
gerando redução de sua concentração plasmática. OBJETIVOS: Relatar o caso de um
homem com IRA hipocalêmica secundária a estenose duodenal, revisão de literatura e
diagnósticos diferenciais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso, os dados
utilizados foram coletados do prontuário do paciente. RESULTADOS: CI, 41anos,
masculino, procedente de SP, com vômitos incoercíveis há 15 dias, após ingestão de água
contaminada com ratos. Nega uso de medicações ou mialgia. Sendo encaminhado a UTI
do Instituto de Infectologia Emílio Ribas com suspeita de leptospirose. EF: MEG,
sonolento, confuso, eupneico, AAA, desidratado 2+/4+, PA 120 x 70, FC 83, abd
doloroso em epigastro. Ex lab: Hb: 12, leuc 8900 (81% seg, 4% linf), plaq 125000, Na
130, K 2,3, Mg 2, Cl 98, creat 4,7, uréia 320, CPK 553, TGO 23, TGP 41, BbT 1,3. Gaso
arterial: pH 7,52, pO2 67, bic 46, BE 21, sat O2 94%. UI: dens 1020, pH 6,0, prot 1+, Bb
1+, Hb 4+, céls epit 16000, leuc 94000. PCR 56. Sorologia leptospirose negativa. EDA:
estenose total em canal pilórico. Bx: gastrite crônica intensa com metaplasia intestinal
completa. H. pylori negativo. CONCLUSÃO: A estenose duodenal apesar de não estar
descrita como causa clássica de IRA hipocalêmica, deve ser lembrada como diagnóstico
diferencial, permitindo a instituição de terapêutica adequada evitando maior morbidade.
PO193
PREDITORES DE DIÁLISE E MORTALIDADE EM 100 PACIENTES
CRÍTICOS COM IRA
SOUZA, SP(1); MATOS, RS(2); BARROS, LL(2); ROCHA, PN(2);
Hospital Geral Roberto Santos(1); Faculdade de Medicina da Bahia(2);
Objetivos: Identificar preditores de diálise e mortalidade em pacientes críticos com IRA.
Métodos: Estudo prospectivo, observacional, conduzido na UTI do HGRS entre 11/07/06
e 28/08/07. Incluímos apenas os pacientes com diagnóstico de IRA acompanhados pelo
serviço de Nefrologia. Resultados: Acompanhamos 100 pacientes. A idade média foi de
58,23 +/- 19,72 anos, 52% eram homens e 57% negros ou mulatos. A IRA foi
classificada como clínica em 55% dos casos, cirúrgica em 31%, obstrutiva em 5% e
obstétrica em 1%. Na maioria (89%) dos pacientes, houve diagnóstico de sepse; 84%
utilizaram ventilação mecânica e 82% drogas vasoativas. Na primeira consulta, a IRA foi
classificada como RIFLE-F em 70% dos casos; 54% apresentavam oligúria (< 400 ml/d).
Foi realizada diálise em 56% dos casos. Em análise univariada, foram preditores de
diálise: ventilação mecânica, drogas vasoativas, oligúria, e uréia > 150 mg/dl. Na análise
multivariada, apenas oligúria (RC 4,71; IC 95% 1,74 a 12,75; P = 0,002) e uréia > 150
mg/dl (RC 8,31; IC 95% 2,17 a 31,87; P = 0,002) permaneceram como preditores
independentes. O tempo entre a primeira consulta e a primeira diálise foi de 1,98 +/- 3,53
dias. Os métodos dialíticos foram: hemodiálise clássica 60%, SLED 10%, CVVHDF
54%. Anticoagulação foi utilizada em 37% dos casos dialíticos. A mortalidade geral foi
de 68%. Em análise univariada, foram preditores de óbito: ventilação mecânica, drogas
vasoativas, hiperlactatemia e oligúria. Na análise multivariada, apenas lactato > 2,5
mmol/l (RC 11,5; IC 95% 2,0 a 65,4; P = 0,0057) e noradrenalina > 1 ug/kg/min (RC 5,0;
IC 95% 1,9 a 21,6; P = 0,0282) permaneceram como preditores independentes.
Conclusões: Nesta população de pacientes críticos com IRA, uremia e oligúria foram as
principais indicações de diálise. A mortalidade foi elevada e associada a hiperlactatemia
e uso de noradrenalina em doses elevadas.
PO194
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA PÓS-RENAL OCASIONADA POR
CLOROMA DE BEXIGA
SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); NOGUEIRA, LR(1); SANTOS,
E(1); CASTRO, GM(1); SIMÕES, NMS(1); LIMA, ARG(1);
Hospital São Domingos(1);
Introdução: Pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA), especialmente na sua forma
monocítica, podem ocasionalmente apresentar infiltração leucêmica de sítios extra-
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
medulares. Tais lesões podem adquirir um aspecto tumoral, conhecido por sarcoma
granulocítico ou cloroma, devido à sua coloração característica observada pelas técnicas de
imuno-histoquímica. Os sítios mais comumente acometidos são a pele e a gengiva.
Eventualmente, outros locais podem ser envolvidos como os linfonodos, intestino,
mediastino, espaço epidural, útero e ovários. Infiltração da bexiga é raramente descrita
Objetivo: Apresentar um caso de Insuficiência renal aguda pós-renal ocasionada por
infiltração vesical por cloroma (sarcoma granulocítico), em uma paciente portadora de
LMA Relato de Caso: A.R.S.P, fem, 65 anos, teve o diagnóstico de LMA M1 em julho de
2005. Fez 3 ciclos de Dauno + Ara C, entrando em remissão completa já no primeiro ciclo.
Em abril de 2007, cerca de 1 ano e 9 meses de remissão completa medular, paciente passou
a apresentar cefaléia e vômitos. CT de crânio revelou lesão expansiva no hemisfério
cerebelar direito. Submetida à craniotomia com ressecção completa da lesão. O anatomopatológico do tumor foi de aspecto morfológico consistente com infiltração por neoplasia
hematopoética, compatível com LMA após confirmação por imunohistoquímica.
Submetida à radioterapia e quimioterapia (QT) intra-tecal. Em agosto de 2007, paciente
passou a relatar dor supra-púbica e urgência miccional,. US do aparelho urinário
demonstrou espessamento acentuado da parede vesical posterior e discreta hidronefrose
bilateral. Biopsia vesical obtida por cistoscopia revelou aspectos morfológicos consistentes
com infiltração leucêmica vesical. Submetida a novo ciclo de QT pois também havia
recidiva medular. Com melhora da sintomatologia. Em fev 2008, foi internada com oliguria
e uremia sendo iniciado tratamento dialítico US e CT revelaram hidronefrose bilateral e
espessamento importante de parede vesical. Submetida à nefrostomia percutânea à D, com
recuperação da função renal e alta do tratamento dialítico. Submetida a um novo ciclo de
QT em março de 2008, com recuperação do volume urinário por via uretral e redução do
diâmetro da parede vesical, sendo retirada a sonda de nefrostomia, com alta hospitalar em
abril de 2008. Conclusão: O sarcoma granulocítico (cloroma) é uma forma extra-medular
de LMA. A sua localização na bexiga é extremamente incomum.
PO195
SEGUIMENTO TARDIO DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL NA
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI): COMPARAÇÃO ENTRE
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) E DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
RIBEIRO, RHCM(1); ZANETTA, DMT(1); CIPULLO, JP(1); LIMA, EQ(1); LOBO,
S(1); BURDMANN, EA(1);
Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1);
Objetivo: Comparar o desfecho tardio de pacientes com IRA e DRC estágio 5
sobrevivendo à internação em UTI. Métodos: Todos os pacientes admitidos em uma UTI
de um hospital universitário terciário (HB da FAMERP) entre1998 e 2000 foram
analisados. Foram identificados 239 pacientes com IRA e 28 com DRC que
sobreviveram à internação. Em 11 pacientes não foi possível fazer o seguimento. O
tempo de seguimento para 231 pacientes com IRA foi 8,7 anos e de 8,5 anos para 25
pacientes com DRC. Os dados são apresentados como mediana (intervalo) ou
porcentagem. Resultados: A mortalidade tardia foi maior no grupo IRA: 80,5% vs 48%
em DRC (p<0,001). Variáveis analisadas no tempo de internação da UTI mostraram que
os pacientes com IRA eram mais velhos (58,6 [14,5-98,6] vs 43,2 [16,1-75,9] anos em
DRC, p=0,001), apresentava mais homens (65,4 vs 48 % in DRC, p=0,086), ficaram
internados por um tempo maior (8 [1-89] vs 5 [2-45] dias em DRC, p=0,032), tinham
menor Cr à admissão na UTI (1,3 vs 6,7 mg/dl em DRC, p<0,001) e maior prevalência
de choque (66,7 vs 26% em DRC, p=0,002). Os pacientes com DRC tinham maior
prevalência de hipertensão (84 vs 66,7% em IRA, p=0,077), maior porcentagem de
admissão por causas clínicas na UTI (100 vs 71% em IRA, p=0,002), maior prevalência
de diálise (100 vs 32% em IRA, p<0,001) e maior prevalência de insuficiência
respiratória (76 vs. 10,4%, p<0,001). Número de falências orgãnicas, prevalência de
diabetes e de doenças cardiovasculares, porcentagem de re-admissão na UTI, prevalência
de infecção, acidose metabólica e hipercalemia foram similares nos 2 grupos. As curvas
Kaplan-Meier de sobrevida de pacientes com IRA e DRC foram diferentes (log-rank
p=0,015). O modelo proporcional de COX mostrou que idade (p=0,038) e IRA (p=0,044)
foram as variáveis associadas à mortalidade tardia. Conclusão: Pacientes com IRA que
sobreviveram à internação em UTI apresentaram mortalidade tardia significativamente
maior do que pacientes com DRC que sobreviveram à internação no mesmo período.
PO196
MONITORIZAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL EM PACIENTES TRATADOS COM
AMINOGLICOSÍDEO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
DIAS, MGCA(1); CAMPOS RG(1); SOARES, PJP(1); OLIVEIRA, JFP(1); BURDMANN
EA(1);
Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1);
Objetivo: Analisar se os pacientes que utilizaram aminoglicosideo (AG) em um hospital
universitário terciário tiveram sua função renal monitorizada em algum momento durante
o uso deste antibiótico. Métodos: Foram analisados os prontuários dos pacientes que
fizeram uso de AG no HB da FAMERP entre fevereiro e junho de 2007. Coletaram-se
informações sobre tempo de uso, creatinina sérica (Cr, até 30 dias antes, durante e até sete
dias após o uso do AG) e enfermaria (clínica ou cirúrgica) onde o paciente estava
internado. Foram incluídos pacientes maiores de 12 anos e excluídos os pacientes da
Pediatria, Emergência e Terapia Intensiva. Resultados: AG foi utilizado em 946 pacientes,
sendo que 786 (83%) eram da área cirúrgica e 160 (17%) da área clínica. O AG foi
utilizado por um dia em 590 pacientes (grupo A), 217 utilizaram dois a quatro dias (grupo
B) e 139 por mais de cinco dias (grupo C). A maioria dos pacientes do grupo C estava na
área cirúrgica (67%). Cr não foi solicitada em 239 (30,4%) pacientes da área cirúrgica e
em 10 (6,25%) paciente da área clínica (p<0,0001 clínica vs cirúrgica). A Cr não foi
solicitada em 20% dos pacientes que usaram AG por mais de cinco dias (18,2% da área
cirúrgica e 2,1% da área clínica, p=0,0066). Setenta pacientes apresentaram Cr > 1,5
mg/dl até 30 dias antes do uso de AG (39 na cirurgia e 31 na clínica). Houve pedido
adicional de dosagem de Cr durante ou após o uso de AG em apenas 51 destes pacientes
14 de setembro de 2008 - Domingo
(61% na cirurgia e 87% na clínica, p=0,029). Entre os pacientes com Cr monitorizada após
o uso de AG detectou-se aumento de Cr > 0,3 mg/dl em 17,3% dos pacientes clínicos e
9,6% dos pacientes cirúrgicos. Conclusão: Não se detectou monitorização adequada da
função renal em número expressivo dos pacientes internados recebendo aminoglicosideos,
incluindo aqueles com função renal basal já alterada. Este achado foi significativamente
mais freqüente em áreas cirúrgicas. Estes resultados reforçam a necessidade de campanhas
educativas sobre nefrotoxicidade de drogas, mesmo em hospitais universitários.
PO197
EFEITO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA PRÉVIA NO PROGNÓSTICO
TARDIO DE PACIENTES CRITICAMENTE ENFERMOS SUBMETIDOS A
DIÁLISE
THOME, FS(1); BALBINOTTO, A(1); GUIMARAES, JF(1); HECK, R(1);
GONCALVES, TH(1); MORSCH, C(1); BARROS, EJG(1);
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1);
Aproximadamente 30% dos pacientes com dano renal agudo (DRA) são portadores de
doença renal crônica (DRC) que pode estar associada a um pior prognóstico. Objetivo:
Avaliar a sobrevida e a recuperação da função renal após a alta em pacientes com dano
renal agudo portadores de DRC. Métodos: Estudo prospectivo de coorte incluiu todos os
pacientes adultos, com dano renal agudo e necessidade de diálise, admitidos em CTI de
junho de 2006 a abril de 2008. Os pacientes foram divididos em dois grupos: sem DRC
prévia, creatinina sérica normal, ou com DRC. Os sobreviventes foram contatados até um
ano após a alta hospitalar, avaliando mortalidade e permanência em diálise. Análise
estatística usou o programa SPSS, versão 14.0. Curvas de sobrevida foram calculadas com
o método de Kaplan-Meier, e o modelo de Cox foi usado para análise multivariada dos
fatores prognósticos, com nível de significância de 0,05. Resultados: Um total de 385
pacientes internados no CTI desenvolveram DRA com necessidade de diálise. Destes,
56% eram homens, e a idade média 57,3±16,8 anos. A maioria, 296 (77%), não tinha DRC
e 89(23%) eram portadores de DRC prévia. Um total de 73 pacientes (19%) estava vivo
até um ano após alta hospitalar, 58 (19,6%) do grupo sem DRC, e 16 (18%), com DRC
prévia ao insulto renal agudo (p>0,05). Dos sobreviventes, 11 (15%) permaneceram
dependentes de diálise sem recuperação da função renal. Destes, 3 (4% dos sobreviventes
e 1% do grupo inicial) eram do grupo sem DRC e 8 (11% dos sobreviventes e 9% do grupo
inicial) do grupo com DRC (p<0,05). A análise de Cox mostrou que os pacientes que
recuperaram a função renal eram mais do grupo DRA (p=0,019), mais jovens (p=0,017) e
usaram vasopressor menos freqüentemente (p<0,001). Considerando o desfecho
combinado de mortalidade e estar em diálise observamos que o único fator associado a
pior prognóstico foi ter DRC prévia (p=0,008). Conclusão: Observamos que a mortalidade
dos pacientes com DRA foi semelhante em portadores ou não de DRC prévia. No entanto,
a permanência em diálise foi significativamente maior nos portadores de DRC, nos mais
idosos e naqueles que usaram vasopressor.
PO198
ATIVAÇÃO DA VIA DE SINALIZAÇÃO DO NFKB PELO LPS E ALTA
CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE EM CÉLULAS MESANGIAIS HUMANAS
EM CULTURA
ABREU, NP(1); TASSETANO, RCT(1); OLIVEIRA, AS(1); BORGES, FT(1); SALES,
EBO(1); MACHADO, J(1); SCHOR, N(1);
Universidade Federal de São Paulo(1);
Introdução: A Injúria Renal Aguda (IRA) está freqüentemente associada com a falência
múltipla de órgãos e sepse. A presença do Diabetes Mellitus (DM) pode comprometer a
evolução e o prognóstico da IRA. Objetivo:O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do
lipopolissacáride da E.coli (LPS) na presença de elevadas concentrações de glicose em
células mesangiais humanas imortalizadas em cultura (hMC), mimetizando ambiente
diabético. Métodos: Foram utilizadas hMC cultivadas em meio DMEM. O “DM” foi
induzido através de exposição das hCM ao meio hiperglicêmico (30mM), nos tempos de
10min, 30min, 1h, 5h e 24h. A “sepse” foi provocada pela incubação com LPS 100µg/ml,
nos mesmos tempos. A expressão gênica do p65, membro da família do NF B
foi analisada por PCR em tempo real; a quantificação da Ang II foi analisada por ELISA.
Realizou-se Western Blot para estudo dos níveis de fosforilação do AKT. Resultados: A
expressão do RNAm do p65 aumentou nos grupos Glicose (3,3 +/-0,2 unidades
arbitrárias) e LPS (3,3 +/-0,6 unidades arbitrárias) comparado ao grupo controle (1,0 +/0,09 unidades arbitrárias) (p<0,05) após 24h. Foram observados aumentos constantes nos
níveis de fosforilação do AKT em células tratadas com meio hiperglicêmico durante
10min a 5h, entretanto a exposição ao LPS induziu um aumento tempo-dependente nos
níveis de fosforilação desta proteína nestes mesmos períodos. Interessantemente, os
níveis de Ang II foram reduzidos nos grupos LPS 1h e 24h (0,3 +/-0,05 e 0,3 +/-0,01
ng/ml) respectivamente comparado ao grupo não tratado (0,5 +/-0,01 ng/ml) (p<0,05).
Conclusão: Esses dados sugerem que a exposição ao meio hiperglicêmico e ao LPS
induziram ativação da via de sinalização do NFkB e aumentaram sua expressão gênica
nas células mesangiais humanas. Este aumento pode estar envolvido na inibição da
produção de Ang II nestas células.
PO199
ENVOLVIMENTO CRÍTICO DA CITOCINA IL-12 NA LESÃO DE ISQUEMIA
E REPERFUSÃO RENAL.
PAIVA, VN(1); CÂMARA, NOS(1); MONTEIRO, RMM(2); PACHECO-SILVA, A(2);
REIS, MA(3); TEIXEIRA, VAP(3).
Universidade de São Paulo(1); Universidade Federal de São Paulo(2); Universidade
Federal do Triângulo Mineiro(3).
Introdução: A lesão de isquemia e reperfusão renal é considerada uma síndrome
inflamatória, onde a resposta do sistema imune inato e adaptativo tem uma função
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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decisiva. Contudo, vários trabalhos já demonstraram a participação de citocinas na
lesão renal. O papel das citocinas que possam estar envolvidas com os severos danos
renais decorrentes da lesão de isquemia e reperfusão ainda é objeto de estudo.
Aqui,nós investigamos a função de várias citocinas relacionadas a via Th1 e
Th2. Métodos: Animais nocaute para citocinas IL-12, IL-10/IL-12, IL-4, IFN-γ e
IFN-γ/IL-12 com seus respectivos controles C57BL/6, ambos foram submetidos à
oclusão dos pedículos renais por 45 minutos, seguido por 24 horas. Em cada grupo,
sangue e rins foram coletados para análise. A função renal foi estimada pela dosagem
dos níveis de creatinina plasmática, análises morfológicas e a expressão de genes
citoprotetor como HO-1 e o gene pró-inflamatório como IL-6 por tempo renal
também foram investigadas. Resultados: Os camundongos IL-12 KO e os animais
duplo nocaute em IFN-γ/IL-12 foram absolutamente protegidos. Os animais duplo
nocaute para IL-10/IL-12 apresentam maior dano renal quando comparado com os
animais IL-12 KO. Ao contrário, animais IL-4 KO que apresentam um dano renal
semelhante quando comparados com os animais controles. De forma interessante, os
animais IFN-γ KO apresentam maior dano renal quando comparado com os animais
selvagens. Os animais que não foram protegios da lesão renal como IL-4, IL-10/IL12 e IFN-γ apresentaram maior expressão gênica HO-1 e da citocina IL-6.
Conclusão: A citocina específica do perfil Th1 (IL-12) esta certamente envolvida
com a lesão de isquemia e reperfusão demonstrando que essa citocina é deletéria para
o tecido renal e seu micro ambiente pode amplificar a resposta inflamatória e inibir
a resposta protetora tecidual.
PO200
PRÉ-CONDICIONAMENTO INDUZIDO POR GENTAMICINA EM CÉLULAS
LLC-PK1 ENVOLVE PRODUÇÃO DE NO, ENDOTELINA-1, MAS NÃO HSP 70
E 90.
PESSOA, EA(1); CONVENTO, MB(1); BORGES, FT(1); SCHOR, N(1);
Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1);
Pré-condicionamento refere-se à situação em que um animal, órgão ou célula
submetida a uma agressão adquire resistência quando a agressão é repetida. O
mecanismo dessa proteção é desconhecido, mediadores como óxido nítrico, adenosina
e várias “heat shock proteins” (HSP) podem estar envolvidas. Este trabalho tem como
objetivo estudar o pré-condicionamento induzido pelo antibiótico gentamicina
(GENTA) em células tubulares renais proximais. Células LLC-PK1 foram submetidas
à GENTA (2mM) e o mesmo insulto foi aplicado após 1 e 2 semanas.Necrose e
apoptose foram determinadas por corantes específicos. Proliferação foi estudada pela
contagem do número de células. Produção de óxido nítrico foi avaliada pelo método
de Griess e a quantificação da endotelina-1 foi feita por um kit específico. Avaliação
das HSC 70 constitutiva, HSP 70 induzível e HSP 90 foi feita por western blotting.
Houve um aumento significativo na necrose e apoptose induzida pelo tratamento com
GENTA (necrose: 23,5 ± 4,3 %; apoptose: 26,5 ± 2,8%) quando comparados ao
controle (necrose: 11,8 ± 4,4 %; apoptose: 3,2 ± 1,2 %). Após pré-condicionamento
por 2 semanas, observamos uma diminuição na necrose e apoptose induzida por
GENTA (necrose 6,5 ± 0,3 %; apoptose: 6,5 ± 2,1 %) e um aumento significativo na
proliferação celular que retornou ao níveis normais do controle mesmo na presença de
GENTA. A produção de NO e endotelina-1 aumentou significativamente após précondicionamento por 2 semanas, mas não houve diferença na produção das HSP 70,
HSC 70 e HSP 90. Os resultados sugerem que as células LLC-PK1 foram précondicionadas duas semanas após estímulo com GENTA. A produção de NO e
endotelina-1, mas não a produção de HSP 70, HSC 70 e HSP 90, estão envolvidas no
pré-condicionamento pela gentamicina.
PO201
PENTOXIFILINA NA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ISQUÊMICA EM
RATOS
OKUMURA, AS(1); RODRIGUES, LE(2); MARTINELLI, R(1);
Serviço/Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade
Federal da Bahia(1); Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundação Bahiana
para o Desenvolvimento da Ciência(2);
Objetivo: Isquemia é uma importante causa de insuficiência renal aguda (IRA).
Pentoxifilina (PTX), derivado da metil-xantina, aumenta a oxigenação tissular e a
função endotelial e inibe a produção de citocinas pro-inflamatórias.
Adicionalmente, foi documentado efeito protetor da PTX na IRA experimental
relacionada a endotoxina. O objetivo do presente estudo foi avaliar o possível
efeito protetor renal da PTX na isquemia, através da medida da respiração
mitocondrial como índice de lesão celular. Material e Métodos: Ratos SpragueDawley foram submetidos a nefrectomia à direita. O rim esquerdo foi, então
submetido a isquemia por clampeamento da artéria renal durante 45 minutos.
Imediatamente após a retirada do clamp, 1ml da solução de PTX (100 mg/ml) foi
injetada por via endo-venosa; no grupo controle, submetido aos mesmos
procedimentos, foi injetado 1 ml de salina. Cinco minutos após a injeção, o rim
esquerdo foi removido, homogeneizado e submetido a centrifugação diferencial
refrigerada. A atividade mitocondrial foi avaliada pelo consumo de oxigênio,
medido polarograficamente. Resultados: A respiração endógena mitocondrial de
rins de ratos tratados com salina foi 9.20 + 1.0 η mol O2/mg proteina/min e
do grupo tratado com PTX foi 8.9 + 1.4 η mol O2/mg proteina/min (p>0.05).
Quando estimulado por succinato houve aumento similar no consumo de oxigênio
nos dois grupos: 17.9 + 2.3 e 18.1 + 2.1η mol O2/mg proteina/min no grupo
controle e no grupo tratado com PTX, respectivamente (p>0.05). Conclusão: No
presente estudo não foi demonstrado efeito protetor renal da PTX na isquemia. É
possível que ao tempo da administração da PTX as mitocôndrias já estivessem
lesadas pelo processo de isquemia/reperfusão e o seu efeito tenha sido insuficiente
para reverter a lesão celular.
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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO202
FAS SOLÚVEL ESTÁ ASSOCIADO COM ANEMIA NOS PACIENTES
GRAVES COM IRA EM HEMODIAFILTRAÇÃO CONTÍNUA
GÓES, MA(1); QUINTO, BMR(1); DALBONI, MA(1); CENDOROGLO, M(2); PAVÃO,
OF(2); MONTE, JC(2); DURÃO, MS(2); PEREIRA, VG(2); OLIVEIRA, M(2); IZUKA,
I(2); SANTOS, BFC(2); BATISTA, MC(1);
Universidade Federal de São Paulo(1); Hospital Israelita Albert Einstein(2);
Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis séricos de sFas e os níveis de hemoglobina
(Hb) nos pacientes graves com IRA em hemodiafiltração veno-venosa contínua
(CVVHDF). Métodos: Foram analisados 40 pacientes graves com IRA em CVVHDF e
29 indivíduos controles saudáveis. Dados demográficos incluíram idade, sexo e
APACHE II na admissão do paciente no Centro de Terapia Intensiva (CTI). As amostras
sanguíneas foram coletadas na admissão da CTI, antes do início da CVVHDF e 24h após
o início da CVVHDF. Foram dosados níveis séricos de: Hb, sFas, interleucina-10 (IL10), eritropoietina sérica (Epo) em todos os pacientes. Resultados: Comparados aos
controles saudáveis, os pacientes com IRA apresentaram menores níveis de Hb, maiores
níveis séricos de sFas antes do início da CVVHDF (p<0,001). Após 24 h de CVVHDF,
os pacientes com Hb<9,0 g/dl na admissão da CTI apresentaram níveis séricos de sFas
maiores (5966+2159) comparados com pacientes com níveis de Hb>9,0 g/dl
(4292+2392; p=0,03). Os níveis séricos de sFas após 24h de CVVHDF (4877+ 2424)
foram maiores do que no início da CVVHDF (4121+ 2145; p<0,001), enquanto que os
níveis de Hb apresentaram uma tendência a diminuir do início (9,4+1,5) para após 24h
de CVVHDF (9,2+1,0; p=0,44). Os níveis séricos de Epo no início da CVVHDF (79,9+
93) foram menores do que após 24h (117+110; p=0,03). No início da CVVHDF os níveis
séricos de sFas apresentaram correlação negativa com Hb (r= -0,35; p=0,03).
Observamos também que os níveis séricos de sFas apresentaram correlação positiva com
os níveis séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF (r=0,48; p=0,02); Por sua vez os níveis
séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF apresentaram correlação positiva com os níveis
de Epo sérica após 24h (r=0,33; p=0,03). 24 pacientes receberam tratamento com
rHuEPO desde o início da CVVHDF, sendo que 04 (16,7%) evoluíram para óbito.
Conclusão: Anemia e elevados níveis séricos de sFas são prevalentes e associados nos
pacientes graves com IRA em terapia renal substitutiva. Os níveis de sFas foram maiores
nos pacientes com anemia pronunciada, inferindo potencial atuação desta proteina na
gênese da anemia nestes pacientes.
PO203
PREVENÇÃO DA NEFROTOXICIDADE POR CONTRASTE EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS: COMPARAÇÃO DE HIDRATAÇÃO COM CLORETO DE
SÓDIO E BICARBONATO DE SÓDIO
SILVA, RG(2,3); SILVA, NG(2); ZANETTA, DMT(1); BURDMANN, EA(1,3);
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1); Hospital do Câncer da Fundação
PIO XII(2); Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(3);
Objetivo: Testar a eficácia da hidratação com solução de bicarbonato de sódio 154
mEq/L (1,3%) e a hidratação com cloreto de sódio a 154 mEq/L (0,9%), na prevenção da
nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos. Métodos: Os indivíduos do
estudo são pacientes oncológicos do Hospital do Câncer da Fundação PIO XII de
Barretos, submetidos à tomografia computadorizada com uso de contraste radiológico de
baixa osmolaridade. Os critérios de inclusão são idade > 18 anos, filtração glomerular
(RFG) estimada (MDRD) > 30 e ≤ 60 ml/min/1,73m2 e/ou ser portador de
diabetes melitus e ter assinado consentimento informado. Os pacientes são randomizados
em dois grupos, grupo Bic (bicarbonato) recebe solução contendo 154 mEq/L de
bicarbonato de sódio em água, em infusão contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do
procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o exame e por 6 horas após o procedimento. O grupo
SF (soro fisiológico) recebe solução contendo 154 mEq/L de cloreto de sódio em água,
em infusão contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o
exame e por 6 horas após o procedimento. Nefropatia por contraste foi definida como
queda de 25% no RFG basal, necessidade de diálise ou aumento ≥ 0,5 na
creatinina pré contraste após 48/72 horas do exame. Resultados: Foram incluídos até o
momento 21 pacientes, 11 no grupo Bic e 10 no grupo SF. Os grupos SF e Bic foram
semelhantes quanto à idade (60±4 e 61±3 anos), peso (75±3 e 66±4 kg), volume de
contraste (100 e 105 ml), creatinina basal (0,84±0,08 e 0,83± 0,08 md/dl) e RFG précontraste (97±10 e 78±8 ml/mim/1,73 m2). Nenhum paciente desenvolveu nefropatia por
contraste até o momento. Conclusão: Nesta amostra inicial, a hidratação com bicarbonato
de sódio apresentou eficácia similar à com cloreto de sódio na prevenção da
nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos submetidos à tomografia
computadorizada.
Metabolismo Mineral
PO204
HIPERPARATIREOIDISMO SEVERO EM FASE CONSERVADORA DE
NEFROPATIA DIABÉTICA: RELATO DE CASO
FERRAZ, FHRP
Hospital Regional da Asa Norte(1);
Introdução: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicação frequente da
insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular
destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham
algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTS nas fases
conservadoras ainda são conflitantes. Objetivo, Materiais e métodos : Relato de caso de
paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos,
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral (janeiro/07 )devido disfunção
renal. Queixas: "urina espumosa", nictúria e dores difusas membros inferiores há 3
meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos, dislipidemia,
hiperuricemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de: daonil, diamicron,
metformina, captopril e nifedipina .Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160X80 mmHg,
sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais (jan/07): hemoglobina 10mg/dl;
hematócrito 30; uréia 99; creatinina 3.8 (clearance estimado 23 ml/min ), cálcio 13,
fósforo 3,6 fosfatase alcalina 184, ácido úrico 12mg/dl, glicemia 124mg/dl, hbglicosilada
7%, proteinúria 1,17g/24horas. Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética nãoproliferativa.Exames imagem(jan/07): Ultrassom= rins tamanho normal; CT abdomen=
presença de calcificações parietais extensas acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos.
Solicitado PTH e Cintilografia Paratireóides. Resultados: PTH=1.595 pg/ml,
Cintilografia= presença adenoma paratireóide em 1/3 inferior lobo tireoidiano direito.
Evolução: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07 com boa evolução e alta
uma semana após.Anátomo-patológico= adenoma folicular sem evidência neoplasia.
Evolução: bom ganho ponderal ( 4 kg em 9 meses), melhora polaciúria e da função renal
( Cr 3,1; clearance 35ml/min). Discussão: Mesmo em subgrupos com maior prevalência
de quadros adinâmicos (como os pacientes idosos e/ou diabéticos), é necessário
avaliação rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos ainda em fase
de tratamento conservador devido seu importante impacto na sobrevida renal e
cardiovascular dos mesmos
PO205
SEVERO HIPERPARATIREOIDISMO EM FASE CONSERVADORA DE
NEFROPATIA DIABÉTICA - RELATO CASO
PAES-FERRAZ, FHR(1); QURINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1);
Hospital Regional da Asa Norte(1);
Introdução: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicação frequente da
insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular
destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham
algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTOS nas fases
conservadoras ainda são conflitantes. Objetivo, Materiais e Métodos: Relato de caso de
paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos,
masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral em janeiro/07 devido disfunção
renal. Queixas: "urina espumosa", polaciúria, nictúria e dores difusas membros inferiores
há 3 meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos,
dislipidemia, hiperuriciemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de
hipoglicemiantes orais e nifedipina. Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160x80 mmHg,
sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais: hb 10mg/dl; ht 30; uréia 99;
creatinina 3.8 (clerance 23ml/min), fosfatase alcalina 184, cálcio 13, fósforo 3,6, ácido
úrico 12 mg/dl, glicemia 124 mg/dl, hbglicosilada 7%, proteinúria 1,17g/24 horas.
Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética não-proliferativa. Exames imagem:
Ultrassom= rins de tamanho nl; CT abomen= presença de calcificaçòes parietais extensas
acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos. Solicitado PTH e cintilografia paratireóides.
Resultados: PTH=1.595 pg/ml, Cintilografia= presença hipercaptação em 1/3 inferior
lobo tireoidiano direito. Evoluçào: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07
com boa evolução e alta uma semana após. Anátomo-patológico= adenoma folicular sem
evidência neoplasia. Evolução: bom ganho ponderal (14kg em 9 meses), melhora anemia
e da funçào renal ( Cr 3,1; clearance 35ml/min). Discussão: Mesmo em subgrupos com
maior prevalência de quadros adinâmicos ( como pacientes idosos e/ou diabéticos), é
necessároio avaliação rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos em
conservador.
PO206
AVALIAÇÃO ETIOLÓGICA E ASPECTOS CLÍNICOS DE PACIENTES
PORTADORES DE CÁLCULO CORALIFORME(CC)
AMARO, CRPR; RUIZ, CRPT; DAMASIO, P; GOLDBERG, J; AMARO, JL; MUNHOZ, T.
Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista - UNESP(1);
Introdução: O CC representa 10 a 20% da nefrolitíase. Sua etiopatogenia está
associada à infecção. Outros fatores exercem papel na sua formação : as alterações
anatômicas do trato urinário e as alterações metabólicas. O objetivo foi avaliar as
causas dos CC. Pacientes e métodos: De fevereiro de 2000 até fevereiro 2008 foram
atendidos 630 pacientes. Os critérios de inclusão foram: CL cr >60 ml/min e
urocultura negativa. Avaliados: antecedentes de ITU, malformação, história familiar,
procedimentos urológicos. A investigação metabólica consistiu da coleta de urina de
24 horas: Cálcio, fósforo, ácido úrico, sódio, potássio, magnésio, oxalato e citrato e
séricas de: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Cl, PTH e pH urinário. Resultados:Encontrados
37 (5,8%) pacientes portadores de CC, cuja idade variou de 25 a 68 anos. Destes, 35
mulheres e 2 homens. Em 6 pacientes os cálculos eram bilaterais e 31 unilaterais.
Encontramos 10 pacientes nefrectomizados unilateralmente, por complicações e 1
caso de estenose de JUP. 27 pacientes foram tratados pela LECO, 15 submetidos à
nefrolitotomia percutânea prévia ou cirurgia aberta. 18 (48,6%) apresentavam história
clínica de ITU. Bactérias encontradas: Proteus mirabilis E.coli, Klebsiella,
enterobacter faecalis, streptococus, e em 6 não pode ser identificado. Destes 37
pacientes com CC, 22 foram submetidos à investigação metabólica por atenderem aos
critérios de inclusão. Dos 22, 15 (68,18 %) apresentavam alterações.. Dos 15
pacientes com alterações metabólicas, tivemos: 9 (64,2%) com hipercalciúria, 8
(53,3%) com hipocitratúria, 3 (21,4%) com hiperuricosúria, 2 (14,2%) com
hipomagnesúria e 1 (7,1 %) com hiperoxalúria, 1(7,1%) hiperparatiroidismo primário,
e 1(7,1%) de acidose tubular renal distal tipo 1. Discussão e conclusão: A ITU exerce
importante papel na formação do CC. Encontramos 5,8% de CC. Protocolos de
tratamento e acompanhamento deste pacientes portadores de CC devem estar voltados
para a prevenção da recorrência através da correção dos distúrbios metabólicos e o
controle da infecção.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO207
DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM
PACIENTES EM TRATAMENTO DIALÍTICO
BASTOS, KA(2); PEREIRA, DR(2); MENDONÇA, AS(1); MENDONÇA, LMM(2);
ANDRADE JÚNIOR, MP(1);
CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de
Sergipe(2);
Introdução: Distúrbio mineral e ósseo na doença renal crônica (DMO-DRC) é
complicação comum e importante causa de morbi-mortalidade e redução na qualidade de
vida Objetivo: Avaliar o DMO-DRC em pacientes em diálise. Métodos: Analisaram-se
os níveis séricos de paratormônio intacto (PTHi), fosfatase alcalina total (FAT),
alumínio, cálcio corrigido, fósforo, produto cálcio-fósforo (CaxP), uso de medicações
para controle do DMO-DRC e histórico e manifestações clínicas de 264 pacientes adultos
em diálise. Pacientes em hemodiálise foram comparados aos em diálise peritoneal (DP).
Compararam-se também os pacientes com hiperparatiroidismo secundário (HPT), grupo
A (PTH>450), com os de turnover ósseo incerto, grupo B (PTH<450), onde se incluíam
os de doença de baixo remanejamento (DOBR) (PTH<150). Utilizaram-se na análise
estatística os testes Qui-quadrado, exato de Fisher e "t" de Student (p<0,05). Resultados:
Predominaram hipercalcemia (60,6%), níveis normais de FAT (51,7%), de fósforo
(63,5%) e de CaxP (88,6%) e níveis de PTHi fora do recomendado (70,9%). Dor óssea
foi a manifestação clínica mais freqüente (26,1%) e cloridrato de sevelamer, o quelante
de fósforo mais prescrito (74,8%). Os em DP eram mais velhos (p = 0,0007),
apresentavam valores médios de albumina inferiores (p < 0,0001) e de cálcio e CaxP
superiores aos em hemodiálise (p < 0,0001, p = 0,024, respectivamente), não havendo
diferença para os demais parâmetros estudados. A prevalência de HPT (20,8%) foi menor
que a de DOBR (33,8%). O grupo A apresentava maiores médias de FAT (p<0,01), de
fósforo (p=0,01), de CaxP (p=0,017) e de tempo em diálise (p<0,0001), e o grupo B, de
alumínio (P=0,028). Conclusões: A prevalência de DOBR foi elevada. HPT relacionouse ao tempo em diálise, independentemente da modalidade. Apesar de a biópsia óssea ser
o padrão-ouro na análise da DMO-DRC, as limitações técnicas e financeiras à sua
utilização justificam a investigação inicial da maioria dos pacientes por métodos não
invasivos.
PO208
SOFTWARE PARA IMPLANTAR AS DIRETRIZES DO K/DOQI NO
CONTROLE DO METABOLISMO MINERAL EM PACIENTES RENAIS
CRONICOS
AMARAL FILHO, G(1); CUNHA, DR(1); BASALDUA, SB(2); RODRIGUES, FC(1);
TRINDADE, TC(2); OKADA, AU(2); YOKOYAMA, JS(1); AMARAL, G(1); GORDAN,
PA(2);
Nefroclinica de Londrina(1); IPECET - Instituto de Pesquisa Clinica, Ensino e
Tecnologia(2);
Objetivo: Diante das dificuldades para implantar as diretrizes do Kidney Disease
Outcomes Quality Initiative - metabolismo mineral (K/DOQI) em uma unidade de
diálise, desenvolvemos um software visando auxiliar a tomada de decisões da equipe
médica, uniformizar condutas, facilitar a impressão de documentos e a realização de
pesquisas. Material e métodos: O software, chamado NefroOnline - módulo metabolismo
mineral (NOL), foi desenvolvido em linguagem PHP/MYSQL, para uso online na
Internet. O NOL recebe as informações (dados clínicos, exames, medicamentos em uso),
faz a interpretação de acordo com um algoritmo baseado no K/DOQI, e apresenta ao
usuário médico as condutas sugeridas para o paciente naquele momento. O usuário
médico interpreta as sugestões e decide qual a conduta final. Após a confirmação da
conduta final, o NOL gera documentos, como receitas, solicitações e justificativas,
facilitando as impressões. O NOL emite a Revista Informativa de Nefrologia (RIN), um
boletim mensal individualizado para cada paciente, com as informações sobre os exames
e medicamentos prescritos. Também gera gráficos e pesquisas que podem ser analisados
online ou em outros programas, como Excel. O software foi testado na Nefroclínica de
Londrina, com um segmento médio de 200 pacientes durante dois anos. Resultados: A
utilização do NOL facilitou a implantação das Diretrizes do K/DOQI na unidade,
uniformizando as condutas médicas. O tempo disponibilizado para a emissão de receitas,
justificativas e solicitações médicas foi drasticamente reduzido na unidade. A emissão do
boletim mensal com informações individuais para cada paciente aumentou o
envolvimento do paciente e familiares com o tratamento, melhorando a adesão à terapia.
A analise dos gráficos e pesquisas possibilitou um melhor conhecimento do perfil do
grupo dos nossos pacientes. Conclusão: O uso do NOL facilitou a implantação do
K/DOQI e a uniformização das condutas médicas, além de reduzir o tempo necessário
para impressão de documentos. Também facilitou a geração de pesquisas e análise da
realidade dos pacientes do serviço.
PO209
EFEITO DOS QUELANTES DE FÓSFORO SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO
E MARCADORES INFLAMATÓRIOS NOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE
PERES, AT(1); DALBONI, MA(1); CANZIANI, ME(1); MANFREDI, SR(1);
CARVALHO, JTG(1); BATISTA, MC(1); CUPPARI, L(1); CARVALHO, AB(1);
MOYSES, RMA(2); GUIMARÃES, N(1); JORGETTI, V(2); ANDREOLI, MC(1);
DRAIBE, SA(1); CENDOROGLO, M(1);
UNIFESP(1); USP(2);
Objetivo: Avaliar o efeito dos quelantes de fósforo Hidrocloreto de Sevelamer
(Sevelamer) e Acetato de Cálcio sobre o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios
nos pacientes em Hemodiálise (HD). Métodos: Os pacientes em HD foram randomizados
para receber a terapia com Sevelamer (n = 17) e Acetato de Cálcio (n = 14). Foram
dosados no início e após 12 meses de seguimento: 1) Parâmetros de estresse oxidativo:
produção espontânea de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) por neutrófilos
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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polimorfonucleares (PMN) (citometria de fluxo, utilizando o DCFH-DA como
marcador); 2) Parâmetros da capacidade funcional dos PMN através da fagocitose e
produção estimulada de ERO (por citometria de fluxo, usando S. aureus marcado com
PI); 3) Parâmetros inflamatórios: Níveis séricos de TNF-α , IL-10 (ELISA),
Proteína C-reativa (PCR) (quimiluminescência) e Albumina (colorimétrico), 4)
Parâmetro laboratorial: LDL-colesterol (LDL) (método automatizado). Resultados:
Observamos uma redução da geração espontânea de ERO pelos PMN (p<0,05) nos
pacientes tratados com quelantes de fósforo. Por outro lado observamos uma redução na
produção estimulada de ERO somente no grupo tratado com Sevelamer (p=0,02).
Também, observamos uma redução nos níveis séricos de IL-10 e TNF-α e produto
CálcioxFósforo durante o seguimento para os dois tratamentos (p<0,05). Além disso, os
pacientes tratados com Sevelamer apresentaram um aumento significante dos níveis
séricos de albumina (p<0,01). Observamos ainda, uma tendência de diminuição dos
níveis séricos de PCR e uma redução significativa nos níveis séricos de LDL (p<0,05),
somente no grupo tratado com Sevelamer. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o
tratamento com quelantes de fósforo, principalmente o Sevelamer, pode levar à redução
do estresse oxidativo, o que contribuiria para diminuição da lesão endotelial. É possível
que o Sevelamer adsorva precursores e/ou compostos urêmicos pró-inflamatórios e próoxidantes, diminuindo conseqüentemente os efeitos destes sobre a microinflamação
observada em pacientes em HD.
PO210
CARCINOMA DE PARATIREÓIDE EM UMA PACIENTE COM
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE
RIBEIRO, MZD(1); DUARTE, DB(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1);
GESTEIRA, F(1); NEVES, C(1); BAHIENSE, MO(1); REGIS, AB(1); LOBÃO, R(1);
Hospital Ana Nery - SESAB - UFBA(1);
O carcinoma de paratireóide (CP) é uma neoplasia rara, que se manifesta por
hipercalcemia severa e doença renal ou óssea concomitante em mais de 50% dos
pacientes. Cerca de 1% dos casos de hiperparatireoidismo primário (HPT) é devido à
presença do CP. A presença de CP entre os pacientes com insuficiência renal crônica
(IRC) e hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é muito rara, com poucos casos
descritos na literatura. Nós relatamos o caso de uma paciente de 32 anos com IRC de
causa indeterminada em hemodiálise há oito anos encaminhada para nosso serviço com
queixa de dores ósseas em MMII e olhos avermelhados há cerca de um ano. Exames préparatireoidectomia (PTX): cálcio ionizado 1,5 mmol/dL (VN:1,16– 1,32), fósforo 9,7
mg/dL (VN: 2,7-4,5), PTH 4800 pg/mL (VN: 50-330), fosfatase alcalina 588 U/L (VN:
42-98), hemoglobina 7,9 g/dL (VN: 12-16) e hematócrito 23% (VN: 35-45);
ultrassonografia da tireóide revelou nódulos sólidos em ambos os lobos cuja citologia foi
compatível com lesão folicular; cintilografia das paratireóides com SESTAMIBI
mostrou aumento das paratireóides inferior direita e esquerda compatível com hiperplasia
ou adenoma. A paciente foi submetida à cirurgia de PTX total com auto-implante em
antebraço direito da paratireóide superior direita que tinha melhor aspecto macroscópico
além de tireoidectomia total. O histopatológico evidenciou adenocarcinoma de
paratireóide e bócio tireoideano multinodular. Apesar de ter sido realizado implante de
paratireóide em antebraço a paciente evoluiu bem no pós-operatório com normalização
dos níveis de cálcio e PTH, sendo submetida a dosagens seriadas de PTH para controle
de recidiva. É sabido que o tratamento cirúrgico é o mais efetivo para o CP, sendo os
resultados de quimioterapia e radioterapia pobres no manejo deste tumor. Portanto,
apesar dessa associação ser muito rara é importante um alto grau de suspeição clínica nos
pacientes com IRC que apresentam níveis de cálcio e PTH muito elevados, mudando
dessa forma a conduta rotineira de se implantar tecido glandular nesses pacientes.
PO211
CARCINOMA DE PARATIREÓIDE EM UM PACIENTE COM HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
DUARTE, DB(1); RIBEIRO, MZD(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1);
GESTEIRA, F(1); NEVES, CL(1); BAHIENSE, MO(1); ROCHA, PGM(1); LOBÃO, R(1);
Hospital Ana Nery - SESAB - UFBA(1);
O tipo de patologia mais comum das paratireóides é o hiperparatireoidismo primário
(HPT). Aproximadamente 1% dos casos de HPT relatados são de carcinoma de
paratireóide (CP), onde observamos níveis muito elevados de cálcio e paratormônio
(PTH). Nós relatamos o caso de um paciente de 39 anos, com quadro de dores ósseas há
03 anos com relato de múltiplas fraturas espontâneas (úmero direito, fêmur direito e
esquerdo) e presença de tumores ósseos. Laboratorialmente, destacavam-se os níveis
séricos de cálcio total 16,6 mg/dL (VN: 8,4 – 10,2), cálcio ionizado (Ca++) 2,0 mmol/L
(VN: 1,16– 1,32), fósforo 2,4 mg/dL (VN: 2,7-4,5), fosfatase alcalina 653 U/L (VN: 53128) , PTH 1614 pg/mL (VN: 50-330), uréia 92 mg/dL (VN: 7-18) e creatinina 2,1
mg/dL (VN: 0,7-1,3); RX do corpo: presença de extensas lesões líticas insuflantes
bilaterais nas tíbias; cintilografia óssea com áreas focais de aumento da atividade
osteoblástica em clavícula e úmero direitos, arcos costais, fêmur esquerdo e tíbias.
Ultrassonografia da tireóide evidenciou tireóide normal e nódulo sólido na projeção da
paratireóide inferior direita (5,0 X 3,3cm); Cintilografia de paratireóide com
SESTAMIBI revelou hiperconcentração do contraste na projeção da paratireóide inferior
direita. Previamente à cirurgia foram realizadas medidas clínicas para controle da
calcemia com hidratação vigorosa, diurético de alça e pamidronato venoso. Houve
redução parcial das escórias nitrogenadas após melhora da calcemia. O paciente foi então
submetido à cirurgia de paratireoidectomia com ressecção de tumoração volumosa
correspondente à paratireóide inferior direita de cerca de 4cm. Histopatologia revelou
adenocarcinoma de paratireóide. O paciente evoluiu bem no pós-operatório com
normalização dos níveis de Ca++ (1,26 mmol/L) e PTH (126 pg/mL), sendo seguido com
dosagens seriadas de PTH para controle de recidiva. Em conclusão, o melhor
entendimento desta condição pelos médicos torna mais fácil o diagnóstico e a
possibilidade de aumento da sobrevida destes pacientes.
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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO212
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E SEGURANÇA DO SEVELAMER EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA CLASSES IV
EV
LEAL, MS(1); WATANABE, A(1); KOCH, V(1);
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP(1);
Introdução:Alterações no metabolismo mineral e ósseo, tais como hiperfosfatemia e
hiperparatireoidismo secundário, ocorrem precocemente em doença renal crônica
(DRC), e são responsáveis por aumento significativo na morbimortalidade,
sobretudo de pacientes pediátricos. Na terapia da hiperfosfatemia, o sevelamer
oferece uma alternativa aos quelantes de fósforo (P) a base de alumínio (Al) ou
cálcio (Ca), potencialmente implicados em complicações tais como intoxicação por
Al, hipercalcemia, doença óssea adinâmica, dentre outras. Objetivo:Avaliar a
eficiência e segurança do uso do sevelamer em pacientes pediátricos com DRC IV e
V. Pacientes e Método:Estudo retrospectivo,para avaliação do uso de sevelamer em
pacientes de 3-18 anos de idade, clearance de creatinina ≤ 30 ml/min/1,73
m2, com hiperfosfatemia (K/DOQI: P> 6 mg/dL em < 12 anos de idade; P> 5,5
mg/dL em > 12 a) de difícil controle, necessitando de uso frequente de quelante de
fósforo a base de alumínio (hidróxido de Al), e/ou complicações como
hipercalcemia, associada ou não ao uso de carbonato de Ca. Este trabalho foi
aprovado pela Comissão de Bioética do I.Cr-HCFMUSP. Resultados:Após
consentimento informado, o sevelamer foi usado em 10 pacientes (ptes), idade média
11,2a (3,3 -17,1), 4 do sexo feminino; 6/10 ptes apresentavam DRC por displasia
renal/ uropatia obstrutiva, 2/10 por glomerulopatia, 2/10 por doença sistêmica; 9/10
ptes estavam em diálise, 1/9 em hemodiálise. O tempo médio de uso do sevelamer
foi de 22±13m (2-38), com dose média inicial de 127,6±89,7mg/kg/dia e final de
166,8±110mg/kg/d. Após início da terapêutica, houve diminuição do P de 6,3±1,3
mg/dl para 4,4±0,9 mg/dl, tempo médio de redução para valores < preconizado
K/DOQI em 2±1,4m. Apenas 1/10 pte necessitou de suspensão do uso da droga por
vômitos. Os valores de Ca iônico não sofreram alteração ao longo da terapia com
sevelamer (1,2±0,1mg/dl), bem como a dose necessária de bicarbonato de sódio.
Conclusão:O uso de sevelamer mostrou-se seguro em pacientes pediátricos com
DRC IV e V, apresentando-se como uma opção terapêutica na hiperfosfatemia,
sobretudo quando há riscos de intoxicação por alumínio ou hipercalcemia.
PO213
ÁCIDO URICO ESTIMULA PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE
OXIGÊNIO E PROSTAGLANDINAS CÉLULAS MESANGIAIS
CONVENTO, MB(1); PESSOA, EA(1); BORGES, FT(1); DALBONI, MA(1); SCHOR,
N(1);
Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1);
A hiperuricemia está associada ao dano cardiovascular e renal, como
glomeruloesclerose. O acúmulo de ácido úrico produz efeitos deletérios nas células
endoteliais e músculo liso vascular. O objetivo deste trabalho foi analisar a
nefrotoxicidade do ácido úrico (AU), na presença de LPS, além do mecanismo
envolvido neste dano em células mesangiais. Células mesangiais humanas foram
expostas a AU (8-50 mg/dl) e LPS (100 ug/ml) durante 24 horas. Necrose e apoptose
foram avaliados por corantes específicos. Espécies reativas de hidrogênio (ERO) foram
analisadas por 2’,7’-diclorofluoresceína. A expressão da ciclooxigenase 2 (COX2) foi
avalidada por PCR em tempo real. AU só induziu morte celular (necrose ou apoptose)
em doses acima de 20mg/dl. Porém, 8 mg/dl já aumentou significativamente a produção
de ERO (AU: 1505 ± 571 MIL; CTL: 934 ± 99 MIL). LPS aumentou a necrose (LPS:
16,5 ± 1,5 %; CTL: 5,8 ± 1,6 %) e a produção de ERO (LPS: 2211 ± 787 MIL; CTL:
495 ± 73 MIL). Associação de AU e LPS diminuiu a necrose (AU+LPS: 6,9 ± 1,4 %;
LPS: 16,5 ± 1,5 %). AU aumentou a expressão gênica da COX2 em células mesangiais
cerca de 2,5 vezes e a associação com LPS potencializou este efeito em cerca de 10
vezes. Os resultados aqui presentes sugerem que o ácido úrico induz dano nas células
mesangiais mediado pela produção de ERO. Durante uma infecção, o ácido úrico pode
diminuir a morte celular induzida pelo LPS. Porém tanto a hiperuricemia sozinha quanto
na vigência de infecção pode estimular diretamente o processo inflamatório pela
expressão da COX2 e produção de prostaglandinas.
PO214
DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO ALUMÍNICA NA DRC EM DIÁLISE NO
BRASIL: “ORDEM E PROGRESSO”
CASTRO JH, RODRIGUES LS, BEDUSCHI GC, BALBI AL, PONCE DP, MARTIN, LC,
BARRETTI P, CARAMORI JCT.
Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp(1).
Nas Diretrizes Brasileiras sobre o Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica,
foi recomendado que no diagnóstico da Intoxicação Aluminica o teste com
desferoxamina – TDFO seja realizado anualmente em todos os pacientes em
hemodiálise ou diálise peritoneal (evidência). Todavia, serviços do Brasil ainda não
dispoem de recursos suficientes para cumprir essa prática clinica. O objetivo deste
ensaio foi avaliar as indicações do TDFO frente às implicações do nivel sérico de
alumínio (Al) e frente a outras indicações clínicas, a fim de observar o impacto dessa
triagem na priorização deste método de diagnostico. Métodos: Foi analisada uma
amostra de 110 pacientes prevalentes em hemodiálise crônica quanto ao Al sérico, PTH,
índice de saturação da transferrina (IST), cálcio sérico corrigido. Classificou-se a
amostra quanto ao Al ≥50 mcg/L (Alto Risco); Al entre 50-20 mcg/L (Risco)
considerando-se pacientes com PTH normal ou baixo (≤ 300); Al ≤ 20 mcg/L (valor
falso negativo) considerando-se pacientes com sobrecarga de ferro (IST >50%).
Indicou-se em pacientes hipercalcêmicos (Ca corrigido >10,2 mg/L excluindo-se
aqueles em uso de calcitriol) e também, naqueles com indicação de paratireoidectomia
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
14 de setembro de 2008 - Domingo
– PTX, e no pós-operatório tardio (PTH <100mcg) da realização de PTX. O tratamento
da água de hemodiálise: osmose reversa. Resultados: Na amostra avaliada, 43% dos
pacientes tem implicações relevantes para investigar a intoxicação alumínica. As razões
estão apresentadas na tabela abaixo:
Indicação diagnóstica
N(%)
Quanto ao nível de alumínio
Alto Risco
1
(N=96)
Risco
8
Valor falso negativo
15
Outras indicações
Hipercalcemia
7
(n=110)
Previamente a PTX*
13
Pós PTX
3
TOTAL
47 (42,7%)
Conclusões: as diretrizes nacionais apontam as ferramentas que devem ser aplicadas no
diagnóstico da intoxicação alumínica, recomenda-se que o TDFO preceda a biópsia
óssea. Mostramos que em metade destes pacientes em hemodiálise, há indiscutível e
imediata necessidade do TDFO. É de grande importância que a bandeira seja hasteada e
discutida, mostrando-se que paralela a essa realidade há pequena disponibilidade de
laboratórios capacitados para metodologia e a necessidade de anuência dos gestores para
custeio deste serviço.
PO215
PANICULITE CALCIFICANTE EM PACIENTE COM DISTÚRBIO MINERAL
E ÓSSEO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (DMO-DRC)
PINTO, PS(1); CARMINATTI, M(1); NOGUEIRA, CM(1); SUASSUNA, PGA(1);
ABRITA, RR(1); OLIVEIRA, ARM(2); CARVALHO, MTF(2); FERNANDES, N(1);
Fundacao IMEPEN / NIEPEN da UFJF(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(2);
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente portadora de doença renal crônica (DRC) em
tratamento dialítico apresentando quadro de paniculite calcificante secundária ao
DM0-DRC. Relato do Caso: Apresenta-se o caso clínico de uma paciente de 42 anos,
branca, natural e residente em Juiz de Fora-MG, portadora de lupus eritematoso
sistêmico (LES) e nefrite lúpica classe IV, com diagnóstico há 6 anos, evoluindo para
doença renal crônica terminal há 1 ano, em tratamento com diálise peritoneal
automatizada. Há 1 ano iniciou quadro de DMO-DRC, com perfil bioquímico
sugestivo de baixa remodelação óssea, apresentando hiperfosfatemia de difícil
controle e hipercalcemia. Evoluiu com lesões cutâneas em placas enrijecidas
(“esclerodérmicas”), inicialmente pardacentas e, posteriormente, tornando-se
eritematosas, distribuídas de forma mais importante em tronco e membros inferiores.
A biópsia de pele revelou paniculite calcificante. Não apresentava atividade lúpica na
época. Foi medicada com corticosteróide oral e tópico, sevelamer, suspensão dos
quelantes à base de cálcio e utilização de banho com baixo cálcio, apresentando
melhora parcial do quadro. Conclusão: A paniculite calcificante é uma entidade
clínica rara. O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento correto. O
produto cálcio-fósforo deve ser normalizado, sendo o primeiro-passo para o
tratamento da doença.
Nefrologia Clínica
PO216
É POSSÍVEL DISSOLVER CÁLCULOS RENAIS DE DIFERENTES
COMPOSIÇÕES IN SITU? USO DE FITO-SOLUÇÃO MANIPULADA. UM
RELATO DE CASO.
RODRIGUES FS(1); GOZZO D(1); DE DEUS RB(2); FERRAZ RR(1,2,3);
Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN(1); GEN - Grupo de Estudos em
Nefrologia(2); Universidade Nove de Julho - UNINOVE(3);
Introdução: A litíase urinária é uma doença incurável, porém previnível. Atualmente
não existem soluções que “dissolvam” cálculos já formados. Objetivo: Apresentar um
possível caso de dissolução de cálculo renal bilateral após ingestão de fito-solução
hepatodiurética. Método: Revisão de prontuário e de imagens. Relato de caso: MLD,
51 anos, feminino, deu entrada no pronto socorro com dor intensa e súbita no flanco
direito; após radiografia (RX) simples de abdôme, urina I e ultrassonografia
abdominal (US). A RX foi prejudicada pela quantidade de gases intestinais, e a
urinálise evidenciou hematúria. O US revelou presença de cálculo renal bilateral.
Após a hidratação parenteral e uso de antiespasmódicos não houve a eliminação dos
cálculos; prescreveu-se hidratação oral e antiinflamatórios. Fez uso, por conta própria
e por 10 dias, de um preparado denominado fito-solução hepatodiurética composta
por: urotropina, sulfato de magnésio, água destilada, glicerol e extratos florais de
Microgramma vaccinifolia (cipó cabeludo), Persea americana Mill (abacateiro), Zea
maip (estigma de milho), Plectranthus barbatus Andrews (boldo), Solanum
paniculatum (jurubeba), Cynara scolymes (alcachofra), Piper umbellatum
(pariparoba), Phylanttus niruri (quebra-pedra), Echinodorus macrophyllus (chapéude-couro) e Smilax papyracea Puis (salsaparrilha) proposta por farmacêutico
competente. Durante estes 10 dias, por orientação do farmacêutico, a paciente fazia
coletas de urina em recipientes transparentes que possibilitavam a visualização de
urina turva, sugerindo a presença de cristais. Num segundo US, 10 dias após o
primeiro, os cálculos não foram mais observados e, na urinálise, não se observou
hematúria. A paciente nega eliminação de cálculos. Conclusão: A explicação para o
ocorrido pode ser baseada em 3 fatos: 1) artefatos de técnica foram interpretados
como cálculos renais no primeiro US; 2) ocorreu interpretação errônea da ausência de
cálculos no 2º US; 3) estamos diante de uma solução capaz de dissolver cálculos
renais in situ. Estudos adicionais com um maior número de pacientes poderiam
reproduzir e, possivelmente, esclarecer o fato.
PO217
CARACTERÍSTICAS DE 461 PACIENTES ATENDIDAS EM SERVIÇO DE
EMERGÊNCIA ENTRE JULHO DE 2007 E MAIO DE 2008.
PARADA, G(1); MACIEIRA, C(1); REIS, I(1).
Hospital Municipal Djalma Marques(1).
O Serviço de Nefrologia do Hospital Municipal Djama Marques, segundo maior hospital
de urgência e emergência da cidade de São Luís, após 1 ano de atendimentos apresenta
seus resultados. Objetivos: Conhecer o perfil dos pacientes atendidos pela nefrologia.
Resultados: Foram atendidos 461 pacientes, 56,4% do sexo masculino. A maioria dos
pacientes estava internada em enfermarias ou realizaram atendimentos ambulatoriais
(78,52%) e internados em serviço de cuidados especiais (UTI, UI, Recuperação cirúrgica,
cardiologia e Reanimação) correspondendo a 21,48%. Das doenças de base, a
insuficiência renal crônica (IRC) foi a mais prevalente (59%), seguida por insuficiência
renal aguda (27,33%), insuficiência renal pós-renal (8,24%) entre outras (5,42%). Entre as
causas da IRC o diabetes mellitus corresponde a 16,49%, HAS 9,32%, sendo a maioria
IRC indeterminada 33,19%. Noventa e oito pacientes (21,26%) foram submetidos à
diálise, num total de 1135 sessões, com variação entre 1 à 15 sessões por pacientes. Dos
pacientes que realizaram diálise, 86,73% fizeram de 1 à 5 sessões, 10,21% fizeram de 6 à
10 sessões e apenas 3,06% fizeram mais de 10 sessões. Duzentos e oitenta e dois pacientes
(61,17%) não necessitaram acompanhamento após a primeira avaliação, 30,15% dos
pacientes mantiveram segmento por 1 semana e 8,67% por duas ou mais semanas. A
média de dias em acompanhamento foi de 2,9 dias por paciente, variando entre 1 e 49 dias.
Mais da metade dos pacientes (61,82%) não necessitaram de acompanhamento, 29,72%
receberam alta, foram encaminhados para clínicas satélites ou transferidos para outros
hospitais. Apenas 8,46% evoluíram para óbito durante acompanhamento. Vinte e sete
pacientes (27,55%) que realizaram diálise evoluíram para o óbito (p<0,05). Conclusão:
Este estudo mostra que ainda temos elevado número de pacientes ambulatoriais
congestionando o serviço de atendimento especializado em emergência. E comparando-se
as taxas de mortalidade global assim como taxa de mortalidade de pacientes graves em
diálise apresentamos níveis inferiores aos principais trabalhos de referência.
PO218
COMPLICAÇÃO DE DOENÇA RENAL POLICÍSTICA DO ADULTO.
ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER, GERALDO BEZERRA DA SILVA JÚNIOR,
LARISSA MEDEIROS VERAS E ALARICO MARQUES PEREIRA NETO
Universidade Federal do Ceará.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de abscesso de cistos renais como
complicação da doença renal policística do adulto, uma doença decorrente de distúrbio
autossômico dominante e que afeta 12,5 milhões de pessoas no mundo. Material e
métodos: Descreve-se um caso de doença policística renal do adulto complicada em
paciente internada no setor de nefrologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, em
Fortaleza-CE. São relatadas História Clínica, evolução e alterações laboratoriais.
Resultados: Paciente de 40 anos, diagnosticada com doença renal policística do adulto
desde 1999, durante episódio de ITU, por USG (sic). Deu entrada no hospital no dia
06/06/2008, com história de ardúria, exsitação vesical e sensação de esvaziamento
incompleto há quinze dias, que evoluiu com aparecimento de febre alta e calafrios uma
semana antes do internamento. Trouxe exames que mostravam Cr=5,0, Leucócitos
=23.260 (4% bastões) urocultura com E. coli (>100.000 ufc/ml). Foi iniciada
antibióticoterapia com ciprofloxacina sem melhora do quadro clínico e laboratorial após
72 h do início; o ATB foi mudado para cefepime, também sem êxito após 72 h do início
(paciente ainda com picos febris de até 40 graus, sem grande melhora da leucocitose). Foi
realizada uma USG de vias urinárias dia 16/06/08 que mostrou múltiplos cistos renais,
alguns complicados (considerar hemorragia ou infecção) e coleção perirenal à E,
podendo corresponder a abscesso perirenal ou cisto roto. Foi iniciado Imipenem e a
paciente foi encaminhada à cirurgia, onde se fez necessária nefrectomia à E por presença
de vários cistos infectados e abscesso perirenal à E e colectomia parcial à E por
aderências. Paciente evoluiu bem após cirurgia, com leucócitos = 9560 (0% bastões) e Cr
= 2,2 no dia 25/06. Conclusão: Apesar da melhor descrição de pielonefrites de repetição
como complicações possíveis em um paciente com doença renal policística do adulto;
deve ser lembrado, como diagnóstico diferencial desta complicação, com clínica e
exames laboratoriais semelhantes, uma outra complicação: o abscesso dos cistos renais,
que costuma apresentar uma evolução mais complicada, com importante implicação na
morbidade.
PO219
TRATAMENTO DE ATIVIDADE LÚPICA DE DIFÍCIL RESPOSTA EM
PACIENTE COM MANIFESTAÇÃO RENAL E EM HEMODIÁLISE (HD) COM
USO DE MICOFENOLATO DE MOFETIL.
DE DEUS RB(1); SABLONSKA J(1);
GEN - Grupo de Estudos em Nefrologia(1);
Objetivo: relato de caso de tratamento de atividade lúpica em paciente em hemodiálise
com uso de micofenolato de mofetil e revisão de literatura. Relato de caso: LCMM, 41
anos, feminina, branca. Ela relata que iniciou (1997) com quadro de hematúria,
proteinúria, edema dor articular, rash malar, FAN + e anti DNA +; sendo diagnosticado
LES com manifestação renal e submetida a biópsia renal que mostrou um padrão de
glomerulonefrite membranosa II (GNMII), com perda de função renal e iniciou diálise
peritonial intermitente (DPI) em 1998. Em janeiro de 1999 foi submetida a transplante
renal com doador vivo relacionado - irmã, e apresentou sobrevida renal por 4 anos,
quando retornou para HD, a perda do enxerto foi devido a infecção pelo citomegalovírus
e submetida a enxertectomia em 2004. Antecedentes pessoais: É G2P2A0, tem histórico
de tuberculose pulmonar e hipertensão arterial. Antecedentes familiares: Diabetes
melitus e neoplasia. Legenda da tabela 1:Hb= hemoglobina(mg/dL); HTc= hematócrito;
creat= creatinina (mg/dL); col/TG=colesterol/triglicérides (mg/dL); C3,C4 e CH50
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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(UI/L)= complementos; ADNA= anti DNA; pos= positivo; neg= negativo; Albumina e
glicose (mg/dL). Conclusão: A paciente apresentou excelente resposta com uso do
micofenolato de mofetil com melhora da atividade trombocitogênica, diminuição e fim
do consumo dos complementos, melhora da hemantimetria e ausência do rash malar. A
paciente refere estar se sentindo melhor e, espera ansiosa a possibilidade do próximo
transplante renal.
PO220
ACOMETIMENTO MULTIORGÂNICO DA DOENÇA DE FABRY – RELATO
DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
AVILA, MON; COSTA, LB; MARTINS, MT; CRUZ, JG; SCHER, E; VAZ, AC;
PRUTCHANSK, G; LUCIANO, E BATISTA, PBP.
Hospital São Rafael(1)
Relato do do Caso: JIH, masculino, negro, 54 anos, tinha história de edemas desde 26
anos (1980), evoluindo com hematúria, proteinúria e cilindrúria. Recebeu diagnóstico de
doença renal crônica (DRC) estágio 5 aos 41 anos, quando iniciou hemodiálise (1995).
Não era hipertenso, mas já apresentava hipertrofia de ventrículo esquerdo, além de
insuficiência mitral discreta e síndrome do PR curto. Em programa de hemodiálise de
1995 até 2001,quando em 17/04/2001 foi transplantado com rim de cadáver,evoluindo
com clearance de creatinina de 77 a 71ml/min, discreta proteinúria (nefropatia crônica do
enxerto). Episódios de erisipela em MMII . Em 2005, exame oftalmológico descreve
córnea verticilata, o que motivou a investigação para Doença de Fabry. Atividade da alfaalgasidase A no soro(palpel de filtro) = 0,62 micromol/L/h (VR > 0,25). Atividade da
enzima em leucócitos = 0,6nmol/mg de proteína/h (VR = >1,4). O sequenciamento de
DNA genômico revelou: exon 1,2,4,5,6 e 7 normais e exon 3 polimórfico, às custas de
substituição do aminoácido alanina por aspartato na posição 156 da seqüência da proteína
(A156D), concluindo-se tratar-se de Doença de Fabry. De 2006 e 2007, cursou com
descompensações cardíacas, por piora da disfunção da válvula mitral e progressão da
nefropatia crônica do enxerto em curso. Após 2 anos do diagnóstico, iniciou terapia de
reposição enzimática com beta-algasidase recombinante, quando passou a apresentar
diarréia com muco e dor abdominal, além de massa palpável em fossa ilíaca esquerda.
Realizou retosigmoidoscopia, 2 colonoscopias, RNM de abdome e videolaparoscopia,
sendo ressecada massa de sigmóide cuja anatomia patológica revelou pseudotumor com
reação inflamatória circunjacente. Discutimos as principais manifestações sistêmicas da
Doença de Fabry, que podem simular outras doenças mais prevalentes em nosso meio.
Este fato acaba retardando o diagnóstico correto e a instituição da terapia de reposição
enzimática.
Pôsteres
positivas de pacientes que compareceram ao ambulatório com sinais e sintomas de ITUs
no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008. O agente etiológico mais prevalente
foi a Escherichia coli com 44,3% dos isolados, seguida do Staphylococcus spp.
(coagulase negativo) com 13,9%. Pacientes do sexo feminino foram os mais acometidos
(80%). Os nitritos foram negativos em 83,3% dos EAS. A bactéria E. coli mostrou maior
resistência à ampicilina (90,3%) e maior sensibilidade ao imipenem (92,6%). O
imipenem foi o antimicrobiano que mostrou menor resistência dentre todos os
antibiogramas analisados. Este estudo contribui para elucidação dos fatores
predisponentes e conhecimento do perfil bacteriano local e equivale ao primeiro passo na
busca de estratégias que visem um melhor uso de antimicrobianos na prática clínica,
evitando complicações e recidivas.
PO223
DOENÇA RENAL ATEROEMBÓLICA: RELATO DE UM CASO.
SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); OLIVEIRA, VM(1); SILVA, LVB(1); NETO,
SGK(1);
Hospital Ophir Loyola(1);
Objetivo: Relato de um caso de Doença Renal Ateroembólica. Material e métodos: Foi
realizado um estudo descritivo do caso de um paciente que desenvolveu Insuficiência
Renal Aguda secundária a embolia por colesterol. Resultados: Paciente do sexo
masculino, de 74 anos, hipertenso, submetido a cateterismo cardíaco eletivo, evoluindo
no decorrer de horas da realização do procedimento, com cefaléia frontal, disartria,
confusão mental e aumento dos níveis pressóricos. O mesmo foi admitido em UTI, sendo
diagnosticado acidente vascular cerebral isquêmico.Com o tratamento conservador
instituído o paciente apresentou recuperação do nível de consciência e reversão dos sinais
focais, porém com elevação progressiva das escórias nitrogenadas, mantendo clearance
de creatinina de 10 ml|min|1,73 m2. De alterações laboratoriais complementares
apresentou ainda eosinofilia significativa em torno de 10 %. Ultrassonografia com
Doppler de vasos renais demonstrou: Rim direito com 9,0 x 3,8 x 4,4 cm; rim esquerdo
com 8,8 x 3,6 x 4,2 cm. Relação cortico-medular preservada bilateralmente. Índice de
resistência arterial renal bilateral dentro do limite da normalidade. Biópsia renal:
glomérulos dentro do limite da normalidade com esclerose glomerular global em 3|15
glomérulos. Atrofia tubular multi-focal com fibrose intersticial moderada. Hiperplasia
fibrosa moderada da íntima arterial com embolização focal por êmbolos de colesterol.
Após o resultado da biópsia, o paciente foi encaminhado a terapia renal de substituição,
realizando hemodiálise intermitente. Conclusão: Procedimentos vasculares e
angiográficos devem ser criteriosamente indicados em função do risco do
desenvolvimento de microembolia por colesterol e conseqüente Insuficiência Renal
Aguda, sobretudo em pacientes de risco.
PO221
HIPERCALCEMIA E INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA POR USO INDEVIDO
DE SUPLEMENTO VITAMÍNICO VETERINÁRIO
PAULO NOVIS ROCHA(1); MARIA OLINDA NOGUEIRA ÁVILA(1); CAROLINA
LARA NEVES(1); MARÍLIA BAHIENSE OLIVEIRA(1);
Hospital da Bahia(1);
Objetivo: Alertar para os riscos do uso indevido de suplementos vitamínicos por
praticantes de atividades físicas. Material e métodos: relato de caso. Resultados: Paciente
de 19 anos, previamente hígido, chegou ao PS com queixas de anorexia e náuseas há 3
semanas e vômitos há 3 dias. Negou febre, dor abdominal, diarréia, icterícia ou
sangramento digestivo. Admitiu uso ocasional de álcool e cigarro mas negou uso de
drogas ilícitas. Referiu preocupação excessiva com aparência desde a infância, já tendo
feito inúmeras dietas. Nos últimos 2 anos, vinha fazendo musculação regularmente em
academia. Admitiu uso de “suplementos” mas negou uso de esteróides anabolizantes. O
exame físico revelou IMC de 25 kg2/m2 e foi completamente normal. Bioquímica
revelou: creatinina 2,6 mg/dl, cálcio 13,6 mg/dl (até 11,0) e cálcio iônico 1,99 mmol/l
(até 1,3); sumário de urina e USG renal foram normais, assim como CPK e ácido úrico.
Feito diagnóstico de IRA secundária à hipercalcemia; um componente pré-renal não pôde
ser afastado (Na urinário 19 mmol/l). O diagnóstico diferencial considerado para a
hipercalcemia foi: intoxicação por vitamina D, linfoma, doenças granulomatosas e
hiperparatireoidismo primário. Pela ausência de febre, sintomatologia respiratória,
linfadenopatia e achados radiológicos, afastamos linfoma, sarcoidose e tuberculose. O
PTH indetectável afastou hiperparatireoidismo primário. A intoxicação por vitamina D
foi confirmada pela dosagem de 25-OH vitamina D, que retornou 150 ng/ml (até 100).
Quando confrontado com os exames, paciente admitiu uso de “ADE”, composto
veterinário parenteral contendo 25.000.000 UI Vit A, 7.000.000 Vit D e 7.000.000 UI de
Vit E por ampola de 100 ml. Após 8 dias de tratamento com salina isotônica, furosemida
e uma dose de ácido zolendrônico, paciente recebeu alta com cálcio e creatinina normais.
Conclusão: O uso indevido de suplementos contendo altas doses de vitaminas A e D pode
causar sérias complicações. É preciso difundir este conceito entre os instrutores e
freqüentadores de academias para evitar a repetição de casos como este.
PO224
IMPACTO DAS DOENÇAS RENAIS NO SERVIÇO DE PRONTO
ATENDIMENTO DO HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS
SANTOS JUNIOR, ACS(1);
Polícia Militar de Minas Gerais(1);
Objetivo: O estudo tem como objetivo identificar a prevalência de atendimentos e
internações hospitalares motivadas por doenças nefrológicas no serviço de Pronto
Atendimento do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais (PA HPM). Material e
métodos: Foram incluídos 900 pacientes atendidos entre 21/04/2007 e 31/01/2008
durante as atividades de plantão do autor no PA HPM. Não houve seleção de casos. Após
cada atendimento foram armazenados em um banco de dados: nome, número do registro
do atendimento, data do atendimento, data de nascimento, sexo, raça, diagnóstico,
medicamentos prescritos, emissão de licença médica, necessidade de internação
hospitalar e resultados de exames relevantes. Os dados foram processados e os resultados
são apresentados entre parênteses correspondendo ao valor absoluto seguido pelo valor
percentual. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 46,34 anos. Os pacientes
masculinos (455; 50,56%) e os leucodermas (467; 51,89%) predominaram. Os
diagnósticos foram divididos em grupos de doenças. Os principais foram: trato
respiratório (238; 26,44%), cardiovasculares (108; 12,00%), gastrintestinais (90;
10,00%), nefrológicas (89; 9,89%), neurológicas (82; 9,11%) e psiquiátricas (70; 7,78%).
Os diagnósticos das doenças nefrológicas se distribuíram da seguinte maneira: infecção
do trato urinário (38; 42,69%), cólica renal (27; 30,34%), intercorrências em paciente
com insuficiência renal crônica dialítica (22; 24,72%) e insuficiência renal aguda (2;
2,25%). A internação hospitalar foi indicada em 12,00% do total de casos atendidos. O
grupo das doenças nefrológicas foi responsável por 21,30% do total das internações com
a seguinte distribuição: intercorrências em pacientes com insuficiência renal crônica
dialítica (11; 47,82%), infecção do trato urinário (10; 43,48%) e insuficiência renal aguda
(2; 8,70%). Conclusão: Pode-se inferir que entre os pacientes que procuram assistência
médica no PA HPM há uma elevada prevalência de doenças do trato respiratório. O
estudo demonstra também que as doenças nefrológicas têm uma participação importante
no volume de atendimentos e no número de internações realizadas no PA HPM.
PO222
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO: PERFIL BACTERIANO EM ANÁLISE
RETROSPECTIVA DE PACIENTES AMBULATORIAIS
PEREIRA, FR; (1); BIANCHINI, T.(1); OLIVEIRA, E; (1); HERDOIZA, G; (1);
NEFRON-Hemodiálise RO(1);
Resumo: As infecções do trato urinário (ITUs) são entidades de grande prevalência na
população em geral, com distribuição específica de acordo com a faixa etária e o sexo.
Na maioria das vezes, são causadas por aeróbios facultativos, que geralmente se originam
da flora intestinal, e possuem um amplo espectro de apresentação clínica a depender da
altura do trato urinário acometido. Com este trabalho objetiva-se traçar o perfil das
bactérias causadoras de ITUs no ambulatório de Nefrologia da NEFRON, de Porto Velho
– Rondônia. Para tal feito, foram analisados 22 exames de urina (EAS) e 80 uroculturas
68
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO225
FUNÇÃO RENAL E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA
EM DIABÉTICOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO PÚBLICO
MARTÍNEZ, BB(1);
Universidade do Vale do Sapucaí(1);
Introdução: A doença renal crônica (DRC) consiste em sério problema de saúde pública
mundial e sua prevalência vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos. Diabetes
mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS) estão entre as principais causas de DRC.
Objetivo: identificar os possíveis fatores de risco “modificáveis” para a função renal em
uma população de diabéticos. Método: estudo retrospectivo através do prontuário e
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
19:46
Page 69
Pôsteres
entrevista semi-estruturada de 75 pacientes diabéticos tipo 2, maiores de 18 anos e com
mais de 10 anos de DM. Foram coletados dados de creatinina (Cr), hemoglobina glicada,
LDL colesterol, HDL colesterol e triglicerídeos (TG) séricos, além de gênero, idade,
peso, estatura, circunferência da cintura e quadril, pressão arterial, tempo de DM,
tabagismo e sedentarismo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela fórmula:
IMC (kg/m2) = peso/estatura2. Considerou-se sobrepeso/obesidade quando o IMC foi >
25. A filtração glomerular (FG) estimada foi calculada pela fórmula de Cockcroft-Gault:
FG(ml/min) = 140 - idade x peso /72 x Cr (x 0,85 no gênero feminino). Considerou-se
função renal diminuída quando FG < 60 ml/min. Resultados: A média de idade do grupo
função renal diminuída (FRD) foi de 70 anos (DP=9) e do grupo função renal normal
(FRN) foi de 63 anos (10). Em ambos os grupos (FRD e FRN) predominou indivíduos
do gênero feminino (65% e 63%, respectivamente). Observou-se aumento de LDL
colesterol em 80% dos pacientes FRN e 76% dos FRD. A obesidade estava presente,
igualmente em 83% dos dois grupos. 47% dos pacientes FRN e 68,96% dos FRD eram
sedentários. O tabagismo estava presente em 23% dos FRN e 31% dos FRD. A média de
pressão arterial sistólica foi de 134 mmHg (± 21) para o grupo FRD e 127 mmHg ((± 16)
para FRN. A pressão arterial diastólica foi de 76 (± 12) para FRD e 78 (± 9,8) para FRN.
A média da hemoglobina glicada foi de 7,9 (±1,2) para FRN e 8,0 (±1,4) para FRD.
Conclusão: A presença de fatores de risco modificáveis não interferiu na evolução para
doença renal crônica neste grupo de pacientes.
PO226
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA EM PACIENTES DIABÉTICOS: UMA
REVISÃO DE LITERATURA.
SCHONHOFEN, IS.(1); BARROSO, U.(1); CRUZ, CS.(1);
Escola Bahiana de Medicina(1);
Objetivo: Realizar uma revisão de literatura dos estudos que analisaram a associação
entre bacteriúria assintomática (BA) e pacientes diabéticos, com ênfase em possível dano
renal e tratamento. Material e Métodos: A identificação dos artigos foi feita através de
busca bibliográfica na base de dados MEDLINE, LILACS, e SCIELO. Como estratégia
de busca utilizou-se as palavras chaves: (asymptomatic bacteriuria AND diabetes).
Foram incluídos artigos originais considerados relevantes ao tema em questão.
Resultados: Em 2004, Hernández et al., avaliaram se a BA influenciava
significativamente os níveis da taxa de excreção da albumina em pacientes diabéticos. A
taxa de excreção de albumina não mudou significativamente após o tratamento
antimicrobiano. Meiland et al., 2006, avaliaram o progresso da função renal e a
incidência de hipertensão arterial em mulheres diabéticas com e sem BA. Ao final, não
foi encontrada associação entre bacteriúria e a diminuição do clearance de creatinina,
assim como, entre BA e hipertensão. Em relação ao tratamento, Forland et al., 1985,
concluíram que, devido às altas taxas de reinfecção, é improvável que a antibioticoterapia
tenha um impacto na incidência da bacteriúria. Harding et al., 2002, realizaram um
ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e não encontraram qualquer
benefício no screening e no tratamento da bacteriúria em mulheres com diabetes. A
terapia, a longo prazo, não diminuiu a quantidade de episódios de infecções urinárias
sintomáticas e hospitalizações. Em 1995, Semetkowska et al. estudaram a história natural
da bacteriúria assintomática não tratada em pacientes diabéticos. Concluíram que a BA
tem um curso natural, desaparecendo, na maioria das vezes, de forma espontânea, não
podendo ser considerada um fator de risco para morbidade. Conclusão: As evidências
mostram não haver relação entre bacteriúria assintomática e dano renal. O tratamento da
BA com antibióticos em mulheres diabéticas não está indicado devido às altas taxas de
recidiva pós-terapia e ao maior risco associado de seleção de flora bacteriana multiresistente.
PO227
SÍNDROME DE NUTCRACKER: RELATO DE CASO
ALMEIDA, R DE(1); BALBINOTTO, A(1); BARROS, EJG(1); COSTA, FPM DA(1);
Hospital de Clínicas de Porto Alegre(1);
Objetivo: a síndrome Nutcracker é uma rara anormalidade vascular que causa hematúria
macroscópica persistente e recorrente. O fenômeno é atribuído a uma diminuição
idiopática do ângulo entre a aorta e artéria mesentérica superior com conseqüente
compressão da veia renal esquerda. O objetivo desse relato é alertar para a dificuldade
do diagnóstico e a importância do diagnóstico precoce desta síndrome a fim de diminuir
as complicações e o número de procedimentos desnecessários. Relato do caso: Paciente
masculino, branco, 22 anos, previamente hígido, queixa de dor em baixo ventre e
hematúria macroscópica. Negava sintomas associados ou pródomos. Associação
eventual dos episódios com esforço físico. Nega história famíliar de doença renal.
Pielografia retrógrada: Mínimas irregularidades parietais em ureteres bilateralmente.
Urografia excretora, ecografia de aparelho urinário normais. EQU: Proteínas: ++
Hemáceas: 100µ/L. Creatinina: 0,9 mg/dL. Provas de coagulação: normais. Cistoscopia:
Normal. Cultura de micobactéria na urina: Negativa. Biópsia renal: achados sugerindo
Síndrome de Alport ou hematúria benigna familiar. Audiometria normal. Arteriografia
Visceral: Cateterismo venoso seletivo de veia renal com gradiente de 3 mmHg entre a
veia renal e a veia cava inferior, compatível com hipertensão venosa. AngioTomografia:
pinçamento aorto-mesentérico com ângulo de 19º, determinando importante
compressão da veia renal esquerda com redução do calibre em aproximadamente 70 %.
Encaminhado para tratamento endovascular com Stent, sem intercorrências. Venografia
após implante sem retardo no esvaziamento e ausência de gradiente entre a veia renal
esquerda e a veia cava inferior. Paciente sem novos episódios de hemáturia após
procedimento. Conclusão: Hematúria macroscópica recorrente ou persistente é
observada como expressão de muitas doenças renais. A presença de hematúria
macroscópica de origem desconhecida deveria sempre levantar suspeita para o
diagnóstico de síndrome de nutcracker. No entanto, a síndrome é rara e de difícil
diagnóstico e as características clínicas e bioquímicas não são evidentes. Portanto, a
freqüência da síndrome de nutcracker parece ser subestimada.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO228
CAMPANHA PREVINA-SE EM OURINHOS - SP
CARVALHO, RB(1); LADEIRA, LA(1); CARVALHO, LR(1); MOTA, OA(1); ASSIS,
MR(1); SEDLAK, E(1); MIYASHIRO, LU(1); JABALI, GC(1);
Santa Casa(1);
Introdução: A divulgação da Nefrologia a população tem sido levada a efeito na Semana
do Rim em todo mundo, com palestras, outdoors e divulgação na mídia. Com a
comemoração do “Dia mundial do Rim” (13 de março), no seu 3º ano (World Kidney
Day), a equipe do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Ourinhos, aliada a Secretaria
Municipal de Saúde, Faculdades de Enfermagem, Laboratório de Análises e Indústria de
Produtos Médicos, se propuseram ao trabalho de prevenção das doenças renais segundo
Gianna Mastroianni Kirsztajn e colaboradores de São Paulo. Metodologia: Palestras na
mídia e nas faculdades, distribuição de material de divulgação da Campanha Previna-se
fornecido pela SBN. Na praça principal de Ourinhos – cidade com 105 mil habitantes no
sudoeste de São Paulo, das 9:00 as 17:00 horas do dia 13/03/2008, realizou-se a 1ª
Campanha Previna-se do município. Dela participaram estudantes de enfermagem
(aferição da pressão arterial e preenchimento das fichas, determinação da glicemia
capilar) e técnicos do laboratório para urinalise (fitas) e coleta de creatinina dos casos
indicados pelos nefrologistas presentes ao evento (Luiz Roberto Migliari de Carvalho e
Roberto Benedito de Carvalho). Resultados: 394 pessoas tiveram acesso aos exames para
pressão arterial 100%, teste glicose 100%, teste de urina 81,97%, dosagem creatinina
22,58%. A idade variou de 16 a 66 anos, sexo masculino, feminino similares; brancos
72,5%, pretos e pardos 21% e outros 6,5%. Glicemia capilar elevada em 64% (a maioria
estava em tratamento nos centros de saúde). O sedimento urinário normal em 66,5%;
urina alterada 15,7%; 17,8 não puderam coletar a urina na local (wc´s). A creatinina foi
determinada após coleta com técnica apropriada em 90 pessoas, sendo 90% em níveis
normais e 10% apresentou elevação, sendo que alguns já estavam em tratamento médico
e foram revisados no Serviço de Nefrologia. A pressão arterial alterada em 45%; vários
já estavam em tratamento nos postos de saúde e 30% destes estão sendo reavaliados no
serviço de nefrologia. Conclusão: A ser apresentada em pôster.
PO229
PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA EM PACIENTE COM ACIDOSE
TUBULAR RENAL E SINDROME DE SJÖGREN
AYUSSO, LL(1); TAKAG, MM(1); LUIZ, W(1); TERRAÇÃO, R(1); REIS, RV(1);
GREGÓRIO, BLA(1); CUNHA, TR(1); LOUZADA, HC(1); ZAGO, LA(1); VIEIRA,
DET(1); CARRASCOSSI, HL(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1);
UNIFIPA-FAMECA-SP(1);
Introdução: A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune das glândulas
exócrinas caracterizada por xerostomia e xeroftalmia, com possível envolvimento de
outros órgãos. Acidose tubular renal (ATR) manifesta ou latente, é causada por
nefropatia intersticial auto-imune. A paralisia periódica hipocalêmica (PPH) raramente é
detectada como complicação de ATR. Objetivo: Relatar caso clínico de paciente
portadora de SS e ATR que evoluiu com PPH. Paciente e Métodos: Mulher, 55 anos, com
história de há 10 anos apresentar sintomas secos como xerostomia, xeroftalmia, mucosa
vaginal seca. Além disso, refere poliúria e polidpsia. Há um ano, apresentou quadro de
dores e fraquezas musculares de membros inferiores, foi internada e no dia seguinte
amanheceu tetraplégica secundária à paralisia periódica hipocalêmica (K+: inferior a 1,5
meq/L). Foi tratada com reposição endovenosa de cloreto de potássio 19,1%, houve
melhora clínica e normalização nos movimentos musculares. Recebeu alta com potássio
sérico de 3,5meq/L, além de reposição oral com o xarope de KCl para acompanhamento
ambulatorial. Com a persistência da hipocalemia durante mais um ano, só então veio
encaminhada para nosso serviço de nefrologia. Resultados: Seguindo-se o algoritmo de
hipocalemia na primeira consulta, solicitamos novos exames e diagnosticamos ATR tipo
1 hipocalêmica. O ânion gap era normal. Discussão: Nosso paciente apresentou
hipocalemia na primeira consulta e estrategicamente foi diagnosticado ATR distal com
base na acidose metabólica hiperclorêmica (anion gap normal) e anormalidades na acidez
urinária (pH 6,3). A paralisia periódica hipocalêmica é uma complicação rara da ATR
distal e foi relatada em alguns casos de SS. Conclusão: Nós concluímos que, raros casos
de SS ocasionalmente podem apresentar-se com sintomas de PPH.
PO230
REDUÇÕES TEMPORÁRIAS NA FILTRAÇÃO GLOMERULAR, EM
PORTADORES DE DOENÇA RENAL POLICÍSTICA DO ADULTO.
MACHADO, DR(1); OLIVEIRA, R(1); MOTA, RL(1); SILVA, BL(1); CIMETTA, T(1);
OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1);
Universidade Federal de Uberlândia(1);
A progressão para a insuficiência renal terminal, nos portadores de doença renal
policística do adulto (DRPA), faz parte da história natural desta doença. Alguns fatores
são apontados como causadores desta redução constante da filtração glomerular: a
compressão do tecido adjacente ao cisto, aumento do número de néfrons esclerosados,
progressão da fibrose intersticial e, mais recentemente, a elevada taxa de apoptose de
células glomerulares, tubulares e intersticiais. Todos estes fatores, entretanto, constituem
em causas de redução progressiva da filtração glomerular e, muitas vezes, induzem o
nefrologista a ter como definitivas as alterações observadas na filtração glomerular
durante o seguimento destes pacientes. Nós acompanhamos 9 portadores de DPRA
durante 19 ± 2.1 meses, com idade média inicial de 53 ± 7.5 anos (X±EPM). A creatinina
sérica foi avaliada durante este período, com freqüência irregular. Do total de pacientes
observados, a creatinina inicial elevou-se de 2.1 ± 0.30 para 2,9 ± 0,58 mg% ao final do
estudo (p<0.05). Os valores de creatinina aumentaram progressivamente - a cada
dosagem obtida - em 5 pacientes (55%). No entanto, durante o seguimento ambulatorial,
4 pacientes (45%) apresentaram flutuações nos seus resultados de creatinina sérica
maiores que 20%, com retorno aos valores prévios nos meses seguintes. Em termos
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
69
04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
médios, neste subgrupo, observamos que a creatinina sérica foi de 2.7 ± 0.6 para 4.3 ±
0.7 mg% e, na visita seguinte 2.8 ± 0.5 mg%. A medicação usada e a pressão arterial
sistêmica, durante este período, não foram modificadas significantemente, o sedimento
urinário permaneceu inalterado e, na historia clinica e exame físico não foram
constatados quaisquer sintomas ou sinais que justificassem tais flutuações. Estes achados
indicam que modificações nos valores de creatinina não devem ser interpretados como
definitivos e que, reduções agudas da filtração glomerular, com subseqüentes
recuperações, podem fazer parte da historia natural desta doença.
PO231
DOENÇA CÍSTICA RENAL UNILATERAL- APRESENTAÇÃO DE UM CASO
NETO, LAF; (1);
Hospital Gearal de Bonsucesso(1);
Introdução: O chumbo é um metal pesado de longa data envolvido nas atividades
humanas. É tóxico ao homem, com ações deletérias ao sistema nervoso, hematopoiético,
reprodutor e urinário. As principais fontes de exposição são: tinta de uso domiciliar,
água, alimento e solo contaminados, utensílios de cozinha, gasolina e exposição
ocupacional como na fabricação e reforma de bateria de automóveis. As formas agudas
de nefropatia, com disfunção tubular proximal (Síndrome de Fanconi ) são mais comuns
em crianças e reversíveis. As crônicas ocorrem após longa exposição ao metal, são mais
frequentemente relatadas em adultos, e irreversíveis. Objetivo: Relato de caso. CASO:
W.M.S., masculino, 33 anos, apresentando edema de MMII ascendente e hipertensão
arterial sistêmica. Hipocorado +/4+, pulmões limpos, RCR 2t BNF , abdômen: flácido,
indolor, sem visceromegalias. MMII sem edemas . Episódios recorrentes, há quatro anos,
de dor abdominal e lombar sendo atendido, com frequência, no pronto – socorro.
Urografia excretora normal há 4 anos. HS: trabalhou com reforma de bateria de
automóvel há 17 anos. Exames: US abdome - RD = 9,6x5,2 ; RE = 9,8 x 5,4
ecogenicidade aumentada, córtex com espessura reduzida.Hb 9g/dL; Uréia – 109mg/dl;
Creat – 2.6mg/dl . Ácido úrico - 7,0 mg/dl EAS = Hb traços, piócitos 2/campo, hemácias
08/campo. Proteinúria 24h = 594mg/24h; Fundoscopia – normal; Sorologia para Hepatite
B e C e HIV negativas; Dosagens sérica de chumbo: 68,1 μ g/dl(2002); 60,8
μ g/dl(2003); 84,4μ g/dl (2005); 45μ g/dl (2006); 40μ g/dl
(2007). Valor de referência: 4,0 a 27,6 μ g/dl. Em uso de IECA e diurético de
alça.Exames (2007): Hb- 12 g / dL ; Uréia – 60mg/dl ; Creatinina – 2,1mg/dl; Ácido úrico
– 5,6mg/dl; Proteinúria 24h: 200mg/24h. Conclusão: As características da nefropatia
crônica por chumbo incluem fibrose intersticial progressiva, redução da taxa de filtração
glomerular e azotemia. A associação com hipertensão arterial e gota é comum. O
reconhecimento precoce é importante, pois, a intoxicação crônica deste metal é causa
frequentemente não reconhecida de doença renal.
Nefropediatria
PO232
SÍNDROME NEFRÓTICA EM CRIANÇAS: RELATO DE CASO
PÉRISCO, D; STAWINSKI, S.
Grupo Hospitalar Conceição(1);
A síndrome nefrótica é uma síndrome glomerular associada a um conjunto de sinais
clínicos e laboratoriais e sintomas secundários ao aumento da permeabilidade renal à
filtração de proteínas. A proteinúria maciça, hipoalbuminemia, hiperlipidemia e edema
caracterizam a síndrome. Objetivo: Selecionar e listar os cuidados de enfermagem em
terapia intensiva com a criança vítima de síndrome nefrótica. Material e Métodos:
Utilizou-se a busca de dados no prontuário do paciente, busca de literatura em bancos de
dados eletrônicos (BIREME). Resultados: A enfermagem tem grande responsabilidade
nos cuidados com estas crianças portadoras de distúrbios genitourinários e naquelas
passíveis de desenvolver complicações renais, medidas cuidadosas na ingesta e excreta e
cuidados com pressão arterial, cuidados com a pele, cuidados relacionados a família
devem ser observados. Conclusão: A criança e sua família sofrem uma grande carga
emocional quando a síndrome tem em sua evolução a recidiva e exacerbação clínica,
portanto a enfermagem busca promover cuidados orientados pela prática da profissão,
organizados de forma sistemática que promovam o cuidado integral da criança no seu
contexto familiar.
PO233
SINDROME DE LESCH-NYHAN - RELATO DE CASO
ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); AGUIAR, MF(1);
AMIP - Assistência Médica Infantil da Paraíba(1);
A Sindrome de Lesch-Nyhan é uma doença rara, com prevalência de cerca de 1/380 000
nascidos vivos. É considerada um erro inato do metabolismo das purinas, ligada a uma
mudança na estrutura do braço longo do cromossomo X, gerando um defeito no gene que
codifica a enzima: hipoxantina guanina fosforribosiltransferase (HPRT). É uma patologia
de herança recessiva, portanto os homens são afetados e as mulheres, portadoras
assintomáticas. Manifesta-se através de graves sinais renais e neurológicos:
hiperuricemia, hiperuricosúria, nefrocalcinose, movimentos coreoatetóides
extrapiramidais, hiperreflexia, espasticidade das pernas, retardo mental e
autoagressividade. Nosso objetivo é relatar o caso de um menino com a Síndrome de
Lesch-Nyhan. P.E.L.S., 4 anos, masculino, proveniente da zona rural do município de
Curral de Cima-PB, deu entrada em nosso serviço aos 10 meses, com queixa de urina
"com areia". Ao exame, evidenciava-se atraso do desenvolvimento neurológico,
70
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
hipotonia generalizada e movimentos incoordenados dos membros, principalmente os
inferiores. Exames iniciais mostravam níveis elevados de uréia e creatinina. Níveis de
Acido úrico muito acima dos habituais. USG renal com nefrocalcinose bilateral. Foram
introduzidas as seguintes medicações: Alopurinol e Bicarbonato de Sódio.Orientado
dieta com restrição protéica. Após 1 mês, o paciente retornou com melhora importante
das alterações laboratoriais, bem como desaparecimento da nefrocalcinose ao USG renal.
Após 3 meses, por problemas financeiros, o menor parou de receber as medicações
prescritas e retornou ao nosso ambulatório com as mesmas alterações laboratoriais do
início. Necessitou de internação hospitalar, para tratamento de infecção pulmonar e
correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico. Atualmente, o menor está com
4 anos, segue em tratamento ambulatorial adequado, recebendo as medicações citadas e
em tratamento fisioterápico para melhorar as alterações neurológicas. Ao exame,
evidenciamos importante espasticidade de membros inferiores, que impede sua
deambulação. Exames laboratoriais dentro dos limites da normalidade. Conclui-se que,
apesar de rara, a Síndrome de Lesch-Nyhan deve ser lembrada diante de níveis elevados
de acido úrico e nefrocalcinose.
PO234
INVESTIGAÇÃO DOS SINTOMAS MICCIONAIS EM CRIANÇAS DE 6 A 12
ANOS
VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA:(1); SILVA, FM; (1); MAGALHÃES, PG; (1);
LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1);
Universidade Federal de Minas Gerais(1);
Objetivo: Investigar os sintomas miccionais em crianças de 6 a 12 anos. Material e
métodos: Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal
Nazinha Conrado Silva em Vespasiano (MG), com idades entre 6 e 12 anos de ambos os
sexos. Os sintomas miccionais foram avaliados pela adaptacão transcultural do
instrumento Dysfunctional Voiding Scoring System (DVSS), constituído de 10 (dez)
questões, 9 (nove) para sintomas clínicos e 1(um) para fatores ambientais (social e
familiar), no qual foram atribuídos escores de 0 a 3 de acordo com a existência do
sintoma. Os pontos de corte preconizados pelo escore foram > 6 pontos para meninas e
escore > 9 para meninos. Resultados: Analisando os sintomas miccionais, observou-se
que as questões mais freqüentes foram: alterações sociais e familiares em 44,3%,
constipação intestinal em 11,7%, urgência miccional em 10%, freqüência urinária
diminuída em 9,2% e manobras de contenção em 7,1%. A prevalência geral de disfunção
miccional foi de 32,9%. Conclusões: A prevalência dos sintomas estudados foi elevada;
o instrumento utilizado baseado em escore auxiliou a selecionar as crianças que devem
ser encaminhadas para uma avaliação de disfunção do trato urinário inferior. O
conhecimento destes distúrbios por parte dos pais e professores poderá auxiliar na
detecção das causas e na prevenção de complicações relacionadas à disfunção do trato
urinário inferior, melhorando as condições de saúde física e emocional destas crianças
PO235
ENURESE INFANTIL UMA REALIDADE QUE NECESSITA DE ATENÇÃO
VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA; (1); SILVA, FM; (1); MAGALHÃES, PG; (1);
LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1);
Universidade Federal de Minas Gerais(1);
Objetivo: Investigar a freqüência da enurese em escolares. Material e métodos:
Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal Nazinha
Conrado Silva em Vespasiano (MG), e 261 crianças, alunos da Escola Fundamental do
Centro Pedagógico da UFMG em Belo Horizonte (MG), totalizando uma amostra de 501
crianças com idades entre 5 a 12 anos de ambos os sexos. A freqüência da enurese foi
avaliada no próprio ambiente escolar e através de uma entrevista individual na qual foram
feitas perguntas sobre perda urinária noturna. Foi considerado enurese quando a criança
tinha pelo menos 1 episódio de xixi na cama por mês. Os pesquisadores perguntavam os
dados da criança, com quem morava, se sempre estudou naquela escola, se tinha irmãos,
quantos e qual a idade; a seguir era perguntado se quando a criança fazia xixi na cama, ela
ficava com raiva, ou com vergonha. A criança que não tinha mais enurese, respondia
enfaticamente que não sentia nada por que não fazia mais xixi na cama; quando a criança
respondia que ficava com raiva ou com vergonha, era então perguntado quantas vezes por
semana ela molhava a cama. Após os resultados da entrevista os pesquisadores
ministraram uma palestra educativa para os professores com o propósito de orientar sobre
o funcionamento do trato urinário inferior e suas manifestações. Resultados: A enurese foi
detectada em 72 (14%) crianças, sendo 38 do sexo feminino e 34 do sexo masculino.A
freqüência da enurese nas crianças estudadas modificou com a idade, sendo de 26,4% nas
crianças de 6 anos,15,3% nas de 7 anos, 15,3 % nas de 8 anos, 13,9% nas de 9,1,11,0%
nas de 10 anos, 9,7 % nas de 11 anos e 2,8% nas de 12 anos. Conclusões A entrevista
individualizada na própria escola auxiliou a selecionar as crianças com queixa de enurese.
O conhecimento deste distúrbio por parte dos professores poderá ajudar na condução da
abordagem, inclusive em sala de aula das crianças acometidas de distúrbios do trato
urinário inferior, podendo orientar aos pais a necessidade de avaliação médica, e com o
diagnóstico precoce poderá prevenir complicações relacionadas ao trato urinário inferior
assim como relacionadas aos aspectos emocionais.
PO236
GESF COLAPSANTE IDIOPÁTICA NA INFÂNCIA – RELATO DE TRÊS
CASOS
REIS, AAC(1); BARBOSA, FAM(1); PENIDO, MG(1); TAVARES, MS(1); PENIDO,
MGMG(1);
Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);
Introdução: Existem poucos relatos dos desfechos clínicos da glomeruloesclerose
segmentar e focal (GESF) colapsante idiopática. Objetivo: Relatar três casos de GESF
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
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Pôsteres
colapsante idiopática em crianças acompanhadas no Centro de Nefrologia da SCBH.
Material e métodos: Análise de prontuários médicos. Resultados: Caso 1: sexo feminino
iniciou aos 12 anos quadro de síndrome nefrótica (SN). Evoluiu em três meses com
oligúria, hipertensão arterial sistêmica, azotemia e sintomas de uremia, sendo iniciada
terapia hemodialítica. Como imunossupressão, recebeu prednisona e ciclosporina. As
sorologias foram negativas e o complemento normal. A biópsia renal foi sugestiva de
GESF colapsante, em fase de cronificação. Não houve recuperação de função renal e a
criança mantém-se em hemodiálise convencional. Caso 2: sexo masculino iniciou aos 13
anos quadro súbito de SN com proteinúria maciça (27,5g/24h). Aos seis meses de
tratamento com prednisona em dose plena, iniciou queda progressiva de proteinúria, sendo
iniciada redução gradativa de corticoterapia. As sorologias foram negativas e não havia
alterações do complemento. A biópsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Apesar de
controle da proteinúria, iniciou queda progressiva de função renal um ano após o início da
doença. Atualmente encontra-se com clearance de creatinina de 67ml/min e proteinúria de
389mg/24h. Está em uso de captopril em altas doses há mais de um ano. Caso 3: sexo
masculino iniciou aos sete anos quadro de SN, com recidivas freqüentes. As sorologias
eram negativas e o complemento normal. Aos oito anos foi optado por início de
ciclofosfamida, mas manteve recidivas, sendo, então, optado por ciclosporina, com redução
parcial de proteinúria. A biopsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Atualmente, aos
12 anos de idade, mantém função renal preservada e proteinúria não-nefrótica, em uso
apenas de captopril. Conclusão: Relatamos três casos de GESF colapsante idiopática na
infância, com alterações morfológicas semelhantes, mas desfechos clínicos diversos.
PO237
SIÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA NA INFÂNCIA - EXPERIÊNCIA DE
NOSSA UTI
ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); NOBREGA, LT(1); AGUIAR, MF(1);
PEDROSA, P(1); DINIZ, I(1);
AMIP - Assistência Médica Infantil da Paraíba(1);
A sindrome hemolitico-urêmica (SHU) é uma das principais causas de insuficiência renal
aguda (IRA) na infância. Caracteriza-se por uma tríade clássica composta por: anemia
hemolítica, trombocitopenia e IRA. A maioria das SHU na infância está associada a
quadros de diarréia com sangue, que tem como agente responsável as cepas de Escherichia
coli produtoras de Shiga-toxina, mas também há relatos de formas atipicas de SHU. Nosso
objetivo é relatar a experiência de nosso serviço no diagnóstico e manejo dessa patologia.
Foi feito um estudo retrospectivo através de revisão de prontuário de todos os pacientes
com esse diagnostico, internados em UTI de um hospital infantil da rede particular de nossa
cidade, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. Neste período, foram
diagnosticados 05 casos de SHU, com idade média de 1,3 anos, sendo 03 pacientes do sexo
feminino e 02 do sexo masculino. Houve história pregressa de diarréia com sangue em 4
casos. Uma das crianças apresentou a SHU atípica. Todos os diagnósticos foram clínicolaboratoriais, exceto em 01 paciente, no qual foi possível a realização de biópsia renal, que
mostrou a lesão característica da patologia: microangiopatia trombótica. Foi necessário
terapia renal substitutiva em todos os casos. 01 paciente teve evolução desfavorável,
culminando com o óbito. 01 paciente teve recuperação completa da função renal, evoluindo
sem qualquer tipo de seqüela. 02 pacientes apresentam proteinúria não nefrótica, e um deles
apresenta-se com persistente hipertensão arterial, necessitando de medicação antihipertensiva. 01 paciente evoluiu para a insuficiência renal crônica, necessitando de entrar
no programa de diálise peritoneal ambulatorial contínua. É importante relatar que todos os
pacientes deram entrada em nosso serviço com hipótese diagnóstica de sepse + CIVD e,
com melhor análise dos casos, fez-se o diagnóstico definitivo de SHU. Concluimos que o
diagnóstico de SHU tem sido cada vez mais freqüente em nosso meio e que o seu adequado
manejo é fundamental para boa evolução do caso.
PO238
GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES: RESPOSTA AO TRATAMENTO E FATORES
PREDITORES DE RESPOSTA
SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1);
ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1);
Universidade Federal de Minas Gerais(1);
Introdução: A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de
síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns
de doença renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta
ao tratamento de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos,
laboratoriais e histopatológicos. Método: estudo retrospectivo observacional de 113
crianças e adolescentes com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise
histopatológica de fragmento de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na
Unidade de Nefrologia Pediátrica do HC-UFMG, de 1970 até 2007. Resultados: todos os
pacientes fizeram uso de prednisona: 42 (37,2%) apresentaram remissão e 25 (22,1%)
apresentaram resposta parcial. A existência de hematúria à admissão (p=0,001) e o
aumento na idade de início dos sintomas (p=0,034) estiveram relacionados à pior
resposta à corticoterapia. A ciclofosfamida (CFA) foi usada em 84 pacientes (74,3%).
Após o uso da CFA, 42 (50%) apresentaram remissão e 16 (19%), resposta parcial. A
resposta inicial à corticoterapia foi relacionada à melhor resposta à CFA. Os pacientes
com córtico-resistência inicial tiveram 3,8 chances mais de não responderem à CFA,
enquanto os córtico-resistentes no momento da prescrição de CFA tiveram 15,7 vezes
mais chances de não responderam ao tratamento. A sobrevida renal foi maior no grupo
de pacientes córtico-sensíveis (p=0,0002). A resposta à CFA, ainda que parcial, também
se correlacionou com melhor sobrevida renal. Conclusão: a presença de hematúria à
admissão e maior idade de início dos sintomas estiveram relacionadas à córticoresistência. A córtico-sensibilidade esteve associada à melhor resposta à CFA As
alterações histopatológicas não se correlacionaram com a resposta terapêutica ou
prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com corticóides ou
14 de setembro de 2008 - Domingo
CFA evoluíram com melhor preservação da função renal quando comparados aos
pacientes que não responderam a nenhum destes medicamentos.
PO239
EXPERIÊNCIA COM O TRATAMENTO COM CICLOSPORINA (CSA) EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF)
SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1);
ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1);
Universidade Federal de Minas Gerais(1);
Introdução: a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de síndrome
nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns de doença
renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta ao tratamento
de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos, laboratoriais e
histopatológicos. Método: estudo retrospectivo observacional de 113 crianças e adolescentes
com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise histopatológica de fragmento
de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica
do HC-UFMG, de 1970 até 2007. Resultados: todos os pacientes fizeram uso de prednisona:
42 (37,2%) apresentaram remissão e 25 (22,1%) apresentaram resposta parcial. A
ciclosporina (CsA) foi usada em 27 pacientes. Destes, 22 (81,5%) apresentaram remissão
após o uso da CsA: todos os córtico-sensíveis e 12 (71%) dos córtico-resistentes, sendo
sustentada em 50% dos pacientes por período superior a 40 meses e com recidivas em outros
50%. Proteinúria mais alta em urina de 24 horas à admissão relacionou-se à pior resposta à
CsA. A resposta à CsA esteve relacionada à uma melhor sobrevida renal, sendo cerca de
90% em 10 anos nos pacientes CsA sensíveis e de 25 % em 2 anos naqueles CSA resistentes
(p=0,0002). Conclusão: A córtico-sensibilidade apresentou tendência à associação com a
resposta à ciclosporina. Proteinúria mais elevada à admissão esteve relacionada à pior
resposta à ciclosporina. As alterações histopatológicas não foram relacionadas à resposta
terapêutica ou ao prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com
corticóides ou ciclosporina evoluíram com melhor preservação da função renal quando
comparados aos pacientes que não responderam a estes tratamentos
PO240
DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICO (DIN) CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS, LABORATORIAIS E ALTERAÇÕES MOLECULARES
VAISBICH MH(1); DEMARCO LA(1); KOCH VH(1); AE KIM C(1);
Instituto da Criança - HCFMUSP(1);
Objetivo: Relatar características clínicas e laboratoriais e alterações genéticas de
pacientes portadores de DIN. Material e Métodos: Revisão dos dados clínicos e
laboratoriais de pacientes com DIN na apresentação, evolução do ganho pônderoestatural, situação neurológica e complicações. Realizado estudo genético de cada caso;
o genótipo foi determinado usando amplificação por PCR e seqüenciamento direto do
gene AVPR2 e AQP2. Resultados: Estudadas 6 crianças com DIN dos Ambulatórios de
Nefrologia e Genética do Instituto da Criança – HCFMUSP. A análise das alterações
moleculares foi realizada no Departamento de Genética da UFMG. A Tabela abaixo
mostra sexo, idade, Z score para peso e estatura inicial e final e alterações genéticas de
cada um dos pacientes. Para JGC a queixa foi de crises convulsivas e calcificações
cranianas; nos demais pacientes foi deficiência de ganho pôndero-estatural, episódios de
febre e desidratação, poliúria e polidipsia, com várias internações. Todos tinham
desidratação hipernatrêmica ao diagnóstico e o DIN foi confirmado pelo teste de
restrição hídrica sem resposta ao DDAVP. Tratamento instituído: dieta hipossódica e
hidroclorotiazida. JGC evoluiu com deficiência de função renal moderada, os demais
pacientes com função renal normal. JGC tem atraso importante do DNPM e ACTS leve,
os demais pacientes não apresentam alterações neurológicas. Todos apresentam dilatação
das vias urinárias. Em relação aos achados moleculares é importante ressaltar que nos
casos ACTS e FDC identificada uma nova mutação do AVPR2 e esta não existia na mãe
dos pacientes. Conclusões: Cerca de 90% dos pacientes com DIN têm mutações no gene
do AVPR2 que são transmitidas por herança recessiva ligada ao X. Este estudo enfatiza
a importância do teste genético para definir o diagnóstico e aconselhamento genético e
ressalta os dados clínicos e laboratoriais que fazem suspeitar do diagnóstico. Uma nova
mutação no AVPR2 foi identificada em 2 pacientes provenientes de famílias diferentes.
PO241
SÍNDROME DE FANCONI-BICKEL - APRESENTAÇÃO ATÍPICA
COLLOPY, SS(1); VAISBICH, MH(1); DELLA MANNA, T(1); DAMIANI, D(1); PORTA,
G(1); ASSUMPÇÃO, IGR(1); KOCH, VH(1);
Instituto da Criança - HC - FMUSP(1);
Objetivo: Relatar apresentação atípica da síndrome de Fanconi-Bickel diagnosticada a
partir da investigação de baixo ganho pôndero-estatural. Material e Métodos: Revisão
dos dados clínicos e laboratoriais da paciente encaminhada ao ambulatório de nefrologia
de hospital universitário de atenção terciária. Resultados: Paciente feminina, 6 anos,
baixo ganho pôndero-estatural desde os 8 meses e dor abdominal recorrente. Pais
saudáveis não consangüíneos e irmã de 1,5 anos com displasia frontonasal. Apresentou
crises convulsivas pregressas por hipoglicemia. Tratada com GH (hormônio do
crescimento) recombinante sem resposta. Nova investigação: Acidose metabólica (pH
7,37 PCO2 28,8 mmHg HCO3 16,3 mEq/L BE -7,1), “anion gap” plasmático normal
(14,8), glicosúria 2+, proteinúria 2+, hipofosfatemia com reabsorção tubular de fosfato
de 75%, hipercalciúria, pH urina ácido (5,22), “anion gap” urinário negativo (-3,2);
aumento nas aminotransferases até o triplo do valor normal, hiperglicemia pós-prandial
(teste de tolerância oral a glicose - glicose 221 mg/dL após 2h) e hipoglicemia de jejum
(32mg/dL). Estabelecido o diagnóstico de síndrome de Fanconi. Ultra-sonografia
abdominal: esteatose hepática sem hepatomegalia e rins normais; biópsia hepática:
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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14 de setembro de 2008 - Domingo
depósitos de glicogênio, glicogenose. Estes dados comportam o diagnóstico de síndrome
de Fanconi-Bickel. Iniciada reposição eletrolítica, de vitamina D, e dieta com boa
evolução. Conclusão: A síndrome de Fanconi -Bickel é rara , autossômica recessiva, por
deficiência do transportador de glicose tipo 2 (GLUT 2) presente no fígado, células beta
do pâncreas, trato gastrintestinal e rim. No metabolismo da glicose o GLUT2 participa
da captação intestinal, reabsorção renal, ajuste pancreático e captação e liberação
hepática. No rim, é responsável pela reabsorção ativa de glicose associada ao sódio, e na
liberação de glicose para circulação. Atua também no transporte de galactose. Nesta
doença ocorre depósito hepatorrenal de glicogênio, intolerância à galactose, hipoglicemia
de jejum, hiperglicemia pós-prandial, síndrome de Fanconi, hepatomegalia, nefromegalia
e mau desenvolvimento. Esta paciente tinha fáscies atípica e ausência de
visceromegalias. Ressaltamos a importância da investigação eletrolítica e metabólica em
pacientes com baixo ganho pôndero-estatural; o alto grau de suspeição levou ao
diagnóstico de doença rara com apresentação atípica e possibilitou a intervenção
adequada, com melhora clínica e laboratorial da paciente.
PO242
RELATO DE CASO DE UMA FORMA GRAVE DE SÍNDROME
HEMOLÍTICO-URÊMICA IDIOPÁTICA EM CRIANÇA, COM BOA
EVOLUÇÃO POSTERIOR.
MATTAR, EG(1); CARDOSO, ITA(1); BERSANO, JPO(1); GONCALVES, ALD(1);
CASTRO, AMA(1); TAVARES, TAO(1); PINTO, SWL(1);
Hospital São João de Deus(1);
BCMT, criança de 12 anos com história familiar positiva para nefropatia, admitida em
maio de 2007 no CTI pediátrico do Hospital São João de Deus de Divinópolis – MG, com
relato de crises convulsivas, plaquetopenia, anemia, febre e hipertensão arterial. Não
havia relato de diarréia ou infecções prévias. Exames laboratoriais mostravam elevação
de escórias azotadas, presença de esquizócitos em sangue periférico e DHL elevado.
FAN, ANCA, anti-DNA, crioglobulinas, fator reumatóide, negativos. C3, C4 e CH50
normais. Anticardiolipina negativo e anticoagulante lúpico positivo. Clearance creatinina
de 8,9 mL/min. Ultra-som do aparelho urinário normal. Foi iniciado diálise peritoneal em
caráter de urgência. A paciente evoluiu gravemente, com derrame pleural, pericárdico e
tamponamento cardíaco, necessitando de pericardiocentese. Feito pulsoterapia com
metilprednisolona e manutenção com prednisona, posteriormente suspensa devido a má
resposta clínica. Em seguida apresentou insuficiência cardíaca, hipóxia e duas paradas
cárdio-respiratórias. Permaneceu por longo período no CTI com complicacões várias,
inclusive acidente vascular cerebral isquêmico, peritonite, pneumonia relacionada à
ventilação mecânica e choque séptico. Biópsia renal evidenciou proliferação
endovascular moderada, microangiopatia trombótica, sinéquias focais e componente
membranoso subendotelial associado. Microangiopatia trombótica artério-arteriolar com
arterioloesclerose hiperplásica, compatível com Síndrome Hemolítico-Urêmica, formas
arterial e glomerular, com sinais de organização. Impossibilitada plasmaférese, iniciouse reposição de plasma fresco congelado durante 48 horas, posteriormente suspenso
devido a congestão pulmonar. Optou-se então por adotar medidas específicas de
tratamento para cada complicação, além de tratamento dialítico intensivo. Otimizado o
tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos e anti-convulsivantes.
Progressivamente ocorreu estabilização do quadro clínico. No momento a paciente
encontra-se em programa de diálise peritoneal automática domiciliar, estável, tanto
clínica quanto laboratorialmente, com leve déficit cognitivo e nenhuma seqüela motora.
PO243
TUBERCULOSE RENAL - RELATO DE CASO
COLLOPY, SS(1); MELLO, MEG(1); STATAJNBOK, DCN(1); FERREIRA, LGB(1);
PINTO, LAM(1);
Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ(1);
Objetivo: Relato de caso de tuberculose renal identificado durante a investigação de
paciente com suspeita de pielonefrite aguda. Material e Métodos: Revisão dos dados
clínicos e laboratoriais de paciente encaminhado para a enfermaria de pediatria do
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Resultados: Paciente do sexo masculino,
11 anos, com história aguda de polaciúria, disúria e febre, tratado para infecção do trato
urinário (ITU). Evoluiu com vômitos e lombalgia apesar do uso de cotrimoxazol, sendo
internado em hospital secundário onde foi submetido a vários esquemas antimicrobianos
(cefoxitina, ceftriaxona, ciprofloxacina e ampicilina-sulbactam) sem resposta adequada.
Transferido para investigação diagnóstica no HUPE, onde foram realizados ultrasonografia (US) abdominal - múltiplos cistos renais à direita e capacidade vesical
reduzida; tomografia computadorizada (TC) - hidronefrose generalizada; e urografia
excretora (UE) - rim direito excluso e ureter esquerdo com estenose distal. Na anamnese
dirigida, história prévia de urgência e incontinência urinárias crônicas e antecedente
familiar de tuberculose pulmonar. Para confirmação diagnóstica: uroculturas para germes
comuns, fungos e micobactéria: negativas (em vigência de antibiótico); exame simples de
urina: piúria e hematúria; hemoculturas para germes comuns e micobactéria: negativas;
teste da tuberculina (PPD): 18mm; três amostras de lavado gástrico: BAAR negativos e
cultura positiva para Mycobacterium sensível a RIP; pesquisa de imunodeficiência:
negativa. Fez uso de ceftazidima e amicacina por 10 dias, de esquema I por seis meses e
de prednisona por dois meses. Posteriormente foi submetido à ampliação vesical com
resolução das queixas urinárias. Conclusão: A tuberculose genitourinária representa 15 a
20% das manifestações extrapulmonares de tuberculose, com período de latência de cinco
até 40 anos. A apresentação mais comum inclui urgência/incontinência urinárias, disúria,
febre, dor abdominal, piúria estéril, dilatações e calcificação na US, hidronefrose e
cicatrizes renais na TC; estenoses e dilatações ureterais, cavitações pélvicas e bexiga
contraída na UE. O tratamento com esquema I é eficaz, porém não resolve as eventuais
seqüelas de fibrose no aparelho genitourinário. O uso de corticóide visa à redução da
resposta inflamatória. Não é incomum a necessidade de intervenção cirúrgica para os
casos de estenoses ureterais e bexigas gravemente contraídas.
72
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO244
TUMOR MARROM MAXILAR SECUNDÁRIO À OSTEODISTROFIA RENALRELATO DE CASO
ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVÃO, JAA(1); MORAES, CAP(1); NOVAES,
RHLL(1); OLIVEIRA, LFV(1); SÁ, VM(1); TOZZATTO, FA(1); ZAGURY, A(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Uma das manifestações de osteodistrofia renal é o tumor marrom, este é mais
freqüente em ossos longos, costelas e pelve. Nosso objetivo é relatar um caso de tumor
marrom na maxila, uma localização rara, principalmente em crianças. Material e
métodos: Relato de caso baseado em revisão do prontuário. Resultados: Paciente do sexo
feminino, de 9 anos, em insuficiência renal crônica por glomerulonefrite rapidamente
progressiva. Evoluiu com hiperparatireoidismo secundário controlado após pulso com
calcitriol (tabela 1) Em consulta odontológica de rotina foi notada massa extensa de
contorno irregular no palato. Referia dor à mastigação. Realizada radiografia panorâmica
que mostrou lesão expansiva na maxila. Tomografia computadorizada mostrou processo
infriltrante com áreas de lise cortical em maxila esquerda, estendendo-se à linha média,
medindo cerca de 3,5x2,2cm, obstruindo parcialmente a fossa nasal esquerda. Feita
biópsia da lesão, compatível com tumor marrom. Não havia nenhum outro sinal ou
sintoma de osteodistrofia renal. Avaliação da cirurgia de cabeça e pescoço contra-indicou
a ressecção do tumor, o que geraria uma fístula, comprometendo a mastigação e
deglutição. Sugerido acompanhamento da evolução da lesão. Conclusão: Tumor marrom
é um granuloma de células gigantes, áreas de hemorragia são responsáveis pela aparência
marrom. Manifestação rara de hiperparatireoidismo secundário e nos últimos anos suas
taxas vêm diminuindo por causa do diagnóstico precoce e tratamento adequado da
doença. Os ossos mais freqüentemente envolvidos são: costelas, clavículas, cintura
pélvica e mandíbula. Maxila é um sítio raro de acometimento principalmente em crianças
e adolescentes. Diagnóstico diferencial deve ser feito com granulomas e tumores de
células gigantes, sendo que a histopatologia não é confirmatória. O diagnóstico deve ser
estabelecido pela história clínica e dados laboratoriais. Por mais que o controle do
hiperparatiroidismo seja crucial no tratamento do tumor marrom, já que este pode
regredir, muitos autores sugerem a ressecção do tumor para controle da sintomatologia.
Recorrência com níveis normais de cálcio é extremamente rara.
PO245
RAQUITISMO HIPOFOSFATÊMICO SECUNDÁRIO À IFOSFAMIDA E
CARBOPLATINA- RELATO DE CASO
OLIVEIRA, LFV(1); ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVÃO, JAA(1); MORAES,
CAP(1); NOVAES, RHLL(1); SÁ, VM(1); TOZZATO, FA(1); ZAGURY, A(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Reportar um caso de raquitismo hipofosfatêmico secundário ao uso de
quimioterápicos. Material e métodos: Relato de caso de paciente referenciada ao
ambulatório de Nefropediatria, baseando-se em revisão radiológica e de prontuário.
Resultados: Menina de 10 anos encaminhada por “fraqueza e dores nas pernas”, iniciados
um ano antes, de caráter progressivo, evoluindo com deformidades ósseas, dificuldade na
deambulação e dores difusas generalizadas. Tumor de Wilms há 4 anos, submetida na
época à nefrectomia esquerda, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT). Recidiva no
mesmo ano, utilizando esquema de resgate com carboplatina, vepesidio e ifosfamida
(dose total de 50g/m2). Exames laboratoriais: hipofosfatemia grave, hipocalcemia,
fosfatase alcalina elevada e paratormônio normal. Taxa de reabsorção tubular de fosfato
baixa (43,7%), além de acidose metabólica hiperclorêmica, proteinúria e hipouricemia.
Radiografia de ossos longos com intensa osteopenia e presença de fraturas (com calo
ósseo) em epicôndilo lateral de fêmur direito e ulna bilateralmente, além de alargamento
das extremidades distais. Conclusão: Nefrotoxicidade por compostos quimioterápicos é
bem estabelecida, especialmente secundária à ifosfamida e a compostos contendo platina.
Tubulopatia proximal é mais relacionada à ifosfamida e sua incidência é variável na
literatura (1,4% – 30%). Normalmente é de caráter insidioso, progressivo e por vezes
irreversível, com manifestações clínicas referentes às perdas renais. Alguns fatores de
risco relacionados são: dose cumulativa superior a 60g/m2 (mais importante), idade (< 5
anos), uso prévio/concomitante de cisplatina/carboplatina, nefrectomia e RT. Em nosso
caso, trazemos uma criança com evidências clínico-laboratoriais-radiológicas claras de
raquitismo hipofosfatêmico, exposta à QT cerca de três anos antes do início dos
sintomas, levando à lesão tubular proximal e suas repercussões clínicas. Após início de
solução de fosfato e citrato de potássio, paciente evoluiu de forma satisfatória, com
recuperação parcial de marcha e força muscular, além de melhora total do quadro álgico.
Nutrição
PO246
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO PRÉ-DIÁLISE NOS MARCADORES
NUTRICIONAIS DE PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE
CRÔNICA
NIHI, MM(2); SCHWARTZ, LE(1,1); CORRADI-PERINI, C(1);
Pontifícia Universidade Católica do Paraná(1); Fundação Pró-Renal(2);
Objetivo: Investigar se o tratamento pré-diálise influencia nos marcadores nutricionais
em pacientes em programa de hemodiálise crônica (HD). Materiais e Métodos: Foram
selecionados 19 pacientes que receberam tratamento pré-diálise (grupo A) e 19 pacientes
que não receberam o tratamento (grupo B). A cada grupo foi aplicado um questionário
contendo questões sobre peso, apetite e práticas alimentares na fase que antecedeu a
diálise, além destes, os pacientes do grupo A também foram abordados quanto ao
profissional orientador e as respectivas orientações alimentares recebidas nesta fase.
Foram coletados dos prontuários os exames laboratoriais e dados antropométricos, na
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Page 73
Pôsteres
data de início do programa de HD e após um ano, de todos os pacientes incluídos no
estudo. Resultados: No grupo A, 74% dos pacientes receberam orientação de restrição
alimentar, sendo em 40% dos casos por um nutricionista. De todas as orientações, a
restrição de sódio foi a mais praticada pelos pacientes deste grupo. Os pacientes do grupo
B, apesar de não terem sido orientados por um profissional da área de saúde, referiram
restrição de alguns alimentos antes do início do programa hemodialítico, sendo que a
mais freqüente foi de alimentos ricos em proteína e potássio, por motivos mais comuns
de falta de apetite, enjôo e mal estar. Na fase que antecedeu a diálise, no grupo A, 50%
dos pacientes diminuíram o apetite e 51% perderam peso, no grupo B 42% e 63%,
respectivamente. O grupo A apresentou resultados significativamente melhores em
exames de hemoglobina, hematócrito e fósforo séricos ao iniciar a diálise. O índice de
massa corporal do grupo A no início e após um ano está relacionado a um melhor
prognóstico para pacientes em HD. No início da diálise, a porcentagem de adequação da
prega cutânea do tríceps do grupo A apresentou-se na faixa de desnutrição moderada, e
do grupo B, na faixa de desnutrição grave. Conclusão: o tratamento pré-diálise exerce
grande influência nos marcadores nutricionais de pacientes em HD, principalmente no
início do tratamento dialítico.
14 de setembro de 2008 - Domingo
implementando-se um programa de educação continuada no sentido de demonstrar a
importância do uso correto do quelante de fósforo e controle dietético dos pacientes em
hemodiálise. O estudo foi realizado com os pacientes em programa de hemodiálise da
Santa Casa de Curitiba de outubro de 2006 à abril de 2007. O trabalho foi dividido em 3
fases, investigação do uso do quelante, educação nutricional individualizada e educação
nutricional expositiva coletiva, totalizando 63 pacientes. Foi realizada análise variância
ANOVA paa cálculo de significância das médias entre os grupos e teste t-student para
verificação de diferença estatística entre as médias ao longo do estudo. Observou-se que
61,5% dos pacientes estudados não adere à prescrição médica do quelante e 32,1%
queixam-se de constipação. Apesar de ter sido observada a menor média ( 4,74 mg/dl) no
mês seguinte ao término da pesquisa, não houve diferença significativa. Os resultados,
apesar de não terem sido significantes, mostraram uma tendência à diminuição dos níveis
de fósforo e, não menos importante manutenção dos níveis mais baixos enquanto houver
educação nutricional continuada, que, por sua vez, mostra que, métodos alternativos
podem despertar atenção dos pacientes e interesse nos cuidados em relação ao fósforo.
PO250
PO247
ACEITABILIDADE E CONSUMO PROTEICO EM PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS
MACIEL, MARM; MENDONÇA, L; SCURR, E.
Instituto do Rm do Paraná(1);
O objetivo do presente estudo foi avaliar a aceitabilidade e consumo de alimentos
proteicos em pacientes renais crônicos em uma clínica de hemodiálise de Curitiba.
Entraram no estudo 25 pacientes que concordaram em participar, com idade entre 21 e
90 anos. Foi aplicado um questionário constando de dados dos pacientes e perguntas
referentes a aceitabilidade, frequência de consumo e intolerância a alimentos proteicos.
As informações foram digitadas em um banco de dados e expressos por frequências e
percentuais. Da população entrevistada, 76% referiram gostar de carne vermelha e a
consomem diariamente. Outros tipos de carne como peixe e porco também tiveram boa
aceitação, mas não são consumidos tão frequentemente. O queijo foi o alimento que teve
maior aceitação e um consumo quase diario. Em relação ao desconforto ( intolerância)
68% dos pacientes afirmaram que não sentem nenhum tipo de desconforto após a
ingestão da carne vermelha ou de frango. O sintoma mais enumerado em relação ao
consumo dos alimentos proteicos listados foi mal estar quando come, seguido de náuseas
com o sabor. Os resultados indicam que a população estudada, na sua maioria gosta e
consome carne vermelha ou de frango, leite e queijo quase que diariamente, sendo esses,
alimentos proteicos de alto valor biológico. Mas, mesmo assim, o aporte proteico precisa
ser orientado, para que haja um estado nutricional adequado, pois, há consumo, porém
pode ser que este seja em quantidade inadequada, o que não foi analisado neste estudo.
PO248
COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
MACIEL, MARM(1); RIBEIRO, MG(1); HALLVASS, AEC(1);
Instituto do Rim do Paraná(1);
A desnutrição é um fator freqüente e determinante na morbi – mortalidade de pacientes
renais crônicos. Entre os métodos de avaliação antropométrica, um método bem
conhecido é o da bioimpedância elétrica tetrapolar (BIA), que é um método rápido e não
invasivo. As pregas cutâneas medem indiretamente a espessura do tecido adiposo
subcutâneo, sendo a medida da espessura de duas camadas de pele e a gordura
subcutânea adjacente. A interactância por infravermelho é um método não invasivo,
simples e rápido para avaliar a porcentagem de gordura corporal, e é baseado na absorção
e reflexão de luz, usando uma emissão de luz infravermelha. No entanto, esse método não
tem sido testado rigorosamente em pacientes renais. Assim, o objetivo deste estudo foi
comparar os três métodos de avaliação antropométrica em pacientes renais crônicos em
tratamento hemodialítico. Foram avaliados 21 pacientes em tratamento hemodialítico no
Instituto do Rim do Paraná que concordaram em participar. Para a avaliação com pregas
cutâneas, foram utilizadas as seguintes medidas: prega cutânea triciptal (PCT), biciptal
(PCB), subescapular (PSE) e suprailíaca (PSI) utilizando adipômetro da marca cescorf®
corretamente aferido, no braço sem acesso venoso, no momento imediato após o término
da sessão de hemodiálise. A avaliação com a bioimpedância elétrica (BIA), da marca
RJL®, foi realizada imediatamente ao final da hemodiálise, nos dando valores de gordura
e massa magra corporal. A medida com interactância de infravermelho, da marca
Futrex®, foi realizada no braço sem acesso venoso. Para avaliar a significância estatística
foi utilizado o teste ANOVA. Dos 21 pacientes estudados 42,9% eram do sexo feminino.
Pelos 3 métodos a porcentagem de gordura e IMC foram maiores nas mulheres. O maior
índice de correlação para gordura corporal e também massa magra foi encontrado entre
bioimpedância e interactância. Por este estudo, não pode-se considerar que um método
seja mais exato que outro, mesmo porque a medida das pregas cutâneas é dependente do
avaliador e pode sofrer avaliações. São necessários mais estudos comparativos, com
amostra maior para confirmar a eficácia de um ou outro método.
PO249
MANEJO DO FÓSFORO EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
TRATAMENTO HEMODIALÍTICO - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
CONTINUADA
SCARPIN, EO(1); MACIEL, MARM(1); HALLVASS, AEC(1);
Instituto do Rim do Paraná(1);
Frente às complicações da hiperfosfatemia, fica clara a necessidade de um controle
adequado de fósforo. O objetivo deste estudo foi controlar os níveis séricos de fósforo
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM DIÁLISE
PERITONIAL
RODRIGUES, ME; COSTA, A DE P; REGA, MJG; SILVA, JA; CORTES-MAGALHÃES,
AV.
HBDF-SES DF(1); Renal Care(2);
Objetivo: Evidências mostram grande relação entre o estado nutricional e a freqüência
de complicações em pacientes em terapia renal substitutiva. A dificuldade de
estabelecermos um padrão de avaliação nutricional apenas com base nos exames
clínicos de rotina, levou-nos a uma análise do estado nutricional dos nossos pacientes
em Diálise Peritonial (DP) usando parâmetros objetivos que complementaram os dados
subjetivos observados inicialmente. Material e Método: Foram avaliados 54 pacientes,
29 (53,7%) homens e 25 (46,3%) mulheres, estando 45 (83,3%) em DPA (Diálise
Peritonial Automatizada) e 9 (16,7%) em CAPD (Diálise Peritonial Ambulatorial
Contínua), com idade variando de 15 a 83 anos e tempo de terapia de 6 a 90 meses.
Dos pacientes analisados, 44 (81,4%) têm menos de 65 anos e 10 (18,6%) mais de 65
anos, sendo 15 (27,8%) diabéticos e 39 (72,2%) não-diabéticos. O estado nutricional
desses pacientes foi avaliado através da Avaliação Subjetiva Global Modificada
(ASGm), peso seco, índice de massa corporal (IMC), prega cutânea triciptal (PCT),
circunferência do braço (CB) e circunferência muscular média do braço (CMMB).
Foram analisadas também a albumina sérica, a transferrina sérica e a contagem
linfocitária total (CLT). Resultados: Dos pacientes avaliados pelo IMC, 7(13%)
encontram-se obesos, 10 (18,5%) com sobrepeso (má-nutrição), 23 (42,6%)
apresentam-se eutróficos e 14 (25,9%) desnutridos. Quando utilizamos os demais
métodos de avaliação nutricional, apenas 01 paciente não apresentou nenhum tipo de
desvio nutricional. Dos demais 53 pacientes, 27(51%) mostraram depleção protéica
leve, 22 (41,5%) depleção protéica moderada e 4 (7,5%) depleção protéica grave.
Conclusão: Os autores concluem que no grupo analisado, quando investigados de uma
forma mais completa, a quase totalidade dos pacientes apresentou algum grau de mánutrição, associada ou não a desnutrição protéica. A redução da atividade física,
associada à baixa ingesta protéica e estados inflamatórios crônicos, seriam os fatores
que estariam associados a estes achados.
PO251
PERFIL NUTRICIONAL E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL
CRÔNICA BASEADOS EM DADOS OBTIDOS NA CAMPANHA PREVINA-SE
ROCHA, SR; CARON-LIENERT, RS; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; SCHAFF, CM;
SIQUEIRA, SL; FIGUEIREDO, AE.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1);
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) vem estimulando, por meio da campanha
PREVINA-SE, o diagnóstico precoce da doença renal crônica (DRC), através do
rastreamento de pacientes de risco. Objetivos: Avaliar o perfil nutricional e a história
clínica de Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão (HAS) e Doença Cardiovascular
(DCV) relatada de uma amostra da população de moradores da Vila Fátima Porto
Alegre/RS. Materiais e métodos: Foi utilizada a ficha de rastreamento indicada pela
SBN na Campanha 2008, avaliando antropometria e história clínica relatada. A coleta
de dados foi realizada no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Resultados: A amostra foi composta por
128 voluntários, predominantemente do sexo feminino (87,40%), cuja idade média foi
de 47,60±16,98. Baseado nos relatos de história clínica, 12,5% eram diabéticos,
46,5% hipertensos e 30,5% doentes cardiovasculares. Avaliando a classificação do
índice de massa corporal (IMC), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
observamos o seguinte perfil nutricional: 1,57% de desnutridos; 29,92% de
eutróficos; 31,50% de pré-obesos; enquanto 23,62% apresentavam obesidade grau I;
12,60% obesidade grau II e 0,79% obesidade grau III. Desse modo, 68,51% dos
indivíduos apresentavam IMC acima dos valores recomendados pela OMS. O perfil
nutricional observado nos indivíduos que relataram as doenças está descrito no quadro
a seguir.
Doença/Perfil Nutricional Desnutridos Eutróficos
Pré-obesos
Obesos
DM (n=16/12,5%)
0%
0%
43,75%
56,25%
HAS (n=59/46,5%)
1,70%
18,64%
27,11%
52,54%
DCV (n=39/30,5%)
2,57%
20,51%
28,20%
48,72%
Conclusão: Os dados mostram que o peso possui grande influência no desenvolvimento
de doenças crônicas e que as suas freqüências apresentam um aumento progressivo
conforme o IMC. Deste modo, destacamos a importância das modificações nos hábitos
de vida, em especial a alimentação adequada, a fim de alcançar e manter um peso
saudável, buscando, assim, a prevenção doenças e a conseqüente redução do número de
pacientes de risco para DRC.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
73
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO252
PO255
DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DE NUTRIÇÃO DOS
PACIENTES EM CAPD DO INSTITUTO DO RIM DO PARANÁ
HALLVASS, AEC; (1); LOPES, CVA; (1); MACIEL, MARM(1);
Instituto do Rim do Paraná(1);
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E NÍVEIS DE LEPTINA EM PACIENTES
RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE
CASSI, HV(1);
Instituto do Rim do Paraná(1);
O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento de nutrição dos pacientes
em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC). Foram incluídos 49 pacientes
de um total de 70 pacientes em DPAC no período de março a abril de 2008, os quais
responderam a um questionário com 11 perguntas fechadas sobre conhecimentos de
nutrição em DPAC, todas elas contendo de 4 a 5 alternativas de resposta. Em torno
de 65% dos pacientes apresentaram um nível de conhecimento regular de nutrição,
quase 100% deles sabiam o motivo pelo qual realizavam diálise,e em torno de 73%
desconheciam a perda de nutrientes durante a diálise. Embora a maioria soubesse o
horário correto de tomar o quelante de fósforo e aproximadamente a metade deles
associado o uso do medicamento com a saúde dos ossos, apenas 17% sabiam da ação
do quelante em diminuir o fósforo sangüíneo. Em relação aos alimentos ricos em
fósforo, 65% dos pacientes disserem não ter conhecimento á respeito, e 82% não
conheciam também os alimentos fontes de potássio. Quando perguntado em relação
aos alimentos ricos em sódio e os ricos em açúcar, a maioria dos pacientes tinha um
bom nível de conhecimento, independente da presença de comorbidades como
diabetes e/ou hipertensão arterial. Concluiu-se que a maior parte dos pacientes em
DPAC não tem conhecimento de nutrição. Através deste estudo foi possível
diagnosticar o nível de conhecimento de nutrição em DPAC e, com isso,
entendermos de onde devemos partir para realizarmos um planejamento de educação
nutricional.
A desnutrição é um achado comum em pacientes com doença renal crônica (DRC) em
hemodiálise e está associada a um maior risco de morbi-mortalidade nessa população.
Há evidências de que a leptina, hormônio produzido no tecido adiposo e depurado do
plasma pela filtração glomerular, é indutor de hiporexia e fator contribuinte na gênese
da desnutrição nestes pacientes. Este estudo teve como objetivo avaliar o estado
nutricional, consumo alimentar, colesterol total e albumina, relacionando os resultados
com os níveis plasmáticos de leptina em 30 pacientes submetidos à hemodiálise crônica.
Foram selecionados pacientes com mais de 3 meses em tratamento que concordaram em
participar e excluídos os indivíduos portadores de neoplasias e acometidos por
processos infecciosos. Foi realizado um recordatório de 24 horas para informações
sobre ingestão calórico proteica e calculado o gasto energético total (GET) de cada um
dos pacientes. O índice de massa corporal (IMC) e a avaliação subjetiva global
modificada (SGAm) foram utilizados para avaliação do estado nutricional dos
pacientes, além das dosagens plasmáticas de colesterol e albumina. Para determinação
de significância estatística foi usado o test de qui-quadrado, sendo considerado
significativo p no nível de 5% (p<0,05). Em relação à dosagem de leptina, 83,3% dos
pacientes apresentaram valores normais com mediana de 5,14 ng/ml. Os resultados não
mostraram correlação dos níveis de leptina com a desnutrição definida pela SGAm. O
consumo energético dos pacientes apresentou uma média de 1321,37 kcal/dia, sendo
que para 90% dos pacientes esse valor estava abaixo do GET calculado. Considerandose o IMC, albumina e colesterol, a maioria dos pacientes foi definida como eutrófica.
Infere-se a correlação positiva encontrada entre normalidade da leptinemia e o bom
estado nutricional dos pacientes.
PO253
PROGRESSÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA DOENÇA RENAL
CRÔNICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS
TESTA, LO(1); GOES, MA(1); CARVALHAES, JTA(1);
Universidade Federal de São Paulo(1);
Objetivo:Comparar o estado nutricional dos pacientes pediátricos na progressão da
doença renal crônica (DRC). Materiais e Métodos:Estudo de coorte prospectivo com
59 pacientes do ambulatório de nefrologia pediátrica por 12 meses. 1.As medidas
foram coletadas em 4 momentos (M), com intervalo de 3 meses. 2.Os pacientes
foram divididos por estágios (2, 3 e 4) da DRC, calculados através da estimativa do
clearance de creatinina (fórmula de Schwartz) e por faixa etária ( 2 à 7 anos; 7 à 13
anos e igual ou maior de 13 anos). 3.Com relação à antropometria avaliou-se os
escores Z de Peso/Idade (P/I), Estatura/Idade (E/I), Peso/Estatura (P/E) e Índice de
Massa Corporal (IMC). 4.Os exames laboratoriais foram Creatinina (Cr), Uréia (U),
Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio (Ca), Fósforo (P), Hemoglobina (Hb), Hematócrito
(Ht), pH e bicarbonato. 5.Os métodos estatísticos empregados foram Friedman e
Anova e o nível de significância fixado em 5% (p<0,05). Resultados: Entre 2 à 7
anos, observou-se redução nos níveis de Hb em todos os momentos entre os estágios
2 e 4: M1 (Hb p<0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,01), M4 (Hb p<0,001) e 3
e 4: M1 (Hb p=0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,007), M4 (Hb p<0,001). O
bicarbonato apresentou redução no M2 entre os estágios: 2 e 4 (p=0,002) e 3 e 4
(p<0,001). Observou-se a redução do escore Z E/I entre os estágios 2 e 3 em M1
(p=0,03), M2 (p=0,01), M3 (p=0,01) e M4 (p=0,02). Entre 7 à 13 anos, não foi
encontrada diferença estatisticamente significante entre os estágios 2, 3 e 4. Para a
idade acima de 13 anos, houve diferença da Hb entre os estágios 2 e 4, no M1 (Hb
p=0,02), no M2 (Hb p=0,05) e no M4 (Hb p=0,04). O bicarbonato diferiu no M1
entre os estágios 2 e 4 (p=0,001); 3 e 4 (p=0,02). O estágio 2 apresentou redução do
Hb (p=0,02). Conclusão: Apesar do avanços com relação aos cuidados em crianças
com DRC, o déficit de estatura continua sendo a maior condição de comorbidade.
Além disso, o conhecimento dos preditores de uma função renal estável ou em
deterioração são escassos, não podendo se extrapolar os dados de adultos para
crianças. Desta forma, o estudo aponta que a acidose metabólica e a anemia são
fatores de risco para a desnutrição.
PO254
O CONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO, ADERÊNCIA Á
DIETA PRESCRITA E EFICÁCIA DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PELO
PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO
HEMODIALÍTICO.
HALLVASS, AEC; (1); MACIEL, MARM; (1); MACENO, W(1);
Instituto do Rim do Paraná(1);
Este trabalho teve por objetivo verificar o conhecimento em relação á importância
da nutrição como parte do tratamento hemodialítico, a aderência á dieta prescrita e
a eficácia da orientação nutricional pelo portador de insuficiência renal crônica
(IRC) em hemodiálise (HD). O trabalho foi desenvolvido com 48 pacientes
submetidos á hemodiálise, selecionados aleatoriamente no mês de agosto de 2004.
Foi aplicado um questionário com 14 perguntas fechadas sobre alimentação,
aderência á dieta e aspectos sociais da vida do paciente. Os resultados
demonstraram que a maioria dos pacientes tem conhecimento sobre a importância
da nutrição e da aderência á dieta para a eficácia do tratamento, entretanto, nem
todos os pacientes relataram aderência á dieta, seja por questões sociais,
econômicas ou familiares. Assim sendo, é necessários que os nutricionistas,
enquanto educadores, estejam atentos á opinião dos pacientes, bem como suas
condições sócio-econômicas, uma vez que a compreensão desse conjunto facilitará
o processo da educação continuada.
74
Pôsteres
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO256
CONTROLE DE FÓSFORO SÉRICO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE
CRÔNICA ATRAVÉS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
MINATTI, F.(2); NIHI, M.(1); URBANISKI, J.(1); KARAM, S.(1); BASSO, E.C.(1);
VAVRUK, A.M.(1); PAGLIOSA, V.(1); MESSAGI, M. DIAS(2);
Fundação Pró-Renal(1); Faculdade Evangélica do Paraná(2);
Objetivo: O propósito deste estudo foi avaliar a eficiência da educação nutricional no
conhecimento sobre o fósforo e conseqüentemente do controle do fósforo sérico em
pacientes em hemodiálise crônica. Material e métodos: Inicialmente foi aplicado um
questionário fechado contendo 6 questões, em seguida foi realizada uma palestra,
com distribuição de materiais educativos e posteriormente o mesmo questionário foi
aplicado. As questões abordavam os seguintes temas: 1)Complicações decorrentes da
hiperfosfatemia, 2)Influência da alimentação na hiperfosfatemia, 3)Alimentos fontes
fósforo, 4)Utilização do quelante nas refeições ricas em fósforo, 5)Horário da
utilização do quelante, 6)Atitudes a serem tomadas na hiperfosfatemia. Foram
avaliadas as concentrações séricas de fósforo, cálcio, uréia e Kt/V e foram utilizados
os resultados de três meses consecutivos imediatamente antes da intervenção e três
meses consecutivos imediatamente após a intervenção. Dados como idade, tempo de
hemodiálise e exames laboratoriais foram coletados do prontuário eletrônico da
clínica. O estudo foi realizado de maio a novembro de 2007. Resultados:
Participaram do estudo 49 pacientes (24 homens/25 mulheres), com idade média de
55±13,5 anos e em hemodiálise em média por 36±41,3 meses. Após a educação
nutricional, houve um aumento significativo no conhecimento dos pacientes sobre
hiperfosfatemia e utilização de quelante. A análise estatística foi feita através de
testes de qui-quadrado e teste t. Questão 1) 53%-90% p<0,001 Questão 3) 21%-71%
p<0,001 Questão 4) 0%-22% p<0,001 Questão 6) 82%-100% p=0,007. As questões
2 (p=0,07) e 5 (p=0,29) não apresentaram alterações significativas, pois o índice de
acerto prévio foi alto. Houve uma redução do fósforo sérico (6,2±1,5 mg/dl para
5,5±1,1 mg/dl p<0,0001) e do cálcio sérico (8,7±1,1 mg/dl para 8,19±0,96 mg/dl p<
0,001), e os níveis séricos de uréia (151,8±32,5 mg/dl para 151,9±38,9 mg/dl p=0,26)
não apresentaram mudanças significativas assim como o Kt/V (1,35±0,2 para
1,32±0,24 p=0,98). Conclusão: Através da educação nutricional houve uma melhora
do conhecimento destes pacientes e, consequentemente no controle da
hiperfosfatemia.
PO257
IMPACTO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA REDUÇÃO DO POTÁSSIO
E FÓSFORO SÉRICO E DO GANHO DE PESO INTER-DIALÍTICO DE
PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE
CONVÊNIOS DE CAMPINAS - SP
VASSELAI, P(1); PEREIRA, DF(1); MORELLI, JM(1);
Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1);
Objetivo: Avaliar o impacto da orientação nutricional na redução dos valores séricos
de K e P e no controle do GPID em pacientes submetidos à HD em uma clínica de
convênios. Material e Métodos: Foram avaliados os valores séricos de K e P e o GPID
(percentual do peso seco) de 31 pacientes submetidos à HD [19M/12F;
45%diabéticos; idade=58±17anos; tempo em HD= 36±26 meses (média±DP)] em 3
períodos: 1 mês antes da orientação nutricional (Pré), 1 e 3 meses após. Também foi
avaliado o estado nutricional (IMC) e a ingestão energética e protéica (registro
alimentar de 3 dias). Todos os pacientes receberam uma orientação alimentar
individualizada com quantidades adequadas de proteína, energia, K e P, uso correto
do quelante de P e ingestão adequada de líquidos. Mensalmente os pacientes recebiam
um reforço das orientações. Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto
fluxo (Fresenius) e apresentaram diálise adequada nos 3 períodos de estudo
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
(Kt/V=1,39±0,19; 1,36±0,16; 1,42±0,22; p=0,67). Resultados: A maioria dos
pacientes estava eutrófico (52%), 23% sobrepeso, 16% obesos e 9% desnutridos,
conforme o IMC (23,9±4,8 kg/m2). A maioria dos pacientes (65%) ingeria menos que
25 kcal/kg/dia (25,5±8,0 kcal/kg/dia) e apenas 15% dos pacientes apresentavam
ingestão protéica adequada (≥ 1,2 g/kg/dia; 1,0±0,4 g/kg/dia). A tabela 1
mostra a variação do K, P e GPID no período de estudo (a= p<0,05 Pré vs 1 mês; b=
p< 0,05 Pré vs 3 meses; c= p< 0,05 1 mês vs 3 meses). O discreto aumento nos valores
de P 1 mês após a orientação nutricional pode ser devido ao aumento na ingestão
protéica adequando para as necessidades dos pacientes em HD e o período de ajuste
dos quelantes. Conclusão: O estudo mostra a importância e a eficácia da orientação
nutricional individualizada e contínua, para o controle dos níveis séricos de K e P em
pacientes em HD. Quanto à redução na ingestão de líquidos visando um menor GPID,
ainda é um desafio para os profissionais que trabalham com pacientes em HD. Seria
interessante prosseguir com mais tempo as avaliações e também comparar com a
população do SUS.
PO258
PERFIL NUTRICIONAL DOS PACIENTES MANTIDOS EM PROGRAMA DE
HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE CONVÊNIOS DE CAMPINAS – SP
VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1);
Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1);
Objetivo:Avaliar o estado nutricional e a adequação alimentar de pacientes submetidos
à HD em uma população que tem plano de saúde suplementar. Material e
Métodos:Foram analisados todos os pacientes que estavam em programa de HD entre
julho e outubro de 2007. Foi avaliado o estado nutricional [índice de massa corporal
(IMC), circunferência muscular do braço (CMB) e prega cutânea triciptal (PCT)], a
albumina plasmática, a ingestão alimentar (registro alimentar de 3 dias) e a adequação
da diálise (Kt/V≥ 1,2). Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto
fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana (3h45 por sessão). Resultados:Foram
avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43% diabéticos; 40% com função renal residual;
80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses (média±DP)]. A
média do IMC foi de 24,2±5,4 kg/m2. A maioria dos pacientes estava eutrófico (54%),
23% sobrepeso, 8% obesos grau I, 3% obesos grau II, 6% desnutridos leve e 6%
desnutridos graves. Quanto a CMB, 45% dos pacientes apresentaram valores
adequados [89% (60-129%)] e em relação à PCT, apenas 14% foram classificados
como adequados [91% (36-200%); mediana e extremos]. Quanto à albumina
plasmática, 83% dos pacientes apresentaram valores acima de 3,5 g/dl (3,7±0,4g/dl).
Em relação à ingestão alimentar, a maioria dos pacientes (57%) ingeria menos que 25
kcal/kg/dia (24,6±5,6 kcal/kg/dia) e apenas 14% dos pacientes apresentavam ingestão
protéica adequada (≥ 1,2 g/kg/dia; 0,98±0,29 g/kg/dia). 83% dos pacientes
apresentaram adequação da diálise (1,39±0,27). Conclusão:Apesar da maioria dos
pacientes serem classificados como eutróficos, muitos apresentaram redução de massa
muscular e/ou alterações na quantidade de gordura corporal. A ingestão energéticoprotéica insuficiente também ficou evidente. Assim, é de extrema importância uma
orientação nutricional individualizada e contínua visando à recuperação e manutenção
do estado nutricional adequado dos pacientes submetidos à hemodiálise, mesmo numa
população mais favorecida economicamente. Seria interessante prosseguir com mais
tempo a avaliação do estado nutricional e da adequação alimentar e comparar com a
população SUS.
PO259
CONTROLE DO GANHO DE PESO INTER-DIALÍTICO EM PACIENTES
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE CONVÊNIOS DE
CAMPINAS - SP
VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1);
Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde (1);
Objetivo: Avaliar a adequação do ganho de peso inter-dialítico (GPID) e os fatores
associados à não-adesão no controle da ingestão de líquidos de pacientes submetidos à
hemodiálise (HD) em uma clínica particular de Campinas – SP. Material e Métodos:
Foi avaliado o GPID, o estado nutricional [índice de massa corporal (IMC)], a
adequação da diálise (Kt/V≥ 1,2), a proteína C-reativa (PCR) e os motivos que
levam a não-adesão no controle da ingestão de líquidos dos pacientes que estavam em
programa de HD nos meses de julho, agosto e setembro de 2007. Todos os pacientes
dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana
(3h45 por sessão). Resultados: Foram avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43%
diabéticos; 80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses
(média±DP)]. A maioria dos pacientes estava eutrófico (IMC=24,2±5,4 kg/m?), 83%
apresentavam adequação da diálise (Kt/V=1,39±0,27) e apenas 20% apresentavam
sinal de inflamação por meio da PCR > que 8 mg/L [0,98 (0,01 – 74,04); mediana e
extremos]. A média do peso seco foi 66±18 kg (média±DP) e 43% tinham função renal
residual (volume de urina=580±390ml). A maioria dos pacientes (66%) apresentou
adequação no GPID. Estes ganhavam até 5% do peso seco corporal entre as sessões de
HD. Não houve diferença entre os pacientes que ganhavam mais ou menos peso.
Houve correlação do ganho de peso com o volume de urina (p=0,04; r=-0,52) e com a
PCR (p=0,05; r=0,31). Dentre os motivos responsáveis pelo excesso na ingestão de
líquidos relatados pelos pacientes, destaca-se a sensação de sede (principalmente pelos
diabéticos), a necessidade de ingerir muitos medicamentos com líquidos e a
despreocupação dos mesmos em controlar a ingestão. Conclusão: Nem todos os
pacientes em HD conseguem ter um controle adequado no GPID. Na população
estudada o aumento no GPID esteve associado com o aumento da PCR, biomarcador
inflamatório. Assim, é de extrema importância o reforço das orientações a respeito do
controle na ingestão de líquidos em pacientes submetidos à HD, visando o GPID
adequado e evitando a sobrecarga do organismo.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO260
COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE COM E SEM HIPERPARATIREOIDISMO
SECUNDÁRIO
FERRI, BF(1); HENRIQUES, GS(1); HALLVASS, AEC(2); MACIEL, MARM(2);
MESSAGI, MD(1);
Faculdade Evangélica do Paraná(1); Instituto do Rim do Paraná(2);
Objetivo: Avaliar a existência de interferência do hiperparatireoidismo secundário
(HPT2º) sobre o estado nutricional de pacientes renais crônicos em tratamento de
hemodiálise. Materiais e métodos: Foram avaliados 120 pacientes, com média de idade
de 56 ± 15 anos, divididos em dois grupos, de acordo com os níveis de paratormônio. No
grupo HPT (n = 60) os níveis de paratormônio eram iguais ou maiores que 300 pg/mL,
indicando hiperparatireoidismo secundário e no grupo NHPT (n = 60), menores que 300
pg/mL. Foram avaliados exames bioquímicos e medidas antropométricas para analisar o
estado nutricional. Resultado: Considerando os índices utilizados de exames
bioquímicos, não foi possível demonstrar efeitos do hiperparatireoidismo secundário no
estado nutricional dos pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento de
hemodiálise, porém o grupo HPT mostrou maiores prevalências de depleção muscular
leve através das pregas cutâneas. Conclusão: Houve diferença em percentual de depleção
leve em relação ao PCT (prega cutânea triciptal) e diferenças estastísticas pelo teste t de
AMB (área muscular do braço) entre os dois grupos, sugerindo então que há depleção da
reserva protéica, portanto, apresentando interferência negativa no estado nutricional nos
pacientes com HPT2º.
PO261
INFLUÊNCIA DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO SOBRE PARÂMETROS
NUTRICIONAIS E INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES CRONICAMENTE
DIALISADOS
ANTUNES, AA(1); DELATIM, FC(1); MARTIN, LC(1); NUNES, HRC(1); GABRIEL,
DP(1); BALBI, AL(1); BARRETTI, P(1); CARAMORI, JCT(1);
Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP(1);
Introdução: A expansão de volume extracelular tem sido relacionada à inflamação,
que por sua vez reflete no pior estado nutricional de pacientes dialisados.
OBJETIVO: Verificar a influência do estado de hidratação sobre marcadores
clínicos, nutricionais e inflamatórios em pacientes em diálise crônica. Metodologia:
Estudo transversal que avaliou 79 pacientes em diálise, sendo 52 tratados por
hemodiálise e 27 por diálise peritoneal. A amostra foi analisada quanto ao estado de
hidratação, considerando a relação entre água extracelular e água corporal total
(AEC/ ACT), parâmetros obtidos por bioimpedância. Para avaliação nutricional
utilizou-se antropometria, bioimpedância unifrequencial e marcadores bioquímicos;
também se considerou variáveis clínicas, dialíticas e inflamatórias. Empregou-se
modelo de regressão linear univariada com efeitos múltiplos, ajustado para variáveis
que pudessem confundir a interpretação dos resultados; considerou-se diferença
estatística quando p<0,05. Resultados: A casuística apresentava média de idade de
56,3±15,6 anos, 61% do gênero masculino, com mediana de tempo em diálise de
26(14,0; 66,0) meses; quanto à doença renal de base, houve predomínio de
nefroangioesclerose (34,2%); 30% eram portadores de Diabetes mellitus e 20%
tabagistas. O efeito da maior relação AEC/ ACT foi mostrado nos valores superiores
de Proteína C-reativa (p= 0,04; R2=0,04; GL=77), percentual de adequação da prega
cutânea triciptal ao percentil 50 (p= 0,03; R2=0,25; GL=72), tendência a maior
índice de massa corpórea (p= 0,06; R2=0,20) e menores valores de creatinina
(p=0,03, R2=0,31; GL=70) e ângulo de fase (p<0,001; R2=0,68; GL=70). Conclusão:
Os achados reforçam a influência do estado de hidratação sobre a inflamação nos
pacientes em diálise, o que favoreceu o risco nutricional, sugerido pelos menores
valores de ângulo de fase e creatinina. A interpretação de parâmetros
antropométricos em situação de sobrecarga líquida deve ser cautelosa, visto a
possibilidade de viés no diagnóstico nutricional.
Transplante
PO262
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE DOADORES VIVOS APÓS O
TRANSPLANTE RENAL UTILIZANDO OS INSTRUMENTOS SF-36 E
WHOQOL-BREF.
PADRÃO, MB; SENS, YAS(1);
Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de São Paulo(1);
Introdução: O transplante renal com doador vivo é um procedimento com baixa morbimortalidade para o doador. Mas, há poucos estudos que avaliam a qualidade de vida
dos doadores após o transplante renal, especialmente nos países em desenvolvimento.
Objetivo: avaliar a qualidade de vida de doadores após o transplante renal, em um
único centro, utilizando os instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref. Métodos. Foram
analisadas as características demográficas e socioeconômicas de doadores vivos após
o transplante renal e comparado com indivíduos não doadores da comunidade
(controles). A qualidade de vida (QV) foi avaliada e comparada entre os dois grupos
utilizando os questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Resultados. Os grupos de
doadores (n=69) e controles (n=68) foram semelhantes quanto ao sexo e etnia,
predominando o sexo feminino e a raça branca. Também não houve diferença
significativa entre os grupos de estudo, quanto à classe socioeconômica, sendo as mais
freqüentes C e D (INEP-IBOPE), assim como não houve diferença no grau de
escolaridade e religiosidade. A analise da qualidade de vida foi semelhante e em alguns
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
aspectos ainda melhor no grupo de doadores do que no grupo controle, considerando
todos os parâmetros dos questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Os escores vitalidade
e aspectos emocionais do SF-36, assim como os aspectos psicológicos, relações sociais
e meio ambiente do WHOQOL-bref foram significativamente maiores nos doadores
quando comparados com o grupo controle. Considerando apenas o grupo de doadores
cujos receptores evoluíram mal, por perda do enxerto devido à rejeição ou óbito
(n=15), a comparação da QV com o grupo controle foi semelhante, tanto pelo
questionário SF-36 quanto pelo WHOQOL-bref. Conclusão: A avaliação da qualidade
de vida pelos instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref foi semelhante ou em alguns
aspectos ainda melhor nos doadores de transplante renal quando comparada com
indivíduos não doadores da comunidade.
PO263
ACIDOSE TUBULAR RENAL DISTAL COM BICARBONATÚRIA (TIPO03)
PÓS-TRANSPLANTE RENAL
SANTOS, AC; SANTOS, MA DA R; TAKIYA, CM; GONÇALVES, RT; DELGADO, AG;
GOMES, CP.
Serviço e Disciplina de Nefrologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho,
Universidade Federal do Rio de Janeiro(1);
Objetivo: Acidose tubular renal (ATR) é uma condição geralmente subdiagnosticada
após transplante (Tx) renal. Todos os cinco subtipos de ATR (tipo 2, tipo 1 nas formas
secretora e voltagem-dependente, tipo 3 ou combinada e tipo 4) podem acometer o
enxerto e estão associados a diversos fatores como rejeição, uso de inibidores de
calcineurina, infecções oportunistas e recidiva da doença de base. O objetivo deste
trabalho é relatar um caso de acidose metabólica hiperclorêmica grave em paciente
após 2 anos de Tx renal. Material e Métodos: Paciente feminina, 19 anos, parda, com
Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) em hemodiálise até 2005 quando foi transplantada
(doador falecido, em uso de micofenolato mofetil, rapamicina e prednisona, creatinina
basal 1,2mg/dl). Em junho de 2007 foi internada de urgência com fraqueza muscular
generalizada, taquidispnéia importante e uremia franca. Resultados: Exames
laboratoriais na admissão: Ht 24%, leucócitos 12500, plaquetas 164000, Na+
139mmol/l, K+ 2.6mmol/l, Cl- 123 mmol/l, P 1.6mg/dl, Ca++ 7.1mg/dl, Mg++
1.0mg/dl, Creatinina 4.1mg/dl, Uréia 214mg/dl, albumina 1.0g/dl glicose 94mg/dl,
lactato 1.2mmol/l. Gasometria arterial: pH 7.0, HCOз 1.9mmol/l pCO2
6.9mmHg. EAS: dens 1010; pH 6.8; ptn ++/4+; Hb ausente. Amostra de urina: Na+
20mmol/l K+ 30mmol/l Cl- 15mmol/l, Anion-gap urinário: +35. Em virtude do quadro
foram instituídos ventilação mecânica invasiva, hemodiálise de urgência e reposição
eletrolítica rigorosa, além de pulsoterapia com corticóide pela possibilidade de rejeição
aguda. Em investigação posterior foram determinados: proteinúria 1,8g/24h; FE Na+:
1.6%; FE K+: 58%; FE P: 49%; FE Ca++: 9.5%; TTKG: 3.4; pH urinário pósfurosemide 7.54; amônio urinário: 17μ Eq/min/1,73m2; acidez titulável: nula;
FE HCOз : 5,3% e ∆ pCO2(s-u): 7mmHg. Realizada biópsia do enxerto
renal que revelou Nefrite Lúpica Difusa classe IV-S(A). Conclusão: Os parâmetros de
avaliação funcional tubular são compatíveis com ATR distal secretora associada à
bicarbonatúria (ATR tipo 3) relacionadas à recidiva do LES. A paciente evoluiu bem
com recuperação parcial da função renal em uso atual de solução de SHOHL, citrato
de K+ e fosfato oral, além da imunossupressão.
PO264
AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA CREATIVA NAS INFECÇÕES POR
CITOMEGALOVÍRUS, TUBERCULOSE E OUTRAS INFECÇÕES
BACTERIANAS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL
COSTALONGA, EC
Hospital das Clínicas de São Paulo, Unidade de Transplante Renal(1);
Introdução: Complicações infecciosas são importantes causas de mortalidade em
recepetores de transplante renal e atraso no diagnóstico pode ser deletério na
evolução dos pacientes. Logo, exames que permitam um diagnóstico precoce são
úteis. Objetivo: Avaliar o comportamento da Proteína C reativa(PCR) medida por
nefelometria no sangue de transplatados renais com infecção por
citomegalovírus(CMV), tuberculose(TB) e outras infecções bacterianas.
Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 129 pacientes que estiveram
internados na Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas de São
Paulo, no período de 01/04/2006 a 30/04/2008 em decorrência de infecção por
CMV, TB e infecções bacterianas. Foram excluídos os pacientes que
apresentavam coinfecção pelos agentes estudados ou outro motivo para elevação
da PCR como período pós operatório imediato. A análise estatística foi realizada
através do teste One Way ANOVA para dados não paramétricos com análise post
hoc pelo teste Dunn´s e os resultados expressos como mediana e range. Foram
considerados estatísticamente significativos os resultados com p<0,05.
Resultados: Quando comparadas as concentrações da PCR entre os grupos CMV
(n=27), TB(n=12) e Infecções Bacterianas(n=52), verifica-se que os casos de
infecção por CMV(PCR: 14mg/l; 0,17-44mg/l) apresentam níveis mais baixos
que os outros dois grupos (p<0,05). Não há diferença estatística quanto às
dosagens da PCR entre os grupos TB (PCR: 115mg/l, 34,5-172mg/l) e Infecções
bacterianas (PCR: 141mg/l, 8-382mg/l). A análise dos casos de CMV de acordo
com a manifestação clínica demonstrou que os indivíduos assintomáticos,
sintomáticos sem doença invasiva e com doença invasiva(diagnosticada por
biópsia) apresentavam valores medianos de PCR crescentes: 0,28mg/l, 16mg/l e
29,5mg/l, respectivamente. Além disso, todos os casos de CMV apresentavam
PCR menor que 50mg/l e valores maiores que 200mg/l só foram observados no
grupo de infecções bacterianas. Conclusão: A medida da PCR demonstra ser uma
ferramenta útil no auxílio diagnóstico entre diferentes tipos de infecções em
pacientes transplantados renais.
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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
PO265
O IMPACTO DA POLÍTICA DE TRANSPLANTES NA SOBREVIDA DE
PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NO BRASIL
CASANOVA, PS; CRUZ, C.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública(1);
Introdução: A grande burocracia para diagnóstico das mortes encefálicas, as falhas nas
suas notificações e o conseqüente desperdício de órgãos, bem como a falta de campanhas
para esclarecimento e incentivo à para doações de órgãos são há muito tempo apontados
como responsáveis pela deficiência no funcionamento da política de transplantes do
Brasil. Isso submete os pacientes a enormes períodos em listas de espera, sendo os
pacientes renais crônicos os mais afetados, uma vez que, o rim é, entre todos os órgãos
sólidos, o que submete os pacientes a um maior tempo de espera. Dessa forma, o presente
estudo objetivou investigar a presença e a magnitude das implicações que essa realidade
poderia exercer na qualidade de vida e na sobrevida de pacientes renais crônicos.
Metodologia: Revisão bibliográfica de artigos originais desenho de estudo coorte
prospectivo, que abordassem a realidade da política de transplantes no Brasil e no mundo
e seu possível impacto na sobrevida de pacientes renais crônicos em fila de espera por
um transplante. Resultados: Foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas, entre pacientes transplantados de antemão e aqueles que permaneceram
em lista de espera por períodos prolongados, sobretudo relacionadas `a sobrevida, à
probabilidade de transplante e à perda do enxerto. Conclusões: Os pacientes renais
crônicos são severamente prejudicados com a realidade da política de transplantes
brasileira, evidenciando dessa forma a necessidade de medidas para melhoria do seu
funcionamento, como também para reduzir a demanda de transplantes renais, garantindo
melhor atendimento a toda a população.
PO266
RELAÇÃO ENTRE IDADE DO DOADOR, TEMPO DE ISQUEMIA FRIA E
CREATININA SÉRICA DA ALTA EM PACIENTES SUBMETIDOS A
TRANSPLANTE RENAL- DOADOR CADÁVER ENTRE 1978-2008
VIEIRA, JA(1); FILHO-LUZ, HA(1); DEBONI, LM(1); MACEDO, KRA(1); SILVACALICE, V(1);
Fundação Pró-Rim, Hospital Municipal São José(1);
Objetivos: Analisar a relação entre Idade do Doador, Tempo de Isquemia Fria (TIF) e
Valor da Creatinina Sérica (Cr) no momento da alta hospitalar em pacientes submetidos
a transplante(Tx) renal/Doador Cadáver (DC) no Serviço de Transplante da Fundação
Pró-Rim de 1978-2008. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão dos
prontuários dos pacientes que realizaram Tx renal no período de 30 anos. Análise e
correlação das variáveis: Idade do doador, TIF e Cr no momento da alta hospitalar em
pacientes submetidos a Tx/DC. Foram excluídos aqueles que evoluíram a óbito pós-tx,
perda do enxerto renal ou do seguimento, submetidos a Tx doador vivo e com ausência
de registro dos dados estudados nos prontuários. Resultados: Foram revisados 650
prontuários, destes foram selecionados 179, sendo excluídos os pacientes conforme
critérios acima. Dentre a amostra selecionada 40 (22,3%) pacientes tiveram TIF<12h,
115 (64,2%) entre 12-24h e 24 (13,4%) maior que 24h,74 (41,3%) tiveram Cr<1,4 mg/dL
e 105 (58,7%) Cr>1,4 na alta hospitalar, em relação a idade do doador 32 (17,8%)
receberam rins de doador <20 anos, 81 (45,2%) entre 21-40anos, 63 (35,1%) entre 4160 anos e 3 (1,6%) > 60 anos, correlacionando a idade do doador com o valor de Cr na
alta as melhores Cr estão entre as faixas etárias de <20 e 21-40 anos com 55 (48,6 %)
pacientes com Cr<1,4, sendo as piores Cr na alta no grupo entre 41-60 e >60 anos com
47 (71,2%) com Cr>1,4. Em relação ao TIF e a Cr na alta temos 21 (52,5%) com Cr<1,4
mg/dL e TIF< 12 h, 44 (38,2%) com Cr<1,4 entre 12- 24 h e 9 (37,5%) com Cr<1,4 e
>24h de isquemia. Conclusão: Em nosso estudo existe uma relação positiva entre a Idade
do doador e o valor de Cr na alta hospitalar conforme descrito na literatura, sendo que
48,6 % dos pacientes com Cr <1,4 mg/dL receberam rins de doadores com idade<40 anos
e 71,2% com Cr>1,4 receberam rins de doadores límítrofes, ou seja, >40 anos. Da mesma
forma verificamos que quanto menor o TIF melhor a Cr na alta hospitalar.
PO267
HEPATITE FULMINANTE EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL
DURANTE EPIDEMIA DE DENGUE
MILOSKI, F(1); AZEVEDO, M(1); BORELA, A(1); ALVARENGA M(1); MATUCK,
T(1); CARVALHO, D(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Relato de caso: A dengue é responsável por alterações da função hepática e
manifestações típicas de hepatite aguda como hepatomegalia, icterícia e aumento dos
níveis de aminotransferases. Descrevemos um caso de hepatite fulminante por dengue
em paciente com transplante (tx) renal, masculino, 28 anos, pardo portador de
mielomeningocele mantido com cateterismo vesical intermitente por bexiga neurogênica
que evoluiu com IRC e iniciou HD aos 18 anos de idade. Portador anti-HCV + sem
alterações no hepatograma. Submetido a tx renal com doador falecido aos 25 anos, em
uso de esquema imunossupressor com micofenolato sódico, tacrolimus e prednisona. No
35o mês pós tx, durante o período da epidemia de dengue no Rio de janeiro, chega a
nossa unidade de transplante renal com queixas de náuseas, diarréia e epigastralgia,
exames laboratoriais mostravam piora da função renal e hemoconcentração (Hct:50,5%).
Administrados hidratação venosa ambulatorial e sintomáticos. Internado no 3o dia após
o início dos sintomas com piora da dor abdominal e do quadro laboratorial, iniciado
tratamento com ciprofloxacino, hidratação, coleta de sorologias para dengue,
citomegalovirose e hepatite. A USG do enxerto se mostrava sem anormalidades. Evoluiu
com icterícia, diarréia e piora do quadro geral, USG abdominal evidenciou grande
espessamento da parede de vesícula que se apresentava multifasciculada(colecistite
alitiásica?), ascite moderada, derrame pleural bilateral, aumento significativo
transaminases hepáticas (TGO: 9998mg/dL e TGP: 4710mg/dL) e aumento de fosfatase
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
alcalina e gamaGT, piora da função renal com acidose metabólica e plaquetopenia.
Sorologias para hepatite, citomegalovirose e dengue negativas. No dia 8o dia de doença
evoluiu com acidose metabólica refratária, embotamento neurológico e parada
cardiorespiratória. Hipótese diagnóstica de hepatite fulminante. Realizado biópsia
hepática no momento do óbito que indicou hepatite necro-hemorrágica sugestiva de
infecção viral. Obtido resultado de exames colhidos no 7o dia do início dos sintomas
durante a internação revelando sorologia IgM (MAC-Elisa) para dengue ainda negativa,
mas com PCR positiva para dengue tipo 2.
PO268
ESTENOSES DE ARTÉRIA ILÍACA E RENAL EM PACIENTE COM
TRANSPLANTE DE RIM
MILOSKI, F(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1); MATUCK, T(1); CARVALHO,
D(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Relato de caso Introdução: A estenose de artéria ilíaca é uma complicação rara
após transplante (tx) renal, porém pode ser causa de hipertensão e disfunção renal.
Relato: Apresentamos um caso de um paciente que apresentou estenose de artéria ilíaca,
e também da artéria renal nutridora do enxerto. Trata-se de paciente de 38 anos, portador
de diabetes desde a adolescência e diagnóstico de insuficiência renal aos 34 anos, com
fundo de olho mostrando retinopatia hipertensiva, submetido à tx renal há 2 anos com
doador vivo não relacionado, em uso regular de micofenolato sódico 1440mg/dia,
ciclosporina 100mg dia e prednisona 10mg dia. Apresentou boa evolução no 1o ano pós
tx, sendo submetido a colecistectomia no 12o mês pos tx por colecistite litiásica,
procedimento que transcorreu sem intercorrências. No 15o mês de transplante apresentou
aumento da pressão arterial associado à elevação de escórias azotadas. Utltrassonografia
mostrou rim transplantado em topografia de fossa ilíaca direita, medindo 11,5x7,3x3,8
com relação cortiço-medular preservada, ausência de dilatação pielocalicial ou evidência
de imagens de cálculos. O ECO-doppler do enxerto também não mostrou alterações
significativas. O paciente mantinha quadro de hipertensão associada à perda de função.
Angioressonância mostrou obstrução significativa na origem da artéria nutridora do rim
transplantado, estimada em 70 a 80%. A arteriografia confirmou o achado da angioRNM, mostrou também estenose significativa em artéria ilíaca direita. No mesmo
procedimento foram realizadas angioplastia de ambos os segmentos com passagem de
stent convencional na lesão de ilíaca e stent farmacológico em artéria renal com sucesso
com boa perfusão do enxerto renal. O paciente foi mantido com antiagregantes
plaquetários. Evoluiu com melhora de função renal e da hipertensão, e diminuição da
dose dos hipotensores. Conclusão: Assegurar o suprimento vascular no transplante renal
é princípio básico para a sobrevida do enxerto. Deve-se suspeitar de complicações
vasculares pós transplante renal, em pacientes que manifestam hipertensão arterial
refratária, ou que eram previamente normotensos.
PO269
PIOMIOSITE TROPICAL EM TRANSPLANTE RENAL
MILOSKI, F(1); LIMA, F(1); MALTA, R(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1);
MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Relato de Caso. Introdução: Piomiosite tropical é uma causa incomum de
infecção bacteriana na musculatura. Há poucos relatos disponíveis na literatura de
piomiosite estafilocócica em pacientes transplantados renais. Relato: Descrevemos o caso
de um paciente de 30 anos submetido a transplante renal há 3 anos com doador relacionado
em uso regular de micofenolato sódico e prednisona, mantendo cre= 1,8mg/dL e uréia=
45mg/dL, com quadro de lombalgia, astenia, inapetência e febre mensurada de 39o. Ao
exame físico encontrava-se hipocorado, desidratado, prostrado, com abaulamento doloroso
em região lombar direita. Exames iniciais mostraram comprometimento da função renal,
hipercalemia e leucocitose. USG da região mostrou coleção compatível com secreção
purulenta septada com debris e grumos em região paravertebral lombar direita. No 2o dia
de internação notou-se um aumento de volume de coxa esquerda, tomografia de abdômen
e membros inferiores confirmou imagem sugestiva de infiltrado infeccioso na musculatura
dorsal à direita e em coxa esquerda. Iniciado esquema antibiótico empírico com oxacilina
e cefepime, após coleta de hemoculturas. Foi necessária drenagem região lombar, que
apresentou flutuamento da coleção, com saída de material purulento e tecido necrótico,
instalado catéter tubular e dreno de “penrose” e colhido material para culturas. Evoluiu
gradualmente com melhora progressiva do quadro geral e com normalização da função
renal. Isolado S. aureus sensível a oxacilina no material colhido da coleção lombar. Após
36 dias de antibioticoterapia realiza TC mostrando ainda lojas em região dorsal sem
presença de coleção e resolução completa da leucopenia. Ainda claudica devido a processo
inflamatório em resolução na coxa esquerda. Recebe alta hospitalar após 40 dias de
cefepime e oxacilina venosos com prescrição de levofloxacino até resolução do processo
inflamatório em coxa E. Conclusão: Alertar para a possibilidade deste diagnóstico em
paciente portador de transplante renal, que apresenta sintomas inespecíficos de mialgia,
queda do estado geral, febre e perda de função renal. Realçamos a utilização da USG e da
TC para diagnóstico precoce e definitivo, bem como a exclusão de outras hipóteses
diagnósticas.
PO270
TOXICIDADE PULMONAR INDUZIDA PELA RAPAMICINA
MILOSKI, F(1); VIEIRA, O(1); MATUCK, T(1); GRACIANO, M(1); MORGADO, L(1);
GOUVEIA, M(1); CARVALHO, D(1);
Hospital Geral de Bonsucesso(1);
Objetivo: Relato de caso. Relato: Rapamicina é um agente imunossupressor que vem
sendo usado em pacientes submetidos a transplante renal. A toxicidade pulmonar é
14 de setembro de 2008 - Domingo
reconhecida como potencial complicação associada a essa medicação. Nos relatamos o
caso de uma paciente de 58 anos submetida a transplante renal que desenvolveu
pneumonite intersticial e pneumonia organizada associada à administração da
rapamicina. Há quatro semanas apresentava dispnéia e tosse com piora progressiva e à
semana anterior a internação apresentava febre, concomitantemente referia hiporexia e
perda de peso. A radiografia e TC de tórax mostravam padrão de pneumonite intersticial
e pneumonia organizada, recebeu antibioticoterapia para tratamento de pneumonia
atípica, sem resultados. A citologia do lavado bronconcoalveolar mostrou linfocitose
significante e a cultura do não mostrou crescimento de microorganismos. A gasometria
arterial revelava hipoxemia grave com alcalose respiratória moderada. Não havia
leucocitose e o estudo bioquímico mostrou hipercolesterolemia, uréia e creatinina
normais. A rapamicina foi suspensa após uma semana de internação. Os sintomas como
febre, dispnéia, fadiga e os infiltrados pulmonares melhoraram rapidamente. Após duas
semanas de retirada da medicação foi realizada TC de alta resolução que mostrou boa
evolução radiológica. Em 6 meses de suspensão da rapamicina a radiografia de tórax e
TC de tórax estavam normais. Conclusão: O fato da paciente estar exposta ao uso da
rapamicina apresentando alterações respiratórias clínicas e radiológicas na ausência de
causas infecciosas ou outra doença pulmonar e a melhora progressiva de tais alterações
sugere uma relação causal. Pelo fato do uso da rapamicina no transplante renal ser cada
vez mais comum, devemos estar vigilantes para essa potencial complicação pulmonar.
PO271
REMISSÃO DE LINFOMA MALT GÁSTRICO ATRAVÉS DE CONVERSÃO
DA IMUNOSUPRESSÃO EM TRANSPLANTADO RENAL
LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); COELHO, LGV(2); LIMA,
PV(1); NOGUEIRA, AF(1);
Fac. Ciências Médicas MG(1); Fac. Medicina UFMG(2); Hospital Mater Dei(3);
Objetivo: Relato de caso de transplantado renal com linfoma MALT gástrico mixto
(baixo e alto grau) com rápida remissão da neoplasia após conversão da imunosupressão
para SRL (Sirolimo). Não encontramos nenhum caso semelhante descrito na literatura.
Métodos: Foi submetida a transplante renal a paciente TSA, 47 anos, casada, branca,
doença básica glomerulonefrite crônica, em 03/06/92 com doadora irmã (haploidêntica).
Resultado:A paciente evoluiu sem anormalidades no pós-operatório imediato, recebendo
imunossupressão com ciclosporina (CSA), azatioprina (AZA) e prednisona (PRED). Em
junho de 1994 teve episódio de rejeição aguda revertida com pulsoterapia de
metilprednisolona. Em janeiro de 2001 apresentou quadro de papiloma vírus vaginal,
quando foi reduzida dose de (AZA 100 para 75 mg/dia). Em 07/06/06 foi submetida à
endoscopia digestiva alta devido a queixas dispépticas, sendo feito diagnóstico
histológico e imunohistoquimico de linfoma MALT mixto (componentes de baixo e alto
grau), associado à presença de H. pylori. Em 16/06/06 iniciado tratamento para
erradicação de H. pylori, com a associação de omeprazol, amoxicilina e claritromicina
durante 14 dias. Em 20/06/2006 foi feita modificação na imunossupressão, com
substituição da CSA e AZA por SRL na dose de 4 mg/dia, com nível sanguíneo de 7,3
ng/ml. Nesta época a creatinina era de 2,1 mg/dl e exame de EBV mostrou IgM e IgG
positivos, que persistem até o momento. TC de crânio, abdome e tórax sem alterações.
Endoscopia digestiva alta e ecoendoscopia realizadas em 12/07/06 mostraram apenas
gastrite crônica em atividade ainda associada à presença de H. pylori e regressão total da
neoplasia. Novas ecoendoscopias foram realizadas em 21/08/06 e 08/01/07 evidenciando
ausência de neoplasia e de H. pylori. Atualmente a paciente apresenta-se sem queixas,
com creatinina de 1,8 mg/dl. Conclusão:Trata-se do primeiro caso descrito na literatura
de linfoma MALT gástrico que apresentou rápida remissão histológica após alteração da
imunossupressão, com conversão da CSA e AZA para SRL. Novos estudos deverão
validar o real papel de SRL na terapêutica dos linfomas gástricos.
PO272
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES NA ZONA LESTE DE SÃO
PAULO NO SEU PRIMEIRO ANO DE PÓS-TRANSPLANTE - UNIDADE DE
TRANSPLANTE RENAL- HOSPITAL SANTA MARCELINA
SILVA, GSJR(1); CANUTO, APPSL(1); BARATA, R(1); SOARES, LGAJR(1);
UNIFESP(1);
Introdução: O Hospital Santa Marcelina é um dos maiores hospitais da zona leste de São
Paulo, atende SUS e convênio, a população regional e de outras regiões da grande São
Paulo e não poucas vezes, pacientes de outros estados. O serviço de TxR deste hospital
está atuante desde 1997, já realizou 525 transplantes renais até o momento, tendo uma
média de 60 transplantes renais ao ano. Objetivo: Fazer um levantamento retrospectivo
de prontuários de pacientes submetidos a transplante renal em 2005, e uma análise do
perfil epidemiológico no seu primeiro ano. Material e Métodos: De forma aleatória,
pacientes transplantados no ano de 2005, foram tomados como ponto de partida para este
levantamento, compreendendo um total de 63 pacientes. Resultados: dos 63 pacientes
transplantados, 40 eram do sexo masculino e 23 do feminino. A idade variou de 8 a 69
anos(a), com idade média de 42a. Na patologia primária teve destaque hipertensão
arterial (31,7%), glomerulopatia(14,2%), Diabetes melito(9,5%) e outras(44,4%).
Estavam em hemodiálise 58 casos e 5 em CAPD. Priorizado para transplante 3 casos.
Como antecedentes, 48 tinham hipertensão, 13 tinham diabetes, 3 eram re-transplante, 1
Hepatite B positivo e 1 hepatite C. Quanto a imunossupressão inicial, 3 casos receberam
indução com ATG, com preferência ao esquema tacrolimus, prednisona e micofenolato
em 73% dos casos; ciclosporina, prednisona e micofenolato em 12,7%; ciclosporina,
prednisona e azatioprina em 11,1%; e rapamicina, prednisona e micofenolato em 3,2%.
No período de 1 ano, houveram 14 novos casos de diabetes, 17 casos novos de
dislipidemia, com prevalência de 50 hipertensos, 2 casos de má aderência e 1 caso de
abandono da tratamento. 57,1 % tiveram alguma infecção no período, com predomínio
no 1º semestre( 49,2%). Infecções por CMV em 13 casos e com destaque infecção do
trato urinário. Conclusão: observamos nos pacientes transplantados em 2005 um
predomínio do sexo masculino, com idade média de 42, provenientes dos serviços de
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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14 de setembro de 2008 - Domingo
hemodiálise, com principal etiologia de hipertensos e diabéticos, dados estes semelhantes
aos da literatura.. No primeiro ano após o transplante, constatamos grande prevalëncia de
hipertensos, diabéticos e dislipidëmicos, assim como predomínio de infecções no
primeiro semestre, dando destaque a ITU e CMV, compatível com os esquemas de
imunossupressores utilizados hoje em dia.
PO273
CAMPANHA PREVINA-SE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS MORADORES
DA VILA FÁTIMA, PORTO ALEGRE/RS
PEDRAZZA, EL; ROCHA, SR; SGNAOLIN, V; SIQUEIRA, SL; SCHAFF, CM; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1);
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINASE com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais e seus sintomas,
realizando exames de triagem para detecção precoce destas. Objetivos: Realizar o
rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil
epidemiológico desta população e sua relação com risco de desenvolvimento de doença
renal crônica (DRC). Materiais e Métodos: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi
utilizada, no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e
familiar; verificação da pressão arterial, medidas antropométricas e análise do exame
qualitativo de urina. Resultados: Esta atividade contou com a participação voluntária de
128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres
87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo
(nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; ≥12 anos 4,7%;
ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%; 2 a 5
– 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio foi de
4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar positiva
para hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV)
(61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a
história clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas
21,9%; sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%;
Conclusão: Com base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde
têm um grande desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de
doenças crônicas observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas
de DRC. Portanto, é importante a união dos saberes das diferentes profissões, a fim de que
a saúde torne-se uma realidade também para estas populações menos favorecidas.
PO274
NECROSE
URETERAL
PELO
CITOMEGALOVÍRUS
NO
PÓSTRANSPLANTE: RELATO DE CASO
SPÍNDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1);
SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1);
Hospital Vera Cruz(1);
Necrose ureteral pelo citomegalovírus no pós-transplante: relato de caso Objetivo: A
isquemia isoladamente não pode explicar a ocorrência tardia de fístulas ureterais após o
primeiro mês de transplante renal (Tx). Em uma coorte realizada com 1629 pacientes, a
necrose ureteral ocorreu em 52 pacientes, em 4 (7,6%) foi demonstrada a infecção por
citomegalovírus (CMV). Materiais e Métodos: Relatar o acometimento do trato urinário,
pouco freqüente pelo CMV, uma complicação emergente da terapia imunossupressora.
Resultado: Trata-se de paciente, sexo feminino, 38 anos, transplantada renal, doador vivo
não relacionado, HLA com 05 miss-match, prova cruzada negativa, painel 0% de
reatividade. Ambos, doador e paciente eram previamente sensibilizados para CMV. Com
1,5 mês de Tx a paciente evoluiu com abaulamento e dor súbita em fossa ilíaca direita
(FID), local do enxerto renal. Fazia uso de micofenolato sódico 720mg BID, tacrolimus
5mg BID, prednisona 20mg MID. Exames revelaram piora função renal, com elevação
da creatinina basal de 1,3 mg/dl para 2,8mg/dl. Tomografia do abdome e pelve
demonstrou Tx renal em FID com leve dilatação do sistema coletor e ureter proximal,
com uma coleção líquida na cavidade pélvica com volume calculado de 344cm3. Após
infusão de contraste observou-se extravasamento do mesmo para a coleção. Exploração
cirúrgica da cavidade revelou necrose do terço distal do ureter. A paciente foi submetida
a pieloplastia com utilização do ureter nativo, sendo colocado um cateter duplo J. Teve
melhora progressiva da dor e poliúria desobstrutiva e resolução da insuficiência renal
aguda. Anátomo-patológico demonstrou a presença de intensa inflamação supurativa,
presença de várias células endoteliais com núcleos aumentados contendo grandes
inclusões eosinofílicas e halos claros (efeito citopático de infecção por CMV). Paciente
recebeu ganciclovir por 21 dias e não houve comprometimento identificável de outros
órgãos e sistemas pelo CMV. Conclusão: Devido ao alto percentual de reativação
citomegálica, como mostra um recente estudo com 190 pacientes pré-sensibilizados, no
qual 56,3% apresentaram CMV DNAemia no primeiro ano após transplante, é
importante sua investigação nos casos de fistulas ureterais tardias.
PO275
IMPACTO DA FUNÇÃO DOS ENXERTOS RENAL E PANCREÁTICO NA
SOBREVIDA EM 1 ANO DO PACIENTE APÓS O TRANSPLANTE
SIMULTÂNEO DE PÂNCREAS-RIM
RANGEL EB(1); MELARAGNO CS(1); GONZALEZ AM(1); LINHARES MM(1); SÁ
JR(1); SALZEDAS A(1); COUTINHO LS(1); BAITELLO M(1); NETO CS(1); MEDINAPESTANA JO(1);
UNIFESP-EPM(1);
Objetivo: Avaliar as sobrevidas em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático
após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR). Pacientes e Métodos: De Dez/00
78
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
a Ago/06 foram realizados 150 TSPR na UNIFESP-EPM. Sobrevida em 1 ano: regressão
de COX e Kaplan-Meier. Fatores de risco tradicionais e relacionados ao transplante dos
doadores e receptores: análises uni-e multivariadas (P < 0,05). Resultados: As sobrevidas
em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático foram 82%, 80% e 77%,
respectivamente. Delayed graft function (DGF ou função retardada do enxerto renal) (P
= 0.001, HR 5.41), rejeição aguda renal (P = 0.016, HR 3.36) e infecção intra-abdominal
(IIA) (P < 0.0001, HR 4.15) foram os principais fatores de risco na sobrevida do paciente.
Na sobrevida do enxerto renal, influenciaram: DGF renal (P = 0.013, OR 3.39), rejeição
aguda (P = 0.001, OR 4.74) e IIA (P = 0.003, OR 6.29). Na sobrevida do enxerto
pancreático, influenciaram: IIA (P < 0.0001, OR 12.83), trombose vascular (P = 0.002,
OR 40.55), rejeição aguda renal (P = 0.027, OR 3.06), sódio do doador >155 mEq/L (P
= 0.02, OR 3.27) e dopamina > 7.6 μ cg/kg/min (P = 0.046, OR 2.85). O fator de
risco para a ocorrência de IIA foi DGF renal (P = 0.027, OR 3.56). A DGF renal teve
correlação com: tempo de diálise > 27 meses (P = 0.046, OR 2.59), tempo de isquemia
fria > 14 h (P = 0.027, OR 2.94), idade do doador > 25 anos (P = 0.03, OR 2.82) e sódio
do doador > 155 mEq/L (P < 0.0001, OR 1.09). A principal causa de perda dos enxertos
foi óbito com o enxerto funcionante. Houve correlação entre o sódio e a creatinina dos
doadores (P < 0.0001), sugerindo que estes estavam desidratados. Comparando-se os
dados de 202 TSPR, as sobrevidas dos 100 primeiros casos foram: paciente 73%, rim
63% e pâncreas 62%, aumentando nos últimos 102 casos para 87.2%, 86.3% e 79.4%,
respectivamente. Conclusão: DGF renal e infecção intra-abdominal têm impacto na
sobrevida tanto do paciente quanto dos enxertos após o TSPR. A experiência da equipe
de transplante influencia aquelas sobrevidas.
PO276
ESTUDO DA CONDIÇÃO BUCAL EM CANDIDATOS A TRANSPLANTE
RENAL
MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1);
UNICAMP(1);
Objetivo: A doença bucal é prevalente em pacientes dializados à espera de um
transplante renal, que necessitam de cuidados odontológicos especiais, curativos e
preventivos, para erradicação de focos infecciosos e manutenção da saúde bucal, devido
a isso, o objetivo deste estudo, foi avaliar as condições de saúde bucal dos candidatos a
transplante renal, sendo a prevenção e tratamento, fatores para o êxito do transplante de
rim. Material e Métodos: Foram estudados 40 doentes, 23 mulheres e 17 homens, com
idade entre 20 e 70 anos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço
de Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais
doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade
de extração dentária). Resultados: Todos os 40 pacientes examinados apresentavam
doença periodontal; em 25 deles diagnosticou-se cárie; em 7 outros, problema
endodôntico; e, em 19, necessidade de extração dentária. A pesquisa revelou doença
periodontal com Índice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4,
sendo Código 1 em 4 pacientes (10%), Código 2 em 21 (52,5%), Código 3 em 12 (30%)
e Código 4 nos outros 3 (7,5%). O Índice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%,
com maioria, acima de 60% (57% dos pacientes). O Índice de Placa Bacteriana variou de
20 à 100%, sendo a maioria 80 à 100% (75% dos pacientes). O CPO-D variou de 6 à 32,
sendo a maioria de 18 à 32 (85% dos pacientes). Conclusão: Todos os doentes foram
tratados com remoção dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicação do
tratamento destas doenças, concorrem para a diminuição do risco e aumento do sucesso
do transplante, evidenciando a importância do tratamento odontológico em todos os
pacientes candidatos a transplante renal.
PO277
ESTUDO DA CONDIÇÃO BUCAL EM PACIENTES
CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL
MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1);
UNICAMP(1);
DIABÉTICOS
Objetivo: Pacientes diabéticos, candidatos a transplante renal, apresentam alta
prevalência de doença bucal, necessitando de cuidados odontológicos especiais,
curativos e preventivos, para erradicação de focos infecciosos e manutenção da saúde
bucal, que é um fator de êxito do transplante renal. Devido a isso, o objetivo deste estudo
foi avaliar as condições de saúde bucal dos diabéticos candidatos a transplante renal,
sendo a prevenção e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim. Material e
Métodos: Foram estudados 10 doentes, 04 mulheres e 06 homens, com idade entre 23 e
59 anos, diabéticos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de
Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais
doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade
de extração dentária). Resultados: Todos os 10 pacientes examinados apresentavam
doença periodontal, sendo que em 8 deles diagnosticou-se cárie e em 5, necessidade de
extração dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Índice de Diagnóstico e
Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 1 paciente (10%),
Código 2 em 4 (40,0%), Código 3 em 2 (20%) e Código 4 nos outros 3 (30,0%). O Índice
de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, entre 21 e 40% (30% dos
pacientes). O Índice de Placa Bacteriana variou de 64 à 100%, sendo 100% em 90% dos
pacientes. O CPO-D variou de 11 à 32, sendo a maioria de 26 à 32 (50% dos pacientes).
Conclusão: Todos os doentes foram tratados com remoção dos focos infecciosos. Assim,
o diagnóstico e indicação do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuição do
risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a obrigatoriedade do tratamento
odontológico em todos os pacientes diabéticos candidatos a transplante renal, por
apresentarem alta incidência de focos de infecção bucal.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
PO278
TRANSPLANTE RENAL NA DOENÇA DE FABRY
LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); ORÉFICE, F(2); SANTOS,
HH(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1);
Fac. Ciências Médicas MG(1); Hospital São Geraldo UFMG(2); Hospital Mater Dei(3);
Introdução: A doença de Anderson-Fabry é uma doença rara, resultante da deficiência
da enzima alfa-galactosidase A (alfa-Gal), o que determina o acúmulo progressivo de
substância lipídica (ceramida) no interior do endotélio. Objetivo: Relatar o caso de um
paciente com a doença, submetido à transplante renal com evolução de 5 anos,sem
evidências de recorrência da doença. Métodos: Paciente RMA, 42 anos aos 11 anos de
idade (1975) começou a apresentar dores articulares nas mãos e pés, associados a
hipohidrose. Feito diagnóstico de febre reumática e prescrito benzetacil. Aos 18 anos,
após sentir dores no peito, cardiologista constatou insuficiência e prolapso de válvula
mitral (sic). Nesta época começou a observar pequenos pontos avermelhados nas mãos
e quadris. No ano 2000, aos 36 anos de idade foi detectada insuficiênica renal e
submetido à biópsia que revelou esclerose glomerular focal. Iniciou hemodiálise em
12/05/2001 e submeteu-se à transplante renal ( doadora esposa) em 18/07/2001.
Resultado: O paciente não apresentou qualquer anormalidade no pós-operatório
imediato e tardio, tendo recebido imunossupressão com tacrolimo, azatioprina e
prednisona. As dores articulares se acentuaram, sendo encaminhado para vários
reumatologistas, sem definição do diagnóstico. Dois ecocardiogramas mostraram
insuficiência mitral decorrente à degeneração mixomatosa da válvula. Em maio de
2005, após suspeita clínica, foi feita dosagem da enzima alfa-GAL no plasma e nos
leucócitos, confirmando-se o diagnóstico de doença de Fabry. Encaminhado ao
oftalmologista, que constatou córnea verticilata, uma das manifestações frequentes
determinada pela doença. Atualmente não apresenta hipertensão arterial, alterações no
exame de urina e a função renal avaliada pela depuração da creatinina, de 54 ml/min.
Heredograma familiar mostrou que a mãe e quatro irmãos são portadores da doença.
Conclusão: A doença de Fabry deve ser suspeitada em pacientes portadores de doença
renal associada a alterações cardíacas, dores articulares, lesões dermatológicas
(angioqueratomas) e córnea verticilata. O transplante renal constitui a melhor opção
terapêutica, embora sejam descritos casos de recorrência de doença após alguns anos, o
que não ocorreu com este paciente.
PO279
TUBERCULOSE EXTRA-PULMONAR EM TRANSPLANTADO RENAL
SOARES, RP(1); MACHADO, RS(1); VIANNA, HR(1); VENTURA, NEFG(1);
SALDANHA, HCP(1); SILVEIRA, ER(1);
Hospital Vera Cruz(1);
Objetivo: Descrição de tuberculose (TBC) extra-pulmonar em paciente
imunossuprimido. Material e métodos: E.W.A, 48 anos, masculino, transplantado
renal há 12 anos, doador vivo relacionado, em uso de prednisona 5 mg/dia e
micofenolato de mofetil 2000 mg/dia. Internado no Hospital Vera Cruz em 11/01/08
com adinamia, hiporexia, febre, diarréia com sangue, e história de emagrecimento
nos últimos 2 meses. Cursava ainda disúria, polaciúria e dor supra-púbica.
Sorologias para toxoplasmose e citomegalovírus foram negativas. Exame de fezes,
incluindo parasitológico, pesquisa de Clostridium difficile toxina A, Isospora belli e
Criptosporidium foi negativo. Ultra-som abdominal com espessamento segmentar no
ângulo hepático do cólon, estendendo ao cólon transverso. Colonoscopia com lesão
ulcerada de aspecto granuloso e infiltrativo, acometendo toda circunferência do
órgão a 60/70 centímetros da margem anal e no ceco, cólon ascendente e papila ileal,
separados por segmentos de cólon normal. Histopatologia com infiltrado crônico,
granulomatoso, células gigantes multinucleadas e epitelióides, ulceração e necrose,
com pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente positiva. Exame de urina com piúria,
sem evidência de bactérias no Gram de gota. Pesquisa de bacilo de Koch na urina foi
positiva. Caracterizadas TBC urinária e intestinal. Iniciado tratamento com
rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Alta hospitalar em 22/01/08, com melhora
dos sintomas, função renal estável, para acompanhamento ambulatorial. Resultados:
Esse relato vai ao encontro da observação de que o risco de TBC nos transplantados
renais é 100 vezes maior que na população em geral, em virtude do defeito da
imunidade celular. A TBC tem clínica variada, com acometimento orgânico diverso.
No paciente descrito, além do acometimento urinário que é um achado freqüente,
diagnosticou-se também TBC intestinal, forma incomum no paciente transplantado,
muitas vezes confundida com doenças inflamatórias intestinais e neoplasias.
Conclusão: A imunossupressão usada no transplante renal predispõe às infecções,
independentemente do seu grau. Havendo suspeita clínica de TBC, deve-se adotar
uma atitude diagnóstica agressiva, de modo a permitir o início precoce do
tratamento.
PO280
IMPACTO A LONGO PRAZO DA INFECÇÃO DO VIRUS DA HEPATITE C EM
PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL
LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); FUJI, JB(2); LIMA, PV(1);
NOGUEIRA, AF(1);
Hospital Universitário São José-HUSJ(1); Fac. Medicina UFMG(2); Hospital Mater
Dei(3);
Objetivo: Analisar o impacto a longo prazo do vírus da hepatite C (HCV) em pacientes
(pts) submetidos à Transplante renal (Tx renal). Métodos: Foram estudados,
retrospectivamente, 80 pts transplantados no período de 1977 a 2001, sendo 40 pts
HCV positivos e 40 pts negativos. Os pts foram selecionados coincidindo a mesma
época do Tx, sendo os HCV positivos submetidos à biópsia hepática prévia. Nenhum
apresentava hepatite crônica ativa ou cirrose. A idade média dos receptores foi de 37,6
± 11,3 anos nos HCV positivos e de 32,8 ± 12,4 nos negativos (p=0,09). O tempo
14 de setembro de 2008 - Domingo
médio dos Txs nos HCV positivos foi de 12,5 ± 2,9 anos e nos negativos de 12,3 ± 4,5
anos (p=0,49). Não houve diferença estatística com relação a sexo, cor do receptor,
tipo e idade do doador, tipagem HLA e imunossupressão utilizada. Resultados: A
sobrevida do enxerto foi semelhante nos dois grupos, sendo 30% nos HCV positivos e
40% nos negativos (p= 0,48). O tempo médio da perda do enxerto foi de 36,7±33,1
meses nos HCV positivos e de 42,7± 31,7 meses nos negativos (p=0,67). A principal
causa da perda do enxerto foi o óbito, em ambos os grupos (13 pts, p=1,0), seguido da
nefropatia crônica do enxerto em 12 pts HCV positivos e 6 pts negativos (p=0,03). A
infecção bacteriana constituiu-se na principal causa de óbito nos dois grupos,
ocorrendo em 5 pts HCV positivos e em 4 pts HCV negativos (p=0,63). A função renal
atual medida pela depuração da creatinina foi de 47,3±24,9 ml/min nos HCV positivos
e de 54,9±ml/min nos pts negativos (p=0,49). As principais complicações foram
semelhantes nos dois grupos: rejeição aguda, necrose tubular aguda e infecção
bacteriana. A incidência de cirrose (2pts) e alterações nas enzimas hepáticas (5pts)
ocorreram somente nos pts HCV positivos (p=0,05). Conclusões: O estudo mostrou
que a infecção pelo vírus HCV não influenciou, a longo prazo, a sobrevida do enxerto
e do pt transplantado, bem como a incidência de complicações, exceto cirrose e
alterações das enzimas hepáticas que ocorreram apenas nos HCV positivos. A perda do
enxerto por nefropatia crônica do enxerto foi significativamente maior nos pts HCV
positivos.
PO281
PERFIL E PREVALÊNCIA DE AFECÇÕES PULMONARES EM PÓS
TRANSPLANTADOS RENAIS
COSTA, JA(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); BERNARDES, LCR(1);
WAKIYAMA, TP(1); DIAS, CLL(1); MOREIRA, JLC(1); COSTA, MHA(1);
UFMA(1);
Objetivos: Analisar o perfil e a prevalência de afecções pulmonares em pacientes após
transplante renal no Hospital Universitário Presidente Dutra, no período de março de
2000 a maio de 2008. Materiais e Métodos: Foram avaliados, em estudo retrospectivo,
os dados de 204 prontuários de pós transplantados renais. Um banco de dados foi
montado através do EpiInfo 2007 para que os dados fossem posteriormente analisados.
Resultados: Do total de transplantados, 5,8% (12) apresentaram afecção pulmonar.
Destes, 58,3 % tinham idade acima de 40 anos e 58,3% eram do sexo feminino. As
afecções diagnosticadas foram pneumonia em 66,6% (8); tuberculose pulmonar, 25%
(3); aspergilose, 8,3% (1) e câncer de pulmão, 8,3% (1). Uma paciente apresentou
pneumonia e tuberculose em épocas diferentes. A maior porcentagem de afecções
(58,3%) ocorreu nos seis primeiros meses de pós-operatório, sendo que os casos de
tuberculose e a neoplasia ocorreram após dois anos de transplante. Dentre os sintomas
apresentados houve predomínio de tosse (66,6%), febre (50%) e secreção purulenta
(33,3%). Outros sintomas como dor torácica, dispnéia e hemoptise também foram
encontrados. Houve internação hospitalar para investigação diagnóstica e tratamento
em 83,3% dos pacientes. Como método diagnóstico, o RX de tórax foi utilizado em
41,6% (5) dos casos, seguido de broncoscopia em 33,3% (4) e tomografia
computadorizada de tórax também em 33,3% (4) das afecções. A neoplasia evoluiu
para óbito após várias complicações. O restante das afecções tiveram tratamento
conservador adequado e resolução do quadro. Conclusão: A prevalência de afecções
pulmonares foi de 5,8%, estando abaixo da média encontrada em outros estudos. A
afecção mais prevalente foi pneumonia (66,6%), seguida de tuberculose (25%). Houve
uma incidência maior de afecções pulmonares nos 6 primeiros meses após transplante,
sendo tais afecções importante causa de reinternação hospitalar. O quadro clinico se
mostrou muitas vezes confluente entre as diversas afecções, sendo perceptível a
importância de terem sido realizados métodos diagnósticos invasivos para instituição
de terapêutica adequada. A mortalidade se mostrou baixa, havendo resolução do
quadro em 91,6 % dos casos.
PO282
TUBERCULOSE EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO
DE UM CENTRO.
GUIDA, JPS(1); URBINI-SANTOS, C(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1);
Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);
Objetivo: Registrar a incidência de tuberculose e as formas de apresentação da doença
em um grupo de transplantados renais. Metodologia: Análise retrospectiva do banco
de dados de um serviço de transplantes renais, no período de 1984 a 2007. Resultados:
De um total de 1342 transplantes renais, foram identificados 21 sujeitos que
receberam tratamento (n=14) e/ou profilaxia (n=8) contra tuberculose. A incidência
de novos casos de tuberculose foi de 0,97%, muito superior à da população da mesma
área geográfica (0,031%). Oito indivíduos realizaram tratamento profilático, por
contacto com portadores de tuberculose (n=1), ou tratamento da doença previamente
ao transplante (n=7). Em 14 casos, o diagnóstico de tuberculose foi realizado após o
transplante, em média 53 ± 49 meses de acompanhamento. Houve predomínio de
formas extra-pulmonares (n=9) em relação às pulmonares (n=5). Na maioria dos casos
(n=9), o tratamento clássico (isoniazida, rifampicina e pirazinamida) foi utilizado com
sucesso. Quatro casos resistentes necessitaram de tratamento alternativo, com adição
de etambutol (n=5). Não foi observado nenhum caso de hepatotoxicidade durante o
tratamento. Dois pacientes evoluíram para óbito por complicação de tuberculose,
sendo 1 forma miliar e 1 intestinal. Após o tratamento de tuberculose ocorreram 3
perdas de enxerto, por rejeição celular aguda tardia. Dos pacientes submetidos ao
tratamento profilático, nenhum desenvolveu tuberculose. Conclusão: A incidência de
tuberculose em receptores de transplante renal foi significativamente superior à da
população da mesma região, com predomínio de formas extrapulmonares. O
tratamento profilático nos casos de risco foi eficiente, prevenindo o desenvolvimento
de novas infecções.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
79
04-PO-14/9
05.09.08
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14 de setembro de 2008 - Domingo
PO283
TUBERCULOSE PULMONAR EM TRANSPLANTADO RENAL
SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); COSTA, JA(1); DIAS, CLL(1); FERRAZ,
PCG(1); LEAL, AL(1); OLIVEIRA, MT(1); ALBUQUERQUE, LH(1);
UFMA(1);
Objetivo: Relatar um caso de tuberculose pulmonar em paciente transplantada renal.
Material e Métodos: Estudo de caso, descritivo e retrospectivo. Resultado: Paciente
feminina, 35 anos, procedente de Chapadinha-MA, portadora de insuficiência renal
crônica de etiologia desconhecida. Após 3 anos de hemodiálise, foi submetida a
transplante renal com doador vivo HLA III. À época em uso de Prednisona,
Micofenolato Mofetil e Tacrolimus. Cerca de 5 meses após transplante, apresentou
episódios febris, tosse persistente, emagrecimento e um episódio de hemoptise, sendo
então internada para melhor acompanhamento. Em sua história, nega infecção prévia
pelo bacilo de Koch ou contato com paciente sabidamente infectado. O teste de
tuberculina da paciente e do seu doador foram realizados antes do transplante, sendo
ambos negativos, não sendo feita, portanto, quimioprofilaxia para tuberculose no póstransplante. Radiografia X de tórax mostrava infiltrado para-hilar D. CT de tórax
evidenciou opacidade paracardíaca direita no segmento medial do lobo médio e
infiltrados intersticiais no lobo superior direito. Realizou baciloscopia e broncoscopia
que deram resultados negativos. Foi internada mais 2 vezes com o mesmo quadro
clínico, sendo tratada para pneumonia bacteriana com resolução aparente do quadro.
Oito meses após transplante, foi reinternada com quadro de tosse, febre e
emagrecimento. Realizou pela segunda vez lavado brônquico alveolar, obtendo
resultado positivo para Mycobacterium tuberculosis. Após confirmação do diagnóstico
de tuberculose, iniciou esquema específico, fazendo uso de Rifampicina (300mg/dia),
Iizoniazida (200mg/dia) e Pirazinamida (500mg/dia), após o qual obteve boa resposta.
Aos exames, apresentava: Na=136mmol/L; K=4,1mmol/L; creatinina=1,0mg/dl;
Hb=8,7g/dl; Ácido Úrico= 2,1mg/dl; glicose= 98mg/dl, AST= 7U/L, ALT=9U/L,
GGT=54U/L. Ao exame físico: pressão arterial=140/80mmHg, peso=45kg. Conclusão:
A tuberculose pulmonar é uma doença grave, e o seu diagnóstico pode ser de difícil
obtenção em pacientes transplantados renais. Esta infecção possui significativa morbimortalidade nesta população, podendo comprometer a função do enxerto,
principalmente quando há demora no seu diagnóstico e tratamento.
PO284
CAUSAS DE PERDA DO ENXERTO RENAL
SALGADO, NF(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); FERRAZ, PCG(1);
ALBUQUERQUE, LH(1); MADEIRA, TCS(1); BERNARDES, LCR(1); CUNHA, ER(1);
UFMA(1);
Objetivos: Determinar as causas de perda do enxerto renal e óbito com enxerto
funcionante durante os 7 anos do serviço de transplante do Hospital Universitário
Presidente Dutra. Metodologia: Análise retrospectiva analítica de 21 pacientes que
evoluíram com perda do enxerto renal ou óbito com enxerto funcionante no único
centro de referência em tratamento e acompanhamento de pacientes transplantados no
Maranhão. Foram coletados dos prontuários os seguintes dados: sexo, idade, doença
de base, tipo de doador, HLA, número de episódios de rejeição aguda, número de
episódios de infecção, co-morbidades, causa de perda do enxerto, causa do óbito.
Resultados: Amostra composta por 12 homens (63%). A maioria dos pacientes
pertencem/pertenciam à faixa de 18-29 anos, 5 (26%). Quanto à doença de base,
houve clara predominância da nefroesclerose hipertensiva, com 9 (47,3%) dos
pacientes; apenas 2 (10,5%) tiveram glomerulonefrite como doença de base para
disfunção renal e apenas 1 (5,3%) caso foi associado ao diabetes mellitus. Observouse predominância de doadores vivos, 15(79%). A maioria possuía HLA II 7 (37%), e
HLAIII 7(37%). Observou-se que 13(69%) pacientes tiveram 1 ou mais episódios de
infecção oportunística, predominando candidíase (21%), escabiose (21%) e herpes
(21%). Quanto às co-morbidades apresentadas antes do transplante, predominava a
HAS, sendo relatado em 17 (89%) pacientes. Na análise da causa de perda do enxerto
renal, constatou-se predominância da nefropatia crônica enxerto em 5 (26,4%) dos
pacientes, seguida de infecção em 2 (21%), sendo uma sepse iniciada por pielonefrite,
e a outra de causa ignorada. Apenas 1 (5,3%) caso foi relacionado à rejeição aguda.
Entre os pacientes que evoluiram a óbito com enxerto funcionante, as causas
predominantes foram a doença cardiovascular e a neoplasia, cada uma sendo
responsável por duas mortes. Conclusão: Em concordância com a literatura, as
principais intercorrências no pós-transplante foram de causa infecciosa, sendo esta a
causa também de 21% das perdas do enxerto. Porém, a nefropatia crônica do enxerto
foi a maior responsável pela perda do rim transplantado, assim como o encontrado em
outros estudos. Quanto ao óbito com enxerto funcional, prevaleceram a doença
cardiova
Pôsteres
que concordaram em participar do estudo, assinando o termo de consentimento livre
e esclarecido. A amostra urinária foi colhida pela manhã e centrifugada á 2500rpm
por 5minutos. O exame foi realizado em câmara de Fuchus-Rosenthal®,
preenchendo-a através de pipetador automático 20uL, com urina não centrifugada na
parte superior da câmara e urina centrifugada na parte inferior. Foi utilizado
microscópio de fase Olympus BX41®. O examinador utilizou-se de estudo cego, não
tendo conhecimento prévio da origem da hematúria. A BxR percutânea guiada por
ultrassom foi realizada com agulha calibre 16-18mm, sob anestesia local e os
fragmentos encaminhados para o Serviço de Anatomia Patológica da UNIFESP (SP).
A proteinúria, o padrão das hemácias (isomórficas ou dismórficas), a pesquisa de
acantócitos (>5%), cilindros hialinos, céreos, granulosos e hemáticos foram
correlacionados com os achados histopatológicos da BxR. Resultados: Tabela 1 *NCTx- Nefropatia crônica do enxerto, NPV - nefropatia por poliomavírus, RATx rejeição aguda do enxerto, LES - lúpus eritematoso sistêmico. *Estatisticamente NS.
Conclusão: A SUMCF demonstrou a presença de hematúria dismórfica em todos os
pacientes transplantados estudados, compatível com doença parenquimatosa no
enxerto renal, reforçando a importância da contribuição deste método não invasivo
no diagnóstico histológico.
PO286
NEOPLASIAS LIFOPROLIFERATIVAS E DE ÓRGÃOS SÓLIDOS EM
RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO DE UM CENTRO.
FALSARELLA, PM(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1);
Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);
Introdução: Receptores de transplantes de órgãos apresentam um maior risco de
desenvolver neoplasias que a população geral. Registros internacionais demonstram
que as neoplasias mais freqüentes são tumores de pele não melanomas e neoplasias
associadas às infecções virais. Entretanto, não existem séries nacionais com a
incidência de tumores pós-transplante, nem a identificação de potenciais fatores de
risco. Objetivos: Avaliar a incidência de neoplasias sistêmicas no acompanhamento
pós-transplante renal. Metodologia: Análise retrospectiva de prontuários de
transplantados renais com diagnostico de neoplasia por biopsia(s) durante o
seguimento. Resultados: De 1300 transplantados renais, 22 (1,7 %) desenvolveram
neoplasias de órgãos sólidos e/ou lifoproliferativas após o transplante, sendo 12
homens (54,5%) e 10 mulheres (45,5%), com idade média de 42 ± 11 anos. O tempo
médio para diagnóstico de neoplasia foi de 82 ± 62 meses, sendo que 47,6 % foram
diagnosticados entre 0-5 anos, 28,6 % entre 5 e 10 e 23,8 % após 10 anos de
acompanhamento pós-transplante. A maioria das neoplasias diagnosticadas foi de
tumores de trato urinário (n=8, 36,5%), seguida de aparelho reprodutor (n=6, 27,3%),
aparelho digestivo (n=3, 13,7%), tireóide (n=2, 9%), doença linfoproliferativa (n=2,
9%) e aparelho respiratório (n=1; 4,5%). Conclusão: A incidência de neoplasias nesta
série foi de 1,7%, sendo que neoplasias de trato urinário foram as mais freqüentes. A
maioria (47,6%) dos tumores foi diagnosticado nos primeiros 5 anos de
acompanhamento pós-transplante.
PO287
TUMORES MALIGNOS APÓS O TRANSPLANTE RENAL
PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ARAÚJO JUNIOR, ER(2); ANN,
HK(1); ROHDE, NRS(1); CAMARGO, MTA(1); USCOCOVICH, VSM(1);
Renalclin(1); UNIOESTE(2);
Objetivo: Avaliar a incidência de malignidades no pós-transplante no Serviço de
Transplante renal da Renalclin na região Oeste do Estado do Paraná. Métodos:
Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes submetidos à
transplante renal em Cascavel-PR e acompanhados na Renalclin, que atende a
demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde,
que compreeende 25 municípios do Paraná. Foram realizados 260 transplantes no
período de 14/09/1985 a 30/04/2008, sendo 58 com doador cadáver (22,3%), 71
vivos-idênticos (27,3%) e 131-vivos-não-idênticos (50,4%). Foram registrados:
idade, sexo, raça, data do transplante, compatibilidade HLA, doença básica,
tempo de diálise, tempo de isquemia, tipo de imunossupressão e complicações. Os
dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram
calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As
freqüências das malignidades encontradas foram expressas em percentagem.
Resultados: Dos 260 pacientes receptores de transplante renal foram
diagnosticados 14 malignidades em 13 pacientes (5,0%), sendo nove localizados
na pele, incluindo um sarcoma de kaposi, dois no útero, dois renais (um em rim
primitivo e um no enxerto) e um no fígado. Conclusão: Tumores malignos foram
diagnosticados em 5% dos receptores de transplante renal, sendo a pele o sítio
mais frequentemente acometido.
PO285
IMPORTÂNCIA DA SEDIMENTOSCOPIA URINÁRIA NO ACOMPANHAMENTO DO TRANSPLANTADO RENAL.
MOREIRA, TM(1); SOUSA, MP(1); CARVALHO, MCP(1); BASTOS, MG(1);
ANDRADE, LCF(1); PINTO, AF(1);
NIEPEN/UFJF(1);
Objetivo: Analisar e correlacionar os achados da sedimentoscopia urinária por
microscopia de fase (SUMCF) com o diagnóstico histológico da biópsia renal (BxR),
buscando anormalidades urinárias associadas à disfunção ou complicação
parenquimatosa do enxerto no transplante renal (TxR). Materiais e métodos: Os
pacientes foram recrutados no ambulatório de TxR e glomerulonefrite do NIEPEN,
formando o grupo 1 (grupo teste) e grupo 2 (controle positivo), respectivamente. O
grupo 3, controle negativo, foi formado por voluntários sadios que não possuíam
nenhuma patologia renal conhecida. A SUMCF foi realizada em todos os pacientes
80
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
PO288
INFLAMAÇÃO E RESISTÊNCIA INSULÍNICA NO PRIMEIRO ANO PÓSTRANSPLANTE RENAL.
SOUZA, GC(1); COSTA, CA(1); GONÇALVES, LF(1); MANFRO, RC(1);
Serviço de Nefrologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Medicina UFRGS(1);
Objetivos. Avaliar a freqüência e a evolução do estado microinflamatório e da resistência
insulínica em pacientes transplantados renais durante o primeiro ano pós-transplante.
Material e métodos. Trinta e dois pacientes (18 homens, 23 receptores de rim de doador
falecido, média de idade 41,5 ± 11,4 anos) foram incluídos em um estudo prospectivo.
As variáveis primariamente analisadas foram: níveis séricos de proteína c-reativa (PCR)
e resistência insulínica através do índice Homeostasis Model Assessment (HOMA). Os
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
04-PO-14/9
05.09.08
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Page 81
Pôsteres
pacientes foram avaliados no momento do transplante (T0) e, prospectivamente, aos três
(T3), seis (T6), nove (T9) e doze (T12) meses pós-transplante. Resultados. Os níveis de
PCR diminuíram significativamente nos três primeiros meses pós-transplante (T0) [4,1 ±
4,9 vs. (T3)1,3 ± 0,9 (p = 0,02)], aumentaram não significativamente em T6 (2,1 ± 2,7;
p = 0,057). Em T9 e ao final do primeiro ano (T12) pós-transplante os níveis da PCR
diminuíram novamente e mantiveram-se estáveis [1,5 ± 1,5 (p < 0,0001) e 1,9 ± 1,6 (p =
0,42), respectivamente)]. A resistência insulínica diminuiu significativamente: (T0) [2,4
± 1,5 vs (T3)1,5 ± 1,1 (p = 0,01)], mas aumentou no sexto e nono mês (1,8 ± 0,8 e 2 ±
1,5 respectivamente) mantendo-se estável ao final do primeiro ano (2 ± 1,7). Durante
todo o período do estudo não foi observada correlação estatisticamente significativa entre
a PCR e o índice HOMA (r = 0,243; p = 0,181). Conclusões. O transplante renal bem
sucedido exerce efeito benéfico sobre o estado micro-inflamatório presente na uremia. A
resistência insulínica diminui inicialmente mas apresenta acréscimo no decorrer do
primeiro ano pós-transplante estando possivelmente associada ao elevado risco de
doença aterosclerótica observado nestes pacientes.
PO289
REJEIÇÃO AGUDA VASCULAR E INFECÇÃO POR POLIOMA VÍRUS RELATO DE CASO
JÚNIOR; MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1); ALMEIDA; JB; (1); COSTA,
KMAH; (1); FRANCO, MF(2);
Hospital Universitário Onofre Lopes(1); Escola Paulista de Medicina-Departamento de
Patologia(2);
Introdução: Os vírus da família polioma são importantes causadores de disfunção do
enxerto em pacientes transplantados renais,devido ao constante estado de
imunossupressão a que esses pacientes são submetidos e a alta prevalência de infecção
latente na população em geral. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente transplantada
renal, cujo manejo terapêutico da rejeição tornou-se difícil, pois a mesma apresentava
infecção por polioma vírus no enxerto. Relato do Caso: Paciente do sexo feminino,
45anos, com diagnóstico de insuficiência renal por nefroesclerose hipertensiva, foi
submetida a transplante(Tx) renal com doador falecido em Fevereiro de 2007.Nas
primeiras três semanas pós transplante evoluiu com necrose tubular aguda dependente de
hemodiálise.Após este período recuperou a função renal e recebeu alta em uso de
Tacrolimo,Micofenolato Mofetil(MMF) e Prednisona.Mantivemos o nível sérico do
Tacrolimos entre 6-8ng/ml.No 5º mês pós Tx apresentou anemia importante
(Hb=7,39g/dl), dor abdominal,diarréia e piora da função renal (creatinina=7mg/dl). Não
tinha história de sangramento. Realizamos biópsia do enxerto que revelou rejeição aguda
túbulo-intersticial leve, nefropatia crônica do enxerto, pielonefrite aguda e presença de
células com inclusões sugestivas de polioma. Optamos por tratá-la com imunoglobulina
intravenosa durante 6dias e reduzimos a dose do MMF .Houve melhora da função
renal(creat=2,1mg/dl). A biópsia pós tratamento confirmou a erradicação do vírus porém
persistia com rejeição aguda leve-moderada.Tentamos aumentar a dosagem do
Tacrolimo,mantendo a mesma dose do MMF,apesar disso,a função renal piorou. A
creatinina estabilizou em 3,5mg/dl. Conclusão: A infecção por polioma vírus ocorre mais
comumente em pacientes vigorosamente imunossuprimidos como é o caso da nossa
paciente. A reativação do vírus está sendo cada vez mais reconhecida como causa de
disfunção do enxerto. Como não existe terapia antiviral específica para a disfunção do
enxerto associada a nefrite, a conduta proposta é a redução criteriosa da imunossupressão
e a monitorização da rejeição aguda.Apesar disso os resultados não são bons em relação
à evolução do enxerto, como no caso descrito.
PO290
PSEUDOTUMOR CEREBRAL ASSOCIADO AO USO DE CICLOSPORINA RELATO DE CASO
AGUIAR, CA; (1); JÚNIOR, MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1);
ALMEIDA, JB; (1); COSTA, KMAH; (1);
Hospital Universitário Onofre Lopes(1);
Introdução: Pseudotumor cerebral é uma síndrome caracterizada pela presença de
hipertensão intracraniana(HIC) e papiledema, sem haver processo expansivo
intracraniano. Apresenta-se de forma idiopática, na maioria dos casos,porém causas
secundárias devem ser investigadascomo:terapia crônica com corticosteróide e
ciclosporina, uremia, ingestão de megadoses de vitamina A, uso de alguns antibióticos e
antiarrítmicos. Objetivo: Relatar o caso de uma criança do sexo masculino que evoluiu
após 2 anos e 11 meses de transplante renal com sinais e sintomas de hipertensão
intracraniana associada ao uso de Ciclosporina. Caso Clínico: Paciente do sexo
masculino, 10 anos, realizou transplante renal com doador vivo(mãe) em 2004. Evoluiu
com excelente função do enxerto. Foi admitido no serviço de transplante renal em
Setembro de 2007 com quadro de cefaléia holocraniana de forte intensidade, vômitos,
dor ocular intensa,diplopia e fotofobia.Fizemos investigação para toxoplasmose e
citomegalovirose que foi negativa, tinha função renal alterada (creat=1,4mg/dl, antes era
0,7mg/dl), sem anemia, nível sérico de ciclosporina=136ng/ml. Avaliação do líquor foi
normal. Tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio foram normais.
Exame fundoscópico revelou edema de papila bilateral. Não tinha infecção associada.
Nesta ocasião suspendemos a ciclosporina e iniciamos Sirolimo associado com
corticóide em dose mais elevada. Ao final de 45dias de internamento o paciente
encontrava-se sem cefaléia e com melhora importante das queixas visuais da cefaléia, e
da função renal. Conclusão: Os mecanismos de HIC associados com o uso de
ciclosporina são desconhecidos.Exames de neuroimagem não revelam massas,
ventriculomegalia ou alterações estruturais. O tratamento básico fundamenta-se na
retirada da Ciclosporina, havendo melhora da HIC após alguns meses, porém se a função
do enxerto renal tornar-se desfavorável com a suspensão da ciclosporina,pode-se realizar
cirurgicamente fenestrações na bainha do nervo óptico evitando assim perda visual.No
caso acima a suspensão da ciclosporina foi suficiente para reduzir os sintomas de HIC
sem perda do enxerto.
14 de setembro de 2008 - Domingo
PO291
LEISHMANIOSE VISCERAL EM TRANSPLANTE RENAL - RESISTÊNCIA À
TERAPIA E RESPOSTA CLÍNICA APÓS CONVERSÃO PARA RAPAMICINA
SANTOS, SQ(1); OLIVEIRA, CMO(1); OLIVEIRA, MLMB(1); ESMERALDO, RM(1);
Hospital Geral de Fortaleza(1);
A LV é uma infecção parasitária rara em transplante renal, e resistência ao tratamento com
glucantime/anfotericina B lipossomal tem sido registrada. Caso Clínico: ACS, 28 anos,
feminino, foi submetida a transplante(Tx) renal com doador cadáver há 4 anos.
Imunossupressão inicial: micofenolato mofetil (MMF), tacrolimus e indução com
daclizumab, sem prednisona. Evoluiu 18 meses pós-Tx com quadro de leucopenia,
anemia, febre e hepatoesplenomegalia, sendo diagnosticado LV por aspirado de medula
óssea. Fez uso de vários esquemas para tratamento da LV durante os 30 meses
subseqüentes, sem resposta satisfatória, persistindo com leucopenia (necessitando por
vezes do uso de granulokine), anemia (com indicação de eritropoietina e transfusões),
aumento da esplenomegalia, além da presença do protozoário nos estudos repetidos da
medula óssea. Inicialmente fez uso de glucantime (05 doses) suspenso por
neurotoxicidade, seguido por 2 ciclos de anfotericina B convencional (dose total = 0,5 e 1
g), sem resposta. O MMF foi então suspenso, sendo mantido apenas o tacrolimus em dose
baixa. Fez então o primeiro ciclo de anfotericina B lipossomal (Ambisome-dose total =
1g), seguida de doses semanais de manutenção de 3mg/kg/dose (total de 8 doses), sem
cura da LV. Um segundo ciclo de ambisome na dose total de 2g foi tentado, novamente
sem sucesso. Foi então iniciado fluconazol 300mg/dia associado ao alopurinol 200mg/dia.
A mielocultura foi positiva para Leishmania chagasi. Outro ciclo de ambisome (1750mg)
foi prescrito, associado ao fluconazol/alopurinol , e seguido de doses semanais de
ambisome (3mg/kg/dose), 14 doses até então. No curso da 8a dose semanal do ambisome,
foi optado pela conversão do tacrolimus para rapamicina. Desde então, houve melhora
progressiva da anemia, ganho de peso e redução da esplenomegalia, embora persista com
leucopenia. Conclusão: É possível que nos casos de LV com falha terapêutica ou recidivas
freqüentes, a rapamicina possa ter uma participação importante na resolução do quadro
infeccioso, como já foi descrito em casos de citomegalovirose resistente. São necessários
estudos experimentais ou novos relatos para confirmação desse achado.
PO292
CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA EM PÓS TRANSPLANTE RENAL TARDIO
LUCAS JR, F(1); MACIEL, MMD(1); RIBEIRO, FM(1); RODRIGUES, WVD(1); MAIA,
LF(1); COPA, GF(1); OLIVEIRA, JGF(1); ROSARIO, MB(1); FERREIRA, DP(1);
Hospital das Clínicas- UFMG(1);
Objetivo: Relato de casos clínicos de criptococose disseminada em pacientes
transplantados renais, uma vez que esta é a terceira infecção fúngica invasiva mais
comum em pacientes submetidos a transplante (tx) renal. Caso 1: L.L.S., 52 anos, doença
renal crônica (DRC), tx renal doador cadáver (DC) em 05/07/06, em uso de prednisona,
tacrolimus e micofenolato sódico. Creatinina de 2,5 mg/dL. Admitido no Hospital das
Clínicas da UFMG no dia 30/01/08 com ataxia, disartria, dismetria bilateral, rigidez de
nuca, cefaléia, náuseas e vômitos há cerca 72 horas. Tomografia computadorizada (TC)
de crânio - hipodensidade cerebelar e temporal esquerda. Punção lombar - pressão de
abertura 20 cm H2O, 120 células, proteína 208 mg/dL, glicose 39 mg/dl. Látex para
criptococose positivo. TC de tórax - consolidação em lobo superior direito com área de
vidro fosco e derrame pleural direito. Pesquisa direta de criptococcus positiva no escarro.
Submetida ao tratamento com anfotericina B lipossomal por 14 dias e, posteriormente,
com fluconazol. Caso 2: P.A.B.A., 36 anos, DRC por nefropatia da IgA, foi submetida a
tx renal doador cadáver em 1993, com disfunção crônica do enxerto (Creatinina de
2,7mg/dl). Em uso de prednisona, ciclosporina e micofenolato mofetil. Foi internada em
10/10/07 com cefaléia, febre e confusão mental. Além disso, apresentava sinais de
hipertensão intracraniana, com redução da acuidade visual e auditiva. Punção lombar pressão de abertura 43 cm H2O; aglutinação direta reagente para C. neoformans 1: 1024;
glicose=53 mg/dl; proteína =67 mg/dl; celularidade =61 com 99% de mononucleares.
Fez uso de anfotericina B lipossomal e, posteriormente, fluconazol para consolidação e
manutenção. Foi submetida a derivação lombo-peritoneal devido à hipertensão
intracraniana refratária. conclusão: 20 a 60% dos casos de criptococose nos não
portadores de HIV ocorrem em pacientes transplantados. É mais freqüente após 6 meses
do Tx. Estudos mostram que pacientes transplantados podem ter um curso clínico mais
agressivo, com alta incidência de doença disseminada e altas taxas de mortalidade.
PO293
O RETARDO MENTAL NÃO CONTRA-INDICA O TRANSPLANTE RENAL
DIB, GA (IN MEMORIAM)(1); MEDINA-PESTANA, JO(1);
Hospital do Rim e Hipertensão. Departamento de Medicina, Disciplina de Nefrologia,
Universidade Federal de São Paulo UNIFESP(1);
Introdução. O retardo mental (RM) é ainda uma contra-indicação relativa ao transplante
renal. Atualmente o número de pacientes renais crônicos portadores de RM submetidos
ao transplante renal é pequeno. Objetivo. Analisar os resultados dos transplantes renais
em portadores de RM realizados no Hospital do Rim e Hipertensão. Metodo. Análise do
tipo caso-controle de todos os 17 transplantes renais realizados em portadores de RM e
de 83 realizados em receptores sem RM entre 01/JAN/97 a 20/AGO/06. O tempo de
seguimento variou de 8 meses a 10 anos e 7 meses. Resultados. A sobrevida do paciente
5 anos após o transplante foi menor nos receptores com RM (81,2% vs. 97,4% nos
controles, p=<0,05). As taxas de sobrevida do enxerto (81,2% vs. 80,2% nos controles,
p=0,9) e de sobrevida do enxerto livre de rejeição aguda (75% vs. 66,6% nos controles,
p=0,79) 5 anos após o transplante foram semelhantes entre os grupos. Os portadores de
RM apresentaram maior número de infecções necessitando tratamento intra-hospitalar
(2,1 ± 2,2 vs. 0,9 ± 1,3 nos controles, p<0,05), entretanto não foram identificados fatores
de risco com associação significante com esta complicação. A função renal foi
semelhante nos dois grupos durante todo o período de seguimento. Conclusões. Embora
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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04-PO-14/9
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14 de setembro de 2008 - Domingo
os portadores de RM apresentem menor sobrevida a longo prazo, os resultados foram
equivalentes quanto a sobrevida do enxerto, sobrevida do enxerto livre de rejeição aguda
e função renal. O transplante renal não deve ser restrito em portadores de RM em
insuficiência renal crônica terminal.
PO294
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL PÓS-TRANSPLANTE: PREVALÊNCIA E
RESULTADOS DE TRATAMENTO EM 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CUNHA, R(1); SOUZA, E(1); RIBEIRO, CA(1); RIBEIRO, JG(1); FERREIRA, M(1);
RIOJA, S(1);
Hospital Pedro Ernesto - UERJ(1);
Introdução: Apesar de bem padronizado, o transplante renal pode evoluir com
complicações clínicas e cirúrgicas. Entre as últimas, incluem-se as de natureza vascular,
destacando-se a estenose de artéria renal cuja incidência, segundo a literatura, varia de
1.6 a 12.4%. Objetivo: Verificar a prevalência de estenose de artéria renal em pacientes
submetidos a transplante de rim, em nosso Serviço, no período de setembro/1975 ao
início de 2007 e descrever a evolução dos casos. Método: Revisão dos prontuários com
levantamento dos casos que receberam o diagnóstico de estenose distal de artéria renal
pós-transplante. A resposta ao tratamento foi avaliada tendo por base o comportamento
da pressão arterial e da função renal. Resultados: Foram identificados 4 casos (0,41%) de
965 pacientes, 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, cuja idade variou entre 34 e 52
anos. Receberam rim de doador vivo (3) e doador cadáver (1), 3 foram submetidos à
anastomose término-lateral e 1 término-terminal. Nenhum desenvolveu episódio de
necrose tubular aguda. Clínica sugestiva de estenose da artéria renal se instalou entre o
primeiro e o sétimo mês de evolução. Após angioplastia percutânea acompanhada de
colocação de endoprótese, 3 dos pacientes evoluíram com redução dos níveis tensionais
(Δ PAM= 118,5 +/- 11mmHg → 88,5 +/- 8mmHg), necessidade de menor
quantidade de drogas para seu controle e redução da creatinina sérica (Δ Cr=1,93
+/- 0,4mg/dL → 1,43 +/- 0,2 mg/dL). Em 1 caso, a rotação do pedículo vascular
impossibilitou o procedimento e a paciente evoluiu para óbito de natureza infecciosa.
Mais recentemente, os pacientes foram convertidos para sirolimo. Não se evidenciou, até
o momento, recidiva do quadro (follow up de 150, 86 e 35 meses, respectivamente).
Conclusões: 1) A incidência de estenose de artéria renal foi reduzida em nossa casuística,
o que atribuímos a um maior número de transplantes realizados com doadores vivos e à
estabilidade da equipe cirúrgica (21 anos); 2) a estenose distal à anastomose arterial
parece se configurar em indicação ímpar para a cirurgia endovascular.
PO295
PREVALÊNCIA DE CÂNCER NOS TRANSPLANTADOS RENAIS EM
ACOMPANHAMENTO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
SALGADO, NF(1); FERREIRA, TC(1); TRINDADE, MS(1); PEREIRA, AWS(1);
RAMOS, JMCR(1); LESSA, LMM(1); CUNHA, CP(1); COSTA, MHA(1);
UFMA(1);
Objetivos: Avaliar a incidência de neoplasia maligna no pós transplante renal do Serviço
de Transplante do Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal do
Maranhão (HUPD-UFMA), no período de março de 2000 a junho de 2008. Metodologia:
Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes transplantados renais com neoplasia
diagnosticada durante o acompanhamento pós transplante. Resultados: Dos 202
transplantados renais no período estudado, 4 (1,98%) desenvolveram neoplasias após o
transplante renal. Além disso, foram incluídos no estudo 4 pacientes que realizaram o
transplante em outro centro, mas que fazem acompanhamento no Ambulatório de Pós
Transplante Renal do HUPD, somando um total de 8 pacientes (3,88%). A maioria dos
indivíduos estudados era do sexo masculino (62,5%), com idade média de 44, 2 anos. O
tempo médio pós transplante para diagnóstico da neoplasia foi de 85 meses, sendo a
maioria diagnosticada nos primeiros 5 anos de acompanhamento (50%), 12,5% de 5 a 10
anos e 37,5% após o 10º ano. Dentre os transplantados que desenvolveram neoplasia
37,5% receberam o enxerto de doador idêntico (HLA I), 25% de doador HLA II, 25% de
doador cadáver e 12,5% de doador HLA distinto. O esquema imunossupressor inicial
utilizado nestes pacientes foi Ciclosporina + Prednisona + Azatioprina em 87,5% dos
casos e em 12,5% Prednisona + Micofenolato de Mofetil + Tacrolimus. Dentre os relatos,
a maioria foi de tumores de pele (50%), sendo 25% de carcinoma epidermóide e 25%
carcinoma basocelular, seguidos por linfoma não-Hodking, adenocarcinoma gástrico,
astrocitoma e tumor do trato respiratório, cada com incidência de 12,5%. Durante a
evolução, 2 pacientes (25%) fizeram conversão para Rapamicina e 2 pacientes evoluiram
a óbito. Conclusão: A incidência de neoplasias pós transplante nesta série foi de 3,88%,
semelhante às porcentagens descritas na literatura. Os tumores de pele não melanoma,
foram os mais freqüentes, não diferindo dos relatos de outros centros e reforçando a
importância da orientação quanto à fotoproteção e exposição solar. Nenhum dos
indivíduos deste estudo apresentava neoplasia pré transplante.
PO296
RELATO DE CASO: ALOTRANSPLANTE RENAL 5 ANOS APÓS
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DO MESMO DOADORIMUNOSSUPRIMIR?
RAMOS FILHO, R.(1); BARRETO, JCS.(1); SABER, LT.(1); OLIVEIRA JUNIOR,
AE.(1); FREITAS, ASO.(1); COSTA, TS.(1);
Hospital Geral de Goiânia(1);
Paciente do sexo feminino, 23 anos, portadora de anemia aplástica, foi submetida a
alotransplante (TX) de medula óssea (MO) com doador vivo, irmão HLA idêntico, em
2001, com boa recuperação hematogênica. Evoluiu com perda progressiva da função
renal devido a nefrotoxicidade dos imunossupressores. Foi iniciando então CAPD em
82
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
Pôsteres
10/2003. Em 16/05/2006 foi submetida a TX renal , sendo doador o mesmo irmão.
Optou-se por induzir imunossupressão de forma rotineira, com metilpredinisolona 1g
EV, sequido de predinisona (pred) 1mg/kg /dia, tacrolimus (FK) 0.1mg/kg/dia e dose
plena de micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia. A paciente apresentou ótima evolução com
creatinina de 0.9mg/dl no 4 PO. A partir do 6 PO iniciou-se redução progressiva das
doses de pred, até alcançar 5mg/d no 60 PO e 5mg em dias alternados a partir de 180 dias.
As doses de FK foram reduzidas progressivamente a partir do 90 PO, até a retirada
completa 18 meses após o TX. As doses de MMF foram reduzidas para1.5 g/dia a partir
do 30 PO e 1.g/dia com 12 meses de TX.. No momento a paciente está em uso de pred
5mg em dias alternados e MMF 1.g /dia. Apresenta os sequintes parâmetros:
PA110/80mmHg, (sem anti-hipertensivos), creatinina 1.0mg/dl, uréia 29mg/dl, Hb
13g%. A dose e a manutenção de imunossupressores em TX, onde se associa rim e
infusão de medula óssea é ainda controversa e existem poucos relatos de TX na literatura
de casos semelhantes. Em 2007, T.Tanaka et al relatam 2 casos de TX renal pós TX de
MO com boa evolução ( 1 doador HLA DR-Mismatch e outro com doador HLA idêntico)
mesmo com suspensão total da imunossupressão. Em 2008, T. Kawai et al relatam 5
casos semelhantes com doadores HLA haploidênticos. Um caso evoluiu com rejeição
aguda humoral irreverssivel e 4 evoluiram bem, sem o uso de imussupressores. Os
autores discutem a segurarança ou não da retirada da imunossupressão.
PO297
FIBROSE SIST MICA NEFROGÊNICA ASSOCIADA À GADOVERSETAMIDA
EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA APÓS
TRANSPLANTE RENAL
VAZ, ACAB(1); CRUZ, JG(1); PRUTCHANSKY, GD(1); ÁVILA, MON(1); COSTA,
LB(1); MARTINS, MT(1); SCHAER, E(1); BATISTA, PBP(1); PAMPLONA, DS(1);
Hospital São Rafael(1);
A Fibrose sistêmica nefrogênica (FSN), rara dermopatia fibrótica, restrita à pacientes
com insuficiência renal. Recentemente ficou evidente a associação causal com a
exposição ao gadolínio. Relatos isolados sugerem que hemodiálise( HD) após a
exposição ao gadolínio, uso de imunossupressores e melhora de função renal sejam úteis
na prevenção ou tratamento da doença. Este pôster relata um caso de FSN que surgiu
meses após um transplante renal bem sucedido e cujas lesões persistem após um ano de
follow-up. Mulher de 34 anos, em HD por insuficiência renal crônica decorrente de
glomerulonefrite crônica, com dificuldade para acessos vasculares, grave
hiperparatireoidismo secundário e anemia sob terapia com Eritropoietina. Realizou
transplante renal com doador haploidêntico, indução com basilixmab e manutenção com
prednisona , tacrolimus e micofenolato, que foi substituído por azatioprina .No 1º dia de
pós operatório feita uma suspeita de trombose venosa do enxerto sugerida ao exame de
ultrassonografia com doppler sendo motivada a realização de angioressonância
magnética com ± 0,2mmol/Kg de gadolínio gadoversetamida (OPTIMARK®). Uma
relaparotomia confirmou e desfez uma dobra da veia renal. Foi submetida a várias
sessões de hemodiálise por oligoanúria , sobrecarga hídrica e acidose metabólica. Teve
alta hospitalar com creatinina de 1,2mg% e filtração glomerular estimada ( Crockoft –
Gault de 69ml/min).Três meses após o transplante, percebeu a presença de máculas e
pápulas eritematosas, algumas pardas, de limites imprecisos, endurecidadas, com
manutenção das sensibilidades térmicas e álgicas, distribuídas em extremidades e que
poupavam cabeça e tronco. O diagnóstico clínico (foto) e histopatológico foi de FSN
atribuídas ao gadolínio. Um relato de FSN por Gadoversetamide em uma jovem com
insuficiência renal aguda após tx renal, apesar de ter realizado HD sucessivas após a
ressonância magnética e que surgiu 3 meses após a recuperação quase completa da
função renal.A evolução das lesões não foi favorável, conforme 1 ano de folow-up
PO298
CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA EM PACIENTE
TRANSPLANTE RENAL: RELATO DE CASO
RIGUEIRO, MP(1);
Hospital Santa Marcelina(1);
SUBMETIDO
A
Introdução: A prevalência de infecção criptocócica invasiva no transplante de rim é de
2,5 a 5,8%, sendo a terceira causa de infecção invasiva nestes pacientes. Relato de Caso:
DSM, 48 anos, masculino,admitido na emergência com febre, taquicardia e taquipnéia há
7 dias. Antecedente: transplante renal, doador vivo, com antigeno leucocitário humano
distinto, há 1 ano e 5 meses.Estava em uso de tacrolimus 4 mg, predinisona 5 mg,
micofenolato de sódio 720 mg. Ao exame estava consciente,taquicárdico,
taquipnéico,normotenso,saturação de oxigênio 92%, ausculta com murmúrio vesicular
presente sem ruídos adventícios.Hemoglobina 12.5,Hematócrito 35.7,Leucócitos 3850
com desvio a esquerda,plaquetas 201.000,Creatinina 1.21,Uréia 36,Desidrogenase
Láctica 312. Raio X de tórax: infiltrado retículo nodular difuso; Tomografia
Computadorizada (TC) de tórax: infiltrado intersticial micronodular difuso e nódulo
pulmonar isolado basal à esquerda; biópsia transbrônquica: criptococose; hemocultura:
Cryptococcus spp; TC de crânio e liquor normais. Iniciado tratamento com fluconazol
400 mg endovenoso por 3 semanas. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas e 2
hemoculturas negativas, sendo então passado para 400 mg via oral até completar 12
semanas, com resolução completa do quadro. Discussão: Criptococose tem sido
frequentemente documentada em pacientes transplantados sendo suas manifestações
clínicas produto da reativação de foco infeccioso endógeno adquirido em período
anterior ao transplante.É considerada uma infecção tardia, com aparecimento após um
ano do transplante. Apesar do comprometimento de orgão único ser a apresentação
clínica mais frequente, 38% dos pacientes apresentam hemocultura positiva e 23% deles
têm envolvimento de dois ou mais orgãos, particularmente o pulmão e o sistema nervoso
central (SNC).Estudos sugerem que o inibidor de calcineurina utilizado no pós
transplante reduz o acometimento do SNC por seleção de cepas. A mortalidade global
atribuída à criptococose nesta população é em torno de 41%, tornando o diagnóstico
precoce aspecto relevante para o prognóstico do paciente.
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
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Pôsteres
O299
RETARDO DA FUNÇÃO DO ENXERTO EM RECEPTORES DE
TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDO. FATORES DE RISCO E
IMPACTO NA SOBREVIDA DE PACIENTE E ENXERTO.
BRONZATTO EJM(1); ALVES-FILHO G(1); MAZZALI M(1);
Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);
O Retardo da Função Renal (RFR) é definido como a necessidade de diálise e/ou a
manutenção dos níveis séricos de creatinina acima de 5mg/dL durante a primeira semana
pós transplante e, histologicamente caracterizada por necrose tubular aguda. Objetivo:
verificar, em um grupo de transplantados renais com doador falecido, a incidência de
RFR, os fatores de risco e o impacto na sobrevida de enxerto e paciente. Metodologia:
Análise retrospectiva dos prontuários médicos de indivíduos > 18 anos, submetidos ao
transplante renal com rim de doador falecido, no período de janeiro/2003 a
dezembro/2006. Resultados: De um total de 165 transplantes, 111 (67%) apresentaram
RFR, com necessidade de diálise. A incidência de RFR foi maior no grupo com tempo
de isquemia fria (IF) > 24 horas (85% vs. 60%, p<0.05) e para doadores com idade maior
(40 ± 10,5 versus 31,8 ± 11,9 anos, RFR vs. sem RFR, p<0.05). Não houve diferença na
incidência de RFR com a utilização ou não de drogas vasoativas pelos doadores, nem no
número de drogas utilizadas. Após 2 semanas do transplante, a função renal também
apresentou correlação com o tempo de IF; com melhor função para o grupo com IF < 12
horas, e valores ascendentes de creatinina com o aumento do tempo de IF (2,65 vs. 7,4
mg/dL, IF <12 h vs. IF > 24h, p<0.05). No grupo com RFR, perda de enxerto no primeiro
ano de acompanhamento ocorreu em 15% (n=17) dos casos (vs. 4% sem RFR, p=0.05).
Ao final de 1 ano de acompanhamento, a função renal no grupo RFR foi pior que no
grupo sem RFR (creatinina 1,6 ±0,7 versus 1,3 ± 0,4 mg/dL, p<0.05). Conclusão: O
tempo de IF prolongado e a maior idade do doador apresentaram associação com maior
incidência e duração da RFR, resultando em um maior tempo de internação e em pior
prognóstico para o enxerto a longo prazo.
14 de setembro de 2008 - Domingo
outros estados. Doadores do órgão: 42,2% vivos (88,9% relacionados); 57,8% doadores
cadáveres (1,5 % relacionados). Medicação: Prednisona (24,6%), Ciclosporina (22,8%),
Micofenolato Mofetil (18%), Azatioprina (11,8%), outros (22,8%). Discussão: A
caracterização epidemiológica é importante, pois se relaciona com as condições do
enxerto e do transplantado, e aos fatores que podem levar a perda do enxerto, como
doador cadáver, aumento da idade e nefrotoxicidade da Ciclosporina, encontrados em
maior porcentagem neste trabalho. Conclusão: O conhecimento dos fatores
epidemiológicos que influenciam na sobrevida do enxerto, pode auxiliar na intervenção
clínica, evitando perda do órgão transplantado e outras complicações.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq, CAPES, FUNEPU, UFTM.
PO300
QUANTIFICAÇÃO DA FIBROSE INTERSTICIAL RENAL EM BIÓPSIAS DE
PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS HIPERTENSOS.
AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS,
MA(1); FALEIROS, ACG(1);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
A hipertensão é uma complicação comum pós-transplante renal e pode contribuir para a
perda do enxerto. A intensidade da fibrose intersticial (FI) é um dos fatores relacionados
com a deterioração da função renal e sua quantificação representa um marcador da
condição e prognóstico do enxerto. Nosso objetivo foi quantificar a porcentagem da FI
renal em biópsias de pacientes transplantados renais hipertensos, relacionando a
intensidade da FI com características epidemiológicas, diagnósticos e medicação
imunossupressora. Materiais e métodos: Analisamos biópsias renais do Serviço de
Nefropatologia (UFTM) de 1996-2006, selecionamos casos com diagnóstico de
hipertensão arterial na solicitação da biópsia. A classificação das doenças renais do
enxerto foi feita de acordo com Banff 97. Os fragmentos das biópsias renais foram
fixados, processados e corados com Picro-Sirius. As lâminas foram visualizadas sob luz
polarizada, objetiva de 40x, todos os campos do fragmento foram quantificados no
ImageJ. Foram utilizados testes paramétricos para distribuição normal, caso contrário
utilizamos testes não paramétricos. As diferenças significantes foram p<5%. Resultados:
Dos 125 pacientes transplantados renais, 44 (35,2%) tinham hipertensão arterial e
mediana da FI 1,65% (0,1-9,1). A FI foi maior no gênero masculino(1,8%), cor
branca(1,5%), e teve correlação positiva com a idade (r=0,147; p=0,355). Nas doenças
do enxerto renal a FI foi maior na rejeição mediada por anticorpo (3,2%), rejeição
crônica (2,9%) e lesão borderline (2,8%), que foi significativamente maior (p=0,036) que
nos casos de hialinose arteriolar (1,5%). Na medicação imunossupressora houve maior
FI nos pacientes em uso de Metilcorten (3,4%), Azatioprina (1,9%) e Ciclosporina A
(1,5%). Conclusão: A hipertensão arterial apresenta características multifatoriais, sem
relação direta com gênero, cor e idade. Porém, alguns fatores como medicação
imunossupressora, especialmente a ciclosporina A e algumas doenças renais do enxerto
poderiam contribuir para o aumento da intensidade da FI. Apoio: Fapemig, Cnpq,
Funepu, Capes.
PO301
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE TRANSPLANTADOS RENAIS
DO SERVIÇO DE NEFROPATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO-UFTM, UBERABA-MG.
AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS,
MA(1); FALEIROS, ACG(1);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);
Introdução: As doenças renais são importante causa de morbidade em todo o mundo. A
diálise e transplante renal têm aumentado a sobrevida desses pacientes, mas a perda do
enxerto ainda é um problema. Objetivo: caracterizar epidemiologicamente os pacientes
transplantados renais do Serviço de Nefropatologia da UFTM. Materiais e Métodos:
biópsias renais realizadas pelo Serviço de Nefropatologia da UFTM, de 1996-2006.
Registramos a idade, gênero, cor, tempo de transplante, doador (vivo ou cadáver),
relacionado ou não, imunossupressão e procedência dos pacientes. Na análise estatística
utilizamos o programa SigmaStat, segundo o teste de Kolmogorov-smirnov a
distribuição foi normal, na análise descritiva utilizamos média±DP, na comparação entre
proporções teste Exato de Fisher. Resultados: Registramos 210 biópsias, média de idade:
39,39 11,0 anos, predominância do gênero masculino (63,7%), cor branca (63,4%).
Tempo de transplante: 33,6% até 30 dias, 23,8% de 1-6 meses, 8,2% de 6 meses-1 ano,
24,6% de 1-5 anos, 3,3% de 5-10 anos e 6,5% de 10-15 anos. Procedência: 34% Uberaba,
20,8% região de Uberaba, 16% Belo Horizonte, 27,4% outras cidades de MG e 1,9%
XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia
J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)
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