INVESTIGAÇÃO SOBRE OS IMPACTOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA IMAGEM DAS ORGANIZAÇÕES Szieti Ferreira da Silva CASI – Curso de Pós-Graduação em Administração e Sistemas de Informações /UFF Rua São Paulo, 30 - 7º Andar - Sala 722 Campus do Valonguinho - Centro - Niterói - RJ 55 (21) 8118-0962 - [email protected] Andresa Assis de Carvalho Pereira CASI – Curso de Pós-Graduação em Administração e Sistemas de Informações /UFF Rua São Paulo, 30 - 7º Andar - Sala 722 Campus do Valonguinho - Centro - Niterói - RJ 55 (21) 8121-8288 - [email protected] Rafael Lopes de Abreu Mendes de Toledo, M.Sc. CASI – Curso de Pós-Graduação em Administração e Sistemas de Informações /UFF Rua São Paulo, 30 - 7º Andar - Sala 722 Campus do Valonguinho - Centro - Niterói - RJ 55 (21) 8119-0100 – [email protected] RESUMO O tema Responsabilidade Social Corporativa vem tendo exposição muito intensa na mídia. O presente estudo, através da revisão bibliográfica, identifica as partes atingidas pela prática da Responsabilidade Social Corporativa e investiga os casos destacados, na mídia espontânea, de empresas responsáveis socialmente. Buscou-se apresentar os benefícios trazidos para a imagem das organizações que adotam a prática de Responsabilidade Social, do ponto de vista dos consumidores, detendo-se na análise dos impactos, dos tipos ético e discricionário, sendo utilizado o critério de Responsabilidade Social externa. Supõe-se que as organizações responsáveis socialmente possuem uma imagem positiva junto à mídia, que conseqüentemente atinge os clientes, o que reflete em sua escolha de consumo, aumentando o valor agregado da empresa. Esta preferência na hora da compra pode ser ocasionada, porque estes se sentem participantes e responsáveis pelos problemas que ocorrem em seu ambiente. Percebe-se que as corporações procuram na prática da Responsabilidade Social um reforço para sua imagem. Responsabilidade Social Corporativa; Empresas cidadãs; Imagem corporativa ABSTRACT Corporate Social Responsibility has received extensive media coverage lately. This study reviews the literature on corporate social responsibility, identifies the areas affected by this practice and investigates examples of socially responsible companies whose activities have been reported on by spontaneous media. It also seeks to identify the benefits these companies have obtained for their corporate images as a result of their socially responsible practices, from the consumer’s point-of-view, focusing on an impact analysis, of both ethical and discretionary types, and using the external Social Responsibility criterion. Socially responsible companies supposedly project a positive image to the media and this affects customers by influencing their purchase decisions, which, in turn, increases the companies’ added value. This influence occurs because customers feel responsible towards the problems affecting their environment. It has become noticeable that companies adopt socially responsible practices in order to enhance their corporate image. KEY WORDS: Corporate social responsibility; corporate citizenship; corporate image 1 Introdução A Responsabilidade Social Corporativa tem sido um dos assuntos mais discutidos no mundo corporativo, e tem exercido impactos nos objetivos, nas estratégias e na ética das empresas. As empresas sejam elas públicas ou privadas, atuam dentro de um contexto, onde sofrem e causam impactos aos outros entes: consumidores, populações, meio ambiente e também ao planeta como um todo. Deste modo uma ação de uma empresa na África que polua a água irá afetar não só aquele ambiente, mas a todos que entram em contato com aquela água, seja uma criança africana ou uma criança brasileira, que esteja há milhares de quilômetros. Assim, o ambiente em que se vive não é só o que está ao redor, mas todo o planeta e a Responsabilidade Social é um balizador que atua nesta interação. A partir deste pressuposto surgiram novos conceitos que se desenvolveram durante a década de 80 e 90 e que continuam a serem discutidos nos dias de hoje, entre eles está a Responsabilidade Social. Uma organização se relaciona com vários entes, havendo uma troca entre a organização e os entes. Pode-se citar como entes: acionistas, funcionários, fornecedores, consumidor, governo e etc. Cada ente, ao se relacionar com a organização tem necessidades, assim, por exemplo: os acionistas querem lucro, os funcionários desejam salários e benefícios, os fornecedores querem o pagamento por seus serviços e/produtos, o consumidor deseja ser atendido bem com produtos e serviços de qualidade e a preço baixo, o governo recebe os impostos e todos fazem uma troca. No entanto, a organização não tem somente esta responsabilidade, pois ao adquirir um produto o consumidor irá preferir uma empresa que atenda não só a sua necessidade, mas também uma que não polua o ambiente em que ele vive. Deste modo, a Responsabilidade Social está diretamente ligada a imagem que a organização tem perante a sociedade como um todo. Esta interação entre os atores sociais é reforçada pela concepção da Responsabilidade Social segundo o Instituto Ethos, citado por LOURENÇO e SCHRODER (S. n., p. 2): “(...) a questão da Responsabilidade Social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos”. As organizações responsáveis socialmente possuem uma imagem positiva junto à mídia, que conseqüentemente atinge os clientes atuais e potenciais, refletindo em sua escolha de consumo e compra, o que aumenta o valor agregado da empresa. Esta preferência na hora de compra por parte dos consumidores pode ser ocasionada porque estes se sentem participantes e responsáveis pelos problemas que ocorrem em seu ambiente, e comprando de organizações éticas e preocupadas com o sistema em que vivem, os consumidores percebem que contribuem para melhorar a sua vida e dos outros ao seu redor. Deste modo, o tema Responsabilidade Social vem tendo destaque na mídia do Brasil provocando/ocasionando o surgimento de seminários, prêmios, publicações e cursos relacionados a eles. Este trabalho tem como objetivo mostrar os benefícios trazidos para a imagem da empresa que adota a prática de Responsabilidade Social do ponto de vista dos consumidores, através da: revisão bibliográfica, identificação das partes atingidas pela prática da Responsabilidade Social Corporativa e investigação dos casos destacados, na mídia espontânea, de empresas responsáveis socialmente. Desta forma, deteu-se na análise dos impactos, dos tipos ético e discricionário, na imagem das empresas, que adotam a prática de Responsabilidade Social. Para os consumidores (clientes atuais e potenciais), através da mídia e mídia espontânea (exposição da empresa de forma não paga, nos meios de comunicação), para isso adotou-se o critério de Responsabilidade Social externa. 2 Por que a RSC é importante Os debates durante a ECO 92 (encontro internacional sobre o meio ambiente realizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1992) incentivaram o surgimento de ações regulatórias direcionadas aos problemas ambientais, assim como o contexto social de desigualdade e as novas exigências dos consumidores induziram as empresas a criarem projetos de desenvolvimento social e ambiental, visando manter ou ganhar reputação, através da excelência e qualidade de seus processos (qualidade centrada no cliente, focos nos resultados, comprometimento da alta direção, visando de futuro de longo alcance, valorização das pessoas, ação pró-ativa, resposta rápida e aprendizado contínuo e responsabilidade social). Para PELIANO (2000, p. 21):“A mobilização da sociedade somou-se o fato de que a abertura comercial do início da década de 1990 exigiu um enorme esforço para melhorar a competitividade das empresas nacionais, que percebiam sua vulnerabilidade frente à entrada maciça de produtos e serviços importados. Para tanto, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), criado no início de 1990, instituiu, entre outras ações, o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), o qual também tem contribuído para acelerar o envolvimento das empresas na área social. Entre os noves fundamentos que baseiam o mérito da concessão do prêmio, encontra-se a responsabilidade social, considerada um dos critérios de excelência na avaliação das empresas e da incorporação desses fundamentos ao seu sistema de gestão.” Antes da realização da ECO 92, já existia uma preocupação com os impactos ambientais, em decorrência dos resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria Sobre Gerenciamento Ambiental, ocorridas respectivamente em 1984 e 1991. Os impactos ambientais são uma preocupação constante e crescente nas organizações e na sociedade, tendo como principais fatores as normas regulatórias cada vez mais restritivas e a escassez de recursos naturais, porém a RSC ultrapassa os limites da concepção ambiental e filantrópica. Pode-se dizer que a RSC se diferencia de assistencialismo, filantropia e obrigação social. Apesar de alguns autores discordarem desta posição relacionando estes conceitos com as ações sociais implementadas pelas empresas-cidadã. GARAY (2001, p. 7) diferencia RSC de filantropia e assistencialismo: “Responsabilidade social pode ser entendida como a opção dos empresários, conscientemente tomada, de investir estrategicamente no campo social. Difere da filantropia, pois esta representa um tipo de investimento social, por parte dos empresários, associado à caridade ou ao puro assistencialismo.” PELIANO (2001, p.102) diferenciou conceitualmente filantropia e compromisso social como observa-se no quadro a seguir: Tabela 1: Um paralelo entre filantropia e compromisso social subsídio ao debate Um paralelo entre filantropia e compromisso social subsídio ao debate Na filantropia: 1. A motivação são humanitárias No compromisso social: 1. O sentimento é de responsabilidade 2. A participação é reativa e as ações, 2. A participação é pró-ativa e as ações, isoladas mais integradas 3. A relação com o público-alvo é de 3. A relação com o público-alvo é de demandante/doador parceria 4. A ação social é incorporada na cultura 4. A ação social decorre de uma ação da pessoal dos dirigentes empresa e envolve todos os colaboradores 5. Os resultados são pré-estabelecidos e há 5. Os resultados resumem-se à gratificação preocupação com o cumprimento dos pessoal de poder ajudar objetivos propostos 6. Não há preocupação em associar a 6. Busca-se transparência à atuação e imagem da empresa à ação social multiplicar as iniciativas sociais 7. Busca-se complementar a ação do 7. Não há preocupação em relacionar-se ao Estado, numa relação de parceria e Estado controle O estudo do BNDES (Banco Nacional de desenvolvimento econômico e social), Relato Setorial nº 1 (Empresas, Responsabilidade corporativa e investimento social – uma abordagem introdutória) diz:“O conceito de responsabilidade social corporativa (RSC) está associado a um reconhecimento de que as decisões e os resultados das atividades das companhias alcançam um universo de agentes sociais muito mais amplo do que o composto por seus sócios e acionistas (stockeholders). Desta forma, a responsabilidade social corporativa, ou cidadania empresarial, como também é chamada, enfatiza o impacto das atividades das empresas para os agentes com os quais interagem (stakeholders): empregados, fornecedores, clientes, consumidores, colaboradores, investidores, competidores, governos e comunidades. Este conceito expressa compromissos que vão além daqueles já compulsórios para as empresas, tais como o cumprimento das obrigações trabalhistas, tributárias e sociais, da legislação ambiental, de usos de solo e outros. Expressa, assim, a adoção e a difusão de valores, condutas e procedimentos que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, para que também resultem em preservação e melhoria da qualidade de vida das sociedades, do ponto de vista ético, social e ambiental.” (2000, p. 4) A RSC tornou-se tão relevante que foram constituídas associações como o Instituto Ethos e o GIFE (Grupos de Instituto, Fundações e Empresas) e que visam a difusão das ações sociais através de atividades de seminários, congressos, concursos, etc. Deste modo a prática da RSC não implica no abandono dos objetivos econômicos da empresa e dos interesses dos proprietários e/ou acionistas. O retorno virá dentro das normas legais e éticas da sociedade. Em pesquisa realizada pelo IPEA e citada em MELO NETO e FROES (2001), os objetivos das ações sociais das empresas são: Tabela 2: Os resultados dessas ações são animadores, não só para quem recebe como também para empresários e organizações. Satisfação do dono da empresa 61% Melhoria nas condições de vida das comunidades 60% Melhoria na relação empresa/comunidade 29% Melhoria no envolvimento do empregado com a empresa Melhoria na imagem institucional da empresa 24% 22% Fonte: Pesquisa IPEA apud MELO NETO e FROES (2001, p. 167) Podemos observar que a busca da melhora da imagem obteve surpreendentemente 22%, o que caracteriza uma nova fase, em que as ações sociais empresariais enfatizam o retorno social, em detrimento do retorno institucional, sendo uma tendência no exercício da prática da gestão da RSC. Observa-se que a maioria dos projetos sociais desenvolvidos pelas organizações são direcionados a crianças/jovens, à educação, à alimentação, assistência social e à saúde. Este fato está fundamentado na comprovação de que: “A falta de educação, assistência social e demais serviços refletem-se na prática de delitos cometidos por jovens infratores. Na década de 90, na cidade do Rio de Janeiro, o crescimento foi de 109%.” (MELO NETO e FROES, 2001, p. 69-71) 3 A abordagem da RSC MONTANA e CHARNOV (1998) e em DONNELLY, GIBSON e IVANCEVICH (2000) apud LOURENÇO e SCHRODER (S. n., p. 8 ) apresentam três níveis diferentes de abordagem da Responsabilidade Social: obrigação social, reação social e sensibilidade social. Na abordagem da obrigação social a empresa possui comportamento socialmente responsável, buscando o lucro de acordo com a legislação imposta pelo governo e pela sociedade. Já na abordagem da reação social as empresas reagem voluntária ou involuntariamente, as pressões feitas por grupos (associações, sindicatos, consumidores, etc.). As empresas reconhecem que dependem da aceitação da sociedade e por a Na abordagem social ou pró-atividade social: as empresas possuem uma atitude preventiva procurando resolver problemas sociais. 4 A Ética e a RSC Ter postura ética significa ter transparência nas relações com os clientes internos e externos e preocupar-se com os impactos de suas atividades na sociedade. VAZQUEZ (2000) apud CORREA (S. n., p.5) define ética como sendo “a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano.” O código de ética empresarial é influenciado pelos valores morais da sociedade, em que está inserida. Os diretores e empregados devem seguir os preceitos determinados pela conduta ética da empresa. Assim tanto as empresas como os próprios funcionários são influenciados pelos valores da sociedade. Segundo classificação de CORREA (S. n., p. 10) “é um código que estabelece uma conduta ética, de modo que todos os envolvidos na empresa possam seguir um padrão em todos os seus relacionamentos e operações.” MELO NETO e FROES (1999, p. 20-21) destacam o surgimento de uma nova ‘ética da responsabilidade social’, da ação do IBASE, a qual denominam de ‘ética da responsabilidade social comunitária’, para diferenciá-la da atual ‘ética da responsabilidade corporativa:“A diferença é clara: a ética da responsabilidade social comunitária enfatiza o voluntariado social dos movimentos sociais, a sua luta contra o Estado, e é baseada, se for corretamente recuperado o seu contexto histórico, nos conflitos ideológicos do tipo direita x esquerda; a ética da responsabilidade social corporativa, de gênese não busca o confronto ideológico e nem tampouco se baseia no conflito da sociedade civil com o Estado. Seu objetivo é desenvolver a sociedade e a comunidade a partir de novas inserções e parcerias envolvendo outros agentes, tais como: as empresas, ONG’s, entidades filantrópicas, associações comunitárias e o próprio Estado.” Para estes mesmos autores (2001, p. 34) uma empresa para ser considerada ética deve seguir alguns mandamentos: Tabela 3: Os mandamentos da ética Sua empresa é socialmente responsável se ela é 1 – Ecologia 5 -Saudável Usa papel reciclado em produtos e Dá incentivos financeiros para funcionários embalagens que alcançam metas de saúde como redução de peso e colesterol baixo 2 - Filantrópica 6 - Educativa Permite que os funcionários reservem Permite que grupos de estudantes visitem as parte do horário de serviços para suas dependências prestação de trabalho voluntários 3 - Flexível 7 - Comunitária Deixa que os funcionários ajustem Cede as suas instalações esportivas para sua jornada de trabalho às campeonatos de escolas das redondezas necessidades pessoais 4 - Interessada 8 - Integra Faz pesquisas entre os funcionários Não lança mão de propaganda enganosa, para conhecer seus problemas e vendas casadas e outras práticas de marketing tentar ajudá-los desonesto Fonte: BSR A ética e a RSC estão intimamente ligadas, já que a responsabilidade social nasce do comportamento ético na condução de uma empresa. Para ser uma empresa cidadã é necessário que a organização siga as normas de conduta ética valorizadas por seus stakeholders, possibilitando o desenvolvimento de projetos e ações sociais. 5 As partes interessadas Uma empresa com Responsabilidade Social deve considerar todas as partes interessadas no desempenho da organização, ou seja, com seu público interno e seu público externo. O estudo dos stakeholders é importante para a análise de oportunidades e redução de riscos que as ações de RSC podem causar conforme o stakeholder envolvido CORREA e MEDEIROS (2003, p. 9) cita o Instituto Ethos em que classifica os stakeholders em: “Seis categorias ou grupos que podem ser atendidos pela responsabilidade social corporativa, são eles: o público interno; o meio ambiente; os fornecedores; os consumidores; a comunidade; o governo e a sociedade. São várias as ações socialmente responsável que podem ser desenvolvidas para cada um destes grupos, sendo que qualquer ação e/ou decisão para ser socialmente responsável deve ser sempre transparentes e éticas.” As empresas devem observar como seus processos impactam a sociedade buscando o equilíbrio das suas atividades com os interesses dos stakeholders, de forma a ter um diálogo permanente entre a empresa e as partes interessadas. Este equilíbrio é necessário para o desenvolvimento sustentável, o atendimento de novas demandas, a sobrevivência no mercado e o aumento da lucratividade. VASSALO (2000, p. 9) discorre sobre: “um estudo recente da Universidade de Harvard, mostra que companhias preocupadas em manter relações equilibradas com todos os seus stakeholders crescem, em média, quatro vezes mais do que as que são focadas apenas em obter resultados para seus acionistas.” As empresas com perfil de socialmente responsáveis devem possuir uma preocupação contínua de melhora do produto ou serviço, de forma a este ter confiabilidade, eficiência, segurança e uma distribuição que diminua os possíveis riscos e danos à saúde para os seus consumidores e a sociedade. Conforme MARQUES (2001, p. 29): “... desde que uma empresa atenda o mercado e faça seu marketing pessoal de forma transparente, o produto tenderá a se destacar e vender, por si próprio.” As empresas responsáveis socialmente devem instituir critérios de seleção de seus fornecedores. Fazendo parcerias com empresas que tenham condutas éticas, como por exemplo: não adoção de trabalho infantil, ter políticas ambientais e que não sejam empresas com atitudes discriminadoras, seguindo o padrão S. A 8000. As organizações vêm buscando realizar parcerias para o desenvolvimento de seus projetos sociais, não só com seus fornecedores, mas com outras entidades como: empresas privadas, governo, funcionários voluntários, comunidades locais, universidades, ONGs, sindicatos e até mesmo organismos internacionais. Um dos objetivos das parcerias é buscar novas maneiras de inserir-se no contexto social. No âmbito da comunidade, as empresas cidadãs devem assumir relações com o Terceiro Setor e com as demais organizações atuantes na comunidade, de forma a desenvolverem projetos sociais e incentivar trabalhos voluntários de seus funcionários. Com isto melhora a sua imagem e o relacionamento no contexto em que está inserida. A continuidade da prática da RSC passa ser uma necessidade. Uma paralisação nos projetos sociais acarretaria um desgaste na imagem da empresa, assim mesmo em momentos de dificuldades financeiras as corporações mantêm suas ações sociais. A disseminação da RSC através de parcerias entre empresas, busca da edificação de um mundo melhor com uma sociedade mais justa e preocupada com o desenvolvimento sustentável. A união das organizações tem sido vista como o meio mais viável para a obtenção de melhores resultados para as suas ações sociais MELO NETO e FROES (2001, p. 131) citou a palestra de Robert Dunn proferida na 2ª Conferência de Responsabilidade Social Empresarial das Américas, em junho de 1999, em São Paulo, em que este destacou os seguintes indicadores de avaliação do exercício da responsabilidade social, pelas empresas norte-americanas: o respeito pelo consumidor; o respeito pelo meio ambiente, aos direitos humanos e da ética nos negócios; a geração de emprego para minorias e pessoas participantes de programas assistenciais do governo; o exercício da política de boa vizinhança através da implantação de projetos sociais locais; a doação de recursos financeiros para entidades assistenciais; envolvimento em campanhas de erradicação de doenças e de solução de problemas sociais emergentes e prioritários. Um fator a destacar-se é o incentivo do trabalho voluntário dos funcionários que traz como benefício uma imagem positiva da empresa, tanto com o seu público externo como interno. Os funcionários se sentem motivados em trabalhar em empresas socialmente responsáveis, pois estão contribuindo para a melhora das condições sociais da comunidade que fazem parte, como conseqüência deste incentivo a organização ganha uma boa reputação. Conforme FOMBRUN (2000) apud MACHADO FILHO (2002, p. 88) sintetiza que: “a atividade socialmente responsável ajuda a empresa a reforçar sua ligação com os empregados.” Assim todos têm um resultado positivo e melhoram o seu próprio ambiente. Na pesquisa “Estratégias de empresas no Brasil: atuação social e voluntariado”, do Centro de Estudos em administração do Terceiro Setor da Universidade de São Paulo (CEATS-USP) citada no LOURENÇO e SCHRODER, das 273 empresas participantes, 79% concordaram que investir em ações sociais por meio do voluntariado empresarial melhora a imagem institucional da empresa e 8% concordaram parcialmente, e também analisada por FISCHER E FALCONER apud MACHADO FILHO (2001, p.121): “Note-se que embora só 15% acreditem que o voluntariado aumenta a lucratividade da empresa, a percepção de benefícios empresarias prevalece: 79% afirmam que o voluntariado empresarial melhora a imagem institucional da empresa. Esse dado supera até a percepção de benefícios do voluntariado à comunidade (78%). Confirmando isto, a maioria dos respondentes discorda da afirmação de que um programa de voluntariado custa mais à empresa do que ela recebe em troca (42% contra 8%). Na visão das empresas, o voluntariado é um poderoso recurso para melhorar a relação da empresa com a comunidade (74% concordam).” A importância da ação voluntária é justificada pela angústia da sociedade aos crescentes problemas sociais. GARAY (2001, p. 12) acrescenta que “Um programa de voluntariado empresarial pode, ainda, promover o desenvolvimento de uma série de competências dos funcionários ou o papel institucional do executivo, assim como promover uma imagem mais favorável da organização.” No relatório de pesquisa “Ação Social das Empresas”, realizada pelo IPEA em 2000 e coordenada por PELIANO (2000, p. 30) os resultados foram que: das grandes empresas pesquisadas, 82% declaram que seus empregados participam de ações sociais e 56% pratica algum incentivo para estimular a participação de seus empregados. 6 Reputação corporativa Reputação corporativa, imagem e a marca estão intimamente ligadas. Uma empresa com boa imagem reforça sua marca, o que a torna mais conhecida e conseqüentemente aumenta suas vendas, seu valor patrimonial e sua competitividade no mercado, buscando a maximização do seu status moral e socioeconômico, podendo atrair novos investidores. Dessa forma, a Responsabilidade Social deve ser considerada como um investimento. Os ganhos a partir da Responsabilidade Social podem ser revestidos de valor econômico direto. Para MACHADO E FILHO (2002, p. 60): “Os ativos intangíveis tornam-se crescentemente a base de diferenciação entre muitos setores. Conseqüentemente, tem sido dada maior ênfase aos aspectos ligados à reputação, lealdade do consumidor e conhecimento tecnológico, entre outros. Ou seja, atualmente, dada a maior facilidade tecnológica e mercadológica de replicação de práticas e condutas, o fator de diferenciação para obtenção de vantagens competitivas passa a ser, em grande medida, a percepção do público sobre a reputação da empresa.” Atualmente as organizações para alcançarem um diferencial competitivo devem valorizar além dos seus ativos tangíveis (produtos/serviços), também os seus ativos intangíveis (marcas, reputação e imagem), pois os primeiros são necessários, mas não suficientes. Conforme MACHADO FILHO (2002, p. 65) defende:“... as empresas que desejam sustentar uma vantagem competitiva distinta (diferenciação) devem proteger, explorar e aprimorar seus ativos intangíveis. Enquanto os recursos tangíveis são mais facilmente ‘imitáveis’ pelos competidores, os recursos intangíveis de liderança e ativo reputacional são mais difíceis de serem substituídos ou imitados. Neste sentido, a gestão da identidade corporativa passa pelo gerenciamento corporativo de fatores tangíveis e intangíveis, visando a criar uma rede interligada de percepções sobre a imagem e reputação da empresa na mente do público, incluindo clientes, fornecedores, funcionários e a sociedade no seu sentido mais amplo.” Para alcançar esses benefícios as empresas buscam um relacionamento positivo com seus parceiros: investidores, fornecedores, funcionários, clientes e comunidade. É interessante incentivar pesquisas nesta área comprovando a estratégia de uso da RSC para melhorar a imagem da empresa. MACHADO FILHO (2002, p. 63) enumera as dimensões do capital reputacional:“Em essência, o capital reputacional de uma empresa é formado por várias dimensões que moldam a imagem de uma determinada corporação. Algumas mais evidentes são a própria qualidade dos produtos que a empresa oferece, os seus serviços agregados, as práticas comerciais com clientes, fornecedores, instituições de crédito, práticas internas de recursos humanos, capacidade de inovação tecnológica, entre outras. Estes são os fatores que tradicionalmente confere boa reputação e trazem vantagens competitivas sustentáveis às empresas no longo prazo.” As organizações perceberam que a prática da RSC serve para restaurar uma imagem reputacional negativa ou formar uma imagem positiva perante seus consumidores, já que existe o valor, disseminado pela sociedade, de prestigiar as empresas socialmente responsáveis. Assim, as ações de Responsabilidade Social criam e/ou mantêm o capital social das corporações sob duas óticas: desenvolvimento da vantagem competitiva, de forma a aprimorar a capacidade da empresa em atrair e manter recursos e minimização dos riscos de perdas reputacionais. Com os ganhos de capital reputacional oportunidades de negócios são alavancadas, reduzindo riscos potenciais de sua conduta no mercado, preservando ou gerando aumento do valor das empresas. Segundo MACHADO FILHO (2002) baseado em FOMBRUN (1996), a construção de uma boa reputação possui quatro alicerces: qualidade, credibilidade, responsabilidade e confiança. A qualidade/confiabilidade está associada à percepção que os consumidores tem da empresa. A credibilidade está associada aos contratos com os investidores e fornecedores. A confiança relaciona-se com o público interno da empresa e a responsabilidade está relacionada ao papel exercido pela empresa na comunidade. Na pesquisa “Responsabilidade Social das Empresas – Percepção do Consumidor” promovida pelo Instituto Ethos e pelo jornal Valor Econômico, em março de 2001, junto aos consumidores citada por PELIANO (2001), mostrou que: “22% dos entrevistados prestigiam ou punem empresas pelo seu comportamento social. Entre as atitudes empresariais que estimulam os consumidores a comprar seus produtos ou recomendálos aos amigos está, em primeiro lugar, a contratação de portadores de deficiência (43%); em segundo, a colaboração com escolas, postos de saúde e entidades sociais da comunidade (42%); e em terceiro, a manutenção de cursos de alfabetização para funcionários e familiares (28%).” Em 1995, o código de ética do GIFE explicitava que: “é justo que o associado do GIFE espere, como um subproduto de um investimento social com êxito, um melhor valor agregado para sua imagem”. (VOIGT e RAPOSO, 2003, p. 36) Com o advento da tecnologia da informação, os meios de comunicação sofreram um avanço, tendo como conseqüência a divulgação da informação em tempo real. Assim uma organização deve considerar que os meios de comunicação podem ser tanto aliados como inimigos, disseminado uma boa ou má reputação. As empresas ao aparecerem na mídia em função do seu comportamento social destacam-se de seus concorrentes e angariam a simpatia do consumidor, o que pode funcionar como um mecanismo de ampliação de suas participações no mercado. A prática da RSC não é atividade filantrópica, trata-se de uma estratégia para a sobrevivência em longo prazo da organização, pois os consumidores estão mais conscientes exigindo um comportamento ético das empresas. LOURENÇO e SCHRODER (S. n., p. 23) observam que o consumidor já começa a ter noção do poder e do impacto transformador de seu ato de consumo, e faz suas escolhas levando em consideração as atitudes sociais e ambientais adotadas pelas empresas. Assim complementa que uma empresa que age sem ética e sem Responsabilidade Social, pode sofrer algumas perdas empresariais. Algumas das perdas, dentre outras, citadas pelo autor: má imagem e diminuição nas vendas: pelo enfraquecimento da marca; quedas das ações e afastamento dos investidores: pela desvalorização das empresas na sociedade e no mercado; reclamações de clientes e perda de futuros consumidores: devido a propaganda enganosa e a falta de qualidade e segurança dos produtos. Um dos benefícios obtidos pelas empresas cidadãs é a fidelidade do consumidor, para não sofrer boicotes, ocasionando a diminuição de suas vendas e conseqüentemente fica com produtos encalhados. CANTERO (2003, p. 28) comenta que “é natural do ser humano punir determinada atitude cuja conseqüência tenha sido negativa e compensar as ações positivas”. Além de atrair novos talentos para formação do quadro funcional e a retenção dos clientes internos. Pode-se concluir que atitudes empresariais que objetivam amenizar problemas sociais causam um grande impacto positivo na imagem da empresa, através da mídia espontânea. A mídia espontânea possui maior credibilidade e acaba fazendo propaganda das empresas com maior peso e valor. A construção da imagem corporativa é desenvolvida pela área de marketing das organizações. Ela é responsável desde a concepção do produto e/ou do serviço até a influência no comportamento dos clientes, através de pesquisas de marketing, campanhas de publicidade, formação de preços, etc. Segundo MASLOW apud PRINGLE e THOMPSON (2000, p. 26), os seres humanos tem uma hierarquia de necessidades: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e necessidades de auto-realização. Sendo, a base desta hierarquia, as necessidades fisiológicas. Estas necessidades básicas são satisfeitas progressivamente: conforme as necessidades são atendidas, as pessoas buscam suprir outras necessidades. A última necessidade refere-se a relação das pessoas com a comunidade em que estão inseridas. Pode-se perceber o reflexo desta necessidade no comportamento dos consumidores. Exigindo que as organizações tenham uma postura ética e socialmente responsável. Para atender a este novo mercado, surgiu o conceito de marketing social: “...pode ser definido como uma ferramenta estratégica de marketing de posicionamento que associa uma empresa ou marca a uma questão ou causa social relevante.” (MASLOW apud PRINGLE e THOMPSON (2000, p. 3). Através da comunicação de suas ações sociais com o mercado, as empresas obtêm retorno de seus investimentos na comunidade. A prática da RSC, além da contribuição para o desenvolvimento da sociedade, as organizações podem utilizar o marketing social (transparente e ético), como um diferencial competitivo capaz de consolidar uma reputação corporativa positiva e destacar seus produtos no mercado, já que incorpora valores aos seus produtos e serviços, que são reconhecidos pelos seus stakeholders. Além de desenvolver a lealdade de seus consumidores na aquisição de produtos/serviços e também à marca corporativa. Conforme PRINGLE e THOMPSON (2000, p. 12): “ ‘Comprar’ a fidelidade não é apenas dispendioso, está se tornando mais difícil porque os consumidores nas economias ocidentalizadas adquiriam riquezas materiais que não poderiam ter sido imaginadas três gerações atrás. Há fortes evidências estatísticas de que os consumidores estão realmente ascendendo ao topo da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Isso significa que a riqueza material está se tornando cada vez menos relevante para a satisfação e felicidade pessoal, à medida que o desejo de “pertencer ou fazer parte, de autoestima” e de “auto-realização” se tornam mais ascendentes e importantes.” Um problema existente para se implantar a prática de RSC e de marketing social, é a inexistência nas organizações de uma estrutura e pessoal especializado à frente de ações sociais, o que dificulta a análise dos resultados obtidos com os projetos sociais das empresas e gerenciamento dos investimentos sociais. Uma estrutura especializada contribuiria para a eficiência e qualidade desse setor Assim, é necessário que as empresas se estruturem para atuarem em projetos sociais, com funcionários especializados e áreas específicas de RSC e Marketing social. Com a inclusão destas áreas na estrutura organizacional da corporação, a divulgação de seu comportamento ético, e de suas ações sociais e ambientais influenciarão no seu capital reputacional. As ações de marketing social devem ser de longo prazo, e não ser um caso isolado, isto para que o consumidor tenha a confiança na marca e não veja a ação somente como uma estratégia para venda de um produto. É necessário que a ação e a marca consigam credibilidade perante aos stakeholders. Para PRINGLE e THOMPSON (2000, p. 49) “As marcas podem ser em grande parte promessas criadas na mente dos consumidores, mas estas precisam ser feitas e cumpridas, e toda vez que elas forem descumpridas, haverá uma diminuição na credibilidade e, também, do valor da marca.” E acrescentam que: “O conceito-chave no MCS é que a marca deveria usar ativamente seu compromisso com a entidade filantrópica ou causa como parte da comunicação da marca a seu público consumidor. Esse nível de comunicação é feito, concomitantemente com os valores racional e emocional oferecidos, e deveria ser visto como inerente a própria marca como um todo.” (p. 95) Pode-se concluir que o marketing social é uma solução potencial da imagem e da reputação corporativa através do fortalecimento da marca, sendo dos termos relacionados a RSC. 7 Retorno Social MELO NETO e FROES (1999, p. 166), definem o que representa retorno social, assim descrevem em livro: “O retorno social corresponde aos ganhos materiais e imateriais obtidos pela empresa investidora que canaliza recursos para projetos sociais e ações comunitárias de interesse da comunidade e do governo local”. O relatório das entrevistas da pesquisa do IPEA coordenada por PELIANO (2000, p. 28) demonstrou que: o retorno de suas ações sociais é positivo; valor agregado à marca; melhoria da imagem junto à comunidade, aos clientes e aos fornecedores; fortalecimento do envolvimento dos funcionários com a missão da empresa; e melhoria do relacionamento com o governo, agências internacionais, outras empresas e ONGs. GUEDES apud LOURENÇO e SCHRODER (S. n., p. 16) afirma que pode-se considerar que o retorno social institucional é concretizado através de alguns ganhos: em imagem e em vendas – pelo fortalecimento e fidelidade à marca e ao produto; aos acionistas e investidores – pela valorização da empresa na sociedade e no mercado; em retorno publicitário – advindo da geração de mídia espontânea; em tributação – com as possibilidades de isenções fiscais em âmbitos municipal, estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos; em produtividade – pelo maior empenho e motivação dos funcionários e os ganhos sociais – pelas mudanças comportamentais da sociedade. Para GUEDES apud LOURENÇO e SCHRODER, (S. n., p. 16) uma empresa com prática em Responsabilidade Social pode aumentar seus relacionamentos com seus públicos e sua exposição em mídia espontânea: “quando uma empresa atua com Responsabilidade Social aumenta o seu relacionamento com diversos públicos relevantes (clientes atuais e em potencial, opinião pública, acionistas, investidores, fornecedores, funcionários, governo), aumenta a exposição positiva em mídia espontânea onde seus produtos, serviços e marca ganham maior visibilidade e possível aceitação.” Como exemplo de exposição em mídia espontânea temos a publicação “Melhores e Maiores” da revista Exame que estabelece entre seus critérios para hierarquizar as melhores empresas, a prática de responsabilidade social. Também da revista Exame, a publicação “As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar”, a responsabilidade social é um dos oito requisitos de avaliação nas empresas. TACHIZAWA e REZENDE (2000, p.14) apud MARQUES (2001, p. 28) consideram que: “... os novos tempos se caracterizam por uma rígida postura dos clientes voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma ecologicamente responsável”. Assim, os clientes que compram de empresas que adotam a prática da Responsabilidade Social sentem-se contribuindo para a sociedade, pois participam para a sua melhoria. Isto também está estendendo-se para os outros entes que tem relacionamento com a empresa, como os fornecedores, governo e funcionários. Há o benefício de comunicação positiva da marca da empresa para os clientes potenciais e o público em geral. A prática da RSC proporciona uma vantagem competitiva potencial, advinda do crescimento propensão dos consumidores brasileiros, de escolherem as empresas socialmente responsáveis em detrimento das demais organizações na decisão de compra. 8 Conclusão Este estudo teve como resultado a inferência de que a prática da Responsabilidade Social Corporativa interna e externa tem impacto na mídia e influencia os consumidores na hora de realizar suas compras. Pela revisão bibliográfica, em que constam pesquisas como as do IPEA, CEATS e Instituto Ethos, comprovou-se que empresas que adotam e investem em RSC tem como uma das conseqüências, a melhora de sua reputação. Uma reputação positiva, não só melhora a imagem da corporação em relação aos seus consumidores diretos, mas também em relação aos fornecedores, acionistas e comunidade onde está inserida fisicamente. Esta reputação pode ser estendida, de acordo com o poder de alcance da marca. Assim, se uma empresa tem atuação nacional, a sua marca é conhecida em todo o país, se sua imagem é positiva irá refletir em todo o território nacional, e talvez internacional. No trabalho obteve-se a explicação referente ao porque dos consumidores sentirem-se impulsionados a comprar ou não de empresas, que têm uma imagem positiva/negativa divulgados espontaneamente ou não na mídia. Ocorre pelo fato de que os consumidores estão mais conscientes e que pela hierarquia de Maslow ascendem a um patamar maior de suas necessidades, preocupando-se em ter mais atuação nos problemas comunitários e do mundo. Percebeu-se com o trabalho que a prática da Responsabilidade Social Corporativa, envolve vários fatores, além de relacionamentos com os stakeholders. A ação social está presente no dia-a-dia da empresa, em todas as áreas, seja de produção, vendas ou planejamento; elementos externos como o meio ambiente, as entidades civis (ONGs, fundações), legislação mais contundente exigindo um maior empenho da organização para o cumprimento da mesma. Deduziu-se neste trabalho que a prática da RSC não é um fator esporádico que as empresas devem incorporar a sua estratégia, mas sim uma ferramenta que deve ser objeto de aprofundamento como forma de atender as pressões da sociedade em geral, que através dos meios de comunicação oficiais e da comunicação informal (boca-a-boca, boatos e etc.), tem o poder para influenciar na decisão se uma organização deve continuar a existir agora e/ou no futuro, pois a sociedade e o planeta necessitam de ações que garantam um desenvolvimento sustentável para a sobrevivência de todos e a prática da RSC é um caminho para a realização de um mundo desenvolvido. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Empresas, Responsabilidade corporativa e Investimento Social – Uma abordagem introdutória. Relatório Setorial 1. Rio de Janeiro: AS/GESET mar., 2000. CANTERO, Christye. Responsabilidade social: elas estão no caminho certo. Consumidor Moderno. Ano 8, n. 71. 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MARQUES, Sônia Mara. Maximizando o valor da empresa através da ética e da responsabilidade social. Revista brasileira de administração, Brasília, ano 11, n. 35, dezembro 2001. MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. ______ . Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. PELIANO, Anna Maria T. Medeiros (coord.). Bondade ou interesse? Como e por que as empresas atuam na área social. Brasília: IPEA, 2001. PRINGLE, Hamish, THOMPSON, Marjorie. Marketing social: marketing para causas sociais e a construção da marca. São Paulo. Makron Books, 2000. VASSALO, Cláudia. Agenda para o futuro. Exame, São Paulo, ano 32, n. 1, 13 de janeiro de 1999. VOIGT, Leo, RAPOSO, Rebecca. Responsabilidade social e investimento social privado. Consumidor Moderno. Ano 8, n. 71