1 Custeio direto ou variável

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Aprendendo – Teoria
1
Contabilidade de Custos Decifrada
Custeio direto ou variável ..................................................................................................... 1
1.1
Conceito ........................................................................................................................ 1
1.2
Margem de contribuição ............................................................................................... 2
1 Custeio direto ou variável
1.1 Conceito
O Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que
consiste em considerar como Custo de Produção do Período apenas os custos variáveis
incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são
considerados como Custos de Produção e sim como Despesas, sendo encerrados diretamente
contra o resultado do período.
Desse modo, o Custo dos Produtos Vendidos e os Estoques Finais de Produtos em Elaboração e
Produtos acabados somente conterão custos variáveis.
Saliente-se que o custeio direto (ou variável) não é aceito para fins societários e fiscais.
Uma outra diferença em relação ao Custeio por absorção, de natureza formal, reside na
maneira de apresentar a demonstração de resultado, conforme abaixo:
Custeio direto (ou variável)
1 VENDAS BRUTAS
1
2 (-) DEDUÇÕES DE VENDAS
2
2.1 vendas canceladas
2.2 abatimentos/desc. Incond
2.3 Tributos sobre vendas
3 (=) VENDAS LÍQUIDAS
3
4 (-) CPV
4
4.1 EI de insumos e produtos
4.2 (+) compras de insumos
4.3 (+) outros custos variáveis
4.4 (-) EF de insumos e produtos
5 (-) DESPESAS VARIÁVEIS DE ADM E VENDAS
6 (=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
5
7 (-) CUSTOS E DESPESAS FIXAS
6
8 (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
7
9 (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO
8
Custeio por Absorção
VENDAS BRUTAS
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS
2.1 vendas canceladas
2.2 abatimentos/desc. Incond
2.3 Tributos sobre vendas
(=) VENDAS LÍQUIDAS
(-) CPV
4.1 EI de insumos e produtos
4.2 (+) CPP (MD+MOD+CIF)
4.3 (-) EF de insumos e produtos
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO
Para fins de custeio direto, não interessa se o custo é direto ou indireto, mas apenas se o custo
é fixo ou variável. Saliente-se - ainda - que as despesas têm o mesmo critério de diferenciação
(fixa ou variável).
Assim, temos despesas e custos variáveis compondo a margem de contribuição. Por outro
lado, temos despesas e custos fixos atribuídos diretamente ao resultado.
Frise-se, ainda, que o custeio direto (ou variável) está em desacordo com o princípio de
competência, pois, considerando os critérios de classificação dos fatos contábeis, o aluguel da
fábrica (por exemplo) não é despesa, mas sim um dos preços pagos para produção dos
Luiz Eduardo Santos
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Contabilidade de Custos Decifrada
produtos por um mês. Ora, tal fato é permutativo. Pelo princípio de competência, somente
será registrada uma despesa relativa ao aluguel pago quando (e à medida que) ocorrer a venda
dos produtos fabricados.
Visto que o custeio direto (ou variável), (1) não é aceito para fins fiscais nem societários e (2)
está em desacordo com o princípio da competência; cabe uma pergunta: Para que esse custeio
serve?
A resposta é a seguinte: o custeio direto (ou variável) tem grande utilidade gerencial, servindo
para auxiliar a tomada de várias decisões – conforme veremos neste item da matéria.
Para fins de esclarecimento, iniciaremos nossa abordagem por uma comparação das vantagens
e desvantagens do custeio direto (ou variável) em relação ao custeio por absorção.
Vantagens: (1) Impede que o aumento da produção sem o conseqüente aumento das vendas
distorçam o resultado. (2) Auxilia a tomada de decisões.
Desvantagens: (1) Separação da parcela fixa / variável de custos mistos. (2) Não aceitação pela
legislação.
Apresentado, em linhas gerais, o custeio direto (ou variável), passaremos a estudá-lo, com a
introdução de conceitos dele exclusivos – todos altamente úteis para tomada de decisões –
são eles: (a) margem de contribuição, (b) Análise das relações entre custos/volume e lucro –
(b.1) ponto de equilíbrio, (b.2) margem de segurança e (b.3) alavancagem operacional.
1.2 Margem de contribuição
A margem de contribuição é definida como sendo a diferença entre o valor das vendas e dos
gastos variáveis (gastos esses definidos, anteriormente, como custos ou despesas). Esse
conceito representa o valor que é utilizado (em seu somatório) para cobrir os gastos com
custos fixos e para gerar lucro. Esquematicamente, podemos apresentar a margem de
contribuição conforme fórmula a seguir:
MC (=) V (-) CV
Legenda:
MC - margem de contribuição
V - vendas
CV = custos e despesas variáveis
Luiz Eduardo Santos
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