Saiba quando o paladar seletivo pode prejudicar

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ARTIGO
Saiba quando o paladar seletivo pode
prejudicar a saúde das crianças
Pesquisa aponta que ser exigente demais com a alimentação pode causar deficiência nutricional e conflitos familiares
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APM - Regional Piracicaba - Outubro 2015
um hábito duradouro de abertura a novas
ideias. Por isso, os pais continuam tentando
expandir o paladar de seus filhos pequenos,
com resultados variados.
Embora não exista nenhum método infalível para tirar os filhos desse padrão de comportamento alimentar, há algumas maneiras
de aumentar as chances de sucesso:
- Deixe as crianças ajudarem: Envolver
as crianças na escolha e no preparo de novos
alimentos torna-se mais propensas a decidir
comê-los. Leve-as com você á feira ou ao supermercado e deixe-as ecolher os vegetais do
almoço ou do jantar. Quando for prepará-los,
dê a elas suma tarefa, como salpicar o sal (já
separado na quantidade certa por você) ou
mexer o molho.
- Torne a comida divertida: Se comer é
uma atividade, em vez de um fardo, um beliscador pode esquecer que é tão seletivo. Uma
criança de 18 meses adora mergulhar coisas,
por isso sirva o novo alimento com um molho de que ela já goste. Ou prepare algo novo,
como snacks coloridos para a hora do chá.
- Limite doces e salgadinhos: Se a criança se entupir de suco e salgadinhos, é menos
provável que ela coma as cenouras não tão
doces e o frango temperado que estão no prato na hora do jantar.
- Evite a tentação da comida bege: Macarrão, frango empanado e batatas fritas são
legais, mas não exclusivamente. Não opte automaticamente pelo menu de comidas beges
quando sair; peça as meias-porções coloridas
para crianças da “comida para adultos”, ou
divida a sua entrada.
Pedrita M. Scarazatti Soave
Nutricionista Clínica
CRN 3 12370
Foto Arquivo Pessoal
Já sabemos que a obesidade infantil preocupa cada vez mais famílias e órgãoes públicos. No entanto, a “ cara feia”, normalmente vista apenas como uma fase pelos pais,
também merece atenção. Pesquisadores da
Universidade de Duke, nos Estados Unidos,
concluíram que crianças que dizem “não”
diante do prato têm mais risco de desenvolver
problemas comportamentais.
Os pesquisadores interrogaram quase mil
crianças entre dois e cinco anos. De acordo
com os resultados, publicados na revista Pediatrics, 20% das crianças apresentavam esse
comportamento na maior parte do tempo.
Além disso, 185 delas tinham aversão moderada aos alimentos e 37 mantinha hábitos
severos – a alimentação se torna tão restritiva
que a ingestão de alimentos é ainda mais limitada quando as refeições são feitas com outras
pessoas. A pesquisa mostra que essas crianças
também foram identificadas com sintomas de
depressão, ansiedade e problemas mentais.
Mas afinal, quando ser exigente com a comida é realmente um problema?
De acordo com Nancy Zucker, diretora do
Centro de Transtornos Alimentares da Universidade de Duke, as crianças das quais se
falou na pesquisa não pertencem apenas ao
time daqueles que se recusam a
comer uma folha de alface.
São crianças com modos
tão limitados que a exigência causa problemas e assume
muitas formas diferentes. Ele
pode afetar a saúde, o crescimento, o funcionamento social
e a relação familiar. Enquanto
a criança pode sentir como se
estivesse sozinha, os pais acabam se sentindo culpados –
afirma Nancy.
Ela explica que algumas
crianças que se recusam a comer podem ter sentidos aguçados, o que torna o cheiro,
a textura e o gosto de certos
alimentos um tanto ruim, causando aversão e nojo. Algumas crianças podem ter tido
uma má experiência com um
determinado alimento e desenvolvem ansiedade ao tentar um
novo alimento ou a serem forçados a experimentar a comida
novamente.
Beliscar ou ser seletivo com
comida, faz parte do curso da
infância. Algumas crianças
não serão nunca bons garfos.
Outras , que comem qualquer
coisa até os 18 meses de idade,
de repente comerão dois ou três alimentos diferentes aos 2 anos.
Crianças tipicamente desenvolvem hábitos
alimentares extremamente limitados. Medo
de novos alimentos, ou neofobia, é, em parte,
uma adaptação evolutiva criada para proteger
nossos ancestrais de comer substâncias perigosas. Mas a neofobia alimentar, junto com
uma dieta somente de salgadinhos e uma simples recusa a comer o que está no prato, também são um fenômeno do desenvolvimento.
Primeiro, os botões de gosto (pequenos
receptores na língua que percebem o sabor)
das crianças não estão totalmente formados,
então elas, literalmente, não têm paladar para
todos os alimentos que os adultos comem. Do
ponto de vista psicológico, crianças pequenas
não são muito fãs de variedade em geral, e
elas também estão em processo de reivindicar
sua jovem independência. Que melhor maneira de dizer, “você não manda em mim” do
que não comer o que a “mandona” cozinha?
O problema , claro, é que a dieta de salgadinhos apenas não têm todos os nutrientes
que uma pessoa precisa. Mais, a disposição
de experimentar novos e diferentes alimentos
na tenra idade pode ser um bom começo para
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