JAN / FEV / MAR 2012 • No 1 • ANO XXXVI boletim MAR 12.indd 1 23/03/2012 09:14:48 boletim MAR 12.indd 2 23/03/2012 09:15:02 Editorial Conquistas, projetos e desafios P assado o Carnaval, entramos no período final das atividades desta gestão. Algumas mudanças na nossa sociedade já ocorreram, sendo, talvez, a mais significativa a periodicidade do nosso congresso científico, que passou, agora, a ser anual. Recife será a sede do congresso SBR 2013, ficando, no primeiro semestre, Cuiabá como sede da Jornada Centro-Oeste de Reumatologia e o Rio de Janeiro sediando a Rio-São Paulo. Antes, porém, teremos o Congresso SBR 2012, na acolhedora cidade de Vitória. Após as cartilhas para pacientes terem ficado prontas, vamos lançar na mídia, nas próximas semanas, uma campanha educativa sobre as enfermidades reumáticas. O objetivo principal é possibilitar melhor compreensão, por parte da população, sobre o papel do reumatologista no diagnóstico e tratamento das doenças que acometem o sistema musculoesquelético. Nas próximas semanas, também teremos o lançamento do nosso novo portal. Após vários meses de desenvolvimento, passaremos a ter, no portal, áreas separadas para leigos, profissionais de saúde e associados da SBR. Passaremos a ter um profissional dedicado a ele, inclusive cobrindo a mídia social. Esperamos que, cada vez mais, nosso portal seja a principal ferramenta de comunicação com a população em geral e entre os nossos associados. Com muitos projetos, algumas conquistas e vários desafios, a SBR vai trilhando o seu caminho. Geraldo Castelar SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA Presidente Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ Tesoureiro Reno Martins Coelho – RJ Secretária-geral Blanca Elena Rios Gomes Bica – RJ Vice-tesoureiro Manoel Barros Bértolo – SP Primeira-secretária Cláudia Goldenstein Schainberg – SP Diretor científico Luis Eduardo Coelho Andrade – SP Segundo-secretário Francisco José Fernandes Vieira – CE Presidente eleito Walber Pinto Vieira – CE Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94 01402-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986 www.reumatologia.com.br Coordenação editorial Marcelo de Medeiros Pinheiro Kaline Medeiros Costa Pereira Conselho editorial Diogo Souza Domiciano Edgard Torres dos Reis Neto Francinne Machado Ribeiro @ [email protected] Jornalista responsável Maria Teresa Marques Layout Sergio Brito Impressão Sistema Gráfico SJS Tiragem: 2.000 exemplares BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 3 Representantes junto à Panlar Fernando Neubarth – RS Maria Amazile Ferreira Toscano – SC Representantes junto ao Ministério da Saúde Ana Patrícia de Paula – DF Mário Soares Ferreira – DF Representantes junto à AMB Eduardo de Souza Meirelles – SP Gustavo de Paiva Costa – DF ÍNDICE Diretoria Executiva da SBR – Biênio 2010-2012 Índice 4 8 11 12 16 17 18 21 21 22 Matéria de capa O melhor do Brasil SBR.doc Notas Primeira fila Dia a dia Coluna Seda Chegadas e partidas Agenda Além da Reumatologia 3 23/03/2012 09:15:04 Capa Ética impõe limites à relação Relacionamento precisa sempre se desenvolver eticamente para enfrentar o perigoso crescimento da influência das empresas farmacêuticas em congressos, com investimentos e patrocínio, e do massacrante assédio de cunho pessoal a especialistas, principalmente via web. José Marques Filho* * Reumatologista, doutorando em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo – SP. P ercival Thomas, médico inglês de Manchester, na Inglaterra, foi quem pela primeira vez utilizou a expressão “ética médica”, em sua obra Medical Ethics, publicada em 18031. Essa importante obra foi a base para a grande maioria dos Códigos de Deontologia Médica dos países ocidentais. A medicina é uma das mais belas páginas da história da humanidade. A ética e a medicina são contemporâneas e têm suas origens em uma das eras mais fecundas e criativas, na Grécia antiga. Não é por acaso que vários médicos foram também filósofos, como Hipócrates, o “pai da medicina”. Quando se pronuncia a palavra “ética”, boa parte das pessoas a associa aos médicos ou à medicina. Diversos autores já disseram que a ética é o maior patrimônio da nossa profissão. E, quando se fala em ética, não se pode deixar de falar do grande filósofo grego Aristóteles. Para “o estagirita”, a ética deve ser classificada dentro dos saberes práticos (práxis – atribuição, tarefa). Estes saberes são normativos e procuram orientar-nos sobre o que devemos fazer para conduzir nossa vida de maneira boa e justa, como devemos agir, qual decisão é mais correta.Trata-se do que deveria ser, do que seria bom que acontecesse. Enfim, de uma Acordo Interfarma e CFM Os termos do acordo entre a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), anunciados em meados de fevereiro, não foram discutidos com os médicos ou suas entidades. Pessoalmente, considero o documento superficial e discordo de muitos pontos acordados entre as duas partes. Vejo assim necessidade de ampliar a discussão no futuro. 4 boletim MAR 12.indd 4 conduta que chamamos hoje de “ética de máximos” ou “ética de excelência”. Médicos e indústria Temos assistidos nas últimas seis décadas a uma verdadeira dilapidação do patrimônio ético dessa milenar profissão que é a medicina. As causas da perda de prestígio na área são múltiplas, mas, certamente, os conflitos de interesses no relacionamento dos médicos com a indústria farmacêutica e de equipamentos são um dos fatores mais importantes2,3,4,5. Esse cenário merece um breve histórico e uma reflexão por todos nós que exercemos essa secular profissão e uma das mais fascinantes especialidades médicas, a reumatologia. O relacionamento entre os médicos e suas entidades com a indústria farmacêutica teve inicio nas primeiras décadas do século passado. Essa parceria tinha como objetivos principais a divulgação dos avanços terapêuticos e a educação continuada dos profissionais que exerciam a medicina. Durante longo tempo, o relacionamento caracterizou-se por absoluto respeito às competências e responsabilidades das partes, cumprindo assim o verdadeiro papel acordado tacitamente entre ambos os parceiros. Esse relacionamento foi progressivamente aumentando em intensidade e frequência, atingindo nas últimas décadas praticamente todas as atividades médicas, incluindo graduação, pós-graduação, assistência médica, ensaios básicos e clínicos e, mais intensamente nos últimos anos, educação médica continuada. A grande maioria dos autores concorda que atualmente a educação médica BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:05 entre médicos e indústria continuada depende fundamentalmente do patrocínio da indústria farmacêutica. Influência perigosa As universidades, que teriam teoricamente a responsabilidade de gerar conhecimentos e sua divulgação, têm mantido íntimo e preocupante relacionamento com essa indústria2, cujo apoio vem progressiva e perigosamente aumentando nas últimas décadas. Atualmente vivemos um cenário em que a influência da indústria nos cursos de educação continuada e congressos de especialidades ultrapassou todos os limites do bom senso. Estudando com atenção os programas de jornadas e congressos das diversas especialidades, na primeira década deste século, observaremos uma crescente participação da indústria na organização do evento, seja por meio dos chamados “simpósios”, patrocinados e organizados pela própria indústria, ou pela colocação de temas no programa que têm grande interesse comercial, inclusive com participação de professores conhecidos que mantêm estreito vínculo profissional com a indústria. A liberdade das sociedades de especialidades, necessária e fundamental para elaboração de um programa autônomo e independente nas jornadas e congressos, está “patologicamente” comprometida, a um ponto quase irreversível e “ No relacionamento entre a classe médica e a indústria farmacêutica, os únicos e exclusivos compromissos do médico são para com o seu paciente e a ciência”. 4 >> Cremesp divulga nota com posição contrária ao acordo CFM-Interfarma O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) discorda do protocolo assinado no dia 14 de fevereiro pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que aborda o relacionamento entre os médicos e a indústria de medicamentos. Conforme deliberação da Sessão Plenária de 23/02/2012, os conselheiros do Cremesp encaminharam ao CFM as seguintes considerações: 1- O acordo representa um retrocesso ao sedimentar práticas que são eticamente inaceitáveis. Dentre outras distorções, o documento autoriza o recebimento pelos médicos de presentes e brindes oferecidos pelas empresas farmacêuticas, estipulando valores e periodicidade de difícil aferição; autoriza o patrocínio de viagens e participações em congressos e eventos sem apontar os critérios para escolha dos médicos beneficiados; submete os médicos a propagandistas de laboratórios visando, inclusive, o registro de efeitos adversos de medicamentos, tema de relevância sanitária que requer total autonomia profissional. e disciplinador da classe médica e uma entidade representativa de empresas privadas com interesses particulares nas áreas de Medicina e Saúde. Cabe ao CFM normatizar o exercício ético da profissão e cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regular as práticas das empresas farmacêuticas na promoção comercial de medicamentos. 3- O relacionamento entre médicos e farmacêuticas pode influenciar, de forma negativa ou desnecessária, as prescrições de medicamentos e as decisões de tratamento. Os gastos com ações dirigidas aos médicos são repassados ao preço final dos medicamentos e têm impacto no bolso dos cidadãos e nos custos do sistema de saúde. Nenhum fator deve impedir que as prescrições sejam decididas pelos médicos exclusivamente de acordo com as credenciais científicas dos medicamentos e as necessidades de saúde dos pacientes. 4- O Cremesp solicita ao CFM que seja reaberta a discussão sobre a necessidade de revisão e de aprimoramento das normas éticas que envolvam a relação entre médicos e indústria farmacêutica. 2- É inadequada a parceria entre um órgão federal julgador BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 5 Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 5 de março de 2012 5 23/03/2012 09:15:05 Capa >> com prognóstico sombrio. Esse cenário merece ser criticamente observado e uma ampla discussão deve ser promovida e estimulada, inclusive com a participação ativa da indústria. O resgate da liberdade e autonomia de nossas sociedades de especialidades na elaboração de seus encontros apresenta-se como uma medida necessária e urgente, frente ao risco da perda irreversível do prestígio dessas entidades com os colegas mais críticos e atentos e até da sociedade em geral. Não se trata aqui de nenhuma crítica pessoal a ninguém, mas o reconhecimento de que a indústria, por meio de seu poder econômico, tem ultrapassado todos os limites suportáveis. A participação da indústria nos eventos das sociedades de especialidades deve ser delimitada, com a devida urgência que o assunto requer. Investimento e patrocínio Outra estratégia da indústria farmacêutica tem sido uma combinação de investimentos sem limites em eventos médicos e o patrocínio da participação dos profissionais prescritores. Nesse sentido, a Anvisa e o CFM, por meio de suas portarias e resoluções, vedam ao médico receber vantagens com a prescrição de determinado produto da indústria e exigem a declaração dos conflitos de interesses para os palestrantes e organizadores dos eventos. Essas normas, com caráter eminentemente deontológicos, são o que chamamos de “ética de mínimos”. Devem, necessariamente, ser obedecidas. Entretanto, o caráter ético dessa relação é bem mais amplo e deve ser discutido com muito mais profundidade; a nosso ver, sob a “ética da excelência” ou, atualmente, à luz dos “referenciais bioéticos”, que, definidos por Hossne6 como parâmetros ou pontos de referências para a discussão e reflexão bioética, incluem os quatros clássicos princípios 6 boletim MAR 12.indd 6 “O resgate da liberdade e autonomia de nossas sociedades de especialidades na elaboração de seus encontros apresenta-se como uma medida necessária e urgente, frente ao risco da perda irreversível do prestígio dessas entidades com os colegas mais críticos e atentos e até da sociedade em geral.” da bioética principialista (autonomia, justiça, beneficência e não-maleficência) e, outros, entre eles: privacidade, serenidade, prudência e alteridade. Uma questão urgente que se impõe para reflexão e discussão é se, aceitando patrocínio, com inscrição e estadia, em caríssimos congressos internacionais ou nacionais, não estaria o médico mantendo uma relação com a indústria com alta potencialidade de influência e eticamente condenável? Acredito que sim, e os trabalhos publicados assim o demonstram7,8, mas temos que nos aprofundar na discussão. Outra tática da indústria é uma ação intensa e individual sobre o especialista com abordagem pessoal por diversos meios de informação. Recebemos, via web, diariamente, aulas e aulas sobre doenças com grande interesse para a indústria, numa massacrante tentativa de “educar” os médicos. “Metas terapêuticas” Nessa linha de raciocínio, outra tática adotada pelos laboratórios farmacêuticos é investir nas chamadas “metas terapêuticas”9. Há anos, por meio de grandes trials, muitos com graves problemas metodológicos, a grande maioria patrocinado pela indústria, tem-se determinado parâmetros para exames laboratoriais cada vez mais baixos, levando a um considerável aumento da população com indicação medicamentosa para tratar ou prevenir uma determinada enfermidade. Essas taxas são oficializadas via diretrizes terapêuticas aprovadas por nossas sociedades de especialidades, às vezes com sérios problemas de conflitos de interesses dos membros da comissão de diretrizes. Some-se a isso o aumento do número de faculdades de medicina no Brasil, com uma pletora de profissionais com formação deficiente, e teremos um cenário assustador. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:06 no paciente”12 e da “decisão compartilhada”13, em que a participação ativa do enfermo na tomada de decisões é uma questão fundamentalmente ética. Nessa relação franca e de confiança, o médico deve evitar qualquer conflito que possa influenciar as suas decisões. Na verdade, esse conjunto de ações da indústria, com participação ativa nos programas de educação continuada e no marketing agressivo para os médicos prescritores, pode ser, em nossa visão, caracterizado como uma tentativa de “adestramento” dos profissionais, para condutas terapêuticas consideradas mais “adequadas” para a indústria. Evidentemente, isso não pode ser generalizado. Essas ações têm características muito peculiares, com atitudes sutis e subliminares, sempre com um relacionamento cordial e “uma marcação individual” do médico, por meio de informações diretas com material impresso, entregues pelos representantes de laboratórios; uso constante e contínuo de e-mail pessoal; e contínuas, enfadonhas e repetitivas aulas on line das doenças com grande interesse para a indústria. Reconheço que a palavra “adestramento” possa ser uma expressão pesada e que toda generalização incorre em importante risco de erro, já que existem ações da indústria dentro de preceitos éticos adequados, embora tais ações sejam cada vez mais raras. Por outro lado, uma postura contemplativa da comunidade médica frente a esse cenário pode colocar em risco o respeito à profissão, angariado ao longo dos séculos por grandes e respeitados mestres que edificaram, com enorme dedicação, toda a aura ética e o prestigio que envolve a prática médica. 1 Percival T. Medical ethics. Manchester: S. Russel, 1803. 6 10 2 7 Mais recentemente, na área da reumatologia, a indústria tem se especializado em tornar “formais” ou “obrigatórias” as chamadas “métricas”, que servem de parâmetros para indicar determinados tratamentos10. Essas métricas auxiliam na avaliação de atividade de doença e eficácia do tratamento. Quando as chamadas metas métricas não são atingidas, por meio de um elemento real, visível, medido e numerado, um novo tratamento mais agressivo deveria, necessariamente, ser prescrito, independentemente de uma adequada avaliação risco/beneficio, custo/beneficio e uma honesta e clara discussão e participação do paciente na decisão. Trabalho recentemente publicado11 demonstra um grande descompasso entre as avaliações médicas por métricas e exames laboratoriais e o grau de avaliação do próprio paciente. Algo muito errado está ocorrendo. Não se trata aqui do não reconhecimento da importância desses índices para os ensaios clínicos e até mesmo para a prática diária, mas, com limites precisos, sem interferir na ampla autonomia do profissional, que deve atuar sempre no melhor interesse de seu paciente. No centro, o paciente Estamos na era da “medicina centrada “...Uma postura contemplativa da comunidade médica frente a esse cenário pode colocar em risco o respeito à profissão.” Referências bibliográficas Angel M. Is academic medicine for sale? N Engl J Med 2000;342:1516-18. 3 Moreira C. Relação com a indústria farmacêutica. In: Christopoulos GB (editor). A Ética e os reumatologistas. São Paulo: Ed. Etecetera, 2004. 4 Marques Filho J. A dimensão bioética dos conflitos de interesses na relação entre médico e indústria farmacêutica. Rev Bras Clin Med 2010;8:148-53. 5 Marques Filho J. Conflitos de interesses ou grave mácula ética? Rev Paul Reumatol 2010;9:24-25. Hossne WS. Bioética – princípios ou referenciais? O mundo da Saúde 2006;30:673-76. Orlowski JP, Wateska L. The effects of pharmaceutical firm enticements on physician prescribing patterns. There’s no such thing as a free lunch. Chest 1992;102:270-73. 8 Watkins C, Moore L, Harvey I et al. Characteristics of general pratictioner who frequentily seen drug industry representatives: national cross sectional study. BMJ 2003;326:1178-79. 9 Felson DT, Anderson JJ, Boers M, Bombardier C, Furst D, Goldsmith C at AL. American college of Rheumatology: preliminary definition of improvement in rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum 1995; 38: 727-35. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 7 Corbacho MI, Papueto JJ. Avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida do paciente com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol 2010;50:31-53. 11 Taylor PC. The importance of the patients’ experience of RA compared with clinical measures of disease activity. Clin Exp Rheumatol 2010;28(suppl):S28-S31. 12 Bernardo WM. Revalidação baseada em evidencia e centrada no paciente (Editoral). Rev Assoc Med Bras 2005;51:181. 13 Godophyn W. Shared decision-making. Healthcare Quartely 2009;12:186-90. 7 23/03/2012 09:15:06 Notícias das regionais O melhor do Brasil Pernambuco Rio de Janeiro Recife será a sede do Congresso Brasileiro 2013 A Credenciamento para programa de RM em Reumatologia cidade de Recife recebeu uma ótima notícia: será a sede do Congresso Brasileiro de Reumatologia 2013, um dos mais concorridos congressos de saúde realizados no Brasil, que chegou a sua trigésima edição. Pernambuco venceu a disputa com os Estados do Ceará e Rio Grande do Sul. O Rio de Janeiro foi este ano credenciado pela CNRM/ MEC, parecer SISCNRM n° 45/2012, processo n° 201159, aprovado em 19/01/12 para o programa de RM em Reumatologia, com duas vagas de R1 e R2, na Santa Casa local. A regional carioca está já em contato com a diretoria de ensino da instituição para realizar um primeiro concurso ainda a tempo de iniciar a primeira turma este ano. Contatos podem ser feitos para: Dir. Ensino Sta. Casa ( Residência Médica) - (21) 2292-8692 de 8h às 16h, c/ Neide, Alessandra ou Olívia; e-mail: [email protected] Amazonas 10 anos de residência em Reumatologia em Manaus M anaus, uma grande cidade, com 2 milhões de habitantes, sempre teve uma carência muito grande de reumatologistas e pioneiramente a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) implantou, há dez anos, em 2001 (aprovada pelo MEC em 2000), uma residência em Reumatologia no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), órgão suplementar à universidade. Segundo a supervisora do serviço, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, foi a primeira residência médica em reumatologia do Norte e segunda na região Norte/Nordeste. “Nesses dez anos tem-se buscado combater a carência na área com a criação de ambulatórios, laboratórios, salas de fisioterapia e de infusão”, diz Sandra, informando que, desde 2010, foi aumentado para dois o número de vagas/ano na residência de reumatologia. Atualmente o hospital tem quatro residentes regularmente matriculados e já formou sete residentes. Outro importante passo foi também a possibilidade de fornecer profissionais qualificados para a rede de serviços, diminuindo a carência nesse sentido, enfatiza Sandra. Para comemorar uma década de residência em reumatologia em Manaus, foi realizado dia 26 de novembro o Encontro da Residência de Reumatologia – Manaus, HUGV/Ufam. Várias palestras foram proferidas, com temas como: A residência médica de reumatologia em Manaus; Desafios do dia a dia do reumatologista; e Laboratório em Reumatologia. Da esquerda para direita: Jozélia Rego, GO; Aryádine Allinne Machado Miranda, AM; Maria do Socorro Albuquerque, AM; Ênio Ricardo Vasconcelos Souza, AM; Anne Christine Nogueira Garcia Neves, AM; Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, AM; Mayara de Oliveira Mafra, AM; Walber Pinto Vieira, CE; Rosana Barros de Souza, AM; Luiz Fernado de Souza Passos, AM; Valeria Valim Cristo, ES; Domingos Sávio Nunes de Lima, AM; Helena Lúcia Alves Pereira, AM; Lorena Penha de Almeida, AM; Araceli dos Santos Brito, AM; Yanna Pontes Prado, AM. 8 boletim MAR 12.indd 8 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:06 Notícias das regionais O melhor do Brasil Ceará Fortaleza recebeu o I Encontro dos Residentes e Ex-residentes do HUWC-UFC O Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da Universidade Federal do Ceará promoveu em Fortaleza, no dia 21/10/2011, o I Encontro dos Residentes e Ex-Residentes de Reumatologia do hospital. A residência de Reumatologia no HUWC iniciou em 2003. O Encontro foi organizado por Francisco Airton Rocha (chefe do serviço), com o apoio da Sociedade Cearense de Reumatologia (José Gerardo Paiva), Sociedade Brasileira de Reumatologia e do laboratório Pfizer. O presidente da SBR, Geraldo Castelar, esteve presente em Fortaleza prestigiando o evento e proferindo uma aula sobre gota. A programação incluiu os seguintes temas: Atualização do Tratamento da Gota (Geraldo Castelar), Tratamento da Nefrite Lúpica (Marta Medeiros), Tratamento da Osteoporose (Mailze Campos Bezer- ra), Diagnóstico e Tratamento da Osteoartrite (Francisco Saraiva), Doença Cardiovascular e fatores de risco cardiovascular no LES (Fernanda Nogueira), Artrite Idiopática Juvenil e experiência do HUWC (Célia Alcântara), Artrite Reumatoide e experiência do HUWC (Geísa Leal) e discussão de casos clínicos (Lanese Medeiros de Figueiredo, Helena Vieira e José Gerardo Paiva). Da esquerda para a direita: Marta Medeiros, Lanese de Figueiredo (exresidente), Mailze Campos Bezerra, Francisco Saraiva, Geraldo Castelar e José Gerardo Célia Alcântara (exresidente), Fernanda Nogueira, Mailze Campos Bezerra, Marta Medeiros, Sheila Fontenelle, Francisco Saraiva, Lanese de Figueiredo (ex-residente), José Gerardo, Vanessa (ex-residente); na frente: Francisco Airton, Ana Paula Menezes, Helena Vieira (ex-residente), Geísa Leal (ex-residente) BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 9 9 23/03/2012 09:15:11 Notícias das regionais O melhor do Brasil Minas Gerais BH recebeu a V Jornada Mineira de Reumatologia D e 1.º a 3 de dezembro de 2011, a cidade de Belo Horizonte foi o palco da V Jornada Mineira de Reumatologia, com pleno sucesso. Auditório lotado a maior parte do tempo e 113 membros inscritos, inclusive com a presença de reumatologistas do interior mineiro. Nas palestras, houve explanações de trabalhos que foram frutos de pesquisa dos próprios condutores e grande parte das citações era de publicações em 2011, em especial do EULAR e do ACR. No evento foram comemoradas as Bodas de Prata da Residência em Reumatologia do H. Clínicas, da UFMG. Ao final, foram sorteados, entre os inscritos presentes, três Rosa Weiss, Luiz Severiano, Cristina Lanna e Rafael Fraga na abertura da V Jornada Miniera de Reumatologia 2011. pacotes para o CBR, em Vitória, com todas as despesas de viagem, hotel e inscrição pagas. Os organizadores convidam agora para VI Jornada, que será em Juiz de Fora, entre 17 e 19 de maio de 2012, que será realizada juntamente com a Jornada Minas-Rio-Espírito Santo e a II Jornada Mineira de Reumatologia Pediátrica. Parte da diretoria executiva da SMR que organizou e realizou a V Jornada Mineira de Reumatologia 2011: Scafuto (diretor-científico), Viviane Angelina (secretária), Rafael Fraga (presidente), Silviane Vassalo e Marcelo Alvarenga (tesoureiro). Santa Catarina Sucesso na Jornada Cone Sul 2011 foi um ano marcante para a regional de Santa Catarina, particularmente pelo sucesso da Jornada Cone Sul de Reumatologia. Assim, para comemorar os feitos, a regional catarinense realizou, no Hotel Plaza Itapema, uma confraternização com os membros da Sociedade Catarinense de Reumatologia. Para o ano de 2012, a SCR já está com sua programação científica fechada, incluindo reuniões a cada dois meses, que contarão com a participação de grandes nomes da reumatologia nacional, e a Jornada Catarinense de Reumatologia, a ser realizada em dezembro. Também faz parte dos planos para este ano um programa de cursos regionais de capacitação para médicos da atenção básica. Segundo o presidente da regional, Gláucio R. W. de Castro, o objetivo desses cursos é disseminar conhecimento sobre 10 boletim MAR 12.indd 10 a reumatologia, propiciar encaminhamento precoce de doenças que precisam chegar rapidamente ao reumatologista – como artrite reumatoide, espondiloartrites, lúpus eritematosos sistêmico e vasculites –, e fornecer subsídios para que os clínicos gerais possam tratar nos próprios Membros da Regional Catarinense em confraternização no final de 2011. centros de saúde doenças mais prevalente e menos complexas, como osteoartrite e fibromialgia. Dessa forma, a SCR procura cumprir a missão de ampliar o campo de trabalho para o reumatologista, ao mesmo tempo em que presta um serviço relevante para a saúde pública. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:16 SBR.doc Missão SBR é escolhida após enquente on line N o dia 5 de março, terminou o processo on line de votação entre os membros da SBR que se destinou a escolher a Missão da entidade. A vencedora foi a de número 1 (entre 14 sugeridas também pelos membros), com 171 votos (45,8% do total). Assim, é com satisfação que anunciamos estar oficializada a nossa missão: A SBR agradece a todos os participantes desse processo, tão importante na trajetória de nossa entidade. “Promover a excelência da reumatologia mediante incentivo ao ensino, à pesquisa e à assistência e contribuir para a formação de políticas públicas, visando à saúde e ao bem-estar do paciente reumático. Congregar os reumatologistas e promover, divulgar e ampliar a abrangência do exercício da especialidade”. Submissão de artigos para RBR tem novo sistema A partir de 6 de fevereiro de 2012, entrou em vigor o novo sistema de submissão de artigos da Revista Brasileira de Reumatologia. O acesso será feito via homepage da RBR, em substituição ao SGP. Trata-se do sistema da Elsevier Internacional, que permite maior eficiência no gerenciamento dos artigos, facilitando o processo de submissão e de revisão por pares. O sistema está em treinamento desde outubro de 2011 e agora, disponível para todos os usuários, é um facilitador para todos os membros da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Caso encontrem alguma dificuldade ou imperfeição no seu funcionamento, favor contatar os editores da revista: Paulo Louzada-Junior ou Max Victor Carioca Freitas. O objetivo que se pretende alcançar com o novo sistema é a melhora no gerenciamento da editoração da revista, em todos os seus níveis. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 11 11 23/03/2012 09:15:22 Notas BRASILEIROS NO ACR 2011 Trabalhos apresentados no ACR 2011 - Annual Scientific Meeting of the American College of Rheumatology, realizado de 5 a 9 de novembro de 2011 em Chicago, EUA. ACR 2012 – Será realizado de 9 a 14 de novembro de 2012 em Washington, D.C. O QUE FOI APRESENTADO UNIFESP Supervised Physical Exercise Improves Endothelial Function and Endothelial Progenitor Cells in Patients with Systemic Lupus Erythematosus • Edgard T. Reis Neto, Aline E. Silva, Carlos M. C. Monteiro, Erika L. Naka, Patricia Semedo, Neusa P. Silva, Emilia I. Sato Leflunomide in Takayasu arteritis - Results from an observational study • Alexandre W. S. de Souza, da Silva, M.D., Luiz Samuel G. Machado, Frederico Augusto G. Pinheiro, Ana Cecília D. Oliveira, Emília Inoue Sato Evaluation of nutritional status and dietary intake in women with systemic sclerosis • Thais F Marighela, Patrícia S Genaro, Vera L Szejnfeld, Marcelo de Medeiros Pinheiro, Cristiane Kayser Pilates to Treat Chronic Non-specific Low Back Pain • Jamil Natour, Andreia S. Baptista, Luciana A. Cazotti, Luiza H. C. Ribeiro, Anamaria Jones Mobility and disease Activity but Not Aerobic Capacity Relate to Functional Disability in Ankylosing Spondylitis • Fabio Jennings, Hilda A. Oliveira, Marcelo C. Sousa, Vaneska G. Cruz, Jamil Natour PET-CT, interleukins and metalloproteinases to assess disease activity in Takayasu arteritis patients • Anne Elizabeth D Arraes, Alexandre W. S. de Souza, Lima, ENP., Emilia I. Sato Effectiveness of Facet Joint Infiltration in Low Back Pain • Luiza H. C. Ribeiro, Rita V. Furtado, Monique Konai, Andre Rosenfeld, Ana B. Andreo, Jamil Natour Comprehensive Screening For Primary Immunodeficiencies Shows Unexpectedly High Frequency Of Selective Igm Deficiency In Systemic Lupus Erythematosus • Sandro Félix Perazzio, Neusa Pereira da Silva, Reinaldo Salomão, Luís Eduardo Coelho Andrade Associated to the Adherence to Treatment of Children and Adolescents with Chronic Rheumatic Diseases – “the Pediatric Rheumatology Adherence Questionnaire (PRAQ)” • Vanessa M. Bugni, Karine Y. K. Okamoto, Luciana S. Ozaki, Fernanda M. Teles, Juliana Molina, Vanessa C. Bueno, Maria Odete E. Hilário, Claudio A. Len, Maria Teresa Terreri Wide field Nailfold Capillaroscopy and Videocapillaroscopy in the Assessment of the Microcirculation in patients with Raynaud’s Phenomenon • Juliana Sekiyama, Cintia Z Camargo, Luis Eduardo Coelho Andrade, Cristiane Kayser Measurement of Pain Perception in Children and Adolescents with Musculoskeletal Pain • Melissa Fraga, Claudio A. Len, Rafael Azevedo, Marcelo Teresa Terreri, Maria Odete E. Hilário Proposal for a reliable and feasible algorithm for the identification of antinuclear antibodies • Kaline MC Pereira, Alessandra Dellavance, Luis Eduardo Coelho Andrade Quasi-Homogeneous ANA-HEp-2 Pattern Reflects an Autoantibody Profile Intermediate to the Homogeneous and Dense Fine Speckled Nuclear Patterns • Natália Regine de França, Neusa Pereira da Silva, Alessandra Dellavance, Silvia Helena Rodrigues, Sandro Félix Perazzio, Luís Eduardo Coelho Andrade 12 boletim MAR 12.indd 12 UNICAMP Support Vector Machines Classification of Texture Parameters of White Matter Lesions in Systemic Lupus Erythematosus. Possible Mechanism to Distinguish Between Demyelination and Ischemia • Aline Lapa, Mariana P. Bento, Letcia Rittner, Gabriela Castellano, Heloisa Ruocco, Benito Damasceno, Lilian Costallat, Roberto Lotufo, Fernando Cendes, Simone Appenzeller BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:24 UNISA / UNIFESP Sensorimotor Training Versus Resistance Training in Patients with Knee Osteoarthritis • Aline B. Gomiero, Virginia M. Trevisani, Andrea H. Kayo, Maria Stella Peccin, Marcelo Abraão. USP Subjects with Gout Have a Higher Prevalence of Simple Renal Cysts Than the General Population • Eduardo M. Hasegawa, Ricardo Fuller, Maria Cristina Chammas, Filipe M. Mello and Claudia Goldenstein-Schainberg Comparison of Untreated Adult and Juvenile Dermatomyositis Muscle Biopsies: Difference of Inflammatory Cells Phenotyping • Samuel K. Shinjo, Adriana M. Sallum, Clovis A. Silva, Suely K. N. Marie Juvenile Systemic Lupus Erythematosus and Juvenile Dermatomyositis Are Marked by Distinct Profiles of Soluble Apoptosis Molecules • Bernadete Liphaus, Maria H. B. Kiss, Solange Carrasco, Clovis A. A. Silva, Claudia Goldenstein-Schainberg Antimalarials:AWindow of Opportunity to Improve the Influenza A/H1N1 Vaccine Response in Lupus Patients Under Immunosuppressive Agents • Eduardo F. Borba, Carla G.S. Saad, Sandra G. Pasoto, Ana L. G. Calich, Nadia E. Aikawa, Ana C. M. Ribeiro, Julio C. B. Moraes, Elaine P. Leon, Luciana P.C. Seguro, Lissiane K. N. Guedes, Clovis A. Silva, Celio Goncalves, Ricardo Fuller, Suzimara A. Oliveira, Maria A. Ishida, Alexander R. Precioso, Eloisa Bonfa Influenza H1N1 Vaccination in Mixed Connective Tissue Disease: Effectiveness and Safety Independent of Disease or Therapy • Renata Miossi, Ricardo Fuller, Julio C. B. Moraes, Ana Cristina Medeiros, Carla G.S. Saad, Nadia E. Aikawa, Joao Miraglia, Maria A. Ishida, M.Teresa C. Caleiro, Eloisa Bonfa Pandemic Unadjuvanted Influenza A 2009 Vaccine in Adult Dermatomyositis and Polymyositis: Immunogenicity Independent of Therapy and No Harmful Effect in Disease • Samuel K. Shinjo, Maurício Levy Neto, Clovis A. Silva, Julio C. B. Moraes, Ana C. M. Ribeiro, Carla G.S. Saad, Nadia E. Aikawa, Alexander R. Precioso, Maria C.S. Timenetsky, Eloisa Bonfa Glucocorticoid: Major Factor for Reduced Immunogenicity of 2009 Influenza A (H1N1) Vaccine in Juvenile Autoimmune Rheumatic Diseases Patients • Nadia E. Aikawa, Lucia M.A. Campos, Clovis A. Silva, Carla G.S. Saad, Jozelio F. Carvalho, Guilherme Trudes, Alberto J.S. Duarte, Joao Miraglia, Maria C.S. Timenetsky, Vilma S.T. Viana, Ivan L.A. França, Eloisa Bonfa, Rosa M.R. Pereira Vertebral Fracture Assessment (VFA): A Valid Tool to Detect Vertebral Fractures in Community-Dwelling Older Individuals • Diogo S. Domiciano, Jaqueline B. Lopes, Liliam Takayama, Camille Figueiredo, Valéria Caparbo, Eloisa Bonfa, Rosa M.R. Pereira Prevalence and Risk Factors of Sarcopenia Among CommunityDwelling Older Women with High Frequency of Overweight/ Obesity • Diogo S. Domiciano, Camille Figueiredo, Jaqueline B. Lopes, Valéria Caparbo, Liliam Takayama, Eloisa Bonfa and Rosa M.R. Pereira. Abnormal Morphology and Excessive Synthesis of Collagen V Affects Skin Thickness and Disease Activity in Systemic Sclerosis • Patricia Martin, Walcy R. Teodoro, Ana Paula P. Velosa, Jymenez de Morais, Solange Carrasco, Francine F. R. Braga, Romy Christmann, Claudia Goldenstein-Schainberg, Edwin R. Parra, Vera L. Capelozzi and Natalino H. Yoshinari, Dysautonomia and Chronotropic Incompetence in Fibromyalgia • Roberta P. C. Ribeiro, Thalita Dassouki, Luiz A. Perandini, Guilherme G. Artioli, Ana L. G. Calich, Ana Lucia S. Pinto, Hamilton Roschel, Fernanda R. Lima, Eloisa Bonfa and Bruno Gualano; Effects of Maximal Acute Physical Exercise on Prothrombin Time in Patients with Primary Antiphospholipid Syndrome (PAPS) Under Oral Anticoagulation with Warfarin and Exercise Capacity • Carolina B. Garcia, Luciana N. J. Matos, Carlos E. Negrao, Hamilton Roschel, Ana Lucia S. Pinto, Jozelio F. Carvalho, Eloisa Bonfa and Fernanda R. Lima; Sclerostin As Marker of Bone Formation in Ankylosing Spondylitis Under Anti-TNF Therapy: A 12-Month Longitudinal Analysis • Carla G.S. Saad, Ana C. M. Ribeiro, Julio C. B. Moraes, Liliam Takayama, Celio Goncalves, Ricardo M. Oliveira, Clovis A. A. Silva, Eloisa Bonfa and Rosa M.R. Pereira, Exercise Training Reverts Chronotropic Incompetence and Improves Heart Rate Recovery After Exercise in Women with Systemic Lupus Erythematosus • Danilo M. L. Prado, Renata Miossi, Thalita Dassouki, Luiz A. Perandini, Fernanda R. Lima, Bruno Gualano, Ana Lucia S. Pinto, Eloisa Bonfa and Hamilton Roschel, Reproducibility of Composite Scores: Disease Activity 28-Joints Score, Simplified Disease Activity Score and Clinical Disease Activity Score In the Evaluation of Rheumatoid Arthritis(Ra) Disease Activity: Pursuit for A Gold Standard • Lissiane K. N. Guedes, Ana C. M. Ribeiro, Julio C. B. Moraes, BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 13 13 23/03/2012 09:15:24 Notas Brasileiros no ACR 2011 Carla G.S. Saad, Nadia E. Aikawa, Eduardo F. Borba Neto, Sandra Pasotto, Jozelio F. Carvalho, Eloisa Bonfa, Ieda Laurindo Ovarian Reserve in Juvenile Systemic Lupus Erythematosus Patients without Amenorrhea • Nadia E. Aikawa, Adriana M. Sallum, Rosa M.R. Pereira, Eloisa Bonfa, Lisa Suzuki, Vilma S.T. Viana, Clovis A. Silva Infl uenza A H1N1/2009 Vaccine in Juvenile Dermatomyositis: Reduced Response in Patients Under Immunosuppressive Agents • Vanessa R. Guissa, Nadia E. Aikawa, Adriana M. Sallum, Lucia M.A. Campos, Rosa M.R. Pereira, Eloisa Bonfa, Clovis A. Silva Low Vitamin D in Juvenile Onset Systemic Lupus Erythematosus: Association with Disease Activity and Low Bone Mineral Density • Luciana P.C. Seguro, Caio B. Casella, Liliam Takayama, Eloisa Bonfa, Rosa M.R. Pereira Alveolar Hemorrhage: Distinct Clinical Profile in Adult and Juvenile Systemic Lupus Erythematosus Patients • Daniel B. Araujo, Eduardo F. Borba Neto, Clovis A. Silva, Lucia M.A. Campos, Rosa M.R. Pereira, Eloisa Bonfa, Samuel K. Shinjol Infl uenza A H1N1/2009 Vaccine in Rheumatic Disease Patients Under Anti-TNF Therapy: Safety and Response • Ivan L.A. França, Ana C. M. Ribeiro, Nadia E. Aikawa, Carla G.S. Saad, Ana L. G. Calich, Julio C. B. Moraes, Ieda Laurindo, Joao Miraglia, Maria A. Ishida, Eloisa Bonfa, Clovis Silva Erratic Control of Breathing During Exercise in Patients with Systemic Lupus Erythematosus • Renata Miossi, Danilo M. L. Prado, Luiz A. Perandini, Thalita Dassouki, Bruno Gualano, Hamilton Roschel, Fernanda R. Lima, Eduardo F. Borba, Eloisa Bonfa, Ana Lucia S. Pinto Early Rheumatoid Arthritis in Latin America. Low Socioeconomic Status Relates to High Disease Activity At Baseline • Loreto Massardo, Bernardo A. Pons-Estel, Mario H. Cardiel, Claudio Galarza-Maldonado, Mónica P. Sacnun MULTICÊNTRICOS Neuro-Behcet’s Disease in Brazil: Higher Incidence in Females and Atypical Manifestations • Livia A. Dutra, Celio R. Gonçalves, José L. Pedroso, Pedro Braga-Neto, Alberto A. Gabbai, Orlando G. P. Barsottini, Alexandre W. S. de Souza Therapeutic Approaches for the Treatment of New Onset and Flared Juvenile Systemic Lupus Erythematosus with Active Renal 14 boletim MAR 12.indd 14 Disease: An International Multicenter PRINTO Study. • Paivi Miettunen, Angela Pistorio, Angelo Ravelli, Sheila Oliveira, Maria Alessio, Ruben Cuttica, Dimitrina Mihay- lova, Graciela Espada, Srdjan Pasic, Elisabetta Cortis, Seza Ozen, Oscar Porras, Flavio Sztajnbok, Alberto Martini, Nicolino Ruperto. Hereditary Autoinflammatory Syndromes: A Brazilian Multicenter Study • Adriana A. Jesus, Erika Fujihira, Mariana G. Watase, Maria Teresa Terreri, Maria Odete Hilario, Magda Carneiro-Sampaio, Claudio Len, Sheila K. Oliveira, Marta C. Rodrigues, Rosa M.R. Pereira, Blanca E. Bica, Nilzio A. Silva, Andre Cavalcanti, Roberto Marini, Flavio Sztajnbok, Maria V. Quintero, Virginia P. Ferriani, Dewton Moraes-Vasconcelos, Joao B. Oliveira, Clovis A. Silva Biologics use in SLE in 23 Centers - Data from the International Registry for Biologics In SLE (IRBIS) • R.F. van Vollenhoven, Søren Jacobsen , Daniel Wallace, John G. Hanly, Michelle Petri, David A. Isenberg, Sasha Bernatsky, Sang-Cheol Bae, Manuel Ramos-Casals, Guillermo Ruiz-Irastorza, Francisco J. García-Hernández, Luis Saez, José Luis Callejas, Javier Rascón, Enrique de Ramón, Ma Mar Ayala-Gutierrez, Maite Camps, Melinda Mild, Murat Inanc, Bahar Artim-Esen, Rosalind Ramsey-Goldman, Christine A. Peschken, Danilo Squatrito, Lászlo´ Kovács, Andrea Doria, Zoltan Szekanecz, Elisa Gremese,Emilia I. Sato EpiFibro – A Brazilian Nationwide Databank in Fibromyalgia – Analysis of 500 Women • Roberto E. Heymann, Eduardo S. Paiva, Marcelo C. Rezende, Daniel Feldman, Milton Helfenstein Jr., Jose E.Martinez, Jose R. Provenza, Aline Ranzolin, Luiz S. Ribeiro, Eduardo J.R. Souza EpiFibro – A Brazilian Nationwide Databank in Fibromyalgia – 2010 Fibromyalgia Criteria, “Fibromyalgianess” Score and FIQ Performances • Eduardo S. Paiva, Roberto E. Heymann, Marcelo C. Rezende, Daniel Feldman, Milton Helfenstein Jr., Jose E. Martinez, Jose R. Provenza, Aline Ranzolin, Luiz S. Ribeiro,Eduardo J.R. Souza Quality of Life and Psychosocial Aspects Among School Adolescents with Diffuse Chronic Musculoskeletal Pain in Brazil • AK Nascif, V. Valim, M. Dorio, JR Gomes, AFA Pereira, E. Zandonade, Claudio Len. The Protective Effect of Antimalarials On Thrombovascular Events In Latin American Systemic Lupus Erythematosus Patients • Guillermo J. Pons-Estel, Graciela S. Alarcón, Daniel Wojdyla, Ana I. Marcos, Alejandro J. Alvarellos, Antonio A. Iglesias-Gamarra, Maria H. Esteva-Spinetti, Lilian Costallat, Nilzio A. Silva, Gloria Vázquez, Maria Loreto Massardo, Marlene Guibert-Toledano, Guillermo F. Huerta-Yánez, Mariano Cucho-Venegas, Bernardo Pons-Estel BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:24 Notas Novos profissionais É com satisfação que damos as boas-vindas e parabéns aos novos reumatologistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, abaixo listados e aprovados na prova de título de especialista. Aline de Souza Streck Ana Beatriz Vargas dos Santos Ana Carolina Duarte Couto Ana Carolina Schonrock Andre Marun Lyrio Andrese Aline Gasparin Barbara Nascimento de Carvalho Klemz Bruna Landau Braile Camila Moraes Correa Camilla Maria Silva Bueno Carlos Spingola Junior Caroline Zechlinski Xavier de Freitas Cristiane Engel dos Santos Daniela Viecceli Cervantes Danilo Garcia Ruiz Eloisa Doubrawa Eveline Pagoto Fernanda Vicente da Costa Fernando Majerowicz dos Santos Flavia Alexandra Guerrero Flavia Midori Arakaki A.Tavares do Couto Gerusa Rayzel de Carvalho Gustavo Henrique Moreira Gomes Henrique Luiz de Oliveira Latorre Iana Sousa Nascimento Iara Fernandes Pinto Abreu Ingrid de Oliveira Koehlert Joara Martins da Silva Gordo Juliana Augusta Spinelli da Silva Teles Kristopherson Lustosa Augusto Leandro Lara do Prado Leticia Pucci Barja Lidia Balarini Silva Lilian Schade Luciana do Nascimento Marques Carneiro Lucio Yamaguchi Luiz Eduardo de Paula Maira Lima Romero Manuella Lima Gomes Ochtrop Marcelo de Loyola E S. Avellar Fonseca Marcelo Pavan Paiva Marco Antonio Goncalves Pontes Filho Maria da Gloria Costa Reis M. de Barros Maria Luiza Marques Negrisolli Mariana Castilho Rassi Melina Andrade Mattar Michele Rodrigues Martins Odilon Angelo de Bortoli Olivia de Fatima Costa Barbosa Paula Menezes de Aquino Ramos Rafael Barreto Paes de Carvalho Aplicação da prova teórica. Comissão de TE: Sentadas: Emília Sato (SP), Valéria Valim (ES), Fernanda Lima (SP). De pé: Caio Moreira (MG), Eutília Freire (PB), Marcelo Pinheiro (SP), José Carlos Szajubok (SP), Francisco Aires (DF), Tupinambá Vasconcelos (PI), Mauro Goldfarb (RJ). Rafaella Gaya Rosa Raquel Altoe Giovelli Renata Henriques de Azevedo Roberto Minetto Scheila Fritsch Reumatologia Pediátrica Comissão de TE da Pediatria: Claudio Len; Ana Karina Nascif; Maria Teresa Terreri, Margarida Carvalho e Clovis Almeida da Silva. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 15 Simone Fargetti Taina Candida de Almeida Contijo Carneiro Tatiana Mayumi Veiga Iriyoda Yara Mariana Alvim Santos Amanda Donner Erica Gomes do Nascimento Cavalcante Márcia Bandeira Marco Felipe Castro da Silva Maria Carolina dos Santos Maria Heloiza Torres Ventura Marise de Araujo Lessa Simone Appenzeller Thais Cugler Meneghetti Vanessa Ramos Guissa 15 23/03/2012 09:15:24 O que nossos colegas andam estudando Primeira fila Osteoporose Induzida por glicocorticoide: diretrizes de prevenção e tratamento Os glicocorticoides (GC) são prescritos por praticamente todas as especialidades médicas, sendo que cerca de 0,5% da população geral utiliza esses medicamentos, chegando a uma frequência de 1,75% das mulheres acima de 55 anos. C om o aumento da sobrevida dos pacientes com doenças reumatológicas, a morbidade secundária ao uso dessa medicação representa um aspecto importante que deve ser considerado no manejo dos nossos pacientes. As incidências de fraturas vertebrais e não-vertebrais são elevadas, variando de 30% a 50% em pessoas que usam GC por mais de três meses. Assim, a osteoporose e as fraturas por fragilidade devem ser prevenidas e tratadas em todos os pacientes que irão iniciar ou já estão em uso desses esteroides. Diversas recomendações elaboradas por várias sociedades internacionais têm sido descritas na literatura, porém não há consenso entre elas. Recentemente, o Colégio Americano de Reumatologia publicou novas recomendações, mas elas são baseadas no FRAX para ana- lisar o risco de cada indivíduo e, desta maneira, não podem ser completamente utilizadas pela população brasileira. Embora o reumatologista seja o especialista que utiliza essa medicação com maior frequência, a literatura já demonstrou que mesmo pacientes em uso crônico de glicocorticoide oral, atendidos em centros de excelência, não são rotineiramente avaliados por densitometria óssea e não recebem medicações para prevenção e tratamento da Osteoporose Induzida por Glicocorticoide (OPIG), especialmente homens e mulheres na pré-menopausa. Dessa forma, a Comissão de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Brasileira de Medicina Física e Grupo presente à reunião inicial, para elaboração das diretrizes OPIG, em Maringá/PR, em setembro de 2009. 16 boletim MAR 12.indd 16 Reabilitação, implementou as diretrizes brasileiras de OPIG, baseando-se na melhor evidência científica disponível e/ou experiência de experts. A reunião inicial, para elaboração das diretrizes, aconteceu durante a XVII Jornada do Cone-Sul de Reumatologia, que ocorreu em Maringá/PR, no dia 3 de setembro de 2009. Nesse dia de extensa atividade científica estiveram presentes 14 reumatologistas, uma reumatologista pediátrica e uma fisiatra. Todos os participantes apresentaram temas relacionados à OPIG, previamente determinados para serem discutidos durante a reunião. Essas apresentações foram embasadas em ampla revisão bibliográfica de artigos científicos na base de dados MEDLINE. A partir da discussão dos temas apresentados, foram estabelecidas diretrizes de acordo com o grau de recomendação e força de evidência científica preconizados pela AMB. Posteriormente, esse documento foi extensamente revisado pelo grupo de Diretrizes da AMB e publicado no Projeto Diretrizes em 20 de setembro de 2011. Dessa forma, esperamos que essas diretrizes auxiliem os reumatologistas brasileiros na prática clínica de prevenção e tratamento da Osteoporose Induzida por Glicocorticoide (OPIG). As diretrizes estão agora também disponíveis online no site da SBR e, em breve, serão publicadas na Revista Brasileira de Reumatologia. Rosa Maria Pereira e Diogo Domiciano BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:27 Dia a dia Marketing médico é informação e não obra de arte Assad Frangieh* P ara muitos profissionais, o marketing médico trata-se de um plano de ações promocionais baseado em divulgação e propaganda, resultando numa vantagem competitiva do profissional. Entretanto, embora haja inúmeros recursos de mídia passíveis de apresentar o médico aos potenciais clientes de forma atraente e comercialmente correta, as deliberações e recomendações criadas pela Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), intituladas de “Ética na Publicidade Médica”, criam barreiras de acesso aos mecanismos amplamente usados pelas agências de marketing e comprovadamente eficientes sob determinadas situações. Seja na divulgação de produtos ou de serviços, a ética na propaganda não é exclusividade médica. Ao contrário, há leis e normas em qualquer ramo profissional e que delimitam as formas de levar as informações. Talvez o Código de Defesa do Consumidor seja o mais conhecido recurso contra a propaganda enganosa, inclusive a médica. Por esta razão, é preciso enxergar o marketing médico sob o prisma de um recurso contínuo da carreira profissional e não apenas um recurso temporário para promover a imagem do médico. Para o paciente Na medicina, o marketing bem-sucedido é aquele que possui autenticidade, honestidade e conteúdo que atinge tanto a mente do paciente como seu coração. Demonstrar conhecimentos no trato das doenças conquista a mente de qualquer enfermo. Abrir um sorriso e sustentar a esperança conquista o coração dele. A medicina é um trato da alma e do corpo e a fidelidade de um paciente é feita pelo coração. Desde o primeiro dia do exercício da profissão, nosso marketing médico é feito a cada atendimento e a mídia mais usada é a mais antiga da história: o boca a boca. Isso é começar cuidar da carreira, fazendo marketing médico, com recursos mínimos e de acordo com as leis regentes da ética. Por outro ângulo, isso não quer dizer que o médico não tem direito de fazer propaganda de suas habilitações profissionais. Um cartão de apresentação com dados básicos da especialidade, um telefone de contato, o numero de registro no Conselho Regional de Medicina de forma discreta são formas que alcançam o mesmo resultado de sofisticados trabalhos de artes e infinitas descrições de cargos e títulos. Não são os cartões para as classes A e B ou os cartões para as classes C e D que fazem a diferença. O que faz a diferença é a objetividade da informação e como foi entregue. Isso é válido do mesmo jeito na apresentação de sites, blogs ou qualquer portfólio de consultório e clínica. Criatividade com simplicidade A simplicidade de uma informação ou de uma apresentação não significa que temos que ser apenas preto e branco. Usar a criatividade também é bom, apenas não se trata de uma exposição artística e sim de uma informação que se precisa divulgar. Para fazer um bom marketing médico é preciso bom senso. Recusar uma entrevista, ser avesso a palestras e debates, manter-se introvertido e distante da integração social são ingredientes que nenhum investimento em divulgação e propaganda pode resolver. E um dos maiores obstáculos do marketing médi- BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 17 co é a linguagem científica que alguns abusam em usar e que muitas vezes vem também acoplada a dados estatísticos. O que impressiona os ouvintes é a didática do entrevistado. Numa consulta médica, o paciente é o jornalista e o médico é o entrevistado. Se você não enxerga assim, talvez esteja na hora de interromper o monólogo de seu consultório. Deslealdade não compensa O que sustenta o marketing médico é sua base de honestidade e o que sustenta a medicina é o respeito à dignidade humana. O profissional que exerce a medicina com dignidade não tem necessidade de utilizar meios antiéticos para promover-se, fazendo concorrência desleal com seus colegas. A concorrência desleal pode trazer retornos financeiros rápidos, porém não cria sustentabilidade à estrutura de trabalho por muito tempo. Pela simples razão de a qualidade ter custos mínimos para sua manutenção e porque sempre aparece “outro” concorrente desleal na sua frente. Isso é competir numa mesma raia, geralmente a mais decadente. Para entender melhor o marketing médico é preciso gastar um tempo lendo atentamente a Ética na Publicidade Médica: “A ética médica não proíbe a publicidade médica, mas apenas fornece contornos necessários à proteção da coletividade e da própria profissão médica, que não pode ficar exposta a conceitos e informações exageradas e mal transmitidas.” Por fim, o marketing médico precisa ser objetivo e curto para não entediar as pessoas. Por isso encerro aqui este artigo. * Médico, atua na área de planejamento em saúde e candidato a paciente na Reumatologia. 17 23/03/2012 09:15:28 Coluna Seda Médicos e doenças nos contos, Hilton Seda F Em trabalho anterior, mostramos as referências de Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 1881-1922) a médicos e doenças em seus romances1. Neste, o mesmo tema será explorado em relação aos seus contos, suas sátiras e crônicas. rancisco de Assis Barbosa escreveu em Explicação necessária prefácio do livro Bruzundangas, que bruzundanga ou burundanga é um brasileirismo que significa palavreado confuso, algaravia, mixórdia, trapalhada, cozinhado malfeito, sujo ou repugnante. Acrescentou que Lima Barreto “traçou nessas crônicas (...) uma série de caricaturas sobre um país inexistente que muito se assemelha ao Brasil (...)”2. No capítulo inicial desse livro satírico, chamado de capítulo especial e intitulado Os Samoiedas, o autor fala da literatura da Bruzundanga. Os literatos daquela terra “todos eles quase não têm propriamente obras escritas; a bagagem deles consta de conferências, poesias recitadas nas salas, máximas pronunciadas na intimidade de amigos, discursos em batizados ou casamentos, em banquetes de figurões ou em cerimônias escolares, cifrando-se, as mais das vezes, a sua obra escrita em uma plaquette de fantasia de menino, coletâneas de ligeiros artigos de jornal ou num maçudo compêndio de aulas, vendidos, na nossa moeda, à razão de quinze ou vinte mil-reis o volume”. Lança em seguida a conclusão ferina: “Estes tais são até os escritores mais estimados e representativos, sobretudo quando empregam palavras obsoletas e são médicos com larga freguesia”. Os “samoiedas” da Bruzundanga encontraram o mestre de sua escola literária “nos escritos de um tal Chamat ou Chalat, um aventureiro francês”. “Esse Chamat ou Chalat, Flaubert quando esteve no Egito, encontrou-o por lá, como médico do exército quedival; e ele se ocupava nos ócios de sua provável mendicância em rimar uma tragédia clássica, Abdelcáder, em cinco atos, onde havia um célebre verso de que o grande romancista nunca se esqueceu. É o seguinte: “C´est de la par Allah! qu’Abd-Allah s’en Allah”. “O esculápio do Cairo insistia muito nele e esforçava-se por demonstrar que, com semelhante “harmonia imitativa” como os antigos chamavam, obtinha traduzir, em verso, o sonido do galope de cavalo.” Ainda em Bruzundangas, em A Nobreza da Bruzundanga, outra referência sarcástica a médicos: “Há médicos que são ao mesmo tempo clínicos do Hospital dos Indigentes, lentes da Faculdade de Medicina e inspetores dos telégrafos...” A seguir, na mesma obra: “Certo dia li nos atos oficiais do Ministério dos Transportes e Comunicações daquele país, o seguinte: F. amanuense dos Correios da província dos Cocos, 18 boletim MAR 12.indd 18 pedindo fazer constar de seus assentamentos o seu título de doutor em medicina – Deferido”. “O pedido e o despacho dispensam qualquer comentário; e, por eles, todos podem aquilatar até que ponto chegou, na Bruzundanga, a superstição doutoral. Um amanuense que se quer recomendar por ser médico, é fato que se vê no interessante país da Bruzundanga.” E mais adiante: “Há pouco tempo, no Conselho Municipal daquele longínquo país, votou-se um orçamento, dobrando e triplicando todos os impostos, Sabem os que ele diminuiu? Os impostos sobre os médicos e advogados”. A referência a médicos continua em Bruzundangas na sátira intitulada Uma consulta médica. O doutor Adhil-ben-Thaft era motivo diário de notícias nos jornais, pelas suas proezas dentro e fora da medicina. Dele se dizia: “Milagroso. Monta a cavalo, joga xadrez, escreve muito, bem, é um excelente orador, grande poeta, músico, pintor, goal-keeper dos primeiros”... Era procurado pelas mulheres ricas, pobres, remediadas. Todos diziam, com emoção na voz, que estavam tratando com o Dr. Adhil. O sócio principal de um armazém de secos e molhados lá pelas bandas de um arrabalde afastado da cidade, chamado Cator Krat-ben, sofria de dores no estômago que não o deixavam saborear o seu bom cozido. Economizava em tudo pensando num futuro tranquilo, menos na alimentação. Já consultara, sem resultado, mezinheiros, curandeiros, espíritas e médicos locais sem resultado. Soube pelos jornais da existência do “maravilhoso clínico” e resolveu consultá-lo, apesar de ficar apreensivo com o preço que teria de pagar: cinquenta cruzeiros. Pensou: e se for necessário mais de uma consulta? Mas decidiu ir ao sábio. Adquiriu o cartão, com grande pesar pelo dinheiro que gastava, “com a dor do pai que leva um filho ao cemitério”. Aguardou sua vez, desconfiado, pois as consultas eram muito rápidas. Inquirido pelo médico, explicou a causa de ali estar. “O Dr. Adhil-ben-Thaft fê-lo tirar o paletó, o colete, auscultou-o bem, examinou-o demoradamente, tanto em pé como deitado; sentou-se depois, enquanto o negociante recompunha a sua modesta toilette”, e concluiu: “– O senhor não tem nada.” “– Então, senhor doutor, eu pago cinquenta cruzeiros e não tenho nada! Essa é boa! Noutra não caio eu!” Em Notas soltas, de Bruzundangas, uma farpa na Academia que jamais o recebeu: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:33 sátiras e crônicas de Lima Barreto “– O doutor Sicrano já escreveu alguma coisa?” “– Por que pergunta?” “– Não dizem que ele vai ser eleito para a Academia de Letras?” “– Não é preciso escrever coisa alguma, meu caro; entretanto, quando esteve na Europa, enviou lindas cartas aos amigos e...” “– Quem as leu?” “– Os amigos, certamente, e, demais, é um médico de grande clínica. Não é o bastante?” E não pararam por aí suas farpas dirigidas aos médicos. Em Sobre os sábios escreveu: “Os médicos da Bruzundanga imaginam-se sábios e literatos. Pode-se afirmar que não são nem uma coisa nem outra”. E mais: “Não há médico afreguesado que não seja considerado um sábio pela gente de Bruzundanga, e, para afirmar tal reputação, não fabrique uma outra complicada escrita em sânscrito. O médico sábio não pode escrever em outra língua que o sânscrito. Isto lhe dá foros de literato e aumenta-lhe a clínica. (...) Têm eles a precaução preliminar de inaugurarem a sua sabedoria com um casamento rico.” Para ridicularizar os especialistas, Lima Barreto incluiu em Outras notícias, referindo-se à guerra com Ogres, uma missão médica na esquadra da Bruzundanga. Chegando a um porto em que havia uma peste pouco conhecida o chefe da comissão médica foi arguido sobre a doença. Estabeleceu-se, então, o seguinte diálogo: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 19 “– Não entendo disto... Não é comigo... Sou parteiro.” Outro doutor da missão dizia: “– Sou psiquiatra.” “E não saiu daí.” “– Não sei – acudiu um terceiro, ao se lhe pedir os seus serviços profissionais – não curo defluxos. Sou ortopedista.” “Não houve meio de vencer-lhes a vaidade de suas especialidades, de anúncio de jornal.” Em outra obra satírica – Coisas do reino de Jambom –3 (o reino era assim chamado “porque afeta, mais ou menos a forma de um presunto”), o capítulo “Assunto sério” termina, em uma crítica velada: “– Por força! Vou arranjar um atestado médico, para não comparecer ao júri”. Na mesma obra, em Os tais higienistas e em Atuação de dona Berta, há ataques mordazes a Carlos Chagas, incluindo a frase: “O senhor Chagas é o mais alto representante da presunção médica.” Ainda em Coisas do reino de Jambom, na crônica Médicos e gramáticos, lê-se: “Em nosso Brasil tem coisas interessantes e que põem os mais sagazes atarantados para explicá-las. Os médicos aqui dão em gramáticos – e que gramáticos! – ferozes, interessantes, falando e escrevendo uma língua arcaica, que só pode ser compreendida por quem dispuser de quinhentos ou mais mil-réis, para comprar um alentado Domingos Vieira. Micróbios, bacilos, toxinas e outras coisas ultramodernas da ciência deles, os nossos esculápios as expõem na linguagem >> 19 23/03/2012 09:15:36 Coluna Seda >> de Rui de Pina e Azurara, segundo a gramática de João de Barros, que é de 1540, quando ninguém sonhava com tais novidades.” “Como extinguir os gafanhotos” conta as bravatas do Senhor doutor Nuno de Andrade (...) “Médico, financeiro, jornalista, conteur, voltairiano, o ilustre jubilado é, além disso, um agricultor mais prático e sabido do que o doutor Calmon.” Inventou a “cirurgia profilática agronômica” que está fazendo o encanto do senhor Simões Lopes, mas tem encaminhado seus esforços para debelar a praga dos gafanhotos e das formigas. Em Histórias e sonhos (contos)3 há descrição de um médico de real capacidade que nunca quiseram reconhecer porque ele escrevia “propositalmente” e não – “propositadamente”, “de súbito” e não – “as súbitas”, etc. etc. Esse doutor ouviu a história emocionada de um crime cometido por seu amigo Cazuza quando era criança: matara um pinto... por acidente. Em um dos seus mais célebres contos (Nova Califórnia) Lima Barreto descreve a chegada à pequena cidade de Tubiacanga de um supostamente grande químico de nome Raimundo Flamel que revelou a um grupo importante do local ter um meio de fazer ouro com ossos. A notícia espalhou-se, o cemitério “Sossego” da cidade passou a ser revirado e pilhado por uma multidão em busca de ossos. Em Tubiacanga vivia um “Homem formado e respeitado na cidade, vereador, médico também, porque o doutor Jerônimo não gostava de receitar e se fizera sócio da farmácia para mais em paz viver (...)”, que também fez parte do grupo que procurava ossos para fazer ouro. Academia de roça é um conto que relata as reuniões que aconteciam todas as tardes na Botica dos Segadas – Farmácia Esperança – de um grupo seleto dos habitantes do lugarejo, chamado Itaçaraí, para discutir letras, filosofia e artes. Desse grupo fazia parte o doutorJoaquim Petronilho, médico clínico na comarca. Veio o dia da instalação solene da Academia. de Letras que o grupo resolveu criar. Em falta de local mais adequado para a solenidade, o ato teve lugar na barraca de lona do circo de cavalinhos que trabalhava na cidade. O orador foi o promotor público doutor Aristogen Tebano das Verdades. “A assistência estava embasbacada com fraseado tão bonito, que, na sua maioria, ela mal compreendia.” Ao terminar, o orador não teve tempo de sentar-se, pois os cavalos do circo, livrando-se de suas prisões, invadiram a arena, afugentando todos os acadêmicos. “Nunca mais a Academia de Letras de Itaçaraí se reuniu.” 20 boletim MAR 12.indd 20 Em O caçador doméstico aparece um médico de maneira inusitada. A família Freitas arruinou-se com a abolição da escravatura. Tinham mil escravos, que foram libertados pela lei, o que representou a perda de uma grande fortuna. Esses Freitas eram célebres por jamais terem dado uma alforria. Entretanto o velho Freitas, “tendo um escravo mais claro que mostrava aptidões para os estudos, dera-lhe professores e o matriculara na Faculdade de Medicina.” “Quando o rapaz ia terminar o curso, retirara-o dela, trouxera-o para a fazenda, da qual o fizera médico, mas nunca lhe dera carta de liberdade, embora o tratasse como homem livre e o fizesse tratar assim por todos.” São poucas as referências a doenças nos contos, sátiras e crônicas de Lima Barreto. A primeira que aparece é em “Congressos”, crônica que se encontra em Coisas do Reino de Jambom (3) e diz respeito ao seu próprio reumatismo: “Além de outros motivos, devido a um infernal reumatismo que não me deixa, há bem seis anos, e não me deixará nunca (...)”. Ainda na mesma obra, em Egresso de Petrópolis, aparece uremia: ‘Um dia destes, a comadre Eugênia teve um súbito e quase fulminante ataque de uremia.” Mais adiante, um provável caso de tuberculose em Na segunda classe: Pretextata, magra e escaveirada, tossia e cuspia pela portinhola do trem e falava com voz cava e sumida. Quase que como uma confissão. Em O Falso Dom Henrique V de Histórias e Sonhos, Lima Barreto escreve que “O sofrimento e a penúria levavam ao álcool, para esquecer; e o álcool levava ao manicômio”. Em “O filho de Gabriela”, da mesma obra, é descrito o estado deplorável de um menino, que se pode supor consequência de adiantada verminose: “Baço, amarelado, tinha as pernas que nem palitos e o ventre como o de um batráquio”. Finalmente, em “Miss Edith e seu tio”, há um candidato a apoplexia: “Melo era um empregado público, promovido, guindado pela República, que impressionava à primeira vista pelo seu aspecto de candidato à apoplexia.” Referências 1 Seda H: As doenças nos romances de Lima Barreto, Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia 35: 14-17, 2011. 2 Lima Barreto: Bruzundangas, Editora Mérito SA, São Paulo – Rio de Janeiro, 1952. 3 Lima Barreto: Prosa Seleta, Editora Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 2008. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:38 Notas Agenda Chegadas e partidas XVII Congreso de la Liga Panamericana de Asociaciones de Reumatologia – Panlar 2012 Reumatologia perde Geraldo Guimarães da Gama A Sociedade Brasileira de Reumatologia comunica o falecimento em 22/12/2011, aos 89 anos, do professor Geraldo Guimarães da Gama, nosso ex-presidente da SBR, vítima de acidente vascular cerebral. Foi enterrado no Cemitério do Parque da Colina em Belo Horizonte. Era professor aposentado da UFMG, ex-professor-titular de Reumatologia da FMUFMG (antecedeu ao Dr. Paulo Madureira de Pádua e Dr. Marco Antonio P. Carvalho), membro da Academia Mineira de Medicina, do Departamento de História da Medicina da FMUFMG; um dos estudiosos das causas prováveis de morte do Aleijadinho, o maior escultor do barroco mineiro, tendo obra publicada no assunto. Deixou sua esposa Carmem Wagner da Gama e seus cinco filhos. Depoimento Gama foi o primeiro reumatologista mineiro “No início de sua carreira, em 1954, segue para a Europa, onde, durante o ano de 1955, realiza estágio de reumatologia em Paris, por seis meses, com o professor S. de Sèze; depois em Manchester/Inglaterra, por mais seis meses, com o professor Jonas Hendrick Keloren, que acabara de se tornar o primeiro professor de Reumatologia da Inglaterra. Quando retorna em 1955, Gama torna-se o primeiro reumatologista de Minas Gerais e começa em 1956 o atendimento reumatológico a pacientes do Hospital da Baleia. Esse provavelmente é o primeiro atendimento hospitalar em reumatologia do Estado. Em seguida, Gama assume o cargo de professor-assistente da cadeira de Terapêutica Clínica da Faculdade de Medicina, tornando-se, assim, o primeiro reumatologista professor da UFMG. Gama foi presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, entre 1962-1964, ano em que realizou em Belo Horizonte o Congresso Brasileiro de Reumatologia. Lembro-me bem: eu acabara de chegar de minha residência na Alemanha e fui direto para o evento. A SBR não tinha mais que algo superior a duas centenas de membros à época. Ao longo dos anos 60, Gama defendeu sua dissertação de mestrado: “Linfografia em Artrite Reumatoide”, tornando-se o primeiro reumatologista mineiro pós-graduado. Nos anos 50, fundou, com outros colegas, o Instituto Mineiro de Reumatologia e Reabilitação, em Belo Horizonte, o primeiro hospital reumatológico de Minas Gerais. Nessa instituição, foram treinados vários reumatologistas que se tornaram importantes, como Caio Moreira. Gama clinicou, embora de maneira reduzida, até os 84 anos. Tive a felicidade de conviver muito com ele, por termos morado 27 anos no mesmo prédio, à Rua do Mosteiro, em Belo Horizonte. Para as novas gerações de reumatologistas, o nome de Geraldo Guimarães Gama pode soar desconhecido, mas julgo importante que o conheçam, para que os mais jovens entendam melhor a história da reumatologia em Minas Gerais. O nome de Gama está indelevelmente presente na história da reumatologia mineira e brasileira.” Achiles Cruz Filho BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 boletim MAR 12.indd 21 www.reumatologia.com.br Data: 17 a 21 de abril de 2012 Local: Punta Cana – República Dominicana Informações: www.panlar2012.org/app/do/ frontpage.aspx Programa preliminar: destaques Data: 17 de abril • Tratamento da AR: para além de produtos biológicos • Novas terapias para o LES • Terapias Esclerodermia: Atualização Data: 18 de abril • Novas ferramentas de diagnóstico para AO – Avanços no século XXI • Reabilitação na OA. Prevenção e tratamento Tratamento e avaliação com terapia biológica para a Artrite Reumatoide pela RM Data: 19 de abril • Avaliação e uso de RAPID3 / MDHAQ • Mecanismo de resposta imune em Artrite Reativa • Alcançar Resultados ideais no tratamento da Artrite Reumatóide Data: 20 de abril • LES em crianças • Artrite em crianças • Artrite idiopática juvenil sistêmica Data: 21 de abril • Novos conceitos sobre a patogênese do LES neuropsiquiátrico • A osteoporose no envelhecimento • Novas ferramentas para diagnosticar osteoporose XVI Congresso Português de Reumatologia Data: 1 a 5 de maio de 2012 Local: Tivoli Marina Vila Moura Parceiros: Sociedade Brasileira de Reumatologia; Sociedade Espanhola de Reumatologia Informações: spr2012.congressos-online.com Programa preliminar: destaques Data: 1 de maio • Curso de Investigação clínica – como desenhar um projeto de investigação que não vá para a gaveta e seja publicado Data: 2 de maio • Curso de Revisão Avançado de Reumatologia em oito aulas Data: 3 de maio • Espondilartrites em movimento acelerado Data: 4 de maio • LES e Saaf – para além da evidência científica Data: 5 de maio • Pontes para o futuro – colaboração entre registros de doentes 21 23/03/2012 09:15:39 Além da Reumatologia Corrida para baixar estresse e pensar na vida O reumatologista Geraldo Castelar corre desde criança e até hoje usa a atividade para combater a tensão e tomar decisões P ara o reumatologista Geraldo Castelar, correr é um terreno tão conhecido quanto andar. Desde menino ele já corria de casa, na Lagoa, no Rio, até a praia, para economizar a passagem de ônibus. E nessa rotina iam-se lá pelo menos 8 km de corrida a cada vez. Com o tempo, a dedicação só aumentou. E a seriedade também. A corrida passou a ser mais que um prazer. Ganhou cunho profissional quando Castelar começou a participar de maratonas. “Decidi fazer isso ao assistir à primeira maratona do Rio, em 81. Olhando para aqueles corredores pensei: ‘É isso que quero fazer’. E a primeira providência foi tirar o maço de cigarros do bolso e jogar fora, parando de fumar”, lembra. Em 82 lá estava ele correndo na segunda Maratona do Rio. E dedicou-se a maratonas até o ano de 87. “Tive de parar porque não tinha mais tempo, principalmente quando fui para São Paulo fazer minha pós e depois viajei para os EUA, onde fiquei por quase dois anos”. Correr maratona, diz ele, não é nada fácil: “É uma atividade extenuante, muito puxada. Quando se chega ao fim, nos primeiros momentos o desconforto físico e psicológico é enorme. Demoram alguns minutos para que esse mal-estar passe e venham o prazer e o orgulho de ter cumprido o trajeto, não importa em qual tempo”. Enquanto se corre, o esforço é tão grande que se chega até a questionar se aquilo tudo vale a pena, diz Castelar. “Mas, quando se chega ao fim do trajeto, a sensação é maravilhosa”. É por isso que faz parte dos planos de Castelar voltar a participar das maratonas, logo que conseguir ter horários mais flexíveis em sua vida. Por enquanto, ele continua apenas 22 boletim MAR 12.indd 22 “É imprescindível que profissionais da nossa área tenham alguma atividade que possa aliviar a tensão e a pressão diárias.” Maratona Rio 85: Castelar (em segundo plano, de short preto) já corria desde 82. Castelar: corrida sempre que possível, em meio ao cotidiano agitado. correndo, sem compromisso, nem grandes objetivos, a não ser combater o estresse de seu cotidiano profissional. Faz a atividade pelo menos duas vezes por semana. Mas não ouve música durante o trajeto, nem pratica acompanhado de alguém. Simplesmente usa a cabeça para pensar no que precisa fazer, tomar decisões, etc... “Já que a corrida é um exercício solitário e mecânico, é fácil utilizá-la para usar o cérebro em outras coisas”, explica. E além disso seu interesse é também condicionar o corpo. “Perco de 2 kg a 3 kg em cada corrida, o que é ótimo.” “É imprescindível que profissionais da nossa área tenham alguma atividade que possa aliviar a tensão e a pressão diárias. Alguns pintam, outros tocam instrumentos. E outros, como eu, fazem exercícios físicos regulares”, diz Castelar, enfatizando que faz uma enorme diferença no dia a dia o fato de poder desanuviar numa atividade paralela. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/fev/mar/2012 23/03/2012 09:15:39 O único anti-TNF totalmente humano com eficácia em 6 indicações no Brasil em:1-8 2 2 humanizar 2 2 2 2 A Abbott apoia a atualização científica: www.rima.org Referências: 1. Burmester GR, Mease P, Dijkmans BAC, et al. Adalimumab safety and mortality rates from global clinical trials of six immune-mediated inflammatory diseases. Ann Rheum Dis. 2009;68:1863-9. 2. Bula do produto. 3. van der Heijde D, Breedveld D, Kavanaugh A et al. Disease activity, physical function, and radiographic progression after long term therapy with adalimumab plus methotrexate: 5-Year results of PREMIER. The Journal of Rheumatology. 2010;37(11): 2237-46. 4. van der Heijde D, Kivitz A, Schiff MH, et al. Efficacy and safety of adalimumab in patiens with ankylosing spondylitis. Arthritis Rheum. 2006;54:2136-46. 5. Mease PJ, Gladman DD, Ritchlin CT, et al; para o Grupo de estudo sobre eficácia da adalimimab em estudo clinico sobre artrite psoriásica. Adalimumab for the treatment of patients with moderately to severely active psoriatic arthritis: results of a double blind, randomized, placebo-controleed Trial. Arthritis Rheum. 2005;52:3279-89. 6. Saurat JH, Stingl G, Dubertret L et al. Efficacy and safety results from the randomized controlled comparative study of adalimumab vs. methotrexate vs.placebo in patients with psoriasis (CHAMPION). Br J Dermatol. 2008;158:558–566. 7. Hanauer SB, Sandborn WJ, Rutgeerts P et al. Human anti-tumor necrosis factor monoclonal antibody (Adalimumab) in Crohn’s Disease: The CLASSIC-I Trial. Gastroenterology 2006;130:323-333. 8. Lovell DJ, Ruperto N, Goodman S, Reiff A. Adalimumab with or without Methotrexate in Juvenile Rheumatoid Arthritis. N Engl J Med. 2008;359:810-20. HUMIRA® (adalimumabe) – MS: 1.0553.0294. Indicações: Artrite reumatoide, Artrite psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn, Psoríase em placas, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular. Contraindicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade ao adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas invasivas, virais, parasitárias ou outras infecções oportunistas, sepsis, raros casos de tuberculose, candidíase, listeriose, legionelose e pneumocistose foram relatados em pacientes tratados com antagonistas do TNF. Histoplasmose e outras infecções fúngicas invasivas são um risco para os pacientes. Pacientes que desenvolvem uma infecção fúngica grave são também advertidos a interromper o uso de bloqueadores de TNF até que a infecção seja controlada. O tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado ou continuado em pacientes com infecções ativas, incluindo infecções crônicas ou localizadas, até que as infecções estejam controladas. Recomenda-se cautela ao uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: foram relatados casos de tuberculose (frequentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRA® (adalimumabe). Antes de iniciar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente). Se a tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, deve-se iniciar a profilaxia antituberculose apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes portadores crônicos deste vírus, podendo ser fatal. Deve-se ter cautela ao administrar inibidores de TNF em pacientes portadores do vírus da hepatite B. Eventos neurológicos: foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla e doença desmielinizante periférica, incluindo Síndrome de Guillain Barré. Deve-se ter cautela ao considerar o uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com doenças desmielinizantes do sistema nervoso periférico ou central, de início recente ou pré-existentes. Malignidades: foi observado maior número de casos de linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF. Além disso, há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatoide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa do risco. Malignidades, algumas fatais, foram relatadas entre crianças e adolescentes que foram tratados com agentes bloqueadores de TNF. A maioria dos pacientes estava tomando concomitantemente imunossupressores. Casos muito raros de linfoma hepatoesplênico de células T foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. O risco potencial com a combinação de azatioprina ou 6-mercaptopurina e HUMIRA® (adalimumabe) deve ser cuidadosamente considerado. Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRA® (adalimumabe) foram raramente observadas, incluindo reação anafilática. Se uma reação anafilática ou outra reação alérgica grave ocorrer, a administração de HUMIRA® (adalimumabe) deve ser interrompida imediatamente e deve-se iniciar o tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves. Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica. A descontinuação da terapia com HUMIRA® (adalimumabe) deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Uso com anacinra: A combinação de adalimumabe e anacinra não é recomendada. Insuficiência cardíaca congestiva: Casos de piora da ICC também foram relatados em pacientes recebendo HUMIRA® (adalimumabe). Processos autoimunes: o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos autoimunes. Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram síndrome Lúpus símile, o tratamento deve ser descontinuado. Uso em idosos: a frequência de infecções graves entre pacientes com mais de 65 anos de idade tratados com HUMIRA® (adalimumabe) foi maior do que para os sujeitos com menos de 65 anos de idade. Devido a uma maior incidência de infecções na população idosa geral, deve-se ter cautela quando do tratamento de pacientes idosos. Uso na gravidez: este medicamento só deve ser usado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais claramente justificarem os possíveis riscos ao feto. Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe). Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso na lactação: recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Interações Medicamentosas: Metotrexato: não há necessidade de ajuste de doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: o uso concomitante de HUMIRA® (adalimumabe) e anacinra ou abatacepte não é recomendado. Vacinas vivas não devem ser administradas concomitantemente a HUMIRA® (adalimumabe). Não foram observadas interações com DMCDs (sulfassalazina, hidroxicloroquina, leflunomida e ouro parenteral), glicocorticoides, salicilatos, anti-inflamatorios não esteroidais ou analgésicos. Reações Adversas: Reação muito comum: infecções no trato respiratório, leucopenia, anemia, aumento de lipídeos, dor de cabeça, dor abdominal, náusea, vômito, elevação de enzimas hepáticas, rash, dor músculo-esquelética, reação no local da injeção. Reação comum: infecções sistêmicas, infecções intestinais, infecções de pele e tecidos moles, infecções de ouvido, infecções, infecções do trato, infecção do trato urinário, infecções fúngicas, infecções articulares, neoplasia benigna, câncer de pele não melanoma, trombocitopenia, leucocitose, hipersensibilidade e alergia, hipocalemia, aumento do ácido úrico, quantidade anormal de sódio no sangue, hipocalcemia, hiperglicemia, hipofosfatemia, aumento de potássio no sangue, desidratação, alterações de humor, ansiedade, insônia, parestesia, enxaqueca, compressão de raíz nervosa, distúrbio visual, conjuntivite, blefarite, inchaço nos olhos, vertigem, taquicardia, hematoma, hipertensão, rubor, tosse, asma, dispneia, hemorragia gastrintestinal, dispepsia, doença do refluxo gastroesofágico, síndrome Sicca, prurido, urticária, contusões, dermatite, onicoclase, hiperidrose, espasmos musculares, hematúria, insuficiência renal, dor no tórax, edema, alterações da coagulação e distúrbios hemorrágicos, teste para autoanticorpos positivo, aumento de desidrogenase lática no sangue, cicatrização prejudicada. Reação incomum: infecções oportunistas e tuberculose, infecções neurológicas, infecções dos olhos, infecções bacterianas, linfoma, neoplasia de órgãos sólidos, melanoma, púrpura trombocitopênica idiopática, tremor, neuropatia, diplopia, surdez, tinido, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, oclusão arterial vascular, tromboflebite, aneurisma aórtico, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumopatia intersticial, pneumonite, pancreatite, disfagia, edema facial, colecistite e colelitíase, aumento da bilirrubina, esteatose hepática, suores noturnos, manchas, rabdomiólise, lúpus eritematoso sistêmico, noctúria, disfunção erétil, inflamação. Reação rara: pancitopenia, esclerose múltipla, parada cardíaca. Infecções: As infecções consistiram principalmente de nasofaringites, infecções respiratórias superiores, sinusites, bronquites e infecções do trato urinário. Reações adversas de pós-comercialização: diverticulite, linfoma hepatoesplênico de células T, leucemia, anafilaxia, sarcoidose, doenças desmielinizantes, acidente vascular cerebral, embolismo pulmonar, derrame pleural, fibrose pulmonar, perfuração intestinal, reativação da hepatite B, insuficiência hepática, vasculite cutânea, síndrome de Stevens-Johnson, angioedema, aparecimento ou piora da psoríase; eritema multiforme, alopecia, síndrome lúpus símile, infarto do miocárdio. Posologia: Artrite Reumatoide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante: a dose para pacientes adultos é de 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: início do tratamento – Semana 0: 160 mg por via subcutânea ; Semana 2: 80 mg; Manutenção do tratamento: a partir da Semana 4, 40 mg a cada 14 dias. Psoríase: para pacientes adultos é de uma dose inicial de 80 mg por via subcutânea, seguida de doses de 40 mg administradas em semanas alternadas, começando na semana seguinte à dose inicial. Artrite idiopática juvenil poliarticular: para pacientes com idade superior a 13 anos é de 40 mg solução injetável, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registrado por: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.- Rua Michigan, 735 – São Paulo – SP - CNPJ: 56.998.701/0001-16. ABBOTT CENTER: 0800 703 1050. Contraindicações/Precauções: Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose associados ao HUMIRA® (adalimumabe). A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados. Material destinado a profissionais da saúde prescritores. Reprodução Proibida. Produzido em Fevereiro/2012. ABBOTT CENTER Central de Relacionamento com o Cliente 0800 7031050 www.abbottbrasil.com.br boletim MAR 12.indd 23 23/03/2012 09:15:46 www.reumatologia.com.br boletim MAR 12.indd 24 23/03/2012 09:15:49