( Medicina E Saúde) - # - Amag Ramgis

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TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
INDICE
2
INTRODUÇÃO
2
O QUE É O TOC E QUAIS SÃO OS SEUS SINTOMAS?
2
O QUE SÃO OBSESSÕES?
3
O QUE SÃO COMPULSÕES OU RITUAIS?
COMPULSÕES MENTAIS
4
QUAIS AS CAUSAS DO TOC
5
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
CONCEITO
7
7
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM IV
8
11
O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO TOC
13
POR QUE O TOC É IMPORTANTE
14
A PSICOTERAPIA NO TOC
DOENÇAS FÍSICAS NAS QUAIS SINTOMAS DE TOC PODEM ESTAR PRESENTES
DOENÇAS GENÉTICAS:
15
INFECÇÕES:
16
DOENÇA EPILÉTICAS:
16
TUMORES CEREBRAIS:
17
TRAUMATISMO CRANIANOS:
17
ACIDENTE CEREBROVASCULAR:
18
DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS:
18
DOENÇAS ENDÓCRINAS E METABÓLICAS:
TOXINAS:
18
19
FÁRMACOS:
CONCLUSÕES:
Referências Bibliográficas:
19
19
19
15
AJUDA - LOCAIS ONDE BUSCAR ATENDIMENTO
21
INTRODUÇÃO
Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter se feito eventualmente.
Provavelmente você ouviu em algum programa de rádio ou TV ou leu em alguma reportagem de jornal ou
revista que lavar as mãos seguidamente, revisar várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar,
não gostar de segurar-se no corrimão do ônibus, evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos demais
membros da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta de um banheiro público, ter
medo de passar perto de cemitérios ou entrar numa funerária, de deixar um chinelo virado, assim como
outros comportamentos semelhantes, podem, na verdade, constituir sintomas do chamado transtorno
obsessivo-compulsivo ou TOC. E você deve ter ficado com dúvidas quanto a ser ou não um portador.
Medos e preocupações fazem parte do nosso dia-a-dia. Aprendemos a conviver com eles tomando certos
cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos antes das refeições ou depois de usar o
banheiro, desligamos o celular antes da sessão de cinema ou verificamos periodicamente o saldo bancário
de nossa conta. Esses mesmos comportamentos e preocupações, entretanto, podem se tornar claramente
excessivos, quando repetidos inúmeras vezes em um curto espaço de tempo e quando acompanhados de
grande aflição. É comum, ainda, pelo tempo que tomam, que comprometam as rotinas e o desempenho
no trabalho. Isso configura o que, de forma convencional, chamamos de obsessões ou compulsões,
sintomas característicos de um transtorno bem mais comum do que se imagina, o TOC.
O QUE É O TOC E QUAIS SÃO OS SEUS SINTOMAS?
O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da
Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV) entre os chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se
sob a forma de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos
pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções (medo, desconforto,
aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões: pensamentos, imagens
ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade ou desconforto, e das
compulsões ou rituais: comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, realizados para reduzir
a aflição que acompanha as obsessões. Dentre as obsessões mais comuns estão a preocupação
excessiva com limpeza (obsessão) que é seguida de lavagens repetidas (compulsão). Um outro exemplo
são as dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações (compulsão).
O QUE SÃO OBSESSÕES?
Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Podem
ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc. Sentidas como estranhas ou impróprias, as
obsessões geralmente são acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer. O indivíduo, no caso
do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente.
Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, causam ansiedade, medo, aflição ou desconforto
que a pessoa tenta neutralizar realizando rituais ou compulsões, ou através de evitações (não tocar, evitar
certos lugares).
As obsessões mais comuns envolvem:

Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação

Dúvidas

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento

Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas

Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo (comportamento
sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades, etc.)

Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar

Preocupações com doenças ou com o corpo

Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias)

Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e
horários (podem provocar desgraças)

Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis
O QUE SÃO COMPULSÕES OU RITUAIS?
Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, executados em
resposta a obsessões, ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais
comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou
armazenar objetos sem utilidade, repetir perguntas, etc. As compulsões aliviam momentaneamente a
ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida
por uma obsessão. Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de aliviar a
aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é tentado a repeti-las, em vez de
enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los, tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus
rituais.
Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam prevenir (p ex., alinhar os
chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três
batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por trás
desses rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre
nas superstições.
Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como sinônimos, embora o termo “ritual”
possa gerar alguma confusão, na medida em que praticamente todas as religiões e diversos grupos
culturais adotam comportamentos ritualísticos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar
seis ave-marias, ladainhas, rezar 3 ou 5 vezes ao dia, benzer-se ao passar diante de uma igreja. Existem
rituais para batizados, casamentos, funerais, etc. Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia
do chá entre os japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares,
envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa preferência para o termo
“compulsão” quando se fala em TOC.
As compulsões mais comuns são:

De lavagem ou limpeza

Verificações ou controle

Repetições ou confirmações

Contagens

Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento

Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar ou economizar

Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números

Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.
COMPULSÕES MENTAIS
Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são realizadas mentalmente e não
mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada
a um pensamento. Alguns exemplos:

Repetir palavras especiais ou frases

Rezar

Relembrar cenas ou imagens

Contar ou repetir números

Fazer listas

Marcar datas

Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários.
QUAIS AS CAUSAS DO TOC
A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em relação ao TOC embora não consiga ainda esclarecer
suas verdadeiras causas. Provavelmente concorrem vários fatores para o seu aparecimento: de natureza
biológica envolvendo aspectos genéticos, neuroquímica cerebral, lesões ou infecções cerebrais; fatores
psicológicos como a aprendizagem; certas formas errôneas de ver e interpretar a realidade próprias dos
portadores do TOC, e até culturais.
Na medida em que as pesquisas avançam tem ficado mais evidente a importância dos fatores de natureza
biológica. As evidências neste sentido são o fato de o TOC ocorrer após traumatismos, lesões ou infecções
cerebrais; ser muito comum que numa mesma família existam vários indivíduos acometidos sugerindo uma
predisposição genética. Além destes fatos foi sobretudo importante a descoberta de que determinados
medicamentos que estimulam de alguma forma a assim chamada função serotonérgica cerebral reduzem
os sintomas de TOC. Este último fato nos faz pensar que possa existir um distúrbio neuroquímico do
cérebro envolvendo o funcionamento das vias nervosas que utilizam a serotonina (substância que existe
naturalmente no cérebro) para transmitir seus impulsos.
Observou-se ainda que certas zonas cerebrais são hiperativas em portadores de TOC, isto é, funcionam
mais do que em indivíduos normais (na parte frontal - região periorbital, em regiões mais profundas do
cérebro - gânglios ou núcleos da base). Esta hiperatividade tende a se normalizar tanto com o tratamento
farmacológico bem como com a terapia cognitivo-comportamental. Como se vê, são evidências, embora
muito genéricas, para a hipótese de que existe algum tipo de disfunção neuroquímica no funcionamento
cerebral.
Existem, entretanto, fatos que a pesquisa não conseguiu esclarecer: a resposta de muitos pacientes aos
medicamentos inibidores da recaptação da serotonina é parcial ou muitas vezes nula, e se desconhece o
motivo. Além disso ocorrem obsessões e compulsões em doenças neurológicas como encefalites,
associadas a tiques - no assim chamado Transtorno de Gilles de la Tourette, à febre reumática ou mesmo
a outras doenças nervosas ou psiquiátricas. São fatos cujo esclarecimento continua desafiando os
cientistas do mundo inteiro.
Sabe-se ainda que fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e no
agravamento dos sintomas de TOC. É bastante comum que os sintomas surjam depois de algum estresse
psicológico; conflitos psíquicos agravam os sintomas, e tem cada vez ficado mais claras certas alterações
no modo de pensar, de perceber e avaliar a realidade por parte destes pacientes. Eles tendem a
supervalorizar a importância dos pensamentos como se pensar fosse o mesmo que agir; tendem a
supervalorizar o risco e as possibilidades de ocorrerem eventos desastrosos (contrair doenças, perder
familiares, contaminar-se); tendem a superestimar a própria responsabilidade quanto a provocar ou
prevenir eventos futuros; são perfeccionistas, perdendo muito tempo com a preocupação de fazer as
coisas bem feitas e evitar possíveis falhas ou imperfeições e imaginam modificar o curso futuro dos
acontecimentos com a execução dos rituais (pensamento mágico). Cada paciente pode apresentar uma
ou mais destas distorções, que são mantidas mesmo as evidências sendo contrárias a elas, ou apesar de
não terem comprovação na realidade.
Estes pacientes aprendem a usar rituais ou outras manobras psicológicas como atos mentais e a evitação
como forma de aliviar a aflição que normalmente acompanha as obsessões, e por este motivo passam a
repetí-los, mesmo que isto significa estar mantendo a doença.Evitam também de enfrentar seus temores
até mesmo para confirmar que são infundados, o que permitiria livrar-se deles.
Supõe-se ainda que fatores ligados ao tipo de educação (mais ou menos severa ou exigente, incutindo
culpa ou não), ao tipo de cultura social e familiar, possam também influir sob a forma de crenças e regras
que regem a vida da pessoa criando uma espécie de terreno propício para o surgimento do transtorno. Por
estes motivos usualmente se associam aos medicamentos, terapias psicológicas - a terapia cognitivocomportamental no seu tratamento.
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
Aristides Volpato Cordioli
CONCEITO
Até bem pouco tempo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) era considerado um transtorno raro,
pois usualmente eram identificadas apenas as suas formas mais graves, enquanto que os sintomas
quando mais leves, eram considerados "manias", "fraquezas" ou "falta de vontade" que se o paciente o
desejasse poderia livrar-se delas. Não era reconhecido nem o seu caráter involuntário, a aflição associada
e nem a relação funcional existente entre obsessões e compulsões, características que tem sido
salientadas nas classificações mais recentes.
O TOC é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões recorrentes, suficientemente severas
para ocupar boa parte do tempo do paciente, causando desconforto ou comprometimento geral
importantes. O que são obsessões e o que são compulsões?
Obsessões são pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos, imagens, cenas, que invadem a
consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva, persistente e estereotipada, seguidas ou não
de rituais destinados a neutralizá-las. São experimentadas como intrusivas ou invasivas, inapropriadas ou
estranhas pelo paciente em algum momento ao longo do transtorno.Normalmente são acompanhadas de
ansiedade ou desconforto acentuados. O indivíduo tenta resistir a elas, ignorá-las ou suprimí-las com
ações ou com outros pensamentos, reconhecendo-as, no entanto, como produtos de sua mente e não
como originadas de fora. Não se considera obsessões medos exagerados relacionados com problemas
reais(DSMIV).
As obsessões mais comuns envolvem os seguintes temas:
- Agressão: preocupação em ferir os outros ou a si mesmo; insultar; impulsos de agredir;
- Contaminação: sujeira, germes, contaminação, pó, doenças;
- Conteúdo sexual: fazer sexo com pessoas ou em situações impróprias; pensamentos obscenos;
- Armazenagem e poupança: colecionar, guardar objetos inúteis;
- Religião: escrupulosidade, blasfêmias, pecado, certo/errado;
- Simetria: exatidão ou alinhamento;
- Somáticas: preocupação excessiva com doenças;
- Diversas(s): sons, palavras, números.
Compulsões são comportamentos repetitivos (lavar as mãos, tomar banhos repetidas vezes, verificar
janelas, portas, botões do fogão, torneiras, gás, alinhar coisas, repetir atos ou gestos), ou atos mentais
(rezar, contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão
ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os comportamentos ou atos mentais são
destinados a prevenir ou reduzir o desconforto associado à obsessão, prevenir algum evento ou situação
temidos e em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são
claramente excessivos (DSMIV).
As compulsões mais comuns envolvem:
- Limpeza/lavagem:(mãos, corpo, banho, toalhas, limpeza da casa, não tocar);
- Verificação ou controle: fechaduras, portas, janelas, gás, torneiras, chuveiros, etc.
- Repetições: (sair/entrar; palavras, números, parágrafos, páginas, gestos, leitura, escrita)
- Contagens: objetos, janelas, portas, carros, etc.
- Ordem/arranjos/seqüências, simetria ou alinhamento
- Acumular/colecionar: empilhar jornais velhos, colecionar objetos inúteis)
- Compulsões diversas: outros rituais mentais, fazer listas, tocar, bater de leve ou tocar em objetos, olhar.
As compulsões muitas vezes são atos mentais e portanto encobertos, como repetir números, palavras,
rezas, difíceis de serem percebidos. Mas são verdadeiras compulsões pois são realizados em resposta a
obsessões ou destinam-se a prevenir eventos catastróficos, ou a aflição associada.
Além das obsessões e compulsões o paciente portador de TOC apresenta inúmeras evitações como não
tocar em objetos, móveis, roupas, dinheiro, bolsas. carteiras; não usar banheiros públicos, não sentar em
bancos de praça, não tocar no corrimão de escadarias, trincos de porta, considerados sujos ou
contaminados, que podem causar profundas interferências em suas rotinas de vida e de sua família.
A apresentação clínica do TOC pode ser de várias formas. As mais comuns são:
a) Obsessões relacionadas com sujeira e ou contaminação seguidas de compulsões de lavagens e
evitação de objetos, situações ou pessoas considerados contaminados;
b) Compulsões de verificação e contagem;
c) Obsessões puras, sem compulsões;
d) Lentificação obsessiva.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM IV
O DSM IV estabelece os seguintes critérios para diagnóstico do TOC:
a) Presença de compulsões ou obsessões:
Obsessões definidas conforme 1,2,3 e 4.
1) Pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes que são experimentados em algum
momento durante o transtorno como intrusivos e impróprios e que causam acentuada ansiedade ou
desconforto;
...
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A Cura pelos Alimentos(1)
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