Leitura anexa 3 - Centro Científico Conhecer

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IBP1263_06
ANÁLISE ESTATÍSTICA DO IMPACTO DA POLUIÇÃO
ATMOSFÉRICA NA SAÚDE POPULACIONAL
Yara T. Yara1, Cássia U. Cássia 2,Admilson F. Admilson3
Copyright 2006, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás - IBP.
Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Expo and Conference 2006, realizada no período de 11 a 14 de
setembro de 2006, no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do evento,
seguindo as informações contidas na sinopse submetida pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho Técnico, como apresentado, não
foi revisado pelo IBP. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não
necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, seus Associados e Representantes. É de conhecimento e
aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja publicado nos Anais da Rio Oil & Expo and Conference 2006.
Resumo
O impacto da poluição atmosférica na saúde populacional é bastante complexo, pois a resposta para uma
quantidade de poluentes é diferente para cada pessoa. Portanto, há uma carência de estudos visando analisar os modelos
estatísticos capazes de avaliar os efeitos adversos à saúde populacional causados pela poluição do ar. Utilizam-se,
geralmente, análises de regressão, que são úteis para avaliar a relação entre uma ou mais covariáveis e uma única
variável resposta. O modelo de regressão de Poisson é o mais utilizado, por ser uma modelagem aplicada a dados de
contagens. Existem, contudo, outros modelos estatísticos utilizados em estudos epidemiológicos, como o modelo de
regressão proporcional de Cox e de regressão logística condicional. O objetivo deste estudo foi de realizar uma
comparação entre o modelo de regressão de Poisson e os demais modelos. Para isto, foi feito um estudo das
características dos modelos propostos. Os principais resultados mostraram que o modelo de regressão logística
condicional é utilizado para dados binomiais, o proporcional de Cox para dados de sobrevivência, enquanto o modelo
de regressão de Poisson é utilizado para dados de contagem, caso mais freqüente em problemas de impacto da poluição
na saúde populacional.
Palavras-chave: Impacto Ambiental, Análise de Regressão, Poluição Atmosférica.
Abstract
The impact of atmospheric pollutants in population’s health is very complex, because each person is affected
by an amount of pollutants of a different way. Therefore, there is a lack of studies that analyze the statistical models
capable to evaluate the adverse effect on population’s health caused by air pollution. It is used, generally, regression
analyses, which are useful methods to assess the relation between one or more covariates (independent variables) and
only one response variable. The Poisson regression model is the most used, because it is a model applicable to counts.
There exist, however, other statistical models used in epidemiological studies, like the Cox Proportional regression
model and the conditional logistic regression. This study aimed to carry through the comparison between the Poisson
regression model and the other models. To do so, a study of the characteristics of each model was done. Main results
showed that de conditional logistic regression is used to binomial data, the Cox proportional to survival data, while the
Poisson regression model is used for counts, the most common case of pollution impact on population’s health.
Key-words: Environmental Impact, Regression Analysis, Atmospheric Pollution.
1. Introdução
Com o surgimento das áreas urbanas, ocorreu um agravamento na qualidade do ar, causando problemas na
saúde populacional. Desta forma, houve uma maior preocupação com este tipo de problema, que não é simples de ser
tratado, por englobar diversos fatores; desde a dispersão dos poluentes, a composição química dos mesmos até seu
efeito na saúde da população.
A dispersão dos poluentes atmosféricos em uma determinada região depende das condições meteorológicas e
topográficas do local, influenciando na quantidade de poluentes a qual a população desta região estará sujeita, além da
diferença na quantidade de fontes poluidoras e dos tipos de poluentes mais abundantes em cada região. Estudada a
______________________________
1
Mestranda-UTFPR
2
Doutora, Professora do Departamento de Engenheira Mecânica – UTFPR.
3
Doutor, Professor do Departamento de Engenheiro Mecânico – UTFPR.
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006
dispersão dos poluentes, surge o impacto da poluição atmosférica na saúde, um assunto também complexo, pois a
resposta para uma quantidade de poluente é diferente para cada pessoa, dependendo de sua faixa etária; da genética, ou
seja, algumas pessoas possuem doenças crônicas, alergias, tornando-as mais sensíveis à poluição do ar.
A quantidade de poluição a qual as pessoas estão sujeitas varia significativamente conforme o local onde elas
trabalham e moram; a freqüência com que mudam de residência ou cidade, entre outros fatores que também
influenciam na quantidade e qualidade do ar a qual cada um está sujeito.
Devido à grande evolução estatística, a forma mais adequada para se estudar este assunto é através da
estatística, onde é possível unir uma vasta quantidade de fatores em um mesmo problema.
Alguns modelos que exigiam a utilização de processos iterativos na estimativa dos parâmetros, começaram a
ser utilizados e aperfeiçoados, na década de 70, através do desenvolvimento computacional.
Assim, Nelder e Wedderburn (1972), propuseram uma teoria unificadora da modelagem estatística a qual
denominaram de Modelos Lineares Generalizados (MLG), como sendo uma extensão dos modelos lineares clássicos.
Na realidade, eles mostraram que uma série de técnicas, comumente estudadas separadamente a mais de um século
atrás, podem ser reunidas.
Então, tem-se abaixo um breve histórico dos estudos que levaram a essa visão geral da modelagem estatística
denominada Modelos Lineares Generalizados (MLG).
Segundo McCullagh e Nelder (1989), a regressão linear múltipla, envolvendo distribuição normal, iniciou no
século XIX com os matemáticos Legendre e Gauss. Fisher, de 1920 a 1935, entretanto, estudou a análise de variância
para experimentos planejados, também envolvendo distribuição normal, e apresentou ainda, a função de
verossimilhança como um procedimento geral para inferência a respeito de qualquer modelo estatístico, bem como o
modelo complementar log-log para ensaios de diluição, envolvendo distribuição binomial. Além disso, Fisher
desenvolveu a família exponencial, ou seja, uma classe de distribuições com propriedades ótimas (estatísticas
suficientes) para a estimação dos parâmetros (Schmidt, 2003).
Por sua vez, o modelo probit para proporções com distribuição binomial surgiu em conexão com a análise
biológica, e o método moderno de análise de dados proposto por Bliss (1935). Já Dyke e Patterson (1952) apresentaram
os modelos logísticos para proporções com distribuição binomial com função de ligação logit, publicando uma análise
de dados cruzados relacionando a proporção de pessoas que possuíam um bom conhecimento sobre câncer e da mesma
forma, Rasch (1960) descreveu o modelo logístico para análise de itens, envolvendo distribuição Bernoulli.
Os Modelos log-lineares para contagens, envolvendo distribuição de Poisson e multinomial, que são utilizados
freqüentemente nas ciências sociais, foram apresentados por Birch (1963), e os polinômios inversos, envolvendo
distribuição gama, usados em trabalhos biológicos para expressar a forma das curvas de resposta, o crescimento das
curvas e assim por diante foi introduzido por Nelder (1966). Por fim, grande interesse nos modelos para dados de
sobrevivência surgiu no contexto de tratamentos clínicos e cirúrgicos, tendo distribuição exponencial com a função de
ligação recíproca ou log, apresentados por Feigl e Selen (1965), Zippin e Armitage, (1966) e Glasser (1967).
2. Modelos Lineares Generalizados
Nelder e Wedderburn (1972) desenvolveram uma classe de modelos baseados na família exponencial com um
parâmetro desconhecido, cujas médias são não-lineares num conjunto de parâmetros lineares. Tais modelos são
chamados de Modelos Lineares Generalizados (MLG).
Os MLG são uma união de modelos lineares e não-lineares onde se tem uma distribuição da flexível família
exponencial, formada pela distribuição normal, Poisson, binomial, gama, e normal inversa; e incluem modelos lineares
tradicionais (erros com distribuição normal), bem como os modelos logísticos, os modelos log-lineares, os modelos de
regressão de Poisson, dentre outros (McCullagh e Nelder, 1989).
Os Modelos Lineares Generalizados possibilitam, basicamente, ampliar a distribuição da variável resposta,
permitindo que a mesma pertença à família exponencial de distribuições, bem como para dar maior flexibilidade à
relação funcional entre a média da variável resposta ( μ ) e o preditor linear ( η ) . Assim, para dados de contagem, em
vez de aplicarmos algum tipo de transformação na variável resposta y com o intuito de normalizá-la, podemos, por
exemplo, usar a distribuição de Poisson e a relação funcional entre a média de y e o preditor linear η = logμ . Essa
relação garante um valor positivo para quaisquer valores dos parâmetros do preditor linear (Santos, 2000).
Muitos outros modelos estatísticos podem ser gerados pela seleção apropriada de uma distribuição de
probabilidade para a variável resposta e de uma função de ligação. O Modelo Linear Generalizado é definido por uma
distribuição de probabilidade, membro da família exponencial de distribuições, que se constitui pelas seguintes
componentes:
•
A componente aleatória: admite-se um vetor de observações y = ( y1 ,..., y p )
T
como realização das
variáveis aleatórias Y = (Y1 ,...,Yp ) , as chamadas variáveis resposta, que seguem alguma distribuição
T
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de
•
probabilidade
{(
da
família
)
exponencial,
}
que
tem
densidade
dada
por:
fY ( y;θ,φ ) = exp yθ - b ( θ ) a ( φ ) + c ( y,φ ) , onde a(.), b(.) e c(.) são funções conhecidas e θ é o
parâmetro natural (ou canônico) e φ > 0 é chamado de parâmetro de escala e é suposto conhecido para
cada observação.
A componente sistemática: considera-se a estrutura linear de um modelo de regressão η = X T β , onde
X T = ( xi1 ,...,xip ) são as variáveis explicativas e X é uma matriz modelo;
T
•
A função de ligação: liga as componentes aleatórias e as sistemáticas, ou seja, liga a média da variável
resposta e a estrutura linear; é uma função monótona e diferenciável, g ( .) , definida nos MLG por
g ( i ) = η , onde
ƒ
η = X T β é o preditor linear;
ƒ
β = ( β1 ,..., β p ) , p < n , é um vetor de parâmetros desconhecidos a serem estimados.
T
A seguir temos a Tabela 1, com as principais regressões e seus respectivos tipos de distribuição da variável
resposta, bem como a forma da função de ligação.
Tabela 1 - Característica de algumas regressões comumente utilizadas.
Regressão
Linear
Distribuição
Normal
Logística
Binomial
Poisson
Poisson
Função de ligação
g ( μ) = μ
⎛ μ ⎞
g ( μ ) = log ⎜
⎟
⎝1- μ ⎠
g ( μ ) = log ( μ )
2.1. Escolha do Modelo
Uma decisão importante na escolha do Modelo Linear Generalizado (MLG) adequado é quanto ao trinômio
especificado anteriormente: componente aleatória, componente sistemática e função de ligação.
Outro aspecto importante na escolha do modelo se refere à escolha da escala de análise. Uma escolha comum é
entre uma análise de Y (escala original), ou logY .
Segundo McCullagh e Nelder (1989), a caracterização de uma “boa” escala depende do propósito do estudo,
por exemplo, para uma análise de regressão linear clássica, uma boa escala deveria combinar constância da variância,
Normalidade aproximada dos erros e aditividade dos efeitos sistemáticos. Porém, não existe nenhuma razão para
acreditar que tal escala exista. Para exemplificar um caso em que isto ocorre, tem-se, na análise de dados discretos,
onde os erros são bem aproximados por uma distribuição de Poisson, por exemplo, os efeitos sistemáticos, geralmente,
são multiplicativos. Neste caso Y 1 2 dá constância de variância aproximada, Y 2 3 tem melhor simetria aproximada ou
Normalidade, e logY produz aditividade dos efeitos sistemáticos. Evidentemente, uma escala sozinha não vai produzir
simultaneamente todas as propriedades desejadas. Porém, quando se introduz os MLG, a Normalidade e a constância da
variância não são mais necessárias, embora o modo como a variância depende da média deve ser conhecido.
Após a escolha do modelo que melhor se aproxima dos dados, não se pode esquecer de verificar se o mesmo
realmente se ajusta aos dados disponíveis, usando, por exemplo, análise de resíduos, ou outras estatísticas.
3. Comparação entre os Modelos
Um dos fatores relevantes na escolha de um modelo é o tipo de variável resposta, comumente chamada de
variável dependente. Os modelos a serem comparados aqui possuem variáveis respostas diferentes.
O modelo de regressão logística é utilizado para problemas em que a variável resposta é do tipo binomial, onde
se atribui apenas valores 0 ou 1, representando fracasso ou sucesso na análise. Este tipo de observação é conveniente
para experiências médicas, onde no final do período de estudo, ou o paciente se recuperou (Y=1) ou não se recuperou
(Y=0). Este tipo de modelo é interessante quando se quer estudar o impacto da poluição em indivíduos específicos, não
dando uma visão do impacto geral da poluição em uma determinada região.
Outro tipo de variável que não dá uma visão geral é a chamada de sobrevivência, correspondendo ao tempo de
vida de um componente, ou tempo de sobrevivência de um paciente, também muito utilizada para experiências médicas
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ou ainda útil para experimentos de segurança industrial onde a ênfase é dada para o tempo de falha de um equipamento
ao invés do tempo de sobrevivência. No caso de experiências médicas, é necessário ter um acompanhamento do
paciente durante o período em estudo, dificultando a realização do mesmo. O modelo de regressão proporcional de Cox
utiliza esta abordagem.
Já o modelo de regressão de Poisson tem por característica a análise de dados contados na forma de proporções
ou razões de contagem, muito comum em estudos epidemiológicos, onde se está interessado no impacto geral de um
certo componente na saúde da população de uma determinada região, para desta forma, iniciar um controle da dispersão
deste componente.
4. Modelo de Regressão de Poisson
O Modelo de Regressão de Poisson é um tipo específico dos Modelos Lineares Generalizados (MLG) e nãolineares, que teve origem por volta de 1970, quando Wedderburn (1974) desenvolveu a teoria da quaseverossimilhança, analisada posteriormente com mais detalhes por McCullagh (1983). Esta teoria especifica apenas uma
relação entre a variância e a média da variável resposta, a chamada função de variância.
Conforme Cordeiro (1986), as principais características do modelo de regressão de Poisson são:
•
Proporciona, em geral, uma descrição satisfatória de dados experimentais cuja variância é proporcional
à média;
•
Pode ser deduzido teoricamente de princípios elementares com um mínimo de restrição;
•
Se eventos ocorrem independente e aleatoriamente no tempo, com taxa média de ocorrência constante,
o modelo determina o número de eventos, num intervalo de tempo especificado.
O modelo de Poisson desempenha na análise de dados categorizados, o mesmo papel que o modelo normal
ocupa na análise de dados contínuos. A diferença primordial é que a estrutura multiplicativa para as médias do modelo
de Poisson é mais apropriada do que a estrutura aditiva das médias do modelo normal (Cordeiro, 1986).
Para o caso do impacto da poluição atmosférica na saúde populacional, a regressão de Poisson tem como
trinômio:
•
Componente Aleatória: variável resposta como sendo o número de agravos à saúde da população na
forma de proporções ou contagens;
•
Componente Sistemática: como variável explicativa, pode-se considerar a concentração de um
determinado poluente, a temperatura, umidade, entre outros;
•
Função de ligação: η = logμ .
Como foi dito, após a escolha do modelo a ser utilizado na análise, é preciso verificar a validade deste modelo.
No caso do modelo de regressão de Poisson, a estatística utilizada para esta validação é a estatística G2, proposta por
{
}
Bishop, Fienberg e Holland (1975) e outros, que é dada por 2 ∑ ylog ( y μˆ ) - ( y - μˆ ) , onde o segundo termo é
freqüentemente omitido. Outra estatística também utilizada para fazer a validação do modelo de Poisson é a chamada
2
2
estatística de Pearson X 2 , que tem a forma: X = ∑ ( y - μˆ ) V ( μˆ ) , onde V ( μˆ ) é a função variância (McCullagh e
Nelder, 1989).
Como o próprio nome já diz, o modelo de regressão de Poisson é um Modelo Linear Generalizado que possuiu
a distribuição de Poisson da família exponencial.
4.1. Distribuição de Poisson
A distribuição de Poisson pode ser usada para determinar a probabilidade de um dado número de sucessos
quando os eventos ocorrem em um “continuum” de tempo ou espaço. Supõe-se que os eventos são independentes e que
o processo é estacionário. A probabilidade de se obter mais um evento num intervalo pequeno é desprezível. Esta
distribuição é largamente empregada quando se deseja contar o número de eventos de certo tipo que ocorrem num
intervalo de tempo, superfície ou volume. Por exemplo: o número de chamadas telefônicas recebidas durante cinco
minutos; número de falhas de um computador num dia de operação, bem como, o número de pessoas com problemas
respiratórios durante um ano (Schmidt, 2003).
A distribuição de Poisson é conhecida como distribuição dos pequenos números, pois o valor de p é muito
pequeno, enquanto o número de observações (n) é muito grande, assim o produto np tenderá para um limite μ . Neste
caso tem-se:
P (Y = y ) =
-μ y
e μ
;
y!
y = 0,1,2,...
(1)
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A distribuição que tem como densidade de probabilidade a expressão da Equação 1 é denominada de
distribuição de Poisson, com parâmetro μ > 0 .
Uma propriedade interessante que uma variável aleatória de Poisson apresenta é: seu valor esperado é igual a
sua variância que são iguais a μ , conhecido como parâmetro de Poisson (Meyer, 1983).
Para ilustrar que a distribuição de Poisson é uma distribuição de pequenos números, tem-se a representação
das probabilidades da distribuição de Poisson para μ = 1,2,4,6 na Tabela 2 e na Figura 1.
Tabela 2 - Valores da Distribuição de Poisson
y
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
μ=1
0,367879441
0,367879441
0,183939721
0,06131324
0,01532831
0,003065662
0,000510944
0,000072992
0,000009123
0,000001013
0,000000101
μ=2
0,135335283
0,270670566
0,270670566
0,180447044
0,090223522
0,036089409
0,012029803
0,003437087
0,000859272
0,000190949
0,000038189
μ=4
0,018315639
0,073262556
0,146525111
0,195366815
0,195366815
0,156293452
0,104195635
0,059540363
0,029770181
0,013231192
0,005292477
μ=6
0,002478752
0,014872513
0,044617539
0,089235078
0,133852618
0,160623141
0,160623141
0,137676978
0,103257734
0,068838489
0,041303093
Valores da Distribuição de Poisson
0,40
μ1
μ
0,30
μ2
0,20
μ3
μ4
0,10
0,00
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
y
Figura 1 - Gráfico para quatro valores de μ
Observa-se, pela Figura 1, que com o crescimento do valor de μ , há um achatamento da curva e o
deslocamento da mesma para a direita. Para valores grandes de μ , a distribuição é aproximadamente normal.
Uma distribuição possui igual dispersão, quando a média é igual à variância, porém, quando a variância é
maior que a média, há uma superdispersão e quando a variância é menor que a média, há uma subdispersão, sendo este
último caso incomum.
-μ y
e μ
, y = 0,1,2,... onde y é o número de nãoAssim, o modelo de Poisson é dado por P (Y = y ) =
y!
conformidades e μ > 0 é o parâmetro da distribuição de Poisson e é, também, a média e a variância. (Schmidt, 2003).
5. Conclusão
5
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006
Em estudos epidemiológicos, como é o caso do impacto da poluição atmosférica na saúde populacional
existem formas diferentes de análise, dependendo do tipo de variável resposta que se deseja. Pode ser feita uma
avaliação do impacto de indivíduo para indivíduo, utilizando tanto variáveis binomiais, onde se utiliza o modelo de
regressão logística condicional; tanto variáveis de sobrevivência, onde se utiliza o modelo de regressão proporcional de
Cox. Porém o modelo mais conhecido e utilizado é o modelo de regressão de Poisson, por ser um modelo que leva em
consideração dados contados na forma de proporções ou razões de contagem, sendo possível, então ter uma visão geral
do problema, por exemplo, saber o impacto da poluição atmosférica em uma região específica, bem como, impactos
globais, para que então, se possa verificar a qualidade do ar em regiões de grande concentração de poluentes, podendo,
posteriormente serem tomadas medidas de prevenção, ou de manutenção da qualidade do ar.
6. Agradecimentos
Este trabalho foi desenvolvido com o apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo – ANP – e da
Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP – por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor
Petróleo e Gás – PRH-ANP/MCT (PRH10-UTFPR).
7. Referências
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p. 220-233, 1963.
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SANTOS, C. A. S. T., FERREIRA, L.D.A., OLIVEIRA, N.F., DOURADO, M.I.C., BARRETO, M.L., Modelagem
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6
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