6. FILOSOFIA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Cada vez mais em

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6. FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Cada vez mais em um mundo pragmático, voltado para soluções imediatistas, a Filosofia
corre o risco de perder o espaço reservado a reflexão e à criação de conceitos.
A intenção do ensino da Filosofia no ensino médio não é de formar filósofos, embora possa
provocar e despertar o desejo para isso. A intenção é provocar a reflexão Filosófica, inerente a todo
ser humano. Lembrando Gransci, somos todos de certa forma filósofos. Na medida que nos
propomos questões de natureza filosófica. Estamos sempre dando sentido às coisas e diante dos
problemas apresentados peço existir, sempre nos voltamos à reflexão.
Queremos enfatizar é que todo ser humano, qualquer que seja sua profissão ou modo de
vida, deveria desenvolver sua capacidade de pensar bem, de modo coerente e crítico. A Filosofia no
se torna superior as outras disciplinas, apenas possui uma especificidade distinta que a diferencia de
outras formas de compreensão do real. Essa especificidade possibilita que a Filosofia pense de
forma radical, rigorosa, crítica e com visão de conjunto os fundamentos do conhecimento,
estabelecendo, deste modo, uma inter-relação entre as diversas disciplinas ofertadas no Ensino
Médio.
EMENTA
A filosofia se constituiu como pensamento racional e sistemático há mais de 2600 anos. A
história desse pensamento traz consigo o problema de seu ensino, de modo que a questão
pedagógica do conhecimento filosófico é uma temática tão antiga quanto a filosofia.
O problema já estava presente no embate entre o pensamento de Platão e as teses dos
sofistas. Naquele momento, tratava-se de saber a relação ente o conhecimento e o papel da retórica
no ensino. Platão admitia que, sem uma noção básica das técnicas de persuasão, a prática do ensino
da filosofia teria um efeito nulo sobre os jovens. Por outro lado, ele também pensava que se o
ensino de filosofia se limitasse à transmissão de técnicas de sedução do ouvinte por meio de
discursos, o perigo seria outro: a filosofia favoreceria posturas nada elegantes, como o relativismo
moral ou o uso pernicioso do conhecimento.
É por isso que a delimitação de uma boa estratégia para o ensino de filosofia é um tema
bastante debatido na história da filosofia. A preocupação maior é garantir que as metodologias de
ensino não deturpem o conteúdo da filosofia. A idéia de que em áreas como, por exemplo, moral e
política, praticamente não existem verdades absolutas é uma tese freqüentemente defendida pelos
filósofos. Daí a importância que o ensino desses temas dá ao exercício de analisar conceitos morais
antigos e modernos, medir perspectivas epistemológicas, identificar fontes de idéias, etc. Ocorre
que, ao levar para a sala de aula a discussão sobre esses temas, será inevitável o estranhamento que
a ausência de conclusões definitivas provocará nos estudantes. Essa é uma característica da filosofia
que deve, antes de tudo, ser muito bem compreendida e, de preferência, como lição preliminar a
qualquer conteúdo filosófico.
Se perguntarmos a um matemático, a um mineralogista, a um historiador ou a qualquer outro
homem de saber, que corpo exato de verdades a sua ciência descobriu, a sua resposta durará o
tempo que estivermos dispostos a escutá-Ia. Mas se colocarmos a mesma questão a um filósofo, se
for sincero terá de confessar que o seu estudo não chegou a resultados positivos como aqueles a que
chegaram outras ciências. É verdade que isto se explica em parte pelo fato de que assim que se
torna possível um conhecimento exato acerca de qualquer assunto, este assunto deixa de se chamar
filosofia e passa a ser uma ciência separada. 1
Isso não significa que a filosofia seja uma área do saber cujo trabalho termina tão logo a
ciência encontre uma resposta eficaz para um problema. Embora trabalhe com os mesmos
problemas, a abordagem filosófica é diferente. A filosofia é uma atividade que se ocupa de questões
cujas respostas estão longe de serem obtidas pela ciência. Russell diz que problemas como a
estrutura do universo, a origem das noções de bem e mal, os efeitos que a consciência humana
projeta sobre o mundo, etc., são temas discutidos mais propriamente pela filosofia, porque eles
ainda são desafiantes e carecem de respostas.
O ensino de filosofia terá neste estabelecimento de ensino o caráter de desenvolver o
pensamento crítico do educando e para isso usará de diversas metodologias e buscará conhecimento
em diferentes fontes e autores, com vistas a alcançar os objetivos propostos por esta disciplina. Já
que no Brasil, a filosofia, enquanto disciplina escolar, figura nos currículos escolares desde o ensino
jesuítico, ainda nos tempos coloniais.
Podemos delimitar quatro grandes períodos do ensino de filosofia no Brasil:
1500- 1889: predominância do ensino jesuítico, sob as leis do Ratio Studiorum. Nessa
perspectiva, a filosofia era entendida como instrumento de formação moral e intelectual, sob os
cânones da Igreja Católica e do poder cartorial local.
1889-1961: durante este período, a filosofia fez parte dos currículos oficiais inclusive
figurando como disciplina obrigatória. Esta presença não significou, porém, um movimento de
crítica à configuração social e política brasileira que, nesse período, oscilou entre a democracia
formal, o populismo e a ditadura.
1
Bertrand Russell, The Problems of Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 2001, trecho
citado a partir da tradução das pp. 89-94 de Alvaro Nunes in:
http://www.filedu.com/brussellvalordafilosofia.html
1961-1985: Com a lei 4024/61, a filosofia deixa de ser obrigatória e, sobretudo, com a lei
5692 /1971, em pleno regime militar, o currículo escolar não dá espaço para o ensino e estudo da
filosofia. A filosofia desaparece totalmente dos currículos escolares do Ensino Médio durante a
ditadura militar, principalmente por não servir aos interesses econômicos e técnicos do momento,
que visavam formar um cidadão produtivo, porém não crítico. O pensamento critico deveria ser
reprimido, bem como as possíveis ações dele decorrentes.
1985 aos dias atuais: durante as duas últimas décadas, o ensino de filosofia no nível médio
tem sido amplamente discutido, embora a tendência das políticas curriculares oficiais (Resolução
CEB/CNE n. 3/98 e PCNEM de 1999) seja mantê-Io em posição de saber transversal às disciplinas
do currículo.
A LDB de 1996, no art. 36, determina que, ao final do Ensino Médio, o estudante deverá
"dominar os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania". O
caráter transversal dos conteúdos filosóficos, que aparece com bastante clareza na resolução 03/98
DCENEM, não cumpre a exigência da LDB quanto à necessidade de domínio dos conhecimentos
filosóficos, uma vez que joga a Filosofia para a transversalidade.,
Esta disciplina passa a ser obrigatória a partir de 2009 segundo a Lei 11,684 de Junho de
2008. A Filosofia torna vivo esse um espaço escolar, povoando-o de sujeitos que exercitam sua
inteligência buscando, no diálogo e no embate entre as diferenças, a sua convivência e a construção
da sua história.
OBJETIVOS
O tratamento disciplinar da Filosofia - e sua inserção no Ensino Médio responde a uma
demanda social que requer, dos sujeitos, a tomada de posições, que tenham autonomia nos
julgamentos, que confrontem argumentos e respeitem a palavra do outro.
A Filosofia, entendida como um conjunto de conhecimentos que recebem um tratamento
disciplinar, tem seu lugar na formação do jovem estudante do Ensino Médio. A presença dessa
disciplina no currículo do Ensino Médio justifica-se, também, pela sua inegável capacidade de
dialogar com outras disciplinas e contribuir para reafirmá-las enquanto momento de um processo de
formação orgânico, cumulativo, criativo e crítico que chamamos de educação. Assim, a disciplina
de Filosofia irá contribuir, em especial, para a ressignificação da experiência do aluno, para afirmar
sua singularidade e problematizar seus valores, formando-o para uma leitura e olhar mais críticos
sobre a realidade.
Contribuir na formação de sujeitos livres, porque, além da abertura para a reflexão sobre
temas relacionados à política, à ética, à estética, à ciência e ao conhecimento e à existência, irá
possibilitar aos educandos o acesso às produções teóricas e culturais da Filosofia elaboradas pela
humanidade
Assim, podemos afirmar que o aprendizado dos conteúdos, como mediadores da reflexão
filosófica, deve recorrer, necessariamente, à tradição filosófica, confrontando diferentes pontos de
vistas e concepções, de modo que o estudante perceba a diversidade de problemas e de abordagens.
Num ambiente de diálogo investigativo, de re-descobertas e re-criações, pode-se garantir aos
educandos a possibilidade de elaborarem, de forma problematizadora, suas próprias questões e
tentativas de respostas.
CONTEÚDOS
Os conteúdos propostos estão baseados no documento “Orientações Curriculares” da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Os conteúdos estruturantes serão: Do Mito à Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética;
Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. Sendo que: Do mito à Filosofia será o conteúdo
de introdução à Filosofia, seguido pela Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética e
Filosofia da Ciência.
6.1. Conteúdos por série
Estruturantes:
Para 1° ano:
Mito e Filosofia
Teoria do Conhecimento
Para 2° ano
Filosofia da Ciência
Ética
Para 3° ano
Política
Estética
1ª Série
MITO À FILOSOFIA
O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações.
Criando explicações, cria pensamentos. Na criação do pensamento estão presentes tanto o mito
como a racionalidade, ou seja, a base mitológica, enquanto pensamento por figuras, e a base
racional, enquanto pensamento por conceitos, são constituintes do processo de formação do
conhecimento filosófico. Este fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o
homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Compreender
historicamente que o surgimento do pensamento racional, conceitual, entre os gregos, foi decisivo
no desenvolvimento da cultura da civilização ocidental é condição para que se entenda a conquista
da autonomia da racional idade (Logos) diante do mito marcando o advento de uma etapa
fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas
produzidas ao longo da história humana.
O conhecimento de como isso se deu e quais foram as condições que permitiram a passagem
Do mito à Filosofia elucidam uma das questões fundamentais para a compreensão das grandes
linhas de força que dominam todas as nossas tradições culturais. Deste modo, é de fundamental
importância que o estudante do Ensino Médio conheça o contexto histórico e político do surgimento
da filosofia e o que ela significou para a cultura helênica. Esta passagem Do mito à Filosofia no
contexto grego é importante para que o estudante do Ensino Médio perceba que os mesmos
conflitos entre mito e razão, vividos pelos gregos, são problemas presentes, ainda hoje, em nossa
sociedade onde, por exemplo, a própria ciência, depara-se com o elemento da crença mitológica ao
apresentar-se como neutra, escondendo interesses políticos ou econômicos em sua roupagem
sistemática.
Do Mito à Filosofia
O que é Filosofia
A atitude filosófica
Qual a utilidade prática e os benefícios da Filosofia como busca dos fundamentos da realidade
A naturalidade do perguntar
A curiosidade humana como princípio do filosofar
A Filosofia é sistemática
Filosofia na vida do estudante do ensino médio.
O Filósofo como um parteiro de almas.
A explicação do mundo sem Filosofia
Saber mítico
O que é o Mito
Função do Mito
Características do Mito
Construção e análise de mito a partir das funções e das características.
Atualidade do mito
O Mito hoje
Mito do Cientificismo
Mito e Ciência
Relação entre mito e Filosofia
Passagem do pensamento mítico ao pensamento filosófico
O nascimento da Filosofia
Saber filosófico
Os pensadores pré-socráticos monistas
Tales e a arché da physis
Pitágoras e a explicação matemática do mundo
Parmênides e o Ser
O Fluir heraclitiano
Os pensadores pré-socráticos pluralista
Anaxágoras e as homeomerias
Empédocles e as quatro raízes
Demócrito e a teoria atomista
Sócrates e a construção do homem
Platão e a Teoria das idéias
A alegoria da caverna
A ironia socrática
A Filosofia como exercício da ironia
TEORIA DO CONHECIMENTO
A teoria do conhecimento constitui-se como campo do conhecimento filosófico de forma autônoma
apenas no início da Idade Moderna, ocupando-se de forma sistemática com as questões sobre a
origem, essência e certeza do conhecimento humano.
A teoria do conhecimento aborda, basicamente, as seguintes questões: quanto ao critério da
verdade: o que permite reconhecer o verdadeiro? Quanto à possibilidade do conhecimento: pode o
sujeito apreender o objeto? Quanto ao âmbito do conhecimento: abrange a totalidade do real, ou se
restringe ao sujeito que conhece? Quanto à origem do conhecimento: qual é a fonte do
conhecimento?
O estudante, em contato com as questões descritas acima, e deparando-se com a realidade que o
cerca, pode exercer a atividade reflexiva, tentando encontrar caminhos e respostas diferentes para as
mesmas questões.
Além evidenciar os limites do conhecimento, a teoria do conhecimento possibilita perceber suas
elaborações como históricas e temporais, o que permite retomar as problemáticas já pensadas na
perspectiva de novas soluções relativas ao seu tempo.
Possibilidade do conhecimento
O que é conhecimento
O problema do conhecimento
Fontes do conhecimento
As Formas do conhecimento
Do Senso Comum ao Bom Senso
Ideologia e contra-ideologia
Racionalismo e relativismo – Platão e Protágoras
O problema da verdade
Relação sujeito-objeto
Intuição – Sensível, Inventiva e Intelectual.
Abstração
Critério de verdade
Evidência, Conformidade, Êxito e Não-contradição.
Conhecimento e lógica
Indução e Dedução
Ceticismo e Dogmatismo
O que é Lógica
Validade e verdade
Falácias
A questão do método
Princípios racionais
A teoria do conhecimento na antiguidade
A teoria do conhecimento na Idade Média
A Patrística e a Escolástica
A Teoria do conhecimento na Idade moderna
Método lógico-matemático
Empirismo
As críticas Kantianas
Inatismo
2ª Série
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
A filosofia da ciência é o estudo critico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das
diversas ciências. Sua tarefa é refletir criticamente o conhecimento cientifico, conhecer, analisar
todo o processo de construção da ciência do ponto de vista lógico, lingüístico, sociológico,
interdisciplinar, político, filosófico e histórico. A ciência e a tecnologia são frutos da cultura do
nosso tempo e envolvem o universo empirista e pragmatista da pesquisa aplicada. Daí surge a
importância de entendê-Ias e é exatamente aqui que está a importância do conteúdo estruturante
Filosofia da Ciência.
Ela nos mostra que o conhecimento cientifico é provisório, jamais acabado ou definitivo,
sempre tributário de um pano de fundo ideológico, religioso econômico, político e histórico.
Vivemos um momento de triunfo da ciência - genoma, transgênicos, clonagem ... etc.- que fazem
parte do nosso cotidiano, apresentados de forma cristalizada, definitiva. Tudo indica que fazemos
parte de uma civilização que elabora, sob medida, as condições ideais de nossa existência, numa
perspectiva tecno-científica. A Filosofia da Ciência serve como uma ferramenta capaz de questionar
tal visão.
No contexto da educação média, portanto, importa trabalhar a Filosofia da Ciência na
perspectiva da produção do conhecimento científico, problematizando o método de modo a
evidenciar que a ciência é movida pela curiosidade e pelo desejo. O contato mais direto com o
modo como os cientistas trabalham e pensam, indica que essa metodologia e essa produção são
passíveis de críticas.
Concepções de Ciência
Contribuições e limites da ciência
Senso comum e ciência
Características do conhecimento científico
A ciência e seus métodos
Ciência e Ética
Ciência e seus valores
Benefícios da ciência
A responsabilidade social do cientista
A ciência antiga
Ciência medieval
Revolução científica do século XVII
Do Teocentrismo ao Antropocentrismo
Galileu e Newton
As transformações produzidas pelas novas ciências
A questão do método científico
Classificação das ciências
As ciências da natureza
Observação, hipótese, experimentação e generalização.
O Circulo de Viena
A Reação de Karl Popper
A posição de Thomas Kuhn
Feyerabend e sua posição conta o método
As ciências humanas
Dificuldades metodológicas das ciências humanas
Ciência e Ideologia
ÉTICA
A ética é o estudo dos fundamentos da ação humana. Um dos grandes problemas enfrentados
pela ética é o da relação entre o sujeito e a norma. Essa relação é eminentemente tensa e conflituosa,
uma vez que todo estabelecimento de uma norma implica no cerceamento da liberdade "e, que
compete à tessitura da forças sociais convencionar entre ambos alguma forma de equilíbrio; ou
então, por vezes, reconhecer que
o equilíbrio se faz difícil e mesmo impossível".(BORNHEIM,
1997, p. 247)
A ética possibilita a análise crítica para a atribuição de valores. Nesse sentido, ela pode ser,
ao mesmo tempo, especulativa e normativa, crítica da heteronomia e da anomia e propositiva da
busca da autonomia. Por isso, a ética defende a existência dos valores morais e do sujeito que age a
partir de valores, com consciência, responsabilidade e liberdade, no sentido da luta contra toda e
qualquer forma de violência. A ética pode ser também o espaço da transgressão, quando valores
impostos pela sociedade se configuram como instrumentos de repressão, violência e injustiça.
A reflexão ética, no espaço escolar, examina a ação individual ou coletiva na perspectiva da
filosofia. Não se trata tanto de ensinar valores específicos, mas de mostrar que o agir fundamentado
propicia conseqüências melhores e mais racionais que o agir sem razões ou justificativas.
No Ensino Médio, importa chamar atenção sobre os novos desafios da reflexão ética na vida
moderna, quando enfrentamos a contradição do projeto de construção de sociedades livres e
democráticas, confrontadas com o crescimento dos fundamentalismos religiosos e do pragmatismo
que visa a reordenação dos espaços privados e públicos.
O que é moral
Diferenciação entre moral e ética
Moral autônoma e Moral heterônoma
A moral como fundamentação e origem da Lei
O que é ética
Texto: Ética a Nicômaco, de Aristóteles.
Pluralidade ética
Valores éticos
Ética e violência
Razão, desejo e vontade.
Liberdade
Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas
A questão moral hoje
A teoria de Kohlberg
3ª Série
FILOSOFIA POLÍTICA
Os regimes democráticos são exceção no espaço e no tempo. Temos que reconhecer que a
modernidade trouxe conquistas fundamentais como a valorização da subjetividade e da liberdade
individual. Se, por um lado, o modelo da representação política foi a única forma encontrada para
viabilizar o retorno da democracia nas sociedades modernas, por outro lado, é preciso admitir que
vivemos, hoje, uma crise da representação política, que coloca em questão o atual modelo das
chamadas repúblicas democráticas liberais. Vivemos uma era onde os direitos humanos e políticos,
conquistados a partir do século XVIII, não garantem os direitos sociais mais elementares para a
maioria das pessoas.
No plano das relações internacionais, os recentes acontecimentos, como as guerras de
invasão; as ações terroristas, estatais ou não; o desrespeito aos direitos humanos, nos demandam
uma série de questões sobre o sentido do poder, da soberania, da democracia, da liberdade e da
tolerância.
A Filosofia Política busca discutir as relações de poder e compreender os mecanismos que
estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. No Ensino Médio, a Filosofia Política tem
por objetivo problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, dentre
outros, de modo que se atenda o dispositivo da LDB, preparando o estudante para uma ação política
efetiva.
Em busca da essência do político
O que é política
Poder, força e política.
Legitimação do Poder
Quem é o cidadão
Formas de governo
Política em Maquiavel
Política e Violência
Democracia em questão
Teorias políticas
Teoria contratualista absolutista - Hobbes
Teoria contratualista liberal - Locke
Socialismo utópico
Socialismo cientifico ou Marxista
ESTÉTICA
As atitudes problematizadora e investigativa, características da filosofia, também se voltam
para a realidade sensível. Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão
intuitiva do mundo concreto e como elas determinam as relações do homem com o mundo e
consigo mesmo, são objetos do conteúdo estruturante de Estética. Preocupada principalmente com a
beleza e com a arte, a Estética está intimamente ligada com a realidade e as pretensões humanas de
dominar, moldar, representar, reproduzir completar, alterar, apropriar-se do mundo, enquanto
realidade humanizada.
Na contemporaneidade a Estética nos conduz, para além do império da técnica, das
máquinas e da arte como um produto comercial, ou do belo restrito aos ideais de uma única época
ou enquanto um conceito acessível para poucos, na busca de um espaço de reflexão, de pensamento,
de representação e de contemplação do mundo.
No Ensino Médio, a Estética possibilita que os estudantes compreendam a apreensão da
realidade pela via da sensibilidade, percebendo que o conhecimento não é apenas resultado da
atividade intelectual, mas fruto também da imaginação, da intuição e da fruição. Essa apreensão do
sensível ocorre por diversas vias. Uma vez que os sentidos humanos não são apenas determinados
naturalmente, mas educados social e culturalmente, o ser humano possui diversas formas de
elaborar e representar o seu espaço. As mídias, os espaços públicos, o corpo, a própria natureza e a
arte são exemplos dessas vias. A Estética visa discutir essas formas de apreensão, representação e
expressão do mundo.
Natureza da arte
Conceito de estética
Criatividade e o conceito de criatividade
Critérios para determinação da criatividade
Criatividade como capacidade humana.
Imaginação e inspiração º
Filosofia e arte
Introdução conceitual de Estética seu uso vulgar, artístico e filosófico.
O belo e o feio
A percepção estética
Filosofia e arte
A arte como conhecimento intuitivo do mundo
O papel da imaginação na arte
Arte e sentimento
Arte e educação
Funções da arte
Função pragmática ou utilitária da arte
Função naturalista
Função formalista
Concepções estéticas
O naturalismo grego
A estética medieval e a estilização
O naturalismo renascentista
O iluminismo e o academicismo: a estética normativa
Kant e a crítica do juízo estético
O pós-modernismo
Estética e sociedade
A estética hoje
FILOSOFIA POLÍTICA
Os regimes democráticos são exceção no espaço e no tempo. Temos que reconhecer que a
modernidade trouxe conquistas fundamentais como a valorização da subjetividade e da liberdade
individual. Se, por um lado, o modelo da representação política foi a única forma encontrada para
viabilizar o retorno da democracia nas sociedades modernas, por outro lado, é preciso admitir que
vivemos, hoje, uma crise da representação política, que coloca em questão o atual modelo das
chamadas repúblicas democráticas liberais. Vivemos uma era onde os direitos humanos e políticos,
conquistados a partir do século XVIII, não garantem os direitos sociais mais elementares para a
maioria das pessoas.
No plano das relações internacionais, os recentes acontecimentos, como as guerras de
invasão; as ações terroristas, estatais ou não; o desrespeito aos direitos humanos, nos demandam
uma série de questões sobre o sentido do poder, da soberania, da democracia, da liberdade e da
tolerância.
A Filosofia Política busca discutir as relações de poder e compreender os mecanismos que
estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. No Ensino Médio, a Filosofia Política tem
por objetivo problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, dentre
outros, de modo que se atenda o dispositivo da LDB, preparando o estudante para uma ação política
efetiva.
METODOLOGIA
No cenário, mundial e brasileiro, onde se questionam os sentidos dos valores éticos,
políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e uma contribuição
relevante: enquanto investigação de problemas que têm recorrência histórica e criação de conceitos
que são repensados também historicamente, gera, em seus processos, discussões promissoras e
criativas que podem desencadear ações transformadoras, individuais e coletivas, nos sujeitos do
fazer filosófico.
É por essa razão que os conhecimentos, os processos filosóficos permanecem válidos e
atuais e que o trabalho com estes processos, na disciplina de Filosofia, adquire relevância no
contexto do Ensino Médio.
A filosofia, como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, pode viabilizar interfaces
com as outras disciplinas para que o aluno possa compreender o rico mundo da linguagem, da
literatura, da história, das ciências e da arte, como defende Ribeiro (2005).
A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como uma ferramenta que
possibilita ao estudante o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. Trata-se de
priorizar a capacidade de criar, de elaborar e repensar os conceitos. O que o ensino de Filosofia tem
de próprio é ser um espaço para criação de conceitos, unindo a filosofia e o filosofar como
atividades indissociáveis, que dão vida à aula de filosofia e ao próprio espaço escolar.
Existem formas diversificadas de se trabalharem os conhecimentos filosóficos, nos
currículos escolares. Aqui, a opção é pelo ensino de filosofia a partir de conteúdos estruturantes.
Estes conteúdos organizam o trabalho pedagógico com os conhecimentos filosóficos, porém não
esgotam esse conhecimento. É um recorte curricular, a partir da tradição filosófica. Estas Diretrizes
Curriculares propõem que os temas devem ser trabalhados na perspectiva de se pensarem os
problemas da vida com significado histórico e social para os estudantes, e que podem ser
adequadamente tratados no Ensino Médio.
Esses problemas, que são também problemas inseridos e decorrentes da história da Filosofia,
foram tratados por seus autores e obras clássicas. Portanto, deve existir relação entre os conteúdos
estruturantes e os problemas a serem trabalhados com os estudantes. Os problemas devem ser
estudados e analisados à luz da história da filosofia, com o auxílio de textos filosóficos, de modo
que a leitura do texto deve dar subsídios para que estudante possa pensar o problema, pesquisar,
fazer relações e criar conceitos.
E importante notar que não estamos propondo uma leitura apenas histórica dos textos
filosóficos, que nada mais é do que uma atualização de fórmulas antigas. Este tipo de leitura põe em
risco a atividade filosófica, pois segundo este viés, bastaria um método de leitura para garantir a
atividade filosófica.
Ir ao texto filosófico ou à história da filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em
que esses conteúdos passem a ser a única preocupação da aula de filosofia. Eles são importantes na
medida em que revelam o problema filosófico a ser tratado com os estudantes, revelam sua
atualidade e que são filosóficos porque foram estudados filosoficamente.
A leitura filosófica tem uma especificidade, pois dissolve as interpretações já cristalizadas,
mantendo a possibilidade de novas representações a partir das forças e intensidades a novas
interpretações, e novas soluções para o problema podem surgir. Nesse sentido, é consensual o fato
de que a atividade filosófica deve estar centrada, sobretudo no trabalho com o texto, com o intuito
de buscar entender as estruturas argumentativas que o mesmo apresenta. No entanto, é preciso que o
professor tome o devido cuidado para não cair no textualismo (texto como fim em si mesmo). O
domínio técnico não só é importante como necessário. O problema está no formalismo ou no
refugiar-se na tecnicidade estrutural do texto desconsiderando, quando não eliminando ou
descartando a necessidade do diálogo entre o conhecimento que o texto transmite, o contexto
histórico social ao qual está imerso e as condições de subjetividade de quem busca sua apropriação,
seja o aluno, seja o professor.
A leitura do texto filosófico tem início com a contextualização, a fim de compreender a
problemática do texto no seu tempo. Essa leitura visa explicitar conceitos e suas relações, buscando
o aprofundamento da compreensão, possibilitando mostrar a atualidade dos problemas identificados
e retomar os conceitos, a fim de possibilitar novas significações.
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Diante dos desafios contemporâneos enfrentados no decorrer do processo educacional,
disposmos, nos conteúdos estruturantes e específicos, a análise , apropriação e crítica dos valores
constituintes da problemática à luz da reflexão filosófica.
No conteúdo estruturante “Mito e Filosofia” pode-se trabalhar a questão da Diversidade
Sexual e de Gênero a medida que se estuda a cultura Greco-romana , nos pensadores pré-socráticos
e socráticos, em que a questão da homossexualidade era vista de forma tolerável, e de certa forma,
constituinte da cultura Greco-romana.
No conteúdo “Teoria do Conhecimento”, podemos pontuar questões a respeito da apreensão
cognitiva a partir do fator cultural, mostrando que, o critério da evidencia cartesiana não poderia ser
aplicado em certas culturas, por exemplo, africanas ou indígenas, sendo o contrário, também
válido.
No conteúdo “Filosofia da Ciência”, figuramos também os problemas referentes a
diversidade educacional , indígena e do campo como exemplos da construção de saberes válidos e
norteantes, paralelos e complementares ao filosófico e científico.
No conteúdo “Ética” , pode-se escalonar os itens, Educação Ambiental, Cidadania e Direitos
Humanos; Relações étnico racionais; e prevenção e uso de drogas.
No conteúdo “política”, elencamos Cidadania e direitos humanos; educação fiscal; e,
história do Paraná.
No conteúdo “Estética”, preconizamos o enfrentamento a violência, educação para as
relações étnico raciais usando a arte como forma de conhecimento, expressão e ferramenta de
transformação da realidade cultural
AVALIAÇÃO
O professor de filosofia deve ter clara a peculiaridade do processo de ensino aprendizagem
em filosofia, que singulariza esta disciplina: se o aprender e o ensinar só se concretizam na
experiência que acontece em cada aula e na relação do professor e do estudante com os problemas
suscitados e com a busca de soluções, na disciplina de Filosofia o texto filosófico e a elaboração de
novos conceitos são essenciais.
Esta especificidade deve ser levada em conta no processo de avaliação, A filosofia como
prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos, encontra, então, seu sentido na
experiência de pensamento filosófico.
Entende-se por experiência esse acontecimento inusitado que o educador pode propiciar,
preparar, porém não determinar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função
diagnóstica, isto é, ela não possui uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e
mesmo redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a
qualidade do processo educacional que professores, estudantes e a própria instituição de ensino
estão construindo coletivamente.
No ensino de Filosofia, a avaliação não trata meramente de perceber o quanto o estudante
assimilou o conteúdo presente na história de Filosofia, o problema dos filósofos, nem tampouco sua
capacidade de tratar deste ou daquele tema. Ao avaliar, o professor deve ter um profundo respeito
pela pessoa e pelas posições dos estudantes, mesmo não concordando com elas. O que está em jogo,
no exercício com os processos filosóficos, é a capacidade de argumentar e de identificar os limites
da própria posição a que deve ser levado em consideração é a atividade com conceitos, a capacidade
de construir e avaliar posições, de detectar os princípios subjacentes aos temas e discursos.
Nesse sentido, a avaliação, em Filosofia, deve considerar a capacidade do estudante do
Ensino Médio em criar conceitos; analisar que conceitos foram elaborados, preconceitos foram
quebrados; estabelecer comparações entre o discurso que se tinha antes e qual o discurso se tem
após o estudo, após a aula de filosofia. Assim, a avaliação de filosofia tem início já com a
sensibilização, discutindo o que o estudante pensa e conhece sobre o conteúdo e após este ter acesso
ao conteúdo filosófico, deve-se levar o educando a rever suas próprias posições, criando inclusive
novos conceitos. Nesta perspectiva é possível entender a avaliação como um processo que se dá no
interior da própria aula de filosofia, nas discussões coletivas e na produção individual,
especialmente a escrita, a qual pode ser realizada a qualquer tempo.
Assim a avaliação será contínua e diagnóstica, possibilitando ao aluno diferentes
instrumentos e momentos avaliativos para que tanto o professor quanto o próprio aluno perceba seu
desenvolvimento e crescimento intelectual.
AVALIAÇÃO
Trabalho individual
O aluno deverá desenvolver/ criar um texto em que conte a origem de algum objeto, usando
para isso da linguagem e das características da narração mítica. O trabalho deverá ser entregue,
manuscrito e devidamente identificado.
Critérios: Criatividade, argüição, respeito a proposta de construção de texto com
característica mítica, uso adequado da linguagem e da construção textual.
Trabalho em grupo
O trabalho se desenvolverá em duas partes independentes. Na primeira, tendo como ponto
de partida o texto apresentado pelo professor, deverá ser feita uma pesquisa sobre o assunto
sorteado (Tales de Mileto, pré-socráticos, Sócrates ou Platão), cabendo a cada grupo um filósofo
específico. O trabalho deverá ser entregue escrito. Será aceito a posteriori pela metade do valor
para cada semana de atraso. Critérios: Boa compreensão do tema, contextos históricos e aspectos
filosóficos.
A segunda parte dos trabalhos em grupo será a apresentação oral dos textos referentes à
pesquisa. O professor fará perguntas-chave para a discussão e compreensão do texto pela turma.
Será verificada a compreensão do trabalho apresentado em sua totalidade, não apenas em recortes.
Critérios: compreensão e interpretação do texto, didática da apresentação e respostas adequadas às
perguntas do professor e dos demais alunos durante a apresentação.
Avaliação oral
Serão realizadas, após cada apresentação de trabalho, um determinado número de perguntas
dirigidas aos alunos. Estas perguntas serão referentes aos temas abordados durante a apresentação
dos colegas. Tem por critério, avaliar a compreensão imediata dos conceitos, a capacidade
argumentativa, oralidade do aluno e domínio do conteúdo.
Prova escrita
Será composta de perguntas objetivas de múltipla escolha com apenas uma resposta correta
de modo a despertar no aluno a interpretação e associação com o conteúdo; Perguntas subjetivas de
modo a desenvolver a ação discursiva com fundamentação e organização de idéias no discurso;
Perguntas associativas, visando a correspondência entre idéias.
Critérios: Perguntas objetivas: será considera apenas a resposta correta, pois o acerto da
mesma subentende-se a correta interpretação da questão e das alternativas; Perguntas Subjetivas:
concordância entre as idéias principais da pergunta e da resposta de acordo com os fundamentos do
tema proposto, concordância com as regras de escrita da língua portuguesa e estrutura do texto
(princípio, meio e fim); Perguntas associativas: correlação correta entre as alternativas, pois
subentende-se a correta interpretação da questão e das alternativas.
RECUPERAÇÕES
As recuperações acontecerão de forma paralela e de acordo com a necessidade de cada
indivíduo.
BIBLIOGRAFIA
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Munoz. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. 288 p. (Coleção Trans) - Título original: Qu'estce que Ia
philosophie?
DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martin Claret, 2000.
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MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia Alemã . São Paulo: Martins Fontes, 1976.
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CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7a edição.São Paulo, Ática., 2000
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