UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA ACADÊMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA NILO LOURIVAL FERREIRA JUNIOR FATORES DA FAVORABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS GERAÇÕES BABY BOOMERS, X, Y e Z NATAL-RN 2015 NILO LOURIVAL FERREIRA JUNIOR FATORES DA FAVORABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS GERAÇÕESBABY BOOMERS, X, Y e Z Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Administração, por meio do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar – UNP, como requisito para a obtenção do título de mestre, na área de concentração Estratégia e Competitividade. Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Co-orientadora: Profª. Me. Liêda Amaral de Souza NATAL-RN 2015 Ferreira Júnior, Nilo Lourival. Fatores da favorabilidade ambiental: um estudo comparativo entre as gerações Baby boomers, X. Y, e Z/ Nilo Lourival Ferreira Junior. Natal, 2015. 110f. Orientador: Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação. 1. Administração – Dissertação. 2. Favorabilidade Ambiental. 3. Consumidor Consciente. 4. Marketing Verde. I. Título NILO LOURIVAL FERREIRA JUNIOR FATORES DA FAVORABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS GERAÇÕESBABY BOOMERS, X, Y e Z Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar − UnP, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração. Aprovada em: ____/____/_____ BANCA EXAMINADORA _____________________________________ Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Orientador Universidade Potiguar Universidade Potiguar - UnP ___________________________________________ Prof. Dr. Manoel Pereira da Rocha Neto Membro Examinador Universidade Potiguar – UnP _____________________________________ Prof.ª. Dra. Kerlei Eniele Sonaglio Membro Examinador Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus filhos Igor, Iuri e Iasmim e a minha esposa Jakeline, que tanto apoiaram e incentivaram o meu crescimento pessoal e profissional. AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar força para alcançar o objetivo inicialmente traçado, a conclusão deste trabalho. Ao professor Alípio Ramos Veiga Neto, orientador desta pesquisa, pelo entusiasmo no estudo das gerações, pela paciência e pela dedicação. À professora Liêda Amaral de Souza, pela participação como co-orientadora nesta pesquisa. Ao professor Walid Abbas El-Aouar, pela atenção e pelo pronto atendimento nos momentos necessários. RESUMO O meio ambiente está cada vez mais em pauta nas preocupações da sociedade ecologicamente correta. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo identificar e analisar a importância das variáveis ambientais para as gerações Baby Boomers (BB), X, Y e Z, fazendo uma comparação entre elas e apontando os fatores ambientais nesse segmento de gerações. Metodologicamente, a amostra utilizada foi composta de 1385 sujeitos, sendo 335 da Geração BB, 336 da X, 372 da Y e 342 da Z. Fez-se, com isso, uma análise fatorial para verificar quais variáveis poderiam ser agrupadas em fatores. Foram agrupados 9 fatores selecionados do construto da “Favorabilidade Ambiental”, entre os quais: 1) Sentimentos favoráveis ao meio ambiente; 2) Influências ambientais na decisão de compra; 3) Consciência ambiental; 4) Engajamento ecológico; 5) Consumo consciente; 6) Adoção de recicláveis; 7) Credibilidade na comunicação ambiental; 8) Preocupação com a questão ambiental; 9) Responsabilidade ambiental da sociedade. Para fundamentação teórica deste estudo, tomou-se como base autores como Romeiro (2006) e Martinez (2010), que tratam da favorabilidade ambiental. Através da análise efetivada, observou-se que as maiores médias encontradas estão relacionadas à responsabilidade ambiental das empresas e da sociedade. A responsabilidade com o meio ambiente por parte do consumidor apresenta-se com média alta, sugerindo a sua participação no contexto de preocupações com o meio ambiente. As menores médias estão ligadas ao ceticismo diante das propagandas e dos anúncios nos rótulos dos produtos ambientais, o que coloca em destaque as afirmações de Mohr, Webb e Harris (2001) no que tange às desconfianças dos consumidores, que propõem uma maior divulgação dos produtos de forma ética e transparente por parte dos profissionais do marketing verde. Ficou evidenciado, ainda, que a Geração BB é a que mais se afasta da condição de favorabilidade ambiental, diferentemente das outras gerações, que demonstram maior compromisso com o meio ambiente. As gerações X, Y e Z apresentam-se de forma homogênea, tendo uma pontuação de 80% num alinhamento em favor do meio ambiente. Os fatores com maior pontuação fazem referência à responsabilidade ambiental da sociedade e a consciência ambiental apontando a preocupação dos entrevistados quanto à poluição, aos desflorestamentos e às consequências climáticas que podem agredir o meio ambiente.. Em contrapartida, as menores médias estão atreladas à credibilidade na comunicação ambiental voltada para propaganda e a veracidade nos rótulos. Aparece em seguida, às influências ambientais nas decisões de compra que envolve as mídias, os amigos e as propagandas das empresas que respeitam o meio ambiente, mas que não consegue romper o ceticismo de algum seguimento da sociedade. Enfim, as empresas, por meio de seus profissionais do Marketing Verde, poderão fazer uso das informações desta pesquisa como forma de direcionar seus projetos com maior aptidão ecológica e investir em estudos que contribuam para diminuir o ceticismo assinalado neste estudo. Palavras-chave: Favorabilidade ambiental. Consumidor consciente. Marketing verde. ABSTRACT The environment is increasingly on the agenda the concerns of Eco society. The objective of this research was to identify and analyze the importance of environmental variables for generations Baby Boomers, X, Y, Z, making a comparison between them, pointing out the environmental factors in this segment of generations. The sample comprised 1385 subjects, 335 BB Generation, 336 Generation X, Generation Y 372 and 342 of Generation Z. a factor analysis was performed to determine which variables could be grouped into factors. Selected nine factors were grouped as the construct "Environmental Favorable", including: Favorable 1.Sentimentos the Environment, Environmental 2.Influências in the Purchase Decision Environmental 3.Consciência, 4. Ecological Engagement 5. Conscious Consumption, 6. Recyclable adoption, 7.Credibilidade on Environmental Communication, 8. Concern With Environmental Issues, 9. Corporate Environmental Responsibility. The theory of this study was anchored in studies of the authors Romeiro (2006) and Martinez (2010) on environmental favorability. The highest average found are related to environmental responsibility and society. Responsibility for the environment by the consumer is presented with average high, suggesting its participation in the context of the environment. The lowest rates are related to the skepticism of advertisements and announcements on the labels of environmental products, showing the Mohr, Webb e Harris (2001) statements related to the mistrust of consumers, suggesting from professionals of green marketing, greater dissemination of products in an ethical and transparent way. In this study it was identified with statistical significance, Generation Baby Boomers, as the more moves away from environmental favorability condition, unlike other generations that have greater commitment to the environment. Generations X, Y, Z are presented homogeneously with a score of 80% in an alignment in favor of the environment. The factors with the highest scores are related to environmental responsibility of society and environmental influences pointing a concern of the population on purchasing decisions related to pollution, deforestation and climate consequences that may harm the environment. By contrast, the lowest averages are related to credibility in environmental communication aimed at propaganda and the truth on the labels. Appears next, the environmental influences in decisions of purchase related to media, friends and companies that respect the environment, but that can not break the skepticism of part of the society. In short, companies through its professional green marketing may take advantage of the information of this research as a way to drive their projects to generate more ecological fitness and invest in studies which help reduce skepticism pointed out in this study. Keywords: Environmental Favorable. Conscious consumer. Green marketing. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Testes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e de Bartlett para adequação da amostra. ..... 74 Tabela 2 - Médias das variáveis ambientais, segundo as gerações. ....................................... 75 Tabela 3 - Distribuição das maiores médias, segundo o desvio padrão e o número de pesquisados. ......................................................................................................................... 77 Tabela 4 - Distribuição das menores médias, segundo o desvio padrão e o número de pesquisados .......................................................................................................................... 78 Tabela 5 - Comunalidade das questões ambientais............................................................... 79 Tabela 6 - Variância total dos componentes ambientais ....................................................... 81 Tabela 7 - Matriz Rodada das questões ambientais .............................................................. 82 Tabela 8 - Distribuição dos fatores ambientais segundo as gerações .................................... 83 LISTA DE QUADROS Quadro 1- O Novo Paradigma do Marketing Verde............................................................. 20 Quadro 2 - Comportamentos apresentados aos entrevistados para segmentação. ................. 42 Quadro 3 - Classificação dos grupos segundo o número de comportamentos adotados. ....... 43 Quadro 4 - Abordagens do consumo “verde” e do “consumo sustentável” .......................... 46 Quadro 5 - Estudos sobre gerações no ambiente organizacional .......................................... 48 Quadro 6 - Especificações que diferenciam as gerações ...................................................... 50 Quadro 7 - Segmentação das gerações segundo datas de nascimento e idade em 2014 ........ 51 Quadro 8 - Ceticismo e interesse ambiental......................................................................... 60 Quadro 9 - Atitudes, Valores e Responsabilidades Ambientais............................................. 61 Quadro 10 - Consciência Ambiental ................................................................................... 62 Quadro 11 - Consumo ecologicamente consciente. .............................................................. 63 Quadro 12 - Influência Ambiental ....................................................................................... 63 Quadro 13 - Transferência de Responsabilidade .................................................................. 64 Quadro 14 - Competitividade e investimentos em negócios ambientais ................................ 65 Quadro 15 - Atitude, intenção e comportamento do consumidor ambientalmente favorável .. 66 Quadro 16 - Motivação Econômica e Ambiental. ................................................................ 67 Quadro 17 - Motivos para compras de produtos rotulados ambientalmente ......................... 67 Quadro 18 - Benefícios da reciclagem ................................................................................. 68 Quadro 19 - Lista de variáveis segundo os autores. ............................................................. 70 Quadro 20 - Explicação das variáveis segundo os fatores ambientais .................................. 87 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Como Consumidores Tomam Decisões para Bens e Serviços .............................. 30 Figura 2 - Comportamento do Consumidor Ambientalmente Favorável .............................. 36 Figura 3 - Modelo das cinco etapas do processo de compras do consumidor ....................... 37 Figura 4 - Categorias que podem influenciar os consumidores em pagar mais por produtos ecologicamente corretos. ...................................................................................................... 40 Figura 5 - Etapas de elaboração da pesquisa ........................................................................ 69 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA............................................... 13 1.1.1 Contextualização ....................................................................................................... 13 1.1.2 Questão da pesquisa .................................................................................................. 15 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................ 15 1.2.1 Geral .......................................................................................................................... 15 1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 15 1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 17 2.1 MARKETING AMBIENTAL ........................................................................................ 17 2.1.1 Marketing Estratégico ............................................................................................... 28 2.2 COMPORTAMENTOS DO CONSUMIDOR FAVORÁVEL AO MEIO AMBIENTE 32 2.2.1 Consumidor Consciente ........................................................................................... 41 2.2.2 Atitudes e Intenções dos consumidores ................................................................... 42 2.2.3 Consumo Sustentável ................................................................................................ 45 2.3 SEGMENTAÇÕES POR GERAÇÕES .......................................................................... 46 2.3.1 Geração Baby Boom .................................................................................................. 50 2.3.2 Geração X .................................................................................................................. 53 2.3.3 Geração Y .................................................................................................................. 54 2.3.4 Geração Z ................................................................................................................. 57 2.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO ........................................................................................... 59 3 MÉTODO ........................................................................................................................ 69 3.1 TIPO DE PESQUISA..................................................................................................... 69 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ............................................................................................ 71 3.3 INSTRUMENTOS E COLETA DE DADOS ................................................................. 72 3.4 TRATAMENTOS DOS DADOS ................................................................................... 73 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 74 4.1 CONFIABILIDADE DA AMOSTRA ............................................................................ 74 4.2 ANÁLISE DESCRITIVA .............................................................................................. 75 4.3 ANÁLISE DOS FATORES AMBIENTAIS ................................................................... 78 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 89 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 91 APÊNDICES .................................................................................................................... 101 APÊNDICE A - COMUNALIDADES DA MATRIZ PRINCIPAL DAS QUESTÕES AMBIENTAIS ................................................................................................................... 102 APÊNDICE B - VARIÂNCIA TOTAL DA MATRIZ ORIGINAL EXPLICADA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS. ............................................................................................. 104 APÊNDICE C - MATRIZ RODADA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS........................... 106 APÊNDICE D - USO DO TESTE DE TUKEY.................................................................. 108 APÊNDICE E - USO DO TESTE DE TUKEY .................................................................. 108 APÊNDICE F – USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) ................................... 108 APÊNDICE G –USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) ................................... 109 APÊNDICE H –USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) ................................... 109 APÊNDICE I – USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) .................................... 109 APÊNDICE J – USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) ................................... 110 APÊNDICE K –USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) ................................... 110 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA 1.1.1 Contextualização Como se sabe, a natureza é atingida em todas as suas formas, seja no subsolo, nos rios, no ar ou nos desmatamentos. Responsáveis por essa agressão são os que buscam a realização de seus interesses em detrimento dos prejuízos ambientais que possam ser gerados. Para Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), o meio ambiente tornou-se uma preocupação para a sociedade, fazendo surgir o mercado de pessoas ambientalmente mais conscientes, consumidores que atentam para a reciclagem do material na compra de produtos ecológicos e o processo de produção no qual se leva em consideração o descarte dos resíduos produzidos pelas empresas. Também tem contribuído para essa consciência ambiental o interesse de organizações governamentais, por meio de programas de políticas públicas, ou não governamentais, através das ONGs. Esses programas estão voltados para o meio ambiente de forma a conciliar o interesse consumista com o da sociedade preocupada com a questão ambiental. Siena (2008) reforça este entendimento ao fazer menção à sustentabilidade presente no âmbito da sociedade, do meio ambiente e da participação do governo que, para o autor, deverá ser mais frequente devido à demanda da população no que alude às questões ambientais. O cuidado com o meio ambiente faz surgir um consumidor que cada vez mais pondera os produtos com características específicas. Aparece, então, o marketing verde, também denominado marketing ambiental, como meio de adequação a esse novo consumidor, sendo incluídas na sua metodologia formas estratégicas de não perder mercado. Para Ottman (1994), o consumidor inserido nesse novo modelo é chamado de consumidor consciente, observador, que vê não só o produto pronto, mas as consequências que trará ao meio ambiente, desde a sua produção até a destinação final. Nesse contexto, os produtos passam a ser observados a partir das atitudes sociais dos fabricantes e a qualidade do produto fica correlacionada ao impacto ambiental. São estes consumidores que se dispõem a pagar mais por um produto ambientalmente correto, mesmo que haja diferenças entre os grupos demográficos (ROYNE; LEVY; MARIAN, 2011). Para o marketing emerge o desafio de repensar suas estratégias, de maneira que aos consumidores seja ofertado um mecanismo de satisfação de suas necessidades, sem que para isto a empresa perca mercado. A estratégia de marketing tem como propósito fazer com que a 14 empresa possa atuar de modo eficaz e eficiente no sentido de atingir seus objetivos (SILVA; FERREIRA; FERREIRA, 2009). Com o aparecimento desse novo nicho de mercado vem à tona o comportamento da nova sociedade ambientalmente favorável, munida de informações que chegam aos consumidores rapidamente, através das mídias, e mais ultimamente das redes sociais. Não há um consenso entre os autores quanto aos limites das faixas etárias no que alude às gerações de consumo. Nesta pesquisa, optou-se por limites de idades que constituem foco de atenção entre os autores, sendo as gerações de consumo classificadas em: Baby Boomers, existente no período de 1941 a 1960; Geração X, para os nascidos entre 1961 e 1976; Geração Y, voltada àqueles que nasceram de 1977 a 1992; e Geração Z, vigorante aos que tiveram seu nascimento após 1992 (FOSCHT; SCHLOFFER, 2009; GLASS, 2007; LADEIRA, 2010; OSAJIMA; STERNQUIST; MANJESHWAR, 2010). A favorabilidade ambiental é identificada mediante o compromisso do consumidor com o consumo verde, em favor do meio ambiente em que vive. Esse consumo é visto como elemento propício ao ambiente ecologicamente saudável, com vistas a promover a sustentabilidade ambiental e beneficiar as gerações futuras. Martinez (2010) sugere a variável Favorabilidade Ambiental do Consumidor (FAC), para apontar o Consumidor Favorável ao Ambiente (CFA). O autor tomou como base as influências ambientais que incidem na hora da compra e o esforço para pagar mais por um produto ambientalmente saudável. Seguindo na linha da favorabilidade ambiental, Romeiro (2006) afirma que a conduta do Consumidor Favorável ao Ambiente (CFA) pode ser orientada por atitudes associadas ao consumo consciente, à prática da reciclagem e ao pagamento mais elevado por produtos ambientalmente saudáveis. Pensando nesse momento do CFA, a autora assegura que deve ser explorado pelos operadores do marketing verde como estratégia para alcançar o novo nicho de mercado. Ela assinala, ainda, que o governo e as empresas deverão ser incorporados à filosofia enfatizada, em benefício do meio ambiente, diminuindo o ceticismo das pessoas ambientalmente conscientes com interesse em causarem o menor impacto nas suas ações de consumo, mas que encontram algumas dificuldades em assimilarem o novo produto por falta de informações. Numa conjuntura de vantagem competitiva, o conhecimento da favorabilidade ambiental do consumidor por parte das empresas trará um diferencial estratégico de competitividade (MOHR; WEBB; HARRIS, 2001; MARTINEZ, 2010).(PAREI AQUI) As pessoas preocupadas com o meio ambiente possuem uma consciência ecológica e se envolvem na defesa contra as agressões ambientais praticadas, manifestando seu 15 compromisso ao demonstrarem atitudes de cuidado ambiental, realizando ações ligadas à reciclagem dos produtos, à tomada de precauções para a não contaminação do solo, do ar, dos rios e dos mares, à conscientização sobre o descarte do lixo. Esse tipo de consumidor está disposto a pagar mais por um produto ecologicamente correto (LAROCHE, BERGERON E BARBARO-FORLEO, 2001; OTTMAN,1994). Nesta pesquisa, a favorabilidade ambiental será tratada como sinônimo de outros termos, tais como: consumidor verde, consumidor amigo do ambiente, consumidor consciente, consumidor ambientalmente consciente, compra amigável ambiental. Estas terminologias, segundo Romeiro (2010), seguem na mesma direção do conceito da favorabilidade ambiental. Por fim, este estudo irá analisar as variáveis da favorabilidade ambiental, identificando e comparando as suas importâncias e diferenças dentro das gerações de consumidores dos segmentos das gerações Baby Boomers, X, Y e Z. 1.1.2 Questão da pesquisa Quais são as diferenças apresentadas pelos consumidores de várias gerações nas tomadas de decisão em questões ambientais? 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1 Geral Analisar e comparar os fatores da favorabilidade ambiental entre as gerações Baby Boomers, X, Y e Z. 1.2.2 Objetivos específicos Identificar o grau de importância das variáveis da favorabilidade ambiental para as diferentes gerações de consumidores; Identificar e analisar os fatores que explicam as variáveis da favorabilidade ambiental para quatro diferentes gerações de consumidores. 16 1.3 JUSTIFICATIVA Há uma percepção generalizada na demanda de consumo ambientalmente favorável por parte da sociedade, contribuindo para a mudança do marketing convencional para o marketing verde, no sentido de que os estudiosos dessa área tracem estratégias que atendam às demandas dos novos consumidores. Os empresários, a sociedade organizada e os poderes constituídos deverão interagir na busca da melhoria do meio ambiente com vistas à melhoria da qualidade de vida e a sustentabilidade para as gerações futuras. Na literatura, vê-se uma crescente cobrança e preocupação com o meio ambiente, o que constitui fonte de pesquisa para alguns segmentos, como: empresários que procuram se adaptar aos novos consumidores, estudiosos do marketing que atentam para as novas tendências, e a sociedade civil que anseia por novas informações para se adaptarem ao novo mercado ambientalmente favorável. A pesquisa torna-se importante por tratar de um tema sempre atual, globalizado, com contribuição inicialmente para a sociedade por ser parte interessada num consumo saudável e ter referências de como segmentos de gerações estão se comportando, bem como verificar que diferenças apresentam nas tomadas de decisões em questões ambientais. Em seguida, os pesquisadores do marketing ambiental buscarão novos questionamentos após a identificação das diferenças entre as gerações de consumo nas tomadas de decisão. E, finalmente, os empresários que poderão direcionar os seus produtos ao analisarem as diferenças encontradas neste estudo e, desta forma, economizar em investimentos na indicação de produtos para alcançar determinado segmento. Com a estratificação do consumidor em gerações e suas características de consumo no marketing convencional, coloca-se em discussão o interesse de se investigar como essas gerações se comportam no âmbito da favorabilidade ambiental. Dessa forma, esta pesquisa objetiva identificar e comparar o comportamento das variáveis da favorabilidade ambiental ligada aos grupos de gerações, tendo como finalidade a aplicabilidade dos resultados aqui gerados e, consequentemente, contribuindo para a inserção de novas estratégias de marketing verde, visando assegurar, sem grandes custos adicionais, o investimento no mercado de consumo ambiental, assegurando uma vantagem competitiva no segmento do mercado verde. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MARKETING AMBIENTAL A preocupação dos consumidores com o meio ambiente tornou-se uma realidade, que, segundo Kotler e Keller (2012),tem sido revelada através de pesquisas realizadas sobre o tema, como demonstram os estudos de Gonçalves-Dias e Moura (2007) em que evidenciam esta ansiedade ao estudarem a questão da sustentabilidade como uma nova atitude de consumo, além do consumo verde. Resistências em aceitar o produto ambientalmente saudável, por não ter uma característica ecológica, possuir pouca qualidade e/ou, talvez, ser inferior, foi uma indicação dos consumidores céticos em relação a produtos ecologicamente corretos. Com isso, alguns autores apontam o desafio que o marketing ambiental terá na relação desse consumidor descrédito com os produtos verdes, especialmente para mostrar-lhes o benefício que esses produtos irão gerar para o meio ambiente. Como se observa, as empresas estão cada vez mais se aperfeiçoando para não perder competitividade. Khauaja e Campomar (2007) sugerem que as empresas deverão possuir um Sistema de Informação do Marketing (SIM), no qual é explicitada a percepção dos consumidores no que alude ao acesso rápido à informação, caracterizando uma vantagem competitiva perante as concorrentes que não possuem o SIM. A mudança de mercado tem interferências de vários fatores, a saber: o deslocamento da concorrência, a redefinição do papel das organizações, as mudanças demográficas, o avanço tecnológico e os novos hábitos apresentados pelos consumidores. O pensar em marketing teve seu começo nos Estados Unidos há mais de um século e, posteriormente, consolidou-se como uma disciplina acadêmica no limiar do século passado (DIAS, 2009). O conceito de marketing já não leva em conta apenas a questão gerencial, sofrendo adequações para melhor se adequar às necessidades dos consumidores, saindo daquela ideia inicial de satisfação do cliente, como preceitua Ornellas (2013), para o marketing de uma nova era com conceitos como imagem, identidade e integridade. Ultimamente, o marketing está voltado para alguns aspectos da empresa, como a missão, a visão (como quer ser vista nos anos futuros), os seus valores (como está cuidando de si e da sua imagem), e, sobretudo, a ética, a honestidade, o respeito às normas e a abertura às demandas por inovações e mudanças da sociedade. Uma forma de as empresas se prepararem estrategicamente urge na necessidade de que as informações sejam por elas incorporadas. Ao se referir à informação, observa-se à importância da pesquisa de marketing como ferramenta de apoio para a tomada de decisões (SOLOMON, 2011). 18 Os anseios da sociedade passam, então, a sobrepor-se ao interesse individual. Arora (2014) também faz menção ao estudo do percurso histórico do marketing, ao afirmar que no início da década de 1970 começaram as preocupações com o meio ambiente advindas de fenômenos naturais tidos como consequência do consumo. Nessa perspectiva, o marketing é visto como um instrumento integralizador de um processo em grupo em que as pessoas satisfazem as suas necessidades de consumo pela negociação de serviços e produtos com outros grupos. Desta forma, as etapas do marketing, através da produção, da distribuição e da propaganda dos produtos, se não forem seguidas com responsabilidade social, podem acarretar danos ao meio ambiente, em decorrência da poluição causada à fauna, à flora e aos recursos naturais (KOTLER, 2005). A definição do marketing verde apareceu com novo destaque na sociedade e nas empresas no final da década de 1980, quando a população começou a se preocupar com as questões ambientais. Nesse momento, tais questões passaram a ser compartilhadas por intermédio da comunicação, tanto boca a boca quanto por meios eletrônicos. Mesmo o citado destaque tendo ocorrido entre o final de 80 e o início de 90, Grundey e Zaharia (2008) aludem à realização, em 1975, do primeiro workshop, cujo tema foi “Marketing Ecológico”, organizado pela Associação Americana de Marketing. Shrum, Mcarty e Lowrey (1995), ao estudarem as características do comprador verde, colocam em foco o termo “verde”, associando-o àquelas pessoas com interesse pelo meio ambiente, isto é, o meio em que vivem composto pela água, pela terra e pelo ar. O marketing ecológico é um componente voltado para a sustentabilidade, sendo parte integrante do marketing social. Para Lima, Callado e Callado (2003), o consumo comercial deve ser promovido sem que não haja agressão à natureza, com o propósito de não comprometer o meio ambiente no que diz respeito à busca por uma melhor qualidade de vida das gerações futuras. O marketing ecológico cuida da preservação do meio ambiente numa visão protecionista dos produtos, tendo em vista as agressões sofridas pela natureza. A responsabilidade com a natureza tomou proporções maiores por estar em jogo o futuro do universo. Assim, esse tipo de marketing volta a atenção para a escassez dos recursos naturais para que sejam alcançadas melhorias na qualidade de vida, sendo atendidos os interesses do marketing tradicional sem que sejam geradas consequências para a sustentabilidade. Em se tratando do consumo, Lima, Callado e Callado (2003) chamam de consumidores verdes os que demonstram interesse pelo meio ambiente ao fazerem suas compras. As publicações do marketing verde tiveram realce no ano de 1998, quando os Estados Unidos aparecem com o maior número de publicações sobre o tema. Para Zandoná, 19 Gomes e Madruga (2003), trata-se de um tópico considerado emergente, sendo que no início da década de1990 a preocupação se fez presente por meio de relatos da imprensa e pela procura de produtos que agredissem menos o meio ambiente. De alguma maneira, as demandas da sociedade de consumo agridem o meio em que estão inseridas e as consequências das ações humanas são noticiadas nos meios de comunicação, como também comprovadas por estudos científicos concretizados em vários países que se mostram preocupados com as questões ambientais, como: aumento da camada de ozônio, poluição dos rios, entre outras. Ottman (2012) sugere que o marketing convencional, que está ligado ao lucro, à satisfação do cliente e à melhoria no atendimento, está sendo posto de lado à medida que se lida com pessoas de consciência ecológica, que prezam por uma vida mais saudável, as quais são reconhecidas não como “clientes” e sim como seres humanos. Para a autora, a tendência atual é o marketing direcionado para a sustentabilidade, a melhor qualidade de vida e o marketing verde. Este novo marketing deve estabelecer estratégias que atendam às demandas dos novos consumidores. Como assevera Ottman (2012), com isso, abrem-se oportunidades de negócios, com incrementos de lucros, visto que os consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos considerados mais saudáveis, o que contribui para o melhoramento da imagem da empresa e a motivação dos funcionários para um objetivo maior. Conforme Souza e Benevides (2005), o pagar mais por parte do consumidor está condicionado ao fato de que as empresas sejam vistas como amigas do meio ambiente. Ao longo do tempo, o marketing verde vem sendo cada vez mais suscitado, em virtude da demanda de consumidores mais verdes e conscientes, que procuram informações quando da aquisição de produtos e serviços. Nesse caso, o marketing verde emerge como um novo paradigma, que congrega como entende Ottman (2012), as etapas correspondentes ao preço eao desempenho com a nova realidade da sustentabilidade, instituindo um equilíbrio das duas etapas, que tenha como consequência o menor impacto ambiental. No quadro 01, é apresentado o novo paradigma do marketing verde numa comparação ao marketing convencional, proposto pela autora. 20 Quadro1- O novo paradigma do Marketing Verde Elementos Marketing Convencional Marketing Verde Consumidores com estilo de Consumidores Pessoas com vidas vida Produtos “para a vida toda” Serviços “para a vida toda” Comercializados Produtos Comercializados regionalmente mundialmente Feitos regionalmente Tamanho único Produtos de benefícios Valores Marketing e Venda Educação e conferir poder comunicações Comunicação de mão única Comunicação ampla Propaganda paga Boca a boca Transparente Discreta Proativa Reativa Interdependente aliada aos Independente e autônoma stakeholders Empresa Competitiva Cooperativa Departamentalizada Holística Voltada para o curto prazo Voltada para o longo prazo Maximiza os lucros Resultado triplo Fonte: Ottman (2012, p. 80). O discurso sobre uma sociedade sustentável começa a ter intensidade no século vigente, com a implantação de políticas públicas e a fiscalização das ações pelo Ministério Público, especialmente aquelas prejudiciais ao meio ambiente, sendo notada uma atenção maior do governo, que passou a preocupar-se ainda mais com os desmatamentos, as degradações e a contaminação do solo. Ao se reportar à responsabilidade social, Karna, Hansen e Juslin (2003) reconhecem o empenho das empresas na busca pela vantagem competitiva no que concerne à preocupação com o meio ambiente. É imprescindível a inserção da responsabilidade governamental nesse contexto, criando-se um mecanismo de transparência da aplicação de recursos públicos na área ambiental, sendo esta considerada, entre os pesquisados, aquela que requer mais empenho, por exemplo, por meio da implantação de uma legislação com regulamentação ambiental e de campanhas de educação sobre a separação dos resíduos (CARRETE et al., 2012; SIENA, 2008; SOUZA et al., 2009). É importante lembrar que desastres naturais surgiram a partir da atuação de países em desenvolvimento, como Brasil, Rússia, Índia e China, que se lançaram em uma procura exasperada por mais soluções que possa originar riquezas para as empresas, aumentado a poluição atmosférica e agredindo, de certa forma, o meio ambiente. Ottman (1994) expõe casos como o buraco da camada de ozônio e o acondicionamento do lixo hospitalar, que foram determinantes para que o meio ambiente fosse tratado como prioridade pelos governos, embora reconheça a autora que a preocupação individual, em algumas situações, ainda seja 21 priorizada pelos consumidores nas ocasiões em que refletem em economia doméstica como o caso do cuidado com o consumo de energia elétrica. No novo marketing, os consumidores não observam o produto apenas tomando como base o preço ou o desempenho, mas também a responsabilidade tida pelos fabricantes com o meio ambiente e os impactos ambientais que poderão ocorrer após o descarte dos produtos. As decisões são tomadas perante as prateleiras dos supermercados, sendo indiferentes as propagandas e o marketing que as envolvem. Para Prakash (2002), esse marketing estará inserido como parte da estratégia de conhecimentos que deverá ser usada pelos gestores. Por conseguinte, o marketing verde entra em cena como modo estratégico de atendimento às demandas da sociedade ambientalmente favorável e de lucratividade para as empresas. Martinez (2010) segue com este raciocínio enfatizando a evolução do mercado verde no mesmo sentido das demandas dos consumidores que anseiam por uma resposta aos impasses ambientais. Há, entre alguns autores, o entendimento de que o marketing ambiental nasce das necessidades de uma sociedade consciente, que almeja bens ambientalmente corretos, inclusive sem agressão ao meio em que vivem (DIAS, 2009). Para o autor, alguns fatores são determinantes para que o marketing esteja engajado nas causas ambientais, que são: o aumento de matérias primas naturais seguido do acréscimo de bens de consumo; o aparecimento de resíduos com ampliação maior desse consumo; o problema do descarte do material utilizado e dos consumidores mais informados e, consequentemente, mais exigentes quanto aos produtos que não agridam e não sejam nocivos ao meio ambiente. Ao fazer referência ao marketing ambiental, Ottman (1994) enfatiza a criação de um produto com o mínimo de impacto no ambiente, tendo-se em mente a sua origem, o seu preço acessível, o atendimento às necessidades do consumidor, bem como uma imagem favorável ao meio ambiente. De acordo com a autora, isso não pode ser alcançado pelo marketing convencional, pois não é possível a incorporação das mudanças psicossociais do novo marketing. Ainda para ela, um espaço está sendo preenchido pelas empresas interessadas na gestão ambiental e, portanto, as empresas deverão modificar os seus padrões tradicionais, efetivando alterações estratégicas de marketing e investimento, procurando distanciar-se de uma visão vinculada apenas ao lucro, para inserir-se numa visão social e ecológica, tratando o ambiente como elemento que precisa está presente na estratégia empresarial. Kraemer (2006) acredita que o fator ambiental tem forçado as empresas a se adequarem a nova realidade, com o intuito de que não percam mercado e possam fixar caminhos novos para sua expansão. 22 Também, novos paradigmas deverão ser repensados na medida em que são conhecidos os impactos ambientais que a fabricação de um bem pode trazer ao meio ambiente, desde a sua produção inicial até o descarte dos seus resíduos. A mesma autora compreende que o crescimento econômico gera benefícios para a sociedade, porém, a equação entre o aumento do consumo e a agressão ao meio ambiente deverá ser bem orientada. Para Veiga Neto et al. (2014), atos pontuais não caracterizam a empresa como sendo socialmente responsável, já que deverá haver um intenso envolvimento dessa empresa com a comunidade com práticas sociais e ambientais. Nesse caso, o discurso necessita ser aplicado na prática para que as ações sociais não sejam confundidas com o exercício da filantropia. É imperioso que as empresas estejam em consonância com o novo nicho ecológico formado por consumidores que não estão apenas interessados em admirar o produto, mas que se comprometem a pagar um pouco mais por um produto que estabeleça uma relação de bemestar pessoal e coletivo, o produto verde (ARORA, 2014). Essa motivação monetária para adquirir um produto verde irá representar um aprofundamento em estudos de mercado, no sentido de incultar nos consumidores uma educação voltada para o meio ambiente. Souza e Benevides (2005) asseguram que essas informações devem ser inseridas de maneira ética, verdadeira e sem abuso da terminologia. As autoras trazem um binômio entre o marketing verde, com uma preocupação mais macro, tanto com a satisfação do cliente quanto com a sustentabilidade, visando um mundo melhor. Por outro lado, a Educação Ambiental será a base para um comportamento de responsabilidade por parte dos consumidores. É fundamental, portanto, o papel do marketing para que seja efetivada uma mudança radical em suas estratégias (HAMILTON, 2010). A busca pelo convencimento dos consumidores, as ações das ONGs e do governo, direcionadas para as gerações mais jovens são importantes, pois, segundo Rezai (2013), embora a maioria de pessoas esteja aderindo ao consumo verde, ainda existem aqueles que não enxergam a sua vantagem. Os autores sugerem que sejam colocados logotipos com dizeres “amigo da natureza” em todos os produtos vinculados ao meio ambiente, como forma de identificar produtos que tenham características da favorabilidade ambiental. Além disso, os meios de comunicação poderão constituir elementos de divulgação no com a intenção de construir uma sociedade consumidora consciente. Atitude efetiva em torno do meio ambiente seja através de das campanhas de reciclagem ou de parceria entre os consumidores, com vistas à incorporação da marca num comportamento ambiental com investimentos em campanhas nesse sentido, tornam-se relevantes para que a sociedade tome 23 conhecimento do compromisso da empresa como uma “amiga da natureza” (VEIGA NETO et al., 2014). A sociedade deve perceber a motivação das empresas para cuidar e não agredir o meio ambiente. Dias (2009) defende esta ideia, assinalando que é preciso estabelecer uma gestão integrada, conscientizando o consumidor que se trata de um processo de promoção da sustentabilidade ambiental e não uma divulgação ou oferta de produtos ambientalmente favoráveis. Para Motta (2007), a comunicação deverá ser vista como estratégia e ser repassada de maneira que os consumidores favoráveis ao meio ambiente tenham a compreensão do que está sendo proposto pela empresa. As pesquisas têm demonstrado as vantagens das empresas em investir no marketing verde para não perder mercado em um mundo globalizado e competitivo. Chen e Chang (2012) citam as razões que levam as empresas a investirem nesse novo tipo de marketing. Como postulam os autores, as vantagens das empresas em serem verdes estão na melhoria da imagem, no aumento do valor dos seus produtos e, como tal, na ampliação das vantagens competitivas. É fundamental que as empresas, ao investirem no ecomarketing, conscientizem os consumidores acerca das vantagens de se comprar produtos e serviços ambientalmente favoráveis, incentivando-os a se preocuparem com eles e demonstrando-lhes os cuidados que a empresa tem ao rastrearem os produtos, desde a sua criação até o seu descarte (GRUNDEY; ZAHARIA, 2008; LIMA; CALLADO; CALLADO, 2003). O marketing verde surgiu para atender um mercado competitivo, formado por novos consumidores que investem na sustentabilidade. Entre as empresas, independentemente da sua magnitude, há uma tendência em se descobrir que vale a pena fazer um esforço estratégico com o propósito de oferecer ao consumidor produtos que sejam benéficos ao meio ambiente. Para Lu, Bock e Joseph (2013), o marketing verde é crescente no mundo globalizado e competitivo, que é constituído por pessoas que buscam uma sustentabilidade passível de oferecer condições e qualidade de vida para elas. Larroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001) tinham esse mesmo entendimento, ao observarem as preocupações que emergem entre os consumidores quando analisam suas compras e quais os impactos que estas irão causar ao meio ambiente. Não apenas no âmbito individual, mas também no coletivo, tem-se notado um maior comprometimento da sociedade no que se refere à procura por empresas com atividades sociais. Numa visão estratégica, as empresas estão atentas ao novo movimento da sociedade e, como forma de competir no mercado globalizado, estão migrando do marketing tradicional, cujo foco está cliente e na qualidade total do custo benefício, para um marketing com uma 24 perspectiva mais holística, no binômio ser humano e natureza, que permita programar seus negócios para a sociedade (COELHO, 2010). Nas últimas décadas, aumentou a demanda por inovação em todas as áreas do consumo. As questões sociais aparecem como um desafio para os operadores do marketing, que necessitam criar um elo entre o consumidor e o produto ou serviço oferecido. A sociedade anseia por projetos empresarias nos quais estejam inseridas atividades também sociais. Além das variáveis clássicas do marketing convencional, como relação custobenefício, qualidade total e satisfação do cliente, as empresas devem incorporar, dentro dos seus procedimentos estratégicos, variáveis que as tornem competitivas, a fim de implementar seus negócios para a sociedade (COELHO, 2010). A extensão de objetivos sociais por parte da empresa deverá ser alcançada mediante a prática da filantropia e a não da comercialização de produtos que agridam o meio ambiente. Nessa conjuntura de atendimento aos apelos da população, o marketing social, com o propósito de gerar mudanças sociais benéficas à comunidade, aparece com propostas de natureza social, percebidas por intermédio de causas e ideias que estimulem novas atitudes, tais como: conservação de energia e ações ligadas ao meio ambiente, que proporcionam bem estar para toda a sociedade (SOLOMON, 2008). Como se observa, o marketing pode gerar inúmeros benéficos em relação às causas sociais. O interesse das empresas em projetos sociais tornou-se imperativo em função, segundo Khauaja e Campomar (2007), da busca por resultados para sua própria sobrevivência num mercado competitivo. Nesse caso, a estratégia faz-se necessária devido às mudanças que serão implementadas com vistas à evolução do novo mercado, procurando, como assevera Serra (2004), superar os rivais tendo como referência as necessidades e a satisfação dos clientes. Porter (1989) partilha desse entendimento ao tratar de vantagem competitiva. Para ele, as empresas devem se antecipar aos concorrentes com produtos e serviços diferenciados. Ao estudar os vários autores e suas publicações acerca da política das empresas que leve em conta o meio ambiente, Baumann, Boons e Bragd (2002) concluem que as empresas possuem um discurso de prática de preservação ou cuidado com o meio ambiente, porém, na realidade, não propõem projetos ambientais dentro de um pequeno contexto, não sendo vislumbrada uma continuidade sistemática de comunicação quanto ao Produto Ambientalmente Desenvolvido (PAD). Os autores sugerem que sejam oferecidas condições para que se forme uma rede de informações no sentido de se trabalhar em conjunto e, assim, aperfeiçoar a comunicação, dando-se sequência ao processo de desenvolvimento de um 25 produto, para que as questões ambientais passem a ser tratadas como prioridade dentro da empresa. Fatores como carência, impulsividade e desconfiança são, em alguns momentos, determinantes na decisão de compra dos consumidores. Para Martinez (2010), o marketing verde tem que atentar para esse fato, concretizando um trabalho de percepção junto aos consumidores, sendo dadas respostas positivas à sociedade a partir da conscientização de todos. No Brasil, as mudanças no comportamento estão gerando transformações no perfil do consumidor contemporâneo em relação ao que ocorre no seu meio ambiente. O consumidor associa a questão do marketing verde aos produtos que tenham uma responsabilidade com o meio ambiente, embora, na verdade, se trate de um conceito muito mais abrangente, com implicações nos serviços, nas empresas e nas indústrias. O marketing verde é, portanto, um caminho eficaz para as empresas que pretendem um diferencial competitivo que permita o fortalecimento do elo entre os consumidores conscientes e as instituições comerciais que almejam esse diferencial, tendo como resultado uma imagem positiva e melhorias na lucratividade ao se atingir o público alvo (MONTEIRO et al., 2014). A respeito dessa nova tendência do marketing, Ottman (2012) menciona as novas regras do marketing verde. Nesse sentido, os consumidores verdes são vistos como influenciadores e formadores de opinião. Investir no verde proporciona um maior retorno, o que faz com que os gerentes do marketing tenham uma visão proativa desse novo nicho, sabedores que são de não estão mais em voga apenas o preço e a conveniência inerentes ao marketing tradicional, mas também os novos atributos que estão ligados à fabricação e aos direitos dos trabalhadores. Para a autora, esse novo marketing requer uma maior cobrança para a sua adoção e o conhecimento de quem é o fornecedor, dos produtos é verdadeiramente verde e das marcas que têm um alcance de responsabilidade social. No universo em que estão inseridas as mídias sociais, os consumidores de produtos e serviços verdes não sofrem grandes influências das mídias convencionais, sendo as pessoas próximas, como os familiares e os amigos, aqueles a quem se pode recorrer para se ter as condições para serem leais aos produtos que não agridam o meio ambiente, sendo preciso, por parte dos produtores, melhorar os seus produtos e divulgá-los (OTTMAN, 2012). Além disso, o novo marketing terá como finalidade trazer o novo consumidor para o novo mercado e, segundo Silva, Ferreira e Ferreira (2009), fornecer orientação alusiva aos produtos verdes, mostrando as vantagens para o meio ambiente, de modo que sejam atingidos seus objetivos de comercialização. Para os autores, espaços existem para isso. Dias (2009) 26 corrobora essa ideia ao afirmar que já existe um comprometimento das empresas ao buscarem um posicionamento de favorabilidade ambiental, com a utilização de um marketing estratégico, a partir de uma visão ecológica como ferramenta competitiva. Na sua concepção, a sustentabilidade do marketing é tida como a conscientização da organização, no intuito de diminuir as consequências que os impactos negativos poderão causar no ecossistema, conciliando os interesses dos consumidores ambientalmente favoráveis e, por conseguinte, os de toda a sociedade. Como se nota, os consumidores estão cada vez mais ávidos por produtos verdes, pensando tanto no seu bem estar quanto no da sociedade. Para Dias (2009), essa preocupação com o meio ambiente e com a própria sobrevivência não deve ser considerada apenas como um fator social que surge e sim uma nova visão do marketing, que deve ser abordado com novos conceitos, sob a ótica do marketing ambiental ou marketing verde. O marketing verde é muito mais abrangente, não se limitando somente ao meio ambiente. Numa perspectiva contemporânea, percebe-se que as questões ecológicas e as transformações ambientais estão sendo tratadas com mais veemência, fazendo com que os profissionais possam incorporar essa conduta em suas estratégias, a fim de possibilitar uma vantagem competitiva para a empresa. Monteiro et al (2014) propõem que seja consolidada pelos profissionais do marketing uma visão empresarial que procura se adaptar ao rigor da legislação, acarretando menos riscos para os investimentos realizados no mercado dos novos produtos. Assim, a empresa apresenta uma imagem verde e de sustentabilidade, percebida pelos consumidores e motivadora de uma ação positiva de fidelidade ao produto, sendo todos beneficiados, a sociedade, os consumidores, os profissionais do marketing e a empresa. Confiança, credibilidade e confusão foram os fatores apontados por Carrete et al (2012) como influenciadores no comportamento dos consumidores ecologicamente corretos. Diante disso, a autora indica que os profissionais do marketing devem se adequar a esses fatores. Entretanto, aqueles que possuem um alto envolvimento com a favorabilidade ambiental se predispõem a adquirir o produto verde independentemente do tipo de apelação, indo de encontro ao que foi observado com os consumidores com pouco envolvimento com o consumo verde, situação em que o papel da apelação tem destaque nas suas decisões (SCHUHWERK; LEFKOFF-HAGIUS, 1995). Os profissionais do marketing, ao se depararem com esses dois tipos de consumidores, deverão como assinalam os autores, usar as mesmas campanhas publicitárias em ambos os segmentos. 27 O marketing verde irá conciliar os interesses dos grupos de consumidores de produtos que não sejam nocivos ao meu ambiente. Para tanto, Zhou et al (2010) recomenda que os operadores do marketing levem em conta as diferenças e as igualdades, respeitando a cultura do consumo e as suas distintas formas. No contexto ambiental, o marketing tem que ser visto com credibilidade, sendo desenvolvido numa linguagem acessível e com fundamento em princípios de ética, para que não haja desconfiança por parte dos consumidores. O ceticismo em relação aos produtos verdes pode ser constatado devido às informações que não são adequadas, incultando no consumidor uma apatia a esses produtos (PRAKASH, 2002). Em uma perspectiva empresarial, Ottman (1994) verificou que esse ceticismo também está presente em algumas empresas, nos quais o marketing verde é tratado como uma moda passageira que ocasionaria mudanças em sua organização, aumentando seus custos. Contrária a este pensamento, Arora (2014), numa visão de mundo contemporâneo globalizado, em que a maioria das empresas mostra-se comprometidas com o marketing verde em seus anúncios de marketing. Na pesquisa “Rumo a Sociedade do Bem-Estar”, realizada pelo Instituto Akatu (2010), foi verificado entre os entrevistados que a propaganda enganosa é caracterizada como o grande erro cometido pelas empresas, com consequências negativas para sua imagem, inclusive em relação à sua reputação. Em conclusão, o referido instituto reconhece que a Responsabilidade Social da Empresa- (SER) teve uma ascensão significativa na mente do consumidor brasileiro. Para os pesquisadores, a responsabilidade social, mais do que uma base da comunicação e do marketing, necessita ser implementada por meio de ações de práticas consistentes entre as partes interessadas, não apenas com discursos, mas também com ações objetivas. É fato que as pessoas têm um discurso verde, entretanto, na realidade, o que há é um distanciamento das suas ações quanto às questões ambientais. Entre os jovens, acontece o mesmo, apesar dos esforços dos profissionais do marketing. Segundo Pereira e Prado (2011), os jovens reconhecem a importância do marketing ambiental, no entanto, não possuem uma consciência ecológica, por não terem sido influenciados pelo exercício do marketing verde. Para os autores, eles devem ser vistos como influenciadores de atitudes de cuidado ambiental em seus ambientes sociais e profissionais. É notório que o marketing verde tem sido praticado com ética e credibilidade, orientando o consumidor no novo nicho de consumo. Na pesquisa sobre o “Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade”, elaborada pelo Instituto Akatu (2010), ficou claro que falta um melhor marketing para alcançar os consumidores conscientes, bem como a necessidade de 28 serem revistos os procedimentos concretizados, com a finalidade de compreender aqueles, a partir da sensibilidade e do diálogo. É imperiosa, então, a integralização entre a mídia, os consumidores, o setor privado e o governo, para que sejam executadas ações voltadas para a mudança de comportamento do consumidor. Conforme Sousa e Benevides (2005), a mídia é utilizada pelas empresas como principal meio de informação para atingir os indivíduos que possuem um conhecimento limitado sobre o ambiente. Por se tratar de um mercado de vantagem competitiva importante, o funcionamento das empresas deve ser concretizado de maneira ética, com responsabilidade social e ambiental, com vistas à sustentabilidade em um mundo do qual fazem parte crianças que, no futuro, ao lhe ser ofertada uma educação continuada que abranja a favorabilidade ambiental, irão compor uma geração de maior conhecimento acerca das preocupações ambientais, em comparação com os seus antepassados. O uso do termo verde é tendência estudo do meio ambiente, inclusive para a identificação de empresas consideradas ecológicas. Contudo, é imprescindível que sejam tomados cuidados maiores, por exemplo, tendo-se atenção para o modo como serão implantadas atitudes éticas que estejam atreladas a cuidados ambientais. 2.1.1Marketing Estratégico Pensar estrategicamente significa planejar como será usado o marketing para atingir as pessoas com economia de custos. Shrum, McCarty e Lowrey (1995) sugerem que inicialmente deverá ser levado em conta o comportamento do consumidor, conhecendo-se as suas atitudes, o seu perfil de comprador e o que o influência no momento da compra. Os autores acreditam que, particularmente, os consumidores verdes sofrem influência do meio ambiente, e que aqueles “mais verdes” têm como característica o maior interesse, enquanto que os “menos verdes” são o que possuem o menor interesse. Grundey e Zaharia (2008) apresentam uma legislação específica aos profissionais de marketing motivados e, por conseguinte, lhes possibilitam conhecer os novos investimentos necessários para que a empresa tenha vantagem competitiva no mercado verde, através de atitudes proativas que contribuam para a construção de uma imagem positiva. Como aponta Ottman (2012), os consumidores com uma visão de favorabilidade ambiental desejam se aliar a empresas que tenham o espírito da sustentabilidade incluso em sua missão. Os estudiosos do marketing, conjuntamente com os empresários, devem realizar programas em organizações privadas e públicas, no sentido de aproveitar a marca verde para criar uma maior demanda de consumidores, por serem estes possuidores de certo grau de 29 ceticismo para adquirir produtos verdes (JUWAHEER; PUDARUTH; NOYAUX, 2012). Essa resistência quanto à aquisição de produtos verdes pode estar relacionada ao desconhecimento dos consumidores acerca da composição dos produtos e as agressões que podem ser causadas ao meio ambiente. Para Romeiro (2006), a falta de informação sobre reciclagem, de leitura dos rótulos dos produtos e o comodismo colabora para o afastamento de um consumo favorável ambientalmente. Pesquisadores do marketing já perceberam que o consumidor de hoje tem uma visão mais ampla, não se contentando apenas com sua sustentabilidade individual, mas também com a do planeta, preocupando-se com qualidade de vida humana e com o futuro das gerações (OTTMAN, 2012). A credibilidade deverá ser a base estratégica de alcance dos novos consumidores, sendo colocadas para eles as vantagens de se consumir os produtos verdes, de modo que haja um aumento da confiança e uma diminuição do risco e do ceticismo. Nesse caso, os profissionais do marketing deverão criar estratégias que possam ampliar nos clientes a percepção do valor agregado ao fato de ser verde e, como tal, criar certa fidelidade em relação aos produtos ecológicos (CHEN; CHANG, 2012). Em seus estudos sobre o planejamento do marketing direcionado à responsabilidade social das empresas, Karna, Hansen e Justin (2003) ressaltam a vantagem competitiva das organizações que inovam à medida que utilizam o marketing ambiental em seus planejamentos. Os empresários que assim se comportam tornam-se proativos num mercado com grande concorência. Dentre outras atribuições, o marketing ambiental conscientiza os consumidores de que os produtos ecológicos são uma necessidade e farão bem à sociedade quando consumidos com responsabilidade. Para os autores, essa postura por parte das empresas acarreta uma vantagem da antecipação, porém, sem esquecer que a responsabilidade do governo não pode ser descartada, tendo em vista serem essenciais as orientações e a regulamentação, por meio de normas, que orientam consumidores conscientes e empresários. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008), os profissionais do marketing deverão identificar as variáveis demográficas como idade, educação, geografia e renda, além das características individuais que estão atreladas aos valores, aos estilos de vida e à personalidade dos consumidores citados. Na figura 1, é apresentado um modelo simplificado do Processo de Decisão do Consumidor (PDC), utilizado pelos consumidores em suas tomadas de decisão para adquirir bens e serviços. 30 Figura 1 - Como consumidores tomam decisões para bens e serviços Reconhecimento da Necessidade Busca de Informações Avaliação de Alternativas Pré-compra Compra Consumo Avaliação Pós-consumo Descarte Fonte:Blackwell et al (2008, p. 73). Geralmente, os consumidores passam por sete estágios de consumo: reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação de alternativas pré-compras, compra consumo, avaliação pós-consumo e descarte. O modelo apresentado tem como propósito conhecer o modo como os indivíduos se comportam com as influências e fatos os em suas decisões de consumo. Os profissionais do marketing poderão se valer desse modelo para traçar suas estratégias de direcionamento das vendas e divulgação dos bens e serviços, como forma de 1) Identificar as relações entre as variáveis que afetam a tomada de decisão do consumidor; 2) Identificar os tópicos para pesquisar futuras; 3) Desenvolver e programar estratégias do mix de marketing (BLACKWELL, MINIARD E ENGEL,2008). Um mecanismo estratégico do novo marketing é a observação, por parte dos profissionais, do equilíbrio do marketing que cuida do desempenho, da qualidade e das finanças, levando em conta as consequências impactantes para o meio ambiente. Segundo Ottman (2012), outra estratégia é a comunicação com credibilidade no que tange aos benefícios à sociedade e ao ambiente, para que não aconteça o que a autora chama de greenwash (lavagem verde), que são as informações de um marketing verde enganoso. Isso 31 gera nos consumidores o aparecimento do ceticismo sobre essa modalidade do marketing. Para Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), os profissionais do marketing deverão educar os consumidores para que tenham atitudes positivas, acompanhadas de mudanças na aquisição de produtos verdes. Diante disso, percebe-se que sociedade deve ser tratada com responsabilidade pelos profissionais do marketing, os quais devem estruturar seus planejamentos formulando diretrizes para um alcance mais social. Karna, Hansen e Juslin (2003) assegura que a divulgação do marketing ambiental para os gestores da empresa poderia ser melhorada, buscando um maior envolvimento social, sem que sejam relegadas as suas atividades primárias, o que lhe permitirá construir uma responsabilidade também social. Isso não significa que as empresas menos responsáveis são menos proativas do que aquelas vistas como sendo socialmente responsáveis. A estratégia do marketing poderia ser abordada de maneira mais aprofundada, considerando a questão social e, igualmente, o consumidor comum que demonstra certo ceticismo quanto aos produtos verdes. Devi Juwaheer, Pudaruth e Noyaux (2012) afirmam que os consumidores têm certo em proteger o meio ambiente, o que pressupõe que o marketing poderia investir em seminários e workshops com o intuito de criar nos clientes uma rotina que abranja a favorabilidade ambiental. Ainda para esse autor, estudos apontam para uma correlação entre os consumidores dos produtos verdes e a estratégia do marketing verde. As empresas públicas e privadas possuem uma maior acessibilidade no direcionamento dos produtos verdes por meio da publicidade e da rotulagem. Esse pode ser o meio para diminuir o grau de ceticismo sobre o consumo do produto verde. Para Karna, Hansen e Juslin (2003) , as empresas que têm a responsabilidade social e a estratégia do marketing associadas ao consumo verde dispõem de maiores chances se posicionarem com vantagem competitiva junto às demais. Nos estudos realizados por Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), foi reconhecido que 80% dos entrevistados não comprariam produtos de empresas que tivessem histórico de poluidoras do meio ambiente. Isso pressupõe que as empresas que se aproveitam do momento verde para vender produtos que não seguem as normas ambientais poderão ser rejeitadas pelos consumidores conscientes. 32 2.2 COMPORTAMENTOS DO CONSUMIDOR FAVORÁVEL AO MEIO AMBIENTE A mudança no comportamento do consumidor implica no aumento da consciência ambiental, tendo como consequência uma expansão da procura pelos produtos verdes e, como tal, sendo objeto de estudo por diversos pesquisadores do assunto em todo o mundo. De acordo com Schlegelmilch, Bohlen e Diamantopoulos (1996) as empresas devem segmentar o mercado para sentir como se comportam os consumidores na compra em favor do meio ambiente, entretanto estudos anteriores mostraram que indicadores da personalidade, demográficos e sociais não apontam uma condição impactante para mudanças de consumo. Para o autor, a consciência do consumidor em relação ao meio ambiente é que vai interferir na sua decisão de compra de produtos ambientalmente favoráveis. Por conseguinte, ao pesquisarem sobre o comportamento do consumidor numa perspectiva verde, Straughan e Roberts (1999) verificaram um perfil de compras em que o critério psicográfico, em detrimento do critério demográfico, possui um maior peso na decisão daquele que consome, influenciando na sua percepção no momento da compra. Outra constatação dos autores é que tem mais credibilidade a eficiência dos homens no combate às agressões ao meio ambiente, em comparação com a destruição que lhe é causada. No Brasil, o Instituto Akatu (2010) realizou uma pesquisa sobre o Consumidor Brasileiro. Trata-se de um estudo que segue toda uma metodologia específica, apesar de não caracterizar-se como acadêmica. Algumas conclusões acerca do consumo destacam que este está relacionado a fatores que encontram-se associados à agressão ao meio ambiente, à poluição dos rios, dos mares e do ar, ao desperdício de alimentos e de água, à devastação dos manguezais e das florestas e à extinção dos animais. Estes são alguns exemplos de atitudes que envolvem a participação do homem em busca dos seus interesses individuais de consumo. Por conseguinte, o consumidor tem concretizado mudanças no seu ato de consumir, evidenciando um perfil de preocupação com o meio ambiente, inclusive com as agressões que lhe são ocasionadas, levando em conta fatores que irão mudar os processos de organização das empresas (ROSSI et al, 2012). Para os autores, as empresas buscavam uma certificação ambiental como forma de ficar amparada na sua imagem ecológica. Com a maior consciência ecológica dos consumidores, as instituições mudaram suas posturas, adotando uma conduta de sustentabilidade mais efetiva e duradoura, com a finalidade de se tornarem mais competitivas no mercado, estimulando o consumidor para um maior consumo verde. O cuidado das empresas com os consumidores conscientes tem sido sentido, tendo em vista que constitui um indicador forte na decisão de avaliar as empresas que 33 possuem responsabilidade social, aplicam os recursos naturais de forma racional e utilizam critérios éticos nas suas atividades (INSTITUTO AKATU, 2013). Em pesquisa publicada no ano de 2013, sobre o consumo consciente e a sustentabilidade, o Instituto Akatu (2013) identificou dois pontos que deverão ser levados em conta quando se trata do consumo consciente: comportamento e atitudes. Para esse instituto, a “atitude” está ligada ao compromisso do consumidor com o papel das empresas, a sustentabilidade e o consumo consciente. É o que chama de passagem do “consumidor consciente” para o “consumidor cidadão”. Já o “comportamento” está condicionado ao consumo e às consequências impactantes para o meio ambiente, o bem-estar da sociedade e da economia. Nessa pesquisa, é mostrado, ainda, que isoladamente essas práticas poderão se tornar sem efeitos significativos, pois precisam ser realizadas em conjunto com outras, sem que questões imperativas legais, sociais e econômicas interfiram no comportamento dos consumidores. O consumo consciente está sendo mais frequente para os adeptos da sustentabilidade na sociedade contemporânea, os quais buscam a construção de um planeta que possa oferecer uma melhor qualidade de vida para as futuras gerações. Lima (2003) chama de “consciência preservacionista” o cuidar do meio ambiente através de ações protetoras que visam a melhorar a qualidade de vida das pessoas. O consumo consciente foi caracterizado em quatro dimensões, a saber: a reciclagem, a reutilização, a consciência ecológica e a economia de recursos. Essas dimensões levam a sociedade para o consumo sustentável da futura população (INSTITUTO AKATU, 2010). Dessa maneira, o consumidor terá a percepção do que está sendo ofertado em relação aos produtos ecologicamente corretos e, como tal, tomar uma posição quanto à lealdade a esses produtos (RIBEIRO; VEIGA-NETO, 2011; TONI; 2013). Na medida em que o consumidor envelhece ocorrem mudanças em seu interesse na escolha do produto, visto que o comportamento do consumidor sofre modificações conforme sua faixa etária. Outro fator de decisão de compra do consumidor é o comportamento deste, muitas vezes influenciado por questões culturais que poderão determinar suas escolhas. O aumento da escolaridade é, nesse caso, um indicador de uma maior consciência ecológica (SOLOMON, 2008; TONI 2013). Estimular os indivíduos para o consumo verde parte de uma ação integrada do governo, das empresas, da sociedade e das ONGs, organizada com vistas à conscientização da população acerca do consumo de bens e serviços que não agridam o meio ambiente. Segundo Romeiro (2006), é esperada uma maior participação do governo, não só na divulgação dos produtos ecologicamente corretos, mas também, na penalização das empresas que não se 34 enquadram nesse modelo ecológico. Hamilton (2010) sugere que isso não dependerá apenas das mudanças de atitudes e crenças, e sim de como as pessoas formam uma identidade individual e se comportam quando se distanciam dessa identidade. Para o autor, o alcance de uma verdadeira sustentabilidade está imbuído numa questão social e cultural, contribuindo para um mundo mais seguro ecologicamente e com menos agressão à natureza. É fundamental o papel do marketing nesse sentido. Shrum, McCarty e Lowrey (1995) pesquisaram as características dos consumidores verdes e as implicações para o estudo da estratégia do marketing, assinalando algumas características que poderiam orientar os estudiosos do marketing na aplicação de estratégias, que são: compras por impulso - os consumidores têm uma propensão ao verde; lideranças de opinião - os consumidores se consideram formadores de opinião e influenciadores de outros consumidores; interesses nos produtos -os consumidores procuram as informações sobre os produtos novos, são exigentes e cuidadosos nas suas compras; lealdade - certas empresas possuem comportamento ético e priorizam a qualidade dos seus produtos; cuidados nas compras - os consumidores observam os preços e as listas de compras. Em alguns momentos, fatores como carência, impulsividade e desconfiança são determinantes na decisão de compra dos consumidores. Para Martinez (2010), o marketing verde tem que atentar para esse fato, desenvolvendo um trabalho de percepção junto a eles, a fim de que sejam dadas respostas positivas à sociedade, mediante a conscientização de todos. Analisando o comportamento do consumidor ambientalmente favorável, Romeiro (2006) elaborou um quadro demonstrativo composto por cinco dimensões: decisão de compra atrelada à questão ambiental; compra de produtos que podem ser reciclados; comportamento de reciclagem; disposição para o pagamento adicional por produto verde; comportamento de conservação de recursos. Em complemento, Martinez (2010) cita algumas conclusões relativas a essas dimensões, nas quais são elencados fatores considerados de influência comportamental, tais como: interesse ambiental; inconveniência de ser ambientalmente comprometimento ambiental. Esses fatores são apresentados na figura 2. amigável; e 35 Figura 2 - Comportamento do consumidor ambientalmente favorável. Fatores Considerados de Influência Comportamental Confiança no Informante Conhecimento Objetivo de Símbolos Decisão de compra levando em conta a questão ambiental Compra de produtos associados à reciclagem Comportamento de reciclagem Interesse Ambiental Inconveniência de ser Ambientalmente Amigável Grau de Comprometimento Ambiental Disposição para pagamento adicional produto verde o por Comportamento na conservação de recursos Fonte: Romeiro (2006). De acordo com Romeiro (2006), o comportamento do consumidor ambientalmente favorável poderá ser caracterizado a partir de dimensões que abrangem a reciclagem, a cidadania ambiental, a conservação de recursos e o pagamento por produtos ambientalmente corretos. Para a autora, a modelagem comportamental está vinculada às atitudes demonstradas frente à gravidade do problema; à responsabilidade das empresas; ao ceticismo do consumidor diante das propagandas dos produtos, dos serviços e da conveniência; e às barreiras encontradas para se adequar à favorabilidade ambiental. A literatura sugere que as dificuldades tidas pelo consumidor, ao adquirir produtos ecologicamente corretos, são decorrentes do desconhecimento acerca de como esses produtos são conduzidos desde a sua criação e das consequências para o meio ambiente quando são reciclados. É válido ressaltar que, para Dias (2009), o ambiente sociocultural em que as pessoas vivem é o responsável pelas preocupações individuais disseminadas no seio da sociedade. Além disso, o autor cita três fases que compõem o ciclo de vida do produto, que fazem referência ao ato do consumo. Essas fases são: o antes, o durante e o depois. Kotler (2005), por sua vez, demonstra, como visto na figura 03, o processo de uma compra ecológica em suas cinco etapas, quais sejam: 36 Figura 3- Modelo das cinco etapas do processo de compras do consumidor. Reconhecimento do Problema Busca de Informação Avaliação das alternativas Decisão de compra Comportamento pós-compra Fonte: Kotler (2005, p. 201). Enquanto o marketing convencional dá preferência ao processo de compra, para o consumidor do marketing ambiental o ciclo é mais importante em todas as suas etapas, sendo utilizado numa perspectiva da sustentabilidade. Nesse contexto, são frequentes os reclames da população brasileira cobrando uma maior participação do governo na punição das empresas que agridem o meio ambiente. No que tange à mudança de comportamento para uma atitude ambientalmente mais favorável, alguns autores concluíram, em seus trabalhos, que os consumidores não fazem distinção entre os produtos com mensagem ambientalmente favorável e aqueles que não trazem essa mensagem em seus rótulos. Para Borin, Cerf e Krishnan (2011), isso pode ser ocasionado por falha na legislação, que não obriga o fabricante a anunciar os malefícios que certos produtos podem causar à natureza. Na pesquisa do Instituto Akatu (2010) sobre o consumidor brasileiro e a sustentabilidade, foram estabelecidas algumas conclusões. Inicialmente, um terço dos entrevistados declarou uma favorabilidade ambiental, estando inserido em um grupo interessado na busca por informações voltadas para a Responsabilidade Social da Empresa (RSE). Eles possuem poder de opinião para influenciar outras pessoas e empresas. Posteriormente, foi constatado que 56% dos entrevistados nunca ouviram falar de sustentabilidade. Para os pesquisadores é essencial que ações práticas sejam efetivadas de forma a tornar mais próximos o termo “ecologia” e a expressão “meio ambiente”, reconhecidos pelos entrevistados, deixando-se clara a necessidade de conscientização dos consumidores quanto aos impactos que o seu consumo irá acarretar para gerações futuras. Ficou evidente, na pesquisa, que as empresas precisam estar atentas às suas responsabilidades para com os consumidores. Para estes, as empresas mais responsáveis serão premiadas, em detrimento das menos responsáveis, que serão punidas. Contrariando o que afirma a pesquisa do Instituto, Garcia et al (2008) indicam que a premiação das empresas responsáveis socialmente são atingidas negativamente por interferências culturais e financeiras por parte daqueles que consomem os produtos. 37 Ao estudar sobre a identificação do consumidor verde, Paço, Raposo e Leal Filho (2009) sugerem que as empresas que são penalizadas são as que não se incorporam ao que os autores chamam de “desafio verde”, justamente as que se preocupam com o meio ambiente. Na pesquisa realizada pelo Instituto Akatu (2010), com o título “O Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente ao Consumo Consciente, Percepções e Expectativas sobre a ESR”, é ressaltada a percepção dos consumidores em relação às empresas. As organizações que têm uma imagem a ser investida perante eles deverão: 1. Não fazer propaganda enganosa; 2. Não vender produtos nocivos à saúde; 3. Evitar o uso de mão de obra infantil; 4. Não fazer uso de posturas discriminatórias. Para o Instituto Akatu (2010), a propaganda enganosa é um grande erro que uma empresa cometer, prejudicando a sua imagem, por está em jogo o entendimento que os consumidores e os stakeholders terão em torno da responsabilidade da empresa diante da sociedade e do meio ambiente. Nesse sentido, Romeiro (2006) aponta que, no mercado nacional, os consumidores reclamam da falta de propaganda por parte do governo, enfatizando a necessidade de tentar tornar o consumidor mais favorável ao ambiente e impor maior rigor na fiscalização, inclusive com penalidades para as empresas que agredirem o meio ambiente. Segundo a autora, a estrutura rudimentar possuída pelas empresas e pelo governo é confirmada também nos mercados estrangeiros, com as seguintes interpelações: - Rótulos incorretos, faltando certificação ambiental; - Comunicação verde incorreta; - Produtos verdes com preços altos; - Maior incentivo governamental para a reciclagem. Como se observa, os consumidores estão sensíveis à degradação ambiental, o que faz com que estejam mais dispostos a aderir a um consumo ambientalmente mais favorável. Inclusive, eles se dispõem a pagar mais por um produto que ofereça benefícios significativos para a sociedade. As contribuições das empresas no sentido de diminuir o ceticismo dos consumidores e sensibilizá-los para uma maior valorização do marketing direcionado à melhoria do meio ambiente foram destacadas por Martinez (2006), tendo-se em conta o diferencial competitivo 38 dessas empresas. Para o autor, as empresas devem ter uma postura ativa em favor de um marketing ecológico que proporcione uma vantagem competitiva, influenciando o consumidor a colocar-se em uma condição que se enquadre nas previsões de investimento da empresa. As instituições empresariais têm que informar aos seus consumidores a respeito da importância de se assumir uma posição ambientalmente favorável, e das vantagens que eles terão ao consumirem produtos e serviços com responsabilidade ambiental. No entanto, Lima (2003) postula que a adesão a uma condição ecológica exigirá consciência do consumidor, pois, caso contrário, todo esforço da empresa não será válido. O cuidado com o meio ambiente está virando uma panaceia para o bem-estar da sociedade, cujos anseios deverão ser incorporados nas estratégias das empresas a fim de que seja dada uma resposta às expectativas. Segundo Garcia et al (2008), tem-se o aparecimento de um novo mercado em que o que esta em moda é o consumo consciente, por parte de consumidores exigentes e influenciados por organizações, pelo marketing verde e pelas ações governamentais que abrangem outros valores, inclusive ambientais, nas suas decisões de compra de serviços e bens. Isso demonstra que a relação entre os consumidores e as empresas está passando por um processo de transformação. Desse modo, ver-se que os consumidores estão tendenciosos a escolher produtos oriundos de um comércio justo, no qual são estabelecidos preços compatíveis com a realidade em que há justiça social embasada na igualdade de direitos para os produtores no binômio econômico-social e de produtos éticos, de forma que se perceba a diminuição das injustiças sociais. White, Macdonnell e Ellard (2012) acreditam que os profissionais do marketing devem se ater ao investimento na busca de uma sustentabilidade que esteja alicerçada na economia, no social e no meio ambiente, sendo satisfeitos os interesses dos consumidores que têm em vista um “comércio justo”, com implicações sociais, produtos com preços adequados e produtores sensíveis às questões éticas. Ficou comprovado, entre os pesquisadores, que os profissionais do marketing deverão expor o seu esforço para produzir produtos e serviços de qualidade, com a intenção de que haja uma restituição de seus investimentos. Igualmente, é essencial a aplicação de recursos direcionados a uma classe de consumidores que levam em consideração os produtos que são benéficos ao ambiente. Na literatura estudada, já existe um entendimento pacífico, entre aqueles que se dedicam ao tema, no que se refere à disposição dos consumidores para pagar mais por produtos ecologicamente corretos. Para Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), esses consumidores são conscientes de que tais produtos não trarão prejuízos ao meio ambiente e 39 por entenderem que o seu comportamento, no ato da compra, vai interferir nos vários problemas ecológicos que poderão surgir. O autor apresenta alguns fatores classificados em categorias, como: valores, comportamento, conhecimento, atitudes e aspectos demográficos. Esses fatores podem influenciar os consumidores nas suas decisões de pagarem mais pelo produto, como visto na figura 4. Figura 4 - Categorias que podem influenciar os consumidores em pagar mais por produtos ecologicamente corretos. Conhecimento Ecológico Demográfico Idade Sexo Nível de educação Situação de emprego Casa própria Estado civil Tamanho da família Consumidores dispostos a pagar mais por produtos ecológicos Comportamentos -Considera as questões ambientais ao fazer uma compra -reciclagem -compra de produtos ecológicos / Valores Individuais Coletivos Segurança Diversão/prazer Atitudes -Importância de ser ambientalmente amigável -Inconveniência de ser ambientalmente amigável -Consciência da gravidade dos problemas ambientais -Nível de responsabilidade das corporações Fonte: Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001, p. 503) No estudo acerca da atitude dos consumidores de pagar mais por produtos ecologicamente corretos, os autores verificaram que a resistência demonstrada por eles certamente está associada à inconveniência de serem amigos da natureza, uma vez que algumas atitudes são difíceis de serem mantidas, por exemplo, a reciclagem. Isso não acontece com os consumidores conscientes, que têm atitudes de colaboração em prol da favorabilidade ambiental. No que diz respeito ao consumidor verde, Romeiro (2006) aponta os fatores que estão correlacionados ao consumo favorável ao ambiente, a saber: alta renda, disponibilidade de 40 tempo e visão ecologicamente realista. A autora chama a atenção para o fato de não ser encontrado nos estudos relativos ao consumidor verde uma abordagem da agressão ao meio ambiente resultante do consumo. De acordo com Solomon (2008), uma maneira de as empresas se prepararem estrategicamente para as transformações ocorridas, urge na necessidade de que as informações sejam incorporadas por elas, fazendo-se uso da pesquisa de marketing como ferramenta de apoio para a tomada de decisões. No Brasil, são visíveis as mudanças no perfil do consumidor contemporâneo, quanto ao que acontece no seu meio ambiente. O consumidor associa o marketing verde aos produtos que tenham uma responsabilidade com o meio ambiente, mas, na verdade, trata-se de um conceito bem mais abrangente, com implicações nas empresas e nas indústrias, e, por conseguinte, nos seus serviços. O marketing verde é, nesse caso, um meio para as empresas que pretendem um diferencial competitivo e o fortalecimento do elo entre os consumidores conscientes e as empresas que adotam essa conduta responsável, as quais repassam uma imagem positiva e obtêm melhorias na lucratividade ao atingir seu público alvo (GIULIANI et al, 2014; PARK, 2014). Tem-se percebido, através da literatura, que os consumidores têm um papel importante em relação à sustentabilidade do planeta. Nair (2015) afirma que a necessidade de consumo da família é responsável por cerca de 30% a 40% das agressões à natureza. Entretanto, esses mesmos consumidores estão se conscientizando dos males que estão causando ao meio ambiente e, consequentemente, preocupando-se mais com a degradação que sofre a natureza em virtude de suas demandas familiares. Segundo o autor, deverão ser traçadas estratégias para atender às exigências dos consumidores conscientes de suas responsabilidades para com o meio ambiente. Fica claro, assim, o entendimento que se tem, entre os estudiosos do tema, sobre as características particulares dos consumidores de produtos e serviços que não agridem a natureza. Para esses estudiosos, as empresas devem se comportar de maneira diferente no que tange às suas propagandas, orientando-se pela ética e utilizando uma linguagem que possibilite uma melhor compreensão. É preciso distanciar-se de propagandas enganosas, à medida que se tem em foco pessoas que, segundo Toni et al (2013), são consumidores que sabem quando as empresas têm uma postura eficaz para lidar com produtos corretos ecologicamente e se tornam leais ao consumo destes. Assim, a empresa melhora sua imagem social ao oferecerem produtos que proporcionarão uma melhor qualidade de vida, com sustentabilidade, para as gerações futuras. 41 2.2.1 Consumidor Consciente No passado, a sociedade de consumo tinha uma preocupação maior com as qualidades do produto e seu preço. Conforme Martinez (2010), as necessidades elementares dos consumidores eram colocadas em primeiro plano, diferentemente de hoje, quando os consumidores buscam um consumo consciente, sem agressão ao meio ambiente e que seja ético, tendo uma visão mais ampla em relação aos impactos negativos causados ao planeta e à sua saúde, sempre na busca por maiores informações que possam embasar suas atitudes em prol do meio ambiente. Para Ottman (2012), essa busca acontece devido ao desejo de se promover uma educação, de si mesmo, quanto às questões ambientais. A preocupação dos consumidores mais antigos com o meio ambiente se limitava a aspectos como: poluição do ar, condição da água para consumo, reciclagem e gastos com energia elétrica. Nos dias atuais, os consumidores voltam-se mais para as agressões ambientais que tenham reflexos na sociedade e no planeta. Entretanto, algumas dificuldades, como o conhecimento acerca dos produtos ecológicos através da leitura dos rótulos e a prática do greenwashing por parte de algumas empresas, confundem os bem intencionados ecologicamente. Dessa forma, os profissionais do marketing deverão ficar atentos ao convencimento dos consumidores quanto ao fato de que as empresas não têm como finalidade maior a sustentabilidade. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008), esses profissionais precisam avaliar as atitudes dos consumidores procurando definir as suas preferências, o gostar ou o não gostar do produto por influências das intenções. Ele acredita que os sentimentos e as crenças são formadores das atitudes dos consumidores na avaliação dos produtos. O Instituto Akatu (2004) prevê que, por meio de sua conduta, os consumidores se mostrarão conscientes em suas compras. Na pesquisa voltada para o consumidor consciente, é indicada a mudança do então “cidadão consumidor” para o “consumidor cidadão”, pressupondo-se uma preocupação deste com o meio ambiente no momento do consumo. É observado, nesse momento, como o produto pode contribuir, ou não, para melhoria do planeta, desde a sua compra até o seu descarte, tendo-se, com isso, um comportamento ambientalmente favorável. Na busca de identificar o grau de comprometimento do consumidor consciente, a pesquisa segmentou os comportamentos dos entrevistados, como está posto no quadro 2. 42 Quadro 2- Comportamentos segmentados apresentados pelos entrevistados. 1. Evita deixar lâmpadas acessa em ambientes desocupados; 2. Fechar a torneira enquanto escova os dentes; 3. Desliga aparelhos eletrônicos quando não está usando; 4. Costuma planejar compra de alimentos; 5. Costuma pedir nota fiscal quando faz compras; 6. Costuma planejar compras de roupas; 7. Costuma usar o verso de toalhas de papel já utilizadas; 8. Lê o rótulo atentamente antes de decidir a compra; 9. A família separa o lixo para reciclagem; 10. Não costuma guardar alimentos quentes na geladeira; 11. Comprou produtos feitos com material reciclado nos últimos seis meses; 12. Comprou produtos orgânicos nos últimos seis meses; 13. Apresentou queixa a algum órgão de defesa do consumidor. Fonte: Instituto Akatu(2004, p.12). O exemplo de avaliação adotado pelo Akatu (2013), na classificação do grupo, teve como base aquilo que os consumidores declararam “fazer sempre”. A categorização dos grupos foi realizada conforme o quadro 3. Quadro 3 - Classificação dos grupos segundo o número de comportamentos adotados. Grupos Classificação Conscientes Adotam a partir de 11 comportamentos. Comprometidos Adotam entre 8 e 10 comportamentos. Iniciantes Adotam entre 3 e 7 comportamentos. Indiferentes Adotam no máximo 2 comportamentos. Fonte: Adaptado do InstitutoAkatu (2004,p.13). Os consumidores possuem comportamentos em maior e menor grau para com o meio ambiente. A pesquisa aponta os percentuais encontrados para os grupos segmentados que ficaram, os quais ficaram distribuídos da seguinte maneira: os consumidores conscientes representaram 6%, os comprometidos 37%, os consumidores iniciantes 54% e os indiferentes apenas 3%. Martinez (2010) assegura que o consumidor consciente sabe do valor que ele representa para as mudanças do planeta, influenciando a sociedade na busca de hábitos saudáveis que atendam suas necessidades particulares sem causar impactos negativos ao meio ambiente. 2.2.2 Atitudes e Intenções dos consumidores A respeito do consumo consciente entre jovens brasileiros e canadenses, Ferraz et al (2013) identificou uma correlação positiva entre intenção e atitude, percebendo também, mais superficialmente, a associação entre o comportamento de compra e a intenção. Vaccari 43 (2014), por sua vez, destacou entre os consumidores da Geração Baby Boomers e Geração Y, os fatores antecedentes (valores culturais, influências sociais, lócus de controle, aprendizado anterior) como sendo aqueles reduzem e aumentam a amplitude entre o comportamento ecologicamente consciente e as atitudes dos consumidores. Para a autora, o hiato entre atitude e comportamento ecologicamente consciente acontece em razão de que: 1. Muitos dos fatores estudados tanto contribuem para aumentar quanto para diminuir a distância; 2. Os componentes da geração Baby Boomers e Geração Y, de formas diferentes, podem ser atingidos pelos fatores que contribuem para o aumento ou a diminuição da ligação entre atitude e comportamento; 3. Pode haver diferença entre os fatores que contribuem para a amplitude entre a atitude e o comportamento favorável ao ambiente. 4. Para identificar a diferença entre atitude e comportamento, quanto à frequência na atividade de consumo, os fatores se comportam de maneira específica, ampla e genética. Percebendo um intervalo de idade de 30 anos entre a Geração Y e a Geração Baby Boomers, Mueller, Remaud e Chabin (2011) procuraram examinar a diferença ou não de atitudes, valores e comportamento no que se refere ao consumo de bebidas alcoólicas e vinho entre esses dois grupos etários. Em sua pesquisa, os autores constataram que os membros da Geração Y estavam voltados mais para o sucesso e menos para os valores sociais e que os encontros sociais influenciavam para um maior consumo de vinho e bebidas alcoólicas. No âmbito das questões ambientais, os autores verificaram poucas diferenças entre as gerações. Atitudes de conscientização ambiental têm sido tomadas de modo globalizado. Toni et al (2013) fazem alusão ao consumo consciente entre universitários selecionados na região sul do Brasil, em dimensões como: economia de recursos, consciência ecológica, reutilização, reciclagem. Essas dimensões podem está vinculadas ao o grau de escolaridade de tais consumidores. No entendimento do autor, é importante que os operadores do marketing entendam como se comporta o consumidor perante as questões ambientais, para que sejam traçadas metas no sentido de disseminar um consumo ambiental favorável na sociedade. Em todo mundo, existe a preocupação com o consumo consciente das pessoas. Em pesquisa realizada na Malásia, Rezai et al (2013) concluíram que a população daquele País está mais consciente em relação às questões ambientais, estando o nível de 44 escolaridade aliado às variáveis demográficas determinantes para gerar mudanças no tratamento dado às agressões ao meio ambiente. Pesquisando os consumidores chineses, Zhou et al (2010) investigaram a tomada de decisão entre aqueles que fazem partem de um mercado que caminha para ser o maior do mundo em termos de consumo. No estudo, foram comparadas duas regiões com características distintas. Em suas observações, os autores constataram que a renda não é fator limitante para a decisão e que o fator socioeconômico de uma dada região pode ser compensado em outra região pelo impulso de comprar sem planejamento. No trabalho sobre a lacuna entre a atitude e o comportamento dos consumidores ecologicamente corretos, de variadas gerações, Vacari (2014) apontou fatores que, segundo os entrevistados, contribuíam negativamente para a diminuição desse hiato. A falta de estímulo externo foi colocada como base de influência na incoerência entre as atitudes e o comportamento do consumidor frente à favoralibilidade ambiental. O trinômio formado pelos consumidores, pelas empresas e pelas instituições públicas é responsável pelo alicerce da sustentabilidade. Para autora, os fatores citados poderão concorrer independetemente da participação individual dos consumidores favoráveis ao meio ambiente. O aspecto econômico é limitante devido aos altos preços dos produtos verdes. Nesse caso, o maior incentivo fiscal por parte do governo é sugerido como um meio de diminuir os preços de produtos orgânicos, tornando-os mais acessiveis ao consumidores conscientes. A ausência de incentivos tecnológicos, pelas empresas e pelo governo, bem como um maior investimento em pesquisa, são vistos fatores negativos pelos consumidores. Também é assinalada a falta de uma fiscalização mais rigorosa que possa regular as punições, educando as empresas e atenuando o ceticismo dos consumidores de produtos verdes. A escassez de divulgação, igualmente mencionada, colabora para o menor conhecimento da importância da favorabilidade ambiental no seio da sociedade. Ao referir-se à dimensão aprendizado, a autora elencou quatro elementos: a preguiça, o hábito, a falta de tempo e a conveniência de uso. Estes são elementos estabelecidos ao longo da vida, a partir da interferência da família, dos amigos e das informações constituídadas no dia a dia, que fazem como que os consumidores se mostrem mais resistentes às novas mudanças. 45 2.2.3 Consumo Sustentável De acordo com Gonçalves-Dias; Moura (2007), o consumo sustentável está diretamente ligado à qualidade de vida, não degradando o ambiente e respeitando os recursos que o meio ambiente oferece através do consumo de bens e serviços. É válido lembrar que o consumo sustentável que acarreta uma diminuição do consumo como um todo é tido como um modelo desigual presente em todos os intervalos de renda dos consumidores. Existe, assim, certa dúvida entre as expressões “consumo sustentável” e “consumo verde”, sendo indicada, pelos autores, uma distinção na definição de ambas. Para Vaccari (2014), o “consumo sustentável” tem maior abrangência, incluindo outros fatores que envolvem mais atividades das empresas e do governo. Já o “consumo verde” é mais limitado, tendo em vista que o foco está na tecnologia utilizada, no meio ambiente e no indivíduo, sendo priorizado o crescimento verde em detrimento do econômico. A autora destaca a importância de os consumidores estarem inseridos em práticas ambientalmente conscientes, sejam individuais ou coletivas. O quadro 4 especifica as diferenças entre “consumo verde” e “consumo sustentável”. Quadro 4- Abordagens do consumo “verde” e do consumo “sustentável”. CONSUMO “VERDE” CONSUMO “SUSTENTÁVEL” Consumir produtos diferentes Consumir menos Essencialmente positivo em relação ao consumo Consumo além das necessidades básicas é negativo Mudança no padrão tecnológico Foco no lado da oferta: produção Consumidores respondem às informações adequadas Mudança no estilo de vida e no padrão de consumo Foco na demanda: usuário final Consumidores querem alternativas de aquisição Mudança gradual Mudança radical: urgente e essencial Crescimento “verde” no lugar decrescimento econômico Alta qualidade de vida sem degradação ambiental. Fonte: Gonçalves-Dias e Moura (2007, p.7). Nos dias de hoje, os consumidores estão também mais exigentes quando se trata da sua alimentação. Os produtos orgânicos passaram a fazer parte do seu consumo diário, alterando o seu estilo de vida e estabelecendo um padrão de consumo diferenciado, que não causa prejuízos à sua saúde. Dessa forma, o consumo verde tornou-se uma tendência mundial. Países desenvolvidos e emergentes buscam o alimento orgânico por acreditarem que são amigos da natureza e, assim, contribuem para a melhoria do meio ambiente. Thogersen et al (2015) compararam o consumo de alimentos orgânicos em dois paises emergentes, China e Brasil. Na pesquisa , foi observado que os motivos que levam os norte-americanos e europeus 46 a aderirem aos alimentos orgânicos são estendidos aos países emergentes estudados. Essa adesão está atrelada ao fato de que o alimento orgânico é mais saudável, não sendo manipulado com pesticidas prejudiciais ao meio ambiente, tendo um gosto mais saboroso e não gerando prejuízos para o meio ambiente, desde a sua criação até o seu consumo. Apesar dos consumidores viverem em países com características culturais diferentes, os autores observaram que as motivações para o consumo de produtos orgânicos são similares nos mercados de consumo dos países citados. 2.3 SEGMENTAÇÕES POR GERAÇÕES A segmentação geracional torna-se a base para que os profissionais do marketing tracem suas estratégias com vista a uma vantagem competitiva. É percebido um interesse por parte do público quanto à comparação entre as gerações. Segundo Williams e Page (2011), a segmentação das gerações desperta a atenção de muitas empresas para se adequarem às preferências de consumo de cada segmento. Para os autores, estilos de vida diferentes, valores e dados demográficos poderão influenciar nas decisões de compra. Cada geração tem expectativas únicas e características específicas, no que se refere aos intervalos têmporais de seu crescimento, sendo notados eventos importantes que podem ter influência em suas decisões. As mencionadas geraçãoes possuem traços homogêncios no âmbito de suas indivualidades e são heterogêneas em outros aspectos. O convívio das gerações pode ocorrer até entre sete delas, em lugares como local de trabalho, casa e escola. Em seus estudos acerca das gerações, no campo da gestão de pessoas, Albuquerque et al (2013) selecionaram os principais achados nas publicações brasileira sobre a idade e o comportamento dos indivíduos no contexto do ambiente de trabalho, como mostrado no quadro 5. Para os autores, o tema é relevante por colocar em realce consequências benéficas geradas no ambiente de trabalho, no que tange à satisfação e ao compromisso com a organização, de forma que os problemas decorrentes de conflitos de gerações sejam minimizados. Ao analisar o consumo de maneira associado às especificações geracionais e demográficas, Eastman e Liu (2012) identificaram que a Geração Y, a Geração X e a Geração Baby Boomers, nesta ordem, eram, em média, as que possuíam os maiores consumidores. Entretanto, a diferença estatisticamente significante foi notada entre os componentes da Geração Baby Boomers e os da Geração Y, sendo os desta última voltados para um mercado com características mais peculiares. Em seu estudo, os autores enfatizaram as variáveis de 47 gênero, renda e educação como sendo influneciadores do consumo. Foi mostrado, ainda, que as gerações apresentam certas distinções diferentes quando comparadas entre si. Quadro 5- Estudos sobre gerações no ambiente organizacional. Fonte Veloso, Dutra e Nakata (2008) Veloso, Silva e Dutra (2011) Cavazotte, Lemos e Viana (2010) Nogueira, Lemos e Cavazotte (2011) Vale, Lima e Queiroz (2011) Tema Diferenças em relação à percepção de carreira para indivíduos da Geração Baby Boomers, da Geração X e da Geração Y. Expectativas em relação ao trabalho e recompensas tangíveis e intangíveis dos jovens da Geração Y. Análise do comprometimento organizacional (CO) entre diferentes gerações por meio da Escala de Bases do CO (EBACO). Principais Achados Os Baby Boomers se identificam mais com o trabalho e valorizam sua rede de contatos para o crescimento profissional mais do que outras gerações. Comparando a Geração X e Y, os indivíduos X se identificam mais com o trabalho e os Y privilegiam o saber fazer e a rede de contatos. Dentre as expectativas exclusivas da Geração Y, foram identificadas: desafios, dinamismo, prazer no trabalho, flexibilidade, qualidade de vida, reconhecimento, feedback, bom relacionamento com as pessoas, bom ambiente e o interesse em trabalhar em uma organização socialmente responsável. Indivíduos da Geração Y apresentaram níveis mais baixos de comprometimento organizacional do que os da Geração X em diversas bases. As diferenças geracionais não impactam nas bases de comprometimento, mas apontam bases de comprometimento predominantes. Fonte: Albuquerque (2013, p. 13). Numa perpectiva biológica, as gerações passam por um processo de transformação em virtude de uma realidade contêmporânea em que existe, por exemplo, a necessidade de trabalho e de adiamento da gestação por parte mulheres, proscrastinando o nascimento do primeiro filho. Na década de 1980, a mulher tinha o seu primeiro filho com a média de idade de 25 anos, diferentemente do que acontece hoje, quando essa média está em torno de 31 anos. As gerações de consumo emergentes, notadamente os jovens, são as que merecem maior atenção da mídia, a fim de que haja uma desmistificação do que é verdade ou não em relação a esse segmento, tendo em vista as campanhas publicitárias nas quais os jovens são vistos como irresponsáveis, através de ditos como “os jovens de hoje não têm algum sentido de compromisso” (MCCRINDLE, 2009). Devido ao seu comportamento, uma pessoa pode ser tida como favorável ou não ao meio ambiente e aos cuidados com a natureza, preocupada em deixar para as gerações presentes e futuras uma melhor qualidade de vida. Em suas pesquisas sobre o marketing verde, Ottman (2012) indica que “toda geração é verde” e que as gerações X, Y e Z, nos dias 48 atuais, podem ser mais importantes do que a Baby Boomers, apesar de esta ser assinalada como iniciante, líder da sociedade de consumo. Na medida em que o consumidor envelhece, seus interesses mudam quanto à escolha de um produto. Ao pesquisarem acerca das intenções de compras dos consumidores jovens, Madahi e Sukati (2012) asseveram que a idade tem influência inversa no consumo. As autoras constataram que as pessoas de maior idade demonstraram menor intenção de compra. Em suas conclusões, elas ressaltaram que, geralmente, as mulheres são influenciadas por amigas, as quais tendem a contribuir com maior estímulo para a realização de compra. Outro fator considerável é o comportamento do consumidor, que, muitas vezes, sofre a interferência de questões culturais que poderão determinar suas escolhas. Para outros autores, a maior escolaridade tem, igualmente, implicações sobre esse mesmo consumidor, fazendo-o ter uma maior consciência ecológica e, além disso, aquele mais jovem está disposto a pagar mais por produtos amigos da natureza (MCCRINDLE, 2014; ROYNE; LEVY; MARTINEZ, 2011; SOLOMON, 2008; TONI et al., 2013). Com o intuito de estudar o consumidor jovem brasileiro, o Instituto Akatu, em conjunto com o Indicador Opinião Pública e em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PUMA) e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), realizaram, no ano de 2001, uma pesquisa em nove regiões metropolitanas, que incluiu 1.350 pesquisados, na faixa de 18 a 25 anos. A partir da análise feita, ficou registrado que o jovem brasileiro tem estilos de vida semelhantes aos dos jovens consumidores de outros países, numa ótica da consciência ecológica com vistas a um mundo melhor para as gerações posteriores. Na pesquisa desenvolvida pelo Instituto Akatu (2001), ficou evidente a preocupação dos jovens com o seu futuro profissional, sendo relegada a interpretação mal conduzida de que eles seriam alienados e construindo-se uma percepção de que, na verdade, possuem uma atitude de responsabilidade ambiental, embora alguns ainda não tenham um envolvimento com ações ecológicas que possam inibir os malefícios causados ao planeta, talvez por terem maiores esclarecimentos acerca da importância de suas condutas responsáveis para com o meio ambiente. Esses jovens até têm noção dos impactos que seu consumo pode trazer para a natureza, mas, na prática, não conseguem aderir ao descarte dos produtos, tampouco compreender como é feito desde a sua constituição, o que os impossibilita de levarem em conta as agressões sofridas pelo meio ambiente. Romeiro (2006) sugere que os jovens, em sua maioria, não reconhecem que o seu consumo atinge o meio ambiente, reconhecimento este 49 que só aparece após as respostas dadas pela natureza devido às agressões que lhe foram geradas. Os profissionais do marketing devem, então, considerar as características de consumo das gerações, formulando novas estrátegias que possam abranger todos os interesses de consumo, por segmentação de gerações. Para William e Page (2011), esses profissionais precisam estar atentos às demandas dessas gerações, bem como às suas características, às suas atitudes e ao seu estilo de vida. A sensibilidade por parte dos empresários contribuirá para que ocorram mudanças no estabelecimento de estratégias de marketing mais adequadas a cada segmento. A maneira como se comportam os consumidores, tendo em vista a sua idade, e como são estão direcionadas as estratégias de marketing constituem motivo de preocupação entre as empresas (OSAJIMA; STERNQUIST; MANJESHWAR, 2010). Dando continuidade, com constante aumento de consumidores em busca de produtos benéficos ao meio ambiente, surge a necessidade de se examinar as variáveis da favorabilidade ambiental presentes entre os grupos com a média de idade citada (LADEIRA, 2010). Quadro 6 - Especificações que diferenciam as gerações. FAIXA ETÁRIA BABY BOOMERS (1941/1960) GERAÇÃO X (1961/1976) GERAÇÃO Y (1977/1992) GERAÇÃO Z (Após 1992) Acontecimentos que marcaram a geração Crise do Petróleo no Oriente Médio Explosão de Cherrnobyl Furação Katrina Tsunami no Japão Características principais Investir na saúde e lazer Valorização da família Tecnologia Consumismo Meio ambiente é Consumo consciente Questões sociais, educacionais. e políticas Qualidade de vida Reciclagem Opinião de outras gerações Resistentes a nova tecnologia Não trabalham tão duro Não são adeptos da conversa face a face. Superdependente da tecnologia Fonte: Adaptado de Ladeira, Costa e Costa (2014). Na literatura voltada para o marketing, há uma concordância consensual quanto ao número de gerações e aos seus limites de início e fim (LADEIRA, 2010). Na pesquisa sobre a geração dos boomers, é notória a existência de pensamentos discordantes, pois essa geração faz parte de um mercado heterogêneo. Duas características são importantes na definição das gerações. A primeira é a indicação de eventos que limitam a continuidade de fatos acontecidos na sociedade, enquanto 50 que a segunda pressupõe a convivência de gerações no processo social, o que pode ser solução para que os problemas sucedidos na adolescência sejam minimizados na fase adulta (HUDSON, 2010; ALBUQUERQUE, 2013). Para o estudo ora proposto, optou-se por uma classificação mais frequentemente balizada entre os operadores do marketing, que, para efeito de pesquisa, permitiu que as gerações de consumo fossem colocadas em ordem cronológica de idade, tendo-se a seguinte disposição: Geração Baby Boomers, Geração X, Geração Y e Geração Z. Conforme o critério de idade, a Geração Baby Boomers é composta pelas pessoas nascidas entre 1941 e1960; da Geração X fazem parte os nascidos de 1961 a 1976; a Geração Y é formada por aqueles que nasceram entre 1977 e 1992; na Geração Z, estão inclusos os que tiveram seu nascimento após o ano de 1992 (GLASS, 2007; LADEIRA, 2010). De acordo com Feitosa (2009), os profissionais do marketing devem analisar a demanda e iniciar uma prática sistemática de segmentação, estabelecendo uma posição em relação a um grupo, como forma de receber uma resposta apropriada de cada segmento no que se referem as suas necessidades. Para o autor, a segmentação por coortes, organizando o conjunto de consumidores em subconjuntos, proporciona aos pesquisadores do marketing uma indicação mais precisa dos grupos que necessitam ter um maior acompanhamento e, consequentemente, um melhor direcionamento de suas estratégias, levando-se em conta recursos da empresa. Isso permitirá que os produtos do novo mercado sejam mais bem vistos e que as pessoas tenham seus desejos melhor atendidos, o que os fará perceber que a oferta foi maior do que a esperada. A maneira como ficaram segmentadas as gerações nesta pesquisa é posta no quadro 07. Quadro 7 - Segmentação das gerações segundo datas de nascimento e idade em 2014. GERAÇÕES PERIODO DE NASCIMENTO IDADE EM 2014 Baby Boomers 1941-1960 54 - 73 Geração X 1961 - 1976 38 - 53 Geração Y 1977 - 1992 24 - 37 Geração Z Após 1992 Abaixo de 24 anos Fonte: Adaptado de Ceretta e Froemming (2011) 2.3.1 Geração Baby Boom A Geração Baby Boom é formada por filhos de pais que, após a Segunda Grande Guerra Mundial, no período de 1939 a 1945, constituíram famílias. É tida como a geração de 51 maior população entre os americanos, sendo de grande importância para a economia do país. Os seus componentes são aquelas pessoas nascidas entre os anos de 1941 e 1960. Trata-se, ainda, de uma geração ativa e consumista, chegando a gastar até 40% em acessórios e produtos domésticos. Para Ottman (1994), os babies boomers foram os propulsores do consumismo ambiental, sendo a primeira geração a ter uma consciência ecológica e a preocupar-se com o bem-estar e a saúde da sociedade de consumo, visando à preservação do ambiente para as gerações futuras (GLASS, 2007; SOLOMON, 2008). Os boomers gostam de se sentir jovens e, consumistas que são, investem no lazer e na saúde, sendo grandes compradores de cosméticos, já que buscam o rejuvenescimento. Eles também são usuários de equipamentos modernos e gostam de imitar os mais jovens com envio de mensagens através de celulares. A Internet passou a ser sua constante companheira, auxiliando-os na comunicação, nas pesquisas, nos downloads e, especialmente, nas compras. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008), os antes “jovens profissionais urbanos” tornarem-se “profissionais urbanos de meia idade”, constituindo uma grande geração de consumo. Alguns trabalhos apontam que os Babies Boomers possuem maior poder aquisitivo do que as gerações anteriores, investindo em viagens de lazer e entretenimento, sendo identificados, inclusive, como responsáveis pelo crescimento da indústria de lazer. Para eles, ter reconhecimento público e satisfação pessoal é uma forma de estarem integrados com os mais jovens, sendo frequentes frases como “você é importante para o nosso sucesso” e “nós precisamos de você” por parte da Geração Baby Boomers. Nessa geração, a divulgação “boca a boca” é uma medida de estratégia que deverá ser usado pelo marketing para que seus produtos tenham um alcance significativo (FEITOSA, 2009; REISENWITZ; IYER, 2007;). Tendo atenção nesse mercado, as empresas estão investindo em passeios para os chamados grupos da melhor idade, oferecendo serviços de viagens curtas, que são grandes opções para uma geração que procura experiências diversificadas. Também conhecidas como Zoomers, “Baby Boomers com zip”, as pessoas dessa geração não se sentem velhas e não têm pretensão de esquecerem a juventude, praticando, por exemplo, atividades físicas que ajudam no cuidado com a sua saúde. Essa é uma forma de se sentirem independentes. São, por isso, consumidores de roupas esportivas. É válido mencionar que, diferentemente dos consumidores da Geração Y, que são mais exigentes, os Baby Boomers, segundo Rahulan et al (2013), não gostam de perder tempo em suas compras, tornando-se mais rápidos em suas decisões. Assim, os empresários têm uma boa oportunidade de investirem numa geração que é a maior geração de consumo americano e que possibilita uma maior lucratividade, tendo em 52 vista o fato de ser composta por um grande número de pessoas com alto poder aquisitivo e com influência para as gerações posteriores, que serão os boomers do futuro (HUDSON, 2010; NIEMELÄ-NYRHINEN, 2007;). Na perspectiva do sucesso competitivo, a Geração Baby Boom permite uma abordagem mais específica em comparação com as outras gerações. Como se nota, ela possui um sucesso financeiro conseguido através do trabalho e da dedicação pessoal, ao contrário da Geração X, cujos componentes são altamente independentes, mas céticos e menos leais, além de darem maior importância ao binômio trabalho e vida, optando por um emprego que remunere menos desde que sejam oferecidas mais horas de qualidade de vida. Nos estudos de Glass (2007), as pessoas da Geração Baby Boomers, ao se aproximarem da aposentadoria, esperam das empresas uma maior flexibilidade, sem muitas cobranças, em contrapartida aos anos em que muito ofertaram de si. Nesse momento, elas almejam mais os programs de tutoria ou consultoria, em virtude da experiência adquirida ao longo dos anos. No ambiente de trabalho, os babies boomers se destacam pela facilidade de se adequarem ao mercado e por demonstrarem gosto pelo que fazem, tendo uma visão de que o trabalho é responsável pela segurança pessoal e famíliar. Santos et al (2014) sugere que essa geração não mostra-se muito cética quanto ao crescimento profissional dentro da empresa, o que não acontece nas gerações X e Y, nas quais a motivação está ligada à possibilidade de crescimento profissional e ao que poderá ser oferecido pela empresa. Contrários aos investimentos para trabalhar com essa geração, alguns empresários a ignoram por acharem que se trata de um grupo diversificado e que não seriam vantajosos os investimentos. Para os investidores poderiam haver segmentos dentro do grupo com características diferentes quanto à idade e ao estilo de vida. Nos estudos realizados por Reisenwitz e Iyer (2007), a Geração Baby Boomers foi dividida em dois extratos, um formado por membros mais novos e outro por mais velhos. Nesse caso, foram consideradas variáveis como uso da Internet, entretenimento, atividade, idade, envolvimento social, moda e aversão ao risco, as quais foram comparadas nos dois grupos, com o intuito de se identificar uma correlação entre os extratos da geração e as variáveis citadas. Os pesquisadores constataram que, com exceção da idade, não houve correlação entre nenhuma das outras variáveis, que indicasse alguma diferença entre os dois grupos. Fica claro que, mesmo dividido em extratos de idade, o grupo é homogêneo no que se refere às outras características. 53 Em estudo para apontar os consumidores do grupo Baby Boomers, em se tratando do consumo consciente, Ottman (2012) afirma que 54% dessa geração são tidos como “consumidores socialmente conscientes” e líderes do “movimento verde”, desde a metade da década de 1960. Isso é percebido através de atitudes e valores que passaram para as gerações seguintes, como aqueles que estão vinculados à favorabilidade ambiental, a exemplo da escolha de produtos que não agridam a natureza e da não aquisição de produtos de empresas que não têm uma postura ecológica, dando-se preferência às empresas que tenham essa postura. 2.3.2 Geração X Da Geração X fazem parte o ator Leonardo DiCaprio e a atriz Cameron Dias, defensores das causas ambientais, e as pessoas que, segundo Ottman (2012), interligam as questões políticas, sociais e educacionais, que podem ter tomado conhecimento do evento Eco-92, realizado no Rio de Janeiro. Os componentes são os nascidos os anos de 1961 e 1976, que são chamados de Baby Busters e tratados na sociedade americana como uma suposta geração de alienação e preguiça. Entretanto, em pesquisas posteriores, mostrou-se que se trata de uma geração diversificada, possuidora de características como guarda de parte da renda, melhoria de residências, através de reformas, e visão individualista e empreendedora (SOLOMON, 2008). A valorização da família é uma prioridade para esse grupo que, talvez por serem filhos de pais separados, tenham se tornado pais mais cuidadosos. Em virtude de possuírem algumas restrições financeiras, os que estão nesse grupo têm suas aquisições embasadas em decisões mais sólidas (VAZ, 2011). No ambiente de trabalho, essa geração segue a hierarquia organizacional dentro do ambiente da empresa, demonstrando maior compromisso com a organização, apesar de serem céticos e independentes. Também, é a favor de espaço laboral com menos formalidade, no qual a hierarquia é seguida, mas sem muito rigor. Sua prioridade é, por conseguinte, o binômio trabalho-vida. Embora sejam conhecidos pela dificuldade de lidar com a descentralização do poder e as inovações, os seus componentes são compromissados com a empresa. Para Anjos (2014), as aparentes diferenças em suas características se somam e aperfeiçoam com vistas ao crescimento dos empregados e da instituição, havendo mais harmonia do que conflitos. Dessa forma, as diferenças nas atitudes e no compromisso dos jovens são superadas. As necessidades que têm os trabalhadores, tanto pessoais quanto familiares, são fatores que 54 condicionam as carreiras dos empregados. Os aparentes conflitos entre as gerações não impedem que se trabalhe de maneira integrada, com respeito às diferenças de características das gerações, buscando-se a convivência pacífica e o alcance dos objetivos da organização (LADEIRA; COSTA; COSTA, 2014; VELOSO; DUTRA; NAKATA, 2008). A Geração X é preocupada com a questão ambiental e com as informações que podem surgir devido à modernidade. Para Feitosa (2009), os que integram essa geração são influenciados pela Internet, mas o modo como a utiliza é distinto do da geração mais jovem, que se encontra em uma idade mais produtiva, com uma vida profissional geralmente estabilizada e que ostenta os materiais eletrônicos como forma de conseguir status. Em seus estudos sobre o consumo voltado para o status, Eastman e Liu (2012) apontaram que, entre as gerações X, Y e Baby Boomers, a maior consumidora, em média, foi da Geração Y, seguida da Geração X e, depois, da Baby Boomers. As diferenças significativas foram percebidas essa última e a Y. Nas comparações realizadas, os autores não identificaram distinções expressivas entre as gerações e as variáveis demográficas, como também entre aquelas e o consumo. No que tange ao consumo direcionado ao status, foi observada uma diferença entre o consumo e as variáveis demográficas, de sexo, de renda e de educação. Os profissionais do marketing deverão, portanto, levar em conta, as prioridades de geração que estão relacionadas à família, ao trabalho, aos valores e à vida pessoal. Isso é importante, pois tem-se em foco uma geração que possui um modo particular de pensar e que abrange consumidores vistos como exigentes, cuja mente processa as mensagens que lhe são repassadas de maneira rápida e simultânea(PEREIRA; ALMEIDA; LAUX, 2006; WILLIAM; PAGE, 2011). 2.3.3 Geração Y Os componentes dessa geração são conhecidos como eco-boomers. Para Kotler e Keller (2012), eles demonstram interesse em jogos da Internet e na interação com outras pessoas. Trata-se de uma geração formada por aqueles que nasceram entre os anos de 1977 a 1992, sendo chamados também de “Millenials” e podendo ser filhos dos Baby Boomers. Esse é um grupo próximo Geração X, mas com características diferentes. Segundo Blackwell, Miniard e Engel (2008),seus componentes são filhos de famílias abastadas, com grande poder de compra, gostam de ostentar com carros novos e, talvez pela maneira como que são acolhidos em seus lares, demoram para constituírem família. A Geração Y foi beneficiada pelas grandes mudanças em termos de tecnologia, por exemplo, 55 com o aparecimento dos computadores em casa e o uso de celulares. No entanto, é uma geração proveniente de família harmoniosa, com pais cuidadosos e apegados à administração do lar. Os profissionais do marketing em atenção para com essa geração, tendo em vista a presença de jovens consumistas com condições de pagamento e interesse em produtos diversificados. Têm-se em destaque consumidores exigentes, que reclamam quando não são bem atendidos. Também são pessoas orientadas para o aprendizado e que gostam de participar da criação e da formulação de mudanças, fazendo com que o grupo do qual fazem parte seja visto como sendo propício a efetivação de transformações que possibilitem a construção de um mundo melhor, devido ao grau de influência que tem no mercado (GLASS, 2007; SOLOMON, 2008; VAZ, 2011; WILLIAM; PAGE,2011). Essa é, ainda, uma geração que inspira mais confiança e cujos membros tiveram maior acolhimento no âmbito familiar, por terem nascidos numa época em que existia um maior controle de natalidade e os pais poderiam oferecer mais oportunidades, em virtude do seumelhor poder aquisitivo. Para Vaz (2011), esse grupo cresceu em um ambiente farto de tecnologia, no qual as tarefas se tornaram mais acessíveis. Pela facilidade em lidar com os games e a tecnologia, socorre as gerações anteriores quando estas têm dificuldades de comunicação tecnológica; talvez por isso, seja um aliado da Geração X, já que veem os boomers como tendo dificuldade para aderirem a essa tecnologia. Analisada sob o ponto de vista da lealdade na escolha dos serviços, as pessoas que compõem a geração citada são considerdas consumidores que demontram fidelidade quanto ao serviço prestado e ao tratamento que lhes é dispensado pelos funcionários. Ao estudar os serviços bancários, Foscht e Schloffer (2009), fizeram menção aos consumidores de menor idade e apontaram diferenças no quesito fidelidade entre os consumidores mais novos e os da Geração Y. Esse grupo é também menos preocupado com a hierarquia, sendo inclusive mais individualista, não dando importância ao que os outros pensam a seu respeito. Seus componentes usam a Internet e outras mídias e, simultaneamente, a televisão. Além do mais, são consumidores exigentes, o que serve de alerta para as empresas que tentam ofertar produtos sem um conteúdo que desperte o seu interesse (FEITOSA, 2009). Alguns trabalhos mostram que a Geração Y tem uma cuidado com os produtos e serviços benéficos ao ambiente, mas que existe resistência por parte desses consumidores em relação à adesão de produtos verdes, uma característica semelhante a dos jovens de outros países. 56 Em uma pesquisa com jovens universitários do Paquistão, Ali et al, (2011) verificaram certo ceticismo em torno dos produtos verdes, no que aliude ao preço e à qualidade, apesar de ter sido demonstrada uma atitude positiva na disposição para adquirí-los. A Geração Y não adquire produtos ambientalmente favoráveis por considera-los caros, por não ter como diferenciar o que é ambientalmente favorável daquele que não o é, e por não acreditar na sua qualidade. O meio para melhorar essa percepção acerca do produto verde é intensificar a divulgação, pelas empresas, do diferencial de tal produto, sendo intensificado o trabalho em que o aspecto ambiental, a qualidade e o preço deverão ter mais atenção dos operadores do marketing (LU; BOCK; JOSEPH, 2013). Ao ser analisado o comportamento da Geração Y quanto ao ambiente de trabalho, foi constatado que, apesar de ser uma geração proativa e inovadora, é, de certa forma, responsável pelos conflitos existentes nesse contexto, apresentando um perfil individualista. Quando se trata da questão profissional, as pessoas que a integram dão prioridade ao lado pessoal, fazendo valerem os seus argumentos. Elas possuem, igualmente, dificuldade para se adequar à hierarquia da empresa, o que, talvez, faça-os mudar de emprego sistematicamente. Nos funcionários da geração jovem, é notada uma disposição para deixar a organização se não forem contemplados os seus desejos. Outra característica observada é a dificuldade de comunicação face a face, sendo preferido o uso da Internet para os contatos internos da empresa. Isso pode acarretar problemas para o chefe imediato, na maioria das vezes um Baby Boomers, avesso a esse tipo de comunicação e que poderá sentir-se ofendido pela falta de determinadas condutas nas relações profissionais. Este tipo de atitude poderá trazer prejuízos para a empresa podendo criar um ambiente de trabalho hostil com pouca produtividade (GLASS, 2007; LADEIRA; COSTA; COSTA, 2014; SANTOS et al., 2014; WESTERMAN; YAMAMURA, 2007). Em alguns estudos, Geração Y numa perspectiva de se tornar um grande e forte grupo no campo profissional. Levando em conta essa percepção, Baldonado (2013) investigou o fator motivação na relação de trabalho. Para ele, os gerentes e os profissionais com poder de decisão devem se adequar a esse grupo com características tão peculiares estabelecendo uma maior flexibilidade gerencial, com ausência de limitações geográficas e utilização de equipes virtuais, com o propósito de motivar os seus componentes nas atividades que realizam. Nesse sentido, os profissionais do marketing devem saber que mídias usar e com qual frequência, para programar estratégias de publicidade promocionais individualizadas (LUCK; MATHEWS, 2010). 57 Analisando a Geração Y no que alude à sua lealdade como clientes dos serviços bancários, Foscht e Schloffer (2009) identificou que aqueles que formam essa geração prezam pela satisfação na prestação do serviço oferecido pelos funcionários. Os autores tomaram como base os consumidores entre 10 e 14 anos para fazer comparações e examinar as diferenças entre os dois grupos. Em seus achados, ficou claro que a relação entre a fidelidade e a satisfação é comum a ambos. Do mesmo modo, é consensual que existem o interesse e a facilidade possuídos pelos consumidores da Geração Y, em decorrência do apego à tecnologia, bem como que os babies boomers, muitas vezes, se valem da geração jovem para proporcionar um melhor andamento nos investimentos através da informática. Djamasbi e Mortazavi (2015) investigaram a aptidão entre os babies boomers e a Geração Y para a técnica de “olhar” e “clicar” em uma da situação que envolve o uso de recursos eletrônicos. Os autores apontaram um melhor resultado da Geração Y, embora a reação de ambos os grupos tenham sido positivas, sugerindo que a habilidade de “olhar” e “clicar”, para as duas gerações, servirão como método adequado quando da necessidade de utilização de tais habilidades. 2.3.4 Geração Z A Geração Z é composta pelos consumidores que nasceram após o ano de 1992, filhos de pais que se casaram mais tarde e com menor risco para se divorciar. É também conhecida como geração “zapear”, pelo apego aos vídeos, à Internet, aos celulares, ao Ipods e ao Iphone. Trata-se de um grupo exigente, digital, consumista, que não demonstra muita fidelidade às marcas no ato da compra, dando preferências aos itens que favorecem uma boa aparecia pessoal e que estão em moda. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008) as meninas são as responsáveis pelo consumo que cresce rapidamente, tendo em vista que gostam de andar juntas e adquirir produtos que sejam semelhantes aos de suas amigas. Essa geração surge como emergente em termos de consumo,requerendo a atenção dos operadores do marketing, que precisam estabelecerr estratégias para cativar os seus inúmeros compenentes, os quais gostam de frequentar shoopings, são consumistas e possuem dinheiro para gastar, dando sempre preferencia a produtos conhecidos no mercado. Ceretta e Froemming (2011) afirmam que essa geração está despertando a atenção dos profissionais do marketing, que veem os jovens que a integram como consumidores conectados com a moda, a tecnologia e a Internet. Apesar de terem ineteresse em produtos de marca, o que prevalece na decisão de compra é a qualidade do produto seguida do preço. Em razão de seus conhecimentos, esses 58 jovens auxiliam os pais nas compras de eletrônicos para a família, o que constitui uma boa oportunidade para estrategistas do marketing conquistarem as duas geraçãoes. Eles buscam constantemente as novidades, tornando-se proativos ao levarem os conhecentos que possuem para o ambiente organizacional, em que são tidos como inovadores e criativos.Trata-se, pois, de uma geração que sofreu influência da era digital de tecnologia avançada iniciada no ano de 1990 e que surgiu em um universo globalizado e digital. Além disso, as pessoas que fazem parte da geração mencionada são influenciadas pelos pais, que também os influenciam. Por todas essas características, elas servem como referência para as empresas que pretendem investir nas gerações de consumo (SOUZA, 2011; WILLIAM; PAGE 2011), Na pesquisa do Instituto Akatu (2001) sobre o consumo consciente dos jovens brasileiros, com o título “Os Jovens e o Consumo Sustentável”, foram elencadas algumas constatações, tais como: um critério decisivo na compra foi, para metade dos pesquisados, a preocupação com o meio ambiente, a saúde e o emprego; embora viva em uma era digital, a Geração Z não é alcançada pela propaganda ambiental, nem se sente por ela manipulada, o que não impede que tenha uma compreensão acerca das questões ambientais pensadas pelas empresas, levando em consideração, nas suas decisões de compra, as que têm uma atitude responsável ambientalmente(GARCIA et al., 2008; VEIGA-NETO; OLIVEIRA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2013). Alguns estudos sugerem que a consciência ambiental está mais sentida entre os jovens com conhecimento ambiental adquirido através de atitudes educacionais. Com um estilo favorável ao meio ambiente, os jovens podem contribuir para a construção de um mundo mais sustentável para eles e as futuras gerações. Segundo Wiernic, Ones e Dilchert (2013), os mais velhos preferem a satisfação mais rápida, devido ao espaço temporal em seu ciclo de vida, acarretando menor colaboração com os cuidados com o meio ambiente. Por sua vez, nas pesquisas realizadas por Romeiro et al (2013), fez-se a comparação entre dois grupos de estudantes universitários sobre o fato de serem mais ou menos favoráveis ao meio ambiente. Os autores verificaram que algumas variáveis foram importantes para direcionar à favorabilidade ambiental. Inicialmente, a reciclagem foi apontada como fator diferenciador importante do comportamento mais favorável, seguida do comprometimento ambiental declarado pelos pesquisados em intervalo de cinco anos. Em contrapartida, as variáveis idade, ocupação (trabalha ou não) e classe de consumo apresentaram pouca conveniência para se identificar os dois grupos estudados. Para Vita e Montenegro, (2013), os jovens da Geração Z se comportam de forma individual e têm interesse em contribuir com a sustentabilidade. As autoras acreditam que a 59 sustentabilidade pode ser medida por meio da utilização de um produto por um longo período antes de descartá-lo, e não apenas pela sua reutilização. Nesse contexto, os jovens podem se inserir em práticas de customização e, consequentemente, se sentirem estimulados para usar um produto ao máximo antes de descartá-lo. É válido ressaltar que ainda são insuficientes os estudos voltados para essa geração, sendo notados poucos trabalhos teóricos, em função do surgimento e mesmo da pouca participação das pessoas que formam essa geração nos vários segmentos da sociedade. 2.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO A partir da década de 1980, surgiram diversos estudos que apontaram variáveis relacionadas ao meio ambiente, com foco no consumo ambientalmente favorável ou na favorabililidade ambiental do consumidor (FAC). Muitas dessas variáveis foram encontradas em trabalhos produzidos por Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), Martinez (2010), Mohr, Webb e Harris (2001), Romeiro (2006), Stern (1999), Straughan e Roberts (1999), conforme está especificado abaixo. 1. Variáveis Comportamentais - Investigação do comportamento do consumidor no ato da compra (MARTINEZ, 2010; ROBERTS, STRAUGHAN1999). 2. Variáveis Psicográficas - Identificação dos fatores responsáveis pela favorabilidade dos consumidores (MARTINEZ, 2010); 3. Variáveis de Valores - Constatação de que os valores tendem a auxiliar na vida do ser humano, por serem princípios norteadores que priorizam seus objetivos. Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001) dimensionaram esses valores em: valores individuais, valores de diversão, valor de segurança e valores coletivos. 4. Variáveis de confiança - Observação da existência da preocupação, entre os consumidores, com o cuidado com o meio ambiente, sendo demonstrado, entretanto, certo grau de ceticismo quanto às questões ambientais no que tange às publicidades em rótulos das embalagens e em propagandas, o que, de certa forma, influência na compra do produto ambientalmente favorável (MOHR; WEBB; HARRIS, 2001). 60 As informações mostradas acima podem ser complementas através do exposto no quadro 8. Quadro 8-Ceticismo e interesse ambiental. Variáveis Veracidade da propaganda, frequência da propaganda, credibilidade da propaganda,veracidade da embalagem. Informação do rótulo da embalagem, credibilidade da embalagem, detalhamento de informações no rótulo. Preocupação com a geração de lixo,consequência do lixo para a sociedad e, interesse sobre a questão do lixo. Fonte Mohr, Webb e Harris (2001) Thogersen, Haugaard e Olesen (2010). Fonte: Mohr, Webb e Harris (2001) Mohr,Webb e Harris (2001) indicam, em seus estudos, uma escala de cinismo e ceticismo. Essa escala destina-se ao incentivo aos operadores do marketing para incluirem o ceticismo nas reivindicações ambientais dos consumidores. Segundo o autor, o ceticiscmo é importante para o exame da consciência ambiental por ser um componente decissivo para os profissionais do marketing verde, que trabalham com vista à credibilidade daquilo que divulgam. Na perspectiva do ceticismo e da favorabilidade ambiental do consumidor, os autores destacam algumas variáveis, mostradas no quadro 8, que estão ligadas, dentre outras coisas, aos aspectos inerentes ao lixo. Dentre elas, estão a veracidade da propaganda, a credibilidade da propaganda, a veracidade da embalagem, a informação do rótulo da embalagem, a preocupação com a geração de lixo, a consequência do lixo para a sociedade e o interesse na questão do lixo. Thogersen, Haugaard e Olesen (2010) asseguram que os consumidores que já possuem um conhecimento para lidar com os de produtos ambientais não demonstram tanto ceticismo diante dos apelos constantes nesses rótulos, o que pode indicar que a experiência adiquirida os induzem a ultrapassar a etapa da desconfiança, aceitando mais rapidamente o que está especificado nos produtos. 61 Quadro 9 - Atitudes, Valores e Responsabilidades Ambientais. Variáveis Economia de eletricidade, desperdício de gua,preocupação com a poluição, consciência da reciclagem de papel.Disposição por pagar mais por produtos que não agridam o meio ambiente. Separação do lixo, controle da poluição, reciclagemna autonomia de recurs os, reciclagem para a diminuição depoluentes. Responsabilidade ambiental das GEs, esforço de todas as empresas em relação à poluição. Sentimento de realização, auto-suficiência, sustentabilidade ambiental.Felicidade de ajudar o meio ambiente,amor próprio, excitação.Segurança ao cuidar do meio ambiente.Excitação, altruismo , amor ao ambiente, socialização , Fonte: Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001). Fonte Laroche, Bergeron e BarbaroForleo (2001) Vaccari (2014) Por sua vez, Laroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001) constatou, em pesquisa realizada, a existência, entre os consumidores, da preocupação com o meio ambiente, sendo considerados fatores como a reciclagem, a economia de energia, o sentimento de realização, a auto-suficiência e a sustentabilidade ambiental. É importante lembrar fazer menção, nesse contexto, à disposição dos consumidores concientes ambientalmente para pagar mais por produtos que não agridam o meio ambiente. Vaccari (2014) assegura que as pessoas são motivadas a aderirem ao produto favorável ao meio ambiente em virtude do bem que esses irão gerar para sua saúde e pela contribuição que oferecerão para a mudança no seu estilo de vida. Foram identificados alguns fatores que podem influenciar os consumidores a pagarem um preço mais elevado por produtos verdes, os quais estão classificados em: demográficos, valores (individualidade, diversão, segurança e coletividade), conhecimento, atitudes e comportamento. Nos estudos sobre os valores, fica percebida, nos consumidores ecologicamente conscientes, a felicidade ao cuidarem do meio ambiente, agindo coletivamente. Como esperado, os consumidores conscientes ecologicamente relataram que o coletivismo e a segurança foram princípios orientadores de suas vidas. Já a preocupação com meio ambiente é pressupota por meio da evidência do cuidado com a separação do lixo, o controle da poluição ea reciclagem. Entretanto, as empresas deverão ter responsabilidade para seguir as normas ambientais e orientar seus consumidores com palestras educativas enfatizando a vantagem de serem ambientalmente saudáveis. 62 Quadro 10- Consciência Ambiental. Variáveis Fonte Mudanças climáticas relacionadas à família, país e animais Desaparecimento das florestas relacionadas à família,país e animais. Stern(1999) Substâncias tóxicas relacionadas à família, país e animais. Fonte:Stern (1999). Para Stern (1999), a combinação entre a informação e os incentivos é determinante na adesão ao consumo verde. Nesse sentido, atitudes e crenças podem ocasionar resultados individuais diferentes. Os autores acreditam que essas são as condições mediante as quais as pessoas assimilam as informações. A consciência ambiental aparece, nessa conjuntura, como estando relacionada às variáveis; às mudanças climáticas ligadas à família, ao país e aos animais;ao desaparecimento das florestas associado às famílias e aos animais; às substancias tóxicas vinculadas às famílias, ao país e aos animais. Em sua pesquisa acerca da questão ambiental e da condição da pobreza, Schons (2012) faz referência a uma questão tanto ambiental quanto social, ou seja, o fato de que planeta e a sociedade sofrem com o aquecimento global provocado pelas queimadas. O desmatamento traz implicações para o meio ambiente, havendo o aumento da agricultura tecnológica e as modificações no clima. Para a sociedade, com o aparecimento da agricultura mecanizada, surge também a pobreza, gerando as desigualdades. A natureza responde aos impactos que lhe são causados, por exemplo, através do aumento da temperatura do planeta, das chuvas torrenciais e do degelo dos polos, o que, de acordo com a autora, parece ainda não ser suficiente para que pessoas com consciência ambiental limitada possam se organizar em grupos em prol de um meio ambiente com maior proteção e respeito,com vistas ao bem-estar de toda sociedade. Quadro 11- Consumo ecologicamente consciente. Variáveis Consciência ecológica, atuação próecologica, escolha de produt os ecol ógi cos. Preferência por produtos economizam eletricidade, prática de economia de eletricidade economizam eletricidade,ações efetivas naeconomia de eletricidade. Economia de embalagem, preferência por embalagem reciclável, preferência por produtos recicláveis; Produtos ecológicos são uma necessidade. Preocupação econômca, ambiental e novos hábitos induz para comportamento ecologicamente consciente. Fonte:Straughan e Roberts (1999). Fonte Straughan e Roberts (1999) Karna, Hansen, Juslin (2003) Vaccari (2014) 63 No que diz respeito ao consumo ecologicamente consciente, Straughan e Roberts (1999) indicam as variáveis consciência ecológica, atuação pro-ecológica, escolha de produtos ecológicos, referência por produtos que economiam eletricidade, prática de economia de eletricidade, ações efetivas na economia de eletricidade, prática de economia de eletricidade, economia de embalagem, preferência por embalagem reciclagem e preferência por produtos passíveis de serem reciclados. Sobre o comportamento do consumidor numa perspectiva do consumo verde, os autores verificaram que fundamentos demográficos (idade,sexo,educação,renda),apesar de alguns resultados importantes, não representam uma mudança de perfil do condumidor quanto às variáveis psicográficos (valores, crenças e atitudes) com maior poder esclarecedor. Vaccari (2014), por seu turno, garante que a preocupação econômica e ambiental e a formação de novos hábitos de consumo levam os consumidores a terem um comportamento consciente, o que acarreta a diminuição do hiato entre a atitude e o comportamento ecologicamente consciente. Quadro 12-Influência Ambiental. Variáveis Fonte Influência do rótulo. Influência da propaganda na decisão de compra do consumidor. Influência da vantagem ambiental na decisão de compra. Martinez (2010) Impacto ambiental do produto na decisão de compra. Fonte:Martinez (2010). Martinez (2010), em complemento, afirma que, na literatura, não existe um limite entre os consumidores ambientalmente favoráveis ao meio ambiente e aqueles que não o são. Esse autor investigou as influências das variáveis explicativa;do rótulo e da propaganda na decisão de compra; da vantagem ambiental na decisão de compra; e do impacto ambiental do produto na decisão de compra. Para ele, as variáveis socio demográficas, em sua maioria, não possuem diferencas estatisticamente significantes quando se trata do consumidor favorável ao meio ambiente.Além disso, percebe-se que os rótulos de produtos ambientais tendem a influenciar o consumidor na medida em que direcionam para o bem que tais produtos podem proporcionar a sua saúde.Para Thogersen, Haugaard e Olesen (2010), essa influência está condicionada ao conhecimento, à motivação e à experiência desse consumidor. Assim, é possível dizer que o 64 rótulo ambiental colabora para diminuir a desconfiança e mudar as atitudes em relação ao produto ambiental. Quadro 13-Transferência de Responsabilidade. Variáveis Fonte Responsabilidade do governo. Responsabilidade das empresas. Romeiro (2006) Responsabilidade do consumidor. Fonte:Romeiro (2006). Nos trabalhos voltados para o comportamento do consumidor em compras ecologicamentes corretas, Romeiro (2006) observou o interesse ambiental, a inconveniência de ser ambientalmente amigável e o grau de comprometimento ambiental como influenciadores de uma concepção ecologicamente correta. Por conseguinte, as universidade e as ONGs, como instituições que passam credibilidade, são indicadas para orientar os consumidores não favoráveis ao meio ambiente. A autora menciona a motivação, a atitude, a percepção, o conhecimento e o estilo de vida como sendo fatores que interferem no comportmento do consumidor favorável ao meio ambiente. O Instituto Akatu (2012), na pesquisa sobre a sustentatibilida, aponta que a relevância da responsabilidade social das empresas aumentou significativamente na percepção do comprador consciente. Os levantamentos feitos sugerem as expectativas inerentes ao modo como se comportam as empresas em relação às questões legais em torno da sustentabilidade, uma vez que elas não podem se limitar apenas à obrigação de cumprir o que precede a legislação. A responsabilidade das empresas é consoante com as atitudes dos consumidores adeptos do consumo de produtos ambientalmente saudáveis. Na pesquisa, fica evidente a importância dada pelos consumidores, nas decisões de compras, às empresas que demonstram uma responsabilidade social de maneira efetiva. 65 Quadro 14-Competitividade e investimentos em negócios ambientais. Variáveis Fonte Mudanças no comportamento ambiental pessoal, pró-ambiente, engajamento em campanhas ambientais. Diferencial competitivo com questões ambientais, vantagem competitiva com questões ambientais. Disponibilidade para investir em negócios ambientais e disponibilidade para investir em países ambientalmente favoráveis. VeigaNeto et al (2014) Fonte:Veiga-Neto et al (2014). Os estudiosos do marketing deverão, portanto, estar atentos às mudanças para não perderem mercado. Blackwell, Miniard e Engel (2008) sugerem que as empresas do mundo contemporâneo tenham preocupação com a busca por estratégias legítimas no sentido de influenciar o comportamento do consumidor, a fim de adquirir vantagem competitiva numa conjuntura “hipercompetitiva”. Um meio utilizado para o alcance desse objetivo é a pesquisa, junto aos consumidores, para se ter conhecimento de suas atitudes e identificar influências a que esses consumidores estão sujeitos em suas decisões de compra. No que concerne às intenções de compras verdes dos consumidores, Cheng e Chang (2012) observaram que o entendimento por parte dos consumidores quanto ao benefício oriundo da aquisição do produto verde influencia no momento das compras. Para os autores, recursos deverão ser empregados para com o intuito de haver um melhoramento dos clientes no que alude à aquisição de produtos verdes, de modo que haja um aumento nas compras e uma maior vantagem competitiva para as empresas. Veiga-Neto et al (2014) citam as mudanças no comportamento ambiental pessoal pro-ambiente, enganjado em campanhas ambientais, com diferencial competitivo quanto às questões ambientais, com vantagem competitiva no campo ambiental, disponível para investir em negócios ambientais e em países ambientalmente favoráveis - como uma estratégia para se estabelecer uma vantagem competitiva para as empresas, pois, segundo os autores, elas são influenciadoras do comportamento dos consumidores da favorabilidade ambiental. 66 Quadro 15 - Atitude, intenção e comportamento do consumidor ambientalmente favorável. Variáveis Fonte Conhecimento ambiental, pagar mais por produtos ambientalmente favoráveis, crenças, sentimentos. Cuidados com a degradação ambiental.Preocupação com o aquecimento global. Poluição do meio ambiente Ferraz et al (2013) Influência dos preços dos produtos.Qualidade percebida dos produtos ambientalmente saudáveis.Precocupação com o meio ambiente Fonte: Ferraz et al (2013). As atitudes, os comportamentos e as intenções do consumidor no ato da compra são pesquisadas em vários estudos, com o propósito de se identificar as relações existentes entre esses fatores. Para Solomon (2008), as atitudes do consumidor em se tratando das compras, levam em conta a percepção que ele tem da sua satisfação. Muitas vezes, numa conjuntura ambiental, o consumidor pode ter uma atitude positiva para com o meio ambiente, mas atuar cotidianamente de forma negativa.Como se sabe, o comportamento de compras do consumidor sofre influência de fatores ao longo da vida. Algumas variáveis demográficas tornam o consumidor semelhante ou diferente em seu status de consumo e dimensões como idade, gênero, classe social, renda, assim como as diferenças de personalidades, são influenciadores nas suas tomadas de decisão. No consumidor favorável ao meio ambiente, essas dimensões também são consideradas a partir do contexto ambiental. Para Ferraz et al (2013), as atitudes de consumidores favoráveis ao meio ambiente estão condicionadas ao conhecimento, às crenças e aos sentimentos que possuem, inclusive quando se dispõem a pagar mais por produtos ambientalmente saudáveis. Segundo eles, o comportamento do consumidor está associado à preocupação com a degradação ambiental, o aquecimento global e a poluição do meio ambiente. As preocupações com este, levando-se em conta a percepção que os consumidores têm dos produtos ambientalmente saudáveis, influenciam na intenção de compra do consumidor. Em estudo comparativo entre jovens brasileiros e canadenses, foi mostrada uma correlação entre a intenção de compra e as atitudes do consumidor. Também foi identificado o vínculo, mesmo em nível menor, entre o comportamento e a intenção de compra (FERRAZ, 2013). 67 Quadro 16- Motivação Econômica e Ambiental. Variáveis Economia de energia. Punição para quem joga lixo em local impróprio. Economia de água na hora do banho. Reciclagem correta dos produtos. Uso de produtos ecologicamente corretos.Separação do lixo. Fonte: Vaccari (2014). Fonte Vaccari (2014) Dentre os fatores que contribuem para a redução do hiato entre a atitude e o comportamento ecológico, Vaccari (2014) destacou a preocupação com a economia de energia por parte dos usuários, a defesa da punição para quem faz o descarte do lixo em local proibido, e, finalmente, a economia de água no uso doméstico. Essas são atitudes pessoais que ajudam a promover a sustentabilidade ambiental. A autora ressalta as declarações dos entrevistados quando estes demonstram ter atitudes ambientais positivas, ao se envolverem, por exemplo, com a reciclagem dos produtos, a correta separação do lixo e o uso de produtos ambientalmente saudáveis. Quadro 17- Motivos para compras de produtos rotulados ambientalmente. Variáveis Fonte Costumo comprar produtos com rótulos para melhorar o meio ambiente. Orienta o consumidor na compra dos produtos ambientais. Thogersen , Haugaard e Olesen (2010). Tenho preocupação com o meio ambiente global. Fonte: Thogersen, Haugaard e Olesen (2010). O consumidor verde se comporta de forma a obter o máximo de informação quanto aos produtos que consome. Thogersen, Haugaard e Olesen (2010) apontararam, em suas pesquisas, uma preocupação dos consumidores com a busca por produtos cujos rótulos contenham informações sobre a relação que mantém com o meio ambiente. Para os autores, à medida que os consumidores se acostumam a observarem os ecolabes, maiores serão suas crenças na rotulagem de produtos ambientais. Nas variáveis encontradas como justificativas para a procura por produtos rotulados, fica clara a preocupação primeira com o meio ambiente. Respostas como “melhoria do meio ambiente de forma particular e global”, indicam que o consumidor deseja adquirir produtos que sejam menos agressivos à natureza. Outro dado relevante é a orientação que os rótulos ambientais oferecem, deixando o consumidor com a opção de enxergar aquilo que melhor lhe convém, colaborando para a diminuição dos riscos à saúde de pessoas que têm limitações no 68 que se refere ao consumo de determinados produtos. Para Romeiro (2006), as informações contidas nos rótulos proporciona mais segurança àquele consumidor que almeja ter uma atitude favorável ao meio ambiente. Quadro 18- Benefícios da reciclagem. Variáveis Reciclar reduz a poluição. Recliclar melhora a qualidade de vida. Reciclar benefecia o meio ambiente Fonte Castanho, Spers e Farah (2006) Fonte: Castanho, Spers e Farah (2006) Como se nota, os consumidores estão tendenciosos a se conscientizarem que o descarte dos produtos devem seguir normas que sejam benéficas ao meio ambiente. Alguns procedimentos de reciclagem são reconhecidos por eles como sendo positivos para a natureza. Castanho, Spers e Farah (2006) elencaram, em seus estudos, variáveis associadas aos proveitos da reciclagem, que são: redução da poluição, melhoria da qualidade de vida e diminuição das agressões sofridas pelo meio ambiente. Os autores apontaram que mais de 40% dos entrevistados sabiam identificar o símbolo da reciclagem nos produtos, pressupondo que os consumidores são convictos de suas atitudes pós-consumo. Numa perspectiva da sustentabilidade, é notória a preocupação dos consumidores com o cuidado com o meio ambiente, tendo em vista as gerações futuras. A maioria das pessoas investigadas, 72,35%, considera que a operacionalidade da reciclagem é conveniente por motivar as pessoas a terem condutas em prol do meio ambiente. Ainda para os autores, o cuidado em seguir a cultura dos 3Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - se transforma num objetivo a ser alcançado com a finalidade de oferecer uma melhor qualidade de vida para as gerações posteriores. 69 3 MÉTODO Esta pesquisa seguiu as etapas delineadas na figura 5. Após a definição do problema, fez-se a revisão da literatura relacionada ao tema da favorabilidade ambiental junto às gerações. Dois caminhos se mostraram paralelos, que são: definição das variáveis, definição das amostras, instrumentos de pesquisa, coleta de dados, análise fatorial da amostra total, análise descritiva das gerações, análise comparativa das gerações, análise fatorial das gerações e conclusão. Figura 05 - Etapas de elaboração da pesquisa DEFINIÇÃO DO PROBLEMA REVISÃO DA LITERATURA DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS INSTRUMENTOS DE PESQUISA DEFINIÇÃO DAS AMOSTRAS COLETA DOS DADOS ANÁLISE FATORIAL DA AMOSTRA TOTAL ANÁLISE DESCRITIVA DAS GERAÇÕES ANÁLISE COMPARATIVA DAS GERAÇÕES ANÁLISE FATORIAL DAS GERAÇÕES CONCLUSÃO Fonte: Elaboração própria. 3.1 TIPO DE PESQUISA Nesta pesquisa, as informações coletadas para análise são constituídas de dados secundários (dados já coletados). Segundo Malhotra (2012), os dados secundários apresentam várias vantagens, tais como: acesso rápido e custos baixos. Entretanto, para esse autor, eles devem ser colhidos de uma fonte primária. Quanto à classificação, este se caracteriza como descritivo e exploratório, tendo em vista que optou-se pelo uso de dados secundários quantitativos e pela entrevista com 70 especialistas. Com isso, buscou-se obter informações que pudessem possibilitar ao pesquisador um melhor entendimento do problema abordado. Além disso, foi realizada uma revisão de literatura, com o intuito de se identificar as diferenças entre as quatro gerações presentes nas tomadas de decisão sobre questões ambientais. Foram estudados o marketing ambiental e o comportamento do consumidor favorável ao ambiente na segmentação geracional. As variáveis estudadas tiveram como base dados secundários de outros estudos e artigos nacionais e internacionais, que faziam referência à favorabilidade ambiental do consumidor, como pode ser visto no Quadro 19. Quadro 19- Lista de variáveis segundo os autores. Autor Mohr (1998) Laroche (2001) Stern (1999) Romeiro (2006) Martinez (2010) Straughan (1999) Veiga-Neto (2013) Karna, Hansen, Juslin(2001) Ferraz et al (2013) Variáveis Veracidade da propaganda,credibilidade da propaganda,veracidade da embalagem,i nformação do rótulo da embalagem, credibilidade daembalagem, detalhamento de informações no rótulo, preocupação com a geração de lixo,consequência do lixo para a s ociedade, interesse sobre a questão do lixo. Separação do lixo, reciclagem na autonomia de recursos, responsabilidade ambiental da sGEs, esforço de todas as empresas, controle da poluição, economia de eletricida de,reciclagem de papel, reciclagem para a redução desperdício de água e poluentes,reciclagem para a diminuição de depósitos, preço e ambiente, vantagemcompetitiva,amorpróprio, sentimento de realização, excitação, segurança, altruismo, amor ao ambiente, socializaçãoe auto-suficiência. Mudanças climáticas relacionadas à família, país e animais, desaparecimento das floresta s relacionada família,país e animais, substâncias tóxicas relacionadas à família, país e animais. Responsabilidadedogoverno,responsabilidade das empresas, responsabilidade doconsumidor. Influência da propaganda na decisão de compra (DC), influência na vantagem ambiental n a (DC), influência da certificação naDC, Impactoambiental do produto na DC, influênciado rótulo na DC, influênciade amigossobrea empresana DC, influênciade amigossobreprodutoambientalmenteresponsávelna DC. Consciência ecológica, atuação próecologica, escolha ecológica, preferência por produt osque economizam eletricidade, prática de economia de eletricidade, ações efetiv as naeconomia de eletricidade, economia de embalagem, preferência por embalagem re ciclável,preferência por produtos recicláveis. Mudanças no comportamento ambiental pessoal proambiente, engajamento em campanhas ambientais, diferencial competitivo com questões ambientais, vantagem competitiva comquestõesambientais, disponibilidade para investirem negócios ambientais e disponibilidade para investir em países ambientalmente favoráveis. Vantagem competitiva da empresa atraves do respeito ao meio ambiente.Produtos ecológicos são uma necessidade.Empresários proativos priorizam os têmas ambientais em seus estudos de marketing Conhecimento ambiental, pagar mais por produtos ambientalmente favoráveis, crenças, sentimentos.Cuidados com a degradação ambiental,Preocupação com o aquecimento global. Poluição do meio ambiente.Influência dos preços dos produtos, qualidade percebida dos produtos ambientalmente saudáveis, precocupação com o meio ambiente. 71 Thogersen et al(2010) Castanho, Spers e Farah (2006) Costumo comprar produtos com rótulos para melhorar o meio ambiente. Orienta o consumidor na compra dos produtos ambientais. Tenho preocupação com o meio ambiente global. Reciclar reduz a poluição. Recliclar melhora a qualidade de vida. Reciclar benefecia o meio ambiente. Fonte: Adaptado de Veiga-Neto (2013). 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA Por se tratar de amostra de componentes heterogêneos quanto à idade, objeto deste estudo, optou-se por dividir essa amostra em estratos com variáveis que têm características homogêneas dentro desses estratos e características geracionais diferentes entre eles. Isto é típico de amostra estratificada que, para Malhotra (2012), é um processo através do qual a população se organiza em subpopulações ou segmentos de gerações. A escolha da amostra foi feita com base nos segmentos de faixa etária e nos locais de referência em que estava concentrado cada segmento de geração, como também nos dados secundários de artigos e teses. Por meio de um questionário sobre favorabilidade ambiental, com 67 questões e testado em pesquisas anteriores, o tamanho da amostra teve como fundamento as orientações de Hair et al (2008), que apontam um valor mínimo de cinco vezes o número de variáveis pesquisadas. Em conformidade com este raciocínio, a amostra teve um valor mínimo a partir de 335 pesquisados em cada uma das gerações Baby Boomers, X, Y e Z, totalizando um tamanho final de 1.385 entrevistados. O universo da pesquisa foi composto pela população cujas características se enquadravam em cada geração, sendo observadas as faixas etárias correspondentes, tais como: geração Baby Boomers, nascidos entre os anos 1941 e 1960; Geração X, nascidos de 1961 a 1976; Geração Y, nascidos nos anos 1972 a 1992; e Geração Z, nascidos após 1992. Como se trata de um estudo comparativo entre as gerações, em que se observa a favorabilidade ambiental, o mesmo questionário composto por 67 variáveis foi aplicado em todos os estratos geracionais. Na geração Baby Boomers, o universo da pesquisa foi constituído por pessoas dos municípios de Natal/RN, Mossoró/RN e Fortaleza/CE, bem como por clientes cadastrados em empresas de contabilidade e sindicatos, totalizando uma amostra de aproximadamente 10.000 (dez mil pessoas). O tamanho da amostra contem 67 variáveis relativas ao meio ambiente. De acordo com Hair et al (2008), o tamanho final da amostra equivale a cinco vezes o número de variáveis do estudo, o que indica um tamanho de 335 pessoas entrevistadas na faixa de idade 72 entre 1941 a 1960. As orientações do autor, em relação ao tamanho da amostra, foram direcionadas a todas as gerações. Para o estrato seguinte, Geração X, o tamanho do universo esteve alicerçado na faixa etária dessa geração, indicando um valor aproximado de 154.168 pessoas, tendo-se como fonte o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A amostra foi formada por 336 pessoas, de ambos os sexos, escolhidas aleatoriamente, levando-se em conta a faixa etária do estrato e os lugares de consumo ou os consumidores habituais de classes consumistas. Os componentes da Geração Y, constituída por jovens e adultos que nasceram entre os anos de 1977 e 1992, e que demonstram alguma afinidade com a Internet e a eletrônica. O universo da pesquisa para esta faixa de idade possui cerca de 220.000 pessoas, para uma população do município de Natal estimada em 862.044 habitantes, em 2014, segundo o IBGE. O tamanho da amostra seguiu critérios anteriores, sendo selecionados 336 entrevistados, dos quais 99 foram provenientes das redes sociais. Por sua vez, a Geração Z é aquela que está entrando no mercado de trabalho com o privilégio de rapidez das informações. No universo desse estrato estão jovens de escolas públicas e particulares, nascidos a partir de 1992. A composição da mostra foi feita com 342 alunos, escolhidos aleatoriamente. Neste estudo, como se percebe, as amostras foram eleitas de maneira aleatória, conforme as proposições de Camponar (2012), que afirma que não se pode fazer inferência acerca do universo quando a amostra não segue esse preceito. 3.3 INSTRUMENTOS E COLETA DE DADOS Os dados que compuseram esta pesquisa foram coletados através de Internet, de forma tradicional. Como postula Malhotra (2012), estudos demonstram que estas coletas se assemelham à medida que são tratados corretamente. As questões tiveram como base as variáveis dos estudos sobre a favorabilidade ambiental fixados pelos autores apresentados no quadro 1, testados e validados previamente. Nesse caso, utilizou-se a escala Likert, com 5 itens de respostas, que são mostradas a seguir: 1. Discordo totalmente; 2. Discordo parcialmente; 3. Indiferente; 4. Concordo parcialmente; 5. Concordo totalmente. 73 3.4 TRATAMENTOS DOS DADOS Os dados coletados foram organizados em uma planilha do Excel, fazendo-se o cálculo das estatísticas descritivas, como média e desvio padrão, para diagnosticar, dentro da escala Likert, o comportamento médio de cada variável em relação às demais. Num segundo momento, fez-se uso da análise multivariada, que, para Bakke, Leite e Silva (2008), têm o propósito de comparar as variáveis de diversos segmentos. Na pesquisa, optou-se pela análise fatorial, para verificar a adequação da amostra com o teste KMO e pelo estudo das comunalidades para constatar o poder de explicação das variáveis (ARANHA; ZAMBALDI, 2008; CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014). A aplicação da análise fatorial se faz necessária para reduzir a quantidade de dados. Malhotra (2012) assevera que as pesquisas de marketing geralmente são acompanhadas de muitas variáveis correlacionadas. Através da análise fatorial reduziram-se essas variáveis, colocando-as em um nível operacional. A identificação de fatores, a partir de um grupo de variáveis correlacionadas, é, segundo Corrar, Paulo e Dias Filho (2014) o objetivo da análise fatorial com a intenção de tornar a análise dos dados mais eficiente. 74 4 RESULTADOS 4.1 CONFIABILIDADE DA AMOSTRA Para verificar se a análise fatorial era adequada para ser usada nos tratamentos dos dados, foi utilizado o índice Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), em que os valores compreendidos entre 0,5 e 1,0 são apropriados para a indicação da análise fatorial, por apresentarem valores altos de explicação dos dados em relação aos fatores. Valores abaixo dos constantes nesse índice indicam a inadequação da análise fatorial. Também foi aplicado o Teste de Esfericidade de Bartlett, com a finalidade de testar a hipótese de que não existe correlação das variáveis na população. A correlação entre as variáveis é zero, o que tornaria a análise fatorial inadequada para a análise dos dados. Nesse caso, quando a significância do Teste de Bartlett for menor do que 0,05 (p < 0,05), a análise fatorial é conveniente para o tratamento dos dados. O índice KMO e o Teste de Bartlett foram empregados na totalidade das gerações (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014, MALHOTRA, 2012). Para examinar a validade dos coeficientes, fez-se uso do coeficiente alfa, denominado de alfa de Cronbach, com variação de 0 a 1 e que, conforme Hair et al (2008), deverá ter uma variação inferior, no intervalo de 0,60 a 0,70, para sua aceitabilidade. No tratamento da amostra, foi calculado o alfa de Cronbach com valor de 0,945, o que representa uma forte confiança nos coeficientes trabalhados. A aplicação do Teste KMO ocorreu como está mostrado na tabela 1, apontando um valor importante de 0,939, que faz referência ao uso da análise fatorial nesta pesquisa. Tabela 1-Testes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e de Bartlett para adequação da amostra Teste KMO Teste de Esferecidade de Bartlett 0, 939 Approx. ChiSquare df Sig. 43679,367 2211 0,000 O teste de esfericidade de Bartlett, por meio do qui-quadrado, alcançou uma significância estatística bastante importante, p< 0,05, o que sugere que a análise fatorial é adequada para o tratamento dos dados. 75 4.2 ANÁLISE DESCRITIVA Os valores coletados tiveram como base a escala Likert, com os números variando de 1 a 5, pressupondo que quanto mais próximo dos valores superiores, maior é a tendência para a favorabilidade ambiental da preocupação com o meio ambiente. Na tabela 3, estão distribuídas as médias e o desvio padrão da pontuação das 67 variáveis respondidas pelos participantes de cada geração. Com exceção da geração Baby Boomers, com média igual a (3,53), todas as outras gerações apresentaram uma homogeneidade em suas médias, inclusive com valores maiores que 4. Quando confrontadas as médias das variáveis das gerações BB, X, Y e Z, através da Análise de Variância (ANOVA), com confiança de 95%, foi identificada uma diferença estatisticamente significante (p<0,05) na comparação entre as gerações estudadas (APÊNDICE K). Posteriormente, utilizou-se o Teste de Tukey (apêndice D), para apontar qual ou quais gerações possuíam características distintas ao serem compradas com todo o segmento. Ficou comprovado, assim, que a geração Baby Boomers é a única coma menor média estatisticamente significante (p <0,05), em relação às gerações X, Y e Z. A pontuação das gerações X, Y e Z, quanto às variáveis ambientais com média maior do que quatro, pressupõe uma tendência à favorabilidade ambiental, por parte dos pesquisados, com percentual maior que 80%.Apesar de existirem algumas resistências da Geração Y, apontadas por Lu; Bock; Joseph (2013), na compra de produtos verdes, por acharem caros, os seus componentes possuem a maior pontuação a favor do meio ambiente, sendo corroboradas as afirmações de Ottman (2012), quando considera a liderança da citada geração, os filhos da Geração Baby Boomers e a convivência com as preocupações ambientais e sociais dos pais, na direção da favorabilidade ambiental. Tabela 2- Médias das variáveis ambientais, segundo as gerações. GERAÇÕES GERAÇÕES TODAS BB X MÉDIA 3,94 3,53 4,05 DP 0,597 1,06 0,987 MIN 2,44 2,33 2,47 MÁX 4,73 4,85 4,78 N. 1385 335 336 p <0,05 Fonte: Dados da pesquisa (2015). Y 4,10 0,989 2,56 4,76 372 Z 4,05 1,16 2,41 4,73 342 76 Os dados da tabela 2 mostram que a geração Baby Boomers apresenta menor compromisso com a favorabilidade ambiental. Segundo Kotler; Keller (2012); esta é uma afirmação encontrada em pesquisas nas quais é apontado que os jovens tem maior preocupação com o meio ambiente. Wiernic, Ones e Dilchert (2013) sugere que os mais velhos buscam maior rapidez em suas satisfações, não tendo a preocupação com o futuro de quem, como eles, está mais preocupado com o presente, o que pode ser influenciado pelo menor ciclo de vida em relação às outras gerações. Entretanto, alguns pesquisadores, como assinalam Kotler; Keller (2012)acreditam que os Baby Boomers têm sim responsabilidade ambiental. Esta informação pode ser identificada neste estudo, no qual essa geração apresenta, entre os seus componentes, pessoas com média4, 85 numa escala de 1 a 5, no que alude à favorabilidade ambiental, com percentual maior que 95,0%. Em contrapartida, pessoas dessa geração têm a menor média (2,33) no cuidado com o meio ambiente. Trata-se, pois, de uma geração de comportamento heterogêneo, com uma dispersão na opinião de seus componentes quanto aos cuidados com o meio ambiente. Essa análise está em consonância com as declarações de Ottman (2012), à medida que assegura que “toda geração é verde”, e que a geração Baby Boomers, embora seja a primeira geração de consumo verde, com liderança na década de 1960, é menos importante num quadro da favorabilidade ambiental, ao ser confrontada com as gerações X, Y e Z. Na tabela 3, estão distribuídas as médias das variáveis com maior pontuação, que indicam valores próximos de 5, fazendo supor que os pesquisados inseridos nessa parte da escala têm maior propensão para a favorabilidade ambiental. Ao se analisar a variável observa-se que a variável Q31 -“Responsabilidade ambiental da empresa” é a de maior valor, com média muito próxima a 5, representando um valor de 4,73. Em seguida, tem-se a variável Q7 - “Responsabilidade ambiental do governo” com 4,72. Dessa maneira, as maiores médias responsabilizam tanto o governo quanto a iniciativa privada pela melhoria das questões ambientais. Para Romeiro (2006), o governo, as empresas e as ONGs seriam responsáveis pelo convencimento das pessoas para aderirem ao consumo verde. Essas instituições possuem confiança no âmbito da sociedade e, por isso, contribuiriam para diminuir o ceticismo no que se refere aos produtos verdes. Para a autora, a população espera maior empenho do governo na fiscalização, com maior aplicabilidade da legislação que regulamenta tais produtos. Na pesquisa, percebeu-se que o consumidor deve fazer sua parte. A variável Q-32 “Responsabilidade ambiental do consumidor” evidencia que o consumidor deverá se engajar no grupo da responsabilidade com o meio ambiente. Nesse caso, também estão inclusos os 77 pesquisados, a partir da variável Q9 -“Consciência em economizar eletricidade”, com média de 4,69 e da Q32 -“Responsabilidade ambiental do consumidor”, o que significa um enquadramento no binômio de consciência ecológica e responsabilidade pessoal com correspondência em praticamente todas as outras variáveis. Hamilton (2010) acredita que as questões sociais e culturais são importantes para a conscientização e as mudanças de atitudes dos consumidores, na busca pela favorabilidade ambiental. Tabela 3- Distribuição das maiores médias, segundo o desvio padrão e o número de pesquisados. VARIÁVEIS Média DP N. 4,73 ,6770 1385 Q31 - Responsabilidade ambiental da empresa 4,72 ,7034 1385 Q30 - Responsabilidade ambiental do governo 4,72 ,6781 1385 - Responsabilidade de todas as empresas Q7 4,69 ,6852 1385 Consciência em economizar eletricidade Q9 - Consciência das consequências do desflorestamento 4,69 ,6618 1385 Q38 p/animais 4,69 ,6352 1385 Q40 - Consciência das consequências da poluição p país 4,68 ,6711 1385 Q32 - Responsabilidade ambiental do consumidor 4,67 ,7202 1385 Q12 - Consciências s/ importância reciclar papel 1385 Q37 - Consciência das consequências do desflorestamento p/país 4,66 ,6803 4,66 ,6703 1385 Q39 - Consciência das consequências da poluição parra família 4,62 ,7204 1385 Q35 - Consciência das consequências climáticas para animais Fonte: Dados da pesquisa. As menores pontuações da média, em se tratando da favorabilidade ambiental dos pesquisados estão representadas na tabela 4. Essas pontuações estão associadas ao ceticismo dos pesquisados quanto à favorabilidade ambiental. Para Mohr et al (2001), é por meio do ceticismo que os profissionais do marketing poderão planejar seus estudos para alcançar os apelos dos consumidores desconfiados. A menor média é indicada pela Q2- “Dúvida diante da quantidade de propaganda”, seguida da Q3- “Confiança na propaganda”, o que pressupõe um cuidado que os operadores do marketing devem ter, com vistas a um melhor planejamento para diminuir a lacuna existente. Outras pontuações baixas estão atreladas às informações constantes nos rótulos dos produtos. 78 Tabela 4 - Distribuição das menores médias, segundo o desvio padrão e o número de pesquisados. VARIÁVEIS Média DP N. 2,45 1,280 1385 Q2 Dúvida diante da quantidade de propaganda 3,01 1,406 1385 Q3 Confiança na propaganda 3,01 1,363 1385 Q17 Crença na veracidade do rótulo 3,09 1,375 1385 Q1 Crença na veracidade da propaganda Influência de diferenciais ecológicos dos produtos na decisão 3,19 1,309 1385 Q46 de compra 3,20 1,282 1385 Q19 Crença na credibilidade do rótulo 3,23 1,281 1385 Q47 Influência da certificação ambiental na decisão de compras 3,24 1,287 1385 Q51 Influência de amigos sobre a empresa na decisão compra 3,24 1,306 1385 Q45 Influência da propaganda ambiental na decisão de compra Influência de amigos sobre prod. amb. resp. na decisão de 3,25 1,213 1385 Q52 compra Fonte: Dados da pesquisa. Variáveis como a Q17 - “Crença na veracidade do rótulo” (3,01) e Q19 - “Crença na credibilidade do rótulo” (3,20) indicam um maior cuidado que as empresas devem nos anúncios dos seus produtos. De acordo com Thogersen, Haugaard e Olesen (2010), os consumidores que já são familiarizados com os rótulos verdes não demonstram grande desconfiança nos anúncios, mas os rótulos deveriam expor tanto os benefícios quanto os cuidados a serem tidos na utilização dos produtos. 4.3 ANÁLISE DOS FATORES AMBIENTAIS Para a análise dos fatores, foram utilizadas ferramentas estatísticas da análise fatorial, tais como: comunabilidade, variância explicada e matriz rodada de componente. Essas ferramentas serviram para embasar as escolhas dos fatores, através da eliminação de variáveis que não estavam em consonância com a finalidade da pesquisa. Neste trabalho, foram feitas quatro rotações dos fatores, com o intuito de melhorar o relacionamento entre os fatores e as variáveis. Segundo Corrar (2014), a intenção é aumentar a força explicativa dos fatores, sendo esta mais forte a partir do momento em que se aproxima de 1. Em cada rotação, iniciou-se pelo estudo da comunalidade, para identificar o poder de explicação das variáveis. Na tabela 5, encontram-se os valores da comunalidade da quarta rotação, tendo em sua maioria valores maiores que 0,500, que possuem boa aceitação. No apêndice A, estão postos os valores da comunalidade originários da primeira matriz. 79 Tabela 5 - Comunalidade das questões ambientais. QUESTÕES Q1- Crença na veracidade da propaganda Q3 - Confiança na propaganda Q5 - Favorável em reciclar p/ econ. de recursos Q7 - Responsabilidade de todas as empresas Q8 - Favorável em controlar a poluição Q9 - Consciência em economizar eletricidade Q10- Preocupação com a dispersão da poluição Q11- Preocupação c/ o desperdiço de água Q12 - Consciência s/ import. reciclar papel Q13 - Reciclagem para redução de poluentes Q14 - Reciclagem para diminuição de depósitos Q15 - Disposição em pagar + pelo ambiente Q16 - Preferência por produtos amigos do ambiente Q17 - Crença na veracidade do rótulo Q18 - Importância da informação ambiental no rótulo Q19 - Crença na credibilidade do rótulo Q21 - Amor próprio Q22 - Sentimento de realização pessoal Q23 - Sentimento de independência (Autossuficiência) Q24 - Sentimento de excitação Q25 - Desejo de sentir-se seguro Q26 - Altruísmo Q27 - Amor ao ambiente Q28 - Desejo de socialização Q29 - Felicidade Q30 - Responsabilidade ambiental do governo Q31 - Responsabilidade ambiental das empresas Q32 - Responsabilidade ambiental do consumidor Q33- Consciência das consequências climáticas p/ família Q34 - Consciência das consequências climáticas p/ país Q35 - Consciência das consequências climáticas p/ animais Q36 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ família Q37 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ país Q38 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ animais Q39- Consciência das conseq. da poluição p/ família Q40 - Consciência das conseq. da poluição p/ país Q41 - Consciência das conseq. da poluição p/ animais Q42 - Consciência em evitar produzir lixo Q43 - Consciência s/ a questão social do lixo Q44 - Interesse pela destinação do lixo Q45 - Influência da propag. amb na decisão de compra Q46 - Influência de diferenciais ecológicos do prod. na decisão de compra Q 47 - Influência da certificação ambiental na decisão de compra Q 48 - Influência da responsabilidade ambiental. da empres. na dec. compra Q49 - Influência da mídia sobre impacto ambiental do prod. na decisão de compra Q50 - Influência de inform. no rotulo sobre impacto ambiental na decisão compra Q51 - Influência de amigos sobre a empresa na dec. compra Q52 - Influência de amigos sobre prod.amb. resp. na dec. compra Q53 - Consciência de recusa de produtos não ecológicos Q54 - Atuação pró-ecológica Q59 - Economia de embalagem Q60 - Preferência p embalagem reciclável Q61- Preferência p produtos recicláveis Q62 - Mudanças no comportamento pessoal pró-ambiental EXTRAÇÃO 0,580 0,563 0,423 0,521 0,570 0,533 0,536 0,498 0,394 0,588 0,597 0,508 0,548 0,622 0,501 0,560 0,694 0,674 0,518 0,737 0,732 0,590 0,695 0,567 0,662 0,649 0,760 0,591 0,535 0,534 0,563 0,553 0,543 0,536 0,577 0,589 0,563 0,583 0,586 0,522 0,616 0,623 0,668 0,717 0,673 0,686 0,607 0,578 0,461 0,585 0,592 0,572 0,640 0,614 80 Q63 - Engajamento em campanhas ambientais 0,619 Fonte: Dados da pesquisa (2015). Também foi estudado poder explicativo das variáveis a partir da variância explicativa dos componentes. O apêndice apresenta o valor acumulado de 61,462 % na matriz inicial para 15 componentes. Já a tabela 6 expõe o comportamento da variância explicativa, após a retirada das variáveis que não se adaptaram ao estudo, como serão esclarecidas adiante as razões das eliminações. Então, o número de componentes passou para nove na quarta rodada da matriz, o que representou um poder explicativo da variância de 56,79%, considerado ajustado para este estudo. Tabela 6- Variância total dos componentes ambientais. % da % Componentes Total Variância Acumulado 1 14,821 26,947 26,947 2 5,256 9,556 36,503 3 2,311 4,201 40,704 4 2,063 3,751 44,455 5 1,634 2,971 47,426 6 1,440 2,619 50,045 7 1,366 2,484 52,528 8 1,201 2,183 54,711 9 1,147 2,086 56,797 Fonte: Dados da pesquisa (2015). Fez-se uso, ainda, da rotação varimax, uma rotação ortogonal de fácil aplicação e que serve para identificar a variável, tendo em vista que pode ser encontrada em apenas um fator. Na pesquisa, foram realizadas quatro rodadas, sendo verificadas as cargas fatoriais de cada componente. A matriz principal que destacou 15 componentes está colocada no apêndice B. Para se chegar ao número ideal de fatores, foi efetivada uma análise embasada na comunalidade, na matriz rotacional, na variância explicativa e no comportamento das cargas fatoriais relativas aos componentes. Os dados foram rodados quatro vezes para possibilitar uma melhor escolha. No primeiro momento, a variável Q2- “Dúvida diante da quantidade de propaganda” e em seguida a variável Q 6-“ Responsabilidade ambiental maior para grandes empresas” aparecem isoladas no componente 15, portanto foram eliminadas. As variáveis “Q 65 - Vantagem competitiva com questões ambientais” e Q 64 - Diferencial competitivo com questões ambientais, estão isoladas em seus componentes, desta forma foi seguido o procedimento anterior. Sugere-se que as variáveis Q64 e Q65 não pertençam ao construto da favorabilidade ambiental, supõe-se que sejam de outros construtos ligados com a 81 competitividade da vantagem ambiental. As variáveis “Q62 - Mudanças no comportamento pessoal pró-ambiente”, e “Q63- Engajamento em campanhas ambientais” aparecem com cargas fatoriais nos componentes 1 e 2, porém elas têm a ver com o fator 5. As variáveis Q56 “ Preferência por produtos que economizam energia” e “Q57 Intenção de economizar energia”, se agrupam no mesmo fator, sendo dado preferência pela Q57, que poderia servir como variável de mensuração. A variável “Q 7 - Responsabilidade de todas as empresas” saiu do fator 4 para o fator 9, por melhor adequação dos fatores. A variável “Q44 Interesse pela destinação do lixo “ foi posicionado no fator 8 por estar relacionada a preocupação com a questão do lixo. Após a segunda rodada, as variáveis “Q4–Disposição em separar o lixo para reciclagem”, “Q57 Intenção de economizar energia” e “Q55–Escolha de produtos ecológicos” se destacam em apenas um grupo. Demonstram que essas pessoas são favoráveis ao meio ambiente, mas na prática não exercem a favorabilidade ambiental. Supõem-se que seja a ausência do poder público em investimento de coleta coletiva. A variável Q57 sugere que os sujeitos tem mais interesse próprio do que ambiental, na prática eles querem diminuir o consumo de energia para baratear os custos domésticos. As variáveis Q66 - “Disponibilidade de investir em negócios ambientais” e Q67 “Disponibilidade de investir em países ambientalmente responsáveis”, apesar de estarem ligadas ao meio ambiente, apresentam cargas fatoriais em outros componentes, apontando para um novo construto de investimentos em negócios ambientais. Após as quatro rodadas e a eliminação de algumas variáveis,chegou-se a um resultado contendo nove fatores e variância explicativa de 56,79%, como pode-se observar na tabela 7. Tabela 7- Matriz Rodada das questões ambientais. QUESTÕES Q25 - Desejo de sentir-se seguro 1 1 , 774 2 Q24 - Sentimento de excitação Q22 - Sentimento de realização pessoal Q27 - Amor ao ambiente 1 , 757 0,248 1 , 737 0,234 1 , 729 0,221 Q29 - Felicidade Q21 - Amor próprio Q23 - Sentimento de independência (Autossuficiência) Q26 - Altruísmo Q28 - Desejo de socialização Q48 - Influência da responsabilidade ambienta das empresas na decisão compra 1 , 728 0,298 1 , 640 0,223 3 Componentes 4 5 6 7 8 0,214 0,302 0,269 1 , 634 0,214 1 , 613 0,254 1 , 595 0,395 2 0,253 0,772 0,241 9 82 Q49 - Influência da mídia sobre impacto ambiental do prod na decisão compra Q50 - Influência de inform. no rotulo sobre impacto ambiental na decisão compra Q46 - Influência de diferenciais ecológicos do prod. na decisão de compra Q47 - Influência da certificação ambiental na decisão de compra Q51 - Influência de amigos sobre a empresa na decisão compra Q45 - Influência da propaganda ambiental na decisão de compra Q52 - Influência de amigos sobre prod amb responsável na decisão compra Q37 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ país Q39 - Consciência das conseq. da poluição p/ família Q35 - Consciência das consequências climáticas p/ animais Q40 - Consciência das conseq. da poluição p/ país Q38- Consciência das conseq. do desflorestamento p/ animais Q41 - Consciência das conseq. da poluição p/ animais Q36 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ família Q34 - Consciência das consequências climáticas p/ país Q33 - Consciência das consequências climáticas p/ família Q9 - Consciência em economizar eletricidade Q8 - Favorável em controlar a poluição Q11 - Preocupação c/ o desperdiço de água Q10 - Preocupação com a dispersão da poluição Q12- Consciência s/ importância de reciclar papel Q16- Preferência por produtos amigos do ambiente Q54 - Atuação pró-ecológica Q61 - Preferência p produtos recicláveis Q60 - Preferência p embalagem reciclável Q53 - Consciência de recusa de produtos não ecológicos Q62 - Mudanças no comportamento pessoal próambiente Q63 - Engajamento em campanhas ambientais Q14 - Reciclagem para diminuição de depósitos Q13 - Reciclagem para redução de poluentes Q15 - Disposição em pagar + pelo ambiente Q5 - Favorável em reciclar p/ econ. de recursos Q1 - Crença na veracidade da propaganda Q3 - Confiança na propaganda Q19 - Crença na credibilidade do rótulo 2 0,229 0,764 2 0,258 0,754 2 0,742 2 0,274 0,728 0,21 2 0,258 0,696 2 0,27 0,683 2 0,214 0,671 0,224 3 0,714 3 0,713 3 0,712 3 0,71 3 0,693 3 0,682 3 0,662 3 0,659 3 0,637 4 4 4 4 4 0,21 0,671 0,665 0,604 0,594 0,44 0,342 5 0,327 0,236 0,203 0,406 5 0,275 5 0,282 0,396 5 0,324 0,328 0,611 0,607 0,517 0,207 5 0,35 0,398 5 0,547 0,267 0,404 5 0,52 0,294 6 0,317 0,2 6 0,321 0,472 6 0,236 0,239 6 7 7 7 0,252 0,337 0,285 0,2 0,637 0,635 0,313 0,495 0,429 0,219 , 692 , 687 0,649 83 Q17 - Crença na veracidade do rótulo Q44 - Interesse pela destinação do lixo 7 0,273 8 0,402 0,245 0,606 Q43 - Consciência s/ a questão social do lixo Q18 - Importância da informação ambiental no rótulo Q42 - Consciência em evitar produzir lixo Q7 - Responsabilidade de todas empresas Q31 - Responsabilidade ambiental das empresas 8 0,228 0,207 0,639 8 0,225 0,232 , 538 Q30 - Responsabilidade ambiental do governo Q32 - Responsabilidade ambiental do consumidor Fonte: Dados da pesquisa (2015). 9 9 0,269 8 0,321 0,251 9 9 0,255 0,206 0,399 , 435 0,63 0,208 , 245 , 816 , 734 0,671 Depois de identificados os 9 fatores ambientais, foi calculada a média das variáveis em cada geração que se encontram no fator correspondente ao grupo. Tabela 8- Distribuição dos fatores ambientais segundo as gerações. GERAÇÕES TODAS AS BABY FATORES AMBIENTAIS X Y GERAÇÕES BOOMERS Responsabilidade ambiental da 4,72 4,77 4,74 4,70 sociedade Consciência ambiental (*) 4,62 4,54 4,68 4,67 Ações efetivas pró-ambiente 4,29 4,10 4,33 4,37 Preocupação com a questão do lixo 4,18 3,72 4,34 4,28 Adoção de recicláveis 4,14 3,60 4,41 4,30 Sentimentos favoráveis ao ambiente (*) 3,79 3,00 3,85 4,07 Consumo consciente (*) 3,51 2,76 3,69 3,77 Influências ambientais na decisão de 3,26 2,55 3,44 3,66 compra (*) Credibilidade na comunicação 3,07 2,57 3,09 3,40 ambiental (*) Média 3,95 3,51 4,06 4,14 (*) p < 0,05 Fonte: Dados da Pesquisa (2015) Z 4,65 4,60 4,36 4,37 4,25 4,24 3,84 3,33 3,22 4,09 Na tabela 8, percebe-se que a geração Baby Boomers apresenta, em média, o menor valor entre as demais gerações no que concerne à favorabilidade ambiental. As gerações X, Y e Z têm um comportamento homogêneo, se colocando em um patamar de mais de 80% na direção da favorabilidade ambiental. Cinco fatores apresentam evidências, ao nível de significância de 5%, e confiança de 95%, de diferenças estatísticas quando comparadas as gerações Baby Boomers, X, Y e Z, com pontuação menor para a geração Baby Boomers, o que sugere uma resistência, desta geração, em favor do meio ambiente. Entre estes fatores podemos citar: “Sentimentos 84 favoráveis ao ambiente”, “Influências Ambientais nas Decisões de Compra”, “Consciência Ambiental”, “ Consumo Consciente”, “Credibilidade na Comunicação Ambiental”. O número pequeno de variáveis que compõe a amostra dos fatores, “Preocupação com a questão do lixo” e “Adoção de reciclagens”, talvez tenha contribuído para não identificar a diferença estatística entre a Geração Baby Boomers e as de mais gerações, demonstradas nas médias calculadas. Entre os nove fatores relacionados, identifica-se a variável “Responsabilidade Ambiental da Sociedade” como a que possui maior média (4,72) no total das gerações, tendose médias altas para as gerações Baby Boomers, X, Y e Z. A pontuação mostra da representa mais de 90% dos entrevistados, o que pode sugerir contribuição para uma sustentabilidade do planeta em que vivem. Desse modo, é confirmado o pensamento de Laroche, Bergeron e BarbaroForleo (2001), ao ser constada, em sua pesquisa, a seriedade que a sociedade tem para com o meio ambiente, se dispondo, inclusive, a pagar mais por um produto verde. As empresas também ofertam sua contribuição social, sem agredir o ambiente, mediante a adoção de uma postura ética, não se comportando, segundo Romeiro (2006), apenas de forma filantrópica. Existe, assim, uma aliança conjunta entre empresas, governo e consumidores, na busca de um ambiente com maior proteção à natureza. O segundo fator de maior pontuação foi a “Consciência Ambiental”, (4,62), demonstrou um comprometimento com o meio ambiente a partir de 90% em todas as gerações estudadas. Através da análise de variância (ANOVA), ao nível de significância de 5%, sugere uma diferença estatística quando comparada as médias de todas as gerações dentro do fator da “Consciência Ambiental” (Apêndice H). Os Baby Boomers apresentam a menor média entre todas as gerações analisadas. Há entre os entrevistados a preocupação com o futuro do planeta quanto as mudanças climáticas, o desaparecimento das florestas e a poluição. Como postula Schons (2012), o desmatamento das florestas através da agricultura mecanizada ocasiona o aquecimento global, as chuvas torrenciais, o degelo dos polos e o aumento da pobreza numa competição desigual. Para a autora, a sociedade, especialmente aqueles menos esclarecidos ambientalmente, possivelmente irá sofrer com os fenômenos da natureza. Já Stern (1999) defende que os consumidores deverão ter melhor orientação para suas tomadas de decisão. Para o autor, as informações, conjuntamente com os incentivos, farão com que as pessoas tenham maior conhecimento ambiental, o que trará mudanças importantes para o meio ambiente. 85 Dentre as menores médias apresentadas pelos fatores ambientais encontra-se, inicialmente, a inerente ao fator “Credibilidade na Comunicação Ambiental”, vinculadas às variáveis da crença e da confiança na propaganda e nos anúncios do rótulo que obtiveram uma pontuação de 3,07, sendo seguida em todo segmento das gerações. Ficou comprovado através da Análise de Variância (ANOVA), que a Geração Baby Boomers com média (2,57), difere estatisticamente das gerações mais jovens. Foi ulizado o Teste de Tukey para apontar as diferenças encontradas nas médias apresentadas atraves da ANOVA. O resultado do teste identificou que a Geração Baby Boomers difere estatisticmente, ao nível de significância de 5% ,da Geração Y e da Geração Z ( Apêndice J), tidas como gerações mais novas, que já nasceram com acesso rápido e fácil a informação tecnológica. Neste estudo, as gerações BB e X, tidas como as gerações de maiores idades, expuseram desconfiança em alusão aos rótulos. Para Thogersen et al (2010) consumidores com maior conhecimento apresentam menor ceticismo em relação as informações contidas nos rótulos. Mohr (1999) sugere a variável ceticismo nos estudos dos profissionais do marketing, como forma de diminuir a desconfiança, sobretudo dos mais velhos, na credibilidade dos rótulos. Outro fator de baixa média (3,26) é o que trata das “Influências ambientais na decisão de compra”, em que estão as variáveis relacionadas às influências que interferem o consumidor em optar por um produto ambiental. Neste contexto, os consumidores são influenciados por variáveis, tais como: certificações ambientais da empresa, mídias, rótulo, amigos e propaganda, mas não tão relevantes em relação aos outros fatores. A tabela 8 aponta que todas as gerações apresentam médias baixa sendo, novamente, a Geração Baby Boomers com menor média entre elas (2,55). Realizado o teste da análise de variância (ANOVA), ao nível de5%,ficou constatado, que a Geração Baby Boomers sofre a menor influência ambiental, na decisão das compras em relação as demais ( Apêndice G). Para os componentes desta geração, situações como: propagandas e notícias na mídia sobre cuidados ecológicos das empresas conversa com amigos sobre produtos prejudiciais ao meio ambiente e as informações sobre a agressão a natureza causados pelas empresas, não representa uma influência importante na hora da compra. O “Consumo consciente” com média (3,51) parece apontar que os entrevistados tem consciência ambiental (4,62) mas na prática não apresentam um comportamento que possa contribuir para a sustentabilidade do planeta, existindo aí uma lacuna entre a consciência em favor do meio ambiente e o consumo consciente individual para melhoria do planeta. No segmento das gerações, os Baby Boomers, apresenta baixa pontuação (2,76), onde se comprova uma diferença estatisticamente significante, entre esta geração composta de pessoas 86 mais velhas e as gerações X, Y e Z. Em sua pesquisa Larroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001)identificaram pessoas com dificuldade em manter um compromisso com o meio ambiente, com atitudes de inconveniência em colaborar com a natureza. Daí a importância do trabalho do marketing verde influenciando através da comunicação atuando de forma a conscientizar as pessoas para um mundo melhor ambientalmente. Desta forma, fatores como “Influências ambientais na decisão de compra” (3,26) e “Credibilidade na comunicação ambiental”, (3,07) com menores médias ambientais, poderão ter maior comprometimento com o meio ambiente. No quadro 20 foram agrupadas as variáveis em fatores. Foram escolhidos os fatores da favorabilidade ambiental como: Fator1. Sentimentos Favoráveis ao Meio Ambiente, em que as variáveis estão relacionadas aos estudos de Larroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001), em sua totalidade, sobre as atitudes, valores e responsabilidades ambientais dos consumidores; Fator 2. Influências Ambientais na Decisão de Compra, segundo Martinez (2010) as variáveis que influenciam os consumidores nas decisões da compra podem indicar a tendência para a favorabilidade ambiental; Fator 3. Consciência Ambiental, nos estudos sobre o comportamento ambiental, Stern ( 1999) identificaram que incentivos e informações poderão ser mais aplicados conscientizando os consumidores das implicações do desflorestamento, poluição e consequências climáticas que atingem a natureza; Fator 4 . Ações Efetivas Pró-ambiente. Neste fator, as variáveis estão relacionadas a uma consciência ativa por parte dos consumidores. Segundo Larroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001) , a preocupação dos consumidores está em economizar energia elétrica, água e a reciclagem com vistas a sustentabilidade do planeta; Fator 5. Consumo consciente. As variáveis deste fator estão relacionadas aos estudos de Straughan e Roberts (1999), Veiga-Neto et al (2012) e Larroche, Bergeron e Barbaro-Forleo (2001). Para os autores, os consumidores estão envolvidos ao consumo ecologicamente consciente, apresentam mudanças em seu comportamento de consumo em prol do meio ambiente; Fator 6. Adoção de Recicláveis. Neste fator foram condensadas as variáveis da pesquisa de Larroche, Bergeron e BarbaroForleo (2001), quando da disposição dos consumidores em pagar mais por produtos relacionados ao meio ambiente e com comportamento de reciclagem com a finalidade de contribuir na redução de produtos que agridam a natureza; Fator 7. Credibilidade na Comunicação Ambiental. As variáveis que compõe este fator estão relacionadas ao ceticismo dos consumidores em relação à rotulagem nos produtos ambientais. Para Mohr, Webb e Harris ( 2001) a desconfiança dos consumidores na rotulagem e propaganda de produtos 87 ambientais sugerem aos operadores do marketing verde uma melhor divulgação dos seus produtos, provocando nos compradores a aquisição de produtos de empresas que não praticam o “greenwashing”; Fator 8. Preocupação com a Questão do Lixo. Neste fator estão agregadas as variáveis estudadas por Mohr, Webb e Harris (2001), sobre a preocupação dos consumidores com o descarte dos produtos tanto individualmente como da sociedade, sendo a questão do lixo um elemento importante na pesquisa destes autores. Para muito destes, a compra de produtos de determinada empresa está condicionada ao interesse da empresa em contribuir com o meio ambiente; Fator 9. Responsabilidade Ambiental da Sociedade. Foi o fator com a maior medida entre todos, em que os consumidores apontam a responsabilidade do governo, da sociedade e do compromisso individual do consumidor na preservação do meio ambiente. Quadro 20- Explicação das variáveis segundo os fatores ambientais. FATORES VARIÁVEIS Q25 - Desejo de sentir-se seguro Q24 - Sentimento de excitação Sentimentos favoráveis ao Q22 - Sentimento de realização pessoal Q27 - Amor ao ambiente ambiente Q29 - Felicidade Q21 - Amor próprio Q23 - Sentimento de independência (Autossuficiência) Q26 - Altruísmo Q28 - Desejo de socialização Q48 - Influência da responsabilidade. amb. da empres. na decisão de compra Q49 - Influência da mídia sobre impacto ambiental do prod. Influência ambiental na na dec. compra decisão de compra Q50 - Influência de inform. no rotulo sobre impacto ambiental na decisão de compra Q46 - Influência de diferenciais ecológicos do prod. na decisão de compra Q47 - Influência da certificação ambiental na decisão de compra Q51 - Influência de amigos sobre a empresa na dec. compra Q45 - Influência da propag. Amb. na decisão de compra Q52- Influência de amigos sobre prod. amb.resp. na decisão de compra Q37 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ país Q39 - Consciência das conseq. da poluição para família Q35 - Consciência das consequências climáticas para animais Consciencia ambiental Q40 - Consciência das conseq. da poluição para país Q38- Consciência das conseq. do desflorestamento para animais 88 Q41 - Consciência das conseq. da poluição para animais Q36- Consciência das conseq.do desflorestamento para família Q34 - Consciência das consequências climáticas para país Q33 - Consciência das consequências climáticas para família Q9 - Consciência em economizar eletricidade Q8 - Favorável em controlar a poluição Ações efetivas próambiente Q11 - Preocupação com o desperdiço de água Q10 - Preocupação com a dispersão da poluição Q12 - Consciência sobre importância de reciclar papel Q16- Preferência por produtos amigos do ambiente Q54 - Atuação pró ecológica Q61 - Preferência por produtos recicláveis Consumo consciente Q60 - Preferência por embalagem reciclável Q53 - Consciência de recusa de produtos não ecológicos Q62- Mudanças no comportamento pessoal pró amb. Q63-Engajamento em campanhas ambientais Q14- Reciclagem para diminuição de depósitos Q13 - Reciclagem para redução de poluentes Adoção de recicláveis Q15 - Disposição em pagar + pelo ambiente Q5 - Favorável em reciclar p/ econ. de recursos Q1- Crença na veracidade da propaganda Q3- Confiança na propaganda Credibilidade na Q19- Crença na credibilidade do rótulo comunicação ambiental Q17- Crença na veracidade do rótulo Q44 - Interesse pela destinação do lixo Preocupação com a questão Q43 - Consciência s/ a questão social do lixo Q18 - Importância da informação ambiental no rótulo do lixo Q42 - Consciência em evitar produzir lixo Q7 - Responsabilidade de todas as empresas Q30 - Responsabilidade ambiental do governo Responsabilidade Q31- Responsabilidade ambiental das empresas ambiental da sociedade Q32- Responsabilidade ambiental do consumidor Fonte: Dados da pesquisa (2015). Estas variáveis foram relacionadas nos estudos de Larroche, Bergeron e BarbaroForleo (2001) e Romeiro (2006) que pesquisaram sobre comportamento dos consumidores em relação à motivação, atitude e estilo de vida dos pesquisados. A relação dos fatores está relacionada, com suas respectivas variáveis, no quadro 20. 89 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa, foram identificados fatores relacionados à favorabilidade ambiental nas quatro gerações estudadas, fazendo-se a sua comparação com aqueles ligados a todas as gerações e sendo mostrada uma homogeneidade na média das variáveis ambientais. Na segmentação por gerações, a geração Baby Boomers apresentou a menor média quando confrontada com a das Gerações X, Y e Z. Primeiramente, foi analisado o comportamento dos consumidores no que tange à favorabilidade ambiental, o que evidenciou uma diferença estatisticamente significante da média da Geração Baby Boomers, que foi a menor entre todas as gerações. As gerações X, Y e Z tiveram, em média, um percentual maior do que 80% quanto a esse fator. Este percentual sugere a preocupação da população com as questões ambientais, sendo a Geração Y a que expôs a maior média para a favorabilidade ambiental. De certa forma, isso indica a preocupação de uma geração mais jovem com o meio ambiente, contribuindo para uma sustentabilidade ambiental do planeta. As variáveis foram agrupadas em fatores ambientais e denominadas de acordo com as características dos componentes. Os fatores foram denominados da seguinte maneira: 1) Sentimentos Favoráveis ao Ambiente; 2) Influências Ambientais na Decisão de Compra; 3) Consciência Ambiental; 4) Engajamento Ecológico; 5) Consumo Consciente; 6) Adoção de Recicláveis; 7) Credibilidade na Comunicação Ambiental; 8) Preocupação Com a Questão do Lixo;9) Responsabilidade Ambiental da Sociedade. No decorrer das escolhas das variáveis, em conformidade com suas cargas fatoriais, tomaram-se como base as ferramentas da análise fatorial, através da interpretação da “matriz varimax”, levando em conta a variância explicativa e da comunalidade, aumentando-se o rigor na escolha. Sendo acatadas as proposições dos autores estudados, foram feitas diversas rodadas da matriz, com a utilização da matriz de rotação para facilitar a seleção das variáveis mediante suas cargas fatoriais. Além da contribuição da metodologia da análise fatorial, com o uso do SPSS, fez-se uma análise mais aprofundada na matriz rotacional, observando-se, inclusive, onde estavam presentes as cargas fatoriais com melhor adaptação. Foram realizadas quatro rotações, que tiveram início com 15 componentes, até se alcançar o número ideal de 9 componentes, os quais, depois dos agrupamentos, tornaram-se fatores ambientais. Dentre os fatores colocados em estudo, o que demonstrou a melhor média foi a “Responsabilidade Ambiental”, seguido da “Consciência Ambiental “ambos com média 90 superior a 4,5, representando um percentual acima de 90%. Isso pressupõe que o interesse pela consciência ecológica proporciona uma maior favorabilidade ambiental. Neste contexto, a pesquisa identificou uma lacuna entre, a consciência dos consumidores na proteção do meio ambiente, mas que não se transforma numa ação efetiva individual. Em continuidade, é possível dizer que foram alcançados os objetivos específicos estabelecidos nesta pesquisa, a saber: 1) Identificar o grau de importância das variáveis da favorabilidade ambiental para as diferentes gerações de consumidores; e 2) Identificar e analisar os fatores que explicam as variáveis da favorabilidade ambiental para quatro diferentes gerações de consumidores. O objetivo específico “1” foi atingido por meio das análises das médias, sendo indicadas as que tinham maior e menor tendência para a favorabilidade ambiental, e apontado um percentual maior do que 80,0% para as gerações X, Y e Z, em contraposição à Geração Baby Boomers, com menor média (3,53), o que representou certa significância estatística levando-se em conta as gerações de menor idade. Já o objetivo específico “2” foi respondido ao serem identificados os 9 fatores mencionados anteriormente, distribuídos nas gerações BB, X, Y e Z e analisados a partir de suas médias em cada segmentação. As variáveis Q-66 - “disponibilidade de investir em negócios ambientais” e Q-67 “disponibilidade de investir em países ambientalmente responsáveis”, por conseguinte, estão associadas ao investimento no meio ambiente, apesar de possuírem cargas fatoriais em outros componentes, apontando que o interesse maior está em uma estratégia competitiva de marketing. Assim, esta pesquisa foi de grande relevância para os pesquisadores do marketing ambiental, a sociedade e a academia, uma vez que permitiu identificar os fatores mais importantes que explicam as variáveis da favorabilidade ambiental dos consumidores das gerações BB, X, Y e Z. Diante das informações fornecidas neste estudo, os profissionais do marketing ambiental poderão direcionar seus planejamentos na busca por estratégias passíveis de gerar vantagem competitiva para suas empresas. Além disso, a credibilidade anunciada pelos consumidores nas ONGs e nas instituições governamentais, pode colaborar na implementação de políticas públicas voltadas para a favorabilidade ambiental. Novas pesquisas poderão, então, ser realizadas com a intenção de se reconhecer e estabelecer outras variáveis que estejam atreladas ao construto da competitividade nas conjunturas que abrangem questões ambientais ou investimentos em negócios também ambientais. E ainda investigar a lacuna existente entre ter consciência ambiental e ser um consumidor consciente. 91 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, L. G. D. et al. A questão das gerações no campo da gestão de pessoas: têma emergente? ReCaPe ReviS, São Paulo, v. 3, n. 2, maio/jul. 2013. ALI, Afzaal et al. Determinants of Pakistani consumers’ green purchase behavior: Some insights from a developing country. International Journal of Business and Social Science, v. 2, n. 3, p. 217-226, 2011. ARANHA, F.; ZAMBALDI, F. Anáise Fatorial. São Paulo: Cengage Learning, 2008. ARORA, A. Willingness or Leeriness towards Green Marketing Initiatives: an Educated Customer Perspective: an Empirical Study of Punjab. Global Journal of Finance and Management, v. 6, n. 1, p. 1-8, 2014. BAKEWELL, C.; MITCHELL, V. W. Generation Y female consumer decision-making styles. International Journal of Retail & Distribution Management, v. 31, n. 2, p. 95-106, 2003. BALBINOT, Z.; BORIM-DE-SOUZA, R. 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Q7 - Responsabilidade de todas as empresas Q8 - Favorável em controlar a poluição Q9 - Consciência em economizar eletricidade Q10 - Preocupação com a dispersão da poluição Q11 - Preocupação c/ o desperdiço de água Q12 - Consciência s/ import. reciclar papel Q13 - Reciclagem para redução de poluentes Q14 - Reciclagem para diminuição de depósitos Q15 - Disposição em pagar + pelo ambiente Q16 - Preferência por produtos amigos do ambiente Q17 - Crença na veracidade do rótulo Q18 - Importância da informação ambiental no rótulo Q19 - Crença na credibilidade do rótulo Q20 - Preferência por produtos com detalhes no rotulo Q21 - Amor próprio Q22 - Sentimento de realização pessoal Q23 - Sentimento de independência (autossuficiência) Q24 - Sentimento de excitação Q25 - Desejo de sentir-se seguro Q26 - Altruísmo Q27 - Amor ao ambiente Q28 - Desejo de socialização Q29 - Felicidade Q30 - Responsabilidade ambiental do governo Q31 - Responsabilidade ambiental das empresas Q32 - Responsabilidade ambiental do consumidor Q33 - Consciência das consequências climáticas p/ família Q34 - Consciência das consequências climáticas p/ país Q35 - Consciência das consequências climáticas p/ animais Q36 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ família Q37 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ país Q38 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ animais Q39 - Consciência das conseq. da poluição p/ família Q40 - Consciência das conseq. da poluição p/ país Q41 - Consciência das conseq. da poluição p/ animais Q42 - Consciência em evitar produzir lixo Q43 - Consciência s/ a questão social do lixo Q44 - Interesse pela destinação do lixo Q45 - Influencia da propag. amb. na decisão de compra Q46 - Influencia de diferenciais ecológicos do prod. na decisão de compra Inicial Extração 1,000 ,633 1,000 ,667 1,000 ,579 1,000 ,480 1,000 ,469 1,000 ,594 1,000 ,554 1,000 ,545 1,000 ,581 1,000 ,547 1,000 ,558 1,000 ,403 1,000 ,605 1,000 ,611 1,000 ,507 1,000 ,575 1,000 ,634 1,000 ,517 1,000 ,602 1,000 ,536 1,000 ,705 1,000 ,675 1,000 ,547 1,000 ,742 1,000 ,742 1,000 ,619 1,000 ,710 1,000 ,621 1,000 ,660 1,000 ,648 1,000 ,756 1,000 ,580 1,000 ,598 1,000 ,569 1,000 ,588 1,000 ,577 1,000 ,603 1,000 ,568 1,000 ,593 1,000 ,606 1,000 ,558 1,000 ,558 1,000 ,620 1,000 ,579 1,000 ,625 1,000 ,630 103 Q47 - Influencia da certificação ambiental na decisão de compra Q48 - Influencia da responsab. amb. da empres. na dec. compra Q49 - Influencia da mídia sobre impacto ambiental do prod. na dec. compra Q50 - Influencia de inform. no rotulo sobre impacto ambiental na dec. compra Q51 - Influencia de amigos sobre a empresa na dec. compra Q52 - Influencia de amigos sobre prod. amb.res.p na dec. compra Q53 - Consciência de recusa de produtos não ecológicos Q54 - Atuação pró-ecológica Q55 - Escolha de produtos ecológicos Q56 - Preferência produtos q economizam eletricidade Q57 - Intenção de economizar eletricidade Q58 - Ações efetivas na economia de eletricidade Q59 - Economia de embalagem Q60- Preferência p embalagem reciclável Q61- Preferência p produtos recicláveis Q62 - Mudanças no comportamento pessoal pró-amb. Q63 - Engajamento em campanhas ambientais Q64- Diferencial competitivo com quest. amb. Q65 - Vantagem competitiva com quêst. amb. Q66 - Disponibilidade de investir em negócios amb. Q67 –Disponibilidade de. investir em países amb. responsáveis Fonte: Dados da pesquisa 2015. 1,000 1,000 ,676 ,720 1,000 ,687 1,000 ,694 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 ,633 ,624 ,551 ,577 ,824 ,528 ,591 ,836 ,556 ,565 ,629 ,645 ,642 ,704 ,664 ,674 ,688 104 APÊNDICE B - Variância total da matriz original explicada das questões ambientais. Auto valores iniciais Componente s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 Total 16,21 4 5,478 2,659 2,361 1,668 1,641 1,504 1,470 1,355 1,263 1,191 1,150 1,113 1,074 1,040 ,971 ,944 ,905 ,884 ,864 ,796 ,770 ,750 ,730 ,703 ,698 ,680 ,669 ,632 ,611 ,609 ,579 ,575 ,553 ,540 ,528 ,517 ,513 ,495 ,487 ,470 ,453 ,440 ,437 ,422 ,403 ,391 ,381 ,370 ,368 ,358 ,347 % da Variância cumulativo 24,199 24,199 8,175 3,969 3,524 2,490 2,450 2,245 2,194 2,022 1,885 1,777 1,716 1,661 1,603 1,552 1,450 1,409 1,350 1,319 1,289 1,188 1,149 1,119 1,090 1,049 1,041 1,015 ,999 ,943 ,912 ,908 ,864 ,859 ,825 ,806 ,788 ,772 ,765 ,739 ,726 ,702 ,676 ,656 ,653 ,630 ,601 ,583 ,569 ,552 ,550 ,535 ,519 32,375 36,343 39,867 42,357 44,807 47,052 49,246 51,268 53,153 54,930 56,646 58,307 59,910 61,462 62,912 64,321 65,671 66,990 68,279 69,467 70,617 71,736 72,826 73,875 74,916 75,932 76,931 77,873 78,785 79,694 80,558 81,417 82,241 83,047 83,835 84,607 85,372 86,111 86,837 87,539 88,215 88,872 89,524 90,154 90,755 91,339 91,907 92,459 93,009 93,544 94,063 Carga Total 16,21 4 5,478 2,659 2,361 1,668 1,641 1,504 1,470 1,355 1,263 1,191 1,150 1,113 1,074 1,040 % da Variância 24,199 8,175 3,969 3,524 2,490 2,450 2,245 2,194 2,022 1,885 1,777 1,716 1,661 1,603 1,552 Carga Cumulativo Total % da Variância Cumulativo 24,199 7,184 10,722 10,722 32,375 36,343 39,867 42,357 44,807 47,052 49,246 51,268 53,153 54,930 56,646 58,307 59,910 61,462 10,459 7,474 4,068 3,113 3,103 3,081 3,018 2,839 2,539 2,514 2,377 2,372 2,044 1,739 21,181 28,655 32,723 35,836 38,938 42,019 45,037 47,877 50,415 52,930 55,307 57,679 59,723 61,462 7,007 5,008 2,726 2,085 2,079 2,064 2,022 1,902 1,701 1,685 1,593 1,589 1,370 1,165 105 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 ,333 ,329 ,324 ,308 ,302 ,284 ,274 ,268 ,257 ,245 ,231 ,222 ,217 ,199 ,186 ,497 ,491 ,483 ,460 ,450 ,424 ,409 ,401 ,383 ,365 ,345 ,331 ,323 ,296 ,278 94,560 95,051 95,534 95,994 96,444 96,868 97,277 97,677 98,061 98,426 98,771 99,102 99,426 99,722 100,000 106 APÊNDICE C - Matriz Rodada das questões ambientais. Componentes QUESTÕES Q25 - Desejo de sentir-se seguro 1 2 ,782 ,216 Q24 - Sentimento de excitação ,765 ,268 Q27 - Amor ao ambiente ,754 ,232 Q22 - Sentimento de realização pessoal ,744 ,244 Q29 - Felicidade ,720 ,299 Q21 - Amor próprio ,649 ,245 Q26 - Altruísmo ,649 ,250 ,632 ,229 ,614 ,367 ,524 ,322 ,402 ,491 ,355 ,409 ,407 ,360 ,380 ,282 ,248 ,778 ,224 ,772 ,257 ,769 ,271 ,738 ,201 ,729 ,252 ,721 ,211 ,709 ,274 ,689 Q23 - Sentimento de independência (Autossuficiência) Q28- Desejo de socialização Q62 - Mudanças no comportamento pessoal pró amb. Q63 - Engajamento em campanhas ambientais Q20 - Preferência por produtos com detalhes no rotulo Q44 - Interesse pela destinação do lixo Q48 - Influencia da responsab. amb. da empres. na dec compra Q49 - Influencia da mídia sobre impacto ambiental do prod na dec compra Q50 - Influencia de inform. no rotulo sobre impacto ambiental na dec compra Q47 - Influencia da certificação ambiental na decisão de compra Q46 - Influencia de diferenciais ecológicos do prod. na decisão de compra Q51 - Influencia de amigos sobre a empresa na dec compra Q52 - Influencia de amigos sobre prod amb resp na dec compra Q45 - Influencia da propag. amb na decisão de compra Q61 - Preferência p produtos recicláveis 3 4 5 8 9 10 11 12 13 14 15 ,240 ,251 ,301 ,233 ,295 ,467 ,363 ,244 ,432 ,344 Q60 - Preferência p embalagem reciclável ,338 ,399 ,375 ,326 ,315 ,217 ,362 ,363 ,221 ,252 ,394 ,207 ,251 ,252 ,214 ,732 ,726 ,716 ,711 ,695 ,679 ,670 ,627 ,219 ,235 -,209 ,598 -,248 ,208 ,700 Q11 - Preocupação c/ o desperdiço de água ,674 Q10 - Preocupação com a dispersão da poluição Q8 - Favorável em controlar a poluição ,628 ,309 ,529 ,205 Q7 - Responsabilidade de todas empresas ,526 Q12 - Consciência s/ import. reciclar papel ,481 Q66 - Disponib investir em negócios amb 7 ,266 Q59 - Economia de embalagem Q53 - Consciência de recusa de produtos não ecológicos Q37 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ país Q39 - Consciência das conseq. da poluição p/ família Q40 - Consciência das conseq. da poluição p/ país Q38 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ animais Q35 - Consciência das consequências climáticas p/ animais Q41 - Consciência das conseq. da poluição p/ animais Q36 - Consciência das conseq. do desflorestamento p/ família Q34 - Consciência das consequências climáticas p/ país Q33 - Consciência das consequências climáticas p/ família Q9 - Consciência em economizar eletricidade 6 ,313 ,268 ,237 ,299 ,633 ,242 ,377 ,328 107 Q67 - Disponib investir em paises amb. resp. Q14 - Reciclagem para diminuição de depósitos Q13 - Reciclagem para redução de poluentes Q15 - Disposição em pagar + pelo ambiente ,346 ,282 ,323 ,210 ,603 ,618 ,312 ,260 ,610 ,256 ,468 Q5 - Favorável em reciclar p/ econ. de recursos Q16 - Preferência por produtos amigos do ambiente Q1 - Crença na veracidade da propaganda ,285 ,352 ,235 ,270 ,341 ,455 ,304 ,388 ,209 ,305 ,681 Q3 - Confiança na propaganda ,677 Q19 - Crença na credibilidade do rótulo ,233 ,655 Q17 - Crença na veracidade do rótulo ,271 ,614 Q31 - Responsabilidade ambiental das empresas Q30 - Responsabilidade ambiental do governo ,247 ,813 ,740 Q32 - Responsabilidade ambiental do consumidor Q57 - Intenção de economizar eletricidade ,660 ,677 Q56 - Preferência produtos q economizam eletricidade Q4 - Disposição em separar o lixo p/ reciclagem Q58 - Ações efetivas na economia de eletricidade Q55 - Escolha de produtos ecológicos Q43 - Consciência s/ a questão social do lixo Q18 - Importância da informação ambiental no rótulo Q54 - Atuação pró ecológica Q42 - Consciência em evitar produzir lixo ,368 ,619 ,509 ,267 ,218 ,869 ,836 ,203 ,254 ,621 ,256 ,236 ,488 ,325 ,329 ,264 ,292 ,333 ,477 ,299 ,444 Q64 - Diferencial competitivo com quest. amb. ,772 Q65 - Vantagem competitiva com quest amb ,750 Q6 - Responsabilidade ambiental maior p/ GrdEmprs Q2 - Dúvida diante da qtd de propaganda Fonte: Dados da Pesquisa 2015. ,712 ,793 108 APÊNDICE D - USO DO TESTE DE TUKEY Significância estatística na comparação das médias das gerações. GERAÇÕES BABY BOOMERS X Y Z BABY BOOMERS - X Y Z 0,00004(*) 0,00004(*) 0,00004(*) 0,00004(*) 0,00004(*) 0,00004(*) 0,999996 1,0000 0,999993 1,00000 0,999993 - (*) p < 0,05 - Estatisticamente significante APÊNDICE E - USO DO TESTE DE TUKEY Significância estatística na comparação das médias das gerações do fator “Credibilidade na comunicação ambiental” GERAÇÕES BABY BOOMERS X Y Z BABY BOOMERS X - 0,0896 0,0896 0,0060(*) 0,0282(*) 0,4156 0,9056 Y Z 0,0060(*) 0,0282(*) 0,4156 0,7920 0,9056 0,7920 - (*) p < 0,05 - Estatisticamente significante APÊNDICE F - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) do fator 1 “Sentimentos Favoráveis ao Ambiente” comparado ao segmento de gerações Baby Boomers, X, Y e Z. FATOR 1 SQ 8,121390 Fonte: Pesquisa 2015 GL 3 QM 2,707130 F 24,269 Valor-p 0,000000 109 APÊNDICE G - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) do fator 2 “Influências Ambientais na Decisão de Compra” comparado ao segmento de gerações Baby Boomers, X, Y e Z. SQ FATOR 2 5,596206 GL 3 QM F Valor-p 1,865402 227,7937 0,000000 Fonte: Pesquisa 2015 APÊNDICE H - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) do fator 3 “Consciência Ambiental” comparado ao segmento de gerações Baby Boomers, X, Y e Z. SQ FATOR 3 0,123273 GL 3 QM F Valor-p 0,041091 6,468881 0,001577 Fonte: Pesquisa 2015 APÊNDICE I - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) do fator 5 “Consumo Consciente” comparado ao segmento de gerações Baby Boomers, X, Y e Z. FATOR 5 SQ GL QM F Valor-p 5,4469 3 1,815 21,006 0,00001 Fonte: Pesquisa 2015 110 APÊNDICE J - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) do fator 7 “Credibilidade na Comunicação Ambiental” comparado ao segmento de gerações Baby Boomers, X, Y e Z. FATOR 7 SQ 0,4981 GL 3 QM 0,9080 F 6,582 Valor-p 0,00702 Fonte: Pesquisa 2015 APÊNDICE K - USO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA – ANOVA Análise de variância (ANOVA) das médias das gerações Baby Boomers, X, Y e Z. FATOR 7 SQ 14,95 Fonte: Pesquisa 2015 GL 3 QM 4,983 F 11,646 Valor-p 0,00000