Visualização do documento Critérios para Tratamento de Benzodiazepínicos.doc (107 KB) Baixar (Hamer Nastasy Palhares Alves, 2.002) I. INTRODUÇÃO Os Benzodiazepínicos - (BZDs) – medicamentos de domínio da psicofarmacologia desde a metade do século passado, são de considerável eficácia tanto no controle da ansiedade, como adjunto de outras abordagens farmacológicas em diversos transtornos psiquiátricos como DIRETRIZES PARA O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE BENZODIAZEPÍNICOS Transtornos de Ansiedade, Depressão, Mania, Transtornos Psicóticos, agitação, Transtornos do Sono e no tratamento dos quadros de Síndrome de Abstinência Alcoólica. As críticas relacionadas aos seus efeitos colaterais bem como ao risco de dependência são motivos tanto para a pesquisa de fármacos que os superem como para o empenho na utilização racional e ponderada, pois os benzodiazepínicos podem produzir dependência e tolerância na maioria dos indivíduos, (Nelson J., 1999). O atual estado da ciência em relação a estes fármacos foram assim observados pelo Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge: “Há que se reconhecer a utilidade e os problemas dos BZDs na clínica. Deixar de prescrevê-los por temor à dependência, privando inúmeras pessoas de seus benefícios e impondo-lhes sofrimento crônico e incapacitante, por certo não é boa medicina. Entretanto, medicar situações próprias da existência humana, buscando extirpar a todo custo manifestações ansiosas até esperadas, constitui também exagero e pode implicar iatrogenia”. Hoje há menos otimismo que há uma década atrás de que os BZDs serão substituídos por alternativos que não ajam no receptor BZDs (Schweizer, 1998), pois já são encontrados casos na literatura de uso de altas doses e dependência dos novos hipnóticos não-BZDs (Zopiclone) - (Strohle,1999), logo, o entendimento e manejo da dependência dos BZDs é essencial na prática. BZDs apresentam um menor risco que os sedativos mais antigos porém um maior risco de dependência e abuso que a maioria de seus potenciais substitutos (vide abaixo). (Uhlenhuth, 1999) TRATAMENTOS ALTERNATIVOS AOS BZDs Efetiva a curto tempo; início gradual dos efeitos, sem riscos de dependência Efetivos em situações relacionadas a exposição aguda aos estresse, reduz os concomitantes somáticos da ansiedade Antidepressivos Efetivos na ansiedade, depressão, pânico e transtornos fóbicos. Apresentam início gradual de ação e perfil de efeitos colaterais variáveis. Sem risco de abuso ou dependência Antipsicóticos Podem ser usados em doses baixas, no entanto o risco de efeitos colaterais no uso a longo prazo deve ser considerado (Discinesia Tardia); não exibem potencial de abuso ou dependência Anti-histamínicos Eficácia não comprovada; geralmente bastante sedativos, sem riscos de dependência ou abuso Buspirona Beta bloqueadores II. HISTÓRIA. Os Benzodiazepínicos, que devem seu nome à sua estrutura molecular, constituída por um anel benzeno fundido com um de sete membros de 1,4-diazepina, foram sintetizados primeiramente – e de maneira acidental – pelo Dr. Leo H. Sternbach. Tratava-se do Clordiazepóxido: os efeitos em animais de laboratório mostrava que este tinha efeito anti-convulsivos bem como antiagressivos, além da baixa toxicidade. A empolgação inicial deu lugar a preocupação quando os primeiros pesquisadores alertaram, no final de década de 70, para os riscos de dependência, sintomas de abstinência e potencial de uso dos BZDs como drogas de abuso. Medidas restritivas levaram a uma diminuição substancial no uso de BZDs, bem como ao temor exagerado do seu uso pela opinião pública. Após estas oscilações em gangorra, o momento atual é de revisão e readequação quanto às potencialidades e limites destas medicações. III EPIDEMIOLOGIA O uso atual dos BZDs é considerável: estima-se que 50 milhões de pessoas façam uso diários destes. O número de usuários crônicos de BZDs na população adulta é de 1,6%, sendo maior a incidência em mulheres acima de 50 anos com problemas médicos e psiquiátricos crônicos. Atualmente um em cada 10 adultos recebem prescrições de BZDs a cada ano, a maioria desta cunhadas por clínicos gerais (Hirschfeld,1993). Os BZDs são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição psicotrópicos (Hallfors, 1993). O uso ocasional de BZDs é comum nos EUA (11 a 15% usaram BZDs no ano anterior); uso diário ocorre em aproximadamente 1,6% da população; a maioria dos BZDs são prescritos por curto tempo e 15% dos pacientes usam-nos por períodos superiores a 1 ano (APA, 1990). Já tomaram BZD por mais de 1 ano: 7,4% na Holanda, 15% nos EUA e 17% na Bélgica. Nos EUA 1,1% dos indivíduos preenchem critério para abuso ou dependência em algum momento de suas vidas (Gold, 1995). Estima-se que cada clínico tenha em sua lista 50 pacientes dependentes de Benzodiazepínicos, metade destes gostariam de parar o uso e, no entanto, 30% pensam que o uso é estimulado pelos médicos ( MHF, 1992). IV. DEFINIÇÕES Algumas definições ajudam a reduzir confusões acerca dos conceitos: Tolerância é a mudança para a direita na curva dose-resposta, onde uma mesma dose leva a efeitos menos pronunciados que no início do tratamento. Tolerância e dependência podem ocorrer sozinhas e separadamente, bem como a tolerância pode se desenvolver apenas para efeitos específicos de um determinado fármaco. (Busto & Sellers, 1991) Tolerância e dependência são resultados previsíveis da neuroadaptação em todos os usuários crônicos, no entanto o comportamento de busca, perda do controle no uso da substância e uso compulsivo apesar de conseqüências negativas (“addiction”), não ocorre em todos os usuários e deve ser diferenciado dos primeiros conceitos (Miller, 1995). A maioria dos BZDs tem efeito reforçador positivo, o que é um importante componente do potencial de dependência de uma droga (Roache,1995). Uso nocivo é o uso perigoso à saúde que não constitui, no entanto, dependência. Potencial de Abuso: refere-se à qualidade de um agente químico em manter a auto-admnistração e é o resultado do efeito reforçador positivo; Comportamento de Busca e abuso pode ocorrer na ausência de dependência física (Busto & Sellers,1991). V. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DOS BZDs Farmacocinética: Os BZDs são drogas lipossolúveis, de ampla absorção pelo trato gastrointestinal, ampla taxa de ligação a proteínas (82 a 98%), têm metabolismo hepático por reação de oxidação, com exceção do lorazepam que passa exclusivamente por glicuronidação conjugada (Gorenstein, 1999). Boa parte deles apresentam metabólitos ativos (vide quadro abaixo). Droga PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS DOS BZDs Metabólitos Ativos Pico de [ ] plasmática Dose Equivalente a 10mg de Diazepam ** Clordiazepóxido 5-30 Sim (½ vida até 100h) 0,54 h 25 mg Diazepam 20-70 Sim (½ vida até100h) 0,5 –2 h 10 mg Clonazepam * 18-50 Nenhum 1-2 h 2mg Bromazepam 20-32 Nenhum 1-4 h 3mg Alprazolam* 11-16 Nenhum 1-2 h 0,5mg Nitrazepam 16-48 Nenhum 2–3 h 10mg Lorazepam* 10-20 Nenhum 2-3 h 2mg Triazolam* 1,5-5,5 Nenhum 1-2h 0,5mg Midazolam 1-5 Sim (½ vida até 5h) 0,33-1h 15mg Fonte: Dados da Farmacopéia Americana, USP DI, 1998 *Drogas de Alta Potência ½ vida (h) Farmacodinâmica: Os efeitos farmacológicos dos BZDs são mediados por sua interação com os sítios receptores BZDs no SNC. O principal destes sítios é o de receptores do ácido gama amino butírico (GABA) do tipo A. O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC e a interação dos BZDs com o receptor GABAérgico leva à potencialização da ação do GABA, levando a hiperpolarização das células e diminuição da freqüência dos disparos neuronais resultando daí os efeitos ansiolíticos, hipnóticos, miorrelaxantes e anticonvulsivantes dos BZDs (Stahl, 1998) Com a exposição crônica ocorre o desenvolvimento de tolerância que é do tipo funcional (farmacodinâmica e comportamental), provavelmente envolvendo alterações no número e sensibilidade dos receptores de BZDs, modificações no acoplamento do GABA ao seu receptor ou mudanças na neurotransmissão noradrenérgica ou serotonérgica em sistemas inibidos pelo GABA (Gorestein, 1999). Interações Medicamentosas: As principais interações com os BZDs relacionam-se ao efeito potencializador sobre outras drogas depressoras do SNC, como etanol, antidepressivos, antipsicóticos e anticonvulsivantes (Marcolin, 1999). Segurança e Tolerabilidade: Os benzodiazepínicos são drogas de alta segurança, assim, mesmo em quadros de superdosagem os indivíduos apresentam basicamente sonolência excessiva (Cordás & Neves, 1999). Também são drogas amplamente toleráveis, não sendo necessários exames iniciais para a prescrição dos BZDs. São também bastante seguras do ponto de vista cardiovascular, causando apenas leve diminuição da pressão arterial e do trabalho sistólico do ventrículo esquerdo. VI PRECAUÇÕES, CUSTOS E RISCOS COM O USO DE BZDs: Ao escolher um tratamento com BZDs deve-se pesar também seus aspectos negativos, tais como efeitos colaterais, risco de dependência e custos, conforme segue: Custos Sócio-econômicos do uso a longo-termo (12 meses ou mais): - Risco aumentado de acidentes: no tráfego, em casa, no trabalho - Risco aumentado de overdose em combinação com outras drogas - Risco aumentado de tentativas de suicídio, especialmente em depressão - Risco de atitudes anti-sociais - Contribuição para problemas na interação interpessoal - Redução da capacidade de trabalho, desemprego - Custo com internações, consultas, exames diagnósticos Mortalidade: A mortalidade nos dependentes de BZDs é 3,4 maior que na população geral, no entanto, não se observa aumento significativo da mortalidade em pacientes dependentes de BZDs quando comparados com pacientes com similar grau de morbidade (Piesiur-Strhlow, 1986). Há evidências laboratoriais que o uso crônico de BZDs pode aumentar o risco de dependência de álcool após descontinuação (Matijena, 2001). Precauções e Reações Adversas: Apesar de geralmente bem tolerados podem apresentar os seguintes efeitos colaterais: PRECAUÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS AOS BZDs - Sonolência excessiva diurna (“ressaca”); - Piora da coordenação motora fina; - Piora da memória (amnésia anterógrada); - Tontura, zumbidos; - Quedas e fraturas; - Reação Paradoxal: Consiste de excitação, agressividade e desinibição, ocorre mais freqüentemente em crianças, idosos e em oligofrênicos (Longo, 2000). - Risco aumentado de tentativas de suicídio. (Miller, 1995) - “Anestesia emocional” – indiferença afetiva a eventos da vida (Ashton, 1995) - Efeitos na Gravidez: BZDs cruzam a placenta e são fármacos potencialmente teratogênicos (Classe D do F.D.A.). Podem levar ao aparecimento de sinais de abstinência nos recém nascidos bem como baixo crescimento intra-uterino. - Idosos: maior risco de interação medicamentosa, piora dos desempenho psicomotor e cognitivo (reversível), quedas e risco de acidentes no trânsito - Risco de Dependência 50% dos que usaram por mais de um ano chegaram a usar por 5 a 10 anos (Ashton, 1995). VI POTENCIAL DE ABUSO DOS BZDs Em meados da década de 1.970, reconheceu-se o potencial de abuso e dependência dos BZDs, especialmente para usuários a longo prazo. No começo da década de 80, quando se demonstrou que 50% dos pacientes que usavam BZDs por mais de 12 meses evoluíam com síndrome de abstinência, a visão complacente dos BZDs alterou-se drasticamente (Laranjeira, 1996). Os BZDs encontram-se na lista do DEA (Departamento de Combate às drogas dos EUA), sendo considerado uma medicação com baixo potencial de abuso, ao lado de Fenobarbital e Hidrato de Cloral e hipnóticos não BZDs (Grebb, 1995). Os principais fatores que devem ser levados em consideração na avaliação do risco de desenvolvimento de dependência são: - Presença de uso abusivo de álcool; - Uso concomitante de outros depressores do Sistema Nervoso Central; - Uso concomitante de outras drogas de abuso; - Presença de condições psiquiátricas que requeiram uso prolongado; Classes de Usuários: Para melhor compreensão das característica dos usuários de BZDs estes podem ser divididos em 4 classes(King, 1994): 1. Usuários médicos: são aqueles que usam os BZDs por indicação médica geral, como nas doenças músculo-esqueléticas. Raramente desenvolvem problemas relacionados a abuso ou dependência. 2. Usuários diurnos: usam BZDs por indicações psiquiátricas como ansiedade generalizada ou transtornos fóbicos. Fazem uso prolongado relacionado à gravidade e duração da patologia. 3. Usuários noturnos: apresentam alterações contínuas do sono. Os idosos fazem uso de hipnóticos com alta freqüência (15% de prevalência). É o grupo mais numeroso e consomem doses baixas. 4. Poliusuários de drogas: usam os BZDs associados a drogas ilícitas tais como cocaína, opióides. É um grupo menos numeroso porém com uso de BZDs em altas doses diárias, além de apresentarem uma ampla gama de problemas psicossociais associados. São casos de mais difícil manejo e que requerem, mormente, tratamento especializado. Uma característica importante dos usuários abusivos de benzodiazepínicos é o comportamento de procurar a droga. Geralmente usam de artifícios que acabam por tornar a relação médico-paciente tensa, o que é sugestiva de alguém que abusa de BZDs (Samet, 1997) · Adulteração e falsificação de receitas médicas (por ex. alterar prescrições médicas, preencher receitas em branco); · Diversas queixas ansiosas, somáticas, indefinidas; · Supervalorização dos sintomas e da incapacitação, “indicando” a necessidade de aumento da dosagem; · Insistência de que só aquele medicamento faz efeito; · Recusa na prescrição de agentes farmacológicos alternativos ou de tratamentos psicológicos; · Afirmação que possui tolerância alta ao medicamento; · Insistência para o médico prescrever algum medicamento controlado na primeira consulta; · Ameaças veladas; · Bajulação e elogios, seguida da solicitação da receita médica (por ex. “Você é o único médico que me compreende”). · Procurar dois ou mais médicos com o objetivo de obter mais BZDs. Procedimentos para lidar com esse tipo de comportamento são: 1. Desenvolver habilidades para diagnosticar a dependência; 2. Estabelecer limites acerca das indicações para a prescrição; 3. “Simplesmente dizer não” sem sentir-se culpado ou desconfortável. Mecanismos Envolvidos na prescrição excessiva de BZDs podem ser resumidos na seguinte forma (Samet, 1997): “Excessiva medicalização”: definida como a tendência dos médicos de prescrever medicamentos quando os pacientes persistem com queixas somáticas e vagas, diante da pressão para obtenção de alívio imediato. “Onipotência hipertrofiada”: tendência dos médicos a fazer tudo para melhor a qualidade de vida de seus pacientes. “Fobia de confrontação”: quando o médico está diante de uma situação clínica caracterizada pela confrontação interpessoal e apresenta dificuldade em estabelecer limites. VII. SINDROME DE ABSTINÊNCIA DOS BZDs (SAB) Definição: A SAB é um conjunto de sintomas e sinais que surge após a redução ou parada dos BZDs. A Síndrome de Abstinência é característica para cada substância: no caso dos BZDs ocorre, grosso modo, o contrário (excitação) do efeito agudo da droga (sedação, relaxamento)-(Miller, 1995). Fisiopatologia da SAB: a exposição crônica a BZDs causa alterações nos receptores, como downregulation, diminuição da sensibilidade. A retirada dos BZDs leva à hipofunção relativa do sistema BZDs-receptor GABAérgico. A diminuição do controle inibitório resulta na liberação em cascata dos sistemas neurotransmissores, o que é responsável pelos sintomas da SAB (Schweizer, 1998). Sintomas de abstinência ocorrem em torno de 20 a 40% dos pacientes que fazem uso a longo prazo (provavelmente ainda mais em clínicas especializadas). Os sintomas começam progressivamente dentro de 2 a 3 dias após a parada de BZDs de meia-vida curta e de 5 a 10 dias após a parada de BZDs de meia-vida longa, podendo também ocorrer após a diminuição da dose. (The Mental Health Foundation). A SAB inclui uma gama variável de sintomas físicos e psíquicos em graus variados conforme mostra a tabela: TABELA: Características Clínicas da Abstinência dos Benzodiazepínicos Sinais e Sintomas Físicos Sinais e Sintomas Psíquicos Ataxia; tinido; mioclonia; náusea e vômito; hiperatividade autonômica (por ex., sudorese ou taquicardia acima de 100 bpm); tremores grosseiros das mãos, língua e pálpebras; hipotensão postural ou ortostática; diplopia; hiperssensibilidade à luz, sons e odores; hiperssensibilidade táctil; convulsões tônico-clônico generalizadas; cefaléia; tontura; tensão muscular; letargia, fraqueza ou mal-estargeral; anorexia; perda de peso; rubor facial; dores musculares; sensação de calor e frio; gosto metálico; Ansiedade; alucinações ou ilusões visuais, táteis ou auditivas transitórias; delírios (por ex., delírios paranóides); agitação ou excitação psicomotora; despersonalização; desrealização; agorafobia; ataques de pânico; delirium; depressão; irritabilidade; apatia; disforia; indisposição; déficits de memória; dificuldade de concentração; insônia; pesadelos; Diagnóstico Diferencial: Abstinência refere-se à emergência de novos sintomas seguintes à descontinuação ou redução dos BZDs; os novos sintomas podem incluir hipersensibilidade, fotofobia e mesmo convulsões, podendo persistir por algumas semanas. Sintomas de rebote referem-se ao retorno aos sintomas originais para os quais os BZDs foram prescritos, porém numa intensidade significativamente maior. Ocorrem dentro de poucos dias após a retirada dos BZDs e permanecem por vários dias. Recorrência refere-se a retorno aos sintomas originais, assim que o organismo encontra-se livre de BZDs – neste caso a intensidade dos sintomas é semelhante à original. Rebote, recorrência e abstinência podem ser difíceis de diferenciar e podem ocorrer ao mesmo tempo (Hirschfeld, 1993). Alguns critérios clínicos podem ser empregados para auxiliar no diagnóstico diferencial, tendo como base a evolução dos sintomas: dias Estados Diagnóstico Diferencial dos Benzodiazepínicos (Laranjeira & Castro, 1999) Seqüência Temporal Tríade Sintomática Início Intensidade Máx. Evolução Abstinênciados BDZ 2-3 dias 7 dias Redução progressiva Disforia após 7 Hiperacusia Gosto metálico Reaparecimento 7 dias 14 dias Evolução persistente Reaparecem osdos sintomasAnsiosos iniciais Algumas variáveis podem relacionar-se com a prevalência e intensidade da SAB: 1. BZDs de curta e longa meia-vida: mais prevalente a SAB para os compostos de curta meiavida. Ansiedade de rebote também é mais freqüente com drogas de curta meia-vida, podendo ocorrer mesmo após períodos de 4 semanas de tratamento. A retirada dos BZDs de meia-vida curta, é mais problemática e sintomática, especialmente se de forma abrupta (Uhlenhuth E.H,1999), aumentando o risco de uso por longos períodos (Hallfors, 1993). 2. Traços de Personalidade disadaptativos: pessoas com alto nível de passividade e dependência e pessoas com Transtornos de Personalidade têm evolução mais sintomática (Schweizer, 1998). 3. Doses mais altas e BZD de Alta Potência correlacionam-se com maior dificuldade na retirada (Murphy & Tryer, 1991). Outras variáveis associadas com maior dificuldade de retirada(Tryer, 1989): Variáveis da Droga Variáveis Individuais Doses Mais Altas Sintomatologia elevada pré-tratamento BZDs de Alta Potência Maior patologia de personalidade BZDs de meia-vida curta Transtorno de Pânico(?) Redução mais abrupta Uso de álcool/drogas ilícitas As propriedades farmacológicas podem ser o maior contribuinte para os sintomas de abstinência, ao passo que características clínicas do paciente são mais importante em predizer a capacidade de parar o uso da medicação. Numa pequena minoria, pode ocorrer o que se chama de Sd. Abstinência Protraída, ou Pós-Abstinência: são sintomas similares aos da retirada dos BZDs, porém em menor número e intensidade, que podem durar alguns meses. Podem ser minimizados pela retirada gradual e contato psicoterapêutico mais freqüente e prolongado (Ashton, 1995). VIII. TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DOS BZDs O uso de BZDs a longo prazo, exceto em situações especiais, não se justifica seja pelos efeitos colaterais já discutidos seja pela perda da eficácia a longo prazo (Miller, 1995). Outro motivo para descontinuá-los é que pacientes que conseguem ficar livres de BZDs por pelo menos 5 semanas apresentam redução nas medidas de ansiedade e melhora na qualidade... Arquivo da conta: guilherme.sneto Outros arquivos desta pasta: Artigo do site do HIAE sobre Ambientes de Tratamento.doc (24 KB) COLUNA sobre Drogas.doc (46 KB) COMO RECONHECER UM VICIADO.doc (70 KB) CONCEI~1.DOC (42 KB) CRITÉRIOS DOS CENTROS DE EXCELÊNCIA.doc (169 KB) Outros arquivos desta conta: Anabolizantes Anfetaminas Ecstasy Lsd Maconha Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br