Revisão de Funções (Lista 1 e Lista 2) A noção de função via conjuntos 1º) Dados A = {-2, -1, 0, 1, 2} e B = {-8, -6, -4, -3, 0, 3, 6, 7} e a correspondência entre A e B dada pela fórmula y = 3.x, com x A e y B, temos: Note que: * Todos os elementos de A têm correspondente em B; * A cada elemento de A corresponde um único elemento de B. Nesse caso, temos uma função de A em B. 2°) Dados A = {0, 4} e B = {2, 3, 5} e a correspondência entre A e B dada pela desigualdade y > x, com x A e y B, temos: Note que: * Todos os elementos de A têm correspondente em B; * Ao elemento 0 de A correspondem três elementos de B e não a um único. Nesse caso, NÃO temos uma função de A em B. 3º) Dados A = {-4, -2, 0, 2, 4} e B = {0, 2, 4, 6, 8} e a correspondência entre A e B dada pela fórmula y = x, com x A e y B, temos: Note que: * Há elementos de A (os números -4 e -2) que não têm correspondente em B. Nesse caso, NÃO temos uma função de A em B. 4º) Dados A = {-2, -1, 0, 1, 2} e B = {0, 1, 4, 8, 16} e a correspondência entre A e B dada pela fórmula y = x 4 , com x A e y B, temos: Note que: * Todos os elementos de A têm correspondente em B; * A cada elemento de A corresponde um único elemento de B. Nesse caso, temos uma função de A em B. Definição e Notação Dados dois conjuntos não-vazios A e B, uma função de A em B é uma regra que diz como associar cada elemento x A a um único elemento y B. Usamos a seguinte notação: f: A B ou que se lê: f é uma função de A em B. A função f transforma x de A em y de B. f A B Domínio, Contradomínio e Conjunto Imagem 1º) Dados os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}, vamos considerar a função f: A B que transforma x A em y B. Em toda função f de A em B, Im(f) B. Nesse caso, a função f: A B está definida por y = 2.x ou por f(x) = 2.x. Veja que para caracterizar uma função é necessário conhecer seus três componentes: o domínio (A), o contradomínio (B) e uma regra que associa cada elemento de A a um único elemento y = f(x) de B. Nesse exemplo, o domínio é A = {0, 1, 2, 3}, o contradomínio é B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}, a regra é dada por y = 2.x e o conjunto imagem é dado por Im(f): {0, 2, 4, 6}. 2º) Consideremos a função g: definida por g(x) = x². Nesse caso a função g transforma todo número inteiro x em outro número inteiro y que é o quadrado de x. . . . * A imagem de x = -2 é g(-2) = (-2)² = 4 * A imagem de x = -1 é g(-1) = (-1)² = 1 * A imagem de x = 0 é g(0) = (0)² = 0 * A imagem de x = 1 é g(1) = (1)² = 1 * A imagem de x = 2 é g(2) = (2)² = 4 . . . Portanto, o domínio é , o contradomínio é , a regra é y = x² e o conjunto imagem é , isto é, Im(g) = . Generalizando: Dada uma função h de A em B, o conjunto A chama-se domínio da função e o conjunto B, contradomínio da função. Para cada x A, o elemento y B chama-se imagem de x pela função h ou o valor assumido pela função h para x A e o representamos por h(x). Assim, y = h(x). O conjunto de todos os y assim obtidos é chamado conjunto imagem da função h e é indicado por Im(h). Estudo do Domínio de uma Função Real Vimos que uma função consta de três componentes: domínio, contradomínio e lei de correspondência. Quando é citada uma função f de A em B, já ficam subentendidos o domínio (A) e o contradomínio (B). No entanto, às vezes é dada somente a lei da função f sem que A e B sejam citados. Nesses casos consideramos o contradomínio B = e o domínio A como o “maior” subconjunto de (A ) tal que a lei dada defina uma função f: A . Observe os seguintes exemplos: 1º) f(x) = 2 x Sabemos que o denominador de uma fração tem que ser diferente de zero, pois não 2 existe divisão por zero. Nesse caso, temos que ter x 0 para que seja possível em x 2 Para cada x 0, o valor sempre existe e é único. x Logo, D(f) = - {0} = *. 2º) f(x) = x4 Sabemos que no conjunto dos números reais ( ), não existe raiz quadrada de número negativo. Portanto, temos que ter x – 4 0 para que x 4 seja possível em . x – 40 x 4 Para cada x 4, f(x) = x 4 existe e é único. Logo, D(f) = {x x 4} = [4, + ∞[ 3º) f(x) = 7x x2 . Nesse caso, devemos ter: (I) 7 – x 0 -x -7 x 7 e (II) x – 2 > 0 x > 2 Ou seja, x ]2, 7]. Para cada x ]2, 7], f(x) existe e é único. Logo, D(f) = ]2, 7]. Exemplos: 1º) Vamos construir o gráfico da função f: Como, neste caso, D = dada por f(x) = 2x + 1. , vamos escolher alguns valores arbitrários de x: x -2 -1 0 1 2 y = f(x) = 2x + 1 -3 -1 1 3 5 O gráfico da função dada é o conjunto de todos os pontos (x, y), com x real e y = 2x + 1, resultando na reta da figura abaixo. 2º) Vamos construir o gráfico da função f dada por f(x) = -x². x -2 -1,5 -1 0 1 1,5 2 Y = f(x) = -x² -4 -2,25 -1 0 -1 -2,25 -4 (x, y) (-2, -4) (-1,5; -2,25) (-1, -1) (0, 0) (1, -1) (1,5; -2,25) (2, -4) A curva que contém todos os pontos obtidos com y = -x² é o gráfico da função dada. Essa curva se chama parábola. f 3º) Vamos construir o gráfico das função dada por f(x) = Nesse caso, a função está definida por duas sentenças: x -1 1 3 x3 y = f(x) = x -1 1 3 (x, y) (-1, -1) (1, 1) (3, 3) x 4 5 6 x, se x 3 3, se x > 3 f(x) = x, se x 3 f(x) = 3, se x > 3 x>3 y = f(x) = x 3 3 3 (x, y) (4, 3) (5, 3) (6, 3) Como determinar o domínio e a imagem de uma função a partir do seu gráfico? Observando o gráfico de uma função no plano cartesiano podemos, às vezes, determinar o domínio D e o conjunto Im da função, projetando o gráfico nos eixos: D(f) = { x 2 x 4} = [2, 4] Im(f) = {x 1 x 5} = [1, 5] D(f) = { x Im(f) = {x 2 x 4} = [2, 4] 1 x 5} = [1, 5] Determinando se um conjunto de pontos é gráfico de uma função Já vimos que, para ter uma função de A em B, a cada x A deve corresponder um único y B. Geometricamente, isso significa que qualquer reta perpendicular ao eixo x que intersecta o gráfico deve fazê-lo uma única vez. Assim, se essa reta intersectar o gráfico em mais de um ponto, esse gráfico não é gráfico de uma função. Por exemplo: O gráfico acima é de uma função. O gráfico acima não é de uma função. Analisando o gráfico de uma função De modo geral, analisando o gráfico de uma função, podemos observar propriedades importantes dela, tais como: 1º) Onde ela é positiva (f(x) > 0), onde ela é negativa (f(x) < 0) e onde ela se anula (f(x) = 0). Os valores x 0 nos quais ela se anula (f(x 0 ) = 0) são chamados zeros ou raízes da função f. 2º) Onde ela é crescente (se x 1 < x 2 , então f(x 1 ) < f(x 2 )), onde ela é decrescente (se x 1 < x 2 , então f(x 1 ) > f(x 2 )), onde ela é constante (se x 1 < x 2 , então f(x 1 ) = f(x 2 )) e onde ela assume um valor máximo ou um valor mínimo, se existirem. Exemplo: Considere o gráfico abaixo de uma função definida no intervalo ]-6, 6[: * f é positiva em ]-5, -1[ e em ]5, 6[. * f é negativa em ]-6, -5[ e em ]-1, 5[. * f é nula em x = -5, x = -1 e x = 5. Esses são os zeros ou raízes da função. * f é crescente em ]-6, -3] e em [2, 6]. * f é decrescente em [-3, 2]. * O ponto com x = -3 é um ponto de máximo e f(x) = 2 é o valor máximo de f. * O ponto com x = 2 é um ponto de mínimo e f(x) = -3 é o valor mínimo de f.