Curso de Especialização em Psicoterapia CognitivoComportamental e Análise do Comportamento Fundamentos da Psicoterapia Comportamental Msc. Maria Estela Martins Silva CRP 08/09716 Fundamentos da Psicoterapia Comportamental Até o ano 2000 – Terapia Comportamental Behaviorismo Metodológico ( S Behaviorismo Radical (R Cognitivista-mediacional (S R) S) O R) Behaviorismo Metodológico ( S R) Comportamento Respondente = Reflexo Watson (1878 –1958) Aplicação das leis científicas ao comportamento - Observação de relações ordenadas entre eventos e condições que os determinam (estímulos e respostas) - Objetivo de predição e controle -Método: observação pública e replicável Behaviorismo Metodológico ( S R) - Descartes (séc XVII) – Estátuas nos jardins reais da França Pavlov (1849 –1936) - Explicação fisiológica do comportamento: estímulos incondicionados e condicionados eliciam respostas reflexas -Alguns estímulos foram identificados como causas de algumas respostas e, indevidamente, passou-se a supor que para toda resposta deveria existir um S eliciador correspondente -Hábito (comportamento complexo) pode ser decomposto em unidades simples (reflexos) explicados em termos físicos /fisiológicos (Cartesiano) Behaviorismo Metodológico ( S R) -Eventos privados não são objeto da ciência (impossibilidade de consenso público) (Posição anti-mentalista) COMPORTAMENTO É AJUSTAMENTO REFLEXOFISIOLÓGICO DO ORGANISMO AO AMBIENTE (Abib, 2004) Teoria Cognitivista-Mediacional ( S O R) Tolman (1886 -1959) – Behaviorismo Intencional Comportamento é molar, com propriedades imanentes que emergem de eventos e estados fisiológicos: direcionalidade (intenção) efetividade, docilidade (cognição) - Variáveis intervenientes COMPORTAMENTO É instrumentos conceituais AJUSTAMENTO INTENCIONAL- COGNITIVO DO ORGANISMO AO AMBIENTE, EXPLICÁVEL PELA MENTE. (Abib, 2004) Teoria Cognitivista-Mediacional ( S O R) Beck (1921-) Considerado pai da teoria cognitiva - Modelo cognitivo da depressão – Inventor das Escalas Beck Ellis (1913-2007) – TREC Crenças irracionais Lazarus (1922-2002) – Cognição mudando comportamento Bandura (1925-) - Aprendizagem vicariante Mahoney (1974) – auto-controle cognitivo Meichenbaum (1973) – treinamento auto-instrucional Behaviorismo Radical (R S) B. F. Skinner (1904-1990) Comportamento Operante é aquele que produz conseqüências e é reforçado pelas conseqüências que produz. Modelo de Seleção por Conseqüências: (inspirado por Darwin 1809-1820) - selecionam indivíduos, operantes e práticas culturais (teoria transdisciplinar). O comportamento é produto dos 3 níveis de seleção. Teoria Consequencialista - Comportamento é o produto da interação/relação entre organismo e ambiente (não é produto do meio nem inteiramente livre) (Mente não explica o comportamento, é explicada/derivada dele) Ciência do comportamento - Observação de relações ordenadas entre eventos e condições que os determinam - Objetivo de predição e controle - Método experimental Inclusão de eventos privados – uma parte do comportamento é observada apenas pelo próprio indivíduo (“mundo debaixo da pele” e acessada pelo comport. verbal, que segue as mesmas leis do comportamento não verbal e público.) Explicações do comportamento são incompletas se não envolverem antecedentes observáveis do ambiente (Ex: força de vontade, medo do fracasso... Outros comportamentalistas Thorndike (1874 – 1949) Experimentos com pombos – prenúncio do operante (caixa-problema e animais) Hull (1884 - 1952) Variáveis mediacionais neurofisiológicas Potencial de Reação = (Força do hábito x Impulso x Motivação) - Inibição Wolpe (1915 – 1998) Sul africano, inibição recíproca (relaxamento, dessensibilização sistemática e treino de assertividade) Diferenças científicas e filosóficas BM: substancialista fisicalista, teoria molecular C: mentalista, teoria molar, empirista/neo-positivista (verdade) BR: relacionista, contextualista BM = BR: antimentalistas = C: mentalista BR = C: pragmatismo*, teoria molar BR = BM = C: método experimental (*considerar uma idéia como útil e necessária apenas caso ela tenha efeitos práticos e valor funcional. Se nenhuma diferença prática puder ser identificada, então as alternativas significam praticamente a mesma coisa, e a disputa é toda inútil ) Terapia Cognitivocomportamental e Análise do Comportamento TCC – Contempla teoria e técnicas cognitivas e comportamentais (AC), baseadas nas Teorias da Aprendizagem Análise do Comportamento (ou Análise Aplicada do Comportamento) – Aplicação clínica do Behaviorismo Radical Noção de psicopatologia O comportamento é mutável e adaptativo, selecionado por suas conseqüências. O comportamento pode produzir sofrimento para o indivíduo e para a sociedade, e assim ser um problema, não uma doença, por mais bizarro que possa parecer. Etapas do Processo Terapêutico Avaliação inicial Planejamento da intervenção Intervenção Avaliação Follow-up / Seguimento Tempestade de idéias – pontos relevantes A.C: Princípios relevantes do comportamento Resposta – o que um organismo faz Comportamento – relação entre a resposta e o ambiente – interação – entre situação antecedente, resposta e conseqüência. A.C: Princípios relevantes do comportamento Comportamento Reflexo: quando um estímulo produz seguramente uma resposta. O reflexo não é o estímulo nem a resposta, se dá na relação entre eles. Propriedades do reflexo: Limiar: intensidade do s a partir da qual r é eliciada Latência Magnitude Força do reflexo Duração Efeitos da eliciação sucessiva Habituação: ruído - sobressalto Potenciação: choques – guincho do rato Com a passagem do tempo, geralmente o responder volta a níveis prévios (reversível) Condicionamento respondente (Reflexo) SAv(US) + SB(N) R (a resposta reflexa é eliciada) SAv(US) R SB(C) Sinônimo de condicionamento pavloviano: um estímulo anteriormente neutro adquire o poder de eliciar a resposta que originalmente era eliciada por um estímulo incondicionado ao ser pareado a ele várias vezes. Comportamento Operante Thorndike (1898) – Experimentos com caixa-problema “Lei do Efeito” (o efeito da resposta na aprendizagem) - precursor do operante Segundos Gato 12 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Tentativas Uma curva de aprendizagem. Tempo gasto por um gato para escapar de uma caixa-problema, em função das tentativas. (Thorndike, 1898, Figura 1) Skinner - Condicionamento operante – resposta opera sobre o ambiente produzindo conseqüências, que afetam a probabilidade de ocorrência da resposta no futuro. SR R Tríplice contingência: unidade mínima para a compreensão de um comportamento Sd R SR (o estímulo discriminativo ocasiona a resposta, que é emitida na presença do estímulo) Ex: Ao choramingar a criança ganha um biscoito para se distrair ou se consolar. O choramingo aparece com mais frequência. Rchorar S+biscoito Ex: Lavar a louça elimina a cobrança Rlavar S-cobrança Ex: Estudar diminui a preocupação com a prova Restudar S-preocupação A Função do Reforço O sujeito não precisa ter ciência da relação de contingência que está operando, para o reforço exercer a sua função. O efeito reforçador depende de variáveis contextuais. (Exemplo: beijos e abraços) “é possível que não sejamos capazes de relatar tudo sobre os eventos que comprovadamente nos reforçam, ou que façamos um relato que esteja em conflito direto com as observações objetivas; é possível que descrevamos como desagradável um certo tipo de evento que pode ser demonstrado como reforçador.” (Skinner, 1953, p. 91) Reforçamento: Operação na qual são apresentadas conseqüências quando uma resposta ocorre, aumentando sua freqüência. Reforçador: um estímulo que aumenta a freqüência do responder. Pode variar em eficácia dependendo da privação. Reforçador incondicionado: não depende de relação com outros reforçadores para reforçar. Reforçador condicionado: se torna efetivo em virtude de sua relação com outro estímulo reforçador. Reforçador intrínseco/automático: relação natural com a resposta que o produz. Ex: tocar violão por prazer Reforçador extrínseco/arbitrário: relação arbitrária com a resposta que o produz. Ex: sistema de fichas em um jogo Extinção: Suspensão do reforço que retorna o responder a seus níveis anteriores – Portanto efeitos do reforço são temporários – responder é mantido enquanto o reforço continua. 200 respostas 10 minutos Registro cumulativo da extinção da pressão à barra por um rato após reforço alimentar. “O comportamento durante a extinção é o resultado do condicionamento que o precedeu (...) Se apenas algumas respostas foram reforçadas, a extinção ocorre rapidamente. A uma longa história de reforço, segue-se uma extinção procrastinada. A resistência a extinção não pode ser prevista a partir da probabilidade da resposta observada em um dado momento. É preciso conhecer a história de reforçamento.”(Skinner, 1953, p.77) Efeitos da extinção enfraquecimento da resposta efeitos colaterais: frustração e raiva (oscilação cíclica) alterações no responder: aumento inicial da taxa de R, mudanças na topografia e na magnitude da resposta variabilidade No laboratório observamos que a resistência à extinção em humanos é maior do que em infra-humanos. Punição: Operação na qual são apresentadas conseqüências quando uma resposta ocorre, reduzindo sua freqüência. Punidor: Estímulo que reduz a freqüência do responder Características da punição: Suprime um comportamento temporariamente, na presença do agente punidor. É mais efetiva quanto mais intensa e imediata. Depende ainda da força da resposta e da oportunidade de obter o mesmo reforçador com outra resposta. Produz efeitos colaterais. Respostas são reforçadas ou punidas, não organismos Reforço e Punição Reforço: faz a freqüência da resposta aumentar Punição: faz a freqüência da resposta diminuir Reforço positivo: adição de um estímulo ao ambiente (apetitivo), aumentando a resposta Reforço negativo: subtração de um estímulo do ambiente (aversivo), aumentando a resposta Punição Positiva: resposta produz estímulo aversivo Punição Negativa: resposta remove estímulo apetitivo Ética e controle aversivo Existem outras alternativas : R+, extinção (efeitos aparecem mais tardiamente, enquanto efeito da punição é imediato). Existem situações extremas – Ex: agressão e auto-lesão em autistas - análise caso a caso. Crítica à modificação do comportamento em geral: “Nosso comportamento é modificado a todo instante, tanto por contingências naturais como artificiais criadas pelos que estão a nossa volta. Negá-lo não elimina tais contingências, e nossa melhor defesa contra o mau uso das técnicas comportamentais é aprender como elas funcionam.” (Catania, 1999, p.128) Classe de respostas operantes: Respostas pertencem a uma mesma classe quando produzem a mesma conseqüência, ou seja, têm a mesma função. Função x Topografia Ex: chorar respondente ou operante; abrir a janela e pedir que alguém o faça. Operação Estabelecedora: Altera o valor reforçador de um estímulo. Ex. clássico: Privação OE R SR (o comportamento é evocado pela operação estabelecedora) - A operação estabelece S como reforçador. - A operação produz motivação ou impulso. O organismo fica mais ativo. Estímulo discriminativo: Estímulo correlacionado ao reforço, sinaliza a conseqüência de uma resposta Sd R SR (o estímulo discriminativo ocasiona a resposta, que é emitida na presença do estímulo) Modelagem: Reforço diferencial (algumas respostas são reforçadas e outras não) de aproximações sucessivas a uma classe operante alvo. Útil na aprendizagem de uma resposta nova. Modelação: aprendizagem vicariante, apresentação de um modelo a ser imitado. Encadeamento de respostas “Uma sucessão de operantes diferentes, cada uma definida pela conseqüência reforçadora de produzir uma oportunidade de emitir a próxima, até que a seqüência seja terminada por um reforçador” (Catania, 1999, p.142). As respostas são ligadas por um estímulo que exerce uma dupla função (reforçadora para a resposta anterior e discriminativa para a resposta seguinte). Cada elemento é chamado de componentes, elos ou membros. O procedimento para gerá-las deve começar pelo elo final (mais próximo do reforçador) e trabalhar de trás para frente. Exemplo: Correr em uma plataforma, saltar um obstáculo, erguer-se nas patas traseiras e pressionar a barra, quando só então recebe o alimento. Sd R Sd R Sd R SR Esquemas de Reforço Básicos Reforço contínuo – as respostas são reforçadas todas as vezes Reforço intermitente – respostas reforçadas algumas vezes. Esquemas de Intervalo: Intervalo fixo (FI) e variável (VI) Esquemas de Razão: Razão fixa (FR) e variável (VR) Esquemas de Reforço Básicos Os esquemas de razão produzem taxas altas de respostas (quanto maior a taxa de resposta maior a taxa de reforço) e pausas pós-reforço (infra-humanos) Os esquemas de intervalo fixo produzem curvaturas próprias de FI em infra-humanos (pausa e aumento gradual da taxa ao terminar o intervalo e taxas relativamente estáveis em humanos. Esquemas de reforço Nome Abrevia Contingência Comentário Reforço contínuo CRF Uma resposta Fácil extinção Intervalo fixo FI t (s) + uma resposta t constante, gera curvatura de FI Intervalo variável VI t (s) + uma resposta t varia, produz taxa constante Razão fixa FR (n) n respostas n constante, produz pausa pós-reforço, taxas altas Razão variável VR n respostas n variável, produz taxa alta e constante Ref. Diferencial de taxas baixas DRL t (s) sem resposta + 1 resposta Taxa baixa mas previne extinção Ref. Dif. de outro comportamento DRO t (s) sem resposta alvo ou reforço de qualquer outra resposta Reduz taxa da resposta alvo Ref. Dif. de comport. incompatível DRI Reforço de resposta incompatível Reduz a R alvo e reforça a R incomp. Subjetividade Comportamento Encoberto & Eventos Privados Skinner (1995) chamou de “mundo dentro da pele” o que diz respeito às emoções, sentimentos, pensamentos, sensações, percepções, sonhos... Têm mesma natureza que o comportamento público. Sua especificidade única é a acessibilidade. Os sentimentos são comportamentos respondentes (incondicionados ou condicionados) produto de contingências operantes, isto é, são alterações nas condições corporais – como mudanças no ritmo cardíaco, na pressão sanguínea e na freqüência respiratória – eliciadas por estímulos na interação do organismo com o ambiente. O que um indivíduo sente se modifica quando sua interação com o mundo se transforma. Os sentimentos são fundamentais em uma intervenção psicológica, uma vez que fornecem informações preciosas sobre as contingências às quais o indivíduo está submetido. Skinner (1995) resume: “como as pessoas se sentem é freqüentemente tão importante quanto o que elas fazem” (p. 13). As emoções são predisposições que alteram a probabilidade de o indivíduo se comportar de determinada maneira em uma dada situação. Elas envolvem uma grande mudança em todo o repertório comportamental. É fundamental apontar que essa disposição não deve ser entendida como causa do comportamento, uma vez que ela descreve apenas uma probabilidade de ação. Desta forma, os sentimentos (relações respondentes) fazem parte das emoções, mas não se reduzem a elas. “Definimos uma emoção (...) como um estado particular de força ou fraqueza de uma ou mais respostas induzidas por qualquer uma dentre uma classe de operações (p. 166). (...) O homem ‘raivoso’ mostra uma probabilidade aumentada de lutar, insultar ou de algum modo infligir danos e uma probabilidade diminuída de auxiliar, favorecer, confortar ou amar” (Skinner, 1953/1965, p. 162). -Saudade -Confiança -Alegria - Desconfiança - Medo - Tristeza - Ciúme - Dúvida - Ansiedade Comportamento Encoberto & Eventos Privados Eventos Públicos e Privados: Os eventos privados são definidos por Skinner como estímulos e respostas acessíveis de modo direto apenas ao próprio indivíduo a que dizem respeito. Se tornam públicas pelo relato verbal. Aberto x Encoberto: palavra usada por Skinner para referir-se a comportamento privado. Neste caso, foi originalmente aberto (aprendido) e tornou-se encoberto por contingências (sociais) apropriadas – pensamento: comportamento verbal encoberto. Respostas Emocionais STerror Ansiedade Apreensão S+ Cólera Raiva Aborrecimento Prazer Elação Êxtase S+ Alívio Sossego Calma S- (Banaco, 1999, p.140) Experimento de Estes & Skinner (1941) – supressão condicionada Criança hospitalizada UTI - Catania “Durante os períodos seguros, enquanto a luz vermelha estiver ausente, haverá um relaxamento das reações fisiológicas da criança às condições que sinalizam eventos aversivos; será mais provável então a manutenção do comportamento que é seguido por eventos reforçadores... Reduzir a letargia e a “ausência” por parte dela.” (Catania, 1999) Comportamento Verbal Comportamento verbal O comportamento verbal é comportamento operante, mantido por conseqüências mediadas por um ouvinte que foi especialmente treinado pela comunidade verbal para operar como tal. Comportamento verbal Sua classificação é funcional e não estrutural ou gramatical – mando, tato, intraverbal, ecóico, textual) “ Conhecer de maneira completa o que leva a pessoa a falar alguma coisa é entender o significado do que foi dito no seu sentido mais profundo.” (Day apud Kohlemberg & Tsai, 2004) Comportamento verbal Tato: contato do verbal com eventos ambientais. Resposta verbal ocasionada por estímulos discriminativos (descrição do ambiente) SD é específico e o reforçador é condicionado, amplo e geral - “Esta bola é vermelha” “Certo!” Tato de eventos privados: dependem da comunidade verbal para sua origem e manutenção (que precisa dos correlatos públicos que acompanham o evento privado) Mando: operante verbal pelo qual a comunidade verbal é capaz de dar ordens, fazer pedidos, fazer perguntas. O mando especifica seu reforço, enquanto os outros operantes verbais (tato, ecóico, intraverbal, autoclítico...) são relativamente independentes de qualquer operação estabelecedora. OE “Água, por favor!” Mando disfarçado (de tato ou de outro mando) Ex: “Viu meu carro novo?” Tato distorcido – observação pobre, mentira... Ex: Ameaça de suicídio Cochicho – Exemplo de mando disfarçado e tato distorcido Comportamento governado por regras X Comportamento governado por contingências Regra: descrição verbal de uma contingência (usado para contingências generalizadas) Auto-regra: regras emitidas e seguidas pelo próprio sujeito Instrução: descrição verbal de uma contingência específica. Regras são estímulos discriminativos de um tipo especial: elas envolvem o comportamento verbal de uma pessoa, a pessoa que emite a regra Quando vejo um acidente de tráfego mais adiante, com vários carros parados em volta, em geral eu paro o carro, analiso a situação e tomo uma via alternativa para chegar onde pretendo, evitando o local do acidente. A isso se diz controle por contingências naturais. Quando, na mesma situação, eu vejo uma placa de trânsito dizendo "Tráfego interrompido a 500 metros. Utilize o desvio", eu analiso a situação e tomo uma via alternativa para chegar onde pretendo, evitando assim o local onde há problemas. A isso se chama controle do comportamento por regras. A instrução facilita a aquisição de novos comportamentos, principalmente quando são contingências complexas ou envolvem danos importantes. Envolve duas conseqüências: aprovação social por seguir a regra, e a conseqüência própria da contingência descrita pela regra Pode produzir uma redução na sensibilidade comportamental. Experimentos com animais, crianças e adultos. Técnicas Comportamentais Análise Funcional do Comportamento Exposição e prevenção de resposta Relaxamento Dessensibilização sistemática Exposição Interoceptiva (provoca sintomas de ansiedade com exercício físico) Treino de assertividade Treino em Habilidades Sociais Técnica de Solução de Problemas Parada de pensamento Fundamentos da Terapia Cognitiva Terapia Cognitiva Objeto de estudo: Natureza e função da cognição Cognição = processamento de informações, atribuição de significado às coisas. Visão da psicopatologia: predisposição a fazer construções cognitivas falhas Objetivo: Fornecer estratégias capazes de corrigir conceitos (resultado de processos cognitivos) disfuncionais/maladaptativos. Terapia Cognitiva Compreensão da psicologia humana como biopsicossocial, porém focaliza o trabalho sobre os fatores cognitivos da psicopatologia. Método: Testagem empírica (sistema de crenças são testados com relação às suas conseqüências e funcionalidade para a vida do paciente, dentro de contextos específicos). Estrutura/ Organização cognitiva: estável, responsável pelos processos cognitivos que se manifestam em respostas e comportamentos Esquema: os esquemas são as estruturas centrais de formação de significado, se auto-perpetuando e sendo muito resistentes à mudança. Esquema Crença central Crenças intermediárias Pensamentos automáticos Ex: Esquema com tema ligado a rejeição Crenças Centrais: Idéias centrais sobre si mesma, os outros e o mundo. Esquema Ex: “Não sou capaz” Crença central Crenças intermediárias Pensamentos automáticos Crenças Intermediárias: Aplicações da crença central nas situações práticas. Constituem uma forma de reduzir o sofrimento provocado pelas crenças centrais, consistindo basicamente de regras e suposições como “eu devo”, “eu tenho que”, “se...então” Esquema Crença central Crenças intermediárias Pensamentos automáticos Ex: “Eu preciso de alguém pra fazer o trabalho comigo, senão vou passar vexame” Pensamentos Automáticos: mais acessíveis, apesar de pré-conscientes. Produzem emoções e comportamentos desadaptados, são mais perceptíveis. Exemplo: “Este trabalho está uma porcaria!” Esquema Crença central Crenças intermediárias Pensamentos automáticos Terapeuta: Ok, resumindo, você estava estudando tarde ontem à noite e estava revisando suas anotações quando teve o pensamento: “...estas anotações cheiram mal” e se sentiu triste. Paciente: Certo. T: Supondo por um momento que você estivesse certa [...] o que isto significaria pra você? P: que eu não fiz um trabalho realmente bom na aula. T: Se fosse verdade que você não fez um bom trabalho na aula, o que isso significaria? P: Que sou uma aluna incompetente. T: Se você é uma aluna incompetente, o que isso revela sobre você? P: Que eu não sou boa o suficiente. Sou inadequada. (Exemplo de Beck, citado por Falcone in Rangé, 2001) Distorções cognitivas Inferência arbitrária (concluir sem evidências: se... então) Abstração seletiva (“focar só em um aspecto”) Supergeneralização (“se aconteceu uma vez...”) Desqualificação do positivo (“isso não conta...”) Personalização Catastrofização Leitura mental Técnicas Cognitivas Reestruturação cognitiva: Automonitoria de pensamentos Teste de realidade (experimento comportamental) Descoberta guiada: questionamento socrático Reestruturação de memórias antigas por role-play Distanciamento (explicitar e testar) Descentralização (não é o foco de toda atenção) Reatribuição (causas mais objetivas) Descatastrofização (tolerável e temporário) Caso Victor História de reforçamento Exemplos de mando e tato Fuga / Esquiva Punição Regras / Auto-regras Esquema/ crenças / pensamentos automáticos Distorções cognitivas Referências Skinner, B.F. (1995) Questões recentes na análise comportamental. Campinas: Papirus. Skinner, B. F. (1953/1965) Ciência e Comportamento Humano. Falcone, E. (2001). Psicoterapia cognitiva. Em: B. Rangé (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria (pp. 512-552). Porto Alegre: Artmed Editora. Bahls, S. C. & Navolar, A. B. B., (2004). Terapia CognitivoComportamental: conceitos e pressupostos teóricos. Psico UTP on line, n. 04, Curitiba, disponível em www.utp.br/psico.utp.online. Baum, William M. (1999) Compreender o Behaviorismo Ciência, Comportamento e Cultura (M.T.A. Silva, M.A. Matos, G.Y. Tomanari, E.Z. Tourinho) Porto Alegre: Artmed. 290 p. Catania, A. C. (1999) Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artmed. Staats, A. W. & Staats, C. (1978) Comportamento Humano Complexo. EPU/EDUSP (Disponível na BCE da UEM) Obrigada pela atenção!