1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso INTERFERÊNCIA DA ROTINA HOSPITALAR NO APRAZAMENTO DE MEDICAMENTOS REALIZADOS PELOS ENFERMEIROS NO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS DO DISTRITO FEDERAL Autora: Amanda Micheline Alves Orientadora: Fernanda de Castro Monteiro Fernandes, Msc. Brasília - DF 2013 2 AMANDA MICHELINE ALVES INTERFERÊNCIA DA ROTINA HOSPITALAR NO APRAZAMENTO DE MEDICAMENTOS REALIZADOS PELOS ENFERMEIROS NO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS DO DISTRITO FEDERAL Monografia apresentada ao Curso de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: Fernanda Fernandes, Msc. Brasília – DF Novembro de 2013 de Castro Monteiro 3 Monografia de autoria de Amanda Micheline Alves, intitulada “Interferência da Rotina Hospitalar no Aprazamento de Medicamentos Realizados pelos Enfermeiros no Hospital das Forças Armadas do Distrito Federal” apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro, da Universidade Católica de Brasília, defendido e aprovado, __/__/__, pela banca examinadora constituída por: _________________________________________________ Orientador ___________________________________________________ Examinador __________________________________________________ Examinador Brasília - DF Novembro de 2013 4 Aos meus pais: José Alves in memoria e minha mãe Lia, pelo imenso amor dedicado à família e pelo grande exemplo de perseverança, honestidade e humildade. Aos meus irmãos: Júlio e Vanessa pelo calor fraternal em todos os momentos e seus filhos Iago e Milena. À Rebeca, minha filha, que com seu sorriso, amor e carinho revela a cada dia o real valor de ser mãe. Em especial ao meu amigo, conselheiro, parceiro e esposo Nildo pela dedicação, paciência, pelo estímulo que me auxiliaram na concretização desse sonho. Aos familiares, parentes e amigos que souberam entender a minha ausência durante esses anos. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, pelo dom da vida e a quem eu busco em todos os momentos da minha vida. A diretora e Prof. Mestre Fernanda Monteiro de Castro Fernandes, pelo conhecimento, apoio e exemplo profissional. Aos professores pelo carinho e empenho durante a minha graduação em especial: a Profª. Marise Faleiro e ao Prof. Dr. Maurício Chaves pelo carinho, paciência, dedicação e ensinamentos transmitidos durante nosso internato. Aos colegas de graduação pelo empenho e dedicação no decorrer do curso. Aos servidores do HFA pelo empenho e apoio neste trabalho. total 6 RESUMO ALVES, Amanda Micheline. Interferência da Rotina Hospitalar no Aprazamento de Medicamentos Realizados pelos Enfermeiros no Hospital das Forças Armadas do Distrito Federal. Enfermagem – Universidade Católica de Brasília, 2013. Introdução: O presente trabalho apresenta o enfermeiro atuando no aprazamento medicamentoso como uma de suas funções nos cuidados com os pacientes. Objetivo: o estudo objetiva identificar os critérios utilizados para o aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro em uma prescrição medicamentosa. Método: Trata-se de uma revisão de literatura, com a análise de livros, artigos e revistas na área de enfermagem, bem como pesquisa quantitativa com entrevista estruturada e análise documental. Conclusão: Através das entrevistas, identificouse que os trabalhos administrativos atrapalham no cuidado com o paciente, dificultando o aprazamento medicamentoso. Palavras-Chaves: Enfermeiro; Aprazamento Medicamentoso; Trabalhos Administrativos. 7 ABSTRACT ALVES, Amanda Micheline. Interference Routine Hospital in Aprazamento Medicines done by nurses at the Hospital of the Armed Forces of the Federal District. Nursing – Universidade Católica de Brasília, 2013. Introduction: This paper presents the nurse working in control drug as one of their roles in patient care. Objective: The study aims to identify the criteria used to aprazamento medication by nurses in a prescription drug. Method: This is a literature search, with the analysis of books, articles and journals in the field of nurses as well as qualitative research with structured interviews and documentary analysis. Conclusion: Through the interviews, it was identified that hinder the administrative work in dealing with the patient, hampered control drug. Keywords: Nursing; Control drug; Administrative work. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 9 1. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 1.1 HISTÓRICO DOS MEDICAMENTOS..................................................................... 11 11 1.2 ORIGEM DO HOSPITAL......................................................................................... 11 1.3 ORIGEM DA ENFERMAGEM................................................................................. 12 1.4 IMPORTÂNCIA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM................................. 13 2. PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA......................................................................... 14 2.1 APRAZAMENTO MEDICAMENTOSO......................................................... 14 2.2 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS................................................... 16 2.3 FUNÇÃO DESEMPENHADA PELOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NA PRESCIÇÃO MEDICAMENTOSA................................................................................. 19 2.4 ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS.......................................... 21 3. METODOLOGIA....................................................................................................... 24 3.1 LOCAL..................................................................................................................... 25 3.2 POPULAÇÃO.......................................................................................................... 25 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.................................................................................... 25 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.................................................................................. 26 3.5 COLETA DE DADOS.............................................................................................. 26 3.6 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................... 26 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................ 28 4.1 ANÁLISE DOCUMENTAL....................................................................................... 28 4.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS............................................................................... 28 4.2.1 PERFIL DOS ENFERMEIROS ENTREVISTADOS............................................. 29 4.2.2 TRAJETÓRIA DE TRABALHO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL........................... 29 4.2.3 CONHECIMENTO SOBRE APRAZAMENTO...................................................... 30 4.2.4 ANÁLISE DOCUMENTAL.................................................................................... 31 CONDIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 35 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 36 APÊNDICE.................................................................................................................... 40 9 INTRODUÇÃO No ambiente hospitalar há vários profissionais envolvidos para a tomada de uma série de decisões e ações referentes aos cuidados dispensados ao paciente, nos quais necessitam de conhecimento na proposta que a Instituição hospitalar oferece, formando uma equipe multidisciplinar para um atendimento que vai desde a entrada do paciente no setor até a sua alta hospitalar. Nessa esfera merece destaque a equipe de enfermagem que lida diretamente com o paciente initerruptamente, realizando as suas atividades incluindo a administração de medicamentos, fazendo o acompanhamento da prescrição médica e de enfermagem, como aferindo os sinais vitais, administração da dieta, mudança de decúbito, higiene oral e corporal, encaminhamento do paciente para exames e cirurgias. (ALBALADEJO, 2002). O profissional responsável pela equipe de enfermagem é o enfermeiro, que têm direitos e deveres previstos pelo seu código de ética, exaltando que é atribuição do enfermeiro em relação à prescrição medicamentosa, visto que dispõe de anos de formação acadêmica sendo sua responsabilidade atribuída ao conhecimento das fases envolvidas nesse processo, tais como: ação do fármaco, interações e reações medicamentosas, os horários dos medicamentos a serem administrados, tal prática que o enfermeiro delega muitas vezes para o técnico de enfermagem, sendo que este não tem embasamento acadêmico sobre o estado geral do paciente como exame físico, estado clínico, interações medicamentosas, potencialização da droga no organismo. (Jacinta, 2006). No aprazamento de medicações feito em uma prescrição medicamentosa, há critérios como os institucionais que podem induzir o enfermeiro ou o profissional de enfermagem (técnico ou auxiliar) a determinar os horários e formular sua sistematização de cuidados dispensados ao cliente internado. Estes incluem avaliar o estado clínico, as interações medicamentosas, os seus efeitos adversos, a melhora do quadro clínico ou não, comparando com os resultados em seu prontuário. Para Caldeira (2008), embora no Brasil não se conheça a real magnitude do problema dos erros de medicação (processo complexo com várias etapas onde é tomada uma série de decisões, envolvendo profissionais com o paciente), o país é considerado o quinto em consumo de medicamentos, o primeiro lugar da América Latina e o nono lugar no mercado mundial farmacêutico em volume financeiro. 10 JUSTIFICATIVA Nas instituições hospitalares são gastos do orçamento de 15 a 20% para tratamentos de complicações pelo uso incorreto dos medicamentos, ocupando o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações e o segundo lugar nos registros por morte. Salientando que o profissional de enfermagem deve prestar uma assistência com segurança objetivando a prevenção de possíveis erros relacionados à administração de medicamentos. Tem sido objeto de várias pesquisas gestoras da saúde, pois os erros sejam na administração dos medicamentos, no seu processo de prescrição ou dispensação, influem diretamente no tratamento do paciente prolongando assim o seu tempo de internação, e para o profissional, diminui a sua visibilidade na unidade hospitalar, podendo ocorrer punições. No presente trabalho objetivou-se verificar uma das maiores responsabilidades do enfermeiro no tocante ao seu exercício profissional, que é a administração de medicamentos, dando ênfase ao aprazamento de medicamentos, sendo de suma importância à relação do enfermeiro com o indivíduo a ser cuidado. Para a instituição hospitalar é necessário que o enfermeiro adote uma série de decisões e ações para se conscientizar do seu papel no que diz respeito a sua função de coordenar uma equipe, logo, falhas na administração colocam em evidência a responsabilidade da enfermagem para a prática profissional. O aprazamento de medicamentos é uma dessas atividades, já que o enfermeiro tem que ter uma avaliação criteriosa e individualizada de cada paciente. 11 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 HISTÓRICO DOS MEDICAMENTOS Ao longo do século XX, as preparações e venda dos medicamentos eram fornecidos pelo boticário assim como as orientações acerca do medicamento. Com o avanço da indústria farmacêutica, o farmacêutico teve e tem papel de destaque nas suas atribuições, como a orientação e acompanhamento farmacêutico, educação em saúde, responsabilidade pelo bem-estar para a promoção da saúde (VIEIRA, 2005). Para Albaladejo (2002), no decorrer do século XX, a terapêutica medicamentosa teve grande avanço com o surgimento do anti-infeccioso influenciando a redução da mortalidade e morbidade nos anos de 1930 e 1940, retardando o surgimento de complicações associadas às doenças, aumentando a expectativa de vida. Nos anos seguintes, foram introduzidos novos fármacos em escala industrial com o objetivo de possibilidade de cura para várias enfermidades até então fatais, como doenças infecciosas, alcançando papel central nas consultas realizadas pelos médicos, auxiliando no processo de diagnóstico e decisão final do tratamento (LEITE et al, 2008). Caldeira (2008) explica que, a partir do século XIX, no Brasil começou a ser implantado um impresso acompanhando os medicamentos, contendo informações sobre posologia, composição, indicação e reação adversa. A bula é a principal informação fornecida, onde a sua forma e conteúdo acompanham a normatização do setor farmacêutico, ao paciente em relação aos medicamentos. Sendo o órgão regulador a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que analisa e aprova tudo que é produzido pela indústria farmacêutica antes de sua comercialização (SILVA, 2000). 1.2 ORIGEM DO HOSPITAL Suscintamente é importante ressaltar ponderações a respeito do hospital e suas origens, pois auxiliará na compreensão das ações adotadas atualmente com relação aos procedimentos que envolvem a enfermagem e o aprazamento medicamentoso. 12 Conforme Jacinta (2006), no século XVIII, o hospital localizava-se distante da área urbana, pois era uma instituição de assistência tanto de separação e exclusão do pobre e doente e sua exclusão para evitar contágio de doenças à população. Estes pacientes eram cuidados por religiosos ou leigos, que na maioria das vezes, eram mulheres em busca da salvação de Deus por meio das ações de caridade exercidas no local. O surgimento do hospital moderno no Brasil originou-se na transição do modelo religioso para o modelo pavilhonar, em meados do século XIX, sofrendo profundas transformações nos modelos que se consolidava na Europa e EUA com a construção em bloco único, que é a tônica do modelo hospitalar até hoje (FORMIGA, 2005). O hospital começa a ser identificado como instrumento de cura, nascendo assim à enfermagem em vista da necessidade de cuidados com a saúde e a doença, tendo um significado de ação de caridade, evoluindo depois para a profissionalização (JACINTA, 2005). 1.3 ORIGEM DA ENFERMAGEM Ao longo dos tempos a enfermagem tem se tornado cada vez mais fundamental no que tange as práticas e cuidados médicos. Quando se fala em enfermagem, por trás deve-se pensar em proteção, promoção e recuperação da saúde, assim como na prevenção de doenças. Sua presença é indispensável em qualquer hospital. No século XIX, a enfermagem transformou-se radicalmente com Florence Nightingale (1820 – 1910), que racionalizou a prática de enfermagem fundamentada em bases mais científicas, organizando assim o espaço terapêutico para o doente com hierarquia entre os enfermeiros, tornando assim o hospital como prestador de serviços, com divisão técnica dos trabalhos, exercendo as enfermeiras ações administrativas e de educação, e os técnicos, auxiliares e atendentes as ações assistenciais especificados nas normas, manuais com descrições dos passos a serem seguidos, bem como quem deve executar, visando economia de tempo e maior agilidade na execução do serviço (FARIAS, 2007). Florence teve sua projeção maior como enfermeira após a participação como voluntária na Guerra da Criméia, em 1854, onde destacava que o profissional de 13 enfermagem deveria ser capacitado com treinamento organizado, prático e científico, sendo todas as práticas registradas. Mais tarde, ela deu origem às prescrições médicas e a implantação das visitas das enfermeiras junto ao médico para melhor entendimento do quadro clínico do paciente e como cuidar do mesmo para evitar instruções esquecidas, prevenindo erros, pois a segurança do paciente é parte essencial da profissão. (FORMIGA, 2005). De acordo com Formiga (2005), no Brasil, a patrona da enfermagem é Ana Justina Ferreira Neri (1814-1880), destacou-se como uma mulher anônima deixando o espaço privado do lar como voluntária na guerra do Paraguai (1864-1870) para assumir um papel importante no espaço público. A solicitação de Ana Neri era puramente afetiva e não pediu para ser intitulada enfermeira no atendimento a feridos tendo lições de como cuidar dos doentes com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo onde ficou popularmente conhecida com “Mãe dos Brasileiros”. Ana atendia às exigências que elevariam o status social e moral da enfermeira do século XX e tornou-se símbolo da enfermagem brasileira. Faleceu aos 65 anos de idade em 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro (COFEN, 2011). 1.4 IMPORTÂNCIA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM Segundo Farias (2007), as informações iniciadas na consulta médica tem continuidade, sendo o paciente orientado quanto à prescrição médica, a dose, a posologia, os cuidados no armazenamento, informações sobre possíveis interações medicamentosas e efeitos adversos. É essencial que os profissionais de saúde, incluindo médicos e farmacêuticos, busquem informações fidedignas e atualizadas quanto aos medicamentos na cadeia de assistência à saúde (LEITE, 2008). Esta função informativa e educativa da dispensação torna-se a peça chave na cadeia da assistência à saúde. Este aconselhamento, no ato da dispensação, dá oportunidade à criação de novo vínculo assistencial (AQUINO, 2008). Os profissionais de saúde, quem prescreve e que dispensa, têm sob sua responsabilidade, direta ou indiretamente, a saúde do paciente. É, portanto, essencial que busquem sempre o acesso a fontes fidedignas e atualizadas quanto aos medicamentos. Ainda mais que certas fontes de informação tentam transformar estes profissionais em consumidores acríticos de medicamentos (LEITE, 2008). 14 2. PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA Segundo COFEM (2009), para uma prescrição médica ser considerada completa deve conter nome completo, número de registro do hospital, data de nascimento, nome do medicamento a ser administrado, a posologia, a dose do medicamento a ser administrado, via de administração, horário e assinatura do médico, tornando assim a prescrição um documento legal para a comunicação entre os envolvidos como o médico, o farmacêutico e o enfermeiro. A prescrição é na maioria das vezes, feita pelo profissional médico. Ela é o resultado de uma série complexa de decisões que este profissional vai tomando durante a consulta, após entrar em contato com o paciente. A importância do prescritor reside no fato de ser ele o responsável pela indicação de um medicamento com base na interpretação que faz daquilo que o paciente lhe diz. A importância do paciente reside na descrição do que está sentindo. Ambos carregam consigo vivências e expectativas que lhes permitem tomar decisões quanto à prescrição e uso de determinado medicamento, neste contato, diversos são os fatores que podem influenciá-los. Conforme Luiza (2004), o paciente hospitalizado possui prontuário, onde contém a prescrição medicamentosa escrita pelo médico, dirigida ao farmacêutico para dispensação do fármaco para o paciente nas condições em que deve ser utilizado, logo o profissional de enfermagem é responsável pela administração e supervisão de medicamentos resultando em uma equipe multiprofissional sujeitos à legislação. As informações contidas no sistema hospitalar são dados da admissão hospitalar que precisam ser melhores preenchidos (a sua utilização de modo adequado) para que a qualidade da informação gerada possa servir de fonte para pesquisas futuras (GRACE, 2002). 2.1 APRAZAMENTO MEDICAMENTOSO O aprazamento de medicações é atividade de responsabilidade do enfermeiro. Envolve o planejamento dos horários da administração dos medicamentos e intervalos entre aqueles da prescrição médica. Dessa forma é possível não apenas prevenir as interações medicamentosas, mas também as 15 reações adversas. Por este motivo, o código de ética do profissional de enfermagem proíbe a administração dos medicamentos sem o conhecimento da ação da droga e seus riscos, (FRANCO et al, 2010). No aprazamento, é importante seguir rigorosamente os intervalos de tempo entre as doses administradas, pois estão relacionados aos eventos farmacocinéticos e à farmacodinâmica, que fundamentam a necessidade de dosagem para seguir uma sequência no tempo para que a ação do medicamento seja mantida (MIASSO, 2006). O enfermeiro realiza o exame físico em sua prática assistencial com a coleta de dados obtidos em conversa com o paciente juntamente com o exame físico através da técnica de inspeção, palpação, percussão e ausculta associando a teoria à prática constituindo-se de cinco etapas inter-relacionadas como a investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação que vem a servir como dados para o cuidado oferecido levando o enfermeiro a desenvolver um raciocínio clínico de modo integral e interdisciplinar na sua avaliação do cuidado prestado ao paciente internado sob seus cuidados (SILVA et al, 2011). O preparo, a administração, o aprazamento (planejamento dos horários da administração e intervalos) e o monitoramento na terapia medicamentosa é função do enfermeiro, e este assegura uma prática embasada na ciência, apesar da existência das rotinas institucionalizadas que não levam em conta as peculiaridades do medicamento administrado (FONTENELE, 2006). Assim para a segurança da terapia medicamentosa, enfermeiros devem ter conhecimentos sobre o correto preparo e administração de fármacos. A partir da prescrição médica, executam o aprazamento da administração, prescrevem cuidados concernentes à administração e monitorização, conforme o tipo de terapêutica e registram a resposta do paciente ao tratamento, incluindo possíveis eventos adversos relacionados ao uso de fármacos e soluções. O aprazamento dos medicamentos pode ser uma das causas de erro do enfermeiro que utiliza o critério direcionador, que é a rotina de horários de uma clínica, estabelecendo-se uma padronização do medicamento que está prescrito, como por exemplo, de 8 em 8 horas, aprazando-se para 14, 22, 6 horas, valendo para outros tipos de horários. (SILVA; PRADO, 2007). De acordo com Silva e Prado (2007), algumas pesquisas demonstraram que o aprazamento quando estabelecido pelo critério da rotina, leva a problemas como 16 interações medicamentosas, potencializa a ocorrência de reações adversas aos medicamentos e a de eventos adversos com inúmeras consequências para o paciente. É impossível ministrar todos os medicamentos no mesmo horário, sendo admissível a sua administração meia hora antes ou depois do horário determinado, desde que esta seja norma da instituição. Contudo, para diminuir eventos indesejáveis deve-se evitar que esses aprazamentos padronizados sejam fixados para um mesmo horário, sobrecarregando o preparo e a administração dos medicamentos (MIASSO, 2006). Os motivos de atraso de uma medicação podem ser vários, desde a falta de medicamentos, demora na dispensação pela farmácia, falta de servidores, sendo considerado um erro fora do intervalo de tempo pré-definido na prescrição do paciente devendo ser monitorados e analisados para que medidas possam ser instauradas reduzindo a possibilidade de novas ocorrências (BOHOMOL, 2007). Em vários hospitais, os profissionais de saúde trabalham sobrecarregados, por haver excesso de pacientes, número reduzido de profissionais, além do esgotamento físico. Como a remuneração é baixa, o profissional de enfermagem necessita trabalhar em mais de um local, muitas o excesso de trabalho gera desatenção e esquecimentos que contribuem para um erro de medicação. 2.2 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Caso exista deficiência na administração, os pacientes podem receber um número elevado de medicamentos durante o tratamento (CASSIANI, 2005). No contexto hospitalar, a prática de medicação pode ser definida como um sistema complexo, com vários processos interligados, interdependentes e constituído por profissionais de diferentes áreas de conhecimento (médicos, equipe de farmácia e de enfermagem) que compartilham de um objetivo comum, que é a prestação da assistência à saúde dos pacientes com qualidade, eficácia e segurança. Os profissionais envolvidos em cada um dos processos descritos devem ter compreensão de que, ao fazer um sistema como a medicação, constituído de componentes que se interagem e se inter-relacionam, suas ações podem interferir no comportamento do conjunto como um todo. Qualquer ação de uma parte, 17 necessariamente, pode afetar as ações dos outros profissionais e, consequentemente, no cuidado do paciente. Para Miasso (2006), o profissional deve conhecer o seu papel na corrente de ações necessárias à medicação de um paciente, para que desenvolva seu papel com segurança, consciência, responsabilidade e eficiência, pois há possibilidade de comprometimento do sistema hepático e renal, que são responsáveis pelo metabolismo e excreção dos fármacos. A administração de medicamentos ocupa lugar de destaque na enfermagem, que é responsável pelo preparo, armazenamento, aprazamento e administração das medicações, envolvendo uma prática complexa que deveria ser amplamente discutida no cotidiano. Logo, o enfermeiro deve conhecer, não apenas do ponto de vista biológico, mas também pela sua formação profissional, habilidades e conhecimentos e responsabilidade ética, as etapas que envolvem a administração a fim de prevenir erros que coloquem em risco à vida do paciente, visando desenvolver estratégias para a segurança da equipe de enfermagem assim como as condições de trabalho oferecidas nas instituições (LOPES, 2006). A equipe envolvida deve receber capacitação permanente, garantindo a sua atualização. O treinamento deve seguir a uma programação estabelecida e adaptada às necessidades do serviço, com os devidos registros. Os programas de treinamento devem incluir alguns temas como noções de qualidade, instruções sobre higiene e saúde, transmissão de doenças, aspectos operacionais e de segurança do trabalho (SILVA; PRADO, 2007). Conforme Silva e Prado (2007), para garantir a eficiência no sistema de medicação, os papéis devem ser bem definidos, pois envolvem pessoas, materiais, decisões e procedimentos que estão interligados estre si, para que a uniformização de forma que o sistema seja coeso, evitando assim a implementação de práticas particulares que podem predispor ao erro. A prescrição para administrar um medicamento depende das propriedades e efeito desejado do medicamento, bem como das condições físicas e mentais do cliente. O enfermeiro deve colaborar com o médico na determinação da melhor via para o medicamento do paciente. De acordo com Potter (2004), as vias são: Via oral: é a mais fácil e mais comumente utilizada. Os medicamentos são fornecidos pela boca e deglutidos com líquidos. Os medicamentos orais apresentam 18 um início de ação mais lento e um efeito mais prolongado que os medicamentos parenterais. Via parenteral: envolve injetar um medicamento dentro dos tecidos corporais. Os quatro principais sítios de injeção são o subcutâneo, intramuscular, intravenoso e intradérmico. Administração tópica: são aplicados à pele e mucosas geralmente, possui efeitos locais, é aplicado à pele, ao pincelá-lo ou espalhá-lo sobre uma área, aplicando-a curativos úmidos, embebendo partes do corpo em uma solução, ou dando banhos medicamentosos. Inalação: as passagens mais profundas do trato respiratório proporcionam grande área de superfície para a absorção do medicamento, podem ser administrados através das vias nasais, via oral ou tubos colocados dentro da boca do cliente até a traqueia. Intraocular: envolve a inserção de um medicamento semelhante a uma lente de contato dentro do olho do cliente (POTTER, 2004). Segundo Silva (et al, 2011), para administrar os medicamentos de forma segura deve-se seguir os 9 certos: paciente certo (conferir nome e sobrenome, número de quarto e leito); medicamento certo (conferir o rótulo do medicamento com o a prescrição médica); dose certa (antes de preparar certificar-se lendo na prescrição e comparando com o preparado); via certa (certificar-se antes de aplicar lendo a prescrição); hora certa (aplicar no horário previsto na prescrição); tempo certo (controlar adequadamente o gotejamento ou bomba de infusão ou bombas de seringa); validade certa (conferir data de validade); informação certa (esclarecer qualquer dúvida do paciente em relação ao medicamento que será administrado, a via e ação do medicamento de maneira clara e objetiva) e o registro certo (registrar na prescrição com rubrica e anotando queixas, suspensão ou não aceitação de medicação). 2.3 FUNÇÃO DESEMPENHADA PELOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA Conforme Coimbra (2001), o médico redige a prescrição do medicamento em formulário no prontuário clínico do cliente. Além disso, os médicos muitas vezes, não 19 têm acesso a informações completas a respeito da segurança dos fármacos. Parte deles sequer conhece o conjunto dos possíveis efeitos nocivos do que prescreve, ou não sabe identificar nem prevenir corretamente combinações perigosas entre as substâncias farmacológicas. Por outro lado, a maioria dos pacientes ignoram os perigos de se misturar medicamentos e não declaram se já estão usando outros. Teoricamente, o farmacêutico prepara e distribui os medicamentos prescritos, bem como pode também, avaliar o plano de medicamentos e as necessidades do cliente relacionadas ao medicamento. Ele é responsável por aviar as receitas com exatidão e assegurar que as prescrições sejam válidas. Liberar o medicamento correto, na dosagem e quantidade apropriadas, com um rótulo preciso é a principal tarefa do farmacêutico, o qual pode ainda fornecer informações sobre os efeitos colaterais, toxicidade, interações e incompatibilidade do medicamento, não prática não se observa esta ordem. A responsabilidade do farmacêutico em relação a prescrição médica, onde concentra-se na distribuição dos fármacos e o seu uso, pois auxilia no cuidado ao paciente, onde pode examinar a prescrição médica atentamente correlacionando informações com dados da história clínica do paciente, identificando, corrigindo ou reduzindo possíveis erros em relação à terapêutica, pois envolve questões de cunho legal, técnico e clínico (COIMBRA, 2001). O médico e o farmacêutico também são responsáveis, pois devem assegurar que o medicamento correto seja fornecido ao paciente, entretanto, a administração dos medicamentos é responsabilidade do enfermeiro, que deve ter conhecimento sobre os medicamentos prescritos, os seus efeitos terapêuticos e não terapêuticos, a supervisão e a educação. (POTTER, 2004). De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem, Lei n 7.498\86 que dispões sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, afirma que cuidados de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas, prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de Enfermagem são funções privativas do enfermeiro. Participam da equipe de enfermagem o técnico exercendo atividade de nível médico executando ações assistenciais e o auxiliar de enfermagem participação em nível de execução simples, prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente. 20 No que se refere ao código de ética é expressamente proibido o enfermeiro delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro. Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos. O enfermeiro participa diretamente do processo de terapia medicamentosa do paciente, cabendo-lhe, entre outras atividades, o preparo, a administração, o aprazamento e o monitoramento da medicação, mas muitas vezes delega a atividade de aprazamento para os auxiliares e técnicos de enfermagem sob sua supervisão, sendo esta prática mais do que um simples procedimento técnico, com isso há possibilidade de serem responsabilizados por seus atos de forma civil, administrativa e criminalmente. (SECOLI et al, 2009). Quanto mais medicamentos são dispensados, maior a possibilidade de as interações medicamentosas ocorrem diariamente. Por isso, os enfermeiros precisam estar atentos aos mecanismos das interações com o objetivo de preveni-los. O órgão fiscalizador que representa a categoria de enfermeiro a nível regional é o COREn, que dispõe sobre direitos e deveres para o exercício profissional, por meio do Decreto Lei nº 94.406\87, sendo as suas ações pautadas para eliminar falhas que podem ser danosas como imperícia (ocorre quando o profissional revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos, falta de observação das normas e despreparo prático), negligência (é caracterizada pela falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos) e imprudência (resulta do profissional tendo perfeito conhecimento do risco e também ignorando a ciência, toma a decisão de agir, assim mesmo), sendo sua responsabilidade estar envolvido em todas as atividades realizadas por seus subordinados como o auxiliar e técnico de enfermagem. (COIMBRA et al, 2001). Os medicamentos são ferramentas terapêuticas para o paciente na sua recuperação e manutenção das suas condições de saúde, pois os eventos adversos aumentam o risco de mortalidade e eventos atribuídos à negligência, visto que se faz necessário uma maior colaboração entre médicos e farmacêuticos para a melhoria da utilização dos medicamentos na unidade hospitalar (VIEIRA, 2005). De acordo com Castro (2000), a Política Nacional de Medicamentos (PNM) constitui o principal instrumento para a orientação da ação de saúde relacionada a medicamentos. Apresenta como principais objetivos garantir a necessária 21 segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Conforme a definição do uso racional de medicamentos proposta pela Política Nacional de Medicamentos, os requisitos para sua promoção são muitos complexos e envolvem uma série de variáveis, em um encadeamento lógico. Para que sejam cumpridos, devem contar com a participação de diversos atores sociais: pacientes, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de políticas públicas, indústria, comércio, governo (CASTRO, 2000). A avaliação do uso de medicamentos junto à população assistida além de avaliar as características relativas a este uso, avalia também a própria assistência à saúde. Do ponto de vista do profissional farmacêutico, a avaliação do consumo de medicamentos e da assistência farmacêutica possibilita o planejamento do uso racional de medicamentos, fornecendo subsídios para a melhoria das condições de saúde individual e coletiva, bem como para ações de cunho preventivo ou curativo (SANTOS, 2004). 2.4 ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Um erro de medicação pode ser definido como "qualquer evento evitável que pode ser causado ou surgir no uso inconveniente ou falta de uma medicação, ou causar prejuízo (dano ou injúria) ao paciente, enquanto a medicação está sob controle dos profissionais de saúde.” (MELO; PEDREIRA, 2005). Evento adverso é considerado quando há utilização inadequada de medicamentos quanto ao uso de fármacos e soluções resultando na incapacidade temporária prolongando, assim, o tempo de permanência hospitalar. A interação medicamentosa resulta na diminuição, no aumento do efeito do fármaco ou na anulação devido à administração simultânea de outro fármaco ou alimento (MARTINS et al, 2011). Belela (et al, 2010) destaca que os tipos de erro são: Erro de prescrição: Escolha incorreta do medicamento (baseada na indicação, contra-indicação, alergias conhecidas, existência e disponibilidade de outra terapia medicamentosa mais eficaz); prescrição incorreta da dose, da via de 22 administração, da velocidade de infusão ou da forma de apresentação do medicamento; prescrição ilegível; prescrição incompleta. Erro de dispensação: Distribuição incorreta do medicamento prescrito para o paciente. Erro de omissão: Não administração de um medicamento prescrito para o paciente, ou ausência de registro da execução da medicação. Erro de horário: Administração do medicamento fora do período estabelecido na prescrição pelo médico ou pelo enfermeiro que realizou o aprazamento da prescrição. Define-se como erro: o atraso ou adiantamento de mais de 30 minutos para medicamentos de ação imediata (exemplo: drogas vasoativas, analgésicos); o atraso ou adiantamento de mais de uma hora para medicamentos de ação prolongada (antibióticos, antiácidos). Erro de administração de medicamento não autorizado: Administração de medicamento não prescrito; administração de medicamento ao paciente errado; administração de medicamento errado; administração de medicamento não autorizado pelo médico; utilização de prescrição desatualizada. Erro de dose: Administração de um medicamento em dose maior ou menor que a prescrita; administração de uma dose extra do medicamento; ou administração de uma dose duplicada do medicamento. Erro de apresentação: Administração de um medicamento em apresentação diferente da prescrita. Erro de preparo: Medicamento incorretamente formulado ou manipulado antes da administração (reconstituição ou diluição incorreta, associação de medicamentos física ou quimicamente incompatíveis); armazenamento inadequado do medicamento; falha na técnica de assepsia; identificação incorreta do fármaco; escolha inapropriada dos acessórios de infusão. Erro de administração: Falha na técnica de assepsia; falha na técnica de administração do medicamento; administração do medicamento por via diferente da prescrita; administração do medicamento em local errado; administração do medicamento em velocidade de infusão incorreta; associação de medicamentos física ou quimicamente incompatíveis; falha nos equipamentos ou problemas com acessórios da terapia de infusão; ou administração de medicamento prescrito incorretamente. 23 Erro de medicamentos deteriorados: Administração de medicamento com data de validade expirada, ou com integridade física ou química comprometida. Erro de monitoração: Falha em monitorar dados clínicos e laboratoriais antes, durante e após a administração de um medicamento, para avaliar a resposta do paciente à terapia prescrita. Erro em razão da não aderência do paciente e família: Comportamento inadequado do paciente e ou cuidador quanto a sua participação na proposta terapêutica. Outros erros de medicação: Quaisquer outros erros não enquadrados nas classificações anteriormente descritas. São várias as causas que podem levar a erros de medicação, estes podem estar relacionados a fatores individuais como: falta de atenção, lapsos de memória, deficiência de formação acadêmica, inexperiência, negligência, desatualização quanto aos avanços tecnológicos e científicos. De acordo com Cassini (2005), o ser humano desempenha suas ações em três níveis, quais sejam: Nível de desempenho (ou também comportamento) baseado nas habilidades: são as tarefas executadas de rotina, praticadas automaticamente e com verificações ocasionais de seu progresso. Refere-se às tarefas automáticas que requerem atenção limitada ou nenhuma cognição durante sua execução. Deslizes são falhas baseadas nas habilidades. Nível de desempenho baseado nas normas, regras: neste nível o ser humano aplica as normas memorizadas ou escritas. É o nível de tomada de decisão que envolve a aplicação de regras ou esquemas já existentes para lidar com situações familiares. Nível do desempenho baseado no conhecimento. Este nível envolve a aplicação consciente de conhecimento existente para lidar com situações novas. Lapsos são as falhas baseadas nos conhecimentos. Os dados provenientes de pesquisas mostram que os erros na medicação representam uma triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde com sérias consequências para pacientes e para a organização hospitalar, pois suas causas 24 repercutem negativamente nos resultados institucionais face aos indicadores relevantes da qualidade da assistência prestada aos pacientes hospitalizados (CARVALHO et al, 2000). Conforme Silva e Prado (2007), em relação às questões que envolvem a segurança em cada um dos processos que compõem o sistema de medicação, um estudo brasileiro apontou índices de ocorrência de eventos adversos, tais como: - 39% no processo de prescrição de medicamentos; - 38% no preparo e administração de medicamentos; - 12% na transcrição; - 11% no preparo de dispensa. Os medicamentos administrados erroneamente podem só ser detectados quando há manifestações clínicas do paciente como reações adversas ou presença de sintomas estando a equipe de enfermagem atenta aos sintomas para as devidas providências com efeito de intervir e minimizar possíveis complicações do erro cometido que pode causar danos ao paciente (CARVALHO et al, 2002). OBJETIVO GERAL Identificar os critérios utilizados para aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro em uma prescrição medicamentosa. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar as dificuldades encontradas para o aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro. Avaliar o estado físico do paciente para o aprazamento de medicamentos. Analisar os horários dos medicamentos propostos como possível causa de interação medicamentosa. 25 3. METODOLOGIA Trata-se de um a pesquisa quantitativa com entrevista estruturada e análise documental. A pesquisa quantitativa é utilizada para descobrir e refinar as questões de pesquisa. Esse enfoque está baseado em métodos de coleta de dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação como as descrições e observações. Seu propósito consiste em reconstruir a realidade, tal como é observada pelos atores de um sistema social predefinido. Demo (2000) aponta as metodologias qualitativas como aquelas capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas. Esse método, além de permitir ao pesquisador analisar processos sociais pouco discutidos em grupos específicos, proporciona a criação de novas abordagens, sistematização de conhecimento adquirido nas investigações, elaborando novas hipóteses, construção de indicadores qualitativos, variáveis e tipologias. Esta abordagem é apropriada para estudar a história das relações, das representações das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. A análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou projeto, buscar identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse, constituem uma fonte estável e rica. Os documentos podem ser consultados várias vezes e inclusive servir de base a diferentes estudos, o que dá mais estabilidade aos resultados obtidos (DEMO, 2000). 3.1 LOCAL O Hospital das Forças Armadas de Brasília (HFA) foi inaugurado em 27 de março de 1972 e congrega o efetivo de médicos, farmacêuticos e dentistas das Forças Armadas. Tem a missão de prestar assistência médico-hospitalar aos 26 militares das Forças Armadas e seus dependentes, à Presidência da República e a determinados segmentos da sociedade, sendo um hospital de referência na assistência de média e alta complexidade em saúde e no ensino e pesquisa no âmbito nacional. 3.2 POPULAÇÃO O universo também denominado população, consiste, de acordo com Marconi e Lakatos (2007), em um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Diante disso, o universo da investigação deste estudo foi constituído por 11 enfermeiros que prestam assistência direta ao paciente na clínica de internação. A amostra total é constituída por servidores que aceitaram responder a entrevista nos critérios de inclusão e exclusão. 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO A entrevista foi feita aos enfermeiros que pertencem ao quadro efetivo do hospital, que prestam assistência direta ao paciente e que aceitaram participar da entrevista voluntariamente, mediante leitura prévia e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Enfermeiros que não pertencem ao quadro efetivo do hospital, que não prestam assistência direta ao paciente. Profissionais responsáveis que não aceitaram participar da entrevista. 3.5 COLETA DE DADOS Após aprovação da pesquisa no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e consentimento escrito dos profissionais, deu-se início a coleta de dados. Para obtenção dos resultados foram realizadas entrevistas estruturadas com os 27 enfermeiros envolvidos no aprazamento de medicamentos com o intuito de obter uma visão geral. Para tanto foi utilizado um roteiro contendo os dados referentes ao perfil do entrevistado, o exercício profissional, aspectos relacionados à prática do enfermeiro e a rotina hospitalar. Os dados foram coletados por meio de entrevista (APÊNDICE A) aos enfermeiros lotados na clínica médica que trabalham na assistência direta ao paciente internado. Outro método de coleta de dados foi a análise documental nos prontuários, que foram utilizados para investigar a importância entre os intervalos de tempo entre as doses administradas para que a ação do fármaco seja mantido relacionado às normas institucionais para apresentar de forma íntegra como o atendimento foi realizado, desde que haja prévia autorização do profissional. As entrevistas traduzem a representação dos agentes sobre o seu trabalho e, dessa forma, são constituídas sempre em uma aproximação do concreto vivido. O tipo de entrevista utilizada foi a entrevista estruturada, pois tem perguntas fechadas, realizadas por meio de questionário, composta de 16 questões das quais o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. Considerando o critério de inclusão, o perfil dos profissionais, o exercício da profissão, aspectos relacionados à prática do enfermeiro e à rotina hospitalar. 3.6 ASPECTOS ÉTICOS No que se refere aos aspectos éticos, à pesquisa seguiu todas as recomendações da resolução nº. 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, onde abordamos prioritariamente as formas de elaboração e o motivo pelo qual se deve fazer o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o protocolo de pesquisa, assim como pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e aprovação da pesquisa pela UCB, protocolo n 11266513.2.0000.0029. O termo de consentimento livre e esclarecido tem como objetivo preservar a dignidade humana, assim como a subordinação ou intimidação. O protocolo de pesquisa aborda todos os itens necessários para que o projeto esteja de acordo com todas as normas exigidas pelo CNS e pela ABNT. 28 O Comitê de Ética em Pesquisa é um órgão de caráter consultivo, deliberativo e educativo, criado para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa dentro dos padrões éticos. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem do Brasil, reestruturado e aprovado pelo Conselho Federal de Enfermagem, constitui numa declaração pública que visa o aprimoramento do comportamento ético do profissional, expressando questões morais, valores e metas da Enfermagem. Este código “leva em consideração, prioritariamente, a necessidade e o direito de assistência de enfermagem à população, os interesses do profissional e de sua organização. Está centrado na clientela e pressupõe que os agentes de trabalho da enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência de qualidade sem riscos e acessível a toda a população.” (TREVIZAN et al, 2002 p. 87). 29 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A pesquisa foi realizada em duas etapas: na primeira, procedeu-se a análise documental, ou seja, a análise dos prontuários selecionados na instituição, sendo realizada a análise dos prontuários em relação à prescrição médica, com horários de medicamentos. Na segunda etapa, por sua vez, foram analisados os dados obtidos por meio das entrevistas estruturadas realizadas com os seguintes participantes: enfermeiros que prestam assistência na clínica médica. Em ambas as etapas, o foco da abordagem foi identificar a presença de tópicos relacionados aos critérios utilizados no aprazamento e as dificuldades encontradas para o aprazamento. 4.1 ANÁLISE DOCUMENTAL Para a primeira etapa de análise, realizou-se inicialmente, a leitura dos documentos acima referidos com o propósito de melhor compreender os horários para a administração de medicamentos e as principais dificuldades encontradas em relação à rotina do serviço. Optou-se também por realizar uma comparação da análise documental e os resultados da entrevista. Com isso, foram identificadas na entrevista estruturada quatro categorias de análise, considerando o perfil dos profissionais, o exercício da profissão, aspectos relacionados à prática do enfermeiro e à rotina hospitalar. 4.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS A análise das entrevistas estruturadas foi realizada tendo em vista o roteiro elaborado o qual a primeira parte continha informações que possibilitavam o estabelecimento do perfil dos respondentes, na segunda parte buscava informação referente ao conhecimento dos respondentes sobre aprazamento, na terceira parte coletou-se dados sobre a atuação profissional do respondente e na quarta parte a análise documental em prontuário. A construção dos dados foi sistematizada de acordo com os objetivos da pesquisa, considerando o perfil de cada um dos participantes e a interferência da rotina hospitalar no aprazamento de medicamentos. A análise foi estruturada conforme os passos descritos a seguir. 30 4.2.1 Perfil dos enfermeiros entrevistados No roteiro da entrevista estruturada contendo 16 questões aos participantes, no entanto, sete responderam ao questionário, um participante estava de férias e os outros dois optaram por não participar da entrevista. A primeira parte realizada foi a análise do perfil dos entrevistados por categoria, distribuído os dados considerando os enfermeiros entrevistados. Com relação aos dados desta análise permitiram analisar o perfil dos participantes sendo distribuídos numa faixa de idade que variou de 25 a 55 anos, com predominância do grupo etário de 26 a 30 anos (57,14%). Verificou-se que a maioria dos enfermeiros entrevistados são do sexo feminino (85,71%). A predominância feminina na enfermagem é algo esperado, e confirma a tendência de estudos como os de Rezende (2003), dentre outros, que discutem que a profissão é eminentemente formada por mulheres. Em relação ao estado civil a predominância foi de solteiros, representando 57,14% contra 42,85% de casados, com predominância de 42,85% dos participantes sem filhos e 14,28% com mais de um filho. 4.2.2 Trajetória de trabalho e atuação profissional Ao considerar a relação do tempo de formação dos participantes, os entrevistados mostraram uma formação entre quatro e seis anos (57,14%), ou seja, verificou-se certa experiência assistencial dos enfermeiros. Em relação ao cargo que exercem na instituição hospitalar 71,42% do total dos participantes trabalham na área assistencial. Em relação à função que exercem como enfermeiros 71,42% tinham experiências na área da saúde, atuando como enfermeiros na área assistencial há mais de cinco anos. A segurança do tratamento do paciente deve estar baseado no diagnóstico certo, conhecimento da fisiologia e farmacologia, a dose mínima do medicamento para que seja eficiente no período de tempo certo, estabelecendo metas para avaliação e eficácia do tratamento (PFAFFENBACH, 2002). 31 Em relação às horas trabalhadas, 71,42% do total relataram cumprir uma carga horária exigida de 30 horas semanais. Com base à inclusão de outro vínculo institucional, 71,42% dos participantes responderam não trabalharem em outro hospital. 4.2.3 Conhecimento sobre aprazamento Em relação aos aspectos referentes ao aprazamento, 85,71% do total responderam que é atribuição do enfermeiro tal prática. Quando interrogado aos participantes da instituição hospitalar a respeito das suas limitações na assistência ao paciente, todos referiram como grande ponto limitante a rotina hospitalar como o tempo gasto dispensado à resolução de problemas administrativos representando 57,14% do total e 42,85% utilizarem como critério para a tomada de decisões baseando-se no estado físico e clínico do paciente. Deve ser prioridade a ser cumprida nas instituições hospitalares a segurança do paciente em relação à execução da terapia medicamentosa para diminuir os riscos e falhas prestando assim uma assistência de qualidade (MARTINS et al, 2011). Em relação às informações referentes ao funcionamento do serviço de farmácia, 100% responderam ter conhecimento que funcionam 24 horas. Quando um paciente é submetido a procedimento ou exame que necessite ausentar-se, uma medida para não atrasar o horário dos medicamentos era prever o momento da realização desses exames por meio da comunicação dos diversos setores do hospital (TEIXEIRA; CASSIANI, 2007). Quando questionado aos participantes da pesquisa em relação às atividades da enfermagem continuada com oferecimento de cursos pela instituição sobre administração de medicamentos, 57,14% responderam que não há cursos. Em relação às dificuldades ao aprazamento, 42,85% dos participantes responderam que na prescrição medicamentosa continham erros. Com base aos horários pré-determinados, 100% responderam que há rotina para os horários. Segundo o autor devem ser evitados os horários padronizados como norma da instituição, sobrecarregando assim os horários e o preparo da administração de medicamentos, minimizando assim esse problema como presença de sintomas ou reações adversas (MIASSO, 2006). 32 Em relação à inclusão de tomada de decisão 71,42% responderam que sofrem influência da rotina hospitalar no aprazamento de medicamentos e 28,58% responderam que levam em consideração o estado físico e clínico do paciente para o aprazamento de medicamentos. 4.2.4 Análise documental Durante a coleta foram selecionados oito prontuários dos pacientes internados na clínica médica em relação à prescrição médica contendo o tipo do medicamento, o horário adequado do aprazamento e se houve interação medicamentosa. Em relação a frequência das classes dos medicamentos analisados nos prontuários selecionados predominam como mostra o gráfico 1. Medicamentos prescritos Antibióticos Analgésicos e Antipiréticos 11% Antieméticos Diurético 22% 33% 34% Gráfico 1: Medicamentos Prescritos Fonte: Dados da pesquisa Observa-se que na prescrição médica as classes dos medicamentos de analgésicos e antipiréticos são os mais prescritos, porém o aprazamento e a sua administração só será realizado se o paciente apresentar alguma alteração do seu quadro clínico como, por exemplo, febre. Quanto ao perfil do aprazamento dos medicamentos (vide gráfico 2), observou-se que há maior frequência na administração nas doses no período da manhã (40%) sendo medicada às 06h. No período da tarde verificou-se que 30% dos pacientes tiveram os medicamentos aprazados às 14h. No período da noite 33 verificou-se (30%) dos pacientes internados tiveram suas medicações aprazadas às 22h. Quanto ao perfil de aprazamento dos horários de administração de medicamentos verificou-se que os resultados obtidos as doses concentram-se em três horários, às 06h, 14h e às 22h. Perfil do Aprazamento dos Medicamentos 6h 14h 30% 22h 40% 30% Gráfico 2: Perfil do Aprazamento dos Medicamentos Fonte: Dados da pesquisa Segundo Carvalho (2002), esta concentração de vários medicamentos em determinados horários encontra-se, muitas vezes, relacionada à rotina da instituição, bem como os hábitos de trabalho da equipe de enfermagem, em que a instituição estudada, a responsabilidade pelo aprazamento dos medicamentos é atribuição do enfermeiro que não apraza medicamentos em horários específicos, no intuito de evitar esquecimentos ou interferências na atividade de administrar medicamentos. A organização do hospital segue uma rotina, na unidade de clínica médica consiste na visita do médico ao paciente internado e na liberação da prescrição médica, o enfermeiro realiza o aprazamento de medicamentos e encaminha a prescrição médica ao serviço de farmácia para dispensação de fármacos que por sua vez encaminha os medicamentos a unidade de internação na clínica médica. O enfermeiro é o responsável pelo aprazamento contudo a rotina hospitalar e a resolução de atividades administrativas interferem nesse processo onde verificouse similaridade no planejamento de aprazamento nos horários pares: 06h, 14 h e 22h. O horário de maior concentração foi às 06h, com 4 doses. 34 Com relação à análise nos prontuários analisados o horário do aprazamento não foi adequado verificando a similaridade de concentração para a administração do antimicrobiano e do anticonvulsivante aprazados no mesmo horário, às 06 h podendo ocorrer interação medicamentosa podendo trazer prejuízos à terapia medicamentosa do paciente. Com base nos dados faz-se necessário a alteração do aprazamento de medicamentos para as interações medicamentosas não ocorram. Não se encontrou dose em horário ímpar em nenhuma das prescrições analisadas. 4.3 Comparando os Resultados da Entrevista com a Análise Documental Nos últimos anos houve considerável avanço da indústria farmacêutica no que diz respeito a novos fármacos, inclusive na questão das bulas com informações gerais sobre o medicamento a ser administrado. Com relação aos dados da entrevista no que se refere às dificuldades encontradas no aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro ao se comparar os resultados obtidos nesta pesquisa verificou-se o tempo gasto em resolução de problemas administrativos diminuindo o tempo gasto na assistência ao paciente, tanto no âmbito individual como coletivo, sendo este ciente que é membro participativo da equipe multiprofissional limitando-o assim para a questão do cuidar. Em relação à avaliação do estado físico e clínico do paciente internado foi identificado que existe uma ausência na questão referente ao processo de avaliação do estado físico e clínico pelo enfermeiro. Com relação ao perfil do aprazamento dos medicamentos comparando os dados da pesquisa com a análise documental evidenciou-se haver interferência em relação a rotina diária com resolução de problemas administrativos pelo enfermeiro limitando assim o seu tempo para o correto aprazamento baseado em evidências clínicas e físicas do paciente internado, causando interação medicamentosa entre os medicamentos aprazados e administrados no mesmo horário, o que resulta como um provável reflexo do cenário particular da instituição hospitalar. 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise deste estudo permitiu concluir que: Com relação aos dados da entrevista no que se refere às dificuldades encontradas no aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro ao se comparar os resultados obtidos nesta pesquisa verificou-se o tempo gasto em resolução de problemas administrativos diminuindo o tempo gasto na assistência ao paciente, tanto no âmbito individual como coletivo, sendo este ciente que é membro participativo da equipe multiprofissional limitando-o assim para a questão do cuidar. Em relação à avaliação do estado físico e clínico do paciente internado foi identificado que existe uma ausência na questão referente ao processo de avaliação do estado físico e clínico pelo enfermeiro. Com relação ao perfil do aprazamento dos medicamentos comparando os dados da pesquisa com a análise documental evidenciou-se haver interferência em relação a rotina diária com resolução de problemas administrativos pelo enfermeiro limitando assim o seu tempo para o correto aprazamento baseado em evidências clínicas e físicas do paciente internado, causando interação medicamentosa entre os medicamentos aprazados e administrados no mesmo horário, o que resulta como um provável reflexo do cenário particular da instituição hospitalar. É necessário que ações sejam implementadas para o correto aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro como um manual de normas e rotinas elaborado pela gerente de enfermagem assim como as chefias em relação ao aprazamento, a diversificação dos horários e a conscientização dos profissionais envolvidos para assegurar ao paciente internado uma terapia medicamentosa segura levando em conta a peculiaridade do responsabilidade e eficiência. medicamento administrado com segurança, 36 REFERÊNCIAS ALBALADEJO, FM. ; DIES, B.J. Aspectos sociológicos Del empleo de medicamentos In: Princípios da farmacologia clínica. Barcelona: Masson; 2002. AQUINO, Daniela Silva de. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade. Ciên. Saúde coletiva. 2008, vol. 13, suppl., pp.733-736. BALELA, Aline Santa Cruz; PETERLINI, Maria Angélica Sorgini; PEDREIRA, Mavilde da Luz Gonçalves. Revelação da ocorrência de erro de medicação em unidade de cuidados intensivos pediátricos. 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ENTREVISTA ESTRUTURADA IDENTIFICAÇÃO 1) Sexo ( )F ( )M 2) Faixa etária ( ) 20-25 anos ( ) 26- 30 anos ( ) 31-35 anos ( ) 36- 40 anos ( ) 41-50 anos ( ) 51- 55 anos 3) Estado civil ? ( ) casada ( ) solteira ( ) divorciada ( ) outros 4) Número de filhos? ( ) 1 filho ( ) 2 filhos ( ) 3 filhos filhos TRAJETÓRIA DE TRABALHO DO ENTREVISTADO 1) Tempo de formação? ( ) 1 a 3 anos ( ) 4 a 6 anos ( ) 7 a 10 anos ( ) mais de 10 anos 2) Exerce cargo de enfermeiro? ( ) assistencialista ( ) supervisor ( ) mais de 4 41 ( ) assistencialista/ supervisor 3) Há quanto tempo trabalha na área assistencial? ( ) 5 anos ( ) 10 anos ( ) 15 anos ( ) 20 anos 4) Carga horária que executa semanalmente? ( ) 20 h ( ) 36 h ( ) 40 h 5) Tem outro emprego? ( ) sim ( ) não Se sim assinale: ( ) público ( ) privado ASPECTOS DO APRAZAMENTO DA MEDICAÇÃO 1) Quem faz o aprazamento dos medicamentos? ( ) médicos ( ) enfermeiro ( ) auxiliar de enfermagem ( ) técnico de enfermagem 2) No seu plantão o seu tempo é exclusivamente gasto com ? ( ) resolução de problemas administrativos ( ) supervisão de cuidados ( ) realização de procedimentos 3) A farmácia funciona 24 h para aquisição de medicamentos? ( ) sim ( ) não outros ______________ 4) Há cursos/ educação continuada para a equipe de enfermagem sobre administração de medicamentos? ( ) sim ( ) não 5) Quais as dificuldades encontradas no aprazamento das medicações? ( ) falta de medicamento na farmácia ( ) tempo dispensado para a realização do aprazamento ( ) intervalo das doses ( ) interações medicamentosas ( ) ______________________________________________________________ Outro 42 6) Existe no serviço horários pré-determinados para a administração de medicamentos? ( ) Sim ( ) Não 7) Marque o (s) instrumento (s) que te auxiliam na tomada de decisões para o aprazamento de medicamentos? ( ) rotina do serviço ( ) número de funcionários ( ) funcionamento da Farmácia ( ) estado físico do paciente ( ) livros Instrumento de Pesquisa II Análise dos dados de aprazamento de medicações nos prontuários de pacientes internados na clínica médica do HFA no período de agosto à outubro de 2013. Casos Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Tipo de Horários de medicamento aprazamento Adequado Sim Não Observação 43 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O Senhor (a) está sendo convidado para participar da pesquisa intitulada “ Interferência da Rotina Hospitalar no Aprazamento de Medicamentos Realizadas pelo Enfermeiro” que tem como objetivo identificar os critérios utilizados para aprazamento de medicamentos pelo enfermeiro em uma prescrição medicamentosa. Esta pesquisa é importante para que o Hospital das Forças Armadas possa melhorar cada vez mais o atendimento ao usuário internado no hospital. Sua participação será por meio da concessão de entrevista estruturada com duração de no máximo 30 minutos sobre o atendimento prestado ao paciente internado, conhecimento em relação à fisiologia, metabolismo e excreção de fármacos com a finalidade de verificarmos os horários e intervalos da administração de medicamentos. O(a) senhor(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Forças Armadas e lhe garantimos os direitos abaixo relacionados: 1. Solicitar, a qualquer momento, maiores esclarecimentos sobre esta pesquisa, através dos telefones: - Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Forças Armadas: 61- 39662285; Fernanda Monteiro de Castro 61-33569225/ Amanda Micheline Alves 61-9965-3904; 2. Segredo absoluto sobre nomes, local de trabalho, residência e quaisquer outras informações que possam levar à identificação pessoal e da instituição a qual pertence; 3. Ampla possibilidade de negar-se a responder a quaisquer questões ou a fornecer informações que julgar prejudicial à sua integridade física, moral e social; 4. Solicitar que parte das falas e/ou declarações não sejam incluídas em nenhum documento oficial, o que será prontamente atendido; 5. Desistir, a qualquer tempo, de participar da pesquisa. Os resultados da pesquisa serão publicados em jornais e revistas científicas, apresentados em eventos científicos e para equipes técnicas e de gestores do Hospital das Forças Armadas para que possam ser utilizados no planejamento, organização e gestão da saúde. Uma cópia deste termo permanecerá com o Sr(a) e a outra ficará arquivada, juntamente com os demais documentos da pesquisa, com o pesquisador responsável, na sala S 113, Bl. S, no 1º Andar, Universidade Católica de Brasília, Campus I, Q.S 07, Lote 01, EPCT, CEP-71.966.700 – Águas Claras – Taguatinga SulBrasília-DF – Brasil. Telefones: (61) 3356-9000. 44 Brasília-DF, ________ de _______________________ 2012. ______________________________________________________ Nome do participante/ assinatura __________________________________ Pesquisador responsável