Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento TE-5 REMESSA DE documentos de CAIXA, EXTRA-CAIXA E CONTABILIDADE PARA MICROFILMAGEM DIBAN/DPSAG - Depto. de Processos e Suporte às Agências Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes INTRODUÇÃO A pneumonia adquirida na comunidade em crianças é uma importante causa de morbimortalidade no mundo, principalmente em países em desenvolvimento. A incidência estimada pela OMS é de 156 milhões de episódios de pneumonia por ano em crianças menores de 5 anos. Em países desenvolvidos a incidência anual estimada é de 33 por 10.000 crianças menores de 5 anos e 14,5 por 10.000 crianças menores de 16 anos. É uma das 5 principais causas de óbito em menores de 5 anos no Brasil. Os principais fatores de risco para pneumonia são desnutrição, baixa idade e co-morbidades. Outros fatores como baixo peso ao nascer, permanência em creches/ escolas, ausência de aleitamento materno, vacinação incompleta, variáveis sócio-econômicas e ambientais contribuem para a morbimortalidade. A vacinação contra Haemophilus influenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae reduziu muito a incidência de pneumonias. Há um grande número de microorganismos causadores de pneumonias em crianças, e sua prevalência varia de acordo com a faixa etária (Tabela 1). O pneumococo é o agente bacteriano mais comum, responsável por até um terço das pneumonias em menores de 2 anos de idade. Os vírus são responsáveis isoladamente por 14 a 35% dos casos, e até 50% dos episódios em lactentes. O Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydophila pneumoniae (antigamente chamada Chlamydia) são microorganismos de prevalência crescente, principalmente nos escolares e adolescentes. OBJETIVO Aperfeiçoar o diagnóstico e tratamento das pneumonias adquiridas na comunidade em crianças e adolescentes. Aperfeiçoar o uso de antibióticos no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade. APLICABILIDADE Crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos de idade, com pneumonia adquirida na comunidade Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento População excluída Pacientes com idade superior a 16 anos. Pacientes com imunodeficiência primária ou secundária ou doença pulmonar crônica Pacientes com internação por mais de 48hs, nos últimos 15 dias. Tabela 1: Agentes etiológicos das pneumonias da infância adquiridas na comunidade Faixa Etária Etiologia Neonatal (0-28 dias) Bacilos gram negativos (enterobactérias) Estreptococo do grupo B Staphylococcos aureus Lysteria monocytogenes Vírus: CMV, VSR Chlamydia trachomatis 1 a 3 meses Streptococcus pneumoniae Staphylococcos aureus Vírus: VSR, parainfluenza, adenovírus, influenza, rinovírus Streptococcus pneumoniae 3 meses a 5 anos Haemophilus influenzae não tipáveis, Moraxellia catharralis Staphylococcos aureus Vírus: VSR, parainfluenza, adenovírus, influenza, rinovírus Mycoplasma pneumoniae Chlamydophila pneumoniae Streptococcus pneumoniae 5 a 15 anos Mycoplasma pneumoniae Chlamydophila pneumoniae Staphylococcos aureus CMV: citomegalovírus, VSR: Vírus sincicial respiratório DIRETRIZ Considerações para o diagnóstico Diagnóstico clínico: Em recém-nascidos e lactentes, os sinais e sintomas frequentemente são inespecíficos. Podem ocorrer: Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento Febre ou hipotermia. Sintomas respiratórios como tosse seca ou produtiva e coriza são comuns, mas podem ser menos exuberantes. Inapetência, irritabilidade, letargia e gemência. Taquipnéia (sinal muito sensível) e/ou dispnéia. Deve-se ter cuidado especial na avaliação pediátrica nesta faixa etária, pois a semiologia pulmonar pode ser pobre. Em pré-escolares e escolares o quadro clínico é mais típico: Evolução inicial semelhante a resfriado ou gripe (tosse seca ou produtiva, febre e coriza). A exacerbação dos sintomas, a manutenção da febre por período superior a 48-72 horas e a associação de dispnéia, prostração e palidez sugere complicação bacteriana. Menos freqüentemente pode ocorrer dor ou distensão abdominal e vômitos. Sinais clássicos da semiologia de condensação pulmonar (que podem estar ausentes): o submacicez à percussão. o crepitações, diminuição de murmúrios vesiculares, “respiração soprosa”. o broncofonia aumentada. Diagnóstico Radiológico: Alterações comuns ao Raio X de tórax PA e perfil são: Consolidações alveolares Opacificações de borda cardíaca (acometimento de lobo médio, língula) Opacificações reticulares Imagens sugestivas de complicações: Opacidades com perda de volume/ desvio de estruturas (atelectasias) Apagamento de seios costofrênicos/ cúpula diafragmática única ao Raio X de perfil (derrame pleural) O Raio X de tórax é extremamente útil ao diagnóstico, mas o padrão radiológico não define a etiologia da pneumonia. Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento Diagnóstico laboratorial: O HMG, PCR, pró-calcitonina são marcadores inespecíficos de processo inflamatório. Podem ser utilizados como ferramenta auxiliar, porém de valor limitado, na diferenciação entre processo viral e bacteriano (principalmente se analisados em conjunto). Tem utilidade no seguimento da resposta ao tratamento. Diagnóstico etiológico: A pesquisa do agente etiológico deve ser feita para todos os pacientes internados. Ela pode incluir: Hemocultura – apesar da baixa positividade Sorologias (M.pneumoniae, C.pneumoniae) Pesquisa viral (VRS, adenovírus, influenza, para influenza) Análise do liquido pleural, se puncionado: análise bioquímica, bacterioscopia, cultura Técnicas de biologia molecular (PCR) Em situações específicas, principalmente em pacientes gravemente doentes que estão piorando apesar da terapêutica antimicrobiana empírica, pode-se indicar: Lavado broncoalveolar Punção pulmonar aspirativa Biópsia pulmonar a céu aberto. Recomendações para o tratamento Tratamento ambulatorial Recomendações gerais de hidratação, antitérmicos e orientação dos sinais de piora/ gravidade devem ser oferecidas para todos os pacientes. A amoxicilina é o antibiótico de primeira escolha para as crianças tratadas ambulatorialmente, porque é eficaz contra a maioria dos patógenos e bem tolerada (Fluxograma 1). A dose habitual é a de 50mg/kg/dia, dividida em 3 doses diárias, para manutenção de nível sérico acima do MIC do pneumococo por pelo menos 40-50% do intervalo entre as doses. Uma dose alternativa é a de 90mg/kg/dia, dividida em 2 doses diárias. A mesma pode ser suspensa após 3 a 5 dias da resolução Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento dos sintomas. Não é recomendado o controle radiológico para pacientes que evoluíram bem com o tratamento ambulatorial. Se a criança permanecer febril após 72hs de tratamento ou apresentar piora clínica, deve ser reavaliada clinica e radiologicamente, para afastar alguma complicação. Na ausência de complicações, o antibiótico deve ve ser trocado, de acordo com a idade. Para menores de 5 anos as opções são amoxicilina e clavulanato, cefalosporina de 2a ou 3a geração. Para os maiores de 5 anos, a claritromicina bem como a amoxicilina e clavulanato ou as cefalosporinas de 2a ou 3a gerações são opções adequadas. As crianças com evidência de complicação devem ser internadas, e o antibiótico revisto. Fluxograma 1: Tratamento ambulatorial das pneumonias da infância Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento Algumas situações requerem abordagem específica, como as apresentadas apresentadas no quadro abaixo. Indicações de internação/ acionamento da retaguarda Idade menor que 2 meses Insuficiência respiratória aguda Hipoxemia, saturação de oxigênio < 92% Comprometimento do estado geral, toxemia, desidratação Pneumonia extensa Impossibilidade de ingerir medicações (vômitos) Falha de resposta à terapêutica ambulatorial Imunodeficiência primária ou secundária Complicações Derrame pleural Abscesso pulmonar Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento Pneumatocele Pneumotórax Tratamento hospitalar A penicilina cristalina na dose de 200.000U/kg/dia é o antibiótico de primeira escolha no tratamento das crianças com alguma indicação de internação (Fluxograma 2). Se a criança permanecer febril após 72hs de tratamento ou apresentar piora clínica, deve ser reavaliada clinica e radiologicamente, para afastar alguma complicação. Na ausência de complicações, o antibiótico deve ser trocado para amoxicilina e clavulanato, cefalosporina de 2a ou 3a geração, ponderando-se sempre a associação com macrolídeos para crianças maiores de 5 anos, ou com quadro sugestivo de M. pneumoniae. As crianças com evidência de complicação devem receber abordagem específica. Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento Fluxograma 2: Tratamento hospitalar da pneumonia na infância Highlights O Raio X de tórax é extremamente útil ao diagnóstico, mas o padrão radiológico não define a etiologia da pneumonia. Nenhum exame laboratorial deve ser solicitado para crianças com tratamento ambulatorial. A pesquisa do agente etiológico deve ser feita para todos os pacientes internados. Ela pode incluir: o Hemocultura – apesar da baixa positividade Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape Tipo Documental DiretrizAssistencial Título Documento Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento o Sorologias (M.pneumoniae, C.pneumoniae) o Pesquisa viral (VRS, adenovírus, influenza, para influenza) o Análise do liquido pleural, se puncionado: análise bioquímica, bacterioscopia, cultura A amoxicilina é o antibiótico de primeira escolha para as crianças tratadas ambulatorialmente. A dose recomendada é de 50mg/kg/dia, e a duração do tratamento é de 5 a 10 dias (3 a 5 dias após resolução dos sintomas). Se a criança permanecer com febre após 72hs do tratamento ou apresentar piora clínica, deve ser revista clinica e radiologicamente, para afastar a presença de complicações. Para as crianças com indicação de internação, a penicilina cristalina na dose de 200.000U/kg/dia é o antibiótico de primeira escolha. A duração total do tratamento deve ser de 7 a 10 dias, se não houver complicações. Nota: Estas recomendações resultaram da revisão crítica da literatura e de práticas atuais, e não tem a intenção de impor padrões de conduta, mas ser um instrumento na prática clínica diária. O médico, frente ao seu paciente (inclusive considerando as opiniões deste), deve fazer o julgamento a respeito da decisão de tratamento ou das prioridades de qualquer procedimento REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. 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Eduardo Juan Troster (11/11/2014 05:49:11 PM) - Diretriz revisada e reformatada. Diretoria Espécie Especialidade PRATICA MEDICA ASSISTENCIAL MEDICO Status Aprovado Versão 2 Data Criação Data Revisão DI.ASS.11.2 06/07/2013 19/11/2014 Elaborador Revisor Parecerista Aprovado por Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires Eduardo Juan Troster Data Aprovação 19/11/2014 Código Legado Código do Documento DOCUMENTO OFICIAL Adriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape