previna as deformidades da coluna vertebral do seu filho!

Propaganda
Dr. Euclides José Martins Amaral
PREVINA AS DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL DO SEU
FILHO!
:
A importância da detecção precoce das deformidades da coluna na infância e adolescência,
deve-se principalmente ao fato de podermos encontrar até 10% de dependentes de
Bombeiros Militares com alguma patologia de coluna vertebral, tomando como estimativa o
número de 40.000 dependentes nessa faixa etária. O número percentual de ESCOLIOSES
com repercussão patológica situa-se entre 1 a 3 por 1000, acometendo uma população alvo
interna estimada em aproximadamente 100 dependentes. Em relação a ESPONDILOLISTESE,
considerando que a incidência é de 5% para a sexo masculino e 1 a 3% para o sexo
feminino, estimamos o acometimento de 400 a 2.000 jovens. Sendo a prevalência de
CIFOSE DE SCHEUERMANN em torno de 0,4% a 8% da população geral, temos uma faixa de
160 a 3.200 dependentes com esta deformidade. TenCel BM Méd José, ortopedista da 3ª
Policlínica - Niterói.
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA
É uma deformidade tridimensional da coluna vertebral, de causa ainda desconhecida,
caracterizada por um desvio no plano frontal maior que 10º (dez graus).
Histórico:
O termo escoliose é derivado do grego, significa curvatura. Quando usado na literatura,
significa curvatura lateral da coluna.A escoliose foi primeiramente descrita por Hipócrates
que descreveu o mau prognóstico em relação ao seu aparecimento precoce, sem qualquer
distinção quanto ao seu aspecto etiológico. O tratamento consistia em tração horizontal
forçada com apoio.
Hipócrates
apoio
Tração horizontal forçada com
Até o século XV pouco progresso foi feito no tratamento da escoliose, quando Ambroise Paré
(1510-1590) descreveu a escoliose congênita, e tentou conter a progressão da deformidade
do tronco com uma placa metálica anterior e outra posterior, fabricada por armeiros.
Ambroise Paré
anterior e posterior
Placa
metálica
Até o fim do século XIX, o gesso de Paris aplicado como colete circular passou a ser um
método aceito para manter a correção da curvatura. Lewis Sayre em 1870 utilizou a
suspensão vertical e um gesso corporal como forma de tratamento das deformidades
escolióticas do tronco.
Lewis Sayre.
Tração vertical e colocação de colete gessado
A diferenciação entre os diversos tipos de escoliose só foi possível após o advento do Raio-X
em 1895, por Wilhelm Conrad Röentgen.
Em 1914, Russell Hibbs realizou a primeira artrodese, tornando método universal de
tratamento cirúrgico a partir de 1940.
Wilhelm Conrad Röentgen
Russell Hibbs
Em 1946, Blount e Smith desenharam um colete, que além de proporcionar tração vertical,
permite compressão lateral com almofadas. Utilizado inicialmente para o pós-operatório, seu
sucesso na correção do valor angular de curvas escolióticas determinou interesse no seu
aperfeiçoamento, com sucesso comprovado numa percentagem de pacientes selecionados.
Este colete derivou os modernamente utilizados, conhecidos como colete de Milwaukee e
derivados.
PREVALÊNCIA E HISTÓRIA NATURAL
Escoliose idiopática do adolescente
A prevalência da escoliose idiopática em crianças e adolescentes, com curvaturas maiores de
10º, varia de 0,5% a 3%. Entretanto, curvaturas maiores de 30º têm prevalência de 1,5 a 3
por 1000. Entendemos que a curva de menor magnitude é mais freqüente, podendo surgir e
estacionar espontaneamente.
Quanto à distribuição pela faixa etária, existe uma predominância acentuada na escoliose do
adolescente, com 89%, a juvenil com 10,5% e a forma infantil com 0,5%.
Esta é a forma mais comum de escoliose, com incidência de até 2% em adolescentes,
considerando-se curvaturas de 10º ou mais, porém somente 5% destes casos progridem até
30º. Em curvas de pequena magnitude, a distribuição entre meninos e meninas é igual. Já
em curvas com mais de 20º, a incidência é de quatro meninas para um menino, e em curvas
acima de 40º a incidência é de oito para um respectivamente.
Escoliose idiopática do adolescente.
História natural:
Apresenta como fator de mau prognóstico da evolução da escoliose idiopática, a magnitude
da curvatura, que quanto maior no momento da detecção tem pior prognóstico. Maturidade
esquelética baixa, sexo feminino, e a sua presença no período pré-menstrual são agravantes.
Com curvas comparáveis entre o sexo masculino e feminino, o sexo feminino apresenta
progressão 10 vezes maior. No período da pré-adolescência, o organismo humano apresenta
um pico de crescimento rápido, que é crucial para a abordagem terapêutica correta.
O método de rastreamento de escolares, através do teste de inclinação do tronco, utilizado
pela primeira vez 1963, e hoje amplamente difundido nos países mais desenvolvidos,
permitindo a detecção das curvas escolióticas estruturadas, possibilitando o diagnóstico
precoce, e nas curvas progressivas, o controle pelo uso de órteses, com isso reduzindo
significativamente a abordagem cirúrgica.
vertebral.
Teste de inclinação anterior da coluna
O teste será considerado positivo quando houver assimetria da região dorsal ou lombar.
Diagnóstico
O ângulo da curva é usualmente medido pelo método de Cobb, através de exame
radiológico, que consiste numa radiografia panorâmica em posição ortostática, em filme de
31 x 90 cm, nas incidências antero-posterior (AP) e perfil. O primeiro passo é determinar as
vértebras limites da curvatura, sendo a superior a mais alta, cuja superfície superior inclinase para o lado da concavidade, e a inferior é a mais inclinada distalmente para a
concavidade. Traçam-se linhas perpendiculares intersectantes, a partir das superfícies
superior da vértebra proximal e da superfície inferior da vértebra basal da curvatura. O
ângulo formado por essas linhas perpendiculares é o Ângulo de Cobb.
TRATAMENTO DA ESCOLIOSE IDIOPÁTICA
O colete de Milwaukee foi o primeiro método de contenção a ser utilizado em escala mundial,
e permanece em uso até os dias atuais. As órteses de contenção são efetivas para as
curvaturas leves ou moderadas, entre 20 a 45º Cobb, flexíveis, com baixa maturidade
esquelética. Basicamente existem dois modelos básicos de órtese, que são prescritos de
acordo com o nível da doença. O colete cervico-toraco-lombo-sacro para as curvaturas
torácicas altas e baixas, e colete toraco-lombo-sacro, para as curvaturas lombares.
Colete cervico-toraco-lombo-sacro
Se o tratamento com o uso de órteses não detiver a progressão da curva, e esta superar o
valor angular de 50º Cobb, está indicado o tratamento cirúrgico, uma vez que estas curvas
são progressivas, mesmo após o término do crescimento ósseo, podendo determinar
alterações locais e sistêmicas, como disfunção respiratória, cardíaca ou neurológica. O
objetivo do tratamento cirúrgico é a correção parcial da curvatura com fusão óssea rígida ou
artrodese.
metálicos.
Artrodese
combinada
com
implantes
CIFOSE DE SCHEUERMANN
O dorso curvo é uma deformidade da coluna onde a principal característica é o aumento da
cifose torácica. Também conhecida como enfermidade de Scheuermann, foi descrita em
1921 por Holger Scheuermann como uma cifose rígida da coluna torácica ou toracolombar
acometendo adolescentes. De etiologia desconhecida, acomete ambos os sexos de forma
igualitária
QUADRO CLÍNICO
Freqüentemente surge próximo à puberdade, inicialmente visto como um defeito postural, o
que usualmente retarda o diagnóstico. Inicia-se com um aumento da cifose torácica ou
toracolombar, algumas vezes acompanhada de dor não intensa que se agrava com a posição
ortostática ou após esforços físicos. A dor se localiza no ápice da cifose ou na região
lombar.Além da cifose aumentada, os pacientes apresentam hiperlordose lombar, e na
região cervical, uma projeção anterior da cabeça em relação ao tronco. Os músculos da
cintura escapular são hiprotróficos e nota-se um encurtamento dos isquiotibiais, dos flexores
dos quadris.
Tratamento
O tratamento inicial da cifose de Scheuermann é conservador, consistindo de exercícios de
extensão torácica. O uso de colete está recomendado quando a curva exceder 70º no
paciente esqueleticamente imaturo. A cirurgia está recomendada quando a cifose exceder
70º e o paciente estiver sintomático, ou se aparecerem sinais neurológicos.
ESPONDILOLISTESE
Espondilolistese é o termo usado para descrever o escorregamento para frente de um
segmento vertebral superior sobre um segmento inferior, geralmente ocorrendo após um
defeito bilateral da porção interarticular da coluna lombar. A incidência da espondilolistese é
de 5% para a população geral. A incidência em adultos brancos do sexo masculino é de 5 a
6% e no sexo feminino é de 1 a 3%. Em um estudo, a espondilolistese foi encontrada em
47% dos atletas adolescentes que queixam de dor lombar e que fazem hiperextensão
repetitiva, o que causa cisalhamento do elemento posterior.
CLASSIFICAÇÃO DE NEWMAN:
Tipo I - Displasia ou congênita – corresponde a má formação na parte superior do sacro ou
do arco de L5.
Tipo II – Espondilolífica – lesão ao nível da pars interarticulares
Tratamento da espondilolistese congênita e displásica:
O tratamento dependerá em parte do grau dos sintomas presentes: se o deslizamento for
inferior a 25% e com poucos sintomas, o tratamento é conservador, constituído em
exercícios abdominais e coletes lombo sacro. Nos casos rebeldes com dor persistente e se a
deformidade atingir 50% de deslizamento, mesmo sem sintomatologia está indicado o
tratamento cirúrgico.
.
Download