Seminário "Memória e Representação"

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Seminários em Ciências
do Comportamento
Representação do Conhecimento,
Memória e o Uso de Normas
na Investigação Científica
Andressa Bonafé
Charlise Albrecht
Roteiro:
1) Breve introdução à Psicologia Cognitiva
2) A Representação Mental do Conhecimento
3) Processos de Memória
4) Uso de Normas na Pesquisa Experimental em
Psicologia
Psicologia Cognitiva
Estuda como as pessoas percebem, aprendem,
lembram-se e pensam sobre a informação.
A Ciência Cognitiva é um campo multidisciplinar que
se utiliza de idéias e métodos da Psicologia
Cognitiva, da Psicobiologia, da IA, da Filosofia, da
Lingüística e da Antropologia.
Métodos de Pesquisa
(a) experimentos de laboratório ou outros
experimentos
controlados;
(b)
pesquisa
psicobiológica; (c) autoavaliações; (d) estudos de
caso; (e) observação naturalística; e (f) simulações
por computador e IA.
Os objetivos compreendem a coleta e a análise de
dados, o desenvolvimento de teorias, a formulação e
a testagem de hipóteses, e até mesmo a aplicação
em ambientes fora do contexto da pesquisa.
Representação do
Conhecimento
Forma pela qual as pessoas conhecem em suas mentes as coisas, ideias
e eventos que existem fora de suas mentes.
Ausência de métodos de observação direta. Alternativas:
- Abordagem Racionalista (Epistemologia Clássica) - dedução lógica.
Duas classes de estruturas do conhecimento:
1) Declarativo: fatos que podem ser declarados. Informações factuais.
Data do seu aniversário, nome do cônjuge
2) Procedural: procedimentos que podem ser executados.
Fazer arroz, dirigir um carro
“Saber o que X Saber como”
Psicologia Cognitiva: Busca de dados empíricos para a
representação do conhecimento.
a) Experimentos laboratoriais - como pessoas lidam com tarefas
que exigem a manipulação do conhecimento representado
mentalmente.
b) Estudos Neuropsicológicos - como o cérebro responde a
tarefas que envolvem tal conhecimento. Relações entre déficits na
representação do conhecimento e patologias associadas.
Conhecimento Declarativo:
Palavras X Figuras
Representações externas: descrição ou desenho?
Nenhuma representação mantém todas
as características do que está sendo representado.
G-A-T-O
Figura: representação análoga
ao objeto real (todo ou parte).
Atributos concretos similares.
Informações simultâneas.
Palavra: representação simbólica
(todo). Relação arbitrária (aplicação
de regras). Informações abstratas dicionário - e sequenciais.
Imaginação
Representação mental de coisas que não estão sendo percebidas
pelos órgãos sensoriais.
Experiências vividas ou não. Cenários impossíveis.
Pode envolver qualquer modalidade sensorial.
Código Dual
(Allan Paivio, 1969/1971)
Dois códigos mentais para representar o conhecimento:
1) Imaginário (analógico) e não-verbal: imagens
(análogas aos estímulos físicos que observamos).
Exemplo: face de uma pessoa.
2) Código verbal (simbólico): palavras (símbolos
arbitrários para representar ideias).
Exemplo: verdade.
Como usamos esses dois tipos de representação?
Responder às perguntas:
A cauda de um gato é suficientemente longa para atingir a ponta do
seu nariz? Os gatos gostam de comer peixe? As pernas traseiras e
dianteiras de um gato são do mesmo tamanho e forma?
Experimentos de Paivio:
sequência de figuras x sequência de palavras. Diferenças
no processamento de informações verbais e imaginárias.
Imagens que evocam
informações verbais simbólicas
Hipótese Proposicional
(Anderson & Bower, 1973)
Proposição = significado subjacente a uma relação particular entre
conceitos. Forma abstrata, mentalismo.
Não armazenamos representações mentais na forma de imagens ou
palavras, mas de proposições. Elas não podem ser percebidas com os
olhos ou explicadas. Forma intrínseca ao cérebro humano. Facilitam a
descrição do processamento cognitivo.
Simplificação = “Cálculo do Predicado”
[Relação entre os elementos]
([Elemento do sujeito],[Elemento do objeto])
Armazenamento do conhecimento como
“significados profundos” (proposições).
Recordar = evocar representação proposicional
+
recriar código verbal ou imaginal
Imagens mentais não são analógicas (incapacidade
de “traçar” mentalmente de forma exata) mas
construídas com base no conhecimento
proposicional.
Formas Integrantes
(Stephen Reed, 1974)
Figuras Ambíguas
(Chambers & Reisberg, 1985/1992)
Outra interpretação: códigos proposicionais
influenciam imagens mentais
Hipótese da Equivalência Funcional
Imaginação visual não é idêntica à percepção visual,
mas são funcionalmente equivalentes.
Similaridades:
movimentos, tamanho,
geração de informações,
tempo de construção.
(Shepard & Metzler, 1971)
Representação do Conhecimento
Declarativo
Conhecimento simbólico
Unidade fundamental = CONCEITO (meio econômico de
manipulação de informação).
ESQUEMAS DE CONCEITOS: estruturas mentais para
representar o conhecimento, abrangendo conceitos
inter-relacionados em uma organização significativa.
•
•
•
•
•
Dependem da pessoa e do contexto.
Incluem subesquemas.
Abrangem fatos típicos e variações.
Variam em grau de abstração.
Permitem inferências.
Aplicações dos esquemas:
•
Como representamos informações na memória?
•
Como crianças desenvolvem compreensão
cognitiva de como o mundo funciona?
•
Inteligência Artificial (scripts)
Redes Semânticas
Elementos (nós) = conceitos.
Conexões = relações classificadas. Podem envolver:
• Pertencimento à categoria.
• Atributos.
• Outras relações semânticas.
Relações classificadas formam vínculos na memória que
capacitam a pessoa a conectar vários nós em uma maneira
significativa.
Exemplo de Rede Semântica
Relações de Hierarquia x Associações Frequentes (Redes)
Memória
Definição - O que é?
Processos e estruturas envolvidos na capacidade de
adquirir, armazenar e evocar informações.
“A memória é o coração do funcionamento intelectual humano”
(Ellis & Hunt, 1995).
Estruturas
A memória não é uma única habilidade ou função,
mas uma complexa combinação de subsistemas
mnemônicos.
Que sistemas cognitivos permite termos capacidade
de memória?
Sensorial
Mesmo quando não estamos prestando atenção, nossos
sentidos estão recebendo informações no meio externo e que
vão sendo organizadas conscientemente ou não pelo nosso
cérebro e se transformando em memória.
a) Visual: também chamada de icônica, torna uniformes as
imagens à nossa frente, preenchendo lacunas.
b) Auditiva: também chamada de ecóica, permite a recordação
imediata e precisa do som;
Capta a informação chegada pelos sentidos e
logo transfere para o próximo sistema de memória.
Curto Prazo
- Depósito temporário para que pequenas quantidades de
informação. Se não for importante, sai logo do depósito ou se
perde, temporariamente ou para sempre.
- Distribui os recursos cognitivos para executar as múltiplas
tarefas com que se depara;
- Evita que se acumulem datas, números e outras informações
desnecessárias;
- O tipo de armazenamento desta memória permite fazer
cálculos mentais, recordar uma lista de atividades a cumprir e
outras atividades cotidianas.
Longo Prazo
- Organiza e mantém disponível a informação durante períodos
mais longos, caracterizando-se por não possuir limites nem em
sua duração e nem em sua capacidade.
- Contém (retêm) toda a informação que somos capazes de
armazenar ao longo de toda a vida.
- À medida em que se formam novas recordações, aquelas mais
antigas se atualizam, mudam, se perdem ou são revisadas. Isto
se chama processamento construtivo.
Conteúdo
O que lembramos?
Conhecimentos gerais: fatos, significado de palavras,
aparência de objetos, cores
MEMÓRIA SEMÂNTICA
Experiências pessoais
MEMÓRIA EPISÓDICA
Habilidades ou rotinas
MEMÓRIA PROCEDURAL
Processos
Como lembramos?
Aquisição: etapa da codificação
Exemplo: atenção
Armazenamento: etapa de retenção
Exemplo: relacionar com algo já conhecido
Evocação: etapa de acesso à informação
Exemplo: “na ponta da língua”
Uso de normas
Permitem avançar no estudo da memória, linguagem
e áreas afins utilizando materiais sobre os quais se
tem melhor conhecimento podendo, dessa maneira,
aprimorar a qualidade e confiabilidade de seus
resultados.
- Normas de concretude;
- Normas de associação semântica para conceitos
naturais;
- Normas de tríades para testes de memória;
- Normas de palavras associadas DRM;
- Normas de frequência de ocorrência;
- Normas de figuras de objetos comuns;
- Normas de associação semântica para palavras
contextualizadas.
Referências
• Ellis, H. C., & Hunt, R. R. (1993). Fundamentals of cognitive
psychology. 5.ed. Madison: Brown Benchmark.
• Sternberg, R. J. (2010). Psicologia Cognitiva (Tradução da 5 a
ed.). São Paulo: Cengage.
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