FACULDADE INTERMUNICIPAL DO NOROESTE DO PARANÁ - FACINOR DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO LOANDA - PARANÁ DANILO DE COLLO BARONCELI Preço de venda através da aplicação de Mark-up multiplicador, tendo como método de custeio por absorção para diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio LOANDA 2013 DANILO DE COLLO BARONCELI Preço de venda através da aplicação de Mark-up multiplicador, tendo como método de custeio por absorção para diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Administração da Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof.: Ademir Antonio Saravalli Co-orientador: Prof.: Paulo César Schotten LOANDA 2013 Agradecimentos Primeiramente agradeço a Deus que a razão da vida e o fundamento de tudo e todos. A minha família que sempre me apoiam e motivam nos momentos mais difíceis e são grandes orientadores de toda a minha vida. Ao professor Ademir Antonio Saravalli por me orientar de maneira com que galgasse a conclusão de uma pesquisa rica em conhecimentos, por despertar curiosidades e a busca do conhecimento constante durante o processo do trabalho. Ao professor Paulo Cesar Schotten por me ajudar e ter a disponibilidade de sanar minhas dúvidas quando necessário. Aos docentes do curso de administração da Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná que ao decorrer do curso mostraram a importância da arte do bem administrar e passaram informações essências que deverão ser guardadas para o resto da vida. Com toda a certeza o cabedal de conhecimento adquirido graças a eles foi e será de grande valia. Dedicatória Ao meu pai e minha mãe que sempre me ajudaram e sei que para todo o sempre estarão ao meu lado. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 7 2.1 Administração/Gestão de custos ....................................................................................... 8 2.1.1 Histórico ..................................................................................................................... 8 2.2 Terminologias usadas na administração/gestão de custos. ........................................... 9 2.2.1 Gasto .......................................................................................................................... 9 2.2.2 Custo .......................................................................................................................... 9 2.2.3 Despesas .................................................................................................................. 10 2.2.4 Investimento ............................................................................................................ 10 2.3 Classificação de custos .................................................................................................. 10 2.3.1 Apropriação dos custos aos produtos .................................................................... 10 2.3.1.1 Custos diretos .................................................................................................... 10 2.3.1.2 Custos indiretos ............................................................................................... 11 2.3.2 Custos e o Volume de Produção ............................................................................ 11 2.3.2.1 Custo fixo ......................................................................................................... 11 2.3.2.2 Custo Variável ................................................................................................. 11 2.4 Métodos de custeio ........................................................................................................ 11 2.4.1 Custeio RKW ou custeio pleno ............................................................................. 11 2.4.2 Custeio Variável ou Direto .................................................................................... 12 2.4.3 Custeio baseado em atividades ABC .................................................................... 12 2.4.4 Custeio por absorção .............................................................................................. 12 2.5 Rateio de custos ............................................................................................................. 12 2.6 Diferenciações de preço e valor ................................................................................... 13 2.7 Conceituações de preço de venda ................................................................................. 13 2.8 Significâncias da formação de preços na empresa ...................................................... 13 2.9 Métodos de formação de preço de venda ..................................................................... 14 3. METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................... 14 3.1 Caracterização ................................................................................................................ 15 4. COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................. 15 4.1 Levantamento da reposição do estoque orçado ........................................................... 15 4.2 Levantamento dos investimentos fixos e variáveis ..................................................... 16 4.3 Despesas com vendas .................................................................................................... 16 4.4 Levantamento dos Custos fixos .................................................................................... 17 4.5 Rateio dos custos fixos .................................................................................................. 18 4.6 Cálculo e análise de resultado sobre o investimento .................................................. 18 4.7 Resultado sobre o rendimento do investimento........................................................... 19 4.8 Conclusão dos parâmetros para a formação do preço ................................................. 20 4.9 Demonstração da formação do preço de venda ........................................................... 20 4.10 Resumo das vendas orçadas ....................................................................................... 21 5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 22 Preço de venda através da aplicação de Mark-up multiplicador, tendo como método de custeio por absorção para diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio BARONCELI, Danilo de Collo1 Orientador: SARAVALLI, Ademir A. 2 Co-orientador: SCHOTTEN, Paulo C.3 RESUMO O presente artigo surge com o objetivo de apontar o sistema de formação do preço de venda adotado pela organização, tendo como objetivos específicos à realização de levantamento de custos e despesas da empresa, a identificação de que se a mesma utiliza o custeio por absorção para diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio, e a identificação se a empresa adota uma margem de retorno de investimento que satisfaça as necessidades da empresa. Para que o objetivo fosse alcançado, bibliograficamente foram explorados os temas referentes à terminologias e conceitos, classificações de custos, métodos de custeios e significâncias quanto a formação de preços. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa descritiva quanto ao seu objetivo e estudo de campo quanto aos procedimentos técnicos. Na pesquisa de campo, foram estudados os custos e despesas existentes dentro da organização, como a empresa utiliza o sistema de custeio por absorção e como a empresa aplica o Mark-up, apresentando os resultados em planilhas de cálculos. Conclui-se que a eficiência do sistema adotado pela empresa e o valor que o procedimento tem gerado para a instituição. Palavras chaves: Custeio por absorção. Formação de preço de venda. Mark-up. Selling price by applying Mark-up multiplier, with the method of absorption costing to dilute fixed costs through inventory replenishment based apportionment BARONCELI, Danilo de Collo Orientador: SARAVALLI, Ademir A. Co-orientador: SCHOTTEN, Paulo C. ABSTRACT This article appears with the aim of pointing the training system of the sale price adopted by the organization, having specific purpose of conducting survey costs and expenses of the company, identifying that the same uses absorption costing to dilute fixed costs through inventory replenishment based apportionment, and identify if the company adopts a margin return on investment that meets the needs of the company. To that goal was reached, bibliographically were explored issues related to terminology and concepts, cost classifications, methods of costing and significances as pricing. Methodologically, it is a descriptive as to its purpose and field study regarding the technical procedures. In the field research, we studied the costs and expenses that exist within the organization, as the company uses absorption costing system and how the company applies the Mark-up, presenting the results of calculations in spreadsheets. It is concluded that the efficiency of the system and the value adopted by the company the procedure is generated to the institution. Keywords: Absorption costing. Formation of the selling price. Mark-up 1 Baronceli, Danilo de Collo. Bacharelando do curso de administração FACINOR/Loanda Saravalli, Ademir A. Especilista em gestão financeira e contábil FAFIFA/PR. Especialista em gestão publica. UTFPR/PR. Professor curso administração FACINOR/Loanda 3 Schotten, Paulo Cesar. Me. FPL/MG. Professor curso administração FACINOR/Loanda 2 6 1. INTRODUÇÃO O setor terciário de prestação de serviços, que pode envolver transporte, distribuição e venda de mercadorias, representa uma grande parcela na economia brasileira. Mesmo com o seu crescimento nos últimos tempos, a maioria das micro e pequenas empresas inseridas nele não tem conceitos adequados sobre três ciências importantes para geri-las de maneira eficiente e eficaz. São elas: administração, economia e contabilidade. Portanto, o conhecimento sobre essas ciências é fundamental para formular metodologias, tendo em vista consolidar o sucesso em um empreendimento. Com o mercado globalizado e economia com nível de competitividade muito acirrado, as técnicas de gestão necessitam cada vez mais serem desenvolvidas e apuradas. A tecnologia presente nos métodos de trabalho da organização é imprescindível, isso se torna apenas “deveres” que a empresa terá de cumprir para não fadar ao fracasso e ter bom desenvolvimento no ciclo de vida empresarial. Conforme afirma Carneiro et al (2011), a acirrada competição entre as empresas e as baixas margens de lucro em boa parte dos setores da economia exigem que eficiência e competitividade sejam, definitivamente, incorporadas ao contexto de gestão empresarial. De acordo com informações adquiridas em cursos de administração de empresas e qualquer outro curso das ciências envolvidas no tema, junto a certo cabedal de conhecimento profissional na área administrativa de uma empresa, consegue-se mensurar a importância da exatidão e da compreensão contundente da precificação dos seus produtos ou serviços ofertados. A formação do preço de venda é fator chave para vários processos dentro da organização como conhecimentos corporativos, decisões dos administradores ou planejamentos estratégicos. Sendo assim, é de suma importância que a formação de preço seja correta e o conhecimento da mesma seja profundo, do contrário a empresa correrá riscos que poderiam ser evitados. Para apoderar-se desses conhecimentos, é necessário que tenha alguns saberes básicos sobre a classificação de custos, despesas diretas e indiretas, alguns métodos de custeio e com análise de fatores externos do mercado, como exemplo a concorrência, que ajudam a identificar o modelo de formação de preço de venda mais adequado à empresa que se deseja. A visão empírica sobre o assunto proposto e o interesse em estudar o método que atende às necessidades da empresa em questão (Loja Nossa Senhora de Fátima), traz valor e conhecimento a sua gestão e também busca um acréscimo de benefícios à sociedade. Isso torna esta pesquisa rica em conhecimentos sobre finanças, buscando uma aprendizagem na formação de preço. Diante desse contexto, a presente pesquisa tem como propósito apontar como a “Loja Nossa Senhora de Fátima” trabalha seu sistema de formação de preço, descrevendo seu processo, levantando custos e despesas e identificando se a mesma usa o custeio por absorção, identificando também se a empresa adota uma margem de retorno de investimento que supre suas necessidades. Para responder a essa questão, esse trabalho tem como objetivo geral apontar o sistema de formação do preço de venda adotado pela organização. Para isso, foram delimitados os seguintes objetivos específicos: a) realizar levantamento de custos e despesas da empresa; b) identificar se a mesma utiliza o custeio por absorção para diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio e c) identificar se a empresa adota uma margem de retorno de investimento que satisfaça as necessidades da empresa. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 7 Em um mercado onde a concorrência é acirrada, onde centavos fazem a diferença, a arte de administrar empresas não é tarefa fácil. A contabilização dos custos é de extrema importância, e Megliorini (2001) diz que atualmente, em um mercado altamente competitivo, o conhecimento e a arte de bem administrar são fatores determinantes para o sucesso de uma empresa, portanto, não se podem relegar a um plano secundário os cálculos de custos, pois eles serão ferramentas auxiliares na boa administração. Santos (2012) menciona que a maximização dos lucros não depende somente do poder de competição de uma empresa perante o mercado, mas também de seus custos e despesas necessárias para produzir e vender um bem ou um serviço, bem como de volume de vendas e de um planejamento eficaz e controle de lucros. Segundo Granzziotin (2007), todo esforço para conseguir melhor negociação deve se refletir em maior satisfação para o consumidor e o preço é fundamental. Em contrapartida, o preço de venda deve remunerar a empresa, seu capital, seu trabalho e dar oportunidade para seu crescimento. 2.1 Administração/Gestão de custos Segundo Megliorini (2001), os custos são determinados a fim de atingir os seguintes objetivos: determinação do lucro, controle das operações e tomada de decisões. O autor complementa que para que esses objetivos sejam atingidos, as empresas se valem de métodos de custeio estruturados a fim de serem alimentados de informações coletadas internamente. Santos (2012) comenta que em negócios empresariais, a apuração, o controle e a análise dos custos são necessários justamente para poder “formar preços de venda” competitivos. Continuando, o autor diz que a arte consiste em conhecer os custos marginais de cada produto ou serviço, de certa forma identificável com cada unidade vendida e saber o custo para manter a fábrica e o comércio em funcionamento. Complementando, Santos (2012) prossegue afirmando que caso “as partes certas” dos custos não sejam convenientes e adequadamente levantadas e cadastradas, a empresa poderá ter comprometida a sua continuidade e correr o risco de desequilibrar os produtos, alocando mais custos em um em detrimento de outro, gerando, com isso, reflexos diretos nos preços de venda. 2.1.1 Histórico Segundo Dutra (2003), a busca do homem pelo aprimoramento de produtos extraídos da natureza deu início a comércios em que se trocavam seus produtos com outras pessoas. Prosseguindo, o autor menciona que com o início das navegações incluíram-se metais preciosos e, a partir de então, aumentou o poder das negociações, dando início à Revolução Comercial. Como consequência disso, foi necessário o aumento da produção e do número de pessoas, porém, com a produção artesanal. Continuando, o autor diz que com o descobrimento da máquina a vapor e da fiandeira, houve a mecanização do processo, substituindo pessoas por máquinas. Esse processo evolutivo levou à Revolução Industrial. O autor conclui que esse estágio proporcionou o desenvolvimento da empresa capitalista e com a descoberta de novas tecnologias aplicaram-se novos sistemas de produção e novos sistemas de controle. Hendriksen e Breda apud Dutra (2003) salientam que “à medida que aumentava a necessidade de informação gerencial sobre custos de produção e o custos a serem atribuídos à avaliação dos estoques, o mesmo acontecia com a necessidade de sistemas de custos.” Dutra (2003) concluiu dizendo que juntamente com as técnicas desenvolvidas para a segurança e a racionalização da produção, surgiu o controle dos custos, que permitiu ao dirigente saber quanto custa produzir cada um dos bens ou serviços de sua empresa, ou seja, 8 custos de produção, comparados aos preços de venda, indicando-lhe a margem de lucro de cada um, facilitando, ainda, as decisões sobre as alternativas mais vantajosas a serem adotadas em seu sistema produtivo. Já de acordo com Dubois, Kulpa e Souza (2009) a partir da Segunda Guerra Mundial, surgiu uma consciência muito mais forte de que não basta apenas sobreviver, é necessário crescer, e esse crescimento depende de qualidade, preços baixos e custos compatíveis com os produtos e serviços a oferecer. Continuando, o autor conclui que consequentemente, o objeto de preocupação dos administradores nos tempos atuais é a necessidade de atingir o gerenciamento dos recursos aplicados na produção de bens ou serviços, conjugados com as decisões de financiamentos e de investimentos em ótimos níveis. 2.2 Terminologias usadas na administração/gestão de custos. Segundo Ferreira e Barboza (2005), algumas “coisas” são adquiridas para o processo de industrialização ou comercialização, outras “coisas” são gastas independentemente das atividades comerciais ou industriais ou de serviços prestados como despesas administrativas ou com limpeza, esses que não importam para a venda. É preciso estabelecer o que seja gasto para o entendimento e distinção desses que podem ser de natureza de custos, de investimentos e despesas. 2.2.1 Gasto Para Dubois, Kulpa e Souza (2009), a definição de gasto é a aquisição de um bem ou de um serviço que vai originar um desembolso da empresa e, normalmente, esse desembolso é representado pelo pagamento. Concluindo, o autor remete que o gasto somente se concretiza quando os bens adquiridos passam a ser de propriedade da empresa. O autor ainda complementa que o gasto poderá ocorrer de maneira involuntária, como é o caso de perdas ou desperdícios. No entendimento de Morante e Jorge (2009), gasto é todo pagamento efetivamente realizado ou compromissado, ou seja, toda saída de caixa por conta de aquisição de algum bem ou serviço. Megliorini (2001) entende gasto como sendo o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens ou serviços. Continuando, o autor diz que gasto pode ser definido como gasto de investimento, quando o bem ou o serviço for utilizado em vários processos produtivos; e como gasto de consumo, quando o bem ou serviço for consumido no momento mesmo da produção ou do serviço que a empresa realizar. Dependendo da destinação do consumo, ele poderá converter-se em custo ou despesa. 2.2.2 Custo No âmbito dos custos, Dubois, Kulpa e Souza (2009) afirmam que custo é todo gasto que representa aquisição de um ou mais bens ou serviços usados na produção de outros bens e/ ou serviços. O autor chama a atenção de que o custo somente ocorre na atividade produtiva, constituindo-se, desta forma, em elemento inerente ao processo de produção da empresa. Já Megliorini (2001) define custo como gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa, são gastos efetuados pela empresa que fazem com que os seus produtos nasçam. Para Santos, Marion e Segatti (2002), todos os gastos no processo de produção e criação entendem-se como custo: Mão de obra, Energia elétrica, Desgaste das máquinas utilizadas para a produção, embalagem, etc. 9 2.2.3 Despesas No parâmetro das despesas, Dubois, Kulpa e Souza (2009) comentam em sua pesquisa que são gastos em que a empresa incorre para manter a sua estrutura organizacional e, também, visando à obtenção de receitas. Dutra (2003) conceitua despesa como a parcela do gasto que ocorre desligada das atividades de elaboração dos bens e serviços e incorridos durante as operações de comercialização. Ela é representada pelo consumo de bens e serviços em decorrência direta e indireta da obtenção de receitas. No conceito de Santos, Marion e Segatti (2002) despesa é todo consumo de bem ou serviços para a obtenção de receita. O autor reflete que despesa se diferencia de perda, pois enquanto aquela (despesa) representa sacrifícios no sentido de obter receita, esta (perda) não gera receita. 2.2.4 Investimento No contexto de investimento Dubois, Kulpa e Souza (2009) trazem que a característica natural do investimento do ponto de vista da empresa é a esperança de que eles proporcionem retorno para a instituição, isto significa que o valor investido em um período de tempo deverá retornar à empresa. Megliorini (2001) relaciona investimento como todos os bens e direitos registrados no ativo das empresas para baixa em função de venda, amortização, consumo, desaparecimento, perecimento ou desvalorização. Exemplificando e diferenciando as vertentes de custo, investimento e despesa, o autor diz que quando se compram materiais, realiza-se um investimento em estoque. O consumo na fabricação de um produto ou na realização de um serviço gera um custo, assim como o consumo nas divisões administrativas ou de vendas gera uma despesa, do mesmo modo, a aquisição de uma máquina gera um investimento no imobilizado. Pela depreciação, teremos um custo ou uma despesa. 2.3 Classificação de custos Segundo Dutra (2003), a classificação dos custos quanto à apuração diz respeito à possibilidade de alocação de cada custo diretamente a cada tipo diferente de produto ou de função de custo, e à impossibilidade de sua alocação no momento da ocorrência do custo. Dubois, Kulpa e Souza (2009) refletem sobre a importância da classificação e o entendimento da mesma de maneira que depois de classificados, pode-se ter uma ideia da composição deles em relação aos bens fabricados, durante as fases de produção. 2.3.1 Apropriação dos custos aos produtos 2.3.1.1 Custos diretos Segundo Megliorini (2001), os custos diretos são aqueles apropriados aos produtos conforme o consumo realizado. São exemplos clássicos de custos diretos a matéria prima e a mão de obra direta. Dutra (2003) identifica custo direto como o custo que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem ou órgão no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. 10 2.3.1.2 Custos indiretos No parâmetro de custos indiretos, Dubois, Kulpa e Souza (2009) afirmam que são todos custos que necessitam de alguns cálculos para serem distribuídos aos diferentes produtos fabricados pela empresa, uma vez que são de difícil mensuração e apropriação a cada produto elaborado. Para Dutra (2003), o custo indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Concluindo, o autor diz que o custo indireto participa de todas ou de várias das funções concomitantemente, sem possibilidade de segregação da parcela que está onerando cada uma das funções quando de sua aplicação. 2.3.2 Custos e o Volume de Produção 2.3.2.1 Custo fixo Aos custos que se relacionam ao volume de produção, Dubois, Kulpa e Souza (2009) definem custos fixos como aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa, dentro de um intervalo relevante, portanto, eles não apresentam qualquer variação, em função do nível de produção. Já Megliorini (2001) define custo fixo como aqueles decorrentes da estrutura produtiva instalada da empresa, que independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da capacidade instalada. Para Dutra (2003) os custos fixos se definem como os custos de estrutura que ocorrem período após período sem variações, ou cujas variações não são consequência de variações do volume de atividade em períodos iguais. 2.3.2.2 Custo Variável Custos variáveis, segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), são aqueles cujos valores se alteram em função do volume produzido. Exemplificando, os autores apontam alguns custos como matéria prima consumida, horas extras na produção e mão de obra direta. Para Megliorini (2001), concomitantemente com o conceito apresentado anterior, afirma que custos variáveis são aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor do nível de produção. 2.4 Métodos de custeio Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), os sistemas de custeio devem ser implantados em função da natureza do processo produtivo, do tipo de custo a ser apurado e, ainda, levando-se em consideração o nível de detalhes das informações a serem fornecidas, segundo as necessidades de cada usuário. Entretanto Megliorini (2001) confirma que existem diversos métodos de apropriação de custo e cada um emprega critérios diferentes. Continuando, o autor diz que cada um desses métodos possui campos de aplicação específicos, podendo-se dizer que um não substitui o outro, mas se completam. 2.4.1 Custeio RKW ou custeio pleno 11 Para Santos (2012), o conceito do RKW (Reichskuratorium fur Wirstschaftlichtkeit) distribui, através do rateio, não só dos custos de produção aos produtos, mas também todas as despesas administrativas, comerciais e financeiras. No entendimento de Martins (2004), RKW consiste não apenas no rateio dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos. 2.4.2 Custeio Variável ou Direto Megliorini (2001) afirma que o custeio variável considera que os custos fixos não devem ser alocados aos produtos, pois esses custos independem de haver produção ou mesmo tipo de produto que esteja sendo fabricado. Concluindo, prossegue o autor que por esse método de custeio, os produtos irão receber somente os custos decorrentes da sua produção, os custos variáveis. Complementando, Santos (2012) diz que o Custeio Direto ou Variável atribui-se às unidades produzidas e vendidas apenas os custos e despesas variáveis para obtenção da Margem de Contribuição de cada produto. 2.4.3 Custeio baseado em atividades ABC Dubois, Kulpa e Souza (2009) define o custeio por atividades por ABC, tendo esta nomenclatura originada do inglês Activity Based Costing. O Autor conclui que é um método de custeio que descarta as distorções provocadas pelo rateio indiscriminado dos custos indiretos de fabricação, uma vez que todas as atividades de produção são consideradas importantes para determinar o custo do produto. Para Santos (2012) o conceito do ABC (Activity Based Costing) atribui a cada produto o custo de acordo com a sua atividade e direcionadores do processo, e acaba tendo muita semelhança com o RKW. 2.4.4 Custeio por absorção Custeio por absorção onde Dubois, Kulpa e Souza (2009) afirmam que este é o método por meio do qual todos os custos são apropriados a cada unidade produzida pela empresa, ou absorvidos pelos produtos fabricados. Assim, esse método exige que todos os custos que tenham contribuído para a elaboração do produto façam parte do custo total. Já para Santos (2012), a referência do método de custeio por absorção ou integral consiste em ratear os custos diretos e indiretos para cada unidade produzida e vendida, e tratar as despesas (administrativa, comerciais e financeiras) como do próprio período em que foram incorridas. Para Megliorini (2001), o custeio por absorção considera que os produtos absorvem os custos totais de um período de forma direta ou indireta, quer tenham esses custos comportamento fixo ou variável em relação ao volume produzido. 2.5 Rateio de custos Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), os custos indiretos representam todos os custos que a empresa tem e que não são caracterizados como material direto e mão de obra direta, mas necessários à atividade produtiva. Tais custos não podem ser relacionados com qualquer produto específico, eles ocorrem nos segmentos ou departamentos da instituição onde se 12 pretende manter o controle. O autor conclui que segundo o ponto de vista do método de custeio por absorção, os custos indiretos devem ser alocados em seus departamentos de origem e, a seguir, rateados aos produtos. Já Megliorini (2001) comenta que os custos indiretos contemplam todos os elementos de custos que não têm medição de consumo nos produtos e, por isso mesmo, são apropriados por intermédio de rateios. O autor complementa que a dificuldade que encontramos para alocar custos indiretos reside na definição da base de rateios a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos ficará por certo deficiente para atender aos fins a que se propõe. Complementando, Dutra (2003) diz que para se distribuir as parcelas do custo indireto a cada um dos diferentes tipos de produto que foram fabricados, a cada um dos serviços executados, ou a cada uma das diferentes unidades de acumulação de custos, é necessário efetuar o rateio. 2.6 Diferenciações de preço e valor Uma análise da diferença entre preço e valor se faz necessária, portanto, Dubois, Kulpa e Souza (2009) definem que o valor de um bem é muito subjetivo e dependerá do grau de utilidade que este bem terá para as pessoas que o consomem. Complementando, os autores prosseguem dizendo que certo produto poderá ser de grande utilidade para algumas pessoas enquanto que para outras não terá serventia alguma. Já no conceito de Ferreira e Barboza (2005), o preço é determinado pelo vendedor ouvindo o mercado, conforme o custo que investiu no produto ou mercadoria e o lucro que precisa obter. Já valor está ligado à função do bem. Esclarecendo, os autores comentam que há objetos que não tem valor nenhum para algumas pessoas e, no entanto, outras fariam tudo para conseguir comprá-los. 2.7 Conceituações de preço de venda Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), pode-se admitir que o preço é a expressão quantitativa do valor de um bem ou serviço. Portanto, os autores afirmam que a ciência econômica determina que a formação de preço dos bens e serviços ocorre a partir das leis de oferta e procura, enquanto a oferta impulsiona a praticar um preço cada vez maior, a demanda tenderá a puxar o preço desse mesmo produto para o menor possível. Já Dutra (2003) afirma que preço é o valor estabelecido e aceito pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um bem. Ainda o autor diz que no preço pode estar ou não incluído, além do custo, o eventual lucro ou prejuízo, concluindo-se que o preço pode ser simplesmente igual ao custo, ou igual ao custo mais o lucro, ou ao custo menos o prejuízo. 2.8 Significâncias da formação de preços na empresa Demonstrando a importância da formação do preço de venda, Morante e Jorge (2009) dizem que a precificação é uma verdadeira arte no mundo dos negócios. Na opinião dos autores, esse pensamento aplica-se principalmente quando se trata de um mercado competitivo com uma gama variada de produtos e serviços, cada qual com características próprias, com maior ou menor especificidade, sendo assim, o formador de preços de venda assume um papel significativo no processo de geração de caixa e rentabilidade do empreendimento. Já Grazziotin (2007) comenta que a formação do preço é ponto muito importante para atividade comercial, pois a parte visível para o cliente é o preço no ponto de venda. O autor ainda complementa dizendo que a formação do preço de venda não é algo simples, deve ser estudada, analisada, produto por produto, em função dos custos e do retorno, e ainda deve 13 estar atento para a enorme quantidade de variações peculiares a cada produto e a cada situação de mercado de forma que a rentabilidade da empresa seja preservada. Para Zornig (2007), estabelecer preços para produtos e serviços é uma decisão responsável por muito mais do que a simples definição de um valor monetário a um produto ou serviço, são os preços que auxiliam a imagem de uma marca, seja ela de qualidade superior ou de um produto de valor por dinheiro. 2.9 Métodos de formação de preço de venda Existem vários métodos de formação do preço de venda de um produto ou serviço. O que será adotado nessa pesquisa é o Mark-up. Dubois, Kulpa e Souza (2009) relatam que este método consiste em adicionar certa margem de lucro aos custos do produto fabricado ou aos serviços prestados. O autor conclui Mark-up = % desejada x custo unitário. Prosseguindo, os autores dizem que esta margem de lucro é representada por um percentual que, ao ser adicionado aos custos totais do produto, deverá propiciar um preço de venda que dará sustentação para a empresa cobrir todas as suas despesas, além de permitir que a mesma obtenha um valor satisfatório de lucro. Para Santos (2012), o objetivo de um método baseado no custo da mercadoria é se a base for o custo total, a margem adicionada deve ser suficiente para cobrir os lucros desejados pela empresa. Ainda o autor comenta que o processo de adicionar margem fixa a um custo-base é geralmente conhecida pela expressão Mark-up. No que tange ao adotar um fator mark-up sem utilizar métodos de custeio para identificar o custo real do produto, Ferreira e Barboza (2005) mencionam que Mark-up se constitui em um percentual que é aplicado sobre o preço que se pagou em determinada mercadoria e, assim, se pensa que se está obtendo determinado lucro. Ainda o autor comenta que a adoção desse tipo de formação de preço é um erro corriqueiro praticado pela maioria dos pequenos e médios empresários. O autor explica que muita gente pensa que porque comprou por R$ 100,00 e vendeu por R$ 200,00 está ganhando 100% de lucro para pagar suas despesas. 3. METODOLOGIA DE PESQUISA Os dados obtidos foram conquistados através de uma pesquisa de cunho descritivo, pois descreverá parâmetros e situações da empresa estudada. Segundo Gil (2010), pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das características de determinada população e pode ser elaborada também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis. Os dados foram obtidos primeiramente por uma entrevista não estruturada. Segundo Marconi e Lakatos (2003), entrevista não estruturada é aquela que o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada, é uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação. As mesmas foram aplicadas em conversação com o dirigente da empresa nos dias 14 e 15 de março do ano de 2013 e, assim, obteve-se o método de formação de preço descrito na pesquisa, todo o levantamento de custos e reposição de estoques. Quanto aos procedimentos técnicos, caracteriza-se essa pesquisa como estudo de campo. Estudo de campo, na visão de Gil (2002) é desenvolvido por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Afirma ainda o autor que no estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada a importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo. Dessa 14 maneira, foram analisadas as planilhas de cálculo fornecidas pela empresa que continham todos os dados contábeis. Contudo, a pesquisa teve um enfoque, na sua maioria, de caráter quantitativo, pois se expressa de forma a indicar valores numéricos e análise em quantidades. Após a coleta de todos os dados necessários, foram apresentadas planilhas de cálculo que alimentadas demonstram valores e resultam no fator multiplicador, que multiplicado sobre o preço de compra da mercadoria resultará no preço de venda. Vale ressaltar que alguns parâmetros dessa pesquisa não podem ser generalizados pelas organizações, pois devido às particularidades dos segmentos e empresas e suas diferentes necessidades, a aplicabilidade dos métodos contidos na mesma podem não atender às necessidades dessas. 3.1 Caracterização A pesquisa foi aplicada no decorrer do ano de 2013 em uma loja de confecção no varejo cujo nome fantasia é Loja Nossa Senhora de Fátima, sediada no município de Loanda, noroeste paranaense, e que possui aproximadamente 30 anos. Especializada na comercialização de artigos de vestuário e acessórios. 4. COLETA E ANÁLISE DOS DADOS A aplicação de um método de formação de preço de venda que tem como critério o custeio de absorção na empresa em estudo busca proporcionar uma maior compreensão dos fatores que influenciam o preço final da mercadoria, proporcionando assim condições para que a empresa trace planejamentos com maior exatidão e tenha maior controle gerencial. O método é apresentado com textos explicativos e planilhas de cálculos que demonstram como é o procedimento da formação do preço de venda. 4.1 Levantamento da reposição do estoque orçado Primeiramente o método tem início com um levantamento da reposição de estoque orçado mensalmente. Esse orçamento teve como critério a reposição do ano anterior mais um acréscimo de porcentagem de aumento que a diretoria da empresa estabeleceu para o exercício de 2013. Quadro I. Reposição de estoque orçado 15 REPOSIÇÃO ESTOQUE ORÇADO EXERCÍCIO MESES Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL 2013 VALOR 32.093,56 23.417,99 22.906,64 24.661,77 29.074,61 28.286,18 27.800,00 26.900,00 28.900,00 25.400,00 26.800,00 36.000,00 332.240,75 4.2 Levantamento dos investimentos fixos e variáveis Os investimentos de caráter fixo é o valor estimado do imobilizado (Bens diversos da empresa) e valor que empresa mantém em estoque de mercadoria, valores como contas a receber, disponibilidade de caixa e bancos não devem ser considerados. Os investimentos variáveis são aqueles que variam com a demanda das vendas. Neste momento será levado em conta o tempo do retorno do capital investido que é calculado da seguinte maneira: A empresa vende no prazo 30, 60 e 90 dias, portanto, tem um prazo médio de retorno dos investimentos variáveis de 60 dias. Assim, divide-se o tempo médio de retorno do capital (2 meses) pelo tempo que a empresa está realizando este levantamento de dados, no caso 12 meses, assim teremos o percentual de 16,66% arredondando para 17%. O demonstrativo dos cálculos segue no quadro II. Quadro II. Levantamento dos investimentos LEVANTAMENTO DOS INVESTIMENTOS EXERCÍCIO DESCRIÇÃO Investimento Fixo Estoques Imobilizado Outros SUB-TOTAL DESCRIÇÃO Investimento Variável Capital de Giro 2013 VALOR 200.512,49 35.000,00 235.512,49 VALOR % 17,00% 4.3 Despesas com vendas 16 Neste momento é feito o levantamento das despesas variáveis com vendas, assim sendo consideradas comissões, impostos federais, estaduais, municipais, fretes, etc. Essas despesas com vendas deverão ser em percentuais que deverão incidir sobre o preço final (bruto). Quadro III. Despesas com vendas DESPESAS COM VENDAS EXERCÍCIO % DESPESAS COM VENDAS Contas Impostos: Estaduais Federais Municipais Comissões Frete Outras 0,00% 4,00% 0,00% 2,00% 0,00% 7,00% TOTAL 13,00% Fator p/formar preço de Venda 2013 % 0,87 Para encontrar fator para formar o preço de venda, diminui-se do percentual de 100% o percentual do total das despesas com vendas (13%), o resultado divide por 100, transformando o número em decimal, assim compondo o fator. 4.4 Levantamento dos Custos fixos A planilha de cálculo abaixo demonstra o levantamento de uma média de custos fixos mensal, portanto, há meses que na realidade alguns custos específicos possam ser de maior valor e outros de menor. Quadro IV. Custos fixos orçados 17 CUSTOS FIXOS ORÇADO EXERCÍCIO MESES Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL (4B) VALOR 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 14.528,00 174.336,00 4.5 Rateio dos custos fixos O método utilizado para rateio dos custos fixos é o custeio por absorção, tendo como base a reposição dos estoques. Assim, os custos ficam absorvidos pela conta que proporcionará retorno dos gastos através das vendas. Contudo, para ter o valor do percentual de rateio dos custos fixos, divide-se o valor total dos custos fixos pelo valor orçado da reposição de estoques. Quadro V. Percentual resultante do rateio dos custos fixos RATEIO DOS CUSTOS FIXOS VALOR Percentual % 52,47% Portanto, até o momento temos de custo R$1,00 (esse simula o preço de compra de mercadoria), R$0,52 de custo fixo e R$0,13 de despesa com vendas. Conclui-se que a cada R$1,00 de reposição de estoque, R$0,52 é custo fixo e R$0,13 é despesa com vendas. 4.6 Cálculo e análise de resultado sobre o investimento A empresa deve estabelecer um percentual de retorno no período que se deseja sobre o capital investido para este ser atribuído no preço de venda, Para isso, usa-se a seguinte fórmula: Onde: 18 CR = Custo de Reposição de estoque, CF = Custo Fixo, RI = Rendimento sobre o investimento, IF = Investimento fixo , IV = Investimento Variável O único valor que deve ser estabelecido pelo empresário na hora da resolução matemática da fórmula é o rendimento sobre o investimento. Em entrevista não estruturada com a diretoria da empresa, definiu-se 15% de rendimento sobre o investimento, os outros valores já foram levantados e demonstrados anteriormente. Vale ressaltar que todos os percentuais utilizados na fórmula serão transformados em números decimais, ou seja, divido por 100. Feito o cálculo, obtém-se a receita líquida. Denomina-se líquida, pois já estão deduzidas as despesas com vendas. Quadro VI. Cálculo e análise de resultado sobre o investimento CÁLCULO E ANÁLISE DE RESULTADO SOBRE O INVESTIMENTO CR = CUSTO DE REPOSIÇÃO 332.240,75 CF = CUSTO FIXO 174.336,00 RI = RENDIMENTO SOBRE INVESTIMENTO 15% IF = INVESTIMENTO FIXO 235.512,49 IV = INVESTIMENTO VARIÁVEL 17% RECEITA LÍQUIDA 556.083,76 Para a obtenção dessa receita líquida, é necessária uma margem lucro sobre os custos totais já levantados. Essa margem de lucro se forma dividindo-se o valor da receita líquida pelo valor dos custos totais (Reposição de estoque + Custos fixos). Quadro VII. Índice da margem de lucro ÍNDICE DA MARGEM DE LUCRO CONTAS Valor Receita Líquida Valor Custo Total Índice p/formar M. L. VALOR 556.083,76 506.576,75 9,77% 4.7 Resultado sobre o rendimento do investimento Esta planilha demonstra com clareza os resultados previstos de acordo com os critérios contábeis estabelecidos, assim já confronta a receita bruta necessária para resultar um retorno sobre o capital investido de 15%. Quadro VIII. Resultado sobre o investimento 19 RESULTADO SOBRE O INVESTIMENTO EXERCÍCIO CONTAS Receita Bruta ( - ) Impostos 2013 VALOR 639.176,73 83.092,98 Valor da Receita Líquida ( - ) Custos Reposição Custos Fixos 556.083,76 Total dos Custos 506.576,75 Resultado Operacional 332.240,75 174.336,00 49.507,01 Investimentos Fixo Percentual inv. Variável Variável 235.512,49 0,17 94.534,24 Total dos Investimentos Rendimentos sobre o Investimento Resultado sobre o Investimento 330.046,73 0,15 49.507,01 4.8 Conclusão dos parâmetros para a formação do preço Esses números servem de base para direcionar o preço desejado. Portanto, na hora de adquirir as mercadorias necessárias, o empresário, tendo o conhecimento dos percentuais de custo fixo para adicioná-lo ao custo de reposição, da margem mínima para gerar lucro e das despesas com vendas, é possível realizar a formação do preço com agilidade e rapidez, podendo então realizar a decisão de compra ou não. Quadro IX. Parâmetros PARAMETROS 2013 RATEIO DOS CUSTOS FIXOS PERCENTUAL P/APLICAÇÃO SOBRE O CUSTO TOTAL RENDIMENTO MÍNIMO SOBRE INVESTIMENTOS FATOR DESPESAS C/VENDAS MARGEM FLEXÍVEL 52,47% 9,77% 15,00% 6,00% 7,00% TOTAL 90,25% 4.9 Demonstração da formação do preço de venda Quadro X. Formação de custo e preço de venda do produto 20 FORMAÇÃO DE CUSTO E PREÇO DE VENDA DO PRODUTO Contas Valor Custo de Reposição Preço Unitário 100,00 ( + ) Frete 0,00 ( + ) IPI 0,00 ( - ) ICMS Regime Normal Total do Custo de Reposição Rateio do Custo Fixo 4.10 0,00 100,00 52,47 Custo Total 152,47 Margem para gerar lucro Margem adicional Preço c/margem de lucro 9,77% 0,00% 167,37 Despesas c/Vendas (1-(Desp. Vendas)) Preço Final 0,87 192,38 Resumo das vendas orçadas Para fins de planejamento estratégico e estabelecimento de táticas gerenciais, um resumo de todos os valores orçados para o exercício de 2013 se faz necessário. Com base nesses valores, é possível ter um visão ampla dos custos e vendas que deverão ocorrer no período. Quadro XI. Resumo das vendas e custos orçados EXERCÍCIO Meses Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total 2013 RESUMO DAS VENDAS ORÇADAS Reposição Custo Total do Receita estoque Fixo Custo Líquida 32.093,56 14.528,00 46.621,56 51.177,82 23.417,99 14.528,00 37.945,99 41.654,40 22.906,64 14.528,00 37.434,64 41.093,07 24.661,77 14.528,00 39.189,77 43.019,73 29.074,61 14.528,00 43.602,61 47.863,83 28.286,18 14.528,00 42.814,18 46.998,35 27.800,00 14.528,00 42.328,00 46.464,65 26.900,00 14.528,00 41.428,00 45.476,70 28.900,00 14.528,00 43.428,00 47.672,16 25.400,00 14.528,00 39.928,00 43.830,11 26.800,00 14.528,00 41.328,00 45.366,93 36.000,00 14.528,00 50.528,00 55.466,03 332.240,75 174.336,00 506.576,75 556.083,76 Receita Bruta 58.825,08 47.878,62 47.233,42 49.447,96 55.015,90 54.021,09 53.407,65 52.272,07 54.795,58 50.379,43 52.145,89 63.754,06 639.176,73 5. CONCLUSÃO Com a gama variada de produtos e serviços ofertados, o mercado se encontra altamente competitivo. Neste contexto, a formação do preço de venda dentro do ambiente corporativo não se resume em algo simples. Todas as etapas para atribuição do preço visível para o cliente têm que ser estudada e analisada sistematicamente. Para atribuição dessa verdadeira arte no mundo dos negócios que é a precificação, é necessário que crie valor para o consumidor ao 21 mesmo tempo em que remunere a empresa. Para isso, o levantamento e gerenciamento dos custos e despesas são de fato de suma importância. A vasta gama de literatura sobre o tema em questão aponta várias vantagens no uso de determinados métodos e conceitos específicos. Porém, na maioria das micro e pequenas empresas, não existe o conhecimento adequado sobre esse segmento de estudo e acaba que na sociedade competitiva de hoje em dia, leva-a ao fracasso. As empresas como um todo, devido a essa concorrência acirrada, precisam demonstrar-se cada vez mais competitivas. O estudo sistematizado e complexo dos custos de uma organização é obrigatório para quem deseja oferecer preços melhores para os clientes ao nível de qualidade de produtos aceitáveis por esses. A arte do bem administrar é fator determinante para o sucesso de uma empresa. O conhecimento de nomenclaturas, siglas, técnicas e saberes diversos de cálculos de custos são ferramentas auxiliares de uma boa administração. Nesse sentido, esse estudo apontou o sistema de formação de preço adotado pela empresa Loja Nossa Senhora de Fátima, e para atingir esse objetivo, realizou-se o levantamento de custos e despesas da empresa, identificando que a mesma utiliza-se do custeio por absorção, visando diluir os custos fixos através da reposição de estoques como base de rateio. Por fim, demonstrou-se que a empresa adota uma margem de retorno de investimento que supre as necessidades da empresa. O sistema de custeio e método de formação de preço demostrado oferece condições de planejamento estratégico e informações gerenciais de relevância para as decisões empresariais. A aplicação desse método de custeio trouxe a absorção dos custos à medida que se tem a compra da mercadoria para revenda. Com isso, a identificação do ponto de equilíbrio ficou evidente. Assim, é possível realizar previsões de vendas para atender todas as necessidades estabelecidas pela gerência. O empresário que consegue mensurar a importância da complexidade da formação de preço e consegue entender os métodos utilizados para conseguir chegar ao preço final de um produto ou serviço, consegue praticar a arte do bem administrar mais facilmente além de obter vantagens competitivas perante o mercado. Para a formação do preço, não se deve olhar apenas para os custos da empresa. O verdadeiro formador de preços tem a visão geral do negócio, precisa estar atento além dos custos, à concorrência e à demanda. Dessa maneira, existem várias outras perspectivas para a formação do preço de venda de um produto ou serviço que seriam bem-vindas para análise em pesquisas acadêmicas futuras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARNEIRO, Jorge Manoel Teixeira et al. Formação e administração de preço. Rio de Janeiro, RJ. Editora FGV, 2011 DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de. Gestão de Custos e Formação de Preços: Conceitos, Modelos e Instrumentos- abordagem do capital de giro e da margem de competitividade. 3ª ed. São Paulo, SP. Editora Atlas, 2009. DUTRA, René Gomes. Custos. Uma abordagem prática. 5ª ed. São Paulo, SP. Editora Atlas, 2003. FERREIRA, Genival; BARBOZA, Jovi. Como formar o preço de venda. 2ª ed. Maringá, PR. Editora Projus, 2005. 22 GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos acadêmicos. 5ª ed. São Paulo, SP. Editora Atlas, 2010. GIL, Antonio Carlos. 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