TESE PARA O CONAFE GESTÃO DA PREVIDÊNCIA PUBLICA SUMÁRIO: A presente proposição tem como foco o órgão que administra a Previdência Social, uma instituição pública criada com o objetivo “assegurar aos seus beneficiários os meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente reconhecer e conceder direitos aos seus segurados” (art. 3º da Lei nº 8.212/1991). Em 1988, a Constituição Federal inseriu a Previdência Social no sistema de proteção social onde, em conjunto com políticas de saúde e assistência social, compõe o sistema de seguridade social. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. A Previdência conta atualmente com aproximadamente 37,6 mil servidores ativos e uma rede de atendimento ao público composta por 1.217 Agências da Previdência Social (APS) entre essas, 75 unidades móveis (PREVMóvel), sendo 69 carros e 06 barcos. INTRODUÇÃO: A questão da gestão da Previdência pública e seu financiamento têm sido tema freqüentemente abordado nos mais diversos segmentos da sociedade, com ampla divulgação de opiniões de técnicos do governo e de analistas sobre o assunto na imprensa. A distribuição dos benefícios do sistema previdenciário público exerce inegável impacto no bem-estar da sociedade brasileira. A forma de distribuição destes benefícios envolve questões como solidariedade entre as gerações e distribuição de renda. Mas, mudanças nos fatores biométricos têm ameaçado a capacidade de financiamento desse sistema. Em 1999 o caixa da previdência foi anunciado como o maior responsável pelo déficit primário da União. Nesse ano foi divulgado que o déficit das contas previdenciárias atingiu o montante de R$ 9,3 bilhões. Para 2006, o déficit divulgado superava a cifra de R$ 42 bilhões. Neste cenário, setores da sociedade se afiliaram na defesa de uma reforma na Previdência por vezes baseada no desmonte de direitos sociais. Então, no inicio de 2007 o governo alterou a forma de apresentar os resultados financeiros, reconhecendo os recursos arrecadados com a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Empresas) como bases constitucionais de financiamento da previdência, o que reduziu o tamanho do déficit e, com o objetivo de propor um modelo de reforma de longo prazo para a Previdência Pública, instalou o Fórum Nacional da Previdência Social. Surgem então como temas freqüentemente abordados pela imprensa nacional questões como a gestão da Previdência, seu financiamento, a otimização de seus gastos, a abrangência e eficiência da proteção previdenciária. SITUAÇÃO PROBLEMA: O desafio que se impõe é o de fomentar o diálogo visando delinear perspectivas, discutir alternativas, e pensar soluções para uma gestão da Previdência Social no Brasil que garanta a manutenção de uma previdência social pública e universal. OBJETIVOS: A proposição foi desenvolvida com o objetivo de se criar um grupo de trabalho que contribua para a discussão, o diagnóstico e a identificação de alternativas de mudanças voltadas a viabilizar a manutenção, no Brasil, de uma previdência social universal e pública. JUSTIFICATIVA: As perspectivas de mudanças na organização e gestão da Previdência Social Pública Brasileira e sua importância como instrumento de redistribuição de renda no cenário financeiro nacional, justificam a realização de um grupo de trabalho que promova o diálogo e divulgue a conveniência de se pensar soluções para a gestão da Previdência Social. CONCLUSÃO: A Previdência Social no Brasil funciona como importante instrumento de redistribuição de renda. Para 2010 espera-se que beneficie mais de 25,5 milhões de brasileiros, com desembolso anual em benefícios que supere R$ 192,6 bilhões, o equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB), além do pagamento de uma folha de salários que supere R$ 1,9 bilhões anuais. Por outro lado vivenciamos um período de constantes e profundas mudanças que sinalizam para a redução de direitos sociais e privatizações. Neste cenário, resta evidente que o tema gestão da Previdência Social demanda por estudos e discussões que ofereçam alternativas de gestão para viabilizar a manutenção de uma previdência social universal e pública, dada sua magnitude no cenário financeiro nacional. José Carlos Rodrigues da Silva Lara