04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 27 Pôsteres 14 de setembro de 2008 - Domingo Diálise Peritoneal PO001 PERFIL DIAGNÓSTICO DE PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEAL SEGUNDO O MODELO CONCEITUAL DE HORTA E A TAXONOMIA II DA NANDA. FABRÍCIO DE ANDRADE GALLI(1); DACLÉ VILMA CARVALHO(2); SELME SILQUEIRA DE MATOS(1); ALEXANDRA DIAS MOREIRA(2); Hospital Felício Rocho(1); Escola de Enfermagem da UFMG(2); O presente estudo contemplou a utilização do Processo de Enfermagem, fundamentado nos referenciais teóricos de Wanda de Aguiar Horta e da Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), com os seguintes objetivos: traçar o perfil demográfico e epidemiológico dos pacientes e estruturar os diagnósticos de enfermagem segundo taxonomia da NANDA. Trata-se de um estudo descritivo exploratório que foi realizado em um hospital de grande porte de Belo Horizonte - MG, sendo que a população constituiu-se dos 20 instrumentos de coleta de dados (Históricos de enfermagem) utilizados pelos enfermeiros durante a consulta de enfermagem dos pacientes em diálise peritoneal. A coleta de dados foi realizada nos meses de junho e julho de 2006 durante as consultas de enfermagem. Após a coleta e registro dos dados, estes foram tratados utilizando-se recursos de informática (banco de dados) os dados foram analisados através de estatística descritiva, e os resultados apresentados em figuras e tabelas e discutidos à luz da Teoria das necessidades humanas básicas de Horta e Taxonomias dos diagnósticos da NANDA. Pela análise dos registros dos enfermeiros no Histórico permitiu identificar 12 diagnósticos de riscos e 26 reais. Estes diagnósticos foram agrupados em 8 Domínios e 13 Classes. Observou-se uma predominância de diagnósticos no Domínio segurança/proteção o diagnóstico Risco para Infecção. Além disso, pode-se identificar que o maior percentual de pacientes é do sexo feminino, com idade entre 40 e 60 anos, e tinham como fonte mantenedora dos custos médico-hospitalares, o Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira causa para Insuficiência Renal Crônica (IRC) foi Hipertensão arterial em 45% dos pacientes, seguido das Glomérulos Nefrites (25%) e Diabetes Mellitus (DM) como a terceira causa(20%). Sendo que todos os pacientes que apresentaram (DM) com primeira causa, possuem HAS associada. Em Glomerulonefrites associadas a outras causas, encontramos Lúpus Eritematoso Sistêmico com (5%) e Tuberculose Renal, representando (5%). Desse modo, verifica-se que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método científico de trabalho que proporciona melhoria significativa da qualidade da Assistência prestada ao cliente através do planejamento individualizado das ações de Enfermagem elaboradas pelo profissional enfermeiro. Permite a continuidade e a integralidade do cuidado humanizado e a valorização do enfermeiro. Além disso, esperamos que os resultados aqui encontrados estimulem enfermeiros a implantar um modelo de assistência de enfermagem, utilizando o histórico de enfermagem e as fases do processo de enfermagem assim como a Taxonomia da NANDA para diagnósticos de Enfermagem, bem como, pesquisas sobre o tema. PO002 PERFIL DOS PACIENTES EM APD(DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA) NO HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. CARLA VILELA DANDE , ERIKA LANKOWSKI NAKA , CAROLINE S. MICHIMURA , ALCÊNIA CARNEIRO BERBEL , SANDRA RODRIGUES LARANJA. Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo(1); Introdução: Estima-se que no Brasil existam mais de 70.000 pacientes em diálise. A mortalidade média destes pacientes é de 15% e influenciada por diferentes fatores como: presença de diabetes melitus, miocardiopatias, hipertensão arterial, outras comorbidades, modalidade de diálise e status econômico e social. Objetivo: Avaliar as características dos pacientes tratados com Diálise Peritoneal Automática (APD) em um Hospital Público Terciário e de ensino em São Paulo. Material e método: Foram avaliados 34 pacientes tratados com APD no ano de 2007. Resultados: A média de idade destes pacientes foi de 65,8 anos (18-92). Dezessete pacientes 50% (17/34) eram mulheres, 64,7% (22/34) eram brancos. O tempo médio em tratamento com APD foi de 18,5 meses (2-85). Hipertensão arterial foi vista em 97% (32/34) dos pacientes, 50% (17/34) dos pacientes tinham diabetes melitus. Outras comorbidades encontradas foram: insuficiência cardíaca congestiva 14,7% (5/34), dislipidemias 17,6% (6/34) e insuficiência coronariana 26,4% (9/34). Diurese residual foi encontrada em 58,8% (18/34) dos pacientes com um volume médio de 722 ml. Ocorreram 15 episódios de infecção durante este ano sendo: 7 peritonites, 3 infecções de túnel e 5 infecções de sítio de saída. 0 principal agente dessas infecções foi o Stafilococos Aureus e 30% das culturas negativas. Morreram 14,7% (5/34) dos pacientes sendo 60% (3/5) com peritonite e 40% (2/5) de causas cardiovasculares. Conclusões: Hipertensão arterial foi a comorbidade predominante em nossa casuística, seguida de diabetes melitus. Nossa mortalidade foi semelhante à média de mortalidade de pacientes em diálise no Brasil (14,3%), embora nossos pacientes tenham uma média de idade maior que os pacientes brasileiros em diálise. Além disso, esses pacientes apresentam varias comorbidades e dessa forma a boa evolução destes pacientes pode ser atribuída à diurese residual e um controle rígido das comorbidades como as complicações cardiovasculares. 0 que faz nossa mortalidade ser semelhante à de pacientes jovens, sendo APD uma boa modalidade de diálise para pacientes idosos. PO003 PERITONITE POR SALMONELLA EM PACIENTE EM DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA MOISES CARMINATTI(1); PATRICIA DOS SANTOS PINTO(1); DOMINIQUE FONSECA RODRIGUES(2); THIAGO LACET(2); FERNANDO CESAR SOUZA MOREIRA(2); MARIA DE LOURDES JUNQUEIRA(2); NATALIA FERNANDES(1); Fundação IMEPEN/NIEPEN-UFJF(1); Hospital Universitario-UFJF(2) Objetivo: Descrever um caso clínico de peritonite por Salmonella em paciente em diálise peritoneal automatizada. Métodos: Relatamos o caso de um paciente acompanhado em nosso serviço de nefrologia. Realizamos pesquisa bibliográfica nas bases de dados do PubMed e Lilacs, selecionando publicações dos últimos 25 anos, que foram revisadas. Resultados: Paciente masculino de 63 anos, renal crônico em diálise peritoneal há 15 meses, sem história prévia de peritonite, apresenta-se com diarréia, dor abdominal, hematoquezia e vômitos há 3 dias, sem sinais de peritonite. Coprocultura colhida à admissão positiva para Salmonella, e cultura de dialisato, do mesmo dia, negativa. Iniciado tratamento empírico com ciprofloxacina, com melhora clínica importante após 48 h. No 3º dia da internação, febre e piora da dor abdominal, com sinais de irritação peritoneal. Colhida nova cultura do dialisato, positiva para Salmonella enterica, sensível a todos os antimicrobianos testados. Iniciado tratamento com amicacina e fluconazol. Melhora clínica importante e alta hospitalar com 10 dias de internação. Após oito dias, houve novamente turvação do dialisato e o paciente foi re-internado e submetido a troca e novo implante do cateter de diálise peritoneal, sendo mantido em DPA durante todo o período, com evolução para cura definitiva. Em nossa busca bibliográfica, encontramos três relatos de caso pertinentes, todos em pacientes em CAPD. Conclusão: A peritonite por Salmonella é rara em pacientes em diálise peritoneal automática. Em virtude da crescente incidência de salmonelose em nosso meio, ressaltamos a importância da coprocultura em pacientes em diálise peritoneal com quadro de enteroinfecção, o que pode auxiliar no diagnóstico, orientando o tratamento. A retirada do cateter peritoneal deve ser considerada em casos de infecção recorrente por Salmonella, pela dificuldade de eliminação do estado de portador da bactéria. O uso de antibióticos deve ser prolongado e incluir ao menos uma quinolona ou cefalosporina de 3ª geração, antes de ser guiado pelo resultado das culturas. PO004 IMPLANTE DE CATETER DE CAPD EM PACIENTES COM HIV E HERNIA ABDOMINAL BIANCHINI, T; (1); OLIVEIRA, E; (1); PEREIRA, FR; (1); HERDOIZA, G.(1); NEFRON Nefrologia de Rondônia(1); A diálise peritoneal apresentou, na última década, grandes modificações, e tornou-se hoje parte importante do arsenal terapêutico do nefrologista, como modalidade terapêutica eficiente para tratamento a longo prazo da insuficiência renal. Apesar do aumento da sobrevida do cateter de DPAC, a taxa de complicações relacionadas com este representa uma importante causa de morbilidade, por vezes com necessidade de descontinuação da técnica. Publicações recentes revelam a preocupante fragmentação no cuidado do paciente renal envolvendo uma equipe multidisciplinar, existem atrasos na realização de procedimentos importantes relacionados à nossa especialidade, como no caso de implante de cateteres para diálise peritoneal. O objetivo deste trabalho é demonstrar que atrasos podem ser minimizados e a eficácia do tratamento melhorada quando o nefrologista intervencionista e o cirurgião realizaram implantes de cateter de diálise peritoneal em dois pacientes. Paciente J. S.V., 68 anos, feminina, com diagnóstico de insuficiência renal (IRC) por DM e hérnia abdominal, submetida a resecçao do saco herniário, fechamento de peritônio com malha e implante do cateter pela a técnica de Seldinger. Paciente M.S.B.F., 58 anos, masculino, com diagnóstico de IRC por nefropatia por HIV, estenose do esôfago por moniliase e esofagite submetido a gastrostomia, sem acesso vascular e respeitando as normas de biossegurança ( Manual do Ministério da Saúde Normas Técnicas para Prevenção da Transmissão do HIV nos Serviços de Saúde, 1989), realizamos o implante de cateter de diálise peritoneal pela a técnica de Seldinger. Propõe-se que, a avaliação individual de pacientes com contraindicações relativas ao implante de cateter visando que o tratamento diminua a morbi-mortalidade. PO005 PERITONITE ESCLEROSANTE E ENCAPSULANTE EM DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (CAPD) - RELATO DE DOIS CASOS PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1); NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Introdução: A peritonite encapsulante e esclerosante (PEE) é uma grave e rara complicação que acomete os portadores de insuficiência renal crônica que estejam em programa regular de diálise peritoneal (DP). Relatamos aqui dois casos desta patologia, que é caracterizada pela fibrose progressiva do peritôneo parietal e visceral, resultando na redução da capacidade de ultrafiltração e na disfunção da peristalse intestinal devido às bridas formadas ou à obstrução do lúmen. Pacientes – Caso 1: 66 anos, M, em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) há 6 anos, iniciou quadro súbito de dor abdominal em cólica, acompanhado de vômitos e diarréia, sugestivo de sub-oclusão intestinal. Exames de imagem mostraram dilatação importante de alças intestinais. Durante o período em DP apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais prevalente: Staphylococcus aureus. Foi optado pela laparotomia exploradora, que evidenciou múltiplas aderências e loculações, envolvendo principalmente o intestino delgado, com aspecto fibrosante. Optou-se pela retirada do cateter de Tenckhoff e pela transferência para hemodiálise (HD). Caso 2: 68 anos, F, em CAPD há 6 anos, com queixa de dor abdominal há 3 meses, difusa, constante, de caráter progressivo, associado à distensão abdominal importante. Exames de imagem revelaram presença de líquido na cavidade abdominal. Realizada paracentese, com saída de 1L de secreção purulenta. Durante o período em DP, apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais prevalente: Pseudomonas aeruginosa. Em 1 dos episódios foi isolado o fungo Cândida parapsilosis. Esta paciente fazia uso freqüente de soluções concentradas. Foi proposto como tratamento a retirada do cateter de Tenckhoff e a transferência para HDz. Conclusão: Nos dois casos relatados, os pacientes apresentavam fatores de risco bem identificados para o desenvolvimento de PEE, tais como o tempo em DP, episódios freqüentes de peritonite, e o uso constante de soluções concentradas. Esta patologia resultou na retirada dos pacientes da DP e na piora de vida devido à suboclusão intestinal. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 27 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 28 14 de setembro de 2008 - Domingo PO006 MORBI-MORTALIDADE CARDIOVASCULAR EM DIÁLISE PERITONEAL: UM ESTUDO PROSPECTIVO PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); RASPANTI, EO(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); PASCHOALIN, NP(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Objetivo: Analisar as causas de morbidade e mortalidade cardiovasculares entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) neste serviço, no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observação. Registradas todas as internações, suas causas e a evolução dos pacientes. Resultados: Nos 78 meses de observação foram admitidos 204 pacientes, sendo que 77 (37,7%) necessitaram de hospitalização devido problemas cardiovasculares. Dentre estes pacientes, 68,8% eram submetidos à CAPD e 31,2% à APD; com idade média de 63 anos (21-92 anos); 50% pertenciam ao sexo masculino e 89,6% eram brancos. 55,8% dos pacientes que internaram apresentavam diabetes mellitus (DM). O tempo em diálise variava de 01 a 64 meses (média de tratamento: 19,1 meses). Foram computadas 580 internações no período, sendo 149 (25,7%) por causas cardiovasculares, e dentre elas, as principais foram: edema agudo de pulmão (33,7%), crise hipertensiva (14,7%), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) (14,1%), acidente vascular cerebral (AVC) (11,4%), infarto agudo do miocárdio (IAM) (4,7%) e outras (21,4%). Do total de pacientes (204) avaliados no período, 88 evoluíram a óbito, sendo 28,4% por eventos cardiovasculares: 36% por ICC, 28% por IAM, 20% por AVC e 16% por outras causas. 18,2% dos pacientes faleceram subitamente no domicílio, fato também sugestivo do envolvimento de problemas cardiovasculares. Dos 88 pacientes que foram a óbito no período, 46,6% eram diabéticos. Conclusões: Nessa casuística, foi evidenciado um alto índice de internação e mortalidade devido a problemas cardiovasculares entre os pacientes portadores de IRC em DP, dados estes que estão em concordância com a literatura. Em torno de 50% dos pacientes internados e que foram a óbito devido a etiologia cardiovascular eram portadores de diabetes mellitus. PO007 MORBI-MORTALIDADE DECORRENTE DE CAUSAS INFECCIOSAS EM DIÁLISE PERITONEAL: UM ESTUDO PROSPECTIVO SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); PASCHOALIN, NP(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Objetivo: Analisar a morbidade e a mortalidade decorrentes de causas infecciosas entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observação. Registradas as internações, suas causas e a evolução dos pacientes, dando enfoque para as causas infecciosas, incluindo aqui os casos de peritonite, que são hospitalizados de rotina neste Serviço. Resultados: Nos 78 meses de observação, foram admitidos 204 pacientes, sendo que 101 (50%) deles necessitaram de hospitalização por problemas infecciosos. Dentre os internados, 70% eram submetidos à CAPD e 30% à APD; com idade média de 62,5 anos (17-92 anos); 47,5% eram pertencentes ao sexo masculino e 89% eram brancos. Grande parte (45%) apresentava IRC de etiologia diabética. O tempo em diálise variava de 01 a 72 meses (21 meses de tratamento em média). Foram computadas no período 580 internações, sendo 207 (35,6%) por doenças infecciosas. 52 (51,5%) pacientes hospitalizaram em mais de uma ocasião. As principais causas de internação por infecção foram: peritonite (60,9%), seguida por pneumonia (18,3%), infecção do trato urinário (ITU) (6,8%) e outras (14%). O tratamento obteve sucesso em 54,6% das peritonites, 62% das pneumonias, 91,2% das ITU e 82,3% por outras causas. 39% do total dos pacientes evoluíram a óbito por afecções infecciosas durante o período estudado, sendo 38% em decorrência de pneumonia, 35% por peritonite, e 27% por outras causas. Conclusão: Corroborando os dados da literatura, evidenciamos nessa casuística elevados índices de morbi-mortalidade decorrentes de causas infecciosas, sendo a peritonite a grande responsável pelas internações, e tendo as pneumonias como o principal motivo de morte na população estudada. PO008 PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS À DIÁLISE PERITONEAL: UM ESTUDO PROSPECTIVO SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1); NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Objetivo: Analisar as características clínico-epidemiológicas numa população de pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) quando encaminhados à diálise peritoneal (DP). Materiais e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram analisados dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de 204 pacientes portadores de IRC no momento do início do tratamento dialítico neste Serviço, entre Julho de 2001 e Dezembro de 2007. Resultados: Durante os 78 meses de observação, 204 pacientes foram encaminhados ao programa de DP, sendo 52% homens, 87% brancos, com idade média de 62,3 anos (01 - 93 anos). 15,2% cursaram ensino superior, 23,5% ensino médio, 49,5% ensino fundamental e 11,8% eram analfabetos. O tempo de acompanhamento médico antes da diálise foi em média de 17,2 meses (01 - 72 meses). As principais etiologias de IRC eram: diabetes mellitus (DM) (42,6%), hipertensão arterial sistêmica (13,2%), desconhecida (24,5%) e outras (19,7%). 66,2% dos pacientes foram submetidos no início à CAPD e 33,8% à APD. 29% dos pacientes vieram encaminhados da 28 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres hemodiálise (HD) por falta de acesso vascular, 60% eram oriundos de consultórios onde realizavam seguimento conservador, 7,1% deram entrada no hospital já com IRC terminal sem tratamento prévio, 2,4% vieram da HD por escolha própria, e 1,5% iniciaram DP após perda do enxerto renal. Em relação aos exames laboratoriais, os pacientes apresentavam em média à época do encaminhamento uréia de 116,6 mg/dl (41 - 323 mg/dL), creatinina de 7,4 mg/dL (1,3 - 18,8 mg/dL), potássio de 4,7 mEq/L (2,9 7,2 mEq/L) e hemoglobina de 10,6 g/dL (6,8 a 16 g/dL). Conclusões: O aumento da prevalência e incidência da IRC são fenômenos mundialmente reconhecidos, cabendo à nefrologia a tarefa de identificar as principais características e fatores implicados nessa população. Nessa casuística, a maioria dos pacientes encaminhados à DP eram homens, brancos, com idade média de 62,3 anos, sendo o DM o grande responsável pela IRC, dado condizente com a literatura atual. PO009 INFECÇÃO DE LOCAL DE SAÍDA POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA EM PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEAL MARIA DA GLÓRIA LIMA, CARMEN LUCIA CARVALHO, CLAUDIA AZEVEDO RIBEIRO, MÁRCIA REGINA FRANCO GAMEN(1); Infecção de local de saída por Pseudomonas aeruginosa em pacientes em diálise peritoneal. Marcia Regina Franco, Carmen Carvalho, Claudia Ribeiro, Gloria Lima Gamen - Grupo de Assistência Medica Nefrológica, Rio de Janeiro, RJ. Introdução: Infecção de local de saída por Pseudomonas aeruginosa (Pa) costuma ser freqüente em ambientes úmidos, muito comuns em regiões de clima tropical. Quando ocorre peritonite, geralmente é necessária a remoção do cateter. Portanto, todo esforço deve ser feito no sentido de se evitar este tipo de infecção. Objetivo: O objetivo deste estudo é fazer uma revisão de todos os casos de infecções de local de saída (ILS) que ocorreram na nossa unidade durante este período de tempo. Material e métodos: Estudamos uma coorte de 114 pacientes (62M/ 52H), no período de fevereiro de 2005 até agosto de 2007. As informações obtidas para análise foram: dados demográficos, etiologia microbiológica, ILS relacionadas ao cateter e resposta clínica. Resultados: Em 2142 pacientes-meses de acompanhamento, 42 episódios de ILS (0.23 ep/pc/ano) foram observados. Quinze desses episódios de ILS (35%), ocorridos em 13 pacientes, foram causados por Pa e 2 desses resultaram em peritonite. Observamos que todos os 13 pacientes moram em casas, onde a água é coletada e armazenada em caixas-d’água, sugerindo uma tendência maior de ocorrência de ILS em pacientes que residem em casa em relação àqueles que residem em apartamentos. Conclusão: Após instituirmos algumas medidas de limpeza e higienização destas caixas-d’água, observamos diminuição da incidência de ILS por Pa. Keywords: Pseudomonas, exit site infection PO010 INCIDÊNCIA E EVOLUÇÃO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL, INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E MORTE SÚBITA EM PACIENTES SUBMETIDOS À DIÁLISE PERITONEAL GARNICA, L(1); PASCHOALIN, NP(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NARDIM, MEP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Objetivo: Avaliar a incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e morte súbita entre os pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP) neste Serviço. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo no qual foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observação. Registradas as internações e a evolução dos pacientes. Resultados: Nos 78 meses de observação foram admitidos no Serviço 204 pacientes, sendo que 66,2% eram submetidos à CAPD e 33,8% à APD; com idade média de 62,3 anos (01 93 anos); 52% pertencentes ao sexo masculino e 87,2% eram brancos. O tempo em diálise era em média de 17,2 meses (01 - 72 meses). Neste período, 15 pacientes apresentaram AVC, com idade média de 68,9 anos (48 – 82 anos); 58,8% eram portadores de diabetes mellitus (DM); sendo que 12 (70,6%) foram a óbito; os 03 pacientes sobreviventes internaram em mais de uma ocasião após o evento (2,6 em média), 02 continuaram em programa de DP; sendo 01 sem nenhuma seqüela; e 01 dos acometidos foi transferido para hemodiálise. 08 dos pacientes sofreram IAM, com idade média de 66,3 anos (55 – 85 anos); 75% eram diabéticos; sendo que 06 (75%) foram a óbito; os 02 pacientes sobreviventes internaram em média 3,5 vezes (3 – 4) após o evento; 01 paciente permanece em programa de DP e outro foi transferido para outro serviço. Nesta população, 16 pacientes evoluíram com morte súbita, apresentavam 68,1 anos em média (28 – 90 anos) e 56% deles eram diabéticos. Conclusão: Nessa casuística, entre pacientes submetidos à DP, foi evidenciado um elevado índice de mortalidade e morbidade conseqüentes a AVC e IAM, e também altas taxas de morte súbita, sendo a maior parte dos afetados portadores de diabetes mellitus. PO011 DETERMINANTES NA SELEÇÃO DA MODALIDADE DE DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (DPAC): RESULTADOS DO PROGRAMA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO (HUAP) REMBOLD, SM(1); RIBEIRO, ELT(1); FREITAS, SMM(1); TANCREDI, MLL(1); LUGON, JR(1); Universidade Federal Fluminense(1); Trata-se de um estudo descritivo, com objetivo de traçar o perfil social e clínico dos clientes entrevistados para ingresso no programa de DPAC do HUAP /UFF. Os dados XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 29 Pôsteres foram obtidos a partir dos formulários de entrevistas realizadas no período compreendido entre janeiro de 2003 a dezembro de 2007, sendo realizada uma análise estatística utilizando software SPSS 13.0. A amostra de 144 pacientes foi constituída por 67 (46,5%) homens e por 77 (53,5%) mulheres. A média de idade foi de 56 ± 19 (12 a 96 anos), com maior percentual de pacientes na faixa etária acima de 60 anos (50%). Em relação à escolaridade, 52,8% pacientes estudaram até o ensino fundamental. Dos 144 pacientes entrevistados, somente 43 entraram em DPAC. Dos 101 pacientes que não entraram, os motivos foram: opção por HD (31,6%); cateter não operante (2%); óbito (5,9%); permanência em tratamento conservador (9,9%); condições inadequadas de moradia (18,8%); falta de responsável para realizar as trocas (5%); recusa da família (4%); sem condições de auto-cuidado (1%); cirurgias abdominais (1%); contraindicações clínicas (4%); falta de infra-estrutura (2%); e outros motivos (5,9%). Cento e cinco (72,9%) pacientes tinham residência própria, com água tratada em 79,9% e 12,5% com abastecimento por água de poço; 77,1% possuem rede de esgoto. Cento e um (70,1%) coabitavam com familiares. A maior parte das residências possui cobertura de laje (74,2%), e 50,7% possuem animais de estimação. Na história clínica, 13,3% já tinham realizado cirurgias abdominais e 9% apresentaram hérnias. Dos 43 pacientes que entraram em DPAC, 26 (60,5%) saíram por: óbito (50%), peritonite (23,1%); cateter não operante (7,7%); transferência de centro (7,7%); opção por HD (3,8%); transplante (3,8%); falência de peritônio (3,8%). Dos 13 pacientes que saíram por óbito, onze ocorreram por doenças cardiovasculares e dois por complicações de peritonite. Concluise que, em relação ao quantitativo de pacientes que ingressam em programa de hemodiálise, o número de pacientes que entram em DPAC ainda é muito reduzido. Em geral, as condições clínicas, de moradia e escolaridade não se constituem em fatores impeditivos para ingresso no programa, sendo mais freqüente a recusa por preferência à hemodiálise (31,6 %). As maiores causas de mortalidade estão associadas a doenças cardiovasculares e as peritonites representam significativo percentual no abandono do tratamento. PO012 CEFAZOLINA E AMICACINA VERSUS CEFAZOLINA E CEFTAZIDIMA NO TRATAMENTO DAS PERITONITES EM DIÁLISE PERITONEAL BARRETTI P(1); MARTIN LC(1); GABRIEL DP(1); CUNHA MLRS(2); MONTELLI AC(2); CARAMORI JCT(1); Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP(1); Instituto de BIociências - UNESP(2); Associações entre cefalosporina (cef) da 1ª geração com aminoglicosídeo e cef da 1 ª geração com cef da 3ª geração por via i.p. foram recomendadas, entre 1996 e 2005, para o tratamento empírico das peritonites em diálise peritoneal. OBJETIVO: Avaliar e comparar a resposta clínica ao tratamento de peritonites com cefazolina e amicacina (protocolo1, P1) ou cefazolina e ceftazdima (protocolo 2, P2) METODOS: Entre jan/2004 e mai/2008, 59 episódios de peritonites foram tratados com o P1 e 37 com o P2. Foram incluídos no P2 pacientes com filtração glomerular residual >1 mL/min. As percentagens (%) de episódios com cura completa (desaparecimento dos sinais e sintomas e cultura negativa pelo menos 28 dias após o término do tratamento, sem alteração do protocolo inicial) foram comparadas pelo teste exato de Fischer. RESULTADOS: Dos 59 episódios do P1, 29 foram causados por cocos Gram positivos (CG+), com predomínio dos estafilococos coagulase negativa (ECN) (n=21), 16 por bastonetes Gram-negativos (BGN) (10 enterobactérias e 6 BGN não fermentadores) e 9 com cultura negativa. Entre os 37 episódios do protocolo 2 houve 17 CG+ (6 Streptococcus sp e 5 ECN), 12 BGN (7 enterobactérias e 5 BGNNF) e 6 episódios com cultura negativa. A percentagem de CG+ oxacilino-resistentes (oxa-R) foi de 50,2% no P1 e de 41,1% no P2. Os grupos não diferiram quanto ao perfil etiológico, % de cepas oxa-R e aos dados clínicos e demográficos. As % de cura completa foram de 44,1% e 45,9% para os P 1 e P2, respectivamente (p=1,0). Excluindo-se os casos por CG+ oxaR, as % de cura completa foram de 78,5% e de 75% para os P1 e P2 (p=1,0). CONCLUSÃO: As associações cefazolina e amicacina e cefazolina e ceftazdima foram semelhantes e mostraram baixa % de cura. A resistência à oxacilina foi limitante para a resposta clínica. 14 de setembro de 2008 - Domingo exaustão de acesso vascular, deixando a DP como única alternativa viável. Apesar desta não ser uma forma adequada de “seleção” de pacientes para DP, a taxa de peritonite foi semelhante entre os pacientes que iniciaram DP por falta de acesso vascular e os que iniciaram DP por vontade própria. PO014 MORBI-MORTALIDADE CARDIOVASCULAR NOS PACIENTES DO PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL DO HOSPITAL OFIR LOYOLA (HOL) COSTA, RS; (1); FREITAS, MJR; (1); SOUZA, ACP; (1); VIEGAS, CB; (1); PANTOJA, VC.(1); HOSPITAL OFIR LOYOLA(1); Objetivo: Identificar as principais causas de morbidade e mortalidade por doenas cardiovasculares (CV) nos pacientes em diálise peritoneal (DP) do HOL. Pacientes e Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários dos pacientes admitidos no serviço de DP do HOL no período de outubro de 2003 a abril de 2008. Foram registradas todas as morbidades, internações com suas causas e evoluções dos pacientes. Resultados: No período referido, 53 pacientes foram admitidos no serviço de DP. Destes, 45 (85%) apresentavam pelo menos uma morbidade CV. A idade média foi de 52 anos. Vinte e sete pacientes (53%) eram do sexo masculino e 24 (47%) do sexo feminino. As principais doenças CV identificadas foram: 39 (86%) hipertensão arterial sistêmica, 10 (22%) insuficiência cardíaca congestiva, 09 (20%) insuficiência coronariana (ICO), 08 (17,7%) acidentes vasculares cerebrais (AVC), 05 (11%) tromboses venosas profundas (TVP), 05 (11%) arritmias cardíacas e 01 (2,2%) trombo intra atrial (TIA). Foram computadas 09 (20%) internações por doença CV: 04 (45%) AVC, 01 (11%) edema agudo de pulmão (EAP), 01 (11%) ICO, 01 (11%) tromboembolismo pulmonar, 01 (11%) TIA e 01 (11%) TVP. Dos 53 pacientes avaliados no período, 20 pacientes (37%) foram a óbito, destes 09 pacientes (45%) por causas CV: 04 (44,5%) AVC, 03 (33,5%) morte súbita, 01 (11%) TEP e 01 (11%) EAP. Conclusão: foi observado alto índice de internação e mortalidade por problemas CV entre os pacientes submetidos à diálise peritoneal. PO015 DIÁLISE PERITONEAL EM DIABÉTICOS: PAPEL DO KTVR E SUA RELAÇÃO COM ALBUMINA SÉRICA RIBEIRO C(1); GOMES JPM(1); SANTOS IM(1); PENIDO MGMG(1); TAVARES MS(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1); Objetivo: descrever e comparar o perfil demográfico de pacientes diabéticos (DM) e não diabéticos (ND) em diálise peritoneal (DP), bem como índice de massa corpórea, teste de equilíbrio peritoneal, KTV residual e total e sua relação com os níveis de albumina sérica. Método: estudo transversal em população de pacientes em diálise peritoneal (DP). Foram levantados dados em maio de 2008 em Centro de Diálise em Hospital Quaternário. Foram avaliados sexo, idade, modalidade e tempo em diálise peritoneal, índice de massa corpórea (IMC) e resultado do teste de equilíbrio peritoneal (PET). Resultados: 36 pacientes foram analisados, dos quais 15 diabéticos (DM) e 22 não diabéticos (NDM), sendo 16 do sexo masculino e 21 do feminino. A idade mediana no grupo DM foi de 60 anos e 41,5 no ND (p=0,002). A diálise peritoneal automatizada (DPA) foi a escolhida em 12 casos de DM e 17 no ND, CAPD em 2 e 3 casos e DPI em 1 e 2 casos respectivamente. O IMC não diferiu entre os grupos (DM=26,3 e ND=24,0, p=0,10). As medianas do tempo em DP foram de 6,6 m no DM e 10,1 no ND ( p=0,6). Pacientes diabéticos apresentaram PET de 0,65±0,1, maior que no grupo ND (0,53 ± 0,1), p=0,003. Em cada grupo constatou-se 3 pacientes anúricos. A mediana do Kt/Vr foi de 0,95 no DM e 0,67 no ND, sem diferença (p=0,7), bem como o Kt/Vt (medianas de 2,83 e 3,43). Os valores medianos de albumina foram de 3,5 g/l no DM e 3,7 no ND (p=0,12). A correlação entre albumina e Kt/Vt foi negativa em ambos grupos (DM r=0,18 e ND r=-0,34, ambas com p>0,05). Conclusões:Nesta população, o grupo de pacientes com DM teve idade maior e peritônio maior transportador que o grupo ND. O fator idade pode ter compensado a característica de alto transportador nos DM justificando o Kt/V semelhante em ambos os grupos. PO013 MOTIVOS DE “ESCOLHA” DE DIÁLISE PERITONIAL COMO MODALIDADE DE TRS: EXAUSTÃO DE ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE? SALLENAVE, MP(1); CASQUEIRO, V(1); CAMPELO, B(1); PRESIDIO, S(1); ROCHA, PN(2); Hospital Geral Roberto Santos(1); Faculdade de Medicina da Bahia(2); Doença Renal Crônica PO016 Objetivos: avaliar os motivos de escolha de diálise peritonial (DP) como método de terapia renal substitutiva (TRS). Material e Métodos: estudo retrospectivo baseado em revisão de prontuários envolvendo todos os pacientes do recém-criado programa de DP do Hospital Geral Roberto Santos. Resultados: estudamos 22 pacientes com idade média 51,55 +/- 16,77 anos, 54,5% do sexo masculino, 89,5% negros ou mulatos, 68,2% procedentes do interior da Bahia. Em 04 pacientes, a DP foi a modalidade inicial de TRS e o motivo de escolha foi a preferência do paciente. Os 18 pacientes restantes iniciaram TRS através de hemodiálise (HD), 16 deles (89%) por cateter duplo lúmen (CDL) e 14 (78%) em caráter de urgência, sendo subseqüentemente convertidos para DP. Em apenas 7/18 (39%), esta conversão foi feita por escolha do paciente; na maioria dos casos, 11/18 (61%), o motivo de conversão foi exaustão de acesso vascular para HD. Em 2,6 +/-2,6 anos de HD, os pacientes deste grupo convertido para DP por falta de acesso vascular foram submetidos a uma média de 9,5 +/- 8,4 CDL e 2,1 +/- 1,8 fístulas artério venosas. Após 12,2 +/- 8,2 meses de acompanhamento em DP, 8/22 pacientes apresentaram ao menos um episódio de peritonite, sendo 4 pacientes do grupo convertido para DP por falta de acesso vascular e 4 pacientes do restante da população. Conclusão: o início de TRS de forma emergencial através de HD utilizando CDL pode levar a uma rápida RETARDO NA PROGRESSÃO DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA AVANÇADA COM ALTA DOSE DE MINOXIDIL - RELATO DE CASO PAES-FERRAZ, FHR(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1); Hospital Regional da Asa Norte(1); Introdução: A Hipertensão Arterial (HAS) ainda é uma etiologia bastante frequente de insuficiência renal crônica terminal em nosso meio. Apesar do consenso acerca do uso de inibidores da enzima conversora angiotensina (IECA) e dos bloqueadores de receptor de angiotensina II (BRA) no controle da proteinúria na nefroesclerose hipertensiva, muitas vezes o uso é limitado pelo grau de insuficiência renal e risco de hipercalemia e/ou deterioração função residual. Objetivos, Materiais e Métodos: relato caso de retardo na progressão da perda de função renal em paciente com nefroesclerose hipertensiva avançada. Relato caso: MFS, 48anos, masculino, encaminhado novembro/05 ao ambulatório nefrologia geral devido disfunção renal. Antecedentes: HAS há 10 anos, Gota há 3 anos. Em uso irregular de nifedipina 3xdia. Exafem físico: hipocorado +/ +4, PA 230X140 mmHg, sem edemas. Laboratório: Na 136 K 6,5 Uréia 164 Creatinina 5.2 (clearance 17ml/min), ácido úrico 13 mg/dl , Proteinúria 3,2 g/24hs, hb 11 ht 33 Ca 9.6 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 29 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 30 14 de setembro de 2008 - Domingo P 7,0 PTH 652 pg/ml. Ultrassom com rins diminuídos + microlitíase bilateral e cistos renais.Conduta: em face dos exames, optado entrada minoxidil 30mg/dia associado betabloqueador e diurético alça + alopurinol + carbonato cálcio e encaminhado para confecção fístula arteriovenosa (realizada fevereiro/06). Resultados: após seguimento 16 meses, paciente evoluiu com melhora importante níveis pressóricos (PA 140X80mmHg), diminuição da proteinúria (784mg/24hs) e estabilização da função renal sem necessidade de hemodiálise.( uréia 198 cr 6.2, clearance 15ml/min ) Conclusão: a contraindicação ao uso de IECA e/ou BRA não é sinônimo de insucesso uma vez que outras medicações podem quando bem prescritas propiciar grande impacto no retardo da perda função renal. É descrito piora hiperfiltração glomerular com uso vasodilatadores, entretanto quando utilizados em esquema anti-hipertensivo racional, tais efeitos são minimizados, ocorrendo diminuição da proteinúria com consequente aumento de sobrevida renal e diminuição eventos adversos cardiovasculares. PO017 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES EM DIÁLISE NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA NO PERÍODO DE MAIO DE 2005 A ABRIL DE 2007. SILVA, ARM(1); PINTO, ACS(1); FREITAS, MJR(1); LIMA, FMP(1); PINTO, GL(1); Hospital Ophir Loyola(1); Objetivos: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes do programa de diálise do Hospital Ophir Loyola (HOL) no período de maio de 2005 a abril de 2007. Materiais e Métodos: aplicação de questionário e respectiva coleta de dados dos prontuários de142 pacientes do programa de diálise do HOL no período proposto. RESULTADOS: em relação aos pacientes analisados, 64,1%pertenciam ao sexo masculino e 40,2%estavam na faixa etária entre 41 e 60 anos, tendo-se uma média de idade de aproximadamente 50 anos e um desvio padrão de 19,08 anos; quanto à procedência destes pacientes, inferiuse uma relativa equivalência entre os provenientes do interior do estado do Pará (40,8%) e os oriundos da região metropolitana de Belém (39,4%); já em relação à residência atual, houve predominância dos que moravam na região metropolitana de Belém (81%); constatou-se ainda que 30,3% dos pacientes apresentavam diabetes como doença de base, seguida de glomerulopatia (13,4%); quanto à modalidade dialítica, 79,6% dos pacientes realizavam hemodiálise, 15,5% diálise peritoneal ambulatorial contínua e apenas 4,9% diálise peritoneal automatizada; quanto ao tempo em diálise, 27,5% dos pacientes estavam na terapia por um período entre 24 e 48 meses, com uma média de tempo em diálise de 40 meses; a respeito da evolução dos pacientes, observou-se que 57% deles permaneceram em diálise, seguidos daqueles que evoluíram a óbito (22,5%); a causa de óbito mais encontrada nos pacientes em diálise no HOL foi sepse (31,2%). Conclusão: estudos voltados para a população de pacientes dos vários centros de diálise do país são importantes para alimentar os bancos de dados e conhecer as características epidemiológicas de cada localidade. PO018 ORIENTANDO O PACIENTE RENAL CRÔNICO: UM PAPEL DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL MARQUES, DA(1); ZOTTIS, M(1); MAZERA, L(1); GAN - Grupo de Apoio Nefrológico.(1); Introdução: A equipe multiprofissional é formada por uma psicóloga, uma assistente social, uma nutricionista, enfermeiras e médicos responsáveis pelas clínicas. O grupo reúne-se quinzenalmente para discussão de casos e realização de trabalhos temáticas que focam o bem estar psicossocial dos funcionários. Esta equipe atua nas clínicas de hemodiálise do grupo, GAN, CENESUL e CENENORTE e observou em seus atendimentos demandas que focalizavam a falta de orientação tanto para os pacientes antigos à diálise quanto aos pacientes em início de tratamento. Semestralmente acontecem palestras temáticas para famílias e/ou cuidadores dos pacientes renais em tratamento dialítico, pois os integrantes da equipe tem como missão de trabalho possibilitar estratégias humanizadas para que os pacientes possam enfrentar da melhor maneira o processo do adoecer. Metodologia: Diante das demandas encontradas nos atendimentos a equipe reuniu-se criando um livro de orientação para o paciente renal crônico. O objetivo do mesmo é possibilitar mais recurso de consulta rápida e psicoeducativa sobre: as restrições alimentares e hídricas, aspectos psicológicos e direitos e deveres do paciente renal. Conclusão: Pode-se observar que os paciente que receberam os livros de orientação, o utilizaram como instrumento de consulta principalmente diante das restrições alimentares (potássio, fósforo, medicamentos, dieta hídrica, etc) e direitos reservados ao paciente renal (Transporte Municipal e Interestadual, Isenção do Imposto de Renda, Benefícios Assistenciais LOAS – Amparo Assistencial e Benefícios Previdenciários como: Auxílio doença, aposentadoria por invalidez etc). Em relação à prática da Psicologia os assuntos trazidos no interior do livro foram questionados pela família, trazendo um maior conforto diante dos temas descritos (Sexualidade, depressão e papel do psicólogo na hemodiálise,etc). a equipe médica e de enfermagem acrescentaram com os cuidados que o paciente deve ter com o CatéterDuplo-Lúmem(CDL) e com a Fístula Artério Venosa (FAV). O livro obteve sua primeira edição em 2006 e sua segunda edição em 2007 PO019 PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO CLÍNICA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA. MASCARENHAS, FA(1); OLIVEIRA, LF(1); IWAMOTO, HH(1); ARANTES, SC(1); FONTES, MP(1); IWAMOTO, S(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); Introdução: A política nacional de atenção integral ao portador de doença renal, visa prevenir a doença renal lançando mão da promoção da saúde, com redução do número de 30 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres casos e minimização dos agravos da hipertensão arterial e do diabetes mellitus, que são patologias prevalentes e determinantes da doença renal na população. OBJETIVO: identificar os grupos de risco entre os usuários do Programa de prevenção clínica de doença renal crônica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC da UFTM). Método: estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos usuários, atendidos pelo programa, a partir de dados registrados durante as consultas médicas e de enfermagem, no período de 1º de fevereiro de 2007 a 30 de janeiro de 2008. Resultados: no período estudado, houve a adesão de 320 usuários, com média de idade de 47,2 anos e na sua maioria mulheres 238(74,37%). Observou-se que 55(17,40%) eram tabagistas; 170(53,79%) hipertensos e 50(15,82%) diabéticos. E ainda, 107(33,96%) dos trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais, 130(41,13%) tiveram problemas de infecção do trato urinário e 137(43,35%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais e sintomas apresentados durante a consulta foram: 155(49,20%) tinham pressão arterial normal, 119(37,77%) apresentavam sobrepeso e 82(41,4%) das mulheres atendidas estavam com cintura maior que 88cm, o que indica risco elevado para doenças cardiovasculares. Outro dado que nos chama atenção foi em relação aos antecedentes familiares, 233(73,50%) tinham alguém da família com hipertensão arterial, 147(46,37%) com diabetes, e 125(39,55%) com acidente vascular cerebral. Conclusão: Dos 320 usuários, a maior parte apresentava afecção do trato urinário e cálculo renal. Observou-se, maior adesão ao programa de prevenção mulheres com idade superior a 47 anos e que possuem antecedentes familiares de hipertensão, diabetes e acidente vascular. O agendamento de consultas de enfermagem e/ou médicas, segundo a disponibilidade do cliente, a facilidade para a realização de exames laboratoriais e o acompanhamento dos usuários com fatores de risco favorecem a adesão dos usuários em participar de programas desta natureza. PO020 ADESÃO DOS TRABALHADORES AO PROGRAMA DE PREVENÇÃO CLÍNICA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA OLIVEIRA, LF(1); MASCARENHAS, FA(1); IWAMOTO, HH(1); ANDRADE, SCAS(1); IWAMOTO, S(1); SANTOS, MJF(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); Introdução: segundo o IBGE, 35% da população brasileira acima de 40 anos de idade é hipertensa, em torno de 11% portadora de diabetes. Para a doença renal crônica, a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, o sedentarismo e a historia familiar, são fatores de risco que devem ser considerados. Objetivo: identificar os grupos de risco entre os trabalhadores do Programa de prevenção clínica de doença renal crônica do Hospital da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Método: realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos trabalhadores, atendidos pelo programa, a partir de dados registrados durante as consultas médicas e de enfermagem, no período de fevereiro de 2007 a janeiro de 2008. Resultados: no período, houve a adesão de 224 trabalhadores, com média de idade de 41,6 anos e na sua maioria mulheres 159(70,1%). Observou-se que 45(20,1%) eram tabagistas; 57(25,4%) hipertensos e 7(3,1%) diabéticos. E ainda, 53(23,7%) dos trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais e 84(37,5%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais e sintomas apresentados durante a consulta de 147 trabalhadores foram: praticamente a metade 129(87,7%) tinham pressão arterial normal e 61(27,2%) apresentavam excesso de peso. Outro dado que nos chama atenção foi em relação aos antecedentes familiares, 148(66,1%) tinham alguém da família com hipertensão arterial, 100(44,6%) com diabetes, e 80(35,7%) com acidente vascular cerebral. Há que destacar ainda que a adesão dos trabalhadores em participar de programas desta natureza, foi em função da facilidade de agendamento de consultas de enfermagem e/ou médicas em horários disponibilizados pelos trabalhadores, o respaldo para realização de exames laboratoriais e o acompanhamento dos trabalhadores com fatores de risco. Conclusão: na UFTM, os trabalhadores de saúde com mais de 40 anos, que tem antecedentes familiares como hipertensão, diabetes e acidente vascular, são os que apresentam maiores interesse em participar de programas de prevenção de doenças renais. Enfim, o desenvolvimento de ações de promoção da saúde dos trabalhadores deve ter como ponto de partida, o incentivo institucional para cuidar da sua própria saúde. PO021 AVALIAÇÃO DA RESPOSTA HEMATIMÉTRICA AO USO DE ERITROPOETINA HUMANA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM PROGRAMA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA BASTOS, KA(2); OLIVEIRA, RA(2); MENDONÇA, TA(2); BARBOSA, LMM(2); FARO, SRS(1); ANDRADE JÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de Sergipe(2); Introdução: A anemia é uma das principais complicações da doença renal crônica (DRC). O seu tratamento através da eritropoetina (EPO) resulta em melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida dos pacientes. Objetivo: Avaliar a resposta hematimétrica ao uso da EPO em renais crônicos incidentes em programa dialítico. Métodos: Estudaram-se 123 pacientes em tratamento dialítico durante os primeiros seis meses de uso regular de EPO (80-120 U/Kg/semana). Realizou-se revisão de prontuários e obtiveram-se informações concernentes a: gênero, idade de início em diálise, presença de diabetes mellitus (DM), modalidade dialítica, início da EPO e histórico dos primeiros seis meses da sua utilização e resultados de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) correspondentes a esse período. Obteve-se a curva de evolução dos índices hematimétricos mês a mês e foram realizadas análises comparativas entre os valores médios de Hb de grupos de pacientes segregados quanto à idade, gênero, presença de DM e modalidade dialítica, utilizando o teste “t” de Student com confirmação pelo ANOVA. Considerou-se p<0,05 para rejeição da hipótese nula. Resultados: Dos pacientes, 84,6% apresentavam no mês anterior ao início da EPO Hb <11g/dL. Já no sexto mês da terapia, 52,8% possuíam níveis de Hb &#8805; 11g/dL. Evidenciaram-se valores médios de Hb e Ht , respectivamente: 8,0g/dL (±2,23) e 24,7% XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 31 Pôsteres (±6,85) ao início; 10,3 g/dL (±2,27) e 32,1% (±6,96), no 3º mês e 11,04g/dL (±2,17) e 34,08% (±6,66), no 5º mês de tratamento. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com níveis médios de Hb superiores aos pacientes em hemodiálise durante todo o período de observação (p<0,01). Na comparação entre gêneros, diabéticos e não diabéticos e entre faixas etárias não foram observadas diferenças significativas nos níveis médios de Hb. Conclusão: A evolução hematimétrica ao uso da EPO nas doses usualmente recomendadas foi eficaz e progressiva. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com maiores níveis de Hb que os em hemodiálise. 14 de setembro de 2008 - Domingo nefrosclerose hipertensiva e nefro/uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna (HPB), acompanhado durante 15 anos em seguimento conservador e, através deste caso, discutir as atuais tendências no manejo conservador em pacientes com doença renal estágio 5. Material e métodos: Relato realizado através de levantamento de dados de prontuário médico. Conclusão: O manejo conservador de pacientes com doença renal crônica requer uma vigilância e dedicação médica intensa, bem como aderência terapêutica por parte do paciente. As atuais terapias de manejo da anemia, acidemia, metabolismo cálcio e fósforo, abordagem dietética e controle dos fatores de risco modificáveis para evolução de doença renal são arsenais essenciais no adiamento à indicação de terapia renal substitutiva. PO022 RESPOSTA VACINAL DE HEPATITE B EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM PROGRAMA DIALÍTICO BASTOS, KA(2); COUTINHO, HM(2); BARBOSA, LMM(2); ARAÚJO, ES(1); ANDRADE JÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de Sergipe(2); Introdução: Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa dialítico são considerados de alto risco para infecção pelo vírus da hepatite B (VHB). Objetivo: Avaliar a resposta vacinal contra VHB em pacientes renais crônicos em diálise em uma unidade típica em Aracaju/SE e tentar relacionar variáveis sócio-demográficas e clínicas que possam influenciar nesta resposta. Métodos: Avaliou-se a resposta vacinal contra VHB em 157 pacientes com IRC em diálise, previamente soronegativos, utilizando o esquema de quatro doses duplas recomendado (40 mcg via intramuscular em: zero, um, dois e seis meses). Consideram-se respondedores os pacientes com concentração de anticorpos anti-HBs &#8805; 100mIU/mL. Na análise estatística comparativa dos dados dos dois grupos (respondedores e não-respondedores), empregou-se o teste do Quiquadrado (&#967; 2), com um nível padrão de significância de 5% (&#945; = 0,05), ou seja P<0,05. Resultados: Dos pacientes estudados, 75,8% responderam à vacina contra VHB. Dos 34 pacientes não respondedores à vacinação primária e que foram revacinados, 68% soroconverteram. Não houve evidência suficiente para relacionar as variáveis procedência, idade, gênero, presença de diabetes, níveis de albumina e método de diálise ao tipo de resposta vacinal. Entretanto, as variáveis idade acima de 40 anos e presença de diabetes apresentaram forte tendência de influência negativa na resposta. Os pacientes diabéticos e com idade maior ou igual a 40 anos apresentaram taxa menor de soroconversão (61,5%). Conclusões: O esquema de vacinação proposto foi efetivo para a população estudada e a revacinação conferiu maior proteção aos não respondedores primários. Os pacientes diabéticos e com idade acima ou igual a 40 anos parecem mais susceptíveis à não resposta vacinal. Estes resultados fortalecem a importância da vacinação com doses específicas, da revacinação e do direcionamento em futuras pesquisas notadamente em renais crônicos diabéticos e com idades mais avançadas. PO025 ATENÇÃO FARMACÊUTICA AMBULATORIAL AO PACIENTE RENAL CRÔNICO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP (HU-USP): ENFOQUE MULTIDISCIPLINAR MORI, A.L.P.M(1); PINTO, G.A(1); DÓREA, E.L(1); STORPIRTIS, S(2); TORREÃO, N.K.A.M.(2); BERNIK, M.M.S(1); CESAR, E.F(2); Hospital Universitário da USP(1); Faculdade de Ciencias Farmaceuticas da USP(2); Introdução: O Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) integrou o farmacêutico à equipe multidisciplinar para atendimento ambulatorial de pacientes renais crônicos. A prática de Atenção Farmacêutica colabora para a melhoria das condutas terapêuticas, no contexto multidisciplinar de atendimento ao paciente nefropata, cuja terapia, na maioria das vezes, implica no uso simultâneo de 4 ou mais medicamentos, dificultando a adesão ao tratamento. Objetivos: Apresentar a sistemática adotada para a Atenção Farmacêutica a pacientes nefropatas atendidos no ambulatório do HU-USP, realizada sob a ótica da equipe multidisciplinar da saúde. Metodologia: Foram desenvolvidas as ferramentas de trabalho para o farmacêutico viabilizar o atendimento dos pacientes no ambulatório: a implantação do agendamento de consultas para o farmacêutico e a ficha de atendimento ambulatorial para a realização do seguimento farmacoterapêutico. Resultados: Elaborou-se a Ficha de Seguimento Farmacoterapêutico na qual são registrados Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) e demais informações relevantes. Após discussão com o médico, informam-se ao paciente possíveis alterações no tratamento. O paciente é orientado a marcar uma consulta de retorno com o farmacêutico na mesma data da próxima consulta com o médico. Desde o início do atendimento (agosto 2007) foram cadastrados 64 pacientes. Verificou-se a falta de conhecimentos e de adesão em relação ao tratamento farmacológico e não farmacológico em cerca de 67% dos casos e a ocorrência de PRM em 52% dos pacientes. Conclusão: Os resultados obtidos indicam que a prática da Atenção Farmacêutica com enfoque multidisciplinar traz benefícios aos pacientes atendidos, otimiza o trabalho e previne a ocorrência de PRM e algumas de suas possíveis causas, acarretando em melhor controle da doença renal crônica. PO023 PO026 AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO-LABORATORIAL E ADEQUAÇÃO EM DIÁLISE SEGUNDO O DIALYSIS OUTCOMES QUALITY INITIATIVE NATIONAL KIDNEY FOUNDATION (NKF/DOQI) BASTOS, KA(2); SOUZA, PMA(2); BARBOSA, LMM(2); BRITTO, FC(1); COELHO, RM(1); ANDRADE JÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de Sergipe(2); ENCAMINHAMENTO PRECOCE AO NEFROLOGISTA: EXPERIÊNCIA DE UM PLANO DE SAÚDE PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); JESUS, A. R.(1); TEIXEIRA, A. C.C.(1); VICENTE, C. A.(1); SCHULTZ, M..I. O.(1); Intermedica Sistema de Saúde S/A(1); Introdução: As evidências mostram que a morbimortalidade dos pacientes com insuficiência renal crônica terminal é menor quando é fornecido tratamento dialítico adequado. Objetivos: Traçar o perfil clínico-laboratorial e analisar a adequação do tratamento de pacientes em programa dialítico à luz das diretrizes do NKF K/DOQI, analisando comparativamente as modalidades hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP). Métodos: Realizou-se revisão de prontuários de 244 pacientes (168 em HD e 76 em DP) ativos há pelo menos 6 meses em programa dialítico em uma unidade de referência em Aracaju-Sergipe, compreendendo o período de 1º/07 a 31/12/2006. Analisaram-se a idade, gênero, doença de base, método dialítico, acesso vascular e as variáveis laboratoriais: hemoglobina (Hb), cálcio (Ca), fósforo (P), paratormônio (PTH), albumina, produto cálcio-fósforo (CaxP), cálculo da depuração fracional de uréia (Kt/V) e taxa de redução da uréia. As médias foram confrontadas com as diretrizes do K/DOQI, e determinados os percentuais de pacientes que atingiam as recomendações. Na comparação entre HD e DP utilizou-se o teste “t” de Student com confirmação pelo ANOVA. Adotou-se nível de significância de 0,05. Resultados: Os pacientes em DP eram mais velhos (51,4+17,9 versus 47,5+14,8 anos). Os valores médios dos parâmetros laboratoriais em sua maioria se encontravam na faixa de normalidade, mas se analisados separadamente o percentual de pacientes fora dos parâmetros era relevante, principalmente quanto à Hb (79,2% e 75%), albumina (64,3% e 90,8%) e PTHi (71,5% e 71,6%), para HD e DP, respectivamente. Apenas 8,4% dos pacientes analisados encontravam-se com Ca, P, PTH e CaxP dentro dos limites da normalidade. Na comparação entre os métodos dialíticos, albumina e potássio diferiram significativamente no tocante ao percentual de pacientes controlados. Conclusão: Apesar do acompanhamento sistemático evidencia-se que parcela considerável dos pacientes em diálise continua fora das metas sugeridas. PO024 RELATO DE CASO: PACIENTE COM DOENÇA RENAL ESTÁGIO 5 MANTIDO EM TRATAMENTO CONSERVADOR POR 15 ANOS. ROMANO, T.G(1); NASCIMENTO, V.A(1); BALOGH, R.(1); RINALDI, D.S(1); BERGAMO, R.R(1); Faculdade de Medicina do ABC(1); Objetivo: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC. Paciente com diagnóstico de doença renal crônica estágio 5 devido Considerando os números epidemicos da doença renal cronica e suas graves comorbidades o Grupo Intermédica Sistema de Saude; plano de saúde responsável por cerca de 800 000 de vidas seguradas ; decidiu criar um programa de atendimento multidisciplinar com foco no controle global da doença. Realiza-se busca ativa semanal e são matriculados pacientes com Creatinina sérica superior a 2,0mg/dl. Objetivos: Este estudo visa avaliar as condições clinico laboratoriais dos pacientes que iniciaram Terapia Renal Substitutiva (TRS) desde o incio do programa Métodos: Foi realizado levantamento dos dados clínicos laboratoriais dos pacientes que foram encaminhados para TRS nos últimos 8 meses Resultados Durante este período foram encaminhados 18 pacientes para TRS ; 12 homens e 6 mulheres com idade média de 50 anos (15 a 82 anos). Deste total, 13(72%) pacientes foram encaminhados tardiamente para o acompanhamento nefrológico (menos de 3 meses antes do início do programa de diálise) e 5 ( 27%) pacientes foram encaminhados precocemente (mais de 3 meses antes diálise). Os pacientes encaminhados tardiamente apresentavam piores taxas de hemoglobina, albumina sérica e maiores níveis de creatinina sérica (estatisticamente significantes). Tabela: Somente 3 (16%) pacientes apresentavam acesso vascular definitivo ao início do programa dialítico e todos haviam sido encaminhados precocemente; 14(77%) pacientes necessitaram de catéter venoso para hemodiálise e 1 paciente entrou em programa de diálise peritoneal. Conclusão: Podese verificar que mesmo em serviços como o nosso, onde o acesso ao nefrologista é garantido e fácil, os pacientes são encaminhados tardiamente a este profissional acarretando piores indicadores clínicos e laboratoriais que estão reconhecidamente associados a maior taxa de morbidade , mortalidade e internações hospitalares gerando maiores custos portanto a atitude de busca ativa de pacientes portadores de doença renal crônica e seu rigido controle é essencial para garantir um tratamento de melhor qualidade. PO027 PERFIL DE PACIENTES QUE INICIARAM HEMODIÁLISE (HD) EM UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO LESSI, D(1); LEIMAN, B(2); KRAUSS, L(2); BREGMAN, R(3); Hospital Municipal Souza Aguiar(1); Escola Nacional de Saúde Pública(2); Universidade do Estado do Rio de Janeiro(3); A maioria dos pacientes que inicia HD em nosso Município o fazem através de HD de urgência. Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HÁ) são as principais XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 31 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 32 14 de setembro de 2008 - Domingo causas de doença renal crônica (DRC) da atualidade; porém se tratadas a progressão da doença renal pode ser lentificada. Objetivo: conhecer o perfil de uma população que iniciou HD de urgência devido a DM e /ou HÁ em um hospital municipal referência do Rio de Janeiro. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes que iniciaram HD pela primeira vez entre Janeiro e Dezembro de 2006 no HMAS. Incluídos apenas pacientes com DM e/ou HÁ que vieram à emergência com queixa indefinida e o diagnóstico feito no atendimento. Resultados: Média + DP. Analisados 427 prontuários de pacientes que iniciaram HD de urgência. Destes 97 (22,7%) preenchiam os critérios de inclusão; 50% apresentavam DM e 50% HÁ, 54% eram do sexo masculino, 36% brancos, 22% negros e os demais não brancos e não negros, idade= 55 + 8 anos. Exames laboratoriais do primeiro atendimento mostravam creatinina= 11,5 +3,3 mg/dl, Uréia=255 + 21 mg/dl, Hematócrito=25 + 4%, Potássio = 5,8 + 1,1 mEq/L. Pelo menos uma hemocultura foi realizada em 57% dos pacientes; 81% fizeram uso de pelo menos um antibiótico devido à infecção do cateter de duplo lúmen. Os pacientes permaneceram em média 116 dias neste serviço até a transferência para uma clínica satélite, devido à indisponibilidade de vagas. Ao final de 1 ano 35% evoluíram para óbito; em média após 49 dias. A mortalidade foi maior no grupo DM 44% vs 25% no grupo HÁ. Estes indivíduos apresentavam anemia e níveis elevados de uréia e creatinina, configurando um quadro tardio de início da HD, além de não possuírem acesso permanente; características que contribuíram para a elevada mortalidade ao final de 1 ano de HD. Conclusão: A DRC pode ser prevenida ou postergada em portadores de HÁ e DM. Políticas visando o tratamento precoce da DRC devem ser implementadas para impedirmos que, indivíduos com estas patologias necessitem de HD de urgência sobrecarregando e onerando o sistema de saúde, além de resultar em alta mortalidade, especialmente para a faixa etária observada. PO028 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA, CAPACIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA PRE-DIALÍTICA. FARIA, RS(1); SILVA, VSA(1); REBOREDO, MM(1); FERNANDES, NMS(1); BASTOS, MG(1); CABRAL, LF(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(1); Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) cursa com perda progressiva e irreversível das funções renais. Com seu avanço, surgem manifestações clínicas em vários sistemas. No presente estudo, caracterizamos a função respiratória, a capacidade física e a qualidade de vida de portadores de DRC em fase pré-dialítica. Métodos: Foram avaliados 12 pacientes não fumantes sem doenças respiratórias, cardíacas, infecções e pertencentes ao Programa de Prevenção às Doenças Renais (PREVENRIM – NIEPEN da Fundação IMEPEN e UFJF). Foram submetidos à avaliação da função respiratória através da espirometria e manovacuometria, da capacidade física pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6M) e da qualidade de vida pelo questionário SF-36. Além disso, dados clínicos e laboratoriais relevantes foram coletados dos prontuários. Resultados: Três pacientes apresentaram distúrbio ventilatório leve, seis apresentaram queda superior a 25% na ventilação voluntária máxima (VVM) e no volume de reserva expiratório (VRE) e quatro apresentaram redução na força muscular respiratória. Um paciente apresentou baixa tolerância ao exercício físico. Os domínios estado geral da saúde e vitalidade apresentaram médias inferiores a 75. Além disso, houve diferença entre os valores de hemoglobina e fósforo entre os diferentes estágios de DRC e correlações entre valores espirométricos, de capacidade física e de força muscular respiratória. Conclusão: A DRC desde seus estágios iniciais pode afetar a função respiratória e a qualidade de vida destes indivíduos. Estes dados sugerem que os pacientes nos estágios iniciais da DRC apresentam alterações que podem ser abordadas ainda nesta etapa. Descritores: Doença renal crônica. Função respiratória. Capacidade física. Qualidade de vida. Pré-diálise. PO029 VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA EM PACIENTES EM DIÁLISE SILVEIRA, SADJ(1); RASPANTI, EO(1); VIEIRA, OMN(1); MOYSES, MN(1); NARDIN, MEP(1); Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto (SENERP)(1); Objetivo: Como a vacina contra febre amarela utiliza vírus vivo atenuado, o objetivo foi avaliar a incidência de efeitos adversos em pacientes portadores de insuficiência renal crônica em diálise. Material e Métodos: estudo retrospectivo feito através da elaboração de um questionário com base nos principais sinais e sintomas relatados após a vacinação contra febre amarela, e as razões pelas quais eles teriam sido vacinados. Esse questionário foi aplicado a uma população de 308 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico (hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (PD). Foram verificados os exames laboratoriais colhidos rotineiramente durante o período pós vacinação. Resultados: dos 308 pacientes pesquisados, 64 estavam em programa de PD, e apenas 01 paciente, submeteu-se à vacinação, por medo da “epidemia relatada na mídia”, não apresentando qualquer evento adverso. Os demais 244 pacientes, eram submetidos ao programa de HD, e 37 pacientes submeteram-se à vacinação. Desses, 14 eram do sexo feminino e 23 eram do sexo masculino. Dos 37 pacientes, um vacinou-se por motivo de viagem para zona endêmica e os demais 36, devido a possível “epidemia relatada na mídia”. Dos 37 pacientes, 04 relataram efeitos adversos, sendo 2 pacientes com efeitos sistêmicos (febre, indisposição, artrite/eritema migratórios) e 2 com efeitos locais (dor no local da inoculação da vacinação).Não houve nenhuma alteração laboratorial no período pós vacina inclusive da TGO. Conclusão: os mais diferentes trabalhos, mostram uma incidência de efeitos adversos pela vacinação contra febre amarela, oscilando entre 5 a 10%. Em nossa amostra, a incidência de efeitos adversos naqueles vacinados, não diferiu da população em geral. 32 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO030 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NA UNIDADE DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS – DIVINÓPOLIS-MG. SILVA,DG DE L.; LARANJO, M DE C.; RESENDE, PC. Hospital São João de Deus(1); Objetivos: Minimizar o impacto da doença no paciente e sua família; favorecer ao paciente aquisição de uma nova percepção sobre sua realidade; melhorar a qualidade de vida atual mesmo com suas limitações; proporcionar uma melhor adaptação do paciente ao tratamento; favorecer uma melhora da auto-estima; realizar um trabalho de escuta dos medos e ansiedades buscando sua diminuição ou eliminação. Material e métodos: Pacientes expostos ao impacto de um diagnóstico de uremia e tratamento pelo rim artificial apresentam sofrimentos psíquicos que se manifestam sob a forma de depressão, angústia, e uma espécie de aniquilamento dos desejos, que sinalizam para um nível empobrecido de vida. A falta de projetos de vida expressa nas frases de parte substancial de indivíduos abordados evidencia a ausência de uma causa que sustente o desejo. Sendo a psicanálise a clínica da falta, e a partir desse pressuposto, busca causar, concluímos ser este um instrumento teórico adequado para escutar esses pacientes. Nesse sentido, o trabalho do psicólogo, intervindo em cada caso, poderá favorecer a busca de um projeto vital realístico que dê sentido à vida e resgate o sujeito, retificando-o subjetivamente. Resultados e Conclusão: Considerando que não há tratamento oferecido que irá assegurar a cura e nem o retorno à saúde, instalando uma situação traumática que bruscamente modificará a relação do paciente com seu corpo, físico, orgânico e social tornando-se imprescindível à presença do psicólogo. A desorganização biológica põe em marcha elementos psíquicos que, até então, não se suspeitava. A doença pode corresponder a uma dolorosa ofensa ao sujeito, até então, imortal e invencível. E tal conseqüência pode ser ouvida ainda à cabeceira do leito. Requer pontuação e atenção. Cabe ao psicólogo a tarefa de ser quem ouve as demandas ali apresentadas. Enfim, o psicólogo não é aquele que tem as respostas para a dor e o sofrimento do paciente, acolhe a dor, aceita a recusa e marca as possibilidades, na medida em que "aposta" que a linguagem levará o sujeito a encontrar sua "escolha" abrindo caminho para o surgimento do desejo. PO031 TREINAMENTO MUSCULAR PERIFÉRICO (TMP) DURANTE A HEMODIÁLISE (HD) EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC). LUCIANA CORRÊA, REJANE NEVES, FRANCINI CANTARELLI DA CUNHA, LAURA SEVERO DA CUNHA. Hospital Moinhos de Vento(1); Introdução: A terapia dialítica é capaz de prolongar a vida de pacientes com DRC, entretanto, não evita prejuízos determinados pela patologia de base e pelo próprio tratamento. O TMP pode promover a redução dos sintomas relacionados e a melhora funcional. 0bjetivo: Avaliar os efeitos do TMP na capacidade funcional e na qualidade de vida nestes pacientes. Metodologia: Ensaio clínico pareado. Estudou-se 7 indivíduos, com idades entre 29 e 84 anos, portadores de DRC. Os sujeitos foram avaliados antes e após o protocolo por meio do Teste da Caminhada dos 6 minutos (TC6), Questionário de Qualidade de vida SF36(QQVSF36) e pelo Teste de 1RM para extensores de joelho, a cada 12 sessões. Tempo aplicação protocolo: 4 meses, na freqüência de 2x/semana, após 45 minutos de início e antes dos últimos 45 minutos finais da sessão de HD, em função da instabilidade clínica decorrente da rápida perda de volume. Pacientes com maior volume a perder foram atendidos logo no início da sessão. A carga utilizada foi de 50% da obtida no teste de 1RM; em 3 séries de 10 repetições; para resistência utilizou-se 30% da carga obtida no teste, no grupo de extensores de joelho. Foram trabalhados todos os grupos musculares de membros inferiores (MI) além dos abdominais e glúteos com exercícios isométricos e isotônicos livres de carga. Análise estatística: Teste t de Student e de Wilcoxon Signed Ranks. Resultados e conclusões: Dos pacientes, 70% eram do sexo masculino, com media de idade de 54 anos. Antes e após as 30 sessões, foram observadas as seguintes medidas (média ±DP): carga tolerada por MID, 4,7±3,03 vs. 6,1±2,54Kg; por MIE 4,8±3,13 vs. 6,2±2,75Kg, p<0,05. O QQV mostrou melhora nos domínios: limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde e vitalidade. No TC6 não foi verificado melhora. O TMP nestes pacientes durante a HD é capaz de promover aumento de força muscular de MI, além de alterar positivamente domínios referentes a qualidade de vida e tornar útil o tempo em que o paciente está em terapia.Como desfechos secundários observamos, através do relato dos pacientes, redução da dor em membros inferiores e, redução das câimbras e da necessida de medicação de medicação para controle deste sintoma. PO032 PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) EM POPULAÇÃO DE RISCO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBS) NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO. DOREA, E L(1); EPSTEIN, M(1); BALBO, J(1); EUG NIO, W(1); BETIOL, R(1); Universidade Cidade de São Paulo(1); A DRC constitui-se atualmente em um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estima-se que exista cerca de 1,2 -1,5 milhão de pessoas com DRC no Brasil. Estudo realizado na cidade de Bambuí demonstrou prevalência de creatinina alterada em 5,09% da população acima de 60 anos. Objetivos: Determinar as taxas de DRC em uma população de risco (hipertensão arterial (HA), diabetes mellitus (DM), com história familiar de DRC e maiores de 60 anos) de pacientes tratados nas UBS da zona leste de São Paulo. Materiais e Métodos: Determinou-se o ritmo de filtração glomerular (RFGe) através do uso da fórmula com quatro variáveis da “Modification XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 33 Pôsteres Diet in Renal Disease” (MDRD) em pacientes selecionados pelos fatores de risco. Considerou-se com DRC todo indivíduo com RFGe menor que 60ml/min/1,73m2. Resultados: 929 pacientes com idade entre 18-92 anos foram avaliados. Destes, 543 (58,4%) eram do sexo feminino; 87,1% (809) brancos; 670 apresentavam diagnóstico de HA (72,1%); 32,5% DM e 223 tinham DM e HA (24%). O RFGe variou de 5 a 205 ml/min/1,73m2. DRC foi observada em 6,35% da população estudada com idade entre 49-92 anos, sendo 13 negros (22%). 53 pacientes apresentaram DRC classe funcional (CF) III (89,8%); 5 (8,5%) CF IV e 1,7% CF V. Desses, 30,5% tinham DM, 89,8% HA e 25,4% tinham diagnóstico de DM e HA. Conclusão: As Sociedades de Nefrologia recomendam o rastreamento de DRC em todo indivíduo com fator de risco para a mesma. Limitando-o para a população de risco, estima-se identificar cerca de 93% dos indivíduos com DRC. Em nosso estudo observou-se uma prevalência de DRC de 6,35%, similar a de outros estudos. A identificação e o encaminhamento mais precoce da DRC ao nefrologista está associada a uma menor progressão da doença, controle mais adequado e maior sobrevida. Faz-se necessário maior reconhecimento por parte dos médicos através da maior utilização das equações de estimativas, como a MDRD, para um rastreamento mais adequado desta doença, que gera gastos consideráveis para a saúde pública. PO033 PERCEPÇÃO DOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE ACERCA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA E DOS CUIDADOS NECESSÁRIOS HELENA HEMIKO IWAMOTO, KARINY BEATRIZ CAIADO DE FREITAS, MARÍLIA MACIEL, JORDNIA LUMÊNIA TAVARES, CAROLINE FREITAS SILVA, HELGA MARIZIA SOARES. Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); O presente estudo tem como objetivo Identificar a percepção que os pacientes em tratamento hemodialitico têm sobre os cuidados necessários em relação à doença, dieta, ingestão de líquidos e medicação. Trata-se de um estudo descritivo realizado com 32 pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise), na Unidade de Terapia Renal (UTR) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), localizada no município de Uberaba - MG. A coleta de dados foi realizada com a utilização de um instrumento semi-estruturado. Para a análise dos dados foi criado um banco de dados (Excel). Todos os 32 pacientes entrevistados durante os meses de maio e junho de 2008 faziam a hemodiálise três vezes por semana. Destes apenas um paciente não apresentava condições físicas para responder às questões referentes à percepção sobre sua saúde. Verificou-se que 22(68,7%) dos pacientes referem seguir corretamente a dieta orientada pela equipe da unidade, 26(81,2%) fazem controle da ingestão de líquidos por meio da quantificação de copos (tipo americano) utilizados por dia. A maioria dos pacientes disseram não ter dúvidas quanto aos cuidados domiciliares necessários e apenas 9(29,03%) demonstraram a necessidade de obter algumas informações acerca da doença renal crônica e suas complicações. Dentre elas destacam-se: as causas da Insuficiência Renal Crônica (IRC), a influência dos suplementos alimentares, efeitos das medicações em uso e quais são as possibilidades e as dificuldades a realização de transplante renal. Ressalta-se que alguns destes pacientes disseram ter dificuldade para assimilar ou compreender as informações recebidas. Essa dificuldade pode estar atrelada ao baixo nível de instrução, uma vez que 23(71,87%) dos entrevistados têm o 1º grau incompleto. Observa-se que a maioria dos pacientes mostraram conhecer a importância de seguir corretamente a dieta, de fazer o controle hídrico e as limitações para o transplante renal. Como ainda 2/3 dos pacientes têm dúvidas em relação à IRC é importante que a equipe de saúde da unidade estabeleça um método de orientação de mais fácil compreensão. PO034 CAMPANHA PREVINA-SE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS MORADORES DA VILA FÁTIMA, PORTO ALEGRE/RS PEDRAZZA, EL(1); ROCHA, SR(1); SGNAOLIN, V(1); SIQUEIRA, SL(1); SCHAFF, CM(1); CARON-LIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1); A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINASE com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais e seus sintomas, realizando exames de triagem para detecção precoce destas. Objetivos: Realizar o rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil epidemiológico desta população e sua relação com risco de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Materiais e Métodos: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi utilizada, no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e familiar; verificação da pressão arterial, medidas antropométricas e análise do exame qualitativo de urina. Resultados: Esta atividade contou com a participação voluntária de 128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres 87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo (nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; &#8805; 12 anos 4,7%; ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%; 2 a 5 – 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio foi de 4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar positiva para hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV) (61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a história clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas 21,9%; sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%; Conclusão: Com base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde têm um grande desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de doenças crônicas observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas de DRC. Portanto, é importante a união dos saberes das diferentes profissões, a fim de que a saúde torne-se uma realidade também para estas populações menos favorecidas. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO035 RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO CAMPUS APROXIMADO VILA FÁTIMA - CAMPO DE SABER E PRÁTICA: NEFROLOGIA SIQUEIRA, SL(1); SGNAOLIN, V(1); ROCHA, SR(1); SCHAFF, CM(1); CARONLIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1); Os crescentes avanços obtidos na área da saúde têm tornado evidente a necessidade da especialização profissional como complementação dos cursos de graduação. Neste contexto, o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da PUCRS, foi criado para enfrentar o desafio de qualificar profissionais do campo da saúde, tornando-os capazes de aceitar a existência de alternância de saberes e práticas de cada núcleo constituidor das profissões e de promover atenção integral à saúde. Dentre os campos que constituem esse projeto, o da Nefrologia compreende uma equipe constituída por duas enfermeiras, duas nutricionistas e uma farmacêutica, que atuam sob a orientação de uma preceptora. A área de atuação pretende ampliar e complementar a formação dos profissionais possibilitando a prestação de assistência na área nefrológica de forma sistematizada, crítica e científica. A equipe está atuando na Unidade de Atenção Básica do Centro de Extensão Universitária Vila Fátima (CEUVF), mantendo as estratégias de aprendizagem e considerando as necessidades da população. A atuação da equipe multiprofissional, no CEUVF, possibilita a colocação em prática de projetos, como o Grupo dos Pacientes Acompanhados, que presta assistência domiciliar periódica a indivíduos impossibilitados de acesso à Unidade de Saúde. O grupo é composto por 12 pacientes que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica, sendo a atuação da equipe de nefrologia muito importante para a prevenção e detecção do dano renal, fornecendo, ainda, orientações que possibilitam a prestação de um atendimento individualizado levando em consideração o contexto bio-psico-social e econômico no qual o paciente está inserido. Deste modo, essa vivência auxilia nossa formação, capacitando-nos para um trabalho em conjunto com outros profissionais da saúde, possibilitando uma abordagem mais eficaz dos fatores determinantes do processo de saúde-doença, ao mesmo tempo em que nos torna profissionais aptos a atuar dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde. PO036 AVALIAÇÃO DA RESPOSTA VACINAL CONTRA O VÍRUS B DA HEPATITE EM DIÁLISE MAIOLINO, JZ(1); ZAQUEO, JB(1); SOUZA, SMS(1); NETO, APD(1); LELLO SANTOS, FR(1); Hospital Universitário Alzira Velano(1); Introdução: pacientes mantidos em diálise compreendem um grupo de alto risco para hepatite do vírus B (HBV). Embora a imunização ativa contra o HBV seja realizada rotineiramente, esta população apresenta uma reduzida taxa de soroconversão. Objetivo: neste estudo retrospectivo, analisamos características clínicas e laboratoriais de pacientes com resposta positiva (respondedores) e negativa (não respondedores) a vacinação contra o HBV. Material e métodos: Foram envolvidos nesta análise 79 pacientes, sendo 41 homens e 38 mulheres, com idade de 23 a 89 anos (54,4±15,1), mantidos em diálise entre 10 e 142 meses (48,9±29,8). Estes pacientes receberam vacinação contra o HBV (40µg SC) nos dias 0, 30, 60 e 180. A resposta vacinal foi demonstrada com soroconversão positiva, ou seja, titulação de AntiHbs>10mU/ml. Resultados: Vinte e oito pacientes (35,4%) não responderam efetivamente a imunização contra o HBV. Na comparação entre respondedores e não respondedores, não foram encontradas diferenças entre idade (52,5±14 vs. 57,9±16,7 anos), tempo em diálise, eficiência dialítica (Kt/V 1,7±0,5 vs. 1,6±0,5), aporte protéico (nPNA 1,2±0,4 vs. 1,17±0,4), hematócrito (32,4±6,5 vs. 30,8±6,1%), albumina sérica (3,8±0,5 vs. 3,8±0,3 mg/dl) e doença de base (diabéticos vs. não diabéticos). Conclusão: Não foram encontradas diferenças significativas entre os parâmetros utilizados para comparar eficácia vacinal de respondedores e não respondedores. Esquemas vacinais diferenciados são necessários devido ao estado de imunodeficiência presente nesta população. PO037 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS PRESSÓRICOS DE UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO DE MORADORES DA VILA FÁTIMA- PORTO ALEGRE/RS. SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; ROCHA, SR; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul(1); A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é fator de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (DRC). Por isso, rastrear hipertensos precocemente é prevenir o aparecimento desta doença. Objetivos: Avaliar a pressão arterial (PA), história clínica (HC) e história familiar (HF) de uma amostra da população de moradores da Vila FátimaPorto Alegre/RS. Materiais e métodos: Como parte da Campanha PREVINA-SE, foi utilizada a ficha de rastreamento indicada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), avaliando uma medida de PA, HC e HF relatadas. A coleta de dados foi realizada no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O valor limítrofe de PA utilizado foi de 130 mmHg para Pressão Arterial Sistólica (PAS) e de 90 mmHg para Pressão Arterial Diastólica (PAD) conforme as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2006. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 128 voluntários adultos, com idade média de 47,60±16,98 e 87,40% eram mulheres. Declararam não ser hipertensos 53,50% da população, e, destes, 11,72% apresentaram PAS e/ou PAD elevadas (≥ que 130/90 mmHg). Enquanto que 46,50% relataram ser hipertensos e, destes, 30,47% apresentaram PAS e/ou PAD elevadas. A distribuição percentual dos fatores de risco encontra-se discriminada no quadro abaixo: XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 33 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 34 14 de setembro de 2008 - Domingo Pôsteres PO040 Fumantes Uso de álcool Sedentarismo HF de HAS HF de DCV Hipertensos (n=59/46,5%) 12 (20,27%) 13 (20,03%) 34 (58,00%) 39 (66,10%) 37 (63,00%) Não Hipertensos (n=68/53,50%) 24 (35,30%) 14 (20,60%) 52 (70,50%) 48 (70,60%) 43 (63,23%) Conclusão: Um terço dos indivíduos analisados que relataram ser hipertensos não apresentaram PA controlada, o que pode sugerir má adesão ao tratamento. Em função da presença de fatores de risco e baseado nas V Diretrizes da SBH, observamos que há risco para o desenvolvimento de HAS nos participantes que relataram PA normal. Por isso, se mostra necessária a intervenção não-medicamentosa nestes grupos, a fim de evitar o desenvolvimento da patologia. PO038 ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE INFLAMAÇÃO E DISLIPIDEMIA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM DIÁLISE. SIMÕES, FA(1); FILHO, FSM(1); BARRETO, MM(1); GOMES, CLS(2); LEMOS, MM(1,2); LEMOS, VM(1,2); Faculdade de Medicina de Campos(1); Pró-Rim - Clínica de Doenças Renais(2); Introdução: As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria dos óbitos na doença renal crônica (DRC). Diversos fatores são determinantes do maior risco cardiovascular nesse grupo, entretanto, a relação entre inflamação e dislipidemia na DRC tem sido discutida. Objetivo: Estudar a relação entre inflamação e dislipidemia na DRC dialítica e fatores associados. Material e métodos: Estudados 101 pacientes (51%feminino, 54±12anos), 37(3,4–186) meses em diálise, na PróRim – Clínica de Doenças Renais. Incluídos todos os pacientes com mais de 18 anos, 3 meses ou mais em diálise, que assinaram o termo de consentimento. Excluídos os pacientes com febre, infecção recente ou uso de cateter temporário na ocasião do estudo. Coletada amostra de sangue total, após jejum de 12 horas; A proteína-C reativa (PCR) ultra-sensível foi determinada por nefelometria e o perfil lipídico por método enzimático/química seca/equação de Friedewald. Resultados: A prevalência de inflamação (PCR&#8805; 0,8g/dL) foi 28,7%, enquanto 59(58,4%) pacientes apresentaram LDL-colesterol elevado e 92,1% apresentavam uma ou mais variáveis do perfil lipídico acima dos limites recomendados. A PCR se correlacionou com glicose (R=0,26; p=0,01), percentual de redução de uréia (PRU) (R= -0,24; p=0,02), HDL (R= -0,22; p=0,026), LDL (R=0,21; p=0,033) e idade (R=0,21; p=0,044). O LDL-colesterol variou em função do IMC (R=0,42; p<0,001) e da glicose (R=0,31; p=0,001) e entre os pacientes com LDL&#8805; 130mg/dL houve maior prevalência de anemia (58,1 vs 32,8%; p=0,02) e pacientes inflamados (44,1 vs 20,9%; p=0,015). As mulheres apresentaram maior IMC, colesterol total e LDL, enquanto os diabéticos apresentavam tendência a maior PCR e idade. Não houve associação entre inflamação e outros parâmetros da DRC. Na análise multivariada, o PRU foi o único determinante independente da PCR (&#946; = 0,22; p=0,034) enquanto a glicemia (&#946; =0,21; p=0,037) e o IMC (&#946; =0,35; p=0,001) foram os fatores determinantes do LDL-colesterol. Conclusão: Dislipidemia é mais prevalente que inflamação na população em diálise. Existe associação entre tais marcadores, no entanto, tal associação é explicada por outras variáveis, tais como glicemia e sexo. PO039 CREME DE CAPSAICINA NO TRATAMENTO DO PRURIDO URÊMICO – RELATO DE 2 CASOS LEMOS, MM(1,2); LEMOS, VM(1,2); Faculdade de Medicina de Campos(1); Pró-Rim - Clínica de Doenças Renais(2); Introdução: Prurido é queixa comum entre pacientes em hemodiálise. Sua etiologia é multifatorial, todavia, muitas vezes não é possível identificar um fator causal e o prurido é refratário ao tratamento convencional inespecífico. A capsaicina é um agente analgésico tópico que atua através da depleção da substância-P na epiderme, sendo esta fundamental na percepção da dor e do prurido. Objetivo: Relatar 2 casos de prurido idiopático em que foi usada a capsaicina. Material e métodos: Foram tratados 2 pacientes do sexo masculino, que apresentavam prurido refratário ao tratamento convencional e sem fator causal aparente. Usada a capsaicina creme a 0,075%, 2x/dia, após orientações específicas quanto aos cuidados com olhos e mucosas. Resultados: MB, 54 anos, há 8 anos em hemodiálise, hematócrito 41%, fósforo: 4,2mg/dL, cálcio total: 10,1mg/dL, produto cálcioX fósforo: 42mg/dL2, PTHi variando entre 76 – 87pg/mL, Uréia pré: 139mg/dL, uréia pós: 49mg/dL, fístula arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona, sem lesões cutâneas ou xerose significativa. Utilizou diversos emolientes e anti-histamínicos, sem melhora. Usou o creme de capsaicina por um tempo total de 8 semanas, notando melhora significativa do prurido ao final da 2ª semana e ausência do prurido ao final da 4ª semana. JBF, 60 anos, há 4 anos em hemodiálise, hematócrito: 41%, fósforo: 3,6 mg/dL, cálcio: 8,5 mg/dL, produto cálcio X fósforo: 31mg/dL2 Uréia pré: 110mg/dL e uréia pós: 57mg/dL, fístula arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona, sem lesões cutâneas ou xerose significativa. Também utilizou emolientes e antihistamínicos, sem melhora. O creme de capsaicina foi utilizado por um tempo total de 2 meses, entretanto, apresentou hiperestesia cutânea no momento das aplicações, o que nos levou a reduzir a concentração da capsaicina à metade. A partir de então, relatou melhora da hiperestesia e melhora parcial do prurido, que o paciente quantificou em 70%. Conclusão: A capsaicina é uma alternativa de baixo custo, eficaz no tratamento do prurido idiopático em diálise. A hiperestesia após aplicação é reversível com a diminuição da concentração da capsaicina, embora possa atenuar também o benefício do tratamento. 34 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) A FISIOTERAPIA NO TREINAMENTO FÍSICO DE DOENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE AGUIAR CF(1); CERQUEIRA CG(1); ROCHA JRC(1); CDR(1); Portadores de doença renal crônica(DRC) em hemodiálise(HD) apresentam redução da capacidade física funcional.O treinamento físico(TF) de reabilitação visando ganho de força muscular é determinante na melhora da aptidão cardiopulmonar, do estado geral e na reintegração social. Este estudo objetiva analisar as repercussões de um programa de TF com exercícios de força e resistência muscular de intensidade progressiva antes e durante as sessões de HD por 11 meses. Foram incluídos 7 pacientes de 35-77anos em HD entre 1,2-21anos.Todos dialisam 3 vezes/semana na CDR Policlínica RJ. O programa incluiu 10 exercícios de fortalecimento para principais grupos musculares determinando-se individualmente o número de repetições realizadas adequadamente e sem desconforto.Foram colhidas anamnese e avaliação física inicial, e medidos a força dos principais músculos através do Teste Muscular Manual e o pico de fluxo expiratório(PFE) no aparelho expiratório portátil. A creatinina e uréia foram obtidas em exames mensais padronizados.Estimou-se o ritmo de filtração glomerular pela fórmula de Cockcroft-Gault. O cálculo do ktv não demonstrou diferença significativa na eficiência da HD. Todos apresentaram ganhos na força e resistência muscular evidenciado pelo aumento progressivo da carga e do número de repetições dos exercícios propostos. No início do estudo o TF foi executado sem carga com 8-10 repetições de cada exercício, e ao final dos 11 meses 6 pacientes realizavam 20 repetições com carga de 1,0kg, e 1 realizava 15 com 0,5kg. O PFE do grupo avaliado no 1º e 11º meses apresentou valores médios de 265,71±144,43L/min e 360±122,06L/min, com um aumento médio de 38,32% relacionado ao ganho na força muscular expiratória. A partir dos resultados obtidos e com base na bibliografia podemos considerar os benefícios da fisioterapia no TF de força e resistência muscular, associado à melhora do condicionamento físico e à qualidade de vida do paciente em HD. Apesar dos achados clínicos positivos, estudo em grupos pequenos não permite demonstração numérica significativa. Novas pesquisas são necessárias para confirmar os achados relacionados ao TF na DRC. PO041 AVALIAÇÃO DE MARCADOR DE DOENÇA VASCULAR PERFIFÉRICA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) EM TRATAMENTO CONSERVADOR COUTINHO VFF(1); NEVES MF(1); LEMOS CC(1); GISMONDI R(1); OIGMAN W(1); BREGMAN R(1); Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1); As doenças cardiovasculares (DCV) são complicações freqüentemente observadas e constituem a principal causa de óbito nos portadores de DRC. A importância da identificação precoce de marcadores de doença vascular periférica é fundamental, pois medidas de tratamento são mais eficazes nesta fase. Objetivo: Identificar alterações estruturais e funcionais na microcirculação e nas artérias de médio e grande calibre utilizando método não-invasivo em pacientes com DRC em tratamento não-dialítico. Pacientes e Métodos: Avaliados 51 pacientes com DRC, sendo 68,6% hipertensos e 25,4% diabéticos que foram divididos em 2 grupos de acordo com o valor do Índice TornozeloBraço (ITB). O ITB consiste num método não invasivo, de baixo custo e fácil execução, que avalia a presença de doença vascular periférica através de um fluxômetro ultra-sônico. A maior pressão aferida numa das artérias que alcançam o pé (artérias pediosa ou tibial posterior) é dividida pela mais elevada pressão sistólica encontrada numa das artérias braquiais. Esse procedimento foi feito para os dois pés e a razão encontrada é o ITB. A filtração glomerular (FG) foi estimada pela equação do MDRD. Resultados: Os dados são apresentados como média+ DP. Apresentaram ITB<0,9, 8 pacientes (15,6%). Neste grupo com doença arterial periférica, ITB foi de 0,75±0,14, e a idade = 68±10 anos, sendo 50% hipertensos e 50% diabéticos e todos do sexo masculino; FG= 36+7ml/min. A pressão arterial sistólica (PAS) = 137 ± 14 mmHg e 83 ± 11mmHg de diastólica, sendo que 62% usavam inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA), 37% bloqueador do receptor da angiotensina (BRA) e 50% em uso de estatina. No outro grupo com ITB normal, ITB = 1,06±0,11, idade = 66±9 anos, sendo 65% hipertensos e 21% diabéticos, 27 masculinos e 16 femininos, FG= 32+11ml/min. A PAS= 134 ± 16 mmHg e PAD= 82 ± 9 mmHg, sendo 79% em uso de IECA, 9% BRA e 27,6% em uso de estatina. Conclusão: A prevalência de doença arterial periférica foi baixa nesta amostra de pacientes com DRC. A FG não foi diferente entre os grupos, e os níveis de PA também foram semelhantes.O grupo com doença arterial apresentou maior incidência de DM e foi composto somente de homens, podendo sugerir que esta associação seja um fator de risco. PO042 ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE COLETA DE HEMOCULTURA EM UNIDADE DE HEMODIÁLISE SGNAOLIN, V(1); ELIAS, LS(1); FIGUEIREDO, AE(1); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1); O tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) representa um problema de saúde pública de grande magnitude e relevância. Nos últimos anos vem se observando um acentuado desenvolvimento tecnológico na área de nefrologia, com repercussão direta no tratamento das pessoas portadoras de DRC, mas apesar disso, ainda, são encontrados altos índices de infecção associados ou não ao uso de cateter nesses pacientes. De modo geral, estima-se que 13% dos pacientes em hemodiálise são regularmente tratados com cateteres de uso temporário ou permanente, sendo importante ressaltar que as infecções associadas ao cateter correspondem a 20% de todas as complicações dos acessos vasculares, o que demonstra uma alta incidência. Objetivos: Elaborar um protocolo e um fluxograma para padronização do procedimento de coleta de hemocultura e desenvolver, posteriormente, um treinamento com a equipe do Serviço de Nefrologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Materiais e Métodos: Realizou-se um levantamento bibliográfico para a elaboração de um protocolo, no qual XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 35 Pôsteres são compreendidas as indicações clínicas e o procedimento técnico para coleta de hemoculturas. O fluxograma é a descrição por etapas dos passos a serem seguidos. Resultados: O instrumento referido caracteriza-se por um roteiro para padronização da coleta do exame de hemocultura, que aborda desde o quadro clínico sugestivo de pirogenia e febre até a técnica detalhada para coleta, contemplando também orientações sobre o local recomendado e número de amostras necessárias, finalizando com o envio das amostras para o Laboratório de Microbiologia. Conclusão: Neste sentido, as práticas assistenciais dos serviços de hemodiálise devem estar apoiadas em um conjunto de atividades criteriosamente estabelecidas e padronizadas, a fim de reduzir a variabilidade de execução de um mesmo procedimento. Após, a implementação desse protocolo será avaliado o impacto da padronização desta técnica na melhoria do diagnóstico das infecções sanguíneas para os pacientes com DRC, levando sempre em consideração que as infecções de corrente sanguíneas são indiscutivelmente graves e com alta letalidade. PO043 RELAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO EXAME QUALITATIVO DE URINA COM OS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA SGNAOLIN, V; PEDRAZZA, EL; CARON-LIENERT, RS; SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; ROCHA, SR; FIGUEIREDO, AE. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Objetivos: Analisar as alterações no exame qualitativo da urina (EQU), identificando os indivíduos que se enquadram nos grupos de risco para Doença Renal Crônica (DRC). Materiais e Métodos: Utilizou-se para o rastreamento uma ficha padronizada, sendo realizada também a análise físico-química da urina dos participantes da Campanha PREVINA-SE, que ocorreu na Vila Fátima, Porto Alegre/RS. Resultados: O número total de participantes foi de 128 pessoas, com maior prevalência de mulheres (87,4%) e idade média de 47,60±16,98. A presença de alguns fatores de risco para DRC foi observada, tais como: história clínica de Diabetes Mellitus (DM) (12,5%) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (46,5%), e história familiar de DRC (24,4%). Dentre as 16 amostras de pessoas com história clínica de DM, em 7 dessas (43,7%) constatou-se a presença de glicose na urina. Entre as 14 pessoas com história clínica de DRC, 4 amostras (28,6%) continham proteínuria; já nas amostras das 114 pessoas sem história clínica de DRC, em 22 (19,3%) foi encontrado resultado positivo para proteína na urina dos pacientes. Foram registradas também 60 pessoas com história clínica de HAS, dessas, 12 amostras (20,0%) estavam com proteínuria e 23 (38,3%) com hematúria; além disso, das 83 pessoas com histórico familiar de HAS, 18 delas (21,7%) estavam com proteínuria; e quando comparadas as 39 amostras de pessoas que possuíam tanto história clínica quanto história familiar de HAS, em 10 (25,6%) foi constatada a positividade para proteína na urina. Das 13 pessoas com história clínica de DM e HAS, em 7 dessas (53,8%) visualizou-se a presença de proteína e glicose na urina. Conclusão: Segundo os dados observados pode se concluir que os indivíduos com fator de risco para desenvolvimento de DRC têm, de maneira geral, um alto percentual de alteração no EQU. Campanhas como PREVINA-SE são fundamentais para a identificação precoce da DRC, influenciando no tratamento e proporcionando o encaminhamento imediato para o acompanhamento especializado e a correção das complicações e co-morbidades mais freqüentes. PO044 HIPERATIVIDADE E EXPRESSÃO AUMENTADA DA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE PLAQUETÁRIA NA INSUFICI NCIA RENAL EM TRATAMENTO CONSERVADOR SIQUEIRA, MAS(1); SANTOS, SFF(1); LUGON, JR(2); MOSS, MB(1); PEREIRA, NR(1); MARTINS, MA(1); BRUNINI, TMC(1); MENDES-RIBEIRO, AC(1); Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1); Universidade Federal Fluminense(2); Objetivo: A produção de óxido nítrico (NO) ocorre através da oxidação do aminoácido L-arginina, por três diferentes isoformas da enzima óxido nítrico sintase (NOS). O NO desempenha importante papel no controle da função plaquetária, inibindo os processos de adesão e agregação. Muitos estudos evidenciam elevada prevalência de doença cardiovascular na IRC desde os estágios iniciais da disfunção renal, sendo a hipertensão arterial uma das suas principais causas. Nosso grupo demonstrou previamente um distúrbio na via L-arginina-NO em plaquetas de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise e em pacientes hipertensos. O objetivo deste estudo foi investigar a via L-arginina-NO em pacientes com IRC em tratamento conservador. Material e Métodos: Participaram do estudo um total de 21 pacientes com IRC em tratamento conservador e 21 controles, pareados por idade e sexo. A avaliação da via Larginina-óxido nítrico foi realizada através de experimentos cinéticos de influxo de L[H3]-arginina, de atividade da NOS por meio da conversão de L-[3H]-arginina a L-[3H]citrulina e de expressão da NOS através de Western Blotting em lisado de plaquetas. Resultados: Foi observada uma redução do influxo de L-arginina em pacientes com IRC em tratamento conservador (17 ± 4 vs controles 48 ± 8 pmol/109céls/min; p<0.05). Entretanto, a atividade (0.44 ± 0.07 vs 0.25 ± 0.05 µmol/108céls/min) e a expressão da NOS estavam aumentados nos pacientes, comparados aos controles. Conclusão: Os presentes resultados demonstraram que as plaquetas humanas expressam tanto a isoforma endotelial (eNOS) quanto a induzível (iNOS) e sugerem que o aumento da expressão e da atividade da NOS seja um mecanismo compensatório para a manutenção da produção de NO, em condições de reduzido influxo de L-arginina. PO045 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ORAIS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR. BASTOS, JA; VILELA, EM; MAGACHO, EJC; SOUZA-COSTA, DC;CHAOUBAH, A; LOBATO, A; MACHADO, CV; BASTOS, MG UFJF(1); Objetivos: No presente estudo os autores avaliaram as patologias orais em paciente com Doença Renal Crônica (DRC) nos estágios pré-dialíticos. Material e Métodos: Trata-se 14 de setembro de 2008 - Domingo de um estudo de corte transversal onde 123 pacientes com DRC estágios 1-5 foram submetidos a uma avaliação clínica da cavidade oral, realizada através de inspeção e palpação da boca, no período entre agosto de 2007 e abril de 2008. Foram investigadas as patologias bucais: palidez e lesão da mucosa oral, estomatite urêmica, equimoses, xerostomia, halitose e presença de Doença Periodontal (DP). Foi registrado se o paciente possui dentes naturais, mobilidade, se faz uso prótese, sangramento espontâneo, presença de cárie, cálculo, e ressecção gengival. Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos dos prontuários dos pacientes. Resultados:A cárie foi observada em pacientes com DRC 3-5; a palidez da mucosa oral foi mais freqüente no estágio 4 (19,1%); a lesão da mucosa bucal foi mais freqüente nos estágios 3 (21,4%) e 4 (21,3%); a estomatite urêmica e a xerostomia foram observadas em 9,5% e 100% dos pacientes nos estágios 3 e 1, respectivamente. A halitose foi maior nos estágios 1 (66,7%) e 2 (43,8%). A presença de DP foi significativamente menor no estágio 5 (20%) e a presença de cálculo foi bem distribuída entre os estágios. Conclusão: As manifestações orais nos pacientes com DRC no estágio pré-dialítico são prevalentes e compatíveis com aqueles encontrados na literatura em indivíduos em hemodiálise; acenando para a necessidade de implementação de medidas preventivas precoces no curso da doença renal. PO046 TESTE DE CONHECIMENTO DO RIM E SUAS DOENÇAS NOS USUÁRIOS DO AMBULATÓRIO HU USP CAMPOS, M. S.(1); FUJIMOTO, M. I.(1); ANABUKI, M. H.(1); RAVAGLIO, L. M.(1); PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); MAEDA, L. C.(1); SASSAKI, A. L.(1); BERNIK, M.(1); Hospital Universitário da USP(1); As funções dos rins , a doença renal crônica e suas graves conseqüências são pouco conhecidas pela população. Tendo em vista o aumento crescente e a gravidade desta patologia são primordiais ações detecção precoce e esclarecimento sobre a doença e suas conseqüências. O Ambulatório do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU USP) realizou em conjunto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia campanha de esclarecimentos sobre doença renal que incluiu questionário de conhecimento sobre os rins e suas doenças. Objetivos: Realizar uma pesquisa de conhecimentos sobre a função dos rins e suas doenças no público da sala de espera do Ambulatório do HU USP durante a semana do Dia Internacional do Rim com propósito de discutir a importância da doença com pacientes e equipe de saúde. Metodologia : Foi elaborado questionário com questões sobre a anatomia, as funções dos rins, sobre a doença renal crônica (DRC) e suas comorbidades e aplicado em 263 pessoas pacientes e acompanhantes. Resultados: O questionário foi aplicado em 263 pessoas que estiveram presentes na sala de espera neste período. 263 pessoas responderam a pesquisa; destes 246 eram pacientes e 17 acompanhantes com idades entre 17 a 93 anos sendo 142 mulheres e 121 homens. Das 263 pessoas apenas 79 (30%) tinham conhecimento de sua função renal. Dos pacientes portadores de Hipertensão Arterial (94) e Diabetes Mellitus (49) somente 53% e 55 % respectivamente destes grupos haviam sido informados de sua função renal pelo médico. Todos os pacientes com DRC ( 19) e com Doença Cardíaca ( 27) tinham conhecimento de sua função renal. Conclusão: A importância dos rins na saúde e de sua doença crônica ainda não é claro para a população geral. O profissional médico não informa adequadamente aos pacientes sobre este assunto inclusive nas populações de maior risco para doença renal crônica como diabéticos e hipertensos . Ações como as campanhas do Dia Mundial do Rim são de fundamental importância para a conscientização dos pacientes e profissionais com intuito de diagnósticos mais precoce e melhor PO047 ACIDOSE METABÓLICA COMO FATOR DE RISCO NÃO TRADICIONAL PARA DISLIPIDEMIA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURÉLIO BIATO(2); DENISE MAFRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1); Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Hospital Geral de Bonsucesso(2); Universidade Federal Fluminense(3); As complicações cardiovasculares são a principal causa de morbimortalidade no paciente com doença renal crônica (DRC). Embora a dislipidemia seja reconhecidamente um fator de risco tradicional, é possível que a acidose metabólica de pacientes renais crônicos esteja relacionada a alterações lipídicas, tendo em vista características nutricionais e metabólicas desta população. Objetivos: Avaliar a influência da acidose metabólica no perfil lipídico de pacientes com DRC em tratamento conservador. Pacientes e Métodos: Foram avaliados 27 pacientes com idade média de 51,2 ± 9,4 anos, sendo 25,9% diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análise dos lipídios e bicarbonato (HCO3-) sérico, determinado através de gasometria venosa. A filtração glomerular foi estimada segundo o proposto pelo estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD). Para análise estatística, foi utilizado o programa SPSS 11.0. Resultados: Os valores médios de HCO3- foram de 20,9 ± 5,1mEq/L. Cerca de metade dos pacientes (53,8%) apresentou concentração de HCO3- menor que 22mmol/L, compatível com acidose metabólica. Alterações no perfil lipídico foram observadas na maioria dos pacientes: 73,9% apresentaram colesterol total >200mg/dL (231,9 ± 80,7mg/dL), 53,1% LDL-c >130mg/dL (125,8 ± 42,9mg/dL), 71,4% HDL-c <40mg/dL (38,3 ± 9,9mg/dL), 50% apresentaram TG >150mg/dL (218,1 ± 141,4 mg/dL) e 52,6% VLDL >30mg/dL(35,0 ± 14,7mg/dL). LDL-c e VLDL foram inversamente correlacionados ao HCO3- (r = -0,69, p<0,01 e r = -0,55, p<0,05, respectivamente). A presença de diabetes mellitus não foi associada às alterações lipídicas específicas. Conclusão: A intensidade da acidose metabólica correlacionou-se com alterações deletérias do perfil lipídico em pacientes renais crônicos em tratamento conservador. Estes achados sugerem que a acidose metabólica pode estar associada a dislipidemia na fase pré-dialítica, como um fator de risco não tradicional. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 35 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 36 14 de setembro de 2008 - Domingo PO048 PO051 CAUSAS DE ÓBITOS EM RENAIS CRÔNICOS EM PROGRAMA DIALÍTICO PERES, LAB(1,2); BIELA, RB(2); LIBERALI, GB(2); ANN, HK(1); CAMARGO, MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1); Renalclin(1); UNIOESTE(2); PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA RENAL CRÕNICA (DRC) EM ESTÁGIOS PRECOCES, EM UMA UNIDADE REFERÊNCIA DO SUS (HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO, HSE-RIO DE JANEIRO) ALMEIDA, JR(1); VEIGA, M(1); OLIVEIRA, SMC(1); MARINHO, DG(1); MEDEIROS, D(1); SOARES, MLT(1); ROCHA, A(1); VASCONCELLOS, T(1); SIMÕES, FC(1); SOUZA, VV(1); NÓBREGA, TCN(1); GOMES, CLR(1); SILVA, PS(1); FRANCO, MRG(1); CARVALHO, ED(1); RIOJA, LS(1); SILVA, PRA(1); Hospital dos Servidores do Estado (HSE)(1); Objetivo: Avaliar as causas de óbitos em pacientes renais crônicos em programa dialítico em uma Instituição privada do Oeste do Estado do Paraná. Métodos: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram tratamento dialítico no Serviço de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram registrados: modalidade dialítica (HD: hemodiálise ou CAPD: diálise peritoneal ambulatorial contínua), idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa, motivo da saída e causa dos óbitos. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das causas de óbito foram expressas em percentagem. Resultados: Foram revisados os prontuários de 426 pacientes atendidos, sendo 55 em CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média dos pacientes foi de 49,7 + 16,1 anos. O sexo masculino e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. A idade média dos pacientes quando do óbito foi de 55,4 7 + 10,6 anos. A causa de óbito mais freqüente foi a cardiovascular seguida pela sepse. O tempo médio de sobrevida foi de 23 meses. As causas dos óbitos estão representadas na Tabela 1. Conclusão: A causa de óbito mais comum em pacientes portadores de doença renal crônica em programa dialítico em nosso meio é a cardiovascular. PO049 DETERMINANTES DO SULFATO SÉRICO EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR: INGESTÃO DIETÉTICA OU FUNÇÃO RENAL? VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURELIO BIATO(2); DENISE MAFRA(4); MARIANA SÁ PEREIRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1); Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Hospital Geral de Bonsucesso(2); Lab. Tec. Conjuntivo, Universidade Federal do Rio de Janeiro(3); Universidade Federal Fluminense(4); A oxidação hepática de aminoácidos sulfurados como metionina e cisteina, gera ácido sulfúrico, um ácido fixo de excreção renal. Além disso, em condições de excesso de homocisteína, como na doença renal crônica (DRC), há aumento da transulfuração, ocasionando maior produção de sulfato. A queda do ritmo de filtração glomerular pode acarretar acúmulo de sulfato, contudo, são escassos os estudos que avaliaram possíveis determinantes dessa retenção. Objetivos: Avaliar a influência da função renal e ingestão dietética de aminoácidos sulfurados sobre os níveis de sulfato sérico em pacientes com DRC em tratamento conservador. Pacientes e Métodos: Foram avaliados os níveis de sulfato em 27 pacientes, com idade média de 51,2 &#61617; 9,4 anos, sendo 25,9% diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análises bioquímicas. A ingestão dietética de aminoácidos sulfurados (metionina e cisteina) foi calculada a partir dos dados obtidos da tabela US Department of Agriculture (USDA) e a filtração glomerular estimada segundo o MDRD. Para a análise estatística, foi utilizado o programa SPSS 11.0. Resultados: Os valores médios de sulfato foram de 0,53 ± 0,17 mmol/ e a ingestão de aminoácidos sulfurados, 1,8 ± 0,6 g/dia. A ingestão média de metionina foi de 1,49 ± 1,55 g/d e a de cisteina, 0,87 ± 0,86 g/d, sendo ambas não correlacionadas aos níveis de sulfato. Não encontramos diferenças significantes no sulfato sérico segundo sexo ou presença de diabetes mellitus. A filtração glomerular média estimada foi de 25,8 ± 17,8 mL/min, estando inversamente correlacionada aos níveis de sulfato sérico (r= -0,59 e p<0,01). Conclusão: Com base nestes resultados, concluímos que no paciente renal crônico em tratamento conservador, o sulfato sérico correlaciona-se ao declínio da função renal, e não a ingestão de aminoácidos sulfurados. Alterações metabólicas, como aumento do ciclo de transulfuração da homocisteína, podem levar a maior produção e conseqüente, retenção de ânions sulfato. PO050 MOTIVO DE SAÍDA DE PROGRAMA DIALÍTICO EM RENAIS CRÔNICOS PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ANN, HK(1); CAMARGO, MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1); RENALCLIN(1); UNIOESTE(2); Objetivo: Avaliar a os motivos de saída de programa dialítico em pacientes renais crônicos na região Oeste do Estado do Paraná. Métodos: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram tratamento dialítico nos Serviços de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram registrados: modalidade dialítica, idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa e motivo da saída. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das causas de saída foram expressas em percentagem. Resultados: Foram revisados os prontuários de 426 pacientes renais crônicos atendidos no referido período, sendo 55 em CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média foi de 49,7 + 16,1 anos. O sexo masculino e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. Saíram de programa dialítico 239 pacientes (56%) após um tempo médio de seguimento de 29,5 + 40,3 e mediana de 33,5 anos (variando de 1 a 121 meses). Os motivos de saída de programa dialítico estão representados na Tabela 1. Conclusão: O óbito é a principal causa de saída de programa dialítico em nossos pacientes seguido pelo transplante renal. 36 Pôsteres J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Objetivo: No Brasil ainda pouco se sabe sobre a epidemiologia da DRC em estágios precoces, o que nos levou a analisar uma amostra de pacientes atendidos no ambulatório de DRC. Método: Avaliamos 311 pacientes entre abril e maio de 2008. Anotamos: idade, sexo, etnia (IBGE), doença de base, tempo de seguimento (TS) e valor da creatinina (Cr) na primeira consulta. Utilizamos a fórmula MDRD para obter a eTFG e dividir os pacientes em estágios, e determinamos o eClCr usando CockcroftGault (CG). Obtivemos resultados de: Hg, Ca, P, Col, albumina, índice de massa corpórea (IMC) e proteinúria. Testamos o fit linear entre eTFG e eClCr, em relação à Cr e, na faixa linear, testamos a regressão linear entre eTFG e eClCr. Resultados: Idade mediana em 57 anos (17-94), 52% feminino. Etnia: 42% brancos, 31% pardos e 27% negros. TS, mediana de 32 meses (1-158 meses). Mediana da Cr na 1a consulta foi 1,8mg/dL (0,4-4,8mg/dL). As doenças de base foram: Hipertensão Arterial (HAS) (35%), Diabetes (DM) (19%), combinação HAS/DM (15%), Glomerulopatias (GN) (21%), Pielonefrite-Uropatia (6%) e Doença Policística (5%). Lúpus representou cerca de metade das GN. Mais que 50% tinham proteinúria normal, mas cerca de 15% na faixa nefrótica, a maioria nos estágios I e II. Os estágios I-II somados foram 26%, os estágios III-IV 68%, e somente 6% eram estágio V. O IMC revelou que somente 45% dos pacientes estavam na faixa normal e que que 33% e 19% foram classificados como sobrepeso ou obesos. Não observamos diferenças estatísticas entre eTFG e eClCr (R = 0,865, p < 0,0001). Os dados da tabela são expressos em média±DP. Conclusão: Para propósitos práticos, o estudo não encontrou diferenças significativas em classificar pacientes com o uso de MDRD ou CG. As metas para Hg foram razoalvelmente alcançadas (houve uso regular de eritropoetina), porém não para a terapia do distúrbio mineral-ósseo. Observamos nos estágios iniciais, maiores valores para: IMC, TS, fração de pacientes com síndrome nefrótica (não mostrado), jovens e mulheres. PO052 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DE EQUIPE INTERDISICPLINAR DE TRATAMENTO CONSERVADOR DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) SCHEEFFER, C(1); LEMOS, CC(1); COSTA E SILVA, FV(1); SILVA D,(1); AVESANI, C(2); SILVA, MIB(2); BREGMAN, R(1); Disciplina de Nefrologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1); Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2); A DRC requer tratamento medicamentoso e nutricional por longos períodos e a aderência é fundamental para um bom resultado. Assim, a compreensão sobre a doença e seu tratamento além da necessidade de iniciar terapia renal substitutiva (TRS) ainda assintomático, são desafios enfrentados pelo paciente com DRC. O papel da psicóloga em uma equipe interdisciplinar é abrangente, podendo atuar em diferentes aspectos. Objetivo: analisar o perfil dos atendimentos realizados pela psicóloga. Pacientes e Métodos: Realizadas consultas conjuntas com médicos, enfermeiros e nutricionistas de acordo com a demanda. Também foram realizadas consultas individuais por distintos motivos: INF DRC, aborda o grau de compreensão das informações e impacto do diagnóstico da DRC; INF PSI, pacientes com dificuldades de adesão ao tratamento; TRS PSIC, pacientes com dificuldades de aceitação em iniciar TRS; e o grupo PSI, pacientes que apresentam alterações emocionais que interferem na vida e no tratamento. Pacientes subdivididos pela filtração glomerular (FG), estimada pela fórmula do MDRD. Analisadas as consultas realizadas em 2007, dos 461 pacientes em programa, 159 foram atendidos pela psicologia. Resultados: Foram também atendidos 41 pacientes em consultas conjuntas. A demanda INF PSI e PSI apareceu durante as consultas médicas. Pacientes que iniciam TRS foram a maior demanda, alterando o perfil de pacientes que iniciavam TRS de urgência mesmo em tratamento (14% vs 8%). A maioria das consultas foi com indivíduos com FG < 60ml/min; aqueles com FG >60ml/min eram portadores de glomerulopatias ou doença renal policística, com dificuldades em aceitar a doença e o tratamento. Também foram contatados indivíduos que abandonaram o tratamento por mais de 1 ano. Desses 23% retornaram (todos com FG< 60ml/min). Conclusão: A nossa experiência mostrou que a atuação da psicóloga em nossa equipe, colaborou na informação sobre a doença, melhorou a aderência ao tratamento e aceitação ao início da TRS. Acreditamos que este diferencial melhora a qualidade de vida das pessoas, além de evitar que a doença progrida mais rapidamente, ou que a TRS seja iniciada de urgência em pacientes tratados. PO053 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM DIFERENTES ETIOLOGIAS DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE MANSUR, HN(1); BASTOS, MG(1); LIMA, JRP(1); CARVALHO, DF(1); REZENDE, RA(1); OLIVEIRA, VA(1); Instituto Mineiro de Ensino e Pesquisa em Nefrologia(1); Objetivo: Correlacionar o NAF com diferentes etiologias da DRC de hemodialítico. O NAF foi avaliado através da aplicação do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) antes da sessão de Hd. A etiologia da DRC foi obtida pela análise do prontuário médico do paciente. Para análise dos dados foi utilizado o XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 37 Pôsteres programa STATISTICA 6.0 (UK), onde se realizou correlação de Pearson com pacientes em Hd. Materiais e Métodos: Foram avaliados 28 pacientes do sexo feminino em tratamento nível de significância p < 0,05. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com a etiologia da DRC: o grupo 1 era composto de 15 pacientes (48,2 ± 3,6 anos) com glomerulonefrite crônica (GNC) e o grupo 2 por 13 pacientes (59,7 ± 9,5 anos) com Diabetes Mellitus (DM) e/ou Hipertensão Arterial (HA). Resultados: A análise de dados mostrou que a média de tempo em Hd foi de 92,1 ± 46,7 meses no grupo 1 (G1) e de 53,9 ± 24,2 meses no grupo 2. Ao analisar o NAF,observa-se que no grupo 1 as pacientes foram classificadas como ativas e no grupo 2 (G2) como insuficientemente ativas. Ao correlacionar o tempo em Hd e o NAF verificou-se no G1 que, com o aumento do tempo em Hd há uma diminuição no NAF da paciente (p < 0,03). Já no G2, não houve correlação significativa entre tempo em Hd e NAF (p < 0,07). Gráfico 1: NAF e Tempo de Hd no G1 Gráfico 2: NAF e Tempo de Hd no G2. Conclusão: A partir da análise dos resultados, conclui-se o G1 apresentou correlação da etiologia com o NAF, diferente do G2. Acredita-se que o mesmo tenha ocorrido por um maior tempo de diálise desse grupo. Assim, acredita-se que medidas que retardem a deteorização física, como exercícios físicos e alimentação adequada devem ser incorporados ao tratamento objetivando a melhora na sua capacidade funcional e conseqüentemente na qualidade de vida da paciente. PO054 DECLÍNIO COGNITIVO, DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES DE DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA LIMA, SA(1); FERNANDES, N(1); SANTOS, FR(1); CHOUAB, A(1); MOTA, MMEP(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundação IMEPEN/ Universidade Federal de Juiz de Fora(1); Introdução: Os pacientes portadores de doença renal crônica constituem uma população de alto risco para o declínio cognitivo, pois, frequentemente são usuários de “polifarmácias” e apresentam comorbidades como diabetes e hipertensão arterial. Objetivo: Avaliar a função cognitiva, depressão e qualidade de vida em pacientes em diferentes estágios da doença renal crônica. Método: Estudo transversal realizado nos meses junho a dezembro de 2007 em 119 pacientes, sendo, 27 diálise peritoneal, 30 hemodiálise,32 pré-diálise e 30 hipertensão arterial.Realizada uma bateria de testes: Mini-Mental(MEEM), Teste de Fluência Verbal, Dígitos, Teste do Relógio, Códigos, Sf-36(Qualidade de Vida) e Inventário Beck de Depressão.Também foram coletados dados clínicos e laboratoriais dos pacientes, bem como o uso de medicamentos.Resultados: A idade média foi de hemodiálise 57,4 anos ,diálise peritoneal 62,7 anos ,pré-diálise 65,2 anos e hipertensão arterial 54,4 anos. O grupo da hemodiálise apresentou um pior desempenho nos testes Mini-Mental (p=0,558), Dígitos-ordem direta (p=0,01), Código (p=0,09) e Relógio (p=0,02). O grupo da prédiálise apresentou um pior desempenho no teste de Fluência Verbal e diálise peritoneal no Dígito-ordem inversa (p=0,164). Não houve diferença entre os grupos quanto ao nível de depressão(p=0,629).Conclusão:Estes resultados sugere a necessidade de se realizar estudos longitudinais a fim de confirmar ou não a influência do tratamento de diálise no declínio cognitivo. PO055 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR ALBUQUERQUE, MDC(1); CUNHA, RS(1); SARAIVA, ACM(1); ALVES, B(1); ACIOLI, TML(1); CHAVES JR, HC(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1); Hospital das Clínicas - UFPE(1); A rigidez arterial é um dos determinantes da pressão arterial sistólica e diastólica, sendo preditor de risco para morbi-mortalidade cardiovascular. A velocidade de onda de pulso (VOP), é uma medida indireta de rigidez, e tem seu significado físico isento de contestação. A rigidez aórtica, medida pela VOP carótido-femural, é utilizada em estudos epidemiológicos. Nestes estudos, a VOP aórtica é um preditor de eventos cardiovasculares em diferentes grupos populacionais, como portadores de diabetes, hipertensão e doença renal crônica (DRC). Objetivo: Estudar Velocidade de Onda de Pulso em pacientes com DRC em tratamento conservador. MÉTODO: Avaliou-se a VOP de portadores de DRC, em acompanhamento no ambulatório de tratamento conservador (ATC) do serviço/disciplina de nefrologia do Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE). Os pacientes eram escolhidos aleatoriamente nos dias de consulta, eram esclarecidos e consentiam a participação no estudo. A VOP foi avaliada através do aparelho Complior® II, da empresa Artech Medical Products. Resultados: Avaliou-se a VOP, de 44 pacientes, 27 (61%) do sexo feminino e 17 (59%) do masculino, com idade variando de 18 a 92 anos (mediana 68 anos). Entre as comorbidades, 13 (29,5%) com Diabetes mellitus (DM) e 34 (77%) com Hipertensão Arterial sistêmica. O clearance de creatinina médio era de 24ml/min/1,73m2. A VOP variou de 7,9 a 28 m/s (média de 12,8 ± 4,5 m/s). A VOP média aumentou progressivamente com aumento de faixa etária: < 25anos 9,2m/s; 26-50 anos 9,0m/s; 51-75 anos 11,8m/s; >75 anos 15,9m/s. Não houve diferença na VOP por sexo (masculino/feminino) 12,9 vs 12,6 m/s (p=0,8), presença de HAS 10,8 vs 13,4m/s (p=0,11), ou DM 11,9 vs 14,8 (p=0,05). Conclusão. Os resultados sugerem maior rigidez dos vasos com aumento da idade, o que está de acordo com a literatura. A VOP pode ser preditor do risco de morbi-mortalidade em pacientes com DRC, mas são necessários mais estudos para esclarecermos as relações entre VOP e os fatores de progressão na DRC. Por tratar-se de estudo preliminar, uma das a limitações do estudo foi o pequeno número de pacientes. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO056 ANEMIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) BARBOSA JR, SS(1); ZOBY, COM(1); GOMES, LL(1); ACIOLI, TML(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1); Hospital das Clínicas - UFPE (1); Introdução: A anemia é um achado freqüente nos pacientes portadores de DRC. A proporção está associada ao estágio clínico. O tratamento e progressão da DRC depende do manuseio adequado da anemia, mantendo a Hemoglobina (Hb) em torno de 12g/dL, segundo K-DOQUI (2002). Objetivo: Avaliar anemia de acordo com estágio clínico em pacientes com DRC.Material e Método: Estudo realizado no ambulatório de tratamento conservador da DRC do Hospital das clínicas da UFPE. Medimos hemoglobina (Hb) na consulta inicial e clearance de creatinina para classificação por estágios. Estudamos 630 pacientes 297 do sexo feminino 333 do sexo masculino com média de idade de 57,5 ± 16,4 anos e 58,8 ± 15,5 anos respectivamente. Resultados: A média geral de Hb encontrada de acordo com estágio e sexo(feminino vs. masculino) foi de: ESTÁGIO I 13g/dL vs. 15,5g/dL (p=0,16), ESTÁGIO II 11,4 g/dL vs.13,8 g/dL (p<0,0005), ESTÁGIO III 11,8g/dL vs. 12,2g/dL (p=0,23), ESTÁGIO IV 10,8 g/dL vs. 11,7g/dL (p<0,0002), ESTÁGIO V 10,1g/dL vs. 10,6g/dL (p=0,91) respectivamente. Quando comparamos a Hb de acordo com etiologia da DRC, nos pacientes com Diabetes mellitus tem menor Hb 11,1 ± 1,9 g/dL em relação aos portadores de Hipertensão arterial sistêmica e outras etiologias 11,9 ± 2,3 g/dL. No estágio I não há anemia, mas aumenta progressivamente de acordo com progressão da DRC. Houve diferença significativa apenas nos estágios II e IV. Conclusão: O aumento do grau de anemia foi proporcional ao estágio clínico da DRC. PO057 IMAGEM CORPORAL DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA SANTOS, FR(1); ELIAS, FCA(1); SILVEIRA, LAG(1); CARMO, WB(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundação IMEPEN/ Universidade Federal de Juiz de Fora(1); Introdução: A doença renal crônica (DRC) traz uma série de alterações corporais, como edema, mudanças na cor da pele e alterações de peso, podendo acarretar distorções da imagem corporal. Objetivo: Investigar o impacto da doença renal crônica na auto-imagem de pacientes renais crônicos e verificar as possíveis diferenças na imagem corporal entre pacientes submetidos aos três tipos de tratamento (conservador, diálise e transplante renal). Materiais e Métodos: Foram avaliados 88 pacientes (28 portadores de DRC em fase pré-dialítica, 30 em hemodiálise e 30 transplantados) através da Escala de Satisfação das Áreas Corporais, que consta de 15 itens (rosto, cabelo, nádegas, quadril, coxas, pernas, estômago, cintura, seio/ tórax, costas/ombros, braços, tônus muscular,peso, altura, todas as áreas) em uma escala de variação de 1 a 5: de muito insatisfeito a muito satisfeito. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 47,68 &#61617; 14,85 anos. A maior parte dos pacientes (61,36%) possuía escolaridade até o nível fundamental e era do sexo masculino (56,81%). Foi observado que 45,6% dos pacientes encontrava-se satisfeito com a aparência corporal e 18,9% encontrava-se muito satisfeito. Não foi observada diferença significativa entre os grupos com relação ao grau de insatisfação corporal (p=0,247). O maior grau de insatisfação foi observado com relação às nádegas e ao tórax/seio. As mulheres mostraram-se mais insatisfeitas que os homens com relação a estes dois parâmetros. Os homens apresentaram forte tendência a estarem mais satisfeitos que as mulheres com relação ao primeiro parâmetro (p=0,051), assim como apresentaram maior satisfação com relação ao tórax/seio (p=0,017). Conclusão: Não foi observada diferença entre os grupos com relação ao grau de insatisfação corporal. O maior grau de insatisfação foi observado com relação ao tórax/seio e nádegas, parâmetros nos quais as mulheres mostraram-se mais insatisfeitas que os homens. Estes parâmetros estão associados à sexualidade, o que aponta para as dificuldades enfrentadas, especialmente pelas pacientes do sexo feminino, em lidar com a auto-imagem. PO058 IMPACTO DA DOENÇA PERIODONTAL NOS MARCADORES SÉRICOS DO METABOLISMO ÓSSEO E DA INFLAMAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA SOUZA, CM(1); BRAOSI, APR(1); LUCZYSZYN, SM(1); RIELLA, MC(2); TREVILATTO, PC(1); PECOITS-FILHO, R(1); Pontifícea Universidade Católica do Paraná (PUCPR)(1); Fundação Pró-Renal (PRÓRENAL)(2); A doença periodontal (DP) é uma entidade complexa e de natureza imuno-inflamatória, sendo atualmente considerada como uma complicação entre os pacientes renais. Níveis séricos de marcadores do metabolismo ósseo e da inflamação estão freqüentemente elevados e associados a uma maior morbi-mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: Comparar os níveis de alguns marcadores do metabolismo ósseo e inflamatório entre indivíduos com e sem DRC, portadores ou não de DP. Material e métodos: A amostra foi composta de 222 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 44,9 anos (23-77), dividida em 4 grupos: grupo 1, 59 (26,6%) indivíduos sem DRC e sem DP; Grupo 2, 50 (22,5%) pacientes sem DRC e com DP; Grupo 3, 50 (22,5%) pacientes com DRC, em hemodiálise, e sem a DP; Grupo 4, 63 (28,4%) indivíduos com DRC e com DP. Níveis de cálcio, fósforo e paratormônio foram determinados de acordo com a rotina do laboratório de análises clínicas e as medições de proteína C reativa (PCR) foram realizadas a partir do plasma em EDTA, por meio da imunonefelometria (sensibilidade: 0,08 mg/L). Resultados: Foram encontrados níveis séricos mais elevados de fósforo (6,5±1,1) em pacientes do grupo 4 (com DRC/com DP) quando comparados aos pacientes do grupo 3 (com DRC/sem DP) (5,2±1,2) (p=0,00). Valores séricos de cálcio, paratormônio e o produto cálcio/fósforo, não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os grupos 3 e 4. Valores aumentados de XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 37 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 38 14 de setembro de 2008 - Domingo PCR foram encontrados no grupo 3 (7,6±1,7) quando comparados ao grupo 1 (sem DRC/sem DP) (2,9±1,4) (p=0,00), porém um nível ainda mais elevado desse marcador inflamatório foi observado no grupo 4 (13,3±1,1) (p=0,00). Conclusão: Pacientes com DRC mostraram significantemente níveis mais elevados de fósforo e proteína C reativa, e esses achados reforçam que a presença da doença periodontal mais do que um indicador de morbidade, pode ser considerado um indicador de mortalidade nesses pacientes. PO059 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E DA QUALIDADE DE VIDA DE UMA POPULAÇÃO IDOSA COM DOENÇA RENAL CRÔNICA SOB TRATAMENTO CONSERVADOR ACIOLI, TML(1); GOIS, AM(1); GOMES, LL(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, LM(1); COELHO, SN(1); Hospital das Clínicas - UFPE(1); O aumento da expectativa de vida e das melhores condições de saúde têm provocado um crescimento no número de idosos com doenças crônico-degenerativas. A doença renal crônica (DRC) pode causar impacto negativo na qualidade de vida (QV) dos idosos. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida e dados epidemiológicos de uma população de idosos atendidos no ambulatório de tratamento conservador (ATC) da DRC, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Método: Estudo descritivo, transversal, com amostra composta pacientes, idosos, portadores de DRC a partir do estágio III, segundo classificação K-DOQI, NKF, 2000. O instrumento utilizado para avaliação da QV foi o Questionário Genérico de Qualidade de Vida SF-36, posterior a uma entrevista semi-estruturada contendo dados de características epidemiológicas e clínicas incluindo clearance de creatinina, pela formula de Cockroft-Gault. Os resultados foram armazenados em um banco de dados submetidos à análise estatística através do programa Epi-info, versão 3.4, para Windows. Resultados: Um total de 52 pacientes foram analisados. Trinta (57,7%) eram do sexo masculino e 22 (42,3%) do sexo feminino, a média de idade foi de 72 + 8 anos, variando entre 64 e 80 anos. A cor que predominou foi parda (23/52; 44,2%), seguida por 20 (38,5%) brancos, 9 (17,3%) negros. O clearance de creatinina médio foi 25,3 + 8,7 ml/min. O perfil de QV da população estudada apresentou uma média baixa, em todas as oito dimensões avaliadas pelo SF-36: capacidade funcional: 57 + 29; aspectos físicos: 42 + 29; dor: 67 + 30; estado geral de saúde: 44 + 30; vitalidade: 54 + 23; aspectos sociais: 71 + 34, aspectos emocionais: 51 + 46 e saúde mental: 68 + 21. Conclusão: Os resultados indicaram uma tendência a um prejuízo na qualidade de vida com comprometimento uniforme das várias dimensões analisadas nesse grupo de pacientes idosos com DRC. Resta saber se ao realizar o tratamento conservador da DRC com equipe multi-disciplinar esses idosos possam melhorar a sua QV a partir do esclarecimento e do tratamento da DRC PO060 LIGA CIDADES – ROMPER BARREIRAS EM PROL DA PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL DUQUE, DR(1); CARVALHO, DF(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); LOPES, EO(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL (1); Objetivos:Levar a outras cidades, onde não há campanhas da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), conhecimentos sobre a doença renal crônica (DRC), suas formas de prevenção, diagnóstico e controle; incentivar a adesão à atenção primária e capacitar profissionais de saúde. Realizar busca ativa pela DRC nos grupos de risco; divulgar a doença na comunidade e tornar a prevenção uma rotina nos locais atendidos. Materiais e Métodos:A Liga Acadêmica – PRE-RENAL – criou o “Liga-Cidades”: projeto de pesquisa e extensão que leva a outras cidades, o modelo de atenção e prevenção proposto pela SBN. As atividades acontecem em parceria com a Prefeitura local e demandam uma equipe multidiciplinar de acadêmicos de educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutrição e odontologia. A Liga organiza mutirões em vários pontos da cidade e atende, por livre demanda, cidadãos maiores de 18 anos. O atendimento é gratuito e composto por entrevista e exames de triagem: urinálise por dipstick, glicemia capilar, aferição de pressão arterial, peso, altura e cintura abdominal. Após os testes, há entrega dos resultados e orientações individualizadas. Alterações – proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário – são encaminhadas para atendimento médico especializado, dosagem de creatinina sérica e avalição da função renal. Ao final da campanha, é enviado à Prefeitura um documento com os dados da triagem. Resultados:Foram atendidos 2489 pessoas nos municípios São João Del Rei, Ubá, Varginha e novamente São Jão Del Rei (zona rural) entre 2007 e 2008. Destes, 46,1% eram hipertensos; 14,8%, diabéticos; 66.7% estavam acima do peso, sendo 27,4% obesos. Do total, 13.3% apresentaram pelo menos um dos critérios de encaminhamento. Conclusão:A prevenção da DRC é fundamental para a população, para os serviços de saúde e para os governos já que, através dela, tem-se um maior comprometimento com o tratamento do doente renal em fases iniciais, evita-se a progressão da doença e reduzem-se os impactos social, político e financeiro. PO061 LIGA PRE-RENAL - PREVENÇÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM COMUNIDADES DE JUIZ DE FORA: INTERFACE ENTRE OS ATENDIMENTOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO CARVALHO, MCP(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); LOPES, EO(1); TAVELA, FO(1); LOPES, FA(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL (1); Objetivo:Controlar doenças de base, diagnosticar precocemente a doença renal crônica (DRC) e preservar a função renal. Facilitar, se necessário, o acesso ao atendimento 38 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres especializado. Estimular acadêmicos quanto ao planejamento da abordagem, à busca por conhecimentos e à capacitação ao trabalho em equipe multidisciplinar. Metodologia:O projeto inicia-se com a triagem dos pacientes com fatores de risco para DRC nas campanhas da Liga PRE-RENAL – Semana de Nefrologia e Dia Mundial do Rim – realizadas, uma vez por ano, na cidade de Juiz de Fora. Aqueles com alterações à análise por dipstick – proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário – são encaminhados ao ambulatório da PRERENAL. Os atendimentos acontecem duas vezes por semana, no Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia (NIEPEN), e são realizados por equipe multidisciplinar de acadêmicos sob supervisão dos profissionais da Fundação. Os pacientes são acompanhados por seis meses e, de acordo com os resultados de seus exames, classificados quanto à Filtração Glomerular. Aqueles nos estágios 1 e 2 são encaminhados para Unidades Básicas de Saúde (UBS); os demais, em estágios 3, 4 ou 5, para nefrologistas no programa Preven-Rim do NIEPEN. Resultados:De 2005 até o momento, foram triados aproximadamente 2000 pacientes e destes, 130 foram encaminhados ao ambulatório: 29% diabéticos, 72% hipertensos, 27% obesos. Do total, 59 tiveram alta, 9 abstiveram-se das consultas e 65 continuam em acompanhamento. Dentre os últimos, 37% têm diabetes, 83% hipertensão e 26% obesidade. Desde o início de nossas atividades, 21 foram encaminhados a UBS e 12 ao nefrologista. Conclusão:Atividades da PRE-RENAL proporcionam maior conhecimento teórico/prático da DRC e suas comorbidades e permitem implementação de ações preventivas de forma eficaz e coerente com a realidade, além de possibilitarem diagnóstico precoce. A multidisciplinaridade fortalece o trabalho em equipe e torna-se estímulo à educação permanente PO062 PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL REI – PROJETO LIGA CIDADES – PRERENAL LOPES, EO(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia - Liga Acadêmica PRERENAL(1); Objetivos: Identificar a prevalência de fatores de risco para a doença renal crônica (DRC) e informar sobre suas formas de prevenção, diagnóstico e controle, no município de São João Del Rei – MG. Materiais e Métodos: O Projeto Liga Cidades realiza campanhas nos moldes da Sociedade Brasileira de Nefrologia em cidades onde estas não ocorrem. O atendimento aconteceu por demanda espontânea, em maiores de 18 anos de idade. Primeiramente, houve palestras educativas sobre DRC, com maior enfoque em hipertensão, diabetes, alimentação e atividade física. Os indivíduos foram questionados quanto à presença de fatores de risco para DRC e passaram por exames de peso e altura, circunferência abdominal (CA), pressão arterial, uroanálise (por dipstick) e glicemia capilar. Os critérios de encaminhamento ao atendimento nefrológico, para avaliação da função renal, são proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao final dos exames. Resultados: Houve 1151 atendimentos, sendo 68% mulheres. A prevalência de hipertensão foi de 44%, com maior acometimento nos indivíduos acima de 60 anos (60,8%). Da população triada, 13,8% eram diabéticos sendo que a média glicêmica destes foi de 183mg/dL. Os tabagistas constituiam 15,8% da população. O IMC mostrou-se alterado em 63% da amostra. A CA apresentou-se acima de 94cm e 80cm em 69,5% dos homens e 82% das mulheres, respectivamente. O índice de sedentarismo foi de 63%. À urinálise, 9% da população apresentou proteinúria e 20,4% preencheu algum critério de encaminhamento. Conclusão: A DRC é um problema mundial de saúde pública, e a melhor forma de controle é a prevenção. Desta forma, o Liga Cidades, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco, possibilita diagnóstico precoce, encaminhamento ao nefrologista e provável retardo da progressão da doença. O projeto, ao se instalar em uma cidade, gera uma mobilização dos meios de comunicação, que promove uma ampla discussão na sociedade sobre o problema da doença renal crônica. PO063 PROJETO LIGA CIDADES SÃO JOÃO DEL REI - ZONAS RURAL E URBANA, RISCOS DISTINTOS PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL CARVALHO, DF(1); FERREIRA, SO(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); TAVELA, FO(1); DUQUE, DR(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1); Objetivos:Comparar a prevalência dos fatores de risco para doença renal crônica (DRC) entre centros urbano e rural em São João Del Rei – MG. Materiais e Métodos:O trabalho desenvolvido é parte integrante do projeto de pesquisa e extensão Liga Cidades que leva a outras cidades campanhas de prevenção da DRC nos mesmos moldes das realizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Os dados são de fevereiro de 2007, zona urbana, e fevereiro de 2008, zona rural. O atendimento foi realizado em indivíduos acima de 18 anos, por livre demanda. Foram questionados quanto a fatores de risco para DRC, passaram por avaliação clínica e laboratorial – peso, altura e cintura abdominal (CA), aferição de pressão arterial (PA) e glicemia capilar. Foi utilizado o test t de student com significância estatística quando P<0,05. Resultados:Avaliaram-se 1152 indivíduos na zona urbana e 465 na zona rural, com média de idade de 48,6 e 52,2 anos, respectivamente (P<0,05). Mulheres constituíam 69% do total. A hipertensão foi significativamente mais prevalente na zona urbana (43%) que na rural (36%), o mesmo não ocorrendo no caso do diabetes, tabagismo e indíce de massa corpórea, apesar deste último apresentar uma tendência a ser maior na cidade(P<0,06). A porcentagem de pessoas com a CA alterada (88cm para mulheres e 102cm para homens) foi maior na zona rural (P<0,05). Apesar da menor prevalência de hipertensão, a média da PA sistólica e diastólica nos hipertensos foi maior no centro rural (156/91) que no centro urbano XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 39 Pôsteres (144/86), P<0,001. O sedentarismo foi significativamente maior na cidade (63%, p<0,05). Conclusão:Apesar da maior prevalência de hipertensão na cidade, a média da PA foi significativamente maior na zona rural, o que pode refletir o precário sistema de saúde local. O sedentarismo foi mais prevalente na zona urbana, trazendo à tona a necessidade de incentivo à atividade física. Há uma preocupação nacional quanto ao controle dos fatores de risco para DRC, porém, a diferenciação das prevalências destes em diferentes regiões pode nortear as intervenções, tornando-as mais eficazes. PO064 CUIDAR SANTOS DUMONT – UM PROJETO DE ASSISTÊNCIA À COMUNIDADE – PRE-RENAL CARVALHO, DF(1); ANDRADE, RC(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1); TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1); Objetivo:Interligar assistência, ensino e pesquisa com as necessidades da população, implementar um programa de saúde renal de caráter continuado na população adulta da comunidade Santos Dumont - Juiz de Fora. Rastrear grupos de risco para Doença Renal Crônica (DRC), Instituir medidas para a prevenção primária, Divulgar a DRC na comunidade e estagiar a DRC. Matérias e métodos:O projeto é desenvolvido de forma multidisciplinar, por acadêmicos de medicina, enfermagem, farmácia, nutrição, educação física, fisioterapia integrados com a Unidade Básica de Saúde (UBS). Foi estabelecido um programa de esclarecimento sobre a DRC através de palestras, promoção de campanhas educativas e distribuição de material elucidativo. Através de visita domiciliar, realizou-se busca ativa por hipertensos e diabéticos; estes foram avaliados clínica e laboratorialmente (peso, altura, circunferência abdominal, pressão arterial, glicemia capilar, urinálise por dipstick e creatinina sérica). Os indivíduos que tiveram resultados alterados foram estagiados quanto ao ritmo de filtração glomerular (FG). Indivíduos classificados como estágios 1 e 2 são acompanhados na UBS, e aqueles classificados na fase 3, 4 ou 5, recebem acompanhamento no Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia. Resultado:Foram visitadas 352 casas, nas quais 214 foram examinados e 100 fizeram exame de creatinina. Destes 34% individuos apresentaram alteração da FG, 24% no estágio 2 e 10% no 3. Além da triagem, criou-se 2 grupos de palestras que ocorriam uma vez por semana, no grupo de caminhada da UBS e na escola municipal do bairro. Nestas palestras eram abordados temas relavantes à prevenção e ao controle dos fatores de risco para DRC. Conclusão:O projeto Cuidar Santos Dumont promove conscientização da população, tanto em prevenção das doenças renais como na importância da adesão às medidas de prevenção primária, além de um melhor tratamento dos doentes renais. Estas medidas rastreiam o doente renal em fases iniciais, evitando a progressão da doença. Por fim, proporciona melhor qualidade de vida neste bairro com acompanhamento permanente. Fisiopatologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos PO065 ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DO VEGF E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. MARSON, BP(1); DICKEL, S(1); ISHIZAWA, MH(2); METZGER, I(2); IZIDOROTOLEDO, TC(2); FIGUEIREDO, CEP(1); TANUS-SANTOS, JE(2). PUCRS(1); USPRP(2). Objetivo: Elucidar o papel dos polimorfismos do VEGF na predisposição a insuficiência renal crônica (IRC), através da comparação da distribuição haplotípica envolvendo três polimorfismos relevantes do gene do VEGF: G634C (rs2010963), C2578A (rs699947) e G1154A(rs1570360) em voluntários saudáveis e pacientes com IRC. Material e Métodos: Estudamos 110 voluntários saudáveis (Controle) e 105 pacientes com IRC, todos brancos e pareados para idade e sexo. O DNA foi extraído de amostras de sangue total e os genótipos determinados por Real Time – PCR (Taqman, Applied Biosystems). As freqüências haplotípicas foram obtidas com o software PHASE 2.1. Resultado: Foram comparadas as freqüências alélicas, genotípicas e haplotípicas entre os dois grupos: Controle e IRC. As freqüências haplotípicas associando os polimorfismos G634C, C2578A e G1154A do gene do VEGF foram, para os grupos Controle e IR, respectivamente: H1 (CAA) = 2,4 % e 0,0 %; H2 (CAG) = 0,0 % e 0,0 %; H3 (CCA) = 0,05 e 0,0%; H4 (CCG) = 34,3 % e 38,1%; H5 (GAA) = 35,2 % e 40,5 %; H6 (GAG) = 3,2 % e 0,0 %; H7 (GCA) = 1,9 % e 0,0 %; H8 (GCG) = 22,8 % e 21,4 %. Ao compararmos os grupos Controle e IRC quanto às freqüências estudadas, estas não apresentaram diferenças significativas (todos com p < 0,05, teste Qui-Quadrado). Conclusão: Nossos resultados sugerem que os presentes polimorfismos do gene do VEGF não apresentam associação com IRC, visto que as freqüências genotípicas e alélicas são semelhantes entre os grupos. Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, Capes PO066 AVALIAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR. OLIVEIRA, CA; OLIVEIRA, FG; CASALI, TG; BIGNOTO, TC; COELHO, AF; JÚNIOR, HLB; DE PAULA, RB. Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia – NIEPEN Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF Juiz de Fora – MG Objetivo: Comparar a modulação autonômica cardíaca de pacientes renais crônicos (RC) em tratamento conservador com voluntários saudáveis (CON). Métodos: Foram avaliados 25 RC e 14 CON, com médias de idade respectivamente iguais a 56,5 ±12,5 e 14 de setembro de 2008 - Domingo 54,5 ± 10,3 anos. Todos os indivíduos foram submetidos a monitorização do ritmo cardíaco por meio de Holter durante 20 minutos, em decúbito dorsal (pré-inclinado) e após inclinação passiva a 70° (Til Test) por mais 20 minutos. A variabilidade da freqüência cardíaca foi avaliada pela análise espectral usando-se a transformada rápida de Fourier. Foram analisadas as variáveis LFnu (low frequency) e HFnu (high frequency) indicativas, da modulação simpática e parassimpática, respectivamente; e a razão LF/HF, indicadora do balanço simpático-vagal. Essas variáveis foram comparadas entre os 2 grupos, ao final dos estágios pré-inclinado e inclinado. Resultados: Na tabela 1, podem ser vistas as variáveis avaliadas nos 2 grupos. No estágio pré-inclinado, não foram observadas diferenças significantes entre o grupo RC e o grupo CON. Entretanto, após a inclinação, observou-se maior LFnu, menor HFnu e maior relação LF/HF no grupo CON quando comparado ao grupo RC. Tabela 1 Variável RC CON p Pré-inclinado Pré-inclinado LF nu 63,2 ± 17,6 70,6 ± 13,7 0,331 HF nu 36,8 ± 17,6 29,6 ± 13,6 0,377 LF/HF 2,3 ± 1,5 3,5 ± 3,1 0,361 Inclinado Inclinado LF nu 73,5 ± 13,0 84,5 ± 8,1 0,001 HF nu 26,5 ± 13,0 15,4 ± 8,1 0,001 LF/HF 3,3 ± 1,3 7,9 ± 5,6 0,001 Conclusão: Pacientes renais crônicos em tratamento conservador, quando submetidos ao stress postural passivo, apresentam menor ativação do sistema nervoso autônomo que o grupo controle, indicando alterações na modulação autonômica cardíaca. PO067 DIABETES INSIPIDUS CENTRAL E HIPODIPSIA PRIMÁRIA COM HIPERNATREMIA E IRA MILOSKI, F(1); PENEDO, B(1); CHRISTIANI, L(1); GRACIANO, M(1); CARVALHO, D(1); Hospital Geral de Bonsuxesso(1); Introdução: Poucos são os relatos na literatura de associação de diabetes insipidus central e hipodipsia primária. A associação de rabdomiólise e hipernatremia também é descrita. Relato: Trazemos o caso de um paciente de 22 anos, transferido para o nosso hospital com insuficiência renal aguda, associado a hipernatremia grave e refratária. Encontravase com nível de consciência rebaixado, tetraparesia flácida hiperreflexa e anasarca. Exames mostravam aumento de enzimas musculares, hipernatremia (190mEq/L) e aumento de escórias azotadas. Familiar referia início dos sintomas após esforço físico extenuante. Era neuropata devido à seqüela de hipóxia peri-parto, claudicava de um membro, estrábico, idade mental de pré-adolescente. Familiar refere episódio de insuficiência renal aguda na infância sem necessidade de tratamento dialítico. Iniciou-se, na recente admissão, terapia dialítica. Após sessões de HD realizadas, evoluiu melhora do quadro geral e força em membros superiores, regressão da hipernatremia. RNM do crânio mostrou lesão isquêmica lacunar antiga peri ventrículo lateral direito. Apresentou aumento da osmolaridade urinária com o uso do DDAVP intranasal, confirmando a hipótese de diabetes insipidus central. Evoluiu com melhora do quadro clínico. Notamos então que apresentava natremia no limite superior, algumas vezes se mantinha com hipernatremia leve, em nenhum momento referiu sede durante a internação, caracterizando a hipodipsia primária. Mantido em tratamento conservador, mostrou aumento do débito urinário e regressão da IRA. Orientamos oferta de líquidos. Retornou após para consulta ambulatorial, andou até a sala da consulta, algum déficit motor, orientado, sem queixas. Tinha hipernatremia (165mEq/L), com aumento de CKtotal (336 U/L), não referia sede alguma. Orientado ingestão vigorosa de líquidos, após uma semana apresenta natremia de 149mEq/L e osmolaridade urinária de 92,2 mosmol/Kg. Conclusão: A associação de DI central e hipodipsia é possível em pacientes com lesão neurológica central, podendo levar a hipernatremia e rabdomiólise. PO068 NEFRITE LÚPICA CLASSE IV: PERFIL CLÍNICO-LABORATORIAL E TERAP UTICO LEITE MFM(1); FONSECA ML(1); FOGOSO GM(1); CANUTO APPSL(1); SILVA GSJR(1); KIRSZTAJN GM(1); UNIFESP(1); Objetivo: Avaliar o perfil clínico, laboratorial e terapêutico de pacientes com NL classe IV. Metodologia: Análise retrospectiva e aleatória dos prontuários de pacientes com NL IV em acompanhamento nos anos de 2007-08 no ambulatório de Nefrites. Resultados: Dos 17 avaliados, a idade na admissão no serviço variou de 14 a 59 anos (a) e o tempo de doença na admissão de 1 mês a 25 a: 41,2% < 1 a; 29,4% 2 a 5 a. HAS estava presente em 76,5% dos pacientes; nenhum tinha diabetes. Creatinina sérica(CS) variou de 0,6 a 8,7mg/dl na abertura, sendo 65% < 2,0. Proteinúria de 24h (P24h) inicial <1g: 11,8%; 1-3g: 17,6%; 3-4g:17,6%; 4-6g:5,9%; 6-10g:17,6%; 1 com 13g e 1 com 33g. A urinálise inicial revelou hematúria em 92% dos casos. 76,5% prednisona 1mg/kg; 71% pulsoterapia com metilprednisolona (MP), 1 a 4 vezes; número indefinido em 2 casos; 76,5% ciclofosfamida (CFF) endovenosa (EV) variando de 1 a 6 vezes, indefinido em 1; nenhum fez uso de CFF por via oral (VO); 6% azatioprina e 12% MMF. Por ocasião da última consulta 82% dos pacientes eram portadores de HAS e 6% apresentaram diabetes secundário ao uso de corticóide. A CS caiu mais de 0,5mg/dl em 21,4% dos pacientes e aumentou mais de 0,5 em 14,3%. A P24h foi negativa ou <1g em 60% dos casos. Com relação às medicações: 88% fizeram uso de IECA; 29% de BRA; 47% de estatinas. Durante todo o período de acompanhamento 71% utilizaram prednisona 1mg/kg ; 76,5% prednisona <1mg/kg (como manutenção, pelo menos durante um período do tratamento). Durante todo o tratamento da NL, incluindo o período de acompanhamento em outros serviços estes pacientes utilizaram: 76,5% MP 2-15 vezes; 12% CFF VO; 58,3% CFF EV 2-12 vezes; 12% MMF e 23,5% azatioprina. Conclusões: XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 39 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 40 14 de setembro de 2008 - Domingo Esses pacientes apresentaram com freqüência insuficiência renal e HAS por ocasião do diagnóstico e a freqüência de HAS aumentou no seguimento, já a CS e a P24h tenderam a cair. Predominaram como intervenções terapêuticas o uso de prednisona VO em dose alta e MP EV, ambas usadas por mais de 70% dos pacientes; o uso de IECA e de estatinas também foram freqüentes. PO069 ESTUDO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA, EXPRESSÃO DAS ISOFORMAS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA) E AVALIAÇÃO DO ÓXIDO NÍTRICO (NO) EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2) MOURO, MG(1); DI TOMMASO, ABG(1); RODRIGUES. AM(1); HIGA, EM(1); UNIFESP(1); Objetivo: Verificar a associação entre as isoformas da ECA e a nefropatia diabética em pacientes com DM2. Avaliar a síntese de NO e sua correlação com as isoformas da ECA nestes pacientes. Materiais e Métodos: Foram selecionados pacientes com DM2 (n=121) e indivíduos saudáveis (CTL, n=45). Amostras de sangue e urina foram coletadas para dosagem de NO, uréia, creatinina (Cr), glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c), microalbuminúria, atividade e isoformas da ECA. Os dados são apresentados como média ± erro padrão (X±EP) e analisados por "One Way" ANOVA. Resultados: A média da glicemia do grupo DM2 foi maior em relação ao grupo CTL (145±5,6 vs. 79±1,7 mg/dL, P<0,05), assim como a média da HbA1c (8,2±0,2 vs. 5±0,1 % P<0,05). A Cr estava aumentada nos diabéticos em relação ao CTL (1,1±0,03 vs. 0,9±0,02 mg/dL, P<0,05), assim como a uréia (43±2,5 vs. 31±1,5 mg/dL, P <0,05) e a microalbuminúria (166,8±53 vs. 26±7mg/g de creatinina, P <0,05), mostrando que a função renal destes pacientes está alterada. As concentrações de NO sérico (67,4±4,5 vs. 39,5±1,6 uM, P <0,05) e urinário (1032,9±90 vs. 486,3±60 uM, P< 0,05) dos diabéticos foram maiores em relação ao CTL. Não houve diferença com relação à atividade da ECA entre os grupos DM2 (n=7) e CTL (n=4) tanto com o substrato HHL (0,02±0,007 vs. 0,04±0,01 nmol/ mL.min, P >0,05) quanto Z-Phe-HL (0,05±0,02 vs. 0,1±0,02 nmol/ mL.min, P >0,05). Conclusão: Não há consenso em relação à síntese de NO no diabetes. Talvez, nessa situação, ele aumente em função do “shear stress” e da hiperglicemia, os quais estimulam a NO sintase; ou pelo fato dos pacientes usarem drogas para o DM, as quais também promovem aumento de NO. Não foi possível a determinação das isoformas e atividade da ECA até o momento talvez devido ao nosso “n” reduzido ou porque a maioria destes pacientes faz uso de inibidores de ECA. Nossos resultados são preliminares, mas acreditamos que o entendimento dos distúrbios genéticos e metabólicos, associados ao estudo da ECA e da síntese de NO, pode nos proporcionar futuras opções terapêuticas para evitar as lesões renais associadas ao diabetes. PO070 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E HIPOFOSFATEMIA INDUZIDAS POR IMATINIB (GLIVEC): RELATO DE CASO RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, IGOR DENIZARDE BACELAR MARQUES, ANTÔNIO CARLOS SEGURO, LÚCIA CONCEIÇÃO DE ANDRADE HCFMUSP(1); Objetivo: relatar o caso de um senhor de 60 anos, portador de leucemia mielóide crônica (LMC) e hipertensão (HAS), em uso regular de imatinib (Glivec), enalapril e atenolol, que desenvolveu uma insuficiência renal aguda (IRA) e hipofosfatemia grave (P=0,6 mg/dL) após uma gastrenterite leve. O mesmo estava em uso do imatinib há 4 anos e, desde então, vinha apresentando episódios de hipofosfatemia. Laboratorialmente havia indícios de disfunção tubular proximal (fração de excreção de fósforo e potássio elevados, hipocalemia e hipofosfatemia) e de alteração no metabolismo mineralo-ósseo (PTH elevado e 25-hidróxi-vitamina-D baixa). O imatinib é uma medicação recente que inibe tirosinoquinase, incluindo a Bcr-Abl, c-Kit e receptores de PDGF, e que tem revolucionado o tratamento da LMC. Atualmente é a droga de escolha e seu benefício é inquestionável. No nosso paciente o aumento na excreção urinária de fósforo e potássio sugere uma ação predominante em túbulo proximal. A IRA induzida pelo Glivec teve como fatores agravantes a desidratação e o uso do inibidor da enzima de conversão. Materiais e Métodos: revisão da literatura através do Pubmed (hypophosphatemia and imatinib) e do UpToDate 2008. Ilustração com o caso supracitado. Resultados: de acordo com a literatura, os dois mecanismos propostos para explicar a hipofosfatemia relacionada ao imatinib são a disfunção tubular proximal e as alterações no metabolismo mineralo-ósseo. O nosso paciente além da hifosfatemia também desenvolveu hipocalemia e hipomagnesemia. Conclusão: é inquestionável o benefício do imatinib no tratamento da LMC. No entanto, devemos ficar atentos para os possíveis efeitos adversos, realizando o monitoramento periódico dos eletrólitos e da função renal. Mais estudos são necessários para elucidação do exato mecanismo de ação tubular do imatinib. PO071 REGULAÇÃO DO RECEPTOR DE (PRO)RENINA EM CÉLULA MESANGIAL SOB ESTÍMULO DE ALTA GLICOSE. PEREIRA, LG(1); ARNONI, CP(1); BOIM, MA(1); UNIFESP(1); Introdução: Existem muitas evidencias indicando que altas concentrações de glicose estimulam a síntese de angiotensina II (AII) em células mesangiais (CM) sendo um mediador relevante na proliferação e expansão de matriz mesangial levando a glomerulosclerose e a nefropatia diabética (ND). O receptor de (pro)renina foi identificado em CM e a ligação da (pro)renina com o receptor leva a uma ativação nãoproteolítica da (pro)renina contribuindo para a síntese de AII na superfície celular. Também, a estimulação do receptor de (pro)renina induz a ativação de proteínas da família das MAP quinases (ERK1 e 2). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar se a 40 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres alta concentração de glicose induz modificações na expressão do RNAm e proteína para o receptor de (pro)renina, fibronectina e ERK1/2 em CM em cultura. Para avaliar se o receptor de (pro)renina é regulado por níveis intracelulares de AII, também avaliamos o efeito do antagonista de receptor AT1, losartan. Método: CMs humanas foram expostas a concentrações de glicose padrão (Cont, 10mM) ou alta (Gli, 30mM), na ausência ou na presença de losartan (100nM). A expressão de RNAm para o receptor de (pro)renina, fibronectina, ERK2 e B-actina foi estimada por Real-Time RT-PCR. Níveis protéicos foram analisados por Western Blot e distribuição do receptor foi avaliada por imunofluorescência. Resultado: A alta glicose induziu aumento na expressão (RNAm e proteína) do receptor de (pro)renina (5 vezes) e fibronectina (2 vezes) mas não teve efeito sobre o RNAm de ERK2 porém houve um desvio nas formas de ERK, com predomínio da forma ativa da enzima. O losartan reverteu esses efeitos. Conclusão: A superexpressão do receptor de (pro)renina pode contribuir para o aumento da geração local de AII nas CMs sob condições de alta glicose. A expressão do receptor parece ser mediada pelos níveis de AII. A ativação da ERK pelo receptor de (pro)renina pode ter um papel importante na proliferação da CM observada durante a progressão da ND. PO072 CAPTAÇÃO DE GLICOSE NAS CÉLULAS MESANGIAIS: PAPEL DOS TRANSPORTADORES DE GLICOSE E ANGIOTENSINA II ARNONI, CP(1); SANTOS, CL(1); CRISTOVAM, PC(1); VIDOTTI, DB(1); MAQUIGUSSA, E(1); BOIM, MA(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Universidade Federal de São Paulo – Disciplina de Nefrologia A proliferação das células mesangiais (CM) e o aumento na produção de matriz extracelular constituem via central na patogênese da nefropatia diabética (ND). Estas manifestações são minimizadas pelo bloqueio do sistema renina angiotensina. A disfunção da CM ocorre pelo menos em parte, devido ao aumento na captação de glicose e um desvio em seu metabolismo, favorecendo a formação de polióis. Como as CM expressam dois tipos de transportadores de glicose, o transportador dependente de insulina (GLUT4), e o transportador independente de insulina (GLUT1), este estudo avaliou o efeito de altas concentrações de glicose sobre os níveis de expressão de GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a velocidade de captação de glicose. Avaliamos também o efeito da insulina (1U/ml) e do bloqueio do receptor de angiotensina AT1 (losartan, 100&#61549; M), sobre esses parâmetros. CM foram expostas a concentrações de glicose padrão (C, 10mM) ou alta (G, 30mM) durante 1, 4, 12, 24 e 72 horas. No grupo G houve um aumento inicial (1, 4 e 12 horas) na expressão do GLUT1 retornando aos níveis basais após 72 h, enquanto que o GLUT4 apresentouse super expresso nos períodos mais tardios (24h e 72 h). A expressão de fibronectina aumentou em todos os períodos no grupo G. Houve um aumento de 40% na captação de glicose no grupo G nos períodos mais precoces (1-12 h) a qual não foi afetada pelo tratamento com insulina. Por outro lado, após 72 h o aumento na captação de glicose (~50%) foi dependente de insulina. O losartan reverteu os efeitos da alta glicose sobre a expressão de GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a captação de glicose. Estes resultados sugerem que as CM captam glicose tanto na presença (através de GLUT4) quanto na ausência (GLUT1) de insulina, tornando-se altamente suscetível a altas concentrações de glicose. O efeito benéfico de bloqueadores do receptor AT1 pode também ser mediado pela inibição da captação de glicose pela CM. PO073 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) E SOBRE A NEFROPATIA DIABÉTICA EM RATOS COM DIABETES MELLITUS (DM) EXPERIMENTAL RODRIGUES, AM(1); BERGAMASCHI, CT(1); MOURO, MG(1); BAILONI NETO, A(1); HIGA, EMS(1); UNIFESP-EPM(1); Objetivo: Avaliar o NO produzido durante o exercício físico em ratos diabéticos e seu efeito sobre a evolução da nefropatia diabética. Material e Métodos: Ratos Wistar adultos, com 170-210g de peso foram pré-selecionados; metade dos animais corredores e não-corredores foram induzidos ao DM pela estreptozotocina (60mg/Kg peso, veia caudal). O restante dos animais receberam o veículo (tampão citrato 0,1M; pH4,5). DM foi considerado quando glicemia &#8805; 200mg/dL. Grupos: CTL+SE, CTL+EX, DM+SE e DM+EX. N=9 para cada grupo. DM+EX e CTL+EX exercitaram sobre esteira a 16m/min/60min/dia, 5dias/semana/8semanas. DM+SE e CTL+SE ficaram apenas sobre a esteira desativada. Antes e na oitava semana de exercícios os animais foram colocados na gaiola metabólica para a coleta de urina de 24horas e amostras de sangue, para determinar glicemia, albumina, creatinina, uréia e NO (método da quimioluminescência, µM). Os rins foram removidos para análise histológica. Os resultados são apresentados como média ±EP, One Way ANOVA, P<0,05. Resultados: Após a oitava semana do protocolo o DM+SE vs ao CTL+SE teve redução de peso (233,3±7,1 vs 380,0±6,0 P<0,05) e elevação na glicemia (511,8±18,1 vs 114,8±4,0 P<0,05). No DM+EX ocorreu aumento do peso (306,0±8,5) e redução da glicemia (295,3±35,8) vs ao DM+SE (P<0,05),. A albuminúria (mg/24hs) aumentou no DM+SE vs ao CTL+SE (5593,7±566,2 vs 964,1±101,0 P<0,05), assim como a creatinina (1,36±0,02 vs 1,09±0,06 P<0,05) e a uréia plasmáticas (68,5±5,5vs 30,6±3,8 P<0,05). No DM+EX ocorreu redução da albuminúria (3128,6±931,0), creatinina (1,11±0,05) e uréia plasmáticas (41,6±6,5) vs ao DM+SE. Os níveis de NO urinário no DM+SE reduziram quando vs ao CTL+SE (17,3±2,1 vs 1504,3±159,9 P<0,05); contudo, comparado ao DM+EX foi nítida a recuperação do NO, proporcionado pelo exercício (455,6±222,0, P<0,05 vs DM+SE). Na análise histológica o DM+EX apresentou menor lesão túbulo glomerular (<25%) quando comparado ao DM+SE (>50%). Conclusão: Nosso trabalho sugere que a rotina de exercícios em ratos diabéticos tem efeitos benéficos sobre a nefropatia diabética, talvez através de modificações na síntese do NO XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 41 Pôsteres PO074 INTOXICAÇÃO POR VITAMINA D INJETÁVEL. RELATO DE CASO. BASSO, G(1); PACHECO, ES(1); RODRIGUES, K(1); SCHMITZ, RO(1); SOUZA, IAO(1); Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(1); Introdução: Relatos de intoxicação por vitamina D são incomuns na literatura, apesar do uso freqüente e indiscriminado destas substâncias. Embora a utilização mais observada seja por crianças e idosos, atualmente há um crescente consumo não supervisionado de compostos vitamínicos em academias, com objetivo de ganho de massa muscular. Relata-se a seguir caso de insuficiência renal aguda (IRA) e hipercalcemia em paciente que fazia uso de composto veterinário injetável. Relato de caso: Paciente masculino, 29 anos, branco, sem internação prévia, é admitido na Emergência do Hospital Universitário da Universidade federal de Santa Catarina referindo quadro de náuseas, vômitos recorrentes e anorexia há 2 meses, bem como perda de 20 kg no período. Referia uso de captopril 75 mg/dia, por diagnóstico recente de hipertensão arterial. Não apresentava alterações ao exame físico, exceto pressão arterial de 140/80 mmHg. Quanto aos resultados laboratorias: Hb 12,2 g/dl (13-18), Ht 35,3% (40-52), creatinina de 3,20 mg/dl (0,6 a 1,4), uréia 70 mg/dl (10-50), sódio 136 mEq/l (135-145), potássio 3,6 mEq/l (3,3-5,1), cálcio total 13,9 mq/dl (8,5-10,5), magnésio 2,3 mg/dl (1,9-2,5), fósforo 5,1 mg/dl (2,5-4,9) e PTH <3 pg/ml (11-67). Apresentava calciúria/24 horas acima do limite superior da normalidade e ultrassonografia de aparelho urinário sem particularidades. Foi internado com quadro de IRA e hipercalcemia a esclarecer. Somente após 7 dias, relatou o uso de diário de “Vit ADE” (solução de uso veterinário com alta composição de vitaminas A, D e E. Concentração de vitamina D de 10.000 UI/ml, e vitamina A de 40.000 UI/ml), com injeções intramusculares de 2-5 ml antes de atividade física, por período de 8 meses. Paciente permaneceu em tratamento por 14 dias (hidratação vigorosa e diuréticos), evoluindo com melhora total dos sintomas. Ambulatorialmente, após 30 dias, apresentou creatinina 1,1 mg/dl, uréia 50 mg/dl e cálcio 9,6 mg/dl. Discussão: Hipervitaminose D é caracterizada pelo aumento sérico desta substância, hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Esta intoxicação deve ser considerada na investigação diagnóstica de IRA e hipercalcemia, e sendo que esta é uma nefropatia potencialmente reversível. PO075 EFEITO DA HIPERCOLESTEROLEMIA SOBRE OS GLICOSAMINOGLICANOS RENAIS EM UM MODELO DE SÍNDROME METABÓLICA EM COELHOS ANA HELENA SANTA ROSA(1); ANA TOVAR(2); INAH PECLY(2); CHRISTINA TAKIYA(3); LUCIO RONALDO CARDOSO(1); MAURILO LEITE JR.(1); Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Lab. Tec. Conjuntivo, Universidade Federal do Rio de Janeiro(2); Dep. Emb. Hist., Universidade Federal do Rio de Janeiro(3); Objetivo: Analisar a composição e a concentração de glicosaminoglicanos (GAGs), e o conteúdo de colágeno em tecido renal de coelhos hipercolesterolêmicos, bem como descrever os achados histológicos presentes nos rins destes animais. Materiais e Métodos: Foram utilizados 12 coelhos machos adultos da raça “New Zealand”, mantidos num regime de 8 semanas sob ração normal (grupo controle “C”, n=6) ou hipercolesterolêmica (grupo “HC”, n=6). Foram monitorados o peso, níveis séricos de colesterol, triglicerídeos, glicose, uréia e creatinina, antes e após 8 semanas, quando os animais foram sacrificados e os rins enviados para extração e análise dos GAGs, e estudo histológico (HE, PAS e Sirius red). O conteúdo total dos GAGs renais foi estimado pela dosagem de ácido hexurônico e as proporções relativas dos GAGs sulfatados foram estimadas por análise densitométrica das bandas metacromáticas em gel de agarose. A quantificação dos GAGs sulfatados e não-sulfatados foi feita pela cromatografia de troca iônica. O conteúdo renal de colágeno foi avaliado pela dosagem de hidroxiprolina. Resultados: No grupo HC houve diferença significativa entre os níveis séricos de colesterol (84,7 ± 52,4ng/mg para 1362,0 ± 892,1ng/mg, P<0,05), e de glicose (122,0 ± 26,2ng/mg para 217,2 ± 80,6ng/mg, P<0,05). Houve significativa redução dos GAGs totais no grupo HC (739 [423-1067] ng/mg vs 166 [143-266] ng/mg, P<0,05), e não no grupo C. A proporção entre as sub-populações de GAGs sulfatados não variou entre os grupos. Não houve diferença entre os dois grupos em relação ao conteúdo de colágeno renal. As alterações histológicas no grupo HC foram a diminuição do espaço urinário, discreto alargamento intersticial por infiltrado mononuclear inflamatório e expansão da cápsula de Bowman. Conclusão: A dieta hipercolesterolêmica por oito semanas se associou à redução no conteúdo total de GAGs, sem anormalidades do conteúdo renal de colágeno. Estas alterações podem se constituir em características precoces do tecido renal na vigência de síndrome metabólica. PO076 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO TREINAMENTO, MOTIVAÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS CLIENTES EM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL. OLIVEIRA, AR; CLAUDINO, MM; SILVA, ML; AZEVEDO,PC; MARINHO, MAS. Hospital São João de Deus(1); Introdução: Ao se inserir um paciente em diálise peritoneal (DP) cabe ao enfermeiro avaliar aspectos de inclusão ou exclusão deste paciente na terapia, como a vontade de realizar o tratamento, auto cuidado, aplicação e avaliação do treinamento para realizar as trocas em seu domicilio e a continuidade do tratamento. Durante o treinamento e na evolução da terapia a dedicação do enfermeiro é muito importante para fortalecer o vinculo entre paciente, família e centro de diálise, divulgando sempre novas 14 de setembro de 2008 - Domingo informações. Objetivo: Avaliar o papel do enfermeiro no treinamento, motivação e assistência aos clientes em programa de Diálise Peritoneal (DP). Metodologia: Estudo retrospectivo com levantamento de dados do prontuário de enfermagem dos pacientes que iniciaram DP no serviço de nefrologia de um hospital de grande porte no período entre novembro de 2005 a outubro de 2007. Todos seguiram um protocolo de treinamento teórico, com aulas expositivas e práticas, utilização de cartazes, fichários, manequins, entre outros. Resultados: Foram avaliados 62 pacientes, sendo 27 (43%) do sexo masculino, 35 (57%) do sexo feminino, com média de 54 anos de idade. Identificamos que cada treinamento foi realizado em média de 18 horas (3 horas/dia). Em 44 destes pacientes o treinamento foi acompanhado pela própria família, em 5 deles por pessoas não relacionadas e em 13, o paciente foi o próprio cuidador. Foram treinados 3 cuidadores por paciente. Ocorreram 14 (23%) internações relacionadas à terapia, 17 (27%) peritonites e 5 (8%) infecções de exit-site. Em 5 pacientes (29%) houve necessidade de mudança de terapia. Nenhum óbito foi decorrente de complicações da terapia durante o período estudado. Conclusão: Concluímos que com o procedimento adotado obtivemos índices de qualidade destacados. O papel do enfermeiro no treinamento sistematizado, a revisão dos protocolos e a troca de informações com o paciente traz boas expectativas, gera confiança e melhor aderência ao tratamento. PO077 FLUORESCÊNCIA DA PROTOPORFIRINA EM CAMUNDONGOS COM DIABETES EXPERIMENTAL FAUAZ, G(1); COURROL, LC(2); SILVA, FRO(2); ROCHA, FGG(1); SCHOR, N(1); BELLINI, MH(2); UNIFESP(1); IPEN/CNEN-SP(2); A Protoporfirina (PpIX) é o precursor metabólico intermediário da molécula do heme, uma molécula autofluorescente que tem sido usada no diagnóstico de várias doenças. O metabolismo anormal da PpIX total de eritrócito tem sido observado nas doenças tais como câncer, envenenamento por chumbo, psoríase e anemia por deficiência de ferro. Diabete Melito (DM) é uma síndrome metabólica complexa em que ocorre deficiência relativa ou absoluta de insulina afetando o metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. A hiperglicemia é a principal manifestação clínica e contribui para o desenvolvimento e progressão do DM. No presente estudo avaliamos a utilidade da espectroscopia de fluorescência da PpIX de eritrócito para monitorar as fases iniciais do diabetes. Um total de 14 camundongos C57BL/6 machos, com idade de 6 semanas, foram dividido em dois grupos: diabético e não diabéticos. Para a indução do DM os camundongos foram tratados com estreptozotocina, injetada intraperitonealmente. A autofluorescencia da PpIX do sangue dos animais foi analisada pela espectroscopia de fluorescência. Os espectros de emissão característicos da PpIX foram obtidos excitando as amostras em 405nm. Um aumento da glicose do sangue dos animais diabético foi verificado, quando comparado com os controles (371,10±14,43mg/dL vs 156,0±8,11mg/dL, P<0,05). Significativa diferença na forma dos espectros de autofluorescencia entre os animais diabéticos e os controles ocorreram na região espectral de 600-730nm. As amostras de sangue dos diabéticos mostraram uma diminuição significativa (30.5%) na intensidade de faixa da emissão em 635nm. Nós demonstramos que uma fonte simples de excitação (LED) pode ser usada como um instrumento para medir a PpIX em volumes pequenos de sangue. Além disso, nossos resultados indicam que o perfil de PpIX de eritrócitos poderia ser usado como um monitor biológico para o DM. FAPESP 2007/54253-6 PO078 LIGA CIDADES VARGINHA – TRIAR E ENCAMINHAR PARA PREVENIR A DOENÇA RENAL CRÔNICA – PRE-RENAL TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); LOPES, FA(1); CARVALHO, MCP(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, DF(1); BASTOS, MG(1); Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia - PRE-RENAL(1); Objetivo:Rastrear e encaminhar os indivíduos com fatores de risco para doença renal crônica (DRC) no município de Varginha – MG. Materiais e Métodos:O trabalho desenvolvido em fevereiro de 2008 é parte integrante do projeto de pesquisa e extensão Liga Cidades, que leva para outras cidades campanhas de prevenção da DRC nos mesmos moldes daquelas realizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. O atendimento aconteceu por demanda espontânea, salvo menores de 18 anos de idade. Primeiramente, foram ministradas palestras educativas sobre hipertensão, diabetes, alimentação e atividade física, com enfoque na prevenção da DRC. Os indivíduos foram questionados quanto à presença de fatores de risco para doença renal crônica e passaram por exames de peso e altura, circunferência abdominal, pressão arterial, uroanálise (através de fita de imersão) e glicemia capilar. Os critérios de encaminhamento ao atendimento médico especializado, para dosagem de creatinina sérica e avaliação da função renal, são proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao final dos exames. Resultados:Atenderam-se 607 pacientes, com idade média de 53,96 anos, sendo 68,1% mulheres. A prevalência de hipertensão e diabetes foi de 55,7% e 15,09%, respectivamente. Dos indivíduos assistidos 73,39% estavam acima do peso, desses 30,92% eram obesos. A circunferência abdominal ficou acima dos valores normais (OMS, 2005) em 77,18% das mulheres e 29,53% dos homens. O sedentarismo e o tabagismo estavam presentes em 56,79% e 16,35% dos atendidos, respectivamente. Do total de atendimentos, 25,8% apresentaram pelo menos um dos critérios de encaminhamento definidos. Conclusão:A DRC gera, além da alta morbimortalidade e piora da qualidade de vida dos pacientes, um elevado custo de tratamento que onera o Sistema Único de Saúde. O projeto Liga cidades possibilita o diagnóstico precoce, o encaminhamento imediato para acompanhamento especializado e o retardo da progressão da doença, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 41 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 42 14 de setembro de 2008 - Domingo Pôsteres PO079 PO082 EFEITO DO ALUMÍNIO NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DA NA+-ATPASE NA MEMBRANA BASOLATERAL DO TÚBULO RENAL SANUTO-LEITE, L(2); NUNES, A.C.F(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1); UFRJ(1); Particular(2); AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ATENDIMENTO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS, NO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA, RS. MOTTA, CA(1); BUNDCHEN, PL(1); LIBRELOTTO, C(1); MARISCO, N(1); MOREIRA, PR(1); UNICRUZ(1); Objetivos: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase. Embora esse elemento ocorra em concentrações muito baixas nos sistemas biológicos ele é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros compostos justifica essa investigação. Métodos e Resultados: Cada amostra de fração enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [&#947; -32P]ATP obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol. Chem. 256,1981) A determinação protéica foi realizada através do método de Lowry (Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido [Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentrações molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibição de 36,04% (10-2M) na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase. O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min Conclusão: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteração parece ser dependente da concentração molar e não do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos de alumínio deverão ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade da Na+-ATPase seja compreendido. Introdução: O programa Hiperdia visa o acompanhamento e o controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus evitando o surgimento e a progressão das complicações e reduzindo o número de internações hospitalares. Objetivo: O trabalho teve como objetivo utilizar os conceitos de Donabedian para avaliação dos processos de trabalho verificando as não conformidades na coleta dos dados do Programa de Diabéticos e Hipertensos do Centro de Saúde da cidade de Cruz Alta. Material e Métodos: Foram analisados 400 cadastros, referente ao período de março de 2007 a junho de 2008. A partir da análise dos dados foram verificadas as falhas na coleta dos mesmos. Resultados: Verificou-se que somente as variáveis sexo, presença de hipertensão arterial sistêmica e presença de diabetes mellitus estavam 100% completas. As variáveis como presença de dor nas pernas, visão turva, hemoglobina, hematócrito, hemoglobina glicada, colesterol HDL e colesterol LDL estavam menos de 50% preenchidas. E, com mais de 50% preenchidas encontraram-se as seguintes variáveis: ingestão de álcool diariamente, presença de asma, acidente vascular cerebral, cansaço, claudicação, nefropatia, infarto agudo do miocárdio, gota, polaciúria, poliúria, polidipsia e polifagia, conhecimento sobre a hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, idade, altura, fumo, início do diabetes mellitus e hipertensão, medida de cintura e quadril, razão cintura quadril, glicemia, colesterol total, hemoglicoteste, peso, índice de massa corporal, pressão arterial sistólica e diastólica. Conclusão: Observamos que a maior parte das variáveis foram preenchidas mais de 50% e que as falhas na coleta dos dados foram provenientes de vários fatores como: a falta de equipamentos para avaliação do paciente (trena, aparelhos de pressão, balanças, glicosímetro), falta da capacitação dos profissionais da área da saúde para a coleta dos dados, não disponibilidade do exame bioquímico na rede básica e indisponibilidade de tempo para o atendimento individualizado do paciente. PO080 EFEITO DO ALUMÍNIO NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DA NA+-ATPASE NA MEMBRANA BASOLATERAL DO TÚBULO RENAL SANUTO-LEITE, L.(2); NUNES, A.C.F.(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1); UFRJ(1); Particular(2); Objetivos: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase. Embora esse elemento ocorra em concentrações muito baixas nos sistemas biológicos ele é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros compostos justifica essa investigação. Métodos e Resultados: Cada amostra de fração enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [&#947; -32P]ATP obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol. Chem. 256,1981) A determinação protéica foi realizada através do método de Lowry (Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido [Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentrações molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibição de 36,04% (10-2M) na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase. O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min. Conclusão: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteração parece ser dependente da concentração molar e não do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos de alumínio deverão ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade da Na+-ATPase seja compreendido. PO081 RISCO DE SUICÍDIO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE NO ESTADO DA BAHIA: PREVALÊNCIA, EVOLUÇÃO E MORTALIDADE EM TRÊS ANOS. MOURA JR, JA(1); MOURA NETO, JA(1); MENDES DE SÁ, S(1); BESSA, MC(1); PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); SOLEDADE, MF(2); SOUZA, CAM(2); Clinica Senhor do Bonfim(1); Fundacao para o Desenvolvimento das Ciencias(2); PO083 PSEUDOHIPERCALEMIA E PSEUDOHIPERFOSFOREMIA OCORRENDO EM PACIENTE COM TROMBOCITOSE VALÉRIO LADEIRA RODRIGUES, CRISTIANE ANDRADE YUNES, VANESSA BELO DE ASSIS BRANDÃO, GISELLE JUNQUEIRA ALMEIDA, JOSÉ ROBERTO LAMBERTUCCI. Hospital das Clinicas da UFMG(1); Introdução: Algumas condições clínicas caracterizadas por um aumento do número de células sanguíneas, como a trombocitose, assim como técnicas inadequadas de coleta e conservação do sangue podem levar a um falso diagnóstico de hipercalemia. Objetivo: Relatar um caso de pseudohipercalemia e concomitante pseudohiperfosforemia em paciente com grave trombocitose. Material e Métodos: Paciente de 42 anos, masculino, foi admitido no Hospital das Clínicas UFMG com quadro convulsivo sem etiologia definida. Relatava internação prévia devido a esplenomegalia importante e trombose de veia esplênica com propedêutica positiva para Esquistossomose mansoni. Submetido a esplenectomia total com implante esplênico e tratamento farmacológico com praziquantel. Após a esplenectomia desenvolveu trombocitose importante que vem se mantendo desde então. Na atual internação mantinha número elevado de plaquetas (2.706.000/mm3), nível sérico de potássio de 5,4 mEq/L, fósforo de 6,1 mg%, creatinina 1,3 mg% e uréia 40 mg%. Durante propedêutica neurológica e hematológica observou-se aumento progressivo dos níveis séricos de potássio e fósforo (K+ 7,2 mEq/L e P 8,9 mg%). O eletrocardiograma foi inconclusivo. As medidas iniciais para hipercalemia foram instituídas, porém, sem resposta, quando se optou por procedimento dialítico. Resultados: A propedêutica complementar mostrou, em urina de 24 horas, K+ 30 mEq, Na + 105 mEq e 12g de proteínas. Avaliado no plasma, o nível de K+ era de 3,1 mEq/L e quando avaliado no soro, 6,4 mEq/L. O mesmo fenômeno foi observado quando das análises dos níveis de fósforo: plasma 3,5 mg% e soro 5,0 mg%. As dosagens do potássio e do fósforo sérico e plasmático apresentaram diferenças significativas comprovando tratar-se de um caso de pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia. Conclusão: Em casos hematológicos semelhantes, a ocorrência de pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia não havia sido até então relatada. O aumento fictício tanto do K+ como do P não requer tratamento específico, sendo que o diagnóstico correto pode evitar o uso de medidas desnecessárias e prejudiciais ao paciente. Glomerulopatias Morte por suicídio em pacientes portadores de IRC em diálise tem sido reportada há décadas. No Brasil, raros são os estudos que tem mensurado sua prevalência, evolução e mortalidade. Objetivo: Identificar a presença de Risco de Suicídio, em duas unidades de diálise e analisar a evolução e a mortalidade por três anos. Métodos: O Mini Internacional Neuropsychiatric Interview, questionário amplamente utilizado por psiquiatras e que avalia risco de suicídio, dentre outros 16 transtornos, foi utilizado em três etapas Foram obtidas as freqüências do transtorno e sua evolução foi acompanhada. A curva de Kaplan-Meier e a regressão de Cox foram aplicadas para estudar a mortalidade. Resultados: 244 pacientes na 1ª etapa, 200 na 2ª e 110 na 3ª etapa participaram. Risco de suicídio foi diagnosticado em 40 pacientes na 1ª, 49 na 2ª e sete na 3ª etapa. Da 1ª para a 2ª etapa, nove pacientes morreram, 29 mantiveram o diagnóstico e 20 outros pacientes passaram a apresentar a condição. Da 2ª para a 3ª etapa, 13 deles morreram, sete continuaram a apresentar risco de suicidio e 29 evoluíram para outro transtorno. A incidência de óbitos naqueles sem o transtorno foi de 3,35 e naqueles com risco de suicídio, 9,91(RR = 2,87; IC de 95% [1,69 -4,87])*. Conclusões: Risco de suicídio teve alta prevalência e a mortalidade associada a esta condição é elevada. 42 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO084 VASCULITE - SD. DE CHURG-STRAUSS - DOENÇA RENAL CRÔNICA CARVALHO, ELR; GOUVEA, LC. CENTRO DE TERAPIA RENAL DE CRUZEIRO(1); Introdução: A SD. de CHURG-STRAUSS, descrita em 1951 por CHURG e STRAUSS, é uma doença sistêmica rara caracterizada por Vasculite, Asma, Infiltração eosinofílica de órgãos, eosinofilia periférica. A baixa incidência pode refletir o não reconhecimento da doença.RelatoCaso- RMMF,33anos,branca,do lar,nat.Cruzeiro-SP, desde 2003 apresentase com tosse persistente,asma,infecção respiratória de repetição, cefaléia, febre, rinite, melhorada com uso de corticóide e antibiótico, acompanhada por dor abdominal e vômitos.EM 2007 esses sintomas pioravam acrescidos de Hipertensão Arterial, fraqueza muscular, emagrecimento e hemoptóicos.Internada em JAN.2008 com Insuficiência Renal. Exames Uréia 168 mg/dl Creat. 10,4 mg/dl Hb.4,6 g/dl Ht° 13,8% k 5,1 mEq/l XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 43 Pôsteres Alb.2,4 g/dl Leucócitos 9600/mm? 6% de eosinófilos, VHS 91 /136 , URINA I proteinúria e hematúria. Submetida à implante de Cateter de dupla-luz para Hemodiálise em V.F.D. iniciado HEMODIALISE. HbsAG NEG. HIV NEG. HCV NEG. Proteinúria 340,7 mg/24 hs. FAN NEG.,P-ANCA REAGENTE 1/40,C-ANCA NÃO REAGENTE, C3 93,3 mg/dl, C4 28,1 mg/dl. IgE 335,0 U/ml. US RIM:RINS DE TAMANHO NORMAL. Iniciado PULSO DE SM 500mg/dia 3dias e Ciclofosfamida 1g IV Mensal. Em 22/01/08 BIOPSIA RIM: MO 20 glomérulos, 16 globalmente esclerosados, 2 com esclerose segmentar das alças capilares e sinéquias à cápsula de Bowman.Os glomérulos remanescentes apresentam-se com celularidade preservada e alças capilares de aspecto regular. Os túbulos exibem áreas confluentes de atrofia, alguns deles dilatados, contendo cilindros hialinos, circundados por fibrose intersticial moderada e focos de infiltrado inflamatório linfocitário.Vasos arteriais sem anormalidades histológicas significativas.IMF Os cortes revelam depósitos irregulares de IgM +/++ C3d ++ em glomérulos. Presença de cilindros Tubulares com IgA e IgM. ESCLEROSE GLOMERULAR GLOBAL(16/20)e SEGMENTAR COM SINÉQUIAS FOCAIS (2/20).ATROFIA TUBULAR MULTIFOCAL COM FIBROSE INTERSTICIAL MODERADA. NEFRITE T-I COM SINAIS DE ATIVIDADE. EM 27/11/2007 CT TORAX piora padrão vidro fosco com nódulos centrolobular.A paciente não teve melhora da função renal. PO085 IMPACTO DA HIPERTENSÃO NA PROGRESSÃO DA GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA: RELATO DE CASO PAES-FERRAZ, FHR(1); DOS SANTOS, ECB(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1); Hospital Regional da Asa Norte(1); Introdução: A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) é uma das glomerulopatias primárias relacionadas com menor sobrevida renal a longo prazo ( 54 a 64% em 10 anos'). Objetivo: exemplificar o grande impacto da hipertensão arterial na progressão da doença renal crônica em um paciente portador de GNMP.Material e métodos: relato de caso de paciente seguido em nosso serviço de nefrologia entre dez/06 a maio/08: HCS, 34 anos, solteiro, autônomo, sem filhos. Procura serviço devido múltilpos episódios de internação por anasarca associada a síndrome nefrótica nos dois anos anteriores. Ex físico: Beg, hipocorado +2/+4, edema +4/+4 MMII, MV abolido HTD, PA 150X100mmHg, lesões penfigóides em MMSS. Em uso irregular atensina, meticorten e lasix. Exames: Cr 1,1 (clearance estimado 86ml/min ) Uréia 65 Hb 9 Ht 29 albumina 2,0 Eas- prot +3 Rx tórax - derrame pleural volumoso à direita.Paciente submetido toracocentese alívio, ajuste anti-hipertensivos e retirado corticóide.Evolução clínica: biopsia renal em janeiro/07 compatível com GNMP tipo I com alterações tubulointersticiais grau moderado. Reinternou 5 ocasiões nos 17 meses subsequentes com quadros de anasarca associado a aumento níveis pressóricos ( sempre diastólicas 110mmHg) e elevação escórias, apresentando em uma delas (agosto/07) quadro de malignização de hipertensão ( encefalopatia hipertensiva associada a edema agudo de pulmão necessitando de nitroprussiato iv ) sendo na última internação em maio/08 indicado hemodiálise (Cr 5,5 clearance estimado de 18 ml/min).Resultados: Em pacientes com síndrome nefrótica, é descrito perdas mensais de 1ml/min/1.73m2; entretanto o paciente em questão apresentou uma velocidade de deterioração da função renal cerca de três vezes maior. Os dados da história sugerem que provavelmente a hipertensão desempenhou um importante papel na aceleração deste processo, evoluindo o paciente para IRCT em um curto período de tempo. Conclusão: o relato de caso reforça sobre a necessidade de controle rigoroso da pressão arterial, principalmente em glomerulopatias proteinúrias onde não há consenso sobre a validade da indicaçào de terapia imunossupressora. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO087 MICOFENOLATO MOFETIL NO TRATAMENTO DA GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL CÓRTICO RESISTENTE ROMANO T. G., BOSCATTI C., PALOMBA H., BÉRGAMO R.R. Faculdade de Medicina do ABC(1); Introdução: O tratamento da Glomerulosclerose Segmentar e Focal (GESF) idiopática com corticosteróides ou ciclosporina pode ser infrutífero e/ou apresentar inúmeros efeitos colaterais. Objetivo: Relatar a experiência de nosso serviço com o uso do micofenolato mofetil (MMF) no seguimento de um grupo de pacientes refratários às terapias convencionais para GESF clássica. Métodos: Quatro pacientes com síndrome nefrótica por GESF clássica e que sofreram recidiva com proteinúria nefrótica a despeito de tratamento com prednisona 1mg/kg/dia por 16 semanas e ciclosporina 2mg/kg/dia por 24 semanas, iniciaram tratamento com micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia por 24 semanas. A proteinúria de 24 horas média e a creatinina sérica no início e ao término do tratamento foram comparadas utilizando o t-test pareado. Foram excluídos os pacientes com grau de esclerose maior que 50%. Resultados: A idade média de todos os pacientes foi 41+- 18 anos. A proteinúria de 24 horas antes do tratamento com MMF foi de 3,5+/-1,4g/dL passando para 2,3+/- 2,0g/dL após o término do tratamento proposto (p=0.4). A creatinina sérica antes do MMF foi de 1.4+/- 0.5 mg/dL e 1.6+/-1.0mg/dL após a terapia com MMF (p=0.6). Conclusão: O tratamento com MMF parece não oferecer benefício aos pacientes refratários às terapias convencionais para glomerulosclerose segmentar e focal. PO088 PROTEINÚRIA NEFRÓTICA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO PREGRESSO DE ESCLERODERMIA ROMANO T. G., RODRIGUES P. F. B., PEREIRA V. G. M., BURDELIS R. E., RINALDI D. S., BÉRGAMO R. R. Faculdade de Medicina do ABC(1); Objetivo: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC em paciente esclerodérmica com diagnóstico de nefropatia por IgA. Relato: Paciente feminina, 47 anos, negra, do lar, natural e procedente de SBC. Apresentação inicial do caso com proteinúria nefrótica (4,6g/24horas), hematúria dismórfica, normocomplementemia e função renal preservada. Diagnóstico pregresso de esclerodermia há 4 anos. Durante a investigação do caso obtivemos marcadores sorológicos negativos para hepatite B, C e HIV, p-ANCA/c-ANCA negativos bem como dosagem de imunoglobulinas séricas normais. FAN + 1/1280 e achado ecocardiográfico sugestivo de doença de depósito miocárdico. Indicado biópsia renal devido a proteinúria em níveis nefrótico onde evidenciou-se a presença, à imunofluorescência, de depósito preferencialmente mesangial de IgA ++, IgM+ e C3d+. Discussão: O presente caso levantou a discussão em inúmeros aspectos, dentre os quais destacaram-se a eventual associação de nefropatia por IgA e esclerodermia, a interpretação dos altos títulos do FAN e os mecanismos de comprometimento renal dentre as doenças do tecido conectivo. Conclusão: No caso em questão a coexistência entre nefropatia por IgA e esclerodermia foi aleatória e tal glomerulopatia não apresenta incidência aumentada dentre as desordens do tecido conectivo. PO089 PO086 GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA SECUNDÁRIA A INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE B: RELATO DE UM CASO. SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); COSTA, AAH(1); MONTEIRO, HCL(1); MIYAHARA, MN(2); NETO, SGK(1); Hospital Ophir Loyola(1); Universidade do Estado do Pará(2); Objetivo: Relato de um caso de Síndrome Nefrótica secundária a infecção pelo vírus da hepatite B. Material e métodos: Foi realizado um estudo descritivo do caso de um paciente admitido no Hospital Ophir Loyola. Resultados: Paciente do sexo masculino, 28 anos, hospitalizado com queixa de edema progressivo e dispnéia. Relata início do quadro cerca de um ano antes da internação, com surgimento de edema de membros inferiores que piorava no período vespertino e que evoluiu para ascite e dispnéia em repouso, além de urina de aspecto espumoso. Antecedentes: etilismo moderado. Exame físico: anasarcado e hipocorado ( 2+|4+). Abdome globoso, tenso, ascítico, indolor a palpação, piparote positivo. Edema de membros inferiores 3+|4+, cacifo positivo. Exames: Hb: 9,3; leuc: 10200 cels|mm3; plaquetas:325 mil|mm3; uréia: 52 ; creatinina: 1,7 ; LDL: 547; Triglicerídeos: 343; albumina sérica: 1,6; EAS: dens. 1010, pH: 6,0; albumina 3+, Hb: +, He: 8-10 por campo e cilindros granulosos; proteinúria de 24 horas: 5.190 mg|24 hs; USG de abdome: presença de líquido na cavidade abdominal; ecocardiograma, hemoculturas e pesquisa de gota espessa negativa.Função hepática normal. Sorologias para HIV e hepatite C negativas. HBsAg e anti-HBc IgG positivo. Anti-HBs e anti-HBc IgM negativo. Biópsia renal guiada por USG atestou: 22 glomérulos; glomerulopatia membranosa, fase II, com esclerose segmentar e sinéquia focal, atrofia tubular focal com fibrose intersticial discreta. Previamente ao diagnóstico firmado de glomerulopatia membranosa secundária ao vírus da hepatite B, já havia sido instituído terapêutica com diuréticos de alça, anti-hipertensivos com efeito anti-proteinúrico ( captopril e losartan), além de dieta com restrição hídrica e sódica associada a paracenteses de alívio seguidas de infusão de albumina. Após compensação clínica-laboratorial o paciente foi encaminhado ao ambulatório de hepatologia para realização de tratamento específico para hepatite B. Conclusão: A glomerulopatia membranosa pode manifestar-se de forma isolada ou secundária a outras patologias sistêmicas, dentre elas a infecção pelo vírus da hepatite B, que deve ser sempre aventada como hipótese diagnóstica. RELATO DE CASO: NECROSE TUBULAR AGUDA EM ASSOCIAÇÃO COM SÍNDROME NEFRÓTICA DEVIDO A GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, MM(1); NETO, OMV(1); COSTA, RS(1); SENERP - ( Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto(1); Introdução: Necrose tubular aguda (NTA) é uma complicação rara e não completamente entendida da síndrome nefrótica (SD), tanto em adultos como em crianças. Descrevemos um caso de glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) que se apresentou com insuficiência renal aguda (IRA) devido a NTA. Paciente: 51 anos, F, negra, hipertensa prévia sem tratamento regular, com queixa de edema de membros inferiores, oligúria e urina espumosa há 30 dias. EF: anasarca, PA: 200 x 100 mmHg, FC: 80 bpm. Exames: creatinina: 0,9 mg/dl, uréia: 91 mg/dl, proteínas totais: 5,1 g/dl, albumina: 1,9 g/dl, colesterol total: 256 mg/dl, triglicérides: 109 mg/dl, C3 e C4 normais. Urina: proteína 4+, 18 leucócitos p/c, 12 hemácias p/c. Proteinúria: 5455 mg/dia. Sorologias negativas para HIV, hepatites B e C. FAN e ANCA negativos. Biópsia renal: 07 glomérulos em condições de estudo, sendo 01 com esclerose mesangial segmentar, moderada fibrose intersticial pauci-celular, imunofluorescência negativa; diagnóstico compatível com GESF. Proposto tratamento com prednisona 60 mg/dia. Evoluiu 25 dias após o início do tratamento com quadro de vômitos, dispnéia e anúria. Exames: creatinina: 12,8 mg/dl, uréia: 188 mg/dl, albumina: 1,3 g/dl. RX de tórax: derrame pleural moderado a D, com necessidade de toracocentese terapêutica. Ecocardiograma: pericárdio espessado com derrame moderado. Foi então indicado tratamento dialítico, sendo submetida a 12 sessões de hemodiálise em um total de 20 dias. Após este período, já totaliza 2 meses de tratamento com 60 mg de prednisona, com os seguintes exames: creatinina 0,9 mg/dl, uréia 29 mg/dl, albumina 2,99 g/dl. Proteinúria e volume urinário normalizados. Conclusão: IRA com necessidade de diálise devido a NTA é uma situação infreqüente em SD, particularmente em GESF, podendo ser resultado de hipovolemia ou drogas. Esta paciente não apresentou nenhum fator precipitante evidente para IRA, sendo possível que a SD tenha importância na gênese do quadro. Entretanto, há ainda fatores desconhecidos na patogênese da NTA na SD que precisam ser elucidados. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 43 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 44 14 de setembro de 2008 - Domingo PO090 SÍNDROME NEFRÓTICA DEVIDO A GLOMERULOPATIA DE LESÕES MÍNIMAS EM ASSOCIAÇÃO COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TIPO 2 – RELATO DE 2 CASOS SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); COSTA, RS(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto(1); Introdução: Proteinúria e síndrome nefrótica (SN) em portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) e tipo 2 (DM 2) estão associadas à nefropatia diabética na maioria dos casos. Relatamos aqui um caso de SN devido a glomerulopatia de lesões mínimas (GLM) associada com DM 1 e outro com DM 2, ambos com total remissão após corticoterapia. Paciente 1: 19 anos, F, DM 1 diagnosticado há 4 anos, com edema facial e periorbital há 1 mês. Negava artralgia, eritema malar e infecção prévia. Sete meses antes do início do quadro apresentou parto cesárea com 8 meses de gestação. Exame físico: PA: 90 x 70 mmHg, anasarca. Fundo de olho normal. Proteinúria: 5,3 g/24hs. Função renal normal. Albumina: 1,6 g/dL; colesterol: 463 mg/dL; triglicérides: 177 mg/dL, C3 e C4 normais. Sorologias negativas para ANCA, anti-DNA e hepatites. Biópsia renal: GLM. Tratada com prednisona 60 mg/dia por 8 semanas com regressão total do edema e da proteinúria após 45 dias de tratamento, estando em remissão desde a época do tratamento há 2 anos. Paciente 2: 73 anos, F, DM 2 há 20 anos em uso de glibenclamida 5 mg/dia, com queixa de edema há 20 dias. Ao exame: anasarca, PA: 140 x 90 mmHg. Uréia: 58 mg/dl, creatinina: 2,2 mg/dl, albumina: 2,2 g/dl, proteinúria: 3,7 g/24h. Fundo de olho normal. Sorologias negativas para hepatites, vasculites e colagenoses. Fazia uso de meloxicam há 6 meses por lombalgia, o qual foi suspenso por 4 semanas, sem regressão do quadro. Biópsia renal: GLM. Iniciado prednisona, com resposta total em 6 semanas. Durante a corticoterapia foi necessário o uso de insulina, que foi suspensa após o término da prednisona. Permanece em remissão após a suspensão da droga há 5 meses. Conclusão: Proteinúria e DM nem sempre são sinônimos de nefropatia diabética. A coexistência entre GLM e DM 1 parece não ser coincidência, pois tem relação com uma patogênese de origem imunológica. A associação entre GLM e drogas, especialmente AINH, sugere fortemente a existência de alterações na imunidade celular. PO091 ACOMETIMENTO RENAL NA HANSENÍASE: ESTUDO RETROSPECTIVO DE 923 PACIENTES DAHER, EF(1); SILVA JÚNIOR, GB(1); CEZAR, LC(1); LIMA, RSA(1); GURJÃO, NH(1); MOTA, RMS(1); ALBUQUERQUE, PLMM(1); LIBÓRIO, AB(1); Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Departamento de Medicina Clínica, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará(1); Objetivo: Acometimento renal na Hanseníase tem sido descrito na literatura médica. O objetivo deste trabalho é investigar os fatores de risco para acometimento renal na Hanseníase. Material e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com os pacientes internados e acompanhados no Hospital Universitário Walter Cantídio e Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 1976 a outubro de 2007. Foram excluídos os pacientes com quaisquer co-morbidades que pudessem causar doença renal. Os pacientes foram classificados de acordo com a Organização Mundial da Saúde em paucibacilares e multibacilares. Análise estatística univariada e multivariada foi realizada através do programa SPSS 10.0 para windows. Resultados: Foram incluídos 923 pacientes. A média de idade era de 41.5 ± 19.1 anos, sendo 53% do sexo masculino. O tempo médio de doença era de 20 ± 35 meses. Estado reacional foi evidenciado em 85 casos (9.2%). Elevação da creatinina sérica (>1.4mg/dL) foi observada em 35 casos (3.8%), sendo mais freqüente nos pacientes multibacilares (8.2%), em comparação com os paucibacilares (1.9%), p<0.001. Alterações urinárias foram mais freqüentes nos pacientes multibacilares, incluindo hematúria (13.5% vs. 11.2%), cilindrúria (6.8% vs. 2.9%) e proteinúria (18.7% vs. 9.9%). Os valores médios de uréia e creatinina foram maiores nos pacientes multibacilares (uréia: 35.7 ± 35mg/dL vs. 27.4 ± 15.1mg/dL, creatinina: 1.1 ± 2.0mg/dL vs. 0.8 ± 0.6mg/dL). Os fatores de risco para acometimento renal foram: episódio reacional (OR=3.9, p=0.03), classificação multibacilar (OR=3.5, p=0.02) e idade (OR=1.04, p=0.01). Óbito ocorreu em 4 casos (0.4%). Conclusão: A Hanseníase pode ser responsável por importantes alterações renais. Episódio reacional, classificação multibacilar e idade avançada são fatores de risco para acometimento renal na Hanseníase. PO092 SÍNDROME DE ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL INDUZIDA PELO USO DE CICLOSPORINA EM UM PACIENTE COM GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL COLAPSANTE OLIVEIRA, RA(1,2); FECHINE, LM(1,2); COSTA NETO, FC(1,2); NICODEMUS, JM(1,3); SILVA JÚNIOR, GB(4); SILVA, LSV(1,2); Serviço de Nefrologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará(1); Unidade de Diálise e Transplante Renal Dr. Joaquim Bezerra(2); CLINIMAGEM(3); Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(4); Pôsteres elevação abrupta da PA (210x120mmHg), associada a cefaléia, confusão mental e convulsões generalizadas. Imagens com ressonância magnética mostraram área difusa com hipersinal em região cerebral parietal posterior, sugestivas de PRES. A CSA foi suspensa e o paciente apresentou remissão completa dos sintomas neurológicos. Um novo exame de imagem evidenciou normalização da área que continha a lesão. Conclusão: A PRES é uma síndrome rara que deve ser considerada em todo paciente em uso de agentes imunossupressores que apresente sintomas neurológicos. A síndrome pode ser induzida pelo uso de CSA, sendo totalmente reversível com a suspensão da droga. PO093 HEMOGLOBINÚRIA PAROXISTICA NOTURNA CAUSANDO IRA DIALÍTICA REPETIDAMENTE SILVA, GSJR(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1); LORENE, M(1); UNIFESP(1); Introdução: A hemoglobinúria paroxística noturna(HPN) é um distúrbio hemolítico adquirido, que se traduz por hemólise intravascular, por sensibilidade aumentada de um clone de hemácias ao C3. O envolvimento renal da HPN freqüentemente é subdiagnosticado e abrange desde alterações urinárias discretas a episódios de insuficiência renal aguda(IRA) muitas vezes reversíveis, até lesões crônicas irreversíveis. Objetivo: Descrever caso de HPN que evoluiu com 2 episódios de IRA e hematúria dismórfica. Relato de caso: Levantamento de prontuário do ambulatório de nefrites; tratava-se de uma paciente de 30anos, branca, solteira, que na 1ª consulta no ambulatório relatava história prévia de ”nefrite” há 9anos, ITU de repetição há 8anos e anemia há 2 anos(em investigação); devido quadro de IRA foi internada, recebendo pulsoterapia, transfusão de 2CH , foi submetida a 5 sessões de hemodiálise, com reversão de IRA após 1 mês. No período de 20 meses que está em acompanhamento nos setores de Hematologia e Nefrologia, o diagnóstico de HPN foi confirmado por Imunofenotipagem e apesar do tratamento de manutenção com prednisona oral, chegou a apresentar duas crises de hemólise grave, uma delas acompanhada de novo episódio de IRA dialítica (com reversão total em 1 mês); e posteriormente trombose venosa profunda(TVP) parcial em membro inferior esquerdo. Em seguimento ambulatorial, apresentou hematúria dismórfica, conduzida de forma conservadora, uma vez que a paciente está com Creatinina de 0,6 mg/dl e tem necessitado do uso de warfarim por causa da TVP. Conclusão: A HPN pode vir a complicar com quadro de IRA e fenômenos trombóticos, como aqui apresentado. O caso atual cursou com 2 episódios de IRA revertidos, o que raramente é descrito. Crises de hemólise podem ser precipitadas por episódios de ITU, como aconteceu com esta paciente. O reconhecimento precoce de fatores precipitantes das crises de HPN, com o pronto tratamento, inclusive de suas complicações, pode ajudar a prevenir lesões renais irreversíveis e a progressão da doença renal. A coexistência de hematúria dismórfica não é usual e sugere glomerulopatia concomitante, o que também é raro, mas previamente descrito. PO094 APRESENTAÇÃO CLÍNICA INICIAL DA GLOMERULONEFRITE AGUDA PÓS-ESTREPTOCÓCICA EM ADULTOS – ANÁLISE DESCRITIVA DE 82 CASOS MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(1); SILVA, LS(1); MENDONÇA, HM(1); FUGIKAHA, I(1); FERNANDES, EL(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); Objetivo: Analisar, de forma descritiva, os dados da apresentação inicial da glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica (GNAPE) em pacientes adultos, com ênfase aos seus aspectos clínicos e epidemiológicos. Materiais e Métodos: Foram avaliados os dados de 82 pacientes adultos com diagnóstico de GNAPE atendidos no serviço de Nefrologia da UFTM no período de 1972 a 2001. Tais pacientes foram distribuídos em 3 grupos, sendo o grupo 1 composto de indivíduos entre 14 e 20 anos, o grupo 2 por indivíduos entre 21 e 30 anos e grupo 3 por aqueles com idade maior ou igual a 31 anos, sendo analisadas as seguintes variáveis clínicas: sexo, cor (brancos ou não-brancos), foco primário da infecção estreptocócica (faringite ou piodermite), ocorrência de hematúria macroscópica, hipertensão arterial, edema de membros inferiores e/ou face, síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA). Resultados: Após análise de nossos dados, verificamos que houve um predomínio da GNAPE nos pacientes adultos do grupo 1 (63,4%), do sexo masculino (62,2%) e de cor branca (72%), precedida principalmente por piodermite como foco primário de infecção (54,9%), manifestando-se mais comumente por edema de membros inferiores e/ou face (100%) e hipertensão arterial (86,6%), sendo menos freqüente o achado de hematúria macroscópica (26,8%) e, raramente, de IRA (8,5%) e síndrome nefrótica (7,3%). Conclusão: Nossos achados ressaltam a importância de se estudar e descrever a ocorrência da GNAPE em adultos, procurando melhor caracterizar seus aspectos clínicos e evolutivos, em função da incidência menos freqüente de tal glomerulopatia nesse grupo etário. PO095 Objetivo: A síndrome de encefalopatia posterior reversível (PRES) é caracterizada por alterações cerebrais e sintomas neurológicos. Pode ser causada por drogas imunossupressoras e doenças auto-imunes. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com glomerulosclerose segmentar e focal (GESF) colapsante. Material e Métodos: É descrito um caso de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com GESF colapsante. A história clínica, evolução e alterações laboratoriais são descritas. Resultados: O paciente, sexo masculino, tinha 27 anos, fazendo seguimento ambulatorial devido à GESF colapsante. Tratamento com CSA foi iniciado após evidenciada resistência aos corticosteróides. Após 3 semanas em uso de CSA o paciente desenvolveu 44 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) SÍNDROME NEFRÓTICA POR GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA ASSOCIADA A LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA OKADA, V.M.(1); PALOMBA, H.(1); BURDELIS, R.E.(1); BOSCATTI, C.(1); BERGAMO, R.R.(1); Faculdade de Medicina do ABC(1); Introdução: A glomerulonefrite membranosa é causa comum de síndrome nefrótica em adultos. Entretanto, sua associação com leucemia mielóide crônica é raramente observada. Relato do caso: Paciente V.A.O.C., sexo feminino, 35 anos, natural do estado do Paraná e procedente de Santo André (SP), iniciou acompanhamento médico com XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 45 Pôsteres serviço de Hematologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), onde foi diagnosticada Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e iniciado tratamento com mesilato de imatinib (Glivec®) 400mg/dia em Julho de 2007. Encaminhada ao serviço de Nefrologia da FMABC em Fevereiro de 2008 (07 meses após início do tratamento da LMC) após ter apresentado quadro de edema generalizado, principalmente em membros inferiores, associado ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica. A investigação laboratorial demonstrou: exame de urina 1 com 900 hemáceas/mL e 32.000 leucócitos/mL, proteinúria de 24 horas 13,5g/L, creatinina sérica 0,6mg/dL, albumina sérica 0,9g/dL, colesterol total sérico 441mg/dL, LDL sérico 328 mg/dL, triglicérides sérico 327mg/dL, complemento sérico normal e sorologias para HIV, hepatites B e C negativas. Neste momento, a paciente encontrava-se na vigência do tratamento com mesilato de imatinib 400mg/dia. Realizada biópsia renal percutânea que evidenciou a presença de 36 glomérulos com celularidade conservada, notando-se alças capilares com pequenas irregularidades no contorno subepitelial, podócitos com alterações degenerativas e túbulos com focos de atrofia e fibrose intersticial discreta. A imunofluorescência direta revelou depósitos granulares de distribuição difusa, localizado em alças capilares (padrão subepitelial), contendo IgG (+++), IgM (+), C3d (+/++) e cadeias leves Kappa (++) e Lambda (++), sendo confirmado o diagnóstico de Glomerulopatia Membranosa e iniciado tratamento imunossupressor com ciclosporina. Conclusão: A associação entre Glomerulopatia Membranosa e Leucemia Mielóide Crônica parece não representar uma relação causa-efeito em função do desenvolvimento tardio de Síndrome Nefrótica na vigência do tratamento imunossupressor específico para leucemia mielóide. PO096 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E LABORATORIAIS DE PACIENTES LÚPICAS PORTADORAS DE NEFRITE CLASSES III, IV E V: EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO BRASILEIRO. MALAFRONTE P(1); TITAN SM(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1); CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1); Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da USP(1); Introdução: As formas mais graves de nefrite lúpica (NL, classes III, IV e V) são semelhantes em sua apresentação clínica e laboratorial inicial e a biópsia renal é necessária para o diagnóstico. No presente trabalho, procuramos avaliar as características clínicas e laboratoriais das formas proliferativas e membranosa em população brasileira. Métodos: Foram coletados dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 192 pacientes portadoras de LES e NL III, IV ou V (OMS 1998), em acompanhamento entre 2005 a 2008. O tempo de seguimento foi variável (6 meses a 10 anos). As coletas foram feitas à época da biópsia renal (inicial) e ao final do seguimento. Resultados: Para estas análises, foram avaliadas 16 (8,3%) casos de NL III, 115 (59,9%) de NL IV e 61 (31,8%) casos de NL V. As análises univariadas mostraram haver diferença estatisticamente significativa nas dosagens iniciais de creatinina, complemento C4, albumina sérica, proteinúria, anticorpo anticardiolipina IgM, IgG e anticoagulante lúpico. Houve também diferença significativa na distribuição de raça, presença de hematúria, índices SLEDAI e SLEDAI renal, bem como necessidade de hemodiálise ao início do tratamento. Interessantemente, a idade, o C3 e o anticorpo anti-DNA não mostravam correlação significativa com o tipo histológico. Na regressão logística, as formas proliferativas (III+IV) de NL mostraramse significativamente associadas à creatinina inicial, SLEDAI e presença de hematúria em comparação à NL V. A creatinina inicial (OR 1,51, CI 1,03 – 2,22) e o SLEDAI (OR 1,10 CI 1,02 – 1,19) permaneceram como fatores preditores das formas proliferativas mesmo após ajuste para possíveis variáveis de confusão. Conforme esperado, as curvas de Kaplan Meyer mostraram uma pior evolução na sobrevida renal das formas proliferativas em relação à forma membranosa (p=0,01). Conclusão: Nossos resultados sugerem que apesar das formas proliferativas associarem-se à função renal inicial, à presença de hematúria e ao índice SLEDAI, não há nenhum conjunto de parâmetros que discrimine perfeitamente as diferentes formas de NL, sendo a biópsia renal imperativa. Conforme esperado, as formas proliferativas têm pior evolução, mesmo em indivíduos tratados. PO097 FATORES PROGNÓSTICOS DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM NEFRITE LÚPICA. TITAN SM(1); MALAFRONTE P(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1); CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1); Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo(1); Introdução: A nefrite lúpica (NL) é uma das manifestações mais temidas do LES. Mesmo com tratamento, um número significativo dos pacientes acaba necessitando de TRS. O objetivo deste trabalho foi avaliar fatores prognósticos clínicos, laboratoriais e histológicos associados à perda de função renal. Métodos: Foram coletados dados de 192 pacientes com LES e NL III, IV ou V, entre 2005 a 2008. O tempo de seguimento foi variável (6m - 10a). As coletas foram feitas à época da biópsia renal (inicial) e ao final do seguimento. Para as análises de sobrevida, foram utilizadas curvas de Kaplan Meier e regressão de Cox, utilizando-se como evento a ocorrência de duplicação de creatinina (DC). Resultados: Foram avaliados 181 casos (16 NL III, 105 NL IV e 60 NL V). A DC ocorreu em 34 pacientes (16,1%) e a dependência de diálise em 31 pacientes. Entre as variáveis clínicas, apenas o índice SLEDAI mostrou correlação significativa com a DC. Não houve diferença significativa em relação à raça. Entre as variáveis laboratoriais iniciais (creatinina, proteinúria, complemento, anticorpos anti-DNA, anticardiolipina IgM e IgG), nenhum foi fator prognóstico significativo de DC. Entretanto, a DC esteve significativamente associada à presença de anticoagulante lúpico e inversamente relacionada à dosagem de albumina sérica inicial. A albumina permaneceu como fator prognóstico independente mesmo após ajuste para creatinina, proteinúria e tipo de lesão histológica (p=0,02). 14 de setembro de 2008 - Domingo Histologicamente, o tipo de NL e o índice de cronicidade mostraram-se significativamente associados a uma pior curva de DC. A presença de crescentes também foi um fator prognóstico significativo, mas só nos primeiros 5 anos de seguimento (p=0,01). Conclusão: Nosso estudo sugere que, na população brasileira, a raça e valores iniciais de creatinina, proteinúria, complemento, anticorpos antiDNA e anticardiolipina, não são fatores prognósticos de perda de função renal em paciente tratados. Por outro lado, o SLEDAI, o anticoagulante lúpico, a hipoalbuminemia, a presença de lesão proliferativa e um índice de cronicidade >5 são fatores prognósticos significativos, devendo servir como sinais de alerta para um risco maior de perda de função renal e TRS. PO098 TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO PARA A PESQUISA DE CILINDROS HEMÁTICOS ITO, CAS(1); BORGES, CRM(1); BAIL, L(1); BORCK, PC(1); Universidade Estadual de Ponta Grossa(1); Objetivo: Hematúria dismórfica está associada a sangramento renal, especialmente de origem glomerular. A presença de cilindros hemáticos na urina reforça essa idéia e fornece pistas quando o dismorfismo é indeterminado. Este estudo teve por objetivo avaliar tempo e velocidade de centrifugação, maiores que o preconizado, na detecção de cilindros hemáticos. Material e Métodos: Foram incluídas 133 amostras de urina de adultos e crianças com hematúria isolada (hemácias > 5.000/mL) e com dismorfismo (mais de quatro populações distintas de hemácias). Após a realização do exame parcial de urina conforme protocolo do laboratório (5 minutos, força centrífuga relativa (FCR) de 400g, volume inicial 10 mL e final 1 mL), mais 10 mL de urina foram acrescentados ao tubo inicial e centrifugados a uma FRC de 2000g por 10 minutos. O sedimento foi analisado, entre lâmina e lamínula, em microscópio de campo claro. Os resultados foram estatisticamente pelo teste Qui-quadrado. Resultados: Das 133 hematúrias dismórficas avaliadas no exame parcial de urina padrão, 13 (10,3%) apresentaram cilindros hemáticos e as 118 (89,7%) restantes mostraram-se negativas nessa primeira etapa. Após o procedimento de concentração, 47 (39,8%) amostras, inicialmente negativas, apresentaram pelo menos um cilindro hemático (p<0,001). Conclusão: A análise do sedimento do parcial de urina é realizada rotineiramente após centrifugação por 5 minutos, com FCR de 400g. Nessa padronização observou-se que os cilindros hemáticos não aparecem com muita freqüência, mesmo em amostras com hemácias dismórficas. A associação de um método simples de concentração ao protocolo padrão para o exame parcial de urina aumentou de 13 (10,3%) para 60 (45%) de positividade na pesquisa de cilindros hemáticos. Esse resultado ao contrário do descrito na literatura, comprova que os cilindros não se rompem tão facilmente em centrifugação mais elevada, e indica a necessidade de técnicas adicionais de concentração em sua detecção. PO099 ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DAS DOENÇAS GLOMERULARES EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA, CEARÁ SILVA JÚNIOR, GB(1); JERÔNIMO, ALC(1); QUEIROZ, MMM(1); LOPES, MSR(1); NOGUEIRA, JOL(1); CORREIA, JW(1); MOURA, LAR(2); Serviço de Nefrologia, Hospital Geral César Cals, Secretaria da Saúde do Estado do Ceará(1); Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo(2); Objetivo: É crescente o surgimento de registros de glomerulopatias em diversos países, inclusive no Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição e freqüência dos tipos histológicos das glomerulopatias primárias e secundárias em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará. Material e Métodos: Estudamos 51 pacientes que foram submetidos à biópsia renal no Hospital Geral César Cals, em Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Foram analisados sexo, idade, tempo de doença, manifestações clínicas, alterações laboratoriais, medicações em uso, existência de história familiar de nefropatia, resultados histopatológicos das biópsias renais e avaliação das complicações. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino (57%). A faixa etária mais afetada foi de 20-40 anos. A principal forma de apresentação das glomerulopatias foi a síndrome nefrótica (49%). O padrão histopatológico mais prevalente nas glomerulopatias primárias foi a glomeruloesclerose segmentar e focal (19%), sendo a nefrite lúpica predominante dentre as glomerulopatias secundárias (37%). Tivemos 5,8% de complicações atribuídas à biópsia renal, sendo a hematúria macroscópica a principal responsável (3,9%). Conclusão: A GESF foi a lesão glomerular primária mais freqüente, e o lúpus eritematoso sistêmico foi a doença de base mais comumente diagnosticada nos casos de glomerulopatias secundárias. Estudos maiores são necessários para traçar o perfil epidemiológico das doenças glomerulares no Estado do Ceará. PO100 NEFROPATIA POR IGA UMA INCOMUM APRESENTAÇÃO MATNI, A.M.(1); MOCELIN, A.J.(1); DELFINO, V.D.A.(1); SOARES, E.A.(1); KUNII, LF(2); Romagnoli, J.(2); Nascimento, C.M.(2); Salmeron, R.A.(2); Hospital Evangelico de Londrina(1); Histocom(2); Objetivo: O presente trabalho tem por finalidade chamar a tenção,para doença na sua apresentação,de maneira pouco comum. Material e método: JGAF, 47anos dentista.Iniciou sintomatologia em fev/o8, calafrio febre e dores musculares, icterícia, hematúria macroscópica. Na rotina do ano anterior hipertensão estágio I, hematúria microscópica. Dois dias após internado para investigação,com elevação dos níveis de uréia e creatinina. febril, ausencia de história familiar anterior, hepatopatia ou púrpura.Progredindo para IRA necessitando de tratamento dialítico. após exaustivos XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 45 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 46 14 de setembro de 2008 - Domingo exames sorologicos confirmou virus Epstein Barr IgM 76,5 (+)IgG 156,9(+) CH50 14,4,C3 (nl),C4 (nl).submetido a biópsia renal para diagnostico; Como resultado; glomerulonefrite proliferativa difusa,endocapilar com exudatos inflamatórios. Presença de crescentes celulares (13/50) esclerose global (16/50),com alterações degenerativas e regenerativas epiteliais,fibrose intersticial em focos. Imunofluorescencia: indicativos de Nefropatia por IgA. Evolução:Houve melhora do quadro clínico e do processo infeccioso.O paciente permaneceu em tratamento dialítico em programa de CAPD por aproximadamente 60 dias após início da doença.,chegando sua creatinina sérica de 1,5 mg/dl.quando foi interrompido.Esta creatinina esta próximo ao que havia anteriormente. Conclusão: Embora nos adultos a nefropatia por IgA,na sua apresentação tem sido com hematúria microscópica,este paciente evoluiu com Insuficiencia renal aguda, desencadeada por virus Epstein Barr. Seria uma IgA aberrante em resposta imune a este virus,no paciente que fosse portador da doença de forma mais comum e benigna . Deve salientar que a forma rapidamente progressiva encontra-se em < de 10.%. PO101 AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO E MARCADORES PRECOCES DE NEFROPATIA ASSOCIADA A DOENÇA FALCIFORME SANTOS, ESC(1); ALVES, FS(1); SANTOS, LSC(1); OLIVEIRA, PLP(1); ANDRADE, TS(1); ZANETTE, A(2); SANTOS, WLC(3); Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências - Escola Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências(1); HEMOBA(2); Fiocruz(3); Introdução: a anemia falciforme (Hb SS) decorre da substituição da valina por ácido glutâmico na sexta posição da cadeia beta da globina, produzindo uma hemoglobina estruturalmente anormal, que quando desoxigenada, pode levar a formação de fibras e modificar a forma dos eritrócitos, dando origem às células falciformes. O envolvimento renal na anemia falciforme também é conhecido, havendo descrição de alterações glomerulares (esclerose glomerular segmentar e focal), proteinúria, insuficiência renal progressiva, defeitos de concentração urinária, necrose de papila renal e alterações de função tubular (acidose tubular renal, diminuição da excreção de potássio com deficiência de aldosterona, aumento da excreção de fosfato e urato). Objetivo: investigar a presença de alterações da função renal e do sedimento urinário em pacientes com anemia falciforme. Métodos: foram avaliados, prospectivamente, 176 pacientes portadores de doença falciforme, acompanhados no centro de referência do estado da Bahia (HEMOBA) para o acompanhamento de portadores dessa patologia, no período de maio de 2004 a março de 2006. Todos os pacientes eram portadores de Hb SS e Hb SC. Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, e foram coletados depuração de creatinina, microalbuminúria, e sumário de urina. Resultados: a idade média foi de 31,45 + 12,074, 56,8% eram mulheres. A taxa de filtração glomerular (TFG) foi >120ml/min em 21,4%, entre 70-120 em 46,4%, entre 20-70 em 31,0% e <20 em 1,2% dos pacientes. Microalbuminúria >40mcg/dL foi encontrada em 48,8%. Não houve associação entre o nível de microalbuminúria e a TFG (p=0,96). Hipertensão arterial estava presente em 10,2% dos pacientes e foi associada a uma menor TFG (p=0,04). Proteinuria não nefrótica foi encontrada em 13,4% dos pacientes. A presença de proteinuria clínica esteve associada a diminuição da TFG (p=0,02). Conclusão: os pacientes com doença falciforme podem apresentar tanto hipofiltração quanto hiperfiltração glomerular. A presença de microalbuminúria elevada e/ou hiperfiltração glomerular podem sugerir nefropatia subclínica. Esses pacientes podem constituir um grupo de risco para o desenvolvimento de insuficiência renal crônica e devem receber medidas terapêuticas para progressão de doença renal. PO102 GLOMERULOPATIAS EM IDOSOS ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS GLOMERULARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS (HC)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PE (UFPE) SILVA, D DA C; DANZI, G; NEIVA, R; COELHO, SN; CAVALCANTE, MA; VALENTE, LM. Hospital das Clínicas UFPE(1); Introdução: Doenças glomerulares acometem indivíduos de qualquer faixa etária, mas podem estar associadas a doenças neoplásicas e a pior prognóstico em idosos. Objetivo: Avaliação clínico-epidemiológica das doenças glomerulares em idosos acompanhados no ambulatório de doenças glomerulares (ADG) do HC-UFPE. Material e métodos: Estudo retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes acompanhados no ADG do HC-UFPE. Avaliou-se o diagnóstico sindrômico inicial, o diagnóstico histológico, a creatinina inicial, o clearance de creatinina (CC) e a presença de doenças associadas. Resultados: Entre 1212 prontuários, 45 (3,7%) apresentavam idade &#8805; 60 anos no início do acompanhamento no ADG. No grupo de idosos, a idade média foi 66,6 anos (60 – 84 anos), a síndrome nefrótica (SN) ocorreu em 28,8 %, SN com componente nefrítico em 13,3%, proteinuria não-nefrótica isolada em 46,6%, síndrome nefrítica em 8,8% e hematúria isolada em 2,2%. Vinte seis de 45 (57,7%) realizaram estudo histológico: 30,7% apresentaram glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF), 30,7% glomerulopatia membranosa (GM), 26,9% glomerulonefrite (GN) membranoproliferativa, 7,6% outras GN proliferativas e 3,8% doença de lesões mínimas. Em seis dos 26 pacientes que apresentaram estudo histológico houve associação com algum estado mórbido: 2 casos de hepatite B e 1 caso de lupus eritematoso sistêmico, 1 infecção por estreptococcus, 1 adenocarcinoma e 1 crioglobulinemia essencial. O clearance de creatinina inicial (CC) variou de 18 a 95ml/min e a creatinina sérica de 0,6 a 3,5mg/dL. Entre os casos biopsiados apenas 23% apresentavam CC>60ml/min. Entre os não biopsiados, 18 apresentavam anormalidades urinárias assintomáticas, 1 apresentava SN com CC=25 ml/min e 6 apresentavam esquistossomose hepatoesplênica. Conclusão: Na amostra estudada a apresentação clínica mais comum de glomerulopatia em idosos foi a SN. Disfunção renal ocorreu na maioria dos pacientes e os diagnósticos histológicos mais comuns foram a GM e GESF. Associação com outras doenças ocorreu em 23%. 46 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO103 NEFRITE LÚPICA CLASSE V: CARACTERÍSTICAS CLÍNICOLABORATORIAIS E TRATAMENTO FONSECA, MLG; LEITE, MFM; FOLGOSO, MG; GUILHERME, SSJR; CANUTO, APPSL. UNIFESP(1); Objetivo: Avaliar perfil clínico-laboratorial e tratamento dos pacientes com nefrite lúpica (NL) classe V. Metodologia:Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com NL classe V, acompanhados no ambulatório de Nefrites. Resultados: Foram avaliados prontuários de 10 pacientes desde a primeira até a última consulta no ambulatório. A idade variou de 20 a 54 anos (a),com média de 32,5a, 90% do sexo feminino. Na admissão, o tempo de doença lúpica variou de 1 mês a 16a. HAS estava presente em 80% e antecedentes familiares de LES em 10%. A creatinina sérica variou de 0,51 a 2,53 mg/dL, sendo em 70% <1; 20% 1-2; 10% >2 mg/dL. A proteinúria de 24 h (P24h) apresentou valores de 1,43-12,9 g, 22%:1-3; 44%:3-5; 11%:5-8; 22%:>10g. A presença de proteína no exame de urina I variou de 0,75 a 7,3 g/L: 57%(4/7) tiveram resultado entre 0 a 5; 42%(3/7) 5 a 8 g/L; 50%(5/10) tinham hematúria, sendo claramente dismórfica em 80% (4/5). Com relação às medicações utilizadas, antes do início do acompanhamento no ambulatório: 90% utilizavam IECA,10% BRA e 50% estatinas; 30% receberam prednisona em dose de 1mg/kg de peso e 70% <1mg/kg. Pulsoterapia com metilprednisolona (MP) foi realizada em 80%. Nenhum paciente usou ciclofosfamida (CFF) VO e 60% usaram a droga EV (3 a 18 pulsos). A azatioprina foi usada por 20% e a cloroquina em 20% das pacientes. Na última consulta, foi evidenciado que 80% tinham HAS,10% DM secundário ao uso do corticóide. A creatinina sérica final variou de 0,63 a 1,56 mg/dL, sendo que 60% tinham níveis <1,0mg/dL. A proteinúria no exame de urina I variou de 0 a 3,7 g/L. Número de hemácias por campo variou de 3 a 15. P24h variou de 0 a 3,3g. Com relação às medicações: 90% estavam em uso de IECA, 50% BRA, 70% estatinas; 60% usaram prednisona 1 mg/kg em algum momento e 100% <1 mg/kg. Durante todo o tratamento,incluindo o período de acompanhamento em outro serviço: 80% receberam pulsoterapia com metilprednisolona (3 a 13 vezes), 60% CFF VO e 30% CFF EV (1 a 11 vezes); azatioprina foi usada em 50% e cloroquina em 70% dos pacientes. Uma paciente necessitou de hemodiálise no início do quadro. Conclusões: 22% dos casos revelavam P24h >10g na admissão e no final do seguimento todos tinham níveis <3,5g; creatinina sérica tendeu a cair; renoproteção foi intensificada (IECA+BRA+estatinas); a imunossupressão mais utilizada foi a combinação de prednisona VO com CFF VO e pulso EV de MP. PO104 NEFROPATIAS ASSOCIADAS AO VÍRUS HIV-1 PIASKOWY, PA(1); MORAES, AM(1); ALMEIDA, F(1); BRUM, E(1); MACHERT, CC(1); Universidade Positivo(1); Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre as nefropatias associadas ao vírus HIV tipo-1 (HIV-associated nephropathy – HIVAN). Materiais e métodos: Artigos científicos publicados no Pubmed, Scilo e Proquest desde 1988 até 2007. Resultados: A nefropatia associada ao vírus HIV tipo 1 é a principal causa de doenças renais crônicas em pacientes com infecção pelo HIV-1 com ou sem AIDS. Atualmente é a terceira causa de falência renal em pacientes negros de 20 a 64 anos de idade. As manifestações renais são múltiplas, destacando-se a glomeruloesclerose focal segmentar e a glomerulonefrite mediada por complexos imunes. Os fatores de risco incluem a etnia Africoamericana, baixo CD4+ e alta viremia e história prévia de uso de drogas injetáveis. A patogenia é pouco conhecida, mas evidências sugerem que ela ocorre devido a infecção pelo HIV-1 no tecido renal. O mecanismo patogênico pode ser inferido, já que a infecção pelo HIV pode produzir efeitos citopáticos nas células epiteliais glomerulares e sua disfunção está intimamente relacionada com a progressão da doença renal. Os rins servem como importantes reservatórios de longadata para o vírus, embora apenas a presença do vírus no tecido renal não seja suficiente para desencadear a nefropatia. Os pacientes tipicamente apresentam proteinúria severa, com redução na taxa de filtração glomerular e falência renal em poucas semanas ou meses. As alterações podem estar associadas ou não a agentes oportunistas, como Cryptococcus sp, Candida sp ou Paracoccidioides brasiliensis. A nefropatia pode ser a primeira manifestação da infecção pelo HIV. O tratamento inclui corticosteróides, ciclosporina e terapia antiretroviral HAART (Highly Active Antiretroviarl Therapy), a qual aumenta a sobrevida e diminui a incidência de nefropatia . A sobrevida pós-transplante renal é similar aos pacientes transplantados não infectados embora taxas mais altas de rejeição aguda ou crônica tenham sido relatados nos primeiros. Conclusão: A HIVAN é uma doença com incidência crescente, de fisiopatologia pouco conhecida e mais comum em negros. Sua identificação precoce é de extrema importância pois pode ser a primeira manifestação da infecção pelo HIV. O t PO105 CASO DE GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP) SECUNDÁRIA A LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO QUE SIMULAVA PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN. CARDOSO, ITA(1); MATTAR, EG(1); BERSANO, JPO(1); TAVARES, TAO(1); GONCALVES, ALD(1); CASTRO, AMA(1); PINTO, SWL(1); Hospital São João de Deus(1); A púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) é a vasculite sistêmica mais comum em crianças, porém em adultos tende a apresentar manifestação mais grave que pode levar a uma glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) e a insuficiência renal crônica. A PHS é caracterizada por artrite ou artralgia, dor abdominal, púrpura e acometimento renal (em geral hematúria). Apresentamos o caso de uma paciente do XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 47 Pôsteres sexo feminino, de 54 anos, internada com púrpura em membros inferiores, dor abdominal, urina com coloração “escura”, hiporexia, elevação de pressão arterial e edema generalizado. Exames à admissão demonstravam creatinina 1,5 mg/dL, aumento de VHS, anemia e um sedimento urinário com hematúria (4+), proteinúria (2+), cilindros hemáticos, granulosos e graxos. Paciente evoluiu com melena, elevação de escórias azotadas (creatinina de 3,1 mg/dL) e diminuição de volume urinário. Avaliação dermatológica sugeriu que lesões pápulo-bolhosas eram secundárias à vasculite leucocitoclástica. Realizado endoscopia digestiva que demonstrou uma pangastrite. Com base nestes achados levantou-se a possibilidade de PHS que evoluía com quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Entretanto, exames posteriores apresentaram quadro de hipocomplementemia (C3: 52), FAN 1:2560 (padrão misto nuclear pontilhado pontos isolados e citoplasmático pontilhado) e anti-DNA positivo. Biópsia de pele descartou quadro de vasculite leucocitoclástica e biópsia renal confirmou o quadro de glomerulonefrite proliferativa difusa compatível com glomerulonefrite lúpica da classe IV (OMS). A paciente recebeu pulsoterapia com metil-prednisolona e ciclofosfamida, evoluindo com regressão de todas as manifestações clínicas. Atualmente encontra-se em acompanhamento ambulatorial com função renal normal e pressão arterial controlada com o uso de anti-hipertensivos. PO106 SÍNDROME NEFRÓTICA PRIMÁRIA EM ADULTOS: ESTUDO DE COORTE COM SEGUIMENTO DE 17 ANOS MORALES, JV(1); LEAL, MH(1); LORENTZ, A(1); VERONESE, FV(1); Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1); Objetivo: Analisar a etiologia, complicações, fatores de risco de progressão para insuficiência renal e sobrevida renal de pacientes adultos com síndrome nefrótica primária (SNP). Material e Métodos: Pacientes com SNP avaliados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com acompanhamento no ambulatório de Glomerulopatias, registrando-se a partir de 1990 dados demográficos e clínicos, resposta aos protocolos de tratamento, complicações e desfechos (dobrar creatinina inicial ou diálise, e óbito). Resultados: No período de 1990-2007 foram avaliados 309 pacientes com síndrome nefrótica, dos quais 219 (71,2%) tinham SNP. A idade foi 37±18 anos, homens: 126 (57,5%), raça branca: 187(85,4%). A proteinúria (g/24h): 9,7±6,2 e creatinina (mg/dl): 1,34±0,87. Os diagnósticos etiológicos foram: glomerulosclerose segmentar e focal (GESF): 100 (45,6%), glomerulonefrite membranosa (GNM): 62(28,3%); alterações glomerulares mínimas (AGM): 26(11,9%); glomerulonefrite membranoproliferativa (GMP): 26(11,9%); IgA: 5(2,3%). O tempo de acompanhamento (meses) foi: mediana(IIQ): 60(20-105). As complicações foram avaliadas em 169 pacientes, sendo trombose venosa: 11 (6,5%), trombose arterial: 4(2,4%); infecção: 37(21,9%) e sepse: 3 (1,7%). A evolução da coorte foi: em seguimento: 101(46,1%); perda de seguimento: 57(26%); óbito: 10(4,6%); dobrar creatinina inicial ou diálise: 51(23,3%). A sobrevida renal sem considerar resposta ao tratamento em 5, 10 e 15 anos foi: GESF: 74%, 65% e 44%; GNM: 80%, 73% e 55%; AGM: 95%, 93% e 87%; GMP: 71%, 61% e 49%. IgA não foi avaliado (n=5). Na análise de regressão de Cox, o Odds Ratio(IC 95%) por categoria histológica (AGM como referência) para dobrar a creatinina ou evoluir para diálise foi: GESF: 6,23(0,85-45,7; p=0,07); GNM: 7,35(0,90-59,8; p=0,06); GMP: 8,21(0,74-90,6; p=0,08); IgA: 4,64(0,60-35,7; p=0,14). Conclusões: A GESF foi prevalente como causa de SNP, seguida de GNM, AGM, GNMP, e IgA. A principal complicação foi infecção. Sem considerar resposta aos protocolos, a sobrevida renal aos 10 anos foi 93% para pacientes com AGM e 73%, 65% e 61% para GNM, GESF e GNMP, respectivamente. PO107 ANÁLISE DAS BIÓPSIAS RENAIS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALZIRA VELANO Souza, SMS(1); Dias, BB(1); Neto, APD(1); Lello Santos, FR(1); Hospital Universitário Alzira Velano(1); Introdução: É crescente o surgimento dos registros de glomerulopatias em diversos países inclusive no Brasil, em resposta a necessidade de conhecimento epidemiológico sobre esse grupo de doenças responsável por número considerável de pacientes submetidos à TRS. No Brasil, aproximadamente 20% dos pacientes apresentam diagnóstico de glomerulonefrite à admissão para diálise. A indicação da biópsia renal é praticamente a regra nas glomerulopatias, já que o pleomorfismo de sintomas e sinais é grande, dificultando a correlação anátomo-clínica. A biópsia renal é realizada com o propósito de estabelecer um diagnóstico de certeza, avaliar a gravidade da doença e seu prognóstico, além de auxiliar na melhor conduta terapêutica. Material e métodos: No serviço de Nefrologia do HUAV foram realizadas 49 biópsias renais até junho de 2008. Após história clínica, exame físico e propedêutica laboratorial para coagulopatia procede-se a biópsia. Posiciona-se o paciente em decúbito ventral com coxim sob o abdômen. Os rins são visualizados a ultra-sonografia e delimita-se o polo inferior renal esquerdo ao final da inspiração. Com agulha manual de 16 gauge obtém-se dois fragmentos. O paciente é mantido em observação de 12 a 24 horas com monitorização de sinais vitais. Resultados: A idade dos pacientes variou de 13 a 62 anos, com média de 34,8 ± 14,1 anos; sendo 26 do sexo masculino e 23 do feminino; 30 da raça branca, 8 negros e 11 pardos. Ocorreram 4 complicações, sendo 3 com hematúria macroscópica, 1 hematoma subcapsular e 1 celulite. A principal indicação foi síndrome nefrótica em 44,9% dos casos, seguida de proteinúria/hematúria em 36,7% e perda de função em 22,4% (tabela1). Os seguintes achados anátomo-clínicos foram descritos: LM , em 18 lâminas; GESF, 7; IgA, 8; LES, 4; GNM, 2; Proliferativa difusa, 3; GNCrescêntica, 2; GNproliferativa mesangial, 2; Microangiopatia trombótica, 1; DRC, 1 e NIA, 1. Conclusão: O diagnóstico histológico foi possível na quase totalidade dos casos com número reduzido de complicações. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO108 ASSOCIAÇÃO INCOMUM: NEOPLASIA E VASCULITE NECROTIZANTE RENAL ANCA RELACIONADA. SPÍNDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1); SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1); HOSPITAL VERA CRUZ(1); Associação incomum: Neoplasia e vasculite necrotizante renal ANCA relacionada. Objetivo: O angiosarcoma pulmonar primário é um tumor vascular raro, cujo diagnóstico é essencialmente histológico e imunohistoquímico. A vasculite renal, ANCA relacionada, associada à neoplasia é uma condição menos freqüente, que pode preceder ou ocorrer concomitantemente no curso da doença. Materiais e métodos: Relato de caso da associação infrequente vasculite renal-neoplasia. Resultados: Paciente, masculino, 53 anos, com diagnóstico recente angiosarcoma pulmonar primário internado para propedêutica de hiporexia, edema progressivo de membros inferiores (mmii), náuseas e vômitos. Era hipertenso há 7 anos em uso de captopril e hidroclorotiazida, ainda sem tratamento oncológico. Tinha função renal e sedimento urinário normais 2 meses antes do diagnóstico do tumor. Exames admissionais revelaram creatinina(C) 5,0mg%, uréia(U) 138mg%, proteinúria nefrótica (6,09g/24h), hematúria microscópica (+3/+4) com dismorfismo. US mostrou rins de tamanho normal, vasos renais sem alteração ao Doppler. Outros exames mostraram: FAN 1:640 com padrão nuclear pontilhado; complemento normal (C3 141 e C4 28,2 mg/dL); ANCA p 1:80 e ANCA c negativo. Evoluiu em 1 semana com piora da função renal C 7,0mg% e U 193mg% e acentuação da proteinúria 14,4g/24h com persistência dos sintomas e piora do edema de mmii. Foi então submetido à biópsia renal e pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias. Resultado da biópsia revelou formação de crescentes celulares em mais de 90% dos glomérulos estudados com imunofluorescência negativa. Recebeu a seguir ciclofosfamida 0,5mg/m2 em pulsos mensais, prednisona 60mg/dia com redução gradual e Paclitaxel 80mg em pulsos mensais para tratamento oncológico. Apresentou melhora lenta e gradual da função renal, mas com persistência da proteinúria. Após 8 meses de tratamento C 2,4mg% e proteinúria de 13g/24h. Conclusão: A disregulação das células T associada à redução da uteroglobina tem sido postulada como possível mecanismo causal da interação neoplasia-vasculite. Portanto, essa suspeição diagnóstica deve ser considerada na abordagem do envolvimento renal nas neoplasias. Hemodiálise PO109 DOSES MENORES DE ERITROPOETINA NOS HEMODIÁLISE COM O USO DE ESTATINAS CARRASCOSSI, HL(1); OLIVEIRA, AR(1); NETO, MM(1); Senerp(1); PACIENTES EM Objetivo: pacientes em diálise apresentam variações individuais quanto as doses de eritropoetina (EPO) necessárias para a manutenção da hemoglobina sérica em níveis preconizados. Citocinas e proteínas inflamatórias têm sido associadas a aumento da resistência a ação da EPO. Recentemente estudos têm mostrado que as estatinas têm ação antiinflamatória. O objetivo nesse estudo foi avaliar a correlação entre a dose de eritropoetina e o uso de estatinas em pacientes em hemodiálise. Material e Métodos: estudo retrospectivo em um único centro de diálise no qual os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1, uso de estatinas(n=15), e grupo 2(controle), sem uso de estatinas (n=20). Todos os pacientes foram pareados quanto a idade, peso seco, patologias de base e tempo em hemodiálise. Todos os pacientes do grupo 1 faziam uso de estatinas por mais de 12 meses. Foram avaliados os valores mensais, durante doze meses consecutivos, de hemoglobina (Hb), albumina, ferritina, hormônio paratireoideo (PTH), fosfatase alcalina (FA), transaminase glutâmico pirúvica (TGP), dose mensal de EPO e colesterol total(CT) no final do estudo. Os pacientes analisados apresentavam kt/v>1,3. A análise estatística foi realizada considerando-se o nível de significância p<0,05 aplicado o T-test não paramétrico. Resultados: a análise estatística entre os dois grupos não mostrou diferença significante nos parâmetros: hemoglobina (10,94 +/- 0,28 e 10,94 +/- 0,17); albumina (3,59 +/- 0,12 e 3,72 +/- 0,08); ferritina ; FA ; TGP; PTH e CT (145,1 +/- 5,46 e 155,8 +/- 8,69) . Com relação a dose de EPO mensal houve diferença significante (33880 +/- 4531 e 44270 +/- 2127, p<0,05). Conclusão: estes dados mostram que o grupo que usou estatinas necessitou de uma dose 23,5% menor de EPO em relação aos que não usaram estatinas para a manutenção de níveis de hemoglobina parecidos. Estes dados sugerem que a terapia com estatinas pode diminuir a necessidade de EPO em pacientes em diálise. Esta melhor resposta a EPO poderia ser causada pelos efeitos antiinflamatórios das estatinas. PO110 HUMAN ARTERIAL CRYOPRESERVED HOMOGRAFTS ALLOW REDUCING THE BIOMECHANICAL MISMATCH IN VASCULAR ACCESSES OF CHRONICALLY HEMODIALISED DIABETIC AND NON-DIABETIC PATIENTS Physiology Department School of Medicine Republic University(1); UTN(2); FICEN Favaloro University(3); INDT MSP Republic University(4); CONICET(5); Background: Cryopreserved homografts are an alternative to be used in chronically haemodyalised patients (CHDP) vascular access (VA) construcution. However, it remains to be established if human cryopreserved homografts ensure a reduced biomechanical mismatch in CHDP, with and without diabetic nephropathy. Aims: To compare the biomechanical behavior of native vessels of CHDP, with and without diabetic nephropathy, with that of commercially available prosthesis (ePTFE), and XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 47 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 48 14 de setembro de 2008 - Domingo cryopreserved arterial and venous homografts. Methods: Arterial pulse wave velocity (PWV), the “gold standard” parameter to evaluate non-invasively the arterial stiffness, was measured in: (1) upper (carotid-brachial PWV) and lower limbs (carotid-femoral PWV) of 20 healthy individuals and 80 CHDP, with (n=20) and without (n=60) diabetic nephropathy, and (2) in arterial and venous cryopreserved homografts (in vitro studies) and (3) ePTFE prosthesis. The biomechanical matching factor between the CHDP’s arteries and the vascular substitutes was calculated. Results: (1) CHDP, and specifically patients with diabetic nephropathy, showed a statistically significance global rise in arterial stiffness, which was higher in the aorto-femoral territory. (2) For a cryopreserved homograft, the biomechanical matching values with arteries of healthy subjects and CHDP, were different. In addition, the biomechanical matching with CHDP was different depending on the cause of renal failure (diabetic and non-diabetic etiology). (3) Depending on the vascular pathway considered to perform a VA, the most adequate cryopreserved homograft was different, since the biomechanical matching factor differed among the homografts studied. (4) The biomechanical matching was always better than that of the ePTFE prosthesis. Conclusion: For a human cryopreserved vascular graft different biomechanical coupling levels were found with arteries of healthy individuals and CHDP, and in the CHDP there were differences depending on the cause of renal failure (diabetic vs. non diabetic nephropathy). In addition, the capability of a cryopreserved vascular homograft to ensure a low biomechanical mismatch differed depending on the vascular pathway analyzed: carotid-femoral or carotid-brachial. Anyway, the cryopreserved homografts always ensured a biomechanical matching better than that of the ePTFE. PO111 TERAPIA DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA PELA HEMODIÁLISE MOCELIN, AJ(1); MATNI, AM(1); DELFINO, VDA(1); SOARES, AE(1); CARVALHO, COM(1); KUNII, LF(1); MATSUO, T(1); NASCIMENTO, MC(1); SALMERON, AR(1); Hospital Evangélico de Londrina(1); Pôsteres PO113 TRATAMENTO ENDOLUMINAL DE CATETER DE HEMODIÁLISE COM M-EDTA. JOÃO CARLOS BIERNAT, FERNANDO DOS SANTOS, ANA MARIA GIANCRISTOFORO DOS SANTOS, MARCELA SANTIAGO BIERNAT, AUREA RAUBACH, MARIA ELIANE LATOSINSKI SOUZA. CLINIRIM(1); Contaminação por biofilme é complicação frequente de cateter de Hemodiálise.Heparina não protege contra infecção por não ter ação antibiótica. Uma alternativa atual é o uso de EDETATO de SÓDIO ( EDTA), que além de ser anticoagulante, é um potente quelante de cálcio,magnésio, ferro e zinco, destruindo assim a parede celular bacteriana e fúngica,além de desestruturar o biofilme do lúmen do cateter e permitir plena ação de minociclina (M ) associada. Objetivos: verificar a eficiência de solução de M-EDTA, em comparação com Heparina, como selo de cateter.A formulação contém 30 mg /ml de EDTA e 3,0 mg/ml de minociclina após diluição apropriada. Material e Métodos: Coletaram-se 160 hemoculturas seriadas, de modo prospectivo,em 15 renais cronicos, antes de cada diálise, de 2 em 2 dias .Após a sessão aplicou-se Heparina em 8 cateteres ( grupo A ) e M-EDTA em 7 cateteres ( grupo B ).Análise estatística foi feita com o Teste de Comparação entre Proporções Independentes. Resultados: No grupo A ( heparina ), 8 hemoculturas foram positivas, com incidencia de 9,52%, após 248 dias de observação.Já no grupo B ( M-EDTA ), 1 hemocultura foi positiva, com 1,31 % de contaminação ( p<0,05 ), após 203 dias de observação .Foram identificadas cepas de Staphylococcus aureus ( 4 amostras ) ,Klebsiella pneumoniae ( 3 amostras ) e Streptococcus pneumoniae ( 1 amostra ) no grupo A e 1 cepa de Klebsiella pneumoniae no grupo B. Conclusão: A solução de M-EDTA, comparada com Heparina, previne e trata infecção da luz de cateter de Hemodiálise de modo eficaz, sendo alternativa promissora para reduzir a preocupante prevalência de sepse por cateter contaminado em paciente renal cronico. PO114 Os pacientes admitidos à Hemodiálise ganham "função renal exógena" e suas vidas somente serão interrompidas por "outras causas" não renais: cardiovascular, infecciosa, tumoral, hepática, desnutrição, suicídio, acidente de trânsito, demonstrado ocorrerem em 15 a 25% dos casos, já no primeiro ano de exposição à diálise. Objetivo: relato da experiência de um único centro em "ganhar " anos de vida para os deficientes renais. 1973-2006. Material e Métodos: 1086 pacientes renais crônicos,de ambos sexos, entre 12 e 70 anos de idade foram admitidos ao programa de terapia renal substitutiva entre janeiro de 1973 e dezembro de 2006. A hemodiálise foi inicialmente realizada com módulos Sistemas Vitais e, posteriormente pelos rins artificiais Baxter SPS1550 ou Fresenius 4008B; água tratada por deionização e osmose reversa; soluções concentradas comercias de sais, sessões habituais de 4 hs, 3 vezes por semana, heparinização sistêmica como prescrita pelo médico e reuso do capilar por até 12 vezes. A análise incluiu todos os pacientes citados, desde a sua primeira sessão de tratamento até um evento que os retirou do programa (transplante, óbito, transferência, recuperação funcional do rim próprio, perda de seguimento ou até a data final de seguimento), em dezembro de 2006. Utilizamos o método estatístico de Kaplan-Meier. Resultados: Se classificados clinicamente como nefríticos, 473 deles sobreviveram 1 ano 96%, 2 anos 945 e 5 anos 82%; quando a doença básica foi a hipertensão, 313, sobreviveram 1ano 86%, 2 anos80% e 5 anos 53%; já os diabéticos, 160, 1 ano82%,2 anos60% e 5 anos30%. Os policisticos obtiveram resultados semelhantes aos nefríticos e um grupo miscelânea se comportaram como os diabéticos. Como causa de saida, transplantes e óbitos foram os principais eventos; os óbitos foram cardiovasculares em 158 (51,3%) e infecciosos em 63(20,4%). Conclusões: Hemodiálise deu-lhes sobrevida de até 90% 1 ano, 81% 2 anos e 60% 5 anos; foi a terapia de suporte também quando perderam rins transplantados. As doenças primariamente renais permitiram a melhor sobrevida. PO112 COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES DE ÚNICO CENTRO DE DIÁLISE DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ E POPULAÇÃO DO ESTADO E PACIENTES DA REGIÃO NORDESTE SANTOS, PR(1); Unidade de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral(1); Objetivo: Em conseqüência das disparidades socioeconômicas e da variedade de regiões, o Brasil apresenta diferentes perfis demográficos e clínicos em relação a pacientes em hemodiálise. O estudo teve por objetivo comparar perfil dos pacientes dialíticos da única Unidade de terapia dialítica da região norte do Ceará com dados regionais no que se refere à raça, prevalência de diabéticos e de ocupação profissional. Material e métodos: A amostra foi constituída por 164 pacientes maiores de 18 anos e portadores de doença renal crônica mantidos em hemodiálise durante o período entre março de 2005 e março de 2007. A etiologia da doença renal crônica correspondeu a critério clínico e não histológico, de acordo com os registros da Unidade de Diálise. A raça foi aquela autodeclarada pelo paciente entre as três categorias: branco, pardo e negro. Os dados sobre ocupação profissional foram coletados através de entrevista. A percentagem de diabéticos foi comparada com os dados da região nordeste segundo o Censo SBN. A prevalência quanto a raça e ocupação profissional foi comparada entre os pacientes estudados e a população do estado do Ceará segundo dados do IBGE. Resultados: Houve maior prevalência de negros entre os pacientes do que na população do Estado (10% vs. 3,3%). A prevalência de diabéticos foi de 7,3% na Unidade e de 18% na região nordeste. Apenas 15% possuíam ocupação profissional entre os pacientes em contraste com 68% de homens e 47% de mulheres com ocupação profissional no Ceará. Conclusão: Entre os pacientes em hemodiálise na região norte do Ceará, há pequena proporção de diabéticos, maior prevalência de negros e pouca ocupação profissional. Estes resultados apontam necessidade de (1) avaliação da assistência aos diabéticos na saúde primária, (2) investigação sobre incidência de doença renal entre negros no Brasil e (3) implementação de medidas clínicas e sociais visando melhorar taxa de ocupação profissional. 48 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) VOLUME URINÁRIO, NATRIURESE E GANHO DE PESO CORPORAL EM PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA, SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE QUEIROZ, VS; (1); NASCIMENTO, DD; (1); CUNHA, DA; (1); GARCIA, CB; (1); LEMES, H; (1); ARAÚJO, SP; (1); OLIVEIRA, PC; (1); FERREIRA-FILHO, SR.(1); Universidade Federal de Uberlândia(1); Objetivos: Embora a taxa de filtração glomerular seja muito baixa nos pacientes com insuficiência renal, o débito urinário é variável, alternando de oligúria até a normalidade ou ainda acima de níveis normais. A perda de função renal residual nos pacientes com doença renal terminal é importante clinicamente,incluindo efeitos sobre o controle de volume e a sobrevida do paciente.O objetivo foi verificar a correlação entre a excreção de sódio urinário,volume de diurese e ganho de peso corporal( ) ocorrido entre duas sessões consecutivas de hemodiálise. Material e métodos: Estudamos 15 pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise regular, três vezes por semana, quatro horas por sessão. Todos estes pacientes tinham função renal residual e o volume de diurese variou de 55 até 1620 ml/24 hs. A função renal residual foi considerada como a média dos valores de clearance de uréia e creatinina, que foi de 1.77 0.40 ml.min.m2 (X SEM; n=15). Resultados: Nossos resultados mostraram que a variação de peso entre duas sessões consecutivas de hemodiálise foi de 2.73 0.35 Kg,; a concentração de sódio na urina de 24 horas foi de 51.9 12.2 mEq/L e a massa total de sódio excretada foi de 94.0 4.5 mEq/24 hs. Nós verificamos uma correlação positiva e significante entre a variação de peso e a massa total de sódio excretada na urina coletada (r2 = 0.39; p = 0.013) e a variação de peso com o volume de urina coletado (r2 = 0.33; p = 0.025). Sete pacientes estavam em uso oral de furosemide e 8 deles não estavam tomando este medicamento. A massa total de sódio excretada no grupo em uso de furosemide foi de 70.0 21.5 mEq/24 hs contra 36.1 11.8 mEqL/24 hs no grupo sem uso de diuréticos (p>0.05). Conclusão: Estes resultados demonstram que a carga de sódio excretada e o volume urinário são fatores importantes no controle de ganho de peso nos pacientes submetidos à hemodiálise. PO115 CONTROLE DE INFECÇÃO VIRAL EM UNIDADE DE HEMODIÁLISE CARVALHO, ELR(1); Centro Terapia Renal de Cruzeiro(1); Objetivo: Reduzir infecção viral em unidades de hemodiálise. Material e método: Análise de 471 pacientes admitidos no CTR de Cruzeiro no período de 10 anos, como único Centro de diálise da cidade,satélite, atendendo pacientes provenientes do Hospital e Ambulatório. Os dados são os seguintes: Taxa de incidência de HIV POSITIVO 0,64%, Taxa d prevalência de HIV POSITIVO 1,40%. Taxa de incidência de HBSAG POSITIVO 0,85% Taxa de prevalência 0%. Taxa de incidência HCV POSITIVO 3,28% Taxa de soroconversão HCV 0,42% Taxa de prevalência 7,46%. Os dois casos de soroconversão ocorridos se deram durante tratamento sendo que um deles poderia ter sido por TX DE SANGUE feita meses antes do início de HD, em outro Hospital. O 2° CASO provavélmente se deu por contaminação durante procedimento no CTR; esses casos foram há mais de 5 anos. O CTR adota medidas rigorosas para controle de infecção viral sendo as seguintes: Colheta de toda sorologia na 1° sessão de HD, já na sala de implante de cateter, Máquinas determinadas nos turnos para cada paciente, pacientes HCV POSITIVOS dialisam no 3° turno sempre em máquinas pré-definidas tendo somente excessão em caso de EMERGÊNCIA, paciente HIV POSITIVO dialisa no 3° turno em máquina pré-definida com excessão para emergência. A disposição dos paciente na sala deve ser sempre das pontas para o centro da sala. A instalação do paciente na máquina deve ser feita por profissional com experiência e nunca por novatos tendo-se atenção para limpeza e assepsia. Os profissionais de limpeza são orientados para recolha do lixo. Considera-se todo paciente novo como paciente de risco. Até liberação de sorologia o paciente permanece no 3° turno, em máquina fixa. O reuso é feito na máquina até XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 49 Pôsteres liberação da sorologia. Pacientes submetidos á TX DE SANGUE E PLASMA com sorologia negativa são acompanhados com mais rigor. Pacientes que por ventura vão para outros centros de dialise e retornam são colocados no 3° turno com reuso na máquina até liberação. O CTR não tem sala específica para HCV e HIV POSITIVOS. Conclusão: as medidas de segurança básica, rotinas escritas e cumpridas são eficazes. PO116 VARIAÇÃO DA HEMOGLOBINA SÉRICA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE EM USO DE ±LFA-EPOETINA MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(2); MENDONÇA, HM(1); HUEB, AF(1); SANTOS, LG(1); RIBEIRO-FILHO, E(1); MARQUES, GF(1); SANTOS, DR(1); SILVA, NF(1); Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(2); Objetivo: Analisar de forma descritiva a variação da hemoglobina (Hb) sérica e sua influência no controle da anemia de pacientes em hemodiálise (HD), fazendo uso regular de alfa-Epoetina (alfa-EPO). Metodologia: Foram avaliados 65 pacientes em HD no Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba (MG) durante o ano de 2007, em uso por pelo menos 3 meses consecutivos de alfa-EPO, com estoques de ferro sérico adequados, divididos em 3 grupos de acordo com a média dos valores mensais de Hb sérica: grupo 1 < 11 g/dL, grupo 2 de 11 a 12,5 g/dL e grupo 3 > 12,5 g/dL. A variação da Hb foi definida pela oscilação dos valores mensais de Hb em pelo menos 1,5 g/dL para mais (variação de Hb positiva) ou 1,5 g/dL para menos (variação Hb negativa), contabilizados em número de episódios de variação de Hb ocorridos durante o período do estudo. Foram avaliadas também as variáveis sexo, cor, idade, tempo em HD e número de óbitos. Resultados: Houve um predomínio de pacientes no grupo 1 (61,5%), em relação àqueles dos grupos 2 (32,3%) e 3 (6,2%), caracterizando um estado de anemia significativa na população avaliada. Foram observados 119 episódios de variação de Hb, dos quais 60,5% ocorreram nos pacientes do grupo1 versus 31,1% do grupo 2 e 8,4% do grupo 3, com uma predominância de variação de Hb positiva apenas nos pacientes do grupo 2, enquanto naqueles dos grupos 1 e 3 o predomínio foi de variação de Hb negativa. Com relação às demais variáveis estudadas, destacar o menor tempo em HD (27,25 ± 24,9 meses) e o maior número de óbitos (87,5%) entre os pacientes do grupo 1. Conclusão: Apesar o uso adequado de alfa-Epoetina, a anemia foi um achado significativo em nosso estudo, além da evidente variação dos níveis de Hb sérica, sobretudo no grupo de pacientes com média de Hb < 11 g/dL, nos quais houve um predomínio de variação de Hb negativa e um maior número de óbitos durante o período avaliado, o que poderia sugerir um papel determinante destes fatores na sobrevida dos pacientes renais crônicos em HD. PO117 Cancelar PO118 PIOMIOSITE TROPICAL EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL AYUSSO, LL(1); MELO, LHF(1); MINGHIN, DCN(1); UNIFIPA-FAMECA-SP(1); Introdução: A cateterização percutânea da veia subclávia é um método geralmente usado para acesso venoso transitório de pacientes em hemodiálise. A complicação mais freqüente da cateterização é a infecção do cateter. Objetivo: Relatar caso clínico de piomiosíte tropical (PT) associado à artrite séptica como complicações de infecção por estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise, numa paciente renal crônica em programa de hemodiálise. Paciente e métodos: Mulher de 31 anos de idade, em programa de hemodiálise, desenvolveu piomiosite tropical de região coxo-femoral direita associado à artrite séptica como complicações de infecção por estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise. Resultados: O diagnóstico foi realizado através do quadro clínico, laboratorial, tomografia e ressonância magnética de região coxo-femoral direita e cultura mais antibiograma tanto da ponta de cateter como do líquido de drenagem aspirativa da articulação coxo-femoral direita, os quais mostraram Staphylococcus aureus 300.000 colônias. O tratamento foi realizado com vancomicina durante dois meses, com dosagem corrigida para o caso. Houve recidiva da PT em outras regiões anatômicas após aproximadamente dois meses da resolução do primeiro episódio. Reiniciamos tratamento com a mesma droga e dosagem por mais dois meses, havendo assim melhora clínica e cura da paciente. Conclusão: Nós concluímos que o aumento no conhecimento desta doença, especialmente em pacientes imunodeprimidos com doenças crônicas, deve conduzir a um diagnóstico e tratamento mais precoce e com conseqüências ainda melhores. PO119 ESTUDO COMPARATIVO DA AUTO-ESTIMA ENTRE PORTADORES DE CATETERES E PORTADORES DE FÍSTULA ARTERIOVENOSA EM UMA UNIDADE DE DIÁLISE LIMEIRA, PC; (1); ROMÃO, MAF; (1); SALEH, CMR(1); Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(1); Introdução: Em decorrência da Insuficiência Renal Crônica (IRC) cerca de 70872 pacientes realizam algum tipo de diálise, incluindo a hemodiálise, que requer o 14 de setembro de 2008 - Domingo uso de um acesso vascular, que pode ser a fístula arteriovenosa (FAV) ou o cateter de longa ou de curta permanência. Com isso, possivelmente, os indivíduos sofrem uma alteração de sua auto-estima. Objetivos: avaliar a auto-estima desses pacientes e comparar seus níveis entre os portadores de FAV (Grupo 1) e os portadores de cateter (Grupo 2). Metodologia: estudo comparativo, quantitativo e transversal; coleta de dados: obedecendo às determinações éticas, realizada no HCFMUSP com 17 e 15 indivíduos (Grupo 1 e 2, respectivamente) através da Escala de Medida do Sentimento de Auto-Estima (escore máximo de 15) e de instrumentos constando dados sócio-demográficos e opinião acerca dos acessos vasculares. Análise dos Dados: Teste de Mann-Whitney e Teste de Kruskal Wallis. Resultados: Grupo 1: predomínio de indivíduos com escores 09 e 10 (58,8%), Grupo 2: predomínio de escores 07 e 08 (60%). A comparação dos escores entre os grupos não demonstrou significância estatística (p=0,105). Conclusões:em ambos os grupos os pacientes apresentaram auto-estima em níveis intermediários e a comparação entre os grupos não demonstrou diferença de autoestima estatisticamente significante. Descritores: Auto-estima, Hemodiálise, Vias de Acesso Vascular PO120 PERFIL DE ACESSOS VASCULARES DO CENTRO DE DIÁLISE DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE REIS, AAC(1); ALVARENGA, AS(1); PENIDO, MG(1); PENA, RM(1); FERIAS, CB(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1); Introdução: Atualmente cerca de 70.000 pacientes estão em terapia renal substitutiva (TRS) crônica no Brasil, sendo a hemodiálise (HD) a modalidade empregada em aproximadamente 90% dos casos. Portanto, o acesso vascular de qualidade é fundamental para fornecer uma dose de diálise adequada para os pacientes com doença renal crônica terminal. Objetivo: Avaliar o perfil dos acessos vasculares do Centro de Diálise da SCBH. Material e métodos: Estudo transversal com todos os pacientes em TRS crônica na SCBH. Resultados: 441 pacientes encontram-se em TRS. A HD é a modalidade dialítica em 95% dos casos. Dos pacientes em HD, 91% dialisam por fístula arteriovenosa (FAV): 331 deles (95%) possuem FAV nativa, 17 (4,4%) apresentam prótese sintética e dois pacientes (0,6%) são dialisados por enxerto com veia autóloga. Apenas dois pacientes (0,6%) apresentam FAV nativa em membro inferior (MMII), ao passo que 84% (309 pacientes) a possuem em membro superior distal (MSD) e 15% (55 pacientes) em membro superior proximal (MSP). A localização das FAV com prótese sintética se dá da seguinte forma: 5,9% (um paciente) em MMII; 76,5% (13 pacientes) em MSD e 17,6% (três pacientes) em MSP. Todas as FAVs com veia autóloga se localizam na coxa. Os cateteres de duplo lúmen (CDL) representam 9% dos acessos vasculares (36 pacientes): 42% são de curta e 58% de longa permanência. A veia jugular interna é o principal sítio de localização dos CDL de curta permanência (93,3% dos casos), enquanto a veia subclávia é o local de inserção mais utilizado nos pacientes com CDL de longa permanência (47,6% dos casos). Conclusão: Observa-se, na atualidade, um grande esforço das organizações internacionais no intuito de aumentar a prevalência de FAVs nativas. Nosso centro apresenta mais de 90% dos pacientes com FAV, sendo a FAV nativa o principal acesso vascular utilizado. O dado mais preocupante e que exige estratégias de controle, é a grande prevalência de CDL de longa permanência localizados na veia subclávia. PO121 PROFILAXIA COM MUPIROCINA CONTRA INFECÇÃO EM CATETER DUPLO-LÚMEN USADO EM HEMODIÁLISE NO HOSPITAL SÃO JOSÉ DO AVAÍ BASTOS, DP(1); RUELA, KP(1); CARVALHO, AMM(1); FALCÃO, AP(1); SILVA, FBC(1); PAES, DS(1); Hospital São José do Avaí(1); Objetivo: Este trabalho tem por objetivo comparar o tempo de permanência de cateter duplo-lúmen para hemodiálise em grupo de pacientes que fizeram uso profilático de mupirocina tópica no sítio de inserção do cateter com um grupo controle no qual nenhuma medida específica fora implementada. Material e Métodos: Foi realizado um ensaio-clínico randomizado com 16 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise entre maio de 2007 e junho de 2008. Este estudo foi realizado no Centro de Tratamento Dialítico do Hospital São José do Avaí constituído de 29 leitos e com capacidade máxima de 55 sessões/dia. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: um grupo (8 pacientes) no qual aplicou-se curativos periódicos com mupirocina tópica no sítio de inserção do cateter duplo-lúmen para hemodiálise e um grupo (8 pacientes) controle em que nenhuma medida específica fora implementada. Os curativos eram realizados por um mesmo observador a cada sessão de hemodiálise e os pacientes eram submetidos a avaliação clínica à procura de sinais e sintomas de infecção local e sistêmica. Uma planilha fora elaborada contendo dados pessoais dos pacientes, as patologias de base, a freqüência das sessões de hemodiálise e dados do cateter. Resultados: O grupo que recebeu a intervenção permaneceu maior tempo com o cateter duplolúmen para hemodiálise em relação ao grupo controle. A média de dias de permanência do cateter neste grupo foi de 30 dias, enquanto que no grupo avaliado foi de 48 dias. Conclusão: Os pacientes em hemodiálise que receberam mupirocina tópica profilática no sítio de inserção do cateter permaneceram mais tempo com este dispositivo livres de infecção do que o grupo que não recebeu nenhuma intervenção específica. Esta estratégia apresenta-se como uma alternativa para redução da bacteremia e infecção no sítio de inserção do cateter, diminuindo as taxas de complicações associadas a este dispositivo assim como reduzindo os custos do tratamento dialítico. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 49 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 50 14 de setembro de 2008 - Domingo PO122 PO125 SOROLOGIA FALSO-POSITIVA PARA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE C EM PACIENTES EM HD FAZENDA, JM(1); MANGINI, C(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1); CASTRO, MCM(1); Instituto de Nefrologia de Taubaté(1); EFICIÊNCIA TERAPÊUTICA DA EPO SIMILAR (BIO-MANGUINHOS) E EPO REFERÊNCIA (BIOSINTÉTICA) NO TRATAMENTO DA ANEMIA DA HD CASTRO, MCM(1); GONZAGA, KBC(1); BARROS, GPT(1); SANTOS, GE(1); MAROTTA, AMM(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1); Instituto de Nefrologia de Taubaté(1); Objetivo: Infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) apresenta alta prevalência em HD. A rapidez no diagnóstico da infecção ou da soroconversão é importante para não expor pacientes e funcionários. Nesse estudo relatamos nossa experiência em pac em HD com positivação do anti-HCV através de um teste para detecção do anticorpo (Ac) para HCV. Métodos: Método de enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para detecção qualitativa do Ac para o HCV (AXSym-HCV 3.0-Abbott) foi utilizado para triagem do HCV. Os resultados positivos (pos) foram testados pela técnica de ELISA utilizando o Kit Murex HCV Ag/Ac (Abbott) – imunoensaio qualitativo para detecção do antígeno (Ag) do core e Ac anti-HCV, e reação da polimerase em cadeia (PCR) utilizando o sistema Cobas Amplicor HCV-v 2.0 (Roche). Resultados: Dos 254 pac em HD testados para HCV em Mar/07, 9 (3,5%), previamente negativos (neg), se tornaram pos para o anti-HCV pela técnica MEIA. Nesses pac os testes de ELISA e PCR foram neg. Em Abr/07, 7 (78%) pac permaneceram MEIA pos, mas Elisa neg. Em Mai/07, 2 (22%) pac ainda se mantinham Meia pos, mas ELISA neg. Nos meses de Jun, Jul e Ago/07 todos os 9 pac se mostraram neg pela técnica MEIA. Nesses 9 pac não se observou alteração na TGP pré ou pós-viragem no teste MEIA. Conclusões: Nossas observações mostram que resultados falso-positivos podem ocorrer no teste enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para detecção do Ac para o HCV. Pac em HD pos ou que se tornem pos com essa técnica necessitam confirmação com a técnica ELISA. Objetivo: O uso da eritropoetina humana (Epo) é fundamental para o tratamento da anemia da HD. Este estudo compara o feito terapêutico de uma alfa Epo similar (Epo-s) com uma alfa Epo referência (Epo-r) no tratamento da anemia da hemodiálise. Métodos: 189 pac em tratamento com Epo-s produzida pela Fiocruz (Bio-Manguinhos) foram comparados com 42 pac recebendo Epo-r – Hemax® (Biosintética). Todos os pac estavam em HD e recebiam a mesma preparação de Epo, por via subcutânea, há pelo menos 3 meses. Resultados: A tabela mostra os principais resultados. Os valores de Hb são a média de 2 meses consecutivos. Conclusão: Nossos resultados mostram que o efeito terapêutico da Epo-s (Bio-Manguinhos) foi equivalente ao observado com a preparação de Epo-r. Visto que nossos resultados derivam de um estudo de corte com número pequeno de pac, eles necessitam ser confirmados através de estudos de seguimento envolvendo mais pac. (M±DP; Mann Whitney teste; NS= não significante) PO123 Objetivo: A prevalência de hiperparatireoidismo (HP) em HD é elevada implicando, freqüentemente, em paratireoidectomia (PTX). Neste estudo relatamos nossa experiência com PTX em um centro de diálise não universitário. Métodos: No período de Mai/06 a Abr/08, 7 homens e 5 mulheres, com idade de 45,6±7,1 anos e tempo de HD de 58,8±11,6 meses foram submetidos a PTX total com implante. O diagnóstico de HP foi baseado no nível de PTH (>800pg/ml) e ultrassom de paratireóide (PT). Nenhum pac foi submetido a cintilografia. Durante a cirurgia foi realizado biópsia de congelação e implante de 20 a 30 fragmentos de PT. Resultados: O tempo de internação foi de 9,4±3,8 d (7 a 17) sendo a duração associada à necessidade de infusão de cálcio. Um pac (8%) foi a óbito no 22º PO por endocardite bacteriana. A tabela mostra a evolução com 0, 3 e 6 meses pós-PTX. Três pac iniciaram levotiroxina pós-PTX. Um pac apresentou PTH>300pg/ml no 3º e 6º meses pós-PTX, nos demais PTH<150pg/ml foi observado em todas as dosagens. Conclusão: Nossos resultados mostram que: 1) hipoparatireoidismo foi freqüente pós-PTX (91%) sugerindo a necessidade do implante de mais fragmentos de PT; 2) apesar do hipoparatireoidismo os pac não apresentaram hiperfosfatemia sugerindo a deposição óssea de fósforo e 3) nossos resultados mostram que é possível a realização de PTX por equipes não associadas a centros universitários. (M±DP) TROMBOEMBOLECTOMIA EM ENXERTO DE PTFE UTILIZADO COMO ACESSO VASCULAR PARA HD: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO NÃO UNIVERSITÁRIO RIBEIRO, RB(1); CENTENO, JR(1); XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1); CASTRO, MCM(1); Instituto de Nefrologia de Taubaté(1); Objetivo: No nosso meio enxerto de PTFE é acesso vascular de exceção para HD. Neste estudo relatamos nossa experiência com tromboembolectomia (TET) nesse tipo de acesso vascular para HD. Métodos: No período de 01/Jan a 31/Dez/07, 25 pac com idade de 60±17 anos e tempo de HD de 27±29m foram submetidos a 39 TET, realizadas em regime ambulatorial, utilizando cateter Fogart de 4F. O resultado da TET foi classificado como: sem sucesso, sucesso<7, sucesso entre 7 e 30 e sucesso>30 dias. Resultados: 15 pac (60%) eram diabéticos, 84% utilizavam antiagregante e 16% apresentavam hipotensão na HD. O volume UF foi de 2,1±1 L/sessão. O tempo de uso do enxerto pré-trombose (TB) foi de 16±18m(0 a 61). 15 pac realizaram uma, 7 pac duas, 3 pac três e 1 pac quatro TET. O tempo para TET após o diagnóstico de TB foi <12h em 16(41%) episódios, 12 a 24h em 10(26%) episódios e >24h em 13(33%) episódios. 11(28%) procedimentos não tiveram sucesso, 7(18%) sucesso<7d, 5(13%) sucesso entre 7 e 30d e 16(41%) sucesso>30d. Não houve relação entre o tempo para TET e a porcentagem de sucesso. Nos 28 procedimentos com sucesso a punção do enxerto para HD foi <12h em 10(36%), entre 12 e 24h em 16(57%) e >48h em 2(7%). Não houve relação entre a precocidade da punção e sobrevida >30d. 13(52%) pac necessitaram passagem de cateter em associação com a TB do enxerto. Conclusões: Nossos resultados mostram que: 1)PTFE pode ser utilizado como acesso vascular para HD em pac com dificuldade para outras vias de acesso; 2) TET deve ser realizada como tentativa para salvar um enxerto de PTFE trombosado; 3) o tempo para TET pósTB e o tempo para punção pós-TET não interferem na sobrevida do enxerto a longo prazo. PO124 RELAÇÃO ENTRE NÃO ADERÊNCIA E CONHECIMENTO DO EFEITO TERAPÊUTICO DA DROGA: UMA VISÃO DO PACIENTE CASTRO, MCM(1); DOMINGOS, ES(1); COUTINHO, RCS(1); AOKI, MVS(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1); Instituto de Nefrologia de Taubaté(1); Objetivo: Não aderência a medicação (med) é um problema em HD sendo sua causa multifatorial. Para avaliar essa questão submetemos pacientes (pac) em HD a questionário para investigar a não aderência a med. Métodos: 65 pac (37M, 28F) com idade 49±13 anos, em HD há 50±21m foram submetidos a questionário com 35 perguntas relacionadas a múltiplos aspectos da med. A resposta foi espontânea não sendo confirmada a veracidade. Neste estudo mostramos os resultados relacionados ao conhecimento sobre a ação da med. Resultados: A análise revelou que 20% dos pac confundem a med; 37% confundem a med se prescrita com nome genérico ou fantasia; 54% referem que embalagens parecidas confundem a med; 12% associam a med a características de cor, tamanho ou gosto; 77% referiram que já usaram med de forma errada. 19% relataram que conhecem a indicação de todos e 72% de algumas das med prescritas. 65% responderam que o médico não explicou para que servem as med, motivando 27% dos pac a não tomar regularmente algumas med por acharem que elas não funcionam. A tabela mostra o grau de concordância entre a resposta espontânea e a prescrição para algumas classes de drogas. Conclusões: Nosso estudo mostra que os pac em HD são pouco orientados em relação a utilidade e função de suas med. Isto associado a confusão entre as med motiva a baixa aderência. Talvez uma pós-consulta com profissional da área de enfermagem melhore esses resultados. 50 Pôsteres J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO126 EVOLUÇÃO PÓS-PARATIREOIDECTOMIA TOTAL COM ENXERTO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO NÃO UNIVERSITÁRIO CASTRO, MCM(1); CARDOSO, CA(1); GONZAGA, KBC(1); CENTENO, JR(1); XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1); Instituto de Nefrologia de Taubaté(1); PO127 UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS CARDIOPROTETORES EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE BOLDO, R(1); BURMEISTER, JE(1); CAMPOS, BM(1); MILTERSTEINER, DR(1); ULBRA(1); Introdução: O risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) em pacientes renais crônicos em terapia dialítica é maior do que na população em geral. Algumas publicações preconizam a utilização de medicamentos que comprovadamente tragam benefícios em pacientes com DCV estabelecida por parte de todos os pacientes em hemodiálise. Elas sugerem a necessidade de tratamento de todos estes pacientes, mesmo os que não tem comprovação do comprometimento do sistema cardiovascular, simplesmente pelo fato de os mesmos já se enquadrarem nos critérios de alto risco para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares. Métodos: Estudo observacional transversal, com revisão de prontuários dos 75 pacientes em hemodiálise convencional há mais de 3 meses na Unidade de Medicina Renal do Hospital Independência-ULBRA, Porto Alegre. Resultados: A média de idade da população em estudo foi 57,3±11,1 anos e 57,3% (43 pacientes) eram do gênero masculino. Trinta e cinco pacientes (46,7%) eram diabéticos; 40 (53,3%) tinham doença coronariana estabelecida; 47 (62,7%) utilizavam inibidores da enzima conversora ou antagonistas dos receptores da angiotensina II; 31 (41,3%) faziam uso de beta-bloqueadores; 29,3% faziam uso de ácido acetil salicílico; e 10,7% utilizavam estatinas. A Tabela 1 descreve a freqüência (%) de utilização das medicações consideradas no estudo e de LDL>100mg/dL em todos os pacientes da amostra estratificados segundo a presença ou não de diabete (DM) e/ou doença arterial coronariana (DAC). Comparou-se a frequência (%) de utilização desses medicamentos cardioprotetores entre os pacientes com e sem DAC estabelecida - Tabela 2. Também comparou-se a freqüência (%) do uso dessas medicações entre diabéticos e nãodiabéticos – Tabela 3. Conclusão: No grupo de pacientes do estudo, o uso de medicamentos para prevenção secundária de eventos cardiovasculares não vinha sendo aplicado de maneira com que todos os pacientes fossem beneficiados. PO128 CAUSAS DE INTERNAÇÃO DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE CRÔNICA ESTUDO OBSERVACIONAL DE 12 MESES VELOSO, JCS; BURMEISTER, JE; CAMPOS, M, COSTA, MG(1,1,1,1); ULBRA(1); Introdução: Pacientes em hemodiálise crônica frequentemente necessitam internação hospitalar. A análise das causas e características destas hospitalizações pode auxiliar a XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 51 Pôsteres reduzir a necessidade dessas internações. Métodos: Em um estudo observacional prospectivo – série de casos – foram incluídos todos os pacientes da Unidade de Medicina Renal do Hospital Independência/ULBRA – Porto Alegre que necessitaram de internação hospitalar no período de janeiro a dezembro de 2007. Dados clínicos e laboratoriais foram analisados. Foram comparados três grupos de pacientes, de acordo com as causas da internação: (1) infecciosas, (2) cardiovasculares e (3) complicações não-infecciosas do acesso vascular. Resultados: Nos 12 meses, 116 internações foram realizadas em 59 pacientes, de um total de 124 indivíduos que estiveram em hemodiálise no período (média de 85 pacientes/mês). A taxa de internação de todos os pacientes do serviço foi de 0,94 hospitalizações/paciente/ano. Dos 59 que necessitaram hospitalização, a taxa foi 1,97 internações/paciente/ano. A média de permanência no hospital foi de 12,5 dias. Infecções e eventos cardiovasculares foram as principais causas das internações (26 casos cada), seguidas por complicações não-infecciosas do acesso vascular (12). A causa mais frequente de hospitalização foi insuficiência cardíaca descompensada. Pacientes internados por complicações não-infecciosas do acesso vascular tinham menor índice de remoção de uréia (URR), menor tempo em tratamento dialítico, menor tempo do acesso vascular e menor média de idade. Aqueles com internações por causas infecciosas apresentaram maior tempo de permanência hospitalar. Conclusões: Acompanhamento ambulatorial precoce de pacientes que irão necessitar de diálise (permitindo preparação adequada de acesso vascular), assim como sistemas do tipo “home care” para acompanhamento dos pacientes após a alta hospitalar, quando já em programa de diálise, poderiam ser eficazes para reduzir a incidência de internações e/ou o tempo de permanência hospitalar. PO129 AGRAVAMENTO DA ANEMIA EM PACIENTES DE HEMODIÁLISE: O PAPEL DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA RUBENS OLIVEIRA, CARLOS ABAETÉ DE LOS SANTOS, IVAN ANTONELLO, DOMINGOS T'AVILA. PUCRS(1); Objetivo: demonstrar a ocorrência de surto agudo de anemia em pacientes estáveis em Hemodiálise (HD) de Hospital Universitário, apesar do uso de eritropoietina (EPO) e ausência de fatores inflamatórios. O surto ocorreu na vigência do uso de água comprovadamente ultra-pura. Pacientes e Métodos-Registros mensais de hematócrito, hemoglobina, ferro, capacidade ferropéxica, ferritina, dose de RHUEPO e Noripurum® foram anotados em 32 pacientes estáveis em HD crônica entre os meses de janeiro e dezembro de 2004. O surto de anemia ocorreu em julho. Resultados - A dose média de EPO usada foi de 7078±4547 unidades/ semana/ paciente e a de ferro IV de 48,8±28,6 mg /semana/ paciente. A dosagem de ferro sérico não diferiu nos períodos estudados (p=0,9). Um subgrupo de 5/32 pacientes foi examinado (haptoglobina, reticulócitos e LDH) e foram constatadas evidências de hemólise durante HD em julho de 2004. Os culturais da água para HD nunca demonstraram crescimento bacteriano e os níveis de endotoxinas no período foram normais, abaixo de 25 EU/mL. No entanto, os níveis de cloramina no dialisado aumentaram de <0.1 p.p.m. em Maio para 0.27 p.p.m. em Julho de 2004*. Comentário – Cloramina é utilizada rotineiramente para esterilização da água potável nas hidráulicas. Altos níveis desta substância estão associados com hemólise. O surto de anemia foi identificado como decorrente do aumento dos níveis de cloramina na água da HD e ocorreu após instalação de unidade adicional de Osmose Reversa. Como a esta não foi acrescentada nenhuma unidade de carvão ativado “on line”, houve passagem de cloramina para os pacientes ocasionando hemólise. Conclusão Surto abrupto e inexplicável de anemia hemolítica em Unidade de HD tratada com água ultra- pura foi relatado, ligado a exposição acidental à cloramina, em pacientes previamente estáveis. O incidente serve para alertar o staff para a ocorrência de câmbios nos principais constituintes da água, podendo afetar qualidade e induzir a complicações clínicas. *Concentrações normais de cloramina são menores do que 0.1 mg/l, enquanto concentrações acima de 0.2-0.25 mg/l na água da HD podem causar anemia. PO130 PERFIL BIOPSICOSOCIAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE EM POÇOS DE CALDAS BRANDÃO, JAG(1); LANZA, AHB(1); CHAVES, APA(1); GARCIA, RCP(1); DALLE RDM(1); Santa Casa de Poços de Caldas(1); Objetivo: Traçar o perfil biopsicosocial de pacientes com Insuficiencia Renal Crônica (IRC) em terapia hemodialítica (HD) na Unidade de Terapia Renal Substitutiva da Santa Casa de Poços de Caldas. Materiais e Métodos: Em 40 pacientes com IRC, sob tratamento de HD na instituição citada, foi aplicado o questionário SF-36 utilizado para avaliação da Qualidade de Vida (QV) em 8 dimensões,coletando os dados sóciodemográficos, clínicos ,nutricionais.Os resultados foram apresentados na forma de análise descritiva. Resultados: A amostra foi constituida de 16 mulheres (40%) e 24 homens(60%) sendo a média de idade do grupo de 49,9 anos, com um tempo médio de tratamento de 36,6 meses. Constatou-se comprometimento nas diferentes dimensões analisadas pelo SF-36 sendo o pior resultado no aspecto físico. O perfil sociodemográfico foi homogêneo, constituido em sua totalidade por clientela do sistema único de saúde, residente na micro-região da cidade de Poços de Caldas, com o predominio da cor parda, de um tempo de escolaridade menor que 4 anos e de uma renda familiar na faixa de um salario mínimo.Cerca de 87,5% dos indivíduos não possuem atividade de trabalho. A principal causa da IRC foi relacionadoa hipertensão arterial (62,5%). Em relação ao estado nutricional há o predominio de pacientes eutróficos (50%) e seguidos de sobrepeso (45%). Conclusão: Os dados obtidos fornecem indicadores importantes sobre o perfil desta população permitindo eleboração de estratégias para melhorar o tratamento desta população. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO131 QUALIDADE DE VIDA E NÍVEIS DE DEPRESSÃO APÓS UM PROGRAMA DE FORTALECIMENTO MUSCULAR DE MEMBROS INFERIORES DURANTE HEMODIÁLISE BRANDAO, JAG(1); FIGUEIREDO, SG(1); FREIRAS, FF(1); GARCIA, RCP(1); DALLE, RDM(1); Santa Casa de Poços de Caldas(1); Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) e níveis e depressão em pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento dialítico antes e após um programa estabelecido de fortalecimento da musculatura dos membros inferiores. Materiais e Métodos: Foram selecionados 26 pacientes portadores de IRC realizando hemodiálise(HD). Foram divididos em grupo tratado (GT) e grupo controle(GC). Ambos os grupos passaram por uma avaliação fisioterapêutica detalhada que incluía : exame físico, avaliação da força muscular,teste de força máxima, manovacuometria pela força expiratória máxima (PE máx) e responderam os questionários de QV SF-36 e inventário de Depressão de Beck. O GT participou de um tratamento fisioterapêutico, baseado no fortalecimento de musculatura de membros inferiores, especificamente os músculos do quadríceps e iliopsoas com caneleiras a 50% do valor encontrado no teste de força de uma repetição máxima (1RM) . Foram realizados também o fortalecimento da musculatura abdominal inferior. Ao final dos exercícios foram realizados alongamentos de membros inferiores e exercícios de propriocepção respiratória. Após 6 semanas foram feitas novas avaliações e repetidos os questinários.A análise de significância estatística foi feita através dos métodos "Wilcoxon scores" e Teste "T value". Resultados: Foram encontrados melhores resultados em todos os parametros avaliados no GT. A QV teve melhora significativa nas variáveis de vitalidade (p= 0,0342) , aspectos emocionais (p= 0,0106) saúde mental (p= 0,0177) e social (p= 0,0076).Obtivemos resultados significativos também na diminuição da depressão (p= 0,0477) e na PEmáx (p= 0,0162) assim como na força muscular de flexão de quadril (p= 0,0001) e extensão de joelho (p=0,001). Não houve alterações nos parâmetros do GC. Conclusões: O programa de fortalecimento muscular mostrou ser eficaz para melhorar a Qualidade de Vida e a depressão naos pacientes com IRC durante a HD. PO132 STATUS ÁCIDO-BÁSICO DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE RIBEIRO, PR(2,3); CUNHA, DR(2); BASALDUA, SBB(2); GORDAN, PA(1,3); IPECET(1); NEFROCLINICA(2); UEL(3); Introdução: Considerando que os exames relacionados à avaliação do estado ácidobásico não são solicitados de rotina nas unidades de hemodiálise (RDC 154). Fez-se necessário um estudo onde se pudesse fazer o diagnóstico dessa população, pois as conseqüências da acidose metabólica crônica são o aumento do catabolismo protéico, a diminuição da síntese protéica e o balanço protéico negativo, também induz a resistência à insulina. Acidose metabólica também tem sido atribuída ao uso de Sevelamer. Objetivo: Identificar os pacientes acidóticos de uma clínica de hemodiálise e sua correlação com o uso de Sevelamer. Metodologia: A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo transversal, analítico e descritivo. Em Janeiro de 2008 foi realizada a coleta de dados foram incluídos no projeto os adultos, com idade superior a 18 anos, que fazem parte do programa há mais de três meses, Foram analisados dados de 153 pacientes, sendo que destes 53 eram mulheres e 100 homens, com idades entre 18 e 84 anos. A definição de acidose obedeceu aos parâmetros: base excess < - 4, H+ > 40 e HCO3 < 22. Baseado nesses parâmetros os indivíduos foram separados em dois grupos, conforme o uso ou não de sevelamer. A análise estatística foi realizada com o programa EpiInfo 3.4.1, a prevalência de acidose foi apresentada com intervalo de confiança de 95%. O nível de significância considerado foi de 5%.Resultados: A prevalência de acidose estimada foi de 71 (46,4%), sendo que destes 48 (67%) não faziam uso de Sevelamer 34 (47, 9%) apresentam PCRn < 1 e 37 (52,1%) PCRn &#8805; 1, 44(52,1%) apresentaram Kt/v <1,2 e 36 (43,7%) apresentaram o Kt/v &#8805; 1, 2, Dos pacientes que não foram diagnosticados com acidose 68 (82,9%) não fazia uso de sevelamer e 14 (17,1%) fazia uso deste, 58 (70,7%) apresenta o PCRn < 1 e 24 (29,3%) apresenta PCRn &#8805; 1, 36 (43,9%) apresentou Kt/v <1,2 e 44 (53,7%) apresentou Kt/v &#8805; 1,2. Conclusão: Nesta amostra não conseguimos demonstrar a maior prevalência de acidose nos paciente que estavam em uso de sevelamer . PO133 AVALIAÇÃO FÍSICA DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIÁLISE GUARALDO, SA(1); RIBEIRO, E(2); TZANNO MARTINS, C(1); CINE - Centro Integrado de Nefrologia(1); Home Dialysis Center(2); DE Objetivo: Analisar os resultados de três testes de avaliação física de pacientes em tratamento de hemodiálise com intervenção de atividade física. Material e métodos: A amostra foi aleatória, constitui-se de 22 pacientes entre 33 a 88 anos, sendo 8 mulheres e 14 homens. Para avaliar a força de membros inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Para membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o teste de força de flexão de cotovelo. E para avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos o teste de equilíbrio estático. Todos os testes referem-se a Matsudo (2000). Os testes foram realizados antes do início da sessão de hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico SPSS para analisar as medidas: média (x), desvio padrão (DP), mínimo (min) e máximo (máx); referente aos dados dos pacientes. Resultados: os resultados encontrados para m.m.i.i.foram: x: 11,59, DP: 4,95, min: 0 e máx:19 . Para m.m.s.s os resultados são: x: 14,32, DP: 4,95, min: 5 e máx: 23. E referente ao teste de equilíbrio encontramos os seguintes resultados: x: 17,42, DP: 5,18, min: 2,33 e máx: 30. Sendo que para m.m.i.i. e m.m.s.s os resultados são referentes à quantidade de repetições corretas máximas em 30 segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execução é de 30 segundos. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 51 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 52 14 de setembro de 2008 - Domingo Conclusão: Através desses resultados podemos avaliar que existe uma grande variação dentro da amostra. Verificando a necessidade de se desenvolver um projeto de atividade física, com avaliação e metodologia individualizada aos pacientes. PO134 AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR E EQUILÍBRIO DE PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE CRÔNICA GUARALDO, SA(1); COSTA, SA(2); RIBEIRO, E(1); TZANNO MARTINS, C(2); HOME DIALISYS CENTER(1); CINE - Centro integrado de Nefrologia(2); Objetivo: Comparar os resultados de três testes de avaliação física neuromotora de pacientes em tratamento de hemodiálise com a população americana, para futura intervenção com atividade física Material e métodos: A amostra foi aleatória, constituise de 22 pacientes entre 33 a 80 anos, sendo 8 mulheres e 14 homens Foi levado em conta a idade e sexo dos pacientes para análise comparativa . Para avaliar a força de membros inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Para membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o teste de força de flexão de cotovelo. E para avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos o teste de equilíbrio estático. Todos os testes referem-se à Matsudo (2000). Os testes foram realizados antes do início da sessão de hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico SPSS para analisar as medidas: média (x) e desvio padrão (DP); referente aos dados dos pacientes. Os valores padrões de referência para comparativo seguem segundo a população americana RIKLIN e JONES (1999) Resultados: Encontramos para m.m.i.i. x: 11,59 e DP: 4,95 para os pacientes em hemodiálise, e para a população americana possuímos x: 15,35 e DP: 0,42. Para m.m.s.s os resultados são: x: 14,32 e DP: 4,95 para os pacientes em hemodiálise e para população americana encontramos x:18,07 e DP: 2,12. E referente ao teste de equilíbrio encontramos os seguintes resultados: x: 17,42 e DP: 5,18 para os pacientes em hemodiálise e para a população americana encontramos x:18,45 e DP: 0. Sendo que para m.m.i.i. e m.m.s.s os resultados são referentes à quantidade de repetições corretas máximas em 30 segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execução é de 30 segundos. Conclusão: Verificamos que nos testes de avaliação de força de m.m.i.i. e m.m.s.s. há uma grande variação na população estudada, quando comparada a população americana. Entretanto, na análise do teste de equilíbrio obtivemos resultados semelhantes. Tais resultados sugerem que a intervenção física deve ocorrer dando preferência ao aumento de força muscular nessa população. PO135 ANÁLISE DE FATORES PREDITORES DE MORTALIDADE EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE N. ANTUNES, A. SCHRANK, P.A. MENEZES, L.R. CARDOSO. Clínica Nefrológica Ltda(1); Universidade Federal do Rio de Janeiro(2); Introdução: a taxa de mortalidade por doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD) é 10 a 20 vezes maior que a da população geral, o que justifica analisar os fatores de risco associados com a alta mortalidade destes pacientes. Objetivo: Identificar os fatores de risco que contribuiram para a mortalidade de pacientes com DRC em HD numa clínica do Rio de Janeiro. Metodologia: estudo transversal, retrospectivo. Foram incluídos 84 pacientes em HD há, pelo menos, 6 meses, no período de janeiro a dezembro de 2007. Variáveis estudadas: presença de diabetes mellitus (DM), HAS &#8805; 140/90 mmHg, hemoglobina (Hb &#8804; 11 g/dl) e albumina séricas (alb &#8804; 3,5 mg/dl), fósforo sérico (P &#8805; 6 mg%), colesterol total (col &#8805; 200 mg%), KtV &#8804; 1.4 e ganho interdialítico (GID &#8805; 5%) do peso seco estimado (PSE) do paciente. Cálculo do risco avaliado pela razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança (IC). Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: a média de idade foi de 58,0±14,4 anos, 53,6% do sexo masculino. As principais causas de DRC foram: HAS (47,6%), DM (25%) e glomerulonefrite crônica (10,7%). No período estudado, houve 14 óbitos (16,6%). Principais causa mortis: IAM (28,5%), sepse (21,4%) e AVE (14,3%). As variáveis presença de DM, Hb &#8804; 11 g/dl e KtV &#8804; 1,4 associaram-se com mortalidade na população estudada. Tabela 1. Conclusão: Este estudo enfatiza a importância de fatores de risco como DM, anemia e baixa eficiência de diálise para a mortalidade de pacientes com DRC em HD. Assim, a atuação efetiva sobre estes fatores poderá minimizar a taxa de mortalidade dos pacientes em HD nos centros de diálise. PO136 UM CASO DE ESPONDILODISCITE COMO COMPLICAÇÃO METASTÁTICA DO USO DE CATETER TEMPORÁRIO DE DUPLO-LUMEM EM HEMODIÁLISE MATOS, AS(1); PIMENTEL, AL(1); PAZELI, JM(1); MILAGRES, MV(1); RODRIGUES, AT(1); Pró-Renal(1); Estima-se que aproximadamente 8% dos pacientes em hemodiálise (HD) fazem uso de cateter temporário de duplo-lumem (CTDL). A espondilodiscite (EP) é uma entidade patogênica grave e representa 2-4% das osteomielites. Estima-se que, entre os sobreviventes, o déficit neurológico seja em torno de 7% e que 30% dos pacientes mantenham a dor como principal sintoma. Objetivo: apresentar e revisar um caso de EP associada ao uso de CTDL em HD. Metodologia: trata-se de um caso clínico de RCAC, 34a, branca, do lar, em programa de HD desde 2002 por nefropatia por IgA. Apresentava dificuldade de acesso e foi transferida para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) em 02/2007; último CTDL foi implantado em 12/2006 e retirado em 02/2007. Em 08/2007, iniciou quadro de lombalgia progressiva irradiando para membros inferiores (MMII). A dor era contínua, piorava com a movimentação, melhorava parcialmente com analgésicos comuns, sem alterações neurológicas. Evoluiu com limitação das atividades diárias, adinamia, queda de cabelo, anemia e emagrecimento acentuado (4Kg em 30 dias). Exames laboratoriais mostravam leucometria global 52 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres normal, anemia, elevação da PCR e da VHS. Radiografias de tórax e ecocardiografias não mostravam alterações associadas. A cintilografia óssea trifásica (COT) revelou hiperfluxo, hiperemia e hipercaptação tardia do radiotraçador em L4. Ressonância magnética de janeiro/2008 evidenciou irregularidades articulares L3-L4, formação tissular nas partes moles, redução do espaço discal, perda dos planos gordurosos, suave compressão do saco tecal e sugeriu-se a possibilidade de discite. A hemocultura (duas amostras) foi positiva para Klebsiella spp. sensível à ciprofloxacina, que foi usada por seis semanas, obtendo-se melhora dos sintomas e atenuação significativa da dor. O uso do CTDL é uma alternativa usada em pacientes no início da HD, principalmente naqueles referenciados tardiamente para os serviços de diálise. Infecções metastáticas relacionadas ao CTDL variam entre 3,2-22% e a discite por Klebsiella é uma condição mais rara ainda. É necessário alerta nesses pacientes e recomenda-se estimular a fístula nos ambulatórios preventivos. PO137 AVALIAÇÃO DO GRAU DE ESCOLARIDADE EM PACIENTE EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA E VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIA NO NÍVEL DE STRESS NESSA POPULAÇÃO. RAMOS, GSM(1); TZANNO_MARTINS, C(2); RIBEIRO JR, E(1); Home Dialysis Center(1); Centro Integrado de Nefrologia(2); Objetivo: Avaliar o grau de escolaridade em paciente em terapia renal substitutiva e verificar se há interferência no nível de stress nessa população. Material e métodos: Entrevista individual para obtenção do grau de escolaridade com 180 pacientes (100%), sendo 7,23% analfabetos, 17,22% com fundamental completo, 36,67% com fundamental incompleto, 18,88% com ensino médio completo, 10,56% com ensino médio incompleto, 3,88% com superior completo e 5,56% com superior incompleto. Selecionamos, aleatoriamente, 7 pacientes analfabetos (3,89%) e 11 com nível superior (6,11%) entre 24 e 78 anos, totalizando 18 pacientes avaliados. Foi aplicado o ISSL (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp) para avaliar a fase em que o stress se encontra (Lipp, 2005). Os testes foram realizados durante a sessão de hemodiálise. Resultados: Verificamos que dos pacientes sem instrução, 28,57% estão em fase de alerta, 71,42% em resistência e 28,57% em fase de exaustão. Já com os pacientes com grau de instrução maior, obtivemos 9,09% em fase de alerta, 63,63% em resistência e 27,27% em exaustão. Conclusão: Observamos resultados similares nos dois grupos, inclusive em fase de exaustão, o que sugere a importância da intervenção psicológica nessa população. Aparentemente o grau de escolaridade não teve influência no nível de stress. PO138 TRANSTORNO MENTAL COMUM (TCM) EM PACIENTES HEMODIÁLISE MACIEL, AA; LOPES, P; XAVIER, PJ; VALENTE, LM; COELHO, SN. Centro de Tratamento Renal(1); EM Os transtornos mentais acometem os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em hemodiálise (HD), notadamente a depressão e a ansiedade. A associação de DRC e TCM acarreta um impacto negativo na qualidade de vida, afetando seu estar-nomundo e sua condição de saúde. Objetivo: Estimar a associação de TMC em portadores de DRC em HD. Material e Método: Avaliaram-se todos os pacientes em HD no Centro de Tratamento Renal, em Jaboatão-PE, quanto ao sexo, estado civil, escolaridade, renda familiar (RF). A equipe multidisciplinar aplicou o Silfo Reportem Querstionnaire (SRQ20). Na avaliação dos resultados do SRQ20, a pontuação &#8805; 7 indicava a presença de TMC. Resultados: Entre os 240 (100%) pacientes analisados, 97 (40%) pacientes obtiveram pontos &#8805; 7 e considerados portadores de TMC. Quanto ao sexo: 47 fem/ 45 masculino; o analfabetismo 6 (6%), estudo fundamental 86 ( 89%) e 5 (5%) pacientes tinham nível superior. Quanto ao estado civil, 50 (51%) eram casados, 26 (27%) solteiros, 11 (11%) divorciados e 10 (10%) viúvos. Quanto a RF, 1 (1%) não tinha nenhuma RF, 13 (13%) tinham >0 e < 1 salário mínimo (SM), 58 (60%) &#8805; 1 SL e < 2 SL, 13 (13%) &#8805; 2 SL e 12 (12%) recusaram-se a informar a RF. Conclusão: Evidenciou-se alto índice de TCM no grupo analisado, o que está de acordo com a literatura . Dentre as variáveis estudadas há viézes: maior a escolaridade menor a chance ter TMC e a RF que quanto menor, maior é probabilidade de TMC. Os resultados ressaltam a importância do encaminhamento, para a psicologia e/ou psiquiatria, dos pacientes fadigados, com mal estar, dificuldade de concentração, esquecimento, poliqueixas e insônia, pois estes são sinais e sintomas iniciais de TMC. A plêiade sintomática pode ser mal interpretada pela equipe se for vista como parte exclusiva do corolário dos pacientes com DRC, em razão da visão organicista que prepondera no médico, em detrimento do aspecto mental. Isso por desconhecimento do campo psíquico, por pouca importância, ou que é grave, um aspecto da relação transferencial com os pacientes que não pode ser reconhecida. O reconhecimento do TMC pode trazer uma melhora na qualidade de vida dos portadores de DRC em HD PO139 A APLICAÇÃO DE EXERCÍCIO ISOTÔNICO DURANTE A HEMODIÁLISE MELHORA A EFICIÊNCIA DIALÍTICA CUNHA, DF(1); ALMEIDA, IC(1); MOURA, RS(1); RIOS, CS(1); PADULLA, SAT(1); BURNEIKO, RCVM(1); MEDINA, LAR(1); TORRES, DB(1); PISSULIN, FDM(1); NAJAS, CS(1); LOPES, FS(1); Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo(1); Introdução: A doença renal crônica (DRC) é secundária a perda progressiva e irreversível da função dos rins. Com o avanço da DRC, a diálise é uma alternativa de terapêutica substitutiva renal, com o objetivo de corrigir as alterações metabólicas, XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 53 Pôsteres hídroeletrolíticas e remover os solutos urêmicos. Para adequação da terapêutica dialítica usa-se o índice de depuração da uréia por sessão de hemodiálise-Kt/V. Sabemos que o exercício físico de moderada intensidade tem demonstrado melhorar a depuração de uréia e consequentemente aumento do Kt/V. Objetivos: Avaliar os efeitos do exercício físico isotônico de baixa intensidade durante a hemodiálise sobre o Kt/V. Material e Métodos: Foram analisados dados de 15 voluntários com DRC com idade de 59,87 ± 14,51 anos, ambos os sexos, submetidos à hemodiálise três vezes por semana. Após 2 horas do início da diálise, foi aplicado um protocolo de exercícios isotônicos de baixa intensidade de membros superiores e inferiores. Os exercícios propostos tiveram duração de 30 minutos, por um período de três meses. Os valores do Kt/V foram comparados no período de três meses anteriores, obtidos de uma sessão em cada mês sem exercício (média) e durante os três meses de exercício obtidos de uma sessão a cada mês (média). O teste t Student pareado foi utilizado para análise estatística e o nível de evidência foi considerado relevante se P<0,05. Resultados: Foi encontrada diferença estatisticamente significante (p< 0,05) entre a média dos valores do Kt/V nos três meses sem exercício (1,13 &#61617; 0,11) com os valores obtidos após aplicação do programa de exercícios (1,29 &#61617; 0,12). Conclusão: Exercícios isotônicos de baixa intensidade em pacientes com DRC, aplicados durante a sessão de diálise, melhoraram a eficiência dialítica medida pelo KT/V. PO140 ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE MENDES, LKP(1); MEDINA, LAR(1); VANDERLEI, FM(2); TORRES, DB(1); VANDERLEI, LCM(2); BETÔNICO, GN(1); ALMEIDA, IC(1); SANTOS, AAA(1); LIMA, MG(1); PADULLA, SAT(2); BURNEIKO, RCVM(2); LOPES, FS(1); UNOESTE, Presidente Prudente SP.(1); UNESP, Presidente Prudente SP.(2); Introdução: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em programa de hemodiálise apresentam debilidade física que pode estar ligada a diversos fatores, tais como anemia, hipertensão arterial, desnutrição, alterações metabólicas, cardiovasculares, respiratórias, musculoesquelética, imunológicas e depressão. Estes fatores prejudicam a capacidade física que pode ser agravada pela diminuição da prática regular de atividade física, portanto, conhecer o nível de atividade física destes indivíduos pode ser importante para implementar programas de atividade física. Objetivos: Analisar entre os indivíduos portadores de DRC, submetidos à hemodiálise o nível de atividade física. Material e Métodos: Foram analisados dados de 100 voluntários (55,60 ± 14,00 anos), homens e mulheres, submetidos à hemodiálise três vezes por semana. Para análise do nível atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) em sua versão curta, composto de perguntas que abrangem atividade como meio de transporte, no trabalho, exercício e esporte e que classifica os voluntários em muito ativo, ativo, insuficientemente ativo A e B e sedentário. Estatística descritiva foi utilizada para análise dos dados. Resultados: Dos voluntários analisados apenas 28% realizam algum tipo de atividade física regularmente, sendo considerados 9% muito ativo e 19% ativos. A maior parte dos voluntários não realiza ou realiza pouca atividade física, sendo 23% insuficientemente ativo B, 20% insuficientemente ativo A e 29% classificados como sedentários. Conclusão: A maioria dos voluntários analisados apresenta baixo nível de atividade física, o que reforça a importância de profissionais da saúde, na implantação e orientação de programas de atividade física, tendo em vista os benefícios que a mesma traz para estes indivíduos. PO141 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE JURNO, ME(2); LOPES, DT(2); AFFONSO, PTR(2); CUNHA, NM(1); MATOS, AS(1); PIMENTEL, AL(1); Pró-Renal(1); FHEMIG(2); A hemodiálise (HD) pode provocar cefaléia como resultado da grande quantidade de água e eletrólitos que são trocados durante o processo. Alguns autores chegam a relatar que até 70% dos pacientes apresentam o distúrbio. Por outro lado, a caracterização da cefaléia não relacionada a HD é muito pouco explorada e a grande maioria dos pacientes permanecem sem receber o tratamento adequado. Neste estudo objetivou-se investigar a frequência de cefaléia, as características clínicas, a associação com a HD ou não e a sua classificação de acordo com a Sociedade Internacional de Cefaléia (ISH). Foram encaminhados da Pró-Renal 42 pacientes do sexo masculino e 41 do sexo feminino para serem avaliados especificamente por um neurologista especialista em cefaléia. Todos os pacientes compareciam a quatro horas de sessão de HD três vezes na semana, utilizavam capilar do tipo acetato de celulose adequado a sua superfície corporal, banho de bicarbonato e estavam com seus níveis pressóricos controlados na consulta com o especialista. Os critérios da ISH foram utilizados para classificar o tipo de cefaléia. Pacientes que usavam algum tipo de medicamento que poderia provocar o evento foram afastados do estudo. A cefaléia foi encontrada em 38 pacientes (45,7%) dos 83 referenciados ao neurologista, sendo 50,6% do sexo masculino e os demais do sexo feminino. A cefaléia tensional episódica infrequente (ISH ítem 2.1) foi enconrada em 19 (22,8%) dos pacientes; nove (10,8%) apresentavam cefaléia sem aura recorrente, manifestando-se em ataques que duravam de 4 a 72h (ISH ítem 1.1); nove casos (10,8%) foram classificados como cefaléia associada a HD (ISH ítem 10.2) e um (1,2%) como cefaléia com aura (ISH ítem 1.2). Rastrear e identificar as cefaléias em pacientes em HD é importante porque muitos deles podem apresentar cefaléia não associada à HD e, portanto, receberem tratamento específico, melhorando significativamente seus sintomas e, por consequência, sua qualidade de vida. Além disso, corrigir os possíveis fatores desencadeantes na cefaléia associada à HD pode reduzir o uso abusivo de analgésicos e melhorar a qualidade do tratamento oferecido. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO142 GESTAÇÃO EM PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) DIALÍTICA. UMA REVISÃO DA LITERATURA. FERNANDES JR, LJ(1); SOUZA, RA(1); RIBEIRO, FM(1); SILVA, JMP(1); Hospital das Clínicas - UFMG(1); Objetivo: Correlação de caso clínico com dados publicados na literatura. Metodologia: Relato de Caso e Revisão da Literatura. Resultado: IJSV, 21 anos, DRC terminal secundária à síndrome de Alport, em hemodiálise (HD) desde 2001. Prescrição de HD 12 hs/semana, dialisador polissulfona, heparina 5500 UI, ganho de peso interdialítico 2,5 Kg, peso seco de 51 Kg. Em uso de eritropoetina (EPO), hipotensores e vitaminas. Primigesta, com diagnóstico de gestação em 18/11/2005, data da última menstruação em 25/09/2005. A prescrição de HD foi modificada para 20 hs/semana divididas em 5 sessões, fluxo de bomba de sangue e dialisante mantidos, solução dialítica com cálcio de 2,5 mEq/L, aumento do peso seco em torno de 500 gr/mês até 61 Kg no momento do parto. Os hipotensores foram reduzidos, com bom controle durante a gravidez. Durante a gestação as doses de EPO e Vitamina D foram aumentadas. Concentrado de hemácias foi preciso antecedendo o parto, este cesáreo na 28ª semana devido polidrâmnio. Recém nascido (RN) pequeno para idade gestacional (IG) apresentou sepse neonatal. Atualmente mãe e criança estão bem. Discussão: A incidência de gravidez em diálise varia de 1 a 7% e cerca de sendo que 40% resultam em nascidos vivos. A IG média do diagnóstico é de 16,5 semanas sendo que 80% dos RN nascem prematuros, geralmente devido a trabalho de parto prematuro por polidrâmnio, amniorrexe prematura, hipertensão materna e sofrimento fetal. O manejo da paciente grávida em HD deve incluir: aumento da dose de diálise, dialisadores biocompatíveis, concentração bicarbonato de 25 mEq/L, controle do cálcio, reajuste da dose de vitamina D, maior aporte protéico, suplementação de folato, reposição de vitaminas hidrossolúveis, controle rigoroso de anemia. A dose de heparina durante HD é controversa, todavia sugere-se sua redução. A baixa incidência de gestação e sua evolução desfavorável trazem ansiedade quanto à evolução destes casos. Conclusão: A melhora do tratamento de HD nas últimas décadas ocasionou aumento da incidência de gravidez, permitindo melhor compreensão e manejo de gestantes em HD. PO143 ENDOCARDITE BACTERIANA DE VALVA TRICÚSPIDE E EMBOLIA SÉPTICA PULMONAR: COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO CATETER VENOSO CENTRAL PARA HEMODIÁLISE SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); ALMADA-LIMA, ARJ(1); OLIVEIRA, MM(1); MARANHÃO-CARDOSO, TAA(1); PACHECO, DCS(1); MARINHO, SC(1); FROTA, GM(1); Hospital Universitário -UFMA(1); Introdução: O uso prolongado de cateteres de duplo lúmen (CDL) como acesso vascular para hemodiálise está relacionado ao aparecimento de complicações infecciosas. Bacteremias relacionadas aos CDL, podem ocasionar colonização à distância e uma das conseqüências mais graves é a endocardite bacteriana aguda (EBA). Quando a EBA acomete as câmaras cardíacas direitas, há risco de embolização séptica pulmonar, o que está associado a maior morbi-mortalidade Objetivo: Apresentar um caso de EBA de valva tricúspide, complicada com embolia séptica pulmonar, em paciente usuária de cateter de duplo lúmen para hemodiálise Relato de Caso: G.S.M.C, sexo feminino, 19 anos, portadora de doença renal crônica em estágio terminal (DRET)por glomerulonefrite lúpica, em programa de hemodiálise há 11 meses, internada na enfermaria de nefrologia procedente da unidade de diálise, com história de hipotensão, febre e calafrios iniciados há 3 dias. Fazia uso de CDL para hemodiálise em veia jugular interna à direita, devido à trombose da fístula arterio-venosa (FAV) ocorrida há 2 meses. Retirado o CDL e iniciado vancomicina. Hemoculturas e cultura do segmento do cateter revelaram crescimento de S. aureus meticilino-sensível. Trocado esquema antimicrobiano para oxacilina, com persistência da febre após 7 dias de antibiótico, além do aparecimento de tosse com expectoração amarelada e sopro diastólico em foco tricúspide. Realizado Ecodopplercardiograma, que revelou vegetação móvel medindo 30 x 10 mm, aderida à base do folheto anterior na face atrial com protusão para o ventrículo direito. Radiografia e Tomografia de Tórax (CT) demonstraram nódulos escavados distribuídos em ambos campos pulmonares, sugestivos de êmbolos sépticos e sinais de hidropneumotórax à D. Mantido esquema antimicrobiano havendo resolução do quadro febril após o 14º dia. CT de tórax e ecodopplercardiograma de controle realizados no 42º dia de esquema antimicrobiano, demonstraram redução do diâmetro da vegetação (10 x 20 mm) e resolução das imagens pulmonares, com alta hospitalar. Conclusão: Complicações infecciosas relacionadas aos cateteres de hemodiálise são freqüentes entre os pacientes com DRET. Casos graves, com este aqui relatado, são mais raros, porém demonstram a necessidade da realização precoce e manutenção cuidadosa do acesso vascular definitivo (FAV). PO144 PACIENTES COM DOENÇA RENAL POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA DOMINANTE EM HEMODIÁLISE APRESENTAM MENOR NECESSIDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE ERITROPOETINA QUE OS COM GLOMERULONEFRITE PRIMÁRIA. FIGUEIREDO, MBF(1); VIEIRA, LF(1); MONTEIRO, HF(1); ETO; YX(1); SOUSA, MF(1) Objetivo:: Verificar se os pacientes com Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) em hemodiálise têm menor necessidade de administração de eritropoetina (EPO) que os pacientes em hemodiálise cuja causa básica seja glomerulonefrite crônica primária (GNCP). Materiais e Métodos: Através de uma planilha de dados coletamos a hemoglobina, a dose de EPO mensal usada de 26 pacientes portadores de DRPAD em hemodiálise em Goiânia. Fizemos o mesmo com XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 53 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 54 14 de setembro de 2008 - Domingo 25 pacientes portadores de GNCP em hemodiálise. Coletamos durante cinco meses para os pacientes cuja causa básica era GNCP e seis meses para os com DRPAD. Construímos uma fórmula que relacionava a dose mensal de EPO por Kg de peso no numerador e a hemoglobina no denominador. Utilizamos o teste Mann-Whitney para comparar os resultados. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da instituição. Resultados: A hemoglobina encontrada foi de 10,83 g/dl para os pacientes com GNCP e 11,44 g/dl para os com DRPAD (p=0,09). O consumo de EPO mensal foi de 27.413 UI para os com GNCP e 18.938 para os com DRPAD (p=0,0098). Quando utilizamos a fórmula da necessidade de EPO a diferença ainda persistiu: 48,25 (mediana) para os com GNCP e 31 (mediana) para os com DRPAD (p=0,012). Considerando EPO mensal/peso encontramos mediana 319,19 para DRPAD e 523,84 para GNCP (p=0,0023). Conclusão: Os pacientes em hemodiálise cuja causa básica é a DRPAD têm menor necessidade de EPO que aqueles cuja causa básica é a glomerulonefrite crônica primária. PO145 HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO: CORRELAÇÃO ENTRE TAMANHO DA PARATIREÓIDE À ULTRASSONOGRAFIA E DADOS LABORATORIAIS EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE RIBEIRO C(1); LEÃO FCC(1); SILVA GMC(1); CAMPOS NETO MS(1); LEITE AF(1); PENIDO MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1); Objetivo: Correlacionar achados ultrassonográficos de glãndulas paratireoides com exames laboratoriais realizados em pacientes em tratamento hemodialítico com PTH acima de 800 pg/ml. Material e Métodos: Estudo realizado em pacientes em hemodiálise crônica entre Janeiro de 2005 e Janeiro de 2006 com pelo menos uma dosagem de PTH acima de 800pg/ml. Foram correlacionados níveis séricos de cálcio (Ca), fósforo (P), fosfatase alcalina(FA) e PTH com o tamanho da glândula paratireóide à ultrassonografia (US). A glândula foi considerada aumentada quando tinha mais de 1 cm em um dos diâmetros ou diâmetro maior que 0,5cm2. Resultados: Oitenta e cinco pacientes foram submetidos a US de glândulas paratireóides, e dosagens de cálcio(Ca), fósforo(p), Fosfatase alcalina(FA) e PTH. Cinqüenta e quatro pacientes (63,5%) tinham pelo menos uma glândula aumentada (grupo 1) e trinta e um pacientes (36,5%) tinham glândulas normais à US (grupo 2). Os níveis de PTH, Ca, P e produto CaxP no grupo 1foi significativamente maior que no grupo 2, p respectivamente de 0,003; 0,015 e inferior a 0,001. Não houve diferença entre os grupos nos níveis de fosfatase alcalina. Discussão: Encontramos correlação positiva entre PTH, Ca, P, e produto Ca x P e aumento de glândulas paratireóides à US em pacientes em hemodiálise crônica e PTH acima de 800pg/ml. O aumento da glândula detectado à US pode ser um fator indicador da resposta clínica à terapia com calcitriol. PO146 ESTRATÉGIA PARA O CONTROLE DO GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO E HIPERTENSÃO DAMBISKI, AC; OGATTA, F; CARVALHO, JRMM; MACIEL, MA; PILONETTO, I. Instituto do Rim do Paraná(1); O ganho de peso interdialítico é um fator que interfere na pressão arterial dos pacientes renais crônicos em hemodiálise. O objetivo deste estudo é implementar uma estratégia para melhorar este controle, buscando uma terapia alternativa em forma de competição entre os pacientes. A pesquisa foi desenvolvida em uma unidade de diálise entre outubro e novembro de 2006. Participaram do trabalho 2 turnos de pacientes (n=22), identificados como grupo 1 e 2. Critérios de inclusão foram maiores de 18 anos, mais de 90 dias de hemodiálise e hipertensos ( PA> 140/90mmHg). Realizou-se uma gincana entre os grupos, com premiação para o vencedor. Foi aferida a PA pré e pós diálise além do ganho de peso interdialítico. Os dados foram tabulados a cada sessão e classificados como bom ou mau controle ( abaixo ou acima de 140/90mmHg e abaixo ou acima de 5% do peso seco). Para os pacientes acompanharem a pontuação, os dados eram expostos na sala de diálise. Durante todo o período os grupos foram motivados pela equipe e reorientados sobre os cuidados dietéticos. Para análise de significância, foi aplicado o teste t-student, sendo considerados estatisticamente significativos no nível de 5% (p<0,05). Comparando-se os grupos, apesar da diminuição média verificada para as 2 variáveis ( PA média de entrada e ganho de peso), não houve significância estatística; porém, para PA média de saída tivemos um p-valor significativo de 0,022. Na análise conjunta entre os meses também houve significância apenas na PA média de saída (p=0,07), sendo os valores do mês de outubro estatisticamente maiores que os de novembro. Apesar de não se obter significância em todas as variáveis analisadas, deve-se levar em consideração o curto período do estudo e a amostra. Concluiu-se que há necessidade de um incentivo contínuo, o estímulo através da competição mostrou um melhor controle dos parâmetros estabelecidos. Evidenciou-se a importância do envolvimento da equipe multiprofissional durante a gincana, colaborando com a conscientização dos pacientes. PO147 DIPLOPIA E SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR POR TUMOR MARROM: APRESENTAÇÃO RARA DO HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO MARANHAO FILHO, AFM(1); HORA, TR(1); GUEIROS, AP(1); GUEIROS, JE(1); MEDEIROS, AG(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1); Hospital das Clinicas(1); O hiperparatireoidismo secundário (HPT) é complicação freqüente dos pacientes com doença renal crônica (DRC). Tumor marrom é uma grave manifestação do HTP, relacionado a um processo de remodelação óssea anormal. Sua localização é variável e raramente acomete esqueleto axial e seio esfenoidal. Objetivo: descrever o caso de uma 54 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres paciente em hemodiálise (HD), com diagnóstico de HPT que apresentou lesões em coluna torácica e seio esfenoidal. Relato de Caso: Paciente de 70 anos, sexo feminino, em HD há 4 anos, que cursava com paratormônio acima de 1000 pg/mL, já com indicação de paratireoidectomia. Em 01/2008, iniciou quadro de cefaléia e diplopia, sendo internada na neurologia. Tomografia de crânio mostrou tumoração com envolvimento extenso do seio esfenoidal, áreas de destruição óssea e envolvimento da região maxilar, cuja biópsia revelou fibroma ossificante. A alteração anatômica propiciou o desenvolvimento de sinusite e o tratamento com antibiótico reverteu a alteração neurológica. Após três meses apresentou dor lombar súbita seguida de paraplegia e perda da sensibilidade nos membros inferiores, além de perda dos controles esfincterianos. Ressonância magnética de coluna mostrou lesão extra-axial com compressão medular no nível da terceira vértebra torácica e destruição do processo espinhoso. Foi iniciada terapia com dexametasona, realizada cirurgia descompressiva e biópsia da lesão. Estudo histopatológico da massa evidenciou tumor ósseo de células gigantes, característico de tumor marrom. Na ocasião, foi feita revisão da lâmina da lesão esfenoidal, cujo resultado revisado foi de tumor marrom. Realizada paratiroidectomia total com implante. A paciente evoluiu com melhora da sensibilidade, da motricidade e da tonicidade esfincteriana. Conclusão: Este caso alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença óssea relacionada à DRC, no intuito de diminuir a morbimortalidade do HTP. PO148 REPERCUSSÃO HEMATIMÉTRICA DO PADRÃO MENSTRUAL DE MULHERES EM PROGRAMA CRÔNICO DE HEMODIÁLISE. DANTAS, LGG(1); PASCHOALIN, RP; (1); SOUZA, AFP; (1); MOURA NETO, JA; (1); MENDES DE SÁ, S(1); BESSA JR, J; (1); BESSA, MC(1); Clínica Senhor do Bonfim(1); A insuficiência renal crônica terminal (IRC) é acompanhada por alterações hematológicas com ocorrência freqüente de anemia, predominantemente secundária a produção insuficiente de EPO (eritropoetina humana recombinante). Também surgem alterações endócrinas e muitas mulheres desenvolvem amenorréia em idade reprodutiva ou sangramento uterino excessivo. Objetivo: Avaliar o impacto da perda menstrual excessiva no controle da anemia da paciente renal crônica através da análise dos níveis de Hb (hemoglobina), dose semanal de EPO e ocorrência de hemotransfusão. Metodologia: 159 pacientes em idade fértil, em programa de hemodiálise, foram avaliadas mediante entrevista estruturada para caracterização do padrão menstrual. Com base nas respostas, foram divididas em 2 grupos: Grupo I, pacientes com sangramento uterino excessivo, menorragia e hipermenorréia (n=47) e Grupo II, pacientes com fluxo menstrual normal ou ausente (n = 113). Realizada a análise comparativa entre os níveis de Hb, dose semanal de EPO (UI/ Kg de peso) e número de hemotransfusão nos últimos 3 meses. Empregamos o teste T para análise das variáveis contínuas e o teste de Fisher para variáveis categóricas, com nível de significância de 0,05. Resultados: A idade média das pacientes dos grupos I (35,66+ 8,13) e II (36,23+ 9,59) foram semelhantes (p= 0,72). A média de hemoglobina dos 3 últimos meses foi significativamente menor no grupo I (9,42+ 1,80) que no grupo II (10,74+ 1,52)( p<0,0001). O risco de hemotransfusão foi maior no grupo I (RR= 4,46; 1,90-10,49). A dose de EPO/peso não diferiu entre os dois grupos (184,8 + 71,00 e 184,6 + 74,85) (p<0,99). No grupo I, 81,2% das pacientes não atingiram a meta de Hb (RR 1,58; 1,26-1,98). Conclusão: A presença de menorragia e hipermenorréia tem impacto na ocorrência de anemia e necessidade de hemotransfusão e atua como fator de impedimento para que sejam atingidas as atuais metas de hemoglobina recomendadas. A dose semanal de EPO foi semelhante nos 2 grupos, porém existem limitações à oferta de doses maiores desta medicação para a população de pacientes estudadas. PO149 ÍNDICES CLÍNICOS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO FERREIRA, EG(1,2); GAUY, F(1,2); UCG - Universidade Catolica de Goiás(1); Nefron - Clínica do Rim e Hemodiálise(2); Objetivo: O presente estudo teve como objetivo comparar níveis de ansiedade, depressão, desesperança e ideação suicida entre pacientes com peso interdialítico > que 5% do peso seco ideal (G1) e com peso interdialítico < que 5% do peso seco ideal (G2). Participantes: Participaram deste estudo 22 pacientes renais crônicos atendidos em serviço de hemodiálise - Nefron-Clínica do Rim e Hemodiálise, localizado na cidade de Goiânia, Goiás. Material: Foram utilizadas as Escalas de Beck: (a) Inventário de depressão (BDI), Inventário de ansiedade (BAI), Inventário de desesperança (BHS) e Inventário de ideação suicida (BSI). Procedimento: Este estudo usou um delineamento descritivo, não experimental. Os participantes foram convidados a participarem da pesquisa e solicitados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Posteriormente os Inventários foram aplicados nas dependências do serviço de hemodiálise. Análise de dados foi feita mediante comparação estatística do G1 e G2. Resultado: O G1 apresentou escores superiores, sendo considerados mais clínicos do que G2 nas escalas aplicadas. Verificou-se a presença com maior intensidade de risco e ideação suicida entre os pacientes G1 em relação ao G2, havendo associação entre depressão, ansiedade e desesperança. No G1 (9,1% BDI moderado e 18,2% BDI grave) e os pacientes do G2 (27,3% BDI moderado), o mesmo acontece com os níveis de ansiedade dos pacientes do G1 (45,4% BAI moderado e 9,1% BAI grave) em relação ao G2 (9,1% BAI moderado e 9,1% BAI grave). Os pacientes do G2 (18,2% BHS moderado) apresentam menos desesperança em relação ao futuro que os pacientes do G1 (18,2% BHS moderado e 9,1%de BHS grave). Conclusão: Os dados sugerem que os pacientes que seguem as orientações médicas e mantém peso interdialítico < que 5% do peso seco ideal têm menos probabilidade de adquirir transtornos emocionais associados a depressão e a ansiedade. Palavras-chave: hemodiálise, ansiedade, depressão, peso interdialítico. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 55 Pôsteres 14 de setembro de 2008 - Domingo PO150 HUMANIZAÇÃO EM TRS–TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA: AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE PACIENTES E ACOMPANHANTES SOBRE O TRATAMENTO SCANO, LLC(1); AGRESTA, SA(1); Nefroclínica Ltda(1); Com o intuito de analisar a percepção do cliente da TRS sobre o tratamento a que é submetido, a Nefroclínica de Unaí/MG fez uma pesquisa, utilizando-se de entrevistas semidirigidas que foram aplicadas em 82 sujeitos, entre pacientes em hemodiálise e acompanhantes. Destes, 04 acompanhantes e 02 pacientes se recusaram a participar. As entrevistas foram realizadas durante a hemodiálise, seguindo o seguinte roteiro: Como é estar na clínica (1)? O que geralmente você faz enquanto dialisa (2)? O que você aprecia fazer (3)? Acha que poderia passar melhor o tempo em que se encontra na clínica dialisando? Você se lembra de alguma experiência agradável na clínica, onde foi proposta uma outra atividade além da hemodiálise? As respostas foram agrupados por semelhança ou natureza, sendo que para análise seguiu-se um referencial teórico psicanalítico, considerando emoções, sentimentos e a experiência vivenciada na clínica de cada paciente.Os principais resultados obtidos foram: *existe mais de uma reposta por paciente. Em primeiro plano o que chamou atenção foi a grande quantidade de “não” nas respostas, o que demonstra um estado de limitação ou falta de liberdade: “eu não posso mais fazer nada”, “não tenho mais o apoio de minha família”, “não posso comer quase nada”. Outrossim, alguns entrevistados colocaram de forma clara a possibilidade de passar melhor o tempo na clínica, e como tentativa de amenizar a negação relembraram momentos bons vividos na clínica, “ o dia das mães foi inesquecível”, “a festa de aniversário com o pastor é uma benção”. Conclui-se, a partir destes dados, que é possível tornar o ambienta da TRS mais agradável ao paciente, no entanto, para isso faz-se necessário que os profissionais trabalhem juntos, superando os melindres e buscando uma visão completa do paciente e de seu bem-estar, trabalhando assim qualidade de vida e morte. PO151 COMO SE COMPORTA O ÍNDICE DE VOLUME DO ÁTRIO ESQUERDO(IVAE) DEPOIS DE 01 ANO EM HEMODIÁLISE(HD)? ALMEIDA, ALC(2); DANTAS, LGG(1); ALMEIDA, CER(2); BESSA JR, J; (1); MOURA JR, JA(1); PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); PASCHOALIN, RP(1); MURITIBA, SOC(1); GUIMARÃES, AC(2); Clinica Senhor do Bonfim (1); Universidade Estadual de Feira de Santana(2); Fundamento: Alterações ecocardiográficas são prevalentes nos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC), já na fase inicial de Hemodiálise (HD). O Indice Volumétrico Átrio do Esquerdo (ICVE) tem se mostrado um preditor de mortalidade nos pacientes em fase crônica de HD de manutenção, costuma estar aumentado no início da HD e parece ser pouco sensível às variações agudas da pré-carga. Pouco se sabe, entretando, sobre a evolução do IVAE após o início do tratamento hemodialítico. Objetivo: Avaliar o comportamento das variáveis ecocardiográficas após 01 ano de tratamento com HD. Delineamento: Estudo prospectivo, observacional. Material e Métodos: Foram estudados 31 pacientes com IRC, sendo 19 homens (61,3%). A idade média: 53±14,6a. Todos os ecocardiogramas foram feitos no início da terapia e repetido após 01 ano de tratamento em HD (03 sessões/semana). Ao final os valores médios foram comparados utilizando o teste t pareado. Resultados: Houve uma tendência de melhora geral nos parâmetros ecocardiográficas após 01 ano de tratamento hemodialítico. No entanto, as variáveis que sofreram maior impacto no período foram: Conclusão: Apesar da tendência supra-citada, apenas o IVAE e a velocidade da onda S do fluxo na veia pulmonar apresentaram redução com significância estatística na amostra avaliada. Outros estudos serão necessários para demonstrar se essa redução no IVAE influencia na taxa de eventos desses pacientes. Hipertensão PO152 AUTOTRANSPLANTE RENAL COMO TRATAMENTO SEGURO E EFETIVO DE HIPERTENSÃO E DE DISFUNÇÃO RENAL, SECUNDÁRIAS À DOENÇA RENOVASCULAR COMPLEXA MELO, NCV(1); GINANI, GF(1); COSTALONGA, EC(1); SANTELLO, JL(1); PRAXEDES, JN(1); Departamento de Nefrologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP(1); Introdução: Autotransplante renal (ATR) pode ser utilizado em indivíduos com doença renovascular complexa como uma alternativa à angioplastia transluminal percutânea.Objetivo: Descrever os resultados do ATR nos últimos 10 anos como opção terapêutica para casos complexos de doença renovascular. Métodos: Foi realizada uma revisão retrospectiva dos pacientes que necessitaram de ATR no nosso centro de 1997 a 2007. Análise estatística apropriada foi realizada e os resultados foram expressos como média ± desvio padrão. Resultados: Foram realizados 17 ATR. As causas de doença renovascular foram displasia fibromuscular (n=4), Arterite de Takayasu (n=7) e aterosclerose (n=6). Três pacientes apresentaram sangramento abdominal com necessidade de transfusão sanguínea após ATR, nenhuma outra complicação grave pósoperatória foi observada. A taxa de sobrevida foi de 100% durante um período de seguimento de 87,58±41,72 meses. Após o ATR, houve redução significativa da pressão arterial (p<0,0001) e do número de anti-hipertensivos utilizados (p<0,0001). Durante o seguimento, a sobrevida renal (definida como ausência de necessidade de diálise) foi de 88,24%. No subgrupo com disfunção renal, a função renal melhorou após ATR (p=0,03), incluindo um paciente em diálise crônica que recuperou função renal e saiu da diálise. Quando comparados com pacientes com função renal normal, houve uma elevação muito maior da função renal após ATR em pacientes com disfunção renal prévia (-1.48±17.99% vs. 124,5±169,7%, p=0,03). Em pacientes com rim único associado à disfunção renal, o aumento de função renal pós-ATR foi ainda maior (142,7±20,4%). Conclusão: ATR proporcionou um tratamento durável das lesões renovasculares com melhora e manutenção a longo prazo da pressão arterial, sem morbidade significativa. Adicionalmente, ATR promoveu melhora importante da função renal no subgrupo com disfunção renal prévia, especialmente naqueles com rim único. Logo, ATR deve ser considerado uma alternativa eficaz e segura de tratamento de casos complexos de doença renovascular, principalmente naqueles com disfunção renal e/ou rim único associados. PO153 ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS SISTÊMICAS APÓS INGESTÃO DE DIFERENTES TIPOS DE DIETAS, EM PACIENTES IDOSOS HIPERTENSOS FERREIRA, ACCR(1); RIBEIRO, JMF(1); VALLE, MB(1); OLIVEIRA, AMM(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1); Universidade Federal de Uberlandia(1); Objetivo: Idosos, portadores ou não de disautonomias, podem apresentar reduções dos níveis pressóricos após refeições. Assim, estudamos a função sistólica cardíaca em pacientes com hipertensão arterial após a ingestão de diferentes tipos de refeições: com alto conteúdo em lípides, carbohidratos e proteínas. Materia e Métodos: Para tanto usamos a bioimpedância torácica para avaliar a função sistólica ventricular em 10 pacientes idosos, com idade média de 69 anos (65 a 79 anos). Estes indivíduos não tinham histórias prévias de hipotensão postural e concomitantes morbidades prévias ao estudo. Pela manhã, após noite de jejum, eram tomadas as medidas antropométricas e, em seguida, os pacientes colocados em posição sentada por 30 minutos (repouso/controle). Ao final deste período, eram fornecidas uma de três refeições, em três dias consecutivos: com alto teor de lipídeos –DL; alto teor de proteínas – DP; alto teor de carbohidratos – DC. Foram avaliados o índice cardíaco (CI); índice sistólico (IS) a cada 15 segundos e os valores registrados foram a media aritmética de 5 leituras em 5, 15, 30, 45 e 60 minutos após a ingestão alimentar. Reultados: Observamos que: a) após DC, o IC aumentou de 2.30 0.21 to 2.61 0.24 litros.min.m2 e o índice de resistência periférica total (iRPT) diminuiu de 3212 226 to 2793 255 dynes.seg-2 aos 45 minutos (p<0.05); b) após DP, não notamos alterações significantes das variáveis estudadas; c) após DL, o IC aumentou de 2.15 0.15 to 2.84 0.27 litros.min.m2 e o iRPT reduziu de 3630 274 to 2666 282 dynes.seg-2 aos 45 minutes (p<0.05). Quando comparamos a resposta hemodinâmica às três refeições, observamos que os mais altos valores do índice cardíaco e os maiores reduções da resistência periférica foram observados após a ingestão de dieta rica em lipídeos, ambos aos 45 minutos (p<0.05). Conclusões: Nossos resultados mostram que alimentos ricos em gorduras podem modificar as condições hemodinâmicas previas à ingestão. Tal fato deveria ser sempre considerado em algumas situações clínicas, tais como os portadores de hipotensão pós prandial. Nestes, a redução do iRPT poderia se constituir em agravante dos episódios hipotensivos. PO154 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES RENAL E CARDÍACA APÓS A REDUÇÃO DE PESO CORPORAL, NO PRIMEIRO ANO PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA, EM OBESOS MÓRBIDOS. LUPPI, AM(1); LIMA, DAR(1); CIMETTA, T(1); ROCHA, LSS(1); FARIA, NO(1); HURTADO, JR(1); PINHEIRO, CF(1); ARAÚJO, SP(1); FERREIRA-FILHO, SR(1); Universidade Federal de Uberlândia(1); Objetivo: O aumento na prevalência da obesidade classe III, tem contribuído para a ampliação do número de pacientes submetidos à cirurgia bariatrica (CB), com estimativas de maior número de procedimentos realizados a cada ano. Entretanto, existem poucos estudos na literatura médica sobre modificações simultâneas ocorridas nos sistemas cardiovascular e renal, no primeiro ano após a cirurgia. Nosso objetivo foi estudar as funções cardíacas e renais antes e depois da CB. Pacientes e Métodos: A taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) e o ecocardiograma foram avaliados antes e após a cirurgia (9 3.2 meses após gastroplastia), em 12 pacientes (4 homens-8 mulheres), com idade de 37.7 10.8 anos e todos com obesidade (classe III). Resultados: Os pacientes mostraram uma redução no peso corporal de 145.8 9.5 para 96.8 4.6 kg (p<0.0001) e uma redução concomitante de IMC de 50.8 5.8 para 34.0 2.2 (p<0.0001). A TFGe reduziu de 214.4 21.0 para 153.6 12.8 ml.min.m2 (p <0.0001), entretanto, o índice sistólico (IS) aumentou de 59.9 7.9 para 72.2 5,0 ml.min.m2 (p = 0.025). O diâmetro diastólico final e a massa ventricular esquerda, não se modificaram de forma significativa após a CB, respectivamente, de 52.5 2.8 para 54.3 1.5mm e de 284 36.5 para 294 48.7g (NS). Conclusão: Conclui-se que existem modificações importantes nas funções renais e cardíacas no primeiro ano após CB. O aumento no IS não foi acompanhado com aumentos na taxa de filtração glomerular e possivelmente, a abrupta redução observada na função renal, poderia ser responsável pela manutenção e até possíveis elevações do índice sistólico neste grupo de indivíduos. A adaptação observada na eTFG precedeu as modificações cardíacas, que não acompanharam a redução rápida no peso corporal pós cirurgia. PO155 PREVALÊNCIA E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NUMA POPULAÇÃO EM DIÁLISE PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); CARRASCOSSI, HL(1); PASCHOALIN, NP(1); NASCIMENTO, RAS(1); RASPANTI, EO(1); NETO, OMV(1); NARDIM, MEP(1); NETO, MM(1); SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto)(1); Introdução: Sabendo-se da falta de informações precisas a respeito do controle da pressão arterial sistêmica nos portadores de insuficiência renal crônica, o objetivo do presente XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 55 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 56 14 de setembro de 2008 - Domingo trabalho foi analisar a prevalência e determinar os estágios de hipertensão arterial sistêmica (HAS) entre pacientes submetidos à diálise neste Serviço. Materiais e Métodos: Verificada a pressão arterial (PA) pré-dialítica na segunda e terceira hemodiálises semanais de 171 pacientes em um período de 3 meses, e a PA de 53 pacientes em diálise peritoneal durante 6 meses. A hipertensão foi definida como PA > 150/90 mmHg. Foi feito uma média de todas as medidas de cada paciente, sendo então classificado de acordo com esse valor. Os níveis das pressões sistólicas e diastólicas foram definidos em quatro estágios (0 a 3) de acordo com um índice de gravidade da hipertensão (IGH): PA normal (<150/<90); hipertensão leve (150-159/90-99); hipertensão moderada (160-179/100-110) e hipertensão grave (>180/>110). Resultados: Dos 171 pacientes em hemodiálise avaliados nesse estudo, 101 (59,1%) eram hipertensos. Hipertensão leve foi diagnosticada em 44 (25,7%) pacientes; moderada em 41 (23,9%) e grave em 16 (9,3%). Dos 53 pacientes em diálise peritoneal, 23 (43,3%) eram hipertensos, sendo 09 com grau leve (16,9%), 08 com moderada (15%) e 06 com grave (11,3%). Dos pacientes em hemodiálise que faziam uso de até 2 medicamentos anti-hipertensivos (MAH), 61 se classificavam como normotensos (87,1%), 33 em HAS leve (75%), 28 em HAS moderada (68,2%) e 11 em HAS grave (68,7%). Já nos pacientes em diálise peritoneal que usavam até 2 MAH, 18 eram normotensos (60%), 04 tinham HAS leve (44,4%), 04 HAS moderada (50%) e 01 HAS grave (16%). Conclusões: A HAS foi um achado freqüente nos pacientes em diálise, e estava controlada em 25,1% dos hipertensos em hemodiálise e na totalidade dos submetidos à diálise peritoneal. O uso do IGH provou ser útil para diferenciar o tipo e a gravidade da HAS. Tanto a dose de eritropoetina quanto a hemoglobina média não se correlacionaram com os diferentes níveis de HAS. PO156 SÍNDROME METABÓLICA EM PORTADORES DE RIM ÚNICO: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL. MOTA, TML(1); COPATI, FN(1); BARBOSA, GA(1); PEREIRA, JCP(1); PASSOS, LBS(1); RIBEIRO, MB(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1); Universidade Federal de Uberlândia(1); Introdução: Pacientes submetidos à nefrectomia unilateral, reduzem de modo abrupto a sua massa renal total pela metade. Segundo a literatura, tal fato não apresenta riscos à saúde do indivíduo a longo prazo, mesmo com a hiperfiltração glomerular instalada no rim remanescente. No entanto, outros fatores podem contribuir para a sobrecarga imposta ao tecido renal residual, tal como a obesidade e da síndrome metabólica (SM). Estas condições associadas ao estado de hiperfiltração prévios poderiam modificar o comportamento da função renal dos uninefrectomizados (UNx) ao longo do tempo.Objetivos: Estudar a função renal de pacientes UNx, com síndrome metabólica e compará-los com pacientes UNx sem esta síndrome.Pacientes e Métodos: Os voluntários foram avaliados no ambulatório de nefrologia da UFU. Trinta indivíduos nefrectomizados (doação renal ou acidente), foram separados em 2 grupos: Grupo sem a SM (sSM), composto por 5 homens e 3 mulheres (n=8), com 45 ± 3.8 anos; o Grupo com a SM (cSM) - 16 homens e 6 mulheres (n=22), com 48 ± 4.1 anos. Foram analisados as pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD), tempo decorrido entre a nefrectomia e o atual estudo (Tx), o ganho de peso corporal após a nefrectomia (&#8710; p), glicemia (GLI), cintura abdominal (CAb), proteinuria de 24hs (Pr24), perfil lipídico, uréia (U), creatinina (Cr) séricas e a taxa estimada de filtração glomerular (eTFG). Resultados: Ao comparamos os grupos sSM versus cSM, verificamos que o Tx foi de 75.3 ± 14.2 vs 91.7 ± 25.1 meses ( p = 0.28, ns); a PAS de 116.1 ± 3.2 vs 136.0 ± 6.5 mm/Hg (p = 0.003); a PAD de 74.0 ± 2.5 vs 85.3 ± 2.9 mm/Hg (p = 0.01); o ganho de peso corporal por mês foi de 126 ± 18.2 vs 171 ± 63.2 gr/mês (p = 0.07, ns); a CAb de 87.3 ± 2.0 vs 103.1 ± 3.6 cm (p = 0.0003); a GLI de 90.2 ±1.6 vs 99.3 ± 3.1 mg/dl (p = 0.006); a Pr24 de 63.2 ± 10.3 vs 106.2 ± 11.9 mg/24 horas (p = 0.01). A filtração glomerular estimada não foi estatisticamente diferente; 69.3 ± 8.2 versus 88.0 ± 8.1 ml.min.m2 para grupos sSM e cSM, respectivamente (p=0.06). Conclusão: A síndrome metabólica quando presente em portadores de rim único, promove aumentos na proteinuria/24 hs, provavelmente indicando um estado de hiperfiltração s PO157 INSUFICIÊNCIA RENAL GRAVE COM HEMÓLISE MICROANGIOPÂTICA EM PACIENTE HIPERTENSA BRITO, GA(1); SANTOS, RSS(1); MATTEDI, DL(1); PFIFFER, RM(1); SILVA, VS(1); VIERO, RM(1); GABRIEL, DP(1); Faculdade de Medicina de Botucatu(1); Objetivo: Hemólise microangiopática (HMi) é uma complicação da hipertensão maligna (HM), mas pouco se sabe a respeito de epidemiologia e relação com disfunção renal. O objetivo é relatar um caso de HM com fundo de olho (FO) sem retinopatia grau III/IV e com anemia por HMi. Relato de caso: Paciente (P) de 42 anos, negra, admitida com anúria, azotemia e hipertensão arterial (HA). Há 40 dias iniciou quadro de prostração, dor abdominal, turvação visual, metrorragia, epistaxe, hematêmese, descontrole pressórico e perda ponderal de 10 Kg, com piora das queixas nos últimos 5 dias. Antecedentes: HA há 15 anos, tabagista e etilista. Apresentava-se sonolenta, confusa, hálito urêmico, flapping, PA 150/90 mmHg, taquidispnéica, FR 32 irpm. Exames laboratorias (Cr 42mg/dL, Ur 750mg/dL, Hb 5,1g/dL, Ht 15,9%, Plaquetas 81.000/mm3, com esquizócitos, bilirrubina total 0,6mg/dL; DHL 1491U/l; haptoglobina serica 201,5mg/dL; Bic 5, Urina I: Nitrito negativo, Proteína 2+, glicose negativo, numerosos leucócitos, numerosas hemácias), sendo indicado hemodiálise (HD) de urgência. Ao FO: ausência de edema de papila, vasoconstricção arteriolar difusa, micro-hemorragias, microaneurismas, exsudatos duros; Ultrassonografia: rim direito 10,8 cm, parênquima 1,4 cm; rim esquerdo 10,6 cm, parênquima 1,6 cm, ausência de hidronefrose; Biópsia renal (BR) - 18 glomérulos sendo 3 esclerosados e demais com acentuado colapso isquêmico, moderada fibrose intersticial, intenso infiltrado linfocitário e focos de infiltrado neutrofílico, hialinose de arteríolas e proliferação endotelial de artérias com obstrução completa da luz e trombose. Após 6 meses, apesar de controle pressórico 56 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres permanece com necessidade de HD. Conclusão: A ausência de alterações características de isquemia retiniana não exclui o diagnostico de HM. Apesar da concordância entre encontros clínicos e histológicos em 85% dos casos, na paciente descrita a BR foi fundamental para o diagnostico de HM, esclarecendo a etiologia da anemia por HMi. PO158 MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA) NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E ABERTO SILVA, GV(1); BARROS, S(1); ABENSUR, H(2); ORTEGA, KC(1); MION JR, D(1); Liga de Hipertensão, Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(1); Serviço de Ecocardiograma do Hospital Beneficiência Portuguesa(2); Objetivos: Comparar o controle da pressão arterial obtido com o uso sitemático da monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) em pacientes em hemodiálise em relação ao controle obtido pela medida de pressão arterial pré-diálise. Material e Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado e aberto. Pacientes hipertensos em hemodiálise foram randomizados para ter a terapia anti-hipertensiva ajustada baseada nas medidas da PA pré-diálise ou na MRPA durante 06 meses. Antes e após a randomização, os pacientes realizaram Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) por 24 horas, MRPA durante uma semana e ecocardiograma. Resultados: 34 e 31 pacientes completaram o estudo no grupo MRPA e PA Pré-Diálise, respectivamente. As pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) no período interdialítico pela MAPA foram significativamente menores no grupo MRPA em relação ao grupo PA Pré-Diálise no final do estudo (média 24 horas: 135±13mmHg / 76±7mmHg versus 147±15mmHg / 79±8mmHg - p<0,05). Na análise da MRPA, o grupo MRPA apresentou redução significativa somente para a PAS em comparação ao grupo PA Pré-Diálise (média semanal: 144±21mmHg versus 154±22mmHg - p<0,05). Não houve diferenças entre os grupos MRPA e PA Pré-Diálise em relação ao índice de massa de ventrículo esquerdo ao final do estudo (108±35g/m2 versus 110±33g/m2 - p>0,05). Conclusões: A tomada de decisões baseadas na MRPA em pacientes em hemodiálise propiciou uma maior controle da PA no período interdialítico em comparação às medidas da PA pré-diálise. A MRPA pode ser usada como um instrumento adjuvante útil no controle da pressão arterial em pacientes em hemodiálise. PO159 COEXISTÊNCIA DE ADENOMA NÃO FUNCIONANTE E FEOCROMOCITOMA NA MESMA GLÂNDULA ADRENAL AYUSSO, LL(1); ISHISAK, GY(1); ALVES, RLR(1); DE SOUZA, DD(1); VICTORIO, AMT(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1); FERNANDES, SM(1); MUNIZ, AB(1); BORGES, LMP(1); SILVEIRA, TM(1); CARRASCOSSI, HL(1); TAKAG, MM(1); UNIFIPA-FAMECA-SP(1); Introdução: O Feocromocitoma geralmente associa-se com injúrias patológicas do córtesx adrenal. Alguns autores documentaram a associação de tumores adrenocorticais e feocromocitomas na mesma glândula. Nós apresentamos aqui caso clínico extremamente raro de adenoma adrenocortical não funcionante associado com feocromocitoma em glândula adrenal direita. Objetivo: Relatar um caso raro de coexistência de adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal. Paciente e métodos: Mulher, 46 anos, branca, com história de hipertensão arterial há 5 anos, evoluindo com episódios freqüentes de crises hipertensivas seguidas de palpitações, sudorese fria intensa e cefaléia. O exame físico geral e especial estava normal. Solicitado catecolaminas séricas e urinárias, função renal, sódio, potássio, glicemia, hemograma e cortisol, bem como ressonância magnética abdominal. Resultados: Os exames acima citados todos normais com exceção da ressonância magnética que mostrou: duas lesões expansivas na mesma glândula adrenal direita, sugerindo uma corresponder a adenoma (pouco vascularizado) e outra feocromocitoma (muito vascularizado). Duas cirurgias foram realizadas para remover os tumores e resultados anatomopatológicos confirmaram adenoma adrenocortical e feocromocitoma em glândula adrenal direita. Discussão: Para nosso conhecimento, oito casos da associação entre adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal foram descritos na literatura internacional e nenhum na literatura nacional. Conclusão: Este caso foi muito interessante principalmente pela extrema raridade da coexistência de feocromocitoma e adenoma adrenocortical não funcionante, ambos em glândula adrenal direita. PO160 EFETIVIDADE DO TRATAMENTO DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA AO HIPERTENSO DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CRUZ ALTA, RS LIBRELOTTO, CS(2); BUNDCHEN, PL(2); MARISCO, N(1); MOREIRA, PR(1); Universidade de Cruz Alta (1); Secretaria de SAúde (2); Introdução: A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. Entretanto, apesar dos avanços nos progressos de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle, a HAS ainda é um importante problema de saúde pública. Objetivos: O estudo teve como objetivo descrever a efetividade do tratamento dos pacientes que participam do Programa de Assistência ao Hipertenso da cidade de Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul. Material e Métodos: Participaram deste estudo, mil e cinco (1005) pacientes, cadastrados no Programa de Assistência ao Hipertenso da cidade de Cruz Alta, no período de 1994 a 2000. Resultados: A média de idade encontrada foi de 55,8 anos sendo que, 76,9% dos pacientes são do sexo feminino. Com relação há presença de familiares hipertensos e diabéticos, 78,1% dos pacientes apresentavam familiar com HAS e 30,4% apresentavam familiar diabético. Houve uma prevalência de 46,2% de excesso de peso e 16,4% declararam-se fumantes (1/2 maço de cigarros por dia). Em relação ao conhecimento do XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 57 Pôsteres paciente a respeito da medicação, 53,3% soube o nome da medicação prescrita. Houve uma incidência de AVC em 8,3% dos pacientes, infarto agudo do miocárdio em 8,0% e nefropatia diabética em 6,6%. Por outro lado, 59,4% dos pacientes apresentaram cardiopatia e 20,3% foram diagnosticados como diabéticos. A média final de pressão arterial sistólica e diastólica foi respectivamente de 152,27mmHg e 95,07mmHg. Apenas 8,5% dos pacientes foram classificados como normotensos. Conclusão: Podemos concluir que o programa não está atingindo a população masculina, tem sido inefetivo em prevenir as complicações da HAS, especialmente a cardiopatia, sendo que, apenas 8,5 % dos pacientes estavam normotensos. O programa educativo avaliado pelo conhecimento do paciente de sua medicação tampouco tem sido efetivo e as modificações comportamentais como cessação do fumo e diminuição do peso tampouco foram efetivas. PO161 LESÕES MÚLTIPLAS E COMPLEXAS EM ARTÉRIAS RENAIS ASSOCIADAS A ARTERITE DE TAKAYASU: RELATO DE CASO QUEIROZ G(1); SETTE LHBC(1); RODRIGUES CE(1); SANTELO JL(1); PRAXEDES JN(1); Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(1); Introdução: O envolvimento da aorta abdominal na arterite de Takayasu é comum, porém hipertensão renovascular por estenose bilateral é raro, bem como o acometimento de pacientes do sexo masculino. Relato do caso: LFF, 20 anos, sexo masculino, pardo, há 7 meses com diagnóstico de hipertensão arterial estágio 3 (220x110mmHg), assintomático e sem antecedentes pessoais ou familiares de hipertensão. Inicialmente apresentava apenas provas de atividade inflamatória aumentadas e ao exame físico sopro abdominal. Introduzido enalapril com piora da função renal, que voltou a níveis basais após retirada da medicação. Submetido a angiotomografia que revelou espessamento do tipo inflamatório, estendendo-se da aorta torácica descendente distal até porção infrarrenal proximal, além de estenose severa dos terços proximais das artérias renais esquerda e direita. Constatada a presença de artérias renais acessórias bilaterais, com estenose severa de ambas em suas origens. Evidenciado também estenose em artéria mesentérica superior com bom fluxo distal. Conclusão: o relato apresentado demonstra que, apesar do acometimento infrequente de artérias renais, a arterite de Takayasu deve ser considerada entre os diagnósticos diferenciais de hipertensão renovascular em adultos jovens. 14 de setembro de 2008 - Domingo precisando interromper o estudo. Conclusões: O paciente hipertenso, no período controle, tomando um diurético que aumenta a ARP e um betabloqueador, que a inibe, tinha ARP alta, comum em quem tem baixa excreção de Na. Ao assumir a posição ortostática sua ARP aumentou 9,7 %. Tomando 150 mg de alisquireno/dia por uma semana e sem interromper a medicação prévia, apresentou níveis baixíssimos de ARP, que não se elevaram na posição ortostática e até diminuíram. Concluímos até o momento, que o alisquireno merece o nome de “inibidor da renina”. PO164 ANÁLISE COMPARATIVO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR (COCKROFTGAULT ) X FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM POPULAÇÃO AVALIADA NO DIA MUNDIAL DO RIM EM ARAGUAÍNA-TO. NETO, AC; (1); SOUSA, MAS; (1); GALVÃO, MAC.(1); INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS (1); Objetivo: Avaliar filtração glomerular (FG) em amostra populacional aleatória que apresentavam fatores de risco cardiovascular (FRC) identificadas no dia mundial do rim na cidade de Araguaína-TO. Material e Métodos: Aplicação de questionário, associado à avaliação clínica através da aferição da pressão arterial (HAS), índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal(CA) e dosagem bioquímica de creatinina, glicemia, e colesterol total. Estimativa da filtração glomerular (FG) pela fórmula Cockroft-Gault. Estudo comparativo da filtração glomerular da população, com presença e ausência de fator de risco cardiovascular respectivamente. Resultados: Foram avaliados 217 adultos. Observamos: Presença de fator de risco cardiovascular em 197(90,8%) participantes e ausência em 20(9,2%) dos avaliados. A média da filtração glomerular do grupo com FRC foi de 94,5ml/min enquanto na população sem FRC, a filtração glomerular média foi de 93,9 ml/min. No grupo dos hipertensos a FG esteve reduzida em média 87,6ml/min (7,2% abaixo do grupo sem FRC). No grupo de tabagistas a FG obtida foi de 88,5ml/min (6,02 abaixo do grupo sem FRC). No grupo dos diabéticos a média foi de 83,6ml/min quando excluídos os pacientes com hiperfiltração glomerular. O grupo com obesidade visceral não demonstrou alteração da FG em relação ao grupo sem FRC. Conclusão: Os dados avaliados corroboram com o conceito de redução da filtração glomerular em populações com FRC. Neste estudo a presença de hipertensão arterial, tabagismo e diabete melito estave associada a FG reduzida em concordância com a literatura vigente. PO165 PO162 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO CIPULLO, JP(1); MARTIN, JFV(1); CIORLIA, LA(1); LOUREIRO, AA(1); CESARINO, CB(1); GODOY, MR(1); CAÇÃO, J(1); ANDRADE, LG(1); CARVALHO, AC(1); CORDEIRO, JA(1); BURDMANN, EA(1); Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1); Objetivos: Avaliar a prevalência de HA e DM na população &#8805; 18 anos de São José do Rio Preto (SJRP) por faixa etária (FE). Métodos: Estudo analítico de delineamento transversal, estratificado e de base populacional. O tamanho da amostra foi calculado pela população de 370 mil habitantes, com erro 3% e nível de confiança de 95%. Os indivíduos foram selecionados ao acaso e submetidos a entrevista, medida da pressão arterial e coleta de sangue em jejum para dosar glicemia. Considerou-se HA como a média de 3 medidas &#8805; 140/90 ou &#8804; 140/90 mmHg se fosse previamente hipertenso em uso de anti-hipertensivo. O diagnóstico de DM foi feito com glicemia &#8805; 126 mg/dl ou se &#8804; 126 mg/dl em uso de hipoglicemiante. Resultados: Em 1717 indivíduos (879 mulheres) foram encontrados 762 hipertensos (408 mulheres). A prevalência por FE é mostrada na tabela. A prevalência de HA corrigida para a população adulta foi 25,3%. A prevalência de DM nos normotensos foi 4,3% e nos hipertensos 18,7%. A prevalência de DM foi 10,4%. Conclusões: Encontrou-se prevalência elevada de HA e DM. A prevalência de HA aumentou com o envelhecimento, atingindo 70% em indivíduos &#8805; 70 anos. DM foi mais freqüente nos hipertensos. ESTUDO COMPARATIVO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR DE POPULAÇÃO HIPERTENSA E NORMOTENSA AVALIADAS NO DIA MUNDIAL DO RIM EM ARAGUAÍNA-TO NETO, AC; (1); SOUSA, MA; (1); GALVÃO, MAC.(1); INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS(1); Objetivo: Comparar a filtração glomerular (FG) em grupo populacional portador de hipertensão arterial sistêmica (HAS) com o grupo de não hipertensos em amostra aleatória avaliada no dia mundial do rim na cidade de Araguaína-TO.Material e Métodos: Aplicação de questionário, associado à avaliação clínica através da aferição da pressão arterial (PA), dosagem bioquímica de creatinina, e estimativa da filtração glomerular (Cockroft-Gault). Estudo comparativo da filtração glomerular das populações sabidamente com HAS e não hipertensas separados por sexo. Resultados: Foram avaliados 221 adultos. Observamos HAS em 66(29,8%) participantes. A média da FG do grupo não hipertenso foi de 90,7ml/min enquanto observamos fg de 81,8ml/min nos hipertensos. Quando separados em relação ao sexo o grupo masculino possuía FG de 88,9ml/min e 85,3ml/min nos normotensos e hipertensos respectivamente. O grupo de mulheres hipertensas apresentou FG de 77,3ml/min enquanto as normotensas evidenciaram FG de 93,1ml/min.Conclusão: Nesta amostra a fg estava reduzida em maior grau nas mulheres hipertensas.Cabe ressaltar que as mulheres hipertensas também apresentaram maior índice de tabagismo, obesidade visceral e proteinúria que os outros grupos. Inflamação, Imunologia e Patologia PO163 INIBIÇÃO DA LIBERAÇÃO DE RENINA DO APARELHO JUSTAGLOMERULAR PELO ALISQUIRENO. NOTA PRÉVIA. CRUZ, J(1); TEIXEIRA, JEJ(2); GOMES, RA(1); KESROUANI, S(1); PELARIGO, FCM(1); DINIZ, HF(1); FERREIRA, BM(1); Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes e Local(1); Laboratórios de Análises Clínicas e Diagnóstico(2); Objetivo: Avaliar se a inibição da renina pelo alisquireno varia conforme a posição do corpo, como fazem os betabloqueadores. O alisquireno pertence a uma nova classe de hipotensores denominada “inibidora da renina”, com subseqüente redução da angiotensina II, potente hipertensor e vasodilatador. Material e Métodos: Um paciente com hipertensão essencial benigna, realizou 3 testes: 1º: controle, medir a atividade de renina plasmática (ARP – ng/mL/h) 2 vezes pela manhã, sendo uma vez após uma hora, com o paciente deitado, em repouso e outra vez após uma hora em pé, tão imóvel quanto possível, sem a ingestão prévia de alisquireno; 2º: idêntico, após a ingestão de 150mg de alisquireno por dia durante uma semana; 3º: idêntico, aumentando-se a dose para 300mg/dia. Outro indivíduo, normotenso, iniciou o mesmo programa. Resultados: São dados preliminares e incompletos, pois o trabalho está em andamento. O paciente, hipertenso, tomando 50 mg de hidroclorotiazida e 100 de atenolol, apresentou ARP 12,95 ng/ml/h em posição deitada e 14,21 ng/mL/h em posição ortostática (aumento de 9,7 %). Após 150 mg de alisquireno/dia os valores da ARP foram 0,29 e 0,22 respectivamente. O paciente, normotenso, sem qualquer medicação, apresentou ARP 2,66 e 3,03 (aumento de 13,9 %). Esse paciente não tolerou o alisquireno devido à grande hipotensão arterial PO166 HEPATITE B: SITUAÇÃO VACINAL DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA DO INTERIOR DE SÃO PAULO. BOMBO, FR.(1); POLINS, BRG.(1); Instituto do Rim de Rio Claro S/C Ltda(1); Estimativas revelam um crescente número de indivíduos portadores de doença renal crônica no mundo. Considerando que os pacientes urêmicos em programa de hemodiálise estão freqüentemente expostos às infecções bacterianas e virais, dentre elas a hepatite B, é lícito dizer que a vacina tem sido a medida mais efetiva para sua prevenção. Motivada por esta referência, realizou-se estudo descritivo, exploratório, retrospectivo de abordagem quantitativa com o objetivo de caracterizar o estado vacinal dos clientes portadores de doença renal crônica de uma clínica do interior paulista. Foram coletados dados de 118 clientes inseridos no programa de Terapia Renal Substitutiva, com variável faixa etária entre 15 a 87 anos. Os resultados demonstram que a maioria realiza a hemodiálise como modalidade principal de tratamento, caracterizando maior incidência no sexo masculino. Dos sujeitos envolvidos 67,79% residem no município de atendimento e o tempo que são submetidos ao procedimento varia de 01 a 15 anos. Em relação á cobertura vacinal, o estudo evidencia que 57,62 % se encontram imunizados contra a hepatite B e com titulação de Anti Hbs maior que 10,0 mUl, 39,83 % continuam XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 57 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 58 14 de setembro de 2008 - Domingo em acompanhamento com o esquema vacinal, 2,54 % não apresentaram soroconversão contra o vírus. Pôde-se concluir que a maioria dos clientes encontra-se imunizados, com isso evidenciando uma adequada cobertura vacinal aos portadores de doença renal crônica acompanhados na referida instituição. PO167 EFEITO DAS TOXINAS URÊMICAS, P-CRESOL E ESPERMIDINA NO MECANISMO DE APOPTOSE E FUNÇÃO DOS NEUTRÓFILOS CARVALHO, JTG; (1); DALBONI, MA; (1); PERES, AT; (1); PIERETTI, M; (1); CENEDEZE, MA; (1); WATANABE, R; (1); MANFREDI, SR; (1); GUIMARÃES, NK; (1); BATISTA, MC; (1); CENDOROGLO, M; (1); UNIFESP(1); Objetivo: Avaliar os mecanismos pelos quais as toxinas urêmicas p-cresol e espermidina induzem a apoptose e alteram o a produção de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) em PMN. Métodos: Foram Coletados 20 mL de sangue de 15 voluntários sadios. Os PMN isolados foram incubados por 10 minutos e 24 horas na presença ou ausência de toxinas urêmicas. Após a incubação, foram determinadas a taxa de apoptose, produção de ERO espontânea e estimulada por S. aureus e PMA, e a expressão de CD95, CD11b, Caspase 3 e Bcl-2 por citometria de fluxo. Resultados: Não observamos diferenças significantes para o efeito das toxinas sobre apoptose, expressão de CD95, CD11b, Caspase 3, Bcl-2 e produção espontânea e estimulada de ERO sobre os PMN. No entanto, observamos uma tendência de aumento de apoptose e CD95 em ambas toxinas. O P-Cresol apresentou uma tendência em aumentar a expressão de caspase-3 comparado aos demais grupos. Observamos correlação negativa entre viabilidade e produção de ERO estimulada por S. aureus (r = -0,74 /p = 0,004) no grupo espermidina e positiva entre expressão de CD11b e produção espontânea de ERO (r = 0,80/p = 0,03) no grupo com P-Cresol. Conclusão: As toxinas espermidina e p-cresol na dose urêmica não apresentaram efeito significante sobre apoptose e produção de ERO de PMN in vitro. No entanto, observamos que a espermidina teve uma tendência em diminuir a viabilidade de PMN fazendo que os mesmos ficassem disfuncionais para responder produção de ERO quando estimuladas com S .aureus. Em relação á correlação entre CD11b e produção espontânea de ERO observada no grupo p-cresol, podemos sugerir que esta se comportou como uma toxina pró-inflamatória comparada a espermidina. Porém, ambas as toxinas apresentaram menor expressão de CD11b comparado com o grupo controle, o que sugere a hipótese de que toxinas urêmicas podem exercer um efeito deletério sobre a imunidade de pacientes urêmicos. PO168 BIÓPSIA RENAL EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: DESCRIÇÃO DOS ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); MANGUEIRA, RC(1); TRINDADE, MS(1); BEZERRA, KB(1); RAMOS, JMR(1); MOREIRA, JLC(1); LESSA, LMM(1); UFMA(1); Objetivos: Descrever os achados das biópsias (Bx) renais dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).Co-relacionar as classificações da OMS e da ISN/RPS 2003. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo com todos os pacientes portadores de LES, submetidos à Bx renal,de março de 2005 a março de 2008. Resultados: Dos 46 pacientes analisados,43(93,4%) são do sexo feminino.Ao exame microscópico,20(43,4%) pacientes apresentavam número de glomérulos totais maior que 10,43,4% entre 6 e 10, e 6(13,2%) apresentavam menos de 6.Do total,43,4% não possuíam glomérulos esclerosados,18(39,1%) apresentaram sinéquias,20 apresentaram depósitos subendoteliais,3(6,5%) subepiteliais e 5(10,8%) ambos.Além disso,30% dos pacientes apresentavam infiltrado celular,dos quais 23,9% eram do tipo linfomonocelular (LM) e 3(6,1%) polimorfonuclear.Os túbulos estavam atrofiados em 40(86,9%) pacientes, sendo que em 38(82,6%) a lesão era leve e 2(4,35%) do tipo moderado.O interstício apresentava infiltrado LM em 17(39,9%) casos.A fibrose intersticial foi verificada em 82,6% Bx, sendo intensa em apenas 1 caso,moderada em 14 e discreta em 23.O índice de atividade foi discreto em 14(30,4%) casos, discreto a moderado em 7(15,2%),moderado em 15(32,6%) e intenso em 2(4,35%).O índice de cronicidade foi discreto em 20(43,2%) casos,discreto a moderado em 2,moderado em 17(39,9%),intenso em 1 e 6(13,2%) não possuíam índice de cronicidade.Da amostra,36(78,26%) foram padronizados seguindo as duas classificações.Quanto à OMS,6(13,2%) pertenciam à classe III,dos quais,segundo a ISN/RPS,2(4,35%) foram classificados como III(A/C) e 1 para cada uma das classes: III(A), III(C), IV-S(A/C) e V.Os 18 padronizados como classe IV da OMS, ficaram também na classe IV da ISN/RPS, sendo 11 IV-G(A), 4 IV-S(C), 2 IV-G(A/C) e 1 IV-S(A).Dos 12 padronizados na classe V da OMS,3 ficaram na classe V e 9 tiveram padrão misto V+III.Uma biópsia foi normal. Conclusão: As classificações possuem grandes semelhanças, mas a padronização da INS/RPS possui maior valor descritivo e diferencial entre as classes.Houve convergência de resultados comparando as duas classificações, assim como relata a literatura mundial,exceto em um caso Pôsteres iniciou com fibrose difusa e progressiva da pele, com limitação funcional dos movimentos. Resultados: Feita biópsia de pele compatível com FSN, provavelmente relacionada ao gadolínio. Permanece em hemodiálise diária (2horas por dia) e tratamento motor fisioterápico com alguma melhora do quadro. Conclusão: FSN é uma desordem debilitante que afetam pacientes com IRC. Acomete pele e também outros órgãos como o coração, fígado, pulmões e músculos. Recentes evidências sugerem relação entre a administração de gadolínio para realização de RNM e o desenvolvimento da doença. Há, aproximadamente, 200 casos descritos no mundo mostrando esta associação cujo mecanismo não é muito bem conhecido. Mais estudos são necessários para avaliar melhor esta relação e tentar definir um tratamento eficaz. É preciso reavaliar riscos e benefícios da administração de gadolínio em pacientes IRC estágio III ou mais avançado. Exames alternativos de imagem devem ser considerados nesta população. É de nossa responsabilidade colaborar para reduzir o número de novos casos de FSN e a queda na qualidade de vida destes pacientes. PO170 ESTUDO AS AÇÃO DO ACIDO NICOTÍNICO (NIACINA) EM ADIPÓCITOS DA LINHAGEM 3T3-L1 SUBMETIDOS À HIPÓXIA: IMPACTO SOBRE A SECREÇÃO DE ADIPONECTINA. NAKAMISHI, R(1); QUINTO, BMRQ(1); LOBO, S(1); RIBEIRO, AB(1); BATISTA, MC(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Objetivo: Observar o efeito de ácido nicotínico sobre a secreção de adiponectina por adipócitos da linhagem 3T3-L1 antes e após privação de O2 durante 24 horas. Material e métodos: Fibroblastos da linhagem 3T3-L1 foram cultivados em meio DMEM High Glucose suplementado com soro bovino fetal (SBF) 10%, até atingirem 90% de confluência e induzidos à diferenciação. Após o 10º dia de diferenciação, os meios de cultura foram substituídos, por meio contendo ácido nicotínico (10 &#61549; M). Após 24h as células foram submetidas a uma situação de hipóxia (1% de O2, 94% de N2 e 5% de CO2) durante 24 horas. A análise foi pautada na comparação entre os seguintes grupos: 1- controle= sem tratamento com niacina durante 24h e sem hipóxia (n=4); 2com hipóxia e sem tratamento (n=4), 3- sem hipóxia e com tratamento (n=4); 4- com hipóxia e com tratamento (n=8). Os níveis de adiponectina foram medidos no sobrenadante celular por imunoensaio enzimático (ELISA), segundo recomendações do fabricante. A comparação entre grupos foi efetuada por ANOVA complementada pelo teste de Bonfferroni. Resultados: Comparado ao grupo controle o tratamento com niacina resultou em aumento significante da produção de adiponectina (p=0,03). A utilização do ácido nicotínico na condição de hipóxia não gerou aumento na secreção de adiponectina (grupo 1: 61509,09±2442,7; grupo 2: 54054,55±4499,8; grupo 3: 102600±1671,3; grupo 4: 34636,36±18819,5). Conclusão: Em condições normais o tratamento com ácido nicotínico resultou em incremento na secreção de adiponectina, uma adipocina associada à menor risco cardiovascular e à ocorrência de diabetes tipo II. A utilização do ácido nicotínico não atenuou a disfunção adipocitária induzida pela hipóxia. PO171 AÇÃO IMUNOSSUPRESSORA DE UM NOVO DERIVADO MERCAPTOPURÍNICO, GTPIII. OLIVEIRA, RG(1); FERREIRA, AP(1); BASTOS, MG(1); ANDRADE, LC(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(1); 6- Objetivo: Testar e analisar os efeitos imunobiológicos de um novo derivado 6mercaptopurínico a 6´-Desoxi-6-(6-Mercaptopurina)-&#61537; -D-Galactopiranose (GTP III) na reação de hipersensibilidade tardia (RHT). Material e métodos: Foram utilizados 24 camundongos BALBc, machos, fornecidos pelo biotério do CBR/UFJF, divididos em 4 grupos, sendo: GI: controle positivo; GII: terapêutica com azatioprina; GIII: terapêutica com GTP III e G IV tratados com água bidestilada. A RHT foi induzida no coxim plantar posterior de camundongos imunizados e desafiados através da inoculação de 30µL de suspensão contendo 600µg de ovalbumina (AO) agregada, na pata posterior direita, após o 6&#61616; dia de imunização. O controle de fidelidade foi conseguido administrando de maneira similar 30µl de salina na pata posterior esquerda (TITUS e col., 1984 ). A intensidade da RHT expressa pela diferença de espessura das patas posteriores,foi medida 24 e 48 horas após o desafio, empregando-se um micrômetro (Starret, Athol, MA). Os resultados representam a media de 6 animais por grupo ± erro padrão, expressos em unidades RHT, definida como a diferença de 0,01mm na espessura das patas direita e esquerda de cada animal. Resultados: Foram obtidos os seguintes resultados em unidades de RHT: Grupo I: 19,6±5,94; Grupo II: 5,60±5,18; Grupo III: 7±5,39 e Grupo IV: 5,80±4,87. A RHT à OVA foi menor e estatisticamente significante em camundongos dos grupos II e III, tratados com AZA e GTP III do que o grupo I não tratado (GII e GIII X GI, p<0,05). A diferença entre o grupo II e III não foi estatisticamente significante (GII X GIII, NS). Conclusão: A GTPIII apresentou ação imunossupressora semelhante aquela da azatioprina no modelo de RHT. PO169 FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA - RELATO DE CASO LEITE, FML; TAVARES FILHO, HF; DUARTE, MH; DE ABREU, MHFG. BIOCOR INSTITUTO(1); Objetivo: Alertar para o risco de desenvolvimento de FSN em pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC), quando submetidos à ressonância nuclear magnética (RNM) com uso de gadolínio. Materiais e Métodos: Descrevemos o caso clínico de um paciente hipertenso, coronariopata grave, IRC em hemodiálise, submetido à angioressonância das veias subclávias e cava superior para avaliação de acesso vascular da hemodiálise que, após aproximadamente três semanas, 58 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO172 INFLUÊNCIA LOCAL E SISTÊMICA DOS TOLL LIKE RECEPTOR 2 E 4 NO BALANÇO TH1/TH2 APÓS LESÃO DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAL. GONÇALVES, GM(1); CENEDEZE, MA(1); SEMEDO, P(1); FEITOZA, CQF(1); PACHECO-SILVA, A(1); CAMARA, NOS(1,2); Universidade Federal de São Paulo(1); Universidade de São Paulo(2); Introdução: Lesão de isquemia e reperfusão (I/R) resulta em uma resposta inflamatória deletéria e prolongada, principalmente por citocinas Th1. Por razões desconhecidas, XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 59 Pôsteres 14 de setembro de 2008 - Domingo aumento da expressão de mRNA de TLR-2 e TLR-4 é observado após I/R. Neste trabalho, nós avaliamos o papel do sistema TLR no modelo estabelecido de isquemia renal seguida de reperfusão e sua correlação com o balanço Th1 e Th2. Metodos: animais machos C57bl/6, TLR-2-/-, TLR-4-/- e Myd88 submetidos a 45min de isquemia. Amostras de sangue e rim foram coletadas 6, 24 e 48 horas após cirurgia e usados para análise bioquímica, de proteína e de genes. Um multiplex para 18 citocinas do soro foi avaliado. Transcritos de mRNA para IL-1, IL-4, IL-10, INF-gama, T-bet, Gata-3, TLR2, TLR4, TICAM-1 foram amplificados pelo PCR em tempo real. Resultados: camundongos KO para TLR-4, TLR-2 e Myd88 tiveram menor disfunção renal do que os animais WT com redução dos valores de creatinina e uréia séricas com p<0,005. Para demonstrar a presença de células pró-inflamatórias infiltrantes no rim isquêmico nós avaliamos por PCR o único fator transcripcional para células Th1-positivas, T-bet e como controle Gata-3, fator transcripcional relacionado com células Th2-positivas. Expressão de mRNA de Gata-3 foi aumentada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (3.05; 2.94, respectivamente) enquanto que nos WT foi diminuída (0,5). Interessantemente, expressão de T-bet foi bloqueada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (0,57; 0,59 respectivamente) aumentada nos WT (5,71). O mesmo ocorreu quando avaliamos IL-4, IL-10 e INF-gama. Análise de 18 citocinas no soro foi avaliada em animais WT e KO para TLR-2 e -4 e observamos uma diminuição significante das citocinas inflamatórias: INF-&#947; , KC, MIP, IL-1&#945; , IL-1&#946; , Il-3, -4, -6, G-CSF e GM-CSF nos animais KO comparados aos WT e uma diminuição de IL-10 (anti-inflamatório) nos animais WT comparados aos KO Conclusões: Resumidamente, nós identificamos que TLR-2 e TLR-4 são importantes inicializadores da resposta inflamatória levando a uma disfunção renal após I/R, influenciando no balanço Th1 e Th2 da resposta imune local e sistêmica. Insuficiência Renal Aguda PO173 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA INDUZIDA POR ANABOLIZANTES QUEIROZ AL(1); SILVA JÚNIOR GB(2); RAMOS LMA(1); SANTOS SQ(1); BARRETO DMS(1); GUIMARÃES AAC(1); BARBOSA CA(1); DAHER EF(2); Serviço de Nefrologia, Hospital Geral de Fortaleza(1); Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2); Objetivo: O uso de anabolizantes tem sido cada vez mais freqüente entre praticantes de musculação e outras atividades físicas. A ocorrência de insuficiência renal aguda (IRA) associada ao uso destas substâncias tem sido relatada. Ainda não se sabe o mecanismo fisiopatológico exato deste tipo de IRA. Relatamos 3 casos de IRA associada ao uso de anabolizantes. Material e Métodos: São descritos 3 casos de IRA associada ao uso de anabolizantes. Foi realizada revisão do prontuário para a descrição dos achados clínicos e laboratoriais destes casos. Resultados: Os 3 pacientes eram do sexo masculino, tinham entre 21 e 30 anos de idade e foram admitidos na emergência com quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos. Os 3 eram esportistas e utilizavam substâncias anabolizantes e suplementos vitamínicos. Todos apresentavam hipertensão arterial (pressão sistólica: 140-160mmHg, pressão diastólica: 100-120mmHg). Os exames da admissão mostraram aumento de uréia (68-93mg/dL) e creatinina (3.24.7mg/dL) e hipercalcemia (11.7-13.2mEq/L). A ultrassonografia evidenciou rins de aspecto normal em todos os casos. Foi realizada biópsia renal em um dos casos, sendo evidenciada necrose tubular aguda e nefrite intersticial. O tratamento consistiu em hidratação venosa vigorosa, diuréticos e anti-hipertensivos. A função renal normalizou-se em todos os casos, sem a necessidade de tratamento dialítico. Os pacientes evoluíram estáveis, sem maiores complicações. Conclusão: IRA é uma complicação pouco conhecida com o uso de anabolizantes. Os fatores que parecem estar associados à IRA por anabolizantes são hipercalcemia, desidratação e hipertensão. Estudos futuros, incluindo experimentos laboratoriais, são necessários para que se conheça os mecanismos desta nefropatia. PO174 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ASSOCIADA À RABDOMIÓLISE E ESTAFILOCOCCEMIA DAHER EF(2); LIMA RSA(1); SILVA JUNIOR GB(2); ALMEIDA JPC(1); SIQUEIRA FJWS(1); SANTOS SQ(1); QUEIROZ AL(1); LIBÓRIO AB(2); SILVA SW(1); Serviços de Nefrologia e Medicina Intensiva, Hospital Geral de Fortaleza(1); Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2); Objetivo: Aproximadamente 5% dos casos de rabdomiólise estão associados a infecções. A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre em 33-50% dos casos de rabdomiólise. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de rabdomiólise e IRA associada a estafilococcemia. Material e Métodos: É descrito um caso de rabdomiólise e IRA associada a estafilococcemia em um paciente que deu entrada na emergência do Hospital Geral de Fortaleza. A história clínica, evolução e alterações laboratoriais são descritas. Resultados: O paciente tinha 18 anos e foi admitido com história de dor em membros inferiores, febre, náuseas, vômitos e redução do volume urinário. Ao exame apresentava desidratação, cianose periférica e lesões cutâneas de bordos irregulares, ulceradas. Os exames da admissão mostraram: Ur 167mg/dL, Cr 3.0mg/dL, K 7.6mEq/L, CK 133510UI/L, AST 1116UI/L, ALT 225UI/L, pH 7.31, HCO3 11mEq/L e lactato 4.3mmol/L. Hemodiálise de urgência e tratamento com antibióticos foi instituído. Após 26 sessões de hemodiálise observou-se recuperação da função renal. O paciente recebeu alta hospitalar estável, com melhora importante do estado geral. Conclusão: IRA é uma complicação importante da infecção estafilocócica e pode estar associada à rabdomiólise. O rápido reconhecimento da rabdomiólise é importante para a adoção de tratamento adequado, com hidratação vigorosa e hemodiálise nos casos mais graves. PO175 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA SECUNDÁRIA A INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO: RELATO DE CASO BARBOSA, EA Hospital Vera Cruz(1); As intoxicões por mercúrio apresentam uma graduação de efeitos proporcionais a sua acumulação no organismo. Os principais órgãos alvo da ação tóxica do mercúrio são cérebro, pulmão, rim. e por continuidade, o sistema cardiovascular. Objetivo: descrever caso único de intoxicação aguda por mercúrio, com graves repercussões no sistema renal. Material e método: Estudo de caso único, tipo explanatório e descritivo, realizado no Hospital Vera Cruz /MG no período 2007 . Resultado: JJS, masculino, 37anos,vaqueiro. Admitido com história de ressecção de tumor no maxilar esquerdo( papiloma) realizada há duas semanas. Apresentava acometimento de palato e de toda extensão de nasofaringe (sítio cirúrgico) por miíase. Não havia registro de outras patologias ou uso de medicamentos crônico .Exames iniciais registraram pressão arterial e função renal normais. Foi submetido à videoendoscopia endonasal com sinusectomia maxilar, etmoidal e esfenoidal á esquerda e remoção de grande quantidade de larvas vivas inclusive em região da base do crânio, órbita, esfenóide e fossa pterigopalatina. Realizada aplicação de cloreto de mercúrio (calomelano-Hg2Cl2) sobre a mucosa e feito tamponamento. Paciente evoluiu com edema importante no sítio cirúrgico, anúria, insuficiência respiratória, acidose metabolica grave, elevação importante nos níveis pressóricos e alterações nas escórias renal. Necessitou do uso de nitroprussiato sódico e hemodiálise. Retirado o tampão e solicitado à dosagem sérica e urinária de mecúrio (tabela).O paciente evoluiu com gradativa melhora clínica e laboratorial, normalização dos níveis pressórico e função renal, recebendo alta hospitalar com 45 dias de internação. conclusão:A literatura médica nos chama atenção para os riscos de intoxicação por mercúrio tanto proveniente de exposição ocupacional como de seu uso com objetivos terapêudicos. A sua fisiopatologia envolve a ligação a múltiplas enzimas, com danos microssomais e mitocondriais, podendo acometer, principalmente, o sistema nervoso, cardiovascular, renal e respiratório. Suas consequências podem ser graves e permanentes se não abordadas precoce e adequadamente. PO176 INJÚRIA RENAL AGUDA POR DESCARGA ATMOSFÉRICA (RAIO) RAMOS FILHO, R(1); PICCOLO, MTS(2); PICCOLO, MS(2); BARRETO, JCS(1); PEDROSO, D(2); PICCOLO, N(2); Clinica de Doenças Renais(1); Pronto Socorro para Quemaiduras(2); Objetivo: Descrever um caso de injuria renal aguda (IRA), devido a rabdomiolise, provocado por descarga eletrica (raio). Paciente masculino, 29 anos, 54kg, morador de uma fazenda no interior de Goias, chegou ao pronto socorro com historia de ter sido atingido por um raio há 19 horas. Ele foi admitido conciente, com queimaduras de segunda e terceiro graus em 20% do corpo. Pressão arterial de 100x70mmHg. Sindrome compartimental em membros inferiores foi diagnósticada e fasciotomia foi realizada. O paciente desenvolveu mioglobinuria, rabdomiolise (CPK 18550) e IRA. O paciente foi colocado em ventilação mecânica por edema agudo de pulmão no terceiro dia. Na admissão os exames eram: Hemoglobina 12,2g/dl; hematocrito 40; leucocitos 27400; plaquetas 121000; uréia 71mg/dl; creatinina 1.1mg/dl; CPK 18000 UI/L; potassio 5, calcio 6,8; fosforo 4,1.Urinalise: albumina 100mg/dl; leucocitos 15p/c; hemacias incontaveis. A uréia aumentou para 141 mg/dl e a creatinina para 5,5 mg/dl. Dialise peritoneal foi iniciada por 5 dias e devido ao intenso catabolismo, foi iniciada hemodiálise. O paciente permaneceu hospitaliazdo por 58 dias. Foi submetido a 11 sessões de hemodiálise neste período. O paciente recebeu alta com creatinina de 1,1 mg/dl e uréia de 62mg/dl. Conclusão: A descarga atmosférica provoca rabdomiolíse com IRA hipercatabolica, com necessidade de hemodiálise. PO177 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E MORTALIDADE NO PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA, VJS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1); Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1); Objetivo: Observar a associação entre Insuficiência Renal Aguda (IRA) e mortalidade nos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Material e Métodos: foi realizado um estudo retrospectivo, caso-controle, a partir da coleta de dados de uma amostra de 186 indivíduos (45,8% do total) submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. As informações obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0. Resultados: A prevalência de IRA foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57) necessitaram de terapia dialítica. A média de idade dos indivíduos que evoluíram com IRA foi de 62,8 (±9,4) anos, confrontando com 61,3 (±8,8) anos no grupo sem IRA. A taxa de mortalidade encontrada no estudo foi de 3,2% (6/186). O número de óbitos entre pacientes com e sem IRA foi 5 (8,8%) e 1 (0,8%), respectivamente, com p-valor = 0,016. A chance de morte foi de 12,3 (IC 95% 1,40 – 107,91) para os pacientes que desenvolveram insuficiência renal aguda. Entre os pacientes que necessitaram de diálise a mortalidade foi de 50,0% (2/4) e entre os pacientes que não utilizaram terapia dialítica foi de 5,7% (3/53), com p-valor = 0,035. A chance de morte entre os pacientes que realizaram diálise foi de 16,7 (IC 95% 1,70 – 162,96). Conclusão: A Insuficiência Renal Aguda no pós-operatório de Revascularização do Miocárdio é uma grave e freqüente complicação associada ao aumento das taxas de mortalidade, principalmente quando associada à necessidade de diálise. O conhecimento sobre a prevalência e fatores relacionados à IRA em serviços de cirurgia cardíaca podem contribuir para um melhor seguimento e desfecho clínico dos casos. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 59 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 60 14 de setembro de 2008 - Domingo PO178 EVOLUÇÃO DA CREATININA SÉRICA NO PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA, JVS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1); Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1); Objetivo: Analisar a evolução da creatinina sérica entre pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio com circulação extra-corpórea. Material e métodos: foi realizado um estudo retrospectivo, do tipo caso-controle, a partir da coleta de dados nos prontuários de 186 indivíduos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. Os dados obtidos foram referentes ao período préoperatório e ao seguimento pós-cirúrgico, durante a permanência dos pacientes na UTI cárdio caracterizando-se seis momentos: 1) T0 (período pré-operatório, anterior à indução anestésica), 2) T1 (admissão do paciente na UTI cárdio, indo até às 7h da manhã do 1º dia pós-operatório), 3) T2 (a partir das 7h do 1º dia até às 7h do 2º dia pósoperatório), 4) T3 (a partir das 7h do 2º dia até às 7h do 3º dia pós-operatório ou horário da alta da UTI cárdio), 5) T4 (a partir das 7h do 3º dia até às 7h do 4º dia pós-operatório ou horário da alta da UTI cárdio) e 6) Alta UTI. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) Pacientes que apresentaram IRA no pós-operatório e 2) Pacientes que evoluíram sem IRA. As informações obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0. Resultados: A prevalência de IRA foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57) necessitaram de terapia dialítica. A evolução da creatinina sérica no pós-operatório revelou que os valores foram mais elevados no grupo que desenvolveu IRA, sendo observada diferença estatisticamente significante no intervalo T1 a T4, quando comparado ao grupo que não apresentou IRA (TABELA I). O valor médio da creatinina sérica na alta dos pacientes da UTI cárdio foi de 1,61 (±1,10) mg/dL no grupo IRA e 1,05 (±0,41) mg/dL no grupo sem IRA, com p-valor 0,0004. Conclusão: Mínimas alterações nos valores da creatinina sérica não são eventos raros no pós-operatório de revascularização do miocárdio, apresentando um impacto significativo no seguimento dos pacientes, com decréscimo da sobrevida, devendo ser, dessa forma, estritamente monitorizadas. PO179 ESTUDO DO POTENCIAL DE REPARAÇÃO DAS CÉLULAS TRONCO MESENQUIMAIS DERIVADAS DA MEDULA ÓSSEA (MSC) NA INJÚRIA RENAL AGUDA (IRA) CAUSADA PELA GENTAMICINA (G). REIS, LA; ORTEGA, LL; BORGES, FT; SCHOR, N UNIFESP/EPM(1); Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) é uma doença causada pela gentamicina (G). A G é um antibiótico da classe dos aminoglicosídeos muito utilizado no tratamento de infecções por bactérias Gram-negativas. A nefrotoxicidade da IRA induzida pela G é caracterizada por necrose tubular aguda (NTA), alterações hemodinâmicas e uma diminuição no coeficiente de ultrafiltração (KF). As células tronco mesenquimais (MSC) têm um grande potencial terapêutico devido a sua capacidade de auto-regeneração e diferenciação em várias linhagens celulares. Vários autores têm relatado a contribuição das MSC derivadas da medula óssea (MO) no processo de reparação celular. O objetivo deste estudo é investigar se as MSC podem melhorar o dano tubular causado pela G. Métodos: As MSC foram coletadas da tíbia e fêmur de ratos adultos Wistar machos e caracterizadas por citometria de fluxo. As ratas Wistar fêmeas receberam injeções (i.p.) de G (40mg/Kg de peso) ou água (veículo da G) durante 10 dias (N=10). Em seguida, foram coletadas amostras de urina e sangue para a dosagem de uréia (U) e creatinina (Cr). Após 24, 48 horas ou 5 dias, foram administrados 1X106 de MSC em 200&#956; l de PBS via (i.p.). Em seguida, novas amostras de urina e sangue foram coletadas, e os rins removidos para histologia e imunohistoquímica para KI67. Os resultados foram expressos como média ± EP; a analisados pelo método One-Way ANOVA; foi considerado significante p < 0,05. Resultados: No grupo G, a U e Cr no sangue aumentou significativamente quando comparado ao grupo (CTL); no grupo G + MSC após 24, 48 horas ou 5 dias, houve uma diminuição da U, Cr e no clearance de creatinina quando comparado ao grupo G, respectivamente. Os rins das ratas tratadas com G apresentaram (+++) cruzes para a NTA, não coraram para KI67 e os rins das ratas tratados com G e MSC 24, 48 horas ou 5 dias apresentaram (0 ou +) cruzes para esta alteração e coloração para KI67. Conclusão: Nossos resultados demonstraram que as MSC diminuíram a NTA causada pela G e melhoraram a função renal desses animais. PO180 N-ACETYLCYSTEINE (NAC)-INDUCED INHIBITION OF P53 PROTECTS AGAINST SEPSIS-RELATED ACUTE KIDNEY INJURY (AKI) VOLPINI, RA(1); SOUZA, ACCP(1); DE BRAGANCA, AC(1); SANCHES, TR(1); SHIMIZU, MHM(1); ANDRADE, L(1); SEGURO, AC(1); FM-USP(1); Pôsteres after surgery (CLP: 0.430.08 vs. CLP+NAC: 0.800.08, p<0.01). The percentage of fractional interstitial area was comparable to that seen in controls. These data indicate that NAC protects against sepsis-related AKI by modulating inflammation and oxidative stress. Our results show that this NAC protection involves p53 suppression and p21 induction, providing a novel description of the mechanisms by which sepsis causes kidney injury. (Supported by FAPESP, CNPq) Group Control CLP CLP+NAC Ccr (ml/min/100gBW) 1.140.09 0.350.05a,b 0.680.14 MAP (mmHg) 1053.17 RBF (ml/min) 3.00.14 p53 0.550.06 p21 (% of control) 99.74.1 Interstitial area (%) 5.750.7 76.27.5c 2.150.31c 1.00.07a,e 59.71.7a,f 11.60.9a,e 81.56.1c 2.00.10c 0.480.07 80.72.0d 6.20.6 ap<0.001 vs. Control; bp<0.05 vs. CLP+NAC; cp<0.05 vs. Control; dp<0.01 vs. Control; ep<0.001 vs. CLP+NAC; fp<0.01 vs. CLP+NAC PO181 ERYTHROPOIETIN (EPO) REVERSES SEPSIS-RELATED ACUTE KIDNEY INJURY (AKI) BY INHIBITING NUCLEAR FACTOR KAPPA B (NF-B) AND UPREGULATING ENDOTHELIAL NITRIC OXIDE SYNTHASE (ENOS) SOUZA, ACCP(1); VOLPINI, RA(1); SANCHES, TR(1); SHIMIZU, MHM(1); SEGURO, AC(1); ANDRADE, L(1); FMUSP(1); The pathophysiology of sepsis involves complex cytokine and inflammatory mediator networks, a mechanism to which NF-B activation is central. eNOS downregulation contributes to sepsis-induced endothelial dysfunction. EPO has emerged as a major tissue-protective cytokine in the setting of stress, including sepsis, and has an eNOSmediated vascular protective effect. We investigated the role of EPO in sepsis-related AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were divided into three groups: control (n =5); CLP (n=7); and CLP+EPO (n=7). EPO (4000UI/kgBW, ip) was administrated 24h and 1h before CLP. We measured arterial blood pressure, creatinine clearance (Ccr), serum lactate, and interstitial area 48h after CLP. Immunohistochemical staining (for NF-kappa B) and immunoblotting (for e-NOS) were performed in kidney tissue. Inulin clearance (Cin, ml/min/100gBW, n=6/group) was measured at 24h after surgery. Data are mean+-SEM. In CLP+EPO rats, Ccr improved, as confirmed by Cin at 24h after surgery (CLP: 0.43+-0.08 vs. CLP+EPO: 0.99+-0.12, p<0.01). EPO treatment corrected anemia, as well as normalizing lactate, MAP and fractional interstitial area. In conclusion, EPO renoprotection is dependent on eNOS activation and is partly due to inhibition of the inflammatory response via downregulation of NF-kappa B. Our findings provide a novel description of the mechanisms by which sepsis causes AKI. (Supported by FAPESP, CNPq) a p<0.001 vs. control; b p<0.001 vs. CLP+EPO; c p<0.01 vs. control; d p<0.05 vs. CLP+EPO; e p<0.05 vs. control; f p<0.01 vs. CLP+EPO. PO182 PRINCIPAIS MOTIVOS DE INTERNAÇÃO DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA BATISTA, MA(1); Hospital e Maternidade São Francisco-Sociedade Beneficente São Camilo-SBSC(1); Introdução: O rim é um dos órgãos que mais freqüentemente falha em pacientes críticos, com conseqüências graves.A Insuficiência Renal Aguda (IRA) está associada ao aumento de 3 a 6 vezes da mortalidade hospitalar, portanto pesquisar sobre os principais motivos de internação do paciente com IRA na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tornou-se método deste estudo. Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo caracterizar pacientes com IRA internados na UTI do Hospital e Maternidade São Francisco de Assis (HMSFA) da Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC) - Crato/CE, bem como identificar os principais motivos de internação destes pacientes. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo retrospectiva em uma Unidade de Terapia Intensiva onde realizaremos uma análise de prontuários no período de 2007 à 2008 na qual iremos optar pelos registros dos pacientes com diagnóstico de IRA onde será fornecido pela central de processamento de dados (CPD) do hospital. Serão selecionados, tendo como critério de inclusão os pacientes cujos índices de creatinina sérica variam de 1,8 a 4 mg/dl. Os dados serão coletados em instrumento apropriado, tabulados e analisados sobre os critérios do estudo RIFLE*. Conclusão: O presente estudo possibilitará ao profissional de enfermagem uma melhor padronização sobre os principais motivos de internação do paciente com IRA na UTI bem como sobre a incidência, historia natural prevenção e tratamento. PO183 The oxidative stress occurring during sepsis can induce renal damage, leading to high mortality. Sepsis is also a transcriptional activator of p53, a tumor suppressor protein that modulates cellular stress responses and regulates the cell cycle. The protective antioxidant effects of NAC have been well documented. We investigated the role of NAC in sepsis-related AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were randomly divided into three groups: control (n=5); CLP (n=7); and CLP+NAC (n=7). NAC was administered in drinking water (4.8g/L) from 5 days before until 48h after CLP. We measured blood pressure, creatinine clearance (Ccr), renal blood flow (RBF) and renal interstitial area at 48h after surgery. Immunohistochemical staining (for p53) and immunoblotting (for cytoplasmic p21) were performed in kidney tissues. Inulin clearance (Cin, ml/min100gBW, n=6 per group) was measured at 24h after surgery. Data are meanSEM. In CLP+NAC rats, Ccr improved, as confirmed by the higher Cin at 24h 60 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ÁCIDO ASCÓRBICO (VITC) NA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) E NA PREVENÇÃO DA NEFROTOXICIDADE EM RATOS TRATADOS COM GENTAMICINA (GENTA) MOREIRA, MA(1); BOZZO, TA(1); TOREGA, FFS(1); LONARDO, T(1); MOURO, MG(1,2); HIGA, EMS(1,2); Disciplina de Nefrologia(1); Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências UNIFESP/ EPM(2); Objetivo: O objetivo do nosso trabalho foi avaliar o efeito da VIT C sobre a síntese de NO e sobre a nefrotoxicidade GENTA. Material e métodos: Utilizamos 32 ratos Wistar machos (200-250g): controle (CTL) veículo (água), VIT C (ácido ascórbico efervescente, 1g/kg peso/dia por gavagem), GENTA (garamicina, 100mg/kg peso/dia via XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 61 Pôsteres intraperitoneal) e GENTA + VIT C simultaneamente. Os animais foram tratados por 7 dias e após esse período coletamos urina de 24h e sangue e os rins removidos para histologia. (n = 8 para todos os grupos). Resultados:O NO sérico (&#956; M) dos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (60,9 ± 3,3 vs 61,5 ± 7,9); no grupo GENTA aumentou (93,1 ± 8,9 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C diminuiu (60,7 ± 7,9 vs GENTA) (P < 0,05). O NO urinário (&#956; M) nos grupos CTL (2.272 ± 212,5) e VIT C (2.172 ± 199,9) foram semelhantes; no grupo GENTA reduziu (614,3 ± 127,6 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C aumentou (1.564 ± 124,7 vs GENTA) (P < 0,05). A uréia sérica (mg/dL) nos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (14,6 ± 1,9 vs 14,7 ± 1,1); no grupo GENTA aumentou (55,4 ± 14,1 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C diminuiu (20,6 ± 4,2 vs GENTA) (P < 0,05). A creatinina sérica (mg/dL) dos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (1,3 ± 0,3 vs 1,5 ± 0,2); no grupo GENTA aumentou (4,7 ± 1,3 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C reduziu (1,7 ± 0,4 vs GENTA) (P < 0,05). Lesão grave com degeneração severa dos túbulos proximais e congestão dos vasos foi observada no grupo GENTA, estando reduzidas no grupo GENTA + VIT C. Conclusão: Nosso trabalho sugere que a vitamina C proteja contra a nefrotoxicidade causada pela gentamicina, melhorando a biodisponibilidade do NO. PO184 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA POR PICADAS DE ABELHAS BEZERRA, EM; DE MORAIS, TP; DE OLIVEIRA, RA; DA SILVA, LSV; DINIZ, LF; OLIVEIRA, LT. Universidade Federal do Ceará-Faculdade de Medicina do Cariri(1); UNIRIM(2); Introdução: Acidentes por picadas de abelhas africanizadas tem sido descritos como causa de insuficiência renal aguda (IRA). A rabdomiólise é um dos mecanismos mais comumente associados. O número de picadas e o tempo decorrido entre o acidente e a chegada ao hospital são determinantes em relação aos resultados da IRA. Objetivos – Descrever dois casos de IRA por rabdomiólise causada por múltiplas picadas de abelhas africanizadas. Materiais e métodos – Serão realizadas análises de prontuários. Resultados: Os dois casos foram em pacientes do sexo masculino com 54 e 61 anos de idade, agricultores que foram vítimas de ataque maciço por picada de abelhas africanizadas, com lesões principalmente em áreas exposta, como face e membros superiores, pescoço, mas também em áreas cobertas como o tronco. No primeiro caso, o paciente (54 anos) foi imediatamente atendido no hospital da cidade de origem, sendo depois encaminhado ao serviço de nefrologia com diagnóstico de IRA, enquanto que o segundo paciente foi transferido apenas oito dias após o ataque. Ambos chegaram com quadro de anasarca, hipertensão arterial, oligúria com urina de aspecto vinhoso e evoluindo para anúria. Apresentavam também sintomas de uremia. No paciente 1 os exames de admissão revelavam: U-216mg/dl; Cr-6,3mg/dl; CPK-22.190U/L. Já o paciente 2: U-202mg/dl; Cr-15,8mg/dl; K+-7,0mEq/L; CPK- 550U/L. Tentado estímulo com furosemida em dose alta sem resposta, indicando-se início de hemodiálise (HD). O paciente de 54 anos ficou em programa de HD três vezes/semana e por volta do 40º dia da admissão começou a aumentar progressivamente o débito urinário com recuperação completa da função renal, sendo suspensa HD. O paciente de 61 anos apresentou infecção secundária de pele com formação de pústulas, evoluindo com choque séptico refratário a antibióticos e drogas vasoativas indo a óbito no final da primeira semana de HD. Conclusão: Ataques maciços por abelhas africanizadas podem causar rabdomiólise e consequentemente IRA. A IRA nestes casos geralmente é severa com anúria e necessidade de terapia renal substitutiva na maioria das vezes. O atendimento precoce pelo nefrologista pode melhorar o prognóstico. PO185 LESÃO RENAL AGUDA APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO ROBERTO CAMARGO NARCISO(1); LEONARDO ROLIM FERRAZ(2); JÚLIO CÉSAR MARTINS MONTE(1); OSCAR FERNANDO PAVÃO DOS SANTOS(2,2); MARCELO COSTA BATISTA(1); SÉRGIO MIES(2); MARCELINO DE SOUZA DURÃO JR(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Hospital Israelita Albert Einstein(2); Introdução: O transplante hepático é uma terapia bem reconhecida para o tratamento da doença hepática terminal. No Brasil, os dados mais recentes mostram que no ano de 2006 foram realizados 1025 transplantes de fígado. A Lesão Renal Aguda (AKI), nome proposto para descrever o conjunto dos variados graus de disfunção renal de instalação abrupta, afeta de 12 a 64% dos transplantes hepáticos, conforme a definição de AKI empregada. Casos severos de AKI freqüentemente necessitam de terapia renal substitutiva (TRS) como medida de suporte enquanto houver disfunção renal. Meetodos: Neste estudo retrospectivo, analisamos os transplantes realizados entre janeiro de 2002 e novembro de 2006 em um único centro, a fim de identificar os diferentes fatores de risco implicados no desenvolvimento da AKI conforme definida pelo grupo AKIN. Identificamos também, as diferenças entre os fatores de risco associados à necessidade de TRS de acordo com o período de início da terapia, e seu impacto nas várias medidas do nível de creatinina. A partir das características significantes (p<0,05) na análise univariada, um modelo de regressão proporcional de Cox foi obtido, tendo a necessidade de TRS como variável dependente, e o tempo até o início da TRS como variável tempo dependente. Resultados: Um total de 444 transplantes foram realizados em 395 pacientes, no período estudado. Os transplantes de rim e fígado (n=12), ou em pacientes já em TRS antes do transplante (n=23), ou pacientes menores de 18 anos foram excluídos da análise. Escore APACHE II, o uso de aprotinina no intraoperatório, disfunção do enxerto hepático, uso de polimixina B e o nível sérico de creatinina pré-transplante foram identificados como fatores de risco para TRS precoce. Para TRS tardia os fatores de risco encontrados foram: uso de drogas vasoativas, diagnóstico de sepse, e uso de polimixina. O diagnóstico de AKI ajustado pelo escore de propensão esteve associado um aumento de três vezes no risco de óbito durante a internação do transplante. Conclusão: A disfunção renal precoce após o OLT está relacionada diretamente às complicações do procedimento e a doença renal anterior ao transplante, enquanto a disfunção tardia está associada às complicações infecciosas. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO186 ACOMETIMENTO RENAL NO TÉTANO: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, LECTÍCIA JORGE, REGINA ABDULKADER, ETIENNE MACEDO. FMUSP(1); Objetivo: relatar o caso de um homem de 45 anos, previamente hígido, que desenvolveu tétano após um ferimento cortocontuso em pé. Ao longo de sua evolução necessitou intubação orotraqueal para proteção de vias aéreas e apresentou uma insuficiência renal aguda (IRA) com necessidade dialítica. Houve discreta elevação de CPK, o que não justificava a perda de função renal por rabdomiólise. No entanto, uma avaliação criteriosa dos sinais vitais evidenciava franca disautonomia. Permaneceu em ambiente de UTI (unidade de terapia intensiva) por algumas semanas, recebendo altas doses de benzodiazepínicos, sulfato de magnésio e fenobarbital. Evoluiu com recuperação completa da função renal. Material e Métodos: revisão da literatura através do Pubmed (acute renal failure and tetanus) e ilustração com o caso supracitado. Resultados: de acordo com a literatura, o comprometimento renal no tétano pode ocorrer por diferentes mecanismos: desidratação, rabdomiólise, sepse e disautonomia. Esta última parece ser a mais importante na maioria dos casos, o que ficou nítido no nosso paciente. Conclusão: apesar de ser uma doença cada vez mais rara em virtude do sistema de vacinação infantil, o tétano ainda está presente nos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil. Em um percentual significativo destes doentes a IRA ocorre e, ao contrário do que muitos pensam, a disautonomia tem um papel mais importante que a rabdomiólise em sua fisiopatologia. PO187 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) SECUNDÁRIA A ARTERITE DE TAKAYASU: UM RELATO DE CASO ACIOLI, TML; GUEIROS, AP; DE OLIVEIRA, EAO; DE AMORIM, GJ; ROMERO, S; LEITÃO, L; COELHO, SN Hospital das Clínicas - UFPE(1); A arterite de Takayasu é uma vasculopatia inflamatória, granulomatosa, não aterosclerótica que acomete grandes vasos, principalmente aorta e ramos principais. Objetivo: Descrição de caso clínico de paciente com IRA e Arterite de Takayasu. Paciente e método: relato de caso acompanhado na nefrologia de hospital universitário. Resultados: 18 anos, masculino, pardo, estudante, natural e procedente de Jaboatão. Foi admitido no hospital com cefaléia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) oligúria e disfunção renal. Há um ano com diagnóstico de HAS. Dois meses antes da admissão, iniciou tonturas, astenia, mialgia e febre intermitente. Cinco dias antes detectou-se PA=220X110mmHg, ureia=158mg/dl e creatininar=7,6md/dl . Ao exame físico regular estado geral, hipocorado, subfebril. CV: RCR, 2T, BNF s/ sopros, FC=72bpm, PA=190x130mmHg, sopro carotídeo e de artérias subclávias. Sem alterações de pulsos periféricos e a pressão arterial nos membros sem diferenças. Abdome sem alterações. Exames complementares: USG renal sem alterações. A Aortografia a aorta toraco-abdominal tinha lesão em espelho nas artérias subclávias com áreas de estenoses e aneurismas, a aorta abdominal era tortuosa e oclusão completa das artérias renais, com trombose bilateral. Angiotomografia multislice, evidenciou tênue passagem de contraste para os rins por colaterais. O paciente foi submetido a terapia dialítica e uso de 4 classes de drogas para controle da HAS. O paciente foi submetido a revascularização renal bilateral/bypass das artérias ilíacas com veia safena esquerda. Recebeu alta após 56 dias com recuperação da função renal, controle da pressão arterial. Após seis meses de seguimento apresenta U=49mg/dl e Cr=1,3mg/dl com Clearence de Creatinina de 92ml/min. Conclusão: este caso descreve que a HAS, condição comum na prática clínica, pode ser a manifestação inicial de uma doença rara como a arterite de Takayasu. O diagnóstico exige um elevado grau de suspeição, exames laboratoriais e de imagem. A proposta terapêutica e tecnicamente bem sucedida possibilitou o resgate da função renal deste paciente. PO188 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA DIALÍTICA E NÃO DIALÍTICA EM PACIENTE COM MALÁRIA POR PLASMODIUM FALCIPARUM EM HOSPITAL (CLÍNICA MULTIPERFIL) DE LUANDA-ANGOLA-ÁFRICA. DI-NIZO, FER(2); VIEIRA, RJ(2); HERNANDEZ, RC(2); RODI, MA(1); GIANINI, RM(2); SOUZA, CM(1); SANTOS, MFD(2); Clínica de Nefrologia e Transplante Renal do Tatuapé(1); Clínica Multiperfil(2); Objetivo: descrever 2 casos de malária complicada com IRA. Casos: Caso 01- HB, masculino, 55 anos, chinês, chegou ao PS com confusão mental e febre. Transferido para CTI; exames iniciais: Hb 13, HTC 40, Plaqs 34.000, L6.500, Neutr 93,7%, Linf 4,8%, Na 132, K4,3, Cai 0,9, TGO 253, TGP 103, Ur 45, Cr 1,7, BT 6,2, BD 4,8, glic 144, albumina 1,7, gota espessa 28/c. No 2º DI hipoglicemia e oligúria. Iniciou tratamento com quinino. No 3º DI quadro congestivo, Cr 6,1, oligo-anúria e inicio de HD diária – total de 14 sessões. No 12º DI diurese 800mL/dia e 16º DI 1550 mL/dia porém, Cr 6,2 e Ur 179, foi descontinuada a HD, paciente manteve diurese chegando a Cr 2,6 Ur 143 no 23º DI e na alta 26º DI Cr 1,2 e Ur 35. Caso 02 - XQ, masculino, 39 anos, chinês, chegou ao PS uma semana após ter diagnóstico de malária não complicada (gota espessa 7/c) recebendo medicação artemisina IM para casa. Não fez uso correto da medicação e por estar com febre, mal estar e vômitos foi internado. Exames Cr 2,2 , Ur 158, glicose 52, TGO 26, TGP 55, gota espessa 6/c. Iniciou quinino na enfermaria. Por apresentar-se bem clinicamente, diurese de 1500mL/24h foi avaliado laboratorialmente 3 dias após, evidenciando naquele momento Cr de 22,4 e Uréia de 262, K 4,8, Na 136, Hb 8,6, HT 27,7, TGO 10, TGP 75. Repetidos no dia seguinte Cr 20 e Ur 163. Neste momento a nefrologia foi chamada para avaliação e estando o paciente clinicamente estável, sem qualquer sinal ou sintoma urêmico, mantida diurese optou-se por hidratação EV e exames diários. Ao longo dos 25 dias seguintes a Cr e Ur foram caindo lentamente chegando ao término Cr 1,1 e uréia 30. Resultados: demonstramos através do exposto que o XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 61 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 62 14 de setembro de 2008 - Domingo tratamento dialítico é de suporte na vigência de quadro oligo-anúrico na malária, o importante é a prevenção de instabilidade hemodinâmica e outros fatores complicadores na IRA. Conclusão: A IRA na Málaria por plasmodium falciparum traduz uma necrose tubular aguda instalada e que normalmente tem um tempo de recuperação assistido limitado. Nos casos apresentados a IRA não oligúrica pode ser manejada clinicamente e teve igual tempo de recuperação ao da IRA dialítica. PO189 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE MORTALIDADE PELO ATN-ISS EM PACIENTES DE UNIDADE INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO ANTUNES, N; ANDRUG FILHO, E; BINO, F; CARDOSO, LR. UFRJ(1); Introdução: diversos índices de estratificação de risco foram estudados com o objetivo de predizer a evolução de pacientes graves. Tem sido proposta a utilização de índices específicos para pacientes com insuficiência renal aguda (IRA). Objetivo: avaliar e comparar as taxas de mortalidade e o escore de severidade individual de necrose tubular aguda (ATN-ISS) em pacientes que desenvolveram IRA na unidade de terapia intensiva do HUCFF / UFRJ a fim de verificar a viabilidade de usar rotineiramente este índice prognóstico. Métodos: foram avaliados prospectivamente 28 pacientes com IRA, acompanhados até recuperação do quadro renal ou óbito. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo I: sobrevida e Grupo II: óbito. O escore ATN-ISS foi aplicado pelo nefrologista no momento da primeira avaliação. A análise estatística foi feita utilizando teste t de Student e regressão logística, com óbito como variável dependente. O valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: a média de idade dos pacientes foi de 55,8±18,5 anos e 50% eram do sexo masculino. As principais causas da IRA foram sepse (53,6%) e isquemia (35,7%). Oligúria estava presente em 85,7% dos casos e 89,2% dos pacientes necessitaram de hemodiálise. A maior parte dos pacientes evoluiu para o óbito (60,7%), 52,9% evoluíram com recuperação da função renal e um caso (3,6%) evoluiu com doença renal crônica. As doenças infecciosas foram as principais causas de óbito (52,9%). A mediana [Min-Max] do escore ATN-ISI do Grupo I foi 0,70 [0,17-0,84] e a do Grupo II foi de 0,74 [0,42-0,93] (p = 0,27). A análise dos grupos por regressão múltipla não se mostrou significativa (p = 0,24). Conclusão: o escore de ATNISI não se mostrou eficiente na discriminação entre sobreviventes e não sobreviventes nos grupos de pacientes com IRA na população estudada. PO190 ESTUDO DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) DIALÍTICA EM UNIDADE TERAPIA INTENSIVA (UTI) LIMA, RA(1); PEREIRA, BJ(1); QUEIRÓS, VBLC(1); LARANJA, SMR(1); HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL(1); Objetivos: avaliar a mortalidade e recuperação funcional em UTI de pacientes dialíticos de acordo com método dialítico utilizado, estudar se a mudança do método dialítico e quais fatores clínicos ocasionam alteração na recuperação funcional e evolução clínica. Métodos: revisados 130 pacientes dialíticos no ano 2007 e coletados dados de sexo, faixa etária, classificação da IRA; método dialítico optado inicialmente e se houve mudança ,dados de recuperação da função renal e evolução clínica. O método de diálise foi optado de acordo com o estado hemodinâmico, sendo os instáveis submetidos a métodos contínuos lentos (CVVHD e CVVHDF) ou hemodiálise extendida intermitente e os mais estáveis a hemodiálise convencional intermitente (HDI) .As variáveis qualitativas foram representadas por freqüência absoluta (n) e relativa (%) e as quantitativas por média, desvio padrão (dp), A presença de associação entre recuperação e óbito e demais variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado e quando necessário pelo Teste do Qui-quadrado da Razão de Verossimilhança.Os grupos foram comparados quanto aos tempos de internação na UTI e de acompanhamento pelo Teste de MannWhitney para amostras independentes.Foi adotado o nível de significância de 0,05 e níveis descritivos (p) inferiores a esse valor considerados significantes e representados por *. Resultados: Foi encontrada associação significativa entre recuperação dos pacientes e a 1ª diálise (p=0,035), onde a maior parte daqueles que recuperaram (94,1%) fizeram HDI e porporcionalmente menor no grupo dos sem recuperação (72,6%); os pacientes com recuperação permaneceram na UTI por um tempo maior (49,7±30,5 dias) do que os pacientes do grupo sem recuperação (14,7±13,6 dias p<0,001) e foram acompanhados por um tempo significantemente maior, bem como tiveram evolução clínica mais favorável. Conclusões: pacientes estáveis e submetidos a HDI inicialmente, internados por mais tempo na UTI tiveram recuperação funcional renal melhor; não houve impacto na mortalidade a mudança do método PO191 AVALIAÇÃO DA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) DURANTE E APÓS A SUSPENSÃO DO TRATAMENTO COM GENTAMICINA (G) EM RATOS. CHRISTO, JS; MOURO, MG; CELEDEZE, MA; SIMÕES, MJ; SCHOR, N; HIGA, EMS. UNIFESP(1); Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a possível correlação entre a recuperação da função renal após a suspensão do tratamento com gentamicina com alterações na produção de óxido nítrico (NO) em ratos. Materiais e métodos: Ratos Wistar machos foram tratados com veículo da G (grupo CTL) e com G (100mg/kg) intraperitoneal durante 10 dias. Após o tratamento foi realizada a coleta de sangue e urina de 24 horas para análise da função renal e metade dos animais foram sacrificados e seus rins retirados e preparados para a análise histológica. Nos demais animais esse procedimento foi realizado após 30 dias de suspensão da droga. Resultados: Após 10 dias o grupo G desenvolveu uma diminuição da função renal, caracterizada por um aumento significante de creatinina sérica (5,4± 1,1 versus CTL 1,3±0,4 mg/dl e uréia 333,1±71,6 versus CTL 42,9±2,6mg/dl); uma 62 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres diminuição da uréia na urina (46,1± 3,4 versus CTL 88,5± 4,1mg/dl) e do clearance de creatinina (0,5± 0,1 versus CTL 1,2±0,1mg/dl) e uma diminuição da síntese de NO na urina (383,6±101,5 versus CTL 2.717±159,7 µm). A análise histológica confirmou uma necrose tubular severa nos ratos tratados com G quando comparado ao grupo CTL. Após 30 dias da suspensão do tratamento com G observamos a normalização da função renal com diminuição da creatinina sérica (1,1±0,2 versus CTL 1,2±0,2 e uréia sérica 57,4±5,4 versus CTL 40,6±0,8mg/dl), aumento da uréia na urina (80,3±4,1± versus CTL 80,3±1,8mg/dl) e do clearance de creatinina (1,5±0,1 versus CTL 1,1±0,1mg/dl) uma leve necrose tubular e uma recuperação parcial do NO urinário (2.294,0±256,5 versus CTL 2.917,0 ±241,5 µm). Conclusão: Estes resultados sugerem que o NO tem um efeito protetor na Insuficiência Renal Aguda induzida por G em ratos PO192 ALCALOSE METABÓLICA SEVERA E INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA HIPOCALÊMICA DEVIDO A ESTENOSE DUODENAL ANDRADE, L(1); OLIVEIRA, M(1); MARINHO, T(1); MARTINS, S(1); FERREIRA, L(1); Instituto de Infectologia Emilio Ribas(1); As causas clássicas IRA hipocalêmica descritas na literatura são leptospirose, lesão renal por aminoglicosídeos e anfotericina B e nefroesclerose hipertensiva maligna. A depleção de volume secundária a vômitos incoercíveis, pode resultar em redução da perfusão renal causada pela diminuição do volume circulante efetivo levando a quadro de insuficiência pré-renal importante. O conteúdo gástrico contém grande quantidade de HCl. Em indivíduos normais a secreção gástrica de hidrogênio não permite a alcalose metabólica, desde que haja secreção pancreática de bicarbonato estimulada pela presença de ácido no duodeno. No entanto, na presença de vômitos não existe estímulo para secreção do mesmo no duodeno gerando alcalose de contração. A alcalose metabólica desencadeia desvio do potássio para dentro das células e secreção desse íon nos túbulos renais distais gerando redução de sua concentração plasmática. OBJETIVOS: Relatar o caso de um homem com IRA hipocalêmica secundária a estenose duodenal, revisão de literatura e diagnósticos diferenciais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso, os dados utilizados foram coletados do prontuário do paciente. RESULTADOS: CI, 41anos, masculino, procedente de SP, com vômitos incoercíveis há 15 dias, após ingestão de água contaminada com ratos. Nega uso de medicações ou mialgia. Sendo encaminhado a UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas com suspeita de leptospirose. EF: MEG, sonolento, confuso, eupneico, AAA, desidratado 2+/4+, PA 120 x 70, FC 83, abd doloroso em epigastro. Ex lab: Hb: 12, leuc 8900 (81% seg, 4% linf), plaq 125000, Na 130, K 2,3, Mg 2, Cl 98, creat 4,7, uréia 320, CPK 553, TGO 23, TGP 41, BbT 1,3. Gaso arterial: pH 7,52, pO2 67, bic 46, BE 21, sat O2 94%. UI: dens 1020, pH 6,0, prot 1+, Bb 1+, Hb 4+, céls epit 16000, leuc 94000. PCR 56. Sorologia leptospirose negativa. EDA: estenose total em canal pilórico. Bx: gastrite crônica intensa com metaplasia intestinal completa. H. pylori negativo. CONCLUSÃO: A estenose duodenal apesar de não estar descrita como causa clássica de IRA hipocalêmica, deve ser lembrada como diagnóstico diferencial, permitindo a instituição de terapêutica adequada evitando maior morbidade. PO193 PREDITORES DE DIÁLISE E MORTALIDADE EM 100 PACIENTES CRÍTICOS COM IRA SOUZA, SP(1); MATOS, RS(2); BARROS, LL(2); ROCHA, PN(2); Hospital Geral Roberto Santos(1); Faculdade de Medicina da Bahia(2); Objetivos: Identificar preditores de diálise e mortalidade em pacientes críticos com IRA. Métodos: Estudo prospectivo, observacional, conduzido na UTI do HGRS entre 11/07/06 e 28/08/07. Incluímos apenas os pacientes com diagnóstico de IRA acompanhados pelo serviço de Nefrologia. Resultados: Acompanhamos 100 pacientes. A idade média foi de 58,23 +/- 19,72 anos, 52% eram homens e 57% negros ou mulatos. A IRA foi classificada como clínica em 55% dos casos, cirúrgica em 31%, obstrutiva em 5% e obstétrica em 1%. Na maioria (89%) dos pacientes, houve diagnóstico de sepse; 84% utilizaram ventilação mecânica e 82% drogas vasoativas. Na primeira consulta, a IRA foi classificada como RIFLE-F em 70% dos casos; 54% apresentavam oligúria (< 400 ml/d). Foi realizada diálise em 56% dos casos. Em análise univariada, foram preditores de diálise: ventilação mecânica, drogas vasoativas, oligúria, e uréia > 150 mg/dl. Na análise multivariada, apenas oligúria (RC 4,71; IC 95% 1,74 a 12,75; P = 0,002) e uréia > 150 mg/dl (RC 8,31; IC 95% 2,17 a 31,87; P = 0,002) permaneceram como preditores independentes. O tempo entre a primeira consulta e a primeira diálise foi de 1,98 +/- 3,53 dias. Os métodos dialíticos foram: hemodiálise clássica 60%, SLED 10%, CVVHDF 54%. Anticoagulação foi utilizada em 37% dos casos dialíticos. A mortalidade geral foi de 68%. Em análise univariada, foram preditores de óbito: ventilação mecânica, drogas vasoativas, hiperlactatemia e oligúria. Na análise multivariada, apenas lactato > 2,5 mmol/l (RC 11,5; IC 95% 2,0 a 65,4; P = 0,0057) e noradrenalina > 1 ug/kg/min (RC 5,0; IC 95% 1,9 a 21,6; P = 0,0282) permaneceram como preditores independentes. Conclusões: Nesta população de pacientes críticos com IRA, uremia e oligúria foram as principais indicações de diálise. A mortalidade foi elevada e associada a hiperlactatemia e uso de noradrenalina em doses elevadas. PO194 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA PÓS-RENAL OCASIONADA POR CLOROMA DE BEXIGA SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); NOGUEIRA, LR(1); SANTOS, E(1); CASTRO, GM(1); SIMÕES, NMS(1); LIMA, ARG(1); Hospital São Domingos(1); Introdução: Pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA), especialmente na sua forma monocítica, podem ocasionalmente apresentar infiltração leucêmica de sítios extra- XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 63 Pôsteres medulares. Tais lesões podem adquirir um aspecto tumoral, conhecido por sarcoma granulocítico ou cloroma, devido à sua coloração característica observada pelas técnicas de imuno-histoquímica. Os sítios mais comumente acometidos são a pele e a gengiva. Eventualmente, outros locais podem ser envolvidos como os linfonodos, intestino, mediastino, espaço epidural, útero e ovários. Infiltração da bexiga é raramente descrita Objetivo: Apresentar um caso de Insuficiência renal aguda pós-renal ocasionada por infiltração vesical por cloroma (sarcoma granulocítico), em uma paciente portadora de LMA Relato de Caso: A.R.S.P, fem, 65 anos, teve o diagnóstico de LMA M1 em julho de 2005. Fez 3 ciclos de Dauno + Ara C, entrando em remissão completa já no primeiro ciclo. Em abril de 2007, cerca de 1 ano e 9 meses de remissão completa medular, paciente passou a apresentar cefaléia e vômitos. CT de crânio revelou lesão expansiva no hemisfério cerebelar direito. Submetida à craniotomia com ressecção completa da lesão. O anatomopatológico do tumor foi de aspecto morfológico consistente com infiltração por neoplasia hematopoética, compatível com LMA após confirmação por imunohistoquímica. Submetida à radioterapia e quimioterapia (QT) intra-tecal. Em agosto de 2007, paciente passou a relatar dor supra-púbica e urgência miccional,. US do aparelho urinário demonstrou espessamento acentuado da parede vesical posterior e discreta hidronefrose bilateral. Biopsia vesical obtida por cistoscopia revelou aspectos morfológicos consistentes com infiltração leucêmica vesical. Submetida a novo ciclo de QT pois também havia recidiva medular. Com melhora da sintomatologia. Em fev 2008, foi internada com oliguria e uremia sendo iniciado tratamento dialítico US e CT revelaram hidronefrose bilateral e espessamento importante de parede vesical. Submetida à nefrostomia percutânea à D, com recuperação da função renal e alta do tratamento dialítico. Submetida a um novo ciclo de QT em março de 2008, com recuperação do volume urinário por via uretral e redução do diâmetro da parede vesical, sendo retirada a sonda de nefrostomia, com alta hospitalar em abril de 2008. Conclusão: O sarcoma granulocítico (cloroma) é uma forma extra-medular de LMA. A sua localização na bexiga é extremamente incomum. PO195 SEGUIMENTO TARDIO DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI): COMPARAÇÃO ENTRE INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) E DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) RIBEIRO, RHCM(1); ZANETTA, DMT(1); CIPULLO, JP(1); LIMA, EQ(1); LOBO, S(1); BURDMANN, EA(1); Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1); Objetivo: Comparar o desfecho tardio de pacientes com IRA e DRC estágio 5 sobrevivendo à internação em UTI. Métodos: Todos os pacientes admitidos em uma UTI de um hospital universitário terciário (HB da FAMERP) entre1998 e 2000 foram analisados. Foram identificados 239 pacientes com IRA e 28 com DRC que sobreviveram à internação. Em 11 pacientes não foi possível fazer o seguimento. O tempo de seguimento para 231 pacientes com IRA foi 8,7 anos e de 8,5 anos para 25 pacientes com DRC. Os dados são apresentados como mediana (intervalo) ou porcentagem. Resultados: A mortalidade tardia foi maior no grupo IRA: 80,5% vs 48% em DRC (p<0,001). Variáveis analisadas no tempo de internação da UTI mostraram que os pacientes com IRA eram mais velhos (58,6 [14,5-98,6] vs 43,2 [16,1-75,9] anos em DRC, p=0,001), apresentava mais homens (65,4 vs 48 % in DRC, p=0,086), ficaram internados por um tempo maior (8 [1-89] vs 5 [2-45] dias em DRC, p=0,032), tinham menor Cr à admissão na UTI (1,3 vs 6,7 mg/dl em DRC, p<0,001) e maior prevalência de choque (66,7 vs 26% em DRC, p=0,002). Os pacientes com DRC tinham maior prevalência de hipertensão (84 vs 66,7% em IRA, p=0,077), maior porcentagem de admissão por causas clínicas na UTI (100 vs 71% em IRA, p=0,002), maior prevalência de diálise (100 vs 32% em IRA, p<0,001) e maior prevalência de insuficiência respiratória (76 vs. 10,4%, p<0,001). Número de falências orgãnicas, prevalência de diabetes e de doenças cardiovasculares, porcentagem de re-admissão na UTI, prevalência de infecção, acidose metabólica e hipercalemia foram similares nos 2 grupos. As curvas Kaplan-Meier de sobrevida de pacientes com IRA e DRC foram diferentes (log-rank p=0,015). O modelo proporcional de COX mostrou que idade (p=0,038) e IRA (p=0,044) foram as variáveis associadas à mortalidade tardia. Conclusão: Pacientes com IRA que sobreviveram à internação em UTI apresentaram mortalidade tardia significativamente maior do que pacientes com DRC que sobreviveram à internação no mesmo período. PO196 MONITORIZAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL EM PACIENTES TRATADOS COM AMINOGLICOSÍDEO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DIAS, MGCA(1); CAMPOS RG(1); SOARES, PJP(1); OLIVEIRA, JFP(1); BURDMANN EA(1); Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1); Objetivo: Analisar se os pacientes que utilizaram aminoglicosideo (AG) em um hospital universitário terciário tiveram sua função renal monitorizada em algum momento durante o uso deste antibiótico. Métodos: Foram analisados os prontuários dos pacientes que fizeram uso de AG no HB da FAMERP entre fevereiro e junho de 2007. Coletaram-se informações sobre tempo de uso, creatinina sérica (Cr, até 30 dias antes, durante e até sete dias após o uso do AG) e enfermaria (clínica ou cirúrgica) onde o paciente estava internado. Foram incluídos pacientes maiores de 12 anos e excluídos os pacientes da Pediatria, Emergência e Terapia Intensiva. Resultados: AG foi utilizado em 946 pacientes, sendo que 786 (83%) eram da área cirúrgica e 160 (17%) da área clínica. O AG foi utilizado por um dia em 590 pacientes (grupo A), 217 utilizaram dois a quatro dias (grupo B) e 139 por mais de cinco dias (grupo C). A maioria dos pacientes do grupo C estava na área cirúrgica (67%). Cr não foi solicitada em 239 (30,4%) pacientes da área cirúrgica e em 10 (6,25%) paciente da área clínica (p<0,0001 clínica vs cirúrgica). A Cr não foi solicitada em 20% dos pacientes que usaram AG por mais de cinco dias (18,2% da área cirúrgica e 2,1% da área clínica, p=0,0066). Setenta pacientes apresentaram Cr > 1,5 mg/dl até 30 dias antes do uso de AG (39 na cirurgia e 31 na clínica). Houve pedido adicional de dosagem de Cr durante ou após o uso de AG em apenas 51 destes pacientes 14 de setembro de 2008 - Domingo (61% na cirurgia e 87% na clínica, p=0,029). Entre os pacientes com Cr monitorizada após o uso de AG detectou-se aumento de Cr > 0,3 mg/dl em 17,3% dos pacientes clínicos e 9,6% dos pacientes cirúrgicos. Conclusão: Não se detectou monitorização adequada da função renal em número expressivo dos pacientes internados recebendo aminoglicosideos, incluindo aqueles com função renal basal já alterada. Este achado foi significativamente mais freqüente em áreas cirúrgicas. Estes resultados reforçam a necessidade de campanhas educativas sobre nefrotoxicidade de drogas, mesmo em hospitais universitários. PO197 EFEITO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA PRÉVIA NO PROGNÓSTICO TARDIO DE PACIENTES CRITICAMENTE ENFERMOS SUBMETIDOS A DIÁLISE THOME, FS(1); BALBINOTTO, A(1); GUIMARAES, JF(1); HECK, R(1); GONCALVES, TH(1); MORSCH, C(1); BARROS, EJG(1); Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1); Aproximadamente 30% dos pacientes com dano renal agudo (DRA) são portadores de doença renal crônica (DRC) que pode estar associada a um pior prognóstico. Objetivo: Avaliar a sobrevida e a recuperação da função renal após a alta em pacientes com dano renal agudo portadores de DRC. Métodos: Estudo prospectivo de coorte incluiu todos os pacientes adultos, com dano renal agudo e necessidade de diálise, admitidos em CTI de junho de 2006 a abril de 2008. Os pacientes foram divididos em dois grupos: sem DRC prévia, creatinina sérica normal, ou com DRC. Os sobreviventes foram contatados até um ano após a alta hospitalar, avaliando mortalidade e permanência em diálise. Análise estatística usou o programa SPSS, versão 14.0. Curvas de sobrevida foram calculadas com o método de Kaplan-Meier, e o modelo de Cox foi usado para análise multivariada dos fatores prognósticos, com nível de significância de 0,05. Resultados: Um total de 385 pacientes internados no CTI desenvolveram DRA com necessidade de diálise. Destes, 56% eram homens, e a idade média 57,3±16,8 anos. A maioria, 296 (77%), não tinha DRC e 89(23%) eram portadores de DRC prévia. Um total de 73 pacientes (19%) estava vivo até um ano após alta hospitalar, 58 (19,6%) do grupo sem DRC, e 16 (18%), com DRC prévia ao insulto renal agudo (p>0,05). Dos sobreviventes, 11 (15%) permaneceram dependentes de diálise sem recuperação da função renal. Destes, 3 (4% dos sobreviventes e 1% do grupo inicial) eram do grupo sem DRC e 8 (11% dos sobreviventes e 9% do grupo inicial) do grupo com DRC (p<0,05). A análise de Cox mostrou que os pacientes que recuperaram a função renal eram mais do grupo DRA (p=0,019), mais jovens (p=0,017) e usaram vasopressor menos freqüentemente (p<0,001). Considerando o desfecho combinado de mortalidade e estar em diálise observamos que o único fator associado a pior prognóstico foi ter DRC prévia (p=0,008). Conclusão: Observamos que a mortalidade dos pacientes com DRA foi semelhante em portadores ou não de DRC prévia. No entanto, a permanência em diálise foi significativamente maior nos portadores de DRC, nos mais idosos e naqueles que usaram vasopressor. PO198 ATIVAÇÃO DA VIA DE SINALIZAÇÃO DO NFKB PELO LPS E ALTA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE EM CÉLULAS MESANGIAIS HUMANAS EM CULTURA ABREU, NP(1); TASSETANO, RCT(1); OLIVEIRA, AS(1); BORGES, FT(1); SALES, EBO(1); MACHADO, J(1); SCHOR, N(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Introdução: A Injúria Renal Aguda (IRA) está freqüentemente associada com a falência múltipla de órgãos e sepse. A presença do Diabetes Mellitus (DM) pode comprometer a evolução e o prognóstico da IRA. Objetivo:O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do lipopolissacáride da E.coli (LPS) na presença de elevadas concentrações de glicose em células mesangiais humanas imortalizadas em cultura (hMC), mimetizando ambiente diabético. Métodos: Foram utilizadas hMC cultivadas em meio DMEM. O “DM” foi induzido através de exposição das hCM ao meio hiperglicêmico (30mM), nos tempos de 10min, 30min, 1h, 5h e 24h. A “sepse” foi provocada pela incubação com LPS 100µg/ml, nos mesmos tempos. A expressão gênica do p65, membro da família do NF&#61547; B foi analisada por PCR em tempo real; a quantificação da Ang II foi analisada por ELISA. Realizou-se Western Blot para estudo dos níveis de fosforilação do AKT. Resultados: A expressão do RNAm do p65 aumentou nos grupos Glicose (3,3 +/-0,2 unidades arbitrárias) e LPS (3,3 +/-0,6 unidades arbitrárias) comparado ao grupo controle (1,0 +/0,09 unidades arbitrárias) (p<0,05) após 24h. Foram observados aumentos constantes nos níveis de fosforilação do AKT em células tratadas com meio hiperglicêmico durante 10min a 5h, entretanto a exposição ao LPS induziu um aumento tempo-dependente nos níveis de fosforilação desta proteína nestes mesmos períodos. Interessantemente, os níveis de Ang II foram reduzidos nos grupos LPS 1h e 24h (0,3 +/-0,05 e 0,3 +/-0,01 ng/ml) respectivamente comparado ao grupo não tratado (0,5 +/-0,01 ng/ml) (p<0,05). Conclusão: Esses dados sugerem que a exposição ao meio hiperglicêmico e ao LPS induziram ativação da via de sinalização do NFkB e aumentaram sua expressão gênica nas células mesangiais humanas. Este aumento pode estar envolvido na inibição da produção de Ang II nestas células. PO199 ENVOLVIMENTO CRÍTICO DA CITOCINA IL-12 NA LESÃO DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAL. PAIVA, VN(1); CÂMARA, NOS(1); MONTEIRO, RMM(2); PACHECO-SILVA, A(2); REIS, MA(3); TEIXEIRA, VAP(3). Universidade de São Paulo(1); Universidade Federal de São Paulo(2); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(3). Introdução: A lesão de isquemia e reperfusão renal é considerada uma síndrome inflamatória, onde a resposta do sistema imune inato e adaptativo tem uma função XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 63 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 64 14 de setembro de 2008 - Domingo decisiva. Contudo, vários trabalhos já demonstraram a participação de citocinas na lesão renal. O papel das citocinas que possam estar envolvidas com os severos danos renais decorrentes da lesão de isquemia e reperfusão ainda é objeto de estudo. Aqui,nós investigamos a função de várias citocinas relacionadas a via Th1 e Th2. Métodos: Animais nocaute para citocinas IL-12, IL-10/IL-12, IL-4, IFN-γ e IFN-γ/IL-12 com seus respectivos controles C57BL/6, ambos foram submetidos à oclusão dos pedículos renais por 45 minutos, seguido por 24 horas. Em cada grupo, sangue e rins foram coletados para análise. A função renal foi estimada pela dosagem dos níveis de creatinina plasmática, análises morfológicas e a expressão de genes citoprotetor como HO-1 e o gene pró-inflamatório como IL-6 por tempo renal também foram investigadas. Resultados: Os camundongos IL-12 KO e os animais duplo nocaute em IFN-γ/IL-12 foram absolutamente protegidos. Os animais duplo nocaute para IL-10/IL-12 apresentam maior dano renal quando comparado com os animais IL-12 KO. Ao contrário, animais IL-4 KO que apresentam um dano renal semelhante quando comparados com os animais controles. De forma interessante, os animais IFN-γ KO apresentam maior dano renal quando comparado com os animais selvagens. Os animais que não foram protegios da lesão renal como IL-4, IL-10/IL12 e IFN-γ apresentaram maior expressão gênica HO-1 e da citocina IL-6. Conclusão: A citocina específica do perfil Th1 (IL-12) esta certamente envolvida com a lesão de isquemia e reperfusão demonstrando que essa citocina é deletéria para o tecido renal e seu micro ambiente pode amplificar a resposta inflamatória e inibir a resposta protetora tecidual. PO200 PRÉ-CONDICIONAMENTO INDUZIDO POR GENTAMICINA EM CÉLULAS LLC-PK1 ENVOLVE PRODUÇÃO DE NO, ENDOTELINA-1, MAS NÃO HSP 70 E 90. PESSOA, EA(1); CONVENTO, MB(1); BORGES, FT(1); SCHOR, N(1); Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1); Pré-condicionamento refere-se à situação em que um animal, órgão ou célula submetida a uma agressão adquire resistência quando a agressão é repetida. O mecanismo dessa proteção é desconhecido, mediadores como óxido nítrico, adenosina e várias “heat shock proteins” (HSP) podem estar envolvidas. Este trabalho tem como objetivo estudar o pré-condicionamento induzido pelo antibiótico gentamicina (GENTA) em células tubulares renais proximais. Células LLC-PK1 foram submetidas à GENTA (2mM) e o mesmo insulto foi aplicado após 1 e 2 semanas.Necrose e apoptose foram determinadas por corantes específicos. Proliferação foi estudada pela contagem do número de células. Produção de óxido nítrico foi avaliada pelo método de Griess e a quantificação da endotelina-1 foi feita por um kit específico. Avaliação das HSC 70 constitutiva, HSP 70 induzível e HSP 90 foi feita por western blotting. Houve um aumento significativo na necrose e apoptose induzida pelo tratamento com GENTA (necrose: 23,5 ± 4,3 %; apoptose: 26,5 ± 2,8%) quando comparados ao controle (necrose: 11,8 ± 4,4 %; apoptose: 3,2 ± 1,2 %). Após pré-condicionamento por 2 semanas, observamos uma diminuição na necrose e apoptose induzida por GENTA (necrose 6,5 ± 0,3 %; apoptose: 6,5 ± 2,1 %) e um aumento significativo na proliferação celular que retornou ao níveis normais do controle mesmo na presença de GENTA. A produção de NO e endotelina-1 aumentou significativamente após précondicionamento por 2 semanas, mas não houve diferença na produção das HSP 70, HSC 70 e HSP 90. Os resultados sugerem que as células LLC-PK1 foram précondicionadas duas semanas após estímulo com GENTA. A produção de NO e endotelina-1, mas não a produção de HSP 70, HSC 70 e HSP 90, estão envolvidas no pré-condicionamento pela gentamicina. PO201 PENTOXIFILINA NA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ISQUÊMICA EM RATOS OKUMURA, AS(1); RODRIGUES, LE(2); MARTINELLI, R(1); Serviço/Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia(1); Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundação Bahiana para o Desenvolvimento da Ciência(2); Objetivo: Isquemia é uma importante causa de insuficiência renal aguda (IRA). Pentoxifilina (PTX), derivado da metil-xantina, aumenta a oxigenação tissular e a função endotelial e inibe a produção de citocinas pro-inflamatórias. Adicionalmente, foi documentado efeito protetor da PTX na IRA experimental relacionada a endotoxina. O objetivo do presente estudo foi avaliar o possível efeito protetor renal da PTX na isquemia, através da medida da respiração mitocondrial como índice de lesão celular. Material e Métodos: Ratos SpragueDawley foram submetidos a nefrectomia à direita. O rim esquerdo foi, então submetido a isquemia por clampeamento da artéria renal durante 45 minutos. Imediatamente após a retirada do clamp, 1ml da solução de PTX (100 mg/ml) foi injetada por via endo-venosa; no grupo controle, submetido aos mesmos procedimentos, foi injetado 1 ml de salina. Cinco minutos após a injeção, o rim esquerdo foi removido, homogeneizado e submetido a centrifugação diferencial refrigerada. A atividade mitocondrial foi avaliada pelo consumo de oxigênio, medido polarograficamente. Resultados: A respiração endógena mitocondrial de rins de ratos tratados com salina foi 9.20 + 1.0 &#951; mol O2/mg proteina/min e do grupo tratado com PTX foi 8.9 + 1.4 &#951; mol O2/mg proteina/min (p>0.05). Quando estimulado por succinato houve aumento similar no consumo de oxigênio nos dois grupos: 17.9 + 2.3 e 18.1 + 2.1&#951; mol O2/mg proteina/min no grupo controle e no grupo tratado com PTX, respectivamente (p>0.05). Conclusão: No presente estudo não foi demonstrado efeito protetor renal da PTX na isquemia. É possível que ao tempo da administração da PTX as mitocôndrias já estivessem lesadas pelo processo de isquemia/reperfusão e o seu efeito tenha sido insuficiente para reverter a lesão celular. 64 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO202 FAS SOLÚVEL ESTÁ ASSOCIADO COM ANEMIA NOS PACIENTES GRAVES COM IRA EM HEMODIAFILTRAÇÃO CONTÍNUA GÓES, MA(1); QUINTO, BMR(1); DALBONI, MA(1); CENDOROGLO, M(2); PAVÃO, OF(2); MONTE, JC(2); DURÃO, MS(2); PEREIRA, VG(2); OLIVEIRA, M(2); IZUKA, I(2); SANTOS, BFC(2); BATISTA, MC(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Hospital Israelita Albert Einstein(2); Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis séricos de sFas e os níveis de hemoglobina (Hb) nos pacientes graves com IRA em hemodiafiltração veno-venosa contínua (CVVHDF). Métodos: Foram analisados 40 pacientes graves com IRA em CVVHDF e 29 indivíduos controles saudáveis. Dados demográficos incluíram idade, sexo e APACHE II na admissão do paciente no Centro de Terapia Intensiva (CTI). As amostras sanguíneas foram coletadas na admissão da CTI, antes do início da CVVHDF e 24h após o início da CVVHDF. Foram dosados níveis séricos de: Hb, sFas, interleucina-10 (IL10), eritropoietina sérica (Epo) em todos os pacientes. Resultados: Comparados aos controles saudáveis, os pacientes com IRA apresentaram menores níveis de Hb, maiores níveis séricos de sFas antes do início da CVVHDF (p<0,001). Após 24 h de CVVHDF, os pacientes com Hb<9,0 g/dl na admissão da CTI apresentaram níveis séricos de sFas maiores (5966+2159) comparados com pacientes com níveis de Hb>9,0 g/dl (4292+2392; p=0,03). Os níveis séricos de sFas após 24h de CVVHDF (4877+ 2424) foram maiores do que no início da CVVHDF (4121+ 2145; p<0,001), enquanto que os níveis de Hb apresentaram uma tendência a diminuir do início (9,4+1,5) para após 24h de CVVHDF (9,2+1,0; p=0,44). Os níveis séricos de Epo no início da CVVHDF (79,9+ 93) foram menores do que após 24h (117+110; p=0,03). No início da CVVHDF os níveis séricos de sFas apresentaram correlação negativa com Hb (r= -0,35; p=0,03). Observamos também que os níveis séricos de sFas apresentaram correlação positiva com os níveis séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF (r=0,48; p=0,02); Por sua vez os níveis séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF apresentaram correlação positiva com os níveis de Epo sérica após 24h (r=0,33; p=0,03). 24 pacientes receberam tratamento com rHuEPO desde o início da CVVHDF, sendo que 04 (16,7%) evoluíram para óbito. Conclusão: Anemia e elevados níveis séricos de sFas são prevalentes e associados nos pacientes graves com IRA em terapia renal substitutiva. Os níveis de sFas foram maiores nos pacientes com anemia pronunciada, inferindo potencial atuação desta proteina na gênese da anemia nestes pacientes. PO203 PREVENÇÃO DA NEFROTOXICIDADE POR CONTRASTE EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: COMPARAÇÃO DE HIDRATAÇÃO COM CLORETO DE SÓDIO E BICARBONATO DE SÓDIO SILVA, RG(2,3); SILVA, NG(2); ZANETTA, DMT(1); BURDMANN, EA(1,3); Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1); Hospital do Câncer da Fundação PIO XII(2); Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(3); Objetivo: Testar a eficácia da hidratação com solução de bicarbonato de sódio 154 mEq/L (1,3%) e a hidratação com cloreto de sódio a 154 mEq/L (0,9%), na prevenção da nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos. Métodos: Os indivíduos do estudo são pacientes oncológicos do Hospital do Câncer da Fundação PIO XII de Barretos, submetidos à tomografia computadorizada com uso de contraste radiológico de baixa osmolaridade. Os critérios de inclusão são idade > 18 anos, filtração glomerular (RFG) estimada (MDRD) > 30 e &#8804; 60 ml/min/1,73m2 e/ou ser portador de diabetes melitus e ter assinado consentimento informado. Os pacientes são randomizados em dois grupos, grupo Bic (bicarbonato) recebe solução contendo 154 mEq/L de bicarbonato de sódio em água, em infusão contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o exame e por 6 horas após o procedimento. O grupo SF (soro fisiológico) recebe solução contendo 154 mEq/L de cloreto de sódio em água, em infusão contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o exame e por 6 horas após o procedimento. Nefropatia por contraste foi definida como queda de 25% no RFG basal, necessidade de diálise ou aumento &#8805; 0,5 na creatinina pré contraste após 48/72 horas do exame. Resultados: Foram incluídos até o momento 21 pacientes, 11 no grupo Bic e 10 no grupo SF. Os grupos SF e Bic foram semelhantes quanto à idade (60±4 e 61±3 anos), peso (75±3 e 66±4 kg), volume de contraste (100 e 105 ml), creatinina basal (0,84±0,08 e 0,83± 0,08 md/dl) e RFG précontraste (97±10 e 78±8 ml/mim/1,73 m2). Nenhum paciente desenvolveu nefropatia por contraste até o momento. Conclusão: Nesta amostra inicial, a hidratação com bicarbonato de sódio apresentou eficácia similar à com cloreto de sódio na prevenção da nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos submetidos à tomografia computadorizada. Metabolismo Mineral PO204 HIPERPARATIREOIDISMO SEVERO EM FASE CONSERVADORA DE NEFROPATIA DIABÉTICA: RELATO DE CASO FERRAZ, FHRP Hospital Regional da Asa Norte(1); Introdução: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicação frequente da insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTS nas fases conservadoras ainda são conflitantes. Objetivo, Materiais e métodos : Relato de caso de paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos, XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 65 Pôsteres masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral (janeiro/07 )devido disfunção renal. Queixas: "urina espumosa", nictúria e dores difusas membros inferiores há 3 meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos, dislipidemia, hiperuricemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de: daonil, diamicron, metformina, captopril e nifedipina .Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160X80 mmHg, sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais (jan/07): hemoglobina 10mg/dl; hematócrito 30; uréia 99; creatinina 3.8 (clearance estimado 23 ml/min ), cálcio 13, fósforo 3,6 fosfatase alcalina 184, ácido úrico 12mg/dl, glicemia 124mg/dl, hbglicosilada 7%, proteinúria 1,17g/24horas. Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética nãoproliferativa.Exames imagem(jan/07): Ultrassom= rins tamanho normal; CT abdomen= presença de calcificações parietais extensas acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos. Solicitado PTH e Cintilografia Paratireóides. Resultados: PTH=1.595 pg/ml, Cintilografia= presença adenoma paratireóide em 1/3 inferior lobo tireoidiano direito. Evolução: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07 com boa evolução e alta uma semana após.Anátomo-patológico= adenoma folicular sem evidência neoplasia. Evolução: bom ganho ponderal ( 4 kg em 9 meses), melhora polaciúria e da função renal ( Cr 3,1; clearance 35ml/min). Discussão: Mesmo em subgrupos com maior prevalência de quadros adinâmicos (como os pacientes idosos e/ou diabéticos), é necessário avaliação rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos ainda em fase de tratamento conservador devido seu importante impacto na sobrevida renal e cardiovascular dos mesmos PO205 SEVERO HIPERPARATIREOIDISMO EM FASE CONSERVADORA DE NEFROPATIA DIABÉTICA - RELATO CASO PAES-FERRAZ, FHR(1); QURINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1); Hospital Regional da Asa Norte(1); Introdução: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicação frequente da insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTOS nas fases conservadoras ainda são conflitantes. Objetivo, Materiais e Métodos: Relato de caso de paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos, masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral em janeiro/07 devido disfunção renal. Queixas: "urina espumosa", polaciúria, nictúria e dores difusas membros inferiores há 3 meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos, dislipidemia, hiperuriciemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de hipoglicemiantes orais e nifedipina. Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160x80 mmHg, sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais: hb 10mg/dl; ht 30; uréia 99; creatinina 3.8 (clerance 23ml/min), fosfatase alcalina 184, cálcio 13, fósforo 3,6, ácido úrico 12 mg/dl, glicemia 124 mg/dl, hbglicosilada 7%, proteinúria 1,17g/24 horas. Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética não-proliferativa. Exames imagem: Ultrassom= rins de tamanho nl; CT abomen= presença de calcificaçòes parietais extensas acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos. Solicitado PTH e cintilografia paratireóides. Resultados: PTH=1.595 pg/ml, Cintilografia= presença hipercaptação em 1/3 inferior lobo tireoidiano direito. Evoluçào: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07 com boa evolução e alta uma semana após. Anátomo-patológico= adenoma folicular sem evidência neoplasia. Evolução: bom ganho ponderal (14kg em 9 meses), melhora anemia e da funçào renal ( Cr 3,1; clearance 35ml/min). Discussão: Mesmo em subgrupos com maior prevalência de quadros adinâmicos ( como pacientes idosos e/ou diabéticos), é necessároio avaliação rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos em conservador. PO206 AVALIAÇÃO ETIOLÓGICA E ASPECTOS CLÍNICOS DE PACIENTES PORTADORES DE CÁLCULO CORALIFORME(CC) AMARO, CRPR; RUIZ, CRPT; DAMASIO, P; GOLDBERG, J; AMARO, JL; MUNHOZ, T. Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista - UNESP(1); Introdução: O CC representa 10 a 20% da nefrolitíase. Sua etiopatogenia está associada à infecção. Outros fatores exercem papel na sua formação : as alterações anatômicas do trato urinário e as alterações metabólicas. O objetivo foi avaliar as causas dos CC. Pacientes e métodos: De fevereiro de 2000 até fevereiro 2008 foram atendidos 630 pacientes. Os critérios de inclusão foram: CL cr >60 ml/min e urocultura negativa. Avaliados: antecedentes de ITU, malformação, história familiar, procedimentos urológicos. A investigação metabólica consistiu da coleta de urina de 24 horas: Cálcio, fósforo, ácido úrico, sódio, potássio, magnésio, oxalato e citrato e séricas de: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Cl, PTH e pH urinário. Resultados:Encontrados 37 (5,8%) pacientes portadores de CC, cuja idade variou de 25 a 68 anos. Destes, 35 mulheres e 2 homens. Em 6 pacientes os cálculos eram bilaterais e 31 unilaterais. Encontramos 10 pacientes nefrectomizados unilateralmente, por complicações e 1 caso de estenose de JUP. 27 pacientes foram tratados pela LECO, 15 submetidos à nefrolitotomia percutânea prévia ou cirurgia aberta. 18 (48,6%) apresentavam história clínica de ITU. Bactérias encontradas: Proteus mirabilis E.coli, Klebsiella, enterobacter faecalis, streptococus, e em 6 não pode ser identificado. Destes 37 pacientes com CC, 22 foram submetidos à investigação metabólica por atenderem aos critérios de inclusão. Dos 22, 15 (68,18 %) apresentavam alterações.. Dos 15 pacientes com alterações metabólicas, tivemos: 9 (64,2%) com hipercalciúria, 8 (53,3%) com hipocitratúria, 3 (21,4%) com hiperuricosúria, 2 (14,2%) com hipomagnesúria e 1 (7,1 %) com hiperoxalúria, 1(7,1%) hiperparatiroidismo primário, e 1(7,1%) de acidose tubular renal distal tipo 1. Discussão e conclusão: A ITU exerce importante papel na formação do CC. Encontramos 5,8% de CC. Protocolos de tratamento e acompanhamento deste pacientes portadores de CC devem estar voltados para a prevenção da recorrência através da correção dos distúrbios metabólicos e o controle da infecção. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO207 DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES EM TRATAMENTO DIALÍTICO BASTOS, KA(2); PEREIRA, DR(2); MENDONÇA, AS(1); MENDONÇA, LMM(2); ANDRADE JÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de Sergipe(2); Introdução: Distúrbio mineral e ósseo na doença renal crônica (DMO-DRC) é complicação comum e importante causa de morbi-mortalidade e redução na qualidade de vida Objetivo: Avaliar o DMO-DRC em pacientes em diálise. Métodos: Analisaram-se os níveis séricos de paratormônio intacto (PTHi), fosfatase alcalina total (FAT), alumínio, cálcio corrigido, fósforo, produto cálcio-fósforo (CaxP), uso de medicações para controle do DMO-DRC e histórico e manifestações clínicas de 264 pacientes adultos em diálise. Pacientes em hemodiálise foram comparados aos em diálise peritoneal (DP). Compararam-se também os pacientes com hiperparatiroidismo secundário (HPT), grupo A (PTH>450), com os de turnover ósseo incerto, grupo B (PTH<450), onde se incluíam os de doença de baixo remanejamento (DOBR) (PTH<150). Utilizaram-se na análise estatística os testes Qui-quadrado, exato de Fisher e "t" de Student (p<0,05). Resultados: Predominaram hipercalcemia (60,6%), níveis normais de FAT (51,7%), de fósforo (63,5%) e de CaxP (88,6%) e níveis de PTHi fora do recomendado (70,9%). Dor óssea foi a manifestação clínica mais freqüente (26,1%) e cloridrato de sevelamer, o quelante de fósforo mais prescrito (74,8%). Os em DP eram mais velhos (p = 0,0007), apresentavam valores médios de albumina inferiores (p < 0,0001) e de cálcio e CaxP superiores aos em hemodiálise (p < 0,0001, p = 0,024, respectivamente), não havendo diferença para os demais parâmetros estudados. A prevalência de HPT (20,8%) foi menor que a de DOBR (33,8%). O grupo A apresentava maiores médias de FAT (p<0,01), de fósforo (p=0,01), de CaxP (p=0,017) e de tempo em diálise (p<0,0001), e o grupo B, de alumínio (P=0,028). Conclusões: A prevalência de DOBR foi elevada. HPT relacionouse ao tempo em diálise, independentemente da modalidade. Apesar de a biópsia óssea ser o padrão-ouro na análise da DMO-DRC, as limitações técnicas e financeiras à sua utilização justificam a investigação inicial da maioria dos pacientes por métodos não invasivos. PO208 SOFTWARE PARA IMPLANTAR AS DIRETRIZES DO K/DOQI NO CONTROLE DO METABOLISMO MINERAL EM PACIENTES RENAIS CRONICOS AMARAL FILHO, G(1); CUNHA, DR(1); BASALDUA, SB(2); RODRIGUES, FC(1); TRINDADE, TC(2); OKADA, AU(2); YOKOYAMA, JS(1); AMARAL, G(1); GORDAN, PA(2); Nefroclinica de Londrina(1); IPECET - Instituto de Pesquisa Clinica, Ensino e Tecnologia(2); Objetivo: Diante das dificuldades para implantar as diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative - metabolismo mineral (K/DOQI) em uma unidade de diálise, desenvolvemos um software visando auxiliar a tomada de decisões da equipe médica, uniformizar condutas, facilitar a impressão de documentos e a realização de pesquisas. Material e métodos: O software, chamado NefroOnline - módulo metabolismo mineral (NOL), foi desenvolvido em linguagem PHP/MYSQL, para uso online na Internet. O NOL recebe as informações (dados clínicos, exames, medicamentos em uso), faz a interpretação de acordo com um algoritmo baseado no K/DOQI, e apresenta ao usuário médico as condutas sugeridas para o paciente naquele momento. O usuário médico interpreta as sugestões e decide qual a conduta final. Após a confirmação da conduta final, o NOL gera documentos, como receitas, solicitações e justificativas, facilitando as impressões. O NOL emite a Revista Informativa de Nefrologia (RIN), um boletim mensal individualizado para cada paciente, com as informações sobre os exames e medicamentos prescritos. Também gera gráficos e pesquisas que podem ser analisados online ou em outros programas, como Excel. O software foi testado na Nefroclínica de Londrina, com um segmento médio de 200 pacientes durante dois anos. Resultados: A utilização do NOL facilitou a implantação das Diretrizes do K/DOQI na unidade, uniformizando as condutas médicas. O tempo disponibilizado para a emissão de receitas, justificativas e solicitações médicas foi drasticamente reduzido na unidade. A emissão do boletim mensal com informações individuais para cada paciente aumentou o envolvimento do paciente e familiares com o tratamento, melhorando a adesão à terapia. A analise dos gráficos e pesquisas possibilitou um melhor conhecimento do perfil do grupo dos nossos pacientes. Conclusão: O uso do NOL facilitou a implantação do K/DOQI e a uniformização das condutas médicas, além de reduzir o tempo necessário para impressão de documentos. Também facilitou a geração de pesquisas e análise da realidade dos pacientes do serviço. PO209 EFEITO DOS QUELANTES DE FÓSFORO SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO E MARCADORES INFLAMATÓRIOS NOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE PERES, AT(1); DALBONI, MA(1); CANZIANI, ME(1); MANFREDI, SR(1); CARVALHO, JTG(1); BATISTA, MC(1); CUPPARI, L(1); CARVALHO, AB(1); MOYSES, RMA(2); GUIMARÃES, N(1); JORGETTI, V(2); ANDREOLI, MC(1); DRAIBE, SA(1); CENDOROGLO, M(1); UNIFESP(1); USP(2); Objetivo: Avaliar o efeito dos quelantes de fósforo Hidrocloreto de Sevelamer (Sevelamer) e Acetato de Cálcio sobre o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios nos pacientes em Hemodiálise (HD). Métodos: Os pacientes em HD foram randomizados para receber a terapia com Sevelamer (n = 17) e Acetato de Cálcio (n = 14). Foram dosados no início e após 12 meses de seguimento: 1) Parâmetros de estresse oxidativo: produção espontânea de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) por neutrófilos XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 65 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 66 14 de setembro de 2008 - Domingo polimorfonucleares (PMN) (citometria de fluxo, utilizando o DCFH-DA como marcador); 2) Parâmetros da capacidade funcional dos PMN através da fagocitose e produção estimulada de ERO (por citometria de fluxo, usando S. aureus marcado com PI); 3) Parâmetros inflamatórios: Níveis séricos de TNF-&#945; , IL-10 (ELISA), Proteína C-reativa (PCR) (quimiluminescência) e Albumina (colorimétrico), 4) Parâmetro laboratorial: LDL-colesterol (LDL) (método automatizado). Resultados: Observamos uma redução da geração espontânea de ERO pelos PMN (p<0,05) nos pacientes tratados com quelantes de fósforo. Por outro lado observamos uma redução na produção estimulada de ERO somente no grupo tratado com Sevelamer (p=0,02). Também, observamos uma redução nos níveis séricos de IL-10 e TNF-&#945; e produto CálcioxFósforo durante o seguimento para os dois tratamentos (p<0,05). Além disso, os pacientes tratados com Sevelamer apresentaram um aumento significante dos níveis séricos de albumina (p<0,01). Observamos ainda, uma tendência de diminuição dos níveis séricos de PCR e uma redução significativa nos níveis séricos de LDL (p<0,05), somente no grupo tratado com Sevelamer. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o tratamento com quelantes de fósforo, principalmente o Sevelamer, pode levar à redução do estresse oxidativo, o que contribuiria para diminuição da lesão endotelial. É possível que o Sevelamer adsorva precursores e/ou compostos urêmicos pró-inflamatórios e próoxidantes, diminuindo conseqüentemente os efeitos destes sobre a microinflamação observada em pacientes em HD. PO210 CARCINOMA DE PARATIREÓIDE EM UMA PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE RIBEIRO, MZD(1); DUARTE, DB(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1); GESTEIRA, F(1); NEVES, C(1); BAHIENSE, MO(1); REGIS, AB(1); LOBÃO, R(1); Hospital Ana Nery - SESAB - UFBA(1); O carcinoma de paratireóide (CP) é uma neoplasia rara, que se manifesta por hipercalcemia severa e doença renal ou óssea concomitante em mais de 50% dos pacientes. Cerca de 1% dos casos de hiperparatireoidismo primário (HPT) é devido à presença do CP. A presença de CP entre os pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) e hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é muito rara, com poucos casos descritos na literatura. Nós relatamos o caso de uma paciente de 32 anos com IRC de causa indeterminada em hemodiálise há oito anos encaminhada para nosso serviço com queixa de dores ósseas em MMII e olhos avermelhados há cerca de um ano. Exames préparatireoidectomia (PTX): cálcio ionizado 1,5 mmol/dL (VN:1,16– 1,32), fósforo 9,7 mg/dL (VN: 2,7-4,5), PTH 4800 pg/mL (VN: 50-330), fosfatase alcalina 588 U/L (VN: 42-98), hemoglobina 7,9 g/dL (VN: 12-16) e hematócrito 23% (VN: 35-45); ultrassonografia da tireóide revelou nódulos sólidos em ambos os lobos cuja citologia foi compatível com lesão folicular; cintilografia das paratireóides com SESTAMIBI mostrou aumento das paratireóides inferior direita e esquerda compatível com hiperplasia ou adenoma. A paciente foi submetida à cirurgia de PTX total com auto-implante em antebraço direito da paratireóide superior direita que tinha melhor aspecto macroscópico além de tireoidectomia total. O histopatológico evidenciou adenocarcinoma de paratireóide e bócio tireoideano multinodular. Apesar de ter sido realizado implante de paratireóide em antebraço a paciente evoluiu bem no pós-operatório com normalização dos níveis de cálcio e PTH, sendo submetida a dosagens seriadas de PTH para controle de recidiva. É sabido que o tratamento cirúrgico é o mais efetivo para o CP, sendo os resultados de quimioterapia e radioterapia pobres no manejo deste tumor. Portanto, apesar dessa associação ser muito rara é importante um alto grau de suspeição clínica nos pacientes com IRC que apresentam níveis de cálcio e PTH muito elevados, mudando dessa forma a conduta rotineira de se implantar tecido glandular nesses pacientes. PO211 CARCINOMA DE PARATIREÓIDE EM UM PACIENTE COM HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO DUARTE, DB(1); RIBEIRO, MZD(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1); GESTEIRA, F(1); NEVES, CL(1); BAHIENSE, MO(1); ROCHA, PGM(1); LOBÃO, R(1); Hospital Ana Nery - SESAB - UFBA(1); O tipo de patologia mais comum das paratireóides é o hiperparatireoidismo primário (HPT). Aproximadamente 1% dos casos de HPT relatados são de carcinoma de paratireóide (CP), onde observamos níveis muito elevados de cálcio e paratormônio (PTH). Nós relatamos o caso de um paciente de 39 anos, com quadro de dores ósseas há 03 anos com relato de múltiplas fraturas espontâneas (úmero direito, fêmur direito e esquerdo) e presença de tumores ósseos. Laboratorialmente, destacavam-se os níveis séricos de cálcio total 16,6 mg/dL (VN: 8,4 – 10,2), cálcio ionizado (Ca++) 2,0 mmol/L (VN: 1,16– 1,32), fósforo 2,4 mg/dL (VN: 2,7-4,5), fosfatase alcalina 653 U/L (VN: 53128) , PTH 1614 pg/mL (VN: 50-330), uréia 92 mg/dL (VN: 7-18) e creatinina 2,1 mg/dL (VN: 0,7-1,3); RX do corpo: presença de extensas lesões líticas insuflantes bilaterais nas tíbias; cintilografia óssea com áreas focais de aumento da atividade osteoblástica em clavícula e úmero direitos, arcos costais, fêmur esquerdo e tíbias. Ultrassonografia da tireóide evidenciou tireóide normal e nódulo sólido na projeção da paratireóide inferior direita (5,0 X 3,3cm); Cintilografia de paratireóide com SESTAMIBI revelou hiperconcentração do contraste na projeção da paratireóide inferior direita. Previamente à cirurgia foram realizadas medidas clínicas para controle da calcemia com hidratação vigorosa, diurético de alça e pamidronato venoso. Houve redução parcial das escórias nitrogenadas após melhora da calcemia. O paciente foi então submetido à cirurgia de paratireoidectomia com ressecção de tumoração volumosa correspondente à paratireóide inferior direita de cerca de 4cm. Histopatologia revelou adenocarcinoma de paratireóide. O paciente evoluiu bem no pós-operatório com normalização dos níveis de Ca++ (1,26 mmol/L) e PTH (126 pg/mL), sendo seguido com dosagens seriadas de PTH para controle de recidiva. Em conclusão, o melhor entendimento desta condição pelos médicos torna mais fácil o diagnóstico e a possibilidade de aumento da sobrevida destes pacientes. 66 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO212 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E SEGURANÇA DO SEVELAMER EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA CLASSES IV EV LEAL, MS(1); WATANABE, A(1); KOCH, V(1); Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP(1); Introdução:Alterações no metabolismo mineral e ósseo, tais como hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo secundário, ocorrem precocemente em doença renal crônica (DRC), e são responsáveis por aumento significativo na morbimortalidade, sobretudo de pacientes pediátricos. Na terapia da hiperfosfatemia, o sevelamer oferece uma alternativa aos quelantes de fósforo (P) a base de alumínio (Al) ou cálcio (Ca), potencialmente implicados em complicações tais como intoxicação por Al, hipercalcemia, doença óssea adinâmica, dentre outras. Objetivo:Avaliar a eficiência e segurança do uso do sevelamer em pacientes pediátricos com DRC IV e V. Pacientes e Método:Estudo retrospectivo,para avaliação do uso de sevelamer em pacientes de 3-18 anos de idade, clearance de creatinina &#8804; 30 ml/min/1,73 m2, com hiperfosfatemia (K/DOQI: P> 6 mg/dL em < 12 anos de idade; P> 5,5 mg/dL em > 12 a) de difícil controle, necessitando de uso frequente de quelante de fósforo a base de alumínio (hidróxido de Al), e/ou complicações como hipercalcemia, associada ou não ao uso de carbonato de Ca. Este trabalho foi aprovado pela Comissão de Bioética do I.Cr-HCFMUSP. Resultados:Após consentimento informado, o sevelamer foi usado em 10 pacientes (ptes), idade média 11,2a (3,3 -17,1), 4 do sexo feminino; 6/10 ptes apresentavam DRC por displasia renal/ uropatia obstrutiva, 2/10 por glomerulopatia, 2/10 por doença sistêmica; 9/10 ptes estavam em diálise, 1/9 em hemodiálise. O tempo médio de uso do sevelamer foi de 22±13m (2-38), com dose média inicial de 127,6±89,7mg/kg/dia e final de 166,8±110mg/kg/d. Após início da terapêutica, houve diminuição do P de 6,3±1,3 mg/dl para 4,4±0,9 mg/dl, tempo médio de redução para valores < preconizado K/DOQI em 2±1,4m. Apenas 1/10 pte necessitou de suspensão do uso da droga por vômitos. Os valores de Ca iônico não sofreram alteração ao longo da terapia com sevelamer (1,2±0,1mg/dl), bem como a dose necessária de bicarbonato de sódio. Conclusão:O uso de sevelamer mostrou-se seguro em pacientes pediátricos com DRC IV e V, apresentando-se como uma opção terapêutica na hiperfosfatemia, sobretudo quando há riscos de intoxicação por alumínio ou hipercalcemia. PO213 ÁCIDO URICO ESTIMULA PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E PROSTAGLANDINAS CÉLULAS MESANGIAIS CONVENTO, MB(1); PESSOA, EA(1); BORGES, FT(1); DALBONI, MA(1); SCHOR, N(1); Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1); A hiperuricemia está associada ao dano cardiovascular e renal, como glomeruloesclerose. O acúmulo de ácido úrico produz efeitos deletérios nas células endoteliais e músculo liso vascular. O objetivo deste trabalho foi analisar a nefrotoxicidade do ácido úrico (AU), na presença de LPS, além do mecanismo envolvido neste dano em células mesangiais. Células mesangiais humanas foram expostas a AU (8-50 mg/dl) e LPS (100 ug/ml) durante 24 horas. Necrose e apoptose foram avaliados por corantes específicos. Espécies reativas de hidrogênio (ERO) foram analisadas por 2’,7’-diclorofluoresceína. A expressão da ciclooxigenase 2 (COX2) foi avalidada por PCR em tempo real. AU só induziu morte celular (necrose ou apoptose) em doses acima de 20mg/dl. Porém, 8 mg/dl já aumentou significativamente a produção de ERO (AU: 1505 ± 571 MIL; CTL: 934 ± 99 MIL). LPS aumentou a necrose (LPS: 16,5 ± 1,5 %; CTL: 5,8 ± 1,6 %) e a produção de ERO (LPS: 2211 ± 787 MIL; CTL: 495 ± 73 MIL). Associação de AU e LPS diminuiu a necrose (AU+LPS: 6,9 ± 1,4 %; LPS: 16,5 ± 1,5 %). AU aumentou a expressão gênica da COX2 em células mesangiais cerca de 2,5 vezes e a associação com LPS potencializou este efeito em cerca de 10 vezes. Os resultados aqui presentes sugerem que o ácido úrico induz dano nas células mesangiais mediado pela produção de ERO. Durante uma infecção, o ácido úrico pode diminuir a morte celular induzida pelo LPS. Porém tanto a hiperuricemia sozinha quanto na vigência de infecção pode estimular diretamente o processo inflamatório pela expressão da COX2 e produção de prostaglandinas. PO214 DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO ALUMÍNICA NA DRC EM DIÁLISE NO BRASIL: “ORDEM E PROGRESSO” CASTRO JH, RODRIGUES LS, BEDUSCHI GC, BALBI AL, PONCE DP, MARTIN, LC, BARRETTI P, CARAMORI JCT. Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp(1). Nas Diretrizes Brasileiras sobre o Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica, foi recomendado que no diagnóstico da Intoxicação Aluminica o teste com desferoxamina – TDFO seja realizado anualmente em todos os pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal (evidência). Todavia, serviços do Brasil ainda não dispoem de recursos suficientes para cumprir essa prática clinica. O objetivo deste ensaio foi avaliar as indicações do TDFO frente às implicações do nivel sérico de alumínio (Al) e frente a outras indicações clínicas, a fim de observar o impacto dessa triagem na priorização deste método de diagnostico. Métodos: Foi analisada uma amostra de 110 pacientes prevalentes em hemodiálise crônica quanto ao Al sérico, PTH, índice de saturação da transferrina (IST), cálcio sérico corrigido. Classificou-se a amostra quanto ao Al ≥50 mcg/L (Alto Risco); Al entre 50-20 mcg/L (Risco) considerando-se pacientes com PTH normal ou baixo (≤ 300); Al ≤ 20 mcg/L (valor falso negativo) considerando-se pacientes com sobrecarga de ferro (IST >50%). Indicou-se em pacientes hipercalcêmicos (Ca corrigido >10,2 mg/L excluindo-se aqueles em uso de calcitriol) e também, naqueles com indicação de paratireoidectomia XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 67 Pôsteres 14 de setembro de 2008 - Domingo – PTX, e no pós-operatório tardio (PTH <100mcg) da realização de PTX. O tratamento da água de hemodiálise: osmose reversa. Resultados: Na amostra avaliada, 43% dos pacientes tem implicações relevantes para investigar a intoxicação alumínica. As razões estão apresentadas na tabela abaixo: Indicação diagnóstica N(%) Quanto ao nível de alumínio Alto Risco 1 (N=96) Risco 8 Valor falso negativo 15 Outras indicações Hipercalcemia 7 (n=110) Previamente a PTX* 13 Pós PTX 3 TOTAL 47 (42,7%) Conclusões: as diretrizes nacionais apontam as ferramentas que devem ser aplicadas no diagnóstico da intoxicação alumínica, recomenda-se que o TDFO preceda a biópsia óssea. Mostramos que em metade destes pacientes em hemodiálise, há indiscutível e imediata necessidade do TDFO. É de grande importância que a bandeira seja hasteada e discutida, mostrando-se que paralela a essa realidade há pequena disponibilidade de laboratórios capacitados para metodologia e a necessidade de anuência dos gestores para custeio deste serviço. PO215 PANICULITE CALCIFICANTE EM PACIENTE COM DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (DMO-DRC) PINTO, PS(1); CARMINATTI, M(1); NOGUEIRA, CM(1); SUASSUNA, PGA(1); ABRITA, RR(1); OLIVEIRA, ARM(2); CARVALHO, MTF(2); FERNANDES, N(1); Fundacao IMEPEN / NIEPEN da UFJF(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(2); Objetivo: Relatar o caso de uma paciente portadora de doença renal crônica (DRC) em tratamento dialítico apresentando quadro de paniculite calcificante secundária ao DM0-DRC. Relato do Caso: Apresenta-se o caso clínico de uma paciente de 42 anos, branca, natural e residente em Juiz de Fora-MG, portadora de lupus eritematoso sistêmico (LES) e nefrite lúpica classe IV, com diagnóstico há 6 anos, evoluindo para doença renal crônica terminal há 1 ano, em tratamento com diálise peritoneal automatizada. Há 1 ano iniciou quadro de DMO-DRC, com perfil bioquímico sugestivo de baixa remodelação óssea, apresentando hiperfosfatemia de difícil controle e hipercalcemia. Evoluiu com lesões cutâneas em placas enrijecidas (“esclerodérmicas”), inicialmente pardacentas e, posteriormente, tornando-se eritematosas, distribuídas de forma mais importante em tronco e membros inferiores. A biópsia de pele revelou paniculite calcificante. Não apresentava atividade lúpica na época. Foi medicada com corticosteróide oral e tópico, sevelamer, suspensão dos quelantes à base de cálcio e utilização de banho com baixo cálcio, apresentando melhora parcial do quadro. Conclusão: A paniculite calcificante é uma entidade clínica rara. O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento correto. O produto cálcio-fósforo deve ser normalizado, sendo o primeiro-passo para o tratamento da doença. Nefrologia Clínica PO216 É POSSÍVEL DISSOLVER CÁLCULOS RENAIS DE DIFERENTES COMPOSIÇÕES IN SITU? USO DE FITO-SOLUÇÃO MANIPULADA. UM RELATO DE CASO. RODRIGUES FS(1); GOZZO D(1); DE DEUS RB(2); FERRAZ RR(1,2,3); Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN(1); GEN - Grupo de Estudos em Nefrologia(2); Universidade Nove de Julho - UNINOVE(3); Introdução: A litíase urinária é uma doença incurável, porém previnível. Atualmente não existem soluções que “dissolvam” cálculos já formados. Objetivo: Apresentar um possível caso de dissolução de cálculo renal bilateral após ingestão de fito-solução hepatodiurética. Método: Revisão de prontuário e de imagens. Relato de caso: MLD, 51 anos, feminino, deu entrada no pronto socorro com dor intensa e súbita no flanco direito; após radiografia (RX) simples de abdôme, urina I e ultrassonografia abdominal (US). A RX foi prejudicada pela quantidade de gases intestinais, e a urinálise evidenciou hematúria. O US revelou presença de cálculo renal bilateral. Após a hidratação parenteral e uso de antiespasmódicos não houve a eliminação dos cálculos; prescreveu-se hidratação oral e antiinflamatórios. Fez uso, por conta própria e por 10 dias, de um preparado denominado fito-solução hepatodiurética composta por: urotropina, sulfato de magnésio, água destilada, glicerol e extratos florais de Microgramma vaccinifolia (cipó cabeludo), Persea americana Mill (abacateiro), Zea maip (estigma de milho), Plectranthus barbatus Andrews (boldo), Solanum paniculatum (jurubeba), Cynara scolymes (alcachofra), Piper umbellatum (pariparoba), Phylanttus niruri (quebra-pedra), Echinodorus macrophyllus (chapéude-couro) e Smilax papyracea Puis (salsaparrilha) proposta por farmacêutico competente. Durante estes 10 dias, por orientação do farmacêutico, a paciente fazia coletas de urina em recipientes transparentes que possibilitavam a visualização de urina turva, sugerindo a presença de cristais. Num segundo US, 10 dias após o primeiro, os cálculos não foram mais observados e, na urinálise, não se observou hematúria. A paciente nega eliminação de cálculos. Conclusão: A explicação para o ocorrido pode ser baseada em 3 fatos: 1) artefatos de técnica foram interpretados como cálculos renais no primeiro US; 2) ocorreu interpretação errônea da ausência de cálculos no 2º US; 3) estamos diante de uma solução capaz de dissolver cálculos renais in situ. Estudos adicionais com um maior número de pacientes poderiam reproduzir e, possivelmente, esclarecer o fato. PO217 CARACTERÍSTICAS DE 461 PACIENTES ATENDIDAS EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA ENTRE JULHO DE 2007 E MAIO DE 2008. PARADA, G(1); MACIEIRA, C(1); REIS, I(1). Hospital Municipal Djalma Marques(1). O Serviço de Nefrologia do Hospital Municipal Djama Marques, segundo maior hospital de urgência e emergência da cidade de São Luís, após 1 ano de atendimentos apresenta seus resultados. Objetivos: Conhecer o perfil dos pacientes atendidos pela nefrologia. Resultados: Foram atendidos 461 pacientes, 56,4% do sexo masculino. A maioria dos pacientes estava internada em enfermarias ou realizaram atendimentos ambulatoriais (78,52%) e internados em serviço de cuidados especiais (UTI, UI, Recuperação cirúrgica, cardiologia e Reanimação) correspondendo a 21,48%. Das doenças de base, a insuficiência renal crônica (IRC) foi a mais prevalente (59%), seguida por insuficiência renal aguda (27,33%), insuficiência renal pós-renal (8,24%) entre outras (5,42%). Entre as causas da IRC o diabetes mellitus corresponde a 16,49%, HAS 9,32%, sendo a maioria IRC indeterminada 33,19%. Noventa e oito pacientes (21,26%) foram submetidos à diálise, num total de 1135 sessões, com variação entre 1 à 15 sessões por pacientes. Dos pacientes que realizaram diálise, 86,73% fizeram de 1 à 5 sessões, 10,21% fizeram de 6 à 10 sessões e apenas 3,06% fizeram mais de 10 sessões. Duzentos e oitenta e dois pacientes (61,17%) não necessitaram acompanhamento após a primeira avaliação, 30,15% dos pacientes mantiveram segmento por 1 semana e 8,67% por duas ou mais semanas. A média de dias em acompanhamento foi de 2,9 dias por paciente, variando entre 1 e 49 dias. Mais da metade dos pacientes (61,82%) não necessitaram de acompanhamento, 29,72% receberam alta, foram encaminhados para clínicas satélites ou transferidos para outros hospitais. Apenas 8,46% evoluíram para óbito durante acompanhamento. Vinte e sete pacientes (27,55%) que realizaram diálise evoluíram para o óbito (p<0,05). Conclusão: Este estudo mostra que ainda temos elevado número de pacientes ambulatoriais congestionando o serviço de atendimento especializado em emergência. E comparando-se as taxas de mortalidade global assim como taxa de mortalidade de pacientes graves em diálise apresentamos níveis inferiores aos principais trabalhos de referência. PO218 COMPLICAÇÃO DE DOENÇA RENAL POLICÍSTICA DO ADULTO. ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER, GERALDO BEZERRA DA SILVA JÚNIOR, LARISSA MEDEIROS VERAS E ALARICO MARQUES PEREIRA NETO Universidade Federal do Ceará. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de abscesso de cistos renais como complicação da doença renal policística do adulto, uma doença decorrente de distúrbio autossômico dominante e que afeta 12,5 milhões de pessoas no mundo. Material e métodos: Descreve-se um caso de doença policística renal do adulto complicada em paciente internada no setor de nefrologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza-CE. São relatadas História Clínica, evolução e alterações laboratoriais. Resultados: Paciente de 40 anos, diagnosticada com doença renal policística do adulto desde 1999, durante episódio de ITU, por USG (sic). Deu entrada no hospital no dia 06/06/2008, com história de ardúria, exsitação vesical e sensação de esvaziamento incompleto há quinze dias, que evoluiu com aparecimento de febre alta e calafrios uma semana antes do internamento. Trouxe exames que mostravam Cr=5,0, Leucócitos =23.260 (4% bastões) urocultura com E. coli (>100.000 ufc/ml). Foi iniciada antibióticoterapia com ciprofloxacina sem melhora do quadro clínico e laboratorial após 72 h do início; o ATB foi mudado para cefepime, também sem êxito após 72 h do início (paciente ainda com picos febris de até 40 graus, sem grande melhora da leucocitose). Foi realizada uma USG de vias urinárias dia 16/06/08 que mostrou múltiplos cistos renais, alguns complicados (considerar hemorragia ou infecção) e coleção perirenal à E, podendo corresponder a abscesso perirenal ou cisto roto. Foi iniciado Imipenem e a paciente foi encaminhada à cirurgia, onde se fez necessária nefrectomia à E por presença de vários cistos infectados e abscesso perirenal à E e colectomia parcial à E por aderências. Paciente evoluiu bem após cirurgia, com leucócitos = 9560 (0% bastões) e Cr = 2,2 no dia 25/06. Conclusão: Apesar da melhor descrição de pielonefrites de repetição como complicações possíveis em um paciente com doença renal policística do adulto; deve ser lembrado, como diagnóstico diferencial desta complicação, com clínica e exames laboratoriais semelhantes, uma outra complicação: o abscesso dos cistos renais, que costuma apresentar uma evolução mais complicada, com importante implicação na morbidade. PO219 TRATAMENTO DE ATIVIDADE LÚPICA DE DIFÍCIL RESPOSTA EM PACIENTE COM MANIFESTAÇÃO RENAL E EM HEMODIÁLISE (HD) COM USO DE MICOFENOLATO DE MOFETIL. DE DEUS RB(1); SABLONSKA J(1); GEN - Grupo de Estudos em Nefrologia(1); Objetivo: relato de caso de tratamento de atividade lúpica em paciente em hemodiálise com uso de micofenolato de mofetil e revisão de literatura. Relato de caso: LCMM, 41 anos, feminina, branca. Ela relata que iniciou (1997) com quadro de hematúria, proteinúria, edema dor articular, rash malar, FAN + e anti DNA +; sendo diagnosticado LES com manifestação renal e submetida a biópsia renal que mostrou um padrão de glomerulonefrite membranosa II (GNMII), com perda de função renal e iniciou diálise peritonial intermitente (DPI) em 1998. Em janeiro de 1999 foi submetida a transplante renal com doador vivo relacionado - irmã, e apresentou sobrevida renal por 4 anos, quando retornou para HD, a perda do enxerto foi devido a infecção pelo citomegalovírus e submetida a enxertectomia em 2004. Antecedentes pessoais: É G2P2A0, tem histórico de tuberculose pulmonar e hipertensão arterial. Antecedentes familiares: Diabetes melitus e neoplasia. Legenda da tabela 1:Hb= hemoglobina(mg/dL); HTc= hematócrito; creat= creatinina (mg/dL); col/TG=colesterol/triglicérides (mg/dL); C3,C4 e CH50 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 67 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 68 14 de setembro de 2008 - Domingo (UI/L)= complementos; ADNA= anti DNA; pos= positivo; neg= negativo; Albumina e glicose (mg/dL). Conclusão: A paciente apresentou excelente resposta com uso do micofenolato de mofetil com melhora da atividade trombocitogênica, diminuição e fim do consumo dos complementos, melhora da hemantimetria e ausência do rash malar. A paciente refere estar se sentindo melhor e, espera ansiosa a possibilidade do próximo transplante renal. PO220 ACOMETIMENTO MULTIORGÂNICO DA DOENÇA DE FABRY – RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA AVILA, MON; COSTA, LB; MARTINS, MT; CRUZ, JG; SCHER, E; VAZ, AC; PRUTCHANSK, G; LUCIANO, E BATISTA, PBP. Hospital São Rafael(1) Relato do do Caso: JIH, masculino, negro, 54 anos, tinha história de edemas desde 26 anos (1980), evoluindo com hematúria, proteinúria e cilindrúria. Recebeu diagnóstico de doença renal crônica (DRC) estágio 5 aos 41 anos, quando iniciou hemodiálise (1995). Não era hipertenso, mas já apresentava hipertrofia de ventrículo esquerdo, além de insuficiência mitral discreta e síndrome do PR curto. Em programa de hemodiálise de 1995 até 2001,quando em 17/04/2001 foi transplantado com rim de cadáver,evoluindo com clearance de creatinina de 77 a 71ml/min, discreta proteinúria (nefropatia crônica do enxerto). Episódios de erisipela em MMII . Em 2005, exame oftalmológico descreve córnea verticilata, o que motivou a investigação para Doença de Fabry. Atividade da alfaalgasidase A no soro(palpel de filtro) = 0,62 micromol/L/h (VR > 0,25). Atividade da enzima em leucócitos = 0,6nmol/mg de proteína/h (VR = >1,4). O sequenciamento de DNA genômico revelou: exon 1,2,4,5,6 e 7 normais e exon 3 polimórfico, às custas de substituição do aminoácido alanina por aspartato na posição 156 da seqüência da proteína (A156D), concluindo-se tratar-se de Doença de Fabry. De 2006 e 2007, cursou com descompensações cardíacas, por piora da disfunção da válvula mitral e progressão da nefropatia crônica do enxerto em curso. Após 2 anos do diagnóstico, iniciou terapia de reposição enzimática com beta-algasidase recombinante, quando passou a apresentar diarréia com muco e dor abdominal, além de massa palpável em fossa ilíaca esquerda. Realizou retosigmoidoscopia, 2 colonoscopias, RNM de abdome e videolaparoscopia, sendo ressecada massa de sigmóide cuja anatomia patológica revelou pseudotumor com reação inflamatória circunjacente. Discutimos as principais manifestações sistêmicas da Doença de Fabry, que podem simular outras doenças mais prevalentes em nosso meio. Este fato acaba retardando o diagnóstico correto e a instituição da terapia de reposição enzimática. Pôsteres positivas de pacientes que compareceram ao ambulatório com sinais e sintomas de ITUs no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008. O agente etiológico mais prevalente foi a Escherichia coli com 44,3% dos isolados, seguida do Staphylococcus spp. (coagulase negativo) com 13,9%. Pacientes do sexo feminino foram os mais acometidos (80%). Os nitritos foram negativos em 83,3% dos EAS. A bactéria E. coli mostrou maior resistência à ampicilina (90,3%) e maior sensibilidade ao imipenem (92,6%). O imipenem foi o antimicrobiano que mostrou menor resistência dentre todos os antibiogramas analisados. Este estudo contribui para elucidação dos fatores predisponentes e conhecimento do perfil bacteriano local e equivale ao primeiro passo na busca de estratégias que visem um melhor uso de antimicrobianos na prática clínica, evitando complicações e recidivas. PO223 DOENÇA RENAL ATEROEMBÓLICA: RELATO DE UM CASO. SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); OLIVEIRA, VM(1); SILVA, LVB(1); NETO, SGK(1); Hospital Ophir Loyola(1); Objetivo: Relato de um caso de Doença Renal Ateroembólica. Material e métodos: Foi realizado um estudo descritivo do caso de um paciente que desenvolveu Insuficiência Renal Aguda secundária a embolia por colesterol. Resultados: Paciente do sexo masculino, de 74 anos, hipertenso, submetido a cateterismo cardíaco eletivo, evoluindo no decorrer de horas da realização do procedimento, com cefaléia frontal, disartria, confusão mental e aumento dos níveis pressóricos. O mesmo foi admitido em UTI, sendo diagnosticado acidente vascular cerebral isquêmico.Com o tratamento conservador instituído o paciente apresentou recuperação do nível de consciência e reversão dos sinais focais, porém com elevação progressiva das escórias nitrogenadas, mantendo clearance de creatinina de 10 ml|min|1,73 m2. De alterações laboratoriais complementares apresentou ainda eosinofilia significativa em torno de 10 %. Ultrassonografia com Doppler de vasos renais demonstrou: Rim direito com 9,0 x 3,8 x 4,4 cm; rim esquerdo com 8,8 x 3,6 x 4,2 cm. Relação cortico-medular preservada bilateralmente. Índice de resistência arterial renal bilateral dentro do limite da normalidade. Biópsia renal: glomérulos dentro do limite da normalidade com esclerose glomerular global em 3|15 glomérulos. Atrofia tubular multi-focal com fibrose intersticial moderada. Hiperplasia fibrosa moderada da íntima arterial com embolização focal por êmbolos de colesterol. Após o resultado da biópsia, o paciente foi encaminhado a terapia renal de substituição, realizando hemodiálise intermitente. Conclusão: Procedimentos vasculares e angiográficos devem ser criteriosamente indicados em função do risco do desenvolvimento de microembolia por colesterol e conseqüente Insuficiência Renal Aguda, sobretudo em pacientes de risco. PO221 HIPERCALCEMIA E INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA POR USO INDEVIDO DE SUPLEMENTO VITAMÍNICO VETERINÁRIO PAULO NOVIS ROCHA(1); MARIA OLINDA NOGUEIRA ÁVILA(1); CAROLINA LARA NEVES(1); MARÍLIA BAHIENSE OLIVEIRA(1); Hospital da Bahia(1); Objetivo: Alertar para os riscos do uso indevido de suplementos vitamínicos por praticantes de atividades físicas. Material e métodos: relato de caso. Resultados: Paciente de 19 anos, previamente hígido, chegou ao PS com queixas de anorexia e náuseas há 3 semanas e vômitos há 3 dias. Negou febre, dor abdominal, diarréia, icterícia ou sangramento digestivo. Admitiu uso ocasional de álcool e cigarro mas negou uso de drogas ilícitas. Referiu preocupação excessiva com aparência desde a infância, já tendo feito inúmeras dietas. Nos últimos 2 anos, vinha fazendo musculação regularmente em academia. Admitiu uso de “suplementos” mas negou uso de esteróides anabolizantes. O exame físico revelou IMC de 25 kg2/m2 e foi completamente normal. Bioquímica revelou: creatinina 2,6 mg/dl, cálcio 13,6 mg/dl (até 11,0) e cálcio iônico 1,99 mmol/l (até 1,3); sumário de urina e USG renal foram normais, assim como CPK e ácido úrico. Feito diagnóstico de IRA secundária à hipercalcemia; um componente pré-renal não pôde ser afastado (Na urinário 19 mmol/l). O diagnóstico diferencial considerado para a hipercalcemia foi: intoxicação por vitamina D, linfoma, doenças granulomatosas e hiperparatireoidismo primário. Pela ausência de febre, sintomatologia respiratória, linfadenopatia e achados radiológicos, afastamos linfoma, sarcoidose e tuberculose. O PTH indetectável afastou hiperparatireoidismo primário. A intoxicação por vitamina D foi confirmada pela dosagem de 25-OH vitamina D, que retornou 150 ng/ml (até 100). Quando confrontado com os exames, paciente admitiu uso de “ADE”, composto veterinário parenteral contendo 25.000.000 UI Vit A, 7.000.000 Vit D e 7.000.000 UI de Vit E por ampola de 100 ml. Após 8 dias de tratamento com salina isotônica, furosemida e uma dose de ácido zolendrônico, paciente recebeu alta com cálcio e creatinina normais. Conclusão: O uso indevido de suplementos contendo altas doses de vitaminas A e D pode causar sérias complicações. É preciso difundir este conceito entre os instrutores e freqüentadores de academias para evitar a repetição de casos como este. PO224 IMPACTO DAS DOENÇAS RENAIS NO SERVIÇO DE PRONTO ATENDIMENTO DO HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS SANTOS JUNIOR, ACS(1); Polícia Militar de Minas Gerais(1); Objetivo: O estudo tem como objetivo identificar a prevalência de atendimentos e internações hospitalares motivadas por doenças nefrológicas no serviço de Pronto Atendimento do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais (PA HPM). Material e métodos: Foram incluídos 900 pacientes atendidos entre 21/04/2007 e 31/01/2008 durante as atividades de plantão do autor no PA HPM. Não houve seleção de casos. Após cada atendimento foram armazenados em um banco de dados: nome, número do registro do atendimento, data do atendimento, data de nascimento, sexo, raça, diagnóstico, medicamentos prescritos, emissão de licença médica, necessidade de internação hospitalar e resultados de exames relevantes. Os dados foram processados e os resultados são apresentados entre parênteses correspondendo ao valor absoluto seguido pelo valor percentual. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 46,34 anos. Os pacientes masculinos (455; 50,56%) e os leucodermas (467; 51,89%) predominaram. Os diagnósticos foram divididos em grupos de doenças. Os principais foram: trato respiratório (238; 26,44%), cardiovasculares (108; 12,00%), gastrintestinais (90; 10,00%), nefrológicas (89; 9,89%), neurológicas (82; 9,11%) e psiquiátricas (70; 7,78%). Os diagnósticos das doenças nefrológicas se distribuíram da seguinte maneira: infecção do trato urinário (38; 42,69%), cólica renal (27; 30,34%), intercorrências em paciente com insuficiência renal crônica dialítica (22; 24,72%) e insuficiência renal aguda (2; 2,25%). A internação hospitalar foi indicada em 12,00% do total de casos atendidos. O grupo das doenças nefrológicas foi responsável por 21,30% do total das internações com a seguinte distribuição: intercorrências em pacientes com insuficiência renal crônica dialítica (11; 47,82%), infecção do trato urinário (10; 43,48%) e insuficiência renal aguda (2; 8,70%). Conclusão: Pode-se inferir que entre os pacientes que procuram assistência médica no PA HPM há uma elevada prevalência de doenças do trato respiratório. O estudo demonstra também que as doenças nefrológicas têm uma participação importante no volume de atendimentos e no número de internações realizadas no PA HPM. PO222 INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO: PERFIL BACTERIANO EM ANÁLISE RETROSPECTIVA DE PACIENTES AMBULATORIAIS PEREIRA, FR; (1); BIANCHINI, T.(1); OLIVEIRA, E; (1); HERDOIZA, G; (1); NEFRON-Hemodiálise RO(1); Resumo: As infecções do trato urinário (ITUs) são entidades de grande prevalência na população em geral, com distribuição específica de acordo com a faixa etária e o sexo. Na maioria das vezes, são causadas por aeróbios facultativos, que geralmente se originam da flora intestinal, e possuem um amplo espectro de apresentação clínica a depender da altura do trato urinário acometido. Com este trabalho objetiva-se traçar o perfil das bactérias causadoras de ITUs no ambulatório de Nefrologia da NEFRON, de Porto Velho – Rondônia. Para tal feito, foram analisados 22 exames de urina (EAS) e 80 uroculturas 68 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO225 FUNÇÃO RENAL E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM DIABÉTICOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO PÚBLICO MARTÍNEZ, BB(1); Universidade do Vale do Sapucaí(1); Introdução: A doença renal crônica (DRC) consiste em sério problema de saúde pública mundial e sua prevalência vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos. Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS) estão entre as principais causas de DRC. Objetivo: identificar os possíveis fatores de risco “modificáveis” para a função renal em uma população de diabéticos. Método: estudo retrospectivo através do prontuário e XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 69 Pôsteres entrevista semi-estruturada de 75 pacientes diabéticos tipo 2, maiores de 18 anos e com mais de 10 anos de DM. Foram coletados dados de creatinina (Cr), hemoglobina glicada, LDL colesterol, HDL colesterol e triglicerídeos (TG) séricos, além de gênero, idade, peso, estatura, circunferência da cintura e quadril, pressão arterial, tempo de DM, tabagismo e sedentarismo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela fórmula: IMC (kg/m2) = peso/estatura2. Considerou-se sobrepeso/obesidade quando o IMC foi > 25. A filtração glomerular (FG) estimada foi calculada pela fórmula de Cockcroft-Gault: FG(ml/min) = 140 - idade x peso /72 x Cr (x 0,85 no gênero feminino). Considerou-se função renal diminuída quando FG < 60 ml/min. Resultados: A média de idade do grupo função renal diminuída (FRD) foi de 70 anos (DP=9) e do grupo função renal normal (FRN) foi de 63 anos (10). Em ambos os grupos (FRD e FRN) predominou indivíduos do gênero feminino (65% e 63%, respectivamente). Observou-se aumento de LDL colesterol em 80% dos pacientes FRN e 76% dos FRD. A obesidade estava presente, igualmente em 83% dos dois grupos. 47% dos pacientes FRN e 68,96% dos FRD eram sedentários. O tabagismo estava presente em 23% dos FRN e 31% dos FRD. A média de pressão arterial sistólica foi de 134 mmHg (± 21) para o grupo FRD e 127 mmHg ((± 16) para FRN. A pressão arterial diastólica foi de 76 (± 12) para FRD e 78 (± 9,8) para FRN. A média da hemoglobina glicada foi de 7,9 (±1,2) para FRN e 8,0 (±1,4) para FRD. Conclusão: A presença de fatores de risco modificáveis não interferiu na evolução para doença renal crônica neste grupo de pacientes. PO226 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA EM PACIENTES DIABÉTICOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA. SCHONHOFEN, IS.(1); BARROSO, U.(1); CRUZ, CS.(1); Escola Bahiana de Medicina(1); Objetivo: Realizar uma revisão de literatura dos estudos que analisaram a associação entre bacteriúria assintomática (BA) e pacientes diabéticos, com ênfase em possível dano renal e tratamento. Material e Métodos: A identificação dos artigos foi feita através de busca bibliográfica na base de dados MEDLINE, LILACS, e SCIELO. Como estratégia de busca utilizou-se as palavras chaves: (asymptomatic bacteriuria AND diabetes). Foram incluídos artigos originais considerados relevantes ao tema em questão. Resultados: Em 2004, Hernández et al., avaliaram se a BA influenciava significativamente os níveis da taxa de excreção da albumina em pacientes diabéticos. A taxa de excreção de albumina não mudou significativamente após o tratamento antimicrobiano. Meiland et al., 2006, avaliaram o progresso da função renal e a incidência de hipertensão arterial em mulheres diabéticas com e sem BA. Ao final, não foi encontrada associação entre bacteriúria e a diminuição do clearance de creatinina, assim como, entre BA e hipertensão. Em relação ao tratamento, Forland et al., 1985, concluíram que, devido às altas taxas de reinfecção, é improvável que a antibioticoterapia tenha um impacto na incidência da bacteriúria. Harding et al., 2002, realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e não encontraram qualquer benefício no screening e no tratamento da bacteriúria em mulheres com diabetes. A terapia, a longo prazo, não diminuiu a quantidade de episódios de infecções urinárias sintomáticas e hospitalizações. Em 1995, Semetkowska et al. estudaram a história natural da bacteriúria assintomática não tratada em pacientes diabéticos. Concluíram que a BA tem um curso natural, desaparecendo, na maioria das vezes, de forma espontânea, não podendo ser considerada um fator de risco para morbidade. Conclusão: As evidências mostram não haver relação entre bacteriúria assintomática e dano renal. O tratamento da BA com antibióticos em mulheres diabéticas não está indicado devido às altas taxas de recidiva pós-terapia e ao maior risco associado de seleção de flora bacteriana multiresistente. PO227 SÍNDROME DE NUTCRACKER: RELATO DE CASO ALMEIDA, R DE(1); BALBINOTTO, A(1); BARROS, EJG(1); COSTA, FPM DA(1); Hospital de Clínicas de Porto Alegre(1); Objetivo: a síndrome Nutcracker é uma rara anormalidade vascular que causa hematúria macroscópica persistente e recorrente. O fenômeno é atribuído a uma diminuição idiopática do ângulo entre a aorta e artéria mesentérica superior com conseqüente compressão da veia renal esquerda. O objetivo desse relato é alertar para a dificuldade do diagnóstico e a importância do diagnóstico precoce desta síndrome a fim de diminuir as complicações e o número de procedimentos desnecessários. Relato do caso: Paciente masculino, branco, 22 anos, previamente hígido, queixa de dor em baixo ventre e hematúria macroscópica. Negava sintomas associados ou pródomos. Associação eventual dos episódios com esforço físico. Nega história famíliar de doença renal. Pielografia retrógrada: Mínimas irregularidades parietais em ureteres bilateralmente. Urografia excretora, ecografia de aparelho urinário normais. EQU: Proteínas: ++ Hemáceas: 100µ/L. Creatinina: 0,9 mg/dL. Provas de coagulação: normais. Cistoscopia: Normal. Cultura de micobactéria na urina: Negativa. Biópsia renal: achados sugerindo Síndrome de Alport ou hematúria benigna familiar. Audiometria normal. Arteriografia Visceral: Cateterismo venoso seletivo de veia renal com gradiente de 3 mmHg entre a veia renal e a veia cava inferior, compatível com hipertensão venosa. AngioTomografia: pinçamento aorto-mesentérico com ângulo de 19º, determinando importante compressão da veia renal esquerda com redução do calibre em aproximadamente 70 %. Encaminhado para tratamento endovascular com Stent, sem intercorrências. Venografia após implante sem retardo no esvaziamento e ausência de gradiente entre a veia renal esquerda e a veia cava inferior. Paciente sem novos episódios de hemáturia após procedimento. Conclusão: Hematúria macroscópica recorrente ou persistente é observada como expressão de muitas doenças renais. A presença de hematúria macroscópica de origem desconhecida deveria sempre levantar suspeita para o diagnóstico de síndrome de nutcracker. No entanto, a síndrome é rara e de difícil diagnóstico e as características clínicas e bioquímicas não são evidentes. Portanto, a freqüência da síndrome de nutcracker parece ser subestimada. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO228 CAMPANHA PREVINA-SE EM OURINHOS - SP CARVALHO, RB(1); LADEIRA, LA(1); CARVALHO, LR(1); MOTA, OA(1); ASSIS, MR(1); SEDLAK, E(1); MIYASHIRO, LU(1); JABALI, GC(1); Santa Casa(1); Introdução: A divulgação da Nefrologia a população tem sido levada a efeito na Semana do Rim em todo mundo, com palestras, outdoors e divulgação na mídia. Com a comemoração do “Dia mundial do Rim” (13 de março), no seu 3º ano (World Kidney Day), a equipe do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Ourinhos, aliada a Secretaria Municipal de Saúde, Faculdades de Enfermagem, Laboratório de Análises e Indústria de Produtos Médicos, se propuseram ao trabalho de prevenção das doenças renais segundo Gianna Mastroianni Kirsztajn e colaboradores de São Paulo. Metodologia: Palestras na mídia e nas faculdades, distribuição de material de divulgação da Campanha Previna-se fornecido pela SBN. Na praça principal de Ourinhos – cidade com 105 mil habitantes no sudoeste de São Paulo, das 9:00 as 17:00 horas do dia 13/03/2008, realizou-se a 1ª Campanha Previna-se do município. Dela participaram estudantes de enfermagem (aferição da pressão arterial e preenchimento das fichas, determinação da glicemia capilar) e técnicos do laboratório para urinalise (fitas) e coleta de creatinina dos casos indicados pelos nefrologistas presentes ao evento (Luiz Roberto Migliari de Carvalho e Roberto Benedito de Carvalho). Resultados: 394 pessoas tiveram acesso aos exames para pressão arterial 100%, teste glicose 100%, teste de urina 81,97%, dosagem creatinina 22,58%. A idade variou de 16 a 66 anos, sexo masculino, feminino similares; brancos 72,5%, pretos e pardos 21% e outros 6,5%. Glicemia capilar elevada em 64% (a maioria estava em tratamento nos centros de saúde). O sedimento urinário normal em 66,5%; urina alterada 15,7%; 17,8 não puderam coletar a urina na local (wc´s). A creatinina foi determinada após coleta com técnica apropriada em 90 pessoas, sendo 90% em níveis normais e 10% apresentou elevação, sendo que alguns já estavam em tratamento médico e foram revisados no Serviço de Nefrologia. A pressão arterial alterada em 45%; vários já estavam em tratamento nos postos de saúde e 30% destes estão sendo reavaliados no serviço de nefrologia. Conclusão: A ser apresentada em pôster. PO229 PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA EM PACIENTE COM ACIDOSE TUBULAR RENAL E SINDROME DE SJÖGREN AYUSSO, LL(1); TAKAG, MM(1); LUIZ, W(1); TERRAÇÃO, R(1); REIS, RV(1); GREGÓRIO, BLA(1); CUNHA, TR(1); LOUZADA, HC(1); ZAGO, LA(1); VIEIRA, DET(1); CARRASCOSSI, HL(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1); UNIFIPA-FAMECA-SP(1); Introdução: A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune das glândulas exócrinas caracterizada por xerostomia e xeroftalmia, com possível envolvimento de outros órgãos. Acidose tubular renal (ATR) manifesta ou latente, é causada por nefropatia intersticial auto-imune. A paralisia periódica hipocalêmica (PPH) raramente é detectada como complicação de ATR. Objetivo: Relatar caso clínico de paciente portadora de SS e ATR que evoluiu com PPH. Paciente e Métodos: Mulher, 55 anos, com história de há 10 anos apresentar sintomas secos como xerostomia, xeroftalmia, mucosa vaginal seca. Além disso, refere poliúria e polidpsia. Há um ano, apresentou quadro de dores e fraquezas musculares de membros inferiores, foi internada e no dia seguinte amanheceu tetraplégica secundária à paralisia periódica hipocalêmica (K+: inferior a 1,5 meq/L). Foi tratada com reposição endovenosa de cloreto de potássio 19,1%, houve melhora clínica e normalização nos movimentos musculares. Recebeu alta com potássio sérico de 3,5meq/L, além de reposição oral com o xarope de KCl para acompanhamento ambulatorial. Com a persistência da hipocalemia durante mais um ano, só então veio encaminhada para nosso serviço de nefrologia. Resultados: Seguindo-se o algoritmo de hipocalemia na primeira consulta, solicitamos novos exames e diagnosticamos ATR tipo 1 hipocalêmica. O ânion gap era normal. Discussão: Nosso paciente apresentou hipocalemia na primeira consulta e estrategicamente foi diagnosticado ATR distal com base na acidose metabólica hiperclorêmica (anion gap normal) e anormalidades na acidez urinária (pH 6,3). A paralisia periódica hipocalêmica é uma complicação rara da ATR distal e foi relatada em alguns casos de SS. Conclusão: Nós concluímos que, raros casos de SS ocasionalmente podem apresentar-se com sintomas de PPH. PO230 REDUÇÕES TEMPORÁRIAS NA FILTRAÇÃO GLOMERULAR, EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL POLICÍSTICA DO ADULTO. MACHADO, DR(1); OLIVEIRA, R(1); MOTA, RL(1); SILVA, BL(1); CIMETTA, T(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1); Universidade Federal de Uberlândia(1); A progressão para a insuficiência renal terminal, nos portadores de doença renal policística do adulto (DRPA), faz parte da história natural desta doença. Alguns fatores são apontados como causadores desta redução constante da filtração glomerular: a compressão do tecido adjacente ao cisto, aumento do número de néfrons esclerosados, progressão da fibrose intersticial e, mais recentemente, a elevada taxa de apoptose de células glomerulares, tubulares e intersticiais. Todos estes fatores, entretanto, constituem em causas de redução progressiva da filtração glomerular e, muitas vezes, induzem o nefrologista a ter como definitivas as alterações observadas na filtração glomerular durante o seguimento destes pacientes. Nós acompanhamos 9 portadores de DPRA durante 19 ± 2.1 meses, com idade média inicial de 53 ± 7.5 anos (X±EPM). A creatinina sérica foi avaliada durante este período, com freqüência irregular. Do total de pacientes observados, a creatinina inicial elevou-se de 2.1 ± 0.30 para 2,9 ± 0,58 mg% ao final do estudo (p<0.05). Os valores de creatinina aumentaram progressivamente - a cada dosagem obtida - em 5 pacientes (55%). No entanto, durante o seguimento ambulatorial, 4 pacientes (45%) apresentaram flutuações nos seus resultados de creatinina sérica maiores que 20%, com retorno aos valores prévios nos meses seguintes. Em termos XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 69 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 70 14 de setembro de 2008 - Domingo médios, neste subgrupo, observamos que a creatinina sérica foi de 2.7 ± 0.6 para 4.3 ± 0.7 mg% e, na visita seguinte 2.8 ± 0.5 mg%. A medicação usada e a pressão arterial sistêmica, durante este período, não foram modificadas significantemente, o sedimento urinário permaneceu inalterado e, na historia clinica e exame físico não foram constatados quaisquer sintomas ou sinais que justificassem tais flutuações. Estes achados indicam que modificações nos valores de creatinina não devem ser interpretados como definitivos e que, reduções agudas da filtração glomerular, com subseqüentes recuperações, podem fazer parte da historia natural desta doença. PO231 DOENÇA CÍSTICA RENAL UNILATERAL- APRESENTAÇÃO DE UM CASO NETO, LAF; (1); Hospital Gearal de Bonsucesso(1); Introdução: O chumbo é um metal pesado de longa data envolvido nas atividades humanas. É tóxico ao homem, com ações deletérias ao sistema nervoso, hematopoiético, reprodutor e urinário. As principais fontes de exposição são: tinta de uso domiciliar, água, alimento e solo contaminados, utensílios de cozinha, gasolina e exposição ocupacional como na fabricação e reforma de bateria de automóveis. As formas agudas de nefropatia, com disfunção tubular proximal (Síndrome de Fanconi ) são mais comuns em crianças e reversíveis. As crônicas ocorrem após longa exposição ao metal, são mais frequentemente relatadas em adultos, e irreversíveis. Objetivo: Relato de caso. CASO: W.M.S., masculino, 33 anos, apresentando edema de MMII ascendente e hipertensão arterial sistêmica. Hipocorado +/4+, pulmões limpos, RCR 2t BNF , abdômen: flácido, indolor, sem visceromegalias. MMII sem edemas . Episódios recorrentes, há quatro anos, de dor abdominal e lombar sendo atendido, com frequência, no pronto – socorro. Urografia excretora normal há 4 anos. HS: trabalhou com reforma de bateria de automóvel há 17 anos. Exames: US abdome - RD = 9,6x5,2 ; RE = 9,8 x 5,4 ecogenicidade aumentada, córtex com espessura reduzida.Hb 9g/dL; Uréia – 109mg/dl; Creat – 2.6mg/dl . Ácido úrico - 7,0 mg/dl EAS = Hb traços, piócitos 2/campo, hemácias 08/campo. Proteinúria 24h = 594mg/24h; Fundoscopia – normal; Sorologia para Hepatite B e C e HIV negativas; Dosagens sérica de chumbo: 68,1 &#956; g/dl(2002); 60,8 &#956; g/dl(2003); 84,4&#956; g/dl (2005); 45&#956; g/dl (2006); 40&#956; g/dl (2007). Valor de referência: 4,0 a 27,6 &#956; g/dl. Em uso de IECA e diurético de alça.Exames (2007): Hb- 12 g / dL ; Uréia – 60mg/dl ; Creatinina – 2,1mg/dl; Ácido úrico – 5,6mg/dl; Proteinúria 24h: 200mg/24h. Conclusão: As características da nefropatia crônica por chumbo incluem fibrose intersticial progressiva, redução da taxa de filtração glomerular e azotemia. A associação com hipertensão arterial e gota é comum. O reconhecimento precoce é importante, pois, a intoxicação crônica deste metal é causa frequentemente não reconhecida de doença renal. Nefropediatria PO232 SÍNDROME NEFRÓTICA EM CRIANÇAS: RELATO DE CASO PÉRISCO, D; STAWINSKI, S. Grupo Hospitalar Conceição(1); A síndrome nefrótica é uma síndrome glomerular associada a um conjunto de sinais clínicos e laboratoriais e sintomas secundários ao aumento da permeabilidade renal à filtração de proteínas. A proteinúria maciça, hipoalbuminemia, hiperlipidemia e edema caracterizam a síndrome. Objetivo: Selecionar e listar os cuidados de enfermagem em terapia intensiva com a criança vítima de síndrome nefrótica. Material e Métodos: Utilizou-se a busca de dados no prontuário do paciente, busca de literatura em bancos de dados eletrônicos (BIREME). Resultados: A enfermagem tem grande responsabilidade nos cuidados com estas crianças portadoras de distúrbios genitourinários e naquelas passíveis de desenvolver complicações renais, medidas cuidadosas na ingesta e excreta e cuidados com pressão arterial, cuidados com a pele, cuidados relacionados a família devem ser observados. Conclusão: A criança e sua família sofrem uma grande carga emocional quando a síndrome tem em sua evolução a recidiva e exacerbação clínica, portanto a enfermagem busca promover cuidados orientados pela prática da profissão, organizados de forma sistemática que promovam o cuidado integral da criança no seu contexto familiar. PO233 SINDROME DE LESCH-NYHAN - RELATO DE CASO ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); AGUIAR, MF(1); AMIP - Assistência Médica Infantil da Paraíba(1); A Sindrome de Lesch-Nyhan é uma doença rara, com prevalência de cerca de 1/380 000 nascidos vivos. É considerada um erro inato do metabolismo das purinas, ligada a uma mudança na estrutura do braço longo do cromossomo X, gerando um defeito no gene que codifica a enzima: hipoxantina guanina fosforribosiltransferase (HPRT). É uma patologia de herança recessiva, portanto os homens são afetados e as mulheres, portadoras assintomáticas. Manifesta-se através de graves sinais renais e neurológicos: hiperuricemia, hiperuricosúria, nefrocalcinose, movimentos coreoatetóides extrapiramidais, hiperreflexia, espasticidade das pernas, retardo mental e autoagressividade. Nosso objetivo é relatar o caso de um menino com a Síndrome de Lesch-Nyhan. P.E.L.S., 4 anos, masculino, proveniente da zona rural do município de Curral de Cima-PB, deu entrada em nosso serviço aos 10 meses, com queixa de urina "com areia". Ao exame, evidenciava-se atraso do desenvolvimento neurológico, 70 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres hipotonia generalizada e movimentos incoordenados dos membros, principalmente os inferiores. Exames iniciais mostravam níveis elevados de uréia e creatinina. Níveis de Acido úrico muito acima dos habituais. USG renal com nefrocalcinose bilateral. Foram introduzidas as seguintes medicações: Alopurinol e Bicarbonato de Sódio.Orientado dieta com restrição protéica. Após 1 mês, o paciente retornou com melhora importante das alterações laboratoriais, bem como desaparecimento da nefrocalcinose ao USG renal. Após 3 meses, por problemas financeiros, o menor parou de receber as medicações prescritas e retornou ao nosso ambulatório com as mesmas alterações laboratoriais do início. Necessitou de internação hospitalar, para tratamento de infecção pulmonar e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico. Atualmente, o menor está com 4 anos, segue em tratamento ambulatorial adequado, recebendo as medicações citadas e em tratamento fisioterápico para melhorar as alterações neurológicas. Ao exame, evidenciamos importante espasticidade de membros inferiores, que impede sua deambulação. Exames laboratoriais dentro dos limites da normalidade. Conclui-se que, apesar de rara, a Síndrome de Lesch-Nyhan deve ser lembrada diante de níveis elevados de acido úrico e nefrocalcinose. PO234 INVESTIGAÇÃO DOS SINTOMAS MICCIONAIS EM CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA:(1); SILVA, FM; (1); MAGALHÃES, PG; (1); LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1); Universidade Federal de Minas Gerais(1); Objetivo: Investigar os sintomas miccionais em crianças de 6 a 12 anos. Material e métodos: Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal Nazinha Conrado Silva em Vespasiano (MG), com idades entre 6 e 12 anos de ambos os sexos. Os sintomas miccionais foram avaliados pela adaptacão transcultural do instrumento Dysfunctional Voiding Scoring System (DVSS), constituído de 10 (dez) questões, 9 (nove) para sintomas clínicos e 1(um) para fatores ambientais (social e familiar), no qual foram atribuídos escores de 0 a 3 de acordo com a existência do sintoma. Os pontos de corte preconizados pelo escore foram > 6 pontos para meninas e escore > 9 para meninos. Resultados: Analisando os sintomas miccionais, observou-se que as questões mais freqüentes foram: alterações sociais e familiares em 44,3%, constipação intestinal em 11,7%, urgência miccional em 10%, freqüência urinária diminuída em 9,2% e manobras de contenção em 7,1%. A prevalência geral de disfunção miccional foi de 32,9%. Conclusões: A prevalência dos sintomas estudados foi elevada; o instrumento utilizado baseado em escore auxiliou a selecionar as crianças que devem ser encaminhadas para uma avaliação de disfunção do trato urinário inferior. O conhecimento destes distúrbios por parte dos pais e professores poderá auxiliar na detecção das causas e na prevenção de complicações relacionadas à disfunção do trato urinário inferior, melhorando as condições de saúde física e emocional destas crianças PO235 ENURESE INFANTIL UMA REALIDADE QUE NECESSITA DE ATENÇÃO VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA; (1); SILVA, FM; (1); MAGALHÃES, PG; (1); LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1); Universidade Federal de Minas Gerais(1); Objetivo: Investigar a freqüência da enurese em escolares. Material e métodos: Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal Nazinha Conrado Silva em Vespasiano (MG), e 261 crianças, alunos da Escola Fundamental do Centro Pedagógico da UFMG em Belo Horizonte (MG), totalizando uma amostra de 501 crianças com idades entre 5 a 12 anos de ambos os sexos. A freqüência da enurese foi avaliada no próprio ambiente escolar e através de uma entrevista individual na qual foram feitas perguntas sobre perda urinária noturna. Foi considerado enurese quando a criança tinha pelo menos 1 episódio de xixi na cama por mês. Os pesquisadores perguntavam os dados da criança, com quem morava, se sempre estudou naquela escola, se tinha irmãos, quantos e qual a idade; a seguir era perguntado se quando a criança fazia xixi na cama, ela ficava com raiva, ou com vergonha. A criança que não tinha mais enurese, respondia enfaticamente que não sentia nada por que não fazia mais xixi na cama; quando a criança respondia que ficava com raiva ou com vergonha, era então perguntado quantas vezes por semana ela molhava a cama. Após os resultados da entrevista os pesquisadores ministraram uma palestra educativa para os professores com o propósito de orientar sobre o funcionamento do trato urinário inferior e suas manifestações. Resultados: A enurese foi detectada em 72 (14%) crianças, sendo 38 do sexo feminino e 34 do sexo masculino.A freqüência da enurese nas crianças estudadas modificou com a idade, sendo de 26,4% nas crianças de 6 anos,15,3% nas de 7 anos, 15,3 % nas de 8 anos, 13,9% nas de 9,1,11,0% nas de 10 anos, 9,7 % nas de 11 anos e 2,8% nas de 12 anos. Conclusões A entrevista individualizada na própria escola auxiliou a selecionar as crianças com queixa de enurese. O conhecimento deste distúrbio por parte dos professores poderá ajudar na condução da abordagem, inclusive em sala de aula das crianças acometidas de distúrbios do trato urinário inferior, podendo orientar aos pais a necessidade de avaliação médica, e com o diagnóstico precoce poderá prevenir complicações relacionadas ao trato urinário inferior assim como relacionadas aos aspectos emocionais. PO236 GESF COLAPSANTE IDIOPÁTICA NA INFÂNCIA – RELATO DE TRÊS CASOS REIS, AAC(1); BARBOSA, FAM(1); PENIDO, MG(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1); Introdução: Existem poucos relatos dos desfechos clínicos da glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) colapsante idiopática. Objetivo: Relatar três casos de GESF XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 71 Pôsteres colapsante idiopática em crianças acompanhadas no Centro de Nefrologia da SCBH. Material e métodos: Análise de prontuários médicos. Resultados: Caso 1: sexo feminino iniciou aos 12 anos quadro de síndrome nefrótica (SN). Evoluiu em três meses com oligúria, hipertensão arterial sistêmica, azotemia e sintomas de uremia, sendo iniciada terapia hemodialítica. Como imunossupressão, recebeu prednisona e ciclosporina. As sorologias foram negativas e o complemento normal. A biópsia renal foi sugestiva de GESF colapsante, em fase de cronificação. Não houve recuperação de função renal e a criança mantém-se em hemodiálise convencional. Caso 2: sexo masculino iniciou aos 13 anos quadro súbito de SN com proteinúria maciça (27,5g/24h). Aos seis meses de tratamento com prednisona em dose plena, iniciou queda progressiva de proteinúria, sendo iniciada redução gradativa de corticoterapia. As sorologias foram negativas e não havia alterações do complemento. A biópsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Apesar de controle da proteinúria, iniciou queda progressiva de função renal um ano após o início da doença. Atualmente encontra-se com clearance de creatinina de 67ml/min e proteinúria de 389mg/24h. Está em uso de captopril em altas doses há mais de um ano. Caso 3: sexo masculino iniciou aos sete anos quadro de SN, com recidivas freqüentes. As sorologias eram negativas e o complemento normal. Aos oito anos foi optado por início de ciclofosfamida, mas manteve recidivas, sendo, então, optado por ciclosporina, com redução parcial de proteinúria. A biopsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Atualmente, aos 12 anos de idade, mantém função renal preservada e proteinúria não-nefrótica, em uso apenas de captopril. Conclusão: Relatamos três casos de GESF colapsante idiopática na infância, com alterações morfológicas semelhantes, mas desfechos clínicos diversos. PO237 SIÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA NA INFÂNCIA - EXPERIÊNCIA DE NOSSA UTI ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); NOBREGA, LT(1); AGUIAR, MF(1); PEDROSA, P(1); DINIZ, I(1); AMIP - Assistência Médica Infantil da Paraíba(1); A sindrome hemolitico-urêmica (SHU) é uma das principais causas de insuficiência renal aguda (IRA) na infância. Caracteriza-se por uma tríade clássica composta por: anemia hemolítica, trombocitopenia e IRA. A maioria das SHU na infância está associada a quadros de diarréia com sangue, que tem como agente responsável as cepas de Escherichia coli produtoras de Shiga-toxina, mas também há relatos de formas atipicas de SHU. Nosso objetivo é relatar a experiência de nosso serviço no diagnóstico e manejo dessa patologia. Foi feito um estudo retrospectivo através de revisão de prontuário de todos os pacientes com esse diagnostico, internados em UTI de um hospital infantil da rede particular de nossa cidade, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. Neste período, foram diagnosticados 05 casos de SHU, com idade média de 1,3 anos, sendo 03 pacientes do sexo feminino e 02 do sexo masculino. Houve história pregressa de diarréia com sangue em 4 casos. Uma das crianças apresentou a SHU atípica. Todos os diagnósticos foram clínicolaboratoriais, exceto em 01 paciente, no qual foi possível a realização de biópsia renal, que mostrou a lesão característica da patologia: microangiopatia trombótica. Foi necessário terapia renal substitutiva em todos os casos. 01 paciente teve evolução desfavorável, culminando com o óbito. 01 paciente teve recuperação completa da função renal, evoluindo sem qualquer tipo de seqüela. 02 pacientes apresentam proteinúria não nefrótica, e um deles apresenta-se com persistente hipertensão arterial, necessitando de medicação antihipertensiva. 01 paciente evoluiu para a insuficiência renal crônica, necessitando de entrar no programa de diálise peritoneal ambulatorial contínua. É importante relatar que todos os pacientes deram entrada em nosso serviço com hipótese diagnóstica de sepse + CIVD e, com melhor análise dos casos, fez-se o diagnóstico definitivo de SHU. Concluimos que o diagnóstico de SHU tem sido cada vez mais freqüente em nosso meio e que o seu adequado manejo é fundamental para boa evolução do caso. PO238 GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: RESPOSTA AO TRATAMENTO E FATORES PREDITORES DE RESPOSTA SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1); ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1); Universidade Federal de Minas Gerais(1); Introdução: A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns de doença renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta ao tratamento de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos, laboratoriais e histopatológicos. Método: estudo retrospectivo observacional de 113 crianças e adolescentes com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise histopatológica de fragmento de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica do HC-UFMG, de 1970 até 2007. Resultados: todos os pacientes fizeram uso de prednisona: 42 (37,2%) apresentaram remissão e 25 (22,1%) apresentaram resposta parcial. A existência de hematúria à admissão (p=0,001) e o aumento na idade de início dos sintomas (p=0,034) estiveram relacionados à pior resposta à corticoterapia. A ciclofosfamida (CFA) foi usada em 84 pacientes (74,3%). Após o uso da CFA, 42 (50%) apresentaram remissão e 16 (19%), resposta parcial. A resposta inicial à corticoterapia foi relacionada à melhor resposta à CFA. Os pacientes com córtico-resistência inicial tiveram 3,8 chances mais de não responderem à CFA, enquanto os córtico-resistentes no momento da prescrição de CFA tiveram 15,7 vezes mais chances de não responderam ao tratamento. A sobrevida renal foi maior no grupo de pacientes córtico-sensíveis (p=0,0002). A resposta à CFA, ainda que parcial, também se correlacionou com melhor sobrevida renal. Conclusão: a presença de hematúria à admissão e maior idade de início dos sintomas estiveram relacionadas à córticoresistência. A córtico-sensibilidade esteve associada à melhor resposta à CFA As alterações histopatológicas não se correlacionaram com a resposta terapêutica ou prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com corticóides ou 14 de setembro de 2008 - Domingo CFA evoluíram com melhor preservação da função renal quando comparados aos pacientes que não responderam a nenhum destes medicamentos. PO239 EXPERIÊNCIA COM O TRATAMENTO COM CICLOSPORINA (CSA) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1); ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1); Universidade Federal de Minas Gerais(1); Introdução: a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns de doença renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta ao tratamento de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos, laboratoriais e histopatológicos. Método: estudo retrospectivo observacional de 113 crianças e adolescentes com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise histopatológica de fragmento de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica do HC-UFMG, de 1970 até 2007. Resultados: todos os pacientes fizeram uso de prednisona: 42 (37,2%) apresentaram remissão e 25 (22,1%) apresentaram resposta parcial. A ciclosporina (CsA) foi usada em 27 pacientes. Destes, 22 (81,5%) apresentaram remissão após o uso da CsA: todos os córtico-sensíveis e 12 (71%) dos córtico-resistentes, sendo sustentada em 50% dos pacientes por período superior a 40 meses e com recidivas em outros 50%. Proteinúria mais alta em urina de 24 horas à admissão relacionou-se à pior resposta à CsA. A resposta à CsA esteve relacionada à uma melhor sobrevida renal, sendo cerca de 90% em 10 anos nos pacientes CsA sensíveis e de 25 % em 2 anos naqueles CSA resistentes (p=0,0002). Conclusão: A córtico-sensibilidade apresentou tendência à associação com a resposta à ciclosporina. Proteinúria mais elevada à admissão esteve relacionada à pior resposta à ciclosporina. As alterações histopatológicas não foram relacionadas à resposta terapêutica ou ao prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com corticóides ou ciclosporina evoluíram com melhor preservação da função renal quando comparados aos pacientes que não responderam a estes tratamentos PO240 DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICO (DIN) CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, LABORATORIAIS E ALTERAÇÕES MOLECULARES VAISBICH MH(1); DEMARCO LA(1); KOCH VH(1); AE KIM C(1); Instituto da Criança - HCFMUSP(1); Objetivo: Relatar características clínicas e laboratoriais e alterações genéticas de pacientes portadores de DIN. Material e Métodos: Revisão dos dados clínicos e laboratoriais de pacientes com DIN na apresentação, evolução do ganho pônderoestatural, situação neurológica e complicações. Realizado estudo genético de cada caso; o genótipo foi determinado usando amplificação por PCR e seqüenciamento direto do gene AVPR2 e AQP2. Resultados: Estudadas 6 crianças com DIN dos Ambulatórios de Nefrologia e Genética do Instituto da Criança – HCFMUSP. A análise das alterações moleculares foi realizada no Departamento de Genética da UFMG. A Tabela abaixo mostra sexo, idade, Z score para peso e estatura inicial e final e alterações genéticas de cada um dos pacientes. Para JGC a queixa foi de crises convulsivas e calcificações cranianas; nos demais pacientes foi deficiência de ganho pôndero-estatural, episódios de febre e desidratação, poliúria e polidipsia, com várias internações. Todos tinham desidratação hipernatrêmica ao diagnóstico e o DIN foi confirmado pelo teste de restrição hídrica sem resposta ao DDAVP. Tratamento instituído: dieta hipossódica e hidroclorotiazida. JGC evoluiu com deficiência de função renal moderada, os demais pacientes com função renal normal. JGC tem atraso importante do DNPM e ACTS leve, os demais pacientes não apresentam alterações neurológicas. Todos apresentam dilatação das vias urinárias. Em relação aos achados moleculares é importante ressaltar que nos casos ACTS e FDC identificada uma nova mutação do AVPR2 e esta não existia na mãe dos pacientes. Conclusões: Cerca de 90% dos pacientes com DIN têm mutações no gene do AVPR2 que são transmitidas por herança recessiva ligada ao X. Este estudo enfatiza a importância do teste genético para definir o diagnóstico e aconselhamento genético e ressalta os dados clínicos e laboratoriais que fazem suspeitar do diagnóstico. Uma nova mutação no AVPR2 foi identificada em 2 pacientes provenientes de famílias diferentes. PO241 SÍNDROME DE FANCONI-BICKEL - APRESENTAÇÃO ATÍPICA COLLOPY, SS(1); VAISBICH, MH(1); DELLA MANNA, T(1); DAMIANI, D(1); PORTA, G(1); ASSUMPÇÃO, IGR(1); KOCH, VH(1); Instituto da Criança - HC - FMUSP(1); Objetivo: Relatar apresentação atípica da síndrome de Fanconi-Bickel diagnosticada a partir da investigação de baixo ganho pôndero-estatural. Material e Métodos: Revisão dos dados clínicos e laboratoriais da paciente encaminhada ao ambulatório de nefrologia de hospital universitário de atenção terciária. Resultados: Paciente feminina, 6 anos, baixo ganho pôndero-estatural desde os 8 meses e dor abdominal recorrente. Pais saudáveis não consangüíneos e irmã de 1,5 anos com displasia frontonasal. Apresentou crises convulsivas pregressas por hipoglicemia. Tratada com GH (hormônio do crescimento) recombinante sem resposta. Nova investigação: Acidose metabólica (pH 7,37 PCO2 28,8 mmHg HCO3 16,3 mEq/L BE -7,1), “anion gap” plasmático normal (14,8), glicosúria 2+, proteinúria 2+, hipofosfatemia com reabsorção tubular de fosfato de 75%, hipercalciúria, pH urina ácido (5,22), “anion gap” urinário negativo (-3,2); aumento nas aminotransferases até o triplo do valor normal, hiperglicemia pós-prandial (teste de tolerância oral a glicose - glicose 221 mg/dL após 2h) e hipoglicemia de jejum (32mg/dL). Estabelecido o diagnóstico de síndrome de Fanconi. Ultra-sonografia abdominal: esteatose hepática sem hepatomegalia e rins normais; biópsia hepática: XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 71 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 72 14 de setembro de 2008 - Domingo depósitos de glicogênio, glicogenose. Estes dados comportam o diagnóstico de síndrome de Fanconi-Bickel. Iniciada reposição eletrolítica, de vitamina D, e dieta com boa evolução. Conclusão: A síndrome de Fanconi -Bickel é rara , autossômica recessiva, por deficiência do transportador de glicose tipo 2 (GLUT 2) presente no fígado, células beta do pâncreas, trato gastrintestinal e rim. No metabolismo da glicose o GLUT2 participa da captação intestinal, reabsorção renal, ajuste pancreático e captação e liberação hepática. No rim, é responsável pela reabsorção ativa de glicose associada ao sódio, e na liberação de glicose para circulação. Atua também no transporte de galactose. Nesta doença ocorre depósito hepatorrenal de glicogênio, intolerância à galactose, hipoglicemia de jejum, hiperglicemia pós-prandial, síndrome de Fanconi, hepatomegalia, nefromegalia e mau desenvolvimento. Esta paciente tinha fáscies atípica e ausência de visceromegalias. Ressaltamos a importância da investigação eletrolítica e metabólica em pacientes com baixo ganho pôndero-estatural; o alto grau de suspeição levou ao diagnóstico de doença rara com apresentação atípica e possibilitou a intervenção adequada, com melhora clínica e laboratorial da paciente. PO242 RELATO DE CASO DE UMA FORMA GRAVE DE SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA IDIOPÁTICA EM CRIANÇA, COM BOA EVOLUÇÃO POSTERIOR. MATTAR, EG(1); CARDOSO, ITA(1); BERSANO, JPO(1); GONCALVES, ALD(1); CASTRO, AMA(1); TAVARES, TAO(1); PINTO, SWL(1); Hospital São João de Deus(1); BCMT, criança de 12 anos com história familiar positiva para nefropatia, admitida em maio de 2007 no CTI pediátrico do Hospital São João de Deus de Divinópolis – MG, com relato de crises convulsivas, plaquetopenia, anemia, febre e hipertensão arterial. Não havia relato de diarréia ou infecções prévias. Exames laboratoriais mostravam elevação de escórias azotadas, presença de esquizócitos em sangue periférico e DHL elevado. FAN, ANCA, anti-DNA, crioglobulinas, fator reumatóide, negativos. C3, C4 e CH50 normais. Anticardiolipina negativo e anticoagulante lúpico positivo. Clearance creatinina de 8,9 mL/min. Ultra-som do aparelho urinário normal. Foi iniciado diálise peritoneal em caráter de urgência. A paciente evoluiu gravemente, com derrame pleural, pericárdico e tamponamento cardíaco, necessitando de pericardiocentese. Feito pulsoterapia com metilprednisolona e manutenção com prednisona, posteriormente suspensa devido a má resposta clínica. Em seguida apresentou insuficiência cardíaca, hipóxia e duas paradas cárdio-respiratórias. Permaneceu por longo período no CTI com complicacões várias, inclusive acidente vascular cerebral isquêmico, peritonite, pneumonia relacionada à ventilação mecânica e choque séptico. Biópsia renal evidenciou proliferação endovascular moderada, microangiopatia trombótica, sinéquias focais e componente membranoso subendotelial associado. Microangiopatia trombótica artério-arteriolar com arterioloesclerose hiperplásica, compatível com Síndrome Hemolítico-Urêmica, formas arterial e glomerular, com sinais de organização. Impossibilitada plasmaférese, iniciouse reposição de plasma fresco congelado durante 48 horas, posteriormente suspenso devido a congestão pulmonar. Optou-se então por adotar medidas específicas de tratamento para cada complicação, além de tratamento dialítico intensivo. Otimizado o tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos e anti-convulsivantes. Progressivamente ocorreu estabilização do quadro clínico. No momento a paciente encontra-se em programa de diálise peritoneal automática domiciliar, estável, tanto clínica quanto laboratorialmente, com leve déficit cognitivo e nenhuma seqüela motora. PO243 TUBERCULOSE RENAL - RELATO DE CASO COLLOPY, SS(1); MELLO, MEG(1); STATAJNBOK, DCN(1); FERREIRA, LGB(1); PINTO, LAM(1); Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ(1); Objetivo: Relato de caso de tuberculose renal identificado durante a investigação de paciente com suspeita de pielonefrite aguda. Material e Métodos: Revisão dos dados clínicos e laboratoriais de paciente encaminhado para a enfermaria de pediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Resultados: Paciente do sexo masculino, 11 anos, com história aguda de polaciúria, disúria e febre, tratado para infecção do trato urinário (ITU). Evoluiu com vômitos e lombalgia apesar do uso de cotrimoxazol, sendo internado em hospital secundário onde foi submetido a vários esquemas antimicrobianos (cefoxitina, ceftriaxona, ciprofloxacina e ampicilina-sulbactam) sem resposta adequada. Transferido para investigação diagnóstica no HUPE, onde foram realizados ultrasonografia (US) abdominal - múltiplos cistos renais à direita e capacidade vesical reduzida; tomografia computadorizada (TC) - hidronefrose generalizada; e urografia excretora (UE) - rim direito excluso e ureter esquerdo com estenose distal. Na anamnese dirigida, história prévia de urgência e incontinência urinárias crônicas e antecedente familiar de tuberculose pulmonar. Para confirmação diagnóstica: uroculturas para germes comuns, fungos e micobactéria: negativas (em vigência de antibiótico); exame simples de urina: piúria e hematúria; hemoculturas para germes comuns e micobactéria: negativas; teste da tuberculina (PPD): 18mm; três amostras de lavado gástrico: BAAR negativos e cultura positiva para Mycobacterium sensível a RIP; pesquisa de imunodeficiência: negativa. Fez uso de ceftazidima e amicacina por 10 dias, de esquema I por seis meses e de prednisona por dois meses. Posteriormente foi submetido à ampliação vesical com resolução das queixas urinárias. Conclusão: A tuberculose genitourinária representa 15 a 20% das manifestações extrapulmonares de tuberculose, com período de latência de cinco até 40 anos. A apresentação mais comum inclui urgência/incontinência urinárias, disúria, febre, dor abdominal, piúria estéril, dilatações e calcificação na US, hidronefrose e cicatrizes renais na TC; estenoses e dilatações ureterais, cavitações pélvicas e bexiga contraída na UE. O tratamento com esquema I é eficaz, porém não resolve as eventuais seqüelas de fibrose no aparelho genitourinário. O uso de corticóide visa à redução da resposta inflamatória. Não é incomum a necessidade de intervenção cirúrgica para os casos de estenoses ureterais e bexigas gravemente contraídas. 72 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO244 TUMOR MARROM MAXILAR SECUNDÁRIO À OSTEODISTROFIA RENALRELATO DE CASO ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVÃO, JAA(1); MORAES, CAP(1); NOVAES, RHLL(1); OLIVEIRA, LFV(1); SÁ, VM(1); TOZZATTO, FA(1); ZAGURY, A(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Uma das manifestações de osteodistrofia renal é o tumor marrom, este é mais freqüente em ossos longos, costelas e pelve. Nosso objetivo é relatar um caso de tumor marrom na maxila, uma localização rara, principalmente em crianças. Material e métodos: Relato de caso baseado em revisão do prontuário. Resultados: Paciente do sexo feminino, de 9 anos, em insuficiência renal crônica por glomerulonefrite rapidamente progressiva. Evoluiu com hiperparatireoidismo secundário controlado após pulso com calcitriol (tabela 1) Em consulta odontológica de rotina foi notada massa extensa de contorno irregular no palato. Referia dor à mastigação. Realizada radiografia panorâmica que mostrou lesão expansiva na maxila. Tomografia computadorizada mostrou processo infriltrante com áreas de lise cortical em maxila esquerda, estendendo-se à linha média, medindo cerca de 3,5x2,2cm, obstruindo parcialmente a fossa nasal esquerda. Feita biópsia da lesão, compatível com tumor marrom. Não havia nenhum outro sinal ou sintoma de osteodistrofia renal. Avaliação da cirurgia de cabeça e pescoço contra-indicou a ressecção do tumor, o que geraria uma fístula, comprometendo a mastigação e deglutição. Sugerido acompanhamento da evolução da lesão. Conclusão: Tumor marrom é um granuloma de células gigantes, áreas de hemorragia são responsáveis pela aparência marrom. Manifestação rara de hiperparatireoidismo secundário e nos últimos anos suas taxas vêm diminuindo por causa do diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença. Os ossos mais freqüentemente envolvidos são: costelas, clavículas, cintura pélvica e mandíbula. Maxila é um sítio raro de acometimento principalmente em crianças e adolescentes. Diagnóstico diferencial deve ser feito com granulomas e tumores de células gigantes, sendo que a histopatologia não é confirmatória. O diagnóstico deve ser estabelecido pela história clínica e dados laboratoriais. Por mais que o controle do hiperparatiroidismo seja crucial no tratamento do tumor marrom, já que este pode regredir, muitos autores sugerem a ressecção do tumor para controle da sintomatologia. Recorrência com níveis normais de cálcio é extremamente rara. PO245 RAQUITISMO HIPOFOSFATÊMICO SECUNDÁRIO À IFOSFAMIDA E CARBOPLATINA- RELATO DE CASO OLIVEIRA, LFV(1); ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVÃO, JAA(1); MORAES, CAP(1); NOVAES, RHLL(1); SÁ, VM(1); TOZZATO, FA(1); ZAGURY, A(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Reportar um caso de raquitismo hipofosfatêmico secundário ao uso de quimioterápicos. Material e métodos: Relato de caso de paciente referenciada ao ambulatório de Nefropediatria, baseando-se em revisão radiológica e de prontuário. Resultados: Menina de 10 anos encaminhada por “fraqueza e dores nas pernas”, iniciados um ano antes, de caráter progressivo, evoluindo com deformidades ósseas, dificuldade na deambulação e dores difusas generalizadas. Tumor de Wilms há 4 anos, submetida na época à nefrectomia esquerda, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT). Recidiva no mesmo ano, utilizando esquema de resgate com carboplatina, vepesidio e ifosfamida (dose total de 50g/m2). Exames laboratoriais: hipofosfatemia grave, hipocalcemia, fosfatase alcalina elevada e paratormônio normal. Taxa de reabsorção tubular de fosfato baixa (43,7%), além de acidose metabólica hiperclorêmica, proteinúria e hipouricemia. Radiografia de ossos longos com intensa osteopenia e presença de fraturas (com calo ósseo) em epicôndilo lateral de fêmur direito e ulna bilateralmente, além de alargamento das extremidades distais. Conclusão: Nefrotoxicidade por compostos quimioterápicos é bem estabelecida, especialmente secundária à ifosfamida e a compostos contendo platina. Tubulopatia proximal é mais relacionada à ifosfamida e sua incidência é variável na literatura (1,4% – 30%). Normalmente é de caráter insidioso, progressivo e por vezes irreversível, com manifestações clínicas referentes às perdas renais. Alguns fatores de risco relacionados são: dose cumulativa superior a 60g/m2 (mais importante), idade (< 5 anos), uso prévio/concomitante de cisplatina/carboplatina, nefrectomia e RT. Em nosso caso, trazemos uma criança com evidências clínico-laboratoriais-radiológicas claras de raquitismo hipofosfatêmico, exposta à QT cerca de três anos antes do início dos sintomas, levando à lesão tubular proximal e suas repercussões clínicas. Após início de solução de fosfato e citrato de potássio, paciente evoluiu de forma satisfatória, com recuperação parcial de marcha e força muscular, além de melhora total do quadro álgico. Nutrição PO246 INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO PRÉ-DIÁLISE NOS MARCADORES NUTRICIONAIS DE PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE CRÔNICA NIHI, MM(2); SCHWARTZ, LE(1,1); CORRADI-PERINI, C(1); Pontifícia Universidade Católica do Paraná(1); Fundação Pró-Renal(2); Objetivo: Investigar se o tratamento pré-diálise influencia nos marcadores nutricionais em pacientes em programa de hemodiálise crônica (HD). Materiais e Métodos: Foram selecionados 19 pacientes que receberam tratamento pré-diálise (grupo A) e 19 pacientes que não receberam o tratamento (grupo B). A cada grupo foi aplicado um questionário contendo questões sobre peso, apetite e práticas alimentares na fase que antecedeu a diálise, além destes, os pacientes do grupo A também foram abordados quanto ao profissional orientador e as respectivas orientações alimentares recebidas nesta fase. Foram coletados dos prontuários os exames laboratoriais e dados antropométricos, na XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 73 Pôsteres data de início do programa de HD e após um ano, de todos os pacientes incluídos no estudo. Resultados: No grupo A, 74% dos pacientes receberam orientação de restrição alimentar, sendo em 40% dos casos por um nutricionista. De todas as orientações, a restrição de sódio foi a mais praticada pelos pacientes deste grupo. Os pacientes do grupo B, apesar de não terem sido orientados por um profissional da área de saúde, referiram restrição de alguns alimentos antes do início do programa hemodialítico, sendo que a mais freqüente foi de alimentos ricos em proteína e potássio, por motivos mais comuns de falta de apetite, enjôo e mal estar. Na fase que antecedeu a diálise, no grupo A, 50% dos pacientes diminuíram o apetite e 51% perderam peso, no grupo B 42% e 63%, respectivamente. O grupo A apresentou resultados significativamente melhores em exames de hemoglobina, hematócrito e fósforo séricos ao iniciar a diálise. O índice de massa corporal do grupo A no início e após um ano está relacionado a um melhor prognóstico para pacientes em HD. No início da diálise, a porcentagem de adequação da prega cutânea do tríceps do grupo A apresentou-se na faixa de desnutrição moderada, e do grupo B, na faixa de desnutrição grave. Conclusão: o tratamento pré-diálise exerce grande influência nos marcadores nutricionais de pacientes em HD, principalmente no início do tratamento dialítico. 14 de setembro de 2008 - Domingo implementando-se um programa de educação continuada no sentido de demonstrar a importância do uso correto do quelante de fósforo e controle dietético dos pacientes em hemodiálise. O estudo foi realizado com os pacientes em programa de hemodiálise da Santa Casa de Curitiba de outubro de 2006 à abril de 2007. O trabalho foi dividido em 3 fases, investigação do uso do quelante, educação nutricional individualizada e educação nutricional expositiva coletiva, totalizando 63 pacientes. Foi realizada análise variância ANOVA paa cálculo de significância das médias entre os grupos e teste t-student para verificação de diferença estatística entre as médias ao longo do estudo. Observou-se que 61,5% dos pacientes estudados não adere à prescrição médica do quelante e 32,1% queixam-se de constipação. Apesar de ter sido observada a menor média ( 4,74 mg/dl) no mês seguinte ao término da pesquisa, não houve diferença significativa. Os resultados, apesar de não terem sido significantes, mostraram uma tendência à diminuição dos níveis de fósforo e, não menos importante manutenção dos níveis mais baixos enquanto houver educação nutricional continuada, que, por sua vez, mostra que, métodos alternativos podem despertar atenção dos pacientes e interesse nos cuidados em relação ao fósforo. PO250 PO247 ACEITABILIDADE E CONSUMO PROTEICO EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS MACIEL, MARM; MENDONÇA, L; SCURR, E. Instituto do Rm do Paraná(1); O objetivo do presente estudo foi avaliar a aceitabilidade e consumo de alimentos proteicos em pacientes renais crônicos em uma clínica de hemodiálise de Curitiba. Entraram no estudo 25 pacientes que concordaram em participar, com idade entre 21 e 90 anos. Foi aplicado um questionário constando de dados dos pacientes e perguntas referentes a aceitabilidade, frequência de consumo e intolerância a alimentos proteicos. As informações foram digitadas em um banco de dados e expressos por frequências e percentuais. Da população entrevistada, 76% referiram gostar de carne vermelha e a consomem diariamente. Outros tipos de carne como peixe e porco também tiveram boa aceitação, mas não são consumidos tão frequentemente. O queijo foi o alimento que teve maior aceitação e um consumo quase diario. Em relação ao desconforto ( intolerância) 68% dos pacientes afirmaram que não sentem nenhum tipo de desconforto após a ingestão da carne vermelha ou de frango. O sintoma mais enumerado em relação ao consumo dos alimentos proteicos listados foi mal estar quando come, seguido de náuseas com o sabor. Os resultados indicam que a população estudada, na sua maioria gosta e consome carne vermelha ou de frango, leite e queijo quase que diariamente, sendo esses, alimentos proteicos de alto valor biológico. Mas, mesmo assim, o aporte proteico precisa ser orientado, para que haja um estado nutricional adequado, pois, há consumo, porém pode ser que este seja em quantidade inadequada, o que não foi analisado neste estudo. PO248 COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO MACIEL, MARM(1); RIBEIRO, MG(1); HALLVASS, AEC(1); Instituto do Rim do Paraná(1); A desnutrição é um fator freqüente e determinante na morbi – mortalidade de pacientes renais crônicos. Entre os métodos de avaliação antropométrica, um método bem conhecido é o da bioimpedância elétrica tetrapolar (BIA), que é um método rápido e não invasivo. As pregas cutâneas medem indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo, sendo a medida da espessura de duas camadas de pele e a gordura subcutânea adjacente. A interactância por infravermelho é um método não invasivo, simples e rápido para avaliar a porcentagem de gordura corporal, e é baseado na absorção e reflexão de luz, usando uma emissão de luz infravermelha. No entanto, esse método não tem sido testado rigorosamente em pacientes renais. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar os três métodos de avaliação antropométrica em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Foram avaliados 21 pacientes em tratamento hemodialítico no Instituto do Rim do Paraná que concordaram em participar. Para a avaliação com pregas cutâneas, foram utilizadas as seguintes medidas: prega cutânea triciptal (PCT), biciptal (PCB), subescapular (PSE) e suprailíaca (PSI) utilizando adipômetro da marca cescorf® corretamente aferido, no braço sem acesso venoso, no momento imediato após o término da sessão de hemodiálise. A avaliação com a bioimpedância elétrica (BIA), da marca RJL®, foi realizada imediatamente ao final da hemodiálise, nos dando valores de gordura e massa magra corporal. A medida com interactância de infravermelho, da marca Futrex®, foi realizada no braço sem acesso venoso. Para avaliar a significância estatística foi utilizado o teste ANOVA. Dos 21 pacientes estudados 42,9% eram do sexo feminino. Pelos 3 métodos a porcentagem de gordura e IMC foram maiores nas mulheres. O maior índice de correlação para gordura corporal e também massa magra foi encontrado entre bioimpedância e interactância. Por este estudo, não pode-se considerar que um método seja mais exato que outro, mesmo porque a medida das pregas cutâneas é dependente do avaliador e pode sofrer avaliações. São necessários mais estudos comparativos, com amostra maior para confirmar a eficácia de um ou outro método. PO249 MANEJO DO FÓSFORO EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA SCARPIN, EO(1); MACIEL, MARM(1); HALLVASS, AEC(1); Instituto do Rim do Paraná(1); Frente às complicações da hiperfosfatemia, fica clara a necessidade de um controle adequado de fósforo. O objetivo deste estudo foi controlar os níveis séricos de fósforo AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM DIÁLISE PERITONIAL RODRIGUES, ME; COSTA, A DE P; REGA, MJG; SILVA, JA; CORTES-MAGALHÃES, AV. HBDF-SES DF(1); Renal Care(2); Objetivo: Evidências mostram grande relação entre o estado nutricional e a freqüência de complicações em pacientes em terapia renal substitutiva. A dificuldade de estabelecermos um padrão de avaliação nutricional apenas com base nos exames clínicos de rotina, levou-nos a uma análise do estado nutricional dos nossos pacientes em Diálise Peritonial (DP) usando parâmetros objetivos que complementaram os dados subjetivos observados inicialmente. Material e Método: Foram avaliados 54 pacientes, 29 (53,7%) homens e 25 (46,3%) mulheres, estando 45 (83,3%) em DPA (Diálise Peritonial Automatizada) e 9 (16,7%) em CAPD (Diálise Peritonial Ambulatorial Contínua), com idade variando de 15 a 83 anos e tempo de terapia de 6 a 90 meses. Dos pacientes analisados, 44 (81,4%) têm menos de 65 anos e 10 (18,6%) mais de 65 anos, sendo 15 (27,8%) diabéticos e 39 (72,2%) não-diabéticos. O estado nutricional desses pacientes foi avaliado através da Avaliação Subjetiva Global Modificada (ASGm), peso seco, índice de massa corporal (IMC), prega cutânea triciptal (PCT), circunferência do braço (CB) e circunferência muscular média do braço (CMMB). Foram analisadas também a albumina sérica, a transferrina sérica e a contagem linfocitária total (CLT). Resultados: Dos pacientes avaliados pelo IMC, 7(13%) encontram-se obesos, 10 (18,5%) com sobrepeso (má-nutrição), 23 (42,6%) apresentam-se eutróficos e 14 (25,9%) desnutridos. Quando utilizamos os demais métodos de avaliação nutricional, apenas 01 paciente não apresentou nenhum tipo de desvio nutricional. Dos demais 53 pacientes, 27(51%) mostraram depleção protéica leve, 22 (41,5%) depleção protéica moderada e 4 (7,5%) depleção protéica grave. Conclusão: Os autores concluem que no grupo analisado, quando investigados de uma forma mais completa, a quase totalidade dos pacientes apresentou algum grau de mánutrição, associada ou não a desnutrição protéica. A redução da atividade física, associada à baixa ingesta protéica e estados inflamatórios crônicos, seriam os fatores que estariam associados a estes achados. PO251 PERFIL NUTRICIONAL E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA BASEADOS EM DADOS OBTIDOS NA CAMPANHA PREVINA-SE ROCHA, SR; CARON-LIENERT, RS; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; FIGUEIREDO, AE. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1); A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) vem estimulando, por meio da campanha PREVINA-SE, o diagnóstico precoce da doença renal crônica (DRC), através do rastreamento de pacientes de risco. Objetivos: Avaliar o perfil nutricional e a história clínica de Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão (HAS) e Doença Cardiovascular (DCV) relatada de uma amostra da população de moradores da Vila Fátima Porto Alegre/RS. Materiais e métodos: Foi utilizada a ficha de rastreamento indicada pela SBN na Campanha 2008, avaliando antropometria e história clínica relatada. A coleta de dados foi realizada no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Resultados: A amostra foi composta por 128 voluntários, predominantemente do sexo feminino (87,40%), cuja idade média foi de 47,60±16,98. Baseado nos relatos de história clínica, 12,5% eram diabéticos, 46,5% hipertensos e 30,5% doentes cardiovasculares. Avaliando a classificação do índice de massa corporal (IMC), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), observamos o seguinte perfil nutricional: 1,57% de desnutridos; 29,92% de eutróficos; 31,50% de pré-obesos; enquanto 23,62% apresentavam obesidade grau I; 12,60% obesidade grau II e 0,79% obesidade grau III. Desse modo, 68,51% dos indivíduos apresentavam IMC acima dos valores recomendados pela OMS. O perfil nutricional observado nos indivíduos que relataram as doenças está descrito no quadro a seguir. Doença/Perfil Nutricional Desnutridos Eutróficos Pré-obesos Obesos DM (n=16/12,5%) 0% 0% 43,75% 56,25% HAS (n=59/46,5%) 1,70% 18,64% 27,11% 52,54% DCV (n=39/30,5%) 2,57% 20,51% 28,20% 48,72% Conclusão: Os dados mostram que o peso possui grande influência no desenvolvimento de doenças crônicas e que as suas freqüências apresentam um aumento progressivo conforme o IMC. Deste modo, destacamos a importância das modificações nos hábitos de vida, em especial a alimentação adequada, a fim de alcançar e manter um peso saudável, buscando, assim, a prevenção doenças e a conseqüente redução do número de pacientes de risco para DRC. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 73 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 74 14 de setembro de 2008 - Domingo PO252 PO255 DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DE NUTRIÇÃO DOS PACIENTES EM CAPD DO INSTITUTO DO RIM DO PARANÁ HALLVASS, AEC; (1); LOPES, CVA; (1); MACIEL, MARM(1); Instituto do Rim do Paraná(1); AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E NÍVEIS DE LEPTINA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE CASSI, HV(1); Instituto do Rim do Paraná(1); O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento de nutrição dos pacientes em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC). Foram incluídos 49 pacientes de um total de 70 pacientes em DPAC no período de março a abril de 2008, os quais responderam a um questionário com 11 perguntas fechadas sobre conhecimentos de nutrição em DPAC, todas elas contendo de 4 a 5 alternativas de resposta. Em torno de 65% dos pacientes apresentaram um nível de conhecimento regular de nutrição, quase 100% deles sabiam o motivo pelo qual realizavam diálise,e em torno de 73% desconheciam a perda de nutrientes durante a diálise. Embora a maioria soubesse o horário correto de tomar o quelante de fósforo e aproximadamente a metade deles associado o uso do medicamento com a saúde dos ossos, apenas 17% sabiam da ação do quelante em diminuir o fósforo sangüíneo. Em relação aos alimentos ricos em fósforo, 65% dos pacientes disserem não ter conhecimento á respeito, e 82% não conheciam também os alimentos fontes de potássio. Quando perguntado em relação aos alimentos ricos em sódio e os ricos em açúcar, a maioria dos pacientes tinha um bom nível de conhecimento, independente da presença de comorbidades como diabetes e/ou hipertensão arterial. Concluiu-se que a maior parte dos pacientes em DPAC não tem conhecimento de nutrição. Através deste estudo foi possível diagnosticar o nível de conhecimento de nutrição em DPAC e, com isso, entendermos de onde devemos partir para realizarmos um planejamento de educação nutricional. A desnutrição é um achado comum em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise e está associada a um maior risco de morbi-mortalidade nessa população. Há evidências de que a leptina, hormônio produzido no tecido adiposo e depurado do plasma pela filtração glomerular, é indutor de hiporexia e fator contribuinte na gênese da desnutrição nestes pacientes. Este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional, consumo alimentar, colesterol total e albumina, relacionando os resultados com os níveis plasmáticos de leptina em 30 pacientes submetidos à hemodiálise crônica. Foram selecionados pacientes com mais de 3 meses em tratamento que concordaram em participar e excluídos os indivíduos portadores de neoplasias e acometidos por processos infecciosos. Foi realizado um recordatório de 24 horas para informações sobre ingestão calórico proteica e calculado o gasto energético total (GET) de cada um dos pacientes. O índice de massa corporal (IMC) e a avaliação subjetiva global modificada (SGAm) foram utilizados para avaliação do estado nutricional dos pacientes, além das dosagens plasmáticas de colesterol e albumina. Para determinação de significância estatística foi usado o test de qui-quadrado, sendo considerado significativo p no nível de 5% (p<0,05). Em relação à dosagem de leptina, 83,3% dos pacientes apresentaram valores normais com mediana de 5,14 ng/ml. Os resultados não mostraram correlação dos níveis de leptina com a desnutrição definida pela SGAm. O consumo energético dos pacientes apresentou uma média de 1321,37 kcal/dia, sendo que para 90% dos pacientes esse valor estava abaixo do GET calculado. Considerandose o IMC, albumina e colesterol, a maioria dos pacientes foi definida como eutrófica. Infere-se a correlação positiva encontrada entre normalidade da leptinemia e o bom estado nutricional dos pacientes. PO253 PROGRESSÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS TESTA, LO(1); GOES, MA(1); CARVALHAES, JTA(1); Universidade Federal de São Paulo(1); Objetivo:Comparar o estado nutricional dos pacientes pediátricos na progressão da doença renal crônica (DRC). Materiais e Métodos:Estudo de coorte prospectivo com 59 pacientes do ambulatório de nefrologia pediátrica por 12 meses. 1.As medidas foram coletadas em 4 momentos (M), com intervalo de 3 meses. 2.Os pacientes foram divididos por estágios (2, 3 e 4) da DRC, calculados através da estimativa do clearance de creatinina (fórmula de Schwartz) e por faixa etária ( 2 à 7 anos; 7 à 13 anos e igual ou maior de 13 anos). 3.Com relação à antropometria avaliou-se os escores Z de Peso/Idade (P/I), Estatura/Idade (E/I), Peso/Estatura (P/E) e Índice de Massa Corporal (IMC). 4.Os exames laboratoriais foram Creatinina (Cr), Uréia (U), Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio (Ca), Fósforo (P), Hemoglobina (Hb), Hematócrito (Ht), pH e bicarbonato. 5.Os métodos estatísticos empregados foram Friedman e Anova e o nível de significância fixado em 5% (p<0,05). Resultados: Entre 2 à 7 anos, observou-se redução nos níveis de Hb em todos os momentos entre os estágios 2 e 4: M1 (Hb p<0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,01), M4 (Hb p<0,001) e 3 e 4: M1 (Hb p=0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,007), M4 (Hb p<0,001). O bicarbonato apresentou redução no M2 entre os estágios: 2 e 4 (p=0,002) e 3 e 4 (p<0,001). Observou-se a redução do escore Z E/I entre os estágios 2 e 3 em M1 (p=0,03), M2 (p=0,01), M3 (p=0,01) e M4 (p=0,02). Entre 7 à 13 anos, não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os estágios 2, 3 e 4. Para a idade acima de 13 anos, houve diferença da Hb entre os estágios 2 e 4, no M1 (Hb p=0,02), no M2 (Hb p=0,05) e no M4 (Hb p=0,04). O bicarbonato diferiu no M1 entre os estágios 2 e 4 (p=0,001); 3 e 4 (p=0,02). O estágio 2 apresentou redução do Hb (p=0,02). Conclusão: Apesar do avanços com relação aos cuidados em crianças com DRC, o déficit de estatura continua sendo a maior condição de comorbidade. Além disso, o conhecimento dos preditores de uma função renal estável ou em deterioração são escassos, não podendo se extrapolar os dados de adultos para crianças. Desta forma, o estudo aponta que a acidose metabólica e a anemia são fatores de risco para a desnutrição. PO254 O CONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO, ADERÊNCIA Á DIETA PRESCRITA E EFICÁCIA DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PELO PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO. HALLVASS, AEC; (1); MACIEL, MARM; (1); MACENO, W(1); Instituto do Rim do Paraná(1); Este trabalho teve por objetivo verificar o conhecimento em relação á importância da nutrição como parte do tratamento hemodialítico, a aderência á dieta prescrita e a eficácia da orientação nutricional pelo portador de insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD). O trabalho foi desenvolvido com 48 pacientes submetidos á hemodiálise, selecionados aleatoriamente no mês de agosto de 2004. Foi aplicado um questionário com 14 perguntas fechadas sobre alimentação, aderência á dieta e aspectos sociais da vida do paciente. Os resultados demonstraram que a maioria dos pacientes tem conhecimento sobre a importância da nutrição e da aderência á dieta para a eficácia do tratamento, entretanto, nem todos os pacientes relataram aderência á dieta, seja por questões sociais, econômicas ou familiares. Assim sendo, é necessários que os nutricionistas, enquanto educadores, estejam atentos á opinião dos pacientes, bem como suas condições sócio-econômicas, uma vez que a compreensão desse conjunto facilitará o processo da educação continuada. 74 Pôsteres J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO256 CONTROLE DE FÓSFORO SÉRICO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE CRÔNICA ATRAVÉS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL MINATTI, F.(2); NIHI, M.(1); URBANISKI, J.(1); KARAM, S.(1); BASSO, E.C.(1); VAVRUK, A.M.(1); PAGLIOSA, V.(1); MESSAGI, M. DIAS(2); Fundação Pró-Renal(1); Faculdade Evangélica do Paraná(2); Objetivo: O propósito deste estudo foi avaliar a eficiência da educação nutricional no conhecimento sobre o fósforo e conseqüentemente do controle do fósforo sérico em pacientes em hemodiálise crônica. Material e métodos: Inicialmente foi aplicado um questionário fechado contendo 6 questões, em seguida foi realizada uma palestra, com distribuição de materiais educativos e posteriormente o mesmo questionário foi aplicado. As questões abordavam os seguintes temas: 1)Complicações decorrentes da hiperfosfatemia, 2)Influência da alimentação na hiperfosfatemia, 3)Alimentos fontes fósforo, 4)Utilização do quelante nas refeições ricas em fósforo, 5)Horário da utilização do quelante, 6)Atitudes a serem tomadas na hiperfosfatemia. Foram avaliadas as concentrações séricas de fósforo, cálcio, uréia e Kt/V e foram utilizados os resultados de três meses consecutivos imediatamente antes da intervenção e três meses consecutivos imediatamente após a intervenção. Dados como idade, tempo de hemodiálise e exames laboratoriais foram coletados do prontuário eletrônico da clínica. O estudo foi realizado de maio a novembro de 2007. Resultados: Participaram do estudo 49 pacientes (24 homens/25 mulheres), com idade média de 55±13,5 anos e em hemodiálise em média por 36±41,3 meses. Após a educação nutricional, houve um aumento significativo no conhecimento dos pacientes sobre hiperfosfatemia e utilização de quelante. A análise estatística foi feita através de testes de qui-quadrado e teste t. Questão 1) 53%-90% p<0,001 Questão 3) 21%-71% p<0,001 Questão 4) 0%-22% p<0,001 Questão 6) 82%-100% p=0,007. As questões 2 (p=0,07) e 5 (p=0,29) não apresentaram alterações significativas, pois o índice de acerto prévio foi alto. Houve uma redução do fósforo sérico (6,2±1,5 mg/dl para 5,5±1,1 mg/dl p<0,0001) e do cálcio sérico (8,7±1,1 mg/dl para 8,19±0,96 mg/dl p< 0,001), e os níveis séricos de uréia (151,8±32,5 mg/dl para 151,9±38,9 mg/dl p=0,26) não apresentaram mudanças significativas assim como o Kt/V (1,35±0,2 para 1,32±0,24 p=0,98). Conclusão: Através da educação nutricional houve uma melhora do conhecimento destes pacientes e, consequentemente no controle da hiperfosfatemia. PO257 IMPACTO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA REDUÇÃO DO POTÁSSIO E FÓSFORO SÉRICO E DO GANHO DE PESO INTER-DIALÍTICO DE PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE CONVÊNIOS DE CAMPINAS - SP VASSELAI, P(1); PEREIRA, DF(1); MORELLI, JM(1); Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1); Objetivo: Avaliar o impacto da orientação nutricional na redução dos valores séricos de K e P e no controle do GPID em pacientes submetidos à HD em uma clínica de convênios. Material e Métodos: Foram avaliados os valores séricos de K e P e o GPID (percentual do peso seco) de 31 pacientes submetidos à HD [19M/12F; 45%diabéticos; idade=58±17anos; tempo em HD= 36±26 meses (média±DP)] em 3 períodos: 1 mês antes da orientação nutricional (Pré), 1 e 3 meses após. Também foi avaliado o estado nutricional (IMC) e a ingestão energética e protéica (registro alimentar de 3 dias). Todos os pacientes receberam uma orientação alimentar individualizada com quantidades adequadas de proteína, energia, K e P, uso correto do quelante de P e ingestão adequada de líquidos. Mensalmente os pacientes recebiam um reforço das orientações. Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e apresentaram diálise adequada nos 3 períodos de estudo XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 75 Pôsteres (Kt/V=1,39±0,19; 1,36±0,16; 1,42±0,22; p=0,67). Resultados: A maioria dos pacientes estava eutrófico (52%), 23% sobrepeso, 16% obesos e 9% desnutridos, conforme o IMC (23,9±4,8 kg/m2). A maioria dos pacientes (65%) ingeria menos que 25 kcal/kg/dia (25,5±8,0 kcal/kg/dia) e apenas 15% dos pacientes apresentavam ingestão protéica adequada (&#8805; 1,2 g/kg/dia; 1,0±0,4 g/kg/dia). A tabela 1 mostra a variação do K, P e GPID no período de estudo (a= p<0,05 Pré vs 1 mês; b= p< 0,05 Pré vs 3 meses; c= p< 0,05 1 mês vs 3 meses). O discreto aumento nos valores de P 1 mês após a orientação nutricional pode ser devido ao aumento na ingestão protéica adequando para as necessidades dos pacientes em HD e o período de ajuste dos quelantes. Conclusão: O estudo mostra a importância e a eficácia da orientação nutricional individualizada e contínua, para o controle dos níveis séricos de K e P em pacientes em HD. Quanto à redução na ingestão de líquidos visando um menor GPID, ainda é um desafio para os profissionais que trabalham com pacientes em HD. Seria interessante prosseguir com mais tempo as avaliações e também comparar com a população do SUS. PO258 PERFIL NUTRICIONAL DOS PACIENTES MANTIDOS EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE CONVÊNIOS DE CAMPINAS – SP VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1); Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1); Objetivo:Avaliar o estado nutricional e a adequação alimentar de pacientes submetidos à HD em uma população que tem plano de saúde suplementar. Material e Métodos:Foram analisados todos os pacientes que estavam em programa de HD entre julho e outubro de 2007. Foi avaliado o estado nutricional [índice de massa corporal (IMC), circunferência muscular do braço (CMB) e prega cutânea triciptal (PCT)], a albumina plasmática, a ingestão alimentar (registro alimentar de 3 dias) e a adequação da diálise (Kt/V&#8805; 1,2). Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana (3h45 por sessão). Resultados:Foram avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43% diabéticos; 40% com função renal residual; 80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses (média±DP)]. A média do IMC foi de 24,2±5,4 kg/m2. A maioria dos pacientes estava eutrófico (54%), 23% sobrepeso, 8% obesos grau I, 3% obesos grau II, 6% desnutridos leve e 6% desnutridos graves. Quanto a CMB, 45% dos pacientes apresentaram valores adequados [89% (60-129%)] e em relação à PCT, apenas 14% foram classificados como adequados [91% (36-200%); mediana e extremos]. Quanto à albumina plasmática, 83% dos pacientes apresentaram valores acima de 3,5 g/dl (3,7±0,4g/dl). Em relação à ingestão alimentar, a maioria dos pacientes (57%) ingeria menos que 25 kcal/kg/dia (24,6±5,6 kcal/kg/dia) e apenas 14% dos pacientes apresentavam ingestão protéica adequada (&#8805; 1,2 g/kg/dia; 0,98±0,29 g/kg/dia). 83% dos pacientes apresentaram adequação da diálise (1,39±0,27). Conclusão:Apesar da maioria dos pacientes serem classificados como eutróficos, muitos apresentaram redução de massa muscular e/ou alterações na quantidade de gordura corporal. A ingestão energéticoprotéica insuficiente também ficou evidente. Assim, é de extrema importância uma orientação nutricional individualizada e contínua visando à recuperação e manutenção do estado nutricional adequado dos pacientes submetidos à hemodiálise, mesmo numa população mais favorecida economicamente. Seria interessante prosseguir com mais tempo a avaliação do estado nutricional e da adequação alimentar e comparar com a população SUS. PO259 CONTROLE DO GANHO DE PESO INTER-DIALÍTICO EM PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE CONVÊNIOS DE CAMPINAS - SP VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1); Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde (1); Objetivo: Avaliar a adequação do ganho de peso inter-dialítico (GPID) e os fatores associados à não-adesão no controle da ingestão de líquidos de pacientes submetidos à hemodiálise (HD) em uma clínica particular de Campinas – SP. Material e Métodos: Foi avaliado o GPID, o estado nutricional [índice de massa corporal (IMC)], a adequação da diálise (Kt/V&#8805; 1,2), a proteína C-reativa (PCR) e os motivos que levam a não-adesão no controle da ingestão de líquidos dos pacientes que estavam em programa de HD nos meses de julho, agosto e setembro de 2007. Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana (3h45 por sessão). Resultados: Foram avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43% diabéticos; 80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses (média±DP)]. A maioria dos pacientes estava eutrófico (IMC=24,2±5,4 kg/m?), 83% apresentavam adequação da diálise (Kt/V=1,39±0,27) e apenas 20% apresentavam sinal de inflamação por meio da PCR > que 8 mg/L [0,98 (0,01 – 74,04); mediana e extremos]. A média do peso seco foi 66±18 kg (média±DP) e 43% tinham função renal residual (volume de urina=580±390ml). A maioria dos pacientes (66%) apresentou adequação no GPID. Estes ganhavam até 5% do peso seco corporal entre as sessões de HD. Não houve diferença entre os pacientes que ganhavam mais ou menos peso. Houve correlação do ganho de peso com o volume de urina (p=0,04; r=-0,52) e com a PCR (p=0,05; r=0,31). Dentre os motivos responsáveis pelo excesso na ingestão de líquidos relatados pelos pacientes, destaca-se a sensação de sede (principalmente pelos diabéticos), a necessidade de ingerir muitos medicamentos com líquidos e a despreocupação dos mesmos em controlar a ingestão. Conclusão: Nem todos os pacientes em HD conseguem ter um controle adequado no GPID. Na população estudada o aumento no GPID esteve associado com o aumento da PCR, biomarcador inflamatório. Assim, é de extrema importância o reforço das orientações a respeito do controle na ingestão de líquidos em pacientes submetidos à HD, visando o GPID adequado e evitando a sobrecarga do organismo. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO260 COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE COM E SEM HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO FERRI, BF(1); HENRIQUES, GS(1); HALLVASS, AEC(2); MACIEL, MARM(2); MESSAGI, MD(1); Faculdade Evangélica do Paraná(1); Instituto do Rim do Paraná(2); Objetivo: Avaliar a existência de interferência do hiperparatireoidismo secundário (HPT2º) sobre o estado nutricional de pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise. Materiais e métodos: Foram avaliados 120 pacientes, com média de idade de 56 ± 15 anos, divididos em dois grupos, de acordo com os níveis de paratormônio. No grupo HPT (n = 60) os níveis de paratormônio eram iguais ou maiores que 300 pg/mL, indicando hiperparatireoidismo secundário e no grupo NHPT (n = 60), menores que 300 pg/mL. Foram avaliados exames bioquímicos e medidas antropométricas para analisar o estado nutricional. Resultado: Considerando os índices utilizados de exames bioquímicos, não foi possível demonstrar efeitos do hiperparatireoidismo secundário no estado nutricional dos pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise, porém o grupo HPT mostrou maiores prevalências de depleção muscular leve através das pregas cutâneas. Conclusão: Houve diferença em percentual de depleção leve em relação ao PCT (prega cutânea triciptal) e diferenças estastísticas pelo teste t de AMB (área muscular do braço) entre os dois grupos, sugerindo então que há depleção da reserva protéica, portanto, apresentando interferência negativa no estado nutricional nos pacientes com HPT2º. PO261 INFLUÊNCIA DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS E INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES CRONICAMENTE DIALISADOS ANTUNES, AA(1); DELATIM, FC(1); MARTIN, LC(1); NUNES, HRC(1); GABRIEL, DP(1); BALBI, AL(1); BARRETTI, P(1); CARAMORI, JCT(1); Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP(1); Introdução: A expansão de volume extracelular tem sido relacionada à inflamação, que por sua vez reflete no pior estado nutricional de pacientes dialisados. OBJETIVO: Verificar a influência do estado de hidratação sobre marcadores clínicos, nutricionais e inflamatórios em pacientes em diálise crônica. Metodologia: Estudo transversal que avaliou 79 pacientes em diálise, sendo 52 tratados por hemodiálise e 27 por diálise peritoneal. A amostra foi analisada quanto ao estado de hidratação, considerando a relação entre água extracelular e água corporal total (AEC/ ACT), parâmetros obtidos por bioimpedância. Para avaliação nutricional utilizou-se antropometria, bioimpedância unifrequencial e marcadores bioquímicos; também se considerou variáveis clínicas, dialíticas e inflamatórias. Empregou-se modelo de regressão linear univariada com efeitos múltiplos, ajustado para variáveis que pudessem confundir a interpretação dos resultados; considerou-se diferença estatística quando p<0,05. Resultados: A casuística apresentava média de idade de 56,3±15,6 anos, 61% do gênero masculino, com mediana de tempo em diálise de 26(14,0; 66,0) meses; quanto à doença renal de base, houve predomínio de nefroangioesclerose (34,2%); 30% eram portadores de Diabetes mellitus e 20% tabagistas. O efeito da maior relação AEC/ ACT foi mostrado nos valores superiores de Proteína C-reativa (p= 0,04; R2=0,04; GL=77), percentual de adequação da prega cutânea triciptal ao percentil 50 (p= 0,03; R2=0,25; GL=72), tendência a maior índice de massa corpórea (p= 0,06; R2=0,20) e menores valores de creatinina (p=0,03, R2=0,31; GL=70) e ângulo de fase (p<0,001; R2=0,68; GL=70). Conclusão: Os achados reforçam a influência do estado de hidratação sobre a inflamação nos pacientes em diálise, o que favoreceu o risco nutricional, sugerido pelos menores valores de ângulo de fase e creatinina. A interpretação de parâmetros antropométricos em situação de sobrecarga líquida deve ser cautelosa, visto a possibilidade de viés no diagnóstico nutricional. Transplante PO262 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE DOADORES VIVOS APÓS O TRANSPLANTE RENAL UTILIZANDO OS INSTRUMENTOS SF-36 E WHOQOL-BREF. PADRÃO, MB; SENS, YAS(1); Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de São Paulo(1); Introdução: O transplante renal com doador vivo é um procedimento com baixa morbimortalidade para o doador. Mas, há poucos estudos que avaliam a qualidade de vida dos doadores após o transplante renal, especialmente nos países em desenvolvimento. Objetivo: avaliar a qualidade de vida de doadores após o transplante renal, em um único centro, utilizando os instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref. Métodos. Foram analisadas as características demográficas e socioeconômicas de doadores vivos após o transplante renal e comparado com indivíduos não doadores da comunidade (controles). A qualidade de vida (QV) foi avaliada e comparada entre os dois grupos utilizando os questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Resultados. Os grupos de doadores (n=69) e controles (n=68) foram semelhantes quanto ao sexo e etnia, predominando o sexo feminino e a raça branca. Também não houve diferença significativa entre os grupos de estudo, quanto à classe socioeconômica, sendo as mais freqüentes C e D (INEP-IBOPE), assim como não houve diferença no grau de escolaridade e religiosidade. A analise da qualidade de vida foi semelhante e em alguns XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 75 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 76 14 de setembro de 2008 - Domingo aspectos ainda melhor no grupo de doadores do que no grupo controle, considerando todos os parâmetros dos questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Os escores vitalidade e aspectos emocionais do SF-36, assim como os aspectos psicológicos, relações sociais e meio ambiente do WHOQOL-bref foram significativamente maiores nos doadores quando comparados com o grupo controle. Considerando apenas o grupo de doadores cujos receptores evoluíram mal, por perda do enxerto devido à rejeição ou óbito (n=15), a comparação da QV com o grupo controle foi semelhante, tanto pelo questionário SF-36 quanto pelo WHOQOL-bref. Conclusão: A avaliação da qualidade de vida pelos instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref foi semelhante ou em alguns aspectos ainda melhor nos doadores de transplante renal quando comparada com indivíduos não doadores da comunidade. PO263 ACIDOSE TUBULAR RENAL DISTAL COM BICARBONATÚRIA (TIPO03) PÓS-TRANSPLANTE RENAL SANTOS, AC; SANTOS, MA DA R; TAKIYA, CM; GONÇALVES, RT; DELGADO, AG; GOMES, CP. Serviço e Disciplina de Nefrologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1); Objetivo: Acidose tubular renal (ATR) é uma condição geralmente subdiagnosticada após transplante (Tx) renal. Todos os cinco subtipos de ATR (tipo 2, tipo 1 nas formas secretora e voltagem-dependente, tipo 3 ou combinada e tipo 4) podem acometer o enxerto e estão associados a diversos fatores como rejeição, uso de inibidores de calcineurina, infecções oportunistas e recidiva da doença de base. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de acidose metabólica hiperclorêmica grave em paciente após 2 anos de Tx renal. Material e Métodos: Paciente feminina, 19 anos, parda, com Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) em hemodiálise até 2005 quando foi transplantada (doador falecido, em uso de micofenolato mofetil, rapamicina e prednisona, creatinina basal 1,2mg/dl). Em junho de 2007 foi internada de urgência com fraqueza muscular generalizada, taquidispnéia importante e uremia franca. Resultados: Exames laboratoriais na admissão: Ht 24%, leucócitos 12500, plaquetas 164000, Na+ 139mmol/l, K+ 2.6mmol/l, Cl- 123 mmol/l, P 1.6mg/dl, Ca++ 7.1mg/dl, Mg++ 1.0mg/dl, Creatinina 4.1mg/dl, Uréia 214mg/dl, albumina 1.0g/dl glicose 94mg/dl, lactato 1.2mmol/l. Gasometria arterial: pH 7.0, HCO&#1079; 1.9mmol/l pCO2 6.9mmHg. EAS: dens 1010; pH 6.8; ptn ++/4+; Hb ausente. Amostra de urina: Na+ 20mmol/l K+ 30mmol/l Cl- 15mmol/l, Anion-gap urinário: +35. Em virtude do quadro foram instituídos ventilação mecânica invasiva, hemodiálise de urgência e reposição eletrolítica rigorosa, além de pulsoterapia com corticóide pela possibilidade de rejeição aguda. Em investigação posterior foram determinados: proteinúria 1,8g/24h; FE Na+: 1.6%; FE K+: 58%; FE P: 49%; FE Ca++: 9.5%; TTKG: 3.4; pH urinário pósfurosemide 7.54; amônio urinário: 17&#956; Eq/min/1,73m2; acidez titulável: nula; FE HCO&#1079; : 5,3% e &#8710; pCO2(s-u): 7mmHg. Realizada biópsia do enxerto renal que revelou Nefrite Lúpica Difusa classe IV-S(A). Conclusão: Os parâmetros de avaliação funcional tubular são compatíveis com ATR distal secretora associada à bicarbonatúria (ATR tipo 3) relacionadas à recidiva do LES. A paciente evoluiu bem com recuperação parcial da função renal em uso atual de solução de SHOHL, citrato de K+ e fosfato oral, além da imunossupressão. PO264 AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA CREATIVA NAS INFECÇÕES POR CITOMEGALOVÍRUS, TUBERCULOSE E OUTRAS INFECÇÕES BACTERIANAS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL COSTALONGA, EC Hospital das Clínicas de São Paulo, Unidade de Transplante Renal(1); Introdução: Complicações infecciosas são importantes causas de mortalidade em recepetores de transplante renal e atraso no diagnóstico pode ser deletério na evolução dos pacientes. Logo, exames que permitam um diagnóstico precoce são úteis. Objetivo: Avaliar o comportamento da Proteína C reativa(PCR) medida por nefelometria no sangue de transplatados renais com infecção por citomegalovírus(CMV), tuberculose(TB) e outras infecções bacterianas. Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 129 pacientes que estiveram internados na Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas de São Paulo, no período de 01/04/2006 a 30/04/2008 em decorrência de infecção por CMV, TB e infecções bacterianas. Foram excluídos os pacientes que apresentavam coinfecção pelos agentes estudados ou outro motivo para elevação da PCR como período pós operatório imediato. A análise estatística foi realizada através do teste One Way ANOVA para dados não paramétricos com análise post hoc pelo teste Dunn´s e os resultados expressos como mediana e range. Foram considerados estatísticamente significativos os resultados com p<0,05. Resultados: Quando comparadas as concentrações da PCR entre os grupos CMV (n=27), TB(n=12) e Infecções Bacterianas(n=52), verifica-se que os casos de infecção por CMV(PCR: 14mg/l; 0,17-44mg/l) apresentam níveis mais baixos que os outros dois grupos (p<0,05). Não há diferença estatística quanto às dosagens da PCR entre os grupos TB (PCR: 115mg/l, 34,5-172mg/l) e Infecções bacterianas (PCR: 141mg/l, 8-382mg/l). A análise dos casos de CMV de acordo com a manifestação clínica demonstrou que os indivíduos assintomáticos, sintomáticos sem doença invasiva e com doença invasiva(diagnosticada por biópsia) apresentavam valores medianos de PCR crescentes: 0,28mg/l, 16mg/l e 29,5mg/l, respectivamente. Além disso, todos os casos de CMV apresentavam PCR menor que 50mg/l e valores maiores que 200mg/l só foram observados no grupo de infecções bacterianas. Conclusão: A medida da PCR demonstra ser uma ferramenta útil no auxílio diagnóstico entre diferentes tipos de infecções em pacientes transplantados renais. 76 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres PO265 O IMPACTO DA POLÍTICA DE TRANSPLANTES NA SOBREVIDA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NO BRASIL CASANOVA, PS; CRUZ, C. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública(1); Introdução: A grande burocracia para diagnóstico das mortes encefálicas, as falhas nas suas notificações e o conseqüente desperdício de órgãos, bem como a falta de campanhas para esclarecimento e incentivo à para doações de órgãos são há muito tempo apontados como responsáveis pela deficiência no funcionamento da política de transplantes do Brasil. Isso submete os pacientes a enormes períodos em listas de espera, sendo os pacientes renais crônicos os mais afetados, uma vez que, o rim é, entre todos os órgãos sólidos, o que submete os pacientes a um maior tempo de espera. Dessa forma, o presente estudo objetivou investigar a presença e a magnitude das implicações que essa realidade poderia exercer na qualidade de vida e na sobrevida de pacientes renais crônicos. Metodologia: Revisão bibliográfica de artigos originais desenho de estudo coorte prospectivo, que abordassem a realidade da política de transplantes no Brasil e no mundo e seu possível impacto na sobrevida de pacientes renais crônicos em fila de espera por um transplante. Resultados: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, entre pacientes transplantados de antemão e aqueles que permaneceram em lista de espera por períodos prolongados, sobretudo relacionadas `a sobrevida, à probabilidade de transplante e à perda do enxerto. Conclusões: Os pacientes renais crônicos são severamente prejudicados com a realidade da política de transplantes brasileira, evidenciando dessa forma a necessidade de medidas para melhoria do seu funcionamento, como também para reduzir a demanda de transplantes renais, garantindo melhor atendimento a toda a população. PO266 RELAÇÃO ENTRE IDADE DO DOADOR, TEMPO DE ISQUEMIA FRIA E CREATININA SÉRICA DA ALTA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL- DOADOR CADÁVER ENTRE 1978-2008 VIEIRA, JA(1); FILHO-LUZ, HA(1); DEBONI, LM(1); MACEDO, KRA(1); SILVACALICE, V(1); Fundação Pró-Rim, Hospital Municipal São José(1); Objetivos: Analisar a relação entre Idade do Doador, Tempo de Isquemia Fria (TIF) e Valor da Creatinina Sérica (Cr) no momento da alta hospitalar em pacientes submetidos a transplante(Tx) renal/Doador Cadáver (DC) no Serviço de Transplante da Fundação Pró-Rim de 1978-2008. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão dos prontuários dos pacientes que realizaram Tx renal no período de 30 anos. Análise e correlação das variáveis: Idade do doador, TIF e Cr no momento da alta hospitalar em pacientes submetidos a Tx/DC. Foram excluídos aqueles que evoluíram a óbito pós-tx, perda do enxerto renal ou do seguimento, submetidos a Tx doador vivo e com ausência de registro dos dados estudados nos prontuários. Resultados: Foram revisados 650 prontuários, destes foram selecionados 179, sendo excluídos os pacientes conforme critérios acima. Dentre a amostra selecionada 40 (22,3%) pacientes tiveram TIF<12h, 115 (64,2%) entre 12-24h e 24 (13,4%) maior que 24h,74 (41,3%) tiveram Cr<1,4 mg/dL e 105 (58,7%) Cr>1,4 na alta hospitalar, em relação a idade do doador 32 (17,8%) receberam rins de doador <20 anos, 81 (45,2%) entre 21-40anos, 63 (35,1%) entre 4160 anos e 3 (1,6%) > 60 anos, correlacionando a idade do doador com o valor de Cr na alta as melhores Cr estão entre as faixas etárias de <20 e 21-40 anos com 55 (48,6 %) pacientes com Cr<1,4, sendo as piores Cr na alta no grupo entre 41-60 e >60 anos com 47 (71,2%) com Cr>1,4. Em relação ao TIF e a Cr na alta temos 21 (52,5%) com Cr<1,4 mg/dL e TIF< 12 h, 44 (38,2%) com Cr<1,4 entre 12- 24 h e 9 (37,5%) com Cr<1,4 e >24h de isquemia. Conclusão: Em nosso estudo existe uma relação positiva entre a Idade do doador e o valor de Cr na alta hospitalar conforme descrito na literatura, sendo que 48,6 % dos pacientes com Cr <1,4 mg/dL receberam rins de doadores com idade<40 anos e 71,2% com Cr>1,4 receberam rins de doadores límítrofes, ou seja, >40 anos. Da mesma forma verificamos que quanto menor o TIF melhor a Cr na alta hospitalar. PO267 HEPATITE FULMINANTE EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL DURANTE EPIDEMIA DE DENGUE MILOSKI, F(1); AZEVEDO, M(1); BORELA, A(1); ALVARENGA M(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Relato de caso: A dengue é responsável por alterações da função hepática e manifestações típicas de hepatite aguda como hepatomegalia, icterícia e aumento dos níveis de aminotransferases. Descrevemos um caso de hepatite fulminante por dengue em paciente com transplante (tx) renal, masculino, 28 anos, pardo portador de mielomeningocele mantido com cateterismo vesical intermitente por bexiga neurogênica que evoluiu com IRC e iniciou HD aos 18 anos de idade. Portador anti-HCV + sem alterações no hepatograma. Submetido a tx renal com doador falecido aos 25 anos, em uso de esquema imunossupressor com micofenolato sódico, tacrolimus e prednisona. No 35o mês pós tx, durante o período da epidemia de dengue no Rio de janeiro, chega a nossa unidade de transplante renal com queixas de náuseas, diarréia e epigastralgia, exames laboratoriais mostravam piora da função renal e hemoconcentração (Hct:50,5%). Administrados hidratação venosa ambulatorial e sintomáticos. Internado no 3o dia após o início dos sintomas com piora da dor abdominal e do quadro laboratorial, iniciado tratamento com ciprofloxacino, hidratação, coleta de sorologias para dengue, citomegalovirose e hepatite. A USG do enxerto se mostrava sem anormalidades. Evoluiu com icterícia, diarréia e piora do quadro geral, USG abdominal evidenciou grande espessamento da parede de vesícula que se apresentava multifasciculada(colecistite alitiásica?), ascite moderada, derrame pleural bilateral, aumento significativo transaminases hepáticas (TGO: 9998mg/dL e TGP: 4710mg/dL) e aumento de fosfatase XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 77 Pôsteres alcalina e gamaGT, piora da função renal com acidose metabólica e plaquetopenia. Sorologias para hepatite, citomegalovirose e dengue negativas. No dia 8o dia de doença evoluiu com acidose metabólica refratária, embotamento neurológico e parada cardiorespiratória. Hipótese diagnóstica de hepatite fulminante. Realizado biópsia hepática no momento do óbito que indicou hepatite necro-hemorrágica sugestiva de infecção viral. Obtido resultado de exames colhidos no 7o dia do início dos sintomas durante a internação revelando sorologia IgM (MAC-Elisa) para dengue ainda negativa, mas com PCR positiva para dengue tipo 2. PO268 ESTENOSES DE ARTÉRIA ILÍACA E RENAL EM PACIENTE COM TRANSPLANTE DE RIM MILOSKI, F(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Relato de caso Introdução: A estenose de artéria ilíaca é uma complicação rara após transplante (tx) renal, porém pode ser causa de hipertensão e disfunção renal. Relato: Apresentamos um caso de um paciente que apresentou estenose de artéria ilíaca, e também da artéria renal nutridora do enxerto. Trata-se de paciente de 38 anos, portador de diabetes desde a adolescência e diagnóstico de insuficiência renal aos 34 anos, com fundo de olho mostrando retinopatia hipertensiva, submetido à tx renal há 2 anos com doador vivo não relacionado, em uso regular de micofenolato sódico 1440mg/dia, ciclosporina 100mg dia e prednisona 10mg dia. Apresentou boa evolução no 1o ano pós tx, sendo submetido a colecistectomia no 12o mês pos tx por colecistite litiásica, procedimento que transcorreu sem intercorrências. No 15o mês de transplante apresentou aumento da pressão arterial associado à elevação de escórias azotadas. Utltrassonografia mostrou rim transplantado em topografia de fossa ilíaca direita, medindo 11,5x7,3x3,8 com relação cortiço-medular preservada, ausência de dilatação pielocalicial ou evidência de imagens de cálculos. O ECO-doppler do enxerto também não mostrou alterações significativas. O paciente mantinha quadro de hipertensão associada à perda de função. Angioressonância mostrou obstrução significativa na origem da artéria nutridora do rim transplantado, estimada em 70 a 80%. A arteriografia confirmou o achado da angioRNM, mostrou também estenose significativa em artéria ilíaca direita. No mesmo procedimento foram realizadas angioplastia de ambos os segmentos com passagem de stent convencional na lesão de ilíaca e stent farmacológico em artéria renal com sucesso com boa perfusão do enxerto renal. O paciente foi mantido com antiagregantes plaquetários. Evoluiu com melhora de função renal e da hipertensão, e diminuição da dose dos hipotensores. Conclusão: Assegurar o suprimento vascular no transplante renal é princípio básico para a sobrevida do enxerto. Deve-se suspeitar de complicações vasculares pós transplante renal, em pacientes que manifestam hipertensão arterial refratária, ou que eram previamente normotensos. PO269 PIOMIOSITE TROPICAL EM TRANSPLANTE RENAL MILOSKI, F(1); LIMA, F(1); MALTA, R(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Relato de Caso. Introdução: Piomiosite tropical é uma causa incomum de infecção bacteriana na musculatura. Há poucos relatos disponíveis na literatura de piomiosite estafilocócica em pacientes transplantados renais. Relato: Descrevemos o caso de um paciente de 30 anos submetido a transplante renal há 3 anos com doador relacionado em uso regular de micofenolato sódico e prednisona, mantendo cre= 1,8mg/dL e uréia= 45mg/dL, com quadro de lombalgia, astenia, inapetência e febre mensurada de 39o. Ao exame físico encontrava-se hipocorado, desidratado, prostrado, com abaulamento doloroso em região lombar direita. Exames iniciais mostraram comprometimento da função renal, hipercalemia e leucocitose. USG da região mostrou coleção compatível com secreção purulenta septada com debris e grumos em região paravertebral lombar direita. No 2o dia de internação notou-se um aumento de volume de coxa esquerda, tomografia de abdômen e membros inferiores confirmou imagem sugestiva de infiltrado infeccioso na musculatura dorsal à direita e em coxa esquerda. Iniciado esquema antibiótico empírico com oxacilina e cefepime, após coleta de hemoculturas. Foi necessária drenagem região lombar, que apresentou flutuamento da coleção, com saída de material purulento e tecido necrótico, instalado catéter tubular e dreno de “penrose” e colhido material para culturas. Evoluiu gradualmente com melhora progressiva do quadro geral e com normalização da função renal. Isolado S. aureus sensível a oxacilina no material colhido da coleção lombar. Após 36 dias de antibioticoterapia realiza TC mostrando ainda lojas em região dorsal sem presença de coleção e resolução completa da leucopenia. Ainda claudica devido a processo inflamatório em resolução na coxa esquerda. Recebe alta hospitalar após 40 dias de cefepime e oxacilina venosos com prescrição de levofloxacino até resolução do processo inflamatório em coxa E. Conclusão: Alertar para a possibilidade deste diagnóstico em paciente portador de transplante renal, que apresenta sintomas inespecíficos de mialgia, queda do estado geral, febre e perda de função renal. Realçamos a utilização da USG e da TC para diagnóstico precoce e definitivo, bem como a exclusão de outras hipóteses diagnósticas. PO270 TOXICIDADE PULMONAR INDUZIDA PELA RAPAMICINA MILOSKI, F(1); VIEIRA, O(1); MATUCK, T(1); GRACIANO, M(1); MORGADO, L(1); GOUVEIA, M(1); CARVALHO, D(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1); Objetivo: Relato de caso. Relato: Rapamicina é um agente imunossupressor que vem sendo usado em pacientes submetidos a transplante renal. A toxicidade pulmonar é 14 de setembro de 2008 - Domingo reconhecida como potencial complicação associada a essa medicação. Nos relatamos o caso de uma paciente de 58 anos submetida a transplante renal que desenvolveu pneumonite intersticial e pneumonia organizada associada à administração da rapamicina. Há quatro semanas apresentava dispnéia e tosse com piora progressiva e à semana anterior a internação apresentava febre, concomitantemente referia hiporexia e perda de peso. A radiografia e TC de tórax mostravam padrão de pneumonite intersticial e pneumonia organizada, recebeu antibioticoterapia para tratamento de pneumonia atípica, sem resultados. A citologia do lavado bronconcoalveolar mostrou linfocitose significante e a cultura do não mostrou crescimento de microorganismos. A gasometria arterial revelava hipoxemia grave com alcalose respiratória moderada. Não havia leucocitose e o estudo bioquímico mostrou hipercolesterolemia, uréia e creatinina normais. A rapamicina foi suspensa após uma semana de internação. Os sintomas como febre, dispnéia, fadiga e os infiltrados pulmonares melhoraram rapidamente. Após duas semanas de retirada da medicação foi realizada TC de alta resolução que mostrou boa evolução radiológica. Em 6 meses de suspensão da rapamicina a radiografia de tórax e TC de tórax estavam normais. Conclusão: O fato da paciente estar exposta ao uso da rapamicina apresentando alterações respiratórias clínicas e radiológicas na ausência de causas infecciosas ou outra doença pulmonar e a melhora progressiva de tais alterações sugere uma relação causal. Pelo fato do uso da rapamicina no transplante renal ser cada vez mais comum, devemos estar vigilantes para essa potencial complicação pulmonar. PO271 REMISSÃO DE LINFOMA MALT GÁSTRICO ATRAVÉS DE CONVERSÃO DA IMUNOSUPRESSÃO EM TRANSPLANTADO RENAL LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); COELHO, LGV(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1); Fac. Ciências Médicas MG(1); Fac. Medicina UFMG(2); Hospital Mater Dei(3); Objetivo: Relato de caso de transplantado renal com linfoma MALT gástrico mixto (baixo e alto grau) com rápida remissão da neoplasia após conversão da imunosupressão para SRL (Sirolimo). Não encontramos nenhum caso semelhante descrito na literatura. Métodos: Foi submetida a transplante renal a paciente TSA, 47 anos, casada, branca, doença básica glomerulonefrite crônica, em 03/06/92 com doadora irmã (haploidêntica). Resultado:A paciente evoluiu sem anormalidades no pós-operatório imediato, recebendo imunossupressão com ciclosporina (CSA), azatioprina (AZA) e prednisona (PRED). Em junho de 1994 teve episódio de rejeição aguda revertida com pulsoterapia de metilprednisolona. Em janeiro de 2001 apresentou quadro de papiloma vírus vaginal, quando foi reduzida dose de (AZA 100 para 75 mg/dia). Em 07/06/06 foi submetida à endoscopia digestiva alta devido a queixas dispépticas, sendo feito diagnóstico histológico e imunohistoquimico de linfoma MALT mixto (componentes de baixo e alto grau), associado à presença de H. pylori. Em 16/06/06 iniciado tratamento para erradicação de H. pylori, com a associação de omeprazol, amoxicilina e claritromicina durante 14 dias. Em 20/06/2006 foi feita modificação na imunossupressão, com substituição da CSA e AZA por SRL na dose de 4 mg/dia, com nível sanguíneo de 7,3 ng/ml. Nesta época a creatinina era de 2,1 mg/dl e exame de EBV mostrou IgM e IgG positivos, que persistem até o momento. TC de crânio, abdome e tórax sem alterações. Endoscopia digestiva alta e ecoendoscopia realizadas em 12/07/06 mostraram apenas gastrite crônica em atividade ainda associada à presença de H. pylori e regressão total da neoplasia. Novas ecoendoscopias foram realizadas em 21/08/06 e 08/01/07 evidenciando ausência de neoplasia e de H. pylori. Atualmente a paciente apresenta-se sem queixas, com creatinina de 1,8 mg/dl. Conclusão:Trata-se do primeiro caso descrito na literatura de linfoma MALT gástrico que apresentou rápida remissão histológica após alteração da imunossupressão, com conversão da CSA e AZA para SRL. Novos estudos deverão validar o real papel de SRL na terapêutica dos linfomas gástricos. PO272 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO NO SEU PRIMEIRO ANO DE PÓS-TRANSPLANTE - UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL- HOSPITAL SANTA MARCELINA SILVA, GSJR(1); CANUTO, APPSL(1); BARATA, R(1); SOARES, LGAJR(1); UNIFESP(1); Introdução: O Hospital Santa Marcelina é um dos maiores hospitais da zona leste de São Paulo, atende SUS e convênio, a população regional e de outras regiões da grande São Paulo e não poucas vezes, pacientes de outros estados. O serviço de TxR deste hospital está atuante desde 1997, já realizou 525 transplantes renais até o momento, tendo uma média de 60 transplantes renais ao ano. Objetivo: Fazer um levantamento retrospectivo de prontuários de pacientes submetidos a transplante renal em 2005, e uma análise do perfil epidemiológico no seu primeiro ano. Material e Métodos: De forma aleatória, pacientes transplantados no ano de 2005, foram tomados como ponto de partida para este levantamento, compreendendo um total de 63 pacientes. Resultados: dos 63 pacientes transplantados, 40 eram do sexo masculino e 23 do feminino. A idade variou de 8 a 69 anos(a), com idade média de 42a. Na patologia primária teve destaque hipertensão arterial (31,7%), glomerulopatia(14,2%), Diabetes melito(9,5%) e outras(44,4%). Estavam em hemodiálise 58 casos e 5 em CAPD. Priorizado para transplante 3 casos. Como antecedentes, 48 tinham hipertensão, 13 tinham diabetes, 3 eram re-transplante, 1 Hepatite B positivo e 1 hepatite C. Quanto a imunossupressão inicial, 3 casos receberam indução com ATG, com preferência ao esquema tacrolimus, prednisona e micofenolato em 73% dos casos; ciclosporina, prednisona e micofenolato em 12,7%; ciclosporina, prednisona e azatioprina em 11,1%; e rapamicina, prednisona e micofenolato em 3,2%. No período de 1 ano, houveram 14 novos casos de diabetes, 17 casos novos de dislipidemia, com prevalência de 50 hipertensos, 2 casos de má aderência e 1 caso de abandono da tratamento. 57,1 % tiveram alguma infecção no período, com predomínio no 1º semestre( 49,2%). Infecções por CMV em 13 casos e com destaque infecção do trato urinário. Conclusão: observamos nos pacientes transplantados em 2005 um predomínio do sexo masculino, com idade média de 42, provenientes dos serviços de XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 77 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 78 14 de setembro de 2008 - Domingo hemodiálise, com principal etiologia de hipertensos e diabéticos, dados estes semelhantes aos da literatura.. No primeiro ano após o transplante, constatamos grande prevalëncia de hipertensos, diabéticos e dislipidëmicos, assim como predomínio de infecções no primeiro semestre, dando destaque a ITU e CMV, compatível com os esquemas de imunossupressores utilizados hoje em dia. PO273 CAMPANHA PREVINA-SE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS MORADORES DA VILA FÁTIMA, PORTO ALEGRE/RS PEDRAZZA, EL; ROCHA, SR; SGNAOLIN, V; SIQUEIRA, SL; SCHAFF, CM; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE. Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1); A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINASE com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais e seus sintomas, realizando exames de triagem para detecção precoce destas. Objetivos: Realizar o rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil epidemiológico desta população e sua relação com risco de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Materiais e Métodos: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi utilizada, no Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e familiar; verificação da pressão arterial, medidas antropométricas e análise do exame qualitativo de urina. Resultados: Esta atividade contou com a participação voluntária de 128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres 87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo (nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; ≥12 anos 4,7%; ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%; 2 a 5 – 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio foi de 4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar positiva para hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV) (61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a história clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas 21,9%; sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%; Conclusão: Com base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde têm um grande desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de doenças crônicas observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas de DRC. Portanto, é importante a união dos saberes das diferentes profissões, a fim de que a saúde torne-se uma realidade também para estas populações menos favorecidas. PO274 NECROSE URETERAL PELO CITOMEGALOVÍRUS NO PÓSTRANSPLANTE: RELATO DE CASO SPÍNDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1); SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1); Hospital Vera Cruz(1); Necrose ureteral pelo citomegalovírus no pós-transplante: relato de caso Objetivo: A isquemia isoladamente não pode explicar a ocorrência tardia de fístulas ureterais após o primeiro mês de transplante renal (Tx). Em uma coorte realizada com 1629 pacientes, a necrose ureteral ocorreu em 52 pacientes, em 4 (7,6%) foi demonstrada a infecção por citomegalovírus (CMV). Materiais e Métodos: Relatar o acometimento do trato urinário, pouco freqüente pelo CMV, uma complicação emergente da terapia imunossupressora. Resultado: Trata-se de paciente, sexo feminino, 38 anos, transplantada renal, doador vivo não relacionado, HLA com 05 miss-match, prova cruzada negativa, painel 0% de reatividade. Ambos, doador e paciente eram previamente sensibilizados para CMV. Com 1,5 mês de Tx a paciente evoluiu com abaulamento e dor súbita em fossa ilíaca direita (FID), local do enxerto renal. Fazia uso de micofenolato sódico 720mg BID, tacrolimus 5mg BID, prednisona 20mg MID. Exames revelaram piora função renal, com elevação da creatinina basal de 1,3 mg/dl para 2,8mg/dl. Tomografia do abdome e pelve demonstrou Tx renal em FID com leve dilatação do sistema coletor e ureter proximal, com uma coleção líquida na cavidade pélvica com volume calculado de 344cm3. Após infusão de contraste observou-se extravasamento do mesmo para a coleção. Exploração cirúrgica da cavidade revelou necrose do terço distal do ureter. A paciente foi submetida a pieloplastia com utilização do ureter nativo, sendo colocado um cateter duplo J. Teve melhora progressiva da dor e poliúria desobstrutiva e resolução da insuficiência renal aguda. Anátomo-patológico demonstrou a presença de intensa inflamação supurativa, presença de várias células endoteliais com núcleos aumentados contendo grandes inclusões eosinofílicas e halos claros (efeito citopático de infecção por CMV). Paciente recebeu ganciclovir por 21 dias e não houve comprometimento identificável de outros órgãos e sistemas pelo CMV. Conclusão: Devido ao alto percentual de reativação citomegálica, como mostra um recente estudo com 190 pacientes pré-sensibilizados, no qual 56,3% apresentaram CMV DNAemia no primeiro ano após transplante, é importante sua investigação nos casos de fistulas ureterais tardias. PO275 IMPACTO DA FUNÇÃO DOS ENXERTOS RENAL E PANCREÁTICO NA SOBREVIDA EM 1 ANO DO PACIENTE APÓS O TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE PÂNCREAS-RIM RANGEL EB(1); MELARAGNO CS(1); GONZALEZ AM(1); LINHARES MM(1); SÁ JR(1); SALZEDAS A(1); COUTINHO LS(1); BAITELLO M(1); NETO CS(1); MEDINAPESTANA JO(1); UNIFESP-EPM(1); Objetivo: Avaliar as sobrevidas em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR). Pacientes e Métodos: De Dez/00 78 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres a Ago/06 foram realizados 150 TSPR na UNIFESP-EPM. Sobrevida em 1 ano: regressão de COX e Kaplan-Meier. Fatores de risco tradicionais e relacionados ao transplante dos doadores e receptores: análises uni-e multivariadas (P < 0,05). Resultados: As sobrevidas em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático foram 82%, 80% e 77%, respectivamente. Delayed graft function (DGF ou função retardada do enxerto renal) (P = 0.001, HR 5.41), rejeição aguda renal (P = 0.016, HR 3.36) e infecção intra-abdominal (IIA) (P < 0.0001, HR 4.15) foram os principais fatores de risco na sobrevida do paciente. Na sobrevida do enxerto renal, influenciaram: DGF renal (P = 0.013, OR 3.39), rejeição aguda (P = 0.001, OR 4.74) e IIA (P = 0.003, OR 6.29). Na sobrevida do enxerto pancreático, influenciaram: IIA (P < 0.0001, OR 12.83), trombose vascular (P = 0.002, OR 40.55), rejeição aguda renal (P = 0.027, OR 3.06), sódio do doador >155 mEq/L (P = 0.02, OR 3.27) e dopamina > 7.6 &#956; cg/kg/min (P = 0.046, OR 2.85). O fator de risco para a ocorrência de IIA foi DGF renal (P = 0.027, OR 3.56). A DGF renal teve correlação com: tempo de diálise > 27 meses (P = 0.046, OR 2.59), tempo de isquemia fria > 14 h (P = 0.027, OR 2.94), idade do doador > 25 anos (P = 0.03, OR 2.82) e sódio do doador > 155 mEq/L (P < 0.0001, OR 1.09). A principal causa de perda dos enxertos foi óbito com o enxerto funcionante. Houve correlação entre o sódio e a creatinina dos doadores (P < 0.0001), sugerindo que estes estavam desidratados. Comparando-se os dados de 202 TSPR, as sobrevidas dos 100 primeiros casos foram: paciente 73%, rim 63% e pâncreas 62%, aumentando nos últimos 102 casos para 87.2%, 86.3% e 79.4%, respectivamente. Conclusão: DGF renal e infecção intra-abdominal têm impacto na sobrevida tanto do paciente quanto dos enxertos após o TSPR. A experiência da equipe de transplante influencia aquelas sobrevidas. PO276 ESTUDO DA CONDIÇÃO BUCAL EM CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1); UNICAMP(1); Objetivo: A doença bucal é prevalente em pacientes dializados à espera de um transplante renal, que necessitam de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicação de focos infecciosos e manutenção da saúde bucal, devido a isso, o objetivo deste estudo, foi avaliar as condições de saúde bucal dos candidatos a transplante renal, sendo a prevenção e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim. Material e Métodos: Foram estudados 40 doentes, 23 mulheres e 17 homens, com idade entre 20 e 70 anos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extração dentária). Resultados: Todos os 40 pacientes examinados apresentavam doença periodontal; em 25 deles diagnosticou-se cárie; em 7 outros, problema endodôntico; e, em 19, necessidade de extração dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Índice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 4 pacientes (10%), Código 2 em 21 (52,5%), Código 3 em 12 (30%) e Código 4 nos outros 3 (7,5%). O Índice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, acima de 60% (57% dos pacientes). O Índice de Placa Bacteriana variou de 20 à 100%, sendo a maioria 80 à 100% (75% dos pacientes). O CPO-D variou de 6 à 32, sendo a maioria de 18 à 32 (85% dos pacientes). Conclusão: Todos os doentes foram tratados com remoção dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicação do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuição do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a importância do tratamento odontológico em todos os pacientes candidatos a transplante renal. PO277 ESTUDO DA CONDIÇÃO BUCAL EM PACIENTES CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1); UNICAMP(1); DIABÉTICOS Objetivo: Pacientes diabéticos, candidatos a transplante renal, apresentam alta prevalência de doença bucal, necessitando de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicação de focos infecciosos e manutenção da saúde bucal, que é um fator de êxito do transplante renal. Devido a isso, o objetivo deste estudo foi avaliar as condições de saúde bucal dos diabéticos candidatos a transplante renal, sendo a prevenção e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim. Material e Métodos: Foram estudados 10 doentes, 04 mulheres e 06 homens, com idade entre 23 e 59 anos, diabéticos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extração dentária). Resultados: Todos os 10 pacientes examinados apresentavam doença periodontal, sendo que em 8 deles diagnosticou-se cárie e em 5, necessidade de extração dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Índice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 1 paciente (10%), Código 2 em 4 (40,0%), Código 3 em 2 (20%) e Código 4 nos outros 3 (30,0%). O Índice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, entre 21 e 40% (30% dos pacientes). O Índice de Placa Bacteriana variou de 64 à 100%, sendo 100% em 90% dos pacientes. O CPO-D variou de 11 à 32, sendo a maioria de 26 à 32 (50% dos pacientes). Conclusão: Todos os doentes foram tratados com remoção dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicação do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuição do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a obrigatoriedade do tratamento odontológico em todos os pacientes diabéticos candidatos a transplante renal, por apresentarem alta incidência de focos de infecção bucal. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 79 Pôsteres PO278 TRANSPLANTE RENAL NA DOENÇA DE FABRY LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); ORÉFICE, F(2); SANTOS, HH(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1); Fac. Ciências Médicas MG(1); Hospital São Geraldo UFMG(2); Hospital Mater Dei(3); Introdução: A doença de Anderson-Fabry é uma doença rara, resultante da deficiência da enzima alfa-galactosidase A (alfa-Gal), o que determina o acúmulo progressivo de substância lipídica (ceramida) no interior do endotélio. Objetivo: Relatar o caso de um paciente com a doença, submetido à transplante renal com evolução de 5 anos,sem evidências de recorrência da doença. Métodos: Paciente RMA, 42 anos aos 11 anos de idade (1975) começou a apresentar dores articulares nas mãos e pés, associados a hipohidrose. Feito diagnóstico de febre reumática e prescrito benzetacil. Aos 18 anos, após sentir dores no peito, cardiologista constatou insuficiência e prolapso de válvula mitral (sic). Nesta época começou a observar pequenos pontos avermelhados nas mãos e quadris. No ano 2000, aos 36 anos de idade foi detectada insuficiênica renal e submetido à biópsia que revelou esclerose glomerular focal. Iniciou hemodiálise em 12/05/2001 e submeteu-se à transplante renal ( doadora esposa) em 18/07/2001. Resultado: O paciente não apresentou qualquer anormalidade no pós-operatório imediato e tardio, tendo recebido imunossupressão com tacrolimo, azatioprina e prednisona. As dores articulares se acentuaram, sendo encaminhado para vários reumatologistas, sem definição do diagnóstico. Dois ecocardiogramas mostraram insuficiência mitral decorrente à degeneração mixomatosa da válvula. Em maio de 2005, após suspeita clínica, foi feita dosagem da enzima alfa-GAL no plasma e nos leucócitos, confirmando-se o diagnóstico de doença de Fabry. Encaminhado ao oftalmologista, que constatou córnea verticilata, uma das manifestações frequentes determinada pela doença. Atualmente não apresenta hipertensão arterial, alterações no exame de urina e a função renal avaliada pela depuração da creatinina, de 54 ml/min. Heredograma familiar mostrou que a mãe e quatro irmãos são portadores da doença. Conclusão: A doença de Fabry deve ser suspeitada em pacientes portadores de doença renal associada a alterações cardíacas, dores articulares, lesões dermatológicas (angioqueratomas) e córnea verticilata. O transplante renal constitui a melhor opção terapêutica, embora sejam descritos casos de recorrência de doença após alguns anos, o que não ocorreu com este paciente. PO279 TUBERCULOSE EXTRA-PULMONAR EM TRANSPLANTADO RENAL SOARES, RP(1); MACHADO, RS(1); VIANNA, HR(1); VENTURA, NEFG(1); SALDANHA, HCP(1); SILVEIRA, ER(1); Hospital Vera Cruz(1); Objetivo: Descrição de tuberculose (TBC) extra-pulmonar em paciente imunossuprimido. Material e métodos: E.W.A, 48 anos, masculino, transplantado renal há 12 anos, doador vivo relacionado, em uso de prednisona 5 mg/dia e micofenolato de mofetil 2000 mg/dia. Internado no Hospital Vera Cruz em 11/01/08 com adinamia, hiporexia, febre, diarréia com sangue, e história de emagrecimento nos últimos 2 meses. Cursava ainda disúria, polaciúria e dor supra-púbica. Sorologias para toxoplasmose e citomegalovírus foram negativas. Exame de fezes, incluindo parasitológico, pesquisa de Clostridium difficile toxina A, Isospora belli e Criptosporidium foi negativo. Ultra-som abdominal com espessamento segmentar no ângulo hepático do cólon, estendendo ao cólon transverso. Colonoscopia com lesão ulcerada de aspecto granuloso e infiltrativo, acometendo toda circunferência do órgão a 60/70 centímetros da margem anal e no ceco, cólon ascendente e papila ileal, separados por segmentos de cólon normal. Histopatologia com infiltrado crônico, granulomatoso, células gigantes multinucleadas e epitelióides, ulceração e necrose, com pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente positiva. Exame de urina com piúria, sem evidência de bactérias no Gram de gota. Pesquisa de bacilo de Koch na urina foi positiva. Caracterizadas TBC urinária e intestinal. Iniciado tratamento com rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Alta hospitalar em 22/01/08, com melhora dos sintomas, função renal estável, para acompanhamento ambulatorial. Resultados: Esse relato vai ao encontro da observação de que o risco de TBC nos transplantados renais é 100 vezes maior que na população em geral, em virtude do defeito da imunidade celular. A TBC tem clínica variada, com acometimento orgânico diverso. No paciente descrito, além do acometimento urinário que é um achado freqüente, diagnosticou-se também TBC intestinal, forma incomum no paciente transplantado, muitas vezes confundida com doenças inflamatórias intestinais e neoplasias. Conclusão: A imunossupressão usada no transplante renal predispõe às infecções, independentemente do seu grau. Havendo suspeita clínica de TBC, deve-se adotar uma atitude diagnóstica agressiva, de modo a permitir o início precoce do tratamento. PO280 IMPACTO A LONGO PRAZO DA INFECÇÃO DO VIRUS DA HEPATITE C EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); FUJI, JB(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1); Hospital Universitário São José-HUSJ(1); Fac. Medicina UFMG(2); Hospital Mater Dei(3); Objetivo: Analisar o impacto a longo prazo do vírus da hepatite C (HCV) em pacientes (pts) submetidos à Transplante renal (Tx renal). Métodos: Foram estudados, retrospectivamente, 80 pts transplantados no período de 1977 a 2001, sendo 40 pts HCV positivos e 40 pts negativos. Os pts foram selecionados coincidindo a mesma época do Tx, sendo os HCV positivos submetidos à biópsia hepática prévia. Nenhum apresentava hepatite crônica ativa ou cirrose. A idade média dos receptores foi de 37,6 ± 11,3 anos nos HCV positivos e de 32,8 ± 12,4 nos negativos (p=0,09). O tempo 14 de setembro de 2008 - Domingo médio dos Txs nos HCV positivos foi de 12,5 ± 2,9 anos e nos negativos de 12,3 ± 4,5 anos (p=0,49). Não houve diferença estatística com relação a sexo, cor do receptor, tipo e idade do doador, tipagem HLA e imunossupressão utilizada. Resultados: A sobrevida do enxerto foi semelhante nos dois grupos, sendo 30% nos HCV positivos e 40% nos negativos (p= 0,48). O tempo médio da perda do enxerto foi de 36,7±33,1 meses nos HCV positivos e de 42,7± 31,7 meses nos negativos (p=0,67). A principal causa da perda do enxerto foi o óbito, em ambos os grupos (13 pts, p=1,0), seguido da nefropatia crônica do enxerto em 12 pts HCV positivos e 6 pts negativos (p=0,03). A infecção bacteriana constituiu-se na principal causa de óbito nos dois grupos, ocorrendo em 5 pts HCV positivos e em 4 pts HCV negativos (p=0,63). A função renal atual medida pela depuração da creatinina foi de 47,3±24,9 ml/min nos HCV positivos e de 54,9±ml/min nos pts negativos (p=0,49). As principais complicações foram semelhantes nos dois grupos: rejeição aguda, necrose tubular aguda e infecção bacteriana. A incidência de cirrose (2pts) e alterações nas enzimas hepáticas (5pts) ocorreram somente nos pts HCV positivos (p=0,05). Conclusões: O estudo mostrou que a infecção pelo vírus HCV não influenciou, a longo prazo, a sobrevida do enxerto e do pt transplantado, bem como a incidência de complicações, exceto cirrose e alterações das enzimas hepáticas que ocorreram apenas nos HCV positivos. A perda do enxerto por nefropatia crônica do enxerto foi significativamente maior nos pts HCV positivos. PO281 PERFIL E PREVALÊNCIA DE AFECÇÕES PULMONARES EM PÓS TRANSPLANTADOS RENAIS COSTA, JA(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); BERNARDES, LCR(1); WAKIYAMA, TP(1); DIAS, CLL(1); MOREIRA, JLC(1); COSTA, MHA(1); UFMA(1); Objetivos: Analisar o perfil e a prevalência de afecções pulmonares em pacientes após transplante renal no Hospital Universitário Presidente Dutra, no período de março de 2000 a maio de 2008. Materiais e Métodos: Foram avaliados, em estudo retrospectivo, os dados de 204 prontuários de pós transplantados renais. Um banco de dados foi montado através do EpiInfo 2007 para que os dados fossem posteriormente analisados. Resultados: Do total de transplantados, 5,8% (12) apresentaram afecção pulmonar. Destes, 58,3 % tinham idade acima de 40 anos e 58,3% eram do sexo feminino. As afecções diagnosticadas foram pneumonia em 66,6% (8); tuberculose pulmonar, 25% (3); aspergilose, 8,3% (1) e câncer de pulmão, 8,3% (1). Uma paciente apresentou pneumonia e tuberculose em épocas diferentes. A maior porcentagem de afecções (58,3%) ocorreu nos seis primeiros meses de pós-operatório, sendo que os casos de tuberculose e a neoplasia ocorreram após dois anos de transplante. Dentre os sintomas apresentados houve predomínio de tosse (66,6%), febre (50%) e secreção purulenta (33,3%). Outros sintomas como dor torácica, dispnéia e hemoptise também foram encontrados. Houve internação hospitalar para investigação diagnóstica e tratamento em 83,3% dos pacientes. Como método diagnóstico, o RX de tórax foi utilizado em 41,6% (5) dos casos, seguido de broncoscopia em 33,3% (4) e tomografia computadorizada de tórax também em 33,3% (4) das afecções. A neoplasia evoluiu para óbito após várias complicações. O restante das afecções tiveram tratamento conservador adequado e resolução do quadro. Conclusão: A prevalência de afecções pulmonares foi de 5,8%, estando abaixo da média encontrada em outros estudos. A afecção mais prevalente foi pneumonia (66,6%), seguida de tuberculose (25%). Houve uma incidência maior de afecções pulmonares nos 6 primeiros meses após transplante, sendo tais afecções importante causa de reinternação hospitalar. O quadro clinico se mostrou muitas vezes confluente entre as diversas afecções, sendo perceptível a importância de terem sido realizados métodos diagnósticos invasivos para instituição de terapêutica adequada. A mortalidade se mostrou baixa, havendo resolução do quadro em 91,6 % dos casos. PO282 TUBERCULOSE EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO DE UM CENTRO. GUIDA, JPS(1); URBINI-SANTOS, C(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1); Objetivo: Registrar a incidência de tuberculose e as formas de apresentação da doença em um grupo de transplantados renais. Metodologia: Análise retrospectiva do banco de dados de um serviço de transplantes renais, no período de 1984 a 2007. Resultados: De um total de 1342 transplantes renais, foram identificados 21 sujeitos que receberam tratamento (n=14) e/ou profilaxia (n=8) contra tuberculose. A incidência de novos casos de tuberculose foi de 0,97%, muito superior à da população da mesma área geográfica (0,031%). Oito indivíduos realizaram tratamento profilático, por contacto com portadores de tuberculose (n=1), ou tratamento da doença previamente ao transplante (n=7). Em 14 casos, o diagnóstico de tuberculose foi realizado após o transplante, em média 53 ± 49 meses de acompanhamento. Houve predomínio de formas extra-pulmonares (n=9) em relação às pulmonares (n=5). Na maioria dos casos (n=9), o tratamento clássico (isoniazida, rifampicina e pirazinamida) foi utilizado com sucesso. Quatro casos resistentes necessitaram de tratamento alternativo, com adição de etambutol (n=5). Não foi observado nenhum caso de hepatotoxicidade durante o tratamento. Dois pacientes evoluíram para óbito por complicação de tuberculose, sendo 1 forma miliar e 1 intestinal. Após o tratamento de tuberculose ocorreram 3 perdas de enxerto, por rejeição celular aguda tardia. Dos pacientes submetidos ao tratamento profilático, nenhum desenvolveu tuberculose. Conclusão: A incidência de tuberculose em receptores de transplante renal foi significativamente superior à da população da mesma região, com predomínio de formas extrapulmonares. O tratamento profilático nos casos de risco foi eficiente, prevenindo o desenvolvimento de novas infecções. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 79 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 80 14 de setembro de 2008 - Domingo PO283 TUBERCULOSE PULMONAR EM TRANSPLANTADO RENAL SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); COSTA, JA(1); DIAS, CLL(1); FERRAZ, PCG(1); LEAL, AL(1); OLIVEIRA, MT(1); ALBUQUERQUE, LH(1); UFMA(1); Objetivo: Relatar um caso de tuberculose pulmonar em paciente transplantada renal. Material e Métodos: Estudo de caso, descritivo e retrospectivo. Resultado: Paciente feminina, 35 anos, procedente de Chapadinha-MA, portadora de insuficiência renal crônica de etiologia desconhecida. Após 3 anos de hemodiálise, foi submetida a transplante renal com doador vivo HLA III. À época em uso de Prednisona, Micofenolato Mofetil e Tacrolimus. Cerca de 5 meses após transplante, apresentou episódios febris, tosse persistente, emagrecimento e um episódio de hemoptise, sendo então internada para melhor acompanhamento. Em sua história, nega infecção prévia pelo bacilo de Koch ou contato com paciente sabidamente infectado. O teste de tuberculina da paciente e do seu doador foram realizados antes do transplante, sendo ambos negativos, não sendo feita, portanto, quimioprofilaxia para tuberculose no póstransplante. Radiografia X de tórax mostrava infiltrado para-hilar D. CT de tórax evidenciou opacidade paracardíaca direita no segmento medial do lobo médio e infiltrados intersticiais no lobo superior direito. Realizou baciloscopia e broncoscopia que deram resultados negativos. Foi internada mais 2 vezes com o mesmo quadro clínico, sendo tratada para pneumonia bacteriana com resolução aparente do quadro. Oito meses após transplante, foi reinternada com quadro de tosse, febre e emagrecimento. Realizou pela segunda vez lavado brônquico alveolar, obtendo resultado positivo para Mycobacterium tuberculosis. Após confirmação do diagnóstico de tuberculose, iniciou esquema específico, fazendo uso de Rifampicina (300mg/dia), Iizoniazida (200mg/dia) e Pirazinamida (500mg/dia), após o qual obteve boa resposta. Aos exames, apresentava: Na=136mmol/L; K=4,1mmol/L; creatinina=1,0mg/dl; Hb=8,7g/dl; Ácido Úrico= 2,1mg/dl; glicose= 98mg/dl, AST= 7U/L, ALT=9U/L, GGT=54U/L. Ao exame físico: pressão arterial=140/80mmHg, peso=45kg. Conclusão: A tuberculose pulmonar é uma doença grave, e o seu diagnóstico pode ser de difícil obtenção em pacientes transplantados renais. Esta infecção possui significativa morbimortalidade nesta população, podendo comprometer a função do enxerto, principalmente quando há demora no seu diagnóstico e tratamento. PO284 CAUSAS DE PERDA DO ENXERTO RENAL SALGADO, NF(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); FERRAZ, PCG(1); ALBUQUERQUE, LH(1); MADEIRA, TCS(1); BERNARDES, LCR(1); CUNHA, ER(1); UFMA(1); Objetivos: Determinar as causas de perda do enxerto renal e óbito com enxerto funcionante durante os 7 anos do serviço de transplante do Hospital Universitário Presidente Dutra. Metodologia: Análise retrospectiva analítica de 21 pacientes que evoluíram com perda do enxerto renal ou óbito com enxerto funcionante no único centro de referência em tratamento e acompanhamento de pacientes transplantados no Maranhão. Foram coletados dos prontuários os seguintes dados: sexo, idade, doença de base, tipo de doador, HLA, número de episódios de rejeição aguda, número de episódios de infecção, co-morbidades, causa de perda do enxerto, causa do óbito. Resultados: Amostra composta por 12 homens (63%). A maioria dos pacientes pertencem/pertenciam à faixa de 18-29 anos, 5 (26%). Quanto à doença de base, houve clara predominância da nefroesclerose hipertensiva, com 9 (47,3%) dos pacientes; apenas 2 (10,5%) tiveram glomerulonefrite como doença de base para disfunção renal e apenas 1 (5,3%) caso foi associado ao diabetes mellitus. Observouse predominância de doadores vivos, 15(79%). A maioria possuía HLA II 7 (37%), e HLAIII 7(37%). Observou-se que 13(69%) pacientes tiveram 1 ou mais episódios de infecção oportunística, predominando candidíase (21%), escabiose (21%) e herpes (21%). Quanto às co-morbidades apresentadas antes do transplante, predominava a HAS, sendo relatado em 17 (89%) pacientes. Na análise da causa de perda do enxerto renal, constatou-se predominância da nefropatia crônica enxerto em 5 (26,4%) dos pacientes, seguida de infecção em 2 (21%), sendo uma sepse iniciada por pielonefrite, e a outra de causa ignorada. Apenas 1 (5,3%) caso foi relacionado à rejeição aguda. Entre os pacientes que evoluiram a óbito com enxerto funcionante, as causas predominantes foram a doença cardiovascular e a neoplasia, cada uma sendo responsável por duas mortes. Conclusão: Em concordância com a literatura, as principais intercorrências no pós-transplante foram de causa infecciosa, sendo esta a causa também de 21% das perdas do enxerto. Porém, a nefropatia crônica do enxerto foi a maior responsável pela perda do rim transplantado, assim como o encontrado em outros estudos. Quanto ao óbito com enxerto funcional, prevaleceram a doença cardiova Pôsteres que concordaram em participar do estudo, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra urinária foi colhida pela manhã e centrifugada á 2500rpm por 5minutos. O exame foi realizado em câmara de Fuchus-Rosenthal®, preenchendo-a através de pipetador automático 20uL, com urina não centrifugada na parte superior da câmara e urina centrifugada na parte inferior. Foi utilizado microscópio de fase Olympus BX41®. O examinador utilizou-se de estudo cego, não tendo conhecimento prévio da origem da hematúria. A BxR percutânea guiada por ultrassom foi realizada com agulha calibre 16-18mm, sob anestesia local e os fragmentos encaminhados para o Serviço de Anatomia Patológica da UNIFESP (SP). A proteinúria, o padrão das hemácias (isomórficas ou dismórficas), a pesquisa de acantócitos (>5%), cilindros hialinos, céreos, granulosos e hemáticos foram correlacionados com os achados histopatológicos da BxR. Resultados: Tabela 1 *NCTx- Nefropatia crônica do enxerto, NPV - nefropatia por poliomavírus, RATx rejeição aguda do enxerto, LES - lúpus eritematoso sistêmico. *Estatisticamente NS. Conclusão: A SUMCF demonstrou a presença de hematúria dismórfica em todos os pacientes transplantados estudados, compatível com doença parenquimatosa no enxerto renal, reforçando a importância da contribuição deste método não invasivo no diagnóstico histológico. PO286 NEOPLASIAS LIFOPROLIFERATIVAS E DE ÓRGÃOS SÓLIDOS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO DE UM CENTRO. FALSARELLA, PM(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1); Introdução: Receptores de transplantes de órgãos apresentam um maior risco de desenvolver neoplasias que a população geral. Registros internacionais demonstram que as neoplasias mais freqüentes são tumores de pele não melanomas e neoplasias associadas às infecções virais. Entretanto, não existem séries nacionais com a incidência de tumores pós-transplante, nem a identificação de potenciais fatores de risco. Objetivos: Avaliar a incidência de neoplasias sistêmicas no acompanhamento pós-transplante renal. Metodologia: Análise retrospectiva de prontuários de transplantados renais com diagnostico de neoplasia por biopsia(s) durante o seguimento. Resultados: De 1300 transplantados renais, 22 (1,7 %) desenvolveram neoplasias de órgãos sólidos e/ou lifoproliferativas após o transplante, sendo 12 homens (54,5%) e 10 mulheres (45,5%), com idade média de 42 ± 11 anos. O tempo médio para diagnóstico de neoplasia foi de 82 ± 62 meses, sendo que 47,6 % foram diagnosticados entre 0-5 anos, 28,6 % entre 5 e 10 e 23,8 % após 10 anos de acompanhamento pós-transplante. A maioria das neoplasias diagnosticadas foi de tumores de trato urinário (n=8, 36,5%), seguida de aparelho reprodutor (n=6, 27,3%), aparelho digestivo (n=3, 13,7%), tireóide (n=2, 9%), doença linfoproliferativa (n=2, 9%) e aparelho respiratório (n=1; 4,5%). Conclusão: A incidência de neoplasias nesta série foi de 1,7%, sendo que neoplasias de trato urinário foram as mais freqüentes. A maioria (47,6%) dos tumores foi diagnosticado nos primeiros 5 anos de acompanhamento pós-transplante. PO287 TUMORES MALIGNOS APÓS O TRANSPLANTE RENAL PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ARAÚJO JUNIOR, ER(2); ANN, HK(1); ROHDE, NRS(1); CAMARGO, MTA(1); USCOCOVICH, VSM(1); Renalclin(1); UNIOESTE(2); Objetivo: Avaliar a incidência de malignidades no pós-transplante no Serviço de Transplante renal da Renalclin na região Oeste do Estado do Paraná. Métodos: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes submetidos à transplante renal em Cascavel-PR e acompanhados na Renalclin, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná. Foram realizados 260 transplantes no período de 14/09/1985 a 30/04/2008, sendo 58 com doador cadáver (22,3%), 71 vivos-idênticos (27,3%) e 131-vivos-não-idênticos (50,4%). Foram registrados: idade, sexo, raça, data do transplante, compatibilidade HLA, doença básica, tempo de diálise, tempo de isquemia, tipo de imunossupressão e complicações. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das malignidades encontradas foram expressas em percentagem. Resultados: Dos 260 pacientes receptores de transplante renal foram diagnosticados 14 malignidades em 13 pacientes (5,0%), sendo nove localizados na pele, incluindo um sarcoma de kaposi, dois no útero, dois renais (um em rim primitivo e um no enxerto) e um no fígado. Conclusão: Tumores malignos foram diagnosticados em 5% dos receptores de transplante renal, sendo a pele o sítio mais frequentemente acometido. PO285 IMPORTÂNCIA DA SEDIMENTOSCOPIA URINÁRIA NO ACOMPANHAMENTO DO TRANSPLANTADO RENAL. MOREIRA, TM(1); SOUSA, MP(1); CARVALHO, MCP(1); BASTOS, MG(1); ANDRADE, LCF(1); PINTO, AF(1); NIEPEN/UFJF(1); Objetivo: Analisar e correlacionar os achados da sedimentoscopia urinária por microscopia de fase (SUMCF) com o diagnóstico histológico da biópsia renal (BxR), buscando anormalidades urinárias associadas à disfunção ou complicação parenquimatosa do enxerto no transplante renal (TxR). Materiais e métodos: Os pacientes foram recrutados no ambulatório de TxR e glomerulonefrite do NIEPEN, formando o grupo 1 (grupo teste) e grupo 2 (controle positivo), respectivamente. O grupo 3, controle negativo, foi formado por voluntários sadios que não possuíam nenhuma patologia renal conhecida. A SUMCF foi realizada em todos os pacientes 80 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) PO288 INFLAMAÇÃO E RESISTÊNCIA INSULÍNICA NO PRIMEIRO ANO PÓSTRANSPLANTE RENAL. SOUZA, GC(1); COSTA, CA(1); GONÇALVES, LF(1); MANFRO, RC(1); Serviço de Nefrologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Medicina UFRGS(1); Objetivos. Avaliar a freqüência e a evolução do estado microinflamatório e da resistência insulínica em pacientes transplantados renais durante o primeiro ano pós-transplante. Material e métodos. Trinta e dois pacientes (18 homens, 23 receptores de rim de doador falecido, média de idade 41,5 ± 11,4 anos) foram incluídos em um estudo prospectivo. As variáveis primariamente analisadas foram: níveis séricos de proteína c-reativa (PCR) e resistência insulínica através do índice Homeostasis Model Assessment (HOMA). Os XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 81 Pôsteres pacientes foram avaliados no momento do transplante (T0) e, prospectivamente, aos três (T3), seis (T6), nove (T9) e doze (T12) meses pós-transplante. Resultados. Os níveis de PCR diminuíram significativamente nos três primeiros meses pós-transplante (T0) [4,1 ± 4,9 vs. (T3)1,3 ± 0,9 (p = 0,02)], aumentaram não significativamente em T6 (2,1 ± 2,7; p = 0,057). Em T9 e ao final do primeiro ano (T12) pós-transplante os níveis da PCR diminuíram novamente e mantiveram-se estáveis [1,5 ± 1,5 (p < 0,0001) e 1,9 ± 1,6 (p = 0,42), respectivamente)]. A resistência insulínica diminuiu significativamente: (T0) [2,4 ± 1,5 vs (T3)1,5 ± 1,1 (p = 0,01)], mas aumentou no sexto e nono mês (1,8 ± 0,8 e 2 ± 1,5 respectivamente) mantendo-se estável ao final do primeiro ano (2 ± 1,7). Durante todo o período do estudo não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a PCR e o índice HOMA (r = 0,243; p = 0,181). Conclusões. O transplante renal bem sucedido exerce efeito benéfico sobre o estado micro-inflamatório presente na uremia. A resistência insulínica diminui inicialmente mas apresenta acréscimo no decorrer do primeiro ano pós-transplante estando possivelmente associada ao elevado risco de doença aterosclerótica observado nestes pacientes. PO289 REJEIÇÃO AGUDA VASCULAR E INFECÇÃO POR POLIOMA VÍRUS RELATO DE CASO JÚNIOR; MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1); ALMEIDA; JB; (1); COSTA, KMAH; (1); FRANCO, MF(2); Hospital Universitário Onofre Lopes(1); Escola Paulista de Medicina-Departamento de Patologia(2); Introdução: Os vírus da família polioma são importantes causadores de disfunção do enxerto em pacientes transplantados renais,devido ao constante estado de imunossupressão a que esses pacientes são submetidos e a alta prevalência de infecção latente na população em geral. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente transplantada renal, cujo manejo terapêutico da rejeição tornou-se difícil, pois a mesma apresentava infecção por polioma vírus no enxerto. Relato do Caso: Paciente do sexo feminino, 45anos, com diagnóstico de insuficiência renal por nefroesclerose hipertensiva, foi submetida a transplante(Tx) renal com doador falecido em Fevereiro de 2007.Nas primeiras três semanas pós transplante evoluiu com necrose tubular aguda dependente de hemodiálise.Após este período recuperou a função renal e recebeu alta em uso de Tacrolimo,Micofenolato Mofetil(MMF) e Prednisona.Mantivemos o nível sérico do Tacrolimos entre 6-8ng/ml.No 5º mês pós Tx apresentou anemia importante (Hb=7,39g/dl), dor abdominal,diarréia e piora da função renal (creatinina=7mg/dl). Não tinha história de sangramento. Realizamos biópsia do enxerto que revelou rejeição aguda túbulo-intersticial leve, nefropatia crônica do enxerto, pielonefrite aguda e presença de células com inclusões sugestivas de polioma. Optamos por tratá-la com imunoglobulina intravenosa durante 6dias e reduzimos a dose do MMF .Houve melhora da função renal(creat=2,1mg/dl). A biópsia pós tratamento confirmou a erradicação do vírus porém persistia com rejeição aguda leve-moderada.Tentamos aumentar a dosagem do Tacrolimo,mantendo a mesma dose do MMF,apesar disso,a função renal piorou. A creatinina estabilizou em 3,5mg/dl. Conclusão: A infecção por polioma vírus ocorre mais comumente em pacientes vigorosamente imunossuprimidos como é o caso da nossa paciente. A reativação do vírus está sendo cada vez mais reconhecida como causa de disfunção do enxerto. Como não existe terapia antiviral específica para a disfunção do enxerto associada a nefrite, a conduta proposta é a redução criteriosa da imunossupressão e a monitorização da rejeição aguda.Apesar disso os resultados não são bons em relação à evolução do enxerto, como no caso descrito. PO290 PSEUDOTUMOR CEREBRAL ASSOCIADO AO USO DE CICLOSPORINA RELATO DE CASO AGUIAR, CA; (1); JÚNIOR, MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1); ALMEIDA, JB; (1); COSTA, KMAH; (1); Hospital Universitário Onofre Lopes(1); Introdução: Pseudotumor cerebral é uma síndrome caracterizada pela presença de hipertensão intracraniana(HIC) e papiledema, sem haver processo expansivo intracraniano. Apresenta-se de forma idiopática, na maioria dos casos,porém causas secundárias devem ser investigadascomo:terapia crônica com corticosteróide e ciclosporina, uremia, ingestão de megadoses de vitamina A, uso de alguns antibióticos e antiarrítmicos. Objetivo: Relatar o caso de uma criança do sexo masculino que evoluiu após 2 anos e 11 meses de transplante renal com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana associada ao uso de Ciclosporina. Caso Clínico: Paciente do sexo masculino, 10 anos, realizou transplante renal com doador vivo(mãe) em 2004. Evoluiu com excelente função do enxerto. Foi admitido no serviço de transplante renal em Setembro de 2007 com quadro de cefaléia holocraniana de forte intensidade, vômitos, dor ocular intensa,diplopia e fotofobia.Fizemos investigação para toxoplasmose e citomegalovirose que foi negativa, tinha função renal alterada (creat=1,4mg/dl, antes era 0,7mg/dl), sem anemia, nível sérico de ciclosporina=136ng/ml. Avaliação do líquor foi normal. Tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio foram normais. Exame fundoscópico revelou edema de papila bilateral. Não tinha infecção associada. Nesta ocasião suspendemos a ciclosporina e iniciamos Sirolimo associado com corticóide em dose mais elevada. Ao final de 45dias de internamento o paciente encontrava-se sem cefaléia e com melhora importante das queixas visuais da cefaléia, e da função renal. Conclusão: Os mecanismos de HIC associados com o uso de ciclosporina são desconhecidos.Exames de neuroimagem não revelam massas, ventriculomegalia ou alterações estruturais. O tratamento básico fundamenta-se na retirada da Ciclosporina, havendo melhora da HIC após alguns meses, porém se a função do enxerto renal tornar-se desfavorável com a suspensão da ciclosporina,pode-se realizar cirurgicamente fenestrações na bainha do nervo óptico evitando assim perda visual.No caso acima a suspensão da ciclosporina foi suficiente para reduzir os sintomas de HIC sem perda do enxerto. 14 de setembro de 2008 - Domingo PO291 LEISHMANIOSE VISCERAL EM TRANSPLANTE RENAL - RESISTÊNCIA À TERAPIA E RESPOSTA CLÍNICA APÓS CONVERSÃO PARA RAPAMICINA SANTOS, SQ(1); OLIVEIRA, CMO(1); OLIVEIRA, MLMB(1); ESMERALDO, RM(1); Hospital Geral de Fortaleza(1); A LV é uma infecção parasitária rara em transplante renal, e resistência ao tratamento com glucantime/anfotericina B lipossomal tem sido registrada. Caso Clínico: ACS, 28 anos, feminino, foi submetida a transplante(Tx) renal com doador cadáver há 4 anos. Imunossupressão inicial: micofenolato mofetil (MMF), tacrolimus e indução com daclizumab, sem prednisona. Evoluiu 18 meses pós-Tx com quadro de leucopenia, anemia, febre e hepatoesplenomegalia, sendo diagnosticado LV por aspirado de medula óssea. Fez uso de vários esquemas para tratamento da LV durante os 30 meses subseqüentes, sem resposta satisfatória, persistindo com leucopenia (necessitando por vezes do uso de granulokine), anemia (com indicação de eritropoietina e transfusões), aumento da esplenomegalia, além da presença do protozoário nos estudos repetidos da medula óssea. Inicialmente fez uso de glucantime (05 doses) suspenso por neurotoxicidade, seguido por 2 ciclos de anfotericina B convencional (dose total = 0,5 e 1 g), sem resposta. O MMF foi então suspenso, sendo mantido apenas o tacrolimus em dose baixa. Fez então o primeiro ciclo de anfotericina B lipossomal (Ambisome-dose total = 1g), seguida de doses semanais de manutenção de 3mg/kg/dose (total de 8 doses), sem cura da LV. Um segundo ciclo de ambisome na dose total de 2g foi tentado, novamente sem sucesso. Foi então iniciado fluconazol 300mg/dia associado ao alopurinol 200mg/dia. A mielocultura foi positiva para Leishmania chagasi. Outro ciclo de ambisome (1750mg) foi prescrito, associado ao fluconazol/alopurinol , e seguido de doses semanais de ambisome (3mg/kg/dose), 14 doses até então. No curso da 8a dose semanal do ambisome, foi optado pela conversão do tacrolimus para rapamicina. Desde então, houve melhora progressiva da anemia, ganho de peso e redução da esplenomegalia, embora persista com leucopenia. Conclusão: É possível que nos casos de LV com falha terapêutica ou recidivas freqüentes, a rapamicina possa ter uma participação importante na resolução do quadro infeccioso, como já foi descrito em casos de citomegalovirose resistente. São necessários estudos experimentais ou novos relatos para confirmação desse achado. PO292 CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA EM PÓS TRANSPLANTE RENAL TARDIO LUCAS JR, F(1); MACIEL, MMD(1); RIBEIRO, FM(1); RODRIGUES, WVD(1); MAIA, LF(1); COPA, GF(1); OLIVEIRA, JGF(1); ROSARIO, MB(1); FERREIRA, DP(1); Hospital das Clínicas- UFMG(1); Objetivo: Relato de casos clínicos de criptococose disseminada em pacientes transplantados renais, uma vez que esta é a terceira infecção fúngica invasiva mais comum em pacientes submetidos a transplante (tx) renal. Caso 1: L.L.S., 52 anos, doença renal crônica (DRC), tx renal doador cadáver (DC) em 05/07/06, em uso de prednisona, tacrolimus e micofenolato sódico. Creatinina de 2,5 mg/dL. Admitido no Hospital das Clínicas da UFMG no dia 30/01/08 com ataxia, disartria, dismetria bilateral, rigidez de nuca, cefaléia, náuseas e vômitos há cerca 72 horas. Tomografia computadorizada (TC) de crânio - hipodensidade cerebelar e temporal esquerda. Punção lombar - pressão de abertura 20 cm H2O, 120 células, proteína 208 mg/dL, glicose 39 mg/dl. Látex para criptococose positivo. TC de tórax - consolidação em lobo superior direito com área de vidro fosco e derrame pleural direito. Pesquisa direta de criptococcus positiva no escarro. Submetida ao tratamento com anfotericina B lipossomal por 14 dias e, posteriormente, com fluconazol. Caso 2: P.A.B.A., 36 anos, DRC por nefropatia da IgA, foi submetida a tx renal doador cadáver em 1993, com disfunção crônica do enxerto (Creatinina de 2,7mg/dl). Em uso de prednisona, ciclosporina e micofenolato mofetil. Foi internada em 10/10/07 com cefaléia, febre e confusão mental. Além disso, apresentava sinais de hipertensão intracraniana, com redução da acuidade visual e auditiva. Punção lombar pressão de abertura 43 cm H2O; aglutinação direta reagente para C. neoformans 1: 1024; glicose=53 mg/dl; proteína =67 mg/dl; celularidade =61 com 99% de mononucleares. Fez uso de anfotericina B lipossomal e, posteriormente, fluconazol para consolidação e manutenção. Foi submetida a derivação lombo-peritoneal devido à hipertensão intracraniana refratária. conclusão: 20 a 60% dos casos de criptococose nos não portadores de HIV ocorrem em pacientes transplantados. É mais freqüente após 6 meses do Tx. Estudos mostram que pacientes transplantados podem ter um curso clínico mais agressivo, com alta incidência de doença disseminada e altas taxas de mortalidade. PO293 O RETARDO MENTAL NÃO CONTRA-INDICA O TRANSPLANTE RENAL DIB, GA (IN MEMORIAM)(1); MEDINA-PESTANA, JO(1); Hospital do Rim e Hipertensão. Departamento de Medicina, Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo UNIFESP(1); Introdução. O retardo mental (RM) é ainda uma contra-indicação relativa ao transplante renal. Atualmente o número de pacientes renais crônicos portadores de RM submetidos ao transplante renal é pequeno. Objetivo. Analisar os resultados dos transplantes renais em portadores de RM realizados no Hospital do Rim e Hipertensão. Metodo. Análise do tipo caso-controle de todos os 17 transplantes renais realizados em portadores de RM e de 83 realizados em receptores sem RM entre 01/JAN/97 a 20/AGO/06. O tempo de seguimento variou de 8 meses a 10 anos e 7 meses. Resultados. A sobrevida do paciente 5 anos após o transplante foi menor nos receptores com RM (81,2% vs. 97,4% nos controles, p=<0,05). As taxas de sobrevida do enxerto (81,2% vs. 80,2% nos controles, p=0,9) e de sobrevida do enxerto livre de rejeição aguda (75% vs. 66,6% nos controles, p=0,79) 5 anos após o transplante foram semelhantes entre os grupos. Os portadores de RM apresentaram maior número de infecções necessitando tratamento intra-hospitalar (2,1 ± 2,2 vs. 0,9 ± 1,3 nos controles, p<0,05), entretanto não foram identificados fatores de risco com associação significante com esta complicação. A função renal foi semelhante nos dois grupos durante todo o período de seguimento. Conclusões. Embora XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 81 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 82 14 de setembro de 2008 - Domingo os portadores de RM apresentem menor sobrevida a longo prazo, os resultados foram equivalentes quanto a sobrevida do enxerto, sobrevida do enxerto livre de rejeição aguda e função renal. O transplante renal não deve ser restrito em portadores de RM em insuficiência renal crônica terminal. PO294 ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL PÓS-TRANSPLANTE: PREVALÊNCIA E RESULTADOS DE TRATAMENTO EM 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CUNHA, R(1); SOUZA, E(1); RIBEIRO, CA(1); RIBEIRO, JG(1); FERREIRA, M(1); RIOJA, S(1); Hospital Pedro Ernesto - UERJ(1); Introdução: Apesar de bem padronizado, o transplante renal pode evoluir com complicações clínicas e cirúrgicas. Entre as últimas, incluem-se as de natureza vascular, destacando-se a estenose de artéria renal cuja incidência, segundo a literatura, varia de 1.6 a 12.4%. Objetivo: Verificar a prevalência de estenose de artéria renal em pacientes submetidos a transplante de rim, em nosso Serviço, no período de setembro/1975 ao início de 2007 e descrever a evolução dos casos. Método: Revisão dos prontuários com levantamento dos casos que receberam o diagnóstico de estenose distal de artéria renal pós-transplante. A resposta ao tratamento foi avaliada tendo por base o comportamento da pressão arterial e da função renal. Resultados: Foram identificados 4 casos (0,41%) de 965 pacientes, 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, cuja idade variou entre 34 e 52 anos. Receberam rim de doador vivo (3) e doador cadáver (1), 3 foram submetidos à anastomose término-lateral e 1 término-terminal. Nenhum desenvolveu episódio de necrose tubular aguda. Clínica sugestiva de estenose da artéria renal se instalou entre o primeiro e o sétimo mês de evolução. Após angioplastia percutânea acompanhada de colocação de endoprótese, 3 dos pacientes evoluíram com redução dos níveis tensionais (&#916; PAM= 118,5 +/- 11mmHg &#8594; 88,5 +/- 8mmHg), necessidade de menor quantidade de drogas para seu controle e redução da creatinina sérica (&#916; Cr=1,93 +/- 0,4mg/dL &#8594; 1,43 +/- 0,2 mg/dL). Em 1 caso, a rotação do pedículo vascular impossibilitou o procedimento e a paciente evoluiu para óbito de natureza infecciosa. Mais recentemente, os pacientes foram convertidos para sirolimo. Não se evidenciou, até o momento, recidiva do quadro (follow up de 150, 86 e 35 meses, respectivamente). Conclusões: 1) A incidência de estenose de artéria renal foi reduzida em nossa casuística, o que atribuímos a um maior número de transplantes realizados com doadores vivos e à estabilidade da equipe cirúrgica (21 anos); 2) a estenose distal à anastomose arterial parece se configurar em indicação ímpar para a cirurgia endovascular. PO295 PREVALÊNCIA DE CÂNCER NOS TRANSPLANTADOS RENAIS EM ACOMPANHAMENTO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SALGADO, NF(1); FERREIRA, TC(1); TRINDADE, MS(1); PEREIRA, AWS(1); RAMOS, JMCR(1); LESSA, LMM(1); CUNHA, CP(1); COSTA, MHA(1); UFMA(1); Objetivos: Avaliar a incidência de neoplasia maligna no pós transplante renal do Serviço de Transplante do Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal do Maranhão (HUPD-UFMA), no período de março de 2000 a junho de 2008. Metodologia: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes transplantados renais com neoplasia diagnosticada durante o acompanhamento pós transplante. Resultados: Dos 202 transplantados renais no período estudado, 4 (1,98%) desenvolveram neoplasias após o transplante renal. Além disso, foram incluídos no estudo 4 pacientes que realizaram o transplante em outro centro, mas que fazem acompanhamento no Ambulatório de Pós Transplante Renal do HUPD, somando um total de 8 pacientes (3,88%). A maioria dos indivíduos estudados era do sexo masculino (62,5%), com idade média de 44, 2 anos. O tempo médio pós transplante para diagnóstico da neoplasia foi de 85 meses, sendo a maioria diagnosticada nos primeiros 5 anos de acompanhamento (50%), 12,5% de 5 a 10 anos e 37,5% após o 10º ano. Dentre os transplantados que desenvolveram neoplasia 37,5% receberam o enxerto de doador idêntico (HLA I), 25% de doador HLA II, 25% de doador cadáver e 12,5% de doador HLA distinto. O esquema imunossupressor inicial utilizado nestes pacientes foi Ciclosporina + Prednisona + Azatioprina em 87,5% dos casos e em 12,5% Prednisona + Micofenolato de Mofetil + Tacrolimus. Dentre os relatos, a maioria foi de tumores de pele (50%), sendo 25% de carcinoma epidermóide e 25% carcinoma basocelular, seguidos por linfoma não-Hodking, adenocarcinoma gástrico, astrocitoma e tumor do trato respiratório, cada com incidência de 12,5%. Durante a evolução, 2 pacientes (25%) fizeram conversão para Rapamicina e 2 pacientes evoluiram a óbito. Conclusão: A incidência de neoplasias pós transplante nesta série foi de 3,88%, semelhante às porcentagens descritas na literatura. Os tumores de pele não melanoma, foram os mais freqüentes, não diferindo dos relatos de outros centros e reforçando a importância da orientação quanto à fotoproteção e exposição solar. Nenhum dos indivíduos deste estudo apresentava neoplasia pré transplante. PO296 RELATO DE CASO: ALOTRANSPLANTE RENAL 5 ANOS APÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DO MESMO DOADORIMUNOSSUPRIMIR? RAMOS FILHO, R.(1); BARRETO, JCS.(1); SABER, LT.(1); OLIVEIRA JUNIOR, AE.(1); FREITAS, ASO.(1); COSTA, TS.(1); Hospital Geral de Goiânia(1); Paciente do sexo feminino, 23 anos, portadora de anemia aplástica, foi submetida a alotransplante (TX) de medula óssea (MO) com doador vivo, irmão HLA idêntico, em 2001, com boa recuperação hematogênica. Evoluiu com perda progressiva da função renal devido a nefrotoxicidade dos imunossupressores. Foi iniciando então CAPD em 82 J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) Pôsteres 10/2003. Em 16/05/2006 foi submetida a TX renal , sendo doador o mesmo irmão. Optou-se por induzir imunossupressão de forma rotineira, com metilpredinisolona 1g EV, sequido de predinisona (pred) 1mg/kg /dia, tacrolimus (FK) 0.1mg/kg/dia e dose plena de micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia. A paciente apresentou ótima evolução com creatinina de 0.9mg/dl no 4 PO. A partir do 6 PO iniciou-se redução progressiva das doses de pred, até alcançar 5mg/d no 60 PO e 5mg em dias alternados a partir de 180 dias. As doses de FK foram reduzidas progressivamente a partir do 90 PO, até a retirada completa 18 meses após o TX. As doses de MMF foram reduzidas para1.5 g/dia a partir do 30 PO e 1.g/dia com 12 meses de TX.. No momento a paciente está em uso de pred 5mg em dias alternados e MMF 1.g /dia. Apresenta os sequintes parâmetros: PA110/80mmHg, (sem anti-hipertensivos), creatinina 1.0mg/dl, uréia 29mg/dl, Hb 13g%. A dose e a manutenção de imunossupressores em TX, onde se associa rim e infusão de medula óssea é ainda controversa e existem poucos relatos de TX na literatura de casos semelhantes. Em 2007, T.Tanaka et al relatam 2 casos de TX renal pós TX de MO com boa evolução ( 1 doador HLA DR-Mismatch e outro com doador HLA idêntico) mesmo com suspensão total da imunossupressão. Em 2008, T. Kawai et al relatam 5 casos semelhantes com doadores HLA haploidênticos. Um caso evoluiu com rejeição aguda humoral irreverssivel e 4 evoluiram bem, sem o uso de imussupressores. Os autores discutem a segurarança ou não da retirada da imunossupressão. PO297 FIBROSE SIST MICA NEFROGÊNICA ASSOCIADA À GADOVERSETAMIDA EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA APÓS TRANSPLANTE RENAL VAZ, ACAB(1); CRUZ, JG(1); PRUTCHANSKY, GD(1); ÁVILA, MON(1); COSTA, LB(1); MARTINS, MT(1); SCHAER, E(1); BATISTA, PBP(1); PAMPLONA, DS(1); Hospital São Rafael(1); A Fibrose sistêmica nefrogênica (FSN), rara dermopatia fibrótica, restrita à pacientes com insuficiência renal. Recentemente ficou evidente a associação causal com a exposição ao gadolínio. Relatos isolados sugerem que hemodiálise( HD) após a exposição ao gadolínio, uso de imunossupressores e melhora de função renal sejam úteis na prevenção ou tratamento da doença. Este pôster relata um caso de FSN que surgiu meses após um transplante renal bem sucedido e cujas lesões persistem após um ano de follow-up. Mulher de 34 anos, em HD por insuficiência renal crônica decorrente de glomerulonefrite crônica, com dificuldade para acessos vasculares, grave hiperparatireoidismo secundário e anemia sob terapia com Eritropoietina. Realizou transplante renal com doador haploidêntico, indução com basilixmab e manutenção com prednisona , tacrolimus e micofenolato, que foi substituído por azatioprina .No 1º dia de pós operatório feita uma suspeita de trombose venosa do enxerto sugerida ao exame de ultrassonografia com doppler sendo motivada a realização de angioressonância magnética com ± 0,2mmol/Kg de gadolínio gadoversetamida (OPTIMARK®). Uma relaparotomia confirmou e desfez uma dobra da veia renal. Foi submetida a várias sessões de hemodiálise por oligoanúria , sobrecarga hídrica e acidose metabólica. Teve alta hospitalar com creatinina de 1,2mg% e filtração glomerular estimada ( Crockoft – Gault de 69ml/min).Três meses após o transplante, percebeu a presença de máculas e pápulas eritematosas, algumas pardas, de limites imprecisos, endurecidadas, com manutenção das sensibilidades térmicas e álgicas, distribuídas em extremidades e que poupavam cabeça e tronco. O diagnóstico clínico (foto) e histopatológico foi de FSN atribuídas ao gadolínio. Um relato de FSN por Gadoversetamide em uma jovem com insuficiência renal aguda após tx renal, apesar de ter realizado HD sucessivas após a ressonância magnética e que surgiu 3 meses após a recuperação quase completa da função renal.A evolução das lesões não foi favorável, conforme 1 ano de folow-up PO298 CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA EM PACIENTE TRANSPLANTE RENAL: RELATO DE CASO RIGUEIRO, MP(1); Hospital Santa Marcelina(1); SUBMETIDO A Introdução: A prevalência de infecção criptocócica invasiva no transplante de rim é de 2,5 a 5,8%, sendo a terceira causa de infecção invasiva nestes pacientes. Relato de Caso: DSM, 48 anos, masculino,admitido na emergência com febre, taquicardia e taquipnéia há 7 dias. Antecedente: transplante renal, doador vivo, com antigeno leucocitário humano distinto, há 1 ano e 5 meses.Estava em uso de tacrolimus 4 mg, predinisona 5 mg, micofenolato de sódio 720 mg. Ao exame estava consciente,taquicárdico, taquipnéico,normotenso,saturação de oxigênio 92%, ausculta com murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios.Hemoglobina 12.5,Hematócrito 35.7,Leucócitos 3850 com desvio a esquerda,plaquetas 201.000,Creatinina 1.21,Uréia 36,Desidrogenase Láctica 312. Raio X de tórax: infiltrado retículo nodular difuso; Tomografia Computadorizada (TC) de tórax: infiltrado intersticial micronodular difuso e nódulo pulmonar isolado basal à esquerda; biópsia transbrônquica: criptococose; hemocultura: Cryptococcus spp; TC de crânio e liquor normais. Iniciado tratamento com fluconazol 400 mg endovenoso por 3 semanas. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas e 2 hemoculturas negativas, sendo então passado para 400 mg via oral até completar 12 semanas, com resolução completa do quadro. Discussão: Criptococose tem sido frequentemente documentada em pacientes transplantados sendo suas manifestações clínicas produto da reativação de foco infeccioso endógeno adquirido em período anterior ao transplante.É considerada uma infecção tardia, com aparecimento após um ano do transplante. Apesar do comprometimento de orgão único ser a apresentação clínica mais frequente, 38% dos pacientes apresentam hemocultura positiva e 23% deles têm envolvimento de dois ou mais orgãos, particularmente o pulmão e o sistema nervoso central (SNC).Estudos sugerem que o inibidor de calcineurina utilizado no pós transplante reduz o acometimento do SNC por seleção de cepas. A mortalidade global atribuída à criptococose nesta população é em torno de 41%, tornando o diagnóstico precoce aspecto relevante para o prognóstico do paciente. XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia 04-PO-14/9 05.09.08 19:46 Page 83 Pôsteres O299 RETARDO DA FUNÇÃO DO ENXERTO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDO. FATORES DE RISCO E IMPACTO NA SOBREVIDA DE PACIENTE E ENXERTO. BRONZATTO EJM(1); ALVES-FILHO G(1); MAZZALI M(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1); O Retardo da Função Renal (RFR) é definido como a necessidade de diálise e/ou a manutenção dos níveis séricos de creatinina acima de 5mg/dL durante a primeira semana pós transplante e, histologicamente caracterizada por necrose tubular aguda. Objetivo: verificar, em um grupo de transplantados renais com doador falecido, a incidência de RFR, os fatores de risco e o impacto na sobrevida de enxerto e paciente. Metodologia: Análise retrospectiva dos prontuários médicos de indivíduos > 18 anos, submetidos ao transplante renal com rim de doador falecido, no período de janeiro/2003 a dezembro/2006. Resultados: De um total de 165 transplantes, 111 (67%) apresentaram RFR, com necessidade de diálise. A incidência de RFR foi maior no grupo com tempo de isquemia fria (IF) > 24 horas (85% vs. 60%, p<0.05) e para doadores com idade maior (40 ± 10,5 versus 31,8 ± 11,9 anos, RFR vs. sem RFR, p<0.05). Não houve diferença na incidência de RFR com a utilização ou não de drogas vasoativas pelos doadores, nem no número de drogas utilizadas. Após 2 semanas do transplante, a função renal também apresentou correlação com o tempo de IF; com melhor função para o grupo com IF < 12 horas, e valores ascendentes de creatinina com o aumento do tempo de IF (2,65 vs. 7,4 mg/dL, IF <12 h vs. IF > 24h, p<0.05). No grupo com RFR, perda de enxerto no primeiro ano de acompanhamento ocorreu em 15% (n=17) dos casos (vs. 4% sem RFR, p=0.05). Ao final de 1 ano de acompanhamento, a função renal no grupo RFR foi pior que no grupo sem RFR (creatinina 1,6 ±0,7 versus 1,3 ± 0,4 mg/dL, p<0.05). Conclusão: O tempo de IF prolongado e a maior idade do doador apresentaram associação com maior incidência e duração da RFR, resultando em um maior tempo de internação e em pior prognóstico para o enxerto a longo prazo. 14 de setembro de 2008 - Domingo outros estados. Doadores do órgão: 42,2% vivos (88,9% relacionados); 57,8% doadores cadáveres (1,5 % relacionados). Medicação: Prednisona (24,6%), Ciclosporina (22,8%), Micofenolato Mofetil (18%), Azatioprina (11,8%), outros (22,8%). Discussão: A caracterização epidemiológica é importante, pois se relaciona com as condições do enxerto e do transplantado, e aos fatores que podem levar a perda do enxerto, como doador cadáver, aumento da idade e nefrotoxicidade da Ciclosporina, encontrados em maior porcentagem neste trabalho. Conclusão: O conhecimento dos fatores epidemiológicos que influenciam na sobrevida do enxerto, pode auxiliar na intervenção clínica, evitando perda do órgão transplantado e outras complicações. Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq, CAPES, FUNEPU, UFTM. PO300 QUANTIFICAÇÃO DA FIBROSE INTERSTICIAL RENAL EM BIÓPSIAS DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS HIPERTENSOS. AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS, MA(1); FALEIROS, ACG(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); A hipertensão é uma complicação comum pós-transplante renal e pode contribuir para a perda do enxerto. A intensidade da fibrose intersticial (FI) é um dos fatores relacionados com a deterioração da função renal e sua quantificação representa um marcador da condição e prognóstico do enxerto. Nosso objetivo foi quantificar a porcentagem da FI renal em biópsias de pacientes transplantados renais hipertensos, relacionando a intensidade da FI com características epidemiológicas, diagnósticos e medicação imunossupressora. Materiais e métodos: Analisamos biópsias renais do Serviço de Nefropatologia (UFTM) de 1996-2006, selecionamos casos com diagnóstico de hipertensão arterial na solicitação da biópsia. A classificação das doenças renais do enxerto foi feita de acordo com Banff 97. Os fragmentos das biópsias renais foram fixados, processados e corados com Picro-Sirius. As lâminas foram visualizadas sob luz polarizada, objetiva de 40x, todos os campos do fragmento foram quantificados no ImageJ. Foram utilizados testes paramétricos para distribuição normal, caso contrário utilizamos testes não paramétricos. As diferenças significantes foram p<5%. Resultados: Dos 125 pacientes transplantados renais, 44 (35,2%) tinham hipertensão arterial e mediana da FI 1,65% (0,1-9,1). A FI foi maior no gênero masculino(1,8%), cor branca(1,5%), e teve correlação positiva com a idade (r=0,147; p=0,355). Nas doenças do enxerto renal a FI foi maior na rejeição mediada por anticorpo (3,2%), rejeição crônica (2,9%) e lesão borderline (2,8%), que foi significativamente maior (p=0,036) que nos casos de hialinose arteriolar (1,5%). Na medicação imunossupressora houve maior FI nos pacientes em uso de Metilcorten (3,4%), Azatioprina (1,9%) e Ciclosporina A (1,5%). Conclusão: A hipertensão arterial apresenta características multifatoriais, sem relação direta com gênero, cor e idade. Porém, alguns fatores como medicação imunossupressora, especialmente a ciclosporina A e algumas doenças renais do enxerto poderiam contribuir para o aumento da intensidade da FI. Apoio: Fapemig, Cnpq, Funepu, Capes. PO301 CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE TRANSPLANTADOS RENAIS DO SERVIÇO DE NEFROPATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO-UFTM, UBERABA-MG. AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS, MA(1); FALEIROS, ACG(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1); Introdução: As doenças renais são importante causa de morbidade em todo o mundo. A diálise e transplante renal têm aumentado a sobrevida desses pacientes, mas a perda do enxerto ainda é um problema. Objetivo: caracterizar epidemiologicamente os pacientes transplantados renais do Serviço de Nefropatologia da UFTM. Materiais e Métodos: biópsias renais realizadas pelo Serviço de Nefropatologia da UFTM, de 1996-2006. Registramos a idade, gênero, cor, tempo de transplante, doador (vivo ou cadáver), relacionado ou não, imunossupressão e procedência dos pacientes. Na análise estatística utilizamos o programa SigmaStat, segundo o teste de Kolmogorov-smirnov a distribuição foi normal, na análise descritiva utilizamos média±DP, na comparação entre proporções teste Exato de Fisher. Resultados: Registramos 210 biópsias, média de idade: 39,39 11,0 anos, predominância do gênero masculino (63,7%), cor branca (63,4%). Tempo de transplante: 33,6% até 30 dias, 23,8% de 1-6 meses, 8,2% de 6 meses-1 ano, 24,6% de 1-5 anos, 3,3% de 5-10 anos e 6,5% de 10-15 anos. Procedência: 34% Uberaba, 20,8% região de Uberaba, 16% Belo Horizonte, 27,4% outras cidades de MG e 1,9% XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 83