p20-23 Nelson:Onco& 02/11/12 20:15 Page 20 hematologia As leucemias no Brasil C OMO SE SABE, O TERMO LEUCEMIA REFERE-SE A UM GRUPO DE DOENÇAS COMPLEXAS E DIFERENTES ENTRE SI QUE AFETAM A PRODUÇÃO DOS GLÓBULOS Arquivo pessoal brancos. Os principais tipos são a leucemia mieloide crônica, a leucemia linfoide crônica, a leucemia mieloide aguda e a leucemia linfoide aguda. Foram estimados cerca de 351 mil casos novos e 257 mil óbitos por leucemia no mundo para o ano de 2008. Segundo a publicação Estimativas do Câncer 2012, do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), são esperados no Brasil 8.510 novos casos de leucemia, sendo 4.570 casos novos em homens e 3.940 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5 casos novos a cada 100 mil homens e 4 a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, a leucemia em homens é a quinta neoplasia mais frequente no Norte (3/100 mil) do Brasil. No Nordeste (4/100 mil), ocupa a oitava posição, no Centro-Oeste (5/100 mil), a décima, e nas regiões Sul (6/100 mil) e Sudeste (5/100 mil), a 11a. Para as mulheres, é a sétima mais frequente no Norte (3/100 mil) e a décima nas regiões Centro-Oeste (4/100 mil) e Nordeste (3/100 mil), enquanto no Sudeste (4/100 mil) e no Sul (5/100 mil), é a 12a e a 13a mais incidente, respectivamente. Nelson Hamerschlak * Especialista em hematologiahemoterapia com atuação em transplantes de medula óssea. Doutor pela Universidade de São Paulo. Coordenador médico do Instituto Einstein de Oncologia e Hematologia. Presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (gestão 1990). Contato: [email protected] 20 Leucemia mieloide crônica (LMC) A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por uma anormalidade genética adquirida, que foi chamada de cromossomo Philadelphia (por ter sido descoberta na Universidade da Pensilvânia, em 1960); foi a primeira doença neoplásica em que se caracterizou uma alteração cromossômica. Até o ano 2000, sua principal forma de tratamento era o transplante de medula óssea, e dados de instituições brasileiras mostram que a sobrevida global em cinco anos era de 59% dos pacientes. A partir do ano 2000, o mesilato de imatinibe se tornou disponível no Brasil, inicialmente para pacientes refratários ou intolerantes ao interferon e mais tarde novembro/dezembro 2012 Onco& como medicamento de primeira linha. Vários centros de tratamento no Brasil participaram de estudo com acesso expandido ao imatinibe mesmo antes de sua utilização comercial no Brasil. Hoje, a droga é utilizada em primeira linha e disponível a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo IRIS demonstrou que, após mais de dez anos, os resultados são surpreendentes, o que levou especialistas como o dr. Kantarjian, do MD Anderson, a usar a expressão “cura funcional”. Dados do Brasil mostram mais de 90% de sobrevida global. São disponíveis também as medicações dasatinibe (Sprycell) e nilotinibe (Tasigna) para segunda linha. Publicação da Latin America Leukemia Net (LALNET), com ampla participação de centros brasileiros de tratamento, mostrou que mais de 90% dos médicos tiveram acesso ao imatinibe como primeira linha e que 42% tiveram acesso às drogas de segunda linha, em 2010. Essas medicações necessitam de educação adequada dos pacientes para que mantenham a aderência ao tratamento e realizem exames hematológicos, citogenéticos e moleculares periódicos, de acordo com cronograma estabelecido. Dados da Associação Brasileira de Linfomas e Leucemias (ABRALE), enviados para publicação, mostram que a introdução dos inibidores de tirosino-quinase melhorou a qualidade de vida dos pacientes brasileiros, que ainda necessitam ser mais bem informados e, de uma forma geral, mais bem controlados com exames laboratoriais, principalmente citogenéticos e moleculares. Laboratórios de referência são disponíveis aos pacientes e aos médicos. Leucemia linfoide crônica (LLC) Na leucemia linfoide crônica (LLC), as alterações em nível de DNA também produzem crescimento descontrolado das células linfocitárias na medula óssea, levando a um número aumentado de linfócitos no sangue. Esse aumento de células na medula óssea não impede a produção de células normais, como ocorre na leucemia linfoide aguda, p20-23 Nelson:Onco& 02/11/12 20:15 Page 21 explicando o curso insidioso da doença e a sua descoberta, geralmente, em pacientes submetidos a exames médicos e laboratoriais rotineiros. Essa é uma doença de predominância acima dos 50 anos, aumentando sua incidência com o passar dos anos. Observa-se maior prevalência familiar. Sabe-se que o risco de aparecimento da doença é três vezes mais frequente entre parentes de primeiro grau do que entre pessoas não relacionadas entre si. O tratamento atual da LLC depende do estado físico (status performance) do paciente. De modo geral, aos pacientes com condições físicas adequadas, a primeira linha de tratamento recomendada é o FCR (fludarabina, ciclofosfamida e rituximabe), enquanto para aqueles com comprometimento do estado clínico ou idade avançada, o clorambucil, uma droga com mais de 50 anos, com ou sem rituximabe, tem sido utilizada. Infelizmente, os pagamentos no sistema público de saúde não contabilizam o rituximabe no tratamento desses pacientes. Através de estudos clínicos disponíveis no Brasil, encontramos pacientes em tratamento com lenalidomida, ofatumumabe e várias composições com rituximabe, permitindo que uma parcela significativa se beneficie de tratamentos modernos. O campath também está aprovado para segunda linha em nosso país. Na LLC, os estádios de Rai e Binet são ainda usados como prognósticos, e o grupo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já em 2000 comparou resultados de uma série de pacientes a partir desses dois sistemas, concluindo que o índice de Binet foi superior no grupo de pacientes brasileiros. No entanto, hoje temos carência em serviços privados e públicos na realização de testes prognósticos, como o ZAP 70, estado mutante de cadeia de imunoglobulina, e testes de FISH específicos para alterações cromossômicas. Destes, destacamos o FISH para alterações do cromossomo 17, que tem implicações não somente prognósticas, mas também terapêuticas. A agência nacional da saúde ainda não incluiu esses testes no seu rol de procedimentos. Uma excelente iniciativa de se criar um registro desse tipo de leucemia no Brasil não contou com adesão dos diversos serviços, por uma série de dificuldades. Leucemia mieloide aguda (LMA) A leucemia mieloide aguda (LMA) caracterizase pelo crescimento descontrolado e exagerado das células indiferenciadas chamadas “blastos”. Além disso, existe um bloqueio na fabricação das células normais, havendo uma deficiência de glóbulos vermelhos (anemia), plaquetas (plaquetopenia) e glóbulos brancos (neutropenia). Ocorre na infância, adolescência, entre adultos e idosos. O diagnóstico da LMA é feito através da análise do aspecto das células em microscópio e da identificação dos chamados “blastos”. O material obtido no sangue e/ou medula óssea deve também ser submetido à técnica de imunofenotipagem e à análise do número e do aspecto dos cromossomos (citogenética). A análise cromossômica e testes moleculares são particularmente úteis na indicação do tipo de tratamento e na análise do prognóstico de cada caso. No Brasil, assim como na maioria dos países do mundo, as drogas utilizadas na fase de indução são a citarabina ou aracytin por sete dias e a idarrubicina ou daunorrubicina por três dias (esquema chamado 3 + 7). Geralmente, dois cursos de tratamento nessa fase são utilizados. O tratamento pósremissão depende da idade do paciente, das condições clínicas e, principalmente, dos resultados da citogenética e de fatores moleculares (FLT3, NPM1, CEBPA, c-kit), podendo variar desde a intensificação da quimioterapia com altas doses de Aracytin em um ou mais ciclos até o uso das diversas modalidades de transplantes de medula óssea (autólogo ou alogênico). O Consenso Brasileiro de Transplantes de Medula Óssea, publicado em 2009, revisto e em fase de publicação em 2012, estabelece: 1. O autotransplante é procedimento aceito no tratamento de consolidação das LMA após dois ciclos de indução e pelo menos um de consolidação em pacientes sem doadores e com prognóstico bom ou intermediário; 2. Em casos de mau prognóstico (citogenética desfavorável), o transplante alogênico é superior e deve ser indicado sempre que possível. Parece também superior em casos de prognóstico intermediário. É aceito em casos de leucemia refratária; 3. O autotransplante é procedimento aceito no tratamento de consolidação das LMA após dois ciclos de indução e pelo menos um de consolidação. A experiência brasileira sugere que o autotransplante é superior à consolidação apenas com quimioterapia; 4. Na LMA M3, o autotransplante é aceito em segunda remissão completa molecular; 5. Não há benefício de quimioterapia adicional pós-remissão completa antes do transplante alogênico, que deve ser realizado logo que possível. “A introdução dos inibidores de tirosino-quinase melhorou a qualidade de vida dos pacientes brasileiros, que podem ser mais bem controlados, principalmente com exames citogenéticos e moleculares” Onco& novembro/dezembro 2012 21 p20-23 Nelson:Onco& 01/11/12 00:26 Page 22 Tabela 1. Transplantes de células-tronco hematopoiéticas em pacientes acima de 55 anos de idade Sobrevida geral Sobrevida livre de leucemia Remissão completa 1 Remissão completa 2 Doença ativa Remissão completa 1 Remissão completa 2 Doença ativa Doença do enxerto vs. hospedeiro aguda Doença do enxerto vs. hospedeiro crônica Portanto, alo-TCTH logo após a RC; auto-TMO após pelo menos uma consolidação; 6. Em pacientes com doença avançada, o sangue periférico parece ser melhor. No sentido de ampliar as indicações dos transplantes para pacientes mais idosos, o consenso 2012 analisou duas séries de pacientes: uma do CIBMTR, levantamento retrospectivo multicêntrico da modalidade não mieloablativa, e outra que envolveu pacientes do MD Anderson Cancer Center e do Hospital Israelita Albert Einstein, com transplantes mieloablativos de toxicidade reduzida. Os resultados podem ser analisados na Tabela 1. Ambos os estudos recomendaram a indicação da SBHH de transplantes em pacientes com bom estado clínico com mais de 60 anos de idade. No sentido de tornar possível a utilização da citogenética e testes moleculares para a maioria dos centros brasileiros de tratamento, cabe destacar duas iniciativas, uma do Hemocentro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, com auxílio da American Society of Hematology e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e outra do Hospital Israelita Albert Einstein, com recursos do PROADI (Ministério da Saúde). De particular interesse é a leucemia pró-mielocítica (LPA), que é tratada segundo protocolo brasileiro estimulado pela American Society of Hematology. A taxa de remissão completa foi de 83%, enquanto a sobrevida geral e a sobrevida livre de doença foram, respectivamente, de 80% e 90%. A mortalidade precoce, ao contrário do observado em dados anteriores, foi baixa, 7,5%. 22 novembro/dezembro 2012 Onco& Mieloablativo de toxicidade reduzida (Alatrash et al.) n = 79 71% 44% 32% 68% 42% 30% Não mieloablativo (Farag et al.) 37% 39% 34% 39% n = 94 37% 32% Leucemia linfocítica aguda (LLA) A leucemia linfocítica aguda (LLA) resulta na produção descontrolada de blastos de características linfoides e no bloqueio da produção normal de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Na verdade, o tratamento completo da LLA deve considerar a idade do paciente, a imunofenotipagem, a citogenética, a contagem inicial de glóbulos, as condições clínicas e o envolvimento ou não do sistema nervoso, testículos e gânglios, e é realizado com quimioterapia. Os pacientes necessitam ser tratados assim que o diagnóstico é confirmado, e o objetivo inicial, também aqui, é a remissão com restauração da produção normal de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. No Brasil, o tratamento da leucemia linfoide aguda também se dá com a combinação de várias drogas. É importante a escolha adequada do melhor esquema de tratamento e sua sequência para garantir as melhores chances de cura aos pacientes. Hoje, mais de 70% das crianças com esse tipo de doença são curadas, assim como cerca de 50% dos adultos jovens. No entanto, para melhores resultados, deve-se escolher adequadamente o esquema quimioterápico com base na idade, quadro clínico, resultados laboratoriais e resposta ao tratamento inicial. A presença de fatores prognósticos desfavoráveis ou recidiva da doença deve dirigir a abordagem do paciente para tratamentos mais agressivos, considerando-se aqui o transplante de medula óssea nas suas diversas modalidades. Uma das causas de prognóstico desfavorável e que ocorre em 5% das LLA da infância e 25% das LLA do adulto é a presença do cromossomo Philadelphia. Nesses casos, o uso de inibidores da tirosinoquinase, junto com a quimioterapia e transplantes, pode ser útil, uma vez que seu uso isolado mostrou resultados pobres. A fase inicial de p20-23 Nelson:Onco& 01/11/12 00:26 Page 23 tratamento é chamada de indução e deve incluir o tratamento ou prevenção da doença no sistema nervoso central, que inclui a quimioterapia no líquido da espinha (intratecal). Uma vez obtida a remissão, os pacientes são submetidos a ciclos de quimioterapia pós-remissão e, posteriormente, passam a usar medicamentos quimioterápicos por aproximadamente dois anos, geralmente via oral, como manutenção. No Brasil, para pacientes adultos, os principais protocolos utilizados são BFM, CALGB e Hyper C VAD. Estudo de Maria Aparecida Zanichelli mostrou que ainda faltam dados de citogenética entre pacientes brasileiros. Isso é particularmente grave, pois impede a associação de inibidores de tirosino-quinase na presença da t 9:22. Os linfomas correspondem ao terceiro tipo de câncer mais comum em países desenvolvidos. Já nos países em desenvolvimento, correspondem ao segundo lugar, ficando atrás apenas das leucemias. Desde 1980, o grupo brasileiro de tratamento da leucemia na infância dedica-se a realizar e controlar protocolos para tratamento de crianças com LLA. Os resultados brasileiros são excelentes nas diversas versões desse protocolo, utilizado pela maioria dos centros de tratamento nacionais. Já nos protocolos iniciais, a sobrevida livre de eventos era de 70%, com resultados acima de 50% para casos de alto risco. Os resultados atuais são ainda melhores. Segundo o consenso brasileiro de transplantes, em LLA, o transplante alogênico está indicado em pacientes de prognóstico desfavorável, não somente nos pacientes Philadelphia-positivos, mas também em outros grupos de doentes, como aqueles com resposta inadequada ao tratamento de indução, com presença de alterações cromossômicas 11q23 e os portadores de doença residual mínima. O transplante autólogo não representa indicação nessa doença. Transplante de medula óssea O Brasil realiza transplantes de medula óssea desde 1979. O centro de tratamento pioneiro foi o de Curitiba, localizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, e o primeiro transplante Referências bibliográficas 1. Binet JL, Auquier A, Dighiero G, et al.: A new prognostic classification of chronic lymphocytic leukemia derived from a multivariate survival analysis. Cancer 48 (1): 198-206, 1981. 2. Farag SS, Maharry K, Zhang MJ, et al. Comparison of reduced-intensity hematopoietic cell transplantation with chemotherapy in patients age 60-70 years with acute myelogenous leukemia in first remission. Biol Blood Marrow Transplant. 2011. 3. Ferreira E, Dulley FL, Morsoletto F, Neto JZ, Pasquini R. Bone marrow transplantation in Brazil. Hum Immunol. 1985;14(3):324-32. 4. Hamerschlak N, Souza C, Cornacchioni AL, Pasquini R, Tabak D, Spector N, et al. Diagnosis and treatment of chronic myeloid leukemia in Brazil: patients' perceptions. Submetido para publicação: Cancer Nursing. 5. Hamerschlak N, Souza C, Cornacchioni AL, Pasquini R, Tabak D, Spector N, et al. Quality of life of chronic myeloid leukemia patients in Brazil. Submetido para publicação: Cancer Nursing. 6. Hamerschlak N. Transplantes em leucemias agudas no Brasil: para onde foi liderado pelos professores Ricardo Pasquini e Eurípides Ferreira. Hoje, são 70 centros para transplantes de medula óssea e diversas unidades para transplantes com doadores não aparentados: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Instituto Nacional de Câncer (INCA), Hospital das Clínicas Porto Alegre, Casa de Saúde Santa Marcelina, Centro Infantil Boldrini, Grupo e Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAAC), Hospital São Paulo, da Unifesp, Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Hospital A.C.Camargo, Fundação E. J. Zerbini, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Hospital Amaral Carvalho, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio-Libanês. Contamos com uma sociedade de especialistas com ampla produção. Fundada em 1996, realiza um congresso por ano e já promoveu dois consensos da especialidade. Mais de mil transplantes são realizados por ano no Brasil, principalmente para leucemias agudas, e notase um crescimento enorme nos transplantes não aparentados. Para dar suporte a eles, o número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Agora há 2 milhões de doadores inscritos e o percentual subiu para 70%. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (com 5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). A evolução deveu-se aos investimentos e às campanhas de sensibilização da população, promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como o INCA, que resultaram em um crescimento incrível das atividades dos registros de doadores (Redome) e do Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). vamos? (editorial) [Bone marrow transplantation for acute leukemias in Brazil: where are we going?: (editorial)]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(2):97. 7. Rego EM, Kim HT, Ruiz-Argüelles GJ, Uriarte Mdel R, Jacomo RH, Gutiérrez-Aguirre H, et al. The impact of medical education and networking on the outcome of leukemia treatment in developing countries. The experience of International Consortium on Acute Promyelocytic Leukemia (IC-APL). Hematology. 2012;17 Suppl 1:S36-8. 8. Santos FP, O'Brien S. Small lymphocytic lymphoma and chronic lymphocytic leukemia: are they the same disease? Cancer J. 2012;18(5):396-403. 9. Silla LMR, Dulley F, Saboya R, Paton E, Kerbauy F, Arantes AM, et al. Transplante de células-tronco hematopoéticas e leucemia mieloide aguda: diretrizes brasileiras [Hematopoietic stem cells transplantation and acute myeloid leukemia: Brazilian guidelines]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32 (supl. 1):61-5. 10. Zanichelli MA, Colturato VR, Sobrinho J. Indicações em transplantes de células-tronco hematopoéticas em pacientes adultos com leucemia linfoide aguda [Indications for hematopoietic stem cell transplantation in adults in acute lymphoblastic leukemia]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(supl. 1):54-60 Onco& novembro/dezembro 2012 23