A UTILIZAÇÃO DA DIDÁTICA NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Cristiane Vitalina Alves1 Silvana do Socorro Silva2 Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre algumas questões relacionadas à teoria e a prática, com as políticas educacionais e com sua repercussão na sala de aula e a sua prática pedagógica no contexto contemporâneo educacional. Apresentaremos sua organização e algumas ferramentas que irão auxiliar na construção e desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do conhecimento no ensino superior. Palavras-chave: Teoria; Prática; Didática; Métodos; Reflexão. Abstract This article aims to present reflections on some issues related to the theory and practice, with the educational policies and their impact in the classroom and their teaching practice in the contemporary context of education. We will present the organization and some tools that will assist in the construction and development of teaching-learning process of knowledge in higher education. Key-words: Theory, Practice, Didacticism, Methods, Reflections. ___________________________ 1 Orientadora acadêmica no curso de Especialização à distância (UFG/CEPAE). Mestranda em Educação, Especialista em Sociologia e Educação, Graduada em Letras e Graduanda em Pedagogia. E-mail: [email protected] 2 Docentea da Sociedade de Educação e Cultura de Goiânia, Mestranda em Educação, Especialista Administração Estratégica em Marketing, Graduada em Administração de Empresas e Pedagogia. E-mail: [email protected] 2 1 - Introdução Quando indagados sobre o que esperam da Didática, os docentes são unânimes em afirmar as técnicas de ensinar, mesmo porque, de uma forma ou de outra, aprenderam a ensinar com sua experiência e com seus modelos de docentes dos quais foram discentes. O que evoluiu no campo da didática para alterar essa expectativa? A didática pode ajudar aos discentes a melhorar seu aproveitamento escolar? O que um docente precisa conhecer de didática que o direcionar a melhoria de seu aproveitamento escolar? Em nosso mundo globalizado, com vários recursos tecnológicos a disposição, se torna possível com uso da didática a possibilidade de se ministrar aulas mais dinâmica, e isso exige do educador mais flexibilidade e necessidade constante de se manter atualizado. Alguns pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados a partir de um processo contínuo de ponderar sobre a sua prática, pois cada ação precede uma reflexão que o oriente a uma nova ação, “reflexão-ação-reflexão”. A didática é uma expressão pedagógica da razão instrumental. Sua utilização é imensa e de profunda importância, pois sem ela nossos meios escolhidos para a prática de sala de aula poderiam, simplesmente, não serem os melhores caminhos disponíveis para o ensinar e se aprender e, então, estaríamos fazendo da educação não a melhor opção de educação possível. Depende da área onde os saberes são, em última instância, normas, regras, disposições, caminhos e/ou métodos. Em suma, o essencial da didática está vinculado no ensino que medeia por meio de: objetivos, conteúdos, métodos, formas de organização do ensino centralizada na relação cognitiva discente-matéria (aprendizagem). O mundo está em constante evolução, algumas mais simples outras mais complexas, mas são as mudanças que inspiram outras mudanças. É um processo lento, contínuo e de difícil aceitação, pois as pessoas ainda continuam muito resistentes a essas transformações que são inevitáveis e que precisam acontecer para que a humanidade não fique estagnada. Graças a essas mudanças é que as idéias e convicções se atualizam, adaptam-se as contingências do mercado, proporcionadas pelo processo de globalização que transforma a competitividade em oportunidade de negócios. Por isso as Faculdades e Universidades têm a responsabilidade de formar profissionais habilitados no exercício de suas atribuições para garantir o progresso da nação respeitando a individualidade de cada curso, pois os cursos de graduação têm o papel fundamental no desenvolvimento de um país, assim como existem as profissões que se preocupam com a diligência dos empreendimentos, outros se dedicam aos cuidados da população, cada um com sua atividade mais todas trabalhando de modo cooperativo, integrado e interligado, comprometidos com objetivo mútuo, o crescimento econômico que gera a qualidade de vida. Nesta disciplina examinaremos e discutiremos a relação entre a teoria e prática, procedimentos de ensino, conceito de didática e a relação de didática e o trabalho do docente. Dessa forma, propõem-se formas de melhoria na educação utilizando os mais variados recursos e aplicando metodologias inovadoras. Assim, torna-se oportuna a discussão sobre as formas de lidar com os novos tempos e, portanto, emergir o discurso sobre a qualidade de ensino nas escolas, atentando para a ascensão no nível de educação de toda população e detectando os fatores que possam atender às novas exigências educativas que a própria vida cotidiana impõe de maneira crescente no meio social. 3 Neste sentido, um dos instrumentos imprescindíveis para uma formação geral e que possibilite cidadãos críticos, autônomos e atuantes, nesta sociedade em constante mutação, seriam a prática de didáticas e metodologias variadas que promova, de maneira direta ou indireta, uma reflexão sobre o contexto educacional em que estão inseridas, observando bem o perfil dos docentes e estudantes que temos em nossas escolas, quais as suas expectativas diante da realidade, o que esperam do futuro. Assim, como fazer para que todos compreendam a dimensão e a complexidade e se comprometam na formação de profissionais/cidadãos em um mundo em transformações? De que forma estruturar a matriz curricular dos cursos de graduação para contribuir na constituição desse processo desenvolvendo tanto o lado pessoal como o profissional? Qual a metodologia adequada para essa realidade? No intuito de encontrar respostas para os questionamentos, o artigo se apoiará nos estudos e pesquisas sobre o tema Metodologia de Aprendizagem baseada em Problemas (ABP) no Ensino Superior. ● Oferecer subsídios teóricos e metodológicos acerca da didática e metodologia no processo educacional. ● Proporcionar uma reflexão sobre o essencial da didática e dos métodos de ensino, bem como suas implicações para o desenvolvimento cognitivo e crítico do discente. ● Conscientizar sobre a importância do conhecimento da didática e dos métodos. ● Apresentar meios para motivação e orientação para os docentes no processo de ensino-aprendizagem. É focando na Educação que se pretende encontrar melhores caminhos para a construção e formação de uma sociedade mais humanizada e comprometida com o bem comum entre as pessoas desafiando os paradigmas formados em um sistema capitalista que nos prepara para o individual, pautado nos valores materiais e o imediatismo. Segundo Freire, “A prática educacional não é o único caminho à transformação social necessário à conquista dos direitos humanos. Contudo acredito que sem ela, jamais haverá transformação social” (Freire e Freire apud Behrens, 2001, P.36.) 1.2 – Conceitos de didática A didática diz respeito ao método ou conjunto de metodologias, usadas pelo docente para transmitir conhecimentos de forma eficaz na tentativa de auxiliá-lo frente ao processo ensino-aprendizagem. Outra forma de conceituação de didática é uma forma de agir e pensar, ideologicamente definida, que se manifesta no comportamento dos docentes dentro da prática educativa, bem como em todos os momentos de sua vida. Mauro Laeng diz que “a pesquisa didática deve adaptar os métodos e as técnicas de maneira a obter o máximo resultado com o mínimo de esforço (principio comeniano da Didática magna), tendo em conta quer os requisitos objetivos da matéria de ensino e da sua lógica interna quer as capacidades subjetivas do discente e da sua psicologia”. Direcionado ao ensino, que é o objeto da Didática, Laeng explica que, “o estudo predominante do ensino caracterizou, sobretudo a didática do passado, dominada, até certo ponto, pela figura central 4 do docente; na didática contemporânea cedeu o lugar a uma nova projeção do aspecto correlativo da aprendizagem”. Podemos, então, ressaltar que o ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. Como Haidt cita, “ensinar e aprender são como as duas faces de uma moeda” (1994, p.13), tanto o docente ensina aprendendo, como os discentes aprendem ensinando. A didática não pode tratar do ensino, por parte do docente, sem considerar simultaneamente a aprendizagem, por parte do discente. O estudo da dimensão da aprendizagem é essencial para uma Didática que tem como preceito básico não a passividade, mas sim a atividade da criança. A partir deste pressuposto, podemos afirmar que a Didática é o estudo do processo de ensino e aprendizagem, e nesse contexto ela da ênfase a relação docente-discente. O estudo desta matéria oferece suporte ao docente para que desenvolva aulas dinâmicas e criativas, e ao mesmo tempo o estimula para estar sempre em contato com a pesquisa e o estudo, pois quanto mais ele se aprofundar nos procedimentos didáticos mais o tornará confiante e seguro diante dos discentes em sala de aula. O papel do docente é de grande responsabilidade cabe a ele desenvolver o ato de ensinar, educar e instruir os discentes, para que mais tarde com o passar dos anos os mesmos consigam obter êxito em sua vida pessoal e profissional. 1.3 – Relações entre teoria e prática A didática, como um processo por demais complexo e dinâmico que, no seu contexto prático, trava multidimensionalmente, uma relação humana, técnica e político-social. Permitindo assim, uma análise crítica mais precisa de todo o processo ensino-aprendizagem numa visão mais global da realidade. Na relação de teorizar e praticar as ações educativas não deve existir uma separação, e sim, unir para que se constitua a práxis educativa. Ressaltando que, teoria e prática possuem uma identidade própria, se relacionam mutuamente. A teoria é compreendida dentro da visão de uma tomada de consciência da prática na busca da transformação da realidade. Surge no contexto da prática e retorna-se numa relação de simultaneidade e reciprocidade e não opositiva a prática. A prática, que é a geradora do conhecimento, se vê completa de elementos teóricos que se constituem a partir das necessidades humanas diante as situações variadas. Podemos afirmar que o processo de ensinar e aprender não se separam e representam em um único momento a prática educativa pedagógica. 1.4 – A didática e o trabalho dos docentes Após definirmos o conceito de didática, que auxilia o docente na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo a ele mais segurança na prática docente como um mediador que supera práticas tradicionais ou espontaneístas. A didática irá mediar à relação entre o discente e o objeto do conhecimento propiciando condições favoráveis de transformação das relações que o discente mantém sobre o conhecimento. 5 Segundo D Ávila (2000), “a relação com o saber é, portanto duplamente mediatizada; uma mediação de ordem cognitiva (onde o desejo desejado é reconhecido pelo outro) e outra de natureza didática que torna o saber desejável ao sujeito”. Na condução do processo aprendizagem de seus discentes, o docente pode utilizar algumas normas didáticas que podem nortear o seu trabalho. São elas: a) Incentivar sempre a participação dos discentes, criando condições para que eles se mantenham numa atitude reflexiva; b) Aproveitar as experiências anteriores dos discentes, para que eles possam associar os novos conteúdos assimilados às suas vivencias significativas; c) Adequar o conteúdo e a linguagem ao nível de desenvolvimento cognitivo da classe; d) Oferecer ao discente oportunidade de transferir e aplicar o conhecimento aprendido a casos concretos e particulares, nas mais variadas situações; e) Verificar constantemente, por intermédio da avaliação contínua, se o discente assimilou e compreendeu o conteúdo desenvolvido. Em suma, o docente deve ter perante a didática uma atitude crítica refletindo sobre a melhor forma de ajudar seus discentes no processo da reconstrução do conhecimento assegurando uma aprendizagem de seus discentes mais significativa sobre a eficiência de sua ação didática numa prática pedagógica repensada pela reflexão contínua O processo educativo, além do ambiente e das relações sociais envolve, outros dois lados: o docente e o discente. Ambos se constroem e se relacionam, na medida em que o docente proporciona ao discente todo este desenvolvimento, o enfrentamento do mundo e os saberes adquiridos, ao mesmo tempo o docente também está recebendo, isto é uma troca entre o ensino e a aprendizagem. Para Libâneo, o ensino “é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos discentes em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação” (1994, p.79). A atividade primordial do docente é assegurar a unidade didática entre o ensino e aprendizagem. O docente executa a sua tarefa planejando, controlando e dirigindo o processo de ensino, e ao mesmo tempo estimula, motiva para que o discente em suas atividades adquira a aprendizagem. 1.5 – Procedimentos de ensino Os procedimentos de ensino são meios (métodos) técnicos (didáticos) utilizados para facilitar o processo de reconstrução do conhecimento por parte do discente. Os critérios básicos para a seleção dos métodos ou técnicas de ensino são: A adequação aos objetivos propostos para o processo educacional; a natureza do conhecimento a ser reconstruído pelo discente e o tipo de aprendizagem a se realizar; as características dos discentes (faixa etária, nível de maturidade e desenvolvimento mental, grau de interesse e suas expectativas de aprendizagem); as condições físicas e recursos didáticos existentes e o tempo disponível. Neste procedimento de ensino, o docente deve estar sempre atento para oferecer aos discentes situações que lhes permitam comparar, estabelecer relações, classificar, ordenar, situar no tempo e no espaço, analisar, induzir, deduzir, sintetizar, conceituar, provar e 6 justificar. Essa questão dos procedimentos de ensino e apresentada por Pistrak (1981, p. 30), em seu livro “Fundamentos da escola do trabalho”: O objetivo fundamental da reeducação, ou simplesmente, da educação do docente, não é absolutamente fornecer-lhe um conjunto de indicações práticas, mas armá-lo de modo que ele próprio seja capaz de criar um bom método, baseando-se numa teoria sólida de pedagogia social: o objetivo é empurrá-lo no caminho desta criação. Enfim, cabe ao docente mediador orientar o discente para que vivencie situações nas quais possa operar mentalmente, construído o conhecimento através de processos didáticos e métodos de ensino visando à consecução dos objetivos propostos para o processo educacional. A atividade primordial do docente é assegurar a unidade didática entre o ensino e aprendizagem. O docente executa a sua tarefa planejando, controlando e dirigindo o processo de ensino, e ao mesmo tempo estimula, motiva para que o discente em suas atividades adquira a aprendizagem. Por isso, segundo Libâneo, as funções que o ensino desempenha são: 1) Ordenar e organizar os conteúdos que serão transmitidos aos discentes e este o receberão subjetivamente, pois depende de relação entre o que ele já sabe com o que ele irá aprendendo. Depende de sua experiência, de sua “bagagem” que traz para a escola. 2) Auxiliar os discentes para que ele possa escolher dentre várias possibilidades dada pelo docente, como a melhor maneira de estudar, de sanar as dificuldades, enfim o que será melhor para ele, no sentido que a sua aprendizagem seja adquirida e que a sua atitude seja de forma autônoma e independente. 3) Conduzir e dominar a atividade docente e ter bem claro os objetivos propostos para que a aprendizagem seja alcançada. O discente para adquirir a aprendizagem, necessário que o docente conduza muito bem o processo de ensino, ele precisa estar atento como os discentes aprendem, em quais condições alguns fatores influenciam. Além do ambiente escolar a aprendizagem se pratica em qualquer lugar, por qualquer pessoa, por isso deve-se aprender desde o momento em que nascemos até o final da vida. Sendo assim, os novos conhecimentos se tornam um desafio e as conquistas do dia-adia vão se formando gradativamente a personalidade do discente, e está aprendizagem não é imposta, e nem depende do quer de outra pessoa, segundo Libâneo, a aprendizagem é a assimilação ativa de conhecimentos e de operações mentais, para compreendê-los e aplicá-los consciente e autonomamente. A aprendizagem é forma do conhecimento humano – relação cognitiva entre discente e matéria de estudo – desenvolvendo-se sob condições específicas do processo de ensino. O ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a aprendizagem (1994, p. 91). A educação, o ensino e a aprendizagem podem ser analisados de duas maneiras: a casual e a intencional. A casual é aquele que em qualquer instante, sem mais sem menos, a aprendizagem ocorre. Seja através de uma experiência, de um exemplo, enfim era algo que aconteceu sem que tivesse um objetivo específico, uma intenção. Simplesmente aconteceu. A Intencional, maneira que faz parte do nosso estudo, acontece quando se tem uma intenção específica, é planejado com antecedência, por exemplo, dentro do ambiente escolar, 7 os conteúdos são selecionados entre tantos e são repassados para os discentes de forma que estes compreendam os reais objetivos, os por quês, para que neste momento se faz a aprendizagem. A aprendizagem propiciada nas instituições formais de ensino, que são as escolas, ocorre com fundamentação na pedagogia que é um “conjunto sistemático de conceitos e princípios que constituem a Teoria da Educação” (PENTEADO, 1979, p. 1). E ainda, a didática – como uma das disciplinas da pedagogia – se preocupa com os conteúdos, os métodos para a construção do conhecimento. Segundo Libâneo, o ensino visa “estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de aprendizagem dos discentes” e, além disso, atribui ao ensino à tarefa fundamental de assegurar a difusão e o domínio dos conhecimentos sistematizados legados pela humanidade. Daí que uma de suas tarefas básicas sejam a seleção e organização do conteúdo de ensino e dos métodos apropriados, a serem trabalhados num processo organizado na sala de aula (1994, p.90). Para Haidt (1994, p. 12), ensinar “é a atividade pelo qual o docente, através de métodos adequados, orienta a aprendizagem dos discentes”. Então o ensino trata de um conjunto de atos, recursos e situações para a concretização da instrução. E por falar em instrução, segundo Libâneo esta é referente “ao processo e ao resultado da assimilação sólida de conhecimentos sistematizados e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas. O núcleo da instrução são os conteúdos das matérias” (1994, p.53). O ensino planeja, organiza, dirige e avalia a atividade didática, concretizando as atividades da instrução que são aquelas que se refere ao intelectual, o domínio de algum conteúdo específico, o fazer. E finalmente, educar que corresponde, conforme Libâneo menciona, é toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de ação frente a situações reais e desafios da vida prática (1994, p. 22). Para o bom desempenho destas técnicas o docente precisará estar atento às atitudes dos discentes, para que eles possam participar de forma coletiva e se por acaso perceber que alguns não se envolvem por estarem desinteressados ou desmotivados, o docente deverá sondar o motivo pelo quais os discentes não estão participando. Segundo Masetto, “tecnologia educacional em educação é muito importante desde que venha como instrumento colaborativo das atividades de aprendizagem” (2003, p. 89). E por fim questiona Masetto sobre as técnicas: “o que se espera do docente com relação às técnicas?” (2003, p. 89). Para responder esta pergunta vale a pena à reflexão, pois muitas pessoas podem vê-lo, apenas como aplicador de técnicas. O professor para nós é um educador e como tal tem clareza dos objetivos educacionais que se pretendem com seus alunos. É 8 também o profissional da aprendizagem enquanto se responsabiliza pela gestão das situações da aprendizagem” (idem ibdem 2003, p.89). A importância de cada técnica é para que os discentes aprendam de forma lúdica o conteúdo que está sendo ministrado durante as aulas. Criatividade na Didática/Métodos ↔ Tradicionalismo na Didática/Métodos 1.6 - Conceitos e definições da Metodologia de Aprendizagem baseada em Problemas (ABP). A motivação para a escolha dessa metodologia foi devido a sua origem nas escolas brasileiras, pois todos sabiam da importância de reorganizar e a estruturação da matriz curricular, mas como não era possível as mudanças, alguns docentes sentiram a necessidade de amenizar os desafios encontrados na aprendizagem dos discentes e no crescimento profissional dos docentes, ambos estavam encontrando dificuldades em suas atividade. Como fazer os discentes compreenderem e assimilassem o conteúdo ministrado e ao mesmo tempo ocasionar aos docentes incentivo de sempre buscar conteúdos novos para os discentes e enriquecer suas aulas? Veja o ciclo que se forma: docentes motivados, incentivam os discentes a aprender, aprendendo e gostando dessa atividade exigem do docente mais conhecimentos, mais domínio de conteúdo. Docente apresenta conteúdo novo Exigem novos desafios busca Estimulam os discentes na de respostas 9 Para que isso ocorra à adequação da realidade, mudanças terão que ocorrer desde a metodologia até a seleção de conteúdos e atividades. Behrens afirma sobre a metodologia A metodologia, a opção metodológica, precisa vir assentada em novos pressupostos, que, nesse momento histórico, parecem indicar forte tendência para uma abordagem progressista (com relações dialogadas, trabalho coletivo, discussões criticas e reflexivas) aliada ao ensino com pesquisa (visando à investigação para a produção de conhecimento), que contemple uma visão holística (resgate o ser humano como um todo, considere o homem em suas inteligências múltiplas, leve à formação de um profissional humano, ético e competente, alicerçada numa tecnologia inovadora (com utilização de recursos informatizados e bibliográficos inovadores). (2005, p.67). Nesta visão, possibilitará: O aluno universitário precisa pesquisar e acessar informações ininterruptamente, pois com o avanço das ciências, o processo de produção do conhecimento torna-se acelerado e qualquer pessoa que não tenha o hábito de estar alerta a inovações e mudanças tende a abrir espaços para profissionais que sejam mais estudiosos, astutos e criativos. (2005, p.67) O docente (docente) como qualquer outro profissional precisa mostrar para a sociedade a importância de seu trabalho e os benefícios que promovem no desenvolvimento de um país, pois esta profissão envolve uma atuação exemplar, não se trata só gerir o mundo dos negócios, vai muito além da área empresarial, e essencial que antes de exercer esta profissão ele saiba gerencia a sua própria vida pessoal. O mercado cada vez mais globalizado e tecnológico requer profissionais equilibrados e harmoniosos, que saibam planejar, dirigir, controlar, delegar, assim, são tarefas de um administrador. Assim, este projeto pretende contribuir na qualificação do acadêmico em administração proporcionando a ele todo um período no qual terão a oportunidade de vivenciar a buscar de informações que muitas vezes deparam com a burocracia de algum órgão, falta de profissionalismo, dados insuficientes para tomadas de decisões, precisam passar pelos desafios de trabalhar em grupo, gerenciar conflitos, improdutividade, retrabalho, enfim, situações reais do cotidiano. Essa combinação entre a prática e teoria é um exercício para o desenvolvimento de profissionais habilitados e cidadãos comprometidos e responsáveis com suas obrigações, por uma sociedade melhor. Diante do que foi exposta, a didática é uma disciplina que orienta o agir do docente para que as aulas se tornem um espaço, não só de ensino-aprendizagem, mas também um momento político de socialização e formação do educando, por excelência, e do educador, numa perspectiva freireana. Nesta concepção a instituição pode ser um lugar agradável no qual todos se interagem no processo ensino-aprendizagem, um colaborando com o outro para que possam desenvolver suas potencialidades tornando-se cidadão consciente em seu papel social e trabalhando juntos para a construção da cidadania. 10 A utilização adequada da didática possibilita ao docente a garantia de realização de um bom trabalho, tem a certeza que contribuirá para o desenvolvimento unilateral dos discentes e o auxiliará em sua construção pessoal e este contribuirá para a construção do coletivo. A aplicação da didática não é algo para se fazer aleatoriamente, ou por modismo. É um trabalho que exige rigor teórico metodológico que demanda tempo e recursos, muitas vezes não disponíveis para parte dos docentes. Entretanto, é imprescindível a superação de tal desafio, pois o resultado deste empenho pode ser traduzido numa formação satisfatória tanto para o estudante como para docentes. A tarefa do docente é aproveitar a oportunidade dada pela disciplina didática para se aprofundar nas técnicas e teorias que estão a sua disposição. Basta estar disposto a estudar e pesquisar. Para poder educar as novas gerações, todas as sociedades de todas as épocas responderam antes a esta pergunta: qual é o ideal de homem a ser formado? Portanto, amanhã, antes de entrar na sala de aula, defina para você mesmo o ideal de ser humano que pretende formar: o homemmáquina, cujos lemas são viver para ganhar e levar vantagem em tudo, ou homemgente, que sente o sangue correndo nas veias, capaz de ver, ouvir e sentir o mundo que o rodeia e do qual faz parte, que vive e deixa os outros viverem, e cujo lema é simplesmente ser. Cada educador carrega sobre os ombros a responsabilidade desta escolha (HAIDT, 1994, p. 27). Ensinar é uma realização social e pessoal que exige planejamento com objetivos claros, acompanhamento e avaliação, portanto, “antes de entrar em sua sala de aula, caro educador, pense bem nisso: o que você quer que seus discentes se tornem?” (HAIDT, 1994, p. 26), verifique o que realmente você quer, pois está também em suas mãos a formação deste indivíduo que estará sentado em uma das carteiras de sua sala, de olhos atentos observando o que fala e age. O entendimento desse texto favorece a construção de uma proposta de ensinoaprendizagem coletiva e assumida pelo grupo (docente/discente). Todo e qualquer trabalho educativo precisa ter um grupo fundador que o sustente. Isso é uma tarefa árdua quando envolve interesses e concepções diferentes. Apresentar as possibilidades de melhorar o ensino assegurando o princípio da autonomia na especificidade didática de um planejamento minucioso e flexível, na adoção de linguagens diversificadas, de metodologias interativas, de acompanhamento individualizado e processos avaliativos contextualizados, de modo a terem clareza sobre a ligação entre a didática e o conteúdo específico ministrado. Em relação ao docente, este deve manter um estilo de docente-mediador na função de mediar à relação cognitiva dos conhecimentos entre o discente e a matéria de estudo. Fica-se então uma preocupação: o docente pode utilizar os mais variados procedimentos de ensino e oferecer a seus discentes as mais diversas experiências de aprendizagem. No entanto, existem dois princípios pedagógicos fundamentais que devem ser postos em prática, independentemente dos procedimentos adotados. São eles: se o discente puder construir o objeto do ensino por meio de sua atividade mental e se o ensino partir das experiências, vivencias e conhecimentos anteriores dos discentes. Parti daí, a compreensão do desenvolvimento do trabalho pelo docente em mediar à lógica do processo de ensino e a do processo de aprender. 11 REFERÊNCIAS ARAUJO, Maria Célia. Didática no cotidiano: da família, da empresa, da escola: uma visão cibernética da arte de educar. 3ª ed. São Paulo: Pancast, 2000. BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia da problematização. Londrina: UEL, 1998. CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 1ª Ed. 3ª reimpressão, 2009. HAYDT, Regina Célia Cazaux, Curso de Didática Geral. Série Educação. São Paulo: Editora Ática, 1994. HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 20ª ed. Revista, 2003. LAENG, Mauro. Dicionário de pedagogia. Lisboa: Dom Quixote, 1973. LIBÂNEO, José Carlos. 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