UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO RODRIGO DE SIQUEIRA CAMPOS CHRISTO COMPORTAMENTO INOVADOR: FATORES GERADORES ANTECEDENTES E CONSEQUENTES NATAL 2011 RODRIGO DE SIQUEIRA CAMPOS CHRISTO COMPORTAMENTO INOVADOR: FATORES GERADORES ANTECEDENTES E CONSEQUENTES Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios. Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto NATAL 2011 RODRIGO DE SIQUEIRA CAMPOS CHRISTO COMPORTAMENTO INOVADOR: FATORES GERADORES ANTECEDENTES E CONSEQUENTES Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios. Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Data da aprovação: ____/____/____. BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Orientador Universidade Potiguar - UNP ______________________________________ Prof. Dra. Teresa de Souza Membro Examinador Universidade Potiguar - UNP ______________________________________ Prof. Dr. Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre Membro Examinador Externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Dedico este trabalho à minha esposa Marcela Capeleiro pelo companheirismo e compreensão nos momentos mais adversos durante a difícil caminhada de chegar à glória com a obtenção do título de mestre. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus e pela bênção dos benfeitores espirituais por toda força concedida durante o desenvolvimento deste trabalho e pela oportunidade de evoluir como ser humano. Aos meus amigos que acreditaram em mim desde o início, especialmente, Luiz Carlos Tavarez, Gileno Senna Negreiros e Silvano de Araújo Teixeira. Agradeço as minhas avós queridas, que descansem no céu, Branca, Juanita e Velúcia, sei que vocês estão ao meu lado, me guiando e orientando, sempre estarão presentes na minha vida. Agradeço ao meu pai e minha mãe, por tudo que sou hoje, pela criação, dedicação, orientação, proteção e motivação para que eu sempre buscasse meus objetivos na vida. Agradeço a minha tia Maria e meus primos, por todo amparo em minha vida. Aos professores do mestrado, com especial atenção, ao meu orientador, professor Dr. Alípio Veiga, por toda paciência e sabedoria em me conduzir neste processo de aprendizagem tão doloroso, mas ao mesmo tempo tão gratificante. Sua orientação foi fundamental para que eu conseguisse concluir essa dissertação e evoluísse como pesquisador e profissional. A todos que fazem parte do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, desde meus colegas de turma, à assistente da coordenação Nadja Dantas, com especial reconhecimento, à coordenadora professora Dra. Tereza de Souza. Aos familiares e amigos, direta ou indiretamente, por participarem sempre na minha vida. Ao professor Dr.Fernando Lenzi pelo incentivo no trabalho e pelos trabalhos científicos disponibilizados como contribuição para minha pesquisa. Ao professor Dr. Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre pela satisfação em participar da minha defesa de dissertação de mestrado . Dedico especial agradecimento a minha esposa e companheira, Marcela, que sempre esteve ao meu lado, sendo paciente e tolerante nas minhas horas de cansaço e angústia para terminar esta dissertação do mestrado. “O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos” (Oliver Wendell Holmes) RESUMO A inovação e o empreendedorismo são temas muito discutidos pela literatura científica, essencialmente, sua relevância para a competitividade das organizações e qual seu impacto social e econômico. Nesse contexto, a fim de compreender o que leva o indivíduo a inovar e o que poderá diminuir sua propensão para inovação, buscou-se neste trabalho investigar os fatores antecedentes estimuladores e consequentes reforçadores que levam ao comportamento inovador baseado no modelo comportamental da Tríplice Contingência proposta por Skinner (1981) e inspirado no modelo teórico proposto por Foxall conhecido como modelo da perspectiva behaviorista (Behavioral Perspective Model - BPM). Foi adotada uma pesquisa exploratória para identificar quais variáveis relacionadas aos eventos antecedentes e aos eventos consequentes podem ser estimuladores ou reforçadores para um comportamento inovador. A pesquisa utilizou um universo de indivíduos empreendedores donos do próprio negócio ou gestores das organizações de todas as regiões do país, cuja amostragem de 224 sujeitos, serviu como referência para a investigação. Os principais resultados obtidos demonstram que o comportamento inovador possui uma relação com o comportamento empreendedor além de constatar que o processo de aprendizagem do indivíduo, pode ser um forte elemento estimulador para que se implemente a inovação nas organizações, uma vez que a aprendizagem e a interação social foram consideradas pelos sujeitos como o principal fator que estimula o comportamento inovador. Verificou-se que apesar de existirem trâmites necessários, falta de apoio do Governo ou custos envolvidos para inovação, como fatores que podem levar ao comportamento de esquiva, estes não impedem os sujeitos de inovarem nas suas empresas, ou seja, a inovação é um fator que ocorre nas organizações em decorrência dos empreendedores inovarem independente das dificuldades ou barreiras que possam minimizar a ocorrência de práticas inovadoras. Conclui-se que o comportamento inovador ocorre quando existem estímulos antecedentes discriminativos e que o indivíduo voltará a inovar caso existam conseqüência reforçadoras. Palavras-chave: Comportamento Inovador. Behavioral Perspective Model. Tríplice Contingência. Inovação. Empreendedorismo. ABSTRACT Innovation and entrepreneurship are highly topical issues in the scientific literature, essentially, their relevance to the competitiveness of organizations and what is their social and economic impact. Bearing that in mind, to understand what leads an individual to innovate and which factors can reduce its propensity for innovation, this study sought to investigate the factors stimulating antecedents and the reinforcing consequences leading to innovative behavior based on behavioral model based in the Triple Contingency proposed by Skinner (1981) and inspired by the theoretical model proposed by Foxall model, known as Behavioral Perspective Model (BPM). We adopted an exploratory research to identify which variables related to antecedent events and to subsequent events can be enhancers or boosters of innovative behavior. The research used a universe of entrepreneurs, business owners or managers, from all regions of the country in which the sample of 224 subjects served as a reference for research. The main results show that the innovative behavior has a relationship with entrepreneurial behavior, besides assessing that the learning process of the individual can be a strong stimulating element to implement innovation in organizations, since the learning and social interaction were considered by the subjects as the main factor which propels innovative behavior. It was found that despite the existence of necessary procedures, lack of governmental support for innovation or the costs involved, as factors that can lead to avoidance behavior, these factors do not prevent the subjects in their companies innovate, that is, innovation is a factor that occurs in organizations as a result of entrepreneurs to innovate regardless of the difficulties or barriers that may minimize the occurrence of innovative practices. It is concluded that the innovative behavior occurs when there is background discriminative stimuli and the individual will innovate again in case any reinforcing consequences occur. Keywords: Innovative Behavior. Behavioral Contingency. Innovation.Entrepreneurship. Perspective Model. Triple LISTA DE FIGURAS Figura 1 Tríplice contingência do modelo Comportamental................. 23 Figura 2 Modelo da Perspectiva Behaviorista..................................... 24 Figura 3 Modelo da Perspectiva Behaviorista..................................... 25 Figura 4 Modelo BPM adaptado por Melo........................................... 26 Figura 5 Como prover a inovação......................................................... 29 Figura 6 Fatores que contribuem para uma organização criativa ........ 33 Figura 7 Fatores do mercado e ambiente que influenciam a natureza da resposta empreendedora................................................... 38 Figura 8 CCI – Contingencias do Comportamento Inovador................ 42 Figura 9 Modelo de correlação entre estratégia e inovação................. 45 Figura 10 CCI - Contingencias do Comportamento Inovador após Análise de Pearson................................................................. 101 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Principais abordagens sobre empreendedorismo............... 41 Quadro 2 Checklist de variáveis ambientais........................................ 43 Quadro 3 Constructo Estímulo Ambiental com dimensões e variáveis dos fatores antecedentes do comportamento inovador....... Quadro 4 48 Constructo Histórico de Aprendizagem com dimensões e variáveis dos fatores antecedentes do comportamento inovador............................................................................... Quadro 5 Constructo Reforço Utilitário com dimensões e variáveis dos fatores conseqüentes do comportamento inovador...... Quadro 6 7 conseqüentes do comportamento inovador......................... 55 61 8 Variáveis do comportamento inovador................................. Quadro 9 Inclusão de novas variáveis e dimensões dos fatores do comportamento inovador após análise de conteúdo.............................................................................. Quadro 10 11 54 Constructo Esquiva com dimensões e variáveis dos fatores Quadro Quadro 53 Constructo Reforço Informativo com dimensões e variáveis dos fatores conseqüentes do comportamento inovador...... Quadro 51 75 Constructos após confirmação das variáveis do modelo CCI...................................................................................... 99 Variáveis, dimensões e constructos do Modelo CCI .......... 137 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Caracterização dos entrevistados quanto ao sexo................ 76 Tabela 2 Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária........ 76 Tabela 3 Caracterização dos entrevistados quanto à escolaridade..... 77 Tabela 4 Caracterização dos entrevistados quanto à formação......... 77 Tabela 5 Caracterização dos entrevistados quanto ao cargo que ocupa na empresa................................................................. Tabela 6 Caracterização dos entrevistados quanto ao setor de atuação da empresa.............................................................. Tabela 7 78 78 Caracterização dos entrevistados quanto à região onde a empresa está situada............................................................. 79 Tabela 8 Médias obtidas por variável de acordo com o nível da importância dos fatores que levam ao comportamento inovador................................................................................. Tabela 9 Freqüência obtida por variável de acordo com o nível de importância dos sujeitos ....................................................... Tabela 10 89 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do constructo Histórico de Aprendizagem................................. Tabela 14 88 Total da variância explicada do constructo Estímulo Ambiental.............................................................................. Tabela 13 87 Médias de comunalidade entre as variáveis do constructo Estímulo Ambiental................................................................ Tabela 12 84 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do constructo Estímulo Ambiental.............................................. Tabela 11 80 89 Médias de comunalidade entre as variáveis do constructo Histórico de Aprendizagem.................................................... 90 Tabela 15 Total da variância explicada do constructo Histórico de Aprendizagem........................................................................ 90 Tabela 16 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do constructo Reforço Utilitário.................................................. Tabela 17 91 Médias de comunalidade entre as variáveis do constructo Reforço Utilitário................................................................... 91 Tabela 18 Total da variância explicada do constructo Reforço Utilitário 92 Tabela 19 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do constructo Reforço Informativo............................................. Tabela 20 Médias de comunalidade entre as variáveis do constructo Reforço Informativo............................................................... Tabela 21 94 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do constructo Esquiva................................................................ Tabela 25 94 Total da variância explicada do constructo Reforço Informativo sem a variável “Status” ...................................... Tabela 24 93 Matriz dos principais componentes do constructo Reforço Informativo............................................................................ Tabela 23 93 Total da variância explicada do constructo Reforço Informativo............................................................................ Tabela 22 92 95 Médias de comunalidade entre as variáveis do constructo Esquiva.................................................................................. 95 Tabela 26 Total da variância explicada do constructo Esquiva.............. 96 Tabela 27 Matriz dos principais componentes do constructo Esquiva... 97 Tabela 28 Total da variância explicada do constructo Esquiva sem as variáveis “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação”, “Falta de apoio do Governo e instituições públicas”................................................................................ Tabela 29 136 Matriz da correlação dos constructos dos fatores que levam ao comportamento inovador................................................. 97 Tabela 30 Análise de Pearson da correlação dos constructos.............. 98 Tabela 31 Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlet do reagrupamento das variáveis................................................ 102 Tabela 32 Total da variância explicada do reagrupamento das variáveis................................................................................ 102 Tabela 33 Médias de comunalidade entre as variáveis......................... 103 Tabela 34 Rotação da matriz dos componentes.................................... 105 LISTA DE SIGLAS BPM – Modelo na Perspectiva Comportamental CCI – Contingências do Comportamento Inovador OCDE – Organização Para A Cooperação e Desenvolvimento Econômico SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 17 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................. 1.2 OBJETIVOS.................................................................................... 20 1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................. 20 1.2.2 Objetivos Específicos................................................................. 20 1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................. 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................... 22 2.1 PERSPECTIVA BEHAVIORISTA DO COMPORTAMENTO......... 22 2.2 COMPREENDENDO INOVAÇÃO................................................. 26 2.3 COMPREENDENDO EMPREENDEDORISMO............................ 30 2.3.1 Relação da Inovação com Empreendedorismo......................... 40 2.3.2 Modelo das Contingências do Comportamento Inovador........ 41 2.3.3 Constructos do Comportamento Inovador................................ 42 2.3.3.1 Constructo Estímulos Ambientais.................................................. 42 2.3.3.2 Constructo Histórico de Aprendizagem......................................... 49 2.3.3.3 Constructo Reforço Utilitário.......................................................... 51 2.3.3.4 Constructo Reforço Informativo...................................................... 53 2.3.3.5 Constructo Esquiva........................................................................ 55 17 3 METODOLOGIA............................................................................. 58 3.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................... 58 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA.............................................................. 59 3.3 VARIÁVEIS DE ESTUDO.............................................................. 60 3.4 PESQUISA QUALITATIVA............................................................ 62 3.5 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA............................................................................... 62 3.6 TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA...... 63 3.7 PESQUISA QUANTITATIVA......................................................... 64 3.7.1 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Quantitativa...... 64 3.7.2 Tratamento dos Dados da Pesquisa Quantitativa.................... 65 4 RESULTADOS............................................................................... 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS DA ANÁLISE DE 68 CONTEÚDO.................................................................................. 68 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUALITATIVOS.......................... 68 4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS....................... 75 4.3.1 Caracterização dos Sujeitos....................................................... 75 4.3.2 Análise Descritiva das Variáveis do Comportamento Inovador....................................................................................... 79 4.4 ANÁLISE FATORIAL..................................................................... 87 4.4.1 Análise Confirmatória dos Resultados..................................... 87 4.4.2 Análise Exploratória dos Resultados........................................ 101 5 CONCLUSÃO................................................................................. 109 REFERÊNCIAS.............................................................................. 113 APÊNDICES................................................................................... 117 17 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO Em um mercado no qual as relações socioeconômicas estão mais próximas e interagem entre si, percebe-se uma constante mudança no comportamento humano. Esse processo de integração social, econômica, cultural e política faz com que a sociedade se torne mutável, em um processo de mudanças comportamentais diante das modificações do meio onde vivem. Diariamente, o consumidor é bombardeado por mensagens persuasivas, influenciando no seu comportamento e modo de pensar, sempre com o intuito de deixálo pré-disposto a ficar favorável à empresa anunciante. Tendo em vista que a indecisão no processo de compra e a dificuldade de escolher um serviço ou produto de uma empresa no lugar do produto da concorrente, o consumidor se transforma em um mutante, fato que resulta numa dificuldade das empresas de atingir a mente do consumidor. (SOLOMON, 2011; KOTLER; KELLER, 2006; HONORATO, 2004). Diante da diversidade de bens e serviços disponíveis ao mercado para o consumo, é importante conhecer meios de divulgar mensagens e oferecer benefícios ao público alvo de forma diferenciada tendo em vista as múltiplas escolhas que o consumidor possui. Com o mercado mais competitivo, surgem cada vez mais novos concorrentes. As mudanças constantes do comportamento do consumidor aliada à exigência total de qualidade dos serviços prestados pelas empresas, e ainda a necessidade de agregar maior escala de valores e benefícios possíveis aos clientes geram uma pressão nas organizações para que inovem. Não basta apenas permanecer no mercado. As empresas para se tornarem competitivas podem investir em inovação. Há no mercado uma tendência crescente de organizações oferecendo produtos e serviços semelhantes e a necessidade de 18 diferenciação para sobrevivência e aumento da competitividade acaba exigindo o desenvolvimento da capacidade inovadora do empreendedor (SANTOS, 2009). A partir deste cenário, é necessário conhecer de maneira mais estreita as reais necessidades do consumidor. Tendo em vista as diversidades comportamentais dos indivíduos, existirão similaridades comportamentais e apesar das diferenças, todos são de certa forma consumidores (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Quando se trata de organizações, Cichocki (2008) reforça que oferecer produtos e serviços com eficácia não é o suficiente para que a empresa possa garantir sua competitividade e sobrevivência. É cada vez mais importante que as empresas foquem seus esforços em identificar as necessidades dos seus consumidores e possam ajustar suas ofertas às necessidades do público-alvo de tal forma que seus produtos ou serviços tenham melhores benefícios que dos concorrentes. Dada a forte concorrência do mercado, as organizações para sobreviverem precisam constantemente desenvolver novas ideias e conceitos que consolidem sua liderança competitiva e por meio da inovação se diferenciar da concorrência. É importante buscar entender o mercado como um todo, identificando os concorrentes, fornecedores e principalmente os clientes, levando as empresas a buscar sempre novas formas de interagir com seu mercado alvo e potencializarem suas forças competitivas (CICHOCKI, 2008). Para Ubeda (2009), com a similaridade de produtos e serviços sendo oferecida aos consumidores, a inovação pode ser percebida como a mola propulsora do aumento da diferenciação e competitividade das empresas. Conforme o autor reforça, para que se perceba a inovação é necessário que seja de alguma forma uma novidade para a empresa, para o mercado ou para o mundo. Com isso, verifica-se que as empresas pioneiras no processo da inovação podem ser identificadas como condutoras desse processo. Segundo Sarkar (2008) o comportamento inovador pode estar fortemente relacionado ao comportamento empreendedor, tendo em vista que os desenvolvimentos do espírito empreendedor e da inovação já não podem ser vistos como uma escolha e sim, como uma necessidade. 19 O autor reforça que para que se tenha inovação é necessário um conjunto de elementos que contribuirão para a cultura inovadora na organização, tais como: possuir uma ideia, perceber oportunidades e definir a melhor alternativa, aplicar a ideia e fazer com que tenha sucesso no mercado. Algumas dessas características para o processo da criação e da inovação podem se elencadas nas características intrínsecas do comportamento empreendedor, como por exemplo: busca de oportunidades, monitoramento das ações e correr riscos calculados. Há um modelo proposto por Skinner (1981) conhecido como tríplice contingência que serviu como base para que Foxall (1998) criasse um modelo teórico conhecido como Behavioral Perspective Model (BPM), esses modelos serão utilizados como base de referência nesta pesquisa para entender o comportamento inovador, tendo em vista que o modelo proposto por Skinner reconhece que existem estímulos que são antecedentes a um comportamento e há estímulos que são reforçadores, ou seja, propiciam um reforço para que uma ação seja repetida. Já na proposta de Foxall (2010), a qual procura estudar o comportamento de consumo, identificando variáveis antecedentes e as variáveis consequentes da respectiva ação de consumir, será utilizado neste modelo o reconhecimento que esses estímulos antecedentes podem ser definidos pelos estímulos ambientais e pelo histórico de aprendizagem do indivíduo, e, por fim, os estímulos reforçadores passam a ser reconhecidos por Foxall (2010) como fatores consequentes reforçadores; que podem ser caracterizados como: reforço utilitário, reforço informativo ou reforço utilitário punitivo e reforço informativo punitivo. O presente trabalho irá analisar quais são as variáveis antecedentes e as variáveis consequentes reforçadoras para que se gere um comportamento inovador. O modelo da tríplice contingência de Skinner (1981), bem como o modelo da perspectiva behaviorista do comportamento do consumidor (BPM) serviram de estrutura , e adaptados, foram aplicados no modelo proposto e usado nesta dissertação para investigar o comportamento inovador, ao qual denominou-se “CCI” (Contingências do Comportamento Inovador). 20 Buscando compreender o que gera o comportamento inovador do empreendedor, é importante entender quais as variáveis situacionais, ambientais e os reforçadores que podem gerar uma predisposição para um comportamento inovador, gerando uma predisposição para a inovação nas empresas. Com isso, este trabalho pretende responder a seguinte questão: Quais fatores antecedentes estimuladores e consequentes reforçadores levam ao comportamento inovador? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Investigar fatores antecedentes estimuladores e consequentes reforçadores que levam ao comportamento inovador. 1.2.2 Objetivos Específicos Investigar variáveis que podem influenciar para a prática da inovação; Identificar variáveis que podem inibir o comportamento inovador; Analisar o grau de importância dos fatores que levam ao comportamento inovador; Analisar os agrupamentos de variáveis do comportamento inovador. 21 1.3 JUSTIFICATIVA A competitividade é fator de desenvolvimento socioeconômico de um país e também elemento transformador de uma sociedade. A inovação é o elemento intrínseco da competitividade, pois permite que as empresas - foco da transformação econômica e social de um país - busquem através dos conhecimentos e a utilização de recursos, e enfrentem de forma sustentável e contínua o mundo cada vez mais globalizado e dinâmico (KOTLER; KELLER, 2006; SANTOS, 2009, SARKAR, 2008; BESSANT; TIDD, 2009). A primeira concepção da importância desta pesquisa se dá pela compreensão do processo da inovação nas organizações e como o ambiente interno e externo, relacionado ao comportamento do indivíduo, podem favorecer ou não o comportamento inovador. Através do modelo de estudo proposto pode ser possível contribuir para o desenvolvimento de práticas que fomentem a inovação nas organizações a partir do reconhecimento dos fatores que favorecem o comportamento inovador, bem como, seja possível reconhecer os fatores que podem desfavorecer a inovação. O resultado desta pesquisa pode ainda contribuir para ampliar o conhecimento sobre o tema da inovação. 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PERSPECTIVA BEHAVIORISTA DO COMPORTAMENTO Em Moreira e Medeiros (2007) encontra-se que todas as espécies apresentam comportamentos que são reflexos da sua interação com o ambiente, entendendo-se que “reflexo, portanto, é uma relação entre estímulo e resposta, é um tipo de interação entre um organismo e seu ambiente” (2007, p.19). Os autores reforçam que o estímulo é uma alteração do ambiente e a resposta é a mudança no organismo ocasionada pelo ambiente. Deste modo, verifica-se que constantemente os organismos estão de alguma forma, interagindo com o ambiente, sabendo-se que esta interação produzirá consequências que poderão ser reforçadoras, aumentarão a probabilidade da repetição da resposta ou serão aversivas e produzirão uma punição no organismo, que em resposta exercerá um comportamento aversivo para interferir na probabilidade da ocorrência futura. Sendo assim, esta resposta emitida pelo organismo irá produzir uma alteração no ambiente, e esta interação entre organismo e ambiente, produzirá constantemente mudanças para ambos. Baseado na teoria da tríplice contingência behaviorista proposta por Skinner (1981), o comportamento do indivíduo é resultado de contingências, ou seja, é consequência da interação entre o indivíduo e o ambiente, resultando em um comportamento operante. Verifica-se então, que estas contingências influenciam no padrão de comportamento do indivíduo. Partindo deste princípio que a contingência é o resultado da interação entre ambiente e indivíduo, Skinner (1981) propôs no modelo da tríplice contingência (Figura 1) os estímulos discriminativos (SD), resposta (R) e estímulos reforçadores (SR) como discriminantes do comportamento operante. Os estímulos discriminativos estão relacionados aos fatores que antecedem uma resposta, ocorrendo antes de uma ação. Estes estímulos resultarão em uma resposta que produzirá uma consequência, que baseado na experiência e informação 23 armazenada pela vivência anterior influenciará no comportamento futuro do indivíduo, sendo assim identificado como estímulos reforçadores. Nesta teoria da tríplice contingência existirão estímulos que serão antecedentes ao comportamento, ou seja, produzirão e desencadearão uma ação, e existirão estímulos que serão consequentes, sendo assim, reforçadores para que ocorra ou não novamente uma resposta, ou seja, repetição do comportamento. Fazendo um ainda um paralelo com Mintzberg (2000) seguindo a linha de pensamento da Escola Ambiental, as organizações são reflexo do meio ambiente, ou seja, reagem constantemente aos estímulos das inter-relações com os agentes do meio, fazendo com que as condições externas estimulem as empresas adotarem alguns comportamentos. Na visão dos autores que defendem este pensamento estratégico, o ambiente assume papel preponderante na construção e na forma que uma organização se estabelece no mercado, tendo em vista que a escola ambiental procede da Teoria Contingencial a qual descreve “as relações entre determinadas dimensões do ambiente e atributos específicos da organização - por exemplo, quanto mais estável o ambiente externo, mais formalizada a estrutura interna” (MINTZBERG, 2000, p.211). Para os teóricos contingenciais o desenvolvimento da estratégia de uma organização e por consequência sua forma de se comportar no mercado depende de vários fatores: do porte da empresa, da sua tecnologia, da hostilidade do ambiente externo e da estabilidade do seu contexto e entre outros. Para os pensadores da escola ambiental o ambiente apresenta-se à organização como um conjunto de forças gerais que conduzirão o processo de geração da estratégia e do comportamento da organização, ou seja, a empresa deve responder e se adaptar a essas forças ou ficará fadada ao fracasso e será eliminada (MINTZBERG, 2000). Figura 1 – Tríplice contingência do modelo comportamental. Sd Fonte: Foxall (2010). R Sr 24 Na linha behaviorista, Foxall (1998) desenvolveu um modelo teórico (Figura 2) conhecido como Behavioral Perspective Model (BPM) que se baseia no comportamento de consumo inspirado na tríplice contingência proposto por Skinner (1981) levando em consideração as variáveis situacionais e ambientais e as consequências pós-consumo. Neste modelo busca-se desenvolver uma interseção entre o ambiente situacional e o histórico de aprendizado do indivíduo o qual gera um comportamento de consumo que resultará em três consequências: reforço utilitário, reforço informativo e consequências aversivas. De acordo com Foxall (1998), o reforço utilitário se refere à utilidade prática da compra e do consumo que o objeto representa para o indivíduo. Por exemplo: a compra de calçados protege os pés, benefício que o produto procede. O reforço informativo está relacionado ao feedback das reações e ações de outras pessoas, derivando desta forma do apelo social, status e aceitação social que o produto proporcionará. Por exemplo: o status social que o calçado pode representar diante da sociedade. Já consequência aversiva está relacionada à percepção negativa provocada por algum reforço negativo ou punitivo, que resultará em uma probabilidade menor de ocorrência do comportamento. Figura 2 – Modelo da Perspectiva Behaviorista Reforço utilitário Estímulo ambiental Comportamento do consumidor História de aprendizado Reforço informativo Conseqüências aversivas Fonte: Adaptado de Foxall (1998). O mesmo modelo Behavioral Perspective Model proposto por Foxall (1998) foi modificado pelo autor (Figura 3) em uma das suas obras (Interpreting Consumer Choice 25 – The Behavioral Perspective Model, 2010), na qual a consequência aversiva passou a ser inserida dentro dos fatores consequentes reforço utilitário e reforço Informativo. Desta forma, quando um desempenho do produto não atende ao seu propósito esperado, a utilidade do produto não atendeu as expectativas e satisfações esperadas pelo consumo, portanto, ocorre um estímulo aversivo, caracterizando-se como um utilitário aversivo, diminuindo a probabilidade da ocorrência do mesmo comportamento de consumo em relação ao produto. Já quando o feedback das reações de outras pessoas - como um estímulo público relacionado à aceitação social que o produto se propõe a fazer ocorre de maneira punitiva, gerando uma imagem negativa em relação ao produto - caracteriza-se então como um estímulo informativo aversivo, diminuindo a chance da ocorrência do mesmo comportamento de consumo (FOXALL, 2010). Figura 3 – Modelo da Perspectiva Behaviorista. Reforço Utilitário Estímulo Ambiental Punição Utilitária Comportamento de consumo Histórico de aprendizagem Reforço Informativo Punição Informativa Fonte: Foxall (2010). Contudo, Melo (2010) adaptou o Modelo da Perspectiva Behaviorista de Foxall (2010), e acrescentou que a experiência punitiva para o indivíduo, a partir dos consequentes punitivos, ou seja, fatores que após o indivíduo inovar geram uma punição para o sujeito, poderão acarretar um comportamento de esquiva para que se 26 possa evitar uma consequência punitiva para o mesmo. O comportamento de esquiva influencia negativamente e diretamente no comportamento de consumo (Figura 4). Figura 4 – Modelo BPM adaptado por Melo Estímulos ambientais Estímulos antecedentes Reforço Utilitário Comportamento de compra Estímulos reforçadores consequentes Reforço Informativo Histórico de aprendizagem Comportamento de Esquiva Punição Fonte: Melo (2010, p.38). 2.2 COMPREENDENDO INOVAÇÃO Como consequência da globalização, surge a concorrência global observando-se que empresas mesmo separadas geograficamente podem disputar um mesmo mercado ou região. Sabendo-se que a concorrência está em todo lugar, país ou região, e as empresas precisam se preparar para o mercado tão competitivo através da inovação. A inovação surge nesse cenário como uma poderosa ferramenta propulsora do desenvolvimento socioeconômico, sobrevivência e aumento da competitividade das empresas no mercado. Conforme Bessant e Tidd (2009, p.20) reforçam, “se não mudarmos o que oferecemos ao mundo (bens e serviços) e como os criamos e ofertamos, corremos o risco de sermos superados por outros que o façam. Em última 27 instância, é uma questão de sobrevivência”. Os autores ainda indicam que a inovação está fortemente ligada ao crescimento das empresas e na criação de vantagem competitiva. É possível perceber que, provavelmente, o desafio para as empresas seja lidar com um mundo de incertezas, onde o padrão estável de mercado foi destruído, alterado por um mercado de novos concorrentes entrantes e grande instabilidade, evidenciando a necessidade do empreendedor inovador identificar e experimentar novas oportunidades. Conforme Bessant e Tidd (2009) colocam, para inovar é necessário gerar um ambiente favorável para a inovação e desta forma gerenciá-la. Para tanto, três fatores são importantes para a gestão da inovação: Geração de novas ideias – Através da inspiração, de questionamentos sobre necessidades de clientes ou usuários, pesquisa ou combinação de outras ideias existentes pode surgir algo novo que possa ser identificado como uma oportunidade. Seleção das melhores ideias – Procura-se identificar nas ideias geradas quais são estrategicamente mais viáveis e possíveis de dar certo, levando em consideração se há recursos limitados ou não, e qual sua viabilidade de execução. Implementação – Transformação da ideia em produtos, serviços, processos, tornando possível sua utilização. Bessant e Tidd (2009) reforçam ainda que dois fatores sejam propulsores da inovação: os recursos - no que se diz respeito desde pessoas a equipamentos, conhecimento, dinheiro, e também a capacidade de organizar e gerir a inovação. Para tanto, a compreensão da inovação pode ser traduzida a partir de algumas conceituações sobre o tema. 28 Segundo a OCDE (2005, p.55), Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. Para Drucker (1985 apud BESSANT; TIDD, 2009), A inovação é a ferramenta-chave dos gestores, o meio pelo qual exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. É passível de ser apresentada como uma disciplina, de ser ensinada e aprendida, de ser praticada. Para Sarkar (2008) é por meio da inovação que as empresas podem criar valor e diferenciar seus produtos e serviços da concorrência. A inovação surge como uma poderosa ferramenta de diferenciação e agregação de valor aos produtos, redução de custos e aumento da competitividade. Resumindo, pode-se compreender a inovação como a exploração de novas ideias que encontram aceitação no mercado, usualmente incorporando novas tecnologias, processos, design e uma melhor prática. Toldo (2006) ainda complementa que a inovação está ligada às funções comerciais, ou seja, uma invenção será reconhecida como inovação quando for comercialmente útil, e socialmente aceita. Para Santos (2009) inovar não está apenas relacionado ao nível operacional e tático, é algo mais abrangente, pois é possível gerar a diferenciação e pode também gerar o desenvolvimento da organização bem como da sociedade. Para McFadzean et al. (2005 apud UBEDA, 2009) caracteriza-se inovação quando existe algum grau de novidade para a organização que por consequência proporcionará algum valor adicional para a empresa, fornecedores ou clientes, através de novos produtos ou serviços, novas soluções e novos procedimentos e por fim, novos métodos de comercialização (Figura 5). Com isso, percebe-se como a inovação gera uma mudança na organização e como ela utiliza a novidade para oferecer aos seus usuários novos produtos ou serviços e também gerando novas abordagens de comercialização. 29 Figura 5 - Como prover a inovação. Fonte: McFadzean et al. (2005 apud UBEDA, 2009). Existem diferentes níveis de novidades, por isso, é possível identificar o grau de novidade da inovação o qual se pode definir como radical ou incremental. A mudança incremental que pode melhorar significativamente o desempenho do produto ou dos processos pode ser caracterizada como uma inovação incremental. Já a inovação radical, é quando ocorre uma mudança bastante radical, podendo ser totalmente nova para a organização ou para a sociedade, de tal forma que a transformação pode até modificar o modo como as pessoas a percebem e a utilizam, alterando a base da sociedade (BESSANT; TIDD, 2009). Conforme Bessant e Tidd (2009) discorrem, ainda é possível traçar uma relação da inovação com a biologia, partindo da teoria da evolução proposta por Darwin. A teoria Darwiniana reforça que os organismos e os seres vivos se desenvolvem a partir de variações das espécies no qual aqueles que se permitiram adaptar melhor ao ambiente irão prevalecer na propagação de sua espécie. Dessa forma, os organismos e seres vivos que não conseguem se adaptar ao meio ambiente não sobrevivem, desaparecem. A inovação pode ser explicada também pelo darwinismo, partindo da mesma concepção de que as empresas que conseguem se adaptar melhor ao ambiente competitivo e inconstante, uma vez que elas se sobressaem no mercado, impactando para que as empresas que não conseguem a mesma adaptação percam sua 30 competitividade e não sobrevivam no mercado. Destarte, somente as empresas mais adaptáveis conseguem permanecer. As empresas para sobreviverem precisam constantemente desenvolver novas ideias e conceitos para consolidar sua liderança competitiva e por meio da inovação se diferenciar da concorrência. É importante buscar entender o mercado como um todo, identificando os concorrentes, fornecedores e principalmente os clientes, levando as empresas a buscarem sempre novas formas de interagir com seu mercado alvo e potencializarem suas forças competitivas. (SARKAR, 2008; BESSANT; TIDD, 2009; FERREIRA; MARQUES; BARBOSA, 2007; SANTOS, 2009; PEREIRA et al., 2009). 2.3 COMPREENDENDO EMPREENDEDORISMO A definição do termo empreendedor (entrepreneur) possui origem francesa e compreende-se como aquele indivíduo que inicia algo novo assumindo riscos. Desde o início da idade média, compreendia-se um empreendedor como aquele indivíduo que gerenciava grandes projetos de produção se utilizando dos recursos disponíveis. Com isso, pode-se perceber que já existia uma relação da compreensão do empreendedorismo relacionado ao comportamento do indivíduo ou pela criação de novos empreendimentos (DORNELAS, 2008; LENZI, 2008). Segundo Dornelas (2008) o mundo vem sofrendo transformações em um curto espaço de tempo, tendo em vista a rápida evolução tecnológica proporcionada pelas inovações, que mudaram significativamente o estilo de vida das pessoas e sua estrutura socioeconômica. O autor argumenta que o fruto da inovação, resulta de algo inédito ou de uma nova forma de utilizar coisas já existentes. Para Dornelas por trás dessas mudanças, existem empreendedores envolvidos que fazem acontecer tudo aquilo que empreendem. O empreendedorismo tem contribuído para mudar a estrutura dos negócios e da sociedade tendo em vista que desenvolve a economia. Contudo, a inovação está intrinsecamente relacionada como um fator importante neste processo (HISRICH; PETERS, 2004). 31 Neste contexto, Sarkar (2008) reforça que atualmente o mundo passa por uma metamorfose das economias e das suas atividades. Essas mudanças influenciam no surgimento de novos empreendedores conforme Dornelas (2008, p.6) coloca: A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram, de forma que hoje existe a necessidade de se formalizarem conhecimentos, que eram apenas obtidos empiricamente no passado. Portanto, a ênfase em empreendedorismo surge muito mais como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo. A competição na economia também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes. Aparentemente identifica-se que o aparecimento de novos empreendedores não está necessariamente relacionado à identificação de oportunidades, mas também como necessidade de empreender diante do ambiente inconstante. De acordo com Sarkar (2008), apesar de a população brasileira apresentar altos índices de empreendedorismo em relação ao mundo, é necessário considerar que grande parte desses empreendedores começaram suas atividades por necessidade. O autor coloca que o país, mesmo sendo referência mundial por possuir altos índices de empreendedorismo, tais informações camuflam uma realidade mais aparente de que as empresas são na sua grande maioria pouco empreendedoras e pouco inovadoras. Conforme Sarkar (2008, p.11) adverte: No que se refere ao potencial de inovação dos empreendedores iniciais, o Brasil revela valores baixo da média de seu grupo. Por exemplo, o indicador de produtos novos ou desconhecidos para empreendimentos brasileiros aponta para uma taxa de 19%. No entanto, em países de renda média e alta, essa taxa situa-se nos 48% e 44%, respectivamente. Entretanto, apesar da incidência de que muitos empreendedores surgem por necessidade, estudiosos reforçam que é possível ensinar o empreendedorismo e que o processo de empreender possa ser praticado por qualquer pessoa, entendendo-se que o sucesso do negócio será decorrente dos fatores internos e externos da empresa e também como o empreendedor se adaptará para administrar tais desafios no dia-a-dia (DORNELAS, 2008; DEGEN, 2009; SARKAR; 2008; HISRICH; PETERS, 2004; BESSANT; TIDD, 2009). 32 Há várias definições para o termo empreendedorismo, entretanto, Schumpeter (1949 apud SARKAR, 2008, p.22) apresenta uma conceituação que reflete de maneira concisa o comportamento empreendedor: “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Pode-se perceber que no comportamento empreendedor, a iniciativa pela busca do novo para quebrar uma estrutura existente são características também encontradas na prática da inovação. Desta forma, inovação e empreendedorismo “caminham lado a lado” no processo de gerenciamento de ideias em negócios (BESSANT; TIDD, 2009). Pode-se observar que o processo empreendedor ocorre por diversos fatores internos e externos, gerados pelo ambiente e pelo meio social somado à aptidão pessoal do indivíduo, e ao somatório de todos esses fatores que, juntos, influenciam no surgimento de uma nova empresa (DORNELAS, 2008). Contudo, Bessant e Tidd (2009, p.60) definem: Inovação e empreendedorismo não são apenas resultados de uma ideia brilhante. [...] nossa experiência mostra que identificar, avaliar e refinar uma ideia transformando-a em um conceito de negócio, é a maior parte do problema. [...] Esse fator possui implicações significativas na maneira como gerenciamos a criatividade e transformamos ideias em inovações. Verifica-se que a criatividade também está relacionada com a inovação, e Bessant e Tid (2009) abordam o processo inovador e o empreendedorismo a partir de três diferentes perspectivas: Pessoal ou individual – é enfatizado o papel da criatividade do indivíduo. Coletivo ou social – enfatiza-se a contribuição da equipe, ou seja, o trabalho em grupo. Contextual – refere-se às estruturas, o ambiente, os processos e as ferramentas disponíveis. 33 Sendo assim, os autores revelam que o fator crítico dessas três perspectivas é o esforço criativo necessário entre as contribuições individuais, sociais e organizacionais para o empreendedorismo e a inovação e a interação entre esses três níveis. Segundo Bessant e Tid (2009), a criatividade geralmente está relacionada a três fatores: personalidade, compreendendo-se como as características de personalidade, habilidades cognitivas e comportamentais associados à criatividade individual; processo de pensamento criativo, que aborda os vários estágios e estratégias da elaboração criativa; e por fim, fatores ambientais que se referem a como o clima e a cultura organizacional podem facilitar ou inibir o desempenho criativo. Observa-se que todos esses fatores combinados (Figura 6) e interagindo entre si, podem tanto estimular quanto inibir a inovação e empreendedorismo nas organizações. Figura 6 – Fatores que contribuem para uma organização criativa. Fonte: Bessant e Tidd (2009, p.61). 34 Levando em consideração a aptidão pessoal do indivíduo, Hisrich e Peters (2004) apresentam que os empreendedores possuem características comportamentais que o diferenciam daqueles indivíduos não empreendedores. Os autores apresentam oito características que são inerentes a todos empreendedores: Controle interno e de disciplina; Capacidade de correr riscos; Inovação; Orientação para mudanças; Persistência; Liderança visionária; Habilidade para administrar mudanças. Já para McClelland (1971 apud LENZI, 2008) os empreendedores são avaliados em função da ação de realização do indivíduo empreendedor, pela necessidade do indivíduo de conquista. Eles são identificados possuindo tais características comportamentais empreendedoras: Busca de Oportunidade e Iniciativa (se antecipar aos fatos e criar novas oportunidades de negócios) Persistência (enfrentar os obstáculos decididamente) Correr Riscos Calculados (assumir desafios ou riscos moderados e responder pessoalmente por eles) Exigência de Qualidade e Eficiência (decisão de fazer sempre as expectativas de prazos e padrões de qualidade) Comprometimento (com o cliente e com o próprio empresário) Busca de Informações (busca pessoalmente, consulta a especialistas). Estabelecimento de Metas (a longo e curto prazo mensuráveis) Planejamento e monitoramento sistemáticos (planeja e aprende a acompanhá-lo sistematicamente a fim de atingir as metas a que se propôs) 35 Persuasão e Rede de Contatos (saber persuadir e utilizar sua rede de contatos atuando para desenvolver e manter relações comerciais) Independência e Autoconfiança (busca autonomia em relação a normas e procedimentos para alcançar o sucesso) Para McClelland (1961 apud LENZI, 2008) a compreensão do comportamento empreendedor tem como base a motivação psicológica do indivíduo, que é direcionada por três necessidades básicas: Necessidade de realização: o indivíduo possui necessidades de autorrealização, as quais necessita colocar à prova seus limites, buscando novas realizações. A necessidade de realização faz com que o indivíduo busque se colocar em situações que o desafiem, gerem situações que possam mudar suas vidas. Esta necessidade contribui para que os indivíduos possam iniciar o próprio negócio. Necessidade de afiliação: o indivíduo sente uma necessidade de estabelecer e manter relações emocionais sociais positivas com outros indivíduos. Necessidade de poder: caracteriza-se quando o indivíduo possui necessidade de exercer sua influência e autoridade sobre outras pessoas. Todavia, ainda existem quatro fases no processo empreendedor que possuem importância para o desenvolvimento econômico do empreendimento: identificar e avaliar oportunidade; desenvolver o plano de negócios; determinar e captar os recursos necessários e gerenciar a empresa criada (DORNELAS, 2008). Apesar de algumas semelhanças e diferenças em relação às características comportamentais empreendedoras citadas pelos autores, verifica-se que pelo menos três aspectos são geralmente citados nas definições sobre o empreendedorismo: possuir iniciativa para criar um novo negócio e ter paixão pelo que faz; utilizar os recursos disponíveis, utilizando a criatividade; e por último, aceitar assumir riscos calculados, reconhecendo a possibilidade de fracassar (DORNELAS, 2008). Segundo Sarkar (2008), há indagação dos estudiosos se a cultura empreendedora pode fomentar a criação de empresas inovadoras ou se é possível criar tais condições 36 para a inovação. Acredita-se que apesar da identificação dos empreendedores natos, e daqueles que empreendem por necessidades, o comportamento empreendedor possa ser mais bem compreendido e com isso, pode ser ensinado. O autor defende que embora uma pequena parte dos empreendedores sejam realmente aqueles que nascem com tais características empreendedoras, outra parte, a maioria, tornam-se empreendedores por outras circunstâncias. Para Sarkar (2008) a compreensão do empreendedorismo baseado apenas na relação do indivíduo iniciar um negócio, gera uma fragilidade da real compreensão do que seja empreendedor. É necessário compreender qual o condutor inerente que levou o indivíduo abrir seu negócio e como a inovação está relacionada ao seu comportamento. “A verdadeira questão de ser ou não empreendedor reside em averiguar quem é inovador e se este nasce ou pode ser formado” (SARKAR, 2008, p.63). Do ponto de vista do autor, fatores como: o desejo de sucesso, criatividade, e a capacidade de trabalhar arduamente para expor o pensamento próprio pode diferenciar o empreendedor-inovador dos demais empreendedores. De acordo com Gibb (1987 apud SARKAR, 2008), há influencias externas que podem influenciar a cultura empreendedora e na forma como o indivíduo empreendedor será formado. Para o autor, há cinco etapas durante a vida do sujeito que podem influenciar na formação do comportamento empreendedor, são elas: Infância – Período quando a influência dos pais ou da família exerce forte intermédio no comportamento. A situação de trabalho dos pais ou da família bem como os valores aliado ao objetivo de vida também exercem sua influência. Adolescência – A escolha dos pais na educação pode impactar na maneira pela qual o indivíduo terá suas preferências vocacionais, valores e na forma de interagir com a comunidade. Idade adulta – A escolha do indivíduo por uma melhor educação e maior qualificação pode contribuir na formação do empreendedor, bem como nos resíduos da influência familiar e na natureza do seu trabalho. 37 Meia-idade – A situação ocupacional do indivíduo bem como sua mobilidade entre classes, além das suas relações de trabalho, a própria família, rede social de amigos e os sistemas de recompensa e satisfação no trabalho pode influenciar o comportamento empreendedor. Terceira idade – A situação familiar, o rendimento alcançado durante a vida do indivíduo além das oportunidades extras de trabalho, satisfação profissional e facilidade da aposentadoria também geram influências no perfil empreendedor. Para McNeill et al. (2004), há quatro tipos de ambientes (Figura 7) que podem influenciar no comportamento da resposta empreendedora, entendendo-se que cada tipo de ambiente poderá exercer maior ou menor influência para uma cultura empreendedora na organização. O ambiente A o qual apresenta-se como um cenário mais estável, o nível de competição é menor o que pode levar um estímulo menor para uma resposta empreendedora inovadora. Já o ambiente B, pode ser caracterizado por um cenário organizado, entretanto, o comportamento dos consumidores é mais mutável e inconstante, o que gera um maior estímulo para inovação. O ambiente C, pode ser entendido como um cenário no qual os produtos, processos e a tecnologia envolvidos são mais complexos, embora a competição não seja grande. Já o ambiente D, também possui processos e produtos complexos atrelados à alta tecnologia, porém o número de competidores é maior o que gera um alto estímulo para uma alta resposta empreendedora. 38 Figura 7 – Fatores do mercado e ambiente que influenciam a natureza da resposta empreendedora. Fonte: McNeill et al. (2004, p.36). Percebe-se como o cenário pode exercer influência no comportamento empreendedor para a inovação, podendo gerar um estímulo maior ou menor dependendo da alternância do ambiente competitivo e dos comportamentos dos consumidores. Além do cenário como estimulador para a inovação, Bessant e Tidd (2009) apresentam que alguns fatores podem afetar a probabilidade de uma organização ser mais empreendedora. Para os autores, a combinação dos indivíduos que são empreendedores natos e daqueles que podem desenvolver o comportamento empreendedor, são estimulados por três fatores: origem familiar e étnica, perfil psicológico e educação formal e experiência profissional precoce. 39 A origem familiar e étnica diz respeito aos valores adquiridos através das normas culturais, como a religião e padrões de comportamento referente ao ambiente no qual o indivíduo está inserido. A origem familiar pode afetar na propensão do sujeito iniciar um empreendimento. Os autores mostram que para esse tipo de tendência, os pais agem como um modelo, uma referência e podem incentivar a criação do empreendimento próprio. Já o perfil psicológico, mostra que a psicologia do empreendedor está estruturada em dois aspectos: a capacidade de controle e a necessidade de conquista. A vontade de conquista por parte dos empreendedores gera um comportamento associado a assumir riscos moderadamente, enquanto a capacidade de controle referese ao lócus interno de controle que corresponde o indivíduo atribuir o resultado do seu sucesso ou fracasso ao seu comportamento e não, nos fatores externos ou ao acaso (BESSANT; TIDD, 2009). Por fim, a educação e experiência do empreendedor também podem influenciar na sua resposta empreendedora, já que a formação acadêmica e vivências de trabalho podem reforçar para que os empreendedores sejam mais produtivos e comprometidos em relação aos outros indivíduos. Para os autores citados acima, pesquisas apontam que três quartos dos empreendedores mostraram alguma insatisfação e desapontamento com seus antigos empregos. Entretanto, a frustração pode ser resultado da predisposição psicológica do empreendedor potencial e a falta de treinamento e desenvolvimento profissional por parte do empregador. Segundo Bessant e Tidd (2009) o comportamento do empreendedor também será influenciado pela dinâmica da tecnologia e do mercado. Já em se tratando dos fatores ambientais que podem favorecer o processo da inovação, Boehe e Zawislak (2007) afirmam que os estímulos externos estão associados ao mercado e que existem três diferentes tipos de ambientes que pode estimular a inovação: Ambiente Operacional, Ambiente Institucional e Ambiente Corporativo. 40 O Ambiente Operacional define-se nas relações entre a organização e o mercado formado por clientes, fornecedores, concorrentes, universidades e institutos de pesquisa os quais podem gerar estímulos para processos internos de aprendizagem. O Ambiente Institucional compreende-se como o país onde a organização se encontra possui incentivos ou não para desenvolvimento de atividades inovadoras, contribuindo para a relação custo-benefício da inovação. Neste contexto encontram-se leis de propriedade intelectual, normas e incentivos para a prática da inovação. Já o ambiente Operacional diz respeito às relações com organizações que pertencem à empresa, como outras subsidiárias ou a própria matriz. Nesse sentindo, o estímulo da inovação do ambiente corporativo está relacionado ao modo como as atividades são coordenadas e aplicadas dentro da empresa. 2.3.1 Relação da Inovação com Empreendedorismo Observa-se que para os autores Dornelas (2008), Dolabela (1999) e Degen (2009), a compreensão do empreendedorismo está ligada ao fato do indivíduo empreender um negócio próprio, ou seja, para que se caracterize empreendedor é necessário iniciar um empreendimento (Quadro 1). Entretanto, para outros autores, Bessant e Tidd (2009) e Sarkar (2008), pode-se compreender o indivíduo empreendedor como aquele que possui características comportamentais empreendedoras, independente de possuir negócio próprio ou não. Assim, o empreendedorismo reflete a forma como o indivíduo percebe e faz as coisas, utilizando da criatividade, só que de maneira diferente. Sarkar (2008) apresenta como a inovação está ligada ao empreendedorismo como ferramenta específica para que se obtenha o novo. Dessa forma, verifica-se a oportunidade de buscar compreender o comportamento do empreendedor em si para que em seguida analisar a interação do indivíduo com o ambiente em que está inserido. 41 Quadro 1 – Abordagens sobre empreendedorismo Autor Schumpeter (1949 apud SARKAR, 2008) McClelland (1961, 1971,1973, apud LENZI, 2008) Bessant e Tidd (2009) Principais competências Inovação, iniciativa, sonho, criatividade, energia, realização pessoal, poder, mudança Assumir riscos, necessidade de realização, necessidade de afiliação Busca oportunidades, assume riscos e empreende utilizando a inovação como ferramenta Degen (2009), Dolabela Inicia o próprio negócio utilizando como ferramenta o plano de (1999) negócio Sarkar (2008) Empreende se utilizando da inovação Dornelas (2008), Tem iniciativa para criar um próprio negócio e paixão pelo que Hisrich e Peters (2004) faz e assume riscos Fonte: Elaborado pelo Autor. 2.3.2 Modelo das Contingências do Comportamento Inovador Partindo da compreensão do comportamento inovador seguindo o modelo da tríplice contingência e as teorias behavioristas, propõe-se neste trabalho um modelo de estudo (Figura 8) que busca analisar quais seriam os fatores antecedentes que geram um comportamento para a inovação e quais seriam os condicionantes reforçadores para a repetição deste comportamento e verificar os resultados conseqüentes punitivos que podem gerar uma diminuição da propensão da repetição do comportamento ou gerar uma atitude de esquiva baseado no histórico de aprendizagem que gerou um feedback negativo. 42 Figura 8 – CCI – Contingências do Comportamento Inovador Fatores antecedentes Fatores conseqüentes Reforço Utilitário Estímulo Ambiental Comportamento inovador Reforço Informativo Histórico de aprendizagem Punição Esquiva Fonte: Elaborado pelo Autor com base em Foxall (2010) e Melo (2010). 2.3.2 CONSTRUCTOS DO COMPORTAMENTO INOVADOR 2.3.2.1 CONSTRUCTO ESTÍMULOS AMBIENTAIS No constructo “estímulos ambientais” (Quadro 3) foram consideradas as dimensões que identificassem variáveis que estejam relacionadas aos estímulos discriminativos antecedentes a um comportamento inovador, sendo que o estímulo ambiental refere-se ao ambiente interno e externo como um todo da organização, estímulos que podem desencadear uma resposta inovadora do indivíduo, ou seja, uma ação ou comportamento inovador. 43 Dimensão “Fatores macroambientais: ambiente externo.” Variáveis “Ambiente econômico”, “Ambiente social”, “ Ambiente natural”, “Ambiente político-legal”, “Ambiente tecnológico” e “Ambiente competitivo”. Segundo Mintzberg et al. (2000) as variáveis relacionadas ao macroambiente constituem aquelas que geralmente não são controláveis pela organização, ou seja, geram algum estímulo ou influência para a organização, entretanto, geralmente são forças não controláveis pela empresa, as organizações se adaptam a essas variáveis. Fazem parte do macroambiente os seguintes agentes macroambientais: fatores econômicos, sociais, naturais, político-legal, tecnológico e competitivo. Segundo Prower (1986 apud MINTZBERG et al., 2000), a distribuição das variáveis que formam o macroambiente se distribui da seguinte forma: Quadro 2: Checklist de variáveis ambientais Variável Ambiente econômico Caracterização da variável Taxas de juros que podem impactar os custos financeiros e a expansão da organização; taxa de câmbio que pode impactar na demanda doméstica e externa e os lucros da organização; Mudanças na renda individual ou familiar da população que pode impactar na demanda. Ambiente Mudança nas preferências dos clientes impactando a demanda ou o design no produto; social tendências populacionais que podem impactar na distribuição da população: distribuição geográfica e por sexo, idade, renda e condição social. Ambiente Escassez de matéria-prima que podem impactar em novas fontes de matérias-primas ou natural sua reutilização. Aumento do custo de energia impactando na busca de novas fontes de energia. Pressões antipoluição tanto por parte do Governo que fiscaliza quanto os consumidores que podem preferir empresas ambientalmente corretas. Ambiente Nova legislação impactando os custos dos produtos. Novas prioridades de cumprimento político-legal de leis impactando os investimentos, os produtos e a demanda. Ambiente Adoção de novas tecnologias que podem impactar na posição dos custos e na qualidade tecnológico do produto. Obsolescência de produtos que impactam nos preços, a demanda. Ambiente Novos concorrentes que impactam nos preços, a participação de mercado e na margem competitivo de contribuição. Novos produtos que impactam na demanda e com gastos com propaganda. Fonte: Adaptado de Prower (1986 apud MINTZBERG, 2000). 44 Dimensões “Alinhamento estratégico da empresa” e “Pesquisa e Desenvolvimento” Variáveis “Desenvolvimento e disseminação da missão” e “Colaboradores e gestores envolvidos em pesquisa” Segundo Lavarda (2009) empresas que possuam uma missão clara que seja compartilhada e difundida por todos os níveis da organização, impulsionam o comportamento dos colaboradores para identificar as necessidades dos clientes que por consequência irá gerar produtos e serviços através da inovação para satisfazê-los e atendê-los. Dessa forma, uma definição clara da estratégia traduzida pela missão da empresa pode gerar esforços para inovação que terá como resultado satisfazer as necessidades dos clientes (Figura 9). Logo, de acordo com o estudo de Lavarda (2009), verifica-se que a variável que compõe a dimensão “Alinhamento estratégico da empresa com a missão” é “Desenvolvimento e disseminação da missão”, entende-se como esta variável o estabelecimento da missão, conhecimento da missão por parte dos colaboradores, métodos para comunicar a missão em todos os níveis da organização. Já na dimensão “Pesquisa e Desenvolvimento”, Lavarda (2009) aponta que investimentos em pesquisa podem contribuir para a inovação, entretanto, ressalta que há uma forte relação do compromisso da empresa com a inovação quando há nos níveis mais altos da gestão da organização gestores com larga experiência de trabalho em áreas técnicas como engenharia, produção e pesquisas. Quando se pretende fortalecer as estratégias de inovação baseando seus esforços em pesquisa e desenvolvimento deve-se considerar a busca por gerentes com experiência técnica para fazer parte da equipe de altos gerentes. Com isso, verifica-se que a variável que compõe a dimensão “Pesquisa e Desenvolvimento” é “Colaboradores e gestores envolvidos em pesquisa”, ou seja, explica-se esta variável quando há gestores do alto nível organizacional com experiência técnica em engenharia, produção ou pesquisas. 45 Figura 9 – Modelo de Correlação entre Estratégia e Inovação. DEFINIÇÃO CLARA DA ESTRATÉGIA MISSÃO DA EMPRESA ESFORÇO INOVADOR (MAIS INOVAÇÃO) CLIENTE SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES Fonte: Lavarda (2009). Dimensão “Fatores microambientais (ambiente interno)” Variáveis “Canais de comunicação eficientes e fluentes”, “Estrutura descentralizada” e “Recursos financeiros organizacionais” Para esta variável “Canais de comunicação eficientes e fluentes” Wan, Ong e Lee (2005) apresentam duas explicações: quando existe na organização uma tentativa para quebras de barreiras de comunicação entre a alta gestão e os diversos níveis entre os colaboradores da empresa ou quando há na organização diversas formas e ferramentas para se obter e difundir a informação, há para um bom canal de inovação Já para a variável “Estrutura descentralizada”, os autores Wan, Ong e Lee (2005) reforçam que uma organização que possua a crença de que uma gestão mais descentralizada e a informalidade entre os níveis hierárquicos da empresa podem facilitar a inovação. Quanto maior a descentralização por parte da alta gestão da organização com os outros níveis da empresa, maior será a probabilidade de ocorrência da inovação. 46 Dessa forma as características que compõem a variável “Estrutura descentralizada” são: a empresa necessita da aprovação da alta gerência para que ocorram mudanças de execução e todas as decisões operacionais da empresa necessitam passar pela aprovação da alta gerência. Para a variável “Recursos financeiros organizacionais” há a compreensão de que uma maior quantidade de recursos da organização, desde recursos financeiros até metodologias que incentivam a adoção de novas ideias na empresa e aceitação do erro, pode contribuir para a inovação. As características para esta variável segundo Wan, Ong e Lee (2005) são: existe investimento por parte da empresa na área de pesquisa e desenvolvimento; a empresa disponibiliza condições favoráveis para a criação de novas ideias - como a disponibilização de tempo suficiente para que os colaboradores solucionem através da criatividade os problemas; e por último, a empresa fornece recursos adequados para exploração de novas ideias. Variável “Seleção de profissionais criativos e inovadores” Segundo Wan, Ong e Lee (2005) e Terra et al. (2007), o processo de selecionar profissionais criativos para a organização contribui para a construção do capital intelectual da organização, do processo criativo e consequente para a inovação. Sendo que a variável “Seleção de profissionais criativos e inovadores” compreende-se segundo os autores quando a empresa preferencia ter colaboradores altamente criativos e inovadores no processo seletivo. Variáveis “Disposição da organização para compartilhar ideias” e “ Disposição para correr riscos” Segundo Wan, Ong e Lee (2005), se os funcionários mostram interesse e entusiasmo com a troca de ideias e conhecimento entre si, essa atividade pode contribuir para a inovação. Portanto, vontade e predisposição dos colaboradores em compartilhar ideias contribuem para a inovação. 47 Destarte, como características da variável “Disposição da organização para compartilhar ideias” compõem-se: os colaboradores da empresa mostram entusiasmo com adoção de inovas ideias e a possibilidade de gerar intercâmbio de informações e compartilhamento do conhecimento uns com os outros e por fim, existe na organização por parte dos colaboradores uma aceitação de novas ideias e há uma predisposição dos funcionários para expressá-las. Já a variável “Disposição para correr riscos” segundo Wan, Ong e Lee (2005), compreende-se que a inovação envolve, muitas vezes, elementos de incerteza e possibilidade de erros, entretanto, organizações com predisposição para assumir risco e incentivar novas ideias e comportamentos de risco entre os membros da organização, tolerando possíveis falhas, contribuem para a inovação. A maior disponibilidade de assumir riscos e aceitar possíveis erros contribui para a inovação. Como características desta variável verificam-se: os colaboradores da empresa não têm medo de assumir riscos, a alta gestão da organização é tolerante a possíveis erros e por fim, os funcionários acreditam que a partir do erro pode-se obter outra chance para solucionar o problema. Dimensão “Produtos tornando-se obsoletos” Variável “Ciclo de vida dos produtos mais curtos” Para esta variável os autores Ferreira e Lopes (2008), Santos (2009), afirmam que cada vez mais os produtos estão tendo seu ciclo de vida mais curtos em virtude do rápido avanço tecnológico e a pressão dos clientes por exigir constantemente o lançamento de novos produtos. Esta pressão faz com que as empresas acelerem o ciclo de vida dos seus produtos e busquem através da inovação lançar novos produtos no mercado. Logo, as características que compõem a variável “Ciclo de vida dos produtos mais curtos” são: empresas desenvolvem novos produtos a partir da necessidade do mercado em lançar algo novo para os clientes e por fim, o avanço tecnológico impulsiona as empresas para inovarem desenvolvendo novos produtos. 48 Dimensão “Alianças estratégicas” Variável “Parcerias entre as empresas” Para Ferreira, Marques e Barbosa (2007) o estabelecimento de parcerias e cooperação entre as organizações mensurando também o grau de abertura externa, ou seja, medido através de volumes de importações e exportações são fatores influenciadores no comportamento inovador. As características que compõem a variável “Parcerias entre as empresas” são: troca de informações entre organizações, alinhamento de ações conjuntas, podem ser caracterizadas como parcerias entre as organizações, as quais podem contribuir para o comportamento inovador. Quadro 3 – Constructo Estímulo Ambiental com dimensões e variáveis dos fatores antecedentes do comportamento inovador. CONSTRUCTO Nº da Variável Explicação das variáveis Nome das variáveis Dimensão AUTOR V1 Taxa de juros, taxa de câmbio, mudança na renda da população. Mudança nas preferências dos clientes, mudanças demográficas como distribuição geográfica, sexo, idade, renda e condição social. Escassez de matéria-prima, aumento do custo de energia, pressões governamentais e dos clientes para antipoluição Novas legislações, cumprimentos de leis e normatizações Adoção de novas tecnologias e obsolência de produtos que geram novos produtos. Novos concorrentes e nível de rivalidade em um setor Definição clara da missão da empresa, e métodos para comunicar a missão da organização em todos os níveis da empresa Utilização de pesquisadores na organização, e gestores do alto nível organizacional com larga experiência técnica em engenharia, produção ou pesquisas. Ambiente econômico Ambiente social Fatores macroambientais (ambiente externo) Mintzberg (2000), Kotler e Keller (2006), Honorato (2004). V2 ESTÍMULOS AMBIENTAIS V3 V4 V5 V6 V7 V8 ESTÍMULOS AMBIENTAIS Ambiente Natural Ambiente políticolegal Ambiente tecnológico Ambiente competitivo Desenvolvimento e disseminação da missão Colaboradores e gestores envolvidos com pesquisa e desenvolvimento Alinhamento estratégico empresa Pesquisa Desenvolvimento da e Lavarda (2009) 49 Continuação do Quadro 3 – Constructo Estímulo Ambiental com dimensões e variáveis dos fatores antecedentes do comportamento inovador. V10 V11 V12 V13 V17 V18 V19 V20 Quebra de barreiras de comunicação entre a alta gestão e os diversos níveis entre os colaboradores. Há diversas ferramentas para difundir a informação na empresa. A empresa não necessita da aprovação da alta gestão para que ocorram mudanças de execução na parte operacional Recursos financeiros para incentivar novas ideias, metodologias para incentivar a criatividade e aceitação do erro. A empresa procura ter colaboradores altamente criativos e inovadores. Canais de comunicação eficientes e fluentes Fatores microambientais (ambiente interno) Wan, Ong e Lee (2005) Terra et al. (2007) Kotler e Keller (2006), Honorato (2004) Ferreira Lopes (2008), Santos (2009) Ferreira, Marques Barbosa (2007) Estrutura descentralizada Recursos organizacionais Seleção profissionais criativos inovadores de e Funcionários mostram disposição para compartilhar ideias e contribuir para a inovação. Há intercâmbio de informações e compartilhamento do conhecimento dentro da empresa. Os colaboradores não tem medo de assumir riscos e aceitam os possíveis erros. A alta gerência é tolerante a possíveis erros. Os funcionários acreditam que a partir do erro pode-se obter outra chance para solucionar um problema. Novos produtos são lançados no mercado. Nova tecnologia pode substituir um produto. Disposição da organização para compartilhar ideias Ciclo de vida dos produtos mais curto Produtos obsoletos Troca de informações entre as organizações e alinhamento de ações conjuntas Parcerias entre as empresas Alianças estratégicas Disposição correr riscos para tornado-se Fonte: Elaborado pelo Autor. 2.3.2.2 CONSTRUCTO HISTÓRICO DE APRENDIZAGEM No constructo “histórico de aprendizagem” (Quadro 4), consideram-se as variáveis que estejam relacionadas a um estímulo discriminativo antecedente ao comportamento inovador, baseado em suas experiências passadas e informações armazenadas, o indivíduo poderá ter uma maior probabilidade de gerar um comportamento inovador. e e 50 Dimensão “Experiência com práticas inovadoras” Variável “Aprendizagem e interação social” Para Faccin, Genari e Macke (2010), o conhecimento e o aprendizado são elementos fundamentais para a inovação. Para os autores compreende-se a aprendizagem como processos de mudanças a adaptações por meio de aquisição e desenvolvimento do conhecimento que resultará na resolução de problemas. Como características da variável “Aprendizagem e interação social” encontram-se: a interação social do indivíduo que terá efeito direto sobre a aprendizagem bem como a forma como o indivíduo interpreta e atribui significado para alguma coisa. Já o conhecimento tem forte relação com o conhecimento adquirido pelo sujeito que processará, interpretará e responderá as informações originadas do ambiente. Dimensão “Espírito empreendedor” Variável “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores” Conforme Bessant e Tidd (2009), Sarkar (2008) e Ferreira, Marques e Barbosa (2007) reforçam, os indivíduos altamente empreendedores utilizam a inovação como mola propulsora do seu empreendimento e crescimento da vantagem competitiva. Os indivíduos empreendedores são identificados pelas suas características comportamentais tais como: busca de oportunidade, iniciativa, persistência, capacidade de correr riscos, inovação, liderança entre outros. Partindo disso, a variável “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores” compreende-se quando existe uma forte relação do comportamento empreendedor com a inovação, ou seja, quanto mais empreendedor o sujeito for, maior será a probabilidade de a empresa ser inovadora. 51 Quadro 4 – Constructo Histórico de aprendizagem com dimensões e variáveis dos fatores antecedentes do comportamento inovador. CONSTRUCTO Nº da Explicação das variáveis Nome Variável V21 Interação social do indivíduo que terá Aprendizagem efeito direto sobre a aprendizagem e na interação social forma HISTÓRICO das Dimensão AUTOR Experiência com Faccin, Genari e práticas Macke inovadoras Ahuja variáveis como interpretou e e atribuiu significado em relação à inovação. DE (2010), e Katilla (2001) APRENDIZAGEM Ferreira, Marques e Barbosa (2007) V23 Busca de Oportunidade Persistência (enfrentar e Iniciativa, os obstáculos de disciplina; decididamente) Controle interno Características Espírito Bessant comportamentais empreendedor (2009), Sarkar (2008), Ferreira, empreendedoras e Capacidade de correr riscos; Inovação; dos gestores colaboradores e e Tidd Marques Barbosa (2007) Orientação para mudanças; Persistência; Liderança visionária; Habilidade para administrar mudanças. Fonte: Elaborado pelo Autor. 2.3.2.3 CONSTRUCTO REFORÇO UTILITÁRIO No constructo “Reforço utilitário” (Quadro 5) foram colocadas as dimensões que se enquadrassem no perfil de variáveis que foram identificadas como tudo aquilo que agrega valor para inovação, ou seja, aumenta a probabilidade do comportamento inovador relacionados aos aspectos de utilidade prática da inovação para a empresa como, por exemplo, redução de custos operacionais ou administrativos entre outros. Dimensão “Impacto financeiro na organização” Variável “Crescimento da produtividade” Segundo OECD (2005) e Mol e Birkinshaw (2009), a inovação pode ter relação com o aumento da produtividade da empresa visto que pode promover uma vantagem de custo na produção sobre a concorrência, entendendo-se que essa vantagem permite à organização uma maior margem dos preços, favorecendo sua vantagem competitiva e 52 no mercado. Explica-se a variável “Crescimento da produtividade”: inovações em processos que podem permitir vantagem de custo na produção sobre a concorrência que permite uma maior margem dos preços. Variável “Redução de custos administrativos e de produção” Segundo a OECD (2005), a inovação pode contribuir para a redução dos custos de uma organização relacionada à produção ou aos custos administrativos, sendo uma consequência reforçadora para o comportamento inovador na empresa. Como elementos da variável “Redução de custos administrativos e de produção” verificam-se: redução da redução dos custos unitários de mão de obra; corte de materiais de consumo; corte do consumo de energia; redução da taxa de rejeição; redução dos custos de desenho do produto e redução dos prazos de início de produção. Variável “Rentabilidade do negócio” Para Pereira et al. (2009), a inovação pode possuir forte relação com a rentabilidade da empresa, já que na visão dos empresários a inovação é capaz de tornar os negócios mais rentáveis. Como característica da variável “Rentabilidade do negócio” verifica-se: aumento significativo da taxa de rentabilidade da organização. Variável “Aumento da demanda” Para a OECD (2005) a inovação pode ter relação na criação de demanda, visto que a empresa pode obter uma posição monopolista devido a uma patente ou ao tempo em que um concorrente terá para imitá-la. Outro fator refere-se à possibilidade de a partir da inovação a empresa poder atender mercados ainda inexplorados, favorecendo na criação de demanda. São características da variável “Aumento da demanda”: obtenção de monopólio do mercado em virtude do direito de patente, dificuldade da 53 concorrência implementar mesmo modelo de gestão de negócios e atendimento de mercado inexplorados. Quadro 5 – Constructo Reforço Utilitário com dimensões e variáveis dos fatores consequentes do comportamento inovador. CONSTRUCTO Nº da Explicação das variáveis Nome Variável Uma inovação em processos pode permitir Crescimento REFORÇO vantagem de custo na produção sobre a produtividade UTILITÁRIO concorrência que permite uma maior margem V24 das da AUTOR Impacto financeiro organização dos preços V25 Dimensão variáveis OECD(2005) na Mol (2009), Redução dos custos unitários de mão-de-obra, Redução corte de materiais de consumo, corte de custos consumo de energia, redução da taxa de administrativos rejeição, redução dos custos de desenho do de produção de Pereira et al. (2009) e Ubeda (2009) produto e redução dos prazos de início de produção. V26 V27 Aumento significativo da taxa de rentabilidade Rentabilidade da organização negócio A empresa e Birkinshaw pode obter uma posição Aumento monopolista devido a uma patente ou ao tempo demanda do da em que um concorrente terá que imitá-la. Atendimento de mercados inexplorados. Fonte: Elaborado pelo Autor. 2.3.2.4 CONSTRUCTO REFORÇO INFORMATIVO Já no constructo “Reforço informativo” (Quadro 6) foram consideradas as dimensões que obtivessem variáveis relacionadas ao feedback das ações e reações de outras pessoas, ou seja, o apelo social, status e aceitação social que a inovação proporciona para o indivíduo inovador e para a organização. e 54 Dimensão Impacto na percepção dos empresários Variável “Diferenciação da concorrência” Segundo Pereira et al. (2009) na visão de alguns empresários a inovação é um elemento fundamental para que a empresa se diferencie da concorrência, como por exemplo, possibilita a empresa crescer mais rápido no mercado em relação ao concorrente. Com isso, verifica-se que as características, crescimento mais rápido e diferenciação da marca, compõem a variável “Diferenciação da Concorrência”. Variável “Crença da importância da inovação” Para esta variável, verifica-se que, segundo Pereira et al. (2009) e Vicent (2006), a crença de que a inovação é importante para a empresa e os próprios colaboradores podem facilitar na propensão da inovação. São características da variável “Crença da importância da inovação”: a gestão busca reter funcionários altamente criativos e inovadores; os colaboradores percebem que podem ser beneficiados ou bonificados com comportamento criativo e inovador; além de que a empresa procura instigar e estimular os colaboradores para a prática do pensamento criativo. Quadro 6 – Constructo Reforço Informativo com dimensões e variáveis dos fatores consequentes do comportamento inovador. CONSTRUCTO Nº da Explicação das variáveis Variável V29 REFORÇO INFORMATIVO V30 Nome das Dimensão AUTOR variáveis Possibilita crescimento mais rápido no mercado Diferenciação em relação ao concorrente. da concorrência percepção Colaboradores e os altos gestores acreditam que Crença da empresários a inovação traz resultados positivos para eles e importância da para a empresa. inovação Fonte: Elaborado pelo Autor. Impacto na dos Pereira et al. (2009) Vicent (2006) 55 2.3.2.5 CONSTRUCTO ESQUIVA Em relação ao constructo “Esquiva” (Quadro 7), foram consideradas as dimensões que identificassem variáveis que estejam relacionadas a tudo aquilo que tira o valor da inovação ou diminui a propensão para inovação. O reforço punitivo leva o indivíduo a um novo comportamento que é a esquiva, ou seja, tudo aquilo que diminui a propensão para o comportamento inovador. Quadro 7 – Constructo Esquiva com dimensões e variáveis dos fatores consequentes do comportamento inovador. CONSTRUCTO Nº da Explicação das variáveis Nome das variáveis Dimensão AUTOR Variável V33 V34 Pouca Falta de fontes apropriadas para Redução empréstimos para inovação acessibilidade para financiamento propensão (2009) Taxas de juros e custo do crédito Custos envolvidos para que se para inovar Ferreira, ESQUIVA V35 Excesso de burocracia para da obtenha a inovação Marques Trâmites necessários para inovar Barbosa (2007) liberação de recursos V36 Ciclo de influencia capacidade vida da Pereira et al. empresa negativamente a inovadora da Momento atual da empresa OECD (2005) empresa. V37 V38 Falta de infraestrutura e recursos Situação econômica estrutural da financeiros empresa Prazo de retorno de investimento Tempo de espera para obter para inovação muito longa resultado da inovação Fonte: Elaborado pelo Autor. Dimensão “Redução da propensão para inovar” Variável “Custo para implementação da inovação” Para Pereira et al. (2009), Ferreira, Marques e Barbosa (2007) e OECD (2005), a dificuldade para implementar a inovação nas organizações na visão de alguns empresários é difícil do ponto de vista financeiro e burocrático para sua realização. e 56 Foram identificadas três variáveis de acordo com Pereira: “Falta de fontes apropriadas para financiamento”, “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” e “Trâmites necessários para inovar”. Em relação à variável “Falta de fontes apropriadas para financiamento”, se explica pela pouca acessibilidade para empréstimos para inovação. Enquanto na variável “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação”, compreendem-se as taxas de juros e custos de crédito elevados como elementos que compõem esta variável. Já a variável “Trâmites necessários para inovar” entende-se como o excesso de burocracia para liberação de recursos para a inovação. Variáveis “Situação econômica estrutural da empresa” e “Tempo de espera para obter resultado da inovação” Segundo OCDE (2005), o processo de inovação pode ser prejudicado devido à situação econômica na qual a empresa se encontra, a organização pode receber estímulos aversivos para o processo inovador, diminuindo a probabilidade do comportamento empreendedor voltado para a inovação. A situação econômica instável da empresa pode impactar negativamente a resposta empreendedora para a inovação. Foram identificadas duas variáveis segundo OCDE (2005): “Situação econômica estrutural da empresa” que se compreende como a falta de infraestrutura e falta de fontes apropriadas para o financiamento e a variável “Tempo de espera para obter resultado da inovação” que se entende como o prazo do retorno de investimento para a inovação muito longa. Variável “Momento atual da empresa” Segundo Ferreira, Marques e Barbosa (2007), o momento em que se encontra a organização no seu ciclo de vida no mercado, pode influenciar negativamente a capacidade para inovar. Segundo o autor, o ciclo de vida da empresa se divide em cinco fases: arranque, crescimento, maturidade, diversificação e declínio o qual à medida que a empresa avança nas fases do seu ciclo de vida, a propensão para 57 inovação tende a diminuir. Como característica da variável “Momento atual da empresa” compreende-se o ciclo de vida da empresa e o estágio em que se encontra, podendo desta forma, influenciar negativamente a capacidade inovadora da organização. 58 3 METODOLOGIA 3.1 TIPO DE PESQUISA Esta pesquisa foi realizada em duas etapas, no primeiro momento foi realizada uma etapa qualitativa para confirmar e detectar novas variáveis não identificadas na literatura científica; e no segundo momento foi realizada uma etapa quantitativa com o objetivo de confirmar as variáveis identificadas na bibliografia e na análise de conteúdo. Como a proposta desta pesquisa utilizou um novo modelo de estudo optou-se por uma investigação exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória é utilizada pelo pesquisador quando os dados desenvolvidos são limitados e não há uma ideia clara e definida do problema em questão no qual será durante a exploração que o pesquisador irá obter de forma precisa a análise, determinando o fim e as definições operacionais do planejamento da pesquisa. Já a análise descritiva procura verificar a relação existente entre duas ou mais variáveis e analisa com que freqüência o fenômeno ocorre. (AAKER, 2010; GIL, 1999; HONORATO, 2004). Os objetivos da pesquisa exploratória podem ser atingidos utilizando tanto técnicas quantitativas quanto técnicas qualitativas (COOPER; SHINDLER, 2003). De acordo com Malhotra (2001) e Aaker (2010), a principal proposta da pesquisa exploratória é prover a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador quando ainda existe pouco conhecimento prévio daquilo que se pretende conseguir. O método de pesquisa exploratória escolhido se justificou pela necessidade da pesquisa verificar algumas variáveis e identificar eventuais fatores que podem ser relevantes para a compreensão do comportamento inovador. O método descritivo serviu para descrever as características dos sujeitos da pesquisa, estimando percentualmente o comportamento dos entrevistados e analisando as freqüências obtidas nas respostas. Também foi possível investigar na análise descritiva, a existência de associações entre as variáveis do modelo de estudo proposto. 59 A utilização da técnica qualitativa foi utilizada tendo em vista que se buscou, através das respostas, averiguar as percepções do entrevistado sobre o comportamento empreendedor relacionado com a inovação, para posteriormente, identificar e correlacionar as variáveis das respostas com a proposta do modelo CCI, desenvolvido e proposto pelo Autor. A aplicação da técnica quantitativa foi utilizada em virtude dos dados obtidos na pesquisa contribuírem para uma melhor análise estatística e pela confirmação das variáveis encontradas na investigação, portanto, contribuindo para credibilidade na análise do trabalho. 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA Para Hair et al. (2005), o universo da pesquisa representa a população ou o grupo total de indivíduos no qual o pesquisador necessita obter informações. De acordo com Cooper e Shindler (2003), pode-se compreender uma amostra como uma parte da população analisada. No caso da pesquisa exploratória não probabilística, a amostra permite explorar a tendência do comportamento de sujeitos com perfil semelhante aos sujeitos pertencentes ao universo. Optou-se na pesquisa utilizar um universo de indivíduos empreendedores donos do próprio negócio ou gestores das organizações, que de acordo com Hair et al. (2005), o cálculo da amostra mínima considera que se deve multiplicar o mínimo de cinco vezes o número de variáveis avaliadas para que se tenha a proporção mínima de sujeitos entrevistados. Para esta pesquisa existem quarenta variáveis para análise, o que representa uma amostra mínima de 200 entrevistados. Foram convidados a participarem do preenchimento do questionário eletrônico e online, 1247 (mil duzentos e quarenta e sete) empreendedores e gestores de todas as regiões do país, e no encerramento da pesquisa, obteve-se uma amostragem de 224 (duzentos e vinte quatro) questionários respondidos. 60 Utilizou-se uma amostra por conveniência de acesso e não probabilística, que para Cooper e Shindler (2003) e Aaker (2010), baseia-se em uma seleção não aleatória dos elementos de uma população. A amostra foi retirada de duas fontes, a primeira utilizou-se empresas que estão contempladas no cadastro nacional do SEBRAE e foram selecionadas segundo a acessibilidade destas empresas para responderem o questionário. A segunda parte contemplava empresas e gestores que são usuários das redes sociais digitais, tais como Facebook. Dos indivíduos participantes, foram selecionados aqueles que tivessem no seu perfil eletrônico, características ou experiências como empreendedores donos do próprio negócio ou gestores (diretor, gerente, supervisor, coordenador entre outros) dentro de uma organização. 3.3 VARIÁVEIS DE ESTUDO O início desta pesquisa baseou-se na busca de variáveis através da literatura científica, bem como publicações de artigos em revistas científicas internacionais e nacionais, e busca de variáveis em teses e dissertações, em que algumas variáveis foram identificadas e aplicadas neste trabalho (Quadro 8). Concomitantemente, também se buscou encontrar algum instrumento de pesquisa que pudesse ser adaptado e aplicado para os indivíduos pertencentes ao universo deste trabalho. Apesar da busca, não foi encontrado nenhum instrumento adequado para aplicação em relação ao comportamento inovador, desenvolveu-se um instrumento de pesquisa aplicável para o objetivo deste estudo. 61 Quadro 8 – Variáveis do comportamento inovador CONSTRUCTO ESTÍMULOS AMBIENTAIS ESTÍMULOS AMBIENTAIS Variáveis encontradas na literatura AUTOR Ambiente econômico Mintzberg (2000), Kotler e Keller (2006), Honorato (2004). Ambiente social Ambiente Natural Ambiente político-legal Ambiente tecnológico Ambiente competitivo Desenvolvimento e disseminação da missão Colaboradores e gestores envolvidos em pesquisa Canais de comunicação eficientes e fluentes Estrutura descentralizada Recursos financeiros organizacionais Crença organizacional orientada para importância da inovação Disposição da organização para compartilhar idéias Disposição para correr riscos Ciclo de vida dos produtos mais curto Parcerias entre as empresas CONSTRUCTO Variáveis Lavarda (2009) Wan, Ong e Lee (2005) Kotler e Keller (2006), Honorato (2004) Ferreira e Lopes (2008), Santos (2009) Ferreira, Marques e Barbosa (2007) AUTOR Aprendizagem e interação social Faccin, Genari e Macke (2010), Ahuja HISTÓRICO DE e Katilla (2001) APRENDIZAGEM Ferreira, Marques e Barbosa (2007) Características comportamentais empreendedoras Bessant e Tidd dos gestores e colaboradores (2009), Sarkar (2008), Ferreira, Marques e Barbosa (2007) CONSTRUCTO Variáveis AUTOR REFORÇO UTILITÁRIO Crescimento da produtividade Redução de custos administrativos e de produção Rentabilidade do negócio Aumento da demanda OECD(2005) Mol e Birkinshaw (2009), Pereira et al. (2009) e Ubeda (2009) 62 Continuação do Quadro 8 – Variáveis do comportamento inovador CONSTRUCTO Variáveis AUTOR REFORÇO INFORMATIVO Diferenciação da concorrência Crença da importância da inovação Pereira et al. (2009) Vicent (2006) CONSTRUCTO Variáveis AUTOR Falta de fontes apropriadas para financiamento Custos envolvidos para que se obtenha a inovação Trâmites necessários para inovar Momento atual da empresa Situação econômica estrutural da empresa Tempo de espera para obter resultado da inovação Pereira et al. (2009) Ferreira, Marques e Barbosa (2007) OECD (2005) ESQUIVA Fonte: Elaborado pelo Autor. 3.4 PESQUISA QUALITATIVA Conforme Aaker (2010) reforça, uma pesquisa qualitativa é útil quando se pretende encontrar aspectos que não podem ser observados e medidos diretamente tais como pensamentos, sentimentos, intenções e comportamentos passados entre outros. Partindo da necessidade de verificar e confirmar as variáveis encontradas na literatura científica realizou-se uma pesquisa qualitativa e a partir de análise de conteúdo e verificaram-se outras variáveis que não foram encontradas na pesquisa bibliográfica. 3.5 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA Foi elaborado um roteiro de entrevista (instrumento de pesquisa), com dez perguntas abertas que posteriormente foram utilizadas a partir da técnica de entrevista de profundidade aplicadas em nove indivíduos gestores de organizações, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. 63 As perguntas direcionadas na entrevista buscavam identificar nas respostas dos entrevistados novas variáveis não identificadas na literatura e confirmar aquelas observadas. Antes do início das perguntas, o pesquisador apresentou conceituações sobre inovação com o objetivo de situar o entrevistado no tema de forma que pudesse contribuir para inspiração de suas respostas. Todas as dez perguntas (Apêndice 1) estavam situadas dentro do modelo de estudo proposto nesta pesquisa, ou seja, os questionamentos estavam relacionados aos fatores antecedentes que geram o comportamento inovador e os fatores consequentes reforçadores que poderiam aumentar a propensão para uma resposta de ação inovadora do indivíduo, além de também identificar os fatores que poderiam gerar o comportamento de esquiva do indivíduo, ou seja, o que poderia diminuir a probabilidade do sujeito inovar. Buscou-se encontrar nas perguntas, respostas dos entrevistados que se enquadrassem nos constructos do modelo de estudo proposto nesta pesquisa (CCI – Contingências do Comportamento Inovador). A entrevista individual aplicada possui característica não diretiva, já que conforme Aaker (2010), o entrevistado possui maior liberdade de resposta seguindo os parâmetros do assunto de interesse do entrevistador e procura-se não tendenciar seu conteúdo na resposta. O procedimento de coleta de dados nesta etapa qualitativa deuse através da gravação do registro do áudio das respostas dos entrevistados cuja autorização foi dada por todos os participantes. 3.6 TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA Após o depoimento da entrevista de profundidade com os sujeitos, transcreveram-se na íntegra todas as informações registradas pelo áudio da gravação. Posteriormente, procurou-se identificar dentre as frequências do padrão de respostas dos entrevistados quais eram as novas variáveis que poderiam ser implementadas ao 64 modelo CCI. Mesmo tendo alguns depoimentos sendo fora do padrão dos demais entrevistados, procurou-se verificar a relevância da resposta com o objeto de pesquisa. Conforme Aaker (2010) reforça, a análise e interpretação dos dados são subjetivas uma vez que o pesquisador poderá encontrar algo por conveniência que seja convergente com os seus próprios pontos de vista do problema. 3.7 PESQUISA QUANTITATIVA A etapa quantitativa desta pesquisa contribuiu para analisar estatisticamente os dados coletados e para confirmar as variáveis encontradas na investigação qualitativa, contribuindo para uma maior credibilidade na análise dos resultados. 3.7.1 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Quantitativa O instrumento utilizado para a aplicação da pesquisa foi um questionário autoadministrado eletrônico e online contendo questões fechadas utilizando modelo de respostas baseada na escala likert de cinco pontos empregando o método de pesquisa survey via internet. Conforme Cooper e Shindler colocam, o questionário autoadministrado possui a vantagem de poder ser entregue via correio, fax, por uma empresa de courier, por email ou por interceptação, entretanto, possui uma limitação, já que irá depender da ação do respondente de enviar as respostas no tempo hábil. Para Cooper e Shindler (2003) os questionários autoadministrados podem apresentar uma vantagem, já que a ausência de um entrevistador pode evitar distorções. O autor apresenta que a presença do entrevistador, através da maneira de falar, falha no seguimento das instruções, aparência entre outros, pode influenciar na resposta do entrevistado. Outro ponto importante refere-se ao baixo custo para sua 65 aplicação, o método survey via internet apresentou-se como o mais adequado para esta pesquisa. Para confirmar a validação do questionário, foi aplicado um pré-teste para identificar possíveis limitações na coleta de dados, para que fossem corrigidas as falhas e limitações do instrumento. O período da aplicação dos questionários ocorreu entre os dias 20 de julho de 2011 a 04 de setembro de 2011. O processo de coleta de dados dos entrevistados se deu através do envio do questionário eletrônico e online para e-mail de empresas contempladas no cadastro Nacional do SEBRAE e indivíduos cadastrados na rede social Facebook que tivessem o perfil desta pesquisa. Os dados foram coletados a partir da utilização da ferramenta Google Docs que organizava as informações das respostas dos sujeitos em uma planilha e automaticamente gerava os gráficos com os resultados apresentados. 3.7.2 Tratamento dos Dados da Pesquisa Quantitativa No tratamento dos dados quantitativos, foram realizadas duas formas da análise fatorial: confirmatória e exploratória. Conforme Aranha (2008) reforça, na etapa da análise fatorial confirmatória, procura-se verificar se os dados analisados se comportam de acordo com uma expectativa teórica. Buscou-se nesta etapa da pesquisa verificar e confirmar se a forma como as variáveis foram agrupadas no modelo de estudo estavam de acordo com o agrupamento feito após rotação da matriz dos principais componentes. Foram rotacionadas as variáveis dos constructos do modelo CCI para que se pudesse verificar e confirmar o agrupamento das variáveis. Conforme Aranha (2008) reforça, na etapa da confirmação da análise fatorial procura-se verificar se os dados analisados se comportam de acordo com uma expectativa teórica. 66 Buscou-se nesta etapa ,ainda de acordo com Aranha (2008, p.108), verificar e confirmar a seguinte hipótese: H1 = As variáveis agrupadas nos constructos do modelo de estudo, são correlacionadas entre si e são itens de mensuração para o constructo a que pertencem. Já a partir do reconhecimento das variáveis encontradas na pesquisa bibliográfica e após análise de conteúdo para obtenção de novas variáveis, foi utilizada inicialmente a técnica de análise fatorial exploratória com o objetivo de reduzir o número de variáveis e posteriormente facilitar a manipulação e interpretação destas variáveis. Outro ponto também se dá pela confirmação ou não e possíveis reagrupamentos das variáveis coletadas pelo pesquisador. Conforme Aaker (2010, p. 573) reforça, sua utilização é focada em “sumarizar as informações de um grande número de variáveis em conjunto menor de fatores, a análise de componente principal é utilizada.”. Com a finalidade de aumentar a interpretação e explicação dos fatores identificados, foram examinadas as relações entre as variáveis, utilizando posteriormente o tipo de rotação Varimax - tipo de rotação ortogonal - já que segundo Corrar et al. (2009) é este modo de rotação mais apropriado quando se busca minimizar a ocorrência de uma variável possuir altas cargas fatoriais para diferentes fatores, possibilitando que uma variável seja identificada como um único fator. Segundo Aaker (2010), a rotação fatorial permite que a cada vez que os fatores são rotacionados, novos padrões de fatores com o padrão de cargas modificado pela rotação possam ser analisados. Com a intenção de verificar se os dados obtidos na pesquisa foram adequados para o tratamento estatístico foram agrupadas as variáveis e as possíveis dimensões e, posteriormente, foi realizada a análise fatorial dos dados. De acordo com Corrar et al. (2009) há um teste, conhecido como teste de KaiserMeyer-Olkin, ou popularmente identificado como teste de KMO, que permite ao pesquisador avaliar se os dados coletados permitem a utilização da análise fatorial de forma satisfatória. Este teste irá indicar o grau de explicação dos dados a partir dos fatores identificados na análise fatorial, ele serviu para mensurar a adequação da amostra. 67 Segundo Corrar et al. (2009) quando o índice do KMO é maior do que 0,50 e o nível de significância for abaixo de 0,05 entende-se que as variáveis agrupadas estão explicadas adequadamente e satisfatoriamente. Também foi utilizada na análise fatorial dos dados, a verificação da comunalidade, já que se pretendeu verificar qual a variância de uma variável em relação às outras variáveis, ou seja, se ela é comum às outras variáveis. Com o intuito de verificar o grau de importância dos constructos do modelo CCI relacionados ao comportamento inovador - verificando quais constructos possuem maior influência para que o indivíduo inove - foi realizada uma análise de Pearson da correlação dos constructos. 68 4 RESULTADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO Os entrevistados que participaram da entrevista são todos empresários, variando a faixa etária de 20 a 49 anos, totalizando uma média de idade de 32 anos, com o gênero predominantemente masculino, já que apenas um dos entrevistados era do sexo feminino. Todos os entrevistados se dispuseram a responder voluntariamente o questionário da entrevista e todas as respostas foram gravadas a partir de um gravador de áudio com a permissão dada pelo entrevistado antes de sua execução. 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUALITATIVOS Durante a investigação do conteúdo a partir da técnica de entrevista de profundidade (Apêndice A) foram indagadas perguntas abertas sob o escopo da inovação, na primeira pergunta buscava-se identificar nos entrevistados as lembranças das últimas inovações que eles recordavam de ter feito ultimamente. Verifica-se que grande parte dos entrevistados realizou inovação organizacional nas respectivas empresas, já que muitos modificaram a forma de ser organizar internamente, criaram novos padrões internos de gestão e novas rotinas de trabalho com o objetivo de gerar um ambiente mais criativo e propício para a inovação, conforme depoimentos abaixo: Com base nesta definição, creio que a inovação recente foi a criação da agência, onde eu parto por princípios de unificação de todas as áreas presentes dentro de uma agencia para fluir o trabalho e fazer com que ele seja dinâmico, que aconteça com maior velocidade do que como nas agencias comuns. 1 (Informação Verbal) 1 Depoimento da Empresa 8 69 A inovação dentro desse conceito que você passou eu tenho feito na gestão organizacional e até nos serviços, mas dentro do contexto atual da minha empresa.” (Informação Verbal)2 Evidenciam-se nas respostas dos entrevistados, variáveis pertencentes ao histórico de aprendizagem do indivíduo relacionado à inovação. Quanto à pergunta referente sobre quais motivações ou circunstâncias fizeram os indivíduos inovar, foram detectadas variáveis que confirmam a literatura, tais como a “Diferenciação da concorrência” (V29) e “Ambiente Competitivo” (V6), conforme relatos abaixo. O mercado. O mercado de fotografia é ainda muito prostituído, pois muitos fotógrafos não têm tabelas de preço. Então para que eu pudesse manter um preço que considero justo em meu trabalho, tive que investir em equipamentos bons, para poder ter um diferencial de fotos boas, com qualidade, permitindo que eu cobre um preço que considero justo (Informação Verbal)3 A necessidade de ter uma participação maior no mercado. Na hora que a empresa começa a se desenvolver um pouco nas vendas, você começa a observar e descobrir maneiras de dar continuidade ao seu crescimento. A mudança é tão dinâmica no comercio que na hora que você faz algum tipo de mudança, em pouco tempo aquilo já está obsoleto, então você tem que partir para coisas mais novas e aí vem a necessidade de evoluir nesse sentido 4 (Informação Verbal) Entretanto foram identificadas variáveis não encontradas na literatura tais como: a) reconhecimento da estagnação criativa (V14), b) reconhecimento do erro (V15), conforme depoimento do entrevistado que diz: “O ponto de estagnação criativo e até as próprias realizações pessoais.” e “Eu procuro observar sempre o que está errado, e isso que me leva a inovar. Ver o erro, quando a empresa está com aspecto feio, aí eu procuro mudar.”. Quando questionado o motivo dentro da organização que fizeram o empresário inovar, grande parte das respostas era direcionada no sentido da cultura criativa e inovadora da organização e o perfil criativo e intraempreendedor dos colaboradores, identificando assim as variáveis “Seleção de profissionais criativos e inovadores” (V13) e “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores” (V23). 2 Depoimento da Empresa 1 Depoimento da Empresa 9 4 Depoimento da Empresa 6 3 70 Também foi citado que o reconhecimento do ambiente desorganizado e não propício para a inovação pode ser um fator que gere uma mudança na organização, caracterizando uma nova variável “Autocrítica quanto à inovação” (V15), o reconhecimento dos próprios erros e limitações individuais ou da própria organização, acarreta um processo inovador segundo depoimento abaixo: Porque quando o ambiente é desorganizado a gente não consegue trabalhar direito, não atender bem o cliente, isso contribui para trabalhar melhor. O motivo da inovação é a organização dentro da empresa para atender os clientes 5 melhor (Informação Verbal) Vale salientar que foi encontrada uma variável não identificada na literatura no que diz respeito a algum programa ou projeto voltado para inovação que seja aplicado dentro da organização, identificando uma nova variável “Investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento” (V9), conforme o relato do entrevistado que alega que o projeto Agentes Locais de Inovação do SEBRAE-RN foi um fator incentivador para a implementação da cultura inovadora dentro da organização. Um dos motivos é a questão do Projeto ALI do SEBRAE, porque no projeto nós adquirimos a visão da inovação e importância de não ficarmos na naquela mesmice e sempre procurarmos coisas novas. O projeto Ali nos motivou a buscarmos cada dia mais aprendermos.Você como agente local de inovação nos mostrou vários pontos dentro da empresa onde poderíamos inovar 6 (Informação Verbal) Também foram coletas respostas dos entrevistados que alegam que a educação dos pais e experiências anteriores também pode motivar ao comportamento inovador. Quando perguntado quais os motivos pessoais que levaram ou levam o indivíduo a inovar, algumas respostas referiam-se à aspiração de ser como alguém de sucesso, outros motivos seria o próprio crescimento e reconhecimento pessoal e profissional, o próprio perfil empreendedor do entrevistado e a possibilidade de visibilidade pública que gera status possibilitaram o reconhecimento e confirmação das seguintes variáveis: “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaborados” (V23), “Reconhecimento social” (V31) e “Status” (V32), conforme relatos abaixo: 5 6 Depoimento da Empresa 4 Depoimento da Empresa 5 71 Aí vem a questão da minha própria natureza empreendedora, eu acho que eu já nasci empreendedor e isso é uma característica que a gente estimula ou não, mas tem aquele empreendedor nato, e eu me sinto me enquadrando nesse processo. Eu gosto de ousar, eu não tenho medo de enfrentar o desconhecido, 7 é uma característica minha (Informação Verbal) A fotografia proporciona você a estar em momentos muitos especiais, grandes eventos, grandes festas. Então o fotografo que se preza, que quer ser um bom fotografo,tem que estar aparecendo, estar na mídia, tem que estar nos lugares onde estão as grandes figuras. Então alem de me dar dinheiro, para me manter, me da também status, pessoalmente isso é bom para mi, esse é o motivo 8 principal, o status (Informação Verbal) Foi identificada uma nova variável no que diz respeito ao sentimento de prazer e satisfação que o indivíduo sente ao inovar e isso o estimula a ter um comportamento inovador. Outro fator seria a necessidade de garantir a própria sobrevivência da organização consequentemente, gerando o próprio sustento e alicerce para os familiares, resultado do processo inovador na empresa. Assim, identificaram-se as variáveis “Prazer proporcionado pela inovação” (V28) e “Necessidade de sobrevivência” (V16), conforme depoimentos abaixo: O desejo de estar a todo tempo com algo novo, sabendo e fazendo algo novo. Para uma pessoa que fuma maconha, o cigarro de maconha traz alucinações, o trabalho para mim cria alucinação, cria mais vontade de consumir o trabalho para poder ganhar mais, viajar e sempre pensar em coisas novas (Informação 9 Verbal) Busco ter meu pão, sustento para mim e aqueles que estão ao meu redor, fazendo assim o melhor, tentando inovar para justamente sempre ter (Informação Verbal)10 Quando os entrevistados foram indagados sobre quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador, algumas respostas afirmavam que a experimentação, a partir da vivência de erros e acertos, proporcionou um comportamento inovador. Algumas respostas afirmavam que a própria experiência do gestor como consumidor lhe proporcionava uma visão mais crítica sobre as oportunidades de Depoimento da Empresa 7 Depoimento da Empresa 9 9 Depoimento da Empresa 8 10 Depoimento da Empresa 3 7 8 72 inovação, além do próprio universo familiar com vivência de parentes e pessoas inovadoras próximas. Com isso, foram detectadas as variáveis “Aprendizagem e interação social” (V21) e “Disposição para correr riscos” (V18) conforme relatos a seguir: No papel de consumidor mesmo, você tendo um olho crítico para algumas coisas, consumido, questões de atendimento, você passa a ter um ponto crítico aonde você vai querer melhorar justamente pelo fato daquilo que você não gostou em outras empresas em outros lugares e assim, vai poder aprimorar no seu próprio negocio. Então isso nos faz ter uma idéia realmente de inovar no 11 atendimento, inovar na qualidade do serviço (Informação Verbal) Hoje para você inovar, você precisa experimentar viver a experimentação, vivenciar os erros e acertos. Eu entendi que não eu não deveria seguir o padrão convencional das coisas, ou seja, o padrão convencional de gerenciar uma empresa, o padrão convencional de lançamento de produto, padrão convencional de reduzir custos, fugir desse padrão é importante. Sair do “quadrado” estabelecido na cabeça das pessoas. Pois desde crianças nossos pais nos colocam nesses quadrados, e fugir desses “quadrados”, fugir das decisões prontas e convencionais e entender como é que as pessoas decidiriam e perceber como é que eu devo decidir no tocante à inovação 12 (Informação Verbal) Família. Falando do meu universo familiar, eu sempre tive uma mãe muito incentivadora. Ela sempre me mostrou que a nossa coragem ela se expande à medida que acreditamos na gente. Essa era uma frase que ela sempre me mostrava muito (Informação Verbal)13 Foi encontrada uma nova variável na entrevista em relação às experiências anteriores que influenciam no comportamento inovador: participação em treinamentos, palestras, estudos de caso sobre erros e sucessos de outras empresas. Caracterizando a variável “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), conforme testemunhal abaixo: A gente vê muito no mercado, através de palestras e casos de sucesso, referencias de profissionais e o que mais me faz aprender a fazer diferente não é só casos de sucesso e sim casos de fracasso, que você aprende mais com quem errou ou aprende mais errando do que caso você sempre acertasse. Se você não tiver aversão ao risco, se você for aquela pessoa que não empreender , você vai estar sempre naquela mesma rotina, então o risco fracassos levam sempre você a fazer coisas novas e a procurar o sucesso (Informação 14 Verbal) Depoimento da Empresa 3 Depoimento da Empresa 2 13 Depoimento da Empresa 7 14 Depoimento da Empresa 1 11 12 73 Quando os entrevistados foram questionados sobre os motivos que os fariam inovar novamente, algumas respostas focavam no aspecto da própria sobrevivência no mercado, surgimento de novos produtos ou concorrentes, aumento do faturamento e a própria realização e poder ser reconhecido pelos outros. Sendo assim, foram identificadas as variáveis: “Necessidade de sobrevivência” (V16), “Ciclo de vida dos produtos mais curto” (V19), “Rentabilidade do negócio” (V26), “Reconhecimento social” (V31). Já os motivos que os fariam ter menos interesse em inovar novamente, verificouse que a falta de apoio do governo ou o próprio desinteresse na continuidade da atividade empresarial pela falta de atratividade do mercado. Tais fatores podem ser reconhecidos como novas variáveis encontradas na análise de conteúdo, sendo elas: “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39), “ Momento atual da empresa” (V36). A única maneira de eu perder a motivação seria caso eu desistisse da atividade empresarial. Se na hora que eu perceber que não tenho interesse nenhum é porque eu estou desmotivado e não faz sentido eu continuar naquela atividade 15 (Informação Verbal) Falta de incentivo do governo em relação as empresas locais, a falta de 16 incentivo governo de incentivar o empresário (Informação Verbal) O mercado, pois como falei, muitos fotógrafos não têm preço, faz de qualquer forma, então isso me deixa muito triste, desestimulado. Pois invisto em equipamentos caros e tenho medo de não ter trabalho suficiente para cobrir esses custos. Mas como sou muito versátil, pois faço fotos publicitárias, jornalísticas, eventos, etc, não tenho muito medo de investir (Informação 17 Verbal) Já a burocracia e resistência cultural por parte dos colaboradores ou gestores para novas ideias podem inibir o comportamento inovador segundo os entrevistados. Sendo assim, verificam-se estas variáveis: “Trâmites necessários para inovar” (V35) e “Resistência a mudanças” (V40). Depoimento da Empresa 6 Depoimento da Empresa 5 17 Depoimento da Empresa 9 15 16 74 A predominância de mentalidades tradicionais. Quando você gerencia uma empresa com base na aristocracia, ou seja, o poder na mão de várias pessoas, aí às vezes você cansa. Ou seja, a dificuldade de fazer com que as pessoas que estão ao seu redor de que aquela nova idéia poderá gerar uma possibilidade de melhorias. E vender essa idéias às vezes é difícil pela falta de conhecimento das pessoas que gerenciam as empresas. Então isso inibe muito 18 a energia para inovação (Informação Verbal) Quando os entrevistados foram questionados sobre quais situações do mercado ou dentro da empresa em que eles não inovam, alguns responderam que a estabilidade ou estagnação do mercado pode gerar uma aversão para a inovação, além do que a falta de capital pode ser um fator gerador de um comportamento aversivo para a inovação. Entretanto, um dos entrevistados alegou que a falta de capacidade produtiva para atender à demanda por ocasionar um comportamento não inovador na organização. Vale salientar que se confirmaram estas variáveis segundo a literatura científica: “Momento atual da empresa” (V36) e “Situação econômica estrutural da empresa” (V37). Eu penso que mercados estáveis tendem a gerar uma zona de conforto, ou seja, os mercados estáveis não nos permitem motivações para gerar inovações. Outro ponto seria a burocracia, pois a burocracia também pode inibir o processo da inovação. Eu entendo que as pessoas também podem gerar dificuldade e 19 inibir a criatividade, e por conseqüência a inovação (Informação Verbal) Acho que quando eu tiver não tiver uma capacidade produtiva para responder o sucesso dessa inovação. Tipo, eu não posso inovar para ter uma demanda que eu não possa atender (Informação Verbal)20 Partindo desta análise foi possível confirmar muitas das variáveis discutidas na literatura que reforçaram sua relevância para o comportamento inovador. Todavia, a aplicação da análise de conteúdo proporcionou à pesquisa a identificação de novas variáveis que foram adicionadas ao constructo dos fatores antecedentes e consequentes que geram comportamento para a inovação. 18 Depoimento da Empresa 2 Depoimento da Empresa 2 20 Depoimento da Empresa 1 19 75 Quadro 9 – Inclusão de novas variáveis e dimensões do comportamento inovador após análise de conteúdo. CONSTRUCTO Nº da Variável Explicação das variáveis Nome das Variáveis Dimensão V9 Aplicação de projetos voltada para inovação dentro das organizações Investimento em projetos de Pesquisa e desenvolvimento Pesquisa e Desenvolvim ento V14 Reconhecimento da estagnação criativa por parte do gestor ou dos próprios colaboradores V15 Reconhecimento dos próprios erros e limitações Fatores microambien tais (ambiente interno) V16 Garantir a própria sobrevivência e sustento dos familiares a partir do resultado da inovação Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização Autocrítica quanto à inovação Necessidade de sobrevivência V22 Capacitação e qualificação dos colaboradores em relação à inovação tais como treinamentos, palestras e estudo de caso Capacitação qualificação colaboradores e dos Experiência com práticas inovadoras Prazer proporcionado pela inovação Reconhecimento social Impacto na percepção dos empresários V32 Prazer e satisfação do indivíduo ao gerar mudanças resultados de sua prática inovadora. Reconhecimento de outras pessoas quando o indivíduo é inovador. Status proporcionado pela sociedade V39 Falta de incentivo do governo para inovação. Falta de apoio do Governo e instituições públicas V40 Colaboradores ou gestores não incentivam resistem à possibilidade de mudanças organização. ESTÍMULOS AMBIENTAIS HISTÓRICO DE APRENDIZAGEM NÃO FORAM ENCONTRADAS NOVAS VARIÁVEIS REFORÇO UTILITÁRIO V28 REFORÇO INFORMATIVO V31 ESQUIVA ou na Status Redução da propensão para inovar Resistência a mudanças Fonte: Elaborado pelo Autor. 4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS 4.3.1 Caracterização dos Sujeitos Na etapa de caracterização dos entrevistados na etapa da pesquisa quantitativa buscou-se identificar dados demográficos dos indivíduos tais como: gênero, idade, escolaridade, formação acadêmica, setor de atividade da organização onde trabalha, cargo que ocupa na empresa e região onde reside. 76 Verificou-se na caracterização dos indivíduos que 58% dos empreendedores ou gestores das organizações eram do gênero masculino conforme pode ser visto na Tabela 1. Tabela 1. Caracterização dos entrevistados quanto ao sexo Sexo Frequência Porcentagem Masculino 131 58 Feminino 93 42 Fonte: Dados da pesquisa. Em relação à faixa etária dos entrevistados, verificou-se que a maioria dos indivíduos possuem idade entre 22 a 30 anos, com 46%, seguido da idade média entre 31 a 40 anos com 28% (Tabela 2). Tabela 2. Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária Idade Frequência Porcentagem Até 21 anos 0 0 22 a 30 anos 104 46 31 a 40 anos 63 28 41 a 50 anos 31 14 51 a 60 anos 24 11 61 anos ou acima 2 1 Fonte: Dados da pesquisa. Já na descrição dos entrevistados quanto à escolaridade (Tabela 3), verificou-se que a maioria dos indivíduos possui ao menos curso superior incompleto ou completo, com 25% e 27% respectivamente. Entretanto, a maior parte dos entrevistados com 42% já possui ou está completando sua formação de pós-graduação, entre especialização, mestrado ou doutorado. Isso demonstra que os empreendedores e gestores entrevistados possuem um nível pelo menos básico de formação superior e estão buscando se qualificar na sua formação intelectual. 77 Tabela 3. Caracterização dos entrevistados quanto à escolaridade Idade Frequência Porcentagem Ensino médio completo 13 6 Superior incompleto 56 25 Superior completo 60 27 Especialização, Mestrado ou doutorado 95 42 Fonte: Dados da pesquisa. Quando foram verificadas quais as áreas de formação acadêmica dos entrevistados (Tabela 4), identificou-se que a maioria dos sujeitos são administradores, com 32%. Outro dado verificado se dá pela forte incidência dos sujeitos empreendedores que foram entrevistados serem formados pela área de Ciências Humanas com predominância dos cursos de Administração, Publicidade e Propaganda, Contabilidade, Jornalismo e Direito. Tabela 4. Caracterização dos entrevistados quanto à formação Formação Administração Publicidade e Propaganda Economia Engenharia Contabilidade Jornalismo Direito Ciências e Tecnologia da Computação Outros Frequência 50 Porcentagem 31% 21 12 12 7 7 5 5 31 14% 8% 8% 5% 5% 3% 3% 20% Fonte: Dados da pesquisa. Quanto ao cargo ocupado pelos entrevistados, verificou-se nos resultados que a maioria dos indivíduos ocupa cargos de diretoria e gerência, com 33% e 30% respectivamente conforme descrito também na Tabela 5. 78 Tabela 5. Caracterização dos entrevistados quanto ao cargo que ocupa na empresa Cargo Diretor Gerencia Consultor Coordenador Assistente Supervisão Assistente Analista Outros Frequência 74 67 32 14 5 4 5 3 25 Porcentagem 33% 30% 14% 6% 2% 2% 2% 1% 11% Fonte: Dados da pesquisa. Em relação ao setor de atividade no qual os empreendedores atuam dentro das organizações (Tabela 6), verificou-se que o setor de serviços possui relevante predominância com 69% seguido do setor de varejo em segundo lugar na frequência das respostas com 19%. Esse resultado demonstra relevância com a caracterização dos entrevistados em relação às suas funções na empresa, já que conforme pode ser verificado também pela Tabela 5, vários empreendedores atuam em suas empresas como prestadores de serviços relacionados à consultoria, aparentemente possuem empresas próprias ou exercem função dentro das organizações como consultores. Tabela 6. Caracterização dos entrevistados quanto ao setor de atuação da empresa Setor de atividade Serviços Varejo Indústria Atacado Agronegócio Frequência 153 43 19 4 5 Porcentagem 68% 19% 8% 2% 2% Fonte: Dados da pesquisa. Já a descrição dos entrevistados quanto à região onde a empresa está situada (Tabela 7), a maioria dos indivíduos com 68%, estão concentrados na região Nordeste. A segunda região com maior frequência nas respostas foi região Sudeste com 10% dos entrevistados. 79 Tabela 7. Caracterização dos entrevistados quanto à região onde a empresa está situada Região Nordeste Sudeste Sul Norte Centro-Oeste Frequência 153 23 18 16 14 Porcentagem 68% 10% 8% 7% 6% Fonte: Dados da pesquisa. 4.3.2 Análise Descritiva das Variáveis do Comportamento Inovador Analisando a média atribuída a variáveis pelos sujeitos entrevistados, verificouse o grau de importância dos fatores que levam o indivíduo ao comportamento inovador (Tabela 8). Constatou-se que as variáveis “Aprendizagem e interação Social” (V21), “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), “Crença da importância da inovação” (V30), “Crescimento da produtividade” (V24), “Diferenciação da concorrência” (V29) são os cinco principais atributos que, na opinião dos entrevistados, levam os indivíduos entrevistados a inovar. 80 Tabela 8. Médias obtidas por variável de acordo com nível de importância dos fatores que levam ao comportamento inovador Variáveis V21-Aprendizagem e interação social V22-Capacitação e qualificação dos colaboradores V30-Crença da importância da inovação V24-Crescimento da produtividade V29-Diferenciação da concorrência V27-Aumento da demanda V26-Rentabilidade do negócio V13-Seleção de profissionais criativos e inovadores V5-Ambiente tecnológico V28-Prazer proporcionado pela inovação V23-Características comportamentais empreendedoras dos gestores/colaboradores V9-Investimento em projetos de P&D V8-Colaboradores e gestores envolvidos em P&D V25-Redução de custos administrativos e de produção V10-Canais de comunicação eficientes e fluentes V2-Ambiente social V7-Desenvolvimento e disseminação da missão V6-Ambiente competitivo V31-Reconhecimento social V12-Recursos financeiros organizacionais V19-Ciclo de vida dos produtos mais curto V20-Parcerias entre as empresas V1-Ambiente econômico V17-Disposição da organização para compartilhar idéias V4-Ambiente político-legal V3-Ambiente Natural V18-Disposição para correr riscos V11-Estrutura descentralizada V16-Necessidade de sobrevivência V34-Custos envolvidos para que se obtenha a inovação V14-Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização V32-Status V40-Resistência à mudanças V35-Trâmites necessários para inovar V33-Falta de fontes apropriadas para financiamento V37-Situação econômica estrutural da empresa V15-Autocrítica quanto à inovação V39-Falta de apoio do Governo e instituições públicas V38-Tempo de espera para obter resultado da inovação V36-Momento atual da empresa Valid N (listwise) Respostas Média 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 4,73 4,71 4,69 4,67 4,64 4,58 4,57 4,55 4,54 4,54 4,52 4,51 4,49 4,47 4,45 4,41 4,40 4,38 4,34 4,32 4,30 4,29 4,27 4,12 4,12 4,10 4,07 3,99 3,83 3,54 3,23 3,15 3,08 3,03 2,97 2,93 2,80 2,76 2,72 2,60 Desvio Padrão ,546 ,584 ,627 ,641 ,619 ,717 ,666 ,668 ,655 ,689 ,757 ,689 ,734 ,814 ,719 ,734 ,841 ,839 ,848 ,944 ,812 ,792 ,937 1,291 ,911 ,951 ,980 1,004 1,177 1,308 1,411 1,299 1,365 1,256 1,160 1,258 1,322 1,307 1,255 1,291 Fonte: Dados da pesquisa. Observa-se que a variável “Aprendizagem e interação social” (V21) obteve a maior média das respostas com 4,73, seguido da variável “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22) com média de resposta de 4,71, verificando-se que quanto mais o indivíduo for qualificado e tiver um alto nível de aprendizagem, seja pela sua 81 formação ou pela interação com outras pessoas, há uma maior probabilidade de gerar um comportamento inovador. Esse resultado confirma a literatura científica, quando Faccin, Genari e Macke (2010), Ahuja e Katilla (2001) Ferreira. Marques e Barbosa (2007) reforçam a ideia de que quanto mais um indivíduo socializa e compartilha informações com outros sujeitos, gera um efeito sobre o seu processo de aprendizado e na forma como ele irá atribuir significado às coisas, portanto, através do aprendizado o sujeito poderá ter uma maior propensão ao comportamento inovador. No que tange a variável “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), a qual ficou em segundo lugar como o atributo que pode influenciar os sujeitos entrevistados a inovar, evidencia-se uma forte relação com a variável “Aprendizagem e interação social” (V21), uma vez que quando os sujeitos se capacitam, qualificam através de treinamentos, palestras, estudo de casos entre outros, ocorre evidentemente um processo de interação social e por consequência, resulta diretamente no nível de aprendizado do sujeito. Também foi identificado que os itens que menos influenciam para que o sujeito tenha um comportamento inovador foram as variáveis “Momento atual da empresa” (V36), “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) e “Tempo de espera para obter resultado da inovação” (V38). A variável “Trâmites necessários para inovar” (V35) apresentou um média 3,03, demonstrando que, para os sujeitos da amostra, a burocracia necessária para liberação de recursos para inovação não fazem os indivíduos perderem o interesse em inovar, já que se mostraram indiferentes quanto a esta variável. Esse resultado demonstra que, para o indivíduo inovador, não é o momento ou a situação em que se encontra a empresa que diminuirá sua propensão para inovação nem tão pouco a falta de apoio do governo, a demora em obter resultados após suas práticas inovadoras ou os trâmites necessários para implementar a inovação, mais sim que os sujeitos entrevistados empreendem e inovam independente da situação externa ou interna da sua empresa. 82 Convém ressaltar que Bessant e Tidd (2009), Sarkar (2008), Ferreira, Marques e Barbosa (2007), destacam que há uma forte relação do empreendedorismo com a inovação, quanto mais os indivíduos forem empreendedores, maior será propensão para a inovação, entretanto no resultado apresentado pelos sujeitos da pesquisa, a variável “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores” (V23) aparece apenas em décimo primeiro atributo que influencia o comportamento inovador, o que demonstra que para esse grupo de sujeitos isto não pareceu como mais relevante. No que se refere à frequência das respostas obtidas por variável de acordo com o nível de importância para os sujeitos entrevistados (Tabela 9), na variável “Ambiente econômico” (V1), verificou-se que predominantemente as respostas variavam entre concordo parcialmente e concordo totalmente, 32% e 51% respectivamente. No que diz respeito a como ambiente econômico pode estimular os empreendedores e as empresas a inovarem. Mintzberg (2000), Kotler e Keller (2006) e Honorato (2004) reforçam como o ambiente econômico pode ser um dos agentes no processo da geração da estratégia, da inovação e na competitividade da organização, ou seja, na forma como a empresa se posicionará no mercado. No que tange às variáveis “Colaboradores e gestores envolvidos com P&D” (V8) e “Investimentos em projetos de P&D” (V9), com 58% e 62% respectivamente, identificou-se que os sujeitos entrevistados acreditam que se a empresa investe em pesquisa e desenvolvimento, seja a partir dos colaboradores e gestores envolvidos ou a partir de projetos que incentivem práticas de inovação, consequentemente os indivíduos envolvidos no processo e a organização terão um comportamento mais inovador. Este resultado confirma a ideia de Lavarda (2009) quando demonstra que empresas que utilizam pesquisadores na instituição sejam eles da alta gestão da organização ou não, poderá afetar no nível de inovação da empresa. Nota-se que em relação à variável “Canais de comunicação eficientes e fluentes” (V10), cento e vinte oito sujeitos, o que representa 57%, acreditam que quando há na empresa um processo de disseminação da informação eficiente, em que não exista 83 uma barreira de comunicação entre os níveis da organização, evidencia-se que a organização será mais inovadora. Entretanto, mesmo com a literatura apresentando que os canais de comunicação eficientes e fluentes de uma empresa podem influenciar positivamente o grau da cultura inovadora da organização, vale salientar que vinte e quatro sujeitos entrevistados, o que representa 11%, demonstraram serem indiferentes quanto à importância desta variável como um fator que poderá influenciar no nível de inovação da organização. Convém ressaltar que a variável “Seleção de profissionais criativos e inovadores” (V13) obteve 63% da frequência das respostas como concordo totalmente em relação ao fato de confirmarem que se há na organização preferência por selecionar colaboradores criativos e inovadores, haverá como resultado uma organização mais propensa à inovação. Conforme Wan, Ong e Lee (2005) e Terra et al. (2007), o processo de selecionar indivíduos criativos que venham contribuir para a construção do capital intelectual da organização pode resultar em processos criativos e inovadores na empresa. No que se refere à variável “Autocrítica quanto à inovação” (V15), cinquenta e quatro sujeitos entrevistados, representando 24%, concordam parcialmente que quando há um reconhecimento dos próprios erros e limitações individuais ou da organização, facilita em um processo de mudança que poderá resultar em inovação. Vale salientar que quarenta e oito indivíduos, o que representa 21% da amostragem, discordaram totalmente da afirmativa desta variável, o que representa que para esses sujeitos, o reconhecimento dos próprios erros e limitações não tem relação direta com a inovação, ou seja, que não ocorrerá necessariamente um ambiente propício para inovação quando exista por parte dos colaboradores e da empresa, o reconhecimento dos seus próprios pontos fracos e limitações. 84 Tabela 9. Frequências obtidas por variável de acordo com nível de importância para os sujeitos Nome das Variáveis/Respostas 1. Ambiente econômico 2. Ambiente social 3. Ambiente natural 4. Ambiente político-legal 5. Ambiente tecnológico 6. Ambiente competitivo 7. Desenvolvimento e disseminação da missão 8.Colaboradores e gestores envolvidos com P&D 9. Investimentos em projetos de P&D 10. Canais de comunicação eficientes e fluentes 11. Estrutura descentralizada 12. Recursos Financeiros Organizacionais 13. Seleção de profissionais criativos e inovadores 14. Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização 15. Autocrítica quanto à inovação 16. Necessidade de sobrevivência 17. Disposição da organização para compartilhar idéias 18. Disposição para correr riscos 19. Ciclo de vida dos produtos mais curto 20. Parcerias entre as empresas 21. Aprendizagem e interação social 22. Capacitação e qualificação dos colaboradores 23. Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores 24. Crescimento da produtividade 25. Redução de custos administrativos e de produção 26. Rentabilidade do negócio 27. Aumento da demanda 28. Prazer proporcionado pela inovação 29. Diferenciação da concorrência 30. Crença da importância da inovação 31. Reconhecimento social 32. Status 33. Falta de fontes apropriadas para financiamento 34. Custos envolvidos para que se obtenha a inovação 35. Trâmites necessários para inovar 36. Momento atual da empresa 37. Situação econômica estrutural da empresa 38. Tempo de espera para obter resultado da inovação 39. Falta de apoio do Governo e instituições públicas 40. Resistência à mudanças Fonte: Dados da pesquisa. Variável V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V22 V23 V24 V25 V26 V27 V28 V29 V30 V31 V32 V33 V34 V35 V36 V37 V38 V39 V40 Discordo Discordo totalmente parcialmente Indiferente Concordo parcialmente Concordo totalmente F 4 1 4 5 0 2 1 0 1 0 6 6 0 % 2 0 2 2 0 1 0 0 0 0 3 3 0 F 9 4 7 5 2 8 9 3 0 2 12 8 3 % 4 2 3 2 1 4 4 1 0 1 5 4 1 F 25 15 46 36 14 16 19 23 19 24 42 15 13 % 11 7 21 16 6 7 8 10 8 11 19 7 6 F 71 86 73 91 69 74 66 59 68 70 83 74 66 % 32 38 33 41 31 33 29 26 30 31 37 33 29 F 115 118 94 87 139 124 129 139 136 128 81 121 142 % 51 53 42 39 62 55 58 62 61 57 36 54 63 32 48 10 14 21 4 50 53 26 22 24 12 32 44 38 14 20 17 54 54 67 24 24 30 56 25 83 25 11 37 132 3 1 2 0 0 59 1 0 1 0 0 40 17 5 1 1 0 18 8 2 0 0 0 15 31 29 32 8 15 7 14 13 14 4 7 21 84 80 85 42 35 9 38 36 38 19 16 16 89 109 104 173 174 7 40 49 46 77 78 1 0 1 0 1 0 0 0 3 37 27 77 33 61 33 45 31 41 0 0 0 0 0 0 0 0 1 16 12 34 15 27 15 20 14 18 4 2 7 1 2 3 2 3 4 22 54 36 48 50 63 63 31 41 2 1 3 0 1 1 1 1 2 10 24 16 21 22 28 28 14 18 18 15 19 19 18 16 11 11 25 77 59 59 49 45 38 44 61 35 8 7 8 8 8 7 5 5 11 34 26 26 22 20 17 20 27 16 55 38 56 56 49 63 52 38 74 47 66 35 68 53 67 54 55 72 25 17 25 25 21 28 23 17 33 21 29 16 30 24 30 24 25 32 146 169 141 148 157 142 159 172 118 41 18 17 26 15 23 18 46 35 65 75 63 66 69 63 71 77 53 18 8 8 12 7 10 8 21 16 Total 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 224 85 Nota-se que na variável “Disposição da organização para compartilhar ideias” (V17), cento e trinta e dois sujeitos, com 59%, discordaram totalmente com a questão invertida que afirmava que quando há compartilhamento de ideias, informações e conhecimento dentro da empresa, o sujeito se desinteressaria em inovar. O resultado demonstra que os sujeitos entrevistados acreditam que compartilhar ideias e conhecimento dentro da empresa pode proporcionar um ambiente mais propício para inovação. Wan, Ong e Lee (2005) destacam que quando há intercâmbio de informações e compartilhamento do conhecimento dentro da empresa, poderá resultar em um ambiente mais inovador. Entretanto, nota-se que quinze sujeitos, com 7%, afirmaram perder o interesse em inovar quando há este processo de compartilhar ideias e conhecimentos na organização. Isso faz supor duas situações relevantes: a primeira refere-se talvez à displicência do entrevistado ao marcar as questões e não ter identificado que a questão estava invertida. E a segunda situação pode ser que o sujeito realmente perca o interesse em inovar quando pessoas compartilham suas ideias e conhecimentos. Esse resultado é significativo do ponto de vista da análise descritiva dos resultados. Convém ressaltar que na variável “Rentabilidade do negócio” (V26), cento e quarenta e oito sujeitos, o que representa 66%, concordaram totalmente quando se refere que à medida que há um aumento significativo da taxa de rentabilidade da organização, fazendo com que a empresa e os colaboradores queiram inovar novamente. De acordo OECD (2005) Mol e Birkinshaw (2009), Pereira et al. (2009) e Ubeda (2009), pode-se entender que o aumento da taxa de rentabilidade do negócio pode ser caracterizado como um reforçador para o comportamento inovador do gestor e da organização. No que se refere à variável “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação”(V34), verificou-se que setenta e sete indivíduos, representando 34%, discordaram totalmente da afirmativa invertida que dizia que quando os custos para se obter a inovação são altos, despertaria maior interesse no gestor e na empresa para 86 inovar. Outros trinta e seis sujeitos, com 16%, discordaram parcialmente da afirmativa. Vale salientar, que dezessete indivíduos, o que representa 8% da amostragem, confirmaram a afirmativa, ou seja, quanto maior o custo para que se obtenha a inovação, maior será o interesse do gestor ou da empresa para inovar. Isso faz supor que alguns sujeitos entrevistados se sentem mais motivados a inovar quando os custos são mais altos, o que do ponto de vista descritivo da análise, trata-se de um resultado inquietante e relevante. É pertinente ressaltar que à variável “Momento atual da empresa” (V36), na qual sessenta e um sujeitos entrevistados, com 27%, acreditam que o momento ou estágio do ciclo de vida em que se encontra a organização não interfere nas práticas inovadoras da empresa. Este resultado não segue a idéia de Ferreira, Marques e Barbosa (2007)que diz que o ciclo de vida da empresa influencia negativamente na capacidade inovadora da empresa, já que foi demonstrado nas respostas dos sujeitos, além de contrastar com a literatura, apresenta que somente quinze sujeitos e cinquenta e três indivíduos, com 7% e 24% respectivamente, responderam confirmando totalmente e parcialmente respectivamente com a afirmativa de que dependendo do momento atual da empresa o indivíduo teria menos interesse em inovar. Este resultado do ponto de vista da análise descritiva é relevante já que possuiu a menor média da frequência das respostas, conforme ilustrado na Tabela 9. Nota-se também que na variável “Tempo de espera para obter resultado da inovação” (V38), a maioria dos sujeitos, com 28%, responderam discordando com a afirmativa que alegava que quando o tempo de espera para se obter o retorno financeiro proporcionado pela inovação é longa, o indivíduo perderia o interesse em inovar, evidenciando que os sujeitos da amostra inovariam independente do tempo de espera para se obter o retorno financeiro após suas práticas inovadoras. Também se verificou que cinquenta e quatro indivíduos, representando 24%, concordaram parcialmente com a afirmativa da questão, isso faz crer que talvez não inovariam dependendo do tempo de retorno após a inovação. Este resultado obteve a segunda menor média das respostas com 2,72 de média (Tabela 8), em que se verifica que mesmo alguns indivíduos respondendo confirmando 87 a literatura científica sobre a variável “Tempo de espera para obter resultado da inovação”, houve uma parcela significativa de indivíduos que contrastaram Pereira et al. (2009), Ferreira, Marques e Barbosa (2007) e OECD (2005) o que demonstra ser um resultado relevante do ponto de vista descritivo da análise dos resultados. 4.4 ANÁLISE FATORIAL 4.4.1 Análise Confirmatória dos Resultados . Para confirmar a hipótese, as variáveis investigadas foram rotacionadas pelos principais componentes utilizando a rotação Varimax. A partir da aplicação do teste KMO (Tabela 10), constatou-se que o constructo Estímulo Ambiental obteve o valor de 0,763 e um nível de significância zero, o que de acordo com Hair et al. (2005) e Corrar et al. (2009), entende-se ser um resultado satisfatório. Tabela 10. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do Constructo Estímulo Ambiental Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade de Bartlett Qui-Qadrado aproximado Df Sig. ,763 847,436 190 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Já em relação a comunalidade das variáveis deste constructo (Tabela 11), verificou-se que a variável “Ciclo de vida do produto mais curto” (V19) possui uma média no valor de 0,373, o que representa um resultado baixo de comunalidade desta variável com as outras variáveis do constructo. 88 Isso demonstra que aparentemente esta variável pode ser reagrupada em um outro constructo ou não havendo nenhuma relação que possa ser justificada, permite que ela possa ser excluída do modelo de estudo proposto. As variáveis “Ambiente tecnológico” (V5) e “Ambiente competitivo” (V6), também obtiveram uma média de comunalidade abaixo de 0,50, o que faz supor que também podem ser direcionadas para outro constructo ou apenas sejam eliminadas. Tabela 11. Médias de comunalidade entre as variáveis do Constructo Estímulo Ambiental Comunalidade V1-Ambiente econômico V2-Ambiente social V3-Ambiente Natural V4-Ambiente político-legal V5-Ambiente tecnológico V6-Ambiente competitivo V7-Desenvolvimento e disseminação da missão V8-Colaboradores e gestores envolvidos em P&D V9-Investimento em projetos de P&D V10-Canais de comunicação eficientes e fluentes V11-Estrutura descentralizada V12-Recursos financeiros organizacionais V13-Seleção de profissionais criativos e inovadores V14-Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização V15-Autocrítica quanto à inovação V16-Necessidade de sobrevivência V17-Disposição da organização para compartilhar idéias V18-Disposição para correr riscos V19-Ciclo de vida dos produtos mais curto V20-Parcerias entre as empresas Redimensionado Inicial Extração 1,000 ,695 1,000 ,542 1,000 ,550 1,000 ,552 1,000 ,460 1,000 ,476 1,000 ,603 1,000 ,730 1,000 ,567 1,000 ,582 1,000 ,688 1,000 ,609 1,000 ,552 1,000 ,745 1,000 ,695 1,000 ,716 1,000 ,639 1,000 ,622 1,000 ,373 1,000 ,559 Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que essas variáveis desse constructo não são correlacionadas já que a variância explicada (Tabela 12) também sugere um reagrupamento com sete grupos de variáveis para que se possa obter uma explicação de 59,7%, ou seja, bem próximo do limite mínimo de 60%, conforme Hair et al. (2005) reforça, para que se possa explicar a variância e apresentar um resultado satisfatório em Ciências Sociais. 89 Tabela 12. Total da variância explicada do constructo Estímulo Ambiental Componentes Valores de extração de cargas quadráticas Soma de rotação das cargas quadráticas 1 Total 4,148 % de variância 20,739 % cumulativa 20,739 Total 4,148 % de variância 20,739 % cumulativa 20,739 2 1,986 9,932 30,671 1,986 9,932 30,671 3 1,296 6,479 37,151 1,296 6,479 37,151 4 1,256 6,281 43,432 1,256 6,281 43,432 5 1,176 5,878 49,309 1,176 5,878 49,309 6 1,089 5,444 54,753 1,089 5,444 54,753 7 1,005 5,026 59,779 1,005 5,026 59,779 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Em relação ao constructo Histórico de Aprendizagem, o teste KMO (Tabela 13) apresentou um valor de 0,61 e nível de significância zero, que também demonstra ser um resultado satisfatório. Já quanto aos resultados da comunalidade (Tabela 14) das variáveis deste constructo, verificou-se que apenas a variável “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores” (V23) ficou baixo do valor médio 0,50, já que apresentou o índice de 0,44 de comunalidade, o que poderia supor que essa variável possa ser excluída ou redirecionada para outro constructo. Tabela 13. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do Constructo Histórico de Aprendizagem Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade de Bartlett Qui-Qadrado aproximado Df Sig. ,610 178,263 3 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Entretanto, também se subtende que o valor de 0,44 também é muito próximo do limite mínimo aceitável de 0,50 e conforme Bessant e Tidd (2009), Sarkar (2008) e Ferreira, Marques e Barbosa (2007) apresentam, existe uma forte relação do comportamento empreendedor do indivíduo com relação à inovação, já que inovar 90 passa a ser um mecanismo e ferramenta para se empreender e buscar o novo, aumentando a competitividade da organização. As variáveis “Aprendizagem e interação social” (V21) e “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), demonstraram um alto índice de comunalidade, o que evidencia que essas variáveis são muito comuns entre si e ambas possuem forte relação entre elas. Tabela 14. Médias de comunalidade entre as variáveis do Constructo Histórico de Aprendizagem Comunalidade V21-Aprendizagem e interação social V22-Capacitação e qualificação dos colaboradores V23-Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores Rescaled Initial Extraction 1,000 ,733 1,000 ,783 1,000 ,448 Fonte: Dados da pesquisa. Em relação à variância explicada do constructo Histórico de Aprendizagem (Tabela 15), o resultado demonstrou ser muito satisfatório já que com apenas um componente no grupo já explica 65% do agrupamento das variáveis, o que para a Ciências Humanas, segundo Hair et al. (2005), já é aceitável. Tabela 15. Total da variância explicada do constructo Histórico de Aprendizagem Componentes Valores de extração de cargas quadráticas 1 Total 1,964 % de variância 65,458 % cumulativa 65,458 2 ,721 24,022 89,480 3 ,316 10,520 100,000 Soma de rotação das cargas quadráticas Total 1,964 % de variância 65,458 % cumulativa 65,458 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Como se pode ver no constructo Reforço Utilitário, o teste de KMO (Tabela 16) apresentou um valor médio de 0,76 e significância zero o que demonstra ser um resultado satisfatório, ou seja, as variáveis possuem alta relação entre si. 91 Tabela 16. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do Constructo Reforço Utilitário Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade Qui-Qadrado de Bartlett aproximado Df ,766 284,622 Sig. 6 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Isso se confirmou pela alta taxa de comunalidade de todas as variáveis deste constructo conforme se descreve na Tabela 17, demonstrando que as todas as variáveis desse grupo são comuns entre si e possuem forte relação entre si, o que justifica a alta porcentagem da variância explicada deste constructo com 62% (Tabela 18). Confirmou-se que as variáveis estão adequadas conforme a descrição da literatura e a construção do modelo de estudo proposto. Tabela 17. Médias de comunalidade entre as variáveis do Constructo Reforço Utilitário Comunalidade V24-Crescimento da produtividade V25-Redução de custos administrativos e de produção V26-Rentabilidade do negócio V27-Aumento da demanda Redimensionado Inicial Extração 1,000 ,609 1,000 ,754 1,000 ,622 ,531 Fonte: Dados da pesquisa. Analisando o constructo Reforço Informativo, constatou-se que a amostra foi adequada já que o teste de KMO (Tabela 19) apresentou um valor de 0,69 com nível de significância zero e as variáveis apresentaram altas médias de comunalidade (Tabela 20). 92 Tabela 18. Total da variância explicada do constructo Reforço Utilitário Componentes Valores de extração de cargas quadráticas 1 Total 2,516 % de variância 62,900 % cumulativa 62,900 2 ,639 15,982 78,883 3 ,506 12,656 91,539 4 ,338 8,461 100,000 Soma de rotação das cargas quadráticas Total 2,516 % de variância 62,900 % cumulativa 62,900 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Entretanto o teste da variância explicada demonstrou que esse constructo poderia ser explicado com dois grupos, o que representara 67% de explicação (Tabela 21). Após análise da matriz dos principais componentes, verificou-se que a variável “Status” (V32), com o valor 2,91 (Tabela 22), não pertence a este grupo. Tabela 19. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do Constructo Reforço Informativo Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade Qui-Qadrado de Bartlett aproximado Df Sig. ,693 224,423 10 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Posteriormente realizou-se uma nova análise sem a variável “Status” (V32) para que se pudesse perceber a explicação deste constructo. Neste segundo momento, a variância do constructo Reforço Informativo passa a ser explicada com 55%, ou que demonstra a variável “Status” (V32) não faz parte deste constructo (Tabela 23). Este resultado contrasta com a literatura , já que segundo Foxall (2010), o status é um elemento do reforço informativo, por representar a maneira pelo qual o indivíduo é visto e estimulado publicamente por outros indivíduos. 93 Tabela 20. Médias de comunalidade entre as variáveis do Constructo Reforço Informativo Comunalidade Redimensionado Inicial Extração 1,000 ,634 1,000 ,693 1,000 ,694 1,000 ,599 1,000 ,779 V28-Prazer proporcionado pela inovação V29-Diferenciação da concorrência V30-Crença da importância da inovação V31-Reconhecimento social V32-Status Fonte: Dados da pesquisa. Entretanto vale salientar, que mesmo a variável “Status” (V32) não fazendo parte do constructo Reforço Informativo, ela pode ser considerada um estímulo reforçador, já que para alguns sujeitos entrevistados na pesquisa, o status proporciona a vontade de inovar novamente. Tabela 21. Total da variância explicada do constructo Reforço Informativo Componentes Valores de extração de cargas quadráticas Soma de rotação das cargas quadráticas 1 Total 2,273 % de variância 45,456 % cumulativa 45,456 Total 2,273 % de variância 45,456 % cumulativa 45,456 2 1,127 22,535 67,991 1,127 22,535 67,991 3 ,703 14,068 82,059 4 ,472 9,439 91,498 5 ,425 8,502 100,000 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Em relação ao constructo Esquiva, o teste de KMO apresentou o valor 0,80 com índice de significância zero (Tabela 24), o que evidencia ser uma amostra adequada. Quanto às médias de comunalidade, as variáveis “Falta de fontes apropriadas para financiamento” (V33) e “Trâmites necessários para inovar”, com os valores 4,78 e 4,86 respectivamente, apresentaram baixo índice (Tabela 25). 94 Tabela 22. Matriz dos principais componentes do constructo Reforço Informativo Componentes 1 ,766 ,807 ,790 ,570 ,291 V28-Prazer proporcionado pela inovação V29-Diferenciação da concorrência V30-Crença da importância da inovação V31-Reconhecimento social V32-Status 2 -,217 -,204 -,266 ,523 ,833 Método de extração: Análise dos principais componentes. Fonte: Dados da pesquisa. Vale salientar que a variância explicada deste constructo sugeriu que o grupo fosse divido em dois para que se obtivesse 56% de sua explicação (Tabela 26). Desta forma, após a análise da matriz dos principais componentes, ficou demonstrado que as variáveis “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34) e “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39), com valores -0,293 e -0,088 respectivamente, não faziam parte do constructo Esquiva (Tabela 27). Para que se pudesse confirmar essa hipótese, foi realizada uma nova análise do constructo Esquiva sem essas variáveis e constatou-se com 51%, a variância explicada deste novo agrupamento. Tabela 23. Total da variância explicada do constructo Reforço Informativo sem a variável “Status” (V32) Componentes Valores de extração de cargas quadráticas 1 Total 2,225 % de variância 55,623 % cumulativa 55,623 2 ,837 20,931 76,555 3 ,499 12,465 89,020 4 ,439 10,980 100,000 Soma de rotação das cargas quadráticas Total 2,225 % de variância 55,623 % cumulativa 55,623 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Portanto, ficou evidenciado que a falta de apoio do governo e custos envolvidos para inovar não são caracterizados como punição para os sujeitos entrevistados conforme pode ser descrito na Tabela 28 (Apêndice C), já que mesmo o governo não dando apoio para inovação e existindo custos para inovar, os sujeitos continuam inovando. 95 É pertinente dizer que mesmo sem dinheiro e sem apoio do governo e instituições públicas, os indivíduos inovam. Desta forma as variáveis “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34) e “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) foram excluídas do constructo Esquiva. Tabela 24. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do Constructo Esquiva Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade Qui-Qadrado de Bartlett aproximado Df ,808 447,769 Sig. 28 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Após a análise de correlação dos constructos do modelo CCI (Tabela 29), constatou-se que os construtos “Estímulo Ambiental”, “Histórico de Aprendizagem”, “Reforço Utilitário” e “Reforço Informativo” são fatores que possuem forte relação com a eminência do comportamento inovador, já que todos obtiveram média de frequência de resposta acima do valor 4,0, todos esses constructos influenciam fortemente o construto central “Comportamento inovador”. Já o constructo “Esquiva” demonstrou ter baixo nível de influência para que os sujeitos entrevistados inovem, uma vez que apresentou uma média de resposta no valor 2,8. Tabela 25. Médias de comunalidade entre as variáveis do Constructo Esquiva Comunalidade V33-Falta de fontes apropriadas para financiamento V34-Custos envolvidos para que se obtenha a inovação V35-Trâmites necessários para inovar V36-Momento atual da empresa V37-Situação econômica estrutural da empresa V38-Tempo de espera para obter resultado da inovação V39-Falta de apoio do Governo e instituições públicas V40-Resistência à mudanças Redimensionado Inicial Extração 1,000 ,478 1,000 ,548 1,000 ,486 1,000 ,578 1,000 ,691 1,000 ,574 1,000 ,656 1,000 ,524 Fonte: Dados da pesquisa. Após a análise de correlação dos constructos do modelo CCI (Tabela 29), constatou-se que os construtos “Estímulo Ambiental”, “Histórico de Aprendizagem”, 96 “Reforço Utilitário” e “Reforço Informativo” são fatores que possuem forte relação com a eminência do comportamento inovador, já que todos obtiveram média de frequência de resposta acima do valor 4,0, todos esses constructos influenciam fortemente o construto central “Comportamento inovador”. Já o constructo “Esquiva” demonstrou ter baixo nível de influência para que os sujeitos entrevistados inovem, uma vez que apresentou uma média de resposta no valor 2,8. Tabela 26. Total da variância explicada do constructo Reforço Informativo Componentes Valores de extração de cargas quadráticas Soma de rotação das cargas quadráticas 1 Total 3,176 % de variância 39,696 % cumulativa 39,696 Total 3,176 % de variância 39,696 % cumulativa 39,696 2 1,359 16,986 56,682 1,359 16,986 56,682 3 ,754 9,419 66,101 4 ,731 9,140 75,241 5 ,645 8,067 83,308 6 ,535 6,692 90,000 7 ,441 5,517 95,517 8 ,359 4,483 100,000 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. Após análise de correlação de Pearsen dos constructos do modelo de estudo (Tabela 30) verificou-se que o constructo “Estímulo ambiental” possui uma forte influência na incidência do comportamento inovador, já que apresentou uma média no valor de 0,702 na correlação entre os constructos “Estímulo ambiental” e “Comportamento Inovador”. Quando há um aumento dos fatores do estímulo ambiental, proporcionalmente , irá afetar o comportamento inovador do indivíduo. O constructo “Histórico de aprendizagem” demonstrou ser o fator que mais influencia no comportamento inovador dos sujeitos entrevistados já que apresentou um valor de correlação com o constructo “Comportamento Inovador” de 0,748. 97 Tabela 27. Matriz dos principais componentes do constructo Esquiva Componentes 1 ,689 -,293 ,688 ,708 ,797 ,756 -,088 ,654 V33-Falta de fontes apropriadas para financiamento V34-Custos envolvidos para que se obtenha a inovação V35-Trâmites necessários para inovar V36-Momento atual da empresa V37-Situação econômica estrutural da empresa V38-Tempo de espera para obter resultado da inovação V39-Falta de apoio do Governo e instituições públicas V40-Resistência a mudanças 2 ,060 ,680 ,113 -,279 ,235 -,056 ,805 ,310 Método de extração: Análise dos principais componentes. Fonte: Dados da pesquisa. Para Sarkar (2008) e Bessan e Tidd (2009), o comportamento empreendedor do indivíduo terá forte influência com a propensão do comportamento inovador, já que a inovação passa a ser uma ferramenta utilizada pelo empreendedor para que desenvolva a competitividade do seu negócio. Conforme foi demonstrado pelos sujeitos entrevistados, a eminência de fortes características empreendedoras do sujeito terá forte relação com o seu comportamento inovador. Por outro lado, o constructo “Esquiva” possui pouca influência com relação ao constructo “Comportamento inovador” já que apresentou o valor 0,636. Tabela 29. Matriz de correlação dos constructos Constructos Estímulo Ambiental Número Alcance Mínimo Máximo Média Desvio Padrão 224 2,18 2,82 5,00 4,1963 ,38069 Histórico de Aprendizagem 224 2,67 2,33 5,00 4,6537 ,50365 Reforço Utilitário 224 2,00 3,00 5,00 4,5703 ,56408 Reforço Informativo 224 2,50 2,50 5,00 4,5525 ,50920 Esquiva 224 4,00 1,00 5,00 2,8616 ,93288 Números válidos (listwise) 224 Fonte: Dados da pesquisa. Outra relação pertinente demonstrado nos resultados refere-se ao fato de que o constructo “Esquiva” possui uma correlação negativa com o constructo “Histórico de aprendizagem”, ou seja, quanto maior o valor do constructo “Esquiva”, menor será a influência do constructo “Histórico de aprendizagem”. 98 Isso demonstra que se o indivíduo não desenvolveu um comportamento inovador em virtude da esquiva, consequentemente ele não adquirirá um histórico de aprendizagem em relação à inovação, já que ele não inovou. Também ficou demonstrado que o constructo “Esquiva” possui alta influência com os constructos “Reforço utilitário” e “Reforço informativo” de maneira negativa, apresentando os valores – 0,154 e – 0,821 respectivamente, ou seja, afeta inversamente estes constructos. Cada vez que há uma alta incidência do constructo “Esquiva”, proporcionalmente afetará na diminuição dos estímulos reforçadores dos constructos “Reforço utilitário” e “Reforço informativo”. Tabela 30. Análise de Pearson da correlação dos constructos Estímulo Ambiental Histórico de aprendizagem Reforço Utilitário Reforço Informativo Esquiva Comportamento Inovador Correlação de Pearson Significância (2-tailed) Número de Sujeitos Correlação de Pearson Significância (2-tailed) Número de Sujeitos Correlação de Pearson Significância (2-tailed) Número de Sujeitos Correlação de Pearson Sig. (2-tailed) Número de Sujeitos Correlação de Pearson Significância (2-tailed) Número de Sujeitos Correlação de Pearson Significância (2-tailed) Número de Sujeitos Estímulo Ambiental 1 Histórico de Aprendizagem ,596(**) Reforço Utilitário ,512(**) Reforço Informativo ,571(**) Esquiva -,044 Comportamento Inovador ,702(**) . ,000 ,000 ,000 ,508 ,000 224 224 224 224 224 224 ,596(**) 1 ,681(**) ,519(**) -,087 ,748(**) ,000 . ,000 ,000 ,195 ,000 224 224 224 224 224 224 ,512(**) ,681(**) 1 ,505(**) -,154(*) ,701(**) ,000 ,000 . ,000 ,021 ,000 224 224 224 224 224 224 ,571(**) ,519(**) ,505(**) 1 ,000 ,000 ,000 . ,182(**) ,006 224 224 224 224 224 224 -,044 -,087 -,154(*) -,182(**) 1 ,399(**) ,508 ,195 ,021 ,006 . ,000 224 224 224 224 224 224 ,702(**) ,748(**) ,701(**) ,636(**) ,399(**) 1 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 . 224 224 224 224 224 224 ** Correlação é significante quando possui nível 0.01 (2-tailed). * Correlação é significante quando possui nível 0.05 (2-tailed). Fonte: Dados da pesquisa. ,636(**) ,000 99 Com base na análise das variáveis e os constructos do modelo de estudo proposto, a partir de uma análise fatorial descritiva e exploratória, foi possível verificar e confirmar quais variáveis pertenciam aos seus constructos e como elas influenciam no seu comportamento. Embora tenha sido apresentando no modelo de estudo desta pesquisa, de acordo com a literatura científica e análise de conteúdo, a inclusão de quarenta variáveis que estavam alinhadas dentre os cinco constructos, verificou-se após a confirmação da pesquisa quantitativa que sete variáveis poderiam ser excluídas ou adicionadas em outras variáveis, pois havia semelhanças em suas características de acordo com comportamento dos sujeitos entrevistados. Quadro 10 – Constructos após confirmação das variáveis do modelo CCI CONSTRUCTO ESTÍMULOS Variável Variáveis Dimensão V1 Ambiente econômico Fatores V2 Ambiente social macroambientais V3 Ambiente Natural (ambiente externo) V4 Ambiente político-legal V5 Ambiente tecnológico V6 Ambiente competitivo V7 Desenvolvimento e disseminação da missão AMBIENTAIS CONSTRUCTO HISTÓRICO Alinhamento estratégico da empresa V8 Colaboradores e gestores envolvidos em pesquisa Pesquisa V9 Investimento em projetos de Pesquisa e desenvolvimento Desenvolvimento e V10 Canais de comunicação eficientes e fluentes Fatores microambientais V11 Estrutura descentralizada (ambiente interno) V12 Recursos financeiros organizacionais V13 Seleção de profissionais criativos e inovadores V15 Autocrítica quanto à inovação V16 Necessidade de sobrevivência V17 Disposição da organização para compartilhar idéias V18 Disposição para correr riscos Variável Variáveis Dimensão V21 Aprendizagem e interação social Experiência com DE V22 Capacitação e qualificação dos colaboradores práticas inovadoras APRENDIZAGEM V23 Características comportamentais empreendedoras dos gestores e Espírito empreendedor colaboradores 100 Continuação do Quadro 10 – Constructos após confirmação das variáveis do modelo CCI CONSTRUCTO Variável Variáveis Dimensão V24 Crescimento da produtividade Impacto REFORÇO V25 Redução de custos administrativos e de produção organização UTILITÁRIO V26 Rentabilidade do negócio V27 Aumento da demanda Variável Variáveis Dimensão V28 Prazer proporcionado pela inovação Impacto na percepção REFORÇO V29 Diferenciação da concorrência dos empresários INFORMATIVO V30 Crença da importância da inovação V31 Reconhecimento social Variável Variáveis Dimensão V33 Falta de fontes apropriadas para financiamento Redução da propensão V36 Momento atual da empresa para inovar V37 Situação econômica estrutural da empresa V38 Tempo de espera para obter resultado da inovação V40 Resistência à mudanças CONSTRUCTO CONSTRUCTO ESQUIVA financeiro na Fonte: Elaborado pelo Autor. Após análise fatorial confirmatória, foi possível reagrupar ou excluir algumas variáveis, dentre as quais as variáveis “Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização” (V14), “Ciclo de vida dos produtos mais curto” (V19), “Parcerias entre empresas” (V20), “Status” (V32), “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34), “Trâmites necessários para inovar” (V35) e “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) foram excluídas do modelo de estudo proposto. Sendo assim, o modelo CCI final contempla trinta e três variáveis organizadas nos cinco constructos: “Estímulo ambiental”, “Histórico de aprendizagem”, como fatores antecedentes ao comportamento inovador, e “Reforço Utilitário”, “Reforço Informativo” e “Esquiva” como fatores consequentes à inovação (Quadro 10). 101 Figura 10 - CCI – Contingências do Comportamento Inovador após Análise de Pearson Fatores antecedentes Estímulo Ambiental Fatores consequentes 0,701 0,702 Reforço Utilitário Comportamento inovador Histórico de aprendizagem 0,748 0,636 Reforço Informativo 0,399 Esquiva Punição Fonte: Elaborado pelo Autor com base em Foxall (2010) e Melo (2010). Sendo assim, verificou-se que mesmo o constructo consequente “Esquiva” (Figura 10) ter apresentado valores significativos quanto à sua influencia negativa para o constructo central “Comportamento Inovador”, constatou-se que os indivíduos entrevistados inovam da mesma forma, não é o fator negativo ou punitivo que fará com que um empreendedor - seja ele proprietário da empresa ou colaborador da organização - deixe de inovar, pois há mais evidências estimuladoras para a inovação do que punitivas, além do que os estímulos reforçadores punitivos não são suficientes para impedirem o sujeito de inovar. 4.4.2 Análise Exploratória dos Resultados Verificando os novos reagrupamentos das variáveis e analisando se a amostra foi adequada, o índice do KMO obtido nesta análise do agrupamento das variáveis foi 0,811 e o nível de significância foi zero, o que foi adequado tendo em vista que demonstra que os itens extraídos conseguem explicar as variações dos dados obtidos na pesquisa (Tabela 31). Portanto, a amostra utilizada apresentou-se apropriada para a análise fatorial. 102 Tabela 31. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett do reagrupamento das variáveis Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin Teste de Esfericidade de Bartlett Qui-Qadrado aproximado Df ,811 3074,520 780 Sig. ,000 Fonte: Dados da pesquisa. Procurando entender o grau de explicação dos fatores encontrados, verificou-se se as dimensões que foram propostas na pesquisa podem ser explicadas e possuem relação, foi utilizada a análise total de variância explicada (Tabela 32). De acordo com Hair et al. (2005), quando se possui pelo menos 60% da variância explicada, o resultado para a ser aceitável em Ciências Sociais. Obteve-se um resultado de 69% explicando a variância com 12 grupos. Entretanto, verificou-se que o número das dimensões propostas na pesquisa também foi adequado já que foram sugeridas 11 dimensões, o que representaria a explicação dessa variância com 64%. Tabela 32. Total da variância explicada do reagrupamento das varáveis Componentes Valores de extração de cargas quadráticas Soma de rotação das cargas quadráticas 1 Total 6,604 % de variância 17,454 % cumulativa 17,454 Total 3,681 % de variância 9,730 % cumulativa 9,730 2 4,530 11,973 29,427 3,433 9,073 18,803 3 2,597 6,863 36,290 1,594 4,212 23,015 4 2,397 6,336 42,626 2,504 6,618 29,634 5 1,623 4,290 46,916 1,427 3,771 33,404 6 1,463 3,867 50,783 2,850 7,533 40,938 7 1,406 3,716 54,499 1,400 3,700 44,637 8 1,309 3,460 57,959 1,686 4,456 49,093 9 1,130 2,987 60,947 1,810 4,783 53,876 10 1,061 2,805 63,752 1,978 5,229 59,105 11 1,036 2,739 66,491 1,951 5,157 64,262 12 1,000 2,644 69,135 1,844 4,873 69,135 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa. 103 Também foi utilizada na análise fatorial dos dados, a verificação da comunalidade, já que pretendeu-se verificar qual a variância de uma variável em relação às outras variáveis, se ela é comum às outras variáveis (Tabela 33). Tabela 33. Médias de comunalidade entre as variáveis Comunalidade V1-Ambiente econômico V2-Ambiente social V3-Ambiente Natural V4-Ambiente político-legal V5-Ambiente tecnológico V6-Ambiente competitivo V7-Desenvolvimento e disseminação da missão V8-Colaboradores e /gestores envolvidos em P&D V9-Investimento em projetos de P&D V10-Canais de comunicação eficientes e fluentes V11-Estrutura descentralizada V12-Recursos financeiros organizacionais V13-Seleção de profissionais criativos e inovadores V14-Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização V15-Autocrítica quanto à inovação V16-Necessidade de sobrevivência V17-Disposição da organização para compartilhar idéias V18-Disposição para correr riscos V19-Ciclo de vida dos produtos mais curto V20-Parcerias entre as empresas V21-Aprendizagem e interação social V22-Capacitação e qualificação dos colaboradores V23-Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores V24-Crescimento da produtividade V25-Redução de custos administrativos e de produção V26-Rentabilidade do negócio V27-Aumento da demanda V28-Prazer proporcionado pela inovação V29-Diferenciação da concorrência V30-Crença da importância da inovação V31-Reconhecimento social V32-Status V33-Falta de fontes apropriadas para financiamento V34-Custos envolvidos para que se obtenha a inovação V35-Trâmites necessários para inovar V36-Momento atual da empresa V37-Situação econômica estrutural da empresa V38-Tempo de espera para obter resultado da inovação V39-Falta de apoio do Governo e instituições públicas V40-Resistência à mudanças Redimensionado Inicial Extração 1,000 ,609 1,000 ,291 1,000 ,508 1,000 ,484 1,000 ,315 1,000 ,285 1,000 ,369 1,000 ,389 1,000 ,414 1,000 ,314 1,000 ,684 1,000 ,613 1,000 ,407 1,000 ,936 1,000 ,872 1,000 ,822 1,000 ,855 1,000 ,597 1,000 ,322 1,000 ,398 1,000 ,510 1,000 ,524 1,000 ,376 1,000 ,507 1,000 ,595 1,000 ,514 1,000 ,406 1,000 ,503 1,000 ,543 1,000 ,434 1,000 ,337 1,000 ,964 1,000 ,712 1,000 ,900 1,000 ,857 1,000 ,845 1,000 ,760 1,000 ,750 1,000 ,928 1,000 ,932 Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que as variáveis “Ambiente econômico” (V1), “Estrutura descentralizada” (V11), “Recursos financeiros organizacionais” (V12), “Disposição para 104 correr riscos” (V18), “Redução de custos administrativos e de produção” (V25) e “Falta de fontes apropriadas para financiamento” (V33) possuem alto índice de comunalidade, ou seja, são variáveis comuns entre si. Pode-se verificar que destas seis variáveis apresentadas, cinco delas estão diretamente ligadas a fatores financeiros. Percebeu-se também que as variáveis “Ambiente social” (V2), “Ambiente tecnológico” (V5), “Ambiente competitivo” (V6), “Canais de comunicação eficientes e fluentes”(V10), “Ciclo de vida dos produtos mais curto” (V19) e “Reconhecimento social” (V31) obtiveram baixo índice de comunalidade, o que representa que a maneira pela qual os sujeitos responderam na pesquisa, não varia de forma igual as outras questões, ou seja, não é comum com as outras variáveis, assim sendo, possuem pouca relação com as outras variáveis. Após a rotação da matriz dos principais componentes da análise fatorial exploratória, buscou-se verificar se as variáveis agrupadas pertenciam a um determinado constructo e como esses constructos também poderiam estar caracterizados como fatores antecedentes ou consequentes do comportamento inovador (Tabela 34). Foi sugerido 12 grupos com as variáveis sendo que o primeiro grupo apresentado pelo programa apresentou 16 variáveis agrupadas. Verificou-se que destas variáveis, nove delas são identificadas como estímulos discriminantes, ou seja, são desencadeadoras do comportamento inovador. As variáveis antecedentes do comportamento inovador do primeiro grupo sugerido na rotação da matriz foram: “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), “Aprendizagem e interação social” (V21), “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores”(V23), “Colaboradores e gestores envolvidos em P&D”(V8), “Investimentos em projetos de P&D” (V9), “Ambiente Natural” (V3), “Seleção de profissionais criativos e inovadores”(V13), “Desenvolvimento e disseminação da missão” (V7) e “Canais de comunicação eficientes e fluentes” (V10). Destas variáveis, verificou-se que “Capacitação e qualificação dos colaboradores” (V22), “Aprendizagem e interação social” (V21), “Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores”(V23) são pertencentes ao constructo histórico de aprendizagem no modelo CCI e as variáveis “Colaboradores e gestores 105 envolvidos em P&D”(V8), “Investimentos em projetos de P&D” (V9), “Ambiente Natural” (V3), “Seleção de profissionais criativos e inovadores”(V13), “Desenvolvimento e disseminação da missão” (V7) e “Canais de comunicação eficientes e fluentes” (V10) fazem parte do constructo estímulos ambientais. Tabela 34. Rotação da matriz dos componentes Grupo V25-Redução de custos administrativos e de produção V22-Capacitação e qualificação dos colaboradores V26-Rentabilidade do negócio V24-Crescimento da produtividade V21-Aprendizagem e interação social V29-Diferenciação da concorrência V27-Aumento da demanda V28-Prazer proporcionado pela inovação V30-Crença da importância da inovação V23-Características comportamentais empreendedoras dos gestores e colaboradores V8-Colab./gest. envolvidos em P&D V9-Investimento em projetos de P&D V3-Ambiente Natural V13-Seleção de profissionais criativos e inovadores V7-Desenvolvimento e disseminação da missão V10-Canais de comun. eficientes e fluentes V36-Momento atual da empresa V38-Tempo de espera para obter resultado da inovação V37-Situação econômica estrutural da empresa V11-Estrutura descentralizada Componentes Redimensionados 1 2 3 0,722 -0,112 4 5 0,150 -0,132 6 0,676 0,670 -0,119 0,118 0,665 0,104 0,645 0,206 0,638 7 8 0,104 0,131 9 11 12 0,123 0,107 0,124 0,148 -0,135 10 0,283 0,146 0,312 -0,103 0,113 0,622 0,592 0,575 -0,188 0,557 -0,126 0,123 0,540 0,171 0,134 0,102 0,119 0,382 0,452 0,284 -0,109 0,103 0,415 0,270 0,198 -0,130 -0,145 -0,120 -0,254 0,149 0,185 0,275 0,107 0,112 0,123 0,133 0,861 0,167 0,119 -0,115 0,722 0,124 -0,234 -0,134 0,673 0,199 0,154 0,110 0,514 -0,122 0,148 0,211 0,530 0,449 -0,126 -0,128 0,343 0,760 0,141 0,119 -0,194 -0,129 0,133 -0,118 -0,165 0,192 0,172 0,142 0,268 0,302 0,126 0,130 106 Continuação da Tabela 34. Rotação da matriz dos componentes V12-Recursos financeiros organizacionais V6-Ambiente competitivo V35-Trâmites necessários para inovar V33-Falta de fontes apropriadas para financiamento V4-Ambiente políticolegal V5-Ambiente tecnológico V2-Ambiente social V14Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização V15-Autocrítica quanto à inovação V18-Disposição para correr riscos V17-Disposição da organização para compartilhar idéias V20-Parcerias entre as empresas V19-Ciclo de vida dos produtos mais curto V16-Necessidade de sobrevivência V1-Ambiente econômico V32-Status V31-Reconhecimento social V34-Custos envolvidos para que se obtenha a inovação V40-Resistência a mudanças V39-Falta de apoio do Governo e instituições públicas 0,153 0,697 0,175 0,322 0,118 0,126 0,246 0,863 0,274 0,673 0,115 0,312 0,280 0,239 0,103 0,251 0,367 0,372 0,106 0,164 -0,177 0,178 0,344 0,176 0,292 0,172 0,122 0,304 0,201 -0,196 0,214 0,114 0,117 -0,110 0,119 0,409 -0,137 0,217 -0,334 0,109 0,127 0,256 0,886 -0,136 0,119 -0,327 0,743 0,215 -0,256 -0,246 0,313 -0,107 -0,127 0,149 0,131 0,121 0,246 0,156 0,126 0,636 -0,257 -0,535 0,428 -0,101 -0,105 0,388 0,113 0,204 0,279 0,166 0,595 -0,131 -0,107 0,175 0,163 0,114 0,308 0,217 0,106 0,154 0,806 0,300 -0,173 0,500 0,151 0,201 0,130 0,109 -0,115 -0,150 -0,276 0,181 0,144 0,943 -0,116 0,260 0,416 0,896 0,128 -0,133 -0,131 0,257 -0,142 -0,103 0,187 0,882 0,232 -0,141 0,177 0,915 Fonte: Dados da pesquisa. Já as variáveis que foram caracterizadas como reforçadoras na proposta do primeiro grupo foram: “Redução de custos administrativos e de produção” (V25), “Diferenciação da concorrência”(V29), “Aumento da demanda” (V27), “Prazer proporcionado pela inovação” (V28), “Crença da importância da inovação” (V30), “Rentabilidade do negócio” (V26) e “Crescimento da produtividade”(V24). 107 Apesar de ambas serem caracterizadas como estímulos reforçadores, verifica-se que as variáveis V24, V25, V26 e V27 fazem parte do constructo reforço utilitário enquanto as variáveis V28, V29 e V30 agrupadas no grupo 1, fazem parte do constructo reforço informativo no modelo CCI. No segundo grupo sugerido pelo agrupamento das variáveis, as variáveis “Momento atual da empresa” (V36), “Tempo de espera para obter resultado da inovação” (V38) e “Situação econômica estrutural da empresa” (V37) fazem parte do constructo “Esquiva” proposta no modelo de estudo desta pesquisa. Entretanto, as quatro variáveis restantes deste constructo, tais como “Falta de fontes apropriadas para financiamento” (V33), “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34), “Trâmites necessários para inovar” (V35), “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) e “Resistência a mudanças” (V40) foram reagrupadas em outros grupos. Vale salientar que as variáveis “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34), “Resistência a mudanças” (V40) e “Falta de apoio do Governo e instituições públicas”(V39) foram reagrupas isoladas, ou seja, não estão agrupadas juntas com outras variáveis em um mesmo fator. Isso demonstra, por exemplo, que a variável “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) não tem relação nenhuma com outro agrupamento e ela por si só já é um fator relevante mesmo sendo isolado. É interessante ressaltar que apesar das variáveis “Situação econômica estrutural da empresa” (V37), “Recursos financeiros organizacionais” (V12) terem sidos reagrupados no grupo 3, verifica-se que estas variáveis estão relacionadas a fatores econômicos, em certo sentido essas variáveis poderiam estar agrupadas no grupo 8 em que se encontram as variáveis “Necessidade de sobrevivência” (V16) e “Ambiente econômico” (V1). Já a variável “Estrutura descentralizada” (V11), poderia estar agrupada no grupo 2 ao invés do grupo 3, já que de certa forma, trata-se de fatores internos da organização como o momento atual do ciclo de vida da organização e sua situação relacionado a recursos financeiros e de infraestrutura, portanto, possui alguma relação 108 com as variáveis “Momento atual da empresa” (V36) e “Situação econômica estrutural da empresa” (V36). Em relação às variáveis “Status” (V32) e “Reconhecimento social” (V31), ambas demonstraram pertencer a um mesmo grupo após a rotação da matriz dos componentes, entretanto, já que a variável “Status” ficou evidenciada após a análise fatorial confirmatória que não pertence aos constructos Reforço Informativo e também Reforço Utilitário, em última análise percebeu-se que essa variável poderia pertencer à variável “Reconhecimento social” (V31), já que de certa forma o status é um elemento proporcionado pela sociedade na forma como somos reconhecidos por outras pessoas. Portanto, extingue-se a variável “Status” (V32) do modelo CCI. Já as variáveis “Ciclo de vida dos produtos mais curto” (V19) e “Ambiente tecnológico” (V5) também demonstraram após a rotação da matriz que podem pertencer a um mesmo grupo, já que obtiveram valores próximos. Em certo sentido verificou-se que a obsolência dos produtos estão inseridos em um contexto ambiental tecnológico, portanto, pode-se concluir que a variável “Ciclo de vida dos produtos mais curto” (V19) permite ser excluída. As variáveis “Parcerias entre as empresas” (V20) e “Ambiente competitivo” (V6) também obtiveram similaridades e aproximação dos seus valores após a rotação da matriz, o que parece pertinente supor que a troca de informações entre as organizações e o alinhamento de suas ações conjuntas, ou seja, as parcerias estratégicas entre organizações fazem parte de um contexto ambiental competitivo, isso permite entender que são elementos da variável “Ambiente competitivo” (V6). Sendo assim a variável “Parcerias entre as empresas” (V20) também admite ser excluída. Em relação às variáveis “Autoconhecimento e interiorização dos indivíduos da organização” (V14) e “Autocrítica quanto à inovação” (V15), com valores 0,886 e 0,746 respectivamente, apresentaram proximidades, o que faz entender que elas poderiam ser um fator só, ou seja, uma única variável já que o autoconhecimento não deixa de ser um processo de autocrítica, quando o sujeito reconhece seus próprios atos em relação à coletividade ou sua individualidade. Após a rotação da matriz dos componentes, a variável V14 passou a ser incorporada à variável “Autocrítica quanto à inovação” (V15). 109 5 CONCLUSÃO A competitividade é um elemento de constante transformação social, visto que em um mundo cada vez mais dinâmico e globalizado, a inovação passa ser utilizada como uma ferramenta geradora e propulsora do desenvolvimento sustentável dos negócios pelos empreendedores. O objetivo geral da pesquisa foi alcançado já que seu resultado permitiu identificar as variáveis antecedentes estimuladoras e consequentes reforçadoras que levam ao comportamento inovador. Destarte, os objetivos específicos foram alcançados conforme abaixo discriminado: Objetivo específico 1 – Investigar variáveis que podem influenciar para a prática da inovação : objetivo alcançado a partir da literatura e da pesquisa qualitativa a partir da análise de conteúdo. Objetivo específico 2 – Identificar fatores que podem inibir o comportamento inovador : objetivo alcançado por meio da literatura e da pesquisa qualitativa a partir da análise de conteúdo. Objetivo específico 3 – Analisar o grau de importância dos fatores que levam ao comportamento inovador: objetivo alcançado por meio da pesquisa quantitativa, através da análise descritiva das variáveis do comportamento inovador, em que se analisou a média atribuída às variáveis de acordo com a frequência obtida nas respostas dos sujeitos entrevistados, fato que resultou na verificação do grau de importância dos fatores que levam o indivíduo a inovar. Objetivo específico 4 – Analisar agrupamentos de variáveis do comportamento inovador: objetivo alcançado na pesquisa quantitativa através da análise fatorial exploratória na qual percebeu-se, pela matriz de agrupamentos, que nos grupos resultantes desta análise, as variáveis que pertencem aos grupos tem correlação entre si e na maioria dos agrupamentos, confirmando as dimensões originais da teoria. 110 Analisar o comportamento humano pode ser tarefa subjetiva já que tal comportamento é particular, diferente para cada indivíduo. Constatou-se que o comportamento inovador possui uma forte relação com o comportamento empreendedor, tendo em vista que os sujeitos entrevistados confirmaram na pesquisa qualitativa e na questão nº 23 do instrumento da pesquisa quantitativa, que questionava sobre essa relação de que quanto mais um sujeito possui características comportamentais empreendedoras, maior será a probabilidade para que se inove na organização. O resultado contribui com a literatura quando Sarkar (2008) reforça que o comportamento inovador pode estar fortemente relacionado ao comportamento empreendedor, tendo em vista que os desenvolvimentos do espírito empreendedor e da inovação já não podem ser vistas como uma escolha e sim, como uma necessidade. Foi possível verificar como o processo de aprendizagem do indivíduo pode ser um forte elemento estimulador para que se implemente a inovação nas organizações, uma vez que a variável “Aprendizagem e interação social” foi considerada pelos sujeitos entrevistados como o principal fator que estimula o comportamento inovador. Salienta-se que o processo de aprendizagem do indivíduo tem relação com o desenvolvimento intelectual e comportamental, proporcionado a partir de suas capacitações. Foram analisadas e propostas, de acordo com a literatura e os resultados obtidos na análise de conteúdo da pesquisa qualitativa, o agrupamento das quarenta variáveis dimensionadas nos constructos do modelo CCI. O resultado constatou que apesar de existirem trâmites necessários que dificultam a inovação, como de falta de apoio do governo ou custos envolvidos para que se inove, esses fatores não impedem os sujeitos de inovarem nas suas empresas ou seja, a inovação é um fator que ocorre nas organizações independente das dificuldades ou barreiras que possam minimizar a ocorrência de práticas inovadoras. Os resultados alcançados nesta pesquisa possibilitaram perceber a importância do desenvolvimento da cultura empreendedora e inovadora nas organizações, e segundo Dornelas (2008), pode-se trabalhar no desenvolvimento das competências empreendedoras inovadoras nos indivíduos; sendo assim, é possível aplicar práticas 111 nas empresas para que se estimulem a cultura da inovação, fomentem a competitividade e o empreendedorismo nas organizações. Esta pesquisa contribuiu ainda para a área temática da inovação, uma vez que discutiu quais são os fatores desencadeadores do comportamento inovador. Vale ressaltar que os resultados obtidos nesta pesquisa tiveram convergência com a teoria uma vez que grande parte das variáveis encontradas e discutidas pela literatura foi confirmada e analisada com base no modelo CCI. Constatou-se que os principais fatores antecedentes ao comportamento inovador referem-se à aprendizagem do sujeito e sua capacitação, aprendizagem e interação social, bem como a seleção de profissionais criativos e inovadores para a organização, e estes são fatores que possuem alta influência na implementação de uma cultura inovadora nas empresas. O ambiente tecnológico também demonstrou possuir relevância como estimulador para que as empresas inovem. Isso justifica como a inovação, de acordo com a literatura científica, é orientada e aplicada para a base tecnológica das organizações. Em relação aos fatores consequentes, foi possível verificar que a crença da importância da inovação e o crescimento da produtividade das empresas inovadoras foram identificados como principais fatores que reforçam o comportamento inovador. Detectou-se também, em relação ao constructo Esquiva, que a resistência às mudanças tem grande relevância na dificuldade encontrada pelos sujeitos empreendedores para que se implemente novas práticas de negócios orientadas para inovação. O modelo CCI mostrou-se adequado, após a análise fatorial confirmatória, uma vez que as variáveis agrupadas nos constructos são correlacionadas e são itens de mensuração para o constructo a que pertencem confirmando a hipótese H1. Ressalta-se que não foram identificadas variáveis punitivas consequentes do comportamento inovador. Foram identificados comportamentos de esquiva que poderiam ser considerados correlacionados com a punição. 112 Recomenda-se que sejam feitas futuras pesquisas orientadas para detectar exclusivamente variáveis punitivas, visando detectar quando um indivíduo tenha um comportamento inovador o que é que se torna consequência punitiva após a inovação. Recomendam-se futuras pesquisas em relação ao modelo CCI proposto nesta pesquisa com a intenção de buscar mais esclarecimentos quanto aos diversos aspectos que estão relacionados ao comportamento inovador, dentre os quais, pode-se pesquisar a aplicabilidade deste modelo de estudo com uma amostra maior e em outras regiões, além de buscar analisar qual o grau de influência que um indivíduo com características comportamentais empreendedoras pode ter em relação ao comportamento inovador, entendendo-se qual o nível de influência que cada comportamento empreendedor pode afetar diretamente para que o sujeito inove. 113 REFERÊNCIAS AAKER, David A. 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Justamente o aumento da competitividade da empresa pois se você continuar com o mesmo serviço que você presta e não inovar, não fizer nada de diferente dos demais , você vai ser mais um, você vai ser medíocre, vai ser médio, se eu inovar , fizer algo diferente e se eu me diferenciar dos demais eu vou conseguir um diferencial competitivo e vou largar na frente dos outros” “Acho que a inovação não deve partir de variáveis externas, não é um motivo do mercado, acredito que a inovação tem que partir da própria cultura da empresa. Você pode ter um mercado que seja inovador, um ambiente favorável, mas se você não tem aquela cultura empresarial de inovar, você não vai inovar sem querer. Você tem que querer inovar, ter uma cultura de mudança, uma cultura de buscar novos ideais e buscar fazer diferente para o aumento da competitividade. Se não você fica igual aos demais.” “ Acho que a cultura da empresa, se por mais inovador que você seja , se você está trazendo novos serviços e novos produtos para aquela empresa e a empresa não tem aquela cultura de ser inovadora, você vai ser um peixe fora d’água.” “Acho que é a mesma resposta anterior.” 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? “A busca da não rotina. Qualquer processo rotineiro você vai começar a fazer apenas um processo mecânico. E se você nunca tem uma rotina fixa, se sempre busca fazer algo diferente e você tem um ideal de melhorar sempre, acredito que me levam a inovar.” “ A gente vê muito no mercado , através de palestras e casos de sucesso , referencias de profissionais e o que mais me faz aprender a fazer diferente não é só casos de sucesso e sim casos de fracasso, que você aprende mais com quem errou ou aprende mais errando do que caso você sempre acertasse. Se você não tiver aversão ao risco, se você for aquela pessoa que não empreender , você vai estar sempre naquela mesma rotina, então o risco fracassos levam sempre 118 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? você a fazer coisas novas e a procurar o sucesso.” “ A busca pela competitividade. Acredito que uma empresa não é inovadora se inovar apenas uma vez, se você quer que sua empresa seja inovadora que tenha a cultura da inovação tem que sempre estar buscando novas ideias junto aos clientes, juntos fornecedores, junto as pessoas da sua empresa para fazer sempre diferente.” “Burocracia. A burocracia dentro da empresa.” 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 2 “Acho que quando eu tiver não tiver uma capacidade produtiva para responder o sucesso dessa inovação. Tipo, eu não posso inovar para ter uma demanda que eu não possa atender.” 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? “Na prática da lavanderia Primavera a última grande inovação foi justamente criar uma campanha da área do marketing que ao mesmo tempo transmitia uma boa imagem da empresa e fidelizava os clientes e reduzia custos. Chama-se uma campanha “Uma empresa amiga do meio ambiente”, sua roupa fica mais limpa e sua consciência também.” Acho que outra inovação que podemos citar foi fugir da forma convencional de ser fazer o marketing esportivo. No passado no clube Alecrim, nós pedíamos dinheiro às empresas, pedia ajuda e aí nós invertemos os papéis. Nós criamos condições através do marketing esportivo deles sentirem de fato o retorno, para isso, nós captamos alguns patrocinadores e geramos uma exposição dessa mídia espontânea que eles obtiveram nesse período e fizemos um resumo de quanto uma empresa que está aparecendo na mídia esportiva pagaria para aparecer na mídia de uma maneira geral. Pegamos esse exemplo desses investidores iniciais e levamos para outras grandes empresas, como por exemplo, a Unimed. Para mim foi uma inovação, pois foi uma nova forma de capitação de recursos. “Eu acredito que seja um mix, ou seja, uma mix de necessidade da empresa, o pensamento estratégico, a iniciativa, nós temos que ter esse “start” e um toque de ousadia também, acho que é necessário, você sair do convencional. Eu entendo que hoje nós não podemos simplesmente observar o que está sendo feito, acho que o que não está sendo feito é a grande questão, ou seja, observar o que não está sendo feito e surpreender” “ Primeiro nós conhecemos nosso público-alvo , se nosso público alvo é um público voltado para uma classe social com mais escolaridade, por conseqüência eles são mais conscientes e se eles são mais conscientes, em algum momento eles irão cobrar da empresa a preocupação com o meio ambiente. Ou seja, a crescente tendência de conscientização dos consumidores despertaram em mim essa necessidade de enxergar sob esse ângulo”. Se nós não mudarmos agora nossas estratégias, ou seja, redirecionarmos nossas estratégias, muito possivelmente haverá um declínio porque você vai se tornar uma empresa comum.” “Acredito que o vínculo do intra-empreendedorismo na organização, ou seja, o desejo de realização. Nós temos que colocar em primeiro lugar a realização em detrimento ao financeiro. E o principal motivo é justamente é fazer com que as coisas aconteçam e em cima dos acontecimentos é que se você constrói a base financeira sólida para uma empresa e colocar a boa vontade em longo prazo em primeiro 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? Resposta 119 Empresa 3 lugar em detrimento ao lucro em curto prazo. Acho que essa é o desejo de realização interno. “Acredito que experiências anteriores, a educação dos pais, os princípios transmitidos pelos pais, eu tive o prazer de crescer observando experiências empreendedoras do meu pai. E aquilo já cria um modelo mental pré-pronto e aí você aprende muito. Você aprende que a inovação possui riscos, mas também gera alegrias ao passo que em algum momento tenha gerado maus resultados, mas que a inovação gera uma sensação também de você estar à frente de alguma situação ou então criando algo novo. Então, as experiências pessoais, a busca pela informação e desprender energia pra procurar realizar algo, exercitar a visão, a sua leitura faz com que você também modifique seu modelo mental e experiências com pessoas ao seu redor.” “ O primeiro motivo foi a necessidade de entender as coisas , ou seja, a curiosidade, como é que aqueles caras de sucesso agem? Um motivo pessoal, além das experiências anteriores vivida e a necessidade de poder quer ser algo, aspirar ser como alguém de sucesso. Buscar identificar o que é que levou aquele indivíduo ao sucesso.O principal motivo pessoal é querer chegar em lugares onde pessoas que eu admiro estão” “Hoje para você inovar, você precisa experimentar viver a experimentação, vivenciar os erros e acertos. Eu entendi que não eu não deveria seguir o padrão convencional das coisas, ou seja, o padrão convencional de gerenciar uma empresa, o padrão convencional de lançamento de produto, padrão convencional de reduzir custos, fugir desse padrão é importante. Sair do “quadrado” estabelecido na cabeça das pessoas. Pois desde crianças nossos pais nos colocam nesses quadrados, e fugir desses “quadrados”, fugir das decisões prontas e convencionais e entender como é que as pessoas decidiriam e perceber como é que eu devo decidir no tocante à inovação.” “O princípio é a realização, fazer as coisas acontecerem, criar sensações novas e alcançar novas realizações. O combustível da inovação são os acontecimentos, é o ver que o que estava em curso saiu de curso por uma iniciativa sua e que esse feito foi realizado de maneira diferente e trouxe resultados diferentes e possivelmente melhores.” “A predominância de mentalidades tradicionais. Quando você gerencia uma empresa com base na aristocracia, ou seja, o poder na mão de várias pessoas, aí às vezes você cansa. Ou seja, a dificuldade de fazer com que as pessoas que estão ao seu redor de que aquela nova ideia poderá gerar uma possibilidade de melhorias. E vender essa ideias às vezes é difícil pela falta de conhecimento das pessoas que gerenciam as empresas. Então isso inibe muito a energia para inovação.” “Eu penso que mercados estáveis tendem a gerar uma zona de conforto, ou seja, os mercados estáveis não nos permitem motivações para gerar inovações. Outro ponto seria a burocracia, pois a burocracia também pode inibir o processo da inovação. Eu entendo que as pessoas também podem gerar dificuldade e inibir a criatividade, e por conseqüência a inovação.” Resposta 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? “No Espaço Zap, na época o açaí não era tão concorrido na cidade e era pouco visto pela população e nós começamos a implementar o 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? 120 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 4 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? açaí junto a outros valores como a tapioca, ao sanduíche, ao crepe, fazendo que o açaí não fosse apenas só um produto mas que com ele, outros produtos também pudessem ser agregados. Nós também lançamos a ideia de fazer a festa com açaí, um tema musical com o açaí. Fizemos o evento “O açaí com raggue” , convidávamos bandas de toda Natal para tocar e fazia com que as pessoas se divertissem ao som da banda e tomando açaí. E esse era o diferencial. Fizemos também o caipi-açaí, mistura de vodca com açaí.” “Justamente por ter um produto na mão e querer fazê-lo diferente, ou seja, querer mostrar o produto de uma forma diferente, ter o açaí e querer se destacar em meio aos outros concorrentes que estavam surgindo na época, que eram muitos. Eu lembro que na época havia dois concorrentes de peso e depois que nós lançamos essas ideias vieram outros concorrentes de peso, então a intenção era realmente se diferenciar dos concorrentes. Outro motivo foi a intenção de atrair as pessoas para a loja.” “Justamente pela alta concorrência do açaí, tinha muitos concorrentes, a intenção era inovar e mostrar a ideia de que o açaí ele pode ser somado com outras coisas além do próprio açaí.” “Para que não ficasse apenas com uma coisa só, não ficasse paralisado, engessado, e sim, pudesse se ramificar e crescer no mercado. Então foi isso que nos levou a nos posicionar dessa maneira e não ficar parado esperando as coisas acontecerem.” “Buscar seus objetivos e fazer a diferença para a família, para aqueles que virão depois de você, ou seja, deixar um legado.” “Busca ter meu pão, sustento para mim e aqueles que estão ao meu redor, fazendo assim o melhor , tentando inovar para justamente sempre ter.” “No papel de consumidor mesmo, você tendo um olho crítico para algumas coisas, consumido, questões de atendimento, você passa a ter um ponto crítico aonde você vai querer melhorar justamente pelo fato daquilo que você não gostou em outras empresas em outros lugares e assim, vai poder aprimorar no seu próprio negocio. Então isso nos faz ter uma ideia realmente de inovar no atendimento, inovar na qualidade do serviço.” “Se a inovação tiver dando certo e a partir do momento que a minha inovação passa a ser vista por outras pessoas e elas começam a fazer e praticar aquela coisa que eu tive a ideia.” “ Só se eu tivesse desgostoso mesmo com o meu trabalho e não quisesse colocar mais pra frente, e quisesse parar por ali mesmo. Se eu não tivesse com interesse mais, é porque eu estaria vendo que não estava dando mais certo.” “Se o mercado estivesse parado e eu não visualizasse nenhuma perspectiva de melhora, de vendas, se eu visse que ali já deu, não vai flui mais, acho que seria a única forma de não querer inovar ou então, a empresa tá dando certo realmente e não precisa fazer nada de diferente.” Resposta “Mudei telas de parede, coloque novo balcão na frente da loja, fiz um caixa pois não havia anteriormente na empresa, computadores novos, troquei os antigos pelos mais atuais, vitrine pretende deixar mais inovada. O que eu vejo que é que minha inovação não veio tanto do 121 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 5 1 – Quais inovações você SEBRAE não, porque quando eu visito outras lojas você vai vendo coisas novas em outros estabelecimentos e aí você vai pegando ideias e a ideia que for melhor eu aplico na minha loja. Não necessariamente eu vou fazer igual, ou seja, copiar do colega, procuro colocar algo que seja útil para minha loja” . Também acredito que quando o ambiente é inovador, fica mais confortável de trabalhar, seja em programas ou métodos de negociação, ajuda no trabalho.” Eu procuro observar sempre o que está errado, e isso que me leva a inovar . Ver o erro, quando a empresa está com aspecto feio, aí eu procuro mudar. Após o curso que eu fiz no SEBRAE eu vi que cada vez que você deixa o cliente mais confortável, ele irá voltar para sua loja, mesmo que você faça uma pequena limpeza ou pintura, mas a mudança já faz o cliente voltar para a empresa. Isso pra mim é inovação.” “É pra mim mesma. Eu não sei explicar isso, mas acredito que seja o motivo do concorrente ser mais arrumado, ter mais espaço e mais conforto pra o cliente, agente procura ter outras coisas que os outros estabelecimentos não tem .” “A organização que a gente trabalha dentro da empresa. Porque quando o ambiente é desorganizado a gente não consegue trabalhar direito, não atender bem o cliente, isso contribui para trabalhar melhor.O motivo da inovação é a organização dentro da empresa para atender os clientes melhor.” “A questão de marketing né. O que eu quero dizer de marketing é padronizar a cor da loja, colocar tudo em um padrão para ficar mais organizado, e minha empresa ficar mais conhecida e diferenciar dos concorrentes, e os clientes terem uma visão melhor da minha empresa.” “O que me faz inovar é a busca de eu ser mais organizada e pelos concorrentes também.” “Experiências passadas de desorganização, como por exemplo, para atender o cliente, dias mais estressantes na empresa, porque quando não tem marketing, não tem nada, a empresa ficando mais desorganizada, fica tudo mais estressante para você trabalhar. Tudo fica mais dificuldade para negociar, dar conforto ao cliente, ou seja, ter prazer para trabalhar na empresa.” “ A s novidades e o prazer que eu sinto de ver a loja bem, ou seja, quando você tem uma empresa que você deixa ela do jeito que você quer, você tem um prazer né, prazer de abrir sua loja, ou seja, é pelo prazer que me motiva a inovar, fazer novas inovações.” “ Por eu não conseguir deixar tudo do jeito que eu quero, por exemplo, eu querer inovar e não conseguir por motivos financeiros .” “Se eu temesse a concorrência e temesse que o mercado fracassasse. Tipo assim, se eu tivesse na minha mente que eu iria desistir do ramo, ou mudar de atividade, eu iria perder a vontade de inovar. Outro motivo seria se não tivesse um local para trabalhar, ou seja, um estabelecimento fixo como, por exemplo, um ambulante, aí eu não tinha essas ideias para inovar. Se eu não tivesse cliente também não inovaria, ou um número mínimo para atender a minha mercadoria.” Resposta “Uma que eu vejo é a inovação de organização junto com o estoque, 122 lembra de ter feito ultimamente? pessoas, incentivar as pessoas da empresa a serem criativos e trazer para a empresa novos clientes com novos produtos e conquistar novos mercados. Como nós estamos fazendo agora, buscando atuar também no mercado de Mossoró, inovando aqui na empresa mudando a forma de levar informação para o cliente. Mudamos também a forma de negociar com nossos fornecedores com o objetivo de termos melhores condições de atendermos o mercado” 2 – O que levou você a fazer essas inovações? “Eu acredito que seja me diferenciar do mercado, não ser igual aos meus concorrentes. Porque a partir do momento em que você está em um local onde você é igual a todo mundo, fazendo o trivial que todo mundo faz, você vai fazer com que a empresa se torne igual. E a o resultado da inovação eu vejo em números, por exemplo, meus concorrentes não tem trabalho externo, eles não fazem trabalhos de campo e isso no dia a dia pra gente, está fazendo o diferencial.” 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? “A necessidade de informação dos nossos clientes . O motivo principal era que nossos clientes sentiam a necessidade de informação, ou seja, necessidade da empresa se aproximar deles, atendendo de uma maneira especial. Para a Nordeste Rolamentos cada cliente é diferente.” “Um dos motivos é a questão do Projeto ALI do SEBRAE, porque no projeto nós adquirimos a visão da inovação e importância de não ficarmos na naquela mesmice e sempre procurarmos coisas novas. O projeto Ali nos motivou a buscarmos cada dia mais aprendermos.Você como agente local de inovação nos mostrou vários pontos dentro da empresa onde poderíamos inovar.” “Esposa (Simone) de Tony responde: Tony é daquela pessoas que sempre busca mudar, ele sempre procura modificar algo para melhorar, principalmente depois do acompanhamento do ALI, que abriu mais os horizontes, ele sempre tinha a vontade de buscar coisas novas para empresa.” Tony responde: Eu tenho a visão do consumidor, então tudo que é novo atrai as pessoas. Eu acredito que quando você faz qualquer tipo mudança dentro da empresa, desde as pessoas, até o visual da empresa, eu acho que faz com que as pessoas cheguem aqui e perguntem se a loja é nova. “Os cursos que eu fiz no SEBRAE também me deram mais confiança para inovar e eu quero fazer mais, porque eu vejo que ali nós temos uma porta para o conhecimento para a gente dá um toque diferenciado no nosso dia a dia.” “ Acho que um dos motivos pessoais é crescer pessoalmente, como profissional e ser reconhecido pelo meu trabalho e não pelo dinheiro.” 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você “Uma das experiências que eu tenho é que eu fazia muitas visitas aos clientes e participava de treinamentos dentro das empresas e eu acreditava que aqueles treinamentos faziam com que as pessoas melhorassem como profissional e para mim ajudava a usar a experiência vivida aplicada no meu dia a dia na empresa.” “Uma das experiências que eu tenho é que eu fazia muitas visitas aos clientes e participava de treinamentos dentro das empresas e eu acreditava que aqueles treinamentos faziam com que as pessoas melhorassem como profissional e para mim ajudava a usar a experiência vivida aplicada no meu dia a dia na empresa.” “Falta de incentivo do governo em relação as empresas locais, a falta 123 ter menos interesse em inovar novamente? de incentivo governo de incentivar o empresário.” 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? “Uma situação seria as empresas tirar os setores de suprimento do estado para outro estado. Falta de dinheiro, (risos) porque ninguém faz nada sem dinheiro. E outro fator seria a falta de incentivo do governo. Outro ponto seria não ter clientes suficientes para atender o volume da empresa.” Resposta Empresa 6 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? “Acho que umas das inovações que eu fiz na empresa foi fazer com que os funcionários tivessem muitas funções, isso se diferencia um pouco da concorrência, enquanto que o concorrente possui um vendedor que apenas vende ou emite nota fiscal, o meu funcionário já fazia outras coisas, ele participava do processo de compras, do processo de comunicação, do atendimento externo da loja, ele visitava a própria concorrência e trazia informações sobre o que eles faziam e nós não, então eu acho que a inovação foi isso. Nós mudamos também o layout da loja, nós mudamos as cores da loja e diversificamos a oferta de algumas linhas de produtos.” “A necessidade de ter uma participação maior no mercado. Na hora que a empresa começa a se desenvolver um pouco nas vendas, você começa a observar e descobrir maneiras de dar continuidade ao seu crescimento. A mudança é tão dinâmica no comercio que na hora que você faz algum tipo de mudança, em pouco tempo aquilo já está obsoleto, então você tem que partir para coisas mais novas e aí vem a necessidade de evoluir nesse sentido.” “ O motivo é a concorrência muito acirrada. Hoje por exemplo as margens dos preços são cada dia mais apertadas, então você tem que encontrar meios para que você consiga ganhar um pouco mais, então a necessidade da inovação parti daí, você não pode ficar sempre na mesmice, porque você vai sempre concorrer com preço e não vai ter condições de brigar, então você tem que buscar outros meios, outros produtos, ou agregar outros produtos à linha que você já tem para que tenhamos um mix e possamos melhorar nossa margem.” “Acho que o próprio desenvolvimento das pessoas, ou seja, o meu desenvolvimento como gestor da empresa e dos meus funcionários. Eu acho que sempre tem que existir um crescimento profissional dentro das pessoas e quando a gente vai investir no potencial das pessoas automaticamente, a inovação em vai vir junto.” “Basicamente acho que é a necessidade da mudança que faz com que sempre busquemos coisas novas através da inovação e sermos um pouco diferentes do tradicional.” “É uma necessidade, acredito que quem é empresário sabe que aquilo é como um jogo, ou seja, cada vez mais você tem que apostar em algo. E pra mim é uma necessidade de sobrevivência e a necessidade de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Nós vamos observando pessoas de sucesso e vamos tentando ver se consegue fazer alguma coisa parecida ou diferente para que a gente consiga desenvolver como pessoa, como profissional e conseqüentemente a empresa vai junto.” “Eu passei por uma dificuldade financeira muito grande há muitos anos atrás e na hora que a empresa estava em grandes dificuldades aquilo foi um atraso na minha vida como profissional e como gestor, 124 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 7 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? porque na hora que você passa por um dificuldade muito grande, você não consegue raciocinar em termos de desenvolver mas só resolver o que está de errado. Então enquanto você não se capitaliza, você começa a perder e não consegue acompanhar as mudanças e o desenvolvimento do mercado. Então você fica para trás. Esse período durou muito tempo na minha vida, então eu vi a necessidade de ter uma empresa equilibrada para que eu possa enxergar , ter uma visão maior das coisas,e não apenas uma visão dos problemas, ou seja, ter uma visão de futuro. Eu acho também que a própria necessidade de buscar a independência. Eu tinha um irmão que era sócio e nós dividíamos as tarefas, onde ele gerenciava muito bem a área comercial e eu a área financeira, e na hora em que ele morreu de repente, eu senti então a necessidade de buscar dominar aquela área e eu sofri muito com isso. Eu senti a necessidade de ter um conhecimento mais abrangente do negócio como empresário e acompanhar as mudanças.” “ Eu acho que continuar inovando é uma necessidade de sobrevivência no mercado. Se você não inovar, e sempre copiar o que já existe, você sempre vai estar atrás das pessoas. E você inovando vai estar sempre partindo na frente e abrindo caminhos. E quem parte na frente sempre leva vantagem ” “A única maneira de eu perder a motivação seria caso eu desistisse da atividade empresarial. Se na hora que eu perceber que não tenho interesse nenhum é porque eu estou desmotivado e não faz sentido eu continuar naquela atividade” “Somente se houvesse uma situação em que o custo benefício não compensasse. Se para inovar eu tivesse a necessidade de fazer grandes investimentos e a empresa não tivesse condição de realizar o projeto. Porque não podemos descapitalizar uma empresa fazendo investimento em inovação, porque se você estiver descapitalizado, não conseguirá realizar nada.” Resposta “Acho que a primeira inovação que eu acho que é pontual, é a respeito da modificação da minha estrutura de atuação. Eu tenho uma empresa física com 14 funcionários e percebi que o meu desempenho enquanto gestor, ele estava sendo afetado, e eu sou movido pela paixão naquilo que eu faço, é um ponto muito característico meu, e em função disso, eu estava percebendo uma rotina, já com vícios por parte dos funcionários e não estava percebendo inovação na postura deles enquanto profissionais. Então eu comecei a estudar uma maneira de quebrar esse laço, essa rotina que se criou no horário comercial, ou seja, 8h às 12 horas e 14h às 18h. Eu comecei a perceber que a motivação ela era também comprometida aí em relação à convivência. Eu sou uma pessoa que interfiro no processo de trabalho, se tratando de uma agencia de publicidade, então, interfiro no processo criativo e isso acarretava em decisões. Essas decisões elas eram refletidas em eu interferir no processo criativo em função da expectativa do cliente ou eu deixar que a minha equipe ela criasse um processo e que eu tivesse a responsabilidade de aprovar um material em 100% sem haver modificações. Isso é um ideal da equipe de criação. Então nessa realidade, eu comecei a perceber que o mercado hoje em dia, ele não absorve mais esse tipo de postura. É uma postura muito equivocada em relação às agencias de publicidade. Ela é uma realidade ultrapassada e eu comecei a perceber que enxugando a minha equipe, eu teria condição de 125 2 – O que levou você a fazer essas inovações? discutir as coisas de uma forma mais qualitativa, ou seja, a gente teria um extrato melhor se eu tivesse menos gente pensando, porém essas pessoas pensando em cima de um foco. Na equipe de 14 pessoas, eu percebia que eu não tinha condições de atuar em todas as frentes, percebia de certa forma que era importante o gerenciamento ele passar por mim para que eu houvesse um filtro de qualidade minha. Muitas pessoas podem achar que isso era um pouco centralizador, mas eu tinha metas pessoais, ou seja, eu Estabelecia metas para mim e para a empresa. Eu verifiquei que eu tinha chegado em uma estagnação criativa e em cima dessa realidade eu comecei a refletir posturas de enxugar a equipe e a carteira de clientes. Hoje em dia quando a gente absorve muita clientela, a gente não oferece um produto de qualidade. Eu acabo tendo que criar a produção em série, então não há uma discussão, um filtro e um desenvolvimento mais profissional da campanha, do produto e toda a análise de comunicação que o cliente venha a apresentar pra a gente. Então eu percebi que havia uma brecha nessas novas realidades virtuais, onde eu poderia estabelecer comunicações, canais com os meus colaboradores sem que eu tivesse a presença física tão desgastante, sem que necessitasse de reuniões rotineiras e enfadonhas. Então assim, eu acredito que eu comecei a inovar daí, eu comecei a estabelecer reuniões como uma forma de agente avaliar mais o que nos estávamos mesmo fazendo do que simplesmente construir projetos. Eu fiquei com as pessoas mais experientes e essas pessoas começaram a implantar realmente a visão delas sobre o processo e análise ela ocorria já de pontos de vista. Eu criei núcleos residenciais, a minha equipe agora trabalha em casa pra ela ter o conforto do lar porque quando envolve o processo criativo a gente sabe que qualquer pressão há mais, ela começa a refletir na falta de produtividade. Então eu fiquei até mais livre para a minha atuação em relação com o cliente. Eu notei que eu deixei o meu criativo à vontade e a minha parte gerencial acontece de forma mais discreta, sem que houvesse muito essa pressão e exigência por resultados imediatos. ” “O ponto de estagnação criativo e até as próprias realizações pessoais, pois eu me sentia um gestor que era muito absorvido pela estrutura da minha empresa. Eu acreditava que eu não teria tanto resultado se eu não estivesse tão presente, eu comecei a testar esse processo, não indo presencialmente para a empresa, para saber como é que ela se comportaria. Comecei a verificar se o problema estava em mim ou na minha equipe. Pois eu percebi claramente essa estagnação criativa tanto minha quando na minha equipe. Comecei a perceber uma necessidade latente de reciclagem, no sentido de entender os novos paradigmas da comunicação como também as novas tendências, verificar para onde o mercado estava tendencioso. Eu comecei a sentir carência de um horizonte mais amplo. Então partindo dessa necessidade pessoal e dessa constatação a respeito da minha equipe, eu tomei a decisão de fazer esse teste primeiramente comigo. Eu me distanciei presencialmente, deixei minha equipe fazer a rotina dela, deixei um pouco livre a questão do horário para saber se isso refletiria, e para mim isso foi um experimento. Eu também constatei que o meu custo fixo também era alto e que eu não conseguia mais fazer com que o meu faturamento aumentasse. Então se o faturamento não aumenta, é a despesa que tem que diminuir. Então eu tomei a decisão de eliminar a minha estrutura física. Eu vi que ela não estava mais agregando em termos de diferenciais para o meu produto e meu serviço. Eu verifiquei que 126 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? tinha uma parte da minha equipe que eu confiaria em deixá-los trabalhar em casa. Também tive um fato isolado de um funcionário meu que sua esposa passou a sofrer com depressão pós-parto, então ele me solicitou uma licença de dois meses e foi trabalhar em casa, na confiança que ele teria a rotina dele de trabalho. Então essa foi outra coincidência favorável para que esse projeto de eu virtualizar minha empresa funcionasse. Eu senti até uma própria queda da não presença dele em relação à equipe. Eu comecei observar quem ficaria nesse processo. Eu teria necessidade de ficar com toda a equipe assim? Então eu solicitei do meu financeiro análises de como ficaria, ou seja, de quanto seria o custo de eu migrar toda a minha estrutura física da empresa, computadores, impressora e outros, para a casa dos meus funcionários e ela (financeiro) me fez uma simulação de quando isso me custaria. E nos deparamos com um custo infinitamente menor que refletiria teoricamente na minha lucratividade se eu mantivesse o mesmo número de clientes. Mas aí entrou outro fator, a questão da forma como os clientes enxergam as agencias de publicidade. Que é outro ponto, pois acho que o mercado anda em crise nesse aspecto pois as agencias querem e acham que podem cobrar um pouco mais e os clientes acham que elas poderiam cobrar um pouco menos. Então a gente entra em choque de percepção de resultados e eu vi que o cliente hoje ele busca um resultado prática da empresa dele. Ele não quer saber do método que você utilizou para essa construção, então ele não tá se importando muito com a sua estrutura bacana, com o seu design, na verdade ele quer saber se o processo de construção do material dele está havendo uma ideia bem alicerçada, e que resultados práticos ele vai ter. Porque hoje nós deixamos de ter uma era voltada para para a questão da criatividade em si,enquanto criação, e agora nós somos cobrados por um coisa mais voltada para o planejamento criativo. Onde eu tenho pouca verba circulando, e agora eu tenho que ter mais gerenciamento dela, e eu tenho que ser bem criativo no gerenciamento desse investimento em si, e não apenas na criação. Então essa minha decisão de inovação foi tomada por base em cima de todos esses fatores.” “Acho que já está ok na resposta anterior responde isso.” “ Já respondi. Tá ok.” “Aí vem a questão da minha própria natureza empreendedora, eu acho que eu já nasci empreendedor e isso é uma característica que a gente estimula ou não, mas tem aquele empreendedor nato, e eu me sinto me enquadrando nesse processo. Eu gosto de ousar, eu não tenho medo de enfrentar o desconhecido, é uma característica minha. O mercado anda ultimamente muito favorável. Eu enxergo que mercados onde a gente tem pontos de transição, ou seja, onde tenha novos paradigmas como, por exemplo, a internet. A internet está mudando toda a concepção de comunicação. Você observa as mídias tradicionais perdendo audiência pra ela. Vem a questão também das próprias crises, que hoje você tem que ter um gerenciamento mais claro da verba, dos custos. Você não pode criar por criar, tem que criar agora com objetivo. Deixamos der ser a era da Criação conceito para a Criação com objetivos. E isso, me fez enxergar a necessidade da inovação e eu começar a entender que o universo de publicitário já estava limitado, e eu teria que ampliar o meu foco para o marketing. Percebi que eu não consigo ter a compreensão da comunicação 127 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? tendo a visão só de um lado dela, uma parte dela, eu tenho agora que entender como um todo, para que eu aplique a minha parte de uma forma mais eficaz. Aí o marketing foi uma decisão que eu tomei, onde atualmente eu estou concluindo um MBA em Marketing Estratégico e enxergo esse MBA como uma mola propulsora para todo o meu campo e horizonte que se expandiu, e hoje eu vejo muitas possibilidades de atuação, não mais restrita ao campo publicitário. Eu enxergo que o mercado é carente em muitos setores que fazem ponte entre publicidade e marketing. A carência do mercado é em virtude da sua mudança e nós temos que acompanhar essas mudanças. O mercado hoje me mostra novas maneiras de atuação que antigamente eu não enxergava.” O entrevistado respondeu tudo na resposta anterior. “Família. Falando do meu universo familiar, eu sempre tive uma mãe muito incentivadora. Ela sempre me mostrou que a nossa coragem ela se expande à medida que acreditamos na gente. Essa era uma frase que ela sempre me mostrava muito. Então partindo desse incentivo pessoal e do apoio que eu tive até de entrar em uma profissão aonde o mercado não era muito favorável no tempo que eu entrei. Eu entrei em 1998 no curso de Publicidade e Propaganda da UNP e não era favorável o mercado publicitário. Ele era um mercado ainda pouco profissional e não tinha profissionais que tivessem uma remuneração expressiva. Quem faturava bem eram os donos de agências e não os funcionários em si, mas aí eu sentia o apoio, porque eu sentia o feeling de acreditar, de ter a vocação mesmo, eu sabia que essa era a minha vocação, eu já enxergava isso de uma maneira clara. E eu acho isso muito relevante como experiência, eu saber o que eu queria, porque hoje dia a gente fica um pouco indeciso do que vai fazer e com isso, a gente perde um pouco de tempo. Nesses anos após minha formação eu me deparei com muitas experiências no ramo empresarial, eu me deparei com micro empresas até empresas de porte nacional, e em todas elas, a gente enxerga a questão da gestão, do direcionamento, dos vícios, das tendências, me deparei com muitas pessoas criativas e inovadoras e isso inspira. Já me deparei com pessoas servindo café que possuíam uma visão muito mais inovadora do que o próprio dono da empresa que a funcionária servia o café. Então a percepção da inovação não está apenas relacionada ao sucesso, ela tem que está na percepção do sucesso, mas também da falha. Você tem que entender muito bem onde você está errando para poder inovar. O que é bom e o que é ruim. Acho que a inovação parte daí. Então a minha lógica da inovação parte muito da minha vivência no mercado publicitário.” “Eu acho que eu tenho sempre a responsabilidade de inovar, mas essa responsabilidade ela acaba me tolhendo. Então eu relaxo em relação à isso. Eu percebo que a inovação ela chega pra mim nos momentos que eu vou refletir os erros e os acertos. No momento em que eu perceba que estou em uma encruzilhada, que eu tenho que tomar decisões, eu percebo que é o momento mais presente onde eu sinto mais a questão da inovação. Onde eu faço muita reflexão o que é errado e o que é certo. Que isso também é muito relativo em relação a cada empresa. Eu acho que ninguém tem moldes para dizer que uma empresa de sucesso ela é sucesso por isso e uma empresa 128 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 8 1 – Quais inovações lembra de ter ultimamente? você feito 2 – O que levou você a fazer essas inovações? fracassou por isso. Porque a gente vê empresas mal administradas terem sucesso e empresas bem administradas que geram fracasso. Eu acredito que a inovação é muito da reflexão de quem gere e ter uma percepção dos erros e dos acertos.” “ Mediocridade. A mediocridade para mim é pensar pequeno. Quando eu falo pensar pequeno eu não interpreto isso como você ter sempre pensamentos utópicos ou criar metas grandiosas. Pensar pequeno para mim é o indivíduo não se achar capaz. Porque eu acho que empreender é você sempre acreditar que pode dar certo, mesmo que não dê certo daquela forma, mas você entendeu o que errou e ajustou. Por que fracasso é quando você errou e não persiste. Aí entra outro fator que é a perseverança. Acho que todo empreendedor tem que ter perseverança. Para você inovar tem que ter muita perseverança, ou seja, não se abater com o erro. A inovação parte disso, da sua rotina empresarial de gerenciar problemas.Eu enxergo que inovar é também fazer uma simbiose, fazer com que você respeite a sua empresa e a empresa também lhe respeite, ou seja, que você tire proveito do seu trabalho e não seja refém dele, ou a sua empresa ser refém de você. O que me inibe de inovar era o ambiente não criativo onde eu estava. Eu precisei me distanciar dele para poder decidir quais os novos rumos da minha empresa. ” “A mediocridade é decisiva na postura criativa e na inovação. Eu enxergo que fatores de mercado, como fatores ambientais que impossibilitariam uma inovação, primeiro seria a desvalorização, porque eu acho que quando você trabalha você espera um reconhecimento. Eu percebo a questão da contextualização da situação em que você se encontra, porque as vezes, reconhecer por reconhecer ele não é o objetivo. Eu acredito que o sucesso para a inovação, ela também parte do senso de equipe. De você perceber que quando você atinge uma meta,você não atinge sozinho, ou então, pessoas lhe proporcionaram atingir o objetivo individual. Então essa falta de percepção ou falta de reconhecimento de quem está ao seu lado, do seu colaborador, eu acho que é um fator que inibe a inovação, ou seja, eu não enxergar as pessoas que estão ao meu lado. Eu enxergo que para você ter êxito você precisa ter sensibilidade, e o ser humano é mais produtivo quando ele está motivado. Então eu acho que a inovação ela surge daí, de motivação, de alicerçar ambientes produtivos e os fatores que inibem ela, são exatamente o contrário. É você estar em um ambiente onde você não sente espaço para você sugerir e para crescer.” Resposta “Com base nesta definição, creio que a inovação recente foi a criação da agência, onde eu parto por princípios de unificação de todas as áreas presentes dentro de uma agencia para fluir o trabalho e fazer com que ele seja dinâmico, que aconteça com maior velocidade do que como nas agencias comuns. Onde todos vão estar trabalhando em um mesmo local sem divisões, aumentando a comunicação entre si, trazendo um resultado positivo, de forma rápida e eficaz.” “As inovações Foram traçados com base em estudos de empresa que utilizam este método de trabalho para dar certo. Foi analisado diversas empresas multinacionais, formatando um método de trabalho para a agência. Pois nenhuma agência hoje trabalha neste método. Hoje tudo é bem dividido, ali é criação, mídia, etc. Foi buscando esse método de trabalho presente em outras empresas e adaptá-lo ao universo publicitário. Unificar todos os setores, deixar todos com 129 uma só forma de comunicação. Fazer com que todos trabalhem com tudo. Não é porque ele trabalha em mídia que não pode opinar na criação ou nos outros setores da agência. Todos terão o mesmo peso de decisão dentro da agencia, dentro da Buriti.” 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? “Um dos principais motivos é que no mercado local, de Natal, Rio Grande do Norte, não existe nenhuma agência com esse conceito, de unificação, de realização desta tarefa com mais eficácia, com mais rapidez. A nível nordeste existem já duas agências com esse formato, a nível nacional já existem no eixo Rio e São Paulo. As agencias já estão enxergando esta formatação para se trabalhar, para se conseguir mais, e não olhar só para os clientes grandes, como também para clientes pequenos, pois estes são os novos consumidores. É como a guerra das classes, hoje a classe c é maior consumidora de produtos que a classe a e b. A visão da agência também e voltada para essas empresas de classe c, de pequeno e médio porte que ainda não tem uma comunicação publicitária. Esse também é um cliente potencial nosso, nós não alvejamos só contas grandes, queremos também as pequenas, pois eles vão indicar mais contas pequenas, que vão gerar o bolo de clientes.” “A facilidade com que você tem em trabalhar com as pessoas, em se relacionar com as pessoas. Hoje o grande problema das empresas é a comunicação, fator relacionamento. É o que faz uma empresa crescer ou afundar. Essa forma de interagir, de todos trabalhando juntos, criando a visão de família, faz com que todos trabalhem mais no dia-a-dia, sintam-se ä vontade para estar ajudando seu colega em um momento de dificuldade. E isso vai influenciar diretamente no resultado da empresa, ela sempre vai estar andando com vários pés e não só com dois, com 20, 30, com todos juntos buscando o mesmo ideal, um só objetivo.” “Ganhar dinheiro. Conquistar coisas, não ficar parado. A vontade de trabalhar faz inovar, dá vontade de todos os dias fazer algo novo e diferente para o mundo.” “O desejo de estar a todo tempo com algo novo, sabendo e fazendo algo novo. Para uma pessoa que fuma maconha, o cigarro de maconha traz alucinações, o trabalho para mim cria alucinação, cria mais vontade de consumir o trabalho para poder ganhar mais, viajar e sempre pensar em coisas novas. Ver uma cadeira e perceber que ela serve para mais coisas que sentar, pensar o que posso colocar de diferente e transformá-la para ser útil em outra coisa. Observar a todo momento o mundo que me rodeia através de jornais, revistas, etc. Sempre observando o mundo e tentando identificar necessidades para ele, com isso ,apartar o que se tem hoje, criar o clima de adaptação, pois é muito difícil alguém criar algo completamente novo, você vai aperfeiçoar algo para a necessidade desse público, isso dá essa vontade de trabalhar e querer inovar a cada momento.” “Trabalhar com pessoas inovadoras, que a todo momento estão te desafiando, jogando desafios em suas mãos, me faz ter a vontade de inovar. O mais recente foi o professor Sidney, pessoa altamente inovadora e empreendedora que me fez despertar o desejo também de inovar e empreender, tirar as ideias da cabeça, colocar no papel e fazer acontecer. Trabalhar com pessoas que te passam esse sentimento é perfeito, você faz aquela pessoa crescer e cresce com ela, então há uma troca a todo momento de informações. Trabalhar 130 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? Empresa 9 1 – Quais inovações você lembra de ter feito ultimamente? 2 – O que levou você a fazer essas inovações? 3 – Quais motivos do mercado te levaram a inovar? com uma pessoa inovadora e empreendedora é perfeito”. “O reconhecimento por ter feito algo dar certo. Ter trazido algo novo para aquela pessoa. Trazer mais coisas e mostrar que não parei naquilo, que não estagnei, que estou crescendo sempre, que tenho mais potencial. Saber que todo dia eu posso mais, isso leva a pessoa a querer sempre mais, saber que o limite um dia vou ter, mas no momento ainda não chegou a hora. Se um dia eu disser que um trabalho meu está perfeito, eu paro de trabalhar, pois sei que dali pode não sair mais nada. Por isso todo trabalho que faço não é perfeito, por mais que esteja bom, eu sei que sempre posso fazer mais. Isso me faz querer inovar sempre.” “O motivo maior para ter menos interesse em inovar é no dia que eu assumir que o que fiz é o melhor, creio que não terei condições mais de inovar, cheguei ao ápice, não tenho mais como colocar coisas novas. Mesmo se o cliente não gostar, não vou me chatear, vou ver isso como uma critica construtiva e querer saber o porque ela não gostou e querer melhorar, então iria inovar novamente. No dia que eu disser esgotou, não tem como fazer melhor do que isso, então eu paro de inovar.” “Nenhuma, pois qualquer dificuldade que aparecesse, dentro da empresa ou mercado, tendo o pensamento para crescer, eu iria buscar um meio de melhorar aquilo para o meu lado, iria trazer uma inovação para que eu continuasse no jogo. Eu sou meu próprio antídoto, então o problema seria eu. Se eu dissesse que não teria mais como inovar, não sairia mais nada de mim. O mercado está sempre forçando você a inovar. Se você tem o pensamento de sempre quero mais, então você vai estar sempre inovando, com negocio ou com o produto. Então o problema seria eu. Pois até nas dificuldades, mesmo tendo um custo alto, você vai atrás de formas de se custear ou baratear aquilo. O inovador não precisa só ter dinheiro, se fosse assim, um pipoqueiro não seria um inovador, pois ele não tem a mesma renda que um grande empresário. Dessa forma não teríamos camelôs inovadores, sorveteiros inovadores. O ponto forte e fraco é você mesmo, no dia que pensar não consigo, não vai mais. O maior problema de não inovar e você mesmo.” Resposta “Com a chegada da foto digital, a revelação caiu consideravelmente o preço. Sendo assim, eu fechei a empresa de revelação e abri um estúdio fotográfico. Muitas pessoas acham que foi uma regressão, mas acho que foi uma inovação, pois saí de um ramo que era muito bom, deu muito dinheiro, mas que já não dava mais, e voltei para fotografar, que também dá uma lucratividade boa. Então, com isso investi em equipamentos fotográficos de qualidade e modernos. Pois assim terei condições de fazer fotos melhores e um trabalho de mais qualidade.” “O mercado. O mercado de fotografia é ainda muito prostituído, pois muitos fotógrafos não têm tabelas de preço. Então para que eu pudesse manter um preço que considero justo em meu trabalho, tive que investir em equipamentos bons, para poder ter um diferencial de fotos boas, com qualidade, permitindo que eu cobre um preço que considero justo.” “O mercado é prostituído, os fotógrafos não têm tabelas de preço. Então vi essa brecha e resolvi me modernizar, comprar equipamentos modernos e passar na frente dos meus concorrentes.” 131 4 – Quais motivos dentro da organização te fizeram inovar? 5 - Quais outros motivos, além do mercado e dentro da organização que te fizeram ou fazem inovar? 6– Quais motivos pessoais levaram ou levam você a inovar? 7 – Quais experiências anteriores influenciam no seu comportamento inovador? 8 – Quais motivos fariam você inovar novamente? 9 – Quais motivos fariam você ter menos interesse em inovar novamente? 10 – Quais situações do mercado ou dentro da empresa fariam com que você não inovasse? “Fotografia é algo que você nunca sabe tudo, então você tem que ta sempre se modernizando, se qualificando. E eu sou um empreendedor nado, eu gosto de correr atrás. E vi essa fatia de mercado, que hoje em dia, com a fotografia digital, qualquer um se diz fotógrafo. Para me diferenciar eu investir, mais uma vez, em equipamentos bons, coisas modernas para fazer diferente desse povo que qualquer um é fotógrafo. Eu sou o fotógrafo, eu me considero uma Brastemp.” “A fotografia é uma profissão que tem uma margem de lucro boa. É algo que requer muita responsabilidade, pois se for fotografar um evento e essas fotos não derem certo, é algo que não tem retorno, não tem como concertar. Então digo aos meus clientes que minha fotografia não é cara, meu trabalho é que é bom. Se quer pagar por algo bom você tem que investir. É isso, é a valorização do meu trabalho.” “A fotografia proporciona você estar em momentos muitos especiais, grandes eventos, grandes festas. Então o fotografo que se preza, que quer ser um bom fotografo,tem que estar aparecendo, estar na mídia, tem que estar nos lugares onde estão as grandes figuras. Então alem de me dar dinheiro, para me manter, me da também status, pessoalmente isso é bom para mi, esse é o motivo principal, o status.” “A experiência que me influencia, é que eu comecei na fotografia lá de baixo, do início, fotografando com filme preto e branco, revelando em casa. E eu, que como disse, sempre fui empreendedor, sonhador, que sempre quis traçar um objetivo e correr para chegar lá. Então essa coisa de hoje eu poder comprar um equipamento caro, me da uma satisfação muito grande, de olhar para trás e ver de onde vim e onde cheguei. Isso para mim é extraordinário.” “Só se lançarem uma câmera mais moderna do que a minha. Assim que lançarem eu vou correr para comprá-la. E sempre na busca de correr para oferecer um serviço melhor para meu cliente.” “O mercado, pois como falei, muitos fotógrafos não têm preço, faz de qualquer forma, então isso me deixa muito triste, desestimulado. Pois invisto em equipamentos caros e tenho medo de não ter trabalho suficiente para cobrir esses custos. Mas como sou muito versátil, pois faço fotos publicitárias, jornalísticas, eventos, etc, não tenho muito medo de investir.“ “Não vejo essa possibilidade. Talvez só por um motivo de saúde, algo que viesse comprometer a qualidade do meu serviço, talvez eu parasse de investir. Mas fora isso, não vejo essa possibilidade. Eu quero estar sempre buscando alo novo, pesquisando pela internet, sempre me atualizando. Ou só se o mercado cair mais do que já está, o que me faria pensar em continuar investindo em equipamentos tão caros.” 132 APÊNDICE B Este questionário objetiva estudar o “Comportamento Inovador” de gestores e empreendedores. Trata-se de uma pesquisa que tem finalidade unicamente acadêmica para a conclusão de dissertação do Mestrado em Administração da Universidade Potiguar. As respostas serão tratadas com sigilo absoluto. Sua participação é voluntária e anônima, você não será identificado. Escolha a resposta que mais represente sua maneira de agir. Qualquer dúvida ou sugestões sobre este questionário mantenha contacto diretamente com a coordenação do mestrado pelo telefone (84) 32151137, email [email protected]. Muito obrigado pela sua participação. QUESTIONÁRIO SÓCIODEMOGRÁFICO 1. Sexo: 1. ( ) masculino 2. ( ) feminino 2. Idade: 1. ( ) até 21 anos 4.( ) 41 a 50 anos 2. ( ) 22 a 30 anos 3. ( ) 31 a 40 anos 5. ( ) 51 a 60 anos 6. ( ) 61 anos ou acima 3. Escolaridade: 1. ( ) Ensino fundamental incompleto (1ºGrau) 2.( ) Ensino Fundamental Completo (1ºGrau) 3. ( ) Ensino médio incompleto (2ºGrau) 4. ( ) Ensino médio completo (2ºGrau) 5. ( ) Superior incompleto 6. ( ) Superior completo 7. ( ) Especialização, mestrado ou doutorado 4. Qual a sua formação: Resposta________________________________________________________________. 5. Setor que a empresa atua 1. ( ) Atacado 2. ( )Varejo 3. ( ) Serviços ( ) Indústria ( ) Agronegócios 6. Cargo que ocupa na empresa: Resposta_______________________________________________________________. 7. Região onde a empresa está situada ( ) Região Norte (Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá, Roraima, Pará e Tocantins) ( ) Região Nordeste (Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) ( ) Região Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso so Sul, Distrito Federal) ( ) Região Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) ( )Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) 133 QUESTIONÁRIO DAS VARIÁVEIS DO COMPORTAMENTO INOVADOR Para responder use a seguinte codificação nas colunas à direita, marcando a sua preferência entre: 1 Sinto-me estimulado a buscar novas ideias e fazer coisas novas, ou seja, inovar, quando o ambiente econômico está favorável como, por exemplo, taxas de juros baixas, inflação controlada ou aumento da renda da população. 2 Fico entusiasmado a fazer coisas diferentes em minha empresa quando o ambiente social se altera como, por exemplo, mudanças nas preferências e nos hábitos dos clientes. 3 Quando vejo que há escassez de matéria-prima ou pressões da sociedade para práticas ambientalmente corretas, sinto-me motivado a modificar processos produtivos e lançar novos produtos. 4 Novas legislações, cumprimentos de leis, pressões de grupos de interesse e novas regulamentações me fazem realizar mudanças na organização. 5 A adoção de novas tecnologias e obsolência de produtos em virtudes de novos produtos me estimulam as buscar coisas novas. 6 Observo meus concorrentes, e com base no que vejo eu sou levado a modificar as coisas dentro de minha empresa. 7 Se eu conheço a missão da minha empresa e ela é facilmente assimilada, disseminada e compartilhada por todos os colaboradores da organização, fico estimulado a inovar. 8 Se na empresa onde trabalho há colaboradores ou gestores envolvidos com pesquisa e desenvolvimento, sinto-me interessado em buscar novas ideias e fazer coisas diferentes que gerem resultado. 9 Quando observo que na empresa onde trabalho, existem práticas de pesquisas focadas para inovação, como por exemplo, participação de programas de incentivo à inovação, projetos que apóiam a inovação, sinto interesse em fazer coisas novas ou aperfeiçoar aquilo que eu já faço normalmente. 10 Quando a informação dentro da empresa é divulgada eficientemente e disseminada em todos os setores e níveis da organização, consequentemente acabo sendo motivado a inovar. 11 Sinto-me estimulado a ter novas ideias e buscar coisas novas quando vejo que não há a Totalmente Discordo Parcialmen Indiferente Concordo Parcialmen Concordo Afirmativa Discordo Questão 1 2 3 4 5 Totalmente 1 – Discordo Totalmente 2 – Discordo Parcialmente 3 – Indiferente 4 – Concordo Parcialmente 5 – Concordo Totalmente 134 necessidade de aprovação da alta gestão ou algum departamento para que possam ocorrer mudanças de execução em atividades operacionais na empresa. 12 Não tenho receio de buscar fazer algo diferente que possa melhorar o meu desempenho ou da empresa quando vejo que a empresa possui recursos financeiros para inovar e aceita a possibilidade do erro. 13 Quando a empresa seleciona profissionais criativos e inovadores para trabalhar na organização isso faz com que eu me motive a ter novas ideias e buscar fazer coisas novas. 14 Perco o interesse em encontrar novas ideias ou fazer algo diferente quando me sinto estagnado criativamente. 15 Quando reconheço que tenho limitação para fazer algo diferente daquilo que já faço acabo perdendo o interesse em inovar. 16 A garantia da minha sobrevivência e sustento dos meus familiares são fatores que me motivam a estar sempre fazendo coisas novas. 17 Ao compartilhar ideias, informações e conhecimento dentro da empresa, me desinteresso em buscar fazer algo diferente. 18 Busco realizar coisas novas na empresa independente da possibilidade de fracassar. 19 Vejo que preciso aperfeiçoar ou fazer algo novo e diferente quando novos produtos são lançados no mercado ou substituem os produtos mais antigos. 20 Procuro fazer coisas novas e diferentes quando há troca de informação e parcerias conjuntas com outra empresa. 21 Percebo que quando interajo com outras pessoas, acabo aprendendo novas coisas e me motivando a buscar fazer algo diferente ou aperfeiçoar aquilo que eu já faço. 22 Quanto mais me qualifico através de capacitações, treinamentos, palestras ou estudo de caso de empresa de sucesso ou fracasso, me sinto estimulado a ter novas ideias e buscar coisas novas, ou seja, inovar. 23 Se eu possuo fortes características empreendedoras há maior chance para que eu crie coisas novas ou faça algo diferente, ou seja, inove. 24 Quando vejo que a inovação resultou em um aumento de produtividade através de redução de custos na produção, fico estimulado em continuar a buscar coisas novas e aperfeiçoar aquilo que eu já faço. 25 Quando percebo que a inovação resultou para minha empresa uma redução de custos administrativos tais como mão-de-obra, materiais de consumo entre outros, procuro inovar novamente. 26 Continuo inovando na empresa quando percebo um aumento significativo da taxa de rentabilidade da organização em conseqüência de uma inovação que realizei. 27 Quando vejo que a inovação dentro da minha empresa resultou na conquista de mais clientes ou dificultou a possibilidade do meu concorrente imitar minha prática inovadora, inovo novamente. 28 Gosto de buscar fazer coisas novas na empresa porque sinto prazer e satisfação de ver as mudanças geradas na organização através das minhas práticas inovadoras. 135 29 Continuo fazendo coisas novas e diferentes quando vejo que consigo crescer mais rápido no mercado em relação ao meu concorrente em decorrência das inovações que realizei. 30 Inovo na empresa porque acredito que ela pode trazer resultados positivos para mim e para a empresa. 31 Busco sempre fazer algo diferente na empresa quando vejo que as pessoas me reconhecem pelas minhas práticas inovadoras. 32 Inovo na empresa porque a inovação me proporciona status social. 33 Quando me deparo com pouca acessibilidade para obter empréstimos para inovação, acabo perdendo o interesse em inovar na minha empresa. 34 Sinto interesse em inovar na empresa quando as taxas de juros ou o custo do crédito são altos. 35 O excesso de burocracia para liberação de recursos para inovação faz com que eu perca o interesse em inovar na empresa. 36 Evito fazer algo diferente ou aperfeiçoar aquilo que eu faço na empresa, dependendo do momento atual da organização, por exemplo, se está em fase de início do negócio, ou encontra-se no momento de firmação no mercado ou no caso da minha empresa entrar em declínio. 37 Perco o interesse em inovar na empresa quando percebo a falta de infraestrutura ou recursos financeiros. 38 Se percebo que o retorno financeiro do investimento em relação a minha inovação é muito longo, perco o interesse em inovar. 39 A falta de incentivo do governo faz com que eu tenha mais interesse em buscar novas ideias e inovar. 40 Perco o interesse em inovar na empresa quando percebo que há resistência a mudanças por parte dos colaboradores ou dos gestores da organização. 136 APÊNDICE C Tabela 28. Total da variância explicada do constructo Esquiva sem as variáveis “Custos envolvidos para que se obtenha a inovação” (V34) e “Falta de apoio do Governo e instituições públicas” (V39) Componentes Valores de extração de cargas quadráticas 1 Total 3,115 % de variância 51,912 % cumulativa 51,912 2 ,779 12,981 64,892 3 ,713 11,885 76,777 4 ,557 9,277 86,054 5 ,453 7,552 93,606 6 ,384 6,394 100,000 Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados coletados na pesquisa Soma de rotação das cargas quadráticas Total 3,115 % de variância 51,912 % cumulativa 51,912 137 APÊNDICE D Quadro 11 – Variáveis, dimensões e constructos do Modelo CCI CONSTRUCTO Variável Explicação da variável Variáveis Dimensão V1 Taxa de juros, taxa de câmbio, mudança na Ambiente econômico Fatores renda da população. V2 macroambientais Mudança nas preferências dos clientes, (ambiente externo) Ambiente social mudanças demográficas como distribuição geográfica, sexo, idade, renda e condição social. ESTÍMULOS V3 AMBIENTAIS Escassez de matéria-prima, aumento do Ambiente Natural custo de energia, pressões governamentais e dos clientes para anti-poluição V4 Novas legislações, cumprimentos de leis e Ambiente político-legal normatizações V5 Adoção de novas tecnologias e obsolência de Ambiente tecnológico V6 Novos concorrentes e nível de rivalidade em V7 Definição clara da missão da empresa, e Desenvolvimento métodos a missão disseminação da missão produtos que geram novos produtos. Ambiente competitivo um setor para comunicar da e estratégico organização em todos os níveis da empresa V8 Alinhamento da empresa Utilização de pesquisadores na organização, Colaboradores e gestores Pesquisa e gestores do alto nível organizacional com envolvidos em pesquisa Desenvolvimento e larga experiência técnica em pesquisas. V9* V10 Aplicação de projetos voltada para inovação Investimento em projetos de dentro das organizações Pesquisa e desenvolvimento Quebra de barreiras de comunicação entre a Canais alta gestão e os diversos níveis entre os eficientes e fluentes de comunicação microambientais colaboradores. Há diversas ferramentas para (ambiente interno) difundir a informação na empresa. V11 A empresa não necessita da aprovação da Estrutura descentralizada alta gestão para que ocorra mudanças de execução na parte operacional V12 Recursos financeiros para incentivar novas Recursos idéias, organizacionais metodologias para incentivar a financeiros criatividade e aceitação do erro. V13 A empresa procura ter colaboradores altamente criativos e inovadores. V14* Autoconhecimento parte interiorização dos indivíduos gestor ou dos próprios colaboradores V15* Seleção de profissionais criativos e inovadores Reconhecimento da estagnação criativa por do Reconhecimento limitações e da organização dos próprios erros e Fatores Autocrítica inovação quanto à 138 V16* Garantir a própria sobrevivência e sustento Necessidade dos familiares a partir do resultado da sobrevivência de inovação V17 Funcionários compartilhar mostram idéias disposição e contribuir para para a Disposição da organização para compartilhar idéias inovação. Há intercambio de informações e compartilhamento do conhecimento dentro da empresa. V18 Os colaboradores não tem medo de assumir Disposição riscos e aceitam os possíveis erros. A alta riscos para correr gerência é tolerante a possíveis erros. Os funcionários acreditam que a partir do erro pode-se obter outra chance para solucionar um problema. V19 V20 Novos produtos são lançados no mercado. Ciclo de vida dos produtos Produtos tornado- Nova tecnologia pode substituir um produto. mais curto se obsoletos Troca de informações entre as organizações Parcerias entre as empresas Alianças e alinhamento de ações conjuntas CONSTRUCTO Variável V21 estratégicas Explicação das variáveis Variáveis Dimensão Interação social do indivíduo que terá efeito Aprendizagem e interação Experiência direto sobre a aprendizagem e na forma social práticas como interpretou e atribuiu significado em HISTÓRICO DE com inovadoras relação a inovação. APRENDIZAGEM V22* Capacitação e qualificação dos colaboradores em relação à inovação tais Capacitação e qualificação dos colaboradores como treinamentos, palestras e estudo de caso. V23 Busca de Oportunidade Persistência (enfrentar e os Iniciativa, obstáculos Características Espírito comportamentais empreendedor decididamente) empreendedoras dos Controle interno e de disciplina; Capacidade gestores e colaboradores de correr riscos; Inovação; Orientação para mudanças; Persistência; Liderança visionária; Habilidade para administrar mudanças. CONSTRUCTO Variável Explicação das variáveis Variáveis V24 Uma inovação em processos pode permitir Crescimento REFORÇO vantagem de custo na produção sobre a produtividade UTILITÁRIO concorrência no qual permite uma maior Dimensão da na organização margem dos preços V25 Redução dos custos unitários de mão-de- Redução obra, corte de materiais de consumo, corte de administrativos consumo de energia, redução da taxa de produção rejeição, redução dos custos de desenho do produto e redução dos prazos de início de Impacto financeiro de custos e de 139 produção. V26 Aumento significativo da taxa de rentabilidade Rentabilidade do negócio da organização V27 A empresa pode obter uma posição Aumento da demanda monopolista devido a uma patente ou ao tempo em que um concorrente terá que imitála. Atendimento de mercados inexplorados. CONSTRUCTO Variável Explicação das variáveis V28* Variáveis Dimensão Prazer e satisfação do indivíduo ao gerar Prazer proporcionado pela Impacto REFORÇO mudanças inovação percepção INFORMATIVO inovadora. V29 V30 Possibilita resultados de sua prática na dos empresários crescimento mais rápido no Diferenciação da mercado em relação ao concorrente. concorrência Colaboradores e os altos gestores acreditam Crença da importância da que a inovação traz resultados positivos para inovação eles e para a empresa. V31* Reconhecimento de outras pessoas quando o Reconhecimento social indivíduo é inovador. CONSTRUCTO V32* Status proporcionado pela sociedade Status Variável Explicação das variáveis Variáveis Dimensão V33 Pouca acessibilidade para empréstimos para Falta de fontes apropriadas Redução inovação para financiamento propensão V34 Taxas de juros e custo do crédito Custos envolvidos para que inovar V35 Excesso de burocracia para liberação de Trâmites necessários para recursos inovar se obtenha a inovação ESQUIVA V36 Ciclo de vida da empresa influencia Momento atual da empresa negativamente a capacidade inovadora da empresa. V37 Falta de infra-estrutura e recursos financeiros Situação econômica estrutural da empresa V38 V39* Prazo de retorno de investimento para Tempo de espera para obter inovação muito longa resultado da inovação Falta de incentivo do governo para inovação. Falta de apoio do Governo e instituições públicas V40* Colaboradores ou gestores não incentivam ou resistem a possibilidade de mudanças na organização. *Novas variáveis encontradas na análise de conteúdo. Fonte: Elaborado pelo Autor. Resistência à mudanças da para