FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Matemática Ramon Edmilson do Carmo TDAH e as dificuldades no processo de ensino aprendizagem da Matemática. Pará de Minas 2013 Ramon Edmilson do Carmo TDAH e as dificuldades no processo de ensino aprendizagem da Matemática. Monografia apresentada à Coordenação de Matemática da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Licenciatura Plena em Matemática. Orientadora: Prof. Mestranda Daniela Alves Silveira de Moura Pará de Minas 2013 Ramon Edmilson do Carmo TDAH e as dificuldades no processo de ensino aprendizagem da Matemática. Monografia apresentada à Coordenação de Matemática da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Matemática. Aprovada em: _____ / _____ / _____ _________________________________________________________________________ Prof. Mestranda Daniela Alves Silveira Moura __________________________________________________________________________ Prof. Ms. Tânia Aparecida Ferreira Hanke DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, em primeiro lugar a Deus que durante estes 4 anos foi luz e benção em minha vida. Aos meus pais por sempre acreditarem em meu potencial. As minhas irmãs Nilda e Luciana pelo incentivo e apoio. Aos amigos que me encorajaram e se fizeram presentes nestes anos. A minha querida orientadora Daniela por seu grande auxilio na construção deste trabalho. Enfim, agradeço a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização deste trabalho. Agradeço a Deus, à minha família e todas as pessoas que contribuíram diretamente ou indiretamente para a realização deste. "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. (Paulo Freire) RESUMO O presente trabalho tem por objetivo contribuir para a compreensão do processo de ensino aprendizagem da matemática para crianças e/ou adolescentes que possuem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Esta pesquisa foi validada através de referências bibliográficas com seu desenvolvimento e fundamentação teórica visando esclarecer ao leitor como é o ensino da matemática nos dias atuais no Brasil, de que forma as crianças com necessidades especiais foram matriculadas nas escolas regulares, sobre o que é TDAH, suas causas, diagnósticos e tratamentos e algumas metodologias do ensino da matemática que poderão ser utilizadas em sala de aula. A análise realizada através dos autores sugere dificuldades da inclusão no ambiente escolar, falta de preparo dos professores, ausência de informações destinadas às famílias, dificuldades de aprendizagens e carência no oferecimento de oportunidades iguais de ensino não possibilitando a socialização do aluno. Palavras-chave: Aprendizagem. Educação. Ensino. Inclusão. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Lista de Abreviaturas LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 09 2 ALGUNS ASPECTOS DA HISTORIA DA MATEMÁTICA E DE SEU ENSINO .... 14 2.1 O ensino da Matemática no Brasil ................................................................................. 14 2.2 Processo de ensino aprendizagem em matemática ....................................................... 15 3 INCLUSÃO ......................................................................................................................... 19 3.1 INCLUSÃO SOCIAL ...................................................................................................... 18 3.2 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).......................................24 3.2.1 Diagnóstico......................................................................................................................25 3.2.2 Tratamentos ....................................................................................................................31 4 TÉCNICAS DE ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM TDAH.......... 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 37 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 39 9 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa surgiu a partir do interesse em aumentar os meus conhecimentos sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) após cursar a disciplina de Psicologia da Aprendizagem lecionada pela professora Ms. Natália Nunes e através dela ser apresentado um texto que se referia aos fatores que contribuem para o mau desempenho escolar. Dentre as causas deste impasse estava o TDAH, que após esta apresentação me interessei em aprofundar um estudo sobre o tema referido, procurando enfatizar com mais clareza se este distúrbio afeta ou não o processo de ensino aprendizagem da matemática e quais métodos simples o professor poderá utilizar para ajudar este aluno a superar suas dificuldades. Sobre a aprendizagem do aluno com TDAH as autoras do texto proposto por Natália, Siqueira e Giannetti (2011, p. 79) falam que: “Apesar de existirem diversas definições na literatura, todas elas consideram a aprendizagem um processo que ocorre através da integração de diversas funções do sistema nervoso, promovendo melhor adaptação do individuo ao meio. Na aprendizagem ocorre a interação entre o individuo e o meio através da experiência, promovendo mudanças”. (SIQUEIRA;GIANNETTI, 2011, p.79). A disciplina que mais causa medo e incompreensão nos alunos é a matemática, pois apresentam muitas dificuldades na sua aprendizagem e fracassam muito nas avaliações aplicadas durante o ano letivo. Porém, a matemática deve ser trabalhada de forma a mostrar para o aluno que ela está presente em várias ocasiões de nosso dia e é uma ferramenta muito útil na resolução de problemas. De acordo com o PCN’s (1998, p. 59), a matemática, “[...] está presente na vida de todas as pessoas, em situações em que é preciso, por exemplo, quantificar, calcular, localizar um objeto no espaço, ler gráficos e mapas, fazer previsões”. Muito se tem falado da utilização das tecnologias no ambiente escolar, porém, em várias escolas a mesma não é utilizada. A informática é uma ferramenta que ajuda no processo de aprendizagem do aluno. Quando este não alcança os objetivos que lhes são confiados se sentem indispostos a continuar na escola e optam por abandonar os estudos pelo fato de não terem conseguido se alfabetizar através dos métodos de ensino existentes. Segundo Weiss e Cruz (2007, p. 69), A escola brasileira entrou no século XXI, caracterizada pela velocidade de transmissão de informações, sustentada pelas novas tecnologias. Porém, ainda encontramos nossas crianças sendo, de uma forma ou de outra, excluídas do sistema quando não conseguem, por exemplo, se alfabetizar, no tempo ou modelo educacional proposto. 10 A educação é um grande pilar no âmbito da sociedade, ela é direito de todos. É através dela que o ser busca seu crescimento cultural, profissional e desenvolve-se para o convívio em sociedade. De acordo com o segundo artigo da Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e os ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996) Hoje existem muitas evasões e repetências. Será que os profissionais da educação estão desmotivados ou serão os alunos? Quem encontra mais dificuldades? Dentre estes e outros motivos procurei investigar se o TDAH é uma das causas do mau desempenho escolar. Nos dias atuais está em pauta, seja em artigos acadêmicos, debates, reportagens dentre outros a necessidade de inserir as crianças portadoras de necessidades especiais na escola regular, mas, antes desta inserção acredita-se que alguns ajustes precisam ser realizados; ampliação do espaço pedagógico, adaptação de banheiros e salas de aula, criação de novas metodologias e práticas de ensino e qualificação dos professores podem ser alternativas pertinentes a esta mudança, que poderão gerar resultados positivos. De acordo com Mantoam e Prieto (2006, p. 35). O planejamento e a implantação de políticas educacionais para atender a alunos com necessidades educacionais especiais requerem domínio conceitual sobre inclusão escolar e sobre as solicitações decorrentes de sua adoção enquanto princípio éticopolitico, bem como a clara definição dos princípios e diretrizes nos planos e programas elaborados, permitindo a (re)definição dos papéis da educação especial e do locus de atendimento desse alunado. (MANTOAM;PRIETO, 2006, p. 35). O objetivo principal desta investigação foi analisar e entender o que é este distúrbio, suas causas e os caminhos que esta temática vem alcançando através das poucas pesquisas que vem sendo realizadas no Brasil. Foram analisados os aspectos que envolvem a escolarização dos alunos com TDAH, e as possibilidades de acesso à disciplina e o que pode ser realizado para que este aluno aprenda. Pesquisa-se também, como se dá o diagnóstico do TDAH, evitando que haja erros durante o processo de reconhecimento dos sintomas que não é uma tarefa fácil de ser realizada, neste sentido Weiss e Cruz (2007, p. 75) afirmam que, Os distúrbios de aprendizagem por vezes fazem parte de outros quadros com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O diagnostico deste transtorno é difícil porque ainda é basicamente clinico; ou seja, feito através de observações, testagens, entrevistas e questionários diversos. (WEISS;CRUZ, 2007, p.75). 11 Verifica-se sobre o uso dos medicamentos, se são eficazes ou não no tratamento e na diminuição do aparecimento dos sintomas. Há predominância de tratamentos positivos, mas não deixam de existir as reações adversas. Por se tratar de uma pesquisa respaldada em dados bibliográficos originados de revistas, livros e artigos científicos busca-se uma reflexão sobre os problemas enfrentados pelos alunos com TDAH no processo de ensino aprendizagem da matemática. Acrescido aos dados bibliográficos serão agregadas informações veiculadas a sites da internet que divulgam artigos científicos referentes ao tema proposto. O levantamento bibliográfico destina-se a separação e escolha de livros e demais documentos seguindo alguns critérios como ano de publicação e autores. O foco principal será conhecer através do estudo em questão em sua base bibliográfica as dificuldades que crianças e/ou adolescente com TDAH enfrentam no convívio educacional. Uma pesquisa de cunho bibliográfico é voltada para a compreensão do que foi escrito sobre o tema abordado donde é necessário fazer reflexões do que é apresentado. Sobre a pesquisa bibliográfica, pode-se dizer que é: “(...) aquela que busca o levantamento de livros e revistas de relevante interesse para a pesquisa que será realizada. Seu objetivo é colocar o autor da nova pesquisa diante de informações sobre o assunto de seu interesse.” (MEDEIROS, 2012, p.39). Para realizar uma pesquisa com êxito é preciso realizar leituras de forma interpretativa e compreensiva o que favorece a escrita de resumos, apontamentos de soluções e conhecimento do assunto abordado trabalhando de maneira concreta e segura. Segundo MEDEIROS, “A pesquisa bibliográfica é passo decisivo em qualquer pesquisa cientifica, uma vez que elimina a possibilidade de se trabalhar em vão, de se despender tempo com o que já foi solucionado.” (MEDEIROS, 2012, p.39). Foi realizada a leitura de livros e periódicos da internet, análise textual com esquematização do texto, compreensão da mensagem dos autores através de análise temática, interpretação do que os autores propõem seguido por crítica e associação de ideias na análise interpretativa, fichamento com as principais ideias associadas e por fim síntese reflexiva relativa às ideias baseadas nas fontes bibliográficas apresentadas. Todo este processo foi realizado para que eu possa responder com convicção minhas indagações sobre o referido tema. 12 No capitulo I discorro sobre os objetivos que me levaram a construir este trabalho de conclusão de curso e os que desejo alcançar, a metodologia utilizada e os caminhos que o leitor percorrerá ate o final de sua leitura. Já no capítulo II apresento como acontece hoje o ensino da matemática em nosso país e o processo de ensino aprendizagem da disciplina em questão de acordo com a LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação), o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) e Ubiratan D’Ambrosio que é um dos maiores matemáticos. No capitulo III falo sobre a inclusão social voltada para o ambiente escolar. Comento sobre sua história a partir da Constituição de 1988 onde ficou estabelecida a inclusão dos portadores de necessidades especiais na escola de ensino regular. Defino o que é a educação inclusiva, as dificuldades que foram encontradas pela escola e pelos profissionais da educação no acolhimento destes alunos e também sobre as dificuldades enfrentadas pelos proórios educandos. Ao final deste capitulo abordo o tema chave desta pesquisa que é o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), descrevendo o que é o transtorno, suas causas, como se dá seu diagnóstico, os tratamentos existentes, o papel da escola e da família. No quarto capítulo discorro de acordo com alguns autores que foram consultados para a elaboração deste trabalho algumas metodologias de ensino que auxiliem os alunos a se sentirem mais motivados e atentos ao ensino da matemática. São metodologias simples, porém eficazes que podem ser alteradas dia a dia já que ainda não se tem muitos estudos sobre o ensino da matemática direcionado ao aluno com TDAH. E por fim no quinto e ultimo capitulo proponho alguns ajustes no processo de ensino aprendizagem da matemática para facilitar o aprendizado do aluno com TDAH. Meu propósito foi realizar uma pesquisa a partir do referido tema que se encontra presente no ambiente escolar e hoje se tornou uma grande preocupação no processo de ensino aprendizagem da matemática. Logo, espera-se que este estudo contribua de forma relevante para a melhoria no ambiente escolar no que diz respeito ao trato com crianças e/ou adolescentes com TDAH. Espero que esta pesquisa, seja uma ferramenta útil para profissionais da educação e da saúde pelo qual os faça diagnosticar com mais facilidade os sintomas do TDAH que atingem diversas crianças retratando se o transtorno afeta ou não o aprendizado da disciplina de matemática. Pretende-se de acordo com a realidade educacional nos dias atuais realizar uma 13 análise dos problemas enfrentados pelos discentes com TDAH e propor pequenas alterações nas metodologias de trabalho do docente. 14 2 ALGUNS ASPECTOS DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E DE SEU ENSINO 2.1 O ensino da Matemática no Brasil Nos dias atuais a matemática vem alcançando através das tecnologias existentes um patamar de crescimento. Hoje os estudos relacionados ao ensino da matemática possuem caráter cientifico mais forte e visam à melhoria de seu processo de aprendizagem. De acordo com D’Ambrósio (1996, p. 58), Hoje a matemática vem passando por uma grande transformação. Isso é absolutamente natural. Os meios de observação, de coleção de dados e de processamento desses dados, que são essenciais na criação matemática, mudaram profundamente. Não que se tenha relaxado o rigor, mas, sem dúvida, o rigor científico hoje é de outra natureza. (D’AMBROSIO, 1996, p.58). A disciplina de matemática é um conteúdo de relevância para a sociedade e principalmente para o aluno que é o participante ativo no ambiente escolar no processo de ensino aprendizagem. A matemática é uma ferramenta utilizada no dia a dia, pois através dela pode – se realizar cálculos estatísticos, solucionar problemas nas áreas comercias e industriais dentre outras. [...] a Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. (BRASIL, 1998, p. 15) Sobre a transformação do ensino da matemática vale ressaltar que a formação do profissional da educação desta área precisa ser diferenciado. Existe a necessidade que se aprenda nas Instituições de Ensino Superior novas habilidades e coloque as em prática trazendo inovações para a sala de aula. Já é tempo de os cursos de licenciatura perceberem que é possível organizar um currículo baseado em coisas modernas. Não é de se estranhar que o rendimento esteja cada vez mais baixo, em todos os níveis. Os alunos não podem aguentar coisas obsoletas e inúteis, além de desinteressantes para muitos. Não se pode fazer todo aluno vibrar com a beleza da demonstração do Teorema de Pitágoras e outros fatos matemáticos importantes. (D’AMBROSIO, 1996, p. 59). Um grande acontecimento na década de 1970 foi o surgimento das máquinas de calcular, as famosas calculadoras. De acordo com D’AMBROSIO (1996), o preço era acessível e esta novidade causou grande impacto e evolução na sociedade. Outro acontecimento que marcou esta década foi o Movimento da Matemática Moderna, que fora promissor para que o ensino da matemática fosse reformulado. Neste contexto, já era necessário criar novas expectativas de ensino. 15 Mas não há como negar que desse movimento ficou um outro modo de conduzir as aulas, com muita participação dos alunos, como uma percepção da importância de atividades, eliminado a ênfase antes exclusiva em contas e carroções. O método de projetos, com inúmeras variantes, se impôs. (D’AMBRÓSIO, 1996, p. 59). Mesmo com criação da calculadora em anos anteriores e hoje com o grande manuseio dos computadores, a matemática tem grande importância para o aluno. Ela abre novas experiências para as outras disciplinas, o que é chamado de interdisciplinaridade. Sobre o significado que a disciplina tem para o aluno os PCN’s, (BRASIL, 1998, p.20) nos diz que, “o significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos.”. Nas mídias e em artigos muito se tem falado da evasão escolar e na reprovação dos alunos. Estes índices têm aumentado muito nos últimos anos. Em contrapartida é preciso criar novos métodos de trabalho para alcançar novos objetivos e diminuir este incidente. De nada adianta os professores terem várias ferramentas se não sabe utilizá – las para atingir os méritos de uma educação de qualidade. Sendo assim, o processo de ensino da disciplina em questão precisa ser revisto. Os maiores entraves a uma melhoria da educação têm sido o alto índice de reprovação e a enorme evasão. Ambos estão relacionados. Medidas dirigidas ao professor tais como fornecer-lhe novas metodologias e melhorar, qualitativa e quantitativamente, seu domínio de conteúdo específico, são sem dúvida importantes, mas têm praticamente nenhum resultado apreciável. Igualmente, focalizar esses esforços no aluno por meio de uma maior frequência a aulas e exames ou criando novos testes e mecanismos de avaliação tampouco tem dado resultados. (D’AMBRÓSIO, 1996, p. 61). Em razão deste insucesso escolar, existe uma percepção que quando o aluno é reprovado causa – lhe desmotivação e baixo autoestima ao ter que repetir um ano de estudo. Abandona seus estudos e não retorna mais a escola. As classes sociais que estes alunos se encontram inseridos contribuem também para o insucesso escolar, mas, a escola precisa atender a todos os alunos sem discriminação, visto que o espaço escolar pertence a todos. A escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa dos seus alunos, que são marginalizados pelo insucesso, por privações constantes e pela baixa auto-estima resultante da exclusão escolar e da social – alunos que são vitimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, das condições de pobreza em que vivem, em todos os seus sentidos. (MANTOAN, 2003, p. 27). 2.2 Processo de ensino aprendizagem em matemática A matemática necessita ser ensinada a todos os alunos independente de seu conhecimentos prévio e adquiridos ou não das séries anteriores. Esta ciência a cada dia está 16 sendo incrementada, estudada e revista para que atinja seu objetivo e suas metodologias de ensino sejam melhoradas. O conhecimento do aluno deve ser construído pouco a pouco. O saber matemático não pode continuar sendo privilégio de poucos alunos, tidos como mais inteligentes, cujo temperamento é mais dócil e, por isso, conseguem submeter-se ao “fazerem tarefas escolares” sem se preocuparem com o significado das mesmas no que se refere ao seu processo de construção do conhecimento. (CARVALHO, 1994, p. 103). O professor se torna o responsável por estimular o aprendizado de seus alunos instigando-os. Vale resaltar que o educador durante o início da explicação de um novo conteúdo deve situar seu aluno sobre o motivo de estudar aquele conteúdo e em qual situação do dia a dia utilizamos determinado recurso da matemática. Este processo de explicação detalhado tem extrema importância, leva o aluno a ter mais disposição e interesse no processo de aprendizagem. De acordo com Selbach et al (2010, p.37), Não se aprende Matemática sem algum esforço intelectual, não se justifica qualquer esforço quando não há sentido no que se aprende, e aprender as coisas que fazem sentido e que explicam a vida é fonte inesgotável de prazer. [...] A Matemática, em verdade, é uma das mais lindas construções do espírito humano, e o bom professor é um intérprete dessa construção, pois se encarrega de abrir os olhos dos alunos para essa “degustação”. (SELBACH et al, 2010, p.37) Os profissionais da educação devem procurar desenvolver em seus alunos suas potencialidades e reavaliar os processos pedagógicos utilizados para que tente pelo menos diminuir as ocorrências do fracasso escolar. Neste sentido, Kassar (2007, p. 56-57), nos fala que, A crença no “desenvolvimento das potencialidades” indica que os fundamentos de nossa legislação estão baseados na expectativa do autodesenvolvimento, uma concepção idealista de desenvolvimento humano, que pode ser um risco. Se acredita que a escola deve desenvolver a capacidade de cada um (dentro das potencialidades que, em última instância, são próprias do individuo), certamente o fracasso será explicado pela falta de capacidade do aluno e nunca pela não adequação do processo pedagógico. (KASSAR, 2007, p. 56-57). O processo de ensino aprendizagem deve atingir o conceito ação-reflexão-ação. Mas isto, não é uma tarefa fácil de ser concretizada, pois, não se pode esperar que o aluno haja e aprenda do modo que queremos. Segundo Carvalho (1994), neste processo nem a própria psicologia e nem a didática são capazes de propor aulas perfeitas e aprendizados brilhantes. O processo de aprendizagem da matemática de acordo com Selbach et al (2010) é composto de três personagens: o aluno, o professor e o saber matemático. Porém, o professor é o mediador entre o aluno e o saber matemático, sendo assim ele é responsável por ter, 17 [...] o domínio das características essenciais da Matemática, seus métodos e estratégias de ensino, suas ramificações e seu uso pelo aluno em seu dia a dia. O conhecimento da história de vida de seus alunos e as condições sociais, psicológicas e culturais que o individualizam. A clareza sobre o que vai ensinar, os objetivos desse conteúdo, as práticas que utilizará na sala de aula e a forma como avaliará de maneira persistente e permanente o processo de construção do conhecimento. (SELBACH et al, 2010, p. 53-54). Segundo os PCN’s (BRASIL, 1998, p. 19), a comunicação exerce papel fundamental no processo de ensino aprendizagem da matemática, pois leva o aluno a “falar” e “escrever” sobre matemática, realizando construções geométricas, desenhos, gráficos dentre outros. Ao se propor uma atividade e o aluno resolver completamente diferente e de uma maneira inesperada, mas chegando ao resultado correto, o professor deverá solicitar que este exponha para a turma como resolveu seu exercício e quais métodos foram utilizados. Neste quesito a linguagem matemática assume papel de suma importância para alcançar o sucesso no processo de ensino aprendizagem da matemática. O professor que aceita a utilização de uma técnica operatória que o aluno aprendeu fora da escola, e, mais, propõe que explique ao restante do grupo o seu procedimento, está não só favorecendo a reelaboração das experiências daquele aluno em todos mais complexos, como propiciando o enriquecimento da linguagem matemática de toda a classe. (CARVALHO, 1994, p. 105). Professores reclamam muito do mau comportamento de alguns alunos durante a aula. Ficam às vezes sem saber o que fazer, pois dizem que já tentaram de tudo. Colocam de castigo, mandam fazer cópia, enviam recado para os pais, mas, ao estarem à frente de um televisor ou um computador permanecem atentos. De acordo com Weiss e Cruz (2007, p. 71), Uma das principais questões levantadas pelos educadores é quanto ao número crescente de alunos que não prestam atenção nas aulas, apresentando ou não problemas de comportamento associados. [...] temos encontrado muitos casos de crianças e adolescentes imersos em uma “enxurrada” de estímulos que, em todos os níveis socioeconômicos, invadem nossa sociedade. A culpa deste mau comportamento e seu fracasso escolar não pode ser destinada apenas ao aluno, Durante muitos anos, e ainda em nossos dias, há uma tendência a atribuir o fracasso escolar do aluno, exclusivamente a ele. Desse modo, a escola fica isenta da responsabilidade pela sua aprendizagem, ou não aprendizagem, cabendo a profissionais diversos a identificação dos problemas inerentes a serem encaminhados e solucionados fora da escola. O fracasso da criança passa a ser explicado sob diversas denominações e causas, como distúrbios, disfunções, problemas, dificuldades, carências, desnutrição, família desestruturada, dentre outras, situadas mais próximo das patologias e de causalidade social do que de situações escolares contextuais. (BRASIL, 1998, p. 27). De acordo Weiss e Cruz (2007) umas das maiores dificuldades para os profissionais da educação é separar os alunos que tem dificuldades dos que os que possuem distúrbios de 18 aprendizagem. Esta é uma tarefa complicada, ela é não é destinada apenas ao professor, mas, a todos os profissionais da educação. As dificuldades citadas acima se remetem muito ao se tratar da inclusão de alunos com deficiências e necessidades especiais em uma classe regular de ensino. O professor perante esta situação precisa sintetizar e aceitar os alunos inclusos, pois merecem a mesma atenção, apoio e carinho que os “normais” recebem. Diante este novo desafio o professor deve reformular suas práticas, estas devem ser pautadas no, “[...] convívio com as diferenças e a aprendizagem como experiência relacional, participativa, que produz sentido para o aluno, pois contempla sua subjetividade, embora construída no coletivo das salas de aula.” (MANTOAM, 2003, p. 31). 19 3 INCLUSÃO 3.1 Inclusão Social A partir da Constituição de 1988, a pessoa portadora de necessidades especiais adquiriu vários direitos na área da educação, saúde, assistência social dentre outras. Nesse sentido Ferreira e Ferreira (2007. p. 22) afirmam que: Nos últimos anos, tem ocorrido nítida ampliação das referências aos alunos com deficiência, ou com necessidades educacionais especiais, nos registros legais e nos textos de políticas públicas no Brasil. Especificamente no campo educacional, registrou-se o direito público subjetivo à educação de todos os brasileiros; entre eles, os indicados como portadores de deficiência, preferencialmente junto à rede regular de ensino. Essas determinações estenderam-se para outros textos legais da União e para as legislações estaduais e municipais. (FERREIRA;FERREIRA, 2007, p. 22). Podemos definir, segundo Glat e Blanco (2007, p.36), que a educação inclusiva é, [...] um processo progressivo e continuo de absorção do aluno com necessidades educacionais especiais pela escola regular. Este pressupõe, simultaneamente, a adaptação da instituição e da cultura escolar para atuar com o aluno, e a adaptação deste aluno para que possa usufruir plenamente do processo educacional. A escola precisa possibilitar ao aluno o seu acesso à escola, mas não necessariamente oferecer os mesmos meios. Qualquer aluno independente de sua idade pode apresentar dificuldades no processo de aprendizagem. As dificuldades que forem de maior teor, deveram ser encaminhadas para apoios mais especializados. A escola regular durante o pedido de matricula de um aluno com necessidades especiais tem por obrigação de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (BRASIL, 1996), realizar a inscrição do mesmo. “Art. 4º. III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. Ainda de acordo com a LDB, o governo atribuiu a si mesmo a responsabilidade da asseguração do trabalho a ser realizado com os portadores de necessidades especiais. Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores de ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 20 IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora. V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Antes a educação destinada a alunos com necessidades educacionais era realizada apenas em Instituições de ensino voltada para excepcionais. Essas contribuíram e contribuem muito para o auxilio desses docentes juntos à sua família. De acordo com Carneiro (2012. p. 432), No Brasil, é importante compreender que a política pública de inclusão não pode ignorar o extraordinário trabalho de instituições como as APAES, as Sociedades Pestallozi, os Institutos dos Cegos e tantas outras distribuídas pelo país inteiro e que, ao longo das décadas, têm prestado relevantes serviços à educação das pessoas com deficiência do país. O trabalho realizado há anos anteriores com crianças excepcionais era realizado por médicos, fonoaudiólogos e psicólogos, pois, no âmbito educacional, não era visto como algo importante, pois, acreditava-se que as crianças não conseguiriam aprender algo que uma criança considerada “normal” aprende e que mesmo matriculando na rede regular de ensino não seria capaz de aprender. Hoje a realidade é outra, pois, busca-se que esta criança entre na escola regular e se socialize juntamente com os demais colegas. Inclusive a realidade da comunidade surda que hoje já dispõe de interprete. O trabalho educacional era voltado para a autonomia nas atividades de vida diária (AVD) e relegado a um interminável processo de ‘prontidão para a alfabetização”, sem maiores perspectivas, já que não havia expectativas de que esses indivíduos ingressassem na cultura letrada formal. Assim, muitos alunos passavam anos consecutivos aprendendo a escovar os dentes, a tomar banho e comer sozinhos; a enfiar contas em arames e fios, a usar o papel apenas para pintura e recorte/colagem. Sua “escolarização” limitava-se à discriminação de figuras iguais e diferentes das apresentadas e a resolver exercícios de sequencia lógica, com o objetivo de “preparar-se” para a aprendizagem da leitura e da escrita. Alunos cegos e surdos, quando recebiam educação, era em escolas especializadas segregadas, muitas vezes em regime de internato, exigindo a separação de suas famílias. (GLAT; BLANCO 2007, p. 24). Os alunos que são incluídos na escola regular muitas vezes por falta de profissionais da área e formação do professor necessitam que seus pais os acompanhem durante o horário em que são ministradas as aulas. De acordo com Ferreira e Ferreira (2007, p. 25), [...] em grande parte, estes alunos estão a depender de suas famílias para conseguirem criar as condições necessárias de apoio à educação escolar, e é mais comum os alunos com necessidades especiais viverem no interior da sala de aula uma situação de experiência acadêmica insuficiente ou precária. 21 A escola deve possibilitar o mesmo processo de ensino para os alunos especiais, pois, é no ambiente educacional que a criança vai se socializar. A educação inclusiva remete a ideia de que a escola regular é de todos e confirma o que está escrito na lei, que somos todos iguais. Em razão da escolarização do aluno com deficiência Ferreira e Ferreira (2007, p. 40) resaltam que: Independente das peculiaridades desses alunos, a educação a eles destinada deve revestir – se dos mesmos significados e sentidos que ela tem para os alunos que não apresentam deficiência; para eles, como para com qualquer outro aluno, deve ser reconhecida a importância dos espaços de interação que o sistema educacional pode promover de forma sistemática na apropriação do conhecimento escolar e no desenvolvimento pessoal. (FERREIRA;FERREIRA, 2007, p.40) Porém de acordo com Mantoam e Prieto (2006), o ensino regular e a falta de especialização dos professores não pode ser sempre uma desculpa para que não ocorra a inclusão. É preciso buscar meios para que estes problemas sejam solucionados e ocorra a inclusão destes alunos e não ficar apenas direcionando-os a serviços de apoio. Independente do que foi descrito acima, de acordo com os próprios PCN’s para que as crianças com necessidades especias sejam incluídas na rede regular de ensino é necessário que o professor seja capacitado para receber de maneira adequada estes alunos. O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento é a situação dos recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua a todos verdadeiramente. (BRASIL, 1998, p. 17). É primordial que no início, o professor busque verificar o que o aluno tem mais dificuldade, incrementando e acrescentando no seu planejamento diário de suas aulas algo que possa enriquecer de maneira inovadora o seu aprendizado e atendendo as reais necessidades que o mesmo possui. Segundo GLAT e BLANCO (2007, p. 22), “para tanto, é preciso que sejam identificadas as necessidades de aprendizagem específicas que o aluno apresenta em sua interação com o contexto educacional, que as formas tradicionais de ensino não podem contemplar.”. Além da qualificação dos profissionais da educação as escolas sendo elas especiais ou regulares necessitam de adaptações para receber esta nova demanda de alunos. De acordo com Mantoan e Prieto (2006, p.27), Tanto as escolas especiais quanto as comuns precisam se reorganizar e melhorar o atendimento que dispensam a seus alunos. Precisamos lutar por essas mudanças e por movimentos que têm como fim virar essas escolas do avesso. Ambas precisam 22 sair do comodismo em que se encontram, e a inclusão, especialmente quando se trata de alunos com deficiência, é o grande mote para empreender essa reviravolta. (MANTOAM, PRIETO, 2006, p. 27). Assim como foi dito anteriormente, para tornar a escola regular em uma instituição de ensino inclusiva é necessário que faça grandes mudanças e deixe os métodos da escola tradicional de lado para que o aluno a ser incluso se sinta bem acomodado e disponha de todos os recursos que necessita para superar seus problemas e dificuldades. De acordo com Mantoam e Prieto (2006, p. 28-29), O processo de transformação da escola comum é lento e não pretende gerar maior marginalização da que já existe, abertamente, nas escolas especiais, tais como hoje se apresentam. Para que haja um processo de mudança, cujo movimento ruma para novas possibilidades para o ensino comum e especial, há que existir uma ruptura com o modelo antigo de escola. Porque não há como caminhar com um pé em cada canoa. (MANTOAM, PRIETO, 2006, p. 36). Os principais objetivos da Educação Inclusiva é transformar o espaço educacional em um ambiente de inclusão, capacitar profissionais e ampliar a grade curricular obtendo um novo modelo educacional utilizando recursos tecnológicos. Umas das tarefas é identificar constantemente as intervenções e as ações desencadeadas e/ou aprimoradas para que a escola seja um espaço de aprendizagem para todos os alunos. Isso exigirá novas elaborações no âmbito dos projetos escolares, visando ao aprimoramento de sua proposta pedagógica, dos procedimentos avaliativos institucionais e da aprendizagem dos alunos. É importante ainda uma atenção especial ao modo como se estabelecem as relações entre alunos e professores, além da constituição de espaços privilegiados para a formação dos profissionais da educação, para que venham a ser agentes corresponsáveis desse processo. (MANTOAM; PRIETO 2006, p. 36). E também, [...] tornar reconhecida e valorizada a diversidade como condição humana favorecedora da aprendizagem. Nesse caso, as limitações dos sujeitos devem ser consideradas apenas como uma informação sobre eles que, assim, não pode ser desprezada na elaboração dos planejamentos de ensino. A ênfase deve recair sobre a identificação de suas possibilidades, culminando com a construção de alternativas para garantir condições favoráveis à sua autonomia escolar e social, enfim, para que se tornem cidadãos de iguais direitos. (MANTOAM; PRIETO 2006, p. 40). Apesar de nos PCN’s (1998) ser falado que o governo garante a inclusão de alunos com deficiência, há controvérsias, pois, o mesmo não consegue dar o suporte devidamente necessário para que os alunos possam aproveitar o seu espaço de aprendizagem, existe a carência de muitos recursos e investimentos na ampliação das escolas. Neste âmbito Ferreira e Ferreira (2007, p. 26) afirmam que, [...] a área de educação especial ainda é bastante carente em termos de vagas, recursos e opções de atendimento. Há no texto referências claras apoiadas em dados, 23 sobre o déficit de vagas, a distorção na distribuição de responsabilidades entre as escolas públicas e privadas e a carência de apoios especializados [...]. E reforçam dizendo que, De longa data, a educação nacional vem mostrando o quanto necessita de mudanças para atender a todos os alunos, garantindo o desenvolvimento escolar destes, e como, nesse sentido, a vontade política para enfrentar um programa em favor das transformações de qualidade tem sido preterida pela opção por políticas que, a um cisto que não exija ampliação significativa da participação da educação na renda nacional e no orçamento publico, privilegiam intervenções que têm sido compensatórias ou orientadas para ações que possam mostrar números indicativos de maior acesso e permanência dos alunos no sistema escolar. (FERREIRA; FERREIRA 2007, p. 33). Independente do tipo e grau de deficiência a educação voltada para alunos da inclusão deve ser trabalhada da mesma maneira que os alunos que são considerados “normais” a recebem. A LDB (1996) recomenda em nosso país que as crianças com qualquer tipo de deficiência sejam matriculadas na rede regular de ensino. Neste âmbito Kassar (2007, p.50), diz que “hoje é proposta uma escola inclusiva, cujos serviços especiais devam ser oferecidos a todos os alunos que durante o processo educacional apresentem necessidades educacionais especiais.”. Apesar da grande discussão, sobre a inclusão visualiza – se a exclusão social e escolar de vários alunos. A escola que é respaldada na teoria de construir cidadãos com missões e princípios éticos necessita receber e atender este alunado. A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar. Ocorre que a escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. Exclui, então, os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democratização é massificação de ensino e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos que não couberam, até então, dentro dela. (MANTOAN, 2003, p. 17-18). Muitos alunos, por não coseguirem acompanhar o desenvolvimento dos conteúdos propostos pelo professor de matemática, são encaminhados para aulas de reforço ou para escolas especiais, que é um ato extremamente errado, pois, antes de tomar qualquer decisão é preciso realizar uma analise bem trabalhada do comportamento deste aluno. Não se pode culpar o aluno por não conseguir aprender. O professor precisa verificar criteriosamente as ações de seu aluno e buscar meios para que ele aprenda. Glat e Blanco (2007, p.27) afirmam que o professor “passou – se a responsabilizar a própria criança pelo insucesso da escola. A culpabilização do aluno pelo fracasso na aprendizagem era, geralmente, justificada por 24 disfunções intrínsecas, deficiências ou problemas sociais que afetavam as possibilidades de aprender”. O que pode estar causando este mal desempenho escolar em matemática pode ser algum distúrbio relacionado à aprendizagem, advindo do ambiente familiar ou do espaço de aprendizagem. Independente da situação em que apareçam estes sintomas é de extrema importância que a pessoa mais presente neste espaço reconheça e tenha alternativas viáveis para orientar e buscar esta criança e busque métodos para a melhoria de seus atos que de acordo Weiss e Cruz (2007, p. 73), Os distúrbios ou transtornos de aprendizagem envolvem sempre um aspecto do funcionamento orgânico do sujeito. Apesar de não haver “cura” para esta condição, isso não significa, necessariamente, que o individuo que tenha esse tipo de distúrbio terá uma dificuldade de aprendizagem se lhe forem garantidas as condições para atendimento de suas necessidades dentro e fora do espaço escolar. 3.1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) começou a ser estudado e descoberto na Alemanha em meados do sec. XIX e logo foi escrito um livro que chegou ao Brasil aproximadamente na década de 50. No início o transtorno em questão não era conhecido como TDAH, Na década de 40, surgiu a designação “lesão cerebral mínima”, que, já em 1962, foi modificada para “disfunção cerebral mínima”, reconhecendo-se que as alterações características da síndrome relacionam – se mais a disfunções em vias nervosas do que propriamente a lesões nas mesmas. (ROHDE et al, 2000, p. 7) O TDAH causa grande impacto na sociedade e possui predominância de gastos altos. Pode levar crianças/adolescentes e/ou adultos a desenvolverem doenças psiquiátricas, onde afirma Rohde et al (2000, p. 7) que, O impacto desse transtorno na sociedade é enorme, considerando – se seu alto custo financeiro, o estresse nas famílias, o prejuízo nas atividades acadêmicas e vocacionais, bem como efeitos negativos na auto – estima das crianças e adolescentes. Estudos têm demonstrado que crianças com essa síndrome apresentam um risco aumentado de desenvolverem outras doenças psiquiátricas na infância, adolescência e idade adulta. Já em sua obra com BENCZIK, ROHDE (1999, p. 46) complementa dizendo que, [...] cerca de 50% das crianças e adolescentes com TDAH também apresentam problemas de comportamento, como agressividade, mentiras, roubo, comportamento de oposição ou de desafio às regras e aos pedidos dos adultos. [...] Os adolescentes que apresentam TDAH em associação com problemas de comportamento são os que parecem ter risco realmente maior de abuso ou dependência de maconha, cocaína ou outras substâncias. 25 Os estudos sobre as causas do TDAH apresentam mais hipóteses do que certezas, principalmente no Brasil que existem poucos estudos sobre este tema, porém de acordo com Benczik (2010) o estudo relacionado ao cérebro e ao comportamento humano com o pouco que tem aumentado nos últimos anos alcança melhores diagnósticos do distúrbio. A região orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies. E parece ser responsável pela inibição comportamental, pela capacidade de prestar atenção, autocontrole e planejamento para o futuro. Estudos com animais de laboratório nos quais se produzem lesões nessa região do cérebro e também apresentam sintomas parecidos, também são evidências na mesma direção. (BENCZIK, 2010, p. 30). Benczik (2000) também enfatiza as possíveis causas do TDAH. Dentre elas cita a hereditariedade, substâncias ingeridas na gravidez como o álcool, sofrimento fetal advindo de complicações no parto, exposição ao chumbo e os diversos problemas familiares. Conviver com alunos/crianças TDAH’S não é uma tarefa fácil, exige muita paciência, pois, possuem comportamentos muito agitados. De acordo com REIS et al (2011, p.6), “[...] lidar com os sintomas de TDAH e suas consequências não é um problema apenas dos portadores e/ou familiares. Os professores têm importante papel e real responsabilidade na melhora do processo de aprendizado de seus portadores”. O TDAH além de causar prejuízos visíveis no processo de ensino aprendizagem e também aos familiares marca muito a vida dessas crianças, pois não consegue manter seus objetos organizados e não percorrem um caminho para solucionar suas atividades, em razão disso ficam muitos inquietos e agitados. De acordo com Benczik (2010, p. 26), Sabe-se, portanto, que o TDAH compromete de modo marcante a vida da criança e dos adultos que a cercam, pois é uma condição que promove dificuldades, como controle de impulsos, concentração, memória, organização, planejamento e autonomia. E envolve uma grande pluralidade de dimensões implicadas, tais como comportamentais, intelectuais, sociais e emocionais. 3.2.1 Diagnóstico O TDAH tem seus sintomas descritos em manuais médicos internacionais dentre eles o Manual Diagnostico e Estatístico das Doenças Mentais com edição em 1994, (DSM-IV, 1994), que faz a classificação do distúrbio dividindo-o em três subtipos: desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e tipo combinado. Para que o sujeito seja classificado nos subtipos deve apresentar seis ou mais sintomas descritos neste manual por mais de seis meses e em mais de um ambiente. 26 Critérios Diagnósticos para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. A. Ou (1) ou (2) 1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: Desatenção: (a) frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras (b) com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (c) com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra (d) com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções) (e) com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (f) com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se à tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa) (g) com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais) (h) é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa (i) com frequência apresenta esquecimento de atividades diárias (2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: Hiperatividade (a) frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira (b) frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado (c) frequentemente corre ou escala em demasia em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação) (d) com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer (e) está frequentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse “a todo vapor” (f) frequentemente fala em demasia Impulsividade (g) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas (h) com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez (i) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras. (DSM-IV, 1994). Para ter um bom diagnóstico é necessário envolver todas as pessoas que convivem com o aluno realizando várias observações e análises. Neste sentido Rohde (2000, p. 9) comenta que na avaliação inicial de diagnóstico do TDAH é necessário que haja, [...] a coleta de dados com os pais, com a criança e com a escola. Com os pais, é fundamental a avaliação cuidadosa de todos os sintomas. Em crianças, [...], as quais muitas vezes têm dificuldades para expressar verbalmente os sintomas, a entrevista com os pais é ainda mais relevante. Com a criança ou adolescente, uma entrevista adequada no nível de desenvolvimento deve ser realizada, avaliando – se a visão da criança sobre a presença dos sintomas da doença. [...] A presença de sintomas na escola deve ser avaliada através de contato com os professores e não somente pelas informações dos pais, pois os últimos tendem a extrapolar informações sobre os sintomas em casa para o ambiente escolar. 27 No que diz respeito á área da educação e principalmente do espaço de aprendizagem, os alunos possuem grandes dificuldades em se concentrar e manterem-se quietos durante o período das aulas. Começam a distrair com o que está acontecendo fora da sala ou naquilo que seu colega de classe está fazendo. Estes são os primeiros sinais que crianças com TDAH apresentam, neste sentido é necessário que o professor fique atento e observem criteriosamente os seus atos e chegue a um possível diagnostico deste distúrbio. Nesse sentido Castro e Nascimento (2009, p. 20) afirmam que, As crianças que apresentam TDAH demonstram dificuldade para manter a atenção em tarefas, distraem-se com facilidade e geralmente dão a impressão de não estarem escutando o que foi dito. Possuem dificuldades de aprendizagem, que podem estar relacionadas com alguma alteração no processo auditivo central. E reforçam dizendo que, [...] uma avaliação completa das forças e dos recursos que a criança possui para lidar com suas dificuldades é essencial. Uma avaliação completa da TDAH precisa incluir dados sobre o nível intelectual da criança, personalidade, funcionamento emocional atual (depressão, ansiedade, frustração), desempenho escolar, relacionamento interpessoal, relacionamento familiar e comportamento em sala de aula. (CASTRO e NASCIMENTO, 2010, p. 65). Não existe nenhum exame clínico como, por exemplo, uma tomografia computadorizada do cérebro, que comprove desde o primeiro momento que uma criança tem TDAH. O médico deve procurar se orientar com as pessoas que mais convivem com a criança e se possível procurar o auxilio da escola e ver como está o aprendizado do aluno, seu comportamento e suas notas. Para se elaborar um diagnostico correto desta condição, são necessárias várias avaliações, muitas vezes com abordagem multidisciplinar. A avaliação clínica com médico deve coletar informações não apenas da observação da criança durante a consulta, mas também realizar entrevista com os pais e/ou cuidadores dessa criança, solicitar informações da escola que a criança frequenta sobre seu comportamento, sociabilidade e aprendizado, além da utilização de escalas de avaliação da presença e gravidade dos sintomas. (REIS et al, 2011, p. 11). O profissional da educação exerce papel importante no que diz respeito ao processo de identificação do TDAH, pois é, através dos encontros em sala de aula que o professor observa o comportamento dos alunos perante as situações de trabalho individual, em grupo, sua relação com outros professores e com outras crianças que possuem várias idades. As intervenções no ambiente escolar são extremamente importantes. O professor, apesar de encontrar dificuldade por não ter em sua sala de aula apenas uma criança com problemas de atenção e hiperatividade, tem a responsabilidade educacional no processo de aprendizagem desta. Para tanto, todas as tentativas de recursos disponíveis devem ser utilizadas, até que o professor descubra o estilo de aprendizagem da criança. (BENCZIK, 2010, p. 84). 28 Os sintomas de qualquer um dos tipos de TDAH não devem ser observados em um só lugar como, por exemplo, apenas na escola, pois, devem ser constantes em várias situações para confirmar que realmente está presente no aluno é o que salienta Castro e Nascimento (2009, p. 22), A desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade são sintomas que devem estar presentes em vários ambientes da vida da criança (por exemplo, escola e casa) e manterem-se constantes ao longo do período avaliado. Sintomas que surgem somente em casa ou apenas na escola devem alertar o clínico para a possibilidade de que a desatenção, a hiperatividade ou a impulsividade possam ser apenas sintomas de uma situação familiar caótica ou até mesmo de um sistema de ensino inadequado. (CASTRO;NASCIMENTO, 2009, p.22). Muito se fala que os sintomas começam a aparecer após os setes anos, que é a fase em que a criança está entrando no Ensino Fundamental I, mas em alguns casos o aparecimento dos sintomas começa bem antes. Desde criança com idade inferior a 1 (um) ano pode-se observar que alguns traços do TDAH surgem. Segundo Rohde e Benczik (1994, p. 4), [...] muitas crianças com TDAH são agitadas e choram muito desde bebê, ou não param sentadas nas rodinhas de histórias no jardim de infância. Afirma-se que, para existir TDAH, era necessário que alguns sintomas estivessem presentes antes dos sete anos e já causassem dificuldades para a criança. (ROHDE;BENCZIK, 1994, p. 4). Dentre os sintomas de desatenção, segundo BENCZIK (2010), a criança não presta muita atenção nas atividades que são passadas no quadro. Em vez de realizar, por exemplo, uma soma conforme foi solicitado, realiza-se a subtração, não porque não sabia, mas sim pelo motivo de não prestar atenção no sinal. Possui o hábito de iniciar as tarefas e não terminar, dizem que o tempo não é suficiente para terminar, por diversas vezes se distraem com o movimento dos automóveis e motocicletas na rua e com os outros alunos que jogam futebol ou conversam no pátio. Evitam realizar atividades que necessitam de um tempo maior para chegar a determinado resultado. Os sintomas relativos à hiperatividade de acordo com BENCZIK (2010) manifestamse através da inquietação. O aluno mexe-se muito na cadeira, não fica sentado, sobe em lugares inapropriados, fala excessivamente e tira a atenção dos demais presentes. A impulsividade manifesta-se através da intervenção do aluno em perguntas que não foram destinadas a si próprio. Sobre a manifestação dos sintomas da impulsividade, Benczik (2010, p. 29) fala que; A impulsividade pode manifesta-se no comportamento de uma criança, como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes que as perguntas tenham sido completadas, dificuldade para aguardar sua vez em 29 uma fila, por exemplo, interrupção frequente ou intrusão nos assuntos dos outros, ao ponto de causar dificuldades para se expressar adequadamente. Muitos professores ao perceberem alguns sintomas do TDAH acreditam que o aluno tenha este distúrbio. Porém em determinadas situações o mau comportamento e a desatenção em sala de aula se remete a problemas que são presenciados em casa ou mesmo no processo de ensino aprendizagem, que de acordo com Rohde et al (2000, p. 7), É importante salientar que a desatenção, a hiperatividade ou a impulsividade como sintomas isolados podem resultar de muitos problemas na vida de relação das crianças (com os pais e/ou com colegas e amigos), de sistemas educacionais inadequados, ou mesmo estarem associados a outros transtornos comumente encontrados na infância e na adolescência. Neste mesmo âmbito, deve ser tomado o máximo de cuidado possível em diferenciar alunos com TDAH de alunos desobedientes, pois, os sintomas iniciais se parecem muito. Em caso de suposta confirmação do distúrbio o aluno deverá ser encaminhado a serviços especializados. [...] deve ser encaminhado inicialmente para um profissional médico (lembre-se que é um transtorno de origem e configuração neurobiológica) como: pediatras, psiquiatras e neurologistas infantis (médicos com formação em adultos geralmente não entendem o suficiente de TDA/H). A partir daí outros atendimentos e tratamentos podem ser necessários. (MINAS GERAIS, 2012, p. 17). Segundo o Manual de Orientações aos professores da rede estadual de ensino do estado de Minas Gerais (2012), o professor deve tomar o máximo de cuidado com estes alunos, pois, estes possuem um dos maiores índices de reprovação. Logo, o profissional da educação deverá procurar auxiliá – los pra que evite ao máximo, resultados negativos ao final do ano letivo. [...] sabe – se que os afetados pelo TDA/H têm menos anos de escolaridade, menor aproveitamento escolar, mais suspensões das aulas, mais expulsões de escolas com consequentes trocas de escolas. Também são indivíduos que alcançam menores patamares sociais durante a vida, independentemente da sua capacidade intelectual, pois possuem mais riscos para o uso de drogas lícitas e ilícitas. (MINAS GERAIS, 2012, p. 8). Hoje em escolas públicas presencia – se classes superlotadas de alunos com diversos problemas, perante o ocorrido, o profissional da educação sozinho em meio de uma turma tão grande não consegue dar atenção a todos ao mesmo tempo e nem atenção individualizada. “[...] diante de uma turma não inferior a 30 alunos, de fato é extremamente difícil de um professor conseguir dar atenção individualizada e também acompanhar de perto as dificuldades de cada um”. (BENCZIK, 2010, p. 80) 30 Ao ser proposta alguma atividade, muitos alunos não sabem aguardar sua vez e quando é perguntado algo para seu colega de classe, responde rapidamente, ou seja, primeiro que seu colega, apresenta comportamentos impulsivos e agressivos. Dentre outros fatores, eles apresentam dificuldades no processo de aprendizado o que leva a evasão escolar causando baixa autoestima, porém quando estão assistindo televisão, jogando videogame e navegando pela internet mantenhem-se concentrados e até ganham o jogo. Sobre esta concentração que não é a mesma durante a aula Rohde e Benczik (1999, p. 42) afirmam que: A explicação é simples: a atenção e o controle motor são muito dependentes da motivação e de atividades individualizadas. Assim, em atividades em que a motivação é muito grande e os estímulos são mais individualizados, estas crianças podem parar quietas e concentrar-se. Entretanto, a capacidade de focar a atenção e de controlar a motricidade em ambientes com muitos estímulos, como uma sala de aula com 30 a 40 alunos, ou em atividades pouco interessantes, como um tema, pode reduzir – se de forma importante na presença de TDAH. (ROHDE;BENCZIK, 1999, p. 42). Em sua essência crianças do sexo feminino tendem a ter em maior escala o subtipo desatento. Já na categoria hiperativo/impulsivo, ambos os sexos tendem a ser agressivos. O tipo com predomínio de sintomas de desatenção é mais frequente no sexo feminino e parece apresentar, conjuntamente com o tipo combinado, uma taxa mais elevada de prejuízo acadêmico. As crianças com TDAH como predomínio de sintomas hiperatividade/impulsividade, por outro lado, são mais agressivas e impulsivas do que as crianças com os outros dois tipos, e tendem a apresentar altas taxas de rejeição pelos colegas e de impopularidade. Embora sintomas de conduta, de oposição e de desafio ocorram mais frequentemente em crianças com qualquer um dos tipos de TDAH do que em crianças normais, o tipo combinado está mais fortemente associado a esses comportamentos. (ROHDE et al, 2000, p. 8). O Manual de Orientações aos Professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de Minas Gerais resalta a importância de algumas características que auxiliam a diminuir os danos causados pelo TDAH. Fatores positivos tais como: esclarecimento da família sobre o TDA/H, e o grau de comprometimento desta, com a criança; boas práticas religiosas; diagnóstico precoce em tratamentos adequados; o atendimento pela escola das necessidades dos alunos com TDA/H; ausência de outros transtornos e/ou doenças neuropsiquiátricas associadas tais como: epilepsia, autismo infantil, deficiência mental e sociopatia; ou transtornos específicos de aprendizado como a dislexia, discalculia, dislalia, estar numa condição financeira acima “linha da pobreza”; desenvolver sentimentos positivos de humor otimismo e perseverança. (MINAS GERAIS, 2012, p. 7). A família exerce papel fundamental e de grande importância na vida da criança com TDAH. Os pais devem procurar ser otimistas, terem paciência e persistirem perante os obstáculos que irão surgir durante a vida destas crianças. Segundo Castro e Nascimento (2009), os pais ao perceberem uma atitude positiva e diferente do que estão acostumados presenciar, devem realizar um reforço positivo pelo bom comportamento da criança. O que 31 pode auxiliar também os pais a diminuírem os comportamentos pertinentes ao distúrbio é a criação de novos hábitos e não apenas continuar punindo sempre seus filhos. De acordo com Castro e Nascimento (2009, p.29), É imprescindível aos pais estabelecer em casa normas de comportamento claras e definidas, evitar castigar excessivamente a criança, dispor de espaço físico com poucos fatores de distração (brinquedos, janela) para a realização dos deveres de casa, manter horários regrados (para os deveres, para as refeições, para dormir, para a diversão). (CASTRO:NASCIMENTO, 2009, p. 29). 3.2.2 Tratamentos O tratamento do TDAH envolve o uso de medicamentos, o ambiente familiar e o ambiente escolar. Família e escola para auxiliarem estas crianças precisam obter conhecimentos específicos sobre o distúrbio. Faz – se necessário à busca de informações que auxiliem no manejo, criando rotinas a serem desenvolvidas com estes estudantes. Muitas vezes, é necessário um programa de treinamento para os pais, a fim de que aprendam a manejar os sintomas dos filhos. É importante que eles conheçam as melhores estratégias para o auxílio de seus filhos na organização e no planejamento das atividades. As intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Nesse sentido, idealmente, as professoras deveriam ser orientadas para a necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos. (ROHDE et al, 2000, p. 9). Os medicamentos são responsáveis por inibir os sintomas e mantê – los mais calmos e concentrados melhorando seu quadro clínico. Segenreich e Mattos (2004, p. 115), destacam que vários princípios ativos de medicamentos auxiliam no tratamento do transtorno. Segundo eles, O tratamento pode ser realizado com diferentes classes de medicamentos. A primeira escolha permanece sendo os psicoestimulantes (metilfenidato e derivados anfetamínicos). As demais classes são antidepressivos (em especial tricíclicos) e a atomoxetina (previamente denominada tomoxetina), esta última sendo o único medicamento não estimulante aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos. (SEGENREICH;MATTOS, 2004, p. 115). A bupropiona através de uma demanda muito grande de estudos realizados esta sendo um medicamento muito prescrito pelos médicos para diminuir a apresentação dos sintomas de TDAH. A bupropiona pode ser considerada uma alternativa para o tratamento de TDAH. Os estudos com amostras de crianças, adolescentes e adultos indicam existir eficácia no tratamento do TDAH. Nenhum dos estudos disponíveis, entretanto, apresenta metodologia que permita comparar a eficácia da bupropiona em relação aos estimulantes, embora a maioria deles aponte para um tamanho de efeito menor do antidepressivo. (SEGENREICH; MATTOS 2004, p.120). 32 Como já é de conhecimento, os medicamentos possuem efeitos benéficos e reações adversas. Dentre os efeitos benéficos deste uso, Castro e Nascimento (2009, p.36) resaltam que, Os principais efeitos comportamentais dos estimulantes envolvem maior atenção, menos impulsividade e diminuição na atividade motora irrelevante para a tarefa. Os alunos estão mais aptos a completar seus trabalhos escolares corretamente, demonstram ser mais obedientes no que diz respeito às regras da sala de aula e apresentam comportamentos menos agressivos. (CASTRO;NASCIMENTO, 2009, p. 36). Já em relação às reações adversas, Segenreich e Mattos afirmam(2004, p.116) que, “[...] uma minoria de pacientes pode apresentar eventos adversos, tais como ansiedade, insônia e anorexia [...] ”. O Manual de Orientações aos professores da rede estadual de ensino do estado de Minas Gerais(2012), ressalta que a medicação não vai mudar o aluno e sim fazer com que ele tenha mais vontade e ânimo de ir à escola. A função do medicamento é diminuir os sintomas referentes a falta de atenção, sua impulsividade e hiperatividade [...] haverá melhora no seu desempenho pedagógico. É importante salientar que as medicações não interferem na “forma de ser” das pessoas nem em hábitos já formados. Assim a medicação não gera vontade de estudar, nem acaba com a procrastinação crônica dos portadores, de TDA/H. (MINAS GERAIS, 2012, p. 15). De acordo com Martins (2011, p.8), no processo de ensino aprendizagem da matemática, existem três fatores que explicam a dificuldade de aprender matemática por alunos com TDAH. [...] aspectos metodológicos dos cálculos (dificuldade na aquisição de procedimentos e estratégias aritméticas para resolução das operações básicas); recuperação automática de eixos numéricos da memória semântica (dificuldade em adquirir e manter os dados matemáticos básicos, para que sejam adequados à aquisição e ao uso das habilidades do cálculo), e habilidades visoespaciais (dificuldades na representação espacial e na interpretação de informações). (MARTINS, 2001, p. 8). Perante as dificuldades apresentadas acima e as demais que podem surgir, o professor de matemática necessita criar e ampliar suas técnicas de ensino para que tente atender as necessidades de seus alunos para que alcancem o mesmo objetivo. 33 4 TÉCNICAS DE ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM TDAH. Muitas dificuldades dos alunos com TDAH aparecem desde cedo. Inicia-se com a resolução dos cálculos das operações básicas da matemática. São lentos, copiam errado do quadro e não conseguem manter-se concentrados. As dificuldades para fazer contas e com as operações básicas da adição, subtração, multiplicação e divisão podem aparecer. Muitos desses erros estão associados à dificuldade de prestar atenção e reter informações especificas em virtude da dificuldade de manter a atenção e de organizar informações verbais, a velocidade para realizar cálculos pode ser lenta. (BENCZIK , 2010, p. 44). Independente de possuírem dificuldades ou não todos os alunos conseguem aprender. Cada aluno leva um tempo para aprender, pode até demorar, mas é preciso que tenha paciência. O professor de matemática precisa desenvolver em seus educandos suas competências e habilidades para que sintam motivados a aprender. Aulas expositivas e seguindo certo padrão como; explicação, exemplos, exercícios e correção tornam rotina para eles que já não querem mais prestar atenção e se envolver com entusiasmo. Segundo Selbach et al (2010, p.54), O desempenho dessas funções implica necessariamente na tomada de consciência do professor de que a profundidade do ensino se subordina à efetiva capacidade de aprendizagem de seu aluno e que este é sempre capaz de aprender, ainda que com diferentes padrões de dificuldades e diferente porção de tempo. Para amenizar as dificuldades na disciplina de matemática dos alunos com TDAH é preciso reconhecê– las bem. O que pode ser feito é elaborar projetos para que estes educandos trabalhem em grupos e se interajam e a partir daí o professor possa ir observando. As dificuldades durante o manejo deste trabalho vão surgindo à medida que os alunos vão tentando desenvolver o que foi proposto. O professor deve procurar estar atento às estas dúvidas auxiliando-os, procurando não dar a resposta correta, mas ir estimulando-os a alcançar o caminho correto para resolução e dar espaço para discutir entre seus colegas promovendo a troca de informações pertinentes ao assunto. Segundo Weiss e Cruz (2007, p. 76), Uma boa alternativa é o trabalho por projetos, em pequenos grupos. Só assim é possível que o professor dê atenção diversificada, atendendo a diferentes níveis de interesse e necessidades. Este tipo de abordagem pressupõe um professor articulador de ideias que são buscadas e refletidas com todos os alunos, no grupo. Cabe ressaltar que o projeto não é um pacote “comprado pronto”. É necessário que os alunos participem ativamente de todas as suas etapas, desde o levantamento das questões a serem pesquisadas até a avaliação do processo, analisando os objetivos alcançados e identificando os temas que precisam ser mais pesquisados. O planejamento do professor, mais do que flexível, deve estar aberto aos desejos, interesses e questionamentos da turma. Dentro do seu desenvolvimento, os alunos podem buscar 34 formas de atuar que sejam mais compatíveis com seu desenvolvimento, interesse ou vontade de se aprofundar em determinado assunto. Mesmo um grupo bastante heterogêneo pode realizar um trabalho em conjunto, colaborativo, de troca e interação. Momentos simples para refletir o que foi falado na aula anterior são promissores a facilitar a memorização do ultimo conteúdo. Trabalhar por exemplo com atividades lúdicas como a soma dos ângulos internos de um triangulo que é uma atividade extremamente fácil. Nesta atividade os alunos marcam as três pontas do triangulo com cores diferentes e depois corta-se este triangulo em três partes e une-se as pontas coloridas obtendo – se 180 º que é soma de seus ângulos internos. Neste sentido Weiss e Cruz (2007, p.78), nos falam que, Há atividades simples, cotidianas, que favorecem a aprendizagem de todos os alunos. Por exemplo, recordar e avaliar as atividades realizadas no dia favorece a reorganização e a memorização. Além disso, independentemente do diagnostico, ou da dificuldade apresentada pelo aluno, todos podem se beneficiar da atividade lúdica contextualizada. Este tipo de atividade descontrai, desperta sentimentos que provocam a produção e interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios. Atualmente muito se tem falado dos recursos tecnológicos que são uma grande ferramenta a ser utilizada no espaço de aprendizagem. O aluno com TDAH se prende muito a televisão, jogos e computador, estímulos que chamam sua atenção e concentração. Diversificar as aulas de matemática montando tabelas, construindo gráficos de funções no Excel, trabalhar com softwares livres como o Geo Gebra, montar slides que contenham figuras ou objetos matemáticos com diversas cores são pequenas maneiras de tentar obter a atenção deste aluno e mante – lo em sintonia com a aprendizagem. A utilização de recursos tecnológicos pode ser também de grande valia no processo de ensino-aprendizagem. Além de contextualizar a própria escola em seu tempo podem ajudar os alunos a superar as dificuldades, desde que façam parte de um conjunto de procedimentos e recursos didáticos, inseridos em um planejamento voltado para as necessidades de cada aluno. (WEISS; CRUZ , 2007, p. 78). Quando é solicitado aos alunos que resolvam algum problema que possua muitos dados, o professor deve orientá-los que a atividade deve ser realizada seguindo passos. A cada linha que for lida e tiver dados ele deverá anota – los e ir lendo e relendo quantas vezes for necessário ate retirar tudo que lhe será favorável. A utilização de material concreto diminui em grande escala também as dificuldades, pois, acontece o manuseio do material, realiza – se anotações, troca de ideias com o colega de classe, a intervenção do professor e o debate em turma. Não se deve pensar que como o aluno possui dificuldades em aprender que suas atividades devem ser mais fáceis. Deve-se andar com toda turma junto realizando pequenos ajustes pedagógicos. De acordo com Weiss e Cruz (2007, p.80), “Algumas adaptações 35 pedagógicas podem facilitar a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais, o que não significa, como já discutido, que necessitem realizar atividades mais fáceis, ou ter acesso a conteúdos mais fracos.”. Apesar de ser uma tarefa difícil o educador, sempre que possível deve ter momentos apenas com os alunos com TDAH. Para facilitar este momento, estes alunos devem ser colocados assentados perto de sua mesa, ao lado de crianças com bom desempenho escolar que na sua ausência possam ajuda–lo, evitar que sente proximo de portas e janelas, durante a explicação de uma nova matéria procurar dar exemplos que contenham seu nome, ao precisar de algo fora da sala pedir que ele vá e traga o que precisa e denominado-o como assistente da turma. Para favorecer que permaneçam atentos e que tenham um comportamento mais de acordo com o grupo, é muito importante manter contato visual direto com esses alunos, sinalizando algum comportamento esperado ou lembrando um acordo a ser cumprido. Também é valido incluir seu nome em algum exemplo. (WEISS; CRUZ 2007, p. 81). A mudança na tonalidade de voz do professor e a utilização de diferentes cores de giz e/ou pincéis, ajudam a não cometer certos erros, como por exemplo, nas operações básicas da matemática; os sinais das operações, o índice da raiz e os expoentes devem colocados de diferentes cores para que não realizem atividades erradas ou até mesmo quando forem copiar não saltem exercícios e nem troque eles de ordem. O professor por ser o mediador no processo de ensino aprendizagem pode a cada atitude ou comportamento positivo de seu aluno realizar um comentário. Este comentário se torna um reforço pela sua atitude que foi realizada de maneira das que o educador está acostumado a presenciar. De acordo com a teoria de Skinner fica evidenciado que o reforçador traz melhora no aprendizado do aluno e aumenta a sua estima. Segundo Piletti e Rossato (2011, p.14), Se pensarmos no nosso aluno, sabemos que exercemos controle sobre seus comportamentos, na medida em que o conhecemos, em que sabemos quais consequências têm um valor reforçador para ele (como, por exemplo, a atenção do professor, a nota) e, a partir disso, planejamos uma sequência (a cada etapa da atividade realizada passo por sua carteira e lhe faço um elogio), de tal modo que aumente a possibilidade de que ele passe a se comportar em acordo aos objetivos previamente estabelecidos na relação ensino-aprendizagem em questão. Martins (2011, p. 7) também confirma esta perspectiva, mas complementa que durante as atitudes negativas não se deve apena punir, pois, nem sempre a punição é a melhor ferramenta para sua melhora, sendo assim o professor deve, 36 [...] valorizar as atitudes negativas da criança e passar a incentivar, reforçar e promover o sucesso dela. Muitas vezes, quando uma criança age de maneira contrária à desejada pelo adulto, a reação primária é a punição destinada a mudar o comportamento indesejado. Ramos (2012, p. 16) destaca que o professor deverá ficar atento quando o aluno durante a realização de uma atividade começar a levantar, ficar agitado e atormentar seus colegas, isso pode ser motivo de não entendimento do conteúdo dado. Neste caso, deve ser reexplicado o conteúdo não entendido a partir daquilo que aprendeu. Se ele começar a se agitar e a querer levantar – se, por exemplo, isso pode revelar que está tendo dificuldades para realizar uma tarefa. Nesse caso, ele deve ser levado a perceber que a tarefa não é tão difícil e que ele poderá fazê – la sozinho. Convém que as atividades se iniciem sempre com uma retomada do que foi feito anteriormente, pois o aluno com TDA pode ter mais dificuldade para se concentrar e lembrar o que já fez. Além disso, como com qualquer outro aluno, é sempre bom partir do que ele já sabe, pois isso lhe dará mais confiança para aprender algo novo. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final deste estudo, diante de tudo que foi pesquisado e analisado, através das opiniões dos diversos autores (as), pude perceber o quanto os alunos portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade apresentam dificuldades em aprender os conteúdos da disciplina de matemática. Estas perspectivas implicam que o processo de ensino aprendizagem da matemática deve ser moldado para atender esta demanda de alunos. De acordo com o que foi apresentado, se o educando em questão não tiver orientações vindas de seus pais, professores e especialistas, o seu desenvolvimento escolar pode ser prejudicado. Sabe – se que houve certo avanço no que diz respeito aos estudos das causas e tratamentos do TDAH, mas no Brasil ainda existem poucos relatos, por isso ainda é preciso fazer muito para que a tão sonhada educação de qualidade seja vivenciada por estes educandos. Os dados apresentados apontam que pais, professores e demais profissionais da educação não estão aptos a trabalhar com estas crianças e/ou adolescentes. Por isso, é preciso que todos sejam capacitados com a finalidade de oferecer a estes alunos um acompanhamento eficaz que os proporcione aprendizado. As leis, decretos e os demais documentos educacionais falam da inclusão das crianças portadoras de necessidades especiais na escola regular assegurando que terão especialistas, material pedagógico, treinamentos e formação continuada para professores e todas as adaptações necessárias, mas, na prática isso não acontece. Logo, para que seja oferecida uma educação de qualidade a estes alunos com TDAH, é necessário que as práticas de ensino da matemática sejam revistas, reelaboradas e utilizem-se metodologias de ensino diferenciadas para possibilitar aos educandos uma interação com os demais alunos e sua participação efetiva no processo de ensino aprendizagem da matemática. As dificuldades na aquisição do conhecimento matemático são diversas, pois, a desatenção e a inquietação atrapalham sua concentração, levantam o tempo todo e saem andando pela classe, distraem-se com pequenos estímulos e acabam não terminado suas atividades em tempo hábil. Daí o professor de matemática deve ficar atento e fazer pequenos ajustes inicias como mudar a sua tonalidade de voz, utilizar material concreto colocar seu nome em exemplos e até mesmo utiliza diversificadas cores de giz para escrever no quadro para que seu aluno permaneça mais centrado no que esta sendo realizado. 38 Não se pode culpar os profissionais da educação pelo mau desempenho dos alunos TDAH’S, pois, o sistema de ensino dos dias atuais precisa ser revisto. Mas é preciso trabalhar muito para ocorrer de maneira correta a inclusão de todos os alunos na escola regular desde os que possuem distúrbios e transtornos de aprendizagem aos portadores de necessidades especiais, pois, é neste ambiente que a criança se socializa. É tarefa de todos criar um novo modelo educacional que ofereça condições de aprendizado para todas as crianças independente de suas dificuldades. 39 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENCZIK, Edyleine B. P. 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