Inteligência Emocional

Propaganda
Inteligência
Emocional
por Steven J. Stein, Professor Dr.
Prefácio por Peter Salovey, Professor Dr.
Edição em Portugal
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Conteúdos instantâneos
Prefácio......................................................................xix
Introdução.................................................................. 1
Parte I: Há por aí um novo tipo de inteligência.............. 9
Capítulo 1: Sentir-se inteligente........................................................................... 11
Capítulo 2: Avaliar a sua inteligência emocional................................................. 25
Capítulo 3: Encontrar a felicidade........................................................................ 35
Parte II: O essencial da inteligência emocional............. 43
Capítulo 4: Explorar a ciência por trás da inteligência emocional...................... 45
Capítulo 5: Conhecer melhor as suas emoções.................................................... 63
Capítulo 6: Gerir as suas emoções........................................................................ 83
Capítulo 7: Compreender a empatia.................................................................... 99
Capítulo 8: Lidar com as emoções dos outros.................................................... 115
Parte III: Levar a inteligência emocional para o trabalho... 131
Chapter 9: Lidar com situações de trabalho difíceis........................................... 133
Capítulo 10: Ter sucesso usando a inteligência emocional................................ 149
Capítulo 11: Ser um líder emocionalmente inteligente..................................... 173
Capítulo 12: Criar um local de trabalho emocionalmente inteligente.............. 191
Capítulo 13: Fazer a faculdade com inteligência emocional.............................. 217
Parte IV: Usar a inteligência emocional em casa......... 233
Capítulo 14: Criar relações emocionalmente inteligentes................................. 235
Capítulo 15: Educar com inteligência emocional.............................................. 255
Capítulo 16: Criar um filho emocionalmente inteligente................................. 275
Parte V: A parte dos dez............................................ 297
Capítulo 17: Dez formas de melhorar a sua inteligência emocional................. 299
Capítulo 18: Dez formas de ajudar pessoas difíceis
com a inteligência emocional........................................................................... 309
Capítulo 19: Dez formas de tornar o mundo um lugar
mais inteligente emocionalmente.................................................................... 317
Apêndice: Recursos para inteligência emocional e social................................... 325
Índice remissivo........................................................ 329
Parte II: O essencial da inteligência emocional
Compreender a diferença entre
inteligência emocional e QI
A maioria dos psicólogos ainda não chegou a acordo quanto a uma
definição de inteligência geral, embora os estudos tenham provado
a existência de, pelo menos, duas formas de inteligência:
✓ I nteligência cognitiva: esta inteligência centra-se na capacidade
de agir premeditadamente, pensar racionalmente e lidar eficazmente
com o seu ambiente. Para medir a inteligência cognitiva,
os psicólogos efetuam testes de QI, que medem o quociente
de inteligência (QI).
De modo simples, o QI é uma medida das capacidades
intelectuais, analíticas, lógicas e racionais de um indivíduo.
Um teste de QI mede as suas capacidades verbais, espaciais,
visuais e matemáticas. Determina a facilidade com que
compreende coisas novas; se concentra em tarefas
e exercícios; retém e recorda informação objetiva; toma parte
num processo de raciocínio; manipula números; pensa
abstratamente, bem como analiticamente; e soluciona
problemas através da aplicação de conhecimento anterior.
Se possuir um QI elevado – a média é 100 – está bem
equipado para passar todos os tipos de exames com distinção
e (não por acaso) obter bons resultados nos testes de QI.
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UECER
SQ
✓ I nteligência emocional: os psicólogos definem este tipo
de inteligência de várias formas, dependendo do especialista a quem
perguntar. A maioria das definições de inteligência emocional
centram-se na sua capacidade de ter consciência de, compreender
e lidar com as suas emoções, bem como com as dos outros, de modo
a adaptar-se às exigências e pressões da vida. Permita-me que a defina
como a capacidade de prestar atenção ao mundo, de ler situações
e de se relacionar com outros enquanto se encarrega da sua própria
vida. Os psicólogos medem a inteligência emocional utilizando
um de vários testes de QE, que medem o quociente emocional (QE).
Os dois mais aceites são o EQ-i e o MSCEIT, que são abordados
na secção “Compreender como funcionam os teste de QE”.
Os consultores organizacionais usam, muitas vezes, o termo
inteligência emocional (IE) em lugar do termo quociente
emocional (QE). Tal como o QI (quociente de inteligência)
é a medida da inteligência cognitiva, o QE (quociente
emocional) é a medida da inteligência emocional.
Capítulo 4: Explorar a ciência por trás da inteligência emocional
Muitas pessoas sabem que existe uma enorme diferença entre “inteligência
de escola” e “inteligência de rua” – entre esperteza e saber-fazer geral.
A inteligência cognitiva tem o seu lugar, mas a inteligência emocional,
embora mais intangível, é muito mais interessante para muitas pessoas,
uma vez que promove uma forma nova e entusiasmante de nos analisarmos
que se centra menos nas nossas capacidades intelectuais.
Descobrir a inteligência emocional
A “descoberta” do conceito de inteligência emocional foi um feliz acaso. Peter Salovey, um psicólogo da Universidade de Yale e perito em
emoções, era amigo de John (Jack) Mayer, um
psicólogo da Universidade de New Hampshire. Ambos colaboravam em projetos de investigação relacionados com emoções, inteligência
e personalidade.
Tanto Peter como Jack depositavam as suas
esperanças num jovem candidato presidencial
chamado Gary Hart. Tinham-no como jovem,
moderno e inteligente – indubitavelmente, um
vencedor. Depois, algo inacreditável aconteceu. Durante as primárias, um jornalista confrontou Gary Hart e sugeriu, com base em alguns
rumores, que ele teria um caso extraconjugal.
A sua resposta ficou famosa. Ele negou a alegação e, depois, desafiou todos os jornalistas
que ali se encontravam, dizendo: “Sigam-me.
Não me incomoda. Falo a sério. Se alguém quiser mandar vigiar-me, força. Vão aborrecer-se
muito.”
Em 24 horas, o jornal Miami Herald detonou
a história do seu agora famoso caso amoroso
com Donna Rice. Numa certa tarde, enquanto
pintavam a casa de Jack, Peter e Jack tentavam perceber como alguém tão inteligente
podia fazer e dizer algo tão estúpido dadas
as circunstâncias. Seria ele muito inteligente
numa área (política) e não tão inteligente noutra área (gestão das suas emoções)?
Surgiu-lhes, então, a ideia de que as pessoas
devem ter algum outro tipo de inteligência,
uma inteligência emocional, algo diferente
da inteligência cognitiva que toda a gente conhece. Eles concluíram que, provavelmente, conseguiriam encontrar uma forma de medir esta
inteligência, do mesmo modo que os testes de inteligência amplamente usados medem o QI.
Peter e Jack desenvolveram o conceito e, depois,
escreveram um trabalho científico intitulado “Inteligência emocional”, o qual foi publicado numa
revista científica relativamente desconhecida.
Saber como as suas emoções o afetam
As suas emoções podem afetar a sua capacidade de compreender
ou aprender a lidar com uma nova situação de várias formas. Como
determina se a emoção influencia simplesmente a inteligência, ou se é uma
inteligência distinta que existe por si só?
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Parte II: O essencial da inteligência emocional
Conhecer a diferença
entre empatia e compaixão
Se for como a maioria das pessoas, poderá não estar esclarecido sobre o que
significa, exatamente, empatia. De facto, muitas pessoas tendem
a confundir uma emoção boa, empatia, com outra emoção proveitosa,
compaixão.
Começar com tu, não eu
A compaixão demonstra que se preocupa com a situação do outro.
Um exemplo de uma afirmação compassiva é quando a Bruna diz: “Júlia,
lamento imenso o acidente do teu marido.”
A Bruna está, basicamente, a expressar os seus sentimentos em relação
à situação do marido da Júlia. Este sentimento é muito nobre, atencioso
e simpático. Demonstra que ela se preocupa com a situação trágica. Uma
declaração de compaixão é iniciada por eu – é sobre como eu me sinto
em relação a ti.
A empatia é uma emoção diferente, pois expressa a noção de que
eu compreendo como tu te sentes. Por exemplo, o João declara: “Júlio, deves
estar furioso com o que aquele condutor acabou de dizer-te.”
Neste exemplo, o João está a dizer que o Júlio deve estar a sentir-se
de determinada forma, com base nas circunstâncias. Uma afirmação
de empatia reconhece como a outra pessoa se sente naquele momento.
A declaração do João nada tem que ver com o modo como se sente, mas sim
com a compreensão que ele tem de como o Júlio está a sentir-se. A empatia
é como colocar-se na pele do outro. Um dos aspetos característicos de uma
afirmação empática reside no facto de, normalmente, ser na 2.ª pessoa,
como em “tu deves estar a sentir-te…”
A utilização de eu por oposição a tu pode ajudá-lo a distinguir compaixão
de empatia. Esta emoção não é melhor do que a compaixão; é apenas
diferente.
Saber por que razão
a diferença é importante
A compaixão é utilizada quando desejamos exprimir os nossos sentimentos
a outra pessoa. Esta emoção é apropriada para determinadas alturas, como
quando alguém acabou de vivenciar uma situação trágica — por exemplo,
a perda de alguém querido, um acidente ou lesão grave, ou qualquer outra
desventura.
Capítulo 7: Compreender a empatia
Expressar a sua compaixão a alguém, dizendo-lhe que se preocupa com
a sua situação, é a atitude certa a tomar. Em momentos de dor, as pessoas
sentem-se confortadas pela atenção dos outros. Experienciar a atenção
e preocupação de alguém é uma parte natural e importante do processo
de cura da perda ou dor. Permitir que alguém saiba como se sente
é, normalmente, um fim em si mesmo.
A empatia, por sua vez, possibilita uma abertura, permite-lhe aproximar-se
da outra pessoa e ajuda-o a conquistar a sua confiança. Demonstra não
só que se preocupa com os problemas do outro, mas também que entende
realmente aquilo por que ele está a passar.
Quando sente empatia por alguém, está a melhorar a relação e a torná-la
mais próxima. Fortalece os laços ou vínculos da relação e sente que conhece
melhor essa pessoa. A empatia é, muitas vezes, o início de uma interação.
Implica que compreenda o que a outra pessoa está a vivenciar e que
se preocupe com a sua atual situação. Demonstra, também, que não
é egocêntrico.
Hoje em dia, a maioria das pessoas está demasiadamente ocupada
e centrada em si mesma para prestar grande atenção aos que estão à sua
volta; quase nunca tem tempo ou energia para lidar com as questões das
outras pessoas. A expressão de empatia demonstra que é diferente, que
se preocupa realmente com os infortúnios dos outros. Como é óbvio, deve
ter cuidado para não utilizar a empatia como um instrumento
de manipulação, para ganhar perfidamente a confiança de alguém, ou para
Tirar partido do poder da empatia
Aqui está uma história de alguém que usa a empatia em seu proveito. A Carla era conhecida
como alguém que se aproveitava dos outros.
Por vezes, era óbvio pela forma como ela persuadia os outros a fazerem-lhe as coisas. Começava por dar imensa atenção à outra pessoa.
“Oh Tito, deves estar exausto depois de todo
o trabalho que tiveste hoje”, começou a Carla.
“Sim, estou de rastos”, retorquiu o Tito.
“Precisas, certamente, de descansar. Vou buscar-te uma bebida fresca”, voluntariou-se ela
rapidamente.
“Ena! Obrigado, Carla.”
“Ah, Tito, enquanto esperas, será que podias
passar aquela mesa para o outro lado da sala?
E, depois, ficava muito grata se pudesses pendurar aqueles três quadros na parede. Não devem
ser muito pesados. Obrigada por te ofereceres
para ajudar. É tão simpático da tua parte”, disse a Carla efusivamente enquanto se escapulia
da sala para ir buscar a água (e escapava ao trabalho pesado que conseguiu que o Tito fizesse).
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