Apostila de Fisiopatologia 1

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Escola de Massoterapia SOGAB
Apostila de Fisiopatologia I
APOSTILA I DE FISIOPATOLOGIA
A disciplina de fisiopatologia faz parte do currículo de formação em massoterapia, pois, nós como profissionais da
área da saúde, devemos ter ao menos um conhecimento básico de algumas disfunções do nosso organismo, afinal,
é justamente com isso que iremos trabalhar, disfunções. Um paciente que procura o massoterapêuta referindo dores
nas costas pode ter algo além de contraturas musculares, pode haver ali uma hérnia de disco ou uma
espondilolistese. Mas o que é isso? É esta a pergunta que os seus pacientes irão fazer a você, massoterapêuta, no
momento em que lerem, como leigos, o laudo de um raio x ou qualquer outro tipo de exame. Não é necessário que
nós saibamos todos os tipos de patologias, isto seria impossível, mas as mais comuns (trombose, artrite, artrose,
osteoporose, fraturas etc), iremos abordar nesta disciplina.
Em fisiopatologia iremos interligar os conhecimentos em biologia, histologia, anatomia e fisiologia, ou seja, primeiro
conhecemos como é o “funcionamento normal” (fisiológico) do nosso organismo, para agora conhecer o seu “nãofuncionamento” ou o seu “funcionamento anormal”. Para que possamos compreender o que ocorre nestas
disfunções, primeiramente vamos entender como se dá o processo de lesão celular, suas causas e conseqüências,
para depois partirmos para estruturas maiores.
Mecanismos de Lesão celular
O que é patologia?
É definido como o estudo do sofrimento humano, estuda a origem, os mecanismos e a natureza das doenças.
O que é patogenia?
Estuda a origem e a seqüência dos processos que levam ao desenvolvimento das doenças. É a sucessão de
eventos desde a agressão inicial e instalação de um quadro patológico, bem com como os mecanismos e interrelações orgânicas de resposta e defesa.
Etiologia:
Estuda a causa e a origem das doenças. Estas podem ser:
1- intrínsecas ou genéticas
2- adquiridas (infecciosa, nutricional, química, física)
Muitas vezes a causa de uma doença é resultado da interação de vários fatores associados, por exemplo, o
câncer, uma pessoa nasce com a predisposição genética a desenvolver esta patologia e também sofre
influências o meio onde vive (Herança Multifatorial).
Várias doenças não têm suas causas conhecidas, estas são denominadas idiopáticas.
Quando ocorre a lesão celular?
Ocorre quando os limites de adaptação celular são ultrapassados. As lesões são até certo ponto reversíveis,
porém, persistindo o estímulo nocivo, segue-se lesão irreversível e morte celular.
Quais são as causas de lesão celular?
Hipóxia
Agentes físicos
Agentes químicos e drogas
Agentes infecciosos
Reações imunológicas
Danos genéticos
Desequilíbrios nutricionais
O que é Hipóxia?
É o baixo teor de oxigenação no sangue ou dos tecidos, podendo ser conseqüência da interrupção da
circulação local, como nos infartos. É uma causa comum de lesão e morte celulares. Geralmente, a hipóxia
decorre de uma isquemia ou uma hemorragia, no entanto, outros fatores podem desencadeá-la como, por
exemplo, falência cardiorespiratória, anemia, envenenamento por monóxido de carbono.
Em alguns casos, pode ser causada pelo deslocamento para grandes altitudes, pois nestas situações o ar é
mais rarefeito, ou seja, a quantidade de oxigênio no ar que respiramos é diminuída.
Seus efeitos sentem-se principalmente no cérebro sob forma de confusão, inquietação, alucinações e perda da
consciência. Cada tecido possui uma resistência diferenciada para a hipóxia tecidual, por exemplo, o músculo
esquelético resiste a aproximadamente 15 minutos sem oxigênio e os neurônio a 3 minutos. Após este tempo,
ocorre lesões irreversíveis.
De acordo com a severidade da lesão, o tecido passa pelas seguintes etapas:
1. Adaptação
2. Lesão
3. Morte
Existem quatro tipos de hipóxia:
* hipóxica (quando a pressão de O2 no sangue arterial é baixa);
*anêmica (quando há pouca hemoglobina para o transporte de O2 no sangue);
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*de estagnação (causada por intensa vasoconstrição local ou por débito cardíaco);
*histotóxica (causada por cianeto, impede a utilização do O2).
O que é hipoxemia?
É a diminuição sistêmica do nível de oxigênio. Ocorre geralmente em casos de debilidade pulmonar e cardíaca
O que é isquemia?
É a Interrupção do fluxo sangüíneo para determinado tecido ou órgão, muitas vezes levando à hipóxia tecidual
letal.
Quais são as causas de uma isquemia?
Oclusão vascular por aterosclerose (placa de gordura).
Oclusão vascular por coagulação intravascular (trombose – coágulo sanguíneo).
Oclusão Vascular por Embolia (trombo em movimento, após desprender-se do local de origem).
*Embolia: Resulta da fragmentação de um trombo ou placa de gordura previamente aderido à parede de um vaso,
bem como de um grumo de células neoplásicas, corpo estranho e até mesmo ar liberado na luz vascular. Tal
artifício circula à revelia de se fixar em um trecho de calibre menor na circulação sanguínea. Sob pena de uma
isquemia causar... Prof. Pablo Fabrício Flôres Dias
Isquemia transitória
É a interrupção transitória de aporte sanguíneo a um tecido ou órgão sem seqüelas permanentes, pois, esta
interrupção pode não durar tempo suficiente de hipóxia para levar a um infarto.
O que é infarto?
Morte tecidual de uma região do organismo (com
necrose) geralmente em conseqüência da
interrupção súbita da circulação de sangue na
artéria que irriga esse território, causada por
embolia ou trombose. Pode ocorrer após um
período prolongado de isquemia e hipóxia
tecidual. Se o trombo permanecer in situ, a
interrupção da circulação poderá ser apenas
temporária, enquanto a pressão venha fazer com
que se dilatem as veias que asseguram uma
circulação colateral.
O que é necrose?
É o conjunto de alterações morfológicas que se
seguem à morte tecidual. Dois processos
ocorrem simultaneamente durante a necrose: *a
desnaturação das proteínas; *a digestão enzimática das células (autólise).
Apoptose:
É a morte celular programada, processo importante na regulação de populações celulares, criando condições
fisiológicas de substituição por novas células. Diferente do que ocorre em uma necrose, a apoptose não deixa
resíduos celulares e também não gera reações inflamatórias. Sua interrupção pode ser um determinante no
crescimento de neoplasias
Quais podem ser os agentes físicos de Lesão Celular?
Trauma mecânico (Integridade Física Celular)
Extremos de temperatura
Radiação
Choque elétrico
Agentes químicos e drogas:
São inúmeros.
Até mesmo glicose, se hipertônica, ou oxigênio, em altas concentrações, são tóxicos.
Arsênico, cianureto, mercúrio, inseticidas, herbicidas, asbestos, álcool, etc.
Agentes infecciosos:
Vírus
Bactérias
Fungos
Parasitas
O que são as reações imunológicas?
Em um extremo, protegem a vida; em outro, podem ser fatais, podendo produzir uma reação exacerbada a um
agente estranho ou uma reação direta de agressão imunológica as proteínas do próprio organismo. Podem ser
de dois tipos:
• Reações Anafiláticas.
• Reações Auto Imunes
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Reações Anafiláticas:
São denominadas alergias, ocorre quando uma determinada substância ou composto desencadeia em um
indivíduo uma resposta imunológica inesperada e forte podendo levar até a morte.
Reações Auto Imunes:
Ocorrem quando o sistema imunológico (sistema de defesa) identifica proteínas do próprio corpo como células
estranhas, provocando uma reação inflamatória de agressão a estas estruturas.
Ex: Artrite Reumatóide
Defeitos genéticos
São alterações que ocorrem a nível dos genes, nos cromossomos, vão de alterações sutis, resultando em
anormalidades enzimáticas, até distúrbios grosseiros, com malformações. Ex:
Síndrome de Down.
Distrofia Muscular de Duchenne
Alterações nutricionais
Alterações nutricionais como deficiências proteico-calóricas e vitamínicas também podem causar lesões
celulares; nos casos de excessos, estas alterações podem causar obesidade, aterosclerose.
Mecanismos de lesão e morte celulares
I. Primeiramente é afetada a integridade da membrana celular,
II. É interrompida a respiração celular, impedindo a síntese de (ATP),
III. Ocorre a síntese enzimática e de proteínas estruturais
IV. É afetada a integridade genética
Estes mecanismos são inter-relacionados, ou seja, afetando-se a respiração celular, há menor produção de
ATP, necessário à bomba de sódio, responsável pelo equilíbrio iônico e de água celulares, por exemplo.
O que é a INFLAMAÇÃO?
É uma resposta de proteção do organismo, que atua no sentido de destruir ou bloquear o agente causador da
lesão, desencadeando uma série de eventos que cicatrizam e reconstituem o tecido lesado. Ocorre no tecido
conjuntivo vascularizado, inclusive no plasma, nas células circulantes, nos vasos sanguíneos e componentes
extravasculares. Podem ser causadores da inflamação agentes de natureza física (radiações), química
(tóxicos), ou biológica (vírus), tendo origem fora ou dentro do organismo (antígenos estranhos e os própriosprocessos auto-imunes). “Conjunto de modificações que ocorrem nos organismos animais multicelulares,
desencadeadas por qualquer tipo de lesão ou distúrbio de seu equilíbrio interno, e se traduz por alterações
vasculares, histológicas e humorais, segundo um padrão básico e uniforme para a generalidade das espécies,
e cuja evolução tende a reconstituir as estruturas lesadas, bem como restabelecer a homeostasia do
organismo.”
BENÉFICAS OU DANOSAS?
Sem a inflamação, as infecções não seriam sustadas, as feridas jamais cicatrizariam e os órgãos transformarse-iam em chagas. Entretanto, este processo de inflamação pode ser danoso ao organismo, como em reações
de hipersensibilidade, doenças crônicas (artrite reumatóide, aterosclerose), fibrose (obstrução intestinal,
imobilidade articular). A inflamação pode ser classificada em aguda e crônica:
O que ocorre na Inflamação Aguda?
Alterações vasculares: vasodilatação e aumento de fluxo sangüíneo, causando calor e rubor.
Aumento de permeabilidade da microcirculação, levando ao edema e desaceleração da circulação
(estase),
Migração de leucócitos, principalmente neutrófilos.
A inflamação aguda é geralmente de início rápido, gerando dores intensas, inchaço e vermelhidão. Durante o
processo de inflamação, ocorre a Exsudação, que é o extravasamento de líquidos, proteínas e células
sangüíneas a partir do sistema vascular para o tecido intersticial, e seu produto é um líquido inflamatório rico
em proteínas e restos celulares, o Exsudato. A exsudação ocorre devido à alterações da permeabilidade
vascular no local da agressão. O pus é um exsudato purulento inflamatório rico em leucócitos e restos
celulares, produto da inflamação.
Edema
É um excesso de líquido no interstício, pode ser um exsudato ou um transudato (líquido com baixo teor
protéico, não decorre de um desequilibro na permeabilidade).
Inflamação Crônica
É o processo inflamatório de longa duração, que se origina da evlução de uma inflamação aguda, quando
persistem os fatores patogênicos. Na inflamação crônica há presença de macrófagos, linfócitos e plasmócitos,
ocorre a destruição tecidual; e após, reparação do tecido lesado – substituição por tecido conjuntivo, pela
proliferação de novos vasos e por fibrose.
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Agudo X Crônico
Doença de início rápido, sintomas severos
e curta duração.
Sintoma intenso, tal como dor severa.
Doença de longa duração envolvendo
muitas mudanças lentas.
Doença de início freqüentemente gradual.
Este termo não implica necessariamente
com a gravidade ou severidade da doença.
Quais são os cinco pontos cardeais da inflamação?
Rubor (vermelhidão);
Calor,
Tumor (Edema - inchaço);
Dolor (dor)
Perda da função.
O que é INFECÇÃO?
“Contaminação ou invasão do corpo por um microrganismo parasito, que pode ser um agente patogênico ou
não, principalmente vírus, bactérias, fungos, protozoários ou helmintos.”. Uma infecção gera uma inflamação,
porém, nem toda inflamação é resultado de uma infecção. A partir do momento em que o organismo percebe
uma infecção, ocorre uma série de eventos que desencadeiam a inflamação:
Quimiotaxia
É a migração orientada de células de defesa,
que irão combater o invasor e após realizar a
reconstituição, reparação e cicatrização do
tecido lesado.
Mediadores Químicos
São substâncias responsáveis pelos eventos da
inflamação. Originam-se do plasma ou de
células, e ligam-se a receptores específicos em
células-alvo. Geralmente estes mediadores têm
vida curta, e a maioria causa efeitos danosos.
Exemplos de mediadores químicos:
HISTAMINA: Atua na microcirculação,
possui ampla distribuição tecidual, especialmente através dos mastócitos, presentes no tecido conjuntivo
adjacente aos vasos sangüíneos.
HISTAMINA: Considerada o principal mediador da fase imediata, dilata arteríolas e aumenta
permeabilidade venosa.
SEROTONINA: Propriedades semelhantes à histamina, presente nas plaquetas.
SISTEMA DO COMPLEMENTO: Sistema composto de 20 proteínas, que tem importante papel na
resposta imune encontrado no plasma. Aumenta permeabilidade vascular, realiza quimiotaxia e
opsonização.
OUTROS
Substâncias derivadas do ácido araquidônico, produzidas por linfócitos e macrófagos, geralmente estão
presentes em processos inflamatórios, causam dor, febre etc:
-Prostaglandinas
-Leucotrienos
Citocinas (IL-1, TNF, IL-8)
Alterações Celulares
O que é Hiperplasia?
“Aumento quantitativo ou anormal de um órgão, de um tecido ou de uma linhagem celular, que decorre
principalmente do aumento do número de células que aí se encontram”.
Freqüentemente, a hipertrofia e a hiperplasia estão associadas e ocorrem simultaneamente (crescimento
fisiológico do útero grávido). Nestes casos as células são estimuladas a produzir maiores quantidades de
proteínas.
Hiperplasia: Fisiológica
Hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e na gestação, útero
grávido.
Compensatória: hepatectomia parcial.
Hiperplasia: Patológica
Na hiperplasia patológica, há excessiva ação hormonal ou dos fatores de crescimento, sem que mecanismos
reguladores intervenham pra limitar esse crescimento.
O que é Hipertrofia?
“Aumento do volume anormal de uma célula ou das células de um tecido, em geral sem aumento numérico”.
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O órgão hipertrofiado não tem novas células, apenas células maiores, e devido ao aumento de tamanho de
suas células, o órgão se desenvolve excessivamente. É causada por um aumento da demanda funcional ou por
estimulação hormonal específica, como por exemplo, na musculação, neste caso, as células têm o
metabolismo estimulado fisiologicamente e por isso se desenvolvem mais.
O que é Displasia?
“Anomalia de desenvolvimento anatômico ou histológico, em que células epiteliais (principalmente de
revestimento) ou mesenquimais sofrem proliferação e alterações citológicas atípicas, tanto na forma como no
tamanho e na organização”. Ou seja, são mitoses anormais; estas freqüentemente aparecem nos brônquios
dos fumantes, são as primeiras alterações celulares observadas em uma neoplasia.
O que é Metaplasia?
“Alteração reversível em que um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é transformado em outro tipo,
também adulto”. Ex: Substituição do epitélio colunar ciliado da traquéia e brônquios por células escamosas
estratificadas, em fumantes crônicos.
Esta pode ser uma manifestação precoce de uma alteração maligna, porém, pode regredir se abolidas as
suas causas.
O que é um Tumor?
No conceito tradicional, toda lesão caracterizada por um aumento de volume localizado, hoje, sinônimo de
neoplasma: na oncologia – oncos (grego) = tumor.
Sinônimo de neoplasia, os tumores podem ser considerados uma proliferação exagerada e anormal dos
elementos celulares de um tecido organizado, que é desencadeada por um determinado estímulo e
prosseguindo mesmo depois que esse estímulo tenha desaparecido.
O que é Neoplasia?
“Tecido anormal e sem significação fisiológica, formado pela multiplicação contínua de células cuja reprodução
deixou de ser regulada pelos mecanismos homeostáticos, apresentando-se, em geral, sob a forma de um
tumor que evolui de forma autônoma e quase sempre nociva ao organismo”.
As neoplasias apresentam um estroma conjuntivo vascularizado que lhes proporciona sustentação e nutrição e
de acordo com a sua velocidade de crescimento, invasividade, e tendência à produção de metástases (entre
outras características) são classificadas em benignas e malignas (cânceres).
O que é Anaplasia?
“Ausência ou perda da diferenciação observada geralmente nas células parenquimatosas das neoplasias
malignas”.
Diferenciação: grau de semelhança entre as células neoplásicas e as células normais, tanto
morfologicamente quanto funcionalmente.
Os neoplasmas malignos compostos de células indiferenciadas são ditos anaplásicos, a falta de diferenciação
ou anaplasia é considerada um marco da transformação maligna.
Diferenciação
Tumores bem diferenciados são compostos de células que se assemelham a células normais do tecido de
origem do neoplasma, em geral, tumores benignos são bem diferenciados. Os elementos anaplásicos
apresentam-se de diferentes formas entre si (pleomorfismo) variando o tamanho e a forma das células, bem
como freqüentes mitoses, o grau de diferenciação e o estágio evolutivo permitem uma classificação que varia
de 0 a 4.
TAXA DE CRESCIMENTO
Em geral, a maioria dos tumores benignos cresce lentamente durante um período de anos, enquanto a maioria
dos cânceres cresce rapidamente, às vezes a uma velocidade errática. Alguns tumores malignos crescem
lentamente durante anos para então, repentinamente, aumentarem de tamanho de modo notório,
disseminando-se explosivamente até causarem a morte alguns meses após a sua descoberta.
MILAGRES???
Ocasionalmente, os cânceres podem ser observados diminuindo de tamanho, e até mesmo
desaparecendo espontaneamente, porém o “estoque de milagres” é escasso.
INVASÃO LOCAL
A maioria dos tumores benignos permanece situada em seu local de origem, sem capacidade de se infiltrarem,
invadirem ou metastatizarem para lugares distantes como os cânceres. O crescimento dos cânceres é
acompanhado de infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido vizinho, e tal invasividade torna a
ressecção cirúrgica difícil – cirurgia radical.
METÁTASES
São implantes tumorais descontínuos em relação ao tumor primário, é a transferência da doença de um órgão
para outro que não esteja diretamente conectado ao primeiro, em geral, através da via sangüínea ou linfática.
Com poucas exceções, todos os cânceres podem fazer metástases, os neoplasmas benignos não
metastatizam.
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Neoplasia (benigna) x Neoplasia (maligna)
Apresenta anaplasias (pouco diferenciados ou
Não apresenta anaplasia (bem diferenciados);
indiferenciados).
Não produz metástases;
Produz metástases
Dano compressivo.
Dano Compressivo pode afetar estruturas
Dano direto do comprometimento funcional do
anatômicas.
tecido alterado.
Mau prognóstico em geral.
Em geral Bom prognóstico
Denominado como Câncer ou neoplasia
maligna/ tumor maligno
Denominado como Neoplasia Benigna ou
Tumor Benigno
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Alterações Vasculares – TROMBOSE VENOSA
O que é?
A trombose venosa é o desenvolvimento de um trombo (coágulo de sangue) dentro de um vaso sangüíneo venoso
com conseqüente reação inflamatória do vaso, podendo, esse trombo, determinar obstrução venosa total ou parcial.
É relativamente comum (50 casos/100.000 habitantes) e é responsável por seqüelas de insuficiência venosa
crônica: dor nas pernas, edema (inchaço) e úlceras de estase (feridas). Além disso, a trombose venosa é também
responsável por outra doença mais grave: a embolia pulmonar.
Como se desenvolve?
O desenvolvimento da trombose venosa é complexo, podendo estar relacionado a um ou mais dos três fatores
abaixo:
Estase venosa: situações em que há diminuição da velocidade da circulação do sangue. Por exemplo: pessoas
acamadas, cirurgias prolongadas, posição sentada por muito tempo (viagens longas em espaços reduzidos - avião,
ônibus).
Lesão do vaso: o vaso sangüíneo normal possui paredes internas lisas por onde o sangue passa sem coagular
(como uma mangueira por onde flui a água). Lesões, rupturas na parede interna do vaso propiciam a formação de
trombos, como, por exemplo, em traumas, infecções, medicações endovenosas.
Hipercoagulabilidade: situações em que o sangue fica mais suscetível à formação de coágulos espontâneos, como
por exemplo, tumores, o uso de anticoncepcionais e diabetes.
Embora possa acometer vasos de qualquer segmento do organismo, a trombose venosa acomete principalmente as
extremidades inferiores (coxas e pernas).
Algumas pessoas estão sob maior risco de desenvolver trombose venosa quais sejam: varizes, paralisia, anestesias
gerais prolongadas, cirurgias ortopédicas, fraturas, obesidade, quimioterapia, imobilização prolongada, uso de
anticoncepcionais, entre outros.
O que se sente?
Os sintomas variam muito, desde clinicamente assintomático (cerca de 50% dos casos passam despercebidos) até
sinais e sintomas clássicos como aumento da temperatura local, edema (inchaço), dor, empastamento (rigidez da
musculatura da panturrilha).
Como é diagnosticado?
Quando a trombose venosa se apresenta com sinais e sintomas clássicos é facilmente diagnosticada clinicamente.
Na maioria das vezes isso não acontece e são necessários exames complementares específicos, tais como:
flebografia, ecodoppler a cores e ressonância nuclear magnética.
Como se trata?
No tratamento visa-se prevenir a ocorrência de embolia pulmonar fatal, evitar a recorrência, minimizar o risco de
complicações e seqüelas crônicas. Utilizam-se medicações anticoagulantes (que diminuem a chance do sangue
coagular) em doses altas e injetáveis.
Como se previne?
O fato de a trombose venosa ocorrer em pacientes hospitalizados que ficam muito tempo acamados ou em cirurgias
grandes faz com que a prevenção seja necessária. Portanto, nestes casos, utilizam-se medicações anticoagulantes
em baixas doses para prevenir.
Já para pessoas em geral o simples fato de caminhar já é uma forma de prevenção. Ficar muito tempo parado,
sentado propicia o aparecimento da trombose venosa. Portanto, sempre que possível, não ficar muito tempo com as
pernas na mesma posição. Para os que já tem insuficiência venosa e, por conseguinte, maior risco de trombose, o
uso de meias elásticas é recomendado.
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VARIZES E MICROVARIZES
O que é?
Varizes, ou veias varicosas, são veias dilatadas, com volume aumentado, tornando-se tortuosas e alongadas com o
decorrer do tempo.
Microvarizes, ou telangiectasias, são varizes intradérmicas, superficiais e, por esse motivo, adquirem uma coloração
mais avermelhada ou arroxeada.
São mais comuns em mulheres do que em homens.
Como se desenvolve?
As artérias levam o sangue do coração para as extremidades, e as veias têm a função de levar o sangue de volta ao
coração, impulsionado, principalmente pela bomba muscular das panturrilhas. Dentro das veias existem pequenas
válvulas que impedem o retorno venoso para as extremidades. Quando as válvulas não se fecham adequadamente,
acontece esse retorno, a que se denomina refluxo. Quando acontece o refluxo, aumenta a quantidade de sangue
dentro das veias, o que faz com que elas se dilatem.
Um dos principais fatores para o desenvolvimento das varizes é o hereditário ou familiar. O fator genético ocasiona
uma diminuição da resistência das paredes das veias e insuficiência valvular.
Outro fator importante é o hormonal. Durante as gestações, há uma maior liberação de hormônios, o que pode
ocasionar diminuição do tônus da parede venosa. No final da gestação, a compressão do útero grávido sobre veias
do abdômen também pode desencadear varizes. Existem estudos comprovando a relação entre o número de
gestações e o aparecimento de varizes. O uso prolongado de anticoncepcionais e outros tratamentos hormonais
também são fatores agravantes.
A obesidade e o tipo de trabalho (pessoas que trabalham muitas horas em pé) favorecem o desenvolvimento de
varizes.
O que se sente?
Dor, cansaço e sensação de peso nas pernas são os sintomas mais freqüentes, mas podem ocorrer também,
ardência, edema (inchaço), câimbras e dormência. São mais acentuados no final do dia, em dias de temperatura
elevada.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito, basicamente, pelo exame físico.
O exame utilizado para avaliação de refluxo venoso, e como auxiliar do tratamento cirúrgico, é o Ecodoppler venoso
(ecografia que avalia o fluxo venoso superficial e profundo).
Como se trata?
O tratamento das varizes pode ser conservador, em alguns casos, e consiste no uso de meias elásticas e utilização
de medicamentos que melhoram o fluxo venoso. Entretanto, a cirurgia de varizes, sem dúvida, é sempre o
tratamento ideal para se evitar as complicações próprias da evolução da doença, tais como, edema (inchaço),
dermatites, pigmentações e endurecimento da pele, úlceras varicosas e tromboflebites (inflamação da parede da
veia com formação de coágulo).
O tratamento mais utilizado para microvarizes, ou telangiectasias, é a escleroterapia, através de injeções de
medicamentos.
Outra opção é a utilização do Laser. Todavia, o método tem limitações por ser dispendioso, devido ao alto custo dos
aparelhos, e porque pode ocasionar manchas hipocrômicas (brancas) na pele.
Como se previne?
Praticar exercícios físicos, evitando sempre o uso demasiado de peso nas pernas durante os mesmos. Usar meias
elásticas, principalmente durante a gestação, ou em atividades em que se permaneça muitas horas em pé, além de
manter um peso corporal adequado.
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