- Associação Brasileira de Horticultura

Propaganda
Análise
bromatológica
e
atividade
antioxidante
nos
frutos
de
Campomanesia pubences.
Claudia Andréa Lima Cardoso1; Carolina Muller1, Maria do Carmo Vieira2 .
1
2
UEMS, Caixa Postal 351,79804-970, Dourados-MS; UFGD, Caixa Postal 533, 79804-970, Dourados-MS.
e-mail: [email protected]
RESUMO
Campomanesia pubences é utilizada pela população sendo comercializada como guavira
ou guabiroba. Este trabalho teve como objetivo analisar os frutos de Campomanesia
pubences em relação a análises bromatológicas (fibra, gordura, proteína, cálcio, fósforo,
cinzas, umidade) e atividade antioxidante com a polpa dos frutos. Os experimentos foram
realizados em sextuplicata. Foram obtidos valores de 79,64% para umidade, fósforo
0,028%, cálcio 0,023%, gordura 3,87%, fibra 0,85%, proteína 1,89% e cinzas 4,16%.
Atividade antioxidante nas concentrações testadas.
Palavras-chaves: Campomanesia pubences, guavira, guabiroba.
ABSTRACT- Analyze bromatological and antioxidante activity in the fruits of
Campomanesia pubences.
Campomanesia pubences is used by the population being commercialized as guavira or
guabiroba. In this work the fruits of Campomanesia pubences were evaluated in relation
the analyze bromatological and antioxidante activity. The
values
of the 79.64% for
humidity, phosphorus 0.028%, calcium 0.023%, fat 3.87%, fiber 0.85%, protein 1.89% ,
ashes 4.16%. Antioxidante activity in the tested concentrations.
Keywords: Campomanesia pubences, guavira, guabiroba.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país privilegiado, considerando que ele detém 1/3 de toda a flora mundial
(YUNES et al., 2001). Através desse dado, nota-se claramente a necessidade existente
de realizar um estudo mais aprofundado em plantas medicinais ou alimentícias.
O estado de Mato Grosso do Sul apresenta uma grande diversidade de vegetações
nativas. Muitas dessas plantas são utilizadas pela população em forma de chás ou “in
natura”, contudo, são poucos os estudos e pesquisas que revelam suas características
químicas ou valores nutricionais. Dentre elas encontram-se as espécies do gênero
Campomanesia.
O gênero Campomanesia, pertence à família Myrtaceae, de nome popular guavira ou
guabiroba, é uma espécie nativa e de grande abundância na região do Cerrado (CRAGG
et al., 1997). Segundo POTT e POTT (1994) essas plantas encontram-se em municípios
de Mato Grosso do Sul. Segundo LORENZI (2000) as folhas de Campomanesia
xanthocarpa são nutritivas e apresentam algumas propriedades medicinais, ação no
tratamento da gripe,
antiinflamatórias e anti-sépticas das vias urinárias. O fruto atua
sobre o intestino, além de ser um ótimo alimento, é muito saboroso e possui alto teor
vitamínico, podendo ser consumido “in natura” e também usado no preparo de licores
(LORENZI, 2000).
Em estudos com plantas medicinais e alimentícias é importante avaliar seus constituintes
e também suas atividades biológicas. Os bioensaios para a detecção do efeito específico
devem ser simples, sensíveis e reprodutíveis. Um dos testes disponíveis para se verificar
a propriedade antioxidante de substâncias e extratos consiste em avaliar a capacidade
deste em seqüestrar radicais livres. O ensaio espectrofotométrico utilizando o radical livre
DPPH é um dos testes que permite fazer uma avaliação indireta da capacidade
seqüestradora de radicais livres e assim associá-la com a capacidade antioxidante da
substância em análise (BLOIS, 1958). Devido a propriedade das substâncias
antioxidantes em capturar radicais livres, estas têm sido utilizadas no tratamento de
patologias, assim como são capazes de prevenir o efeito do estresse oxidativo. O
consumo de frutos com a presença de substâncias antioxidantes podem fortalecer o
sistema imunológico e reduzir o risco de uma série de doenças (ZUQUE, 2004).
Apesar das plantas do gênero Campomanesia apresentarem algumas propriedades
medicinais e seus frutos serem apreciados pela população, poucas são as pesquisas
realizadas na área de química, bromatologia ou farmacologia.
Este trabalho teve como objetivo realizar análises bromatológicas e testes de atividade
antioxidante com o radical livre DPPH na polpa dos frutos de Campomanesia pubences.
MATERIAIS E MÉTODOS
As amostras de Campomanesia pubences foram coletadas em Campo Grande-MS. A
identificação da espécie foi realizada pelo Prof. Marcos Sobral da UFMG.
Foram realizadas análises clássicas para determinação de fibras, determinação de
gordura (método do mergulhão), determinação de proteína bruta (macrokjedahl),
determinação de cálcio (método complexométrico), determinação de fósforo (método
colorimétrico), teor de cinzas e teor de umidade com a polpa dos frutos. Os experimentos
foram realizados em sextuplicata. Os valores serão apresentados em relação a planta “in
natura” (Tabela 1).
Para determinação da atividade antioxidante foi empregado o ensaio antioxidante com o
radical livre DPPH. Foi preparada uma solução de DPPH a 0,004% em metanol, a qual é
misturada a solução da amostra em análise. 1g da polpa dos frutos “in natura” foi extraído
2
com 10 mL metanol por 12horas. O extrato seco e pesado foi solubilizado e filtrado, a
partir deste foram preparadas soluções nas concentrações de 20µg mL-1, 40µg mL-1, 80µg
mL-1, 160µg mL-1 e 320µg mL-1. A cada amostra (1mL) foi adicionado a solução de DPPH
(2mL), sendo que as absorbâncias resultantes são medidas (a 517nm) após o intervalo de
30 minutos de reação. Foi empregado como referência de máxima absorção, 2 mL da
solução de DPPH adicionado a 1 mL de metanol. Foi utilizado o padrão de rutina como
antioxidante padrão, sendo submetido ao mesmo procedimento experimental. O resultado
foi expresso em percentual de inibição [(absorbância do DPPH - absorbância da amostra /
absorbância do DPPH) x 100)].
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi determinada a umidade da polpa dos frutos de Campomanesia pubences o valor foi
de 79,64%. O elevado teor de água nestes frutos é importante para prevenir a
desidratação, fornecendo água ao organismo.
A melhor forma de consumir uma fruta é “in natura” (Tabela 1), pois o processamento
acarreta modificações na sua composição, por mínima que seja.
Tabela 1- Resultados da análise bromatológica da polpa dos frutos de Campomanesia
pubences
Análise
Fósforo
Cálcio
Gordura
Fibra
Proteína
Cinzas
Campomanesia pubences
0,028%
0,023%
3,87%
0,85%
1,89%
4,16%
Em relação a proteína estes frutos apresentaram aproximadamente o dobro dos valores
obtidos com a pitanga, a qual também pertence a mesma família vegetal.
A quantidade de fibras nas plantas analisadas é semelhante à obtida com a pitanga. A
fibra é um componente não absorvido pelo organismo humano que auxilia nos
movimentos peristálticos para eliminação do bolo fecal.
Os valores obtidos em relação a fósforo e cálcio são menores dos que os obtidos para a
pitanga.
O extrato metanólico obtido da polpa dos frutos apresentou um percentual de inibição de
de 92% (20µg mL-1), 92% (40µg mL-1), 93% (80µg mL-1), 95% (160µg mL-1 ) e 97%
(320µg mL-1 ). Os valores obtidos foram 3% superiores ao percentual obtido para a rutina
em todas as concentrações. testadas, sendo este já considerada um potente antioxidante.
Os frutos de Campomanesia pubences são mais uma fonte de alimento para a
comunidade de Mato Grosso do Sul em geral e também estudos em relação ao cultivo do
3
vegetal poderão garantir o produto em quantidade na mesa do consumidor e com
propriedades melhoradas.
LITERATURA CITADA
BLOIS, M.S. Antioxidant determinations by the use of a stable free radical. Nature, v 181,
1199-1200, 1958.
CRAGG, G. M.; NEUWMAN, D. J.; SNADER, K. M. Natural Products in Drug Discovery
and Development. Journal of Natural Products, v. 60, p. 52-57, 1977.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas
Nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Plantarum, v.1, 2000. 299p.
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal – Corumbá-MS: Embrapa:
SP, 1994. 320p.
YUNES, R. A.; PEDROSA, R. C.; CECHINEL FILHO, V. Fármacos e Fitoterápicos: a
Necessidade do Desenvolvimento da Indústria de Fitoterápicos e Fitofármacos no Brasil.
Química Nova, v. 24, n.1, p. 147-152, 2001.
ZUQUE, A. L. F.; WATANABE, E.S.; FERREIRA, A. M. T.; ARRUDA, A. L. A.; RESENDE,
U. M.; CASTILHO, R. O. Avaliação das atividades antioxidantes, antimicrobianas e
citotóxica de Couepia grandiflora Benth. (Chrysobalanaceae). Revista Brasileira de
Farmacognosia, v 14, n 2, 129-136, 2004.
AGRADECIMENTOS
FUNDECT, CNPq, FINEP
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