Farmacologia Prof. Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança Agentes Hipolipemiantes Objetivo deste material didático é promover uma introdução ao estudo de farmacologia, motivar a leitura do tema em livros textos e diretrizes. Busca contribuir para que o(a) futuro(a) prescritor(a) esteja atento(a) aos critérios da prescrição racional de medicamentos, alicerçado em bases técnicas e éticas. Solicitamos o envio de sugestões e correções para o aprimoramento do material para [email protected] Caso 1: paciente XY, homem, 50 anos, IMC 25, sedentário, sem comorbidades. Nega DM e tabagismo. Apresenta os seguintes exames de revisão: O que/como você prescreveria? Que dados seriam úteis ? Medicamentos, História familiar, hábitos alimentares… Caso 2: LIPIDOGRAMA COMPLETO TRIGLICERIDEOS....................: Material: SORO 378 mg/dl COLESTEROL TOTAL...................: 311 mg/dl Ideal.........: < 150 mg/dL Pouco elevado.: 150 a 250 mg/dL Moderadamente elevado.: 250 a 400 mg/dL Elevado.......: > 400 mg/dL Ideal...........: < 200 mg/dL Moderadamente Elevado.: 200 a 240 mg/dL Elevado.........: > 240 mg/dL HDL - COLESTEROL..................: 66 mg/dl Ideal...........: > 60 mg/dL (anula fator de alto risco) Baixo...........: < / = mg/dL (Incluindo em definições de simdrome metabólica) LDL - COLESTEROL...................: * mg/dl Ideal...........: < 70 mg/dL Objetivo em cardiopatía: < 100 mg/dL Pouco elevado...: 100 a 130 mg/dL (Objetivo em alto risco) Moderadamente elevado.:130 a 160 mg/dL (Objetivo em médio risco) Elevado.........: 160 a 190 mg/dL (Aceitavel em baixo risco) Marcadamente elevado..: > 190 mg/dL (Indica tratamento) VLDL - COLESTEROL..................: * mg/dl Ideal............: < 30 mg/dL Moderadamente elevado.: 30 a 50 < 30 mg/dL Elevado..........: 50 a 80 < 30 mg/dL Marcadamente elevado.: > 80 < 30 mg/dL EM CASOS DE TRIGLICERIDEOS ACIMA DE 350 mg/dL NÃO USAMOS A FORMULA DE FRIEDWALD. NESTES CASOS, SUGERESE A CORREÇÃO DA HIPER TRIGLICERIDEMIA ANTES DA REALIZAÇÃO DE NOVO LIPIDOGRAMA. O PROCESSO DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (os seis passos) Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. Fisiopatologia da doença. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2013 Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume 101, Nº 4, Suplemento 1, Outubro 2013 LDL = CT - ( TGL + HDL ) 5 VLDL = TGL 5 Fórmulas de FRIEDWALD “Em pacientes com hipertrigliceridemia (TG>400mg/dL), hepatopatia colestática crônica, diabete melito ou síndrome nefrótica, a equação é imprecisa. Nestes casos, o valor do LDL-C pode ser obtido por dosagem direta.” IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 classificação fenotípica ou bioquímica: a) Hipercolesterolemia isolada: LDL-C (≥ 160 mg/dL). b) Hipertrigliceridemia isolada: TG (≥150 mg/dL), que reflete o aumento de partículas ricas em TG como VLDL, IDL e QM. c) Hiperlipidemia mista: aumento de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL). Se TG ≥ 400 mg/dL, considerar-se-á mista se o CT for ≥ 200 mg/dL. d) HDL-C baixo (homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG. IV Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da SBC, 2007 Fatores de risco para aterosclerose que modificam as metas de LDL-C 1) Fumo 2) Hipertensão arterial sistêmica (PA ≥140/90mmHg) 3) HDL-C* <40mg/dL 4) Diabetes melito (são considerados como portadores de aterosclerose) 5) Idade (≥45 anos homens e ≥55 anos mulheres) 6) História familiar precoce de aterosclerose (parentes de 1º grau <55 anos homens e <65 anos mulheres) *HDL-C >60mg/dL são considerados um fator protetor devendo ser descontado um fator de risco da soma. Recomenda-se a estratificação INDIVIDUAL de risco utilizando-se os dados clínicos ... Xantelasma Lipemia retinalis Xantomas tendinosos Xantomas tuberosos Xantomas eruptivos Xantomas palmares Causas das Dislipidemias ☞ secundárias: ☞ Primárias Diabetes Mellitus Hipotireoidismo Hipopituiritarismo Insuficiência Renal Crônica Síndrome Nefrótica Atresia Biliar Congênita Doenças de Armazenamento Lupus Eritematoso Sistêmico Álcool Medicamentos Dislipidemias secundárias a medicamentos Álcool TG Diuréticos TG e HDL Bloqueadores sem ASI TG e HDL Anticoncepcionais TG Glicocorticóides Chl T e TG Anabolizantes Chl T e HDL estrógenos pós-menopausa ↓ LDL, ↑VLDL e ↑ HDL III Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq Bras Cardiologia 77, (supl. III), 2001 O PROCESSO DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (os seis passos) Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. Fisiopatologia da doença. Passo 2 - ESPECIFICAR O OBJETIVO TERAPÊUTICO Definir qual será o objetivo terapêutico (vai tratar para quê?) Critérios de identificação de pacientes com alto risco de eventos coronarianos 1. Doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações clínicas (eventos CV) 2. Ateroclerose na forma subclínica, significativa, documentada por metodologia diagnóstica. 3. 4. 5. 6. Procedimentos de revascularização arterial Diabetes melito tipos 1 e 2 Doença renal crônica Hipercolesterolemia familiar (HF) Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Redução do LDL-C e eventos cardiovasculares 30 estatinas Placebo Prevenção secundária 4S Eventos (%) 25 4S 20 LIPID 15 CARE LIPID CARE Prevenção primária 10 WOSCOPS 5 AFCAPS WOSCOPS AFCAPS 0 90 100 110 120 130 140 150 LDL-C (mg/dl) Ballantyne CM Am J Cardiol 1998;82:3–12Q. 160 170 180 190 200 Locais de Aterosclerose Passo 3 - OPÇÕES TERAPÊUTICAS BUSCAR TRATAMENTO MAIS ADEQUADO PARA O PACIENTE EM QUESTÃO. Inventário das estratégias terapêuticas medicamentosas E não medicamentosas MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 DIETA TÍPICA AMERICANA DIETA PRUDENTE (A.H.A.) * 600 - 700 mg 300 mg calorias totais excessivas peso ideal gorduras totais 40 - 42 % 35 % saturadas (S.) 15 % < 10 % 16 - 17 % 15 % 5-6% 10 % relação P.I. : S. 0,3 -0,4 : 1 1,0 - 1,5 : 1 carboidratos 40 - 45 % 50 - 55 % amido 20 - 25 % açúcares simples 15 - 20 % proteínas 12 - 15 % 12 - 15 % 150 - 200 mEq 130 mEq NUTRIENTE colesterol mono-insaturadas poli-insaturadas (P.I.) sódio * A.H.A.: American Heart Association INSATURAÇÃO das GORDURAS e ÓLEOS da DIETA ALIMENTO + INSATURADO óleo de açafrão óleo de girassol óleo de soja óleo de milho semente de algodão óleo de gergelim margarina em tubo, óleo de açafrão líquido manteiga de amendoim margarina em pote, óleo de milho líquido óleo de oliva gorduras vegetais hidrogenadas óleo de amendoim margarina em tubo ou em pote, gordura hidrogenada ou fortificada banha gordura do leite óleo de côco ALIMENTO + SATURADO AG saturados: 1. ↓ receptores celulares B-E, inibindo a remoção das partículas de LDL. 2. sua estrutura retilínea permite > entrada de Chl nas LDL 3. é a principal causa alimentar de ↑ do Chl diminuir consumo: gordura animal, polpa de côco e de alguns óleos vegetais (dendê e côco). Em suma: receptores LDL talvez devido a alterações estruturais das membranas celulares. Ácido Linoléico: redutor de Chl, contido no óleo de girassol, soja, milho, açafrão, canola, algodão. Podem o HDL enquanto Chl. Óleo de oliva pode Chl e HDL Fibras: efeito seqüestrador de Chl (sais biliares) solúveis: maçã e frutas cítricas (contém pectina e gomas) insolúveis: celulose, hemicelulose e lignina – não atuam sobre a colesterolemia, saciedade Passo 3 - OPÇÕES TERAPÊUTICAS BUSCAR TRATAMENTO MAIS ADEQUADO PARA O PACIENTE EM QUESTÃO. Inventário das estratégias terapêuticas (medicamentosas E não medicamentosas); seleção de grupos de fármacos utilizados no tratamento específico; conhecer as drogas disponíveis: mecanismos de ação e efeitos colaterais mais freqüentes. Os critérios: EFICÁCIA, SEGURANÇA, APLICABILIDADE, CUSTO. CLASSIFICAÇÃO POR FENÓTIPO Fredrickson NEJM,1967 TIPO DEFEITO CONSEQÜÊNCIA I Falha de formação/síntese de Apo CII LLP não ativada TGL exógeno, soro cremoso, TGL 1500mg/dl IIa Ausência total ou parcial de receptor LDL ou defeitos genéticos que impedem função exclusivo de Chl (CT) CT 240 mg/dl IIb simultâneo de CT e TGL ambos entre 250-500 III Expressão genética modificada da Apo E Incapacidade de metabolização das IDLs simultâneo de CT e TG (1:1) 300 mg/dl IV síntese de VLDL com ou sem incapacidade para sua metabolização (poligênica ou familiar) isolado de TGL 300 V Deficiência de atividade da LLP Aumento da síntese de VLDL TGL1500 (exógeno e endógeno) Síntese hepática de colesterol LPL ou LLP: lipase lipoproteica. HL = LH: lipase hepática: transforma IDL em LDL. LCAT (lecitin colesterol acetyltransferase) ou ACAT (acil-colesterol-acil transferase): esterifica o Chl livre (FC) através de AG disponível, armazenando-o sob a forma de Chl-éster (CE) CETP (cholesteryl ester transfer protein): proteína de transferência de colesterol – transfere éster de colesterol do HDL para outras lipoproteínas (transporte reverso). LDL: Papel aterogênico HDL: papel anti-aterogênico Monócito INIBIÇÃO DA EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO LDL Molécula de adesão Lúmen arterial Endotélio LDL INIBIÇÃO DA OXIDAÇÃO DA LDL Citocinas LDLox Macrófago TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL Íntima Células espumosas Classes de agentes hipolipemiantes 1. AÇÃO no METABOLISMO ENDÓGENO • 1.1. Inibidor da HMG-CoA redutase REDUTORES de Triglicerídeos • 1.2. Ácidos graxos ômega 3 • 1.3. Niacina ou ácido nicotínico • 1.4. Derivados do ácido fíbrico 2. AÇÃO no METABOLISMO EXÓGENO das LP • • • • 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. Resinas seqüestrantes de ácidos biliares Fitosteróis Inibidor da Absorção de colesterol: ezetimiba Orlistate 1. AÇÃO no METABOLISMO ENDÓGENO 1.1 Inibidores da HMG-CoA redutase = ESTATINAS estatinas foram isoladas de um fungo, Penicillium citrinum, e identificadas como inibitores da biosíntese de colesterol em 1976 por Endo e col. Brown e Goldstein constataram que agem inibendo a HMG-CoA redutase. A 1a estatina estudada em humanos foi a compactin, renomeada mevastatin, que demonstrou o potencial terapêutico desta classe de drogas. OBS. similaridade na sua estrutura com a HMG-CoA, permite que as estatinas possam se ligar, de maneira reversível com a enzima HMG-CoA redutase, impedindo a seqüência de formação do colesterol. Mudanças na estrutura das estatinas sintéticas têm propiciado aumento da eficácia na interação com a enzima, como a maior formação de pontes de hidrogênio, além de modificações da sua lipossolubilidade. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 Diminuição comparativa do LDL com as doses disponíveis de estatinas * * Sugestão de leitura: Cap. 18. Fármacos hipolipidêmicos e aterosclerose BRODY, Farmacologia Humana. 4ª Ed. Elsevier, Editora, 2006 Porque os pacientes que aderem ao tratamento não atingem as metas ? –6% –6% 20 mg Estatina 10 mg 0 10 20 30 40 –6% 40 mg 80 mg 50 60 % redução do LDL-C “regra dos 6%” Stein E Eur Heart J Suppl 2001;3(suppl E):E11–E16. Mecanismos de ação das estatinas: 1. Inibição da síntese hepática de colesterol (enzima HMG-CoA redutase); 2. Isto resulta no aumento da remoção hepática do LDL circulante mediada por receptor de LDL. reduzem os TGs pelo aumento da expressão de LDL = remoção de lipoproteínas ricas em triglicérides do plasma. elevam HDL por: estímulo à síntese de apo AI, ABCA1 e ABCG1 e inibição da síntese de CETP e do substrato para a troca de triglicérides por colesterol éster via CETP, as lipoproteínas VLDL, IDL e LDL. outros efeitos = pleiotrópicos: 1. 2. 3. 4. 5. melhora da função endotelial; diminuição da inflamação da placa aterosclerótica; diminuição da oxidação da LDL; melhora da celularidade das placas ateroscleróticas e equilíbrio na coagulação sangüínea. Revista Colombiana de Cardiología. Septiembre/Octubre 2005 Fonte: www.scielo.org.co Revista Colombiana de Cardiología, set/2005 Parâmetros farmacocinéticos das estatinas * * * 10-80 10-80 20-80 10-80 Rev. Bras. Med., 55, 1/2, 1998 AUC: area under the curve * 20-40 Farmacocinética das estatinas Acta Cardiol Sin. 2016 Nov;32(6):631-639.Review. BRODY, Farmacologia Humana. 4ª Ed. Elsevier, Editora, 2006 (ES) e Atorva • O fígado biotransforma todas as ES, e mais de 70% dos metabólitos são excretados pelo fígado eliminação fecal. extensa captação hepática de primeira passagem. • Biodisponibilidade (ES e metabólitos): 5% a 30% . • A inibição por outras drogas do transportador de ES (Ator, pra, e rosuva) para dentro dos hepatócitos e a inibição ou indução do CYP3A4 por uma variedade de fármacos interações indesejáveis. Qual o melhor horário para usar estatinas? Aspectos práticos da farmacocinética da sinvastatina metabolizada pela isoenzima 3A4 do citocromo P450, mas não exerce atividade inibitória sobre ela. Inibidores potentes da CIP3A4 aumentam o risco de miopatia por reduzirem sua eliminação. sofre amplo metabolismo de primeira passagem no fígado, principal local para sua ação, com subseqüente excreção na bile. A exposição sistêmica à forma ativa é inferior a 5% da dose oral; destes, 95% estão ligados às proteínas plasmáticas. insuficiência renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min), deve-se avaliar cuidadosamente o uso de doses maiores do que 10 mg/dia. Por quanto tempo usar estatinas? “Uma vez estabelecido o tratamento este deverá ser seguido por tempo indeterminado.” “Os efeitos adversos são raros durante tratamento com estatinas. Os mais graves, como hepatite, miosite e rabdomiólise, são observados ainda mais raramente”. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 SEGURANÇA Quais os cuidados com seu uso? SEGURANÇA Efeitos colaterais são raros com estatinas. a miopatia é o mais comum pode surgir em semanas ou anos após o início do tratamento. possui um amplo espectro clínico, varia de mialgia com ou sem elevação da creatinoquinase (CK) até a rabdomiólise. Nos estudos clínicos, a incidência de miopatia é muito baixa (0,1% a 0,2%) e não está relacionada com a dose. # Na prática, há elevação da CK em cerca de 3%. De forma geral, queixas musculares ocorrem em cerca de 10% dos pacientes que tomam estatinas. Essa diferença de incidência pode resultar da maior frequência de comorbidades e de terapias múltiplas na prática clínica quando em comparação com os ensaios terapêuticos. Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 # A deficiência de vitamina D parece aumentar o risco de sintomas musculares. Atenção para sua reposição. (Goodman) monitorização cuidadosa em pacientes que apresentarem dor muscular e ou aumento de CK de 3 a 7 X o limite superior da normalidade. As vastatinas devem ser suspensas ocorra um ou mais dos seguintes critérios: 1. aumento progressivo da CK; 2. aumento da CK acima de 10 vezes o LSN 3. ou persistência dos sintomas musculares. Nestas situações, após normalização do distúrbio que levou à suspensão, a mesma estatina com dose menor pode ser reiniciada ou outra estatina pode ser tentada. Arquivos Brasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 “As vastatinas podem causar miopatia. Incidência baixa (< 1%) quando não há associação de drogas que aumentam o risco (fibratos, niacina etc.).” “A miopatia é causada por aumento da inibição da síntese de esterol do músculo esquelético. Christians, 1998” em Goodman, 10º Ed. 2003 “A rabdomiólise é uma síndrome caracterizada por lesão e lise muscular grave, resultando em liberação da mioglobina com conseqüente mioglobinúria. Além da mioglobina são liberadas grande variedade de enzimas (aldolase, CK e alanina transferase), creatinina, potássio e outros componentes celulares, levando à insuficiência renal, arritmias cardíacas e óbito”. Bellosta, Circulation, 2004. SEGURANÇA Toxicidade hepática é muito rara, (1% apresentam aumentos das transaminases superiores a 3 X o limite superior ao normal), e essa elevação frequentemente diminui, mesmo sem interrupção da terapia. A dosagem de transaminases só é aconselhada 6 a 12 sem. após introdução ou aumento de dose das estatinas. A suspensão temporária é aconselhada com elevações superiores a três vezes o valor de referência, e a suspensão definitiva, em casos com infecção hepática ativa ou disfunção hepática grave. • As elevações estáveis das transaminases ou da CK em pacientes sem evidência de doenças agudas e sem queixas, como frequentemente observado na esteatose hepática, não constituem contraindicação para o início de estatina. Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 São evidências de hepatotoxicidade: icterícia, hepatomegalia, aumento de bilirrubina direta e do tempo de protrombina. Na ausência de obstrução biliar, a dosagem da bilirrubina direta é mais acurada que a simples dosagem das transaminases para identificação e avaliação prognóstica de hepatotoxicidade. Nos casos com identificação objetiva de hepatotoxicidade, ou seja dois ou mais dos referidos sinais, recomenda-se a suspensão da estatina e pesquisa da etiologia. Em pacientes assintomáticos, A elevação isolada de 1 a 3 vezes o LSN (limite superior do normal) das transaminases não justifica a suspensão do tratamento com estatina. Caso ocorra, um novo exame deverá ser feito para confirmação e elevação isolada e superior a 3 vezes do LSN outras etiologias avaliadas. Arquivos Brasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 acompanhamento: “não há indicação para medições rotineiras de ALT e creatinoquinase em patientes usando estatinas a menos que desenvolvam sintomas”. Estatinas não são contraindicadas em patientes com elevações leves a moderadas de ALT devido a esteatose hepática , hepatite C crônica, ou cirrose biliar primária.” Canadian Journal of Cardiology, Dyslipidemia Guidelines Update 2012 Message From: FDA MedWatch [email protected] Date: 02/28/2012 Subject: FDA MedWatch - Statin Drugs - Drug Safety Communication: Class Labeling Change Statin Drugs - Drug Safety Communication: Class Labeling Change ISSUE: FDA has approved important safety label changes for the class of cholesterol-lowering drugs known as statins. The changes include removal of routine monitoring of liver enzymes from drug labels. Information about the potential for generally non-serious and reversible cognitive side effects and reports of increased blood sugar and glycosylated hemoglobin (HbA1c) levels has been added to the statin labels. The lovastatin label has been extensively updated with new contraindications and dose limitations when it is taken with certain medicines that can increase the risk for muscle injury. BACKGROUND: Statins are a class of prescription drugs used together with diet and exercise to reduce blood levels of lowdensity lipoprotein (LDL) cholesterol (“bad cholesterol”). Marketed as single-ingredient products, including Lipitor (atorvastatin), Lescol (fluvastatin), Mevacor (lovastatin), Altoprev (lovastatin extended-release), Livalo (pitavastatin), Pravachol (pravastatin), Crestor (rosuvastatin), and Zocor (simvastatin). Also marketed as combination products, including Advicor (lovastatin/niacin extended-release), Simcor (simvastatin/niacin extended-release),and Vytorin (simvastatin/ezetimibe). RECOMMENDATION: Healthcare professionals should perform liver enzyme tests before initiating statin therapy in patients and as clinically indicated thereafter. If serious liver injury with clinical symptoms and/or hyperbilirubinemia or jaundice occurs during treatment, therapy should be interrupted. If an alternate etiology is not found, the statin should not be restarted. Healthcare professionals should follow the recommendations in the lovastatin label regarding drugs that may increase the risk of myopathy/rhabdomyolysis when used with lovastatin. Healthcare professionals and patients are encouraged to report adverse events or side effects related to the use of these products to the FDA's MedWatch Safety Information and Adverse Event Reporting Program: Complete and submit the report Online: www.fda.gov/MedWatch/report.htm Read the MedWatch safety alert, including links to the Recal lNotice and Firm Correction Letter, at: http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProducts/ucm Estatinas para grupos especiais: Crianças: Algumas estatinas foram aprovadas para crianças com hipercolesterolemia familiar heterozigota. Atorva-, lova- e sinvastatina são indicadas para > 11 anos. Pravastatina está aprovada para > 8 anos. Gestantes: contra-indicadas! Nutrizes: evitar. Goodman, 2010 Interações medicamentosas da sinvastatina • Ciclosporina; • Antifúngicos (ex. itra- e ceto-conazol); • Derivados do ácido fíbrico (como a genfibrozila e o benzafibrato); • eritromicina e claritromicina; • Inibidores da protease do HIV (tais como indinavir, nelfinavir, ritonavir e saquinavir); • nefazodona (antidepressivo); • Amiodarona; • Verapamil ou diltiazem; (nife- e anlodipina ?) • Altas doses (=1 g/dia) de niacina ou ácido nicotínico. • varfarina. fonte: bula do Zocor Interações medicamentosas da sinvastatina TERAPIA CONCOMITANTE... com ciclosporina, com genfibrozila, outros fibratos (exceto feno-) ou niacina (=1g/dia), a dose de SINVA não deve ser maior do que 10 mg/dia. com amiodarona ou verapamil, não usar mais do que 20 mg/dia. Atenção para interações: FDA reminds of simvastatin-amiodarone rhabdomyolysis risk The US Food and Drug Administration has issued an alert notifying of the risk for rhabdomyolysis when simvastatin is combined with amiodarone. US Food and Drug Administration 2008 Message From: U.S. Food & Drug Administration (FDA) <[email protected]> Date: MAR/02/2012 Subject: Drug Information Update- Drug Safety Communication: Interactions between certain HIV or HCV drugs and cholesterol-lowering statin drugs can increase the risk of muscle injury The U.S. Food and Drug Administration (FDA) is issuing updated recommendations concerning drug-drug interactions between drugs for human immunodeficiency virus (HIV) or hepatitis C virus (HCV) known as protease inhibitors and certain cholesterol-lowering drugs known as statins. Protease inhibitors and statins taken together may raise the blood levels of statins and increase the risk for muscle injury (myopathy). The most serious form of myopathy, called rhabdomyolysis, can damage the kidneys and lead to kidney failure, which can be fatal. The labels for both the HIV protease inhibitors and the affected statins have been updated to contain consistent information about the drug-drug interactions. These labels also have been updated to include dosing recommendations for those statins that may safely be co-administered with HIV or HCV protease inhibitors. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 Interações de drogas genfibrozila + cerivastatina 0,2 mg rabdomiólise insuficiência renal morte Casos MARCANTES de Interações genfibrozila + cerivastatina rabdomiólise insuficiência renal morte Perfil farmacocinético Fenofibrate/simvastatin fixed-dose combination in treatment of mixed dyslipidemia Vascular Health and Risk Management 2017:13 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 Oryza sativa fermentado por Monascus purpureus MEDICAMENTO FITOTERÁPICO Inibidor da HMG-CoA redutase Monaless® Cápsulas embalagem com 30 e 60 cápsulas. USO ORAL 600mg de Extrato Seco de Oryza sativa fermentado por Monascus purpureus, apresenta 0,4 a 0,6% de monacolin K. Nomenclatura botânica: Monascus purpureus Nome popular: red yeast rice Família: Monascaceae Nomenclatura botânica: Oryza sativa Nome popular: arroz Família: Poaceae Em 26 02 2012 1ª escolha para hipercolesterolemia: Estatinas (= Inibidores da HMG-CoA redutase) caso não alcance metas, possibilidade de associação com: Ezetimiba # Fitosteróis Resinas seqüestrantes de ácidos biliares Orlistate redutores de Triglicerídeos Fibratos # (derivados do ácido fíbrico) Ácidos graxos ômega 3 Niacina ou ácido nicotínico # são associações mais usuais ESC/EAS Guidelines, 2016