Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo Fasores 1- FASORES Fasores, são na realidade vetores que giram e uma determinada velocidade em um círculo trigonométrico, dando origem as funções senoidais. Então toda função senoidal pode ser representada por um fasor. A representação fasorial é simples, apesar de se basear na teoria dos números complexos. Lembre-se que toda função senoidal pode ser escrita por: v t = Vmáx sen t Quando colocamos esta função em um círculo trigonométrico, e a fazemos girar com uma velocidade angular , temos a função senoidal originada. Observe a figura 3.13. 190o 210o 230o 250o 30o 50o 70o 90o 270o 290o 310o 330o 350o 110o 130o 150o 170o Figura 3.13 Observe que o fasor foi colocado inicialmente na posição =30o , que corresponde a fase inicial. Se a fase inicial fosse zero =0o , teríamos a situação da figura 3.14. 190o 210o 230o 250o 10o 30o 50o 70o 90o 270o 290o 310o 330o 350o 110o 130o 150o 170o Figura 3.14 Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 1-6 Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo Observe também que o tamanho do fasor é exatamente igual ao máximo atingido pela função, ou seja, sua amplitude. A representação algébrica da notação fasorial é baseada na teoria dos números complexos, porém iremos fazer uma simplificação da teoria, utilizando a análise vetorial com um pouco de trigonometria para entendermos as operações com fasores. Para isto vamos definir dois eixos (figura 3.15), um Real (eixo horizontal) e um Imaginário (eixo vertical). Estes dois eixos formam o que chamamos matematicamente do plano complexo ou plano imaginário. Eixo Imaginário Plano complexo Eixo Real Figura 3.15 A representação de um fasor no plano complexo é muito simples, basta transladarmos o fasor do circulo trigonométrico para o plano complexo, atentos à fase inicial do fasor. Observe a figura 3.16. Eixo Imaginário Z b Eixo Real a Figura 3.16 No plano complexo o fasor pode ser representado por um número complexo Z, que possui uma parte Real a, e uma parte imaginária b. Podemos também representá-lo através de seu módulo (tamanho do fasor) e seu ângulo (fase do fasor). Esta duas formas de representação dão origem as formas retangular e polar de se representar um número complexo discriminadas a seguir. - Forma retangular: Na forma retangular o número complexo (nosso fasor) é representado a seguinte forma: Z = {parte real} + j {parte imaginária} Observe que o termo j representa na teoria dos números complexos a raiz de −1 , porém em nosso estudo, somente será utilizado para identificar a parte imaginária de uma notação fasorial. Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 2-6 Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo - Forma polar: Na forma polar o número complexo (nosso fasor) é representado da seguinte forma: Z = ∣Z∣/ / Onde ∣Z∣ representa o módulo do número complexo, ou seja, o comprimento do fasor, e representa a fase inicial do fasor. Um número complexo Z qualquer, pode ser representado tanto em sua forma retangular, como em sua forma polar, e a transformação de uma forma para outra não passa de uma simples transformação trigonométrica. Observe a figura 3.17. Eixo Imaginário Z b Eixo Real a Figura 3.17 O nosso número complexo Z pode ser representado pela sua forma polar, sendo então: Z=∣Z∣/ Observe que a (parte Real) e b (parte Imaginária) são os catetos de um triângulo retângulo e Z (módulo do fasor) a hipotenusa. Sendo assim, aplicando um pouco de trigonometria, teremos: A parte Real a do número complexo como sendo a projeção horizontal do fasor, dada por: a=∣Z∣cos Já a parte Imaginária b pode ser calculada como sendo a projeção vertical do fasor, dada por: b =∣Z∣sen Podemos também fazer o contrário, aplicando o Teorema de Pitágoras, podemos calcular o módulo Z do número complexo, ou fasor, conhecendo suas partes Real e Imaginária. Então: 2 Z =a2 b2 Já a fase pode ser obtida através da função trigonométrica tangente, pois: tg = b a Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 3-6 Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo Exemplo 1 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Represente as seguintes funções senoidais na forma polar e retangular. a) v(t) = 50 sen (1000t + 30o) V forma polar: o V=50 / +30 V Forma retangular: o a=50cos 30 =43,30 o b=50sen 30 =25 V=43,30j25 V b) i(t) = 2 sen (377t – 45o) A forma polar: o i=2 / −45 V Forma retangular: o o a=2 cos−45 =1,414 e b=2 sen −45 =1,414 i=1,414j1 ,414 A c) v(t) = 180 sen (377t + 90o) V forma polar: o V=180 / +90 V Forma retangular: o o a=180 cos90 =0 e b=180 sen 90 =180 V=j180 V d) i(t) = 10 sen (500t – 90o) A forma polar: o i=10 / −90 A Forma retangular: o o a=10cos −90 =0 e b=10sen −90 =−10 i=−j10 A e) v(t) = 75 sen 800t forma polar: o V=75 / 0 V Forma retangular: o o a=75cos 0 =75 e b=75sen 0 =0 V=75 V Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 4-6 Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo 2- Operações com fasores As operações com fasores, ou números complexos são bem simples, sendo realizadas na forma retangular ou polar: - forma retangular Sejam dois fasores f 1=ajb e f 2=c jd A soma ou subtração na forma retangular é bem simples, pois a fazemos agrupando as partes reais e as partes imaginárias, fazendo assim as operações com cada grupo. Sendo assim: f 1f2 =ajbcjd f 1f2 =acjbd f 1−f2 =ajb−cjd f 1−f2 =ac−jbd O produto pode ser feito aplicando a propriedade distributiva, então: f 1 . f2=ajb.cjd f 1 . f2=a.cj a.djb.cj.j b.d Lembrando que j= −1 j.j= −1 . −1=−1 f 1 . f2=a.c−b.dj a.db.c A divisão não será apresentada aqui, pois sua resolução é muito complicada, sendo esta feita na forma polar. - forma polar Na forma polar a soma e subtração são bem complicadas, portanto não citadas aqui, porém a multiplicação e a divisão são extremamente simples comparadas a forma retangular. Sejam dois fasores f 1=∣f 1∣/ e f 2=∣f 2∣/ . O produto será dado por: f 1 . f2=∣f1∣.∣f 2∣/ Enquanto a divisão: f1 ∣f 1∣ = / − f2 ∣f 2∣ Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 5-6 Eletrônica Básica Prof. Vinícius Secchin de Melo Exemplo 2 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sejam os seguintes fasores: f 1=2 j5, o f 2=4− j3, a) f1 + f2 f 3=20 / 30 e f 4=5 / −45 o . Determine: b) f1 – f2 =2 j54− j3 =24j5− j3 =6 j2 =2 j5−4− j3 =2−4−j5− j3 =−2−j2 c) f1 . f2 o f 1=2 j5 retangular⇒ polar f1=5,38 / 68,2 o f 2=4− j3 retangular⇒ polar f2=5 / −36,8 o o =5,38.5 / 68,2 −36,8 o ou =25,26j15,42 =26,9 / 31,4 d) f 1÷f2 o f 1=2 j5 retangular⇒ polar f1=5,38 / 68,2 o f 2=4− j3 retangular⇒ polar f2=5 / −36,8 5,38 / 68,2o−−36,8 o 5 o ou =−0,27j1 ,04 =1,076 / 105 = e) f3 + f4 o f 3=20 / 30 polar ⇒ retangular f3=17,32 j10 o f 4=5 / −45 polar⇒ retangular f4=3,53−j3 ,53 =17,32 j103,53−j3 ,53 =20,85j6 ,47 ou =21,83 / 17,23 o f) f3 – f4 o f 3=20 / 30 polar ⇒ retangular f3=17,32 j10 o f 4=5 / −45 polar⇒ retangular f4=3,53−j3 ,53 =17,32 j10−3,53−j3 ,53 =13,79j13,53 ou =19,32 / 44,45 o g) f3 . f4 o o =20.5 / 30 −45 o ou =96,59−j25 ,88 =100 / −15 h) f 3÷f4 20 / 30o−−45o 5 o ou =1,036j3 ,86 =4 / 75 = Instituto Federal de Educação do Espírito Santo – Campus Serra 6-6