Rua Barão de Mauá, 100 - Guarulhos - SP - CEP 07012-040 - Ano XI - Nº 49 - Setembro e Outubro de 2008 Medicina não-transfusional, uma tendência mundial Esta alternativa, nos países de primeiro mundo, já está bem estabelecida como prática médica cientificamente comprovada. No Brasil, já podemos contar com médicos peritos nesta tendência. Saiba mais na página 6. O uso da Luz Intensa Pulsada e Nd Yag Laser na Dermatologia Página 5 XVIII Jornada de Pediatria de Guarulhos Na página 2 os temas deste importante evento Memória Aos 76 anos, José Nicola Ballini, um dos fundadores do Hospital Carlos Chagas, deixa saudades aos familiares, amigos, colegas e pacientes. Página 3 2 Eventos Eventos do Centro de Estudos do Hospital Carlos Chagas Aconteceu... 13/09/2008 - XVIII JORNADA DE PEDIATRIA DE GUARULHOS ta Pediátrico USP-FMRP Primeira Hora no Atendimento de Choque Séptico: Prof. Dr. José Roberto Fioretto / Livre Docente em Pediatria da FM BOTUCATU-UNESP Monitoração de Eventos Adversos em Pediatria: Prof. Dr. Juang Horng Jyh / Doutor em Pediatria pela FM BOTUCATU-UNESP/ HMCC-Tatuapé Julho, Agosto, Setembro e Outubro/2008. Local: Espaço Médico do Hospital Carlos Chagas Rua Barão de Mauá, 100 – 7º andar. B. de B Kuhn / Diretora Técnica do Hemocentro São Lucas - Hemomed Farmacêutica responsável pelo Laborat. De Terapia Celular do Hemocentro São Lucas Dra.Laura Yolanda Chialanza Garcia/ Médica oncohematologista do Serviço de Oncologia e Hematologia da Hemomed no Hospital Carlos Chagas 30/10/2008 9ª. REUNIÃO: “ O uso da Luz Intensa Pulsada e Nd Yag Laser na Dermatologia” Dra.Claudia Cabral de Oliveira Cardozo e Dra. Adriana de Souza Fernandes / Médicas Dermatologistas do Hospital Carlos Chagas. Um grande público esteve presente à Jornada Abertura: Dr.Fusato Tamanaga – Presidente Centro de Estudos Hospital Carlos Chagas Homenageados: Presidente de Honra da Jornada: Dr.Dilson Costa de Menezes / Pediatra do Hospital Carlos Chagas. Presidente da Jornada: Dr. Daniel Katayama / Instituto da Criança - FMUSP I CONFERÊNCIA: Qualidade na Assistência em Saúde Pediátrica - Profa.Dra.Luciana R. Carpanez Correa / ANVISA Presidente: Dr. José Carlos Yamashiro / SEISA – Assistência Médica MESA REDONDA: PEDIATRIA AMBULATORIAL Coordenadora: Profa. Dra. Jaqueline Tonelotto / FUABC Diabetes - Prof. Dr. Walter Perez Scaranto / Intensivista Pediátrico do HMCC - Tatuapé e FUABC Indicações da Amigdalectomia X Abordagem Clínica - Prof. Dr. Leandro Franze / Preceptor de ORL do CEMA Nutrição Saudável do Lactente -Profa. Dra. Fabiola Isabel Suano de Souza / Nutróloga Pediátrica - FUABC II CONFERÊNCIA: Achados na Ressonância Magnética, em Crianças Portadoras de Retardo Mental Idiopático - Prof. Dr. Marcos Duchene / Doutor em Radiologia - USP/Ressonância Magnética do HCC MESA REDONDA: EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Coordenador: Dr.Paulo César Falcão de Paiva / Maternidade Jesus, José e Maria. Criança com Insuficiência Respiratória Aguda -Prof. Dr. Rodrigo de Freitas Nóbrega/ Intensivis- Grupo de Reflexão – Espaço para reflexão de temas relativos a transtornos emocionais ou mesmo filosóficos, permitindo aos profissionais da saúde elaborar suas próprias experiência de vida e também perceber a importância destas situações no relacionamento com os pacientes. 24/07/2008 e 28/08/2008 - Desenvolvimento Humano – Limites Facilitadores – Dra. Cristina de Lima Coimbra, médica psiquiatra do Hospital Carlos Chagas e Dra. Rosimeire Lopes, psicóloga da Seisa Assistência Médica. Café da Manhã & Discussões de Casos Clínicos ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS COM AS VÁRIAS ESPECIALIDADES NAS ÁREAS DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICA, VISANDO A DISCUSSÃO DE CASOS E TROCAS DE INFORMAÇÕES. 31/07/2008 6ª. REUNIÃO: Alguns Aspectos da Medicina Forense – “ A Função Médica Legal e a Policia Científica” – Dr.Sergio José Zeri Nunes / Radiologista do Serviço de Ultrassonografia do Hospital Carlos Chagas / Médico Legista da Policia Científica de São Paulo. 28/08/2008 7ª. REUNIÃO: “Dor e suas Complicações” Dr.Roberto de Oliveira Rocha / Médico do Ambulatório da Dor do Hospital Carlos Chagas. 25/09/2008 8ª. REUNIÃO: “Terapia Celular” (Avanços Tecnológicos e Aplicações Clínica) – Telma Ingrid Agende-se: 13/11/2008 – 19h15 - fone: 2408 5105 / 2463 5111 Grupo de Reflexão: Ganhos e Perdas em 2008 & Projetos para 2009 Facilitadores – Dra. Cristina de Lima Coimbra, médica psiquiatra do Hospital Carlos Chagas e Dra. Rosimeire Lopes, psicóloga da Seisa Assistência Médica. 27/11/2008 – 07h30 - fone: 2408 5105 / 2408 7788 Café da Manhã & Reunião Científica: “Medicina Não-Transfusional, Uma Tendência Mundial” Palestrante: Dr Fernando José Cabral Clínica Médica e Medicina Não-Transfusional Educational Externship at The New Jersey Institute for the Advancement of Bloodless Medicine and Surgery at Englewood Hospital and Medical Center, Englewood – NJ, USA. Membro ativo da SABM-Society for the Advancement of Blood Management, Milwaukee – WI, USA. Local: Espaço Médico do Hospital Carlos Chagas Rua Barão de Mauá, 100 – 7º andar – Centro Guarulho Hospital Carlos Chagas de Guarulhos foi referência para o transplante de córnea do caso Eloá. Na próxima edição, detalhamento científico e técnico dos cirurgiões oftalmologistas Dr.Benny Apelbaum e Dra.Yeda Maria Rabboni sobre transplante de córnea. Centro de Estudos em Notícias – Informativo bimestral do Centro de Estudos do Hospital Carlos Chagas dirigido aos profissionais de saúde. Diretoria biênio 2006/2007 – Presidente: Dr. Fusato Tamanaga; Vice-presidente: Eduardo Kamei Yukisaki; Diretora Executiva: Iliana Michelin; Vice-Diretor Executivo: Dr. Francisco Romano; Diretora de Documentação: Drª. Lílian S. Balini Caetano; Diretor de Cursos: Dr. José Carlos Yamashiro; Auditor: Dr. Edmundo Vieira Prado Filho; 1ª. Tesoureira: Regina Célia M. Baptista; 2ª. Tes.: Eliane Maria F. Alemão; 1º. Secretário: Dr. Luiz Cláudio Bosco Massarolo; 2º. Sec.: Rubens A. M. Batista; Suplente: Enf. Rosângela de Oliveira Santos - Conselho Editorial: Dr. Dácio Montans; Eduardo Kamei Yukisaki; Dr. Fusato Tamanaga; Dr. Mauro Uehara (in memorium) – Diretora Responsável: Iliana Michelin – Projeto e Produção: Heldier Tadeu Damasceno & AGPM – Agência Guarulhos de Publicidade e Marketing – Projeto Gráfico e diagramação: Fernando Porfírio Memória/Tecnologia Dr. Ballini deixa Saudades F aleceu em 28 de família dispunha. Com Setembro de 2008, bondade extrema e simpaaos 76 anos, o Dr. tia contagiante a todos conJosé Nicola Ballini, no quistava e a ninguém deHospital Carlos Chagas cepcionava, principalmente em Guarulhos, do qual como médico, durante quafoi um dos fundadores, se meio-século, em que sua dedicando a ele grancompetência e responsabide parte da sua vida lidade possibilitaram a cura e deixando a todos os e a recuperação de milhares que tiveram o privilégio de pacientes na cidade de de compartilhar da sua Guarulhos e de São Paulo, carreira um motivo de onde trabalhou como cirurorgulho e, ao mesmo gião no Hospital do Servidor tempo, a responsabilida- Dr. José Nicola Ballini Público Estadual. de de dar continuidade ao seu legado sem Como tudo é efêmero, assim foi a sua exisdecepcioná-lo. tência na Terra, apesar de que nessa passagem O Dr. Ballini foi um desses homens com- por esse mundo ele mudou a vida de muitas pletos, difíceis de encontrar, dotado de in- pessoas para sempre. Obrigado Dr. Ballini. teligência rara, determinação, persistência e dedicação; formou-se em 1º lugar na 41ª Dr. Edmundo Vieira Prado Filho, Diturma da Faculdade de Medicina da Univerretor Clínico, em nome de todos colabosidade de São Paulo (USP) em 1958, apesar radores do Hospital Carlos Chagas dos poucos recursos financeiros de que sua Tomografia computadorizada multislice N os anos 70 surgiram os primeiros equipamentos de tomografia computadorizada revolucionando a forma de diagnóstico que utilizava radiação ionizante. A tomografia passou a identificar estruturas com pequenas diferenças em seus coeficientes de atenuação. No entanto, o tempo de aquisição e qualidade das imagens ainda era bastante limitante, restringindo o uso apenas ao crânio do paciente, com tempo de aquisição superior a 1 minuto para cada imagem. Nos anos 80, surgiu a tecnologia dos anéis deslizantes que foi chamado de helicoidal ou espiral, que já reduzia o tempo de exames e permitia reconstruções em vários planos. Em 1998 surgiu o primeiro equipamento “mutislice”, capaz de realizar quatro imagens por rotação. Após esse período, a evolução foi bastante acelerada, atualmente com aparelhos que apresentam grande velocidade de aquisição de imagens com alta qualidade de definição das mesmas. Vantagens do tomógrafo multislice Redução no tempo de aquisição das ima- gens, um exame é feito em segundos, com isto reduzindo o número de procedimentos anestésicos. Melhor qualidade da imagem, capacidade de gerar finos cortes das regiões anatômicas pela aquisição volumétrica, não havendo necessidade de aquisição em outras posições (que eram bastante desconfortáveis), pois o aparelho faz reconstruções de altíssima qualidade para diversos planos e espessuras de corte, com uma única aquisição de imagem. Menos artefatos que eram gerados com materiais metálicos. Menor volume de contraste, sem prejuízo para a qualidade das imagens. Mesas programadas para suportar pesos elevados. Excelente definição de estruturas vasculares comparáveis à angiografia digital, com a vantagem de ser um estudo não invasivo. Dra. Enilda M.C.Coelho Médica Radiologista do Serviço de Tomografia do Hospital Carlos Chagas 3 4 Visita Dr. Martin Roser em visita ao Brasil N o último mês de outubro o Bucocirurgião Plástico e Bucomaxilofacial alemão, Martin Roser, esteve em visita ao nosso país para uma série de eventos, dentre eles uma palestra realizada no Hospital Samaritano no dia 21, sob a coordenação dos doutores Antonio Carlos Maluli e Antonio Hoppe, patrocinada pelas empresas Foccus e Anton Hipp, cujo resumo encontra-se abaixo. Na ocasião, ele esteve acompanhado pela Equipe de Cirurgiões Bucomaxilofaciais do Hospital Carlos Chagas e que também atuam nos Hospitais Samaritano (Higienópolis-SP) e São Camilo (Ipiranga-SP). Resumo da Palestra Na primeira conferência dois tópicos principais foram enfocados: o tratamento de fraturas severas na face média e de mandíbulas atróficas. Em casos de fraturas complexas do esqueleto facial há uma seqüência de tratamento específico que ajuda o cirurgião maxilofacial a reconstruir a face humana com sua aparência original. Em casos de mandíbulas atróficas fraturadas as placas fixadas no osso acometido devem ser resistentes. A segunda conferência enfocou o planejamento e técnicas utilizadas nas cirurgias ortognáticas. Isto significa o tratamento cirúrgico das enfermidades tanto do maxilar como da mandíbula sempre apresentando uma aproximação interdisciplinar dos ortodontistas e cirurgiões maxilofaciais. O terceiro tópico foi sobre a cirurgia reconstrutiva da mandíbula e face média que deve ser feita depois de cirurgia ablativa ou trauma severo com perda óssea e de tecidos adjacentes. Atualmente os enxertos microvasculariza- Dr. Martin Roser durante a palestra no Hospital Samaritano dos ajudam a substituir esses defeitos dos pessoas, entre profissionais da área métecidos ósseos e adjacentes permitindo que dica e convidados, em 22 de outubro foi a reconstrução estética e funcional devol- realizado um descontraído coquetel de va a qualidade de vida à maior parte dos despedida do Dr. Martin Roser que, com pacientes. sua simpatia e acessibilidade, agradou a todos. Durante o evento, Martin Roser Coquetel no Hospital Carlos Chagas animadamente falou sobre suas experiCom a presença de aproximadamente 30 ências e modo de vida na Alemanha. Equipe de Cirurgiões Bucomaxilofaciais, do Hospital Carlos Chagas, em visita à Alemanha. Dr. Roser, à esquerda, juntamente com seu colega alemão dr. Gerhard Hipp é homenageado pelo Hospital Carlos Chagas. A partir da esquerda: dr. Tony Garcia; dra. Lilian Ballini e o dr. Antonio Maluli Orientação 5 Uso da Luz Intensa Pulsada e Nd Yag Laser na Dermatologia N os últimos anos, novos aparelhos de laser e luz intensa pulsada(LIP) vêm sendo desenvolvidos para o tratamento de diversas dermatoses. Os aparelhos de LIP são sistemas que utilizam uma luz intensa de flash, controlados por computador e que emitem um amplo espectro de luz, variando na faixa 400 a 1.200nm. Agem pelo mecanismo da fototermólise seletiva e a multiplicidade de comprimentos de onda permite que seja versátil, podendo ser utilizada em várias terapias dermatológicas. A LIP não é um laser e apresenta características diferentes deste. Tem vários comprimentos de onda e emitem luz branca intensa. A seleção do comprimento de onda é feita através de filtros acoplados às ponteiras de disparo e é através desta seleção que consegue-se atingir determinadas estrutura da pele (alvos), com maior ou menor intensidade. Os principais tecidos alvo da LIP são a oxihemoglobina, a melanina, os folículos pilosos e o tecido colágeno. As suas principais indicações são alterações vasculares (rosácea, poikilodermias, teleangectasias faciais), epilação, fotoenvelhecimento facial, manchas hipercrômicas (lentigos, melanoses actínicas, melasma etc), poros dilatados, cicatrizes de acne, melhora da textura da pele e rugas finas. A ação no colágeno (fotorejuvenescimento) é feito de forma não ablativa (sem destruição de tecido) e podemos destacar as seguintes vantagens do procedimento: 1. mínimo tempo de recuperação; 2. Pode ser realizado em peles de fototipo I – IV (peles brancas ou morenas); 3. Tratamento de múltiplas lesões (vasculares, pigmentadas, fotoenvelhecimento, rugas, acne e irregularidades da textura da pele; 4. Procedimento seguro com baixa incidência de complicações; 5. Tratamento bem tolerado pelos pacientes, com mínimo desconforto. A melhora da aparência das rugas, tamanho dos poros e na textura da pele que o paciente observa após o tratamento de fotorejuvenescimento, ocorre através da produção de colágeno subdérmico e intradérmico e utiliza o princípio da fototermólise seletiva. O acúmulo de novo colágeno dérmico atra- vés de múltiplos tratamentos resulta em um espessamento da derme e uma suavização na aparência das rugas, das irregularidades na textura ou no tratamento dos poros. Essas mudanças devem ocorrer com mínimo risco e sem que o paciente tenha que se ausentar das suas atividades regulares. A fim de aprimorar os resultados, é de grande importância estabelecer um programa de tratamento específico para as características da pele do paciente. Faz-se uma sessão a cada 20 ou 30 dias, em uma média de 4 a 8 sessões. Para garantir a manutenção dos resultados obtidos, o paciente deverá realizar uma nova sessão a cada 6 ou 12 meses. Contra-indicações: Pacientes que fazem uso de medicamentos fotosensíveis; Pacientes que fazem uso de isotretinoína oral (Roacutan) - Obs.: o tratamento deve ser iniciado 3 meses após a interrupção do mesmo; Gravidez; Fototipos V e VI (peles negras); Pessoas bronzeadas pelo sol ou artificialmente deverão aguardar 1 mês para a aplicação do laser; Histórico de coagulopatias hemorrágicas; Lesões cutâneas neoplásicas; Uso de anticoagulantes; Expectativas não realistas. Reações adversas - Luz Pulsada São raras, mas podem acontecer: bollhas transitórias, crostas , hipo ou hiperpigmentação, cicatrizes hipertróficas e quelóides. As alterações da pigmentação são geralmente transitórias, e o paciente deve ser orientado ao uso diário de filtro solar FPS elevado, associado a despigmentantes tópicos. O Nd Yag laser(Neodínio YAG) de pulso longo tem somente um comprimento de onda (1064nm) e a sua cor é vermelha intensa. As principais estruturas atingidas por este laser são vasos sangüíneos e folículos pilosos. É mais indicado para epilação de peles negras e no tratamento de desordens vasculares (microvarizes, hemangiomas, nervos rubis etc) Durante a aplicação do laser poderá acontecer sensação de queimação e aquecimento, que pode ser aliviada com o resfriamento prévio da pele com bolsas de gelo ou através do disparo de jato cryo antes ou depois do laser (recurso já acoplado à máquina). O número de sessões para um resultado favorável é variável caso a caso, girando em torno de 5 a 8 sessões. Reações adversas - Nd Yag Laser Podem surgir eventualmente a presença de bolhas, crostas e máculas hipercrômicas transitórias. Hipocromia pós laser, cicatrizes hipertróficas e quelóides são raros. Antes de iniciar a primeira sessão, o paciente deverá receber um impresso contendo informações e orientações pré e pós laser e, em seguida, deverá assinar um termo de consentimento informado, autorizando o Dermatologista a realizar o tratamento.A documentação fotográfica (antes e no final do tratamento) é de grande importância e deverá permanecer junto ao prontuário do paciente. Este serviço já está à disposição no Ambulatório do Hospital Carlos Chagas. Dra. Cláudia Cabral de Oliveira Cardozo - Médica dermatologista do Hospital Carlos Chagas - Sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, responsável pelo Consultório de Cosmiatria do Hospital Carlos Chagas 6 Tendência Medicina não-transfusional, uma tendência mundial A hemoterapia é um procedimento largamente utilizado e estudado ao longo das últimas seis décadas. Seu progresso permitiu avanços científicos nos campos da medicina clínica e cirúrgica. Então, por que a Medicina Não-Transfusional é uma tendência mundial? 1. Falta de reposição de estoque em velocidade adequada nos bancos de sangue; 2. Possibilidade de contaminação por agentes infecciosos oriundos de hemocomponentes; 3. Imunossupressão do paciente transfundido; 4. Prejuízos na microcirculação e reologia sanguínea do receptor; 5. Grupo religioso chamado Testemunhas de Jeová que reivindica o direito legal de ser tratado sem transfusão de hemocomponentes. É nesse panorama mundial que a Medicina Não-Transfusional começou a se desenvolver. O que é a Medicina Não-Transfusional Medicina Não-Transfusional consiste em tratar o paciente sem o uso de sangue total ou hemocomponentes. Para isso, ela se coloca como uma nova maneira de raciocinar clinicamente, na qual a microcirculação e a reologia do sangue recebem atenção primária. Por exemplo, sabemos que para evitar a morte celular por asfixia, não basta a hemácia transportar oxigênio. É preciso que ela seja capaz de entregar oxigênio no interior dos tecidos. Assim, uma boa oximetria de pulso indica que as hemácias estão saturadas de oxigênio, mas não revela nenhuma informação sobre como esse oxigênio está sendo entregue às células na microcirculação. Ao analisar um hemograma, o médico verifica a situação da macrocirculação. Porém, normalmente, o hematócrito microcirculatório é de 30% a 50% mais baixo do que o contido no hemograma e ele só se altera quando o hematócrito macrocirculatório cair em 50%. E, até que isso ocorra, o organismo lança mão de mecanismos compensatórios da anemia, tal como a vasodilatação capilar promovida pelo óxido nítrico produzido pelo endotélio vascular, desde que seja mantida a condição de normovolemia. Se a transfusão de hemácias for realizada nessa fase compensatória, ela só resultará em malefício clínico, porque: Dr. Fernando José Cabral no Congresso Científico da SABM/USA 1) Hemácias estocadas possuem elasticidade prejudicada e entopem a microcirculação; 2) Concentrado de hemácias possui grande concentração de hemoglobina livre que consome o óxido nítrico que seria usado para produzir a vasodilatação compensatória; 3) Hemácias estocadas possuem baixa concentração de 2,3 DPG que é indispensável para a rotação espacial da molécula de hemoglobina e conseqüente liberação da molécula de oxigênio para a célula. Ou seja, hemácia estocada é boa transportadora de oxigênio mas não é boa entregadora de oxigênio. O desenvolvimento de Fatores de Crescimento Hematopoéticos recombinantes permitiu um grande avanço no campo da medicina não-transfusional. Atualmente, temos estimuladores recombinantes para as três séries mielocíticas: eritrócitos (eritropoetina), granulócitos (filgrastim e sandograstim) e plaquetas (interleucina 11 – oprevelcin). Além disso, a reposição de hematínicos estruturais (ferro) e com função bioquímica (folato; vitaminas B6, B12 e C) completam o arsenal de estimulação hematopoética. Para os quadros de perda sanguínea, a medicina não-transfusional lança mão de agentes hemostáticos diretos (selantes teciduais; gel de plaquetas; cola de fibrina e gelatina) e indiretos ou medicamentosos. O arsenal farmacológico disponível é variado e podemos destacar: vitamina K; desmopressina; antifibrinolíticos; fatores de coagulação recombinantes ou oriundos do plasma do doador; complexo protrombínico; crioprecipitado; análogos da somatostatina; etc. Quando há a necessidade de expansão volêmica, os cristalóides e os colóides podem ser usados com sucesso. O avanço da cirurgia dentro da Medicina Não-Transfusional tem sido possível graças ao desenvolvimento de técnicas com dissecção e hemostasia meticulosas; anestesia hipotensiva e hipotérmica; aparelhos de recuperação intra-operatória de eritrócitos; hemodiluição normovolêmica intra-operatória e bisturis hemostáticos. A Medicina Não-Transfusional também abre uma nova aplicação para a medicina hiperbárica no campo de anemia aguda grave. Sabe-se que em alta pressão, o oxigênio é dissolvido no plasma e isso compensa a falta de eritrócitos para transportá-lo. No Brasil, nós já podemos contar com médicos peritos na Medicina Não-Transfusional, alguns, inclusive, treinados em grandes centros de ensino nos Estados Unidos da América e filiados à SABM – Society for the Advancement of Blood Management, com sede em Wisconsin, EUA. A SABM realiza Congressos Médicos anuais que têm sido freqüentados por médicos brasileiros. Nos países de primeiro mundo, a Medicina Não-Transfusional já está bem estabelecida como prática médica cientificamente comprovada. No Brasil, nós vemos uma adesão crescente de médicos que ficam convencidos de que, conforme os trabalhos científicos têm mostrado, quando realizável, ela é menos onerosa e mais desprovida de efeitos colaterais. Obviamente, a hemoterapia, enquanto prática médica cientificamente comprovada, continuará a desempenhar seu importante papel no avanço da medicina. Porém, a Medicina Não-Transfusional desponta como uma necessidade atual em decorrência de fatores sociológicos, bioéticos, científicos e até religiosos. É mister que o médico moderno esteja aberto a novas posturas de raciocínio clínico cientificamente embasado quando a realidade histórica o exigir. Dr. Fernando José Cabral Clínica Médica e Medicina Não-Transfusional - Educational Externship at The New Jersey Institute for the Advancement of Bloodless Medicine and Surgery at Englewood Hospital and Medical Center, Englewood – NJ, USA. Membro ativo da SABM-Society for the Advancement of Blood Management, Milwaukee – WI, USA. Expectativa Centro de Estudos 2008 Ano Findo.... Tudo que aconteceu foi bom. Aos que colaboraram com o Centro de Estudos:- AGRADECIMENTOS Início de Novo Ano:- Tudo que acontecer será melhor ainda.... A Direção O s eventos em número de dezenove com um único objetivo: EDUCAR A adesão de novos colegas que irão participar da nova diretoria do Centro de Estudos:-NOVOS PENSAMENTOS Tomada de novos rumos:- HORIZON- TE MAIS AMPLO Àqueles que o Pai Misericordioso chamou tirando-os do nosso convívio:- PLEITO DE SAUDADES 7 8 Vida Ser Criança é.. . ...brincar, correr, perdoar, não guardar mágoas e ser Feliz... É viver na eternidade, sonhar sonhos de esperança para encontrar um Mundo Melhor. Então, cante, dance, pule, sorria e desperte a sua criança interna. Feliz Dia das Crianças, seja qual dia for hoje, seja qual for a sua idade. Pois ser criança é ser e colaborar para a felicidade de todos! Homenagem do Hospital Carlos Chagas e sua Comissão de Humanização às crianças e aos seus colaboradores que, com brincadeiras e brindes, tiveram um lindo 12 de outubro. Nestas imagens, um retrato de um Feliz 12 de outubro.