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A UTILIZAÇÃO DA DIDÁTICA NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Cristiane Vitalina Alves1
Silvana do Socorro Silva2
Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre algumas questões relacionadas
à teoria e a prática, com as políticas educacionais e com sua repercussão na sala de aula e a
sua prática pedagógica no contexto contemporâneo educacional. Apresentaremos sua
organização e algumas ferramentas que irão auxiliar na construção e desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem do conhecimento no ensino superior.
Palavras-chave: Teoria; Prática; Didática; Métodos; Reflexão.
Abstract
This article aims to present reflections on some issues related to the theory and practice, with
the educational policies and their impact in the classroom and their teaching practice in the
contemporary context of education. We will present the organization and some tools that will
assist in the construction and development of teaching-learning process of knowledge in
higher education.
Key-words: Theory, Practice, Didacticism, Methods, Reflections.
___________________________
1
Orientadora acadêmica no curso de Especialização à distância (UFG/CEPAE). Mestranda em Educação,
Especialista em Sociologia e Educação, Graduada em Letras e Graduanda em Pedagogia. E-mail:
[email protected]
2
Docentea da Sociedade de Educação e Cultura de Goiânia, Mestranda em Educação,
Especialista Administração Estratégica em Marketing, Graduada em Administração de
Empresas e Pedagogia. E-mail: [email protected]
2
1 - Introdução
Quando indagados sobre o que esperam da Didática, os docentes são unânimes em
afirmar as técnicas de ensinar, mesmo porque, de uma forma ou de outra, aprenderam a
ensinar com sua experiência e com seus modelos de docentes dos quais foram discentes. O
que evoluiu no campo da didática para alterar essa expectativa? A didática pode ajudar aos
discentes a melhorar seu aproveitamento escolar? O que um docente precisa conhecer de
didática que o direcionar a melhoria de seu aproveitamento escolar?
Em nosso mundo globalizado, com vários recursos tecnológicos a disposição, se torna
possível com uso da didática a possibilidade de se ministrar aulas mais dinâmica, e isso exige
do educador mais flexibilidade e necessidade constante de se manter atualizado. Alguns
pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente recentes, mas
foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados a partir de um
processo contínuo de ponderar sobre a sua prática, pois cada ação precede uma reflexão que o
oriente a uma nova ação, “reflexão-ação-reflexão”.
A didática é uma expressão pedagógica da razão instrumental. Sua utilização é imensa e de
profunda importância, pois sem ela nossos meios escolhidos para a prática de sala de aula
poderiam, simplesmente, não serem os melhores caminhos disponíveis para o ensinar e se
aprender e, então, estaríamos fazendo da educação não a melhor opção de educação possível.
Depende da área onde os saberes são, em última instância, normas, regras, disposições,
caminhos e/ou métodos.
Em suma, o essencial da didática está vinculado no ensino que medeia por meio de:
objetivos, conteúdos, métodos, formas de organização do ensino centralizada na relação
cognitiva discente-matéria (aprendizagem). O mundo está em constante evolução, algumas
mais simples outras mais complexas, mas são as mudanças que inspiram outras mudanças. É
um processo lento, contínuo e de difícil aceitação, pois as pessoas ainda continuam muito
resistentes a essas transformações que são inevitáveis e que precisam acontecer para que a
humanidade não fique estagnada. Graças a essas mudanças é que as idéias e convicções se
atualizam, adaptam-se as contingências do mercado, proporcionadas pelo processo de
globalização que transforma a competitividade em oportunidade de negócios.
Por isso as Faculdades e Universidades têm a responsabilidade de formar profissionais
habilitados no exercício de suas atribuições para garantir o progresso da nação respeitando a
individualidade de cada curso, pois os cursos de graduação têm o papel fundamental no
desenvolvimento de um país, assim como existem as profissões que se preocupam com a
diligência dos empreendimentos, outros se dedicam aos cuidados da população, cada um com
sua atividade mais todas trabalhando de modo cooperativo, integrado e interligado,
comprometidos com objetivo mútuo, o crescimento econômico que gera a qualidade de vida.
Nesta disciplina examinaremos e discutiremos a relação entre a teoria e prática,
procedimentos de ensino, conceito de didática e a relação de didática e o trabalho do docente.
Dessa forma, propõem-se formas de melhoria na educação utilizando os mais variados
recursos e aplicando metodologias inovadoras. Assim, torna-se oportuna a discussão sobre as
formas de lidar com os novos tempos e, portanto, emergir o discurso sobre a qualidade de
ensino nas escolas, atentando para a ascensão no nível de educação de toda população e
detectando os fatores que possam atender às novas exigências educativas que a própria vida
cotidiana impõe de maneira crescente no meio social.
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Neste sentido, um dos instrumentos imprescindíveis para uma formação geral e que
possibilite cidadãos críticos, autônomos e atuantes, nesta sociedade em constante mutação,
seriam a prática de didáticas e metodologias variadas que promova, de maneira direta ou
indireta, uma reflexão sobre o contexto educacional em que estão inseridas, observando bem o
perfil dos docentes e estudantes que temos em nossas escolas, quais as suas expectativas diante
da realidade, o que esperam do futuro.
Assim, como fazer para que todos compreendam a dimensão e a complexidade e se
comprometam na formação de profissionais/cidadãos em um mundo em transformações? De
que forma estruturar a matriz curricular dos cursos de graduação para contribuir na
constituição desse processo desenvolvendo tanto o lado pessoal como o profissional? Qual a
metodologia adequada para essa realidade?
No intuito de encontrar respostas para os questionamentos, o artigo se apoiará nos estudos e
pesquisas sobre o tema Metodologia de Aprendizagem baseada em Problemas (ABP) no
Ensino Superior.
● Oferecer subsídios teóricos e metodológicos acerca da didática e metodologia no
processo educacional.
● Proporcionar uma reflexão sobre o essencial da didática e dos métodos de ensino,
bem como suas implicações para o desenvolvimento cognitivo e crítico do discente.
● Conscientizar sobre a importância do conhecimento da didática e dos métodos.
● Apresentar meios para motivação e orientação para os docentes no processo de
ensino-aprendizagem.
É focando na Educação que se pretende encontrar melhores caminhos para a
construção e formação de uma sociedade mais humanizada e comprometida com o bem
comum entre as pessoas desafiando os paradigmas formados em um sistema capitalista que
nos prepara para o individual, pautado nos valores materiais e o imediatismo.
Segundo Freire, “A prática educacional não é o único caminho à transformação social
necessário à conquista dos direitos humanos. Contudo acredito que sem ela, jamais haverá
transformação social” (Freire e Freire apud Behrens, 2001, P.36.)
1.2 – Conceitos de didática
A didática diz respeito ao método ou conjunto de metodologias, usadas pelo docente
para transmitir conhecimentos de forma eficaz na tentativa de auxiliá-lo frente ao processo
ensino-aprendizagem. Outra forma de conceituação de didática é uma forma de agir e pensar,
ideologicamente definida, que se manifesta no comportamento dos docentes dentro da prática
educativa, bem como em todos os momentos de sua vida.
Mauro Laeng diz que “a pesquisa didática deve adaptar os métodos e as técnicas de
maneira a obter o máximo resultado com o mínimo de esforço (principio comeniano da
Didática magna), tendo em conta quer os requisitos objetivos da matéria de ensino e da sua
lógica interna quer as capacidades subjetivas do discente e da sua psicologia”. Direcionado ao
ensino, que é o objeto da Didática, Laeng explica que, “o estudo predominante do ensino
caracterizou, sobretudo a didática do passado, dominada, até certo ponto, pela figura central
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do docente; na didática contemporânea cedeu o lugar a uma nova projeção do aspecto
correlativo da aprendizagem”.
Podemos, então, ressaltar que o ensinar e aprender são como as duas faces de uma
mesma moeda. Como Haidt cita, “ensinar e aprender são como as duas faces de uma moeda”
(1994, p.13), tanto o docente ensina aprendendo, como os discentes aprendem ensinando.
A didática não pode tratar do ensino, por parte do docente, sem considerar simultaneamente a
aprendizagem, por parte do discente. O estudo da dimensão da aprendizagem é essencial para
uma Didática que tem como preceito básico não a passividade, mas sim a atividade da
criança. A partir deste pressuposto, podemos afirmar que a Didática é o estudo do processo de
ensino e aprendizagem, e nesse contexto ela da ênfase a relação docente-discente.
O estudo desta matéria oferece suporte ao docente para que desenvolva aulas
dinâmicas e criativas, e ao mesmo tempo o estimula para estar sempre em contato com a
pesquisa e o estudo, pois quanto mais ele se aprofundar nos procedimentos didáticos mais o
tornará confiante e seguro diante dos discentes em sala de aula.
O papel do docente é de grande responsabilidade cabe a ele desenvolver o ato de
ensinar, educar e instruir os discentes, para que mais tarde com o passar dos anos os mesmos
consigam obter êxito em sua vida pessoal e profissional.
1.3 – Relações entre teoria e prática
A didática, como um processo por demais complexo e dinâmico que, no seu contexto
prático, trava multidimensionalmente, uma relação humana, técnica e político-social.
Permitindo assim, uma análise crítica mais precisa de todo o processo ensino-aprendizagem
numa visão mais global da realidade. Na relação de teorizar e praticar as ações educativas
não deve existir uma separação, e sim, unir para que se constitua a práxis educativa.
Ressaltando que, teoria e prática possuem uma identidade própria, se relacionam mutuamente.
A teoria é compreendida dentro da visão de uma tomada de consciência da prática na
busca da transformação da realidade. Surge no contexto da prática e retorna-se numa relação
de simultaneidade e reciprocidade e não opositiva a prática. A prática, que é a geradora do
conhecimento, se vê completa de elementos teóricos que se constituem a partir das
necessidades humanas diante as situações variadas. Podemos afirmar que o processo de
ensinar e aprender não se separam e representam em um único momento a prática educativa
pedagógica.
1.4 – A didática e o trabalho dos docentes
Após definirmos o conceito de didática, que auxilia o docente na direção e orientação
das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo a ele mais segurança na prática docente
como um mediador que supera práticas tradicionais ou espontaneístas. A didática irá mediar à
relação entre o discente e o objeto do conhecimento propiciando condições favoráveis de
transformação das relações que o discente mantém sobre o conhecimento.
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Segundo D Ávila (2000), “a relação com o saber é, portanto duplamente mediatizada;
uma mediação de ordem cognitiva (onde o desejo desejado é reconhecido pelo outro) e outra
de natureza didática que torna o saber desejável ao sujeito”. Na condução do processo
aprendizagem de seus discentes, o docente pode utilizar algumas normas didáticas que podem
nortear o seu trabalho. São elas:
a) Incentivar sempre a participação dos discentes, criando condições para que eles se
mantenham numa atitude reflexiva;
b) Aproveitar as experiências anteriores dos discentes, para que eles possam associar
os novos conteúdos assimilados às suas vivencias significativas;
c) Adequar o conteúdo e a linguagem ao nível de desenvolvimento cognitivo da
classe;
d) Oferecer ao discente oportunidade de transferir e aplicar o conhecimento aprendido
a casos concretos e particulares, nas mais variadas situações;
e) Verificar constantemente, por intermédio da avaliação contínua, se o discente
assimilou e compreendeu o conteúdo desenvolvido.
Em suma, o docente deve ter perante a didática uma atitude crítica refletindo sobre a
melhor forma de ajudar seus discentes no processo da reconstrução do conhecimento
assegurando uma aprendizagem de seus discentes mais significativa sobre a eficiência de sua
ação didática numa prática pedagógica repensada pela reflexão contínua
O processo educativo, além do ambiente e das relações sociais envolve, outros dois
lados: o docente e o discente. Ambos se constroem e se relacionam, na medida em que o
docente proporciona ao discente todo este desenvolvimento, o enfrentamento do mundo e os
saberes adquiridos, ao mesmo tempo o docente também está recebendo, isto é uma troca entre
o ensino e a aprendizagem.
Para Libâneo, o ensino “é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e
transformação progressiva das capacidades intelectuais dos discentes em direção ao domínio
dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação” (1994, p.79). A atividade primordial do
docente é assegurar a unidade didática entre o ensino e aprendizagem. O docente executa a
sua tarefa planejando, controlando e dirigindo o processo de ensino, e ao mesmo tempo
estimula, motiva para que o discente em suas atividades adquira a aprendizagem.
1.5 – Procedimentos de ensino
Os procedimentos de ensino são meios (métodos) técnicos (didáticos) utilizados para
facilitar o processo de reconstrução do conhecimento por parte do discente. Os critérios
básicos para a seleção dos métodos ou técnicas de ensino são: A adequação aos objetivos
propostos para o processo educacional; a natureza do conhecimento a ser reconstruído pelo
discente e o tipo de aprendizagem a se realizar; as características dos discentes (faixa etária,
nível de maturidade e desenvolvimento mental, grau de interesse e suas expectativas de
aprendizagem); as condições físicas e recursos didáticos existentes e o tempo disponível.
Neste procedimento de ensino, o docente deve estar sempre atento para oferecer aos
discentes situações que lhes permitam comparar, estabelecer relações, classificar, ordenar,
situar no tempo e no espaço, analisar, induzir, deduzir, sintetizar, conceituar, provar e
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justificar. Essa questão dos procedimentos de ensino e apresentada por Pistrak (1981, p. 30),
em seu livro “Fundamentos da escola do trabalho”:
O objetivo fundamental da reeducação, ou simplesmente, da educação do docente,
não é absolutamente fornecer-lhe um conjunto de indicações práticas, mas armá-lo
de modo que ele próprio seja capaz de criar um bom método, baseando-se numa
teoria sólida de pedagogia social: o objetivo é empurrá-lo no caminho desta criação.
Enfim, cabe ao docente mediador orientar o discente para que vivencie situações nas
quais possa operar mentalmente, construído o conhecimento através de processos didáticos e
métodos de ensino visando à consecução dos objetivos propostos para o processo
educacional.
A atividade primordial do docente é assegurar a unidade didática entre o ensino e
aprendizagem. O docente executa a sua tarefa planejando, controlando e dirigindo o processo
de ensino, e ao mesmo tempo estimula, motiva para que o discente em suas atividades adquira
a aprendizagem.
Por isso, segundo Libâneo, as funções que o ensino desempenha são:
1) Ordenar e organizar os conteúdos que serão transmitidos aos discentes e este o
receberão subjetivamente, pois depende de relação entre o que ele já sabe com o que
ele irá aprendendo. Depende de sua experiência, de sua “bagagem” que traz para a
escola.
2) Auxiliar os discentes para que ele possa escolher dentre várias possibilidades dada
pelo docente, como a melhor maneira de estudar, de sanar as dificuldades, enfim o que
será melhor para ele, no sentido que a sua aprendizagem seja adquirida e que a sua
atitude seja de forma autônoma e independente.
3) Conduzir e dominar a atividade docente e ter bem claro os objetivos propostos para
que a aprendizagem seja alcançada.
O discente para adquirir a aprendizagem, necessário que o docente conduza muito bem
o processo de ensino, ele precisa estar atento como os discentes aprendem, em quais
condições alguns fatores influenciam. Além do ambiente escolar a aprendizagem se pratica
em qualquer lugar, por qualquer pessoa, por isso deve-se aprender desde o momento em que
nascemos até o final da vida.
Sendo assim, os novos conhecimentos se tornam um desafio e as conquistas do dia-adia vão se formando gradativamente a personalidade do discente, e está aprendizagem não é
imposta, e nem depende do quer de outra pessoa, segundo Libâneo,
a aprendizagem é a assimilação ativa de conhecimentos e de operações mentais, para
compreendê-los e aplicá-los consciente e autonomamente. A aprendizagem é forma
do conhecimento humano – relação cognitiva entre discente e matéria de estudo –
desenvolvendo-se sob condições específicas do processo de ensino. O ensino não
existe por si mesmo, mas na relação com a aprendizagem (1994, p. 91).
A educação, o ensino e a aprendizagem podem ser analisados de duas maneiras: a
casual e a intencional. A casual é aquele que em qualquer instante, sem mais sem menos, a
aprendizagem ocorre. Seja através de uma experiência, de um exemplo, enfim era algo que
aconteceu sem que tivesse um objetivo específico, uma intenção. Simplesmente aconteceu.
A Intencional, maneira que faz parte do nosso estudo, acontece quando se tem uma
intenção específica, é planejado com antecedência, por exemplo, dentro do ambiente escolar,
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os conteúdos são selecionados entre tantos e são repassados para os discentes de forma que
estes compreendam os reais objetivos, os por quês, para que neste momento se faz a
aprendizagem.
A aprendizagem propiciada nas instituições formais de ensino, que são as escolas,
ocorre com fundamentação na pedagogia que é um “conjunto sistemático de conceitos e
princípios que constituem a Teoria da Educação” (PENTEADO, 1979, p. 1). E ainda, a
didática – como uma das disciplinas da pedagogia – se preocupa com os conteúdos, os
métodos para a construção do conhecimento.
Segundo Libâneo, o ensino visa “estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo
de aprendizagem dos discentes” e, além disso, atribui ao ensino à tarefa fundamental de
assegurar a difusão e o domínio dos conhecimentos sistematizados legados pela
humanidade. Daí que uma de suas tarefas básicas sejam a seleção e organização do
conteúdo de ensino e dos métodos apropriados, a serem trabalhados num processo
organizado na sala de aula (1994, p.90).
Para Haidt (1994, p. 12), ensinar “é a atividade pelo qual o docente, através de
métodos adequados, orienta a aprendizagem dos discentes”. Então o ensino trata de um
conjunto de atos, recursos e situações para a concretização da instrução. E por falar em
instrução, segundo Libâneo esta é referente “ao processo e ao resultado da assimilação sólida
de conhecimentos sistematizados e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas. O núcleo
da instrução são os conteúdos das matérias” (1994, p.53).
O ensino planeja, organiza, dirige e avalia a atividade didática, concretizando as
atividades da instrução que são aquelas que se refere ao intelectual, o domínio de algum
conteúdo específico, o fazer. E finalmente, educar que corresponde, conforme Libâneo
menciona, é
toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação de
traços de personalidade social e do caráter, implicando uma concepção de mundo,
ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais,
políticas, princípios de ação frente a situações reais e desafios da vida prática (1994,
p. 22).
Para o bom desempenho destas técnicas o docente precisará estar atento às atitudes dos
discentes, para que eles possam participar de forma coletiva e se por acaso perceber que
alguns não se envolvem por estarem desinteressados ou desmotivados, o docente deverá
sondar o motivo pelo quais os discentes não estão participando.
Segundo Masetto, “tecnologia educacional em educação é muito importante desde que
venha como instrumento colaborativo das atividades de aprendizagem” (2003, p. 89). E por
fim questiona Masetto sobre as técnicas: “o que se espera do docente com relação às
técnicas?” (2003, p. 89).
Para responder esta pergunta vale a pena à reflexão, pois muitas pessoas podem vê-lo,
apenas como aplicador de técnicas. O professor para nós é um educador e como tal
tem clareza dos objetivos educacionais que se pretendem com seus alunos. É
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também o profissional da aprendizagem enquanto se responsabiliza pela gestão das
situações da aprendizagem” (idem ibdem 2003, p.89).
A importância de cada técnica é para que os discentes aprendam de forma lúdica o conteúdo
que está sendo ministrado durante as aulas.
Criatividade na Didática/Métodos
↔
Tradicionalismo na Didática/Métodos
1.6 - Conceitos e definições da Metodologia de Aprendizagem baseada em
Problemas (ABP).
A motivação para a escolha dessa metodologia foi devido a sua origem nas escolas
brasileiras, pois todos sabiam da importância de reorganizar e a estruturação da matriz
curricular, mas como não era possível as mudanças, alguns docentes sentiram a necessidade
de amenizar os desafios encontrados na aprendizagem dos discentes e no crescimento
profissional dos docentes, ambos estavam encontrando dificuldades em suas atividade. Como
fazer os discentes compreenderem e assimilassem o conteúdo ministrado e ao mesmo tempo
ocasionar aos docentes incentivo de sempre buscar conteúdos novos para os discentes e
enriquecer suas aulas? Veja o ciclo que se forma: docentes motivados, incentivam os
discentes a aprender, aprendendo e gostando dessa atividade exigem do docente mais
conhecimentos, mais domínio de conteúdo.
Docente apresenta
conteúdo novo
Exigem novos
desafios
busca
Estimulam os
discentes na
de respostas
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Para que isso ocorra à adequação da realidade, mudanças terão que ocorrer desde a
metodologia até a seleção de conteúdos e atividades. Behrens afirma sobre a metodologia
A metodologia, a opção metodológica, precisa vir assentada em novos pressupostos,
que, nesse momento histórico, parecem indicar forte tendência para uma abordagem
progressista (com relações dialogadas, trabalho coletivo, discussões criticas e
reflexivas) aliada ao ensino com pesquisa (visando à investigação para a produção
de conhecimento), que contemple uma visão holística (resgate o ser humano como
um todo, considere o homem em suas inteligências múltiplas, leve à formação de um
profissional humano, ético e competente, alicerçada numa tecnologia inovadora
(com utilização de recursos informatizados e bibliográficos inovadores). (2005,
p.67).
Nesta visão, possibilitará:
O aluno universitário precisa pesquisar e acessar informações ininterruptamente,
pois com o avanço das ciências, o processo de produção do conhecimento torna-se
acelerado e qualquer pessoa que não tenha o hábito de estar alerta a inovações e
mudanças tende a abrir espaços para profissionais que sejam mais estudiosos,
astutos e criativos. (2005, p.67)
O docente (docente) como qualquer outro profissional precisa mostrar para a
sociedade a importância de seu trabalho e os benefícios que promovem no desenvolvimento
de um país, pois esta profissão envolve uma atuação exemplar, não se trata só gerir o mundo
dos negócios, vai muito além da área empresarial, e essencial que antes de exercer esta
profissão ele saiba gerencia a sua própria vida pessoal. O mercado cada vez mais globalizado
e tecnológico requer profissionais equilibrados e harmoniosos, que saibam planejar, dirigir,
controlar, delegar, assim, são tarefas de um administrador.
Assim, este projeto pretende contribuir na qualificação do acadêmico em
administração proporcionando a ele todo um período no qual terão a oportunidade de
vivenciar a buscar de informações que muitas vezes deparam com a burocracia de algum
órgão, falta de profissionalismo, dados insuficientes para tomadas de decisões, precisam
passar pelos desafios de trabalhar em grupo, gerenciar conflitos, improdutividade, retrabalho,
enfim, situações reais do cotidiano.
Essa combinação entre a prática e teoria é um exercício para o desenvolvimento de
profissionais habilitados e cidadãos comprometidos e responsáveis com suas obrigações, por
uma sociedade melhor.
Diante do que foi exposta, a didática é uma disciplina que orienta o agir do docente
para que as aulas se tornem um espaço, não só de ensino-aprendizagem, mas também um
momento político de socialização e formação do educando, por excelência, e do educador,
numa perspectiva freireana. Nesta concepção a instituição pode ser um lugar agradável no
qual todos se interagem no processo ensino-aprendizagem, um colaborando com o outro para
que possam desenvolver suas potencialidades tornando-se cidadão consciente em seu papel
social e trabalhando juntos para a construção da cidadania.
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A utilização adequada da didática possibilita ao docente a garantia de realização de um
bom trabalho, tem a certeza que contribuirá para o desenvolvimento unilateral dos discentes e
o auxiliará em sua construção pessoal e este contribuirá para a construção do coletivo. A
aplicação da didática não é algo para se fazer aleatoriamente, ou por modismo. É um trabalho
que exige rigor teórico metodológico que demanda tempo e recursos, muitas vezes não
disponíveis para parte dos docentes. Entretanto, é imprescindível a superação de tal desafio,
pois o resultado deste empenho pode ser traduzido numa formação satisfatória tanto para o
estudante como para docentes.
A tarefa do docente é aproveitar a oportunidade dada pela disciplina didática para se
aprofundar nas técnicas e teorias que estão a sua disposição. Basta estar disposto a estudar e
pesquisar. Para poder educar as novas gerações,
todas as sociedades de todas as épocas responderam antes a esta pergunta: qual é o
ideal de homem a ser formado? Portanto, amanhã, antes de entrar na sala de aula,
defina para você mesmo o ideal de ser humano que pretende formar: o homemmáquina, cujos lemas são viver para ganhar e levar vantagem em tudo, ou homemgente, que sente o sangue correndo nas veias, capaz de ver, ouvir e sentir o mundo
que o rodeia e do qual faz parte, que vive e deixa os outros viverem, e cujo lema é
simplesmente ser. Cada educador carrega sobre os ombros a responsabilidade desta
escolha (HAIDT, 1994, p. 27).
Ensinar é uma realização social e pessoal que exige planejamento com objetivos
claros, acompanhamento e avaliação, portanto, “antes de entrar em sua sala de aula, caro
educador, pense bem nisso: o que você quer que seus discentes se tornem?” (HAIDT, 1994, p.
26), verifique o que realmente você quer, pois está também em suas mãos a formação deste
indivíduo que estará sentado em uma das carteiras de sua sala, de olhos atentos observando o
que fala e age.
O entendimento desse texto favorece a construção de uma proposta de ensinoaprendizagem coletiva e assumida pelo grupo (docente/discente). Todo e qualquer trabalho
educativo precisa ter um grupo fundador que o sustente. Isso é uma tarefa árdua quando
envolve interesses e concepções diferentes. Apresentar as possibilidades de melhorar o ensino
assegurando o princípio da autonomia na especificidade didática de um planejamento
minucioso e flexível, na adoção de linguagens diversificadas, de metodologias interativas, de
acompanhamento individualizado e processos avaliativos contextualizados, de modo a terem
clareza sobre a ligação entre a didática e o conteúdo específico ministrado. Em relação ao
docente, este deve manter um estilo de docente-mediador na função de mediar à relação
cognitiva dos conhecimentos entre o discente e a matéria de estudo.
Fica-se então uma preocupação: o docente pode utilizar os mais variados
procedimentos de ensino e oferecer a seus discentes as mais diversas experiências de
aprendizagem. No entanto, existem dois princípios pedagógicos fundamentais que devem ser
postos em prática, independentemente dos procedimentos adotados. São eles: se o discente
puder construir o objeto do ensino por meio de sua atividade mental e se o ensino partir das
experiências, vivencias e conhecimentos anteriores dos discentes. Parti daí, a compreensão do
desenvolvimento do trabalho pelo docente em mediar à lógica do processo de ensino e a do
processo de aprender.
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REFERÊNCIAS
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