Aula n º 4 – A educação nutricional nas diferentes áreas de atuação

Propaganda
UBM – EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Aula n º 5- FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
COMPORTAMETO ALIMENTAR
Comportamento alimentar é o conjunto de todas as ações praticadas
em torno da alimentação : desde a escolha da marca ou das frutas e legumes,
até sua forma de preparo, estocagem e higienização.
A FORMAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Suas bases são fixadas na infância, transmitidas pela família,
sustentadas pela tradição, crenças, valores, tabus, que passam através de
gerações.
As práticas alimentares adquiridas na primeira infância, por imitação e
condicionamento, ficam profundamente arraigadas no indivíduo e trazem uma
forte carga emocional , difícil de modificar.
Por outro lado, o comportamento alimentar pode modificar-se
espontaneamente em função de mudança do meio, tais como: poder
aquisitivo, nível de escolaridade do consumidor, exposiçãO aos canais de
comunicação, necessidades psicológicas individuais ( auto-estima, aprovação
social). Muitas dessas mudanças espontâneas são provocadas por interesses
comerciais, induzidos pela propaganda.
Algumas mudanças podem ser benéficas, como a diminuição de tabus
(manga com leite) ou a introdução de alimentos (iogurte). Outras, são
desfavoráveis podendo estimular o desmame precoce, ou introduzir alimentos
de baixo valor nutritivo.
COMPONENTE COGNITIVO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Corresponde ao que o individuo sabe sobre os alimentos. Pode ser:
- o conhecimento científico
- o conhecimento popular
O conhecimento científico é resultante de pesquisas e estudo s em
Nutrição e transmitidos pelos profissionais em Nutrição e Saúde.
O conhecimento popular consiste na soma das técnicas, de receitas,
de combinações de alimentos, horários de refeições, simbolismos alimentares,
etc., além dos mitos, crenças e tabus alimentares.
TABUS ALIMENTARES : restrições alimentares, permanentes ou
temporárias, manifestadas em determinados períodos fisiológicos ou
patológicos. Alguns são permanentes. Ex.: “manga com leite faz mal”;
“gestante não deve comer fruta cítrica porque corta o sangue”.
Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo
UBM – EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
CRENÇA: forma de assentimento que é objetivamente insuficiente,
embora subjetivamente se imponha com grande evidência. Ex.: “cenoura faz
bem para a vista”, “gemada com vinho do Porto é fortificante”
MITO: forma de pensamento oposta à do pensamento lógico e
científico. Remonta às origens , é uma codificação da religião primitiva e da
sabedoria prática..Ex.: o mel é um mito na alimentação. Associa-se à idéia de
trabalho (abelha) e sociedade justa, pureza e perfeição.
FORMAS DE APRENDIZAGEM DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
-
Condicionamento simples : baseia-se na simultaneidade e
contigüidade de estímulos. Tipo passivo de aprendizagem, responsável
pelos nossos gostos e aversões.
Ex.: brasileiro (feijão); japonês (soja)
-
Condicionamento instrumental : quando o individuo recebe
recompensas pelo seu comportamento. Ex.: a criança chora e a mãe
lhe dá água com açúcar.
-
Imitação : consiste em repetir o comportamento de outra pessoa. Ex.:
a propaganda, o comportamento dos pais.
-
Ensaio e erros : consiste em várias tentativas aleatórias até atingir
determinado fim. Ex.: criança aprendendo comer sozinha.
-
Discernimento : implica em resolver problemas, indivíduo precisa
identificar o problema, e estabelecer uma linha de ação; envolve
abstração e generalização. Tomada de consciência. Ex.: formulação de
cardápios equilibrados.
-
Raciocínio : compreensão profunda de causas e conseqüências,
formulação e verificação de hipóteses. Ex.compreensão da ação ds
proteínas sobre o crescimento.
O componente afetivo do comportamento alimentar
Corresponde ao que sentimos sobre os alimentos e as práticas
alimentares. São as nossas atitudes relativas aos alimentos e à alimentação,
envolvendo todos aqueles motivos intrínsecos relacionados aos valores sociais,
Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo
UBM – EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
culturais e religiosos, significados diversos que atribuímos aos alimentos e que
nos predispões a determinado comportamento alimentar.
Para o ser humano, o alimento é muito mais que um veiculo de
nutrição orgânica. O componente afetivo do comportamento alimentar reporta
às outras necessidades que são satisfeitas pela alimentação.
As necessidades fisiológicas, quando satisfeitas, pouco determinam no
comportamento alimentar em geral. Já as psicológicas nunca são inteiramente
satisfeitas, sendo importantes determinantes do comportamento alimentar.
Uma pessoa pode alimentar-se até a saciedade, mas nuca terá todo
amor, segurança e aprovação social que deseja. Se, no processo de formação
de seu comportamento alimentar associou , por condicionamento,
determinados alimentos ( doces,por ex.) a determinados motivos (afeto, por
ex), poder;á buscar os doces ao sentir necessidade de afeto.
São as necessidades psicológicas os elementos –chave dos processos
de indução à mudança das práticas veiculadas pela mídia, geralmente com
interesses econômicos. A educação nutricional não deve usar os incentivos
motivacionais para manipular o comportamento do indivíduo, mas para facilita
as mudanças das práticas, visando a saúde do indivíduo.
O componente situacional do comportamento alimentar
Os fatores econômicos limitam a adesão a uma prática alimentar correta,
quando depende de um aumento dos gastos com alimentação e não apenas de
uma redistribuição dos recursos. Assim, só a educação alimentar tem mínima
perspectiva de sucesso. O nível crítico de renda, abaixo do qual as práticas
alimentares apresentam altos índices de inadequação está na faixa de 1 a 1,5
salários mínimos “per capita”.
Quando o fator econômico é limitante mas parte dos recursos é usada para
aquisição de alimentos supérfluos, a educação alimentar pode ter resultados
positivos .
Quando a situação socioeconômica inviabiliza a educação nutricional, o
nutricionista deve recorrer a outros serviços ou instituições que possam contribuir
para uma solução coerente com a natureza do problema.
Os fatores situacionais que podem se apresentar como facilitadores da
prática desejada ou como barreiras são:
 Os fatores situacionais –Existem normas sociais sobre a natureza dos
alimentos que devam ser consumidos no dia-a-dia e em algumas
circunstâncias especiais.
 Apoios estruturais – é a presença ou a ausência do alimento ao
alcance do indivíduo que deve ou não consumi-lo. A presença de
Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo
UBM – EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
alimentos depende de uma série de fatores que vão desde a
produção até a aquisição para sua disponibilidade doméstica.
 Coerção social – é o reforço positivo ou negativo dado pelo meio
social às práticas alimentares de uma pessoa em particular.
Profª Nutti. MSc. Maria de Lourdes Marques Camargo
Download