AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL A IMPORTANCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Rosangela Topanotti Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo BRASNORTE/2013 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL A IMPORTANCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Rosangela Topanotti Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo “Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Infantil com Ênfase em Educação Especial.” BRASNORTE/2013 AGRADECIMENTO Agradeço primeira mente a DEUS, e a minha família pelo apoio, que oportunizou no meu crescimento; pessoal e profissional; aos mestres pela paciência e incentivo. Aos amigos que sempre me incentivaram a não desistir. DEDICATÓRIA A minha família, aos meus amigos e professores, e aos mestres, que não mediram esforços no meu aprendizado. Dedico com amor e carinho este trabalho. “A educação modela as almas e recria os corações. Ela é alavanca das mudanças sociais.” Paulo Freire RESUMO O motivo pelo qual optei pela escolha do tema A importância da leitura no processo da alfabetização foi meu grande desafio durante o longo período em que atuo nas séries iniciais como professora alfabetizadora. Durante as observações percebo as necessidades que os alunos apresentam na leitura e escrita. Sabe-se que um dos principais problemas na educação no momento atual é a defasagem e dificuldade que os alunos tem de ler, interpretar e produzir texto. Compreender a aquisição do conhecimento sem o domínio da leitura é uma tarefa praticamente impossível, visando aperfeiçoar o desenvolvimento ensino aprendizagem valorizando e estimulando o cidadão o gosto de ler e escrever através da linguagem artística literária e histórica, sendo este um ponto de partida para a construção do pensamento lógico que possibilitará o educando a construir relações diante do mundo. O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e leitura de vários autores que me proporcionaram caminhos variados de fácil compreensão, desenvolvendo diferentes aspetos do conhecimento curricular de forma lúdica e criativa favorecendo o interesse e a formação do habito e a importância de ler e escrever no futuro e melhorar o nível de qualidade da aprendizagem dos alunos. O objetivo deste estudo foi de propor uma reflexão, uma busca, reconstrução e inovações de práticas, métodos sobre o fazer pedagógico. Tendo em vista essas discussões perpassam pelo âmbito escolar onde se analisa o processo da leitura e escrita que ocorre durante processo de desenvolvimento da aprendizagem do educando. Processo esse necessário que a leitura e a escrita se faça presente, não somente nos livros didáticos, mas a leitura de mundo, dos mais diversos símbolos. É preciso que ocorram desafios nas buscas de soluções para as dificuldades relacionas nas teorias do conhecimento educacional e real, possibilitando caminhos e mudanças necessárias aos direitos de nossas crianças, sendo um processo contínuo e necessário com significados de formar cidadãos de bem, perante a sociedade, na vida pessoal e profissional. Palavras chaves: Leitura e escrita, alfabetização, aprendizagem, aluno. SUMARIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 07 CAPITULO I A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DO SER HUMANO ..............................09 CAPITULO II UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA E A ESCRITA............................................16 CAPITULO III LEITURA, UM MEIO PARA A REALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO......................24 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................33 REFERÊNCIAS..........................................................................................................34 INTRODUÇÃO Este trabalho refere-se à conclusão do curso de Especialização em Educação Infantil com ênfase em Educação especial, Instituto de Educação Vale do Juruena Ajes, Brasnorte- MT. A importância da leitura para o processo de autoconhecimento da criança e de sua inserção no real, bem como para seu desenvolvimento de seu senso critico diante da linguagem. A leitura na escola durante o processo de alfabetização, tem um papel importante para a formação do aluno-leitor pois a leitura é a arte que tem como matéria a palavra, o pensamento, as idéias, a imaginação e tudo isso é próprio do ser humano, já desde muito pequeno, por este motivo domínio da leitura atualmente e entendida não mais como mero processo de alfabetização ou mera habilidade mecânica e sim como um mergulho mais profundo da cultura que vive em constante mudança. O ser humano em todas as fases de sua vida está sempre aprendendo coisas novas e descobrindo suas semelhanças no meio em que vive. A leitura mostra caminhos e contribui para a formação de um leitor critico e participativo contribuindo historicamente na sociedade. O mesmo apropria-se dos conhecimentos, reais como um todo, utilizando dos desafios que garantem a sobrevivência e a integração no meio em que vive. Diante disso percebe-se que, o domínio da leitura é necessário para garantir ao aluno autonomia no contato com o texto como fonte de lazer e enriquecimento. Este tema de pesquisa foi escolhido devido à falta de interesse e necessidade da leitura no cotidiano do educando, tendo em vista a realidade com grande índice de leitores que lêem por obrigação e não por prazer, por gostar. Acredito que a leitura é importante para a interação do meio social em que o indivíduo encontra-se inserido. Devido isso a mensagem do leitor muitas vezes não é compreendida ou entendida pelo desenvolvimento intelectual do individuo. leitor causando grande prejuízo ao 08 Apresento no Capitulo I - A Importância da Leitura na Vida do Ser Humano. A leitura e a troca de experiência de leitura de vida do ser humano, que fazem parte dos encontros familiares. Nas fabulas e encontro lendas narrativas fantásticas ou realistas, historias de vida. A leitura é uma ferramenta utilizada para suprir as necessidades impostas pela sobrevivência, seja ele cultural e socioeconômico, alem de garantir seu conhecimento, e desafios de interação no meio em que vive. Oferece no Capitulo II – Uma Reflexão sobre a Leitura e a Escrita São aspectos relacionados ás práticas de leitura em nossa sociedade, e as maneiras como essas práticas se relaciona com aquelas desenvolvidas na escola. As concepções de leitura, um conhecimento necessário ao leitor para que compreenda um determinado texto, também as práticas de leitura em relações com aspectos materiais envolvidos na produção do texto escrito. No capitulo III – Leitura, um meio para a realização de conhecimento. Consideramos que a leitura é um dos meios mais importantes na escola para a consecução de novas aprendizagens. Tendo em vista que os desafios ocorrem, é preciso muitas vezes dar voltas para realizar a compreensão, e decodificação da aprendizagem significativa. CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DO SER HUMANO A leitura é a troca de experiência de leitura de vida do ser humano, que fazem parte dos relacionamentos familiares perante a sociedade. Nas fábulas e encontro lendas narrativas fantásticas ou realistas, histórias de vida. A leitura é uma ferramenta indispensável sendo utilizada para suprir as necessidades impostas pela sobrevivência, seja ele cultural e socioeconômico, além de garantir seu conhecimento, e desafios de interação no meio em que vive. Segundo SILVA (2009, p. 33), para falar em literatura na escola, há que se falar primeiro em leitura e em quem a promove. Que é a leitura? Como deve atuar o individuo- seja ele professor ou não – que se propõe formar novos leitores? Aparentemente, são ociosas essas perguntas, cujas respostas todas conhecemos. Contudo, com relação á leitura, podemos afirmar com certeza: há leituras e leituras. Alias, podemos distinguir pelo menos três formas de leitura, ou três atitudes do leitor durante o ato de ler. Vejamos. Inicialmente, temos a leitura mecânica, que consiste na habilidade de decifrar códigos e sinais. Até pouco tempo, pensávamos que a alfabetização resumia-se a isso: transformar os sinais pretos sobre a folha branca em sons constituidores de palavras. Habilidades semelhantes é a de” saber ler” outras linguagens que do alfabeto, Como Códigos Morse, o Braille, as partituras musicais. Isso é leitura? Sem duvida, mas é seu nível mais ementar, e não é esse tipo de leitura que temos em mente quando pensamos em leitura na escola. SILVA (2009 p.33,34), citado por Paulo Freire (1986), outra forma de leitura é a que, denominou leitura de mundo. Diferentemente da leitura mecânica, na qual nos iniciamos na escola, a leitura de mundo é um processo continuado. Que começa no berço e só se encerra no leito de morte. Desse aprendizado ninguém é excluído, para a escola da vida não há limitação de verbas, nelas não se tiram férias nem se promovem greves. A leitura de mundo nos ensina a ler mais do que os sinais pretos sobre a folha branca, ela nos ensina o significado das nuvens no céu, a promessa de um sorriso, revela-os a impaciência atrás de um gesto, um “um sim na boca de quem diz ”não”. É a leitura tomada em seu sentido mais amplo. Essa leitura metodológica, ao agricultor; ao medico, fornece dados para o diagnostico, ás vezes mais seguro e confiáveis do que os laboratórios; ao navegante, ensina o sentido das 10 rotas e dos ventos; e a todos os homens, ensina lição de convivência. Com essa habilidade de ler o mundo, marcada pela subjetividade de cada um, o leitor aproxima-se do texto, tentando decifrar seus códigos e sinais. A leitura de mundo, portanto, como bem ressaltou Paulo Freire, precede a leitura mecânica, e a ela deve somar-se. Essa habilidade de decodificar múltiplos sinais e códigos diversificados permite-nos, por exemplo, identificar significados nas modulações de voz de contadores de historias ou perceber intenções no traço e no colorido das ilustrações dos livros, fazer leituras de extratos sonoros e visuais que ultrapassam e reforçam as palavras de um texto. Emilia Ferreiro (2001, p. 66), Afirma que: Finalmente, o ato de leitura não pode ser concebido como uma adição de informações (informação visual +informação não visual). O ato da leitura de ser concebido como um processo de coordenação de informações de procedência diversificada com todos os aspectos inferenciais que isso supõe, e cujo objetivo final é a obtenção de significados expresso linguisticamente. Conforme a citação acima pode-se dizer o quanto a leitura é importante na vida do ser humano,ela trás muitas informações, alem de ser essencial e progredir numa longa travessia em direção a uma participação maior na política, sócio econômico,e cultural, e proporcionar capacidades de construir e reconstruir coletivamente outro fatores que gera oportunidades e a melhoria na qualidade de vida. Ainda citado por SILVA (2009, p. 34), a terceira forma de leitura é o que se poderia chamar de leitura critica. É a que ali a leitura mecânica a de mundo, numa postura avaliativa, perspicaz, tentando descobrir intenções comparando leitura daqueles momentos com outras já feitas, questionando, tirando conclusões. Este é um patamar de leitura que não se atinge de imediato, ou seja, que requer um percurso por parte do leitor. Para ser capaz de fazer uma tal leitura, é preciso estar com todo o conhecimento- a bagagem cultural- a postos, estar com a mente alerta e ser capaz de relacionar, confrontar, chegara sínteses e conclusões. Ser um leitor crítico não é resultado de dom, mas de aprendizagem. Por isso esta no alcance de todos nós. Segundo CAGLIARI (1998, p. 175, 176), os alunos precisam ser incentivados a ler todo tipo de material, quer com relação á forma gramática, quer com relação aos variados tipos de textos. Devem ler coisas impressas e coisas 11 manuscritas, devem ler propagandas ou outros materiais semelhantes. O professor precisa mostrar aos alunos material escrito com os mais variados tipos de letras. Uso artísticos da escrita merecem um destaque. Uso especiais em propagandas também são interessantes, como palavras decoradas com desenhos que ilustram seu significado. Por exemplo, a palavra “incêndio” escrita com letra apagando fogo. È preciso ler histórias (muitas), noticias reportagens que falem de assuntos científicos, técnicos, curiosos, da vida de pessoas famosas, etc. É preciso ler jornal, revistas receitas culinárias, instruções do uso de equipamentos, de montagem ou de concerto, ler de tudo. E ler nunca é demais. Encontrado na REVISTA Nova Escola (2010, p. 91), Emilia Ferreiro conduz o leitor a uma reflexão sobre as práticas de leitura e escrita e a importância da diversidade no processo de alfabetização. O livro reúne trabalhos apresentados em congresso pela autora, psicolingüística que se doutorou na Universidade de Genebra sob a orientação de Jean Piaget (1896-1980), a cujo trabalho ela deu continuidade. No primeiro texto, Emilia Ferreiro faz um breve panorama da leitura e da escrita na historia da humanidade e analisa os efeitos das circunstâncias históricas e temporais na construção novos significados para os verbos citados no título da obra. No segundo sentido, ela aborda ploblematizações sobre o futuro da leitura tendo como base a compreensão do passado. Nesse sentido, a autora coloca em discussão a construção de leitores e produtores de texto num mundo em constante transformação, que conta cada vez mais com as novas tecnologias de comunicação. Essas mudanças traçam novos cenários para a educação e os profissionais envolvidos com as praticas da leitura e escrita devem se questionar sobre isso. FERREIRO in: Revista Nova Escola (2010, p. 91). A leitura é uma viagem pelo tempo dos verbos ler e escrever e um convite á reflexão, já que a obra abre caminhos para a qualidade da aprendizagem e para a atuação reflexiva daqueles que se comprometem em transformar as praticas de leitura e escrita. Conforme a citação acima, espera-se que realmente nos comprometemos com os futuros leitores mostrando a eles caminhos que possam garantir um aprendizado de qualidade, e que os mesmos possam mudar seu modo de ser no mundo.Ter uma visão diferenciada sobre o que a leitura proporciona para o 12 conhecimento no cotidiano,e que o mesmo considera o ato de ler como ato de solucionar os problemas. Ainda citado por FERREIRO (2001), afinal, evoluções como essa nem sempre dialogam com as práticas dos educadores. Nessa relação entre passado e futuro, o leitor é convidado a refletir sobre a história da leitura a partir da idade media e sobre a importância de envolver as crianças desde cedo com vários tipos de textos. Alguns exemplos de escritores em potencial mostram como eles são capazes de enfrentar desafios quando tem acesso á diversidade de textos e são colocados no papel de produtores de cultura. O ultimo texto do livro tem como focos de reflexão a diversidade no processo de alfabetização e o papel da escola no enfrentamento das diferenças e no respeito a elas. Essas heterogeneidades, que muitos educadores encaram como uma dificuldade é tratada pela autora como uma vantagem pedagógica se for compreendida pela escola, que deve investir em instrumentos didáticos para trabalhá-la. Para ALMEIDA (2010 p, 37 e 38), conforme observado, é possível fazer uma longa enumeração de sentidos que se pode atribuir á própria noção de leitura. Contudo, é evidente que nem todos os sentidos poderão ser contemplados neste recorte. O que delimita esses sentidos é a idéia de interpretação e compreensão. È esse recorte que será feito na perspectiva discursiva que norteara a reflexão acerca da leitura. Somente o conhecimento pleno da língua que a escrita representa é capaz de oferecer ao leitor condições adequadas para uma leitura que englobe a decifração e a compreensão. Ou seja, para que o aluno leia um texto e compreenda o que está escrito, não basta decifrar os sons da escrita, nem suficiente descobrir os significados individuais das palavras. Um texto é composto das relações entre as palavras e as frases em todos os níveis lingüísticos. O adequado é uma leitura no qual o leitor decifra o que está escrito, apropria-se das idéias que descobriu no texto, elabora todos esses conhecimentos como se fossem seus e, seguindo a lei da fidelidade ao literal do texto, passa dizer o que leu, em uma fala que traduz o texto e releva seu modo de interpretá-lo. 13 A leitura é ponto vital para a interpretação. Interpretar é antes de mais nada, compreender. Em se tratando de um texto, interpretar significa ir às estrelinhas, aos detalhes, ás sutilezas da mensagem. Interpretar é ir além da superfície penetrar fundo no texto, sentir todas as emoções que ele pode despertar. A interpretação bem feita envolve uma leitura criteriosa. SORDI (1991, p. 20), encontrado em ALMEIDA (2010, p. 38). A interpretação segundo ele é o ponto culminante do ensino da língua, portanto exige bons textos, isso é aqueles que atinjam, principalmente, os interesses da criança, ou que se enquadrem aos objetivos que se deseja alcançar. A adequação do texto á turma outro fator de grande importância. Não adianta o professor apresentar belos textos, mas de conteúdo abstrato para uma turma de segunda série, por exemplo. Considera-se que a exploração do texto deve ser principalmente oral, porque desperta e desenvolve a atenção, o diálogo e o senso critico. Nesse sentido, devem ser evitadas as perguntas que fazem da resposta uma cópia mecânica. Cabe o professor além da família, incentivar as crianças pelo gosto da leitura, visando a desenvolver tal hábito. Deve-se indicar os livros aos alunos, oferecendo-lhes um repertório de títulos em que possam se movimentar, segundo suas preferências e interesses. Encontrado no Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL, 2012, p. 16). A relação da escola com outros espaços sociais também é uma questão que pode ser enfocado nos projetos pedagógicos das escolas. Promover o conhecimento dos equipamentos culturais da cidade é uma maneira de aproximar a realidade escolar e extra-escolar. Organizar passeios, projetos de pesquisa, orientar o lazer das famílias, indicando os eventos sociais, são tarefas que auxiliam as famílias, as meninas e os meninos a desenvolver o sentimento de pertencimento á cidade, ao bairro, á rua. Estimulam, na verdade, práticas culturais que muitas vezes ainda não são vivenciadas por muitas crianças, como, por exemplo, a ida ao cinema, teatro, aos museus, ás praças, ás associações de moradores, ás organizações não governamentais, aos pontos de cultura, dentre outros espaços de convivência importantes na sociedade. Pode-se perceber o quanto é importante a participação da família, na vida da criança durante o processo de ensino aprendizagem e seu desenvolvimento. Pois não é só da escola a responsabilidade da aprendizagem do mesmo, a família tem 14 um papel importante a cumprir com sua participação na escola, nas atividades, reuniões, e projetos que beneficie melhor o conhecimento e o gosto pela aprendizagem, além de proporcionar e despertar o hábito da leitura, sem que o educando tenha que fazer isso apenas por obrigação, mas como um dever de cidadão, critico capaz de defender seus direitos quando for necessário durante toda sua vida. Lembrando que a criança desde cedo deve ser ensinada pelos pais, ainda quando esta no ventre da mãe, é importante que a mãe faça leituras de histórias, cante, converse com a criança, é uma prática que estimula, provoca o prazer pela leitura tornando-se um leitor apaixonado e de fácil entendimento quando se trata de aprendizagem.Com esse conhecimento e habilidades favorece a criança por meios de textos orais e escritos circularem no meio da sociedade. Para SARAIVA (2001, p. 82), conseqüentemente, a aprendizagem da leitura deve propiciar á criança à sensação de que, por meio dela, um mundo insólito se abre para sua mente. Por isso, exige-se dos educadores a seleção de obras potencialmente significativas que enriquecem o mundo interior da criança e que se harmonizem com suas aspirações: obras que se afiguram ao leitor infantil como reais, visto que verbalizam aquilo que é especificamente humano e até primitivo,como os sentimentos de raiva, inveja, ciúme, ambição, mas que, paralelamente, apontem para um mundo melhor, onde o mais importante são as riquezas abstrata da beleza, da justiça, do perdão e do amor. (MELLO e LEONHARDT,1991, p. 3). A criança deixa-se fascinar por essas narrativas, porque elas materializam seu desejo de crescer, de se transformar e de transformar o mundo. Projetando-se nos heróis, ela libera suas emoções e conflitos interiores, saindo fortalecida da experiência proporcionada pela leitura. Para ALMEIDA (2010, p. 45), escrever é expressar idéias. Em se tratando de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a expressão escrita deve associarse também ao desenho, a criança gosta, desde cedo, de desenhar e é como expressa seus sentimentos e emoções. Mesmo depois de alfabetizada, o desenho deve ser uma constante em suas atividades, pois é nele que ela poderá apoiar-se para expressar suas idéias. A criança não pode escrever sobre aquilo que não conhece. O professor deve, então, ampliar seus horizontes, fornecendo os 15 elementos necessários que a levara ao processo de criação. Nesse sentido, o professor não deve colocar no mesmo nível redação e aprendizado da escrita, isto é, deve valorizar as idéias do aluno ao invés de cobrar somente a ortografia. Alias isso costuma confundi-los. O fato de escrever corretamente, apesar de muito importante, é apenas um dos aspectos da redação. Para SOLÉ (1998, p. 32 e 33), um dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é lógico, pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia nas sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas pessoas que não conseguiram realizar essa aprendizagem. Poderíamos pensar que atualmente, quando o sistema educacional é acessivo para todos os cidadãos, não caberia falar de cidadãos de analfabetismo maciço, como podia ocorrer há algumas décadas. Deste modo, é possível assistir com certa regularidade à reedição do eterno debate sobre os métodos através dos quais se ensina as crianças a ler, à discussão em torno da idade em que se deve ser iniciada a instrução formal em leitura ou sobre os aspectos indicadores de uma leitura eficaz. Embora todos os debates e discussões sejam válidos, pois promovem o contraste de opiniões e a revisão de práticas de ensino e de pesquisa devo confessar meu ceticismo sobre usa utilidade quando são gerados em um contexto desprovido de justificativa teórica ou quando os pressupostos teóricos em que se baseia a defesa de diversos métodos são claramente opostos e contraditórios entre si. A meu ver, quando isso ocorre, cria-se um conflito geralmente sem solução e se desperdiça uma excelente oportunidade de transformar tal conflito em controvérsia construtiva. Considero que o problema do ensino da leitura na escola não se situa no nível do método, mas na própria conceitualização do que é a leitura, da forma em que é avaliada pela equipe de professores, do papel que ocupa no Projeto Curricular da Escola, dos meios que se arbitram para favorecê-la e, naturalmente, das propostas metodológicas que se adotam para ensiná-la. Estas propostas não representam o único nem o primeiro aspecto; considerá-las de forma exclusiva equivaleria, em minha opinião, a começar a construção de uma casa pelo telhado. CAPÍTULO II UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA E A ESCRITA São aspectos relacionados ás práticas de leituras em nossa sociedade, e as maneiras como essas práticas se relaciona com aquelas desenvolvidas na escola. As concepções de leitura, um conhecimento necessário ao leitor para que compreenda um determinado texto, também as práticas de leitura em relações com aspectos materiais envolvidos na produção do texto escrito. Para REVISTA Nova Escola (2009 p. 91), o que leva um leitor mais cuidadosamente um texto? O que o faz preferir a leitura de um descarte de outro? O que se espera encontrar naquele material escolhido? O que está previsto ser encontrado se confirma á medida que as páginas são percorridas? É com objetivo de explicar o que ocorre quando lemos e contribuir para o debate conceitual e prático sobre o ensino da leitura. Nessa busca, a autora interage o tempo todo com o texto, utilizando seu conhecimento prévio sobre o tema, fazendo inferências, elaborando hipóteses e checando suas previsões. O resultado disso leva a interpretações e a compreensões feitas sem a interferência direta de um leitor mais experiente. Como esse processo de leitura não é natural, automático ou muito menos simples, ele precisa ser construído pelo aprendiz. È pensando nisso que o livro faz uma ponte com a realidade da escola, alertando os professores da educação infantil e do ensino fundamental para o fato de que os alunos não aprendem isso sozinho. Cabe ao educador oferecer ás crianças os segredos que utilizam quando eles próprios lêem. Isso deve ser feito da mesma forma como ocorre com os outros conteúdos de ensino ou quando mostra como utilizar adequadamente um caderno ou traçar de forma correta as letras. O professor funciona como um especialista em leitura explicitando seu processo pessoal á turma, o que leva á compreensão do que esta escrito: qual seu objetivo com aquela determinada leitura, que duvida surgem, que elementos toma do texto para tentar resolver sua questão ...Vendo o que o professor faz para elaborar uma interpretação do texto, os estudantes entendem chamadas estratégias de compreensão leitora e passam adotá-las. Encontrado Revista Nova Escola, (2009 p. 92). 17 Ler é compreender e compreender é sobre tudo um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender. È um processo que envolve ativamente o leitor, á medida que a compreensão que realiza não deriva da recitação do conteúdo em questão. Por isso é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de efetuar o esforço cognitivo que pressupõe a leitura, e para isso tem que conhecer o que o que vai ler e para que fará isso; também deve dispor de recursos conhecimento prévio relevante, confiança nas próprias possibilidades como leitor, disponibilidade de ajuda necessária etc.- que permitam abordar a tarefa com garantias de êxito; exija também que ela se sinta motivado e que seu interesse seja mantido ao longo da leitura. Quando essas condições se encontram presente em algum grau, e se o texto o permitir , podemos afirmar que também em algum grau, o leitor poderá compreendê-lo . Com essas idéias, podemos dizer que enfocamos nossa atenção nos resultados de aprender a ler. Considerando que o processo de leitura e escrita é primordial no desenvolvimento do educando, sendo que as relações se estabelecem entre o interlocutor e o texto, precisam ser analisar conforme visto que o processo de aquisição da leitura meramente na codificação desses textos, pois são eles responsáveis pela autonomia e senso critico- reflexivo do educando. Devem-se levar em consideração os meios pedagógicos que são utilizados em sala de aula, para que possa compreender o processo de ensino aprendizagem, assim se faz necessário conhecer os métodos de ensino que implicam na formação do educando, para isso é fundamental identificar as metodologias e gêneros que os professores utilizam para trabalhar a leitura e escrita. O professor deve oferecer e mostrar caminhos que levam significados a leitura e escrita quanto o que lêem e escrevem, assim o educando começa tomar gosto e praticar o ato de ler, com prazer e não somente por obrigação. A leitura deve alimentar a imaginação de nossos alunos, compartilhar leituras com eles e oferecer-lhes experiências fruição, para que descubram os encantos da literatura como uma forma de arte que possibilita conhecer melhor , ao mundo e também a si próprio , pra que se tornem pessoas sensíveis, criticas e criativas. Para ALMEIDA (2010, p. 39), essa leitura de formação de leitor tem por objetivo desenvolver no aluno a familiaridade com a língua escrita mediante a leitura de vários gêneros textuais, numa quantidade tal que o faça gostar de ler e de perceber a importância da leitura para sua vida pessoal e social, transformando-a num habito capaz de satisfazer o gosto e a necessidade. A inserção do aluno no universo da cultura letrada por meio da leitura desenvolve sua habilidade de dialogar 18 com os textos lidos, auxiliando-o na formação de sua cidadania, cultura e sensibilidade. Ensinar a ler é levar o aluno a reconhecer a necessidade de aprender a ler tudo que já foi escrito, desde o leitor do ônibus aos nomes das ruas, dos bancos e casas comerciais- leituras fundamentais para a sobrevivência e uma orientação em uma civilização construída da língua escrita. Ler jornal que vai relacioná-lo minimamente com o mundo lá fora: Ler poemas que vão dar concretude, qualificar e expandir de seus sentimentos; ler narrativas que vão organizar sua relação com a complexidade da sua vida social; ler as leis e os regulamentos que regem a sua cidadania; ler os ensaios que apelam sua racionalidade e a desenvolvem. Ensinar a ler é também dar acesso aos meios expressivos necessários para que o aluno leia não apenas textos contemporâneos, dialogando com eles dentro de um universo comum de questões, problemas e descobertas, mas também textos antigos, para que ele possa perceber que a língua portuguesa que ele Lê é produto do trabalho de pessoas como ele, que a tornam capaz de expressar o que for necessário. Segundo ALMEIDA (2010, p. 40), também, portanto, uma leitura se apóia em duas fontes de informações bem diferentes. Uma é fornecida pelo autor, que é chamada de informação visual. A outra fonte de informação não visuais, disponíveis e presente mesmo quando os olhos estão fechados. Quanto mais utiliza informação não visual, disponível em sua estrutura cognitiva, menos ele necessita da informação visual. Para ALMEIDA (2010, p. 40), a compreensão de texto é um processo em que interagem diversos fatores, como conhecimentos lingüísticos, conhecimento prévio a respeito do assunto do texto, conhecimento geral a respeito do mundo, motivação e interesse na leitura, entre outros. Ainda em ALMEIDA (2010, p.42), uma leitura profícua é que envolve a decodificação e a compreensão. Ou seja, para que o aluno leia um texto e compreenda o que está escrito não basta decifrar os sons da escrita, nem é suficiente descobrir os significados individuais das palavras. Um texto é formado a partir das relações que se estabelecem entre as palavras e as frases em todos os níveis lingüísticos. 19 O leitor deve apropriar-se das e déias que descobriu no texto, elaborar todos esses conhecimentos como se fossem seus e, e seguindo a lei da fidelidade ao literal do texto, passar a dizer o que leu numa fala que traduz o texto e revela seu modo de interpretá-lo. Para ALMEIDA (2010, p. 69), para adquirir as habilidades comunicacionais básicas - ouvir, falar, ler e escrever - com domínio absoluto e resultando numa verdadeira apropriação, só mediante um trabalho paciente, constante e o mais abrangente possível, pontilhado de atenta reflexão. Ou seja, o aluno deve ser levado a atuar e observar conscientemente a língua, a partir do que ele já sabe. De falante que é, deve transformar-se em observador de sua própria linguagem e da linguagem de outras pessoas. Segundo ALMEIDA, citado por POSSENTI (1996 p. 45), nas atividades de linguagem, tanto orais como escrita, o grande objetivo é a clareza, a precisão e a adequação. Se aquilo que o aluno disser, ler ou escrever não estiver claro, preciso e adequando, o professor deve fazer ou sugerir a devida correção, retificando o que tiver manifestamente errado, cortando o que tiver a mais, substituindo o que estiver trocado. Nas atividades de linguagem, o ensino-aprendizagem deve acontecer conforme as ocorrências reais de recepção e produção oral e escrita. SARAIVA (2001, p.24), vista como “atividade essencial a qualquer área do conhecimento” citado por SILVA, (1987 p, 43), a leitura está relacionada com o sucesso, não apenas acadêmico, mas também social e econômico, pois se lhe atribui a capacidade de promover os indivíduos. É reconhecida, igualmente, a importância da arte literária por ser capaz de situar o individuo diante de si mesmo e de seu contexto; por possibilitar-lhe a percepção de variados pontos de vista e por estimular sua criatividade. Entretanto, a ruptura entre essas manifestações consensuais e a prática dos agentes que respondem, juntamente com a escola, pela valorização da literatura permitem identificar fatores alheios á práxis pedagógica, que, todavia, interferem de modo negativo na formação do leitor. A leitura é a troca de experiência de leitura e de vida já fazem parte dos encontros familiares. O encantamento oriundo de fabulas e de lendas, de narrativas fantásticas ou realistas, das histórias de vida, marcadas por fracassos e sofrimentos ou por sucessos e alegrias, bem como o ludismo dos jogos poéticos não mais agregam a família em torno de um circulo solidário e cedem lugar aos programas 20 televisivo ou aos jogos eletrônicos, comprovado a afirmação de procedimentos que estimulam o individualismo e empobrecem o sujeito em que sua capacidade de diálogo. Além da influência dos padrões culturais de comportamento, é preciso reconhecer outro fator conjuntural que enfraquece os laços familiares e age sobre a prática da leitura. As condições socioeconômicas da população brasileira inibem o contato familiar, já que necessidades impostas pela sobrevivência chegam a exigir dos pais dupla jornada de trabalho e solicitam a participação no orçamento doméstico até mesmo dos idosos, aqueles que traduziam uma voz do passado, apta estabelecer o contraponto com a experiência do presente, e revelavam a riqueza da tradição oral pela recuperação de narrativa, de jogos mnemônicos, de brincos, de parlendas. Encontrado em SARAIVA (2001, p, 24) O fator econômico impede o acesso de alunos á escola ou os obriga a abandoná-la antes mesmo de se terem tornado leitores efetivo, lacuna que, por um lado, denuncia os reflexos nefastos da estrutura social sobre a educação e, por outro, impede os indivíduos de exercerem seu papel como sujeito históricos. Entretanto, embora a urgência do atendimento das necessidades vitais prevaleça sobre a informação e o saber, a importância do domínio dos códigos da lecto-escritura é reconhecida por esses indivíduos. Repete-se, assim no estrato social menos privilegiado, ainda que por razões diversas a mesma posição manifestada diante da leitura pela classe média e alta e que encontra nos procedimentos do núcleo familiar sua expressão mais sintomática. Percebe-se que a leitura é sem dúvida um conhecimento que leva o leitor a refletir sobre a realidade, e as práticas de habito sobre os textos narrativos que contam em duplo sentido as bases no processo do letramento. Uma função de diferentes sentidos e modalidades literárias que se juntam com o sujeito e o outro sujeito no mundo em que vive. É de grande importância as famílias que tem o habito de ler, mas ler com prazer, leitura que você viaja, conhece o mundo, sonha, imagina tudo isso faz uma relação de pai para filhos fortalecer os laços da linguagem e a compreensão das relações interpessoais como um todo se tornarem históricas. Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL, 2012. p.26-27) Não se lê e se escreve no vazio. É preciso entender as praticas culturais, ser capaz de construir conhecimentos e participar de modo ativo nos diferentes espaços de interlocução, defendendo princípios e valores. Desde cedo, o acesso aos gêneros discursivos contribui para que os estudantes possam a se perceber como sujeito político possuidores de cultura, e, como tais, sejam agentes de intervenção social, responsáveis pela suas ações e 21 dos que compõe seus grupos de referência. Desse modo, o ensino da leitura, da escrita e da oralidade precisa ser realizado de modo integrado aos diferentes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, História, Geografia, Matemática, Ciências. Assim no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (BRASIL, 2012), quatro princípios centrais serão considerados ao longo do desenvolvimento do trabalho pedagógico. 1. O sistema da escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador; 2. O desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo escolarização, mas deve ser iniciado logo no inicio da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situação de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias; 3. Conhecimentos oriundos das diferentes áreas de conhecimento podem e devem ser apropriados pela criança, de modo que elas possam ouvir, falar, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade; 4. A ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem. Ainda em SARAIVA (2001, p. 84 e 85), a formação do aluno leitor transita, necessariamente, pela capacitação do professor leitor. A paixão pela leitura não é algo casual, pois ela se alimenta da exemplaridade que desencadeia o interesse, a motivação e o encantamento pelo mágico mundo da fantasia. Entretanto, esse estimulo positivo em face da leitura técnica e pelo domínio conceitual. Espera-se que o professor conheça o modo com a criança aprende e estabeleça uma relação comunicativa afável com seus alunos, que aprimore continuamente sua prática pedagógica, mas sobre tudo, que tenha assimilado conceitos fundamentais que lhe possibilitem apreender seu objeto- a literatura. O saber teórico, conjugado a atitude e habilidades, sustenta e tríade sobre o qual toda a situação de ensino e aprendizagem é consolidada: o aluno, o professor e o conteúdo que se quer transmitir, o qual abrange nesse coso, o comprometimento com o ato de ler. Ao centrar-se na seleção de textos literários para o trabalho com a leitura nas series iniciais, a proposta, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), enfatiza a prerrogativa essencial da literatura, qual seja, a explorar as potencialidades expressivas de sua matéria, a palavra, e a de representar mimeticamente o real, 22 constituindo-se em via de acesso á interioridade do sujeito e a do mundo que a circunda. Sendo resposta a indagações humanas, a literatura exerce função de reconhecimento, pois impede o leitor a situar-se criticamente diante do mundo representado e do processo de sua representação. N a posição de intérprete, o receptor interliga, ainda que intuitivamente, o universo ficcional ao de sua experiência cotidiana, deixando-se seduzir pela evidência de que as palavras são peças lúdicas, cujo dinamismo ele mesmo impulsiona. A importância da literatura para o processo de autoconhecimento da criança e de sua inserção no real, bem como para o desenvolvimento de seu senso critico diante da linguagem, orienta, pois, a seleção dos textos literários. Conseqüentemente, ela incide sobre narrativas e poemas que, sendo adequados aos estágios de desenvolvimento da criança, traduzem situações problemáticas, como, por exemplo, conforme SARAIVA (2001, p. 84 e 85), o medo injustificado, expresso em O barulho fantasma, de Sônia Junqueira; a carência afetiva, tratada em “Beija-Flor’’, de Roseana Murray; o desejo de auto-afirmarão da identidade, representado em Maria vai com as outras de Sylvia Orthof, e em Gato que pulava em sapato, de Fernanda Lopes de Almeida; a imperiosidade da obediência a regras, concebida no poema ‘’Uma palmada bem dada’’, de Cecília Meireles. A par disso, a seleção privilegia textos cuja natureza lúdica e criativa convoca a adesão do receptor, promovendo o prazer e a inventividade por sua participação como coautor textual. Essa característica recobre todos os textos selecionados, sendo particularmente enfatizada nas narrativas Peru de peruca, de Sônia Junquira, A vaca Mimosa e a mosca Zenilda, de Sulvia Orthof e nos poemas “O rato Roque” e” O galo aluado”, de Sergio Caparelli,” Coisas Esquesitas” de Elias José, “Boa-noite”, de Sidonio Muralha. A seleção considerada ainda, o aspecto formal dos textos, atendendo para a estrutura das narrativas e dos poemas, para seus aspectos morfossintáticos, semânticos, fonológicos e fonéticos e para sua concepção visual. Para atender ás características do público-leitor, as narrativas e os poemas escolhidos, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), são de curta dimensão, obedecendo á sequencialidade causal e temporal. Essa simplicidade se repete nas estruturas sintáticas, com orações predominentemente coordenadas, em que só termos seguem, em regra, a ordem direta, havendo uma substituição lexical pouco expressiva. O apelo à reiteração está presente tanto nos aspectos morfológicos e 23 sintáticos quanto nos fonéticos e fonológicos, expressos nos jogos sonoros, isto é, nas rimas, nas assonâncias, nas aliterações, revelando-se também nas recorrências ao paralelismo de situações cujas semelhanças e contrastes a ilustração freqüentemente ajuda a salientar. Portanto, a proposta da articulação entre a literatura e alfabetização, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), enfatiza a função formadora da arte literária e, valendo-se da exploração dos recursos significativos da linguagem presentes nos textos, faz deles um modelar recuso para o desenvolvimento do processo de alfabetização, entendido como leitura compreensiva e produção textual. A proposição de atividade de atividades de leitura e de produção textual centra-se, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), em roteiros como forma de organização e sistematização do trabalho de leitura e de escrita com os alfabetizando. Entretanto, a palavra roteiro não deve ser confundida com exercícios rotineiros, marcado pela repetibilidade e pelo automatismo, embora nas tarefas sejam pressupostas repetições, pratica requerida pela criança durante a aprendizagem. O roteiro também não significa um caminho acabado: ele não diz tudo. Ele promove aberturas, explora caminhos. É uma demonstração preliminar daquilo que pode vir a ser feito. A idéia do roteiro, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), pode ser melhor aprendida quando relacionada á produção cinematográfica. O roteiro é o texto sobre o qual se realiza o filme; toda via quando acabado, o discurso fílmico é muito mais rico do que o roteiro que orientou sua execução. É nesse sentido que se emprega a palavra roteiro; como fio condutor de uma ação produtiva, resultados transcendem aquilo que lhe deu origem. CAPÍTULO III LEITURA, UM MEIO PARA A REALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO. Consideramos que a leitura é um dos meios mais importantes na escola para a consecução de novas aprendizagens. Tendo em vista que os desafios ocorrem, é preciso muitas vezes dar voltas para realizar a compreensão, e decodificação da aprendizagem significativa. Segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), a leitura é um processo no qual o leito realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir do seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre a língua: características do gênero, do portador , do sistema da escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando –a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma serie de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência. È o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo lido, tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, ariscar-se diante do conhecimento, buscar no texto a comprovação das suposições feitas, etc. Um leitor competente, segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade. Formar um leitor competente, segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), supõe formar alguém que compreende o que lê; que possa aprender a ler também o que não esta escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. 25 Um leitor competente, conforme BRASIL (1997, p. 53 e 54), só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de trabalho deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente. A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para que possa contribuir também objeto de aprendizagem, é necessário, segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), que faça sentido para o aluno, isso é, a atividade de leitura deve responder, do seu ponto de vista,a objetivos de realização imediata. Como se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar a natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com diversidade de textos e de combinações entre eles. Significa trabalhar com diversidades de objetivos e moralidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês”-resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio texto – e com as diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros: ler buscando informações relevantes, ou o significado implícito nas estrelinhas, ou dados para solução de um problema. CAGLIARI (1998 p. 36) relata que. Ensinar é um ato coletivo: pode-se ensinar a um grande numero de pessoas presentes numa aula ou uma conferência, etc. Quem ensina procura transmitir informações que julga relevantes, organizadas do modo que lhe parece mais razoável, para que seus ouvintes aprendam algo que deseja transmitir. Conforme a citação acima, ensinar é um ato de dedicação e amor, cada ser humano tem um modo de aprender alguns mais rápido, outros mais lentos, mas todos aprendem da sua forma. A aprendizagem é sempre um processo continuo que vai ao longo da vida das pessoas. Aprender não é repetir algo que foi ensinado, mas conseguir realizar algo de acordo com as expectativas que possibilita transformar,construir sua história. O professor deve sempre apontar caminhos para que o aluno possa buscar meios de atingir seus objetivos de acordo com o que Le e escreve. Pois a aprendizagem deve partir de uma opção individual, aprender depende muito da história de vida de cada aprendiz. 26 Segundo CAGLIARI (1998 p. 37), aprender é um ato individual: cada um aprende segundo seu próprio metabolismo intelectual. A aprendizagem não se processa paralelamente ao ensino. O que é importante para quem ensina, pode não parecer tão importante para quem aprende. A ordem da aprendizagem é criada pelo individuo, de acordo com sua história de vida e, raramente, acompanha passo a passo a ordem do ensino. No ensino, conforme CAGLIARI (1998 p. 37), é muito importante o que se diz; na aprendizagem o que se faz, mesmo quando o fazer significa dizer. Aprender não é repetir algo que foi ensinado, mas criar algo semelhante, a partir da iniciativa individual de que apreende. Quando simplesmente se repete um modelo, não ocorre exatamente uma aprendizagem. Ela vai aparecer somente quando a pessoa, por ação própria, conseguir realizar algo de acordo com as experiências alheias. A aprendizagem, para CAGLIARI (1998 p. 37), é sempre um processo construtivo na mente e nas ações do individuo. O ensino não constrói nada: nenhum professor pode aprender pelos seus alunos, mas cada aluno devera aprender por si, seguindo seu próprio caminho e chegando onde sua individualidade o levar. Por isso, a aprendizagem será sempre um processo heterogêneo, ao contrario do ensino, que costuma ser tipicamente muito homogêneo. Escolas que se apegam demais ao processo de ensino, em detrimento do processo de aprendizagem, gostam de manter classes homogêneas, fazendo remanejamentos, sempre que oportuno e possível, para facilitar o processo de ensino, desconsiderando totalmente a natureza do processo de aprendizagem, entre outros fatores pedagógicos. CAGLIARI (1998, p. 247), diz, Para entender a realidade dos alunos, é preciso, ainda, estar convicto de que as crianças não vivem passivamente no mundo, mas estão a todo instante atentas para aprender tudo o que lhes interessa, em todas as circunstâncias. A leitura do mundo é algo que todo ser humano fazer a todo instante, graças à racionalidade. Todo ser humano, por mais simples mais rico ou pobre que seja, é escravo da própria racionalidade. Por isso, tudo que faz é fruto de um pensamento, de uma reflexão, de uma decisão pensada. Conseqüentemente, toda pessoa precisa estar constantemente lendo o mundo e procurando entendê-lo. Cada um faz isso 27 segundo seu próprio modo de ser, segundo as características da sua personalidade. Isso explica por que as pessoas chegam a conclusões deferentes, tentando interpretar fatos iguais. O que é importante para uma pessoa pode não ter valor para a outra e vice-versa. Alguns educadores parece ter descoberto só agora que as crianças pensam, que tudo o que fazem reflete uma decisão pessoal resultante de uma reflexão. De acordo com o Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL, 2012 p, 17. 26). Considerando que o foco central do trabalho na área da língua portuguesa, tal como proposto na maior parte dos documentos curriculares brasileiros, é o desenvolvimento das capacidades de leituras e de escrita, de modo critico, criativo, propósito, suportes variados de textos precisam ser disponibilizados aos professores. Alguns materiais já têm sido garantido em programas do Ministério da Educação: obras literárias (Programa Nacional da Biblioteca da Escola) e livros diversos para além da esfera literária. Os problemas da alfabetização no Brasil têm sido amplamente discutidos por diferentes segmentos da sociedade e por pesquisadores de varias áreas. Alguns consensos já se começam ser delineador. Por exemplo, já se concebe hoje, que um individuo alfabetizado não é aquele que domina apenas os rudimentos da leitura /escrita, ou seja, que é capaz de ler/ escrever palavras. Espera-se mesmo na mais tenra idade, que a pessoa alfabetizada seja capaz de ler e escrever em diferentes situações sociais, para que possa, então, inserir-se e participar ativamente de um mundo letrado, frentes as demandas sociais e avanços da tecnologia, que exigem sujeitos cada vez mais proficientes nas práticas de linguagem diversas. Desse modo, o papel da escola, quando se trata do processo de alfabetização, é ensinar o sistema de escrita e propiciar condições de desenvolvimento das capacidades de compreensão e produção de textos orais e escritos. Isto é, desde os primeiros anos de escolarização, espera-se que os docentes planejem situações de escrita que, ao mesmo tempo favoreçam a aprendizagem do funcionamento da escrita alfabética e possibilitem o acesso aos textos escritos de modo a garantir a inserção social em diversos ambientes e tipos de interação. O acesso a esses diferentes ambientes e tipo de interação, por seu turno, implica mais do que dominar a base alfabética e ter capacidade para ler e escrever 28 textos. Implica, sim, na ampliação do universo cultural das crianças, por meio do apropriação de conhecimentos relativos ao mundo social e da natureza. Segundo BRASIL (1997, p. 55 e 56), è preciso superar algumas concepção sobre o aprendizado inicial da leitura. A principal delas é que ler é simplesmente decodificar, converter letras e sons, sendo a compreensão conseqüência natural dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada a escola vem produzindo grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com enorme dificuldade para compreender o que tentam ler. O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de leitura indica que não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na decodificação. Ao contrario, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprendizagem a de ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam. É preciso que antecipem que façam inferência a partir do contexto ou do conhecimento28 prévio que possuem que verificam suas suposições - tanto a relação à escrita, propriamente, quanto ao significado. É disso que esta falando quando se diz que é preciso “aprender a ler, lendo” de adquirir o conhecimento da correspondência fonográfica, de compreender a natureza e o funcionamento do ensino alfabético, dentro de uma pratica ampla de leitura. Para aprender a ler, é preciso que o aluno se defronte com os escritos que utilizaria se soubesse mesmo ler- com os textos de verdade, portanto. Os materiais exclusivamente para ensinar a ler não são bons para aprender a ler; têm servido apenas para decodificar, contribuindo para que o aluno construa uma visão empobrecida da leitura. BRASIL (1997, p, 56), diz o seguinte: De certa forma, é preciso agir como se o aluno já soubesse aquilo que deve aprender. Entre a condição do destinatário de textos escritos e a falta de habilidade temporária para ler automaticamente é que reside a possibilidade de, com ajuda dos já leitores, aprender a ler pela prática da leitura. Trata-se de uma situação na qual é necessário que o aluno ponha em jogo tudo que sabe para descobrir o que não sabe, portanto, uma situação de aprendizagem. Essa circunstância requer do aluno uma atividade reflexiva que, por sua vez, favorece a evolução de suas estratégias de revolução das questões apresentadas pelo texto. De acordo com a citação acima, as atividades devem ser trabalhadas pelo professor de acordo, ou conforme as situações do grupo, onde os mesmos alunos possam favorecer informações entre eles, garantindo a heterogeneidade do grupo sendo um instrumento de aprendizagem. Sendo assim trabalhado será possível 29 atender a todos, e o professor não será o único informante da turma. Pois o trabalho em grupo exige muita concentração para realizar as atividades, e obter bons resultados. No cotidiano encontramos alunos com a alta- estima muito baixa, são vários os fatores que causam o não aprendizado, separação de pais, falta de alimento, carência afetiva e bebidas entre outros. Esses fatores prejudicam o desenvolvimento da criança no processo da escolaridade, levando muitas das vezes essa prática para toda sua vida.O professor deve ser especialista, e tratar por igual até mesmo oferecer algo a mais para cativar e resgatar a alta-estima dessas crianças, sabemos que tem diferentes formas de se lidar com essas situações, pois os mesmos devem e podem ser inserido e auxiliados a participar e conviver perante a sociedade como cidadão de bem. Para BRASIL (1997, p, 57); a leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta de um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se Lê só para aprender a ler, não se Le uma única forma, se decodifica palavra, por palavra,não se responde a perguntas de verificação entendimentos preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenhos sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. Isso não significa que a escola não se possa eventualmente responder perguntas sobre a leitura, de vês em quando desenhar o que o texto lido sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma pratica constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades escolares. Uma prática constante de leitura na escola pressupõe, segundo BRASIL (1997, p, 57), o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as praticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e, cada qual, por sua vez, exige uma modalidade de leitura. Há textos que podem ser lidos apenas por partes, buscando-se a informação necessária; outros precisam ser lidos exaustivamente e várias vezes. Há textos que se pode ler rapidamente, outros devem ser lidos devagar. Há leituras em que é necessário controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento; outras em que se segue adiante sem dificuldade, entregue apenas ao prazer de ler. Há leitura que requerem um enorme esforço intelectual e, e a despeito 30 disso, se deseja ler sem parar; outras em que o esforço é mínimo e, mesmo assim, o desejo é deixá-la para depois. Segundo SARAIVA (2001, p, 81), a palavra da escrita amedronta e intimida, desafia e provoca, aprisiona e liberta. Conferindo uma aura de distinção aqueles que a dominam, ela separa os cidadãos que tem acosso ao conhecimento construído daqueles que dele ficam privados; ela instala direitos que, simultaneamente, nega aos analfabetos; ela confere prazer, mas causa hesitação e medo quando guarda, em seus sinais,o inapreensível. Via de inserção ou de exclusão social, a palavra escrita interfere na posição hierárquica dos indivíduos, diferenciando também o mundo dos adultos do mundo das crianças. Ela suscita, pois, o desejo das crianças de romperem com seu circulo para, através da superação das dificuldades inerentes á conquista do código escrito, aderir a um espaço de direito mais pleno. O domínio da leitura é uma experiência tão importante na vida da criança, que determina o modo como ela ira perceber a escola e a aprendizagem em geral. Em decorrência disso, o esforço despedindo pela criança no reconhecimento de letras e palavras precisa aliar-se á certeza de que será compensado pela leitura de textos altamente estimulantes. Ainda em SARAIVA (2001, p. 81), citado por BETTELHEIM (1984, p. 49), quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas como melhor caminho, mas como o único para sermos transportados para dentro de um mundo previamente desconhecido, então a fascinação inconsciente da criança em relação aos acontecimentos imaginários e seu poder mágico apoiara os seus esforços conscientes na decodificação, dando-lhe forças para vencer a difícil tarefa de aprender a ler... Conforme BETTELHEIM (1984), o acesso ao código escrito confere à criança o poder de participar do mundo secreto dos adultos. Assim, para ela o ato de ler é uma aventura fascinante, que lhe garante um novo domínio. A fascinação de exercê-lo torna-se ainda maior quando a criança descobre que, através da ficção e da poesia, encontra resposta as suas indagações interiores. Ao defrontar-se com textos de valor estético e cultural, que traduzem o sentimento da existência por engendrarem respostas aos seus conflitos e emoções, a criança acrescenta um novo estimulo á sua vida. 31 Segundo ALMEIDA (2010, p. 27 e 28), a língua portuguesa já é entendida e falada pela criança que se vai alfabetizar; ela, geralmente com sete anos, demonstra estar em processo de aquisição da linguagem. Já sabe falar, entendem o que dizem, tem diversidade de ação dependendo de situações, executa alguns trabalhos e, se é preciso, devido a circunstância adversas, sobrevive com essa capacidade de encontrar soluções para atravessar estágios de fome ou miséria. Encontrado em ALMEIDA e citado por LURIA (1995, p. 13). muito antes de a criança entrar em contato formal com a escrita na escola já adquiriu um conjunto de pré- requisitos que possibilitam a aquisição da linguagem em um tempo relativamente rápido. Essa criança demonstra, com essas competências, que tem condições para que nela se deflagre o processo de aprendizagem sistemática além do desenvolvimento consciente proporcionado pelo espaço escolar. O processo de aquisição de linguagem se dá, assim, por meio da linguagem enquanto ação sobre o outro e sobre o mundo. Diz-se que ela entrou no mundo da linguagem’’lendo’’ o que estava a sua volta, fazendo transformações permitidas e exigidas nos espaços em que interagia antes de chegar á escola. A diferença do uso dessa linguagem do espaço escolar com a sua linguagem gerara desconforto, mesmo que a escola procure tornar esse conhecimento menos traumático. O desconforto é inevitável, pois seu modo de falar vestir, agir será avaliado não só pelo alfabetizador, mas por colegas de sala. A criança sentira pressionada a agir, falar, sentar de maneira padronizada e, devido ao tempo predeterminado que passa na sala de aula, sentir-se á cronometrada. ALMEIDA (2010, p.28), diz: O contato anterior com a linguagem diferencia-se de criança para criança. Algumas delas vêem de lares com livros, jornais, pais que contam histórias, mas há aquelas que possuem afinidade apenas com a linguagem usada na TV, isto é, raramente vêem alguém lendo ou escrevendo. A forma como a escola vai processar essa heterogeneidade no contato com as linguagens será fundamental para as posteriores relações, atitudes e crenças da criança com relação ao conhecimento adquirido na escola. Toda criança que tem pais com hábito de ler em casa, quando inserida na escola para ser alfabetizada, já tem capacidade de entender e falar a língua portuguesa, mas ainda não lê, nem escreve. Nesse coso essa criança a criança vai 32 a escola realmente para aprender, pois gosta de ser vista e elogiada perante os colegas e sociedade em que vive. Essa criança tem mentalidade de compreender, fazer comparação, buscar maior informações, algo que possa lhe trazer satisfação com o conhecimento que já possui. CONSIDERAÇÕES FINAIS No mundo que nos rodeia posso dizer que a rapidez com que as mudanças sociais se processando em nosso cotidiano coloca a educação a distância como possibilidade de interação, propagação do conhecimento individual e coletivo, objetivando a diversificação do ensino com qualidade, para que os indivíduos estejam aptos ás constante mudanças de rumo profissional. E dentro deste contexto esta o papel da linguagem- A pratica da leitura, a reflexão e produção de textos com ênfase no letramento é reconhecido uma maneira de desenvolver competências , para que os indivíduos possam assimilar informações e usá-las em situações variadas, assim como possibilitar o domínio de habilidades que lhes permitem utilizar produtivamente recursos da mídia tecnológicas em acelerada transformação. Por isso é importante diante dessa a reflexão sobre a prática da leitura como habito de informação oportunizando dessa forma, os processos de interação e acesso ao conhecimento. A capacidade de cada ser humano é única, basta descobrirem estratégias que sejam úteis para seu aprendizado. Sabe-se que cada criança apresenta reação diferente diante dos diversos fatores que interem na sua aprendizagem, por isso é importante conhecer a criança por sua totalidade. Os problemas que surgem durante a aprendizagem, e muitas vezes não desaparecem, pois quanto mais cedo for realizada essa intervenção de suporte a criança poderá conduzir melhor sua dificuldade de aprender. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Veridiana. Fundamentos e metodologia do ensino de língua portuguesa. Curitiba: Fael, 2010. BRASIL. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: formação do professor alfabetizador: caderno de apresentação. 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