Qualidade microbiológica de água purificada

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Qualidade microbiológica de água purificada
Anna C. Gambaro¹, Bárbara A. Pereira¹, Bruna L. Nascimento¹, Carine Marmentini¹, Thiago O. Santos1, Helena T.T.
Mizuta2
Acadêmico(a) do curso de Farmácia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Campus Cascavel.
Docente do curso de Farmácia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Campus Cascavel.
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*[email protected]
Palavras-chave: controle microbiológico; água purificada.
Introdução
De acordo com a Farmacopeia Brasileira, existem
basicamente três tipos de água para uso farmacêutico: a
água purificada (AP); a água para injetáveis (API) e a
água ultrapurificada (AUP) (Brasil, 2010). Há diferentes
tecnologias que podem ser empregadas para a produção
de AP. Geralmente, a AP é produzida através de
destiladores,
deionizadores,
osmose
reversa,
ultrafiltração e/ou eletro-deionização. Contudo, o mais
comum é uma combinação dessas tecnologias (Brasil,
2013). O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade
microbiológica da água purificada de laboratórios da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de
Cascavel.
Materiais e Métodos
Realizou-se a coleta de sete amostras de água
purificada, obtidas por destilação ou deionização de
diferentes laboratórios de aulas práticas de cursos das
áreas da Saúde e Ciências Biológicas e pesquisa da
UNIOESTE, Campus de Cascavel, no período de abril a
maio de 2016. Todas as amostras foram coletadas de
barriletes destinados ao armazenamento de AP dos
laboratórios. Foram utilizados frascos estéreis contendo
tiossulfato de sódio 10% (0,1 g para 100 mL de
amostra), sendo que o volume coletado foi de 300 mL
por amostra. As análises microbiológicas foram
realizadas conforme descrito pela Farmacopeia
Brasileira (Brasil, 2010).
Resultados e discussão
De acordo com a Farmacopéia Brasileira (2010), a água
purificada deve atender às especificações: ausência de
Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli em 100
mL de água e a contagem total de bactérias mesófilas
não deve ultrapassar 100 UFC/mL. Quando presentes,
as bactérias podem afetar a qualidade da água por
desativar reagentes ou alterar substratos por ação
enzimática, aumentar o conteúdo de carbono orgânico
total, alterar a linha de base (ruído de fundo) em
análises espectrais e produzir pirogênios e endotoxinas
(Brasil, 2010). Das sete amostras de água purificada
coletadas de diferentes laboratórios da Unioeste, seis
(85,71%) apresentaram contagem de bactérias mesófilas
menor do que 10 UFC/mL. Uma das amostras
apresentou 3,50 x 103 UFC/mL de bactérias mesófilas,
ou seja, acima do limite permitido. Na pesquisa de E.
coli e P. aeruginosa, não foram encontradas amostras
com resultado positivo. O laboratório cuja amostra
indicou contaminação por bactérias mesófilas acima do
permitido pela legislação foi informado sobre os
resultados obtidos para as devidas providências. Como a
amostra encontrava-se armazenada em barrilete, a
contaminação excessiva da água pode ter ocorrido neste
recipiente, por falta de limpeza e/ou limpeza inadequada
do mesmo. Quando a AP é armazenada em barriletes e
mantida à temperatura ambiente, essa é particularmente
suscetível
à
contaminação
microbiológica,
principalmente quando os equipamentos permanecem
estáticos durante períodos de pouca ou nenhuma
demanda de água (Brasil, 2013). Portanto, é de suma
importância a adoção de mecanismos de controle
microbiano e sanitização dos sistemas de purificação de
água. Recomenda-se que este estudo seja realizado
periodicamente para permitir o monitoramento da
qualidade microbiológica da AP dos laboratórios desta
instituição de ensino.
Conclusão
A maioria (85,71%) dos sistemas de purificação e
armazenamento de água dos laboratórios avaliados
mostrou-se eficiente, garantindo a qualidade necessária
dentro dos parâmetros microbiológicos farmacopeicos.
Agradecimentos
À Unioeste, Campus de Cascavel.
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Referências
Brasil (2010). Farmacopeia Brasileira. 5.ed.
Brasil (2013). Guia de Qualidade para Sistemas de
Purificação de Água para Uso Farmacêutico.
Brasília, 2013.
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