Hipertensão arterial em crianças em crianças e

Propaganda
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
E-5
Hipertensão arterial em crianças em crianças e adolescentes
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) na infância é rara e sua incidência, muitas vezes, é
subestimada pela dificuldade do diagnóstico, que requer técnica, material e ambiente adequados para a
medida da pressão arterial (PA)1.
Embora a prevalência e a incidência da HAS em crianças sejam desconhecidas, estudos
mostram uma prevalência estimada de 4,5%2. Uma recente pesquisa conduzida pelo National Health
and Nutrition Examination Survey (NHANES) em crianças de 8 a 17 anos mostrou uma prevalência de
pré-hipertensão e HAS de 10% e 4%, respectivamente3. Já a prevalência da crise hipertensiva na
infância ainda é desconhecida e estima-se que esteja em torno de 1 a 2% dos casos de HAS4.
OBJETIVO
Facilitar o diagnóstico e o manejo da hipertensão arterial sistêmica (HAS) em crianças.
APLICABILIDADE
Crianças e adolescentes de 1 a 17 anos com diagnóstico de HAS.
DIRETRIZ
Como medir a PA em crianças:
Para uma medida adequada da PA em crianças, é importante um ambiente tranquilo, um
manguito apropriado e o conhecimento da técnica (Tabelas 1 e 2)1,5. Na dúvida em relação ao tamanho
do manguito, dar preferência pelo tamanho maior. Além disso, deve-se evitar uso de drogas ou
alimentos estimulantes, manter a criança tranquila por pelo menos 5 minutos, em posição sentada, com
os pés no chão e o membro superior direito sustentado com a fossa cubital ao nível do coração1.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Tabela 1. Recomendações sobre o tamanho do manguito
Manguito
Características
Comprimento
80-100% CB
Largura
40% CB
Menor
Aumenta PA
Maior
Diminui PA
CB - circunferência do braço (em centímetros), medida no ponto médio entre o acrômio e o olecrano.
1, 6
Tabela 2. Dimensões para o manguito inflável
Faixa etária
Largura (cm)
Recém-nascido
4
Lactente
6
Pré-escolar
9
Escolar/adolescentes
10 a 16
Coxa
20
Comprimento (cm)
8
12
18
24 a 38
42
A pressão arterial sistólica (PAS) é determinada pelo primeiro som de Korotkoff (K1) e a pressão
arterial diastólica (PAD) pelo quinto som de Korotkoff (K5) ao desaparecimento do som, exceto quando
o mesmo não desaparece; neste caso, a PAD é determinada no momento da diminuição do som que
corresponde ao quarto som de Korotkoff (K4)1.
Definição de HAS em crianças:
A HAS em crianças é classificada baseando-se no percentil de pressão arterial1. O guideline do
National High Blood Pressure Education Program (NHBPEP) Working Group on Children and
Adolescents forneceu tabelas definindo a pressão arterial baseada no sexo, idade e percentil de
estatura para crianças de 1 a 17 anos (Tabelas 3 e 4)1,2.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Tabela 3. Níveis de PA para Meninos por idade e percentil de estatura
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Tabela 4. Níveis de PA para Meninas por idade e percentil de estatura .
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Essas tabelas revisadas incluem os percentis 50, 90, 95 e 99, o que facilitou identificar os
pacientes que necessitavam apenas de mudanças no estilo de vida1. O percentil da estatura é
determinado pelas curvas de crescimento do CDC (National Center for Chronic Disease Prevention and
Health Promotion, 2000)1, disponíveis no site http://www.cdc.gov/growthcharts/charts. (anexo 1).
A Tabela 5 mostra a definição de pressão arterial normal, pré-hipertensão e HAS em crianças.
1, 6
Tabela 5. Definição de HAS em crianças
*
Pressão arterial normal
PAS e PAD < p 90
*
Pré-HAS
PAS e/ou PAD > p 90 e < p 95
*
HAS
PAS e/ou PAD > p 95
*
HAS – estágio 1
PAS e/ou PAD entre p 95 e < p 99 + 5 mmhg
*
HAS – estágio 2
PAS e/ou PAD > p 99 + 5 mmhg
PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica;
*
média de 3 medidas para idade, sexo e percentil de estatura
*
Adolescentes pré-hipertensos: PA > 120/80 mmHg e abaixo do P 95
A medida da PA em crianças previamente hígidas é obrigatória a partir dos 3 anos de idade,
sendo a auscultação o melhor método1. Medidas acima do P90 obtidas por método oscilométrico devem
ser repetidas por auscultação1. Dispositivos automáticos para medir PA são preferidos em neonatos e
lactentes, nos quais a auscultação é difícil, e em ambiente de cuidados intensivos onde a medida de PA
é frequente1. Medidas elevadas isoladas devem ser repetidas em pelo menos 3 ocasiões diferentes se a
criança estiver assintomática1.
Em situações específicas, a medida da PA dever ser realizada antes dos 3 anos de idade
(Quadro 1)1.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Quadro 1. Situações clínicas que necessitam da medida da PA antes dos 3 anos de idade
História de prematuridade, muito baixo peso ao nascer, ou outra complicação neonatal que necessitou
de cuidados intensivos
História de cateterização umbilical
Cardiopatia congênita (corrigida ou não-corrigida)
Infecções recorrentes do trato urinário, hematúria ou proteinúria
História familiar de doença renal congênita
Transplante de órgãos sólidos
Doença maligna ou transplante de medula óssea
Tratamento com medicações que aumentam a PA
Outras doenças sistêmicas associadas à HAS
Evidência de hipertensão intracraniana
Etiologia e seu diagnóstico:
A HAS em crianças pode ser primária ou secundária, sendo que na última década, a incidência
da HAS primária aumentou devido a maior incidência de sobrepeso e obesidade nesta faixa etária1, 2. A
HAS primária é encontrada geralmente em crianças com história familiar de HAS ou doença
cardiovascular2. A HAS secundária é mais comum em crianças do que em adultos e a maioria
apresenta uma causa renal ou renovascular1, 2. A etiologia da HAS na infância varia de acordo com a
faixa etária acometida, o que torna importante alguns pontos específicos da história clínica e exame
físico (Quadros 2,3,4)1,6. Crianças muito jovens, crianças com HAS estágio 2 e crianças ou
adolescentes com sinais clínicos que sugerem condições associadas à HAS devem ser avaliadas mais
extensivamente do que aquelas com HAS estágio 11. Qualquer etiologia de HAS na infância pode levar
a crise hipertensiva.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
5, 6, 7, 8,9
Quadro 2. Lactentes e Crianças – etiologia de HAS
Anamnese:
Crescimento inadequado
História de infecção urinária
História familiar
Medicações
Intoxicação exógena
Obesidade
Exame físico:
Pulso e PA – 4 membros
Sinais de ICC
Massa abdominal
Exantema
Edema
Genitália ambígua
Fundo de olho
Doença parenquimatosa renal
Glomerulopatias
Doença policística
Doença renovascular
Tumores abdominais ou renais
Causas endócrinas
Coarctação de aorta
Quadro 3. Adolescentes – etiologia de HAS
5,6,7,8,9
Anamnese:
Sintomas sistêmicos
História de infecção urinária
História familiar
Medicações
Intoxicação exógena
Obesidade
HAS essencial
Síndrome Metabólica
Doença parenquimatosa renal
Glomerulopatias
Anabolizantes
Drogas de abuso (ex: anfetaminas)
Medicações (ex: corticóide)
Doença renovascular
Coarctação de aorta
Causas Endócrinas
Exame físico:
Pulso e PA – 4 membros
Sinais de ICC
Massa abdominal
Exantema
Edema
Fundo de olho
Exame da tireóide
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1, 5, 7,9
Quadro 4. História e exame físico para diagnóstico de HAS em crianças e adolescentes
História:
Sugere doença renal: infecção urinária de repetição, hematúria, edema, proteinúria,
história prévia de malformações urológicas
Sugere lesão de órgãos-alvo: náusea, vômito, sonolência, confusão, visão turva, oligúria,
convulsão, dor torácica, dispnéia, palpitação
Uso de anti-hipertensivo (aderência)
Internações prévias
Cateterização umbilical em período neonatal
História de trauma
Ronco ou apnéia do sono
História familiar: HAS, DM, obesidade, apnéia do sono, doença renal, doença
cardiovascular, endocrinopatias
Uso de drogas lícitas ou não
Uso de suplementos nutricionais
Exame físico:
Percentil de peso e estatura
Percentil do índice de massa corpórea (IMC)
Medida da PA – confirmar por auscultação
Calcular p99 da PA (para sexo, idade e estatura)
Medir PA nos 4 membros
Sinais de hipervolemia
Sopro cardíaco / sopro abdominal
Massa abdominal palpável
Genitália ambígua
Sinais de doença sistêmica
Fundo de olho: papiledema; retinopatia hipertensiva, alterações vasculares de HAS crônica
DM – diabetes mellitus
De acordo com a avaliação clínica e suspeita etiológica da HAS, os exames complementares
fazem-se necessários (Tabela 6 e Quadro 5).
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1, 8,9
Tabela 6. Correlação etiológica da HAS com exames laboratoriais gerais
Exames laboratoriais
Função renal (uréia e creatinina séricas),
eletrólitos, urinálise e urocultura
Hemograma
Correlação etiológica
Doença renal, pielonefrite crônica
Doença suprarenal
Anemia de doença renal crônica, síndrome hemolíticourêmica
Radiografia simples de tórax
Cardiomegalia / EAP
Eletrocardiograma
HVE, arritmias
Tomografia computadorizada de crânio
Edema cerebral / LP
AVCi / AVCh
Ultrassonografia de rins e vias urinárias com Cicatriz renal
doppler de vasos renais
Anomalia congênita
HAS renovascular
Tamanho rins/ ecotextura
EAP – edema agudo de pulmão; HVE- hipertrofia de ventrículo esquerdo; LP – leucoencefalopatia posterior;
AVCi ou AVCh – acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico
1, 7,8,9
Quadro 5. Exames específicos para diagnóstico da etiologia de HAS
Uretrocistografia miccional retrógrada (UCM) – avaliar formato da bexiga e detectar refluxo vesicoesfincteriano (RVU)
Cintilografia renal com DMSA – pielonefrite crônica, rim excluso, displasia renal, hipoplasia renal
Cintilografia renal com DTPA – estenose da junção ureteropiélica (JUP), estenose da junção ureterovesical
(JUV), hidronefrose obstrutiva
Ecocardiograma - coarctação de aorta, outras cardiopatias congênitas, hipertrofia de câmaras cardíacas
Complemento total e frações / anti-estreptolisina O (ASLO) - glomerulonefrites
Fator anti-núcleo / anticorpo anti-DNA – Lupus eritematoso sistêmico (LES)
Renina e aldosterona - hipertensão renovascular e doenças mineralocorticóides
Cortisol
Hormônios tireoidianos (TSH e T4l) - hipertireoidismo
Angiotomografia ou angioressonância de artérias renais – hipertensão renovascular
Arteriografia renal - hipertensão renovascular
Catecolaminas plasmáticas e urinárias – feocromocitoma; neuroblastoma
Polissonografia – apnéia do sono
Dosagem de drogas no sangue que podem causar HAS
MAPA – monitorização ambulatorial da pressão arterial
Além disso, em casos confirmados de HAS primária ou secundária, torna-se imprescindível
avaliar a repercussão crônica da HAS nos órgãos-alvo (Tabela 7).
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Tabela 7. Avaliação de órgãos-alvo na HAS crônica
Órgão-alvo
Coração
Exame complementar
Eletrocardiograma
Ecocardiograma
Fundo de olho
Microalbuminúria
Retina
Rins
Tratamento da HAS crônica em crianças:
As recomendações terapêuticas, de acordo com a classificação da PA em crianças, podem ser
observadas na Tabela 8 e Quadro 6.
1
Tabela 8. Recomendações terapêuticas de acordo com a classificação da PA
Classificação
Percentil da PAS
ou PAD
<P90
Frequência da
medida da PA
Reavaliar PA em
próxima consulta
Préhipertensão
> P90 e < P95 ou
PA > 120x80 mmhg
mesmo se <P95
(adolescentes)
Reavaliar em 6
meses
HAS estágio 1
Entre P95 e P99+5
mmhg
Reavaliar em 1 a 2
semanas para
confirmação
Orientar dieta se
sobrepeso;
atividade física
HAS estágio 2
> P99+5mmhg
Reavaliar em 1
semana ou
imediatamente se
paciente sintomático;
encaminhar para
nefrologista pediátrico
Orientar dieta se
sobrepeso;
atividade física
Normal
Tratamento não
farmacológico
Orientar dieta
saudável, sono
adequado e
atividade física
Orientar dieta se
sobrepeso;
atividade física
Tratamento
farmacológico
Não
Somente na
presença de doença
renal crônica,
diabetes mellitus ou
alteração cardíaca
Indicada nas
situações clínicas
acima ou em
situações específicas
(tabela 14)
Iniciar terapia
farmacológica
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1
Quadro 6. Indicações para terapia farmacológica em crianças
Hipertensão sintomática
Hipertensão secundária
Hipertensão com lesão de órgão-alvo
Diabetes mellitus (tipos 1 e 2)
Hipertensão persistente apesar de medidas não-farmacológicas
Crise hipertensiva: urgência e emergência hipertensiva
As medidas de mudança de estilo de vida incluem1:
1. Redução do peso
2. Atividade física regular
3. Mudança do hábito alimentar
A terapia farmacológica, quando indicada, deve ser iniciada com medicação única. O objetivo é
reduzir a pressão arterial abaixo do P95 em crianças com HAS primária não-complicada e sem lesão de
órgão-alvo; nas demais situações, o objetivo é reduzir a PA até o P901. Não existem dados disponíveis
sobre os efeitos a longo prazo das drogas anti-hipertensivas no crescimento e desenvolvimento da
criança. Na escolha da medicação é importante conhecer as suas contraindicações e efeitos colaterais,
já que não existem estudos pediátricos mostrando qual a melhor classe de anti-hipertensivo para iniciar
o tratamento1. A medicação deve ser iniciada com a menor dose, sendo aumentada até o objetivo
desejado. Uma vez na dose máxima, ou na presença de efeitos colaterais, uma segunda classe de antihipertensivo deve ser considerada1.
Embora o papel das mudanças de estilo de vida em crianças com sobrepeso seja claro, a escolha
da droga anti-hipertensiva ainda permanece incerta1. De acordo com guidelines, os inibidores da enzima
conversora da angiotensina (ECA), os bloqueadores do receptor da angiotensina (AT), os bloqueadores
dos canais de cálcio, os beta-bloqueadores e os diuréticos podem ser utilizados como monoterapia
inicial1. Destes, as quatro primeiras classes são as que apresentam mais dados em estudos pediátricos
em relação à eficácia e efeitos adversos1. As principais classes de drogas anti-hipertensivas estão
resumidas na Tabela 9.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
1, 2, 6, 8, 10,11
Tabela 9. Principais drogas anti-hipertensivas utilizadas na HAS em crianças
Ação
Inibidor da ECA
Bloqueador do receptor
da AT
Beta-bloqueador
Bloqueador do canal de
cálcio
Diuréticos
Bloqueador alfa-central
Vasodilatador direto
Medicação
Captopril
Enalapril*
Losartan*
Posologia
1,0-6,0 mg/kg/dia 8/8h ou 6/6h
0,08-0,6 mg/kg/dia (máx 40 mg/dia)12/12h
0,7 -1,4 mg/kg/dia (máx100 mg/dia) 24/24h
Propranolol*
Atenolol
1-4 mg/kg/dia 12/12h ou 8/8h (máx 640 mg/dia)
0,5-2 mg/kg/dia 12/12h ou 24/24h (máx 100
mg/dia)
0,1-0,6 mg/kg/dia 24/24h
0,25-3,0 mg/kg/dia 12/12h ou 24/24h (máx 120
mg/dia)
0,5-6 mg/kg/dia 12/12h
1-3 mg/kg/dia 24/24h (máx 50 mg/dia)
1-3 mg/kg/dia 12/12h ou 24/24h (máx 100 mg/dia)
5-25 mcg/kg/dia vo 6/6h ou 12/12h (máx 2,4
mg/dia)
0,75-7,5 mg/kg/dia 6/6h (máx 200 mg/dia)
< 12 anos: 0,2 mg/kg/dia 1-3x/dia (máx 50
mg/dia)
> 12 anos: 5-100 mg/dia
Amlodipina*
Nifedipina- liberação
lenta
Furosemida
Hidroclorotiazida*
Espironolactona
Clonidina**
Hidralazina*
Minoxidil*
AT - angiotensina
* aprovado pelo FDA (Federal Drug Administration)
** aprovado pelo FDA (Federal Drug Administration) para crianças > 12 anos
Considerações importantes sobre as drogas anti-hipertensivas1:
1. Os inibidores da ECA são contraindicados na gestação; níveis sanguíneos de potássio e creatinina
precisam ser monitorizados periodicamente por diminuir o ritmo de filtração glomerular; podem ser
utilizados na forma de solução; aprovados pelo FDA (Federal Drug Administration) em crianças > 6
anos de idade e para crianças com clearance de creatinina > 30 ml/min/1,73m2.
2. Os bloqueadores do receptor da AT são contraindicados na gestação; níveis sanguíneos de
potássio e creatinina precisam ser monitorizados periodicamente; o losartan pode ser utilizado na
forma de solução; aprovados pelo FDA em crianças> 6 anos de idade e para crianças com
clearance de creatinina > 30 ml/min/1,73m2.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
3. Os beta-bloqueadores são contraindicados na asma e na insuficiência cardíaca; a frequência
cardíaca é o limitante da dose; não devem ser utilizados em pacientes com diabetes
insulinodependentes.
4. Os bloqueadores do canal de cálcio podem causar taquicardia; a amlodipina pode ser utilizada na
forma de solução; há pouca informação na literatura pediátrica sobre a nifedipina de liberação
prolongada.
5. O uso contínuo de diuréticos requer coleta periódica de eletrólitos; diuréticos poupadores de
potássio podem causar hipercalemia principalmente quando associado com inibidores da ECA ou
bloqueadores do receptor da AT.
6. Os agonistas alfa-centrais não podem ser suspensos abruptamente devido à alta incidência de
hipertensão rebote.
7. Os vasodilatadores diretos têm como efeitos colaterais comuns taquicardia e retenção de fluido; o
minoxidil é indicado em hipertensão resistente a outras classes de anti-hipertensivos.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Algoritmo do manejo da HAS em crianças1
IMC – índice de massa corpórea
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in
Children and Adolescents. The fourth report on the diagnosis, evaluation, and treatment of high
blood pressure in children and adolescents. Pediatrics 2004; 114:555-76.
2. Meyers RS, Siu A. Pharmacotherapy review of chronic pediatric hypertension. Clinical Therapeutics
2011; 33(10):1331-1356.
3. Din-Dzietham R, Liu Y, Bielo MV, Shamsa F. High blood pressure trends in children and adolescents
in national surveys, 1963 to 2002. Circulation 2007: 116(13):1488-96.
4. Constantine E, Merritt C. Hypertensive emergencies in children: identification and management of
dangerously high blood pressure. Minerva Pediatr 2009; 61:175-84.
5. Constantine E, Linakis J. The assessment and management of hypertensive emergencies and
urgencies in children. Pediatr Emerg Care 2005; 21(6):391-9.
6. Mastrocinque TH. Hipertensão arterial na infância e na adolescência. Aspectos clínicos na infância e
na adolescência. In: Toporovski J, Mello VR, Filho DM, Benini V, Andrade OVB, editors. Nefrologia
Pediátrica. 2nd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 360-72.
7. Hari P, Sinha A. Hypertensive emergencies in children. Indian J Pediatr 2011; 78(5):569-75.
8. Chandar J, Zilleruelo G. Hypertensive crisis in children. Pediatr Nephrol 2011 Jul 20 (Epub ahead of
print).
9. Brewer ED. Evaluation of hypertension in childhood diseases. In: Avner ED, Harmon WE, Niaudet P,
editores. Pediatric Nephrology. 5th ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2004. 1179-97.
10. Thomas CA. Drug treatment of hypertensive crisis in children. Pediatr Drugs 2011; 13(5):281-90.
11. Vogt BA, Davis ID. Treatment of hypertension. In: Avner ED, Harmon WE, Niaudet P, editores.
Pediatric Nephrology. 5th ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2004. 1199-220.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
Autora: Luciana dos Santos Henriques Sakita
Núcleo de Pediatria Baseada em Evidências (a época da discussão): Adalberto Stape, Ana Claudia
Brandão, Benita Galassi S Schvartsman Eduardo Juan Troster, Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires.
ANEXOS
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Hipertensão arterial em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
DOCUMENTOS RELACIONADOS
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA REVISÃO
Eduardo Juan Troster (27/08/2013 05:25:26 PM) - A Hipertensão arterial é uma entidade clínica muito
prevalente e sub-diagnosticada. Em pediatria, ela é mais secundária que primária, fazendo com que seu
diagnóstico etiológico resulte num tratamento definitivo.
Eduardo Juan Troster (13/11/2014 04:22:53 PM) - Ditretriz revisada e reformatada.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.6.2
04/07/2013
19/11/2014
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Eduardo Juan Troster
Data Aprovação
19/11/2014
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
Adriana Vada
Souza Ferreira |
Adalberto Stape
Download