UBM / PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Casos clínicos para Estudo: Caso clinico 1: Doença de Chron Paciente de 14 meses, sexo feminino, foi admitida com história de anemia, dificuldade em ganhar peso e cólicas abdominais desde os 8 meses. Nas semanas que precederam internação, apresentava fezes diarréicas, sem restos alimentares, com muco e vestígios de sangue, tendo em média cinco evacuações ao dia. Laboratorialmente, observou-se anemia grave (Hemoglobina de 3,9 g/dL, VR: 12 a 16 g/dL), com alteração das provas de atividade inflamatória. Foi afastado quadro infeccioso entérico, documentandose resultados negativos para protozoários, helmintos e enteropatógenos bacterianos. Para esclarecimento diagnóstico, foi realizada uma colonoscopia que revelou lesão ulcerada da mucosa com áreas necróticas que ocupavam metade da luz intestinal. O processo se estendia desde a mucosa até a lâmina própria. A paciente foi tratada com sulfassalazina 50 mg/kg/dia e prednisona 2 mg/kg/dia por 8 semanas, mantendo-se estável, com remissão de quase todos os sintomas durante este período. No período de 6 meses de acompanhamento, a paciente apresentou remissão clínica palpável, normalização da hemoglobina e das provas de atividade inflamatória. a) Explique a fisiopatologia da doença b) Descreva a terapia nutricional e as recomendações nutricionais para esta patologia. c) Elabore um cardápio para um dia que atenda às recomendações nutricionais deste paciente. Caso clínico 2: Colelitíase e coledocolitíase V.R, 50 anos, masculino, branco, advogado, procedente de São Paulo, compareceu à consulta médica referindo episódio de dor no hipocôndrio direito há 2 semanas, seguindo-se manifestação de icterícia, colúria e acolia fecal (descoramento das fezes). Negava episódios dolorosos anteriores, vômitos e febre. Fez uso de medicação antiespasmódica com melhora da dor e referiu que a icterícia diminuiu após uma semana, embora sem remissão completa da mesma. Nesse período, realizou ultra-sonografia do abdome superior que mostrou cálculos múltiplos na vesícula biliar e dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas. Os exames laboratoriais evidenciara concentrações séricas de bilirrubina total de 3,5 mg/dl (VR: até 1,2 mg/dl), fosfatase alcalina de 160 U/L (VR: 50 a 136 U/l) e gama-glutamil transferase (GGT) de 97 U/L (VR: 15 a 85 U/l L – homens), dados que em conjunto levou ao diagnóstico de colelitíase. Foi realizada coledocotomia retirando-se 75 cálculos da via biliar. a) Explique a fisiopatologia da doença . b) Descreva a terapia nutricional e as recomendações nutricionais para esta patologia, durante o tratamento clínico e após a cirurgia. c) Elabore um cardápio para um dia que atenda às recomendações nutricionais deste paciente . Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo UBM / PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Caso clínico 3: Hepatite alcoólica L.G., homem de 56 anos, alcoólatra há 10 anos, chega ao hospital em emese (vômito), dor epigástrica, perda de peso, febre e desconforto abdominal ao ingerir alimentos. Devido à alta ingestão alcoólica, o médico suspeitou de précirrose e solicitou exames, cujos resultados foram: Fosfatase Alcalina= 209 U/L (VR - 27 a 100 U/L para adultos) Albumina= 3,0 mg/dl (VR - 3,5 – 5,5g/dl) Bilirrubina indireta= 6,5 mg/dl (VR 0,8 -1,1mg/dL) Bilirrubina direta (conjugada) = 0,3 mg/dl (VR até 0,4mg/dL) Bilirrubina Total= 6,8 mg/dl (VR até 1,2mg/dL) a) Explique a fisiopatologia da doença . b) Descreva a terapia nutricional e as recomendações nutricionais para esta patologia. c) Elabore um cardápio para um dia que atenda às recomendações nutricionais deste paciente. Caso clínico 3 : Retocolite ulcerativa Paciente do sexo feminino, 19 anos, com quadro de diarréia com sangue e muco Queixa principal : Evacuações diarréicas múltiplas (20 episódios/dia) com sangue e muco. Início do quadro há cerca de 1 mês com diarréia (20 episódios/dia) com sangue e muco, dor abdominal, febre não aferida e tenesmo. Realizou investigação ambulatorial que revelou Giardia lamblia no exame parasitológico de fezes e inúmeras ulcerações na mucosa estendendose do reto à flexura hepática no clister opaco. Foi tratada com metronidazol e iniciado sulfasalazina. Evoluiu com piora do quadro culminando com internação de emergência por febre alta, dor abdominal e hipotensão postural, além da diarréia com sangue. Referia emagrecimento de 8Kg desde o início dos sintomas. Os exames laboratoriais mostravam anemia (Ht=18%), leucocitose com desvio para esquerda (leuc= 23000 céls/mm3 com 10% bastões), albumina baixa (1,8mg/dl) e bioquímica normal. A coprocultura foi negativa. Ultrassonografia abdominal foi normal a exceção de grande quantidade de gás nas alças intestinais. Foram iniciados hidratação venosa, reposição sanguínea, corticóide venoso e uma associação de ampicilina, amicacina e metronidazol. Evoluiu com melhora parcial e no 4º dia da internação foi submetida a uma colonoscopia que revelou um colo de aspecto tubular e encurtado, apresentando destruição da mucosa associada à presença de pseudopólipos e de algumas ulcerações profundas, estendendo-se continuamente do colo sigmóide ao transverso. O reto apresentava mucosa de aspecto normal com uma única ulceração. No 6º dia, foi submetida a um trânsito de delgado cujo laudo foi normal. No dia seguinte, apresentou distensão abdominal. Radiografia simples de abdome revelou distensão colônica, especialmente na porção ascendente. Hemograma mostrava Ht de 20% e 6000 leucócitos/mm3 com 33% bastões, a bioquímica permanecia normal. As biópsias de colo mostraram colite ulcerada inespecífica. Os antibióticos foram substituídos por ceftazidime + metronidazol e iniciada nutrição enteral elementar. Houve melhora lenta e parcial nos dias subsequentes. Entretanto, no 15º dia de internação, o quadro voltou a piorar com vários episódios de enterorragia, febre e maior distensão Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo UBM / PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I colônica. Radiografia simples de abdome revelou distensão colônica difusa com o colo transverso apresentando 6 cm de diâmetro. A paciente foi transferida para o CTI e evoluiu com parada cardio-respiratória e óbito. Que tipo de doença inflamatória intestinal teria esta paciente? Apesar de não ser encontrado nenhum achado clínico, endoscópico ou histopatológico que seguramente diferencie RCU de DC. Além disso, cerca de 20% dos pacientes apresentam quadro com características compatíveis com ambas as doenças e são classificados como colite indeterminada. Na verdade, na soma de um conjunto de fatores que sugerem RCU ou DC , a paciente apresenta maior evidência de retocolite ulcerativa (RCU). a) Explique a fisiopatologia da doença . b) Descreva a terapia nutricional e as recomendações nutricionais para esta patologia. Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo