2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação 2… Contecsi — Congresso Internacional de Gest o da Tecnolo Internacional Conference on Information Systems and Technolog 01-03 de Junho de 2005 S o Paulo/SP Brasil Gerenciamento de projetos de software combinando PMBOK e RUP Jefferson Leandro Anselmo (Mestrando em Administra o pela FEA/USP e Analista de Sistemas da Promon Tecnologia) - [email protected] Mauro Sergio Mantovano (Aluno MBA em gest o de projetos pela FGV e Analista de Sistemas da Promon Tecnologia) - [email protected] Antonio Cesar Amaru Maximiano (Mestre e Doutor em Administra o de Empresas e Professor da FEA/USP) - [email protected] O aprimoramento da qualidade dos projetos de engenharia de software e dos produtos resultantes tem sido objeto de preocupa o constante nos ltimos anos. O Project Management Body of Knowledge (PMBOK) e o Rational Unified Process (RUP) s o metodologias desenvolvidas com essa finalidade. Este artigo baseia-se em experi ncias da Engenharia de Software da Promon Tecnologia Ltda., com projetos que procuraram conciliar estas duas metodologias. Os objetivos deste trabalho s o (1) relatar a experi ncia e (2) fornecer proposi es sobre como conduzir o trabalho de concilia o em novos projetos. A experi ncia aqui relatada sugere que a integra o das duas metodologias oferece um conjunto completo e robusto de processos para a condu o de projetos de Engenharia de Software. Este trabalho tem por base conceitual (1) o PMBOK, um guia cujo objetivo descrever e consolidar o conjunto de conhecimentos e pr ticas relativos ao gerenciamento de projetos e (2) o RUP, que procura definir um framework completo e customiz vel para o desenvolvimento de projetos de engenharia de software (Jacobson, Booch & Rumbaugh, 1999). O trabalho compreende os seguintes t picos: Introdu o, Descri o sucinta do Project Management Body of Knowledge (PMBOK), Descri o sucinta do Rational Unified Process (RUP), Relato da experi ncia — o caso Promon e Considera es finais Palavras-chave: gerenciamento de projetos; engenharia de software, projetos. GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE COMBINANDO PMBOK E RUP INTRODU O Em meados da d cada de 90 foram realizadas importantes an lises sobre o estado da ind stria de software. Essas an lises chegaram conclus o de que o percentual de sucesso dos projetos era muito baixo e somente 10% eram entregues como os custos e os prazos haviam sido estimados. Desde ent o, apesar dos esfor os de aprimoramento dos modelos de desenvolvimento e ger ncia, ainda se observam altos ndices de falhas (Rad & Raghavan, 2000). Segundo Crawford (2000), grande parte dos problemas ocorre devido falta de processos adequados e padronizados. Jones (1996) enfatiza que os fatores associados aos desastres est o diretamente relacionados falta de dom nio das t cnicas de gerenciamento ou s o conseq ncia de pr ticas err neas. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Nesse contexto, como resultado de um processo de consolida o de v rias metodologias existentes, surge o Rational Unified Process (RUP), propondo um processo robusto de desenvolvimento de software com o objetivo de uniformizar e melhorar a qualidade dos projetos e dos produtos resultantes. A metodologia pode ser considerada, mais que um simples processo, um framework gen rico que pode ser especializado para v rias classes de sistemas em reas distintas, para n veis diferentes de complexidade e para qualquer tamanho de projeto. O RUP n o define em detalhes, por m, alguns t picos referentes ao gerenciamento do projeto, como planejamento de custos, planejamento de suprimentos, planejamento de recursos e mitiga o de riscos. Por outro lado, o Project Management Institute (PMI), criado para melhorar a qualidade da gest o de projetos, publicou, em 1996, a primeira edi o do A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK), cujo objetivo descrever e consolidar o conjunto de conhecimentos e pr ticas relativos gest o de projetos. O conjunto de processos descritos pelo PMBOK pretende aplicar-se a todo tipo de projeto, inclusive engenharia de software. No entanto, assim como no RUP h falta de princ pios de gerenciamento, no PMBOK n o se encontram diretrizes para classes muito espec ficas de projetos, como o pr prio caso da engenharia de software. Apesar disso, os processos definidos pelo RUP e pelo PMBOK s o largamente utilizados e considerados quase como padr es em suas reas de compet ncia. Assim, natural supor que em um projeto de engenharia de software, o produto seja gerado baseado de acordo com os processos do RUP e o empreendimento gerenciado seguindo os pressupostos do PMBOK.Para que ambas as metodologias sejam simultaneamente utilizadas com efic cia, necess rio definir como a din mica e as fases e ciclos de vida de ambas podem ser sincronizados e como suas atividades e produtos podem ser compatibilizados. Em resumo, necess rio um esfor o de fundir essas duas proposi es conceituais. Este trabalho prop e-se a apresentar como os dois frameworks podem ser utilizados em conjunto, de forma a se obter processos adequados condu o de projetos de engenharia de software. Primeiramente, ser o descritas as caracter sticas b sicas do PMBOK e do RUP, de maneira a fornecer a base necess ria para a an lise da combina o de ambos. Ao final, ser o explicitadas as conclus es obtidas durante a execu o desse trabalho e as considera es finais. Tendo-se por base a experi ncia com a gest o de projetos de Engenharia de Software na Promon Tecnologia Ltda, a partir de 2000. O produto resultante, a unifica o dos dois frameworks, foi colocado disposi o das demais equipes e passou a ser utilizado pela empresa na condu o de seus projetos. DESCRI O SUCINTA DO PROJECT MANAGEMENT BODY OF KNOWLEDGE (PMBOK) Objetivando identificar e descrever as pr ticas de gerenciamento de projetos geralmente aceitas, aplicadas e tidas como v lidas, o Project Management Institute (PMI), a maior organiza o mundial de profissionais de gerenciamento de projetos, vem atuando em v rias frentes desde 1981. A primeira delas tinha como principal objetivo o desenvolvimento dos procedimentos e conceitos necess rios para dar o embasamento te rico e forma profiss o de gerenciamento de 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação projetos. Seus resultados foram publicados no Project Management Journal de agosto de 1983, incluindo um c digo de tica, uma proposta de padroniza o de processos de trabalho e guias para certifica o de profissionais e qualifica o de institui es de ensino em gerenciamento de projetos. Essa publica o deu origem a grandes debates sobre os padr es propostos. Em 1984, o PMI iniciou um segundo projeto visando adequar esses padr es s pr ticas e conhecimentos de gerenciamento de projetos da poca. Como resultado, um novo documento, denominado The Project Management Body of Knowledge, foi editado, expandindo o documento original e incorporando diversas sugest es e pr ticas. Ap s a publica o do novo documento, os debates continuaram. Em 1991, o PMI iniciou novo projeto para an lise e incorpora o dos diversos coment rios recebidos. A publica o do A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide), em 1996, foi resultado desse projeto. O PMBOK Guide considerado pelo PMI como um documento em constante evolu o. A edi o do ano de 2000 foi reconhecida como padr o pela American National Standard (ANSI/PMI 99-001-2000) em 27 de mar o de 2001. O PMBOK Guide consiste de um subconjunto dos conhecimentos sobre o gerenciamento de projetos. Esse subconjunto agrupa e consolida os conhecimentos e pr ticas da gest o de projetos que s o geralmente aceitos, aplicados e tidos como v lidos. Geralmente aceitos , nesse contexto, significa que os conhecimentos e pr ticas descritas s o aplic veis grande maioria dos projetos e que h um grande consenso da comunidade de gest o de projetos a respeito da utilidade e valor desses conhecimentos e pr ticas. N o significa, no entanto, que esses conhecimentos e pr ticas descritas s o ou devem ser aplicados uniformemente em todos os projetos: os gestores do projeto sempre s o respons veis por determinar o que apropriado ou n o. Al m disso, o PMBOK Guide tamb m se prop e a fornecer um vocabul rio comum para os interessados na disciplina de gest o de projetos, aumentando a efici ncia da comunica o dentro da comunidade. O PMBOK focaliza a descri o dos processos relativos gest o de um projeto gen rico (processos de gerenciamento) e n o nos aspectos espec ficos ou t cnicos dos projetos (processos de produ o). Os processos descritos no PMBOK Guide s o agrupados em cinco grupos (Figura 1): inicia o, planejamento, execu o, controle e fechamento. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Figura 1: Fluxo dos grupos de processos. Fonte: Adaptado do PMBOK 2000 Os processos de inicia o definem restri es, pr -requisitos e outras informa es para o inicio dos processos de planejamento e execu o. Durante os processos de inicia o, todas as informa es relevantes para o planejamento devem ser levantadas, analisadas e relacionadas. Os processos de planejamento definem e refinam os objetivos do processo principal e produzem o plano de trabalho para alcan ar esses objetivos. Utilizam como base as informa es coletadas e compiladas pelos processos de inicia o, trabalhando-as de maneira a planejar o trabalho a ser executado durante os processos de execu o. Os processos de execu o coordenam pessoas e outros recursos para encaminhar a realiza o do projeto. Esses processos seguem o plano produzido pelos processos de planejamento e t m como resultado o pr prio resultado do projeto ou parte desse resultado. Os processos de controle asseguram que os objetivos do projeto sejam alcan ados e que o plano do projeto seja seguido ou ent o atualizado. Al m disso, os processos de controle tamb m mensuram os processos de execu o. Finalmente, os processos de fechamento formalizam o t rmino do projeto ou processo principal. Esse fluxo aplic vel tanto ao projeto como um todo quanto a partes do projeto, de maneira iterativa. Dessa forma, cada fase do projeto pode ter seus processos enquadrados nos cinco grupos e o relacionamento entre eles ser o mesmo do relacionamento ilustrado pela Figura 1. Al m disso, esse fluxo repetido em cada uma das fases do projeto. A Figura 2 ilustra essa repeti o. Figura 2: Rela o entre os grupos de processos entre as fases distintas. Fonte: PMBOK 2000 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação O fluxo descrito acompanha o projeto ao longo das fases do ciclo de vida, sendo que cada grupo de processos apresenta intensidade de utiliza o diferente ao longo de cada fase do ciclo. A Figura 3, tamb m adaptada do PMI (2001,p.31) ilustra esse comportamento. Figura 3: Distribui o do n vel de atividade dos processos durante as fases do projeto. Fonte: PMBOK 2000 No in cio de cada fase, os processos de inicia o consomem a maioria dos recursos. Com o decorrer do tempo, os processos de planejamento come am a consumir mais recursos seguidos dos processos de execu o e, finalmente, dos processos de fechamento. Os processos de controle t m uma atua o mais uniforme durante todo o ciclo de vida do projeto. Esse ciclo repetido em cada uma das fases do projeto. Esses processos agrupam as atividades de nove reas de conhecimento (Figura 4): integra o, escopo, prazo, custos, qualidade, recursos humanos, comunica o, risco e suprimentos: 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Figura 4: rea de conhecimento do PMBOK • Gerenciamento da Integra o: agrupa os processos necess rios para que os v rios elementos do projeto estejam coordenados. Esses processos consistem no desenvolvimento do plano do projeto, execu o desse plano e controle integrado de mudan as. • Gerenciamento de Prazo: consiste nos processos de defini o, estimativa de dura o e sequenciamento, em um cronograma, das atividades necess rias para que o projeto seja completado no prazo necess rio, bem como pelos processos de controle da execu o desse cronograma. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação • Gerenciamento de Escopo: consiste do conjunto de atividades necess rias para assegurar que o projeto inclua todo e somente o trabalho necess rio para que o mesmo seja completado com sucesso. Essas atividades incluem a inicia o do projeto, o planejamento, o detalhamento, a verifica o e o controle de altera es de escopo. • Gerenciamento de Custos: consiste nos processos de planejamento de recursos e estimativa, or amento e controle de custos, necess rios para que o projeto seja executado de acordo com o or amento aprovado. • Gerenciamento de Recursos Humanos: agrupa os processos de planejamento organizacional, recrutamento e desenvolvimento da equipe, respons veis pelo uso eficiente das pessoas envolvidas no projeto. • Gerenciamento de Suprimentos: consiste nos processos respons veis pela aquisi o de bens e servi os de fontes externas organiza o que est realizando o projeto e que s o necess rios para a condu o do projeto. Inclui os processos de planejamento dos suprimentos, planejamento das solicita es, solicita o, sele o de fornecedores, administra o e fechamento de contratos. • Gerenciamento da Comunica o : consiste nos processos necess rios para assegurar a correta gera o, coleta, dissemina o, armazenamento e descarte das informa es a respeito do projeto. Incluem os processos de planejamento da comunica o, distribui o da informa o, elabora o de relat rios de performance e fechamento administrativo do projeto. • Gerenciamento de Riscos: agrupa os processos de planejamento do gerenciamento, identifica o e an lise qualitativa e quantitativa dos riscos, plano de conting ncia e monitoramento e controle dos riscos do projeto. • Gerenciamento da Qualidade: agrupa os processos respons veis por garantir que o projeto ir satisfazer as necessidades que deram origem ao mesmo. Consiste do planejamento, verifica o e controle da qualidade. DESCRI O SUCINTA DO RATIONAL UNIFIED PROCESS (RUP) O RUP define um framework completo e customiz vel para o desenvolvimento de projetos de engenharia de software (Jacobson, Booch & Rumbaugh, 1999). Diferentemente do PMBOK, que se concentra unicamente em processos de gest o do projeto, o RUP descreve tanto os processos de produ o (relativos s especificidades e elementos t cnicos) quanto os processos de gerenciamento destes projetos. Esses processos de gerenciamento, por m, s o muito ligados aos aspectos t cnicos e n o incluem diversos processos que n o integram a engenharia de software, mas que s o necess rios para a boa condu o do projeto, como, por exemplo, a gest o de recursos humanos. O RUP organizado em 4 etapas: inicia o, elabora o, constru o e transi o. Essas etapas representam a seq ncia temporal de eventos que ocorrem durante o ciclo de vida de projetos de desenvolvimento de software, cobrindo desde o inicio do processo de defini o do software, at sua implanta o no ambiente final de produ o. Os processos descritos pelo framework s o 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação agrupados em nove disciplinas que correspondem aos principais grupos de atividades de um projeto de engenharia de software. Figura 5: Marcos entre fases do ciclo de desenvolvimento. Fonte RUP Al m disso, o processo segue um modelo iterativo de desenvolvimento, no qual todas as disciplinas s o executadas v rias vezes durante o ciclo de desenvolvimento, seguindo um modelo incremental, onde a cada itera o efetuada, amplia-se o conte do dos produtos desenvolvidos em cada uma das atividades. A Figura 6 ilustra essa iteratividade. Figura 6: Iteratividade dos processos no RUP. Fonte: RUP O RUP parte do pressuposto de que, num projeto de software, existe uma grande intersec o entre os produtos gerados no processo de engenharia de software e os produtos do gerenciamento do projeto. Para lidar com esta interse o, o RUP incorpora como uma de suas disciplinas o gerenciamento de projeto. Essa disciplina dividida em seis grupos de atividades distintos: inicio 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação do projeto, planejamento de desenvolvimento, outros planos, inicio-fim da itera o e gerenciamento de rotina. Al m disso, a disciplina engloba as atividades relativas ao gerenciamento do desenvolvimento do software, incluindo o planejamento e execu o de cada uma das itera es que ser o efetuadas no projeto e a elabora o do Plano de Desenvolvimento de Software, que cont m todas as informa es necess rias para o controle t cnico do projeto. Enfocando a liga o entre os produtos t cnicos e os produtos de gerenciamento dos projetos de software, o RUP deixa de considerar diversos outros aspectos necess rios ao bom gerenciamento do projeto. Apesar de insuficiente para o gerenciamento do projeto, essa abordagem v lida e correta j que essa liga o efetivamente um fator necess rio em projetos de software. Tomemos como exemplo as atividades de an lise de riscos: o PMBOK prop e m todos formais de documenta o e mitiga o de riscos. N o existem, por m, m todos para avalia o de riscos causados pela depend ncia ou acoplamento entre um item e outro do escopo, ou de liga o entre os riscos e os itens de requisitos do software. Dessa forma, para projetos de engenharia de software, faz-se necess rio analisar criteriosamente a depend ncia entre esses produtos e os itens de requisitos, para que seja poss vel a rastreabilidade de escopo proposta pelo RUP. Percebe-se que ambos os conjuntos de processos s o complementares no dom nio dos projetos de Engenharia de Software. Assim, para que esses projetos possam ser conduzidos de forma a produzir produtos de qualidade no escopo, prazo e esfor o desejados e planejados, necess ria a consolida o de ambos, incorporando as suas melhores pr ticas e pontos fortes. RELATO DA EXPERI NCIA — O CASO PROMON A partir de meados no ano 2000 foi iniciado o processo de implanta o de metodologia pr pria na rec m criada Promon*IP, bra o de tecnologia da informa o do grupo Promon. Essa implanta o tinha por objetivos definir o framework das atividades a serem desenvolvidas e padronizar a cultura da nova empresa, que estava fragmentada por ter sido formada pela aquisi o de diversas empresas (como Webra, 2PG, Intex). O primeiro passo foi definir quais processos de mercado seriam utilizados como base na nova metodologia. Dentre os processos dispon veis estavam o processo de gerenciamento j utilizado pela corpora o (baseado no PMBoK) e o Unified Process, amplamente difundido como framework de engenharia de software. Faltava, portanto, um processo de mercado que unisse as duas metodologias. Dada a inexist ncia dessa metodologia nica, que combinasse gerenciamento de projetos e engenharia de software de forma ampla, chegou-se defini o de que a nova metodologia deveria ser composta pela uni o dessas duas, al m de um conjunto de processos internos para outro aspecto do neg cio: a arquitetura de informa o: 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Gerenciamento de projetos: Processos PMBOK. Engenharia de software: Processos RUP. Arquitetura de informa o : Defini o interna a partir das defini es das equipes de arquitetura de informa o (Usabilidade e Conte do) e webdesign (designers para sistema webbased). Essa nova metodologia foi chamada de M todo*IP e tinha por objetivo ser uma metodologia completa para sistema complexos sobre Internet, a ser aplicada por toda Promon*IP. O desenvolvimento e implanta o da metodologia em sua primeira vers o teve um prazo de 6 meses aproximadamente. Em seguida, iniciou-se o processo de treinamento das equipes. Em paralelo ao treinamento das equipes, utilizou-se um projeto piloto como base para as defini es finais da metodologia e solu es de poss veis problemas. Ap s a execu o do piloto e dos treinamentos, j se dispunha de uma base de problemas encontrados na implanta o da metodologia e organizados em 2 reas: (1) cultural e (2) intera o de reas de dom nio. • Problemas de natureza cultural: rejei o de processos formais por equipes com cultura orientada principalmente para atividades criativas, como de webdesign. • Problemas de intera o de reas de dom nio : problemas principais e mais intensos que foram identificados durante o processo de implanta o da metodologia, relacionados com a intera o de atividades de dom nio diferentes. Por exemplo: intera o de atividades de engenharia de software com atividades de arquitetura de informa o e intera o de atividades de engenharia de software com atividades de gerenciamento de projetos. Plano de a o para resolu o de problemas A ocorr ncia dos problemas revelou a necessidade da consolida o de uma nova vers o da metodologia, que permitisse maior intera o entre os processos, principalmente entre engenharia de software e gerenciamento de projetos. Nesse novo modelo, as atividades de engenharia de software deveriam fornecer informa es nos momentos corretos para a equipe de gest o e as atividades de gerenciamento deveriam abranger a principal caracter stica do RUP, que o processo iterativo e incremental. Esse segundo ciclo de discuss es, para consolida o da nova vers o da metodologia, passou a utilizar uma abordagem diferente da primeira, que era focada em um grande n mero de pessoas envolvidas e adotava uma abordagem de projeto (escopo, prazo e custo). Na nova linha de racioc nio, decidiu-se que seria necess rio, primeiro, uma consolida o da base de conhecimento das equipes e, a partir da , utilizar-se inser es pontuais durante os projetos. Essa solu o mostrou-se ineficaz, pois a metodologia ficava relegada a segundo plano nos projetos, devido a quest es de prioridades e prazos. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação A terceira abordagem da implanta o do processo utilizou uma combina o das abordagem anteriores. A unifica o de processos passou a ser tratada como priorit ria dentro da empresa, mas sem a utiliza o de uma equipe grande, como na abordagem inicial. Definiu-se que um conjunto de 4 a 5 pessoas seriam encarregadas inicialmente de difundir que a primeira metodologia (M todo*IP) estava extinta e que n o haveria mais um processo pr prio da empresa. O PMBoK seria aplicado em sua totalidade e o RUP seria implantado para definir as atividades operacionais pertinentes aos projetos.Esta abordagem, no entanto, n o resolveu o problema inicial, que era a intera o entre atividades das reas. Para esse problema foi definido que a equipe proporia uma solu o, que passou a ser discutida n o a partir das atividades realizadas internamente mas sim das defini es oficiais constantes tanto no PMBoK como no RUP, determinando como os dois conjuntos de processos poderiam ser utilizados em conjunto e aplicando essas defini es em projetos-piloto. Essa delimita o ser descrita em seguida neste trabalho. Combinando RUP com PMBOK Apesar de seus objetivos serem diferentes, o RUP e o PMBOK t m interse o relativamente ampla e que pode ser trabalhada de forma a possibilitar o uso integrado dos recursos dessas duas metodologias. Essa intersec o acontece principalmente pelo fato de o RUP incluir v rias atividades relacionadas ao gerenciamento do projeto, que a nfase do PMBOK. No entanto, essas atividades propostas pelo RUP s o muitas vezes insuficientes para que o gerenciamento do projeto ocorra de maneira eficaz. O framework n o cobre, por exemplo, a gest o de pessoas, a gest o do or amento, o controle de custos e a gest o de suprimentos. Essa insufici ncia indica que a metodologia proposta pelo PMBOK pode ser enxertada no RUP, para fornecer um ferramental mais completo de gest o de projetos de TI. Mas, como realizar essa integra o? Para de responder a essa pergunta, conv m recapitular alguns conceitos: • Tanto os processos propostos pelo RUP como os propostos pelo PMBOK s o iterativos, ou seja, podem acontecer v rias vezes durante o ciclo de vida do projeto. Assim, para conseguir integrar efetivamente as duas metodologias, suas itera es precisam ser compatibilizadas. • O RUP um framework completo para o desenvolvimento de projetos de software e inclui, portanto, tanto aspectos de engenharia de software como de gest o de projetos (de forma, no entanto, insuficiente). O PMBOK prop e um conjunto de processos para gerenciamento gen rico de projetos, n o incluindo, portanto, especificidades de tipos particulares de projetos. A integra o entre as duas metodologias deve ser restrita rea de intersec o: o gerenciamento do projeto. Em linhas gerais, o RUP deve atender aos aspectos espec ficos relacionados engenharia de software enquanto o PMBOK deve ocupar-se do gerenciamento do projeto. Dessa forma, extrai-se o melhor de cada metodologia. • Tanto o RUP quanto o PMBOK podem e devem ser customizados para atender a necessidades espec ficas de seus usu rios. Para integrar e aplicar as duas metodologias a situa es espec ficas, necess rio adequar uma a outra e customiz -las em conjunto. Como a intersec o entre ambas ocorre nos processos de gerenciamento de projetos, esta a rea que mais requer aten o durante a customiza o. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Para realizar a tarefa da integra o, a estrat gia da Promon foi partir do gen rico para o especializado, ou seja, dos processos do PMBOK para os do RUP, sincronizando ambos. Os grupos de processos do PMBOK s o realizados a cada fase do projeto, que termina com a entrega de um ou mais produtos importantes. Em um projeto de software estruturado segundo o RUP, cada fase (conforme definida pelo PMBOK) corresponde a uma itera o (conforme definida pelo RUP). Assim, o ciclo dos cinco grupos de processos descritos pelo PMBOK realizado em cada itera o do RUP. A Figura 7 ilustra esse relacionamento. Figura 7: Compatibiliza o das itera es do RUP e do PMBOK Os processos de inicia o preparam o in cio tanto do projeto como de cada uma das itera es do RUP. Na mesma linha, os processos de planejamento preparam a execu o da itera o, os de execu o tratam da produ o dos resultados esperados e os de controle tratam da avalia o da execu o e realimenta o do planejamento da itera o. Essa primeira rela o foi denominada relacionamento interno entre RUP e PMBOK. Embora os grupos de atividades de gerenciamento do RUP tenham nomes semelhantes aos grupos de processo do PMBOK, n o se pode confundi-los, pois os mesmos apresentam 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação caracter sticas distintas. As atividades de um nico grupo do RUP s o realizadas em mais de um grupo de processos do PMBOK. Por exemplo: as atividades do grupo In cio-Fim da Itera o do RUP s o divididas entre os grupos de Inicia o e de Fechamento do PMBOK. Al m disso, as atividades propostas tanto pelo RUP quanto pelo PMBOK s o iterativas e incrementais, ou seja, alguns produtos s o gerados ap s v rias itera es, sendo complementados a cada itera o. Por exemplo, o Plano de Itera es, proposto pelo RUP seria criado no grupo de processos de Planejamento da primeira itera o e ent o revisado nas itera es posteriores at o final do projeto. A Figura 8 ilustra a rela o entre fluxo incremental do RUP e os grupos de processos do PMBOK Figura 8: Rela o entre o fluxo incremental do RUP e os grupos de processos do PMBOK Parte do planejamento inicial do RUP ocorre concomitantemente com os processos de inicia o do PMBOK. O restante do planejamento inicial, juntamente com o fluxo de planejamento, ocorre junto com os processos de planejamento do PMBOK. Os fluxos de modelagem de neg cios, requisitos, an lise e design, implementa o, testes, avalia o e implanta o ocorrem concomitantemente com os processos de execu o. Os processos de fechamento do PMBOK n o t m paralelo no RUP, sendo representados apenas por marcos ou estados. Os fluxos de gerenciamento de configura o e mudan a e os de ambiente ocorrem concomitantemente com os processos de controle. A Figura 9 mostra a rela o temporal entre o fluxo de trabalho da disciplina de gerenciamento de projetos do RUP com os grupos de processos do PMBOK, ou seja, em que momento, conforme definido pelo PMBOK, cada grupo de atividades do RUP executado. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Figura 9: Compatibiliza o das itera es do RUP e do PMBOK Pode-se perceber que o grupo de processos de fechamento do PMBOK apresenta apenas estados do RUP associados e n o atividades. Esse fato explica porque o fechamento fica fora da espiral que mostra a iteratividade do RUP associado ao PMBOK. Al m da rela o descrita at o momento, o relacionamento interno , existe tamb m um relacionamento externo. Como o RUP n o inclui aspectos importantes do gerenciamento de projetos, como a gest o de suprimentos e custos, pode-se afirmar que o PMBOK mais abrangente que o RUP na gest o do projeto. Assim, h atividades que s o executadas durante um projeto de engenharia de software e que n o se enquadram dentro dos processos descritos no mbito do relacionamento interno entre RUP e PMBOK. Essas atividades tamb m acontecem dentro dos mesmos grupos de processos propostos pelo PMBOK e constituem o relacionamento externo, ou de complementa o, entre os frameworks. A Figura 10 ilustra essa rela o, mostrando que existe um fluxo de processos PMBOK fora do RUP e que engloba este. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Figura 10: Compatibiliza o das itera es do RUP e do PMBOK Explicada a liga o entre o RUP e o PMBOK, tanto em termos de din mica interna como externa ou de complementa o, a proposta de integra o dos dois frameworks ser definida. Essa integra o, que poss vel porque as duas metodologias s o customiz veis, deve ocorrer somente na disciplina de Gerenciamento de Projetos do RUP e obedecer as seguintes diretrizes: • Os processos definidos pelo PMBOK, por serem mais completos e gen ricos, devem ser usados como base para a defini o dos processos customizados de ger ncia de projetos da metodologia integrada. • Sempre que poss vel, deve-se manter a liga o entre os produtos gerados pelo gerente do projeto e os produtos t cnicos, conforme proposto pelo RUP. Para isso, sugere-se procurar relacionar os artifacts gerados pela disciplina de Gerenciamento do RUP com os documentos resultados dos processos do PMBOK, bem como as atividades propostas pelo PMBOK com as atividades propostas pela RUP para produzir os respectivos documentos ou artifacts. Essa liga o muito importante para a manuten o da rastreabilidade entre os diversos aspectos do projeto. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação • Todas as atividades ou produtos da disciplina de Gerenciamento de Projetos do RUP a serem utilizados devem ser mapeados ou customizados para ajustar-se s atividades ou documentos propostos pelos processos do PMBOK. • As atividades ou documentos propostos pelo PMBOK que n o t m paralelo no RUP devem apenas ser customizados de acordo com a necessidade. O conjunto de processos resultantes do trabalho de integra o ser constitu do dos processos propostos pelo PMBOK, j adaptados de forma a incluir as atividades e produtos definidos pela disciplina de Gerenciamento de Projeto do RUP. A metodologia integrada ser obtida a partir da soma desses processos gerenciais com os demais processos espec ficos de engenharia de software propostos pelo RUP. Com esta integra o, consegue-se obter o melhor de cada um dos frameworks: utiliza-se o PMBOK no gerenciamento do projeto, adaptando-se o necess rio para incluir as atividades e produtos propostos pelo RUP e utiliza-se o RUP para todos os demais aspectos t cnicos do projeto. CONSIDERA ˝ES FINAIS Neste trabalho, os autores procuraram descrever os pontos relevantes no processo de concilia o e integra o entre a metodologia do PMBOK para o gerenciamento de projetos e do RUP para engenharia de software, de forma a obter um conjunto de processos mais completos e adequados ao gerenciamento de projetos de engenharia de software. Foram descritas tamb m as caracter sticas b sicas do PMBOK e do RUP, de maneira a fornecer a base necess ria para a concilia o dos frameworks, bem como o processo e as diretrizes a serem seguidas para que essa tarefa seja poss vel. Essa combina o de ferramentas gerenciais tem por base experi ncias pr ticas realizadas no mbito da Engenharia de Software da Promon Tecnologia Ltda, que o trabalho tamb m procurou descrever. Apesar das limita es da base emp rica, essa experi ncia tem potencial de aplica o em outras situa es. De fato, h registros de experi ncias semelhantes (por exemplo, Medeiros e outros, 2004 e Charbonneau, 2004). O processo e as diretrizes descritas para que a integra o entre o PMBOK e o RUP ocorra de forma a possibilitar a obten o do melhor de cada um dos frameworks, apesar de conceitualmente simples, pode encontrar dificuldades e problemas de implementa o, devido s peculiaridades de cada situa o e aos fatores humanos. importante recomendar que a repeti o da experi ncia aqui descrita em outras empresas deve ser precedida por um criterioso estudo da bibliografia e de outros poss veis casos similares. CR DITOS Promon Tecnologia Ltda. (www.promon.com.br) PMBOK e PMBOK Guide s o marcas registradas do Project Management Institute. RUP e Rational Unified Process s o marcas registradas da IBM. 2º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CHARBONNEAU, Serge, Software Project Management - A Mapping between RUP and the PMBOK, http://www-106.ibm.com/developerworks/rational/library/4721.html CRAWFORD, J. K. Making a Place for Success, Project Management Best Practices Report, Junho, 2000. JACOBSON, I.; BOOCH,G.; RUMBAUGH,J. .The Unified Software Development Process. Addison Wesley, 1999 JONES, C. Patterns of Software Systems Failures and Success; International Thomson Computer Press , Boston Massachusetts, 1996 MEDEIROS, Vivianne da N brega, ANDRADE, Carlos Andreazza Rego, ALMEIDA, Eduardo Santana de, ALBUQUERQUE, Jones, MEIRA, S lvio, Construindo uma F brica de Software: da Concep o s Li es Aprendidas. Anais da XXX Confer ncia LatinoAmericana de Inform tica, Arequipa, Peru, 27-9 a 1-10 de 2004. PMI STANDARDS COMMITTEE. A Guide to the Project Management Body of Knowledge 2000ed. Newtown Square, PA. PMI Management Institute, 2001. RAD, P. F.; RAGHAVAN, A. Establishing an Organizational Project Office. AACE International Transactions, 2000