Diretriz hidroxizine na dose de 25 mg. Outra opção farmacológica é a redução gradual acompanhada de carbamazepina. Por se tratar de medicamento com muitas interações medicamentosas e efeitos colaterais, bem como exigir a realização de exames de função hepática e hemogramas de controle, esta alternativa deve ser guardada para ineficácia da redução gradual71(B). RECOMENDAÇÃO Para a maioria dos pacientes, a redução gradual é o melhor método de retirada70(B), num processo palatino que pode durar até seis meses longa72(D). Em casos selecionados, de abuso de grande quantidade de comprimidos ou de drogas de meia-vida curta, pode ser recomendável a substituição por BZD de meia-vida longa72(D). 10. HÁ EVIDÊNCIAS QUE OS FATORES GENÉTICOS TENHAM PAPEL NO USO CRÔNICO? O potencial de abuso e dependência dos BDZs se relaciona com seus efeitos sobre o receptor GABA (ácido gama-amino-butírico) do tipo A. Sabemos que a expressão de várias sub-unidades de genes para o receptor GABA-A é bastante alta na área tegmental ventral do sistema de recompensa cerebral e esse pode ser um fator de vulnerabilidade genética que predisporia ao uso crônico73(D). A dopamina também está relacionada nos processos de abuso e dependência de substâncias, ainda sem definição adequada de quais receptores dopaminérgicos estariam envolvidos74,75(D). Experimentalmente os BZDs inibem a liberação da dopamina na região do núcleo estriado, aumentando o efeito gabaergico inibitório sobre os neurônios dopaminérgicos, modificam imagens radiológicas no córtex temporal e dorso-lateral pré-frontal, com efeitos sedativos76(B). RECOMENDAÇÃO Há influência genética no potencial de abuso e dependência dos BDZs, relacionados com receptor GABA e liberação da dopamina76(B), porém ainda estão em estudo. 11. QUAL É O MELHOR USO DOS Z-HIPNÓTICOS? 24 Diretriz HÁ RISCOS DE DEPENDÊNCIA? COMO FAZER A RETIRADA? Os Z-hipnóticos são medicamentos que surgiram na década de 90, com o objetivo de tratar quadros de insônia, com a possível vantagem de menor efeito rebote e dependência, quando comparados aos BZDs. Tais vantagens relacionar-se-iam ao seu perfil mais seletivo de ação. Com o passar dos anos, observou-se uma significativa quantidade de relatos de casos de dependência e sintomas de abstinência. Há casos de tratamento da dependência de Z-hipnóticos que podem ser manejados com substituição por BZDs ou redução gradual. Zolpidem é um dos fármacos mais prescritos para insônia77(A). Possíveis explicações para o crescimento do uso de antidepressivos (ADs) sedativos para insônia dizem respeito à necessidade de uso em longo prazo, e uma possível melhora ainda que leve dos possíveis sintomas depressivos ou ansiosos (efeito sedativo) que alguns ADs sedativos apresentam, mesmo que sejam usados em doses menores para indução do sono comparadas àquelas prescritas para depressão. Drogas Z e insônia crônica A maioria dos estudos se refere ao zolpidem, uma vez que está no mercado desde o início dos anos 90. Zolpidem, uma imidazopiridina, foi sintetizado nos anos 80 e desde 1998 tem sido apontado como o hipnótico mais prescrito na maioria dos países78(D). É conhecido por alterar muito pouco a estrutura fisiológica do sono e por ser efetivo em pacientes com insônia crônica. De modo geral os sedativos e hipnóticos apresentam os seguintes efeitos gerais no sono: reduzem a latência para o início do sono, reduzem os despertares durante o sono e aumentam o tempo total de sono. Enquanto que os BZD tem benefícios com NNT=13 e danos com NNH=679(B), o zolpidem comparado com o placebo apresenta NNT=3, com NNH=880(B). Portanto a cada 3 pessoas tratadas com zolpidem na dose de 12,5 mg/noite por 12 semanas 1 pessoa terá benefício com o tratamento. Porém em cada 8 tratadas 1 terá efeitos adversos que incluem cefaleia, ansiedade, sonolência, tonturas, fadiga, irritabilidade, náuseas e aumento de crises de sinusites80(B). Este benefício conseguido nas 12 semanas iniciais com o zolpidem desaparece no seguimento de 12 25