síndrome de asperger: perspectivas no desenvolvimento

Propaganda
0
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE PSICOLOGIA
SABRINA ROSSANA MARCELINO MELLO FURTADO
SÍNDROME DE ASPERGER:
PERSPECTIVAS NO DESENVOLVIMENTO
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
1
SABRINA ROSSANA MARCELINO MELLO FURTADO
SÍNDROME DE ASPERGER:
PERSPECTIVAS NO DESENVOLVIMENTO
Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado
para obtenção do grau de Psicólogo, no Curso
de Psicologia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.
Orientador: Prof João LuizBrunel
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
2
SABRINA ROSSANA MARCELINO MELLO FURTADO
SÍNDROME DE ASPERGER:
PERSPECTIVAS NO DESENVOLVIMENTO
Trabalho de Conclusão do Curso, aprovado
pela Banca Examinadora para obtenção do
Grau de Psicólogo, no Curso de Psicologia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC, com Linha de Pesquisa em
Desenvolvimento.
Criciúma, 30 de Novembro de 2009.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Profª. João Luiz Brunel – Mestre – (UNESC) - Orientador
_________________________________________________________
Profª. Elisiênia Cardoso de Souza Frasson Fragnani – Mestre – (UNESC)
_________________________________________________________
Profª. M yrta Carlota Glauche Jaroszevcki – Mestre – (UNESC)
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
3
À minha família, em especial ao meu amado
esposo. Também a todos os meus amigos
que de alguma forma me auxiliaram em
mais essa etapa da minha vida.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, Criador dos céus e da terra, o Deus da
minha vida, rendendo graças e louvores ao seu nome, pelo amor e fidelidade de
estar presente em todos os momentos, renovando minhas forças, me encoraj
ando,
sendo meu mais supremo aj
udador em toda a minha vida.
Agradeço em especial ao meu esposo, Lindomar pelo incentivo,
compreensão e carinho em todos os momentos difíceis que passei realizando este
trabalho. (Te amo!).
Agradeço aos meus pais, Mario e Rosana, pelo amor, pelo esforço, pelo
apoio e dedicação que sempre prestaram em toda a traj
etória da minha vida.
Obrigada por proporcionarem a mim esta oportunidade ímpar.
Agradeço também ao meu irmão Juno e aos meus amigos, pela
compreensão dos momentos em que estive ausente.
Agradeço a minha amiga e irmã em Cristo, Luiza, que me apoiou
incentivando a realização deste trabalho sobre este tema, pela experiência que
passa com o seu filho, uma história de luta, críticas, conquistas e grandes vitórias.
Espero que este trabalho acrescente muito a você, a seu filho e toda família,
mostrando uma perspectiva valiosa para a vida futura de seu filho. Agradeço
também por disponibilizar alguns materiais.
Agradeço aos cantores Jackson e Talita pelo esforço de encontrarem e
me mandarem livros muito importante para a realização deste trabalho.
Agradeço também a minha prima Francieli, minha irmã em Cristo Adriana
e Anny Kelly pelo apoio, e estimulantes discussões, que acrescentaram muito.
Agradeço ao meu orientador João Luiz Brunel que em todos os momentos
com grande competência, paciência e respeito nos conduziu a concretizar este
estudo.
Agradeço a todos que não citei, mas que torceram e oraram por mim.
Desej
o que Deus abençoe a cada um, meus sinceros agradecimentos a
todos.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
5
“Eu te exaltarei, ó Deus, Rei meu;bendirei o
Teu nome pelos séculos dos séculos;
Grande é o Senhor, e muito digno de louvor;
a Sua grandeza é insondável”.
Salmos 145:1,3
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASHA – American Speech-Language – Hearing Association
CID-10 - Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde
DSM-IV – IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
SA – Síndrome de Asperger
TOM – Teoria da Mente
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
7
RESUMO
O presente trabalho consiste em compreender as características que compõe um
dos Transtornos Globais do Desenvolvimento – Síndrome de Asperger, que é uma
condição de difícil diagnóstico por ser pouco comum e conhecida pelos
especialistas. Mostrando que o diagnóstico é fundamental nas fases iniciais, e que é
necessária uma intervenção precoce adequada, para a prevenção das
manifestações mais características da síndrome. A Síndrome de Asperger é um
transtorno do desenvolvimento, caracterizado por alterações significativas na
interação social que surge desde a infância, persistindo até a idade adulta,
dificuldade no uso da linguagem para a comunicação e comportamento repetitivo.
Considerando as dificuldades adaptativas no decorrer da vida desse indivíduo, o
objetivo específico foi apresentar os principais aspectos no decorrer das fases do
desenvolvimento: infância, adolescência e fase adulta. Descrever suas
peculiaridades, seus interesses, trabalho, família e outros fatores que norteiam cada
uma dessas fases. Citar modalidades de tratamentos e manejos, que envolve
abordagens educacionais, terapias comportamentais, para o desenvolvimento das
aptidões de auto-ajuda próprias da idade, comportamento adaptativo, participação
ativa em atividades e na curiosidade acerca do meio em que vive. O objetivo deste
estudo foi apresentar as perspectivas no desenvolvimento para a vida do indivíduo
com a síndrome que possivelmente pode desenvolver habilidades para integrar-se
ao meio social e conquistar resultados excepcionais na vida adulta. Portanto o
presente estudo apresenta uma revisão do assunto Síndrome de Asperger,
procurando obter mais conhecimento utilizando livros e artigos científicos atuais.
Palavras-chaves: Síndrome de Asperger. Características. Desenvolvimento.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
09
2 SÍNDROME DE ASPERGER..................................................................................
11
11
2.1 Histórico..............................................................................................................
13
2.2 Características Gerais..........................................................................................
15
2.2.1 Linguagem e Com unicação...............................................................................
19
2.2.2 Interação Social..................................................................................................
22
2.3 Etiologia.................................................................................................................
22
2.4 Curso e Prevalência ..........................................................................................
23
2.5 Diagnóstico...........................................................................................................
28
2.6 Diagnóstico Diferencial........................................................................................
28
3 ASPECTOS NO DESENVOLVIMENTO................................................................
28
3.1 Fase da Infância..................................................................................................
31
3.2 Fase da Adolescência......................................................................................
33
3.3 Fase Adulta.........................................................................................................
35
4 TRATAMENTO..........................................................................................................
38
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................
40
REFERÊNCIAS.........................................................................................................
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
9
1 INTRODUÇÃO
O interesse pelo presente estudo surgiu a partir de uma experiência vivida
por uma mãe. Momentos de angústia, ansiedade e interrogações levaram ao
sofrimento. A busca por uma resposta era incessante e intensa.
“O que meu fi
l
ho tem? A procura pormédi
cos e especi
al
i
stas
que di
agnosti
cassem a causa ou probl
ema deu-se i
níci
o. Os
di
agnósti
cos foram vári
os, mas não óbvi
os. Aqui
l
o que
aparentemente se descobri
ri
a l
ogo se tornou o ápi
ce do
desconheci
do... E al
guns anos depoi
s o di
agnósti
co fi
nal
: --“Seu fi
l
ho é portadorda síndrome de Asperger”. Um mi
sto de
al
ívi
o e desespero tomou conta da mi
nha al
ma. Al
ívi
o porsaber
o di
agnósti
co e desespero pornão sabero que fazer, pornão
terconheci
mento da síndrome. A parti
rdaí procuramos aj
uda
profi
ssi
onal e tratamentos que nos l
evassem a entender e
aj
udar o nosso fi
l
ho. Estar ao l
ado del
e tem nos ensi
nado a
respei
tarseus l
i
mi
tes e aci
ma de tudo amá-l
o”.1
Pais passam dificuldade imensa ao tentar descobrir o que os seus filhos
têm, e como poder ajudá-los. Devido a isso se optou por realizar uma pesquisa
bibliográfica com o intuito de compreender mais sobre essa síndrome e obter mais
informações sobre as dificuldades que ocorrem.
A
Síndrome
de
Asperger
é
um
dos
Transtornos
Globais
do
Desenvolvimento caracterizada pelo prejuízo social, dificuldade no uso da linguagem
para a comunicação e comportamento repetitivo/estereotipado.
Procurou-se mostrar o quanto o diagnóstico é importante para estar
compreendendo mais a síndrome e possibilitar um acompanhamento neste
processo.
Para tanto o trabalho proposto apresenta uma revisão do assunto sobre a
Síndrome de Asperger, abordando o tema a partir de pesquisas em artigos
científicos em seus principais pontos: mudanças psicológicas e necessidades
específicas do desenvolvimento nas fases: infantil, adolescência e adulta.
Questões
sobre
a
interação
social,
linguagem,
comunicação
e
relacionamentos, tudo que envolve as fases da vida de qualquer ser humano.
Apresentar e ressaltar a importância de tratamentos especializados que se
1
Palavras de uma mãe...
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
10
realizados podem repercutir em mudanças essenciais na vida de um indivíduo com a
Síndrome de Asperger (SA).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
11
2 SÍNDROME DE ASPERGER
2.1 Histórico
O Transtorno de Asperger também é conhecido como síndrome de
Asperger (SA) foi identificada por um médico chamado Hans Asperger, em 1944.
Classificada como um tipo de autismo, denominando essa condição inicialmente de
“psicopatia autística”, manifestada por um comprometimento significativo na
interação social, ausência de atraso na linguagem, comprometimento da imaginação
e padrões de comportamento restritos (SACKS, 2006).
Hans Asperger um pediatra que nasceu em Viena na Áustria, em 18 de
fevereiro de 1906. Anos depois se formou em Medicina. Foi professor na
Universidade de Viena em 1944, e tornando-se diretor da clínica infantil. Asperger
tinha um interesse em educação especial. Ao longo de sua vida foi professor,
ministrando aulas até vir a falecer (W IKIPÉDIA, 2009).
Por volta dos anos 40, Hans Asperger, quase simultâneo a Leo Kanner
psiquiatra infantil americano, acompanhava casos e relatava suas suposições
teóricas para a síndrome até então desconhecida. Um ano após a descrição do
autismo Infantil por Kanner, Hans Asperger (1944) desconhecendo a mesma,
descreveu uma condição que denominou psicopatia autística. Kanner via o autismo
como um desastre consumado, já Asperger preconizava que o autismo podia ter
aspectos positivos e compensatórios (SACKS, 2006).
A palavra autismo que foi utilizada por Kanner vem da raiz grega (autos= si
mesmo). Kanner deu esse nome, pois as crianças eram bastante voltadas
pra si mesmas e não tinha nenhum interesse em outras pessoas (FEDIDA,
1991 apud BAPTISTA; BOSA, 2002, p. 26).
Hans Asperger viu ao examinar um grupo de crianças, que apesar de
terem as habilidades intelectuais e linguagem relativamente preservada, elas
apresentaram notável pobreza na comunicação não-verbal, que envolvia tanto
gestos como tom afetivo de voz, com uma inclinação a fala monólogo e, às vezes,
incoerente (SHINOHARA; BORGES, 2007).
Observou que em tais crianças havia uma incapacidade de relacionar-se
de formas usuais com as pessoas desde o início da vida, também observou que
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
12
incluíam maneirismos motores estereotipados, resistência à mudança ou insistência
na monotonia.
Por ter uma ideia diferente de Kanner, descobriu características que não
foram levantadas por ele. Via em alguns autistas a possibilidade de desenvolverem
determinadas habilidades se tornando seres humanos autônomos. Chamou a
atenção para peculiaridades dos gestos, que era carente de significado, da fala a
qual se podia apresentar vocabulário variado mesmo sendo monótono, da maneira
de se aproximarem das pessoas, forma ingênua e inapropriada, mas não extrema de
retraimento social como via Kanner. Por isso então se refere a esses indivíduos
autistas com “altos desempenhos” como portadores da síndrome de Asperger.
A diferença definitiva talvez seja que as pessoas com a síndrome de
Asperger podem falar de suas experiências, de seus sentimentos e estados
interiores, ao passo que aquelas com autismo clássico não são capazes
disso. Com o autismo clássico, não há janelas, e podemos fazer apenas
inferências. Com a síndrome de Asperger, há uma consciência de si e ao
menos algum poder de introspecção e relato (SACKS, 2008, p. 249).
Quase ao mesmo tempo, descreveram o mesmo tipo de crianças, cada
um com a suas variações, apresentando quadros distintos. Para Kanner, “Autismo
Clássico” definida de sinais e sintomas fáceis de identificá-los. Para Hans Asperger
já a Síndrome de Asperger é definida para aquelas que possuem inteligência normal
ou quase normal, habilidades verbais mantidas e um funcionamento mais adequado
do que o “Autismo Clássico” (GAUDERER, 1997).
O quadro do autismo infantil por Kanner é a condição que mais tem se
estudado e publicado. Já o quadro descrito por Hans Asperger manteve-se
menos conhecida, pois o trabalho de Asperger foi publicado em língua
alemã, no final da segunda guerra mundial, dificultando a sua difusão.
Assim, seus trabalhos só se tornaram conhecidos nos últimos anos, com a
sua (publicação) discutido em inglês por Van Krevelen tornando-se mais
bem conhecido a partir de trabalho de Lorna Wing uma psiquiatra
americana, publicado em 1981. Assim desde então, este trabalho cresceu
sendo mais bem definidos (GAUDERER, 1997, p. 190).
Diferente do autismo, a criança com Síndrome de Asperger apresenta
desenvolvimento cognitivo e intelectual dentro da normalidade, não apresenta atraso
no desenvolvimento da fala e acompanha boa criatividade (SACKS, 2006).
A Síndrome de Asperger (SA) foi reconhecida então oficialmente no
Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, pela primeira vez na
quarta edição, publicada em 1994 (BAPTISTA; BOSA, 2002).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
13
2.2 Características Gerais
Segundo Williams e Wright (2008) a Síndrome de Asperger (SA) é um
termo usado para o mais suave e de alta funcionalidade do espectro de autismo.
Como um transtorno do desenvolvimento, apresenta problemas significativos em
três
áreas:
interação
social;
linguagem/comunicação;
comportamentos
restrito/repetitivo.
A área social é uma das áreas com prejuízo significativo. Indivíduos com
SA apresentam dificuldades de entender o ponto de vista ou as ideias ou os
sentimentos alheios.
Isso ocorre porque esses indivíduos apresentam uma “cegueira mental que
se refere o ser cego em relação à mente de outras pessoas. Alguns
pesquisadores denominam isso de “Teoria da Mente (TOM)”, um
entendimento precário da mente alheia”. TOM desenvolve-se com a idade,
a compreensão vai a um ritmo muito lento em relação a crianças comuns
(WILLIAMS; WRIGHT, 2008, p. 33).
Pode-se então imaginar que a incapacidade de compreender como o
outro se sente ou pensa, torna o mundo confuso e como as interações sociais
devem ser ainda mais difíceis para esses indivíduos. Por isso há tendência ao
isolamento, mas o grau de isolamento é menor do que ocorre no autismo. Os
indivíduos com SA são isolados, mas não são inibidos na presença de outras
pessoas, geralmente abordam os outros, mas de uma forma inapropriada e
excêntrica.
Podem apresentar diferentes problemas em apontar coisas para os
outros, estabelecer contato visual, usar gestos para comunicar-se, entender as
emoções no rosto alheio, usar variações de expressões emocionais no próprio rosto,
saber como envolver-se com outras pessoas, compartilhar entusiasmo e prazer com
outros.
A linguagem é formada por várias palavras. A maioria dos bebês nasce com
a capacidade para desenvolver aptidões de comunicação. Em crianças do
espectro do autismo, essas capacidades não são desenvolvidas. [...]Por
outro lado crianças com SA têm desenvolvimento aparentemente normal de
linguagem até um ano de idade; os problemas surgem posteriormente,
quando a linguagem abstrata e o uso social da linguagem são
desenvolvidos (WILLIAMS; WRIGHT, 2008, p. 71).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
14
As
áreas
da
comunicação
e
linguagem
são
comprometidas,
caracterizados pela dificuldade em iniciar e manter um diálogo. Quanto aos atrasos,
podem falar de forma mais fluente aos três ou quatro anos de idade. O uso da
linguagem é incomum, estranho, apresentando linguagem pedante, automática e
pouco espontânea, ocorrem também problemas com a linguagem abstrata, pois
entendem tudo literalmente. As formas não-verbais na comunicação são afetadas,
não conseguem se comunicar pelo olhar ou gestos e demonstram um campo
limitado e peculiar de interesses e curiosidades (GAUDERER, 1997).
O grau e o tipo de deficiência no processo cognitivo e o grau de
inteligência variam de baixo a muito superior entre esses indivíduos com SA
(MOORE, 2005).
Imaginação, percepção temporal, planejamento e memória estão
relacionados umas as outras, e fazem parte das áreas de dificuldade desses
indivíduos. Perdendo a capacidade de planejar o futuro e entender o decorrer do
tempo, dificultando as funções executivas, como estabelecer soluções imaginativas
e experimentá-las em alguma situação. Outra característica é o interesse restrito ou
intenso por determinado assunto.
Crianças com a SA apresentam problemas com a imaginação, podem
desenvolver a capacidade imaginativa à medida que vão envelhecendo. Além disso,
podem ser extremamente criativos, havendo uma probabilidade maior quando
usarem canais criativos, pois usam da memória regularmente para criatividade,
repetindo cenas e eventos em suas brincadeiras.
Muitas vezes não sabem lidar com mudanças inesperadas, ficam irritados
e explosivos, não pensam além das suas próprias crenças ou percepções.
Segundo Attwood (1998 apud MOORE, 2005, p. 49) “são pensadores
rígidos – as coisas são brancas ou pretas, certas ou erradas, lógicas ou ilógicas”.
Enquanto ao comportamento são desajeitados, mas não ao ponto como
ocorre no autismo que há uma dificuldade psicomotora bastante evidente.
Diferente do autismo infantil, onde os interesses são mais por objetos, na
síndrome de Asperger os interesses são mais frequentes nas áreas intelectuais
especificas. Podem mostrar na idade escolar interesses obsessivos por uma área
como, por exemplo, matemática, leitura, história, ou em outro tema, e tendendo a
insistir nisso em conversas e jogos. As áreas de interesse especial podem mudar
com o tempo, sendo uma preocupação substituída por outra, ou mantidas até a
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
15
idade adulta, formando base para a carreira profissional (MOORE, 2005).
Na síndrome de Asperger, verificou-se que o DSM IV (2003), considerou
não haver um prejuízo significativo nas áreas da linguagem e cognição. No entanto,
há menção de que algumas dificuldades na comunicação social são verificadas, tais
como: a incapacidade de reconhecer as regras convencionais da conversação que
regem as interações sociais e o uso restrito de múltiplos sinais não verbais, como
contato visual, expressões facial e corporal.
Os indivíduos com SA não somente apresentam dificuldades, mas
também apresentam talentos, e alguns até compensam seus pontos fracos, usando
seus pontos fortes. Aprendendo a lidar com suas dificuldades, podendo desenvolver
habilidades em algumas áreas. É individual e situacional, o grau de dificuldade de
cada indivíduo com SA, pois depende onde e em que situação estes problemas
afetam (MOORE, 2005).
Com frequência, apresentam conflitos internos relacionados aos
pensamentos,
sentimentos
e
comportamentos
convencionais,
desenvolvendo uma forma particular de “estar no mundo”, adaptando-se a
ele com manobras compensatórias, chegando a conseguir algum grau de
independência e de relacionamento social na vida adulta (MORAES, 2003,
p. 56).
Na adolescência e no inicio da idade adulta por terem dificuldade na
interação social, são propícias ao desenvolvimento de depressão e ansiedade e
sentimentos de isolamento social (JORGE, 2003).
2.2.1Linguagem e Comunicação
Existem vários tipos de dificuldades que acompanham essa síndrome. As
mais difíceis são as de se relacionar com o outro, o que implica nessa relação com o
outro são as dificuldades que norteiam sua comunicação. Para Williams e Wright
(2008, p. 75):
[...] o uso da linguagem na comunicação não são as mesmas usadas nas
que tem um desenvolvimento normal, pois os indivíduos com a síndrome de
Asperger têm problemas com a Teoria da Mente (TOM) e com o
entendimento da essência dificultando a comunicação social.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
16
Ainda conforme os mesmos autores citados acima (2008, p. 33), pessoas
com esta síndrome possuem vasto vocabulário. “Pronunciam algumas palavras
muito facilmente, usando essas palavras até aparentemente apropriadas, mas sem
sentido, colocando as palavras nas ordens erradas”.
Utilizam de palavras pouco usuais para sua idade e não a usam
espontaneamente e apropriadamente (Gauderer, 1997).
[...] na maior parte das vezes, grandes quantidades de informações factuais
são aprendidas sobre tópicos muito circunscritos (e.g., cobras, nomes de
estrelas, guias de programação da TV, panelas de fritura comerciais,
informações sobre o tempo, informações pessoais sobre membros do
Congresso), sem uma genuína compreensão dos fenômenos mais amplos
envolvidos. Esse sintoma pode nem sempre ser facilmente reconhecido na
infância, já que fortes interesses, como dinossauros ou personagens
ficcionais da moda, são onipresentes (KLIN, 2006, p. 10).
De
acordo
com
Moore
(2005)
eles
podem
parecer
eficientes
comunicadores. Podem ter muitas informações sobre um assunto favorito e falar
incessantemente sobre ele, geralmente sem qualquer relação com o fato da pessoa
que escuta estar interessada, envolvida, ou tentar interpor um comentário ou alterar
o tema da conversação, sua linguagem é usada de forma repetitiva e não fluente. E
não conhecendo as regras gramaticais acabam falando de maneira estranha e
muitas vezes sem sentido.
Pronunciam as palavras, sílabas ou letras de forma exagerada, em tom
alto e forte, muitas vezes monótona, pois tem dificuldades de reconhecerem que há
variabilidade de sons.
Moore (2005) ressalta que seus discursos podem ser caracterizados por
ritmo e tom pouco natural, inflexões estranhas ou volume inadequado. Algumas
crianças com SA falam com uma cadencia monótona, e muitas vezes
repetidamente.
Por causa de suas próprias necessidades e seus próprios interesses
adquirem a linguagem, não com a finalidade de interagir com o outro, pois não
utilizam dela como um ato social. As capacidades muitas vezes desenvolvem-se
imitando, analisando tudo a sua volta, mas de maneira diferente. Produzem às vezes
espontaneamente, ou imitam as capacidades e conhecimentos dos adultos, do que
ouvem ou do que vêem. Usando respostas prontas para se comunicarem. (MOORE,
2005).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
17
Podem expressar interesse em fazer amizades e encontrar pessoas, mas
seus desejos são invariavelmente frustrados por suas abordagens
desajeitadas e pela insensibilidade em relação aos sentimentos e intenções
das demais pessoas e pelas formas de comunicação não-literais e implícitas
que elas emitem (e.g. sinais de tédio, pressa para deixar o ambiente e
necessidade de privacidade) (KLIN, 2006, p. 9).
É devido à dificuldade em entender dicas sociais, linguagem corporal e
expressões faciais, eles não sabem quando mudar de assunto ou quando parar de
falar. Perdendo a perspectiva social essas crianças generalizam seu entendimento
de como seus pares a vêem, acreditando que todas as odeiam ou que todos as
adoram. E não entende que o ser humano tem opiniões distintas em ocasiões
distintas. São incapazes de entender o duplo sentido das palavras.
Williams e Wright (2008) também falam que a dificuldade está em utilizar
a linguagem efetivamente nas diversas situações cotidianas. Tendo problemas para
entender as necessidades, ideias, ou sentimentos alheio se não forem ajudadas.
Podem muitas vezes não entenderem a essência das palavras ou frases faladas,
podendo assim ter a conclusão errada, pois tem problemas em referir-se ao contexto
e detalhes, um em relação ao outro. Moore (2005, p. 14), nos dá um exemplo:
Durante um trabalho com poesia, um estudante de 2ª serie com SA
descreveu seus pais como “nobres”. Sua professora ficou tão
impressionada com seu vocabulário que mandou um bilhete para os pais do
garoto contando sua admiração. Quando a mãe do menino perguntou-lhe o
que queria dizer a palavra “nobre”, ele lhe respondeu que significava
“familiar”. Contou à mãe que gostava do som da palavra e por isso a havia
usado.
Muitas vezes por terem essa dificuldade fazem confusões. Não sabem o
significado de algumas palavras e as acabam usando baseadas em critérios não
correspondentes ao que querem dizer. Enviando mensagens aparentemente
apropriadas.
De acordo com Moore (2005) indivíduos com SA podem ser afetados em
alguns níveis no desenvolvimento da linguagem que são divididos aqui em níveis:
fonêmico, semântico, sintático e pragmático.
x Fonêmico: Está caracterizado pelos sons das letras e das sílabas.
Algumas crianças com SA pronunciam algumas palavras de maneira exagerada,
precisa, sem variabilidade de sons, e em outras falham em reconhecer as diferenças
dos sons das palavras.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
18
x Semântico: É o nome que se dá ao sentido das palavras, onde muitos
adultos se surpreendem com os discursos das crianças com SA, mas não se pode
presumir que elas entendem todas as palavras ou frases que estão usando. Eles
possuem uma memória surpreendente, pois tudo que vêem ou escutam em qualquer
lugar, na televisão, vídeos game ou em outros lugares, podem repetir essas palavras
ou frases usando-as para se comunicarem. E estes problemas atrapalham na efetiva
comunicação deles com os outros. Tendo dificuldades também de formular questões
espontâneas e a capacidade de adquirir tais habilidades para essa comunicação.
Um exemplo relata Moore (2005, p. 15), “quando meu filho tinha cinco anos, ele não
sabia como pedir ajuda e eu sabia que nessa idade outras crianças estavam
aprendendo a formular questões para ter suas necessidades atendidas”.
x Sintaxe (gramática): Dificuldades para usar de forma apropriada as
preposições, porque as preposições são abstratas e o uso delas depende da
perspectiva, que é conceito difícil para eles. Outro problema é por usarem a
linguagem de maneira muito formal.
x Pragmática: É a área da linguagem que elas têm maiores dificuldades,
pois é como usamos a linguagem socialmente. Relacionar-se, a saber, quando e
como dizer coisas, perceber a linguagem corporal, a expressão fácil ao lado da
linguagem, manter ou mudar um assunto adequadamente em uma conversa. Uma
pessoa sempre imprime sentido à sua fala através de técnicas como inflexão de voz,
volume, linguagem corporal e currículo oculto (WILLIAMS; WRIGHT, 2008). Têm
dificuldade de entender terminologias vagas, essas usadas no dia-a-dia, como: “em
poucos minutos”, “talvez”, “mais tarde” e assim por diante. Pois indivíduos com SA
interpretam de forma literal, e essas terminologias são vagas e imprecisas evocando
confusão e ansiedade.
Uma noite no jantar Jamie leu o que estava escrito na caixa da pizza que o
seu pai havia trazido. Quando acabou de ler, Jamie pediu ao pai que ligasse
para o restaurante onde havia comprado a pizza. O pai de Jamie perguntoulhe por que, e ele respondeu que na caixa estava escrito “ligue
imediatamente se você não ficou 100% satisfeito com a nossa pizza”
(MOORE, 2005, p. 21).
Crianças com a síndrome de Asperger podem ter desenvolvimento normal
de suas aptidões semânticas, mas as aptidões de linguagem pragmática são
precárias. Tem desenvolvimento de linguagem aparentemente normal até os doze
meses de vida, e os problemas vêm apenas mais tarde (WILLIAMS; WRIGHT,
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
19
2008).
2.2.2 Interação Social
A síndrome de Asperger (SA) caracteriza-se por prejuízos na interação
social, bem como interesses e comportamentos limitados.
Moore (2005, p. 28) apresenta uma lista das principais características
sociais, quatro assuntos considerados por ela são: “travar uma conversa, aprender e
entender regras de conduta social, expressar emoções e lidar com mudanças”.
A incapacidade de relacionar-se de formas usuais, não compreendendo
as convenções que regem interação social, haverá falta de reciprocidade social ou
emocional. Manifestando essa indiferença social e emocional por meio de uma
abordagem social excêntrica e unilateral, causam comprometimento na área social,
ocupacional e na interação com o outro. As crianças com SA têm dificuldades de
colocar-se no lugar do outro (MOORE, 2005).
Todas as pessoas têm a capacidade de reunir muitas informações a partir
de uma situação para compreendê-la. Em qualquer situação da vida cotidiana
entendemos os seus significados. Como por exemplo, quando vemos muitas
pessoas numa fila em um shopping, próximo à sala do cinema, entende-se de longe
que estão todos na fila para ver um filme. Essa é uma explicação possível para
entender o porquê essas crianças têm maior atração pelos detalhes ou experiências
sensoriais, pois tem menor capacidade de entender a essência, ou o significado
geral. Alguns denominam isso de “Teoria da Mente (TOM), refere-se à habilidade de
fazer suposições precisas sobre o que os outros pensam ou sentem ou nos ajuda a
prever o que farão” (WILLIAMS; WRIGHT, 2008, p. 33)
Seguindo suas próprias inclinações, alguns desajeitados, ao abordar uma
pessoa, podem vir a não ter sucesso, pois indivíduos com SA falham no
entendimento das relações e regras de convívio. Podem ter interesses em
estabelecer e manter amizades, mas não compreendendo as convenções que
regem a interação social podem fracassar nessas tentativas e acaba se isolando, o
que leva à sentimentos de solidão.
Então como declara Moore (2005) está presente uma incapacidade de
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
20
interpretar sentimentos, perceber e distinguir humores.
Seus interesses são mais frequentemente por áreas intelectuais
específicas. Mostram muitas vezes interesses obsessivos em alguma área,
tendendo a insistir em conversas. Exemplo de acordo com Grandin e Scariano
(1999, p. 41):
[...] fazer perguntas o tempo todo, e eu costumava repetir a mesma
pergunta esperando, com grande prazer, a mesma resposta – vezes sem
conta. Se uma determinada questão me deixasse intrigada, eu ficava
totalmente concentrada naquele assunto e falava dele à exaustão. Não
admira que me tenham dado o apelido de “Vitrola”.
Normalmente, eles abordam os demais, mas de uma forma inapropriada.
Podem estabelecer com o outro uma conversação monólogo, sobre um tópico
favorito e geralmente não usual e bem delimitado, e com isso a falta de
reciprocidade social e emocional, prejudicam sua vida social (KLIN, 2006).
Por não entenderem e parecerem nem perceber as expressões faciais do
outro, não compreende o valor do contexto da interação afetiva, transmitindo um
sentido de insensibilidade, formalidade ou desconsideração pelas expressões
emocionais, dando impressão de ingenuidade (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
O humor e o sarcasmo pode ser uma fonte de confusão, na medida em
que indivíduos com SA pode não conseguir apreciar a intenção de comunicação do
falante, resultando em uma interpretação completamente literal da declaração. Isso
os dificulta ao estabelecer e manter amizades (MOORE, 2005).
As maneiras pelas quais eles podem expressar emoções são diferentes
da maioria das pessoas. Podem responder pouco ao afeto, ou resposta emocional
pequena. Alguns ficam paralisados, ou se retraem. Reagem mostrando medo, raiva,
com muita intensidade, podem chorar ou gritar, entrar em pânico, ter comportamento
agressivo, ou de auto-agressão. Crianças com SA podem reagir ao seu ambiente de
maneiras diferentes, demonstrando tais comportamentos até mesmo quando algo
inesperado acontece, pois tem dificuldades de se ajustarem.
Crianças com a síndrome de Asperger falham com suas abordagens
desajeitadas e por não saberem iniciar ou manter uma conversa, podem acionar
comportamentos psicomotores repetitivos, como agitar as mãos, rodopiar ou imitar
vocalização (MOORE, 2005).
Existe também uma percepção menor do perigo, o que, junto com a
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
21
impulsividade, pode levar, a ferimentos. Por exemplo: podem atravessar uma rua
movimentada prestando atenção em uma folha que viram no meio da rua e
ignorando o trafego a sua volta. Elas têm ainda dificuldade de mudar o foco de
atenção quando estão interessadas em alguma coisa. Acessos de ira são comuns,
particularmente em reação às exigências impostas (cumprir uma tarefa), alterações
na rotina ou eventos inesperados.
Nem sempre processam os estímulos sensoriais de forma acurada, mas
pode ser hipersensível (DUNN; MYLES; ORR apud MOORE, 2005), o que significa
que ele pode sub-registrar eventos sensoriais. Dificuldades com a imaginação
podem levá-las a concentrar-se em experiências perceptivas concretas, sentindo-se
assim mais a vontade, evitando experiências que causam mais ansiedade.
Compensando algumas experiências procurando estímulos sensoriais.
Eles podem ser sensível a sons altos, luz forte, como solar ou mesmo
fluorescente, perfumes ou a certos odores. Seus sentidos são ultra (hiper) ou pouco
(hipo) reativos (MOORE, 2005).
Shauna descreveu as sensações que sentiu em resposta a certos
estímulos. Enquanto andava de carro, o som alto de alta frequência do radio
de um carro próximo lhe provocava a sensação que alguém estava
arranhando suas costas com unhas afiadas, fazendo com que ela pusesse
os ombros para trás e se contorcesse no assento (MOORE, 2005, p. 89).
Esses estímulos sensoriais podem desencadear algumas reações, sendo
os principais causadores de comportamentos indesejáveis. Pode dificultar ainda na
interação social com outra pessoa, pois se concentram em demasia em
determinadas coisas.
Indivíduos com SA podem ter um histórico de aquisição atrasada das
habilidades motoras, tais como andar de bicicleta, agarrar uma bola, abrir
garrafas e subir em brinquedos de parquinho ao ar livre. Com frequência,
são visivelmente desajeitados e têm uma coordenação pobre, e podem
exibir padrões de andar arqueado ou aos saltos e uma postura bizarra
(KLIN, 2006, p. 10).
Muitas crianças com SA têm dificuldade no ritmo, imitação e na execução
de tarefas ou em atividades motoras, e no cumprimento das mesmas, e quando não
conseguem cumpri-las podem, eventualmente, leva-los a uma crise, ainda que
sejam em indivíduos com um grau mais elevado de funcionamento. Apesar de
alguns indivíduos com SA, não apresentarem déficit motor, apresentam grandes
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
22
dificuldades na escrita, anotações e em atividades físicas como correr. Apresenta
também um déficit mínimo na motricidade fina, como segurar um lápis ou formação
inadequada das letras. Quando nas séries iniciais não são capazes de copiar
corretamente, acompanhar o ritmo da classe e manter autocontrole quando se
sentem frustrados. (MOORE, 2005)
2.3 Etiologia
A causa do autismo é ainda motivo de discussão. Sobre sua natureza e
também sua etiologia, a crença mais comum era a de que o autismo era causado
por pais não emocionalmente responsivos a seus filhos, sendo frios, e então a
hipótese da “mãe geladeira”. Apenas nos anos 60 é que essa tendência começou a
ser revertida, e a natureza orgânica do autismo a ser totalmente aceita. O autismo
como assunto ainda é “tocado nas mais profundas questões de ontologia, pois
envolve um desvio radical no desenvolvimento do cérebro e da mente” (SACKS,
2008, p. 248).
Contudo uma coisa é certa, SA não é causada pela má educação dos
pais ou problemas de família! Infelizmente muitos pais sentem-se culpados por uma
desordem neurobiológica que não é culpa deles (TEIXEIRA, 2009).
Estudos sugerem uma possível relação com autismo, e essa semelhança
apóia fatores de contribuição genéticos, metabólicos, infecciosos e perinatais
(KAPLAN; SADOCK; SADOCK, 2007).
A busca de sua etiologia ainda precisa ser mais entendida e para isso
precisa ser mais verificada e pesquisada pelos estudiosos
(TAMANAHA;
PRISSINOTO; CHIARI, 2008).
2.4 Curso e Prevalência
Embora a infância seja marcada por um quadro limitado, pode se esperar
ao longo da vida, seres humanos autônomos, aptos a uma vida aparentemente
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
23
normal. E por desenvolverem habilidades, podem alcançar conquistas na vida social.
Segundo o DSM IV (1995) o curso da síndrome é um continuo. Na
adolescência pode aumentar o interesse em formar relacionamentos sociais. Os
mais velhos são propensos a terem mais dificuldade em compreender as
convenções que regem a interação. Estudos sugerem que esses indivíduos quando
adultos são capazes de tornarem-se auto-suficientes.
O problema geral dificilmente acaba, mas algumas características podem
mudar consideravelmente como ressalta Klin (2006, p 10):
A descrição inicial de Asperger previu um desfecho positivo para muitos de
seus pacientes que, com frequência, eram capazes de utilizar seus talentos
especiais para obter emprego e ter vidas auto-sustentadas. Sua observação
de traços similares em familiares, i.e. pais, pode também tê-lo tornado mais
otimista sobre o desfecho final.
Estudos mostraram consideravelmente mais casos de SA que o Autismo
clássico, chegando à faixa de 20 a 25 por 10.000. Os casos mais comuns são no
sexo masculino (BAUER, 1995 apud TEIXEIRA, 2009).
2.5 Diagnóstico
Realizar um diagnóstico preciso da síndrome de Asperger (SA) não é
fácil, pois a síndrome é uma condição ainda pouco conhecida devido a sua
definição. Algumas crianças diagnosticadas com SA, já carregaram rótulos como,
hiperatividade, distúrbios de conduta, bloqueio emocional etc.
Quanto ao diagnóstico da síndrome de Asperger (SA), alguns autores
permaneciam resistentes e outros passaram a defender a validação da síndrome
como entidade nosológica. E com a distinção dos quadros seria possível um apoio
mais abrangente as famílias, auxiliando no direcionamento terapêutico.
Mesmo ainda havendo, defesa enquanto a validade nosológica da
síndrome, ela é ainda considerada incerta, caracterizada por perturbação qualitativa
nas áreas de interação social e interesses. É diferenciada do Autismo infantil, pois
não tem alteração significativa da linguagem, e cognitiva e não apresenta retardo.
(TAMANAHA; PERISSINOTO; CHIARI, 2008).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
24
Na revisão dos critérios diagnósticos utilizados no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais – DSM IV (1995, p. 298), “também foi proposta a
classificação tanto do Autismo Infantil, quanto da síndrome de Asperger, como
subcategorias dos Transtornos Globais do Desenvolvimento”.
Essa subdivisão diagnóstica caracterizou-se pelos prejuízos e Invasivo
nas áreas de interação social e repertório restrito de interesses e atividades.
2.6 Diagnóstico Diferencial
Segundo Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008, p. 298), dois critérios são
mais importantes para o diagnóstico diferencial: “o período de aquisição da fala e a
idade de identificação do diagnóstico”.
Na décima revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID 10(33),
os Transtornos Globais do Desenvolvimento foram classificados como um
grupo de alterações, caracterizadas por alterações qualitativas da interação
social e modalidades de comunicação, e por um repertório de interesses e
atividades restrito e estereotipado. Essas anomalias qualitativas constituem
uma característica global do funcionamento do indivíduo (TAMANAHA,
2008, p. 298).
Existem pelo menos três grupos que podem ser distinguidos no espectro
autístico: síndrome de Asperger, Autismo de funcionamento alto e Autismo de baixo
funcionamento, ao se considerar o nível intelectual. A importância da distinção entre
esses grupos está nas questões sobre nosológias a respeito da classificação dos
Transtornos Globais do Desenvolvimento (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
Essas anomalias qualitativas constituem uma característica global do
funcionamento do indivíduo. De acordo com esta classificação, o Autismo Infantil foi
caracterizado por um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes dos
três anos, apresentando perturbação do funcionamento nas áreas (WILLIAMS;
WRIGHT, 2008)
SA é muito comumente associada com outros tipos de diagnóstico,
novamente por razões desconhecidas, incluindo: "tiques" como a desordem de
Tourette, problemas de atenção e problemas de humor, como depressão e
ansiedade.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
25
Em alguns casos há um claro componente genético, onde um dos pais
(normalmente o pai) mostra ou o quadro SA completo ou pelo menos alguns dos
traços associados a síndrome; Fatores genéticos parecem ser mais comuns em SA
que no autismo clássico. Traços de temperamento como ter interesses intensos e
limitados, estilo rígido ou compulsivo e desajustamento social ou timidez também
parecem ser mais comuns, sozinhos ou combinados, em parentes de crianças SA.
Algumas vezes haverá história positiva de autismo em parentes, reforçando a
impressão de que SA e autismo sejam às vezes condições relacionadas.
Outros estudos têm demonstrado taxa relativamente alta de depressão,
uni ou bipolar, em parentes de crianças com SA, sugerindo relação genética pelo
menos em alguns casos. Parece que como no autismo, o quadro clínico seja
provavelmente influenciado por muitos fatores, inclusive genéticos, de modo que não
há uma causa única identificável na maioria dos casos.
O transtorno autista e síndrome de asperger se diferenciam em muitos
aspectos. O transtorno autista é definido por anomalias nas áreas de interação
social, linguagem e brincadeiras, suas atividades e interesses são restritos, são
repetitivos e esteriotipados são muitas vezes caracterizados pela presença de
maneirismos motores, preocupação com partes de objetos, rituais e perturbação
acentuada diante de modificações que ocorrem no ambiente. Tanto no transtorno
autista quanto no transtorno de asperger há uma diferença relevante em alguns
casos. Nas abordagens sociais são acentuadamente rígidos, muito marcados por
isolamento (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
Já no transtorno de asperger as habilidades cognitivas e linguísticas
iniciais não sofrem atraso significativo. As atividades e interesses manifestam
insistência em um interesse circunscrito envolvendo um tópico para o qual o
indivíduo dedica boa parte de seu tempo reunindo informações e fatos. Pode haver
interação social, mesmo apresentando o mínimo de motivação para se aproximar de
alguém.
Além do transtorno autista o transtorno de asperger também difere de
outros transtornos Globais do Desenvolvimento como o transtorno de Rett. A
diferenciação se dá no padrão deficitário característico, pois foi diagnosticado
somente no sexo feminino, sendo que no transtorno de asperger é muito frequente
no sexo masculino. Na síndrome de Rett há um amplo comprometimento de
linguagem e comunicação, pois está associado a graus acentuados de retardo
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
26
mental. O desenvolvimento do crânio é comprometido, pois existe um padrão de
desaceleração de seu crescimento. Há perda de habilidades manuais voluntárias, há
também incoordenação da marcha ou dos movimentos do tronco (WILLIAMS;
WRIGHT, 2008).
Parece que a diferenciação proposta pelo DSM-IV para a exclusão do
diagnóstico da Síndrome de Asperger quando existir evidências de quadros
nosológicos como Autismo, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da
Infância, Transtorno Obsessivo compulsivo e Transtorno da Personalidade
Esquizóide e outros Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, preenche as
necessidades de diferenciação entre os quadros para os profissionais da área. A
maioria dos autores concordam que a Síndrome de Asperger pode coexistir com
outras
patologia,
tais
como
Epilepsia,
Retardo
Mental,
etc.,
sem
que
obrigatoriamente estas sejam incorporadas enquanto características clínicas do
quadro da Síndrome de Asperger.
O transtorno de Asperger também se difere do transtorno desintegrativo
da infância. As crianças com esse transtorno apresentam graus acentuados de
retardo mental e comprometimento da linguagem, esse transtorno produz um padrão
distintivo de regressão do desenvolvimento após um período mínimo de dois anos
de desenvolvimento normal. Ao contrário do transtorno de asperger não existe um
padrão de regressão do desenvolvimento e nenhum atraso cognitivo ou linguístico
significativo (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
De forma geral, pelos resultados aqui expostos, fica clara a importância
de um ambiente comunicativo favorável e estimulador, assim como das atividades
programadas e situações estruturadas. O achado mais relevante é, sem dúvida, a
importância do interlocutor fornecer apoio e suporte para a comunicação destes
indivíduos. Para isto, é necessário que este esteja atento a toda e qualquer pista e,
também, aos interesses específicos e situações de vida diária (ambiente natural).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
27
Critérios Diagnósticos - DSM-IV
A. Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes
quesitos:
(1) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual
direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social.
(2) fracasso para desenvolver relacionamentos apropriados ao nível de desenvolvimento com seus
pares.
(3) ausência de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras
pessoas (por ex., deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas).
(4) falta de reciprocidade social ou emocional.
B. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos:
(1) insistente preocupação com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesses,
anormal em intensidade ou foco.
(2) adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais.
(3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., dar pancadinhas ou torcer as mãos
ou os dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo).
(4) insistente preocupação com partes de objetos.
C. A perturbação causa prejuízo clinicamente significativo nas áreas social e ocupacional ou
outras áreas importantes de funcionamento.
D. Não existe um atraso geral clinicamente significativo na linguagem (por ex., palavras
isoladas são usadas aos 2 anos, frases comunicativas são usadas aos 3 anos).
E. Não existe um atraso clinicamente significativo no desenvolvimento cognitivo ou no
desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento
adaptativo (outro que não na interação social)e curiosidade acerca do ambiente na infância.
F. Não são satisfeitos os critérios para um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou
Esquizofrenia.
Quadro 1: Critérios de diagnóstico para o Transtorno de Asperger de acordo com as classificações
de DSM IV.
Fonte: Teixeira (2009, p. 4-5).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
28
3 ASPECTOS NO DESENVOLVIMENTO
3.1 Fase na infância
Conforme Williams e Wright (2008) na primeira infância existe dificuldade
em aprender habilidades simples e adaptação social. Estas dificuldades surgem do
mesmo distúrbio que cause problemas de conduta e aprendizado na idade escolar,
problemas de desempenho no trabalho na fase da adolescência e conflitos sociais e
conjugais na fase adulta.
Crianças com SA têm geralmente problemas mais brandos em cada idade
se comparados àqueles com outras formas de autismo e seu prognóstico final é
certamente melhor. De fato, uma das mais importantes razões para distinguir SA de
outras formas de autismo é seu histórico consideravelmente mais brando.
Não há um quadro único e uniforme da síndrome de Asperger nos
primeiros três a quatro anos de vida. O quadro inicial pode ser difícil de distinguir do
autismo típico, sugerindo que, quando se avalia qualquer criança com autismo e
inteligência aparentemente normal, a possibilidade de terem um quadro mais
compatível com o diagnóstico Asperger deve ser considerada.
Outras crianças podem ter atrasos iniciais de linguagem com rápida
recuperação entre os três e cinco anos de idade.
Finalmente, algumas dessas crianças, podem não evidenciar atraso inicial
de desenvolvimento exceto, talvez, algum desajeitamento motor. Em alguns casos,
entretanto, se observa atentamente a criança na fase de três a cinco anos, traços da
síndrome podem ser encontrados, e em muitos casos uma avaliação abrangente
pode ao menos apontar para um diagnóstico no espectro autismo. Embora essas
crianças se relacionem de modo perfeitamente normal dentro da família, problemas
podem ser notados quando entram no ambiente da escolar. Isso pode incluir:
tendência a evitar interações sociais espontâneas ou mostrar habilidades fracas em
iterações, problemas para sustentar simples conversações ou tendência a ser
perseverativo ou repetitivo quando conversando, respostas verbais díspares,
preferência por rotinas e dificuldade com transições, dificuldade para regular,
respostas sociais ou emocionais com raiva, agressão, ansiedade excessiva,
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
29
hiperatividade, parecendo estar "em seu próprio mundo", e tendência a se focar em
objetos ou assuntos em particular.
Também apresentam linguagem menos anormal e poderão não ser tão
obviamente "diferente" das outras crianças.
Áreas com habilidades particularmente fortes podem estar presentes,
como reconhecimento de letras ou números, memorização de fatos, e outros.
Segundo Moore (2005) as crianças com SA podem frequentemente
quando entram no jardim de infância não ter sido diagnosticada. Em alguns casos,
pode se observar relacionadas ao comportamento (hiperatividade, falta de atenção,
agressividade) nos anos pré-escolares; suas habilidades sociais e interações com os
pares podem ser classificadas como "imaturas"; a criança pode ser vista como tendo
algo incomum. Quando esses problemas são mais severos, essas crianças podem
ser encaminhadas para escolas de educação especial, mas provavelmente crianças
com SA seguem o caminho escolar normal.
As características clínicas da SA podem ser observadas já em idades
precoces, porem, em geral, somente são identificadas como fazendo parte
de um quadro psicopatológico mais definido na idade escolar, na
adolescência ou mesmo no indivíduo adulto jovem, quando fracasso
escolar, problemas mais evidentes de relacionamento ou a ocorrência de
algum quadro psiquiátrico sobreposto levam esses pacientes aos
consultórios (GAUDERER, 1997, p. 190).
Frequentemente o progresso escolar nos primeiros anos é relativamente
bom, as habilidades de cálculo podem ser fortes, embora possa ter dificuldades com
o lápis, pois podem apresentar desajeitamento motor, e se ele for significativo, como
às vezes ocorre, a ajuda de um profissional pode dar estímulos úteis.
Muitas crianças mostram algum interesse social com outras crianças,
embora pequena, mas apresentam fraco desempenho ao fazer e manter essas
amizades.
Mesmo mostrando algum particular interesse em uma ou poucas
crianças ao seu redor, às vezes, essas interações são relativamente superficiais.
Mas com auxilio, praticando como agir em várias situações sociais a criança pode
aprender a generalizar as habilidades.
As áreas “obsessivas” de interesse da criança em sala de aula podem
atrapalhar os trabalhos de classe.
O curso através da escola pode variar consideravelmente de criança para
criança, e problemas podem variar de leves e fáceis de administrar a severos e
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
30
intratáveis, dependendo de fatores como o grau de inteligência da criança,
propriedade da administração na escola e em casa, temperamento da criança e a
presença ou ausência de fatores complicadores como hiperatividade, problemas de
atenção, ansiedade, problemas de aprendizagem e outros (MOORE, 2005).
À medida que a criança SA se move através da escola primária e
secundária, as áreas mais difíceis continuam a ser aquelas relacionadas à
socialização e ajustamento comportamental.
Diferentemente,
devido
a
crianças
SA
serem
frequentemente
administradas em escola normal, e devido a seus problemas específicos de
desenvolvimento podem ser mais facilmente relevados (especialmente se forem
brilhantes e não agirem tão "estranhamente"), elas são frequentemente mau
interpretados nessa idade por seus professores e colegas (MOORE, 2005).
Os professores frequentemente têm menos oportunidade de conhecer
bem a criança e problemas com comportamento ou habilidades de trabalho ou
estudo, podem ser
erroneamente atribuídas
a problemas
emocionais
ou
motivacionais. Em alguns casos particularmente menos estruturados ou familiares,
como cantina, educação física e outros lugares a criança pode entrar em conflitos ou
luta de forças com professores ou estudantes que não estejam familiarizados com
seu estilo de interação. Isso pode levar a sérias explosões. A pressão se acumula
nessas crianças até reagirem de uma forma dramática e inapropriada.
As rotinas de classe devem ser mantidas tão consistentes, estruturadas e
previsíveis quanto possível. Crianças com SA não gostam de surpresas. Devem ser
preparadas previamente, para mudanças e transições, inclusive as relacionadas a
paragens de agenda, férias e outras. As regras também devem ser aplicadas
cuidadosamente. Muitas dessas crianças podem ser nitidamente rígidas quanto a
seguir regras quase que literalmente. É útil expressar as regras e linhas mestre
claramente, de preferência por escrito, embora devam ser aplicadas com alguma
flexibilidade (MOORE, 2005).
O seu comportamento pode ficar rapidamente fora de controle e nesse
ponto é normalmente melhor interromper e deixar esfriar, descansar. É sempre
preferível, se possível, antecipar essas situações e tomar ações preventivas para
evitar a confrontação através de serenidade, negociação, apresentação de escolhas
ou dispersão de atenção.
Mais a frente na escola a tolerância pelas variações e excentricidades
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
31
individuais vão crescendo também. Se a criança vai bem na escola, isso pode darlhe o respeito dos outros estudantes. Ou podem superar algumas dificuldades
dependendo assim de cada indivíduo.
Crianças com SA podem ser ajudadas na aprendizagem social através de
psicólogos preparados. A linguagem corporal e a comunicação não-verbal podem
ser ensinadas da mesma maneira que se ensina uma língua estrangeira (MOORE,
2005).
As crianças conseguem aprender a como interpretar expressões nãoverbais, emoções e interações sociais. Este procedimento assiste-as nas interações
sociais e aproximações com as pessoas, prevenindo assim o isolamento e
depressão que geralmente ocorre assim que entram na adolescência.
3.2 Fase da Adolescência
Na adolescência, começam a falar fluentemente, a aprender habilidades
sociais (muito mais difíceis para essas crianças do que qualquer outro aprendizado
acadêmico) a criar aparências sociais que pudessem apresentar ao mundo.
A adolescência é um período do desenvolvimento humano em que se
estabelecem, de forma mais definida, a identidade, os padrões de comportamento e
estilo de vida. Nesta fase surgem dúvidas e questionamentos, necessidade de autoafirmação e de conhecer o novo, desejo de usufruir a liberdade dos adultos, o
afastamento da família por parte do jovem e o estreitamento dos laços com os pares
(WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
A adolescência para pessoas com SA, é mais complicada, existem fatores
que faz da adolescência nesses indivíduos um pouco mais complexa.
As turbulências hormonais da adolescência em particular mexem com
qualquer adolescente (MOORE, 2005).
Habilidades sociais são altamente valiosas na adolescência e o estudante
com SA é diferente e tem dificuldades para formar relacionamentos normais.
Lidar com os sentimentos diz respeito à capacidade de reconhecer as
próprias emoções e as do outro, tomar consciência de quanto elas influenciam o
comportamento e como manejá-las adequadamente. Essa é uma dificuldade
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
32
eminente nos adolescentes, mesmo com aqueles que têm a síndrome de asperger.
Os adolescentes com SA são especialmente sujeitos a depressão.
(MOORE, 2005).
O trabalho escolar frequentemente se torna mais abstrato e o adolescente
com SA encontra tarefas mais difíceis e complexas. Em um caso, o professor notou
que um adolescente com SA parou de reclamar das tarefas de matemática e então
acreditou que ele estava copiando muito melhor. Na realidade, sua subsequente
organização e produtividade decaíram em matemática. Ele escapou para seu mundo
interior para esquecer de matemática, e então simplesmente parou de copiar.
(MOORE, 2005).
É crítico e necessário que adolescentes com SA que estejam no ensino
regular sejam acompanhados com o devido suporte uma vez ao dia para facilitar a
regularização dos cumprimentos de tarefa. Essa pessoa pode ver como ele está
copiando as aulas diariamente e encaminhar observações para os outros
professores.
Precisam receber assistência acadêmica assim que dificuldades numa
área em particular sejam notadas. Eles são rapidamente sobrecarregados e reagem
muito mais severamente a falhas que os outros adolescentes.
Adolescentes com a Síndrome de Asperger têm a inteligência para cursar
o ensino regular, mas elas frequentemente não tem a estrutura emocional para
enfrentar as exigências de sala de aula.
Eles são facilmente estressados devido à sua inflexibilidade. A autoestima é pequena, e eles frequentemente são muito autocríticos e inábeis para
tolerar erros. Indivíduos com SA, especialmente adolescentes, podem ser inclinados
à depressão (é documentada uma alta percentagem de adultos SA com depressão).
Reações de raiva são comuns em resposta a stress e/ou frustração. Raramente
relaxam e são facilmente acanhados quando as coisas não são como sua forma
rígida diz que devem ser. Interagir com pessoas e copiar as demandas do dia-a-dia
lhes exigem um esforço maior (MOORE, 2005).
Quando por volta da quinta à oitava série, as pressões são maiores e a
tolerância a diferenças é mínima, crianças com SA podem ser postas de lado, mal
interpretadas, ou importunadas e até mesmo perseguidas.
Quando desejam fazer amigos e manter essas amizades, podem frustrarse, pois não são hábeis para fazê-lo, podendo assim se afastar cada vez mais ou
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
33
seu comportamento pode se tornar cada vez mais problemático na forma de
ausências, ficando cada vez mais isolados. Algum grau de depressão não é
incomum e é um complicador. Se não há significativas dificuldades de aprendizado,
o desempenho acadêmico pode continuar forte, particularmente em suas áreas de
particular interesse; frequentemente, no entanto, haverá súbitas tendências a
interpretar erroneamente informações, particularmente abstrações ou linguagem
figurativa. Dificuldades de aprendizado são frequentes e dificuldades de atenção e
organização podem estar presentes também.
Os adolescentes podem, algumas vezes, receber benefícios através do
grupo terapêutico e podem ser ensinados a usar a mesma linguagem que as
pessoas da sua idade (MOORE, 2005).
O adolescente SA pode formar amizades com outros estudantes que
compartilham seus interesses através de clubes de computador ou de matemática,
feiras de ciências ou outros. Com sorte e gerenciamento adequado, muitos desses
estudantes desenvolverão habilidades consideráveis "graus sociais" e habilidades
gerais para se encaixar mais confortavelmente em sua idade, facilitando seu
caminho, podendo ser auxiliado também com a ajuda de um profissional.
3.3 Fase Adulta
Crianças Asperger crescem e quando adultas algumas delas às vezes
apresentam ainda que mínimas diferenças nas interações sociais, mas não
impedem de terem uma vida adulta mais “normal”. Ainda limitado os resultados da
maioria de crianças. Os dados mais disponíveis sugerem que comparados a outras
formas de autismo, crianças com SA são mais aptas a crescer e ser adultos
independentes em termos de emprego, casamento, família, etc. (MOORE, 2005).
Os adultos tornam-se muito talentosos em suas áreas de interesse, e
podem assim até ocupá-los na área de sua profissão.
Segundo Moore (2005) muitos dos estudantes brilhantes SA são capazes
de completar com sucesso a faculdade e até mesmo pós-graduação.
A tomada de decisão é a habilidade que permite analisar os benefícios,
riscos e consequências de uma situação. Favorece a escolha da alternativa que leve
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
34
ao sucesso da ação. De adultos asperger essas habilidades são mais exigidas, são
alcançadas com muito esforço. Que foi caso de Temple Grandin (SACKS, 2008) que
é uma Ph.D. em ciência animal, da aulas na Colorado State University e cuida de
seus próprios negócios. Mesmo sendo estranha e diferente, distante do normal,
Temple estudou formou-se e escreveu sua autobiografia com ajuda
de
colaboradores.
Em muitos casos continuarão a demonstrar, pelo menos em alguma
extensão, sutis diferenças nas interações sociais. Eles podem ser desafiados pelas
exigências sociais e emocionais do casamento ou em outras áreas.
Como possuem uma rigidez de estilo e uma perspectiva diferente, no
mundo podem gerar dificuldades de interações, dentro e até mesmo fora da família.
Esses "Aspergers normais” são vistos pelos outros “como um pouco
diferentes" ou excêntricos, ou talvez recebam outro diagnóstico psiquiátrico.
Também ocorrem nesta fase um alto risco de problemas de humor, como
depressão e ansiedade, e pode assim leva-los a psiquiatras ou em outros
especialistas, para tratar esses sintomas.
Temple Grandin passou por muitas dificuldades na adolescência, e foi
apenas quando terminou a universidade e deslanchou em sua carreira, se
tranquilizou. Mas ainda precisava se tranquilizar e começou nessa idade
tomar algumas medicações (SACKS, 2006, p. 273).
Alguns adultos são capazes de usar suas habilidades, frequentemente
suportados pelos que os amam para achar aquilo que se considera ser um alto nível
de funcionalidade, personalidade e profissionalismo. Alguns dos mais brilhantes e
altamente funcionais podem, avançar o conhecimento em várias áreas da ciência,
matemática, etc (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
Temple tinha publicado mais de uma centena de artigos, divididos entre
aqueles sobre comportamento animal e a administração dos recursos (SACKS,
2006).
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
35
4 TRATAMENTO
A partir das situações de interação propostas foi possível verificar que os
sujeitos do espectro autístico apresentaram a habilidade de compartilhar. Williams e
Wright (2008) dizem que as informações e as orientações na compreensão das
reações
emocionais
e
dos
comportamentos
sociais
e
em
sistemas
de
acompanhantes ajudam essas crianças, mesmo aprendendo por memorização e
não intuitivamente, a chance de serem intimidadas e ridicularizadas é menor. E a
redução dessa ansiedade as ajuda muito.
Todo ser humano é diferente um do outro, assim como nos casos dos
indivíduos com SA. Certos indivíduos podem responder espetacularmente a alguns
métodos terapêuticos e outros poucos respondem (SACKS, 2006).
A atuação fonoaudiológica junto aos quadros que compõem os Distúrbios
do Espectro Autístico, em especial, o Autismo Infantil e a síndrome de
Asperger tem se sedimentado ao longo dos anos no mundo todo (36-38). A
American Speech-Language- Hearing Association (ASHA) (39-40) tem
buscado, por exemplo, criar diretrizes, por meio do Comitê Ad Hoc em
Distúrbios do Espectro Autístico (Ad Hoc Committee on Autism Spectrum
Disorders), para que os fonoaudiólogos identifiquem crianças portadoras de
tais condições o mais precocemente possível; estabeleçam métodos de
avaliação e diagnóstico, precisos e condutas terapêuticas eficazes
(TAMANAHA, 2008, p. 258).
E assim fica clara a importância de estudos realizados, pois favorece
muito esses indivíduos e outros que estão na mesma condição, pois quanto mais
cedo os diagnósticos são realizados, maiores serão as chances de progresso para
esse indivíduo, pois o mesmo será encaminhado para um tratamento direcionado a
sua necessidade.
Vários são os tratamentos, mas o mais importante é um ambiente
comunicativo favorável e estimulador, assim como das atividades programadas e
situações estruturadas. A importância do interlocutor fornece apoio e suporte para a
comunicação destes indivíduos. Para isto, é necessário que este esteja atento a
toda e qualquer pista e, também, aos interesses específicos e situações de vida
diária no ambiente natural (KLIN, 2003).
Entre pessoas com autismo, mais capazes funcionalmente, existe com
frequência interesse social, mas elas têm dificuldade em administrar as
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
36
complexidades da interação social; isto frequentemente leva ao surgimento de um
estilo social não-usual. São carentes de senso comum.
Cronicamente frustrados pelos seus repetidos fracassos de envolver
outras pessoas e de estabelecer relações de amizade, alguns indivíduos com SA
desenvolvem sintomas de transtorno de ansiedade ou de humor que podem
requerer tratamento, incluindo medicação (SACKS, 2008).
O indivíduo pode aprender a melhorar sua comunicação social (como
abordar socialmente pessoas que devem dar ao outro a vez na conversa, que
devem olhar para as pessoas quando conversam com elas que devem despedi-se;
que o outro tem intenções que são diferentes das suas e que deve saber quais são e
como fazer saber; relatar uma situação vivenciada; a lidar com a equação
ansiedade/frustração evitando comportamentos catastróficos; identificar situações
novas; a desenvolver estratégias para a solução de problemas cotidianos; explicar
que a pergunta refere-se à pessoa está sentindo-se bem e não se ela está indo, mas
chegando (compreensão literal das palavras, distúrbio da pragmática); a desenvolver
uma auto-suficiência; promover uma critica de seu desempenho para manter sua
estima elevada; a generalizar o conhecimento; etc. (MOORE, 2005)
O tratamento parte do princípio fundamental de identificar comorbidades
psiquiátricas, neurológicas, neuropsicológicas, o desenvolvimento de programas
pedagógicos, orientação a família e a escola (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
A partir do diagnóstico, busca-se observar e descobrir suas dificuldades
na escola, no mundo social e na comunicação, assim como as dificuldades
familiares para lidar com a situação, fazendo um trabalho amplo em torno da
situação.
É necessário orientar a escola. A família deve ser esclarecida também
sobre a doença do filho, seus pontos de fragilidades e as habilidades a importância
da participação a vida adulta e as possibilidades no trabalho.
Várias filosofias intervencionistas foram desenvolvidas que prestam
atenção no ambiente da criança para maximizar seu desenvolvimento.
São escritos aqui alguns programas de tratamentos são eficazes para
educação e treinamento de habilidades como método.
São vários os programas, SPELL (National Autistic Society), Hanen
adaptado, Análise comportamental aplicada, Dietas, EarlyBird, o programa TEACCH
(Tratamento e Educação para Autistas com problemas relacionados com a
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
37
comunicação) é um programa educacional e clínico com uma prática predominante
psicopedagógica, que busca observar os comportamentos em diferentes situações
frente a diferente estímulos, e a medida que conseguem expressar e entender o que
se espera dele, os comportamentos são aos poucos modificados e o programa SonRise que aborda um tratamento e educação projetada para ajudar crianças com
autismo, suas famílias e provedores de cuidado. (WILLIAMS; WRIGHT, 2008).
A terapia cognitivo-comportamental também é um dos métodos bastante
usado para o tratamento em indivíduos com a síndrome de Asperger.
A medicação auxilia no tratamento sintomático, sendo significativo quando
há presença de depressão, quadros obsessivos e quadros psicóticos em alguma
fase da vida. Porem o tratamento medicamentoso não trata as características
essências da síndrome. Os tratamentos educacionais e comportamentais devem
sempre estar presentes, sendo o principal método.
O indivíduo com síndrome de Asperger necessita então principalmente de
tratamentos que utilize processos psicoterapêuticos individualizados. Requer
intervenção a diferentes níveis, envolvendo necessariamente apoio psicológico e
educacional, que devem ser prestados em colaboração estreita por diferentes
profissionais (médicos pediatras, pedopsiquiatras, psicólogos, professores regulares
e especializados).
Os tratamentos são de grande valia para essas crianças e suas famílias,
e observando que quando tratadas e acompanhadas regularmente desde o inicio é
essencial para o seu desenvolvimento.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
38
5 CONCLUSÃO
A Síndrome de Asperger (SA) é um dos Transtornos Globais do
Desenvolvimento caracterizado pelo prejuízo social, dificuldade no uso da linguagem
para a comunicação e comportamento repetitivo.
Diante das dificuldades que ocorrem no decorrer da vida de um indivíduo
com a Síndrome de Asperger, buscou-se então discorrer sobre os principais
aspectos das fases do desenvolvimento. Na infância as crianças aprendem com
facilidade a interpretar expressões não-verbais, emoções e interações sociais se
acompanhadas por um profissional. Contudo pode frequentar a escola normalmente
como qualquer outra criança; Na adolescência já começam a falar fluentemente,
passam também por mudanças hormonais, mas para esses indivíduos a
adolescência é um pouco mais complexa, podem ainda ter dificuldades na hora de
manter um diálogo, porém podem desenvolver habilidades consideráveis na área
social, com ajuda de grupos terapêuticos ou psicoterapia individualizada; Na fase
adulta são mais aptos a crescerem e serem adultos independentes. São talentosos
em suas áreas de interesse e podem assim ocupá-los na área de sua profissão. As
exigências sociais e emocionais, muitas vezes são maiores no que diz respeito a
relacionamentos, namoro ou casamento, e se encontrarem alguém que os
compreendam podem se relacionar normalmente. Adultos com SA também podem
completar a faculdade e até mesmo pós-graduação, pois são capazes de usar suas
habilidades e ter uma vida quase “normal”.
A principal dificuldade que se sobressai é o processo de socialização, que
implica no uso da linguagem e que compromete o desenvolvimento da vida desse
indivíduo como um todo, e se não forem submetidos a um tratamento precocemente
pode gerar grandes consequências na vida futura.
Notou-se que o diagnóstico é bastante difícil, pois essa síndrome é pouco
conhecida. O impacto emocional na família é de grande relevância, como o relato
mostrado de uma mãe que lutou para saber o que seu filho tinha e como poderia
ajudá-lo. O diagnóstico é importante, mas mais importante é o curso da vida de uma
individuo com a Síndrome de Asperger. Por isso a demora no processo diagnóstico
e aceitação são prejudiciais ao tratamento. Vê-se então o quanto é necessário a
compreensão e a ajuda por parte de pais e família (ambiente comunicativo) e
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
39
também por parte dos profissionais (métodos de tratamento), são imprescindíveis
para a evolução deste indivíduo, possibilitando perspectivas no desenvolvimento do
mesmo e oportunizando a terem uma vida como pessoas ditas “normais”.
Ainda há poucos artigos e livros sobre a Síndrome de Asperger para um
estudo mais complexo. Destaca-se também a importância e a necessidade de haver
uma continuidade no presente estudo, pois haja vista que estas dificuldades podem
afetar a vida como um todo de um ser humano e a necessidade de focar-se em toda
a família e não somente no indivíduo com a síndrome de Asperger.
Finalmente, outra questão que se deve ter em mente é que se tratados
precocemente pode-se ter um melhor prognóstico, chegando a apresentar uma
interação social satisfatória, não somente se tornar independentes como até se
sobressair em algumas áreas específicas.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
40
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Cláudio Roberto; BOSA, Cleonice. Autismo e educação: reflexões e
propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BORGES, Manuela l; SHINOHARA, Helene. Síndrome de Asperger em paciente
adulto: um estudo de caso. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2007, v.3,
n.1, p.42-52. Disponível em: <http://scielo.bvs-psi.org.br/pdf/rbtc/v3n1/v3n1a05.pdf>.
Acesso em: 22 de setembro de 2009.
CID-10, Organização Mundial da Saúde. Classificação estatística internacional de
doenças e problemas relacionados à saúde. 10.ed. São Paulo: Edusp, 1998.
DSM-IV, Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4.ed. Porto
Alegre: Artmed, 1995.
GAUDERER, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia
prático para pais e profissionais. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
GRANDIN, Temple; SCARIANO, Margaret M. Uma menina estranha: autobiografia
de uma autista. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
JORGE, Miguel R. DSM-IV-TR: manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
KAPLAN, Harold l.; SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virgínia Alcott. Compêndio de
psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 9.ed. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Brás. Psiquiatr.
[online], 2006, v.28, n.1, p.3-11. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s1/a02v28s1.pdf>. Acesso em: 18 de outubro de
2009.
KLIN, Ami. Asperger syndrome: an update. Rev. Brás. Psiquiatr. [online], 2003,
v.25, n.2, p. 103-109. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v25n2/v25n02a11.pdf>. Acesso em: 18 de outubro de
2009.
MOORE, Susan Thopson. Síndrome de Asperger e a escola fundamental:
soluções práticas para dificuldades académicas e sociais. São Paulo: Associação
Mais 1,2005.
MORAES, Jair Luiz de. Síndrome de Asperger. Revista Sinpro, Rio de Janeiro,
Sinpro-Rio, nos dias 24 e 25 de outubro de 2003, p. 55-61. Disponível em:
<http://www.sinpro-rio.org.br/publicacoes/revista/Download/revistadificuldades.pdf>.
Acesso em: 20 de setembro de 2009.
SACKS, Oliver. Um antropólogo em Marte. São Paulo: Companhia das Letras,
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
41
2006.
TAMANAHA, Ana Carina; PERISSINOTO, Jacy; CHIARI, Brasília Maria. Uma breve
revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome
de Asperger. Rev. soe. bras. fonoaudiol. [online], 2008, v.13, n.3, p.296-299.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v13n3/a15v13n3.pdf>. Acesso em: 27
de outubro de 2009.
TEIXEIRA, Paulo. Síndrome de Asperger. Disponível em:
<http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0254.pdf>. Acesso em: 27 de outubro
de 2009.
WIKIPÉDIA, A Enciclopédia Livre. Hans Asperger. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Asperger>. Acesso em: 22 de setembro de 2009.
WILLIAMS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com autismo e síndrome de
Asperger: estratégias práticas para pais e profissionais. São Paulo: M.Books do
Brasil, 2008.
Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
Download