SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL (BAVT) EM UM HOSPITAL PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE – PE. ALMEIDA, Andresa Cristina de BATISTA, Isis Mendes ANJOS, Karina Siqueira dos BELCHIOR, Maria Clara de Sobral Lira GEISELER, Sigrid Luise RESUMO O bloqueio atrioventricular é um distúrbio de condução elétrica ocasionado pela diminuição ou interrupção do impulso elétrico através da área nodal AV. Pode ser adquirido ou congênito e tem como sinais e sintomas a freqüência cardíaca diminuída gerando diminuição na perfusão para os órgãos vitais. Classifica-se em 1ºgrau, 2º grau e 3ºgrau (sendo este último conhecido como BAVT - Bloqueio Atrioventricular Total). Este trabalho tem como objetivo desenvolver um plano assistencial de enfermagem embasado no conhecimento teórico-científico do distúrbio (BAVT) visando um restabelecimento da saúde do paciente. A metodologia é do tipo descritiva, baseada em dados coletados através do prontuário do paciente, exame físico, anamnese e material bibliográfico. Nos resultados esperados identificamos diagnósticos do tipo: risco para infecção, incapacidade de manter a respiração espontânea, acúmulo de líquido nos membros, perfusão tissular alterada. Concluímos que a sistematização da assistência embasada pelo diagnóstico de enfermagem CARPENITO contribuiu qualitativamente no atendimento ao cliente o qual possibilita a diversidade das ações e fornecendo concomitantemente a ampliação do conhecimento em relação à teoria, ao processo e a assistência de enfermagem. ABSTRACT NURSERY ASSISTANCE METHOD ORGANIZATION FOR TAVB PATIENTS ON A PUBLIC HOSPITAL IN RECIFE - PE Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Atrioventricular block (AVB) is a conduction disturbance caused by AV nodal cell communication decrease or even block. Congenital or acquired it has as signs and symptoms cardiological frequency decrease, decreasing vital orgs feeding. It is ranking on first, second or third degree (third degree is most know as TAVB Total Atrioventricular Block). This project has as its objective spread out a nursery assistance plan, based on TAVB knowledge, for patient health remake up. Descriptive methodology was use based on patient table data collect, physical exams, anamneses and bibliographic links. On the expected results where diagnostic: infection risks, Incapacity in keeping spontaneous breathiness, liquid accumulation on members, no conform tissular feeding. We conclude that a systematic assistance based on CARPENITO nursery diagnostics, that possibility action diversity and also offers knowledge increase on theory to nursery assistance process, had qualitative contribution on the patient help. I – INTRODUÇÃO O bloqueio atrioventricular (BAV) caracteriza-se pela incapacidade de condução do estímulo nascido no nódulo sinusal ou células atriais até atingir os ventrículos, dificuldade essa, ao nível do sistema de condução átrio ventricular, constituído pela junção átrio ventricular e o sistema His-Purkinge. Pode ser congênito ou adquirido e este último pode ser decorrente de isquemia aguda, infarto do miocárdio, infecção, traumatismo e medicamentos. Um indivíduo portador de um distúrbio Bloqueio atrioventricular Total ou Completo exige que o profissional de enfermagem deve ter o conhecimento anatômico e fisiopatológico das várias estruturas do sistema cardíaco a fim de avaliar e interpretar sinais e sintomas do distúrbio, e direcionar terapêuticas, tendo como base à importância do processo de enfermagem. II – OBJETIVOS Objetivo Geral: Desenvolver um plano assistencial de enfermagem embasado no conhecimento teórico-científico do bloqueio atrioventricular, visando restabelecimento da saúde do paciente. Objetivos Específicos: Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version § Estudar um caso do bloqueio atrioventricular correlacionado a teoria com a prática. § Identificar as complicações no desenvolvimento do bloqueio atrioventricular. § Traçar um plano assistencial de enfermagem para a paciente com o distúrbio bloqueio atrioventricular. 3 III – METODOLOGIA Redigido conforme as normas da ABNT, este estudo foi realizado no Hospital público da cidade do Recife, no período de março de 2004, com base num estudo descritivo baseado em dados coletados através do prontuário do paciente, exame físico, anamnese e material bibliográfico. Foi abordado um estudo de um paciente internado na Unidade Coronariana com diagnóstico de um distúrbio Bloqueio atrioventricular total. IV - REFERENCIAL TEÓRICO BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR (BAV) O bloqueio atrioventricular (BAV) caracteriza-se pela incapacidade de condução do estímulo nascido no nódulo sinusal ou células atriais até atingir os ventrículos, dificuldade essa, ao nível do sistema de condução átrio ventricular, constituído pela junção átrio ventricular e o sistema His-Purkinge. (PORTO, 1999). O sistema de condução cardíaca assegura uma condução sincronizada de cada impulso sinusal dos átrios até os ventrículos. Anormalidades da condução dos impulsos até os ventrículos podem pronunciar a ocorrência de BAV, que em última análise pode levar a síncope ou parada cardíaca. (FAUCI, 1998). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 4.1 Sistema de condução Cardíaca Segundo Brunner e Guyton referem que as células elétricas e especializadas do sistema de condução cardíaca geram e coordenam metodicamente as transmissões dos impulsos elétricos para as células miocárdicas. O resultado é a contração atrioventricular seqüenciada, a qual promove o fluxo mais efetivo do sangue otimizando assim débito cardíaco. O nódulo SA, referido como o marcapasso primário do coração, está localizado na junção da veia cava 5 superior com o átrio direito. O nódulo SA em um coração normal em repouso apresenta uma freqüência nata de deflagração de 60 a 100 impulsos por minuto, mas a freqüência pode alterarse em resposta as demandas metabólicas do corpo. Os impulsos elétricos iniciados pelo nódulo SA são conduzidos ao longo das células miocárdicas dos átrios por meio de tratos especializados chamados de vias internodas. Os impulsos geram a estimulação elétrica e a subseqüente contração dos átrios. Em seguida, os impulsos são conduzidos para o nódulo AV, e este está localizado na parede atrial direita próximo à válvula tricúspide, consiste em outro grupo de células musculares especializadas, semelhantes ao nódulo SA. O nódulo AV coordena os impulsos elétricos oriundos dos átrios e depois de um discreto retardo (permitindo o tempo para que os átrios se contraiam e completem o enchimento ventricular), retransmitem o impulso para os ventrículos. Esse impulso é então conduzido através de um feixe especializado de células elétricas (feixe de His) que faz trajeto do septo que separa os ventrículos direito e esquerdo. Os impulsos viajam através dos ramos até atingir o ponto terminal no sistema de condução, denominado fibras de Purkinje. Esse é o ponto que as células miocárdicas são estimuladas gerando a contração ventricular. (BRUNNER, 2002). 4.2 Etiologia Diversas doenças podem influenciar a condução nodal AV, essas doenças podem ser processos agudos IAM (sobretudo de parede inferior), espasmo coronário (habitualmente da artéria coronária direita), isquemia, intoxicação digitálica, excesso de beta bloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio, infecções agudas como miocardite virótica, febre reumática Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version aguda, mononucleose infecciosa e diversos outros distúrbio, como a doença de Lyme, sarcoidose, amiloidose, e neoplasias sobretudo mesoteliomas cardíacos. O bloqueio nodal AV também pode ser congênito. Dos doentes degenerativos são comumente responsáveis pela lesão ao sistema especializado de condução que provocam o BAV habitualmente associado ao bloqueio de ramo. (FAUCI, 1998). Na doença de LEV, ocorre calcificação e esclerose do esqueleto cardíaco fibroso, que freqüentemente envolve as válvulas aórtica e mitral, o corpo fibroso central, e a parte mais superior do septo ventricular. A doença de Lenegre parece ser uma doença esclerodegenerativa primária no próprio sistema condutor, sem envolvimento do miocárdio ou do esqueleto fibroso 6 do coração. Essas duas doenças provavelmente são as doenças mais comuns de BAV crônico isolado em adultos. (FAUCI, 1998). A hipertensão e a estenose aórtica e/ou mitral são distúrbios específicos que aceleram a degeneração do sistema condutor ou exercem um efeito direto pela calcificação e fibrose que envolve o sistema condutor. (FAUCI, 1998). 4.3 Classificação O bloqueio AV pode ocorrer no nó AV, no feixe de His ou nos ramos do feixe. O distúrbio de condução é classificado por gravidade em três categorias: BAV 1º grau, BAV 2º grau (tipo I e tipo II) e BAV 3º grau ou total. § BAV 1°grau – O tempo de condução está prolongado mais todos os impulsos são conduzidos aos ventrículos, um intervalo PR é maior do que 0,21 s. A aceleração da Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version freqüência atrial ou aumento do tono vagal por massagem carotídea pode fazer com que o bloqueio nodal AV de 1º grau evolua para bloqueio AV de 2º grau. Inversamente, um bloqueio nodal AV de 2ºgrau tipo I pode reverter para bloqueio de 1ºgrau com a desaceleração da freqüência sinusal. (BRAUNWALD, G. 2000). 7 § BAV 2°grau – O bloqueio de alguns impulsos atriais conduzidos para o ventrículo em um momento quando a interferência fisiológica não está envolvida constitui o bloqueio AV de 2º grau. A onda P não conduzida pode ser intermitente ou freqüente, a intervalos regulares ou irregulares, e pode ser percebido por intervalos P-R fixos ou crescentes. (BRAVNWOLD, 1999). O BAV de 2º grau é subdividido em 2 formas = Mobitz tipo I (Wenckebach) e tipo II. § No tipo I – Ocorre aumento progressivo do tempo de condução AV (intervalo PR) com encurtamento do intervalo PR. Condição esta devida à condução anormal dentro do nó AV. (Tierney, 2001). No paciente com IAM, o bloqueio AV tipo I geralmente acompanha o intervalo inferior (talvez + freqüente se também ocorrer um infarto ventricular direito é transitório e não necessita de marcapasso temporário. (BRAVNWOLD, 1999). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version § No tipo II – Há bloqueio súbito ocasional ou repetitivo de condução de um impulso e não é precedido pelo aumento do tempo de condução AV, sendo freqüentemente secundário ao bloqueio dentro do sistema do feixe de His. Nem todos os estímulos alcançam os ventrículos, alguns ficam bloqueados ao nível da junção atrioventricular sendo sistema de Purkinje. (TIERNEY, 2001). A ausculta percebe-se ma pausa e hipoforese progressiva da 1º bulha. Eletrocardiograficamente observa-se aumento progressivo da duração do espaço PR até que a onda P não seja seguida de complexo QRS. Neste tipo de bloqueio o principal dado estetoacuístico é a bradicardia sinusal. (PORTO, 1999). E quase sempre devido à doença orgânica que compromete o sistema de condução infranodal na eventualmente da evolução para o BAVT completo, os 8 marcapassos alternativos não são mais seguros (TIERNEY, 2001). O BAV 2º grau tipo II ocorre em conjunto com um infarto do miocárdio anterior agudo, pode requerer marcapasso temporário ou permanente e está associado com uma alta taxa de bomba. (BRAVNWOLD, 1999). § BAV 3°grau – Ocorre quando nenhuma atividade atrial é conduzida pelos ventrículos e, portanto os átrios e ventrículos não controlados por marcapassos independentes. O marcapasso atrial pode ser sinusal ou ectópico (taquicardia, “flutter” ou fibrilação) ou pode resultar de um foco juncional AV ocorrendo acima do bloqueio com condução atrial retrógrada. O foco ventricular é geralmente localizado logo abaixo da bifurcação do feixe de His. (BRAVNWOLD, 1999). § A freqüência ventricular no bloqueio cardíaco completo adquirido é menor que 40 bpm, mas pode ser mais rápida no BAVT congênito. O bloqueio total pode ocorrer ao nível Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version do nodo AV (geralmente congênito), dentro do feixe de His, ou no sistema de Purkinje (geralmente adquirido). (BRAVNWOLD, 1999). A eletrocardiografia pode ser útil para diferenciar a forma nodal AV do bloqueio intra-hisiano já este último pode acarretar em prognóstico mais sério do que o 1º. Em pacientes com BAV, a atropina geralmente acelera as freqüências tanto atrial quanto ventricular. O exercício pode reduzir a extensão do bloqueio nodal AV. O complexo QRS é anormal e a freqüência ventricular é geralmente menor que 40 bpm. (BRAVNWOLD, 1999). Bradicardia, sístole em ECO, ruído de canhão, onda a gigantes no pulso venoso e elevação da PA sistólica constituem os principais dados do exame físico (PORTO, 1999). 9 Os pacientes podem ser assintomáticos ou relatarem fraqueza ou dispnéia, se a freqüência for inferior a 35bpm. Podem ocorrer sintomas com freqüências mais altas se o VE não conseguir aumentar o seu volume sistólico (TIERNEY, 2001). Doença de Chagas, cardiopatias aterioesclerótica, miocardite e digital em excesso são as causas mais comuns de BAVT. (FAUCI,1998). O BAVT pode ser congênito apresentando-se isolado ou associado a outras doenças. 4.4 Diagnóstico Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Segundo Brunner o ECG é composto de traçados de onda (incluídos a onda P, o complexo QRS, a onda T e, possivelmente, uma onda U) e de segmentos ou intervalos (incluídos o intervalo PR, o segmento ST e o intervalo QT). A onda P Õ Representa o impulso elétrico que se inicia no nódulo AS e espalha-se através dos átrios, por conseguinte, despolarização muscular atrial com 0,11 s ou menos de duração. O complexo QRS Õ Representa a despolarização da musculatura ventricular. E normalmente inferior a 0,12 s de duração. A onda T Õ Representa a repolarização do músculo ventricular, também chamado de estado de repouso. A onda U Õ Acredita-se que represente a repolarização das fibras de Purkinje. O intervalo PR Õ é medido desde o inicio da onda P até o inicio no complexo QRS que representa o tempo necessário para a estimulação do nódulo SA, despolarização atrial e 10 condução através do nódulo AV antes da despolarização ventricular. Normalmente o intervalo PR em adultos varia de 0,12 a 0,20 s de duração. O segmento ST Õ Representa a repolarização ventricular precoce, dura do final do complexo QRS até o inicio da onda T. O intervalo QT Õ Representa o tempo total para a despolarização e repolarização ventriculares, é medido desde o inicio do complexo QRS até o final da onda T. Em geral, possui duração de 0,32 a 0,40 s. Intervalo PP Õ e medido desde o inicio de uma onda P até o inicio da seguinte. Um intervalo PP e utilizado para determinar o ritmo atrial e a freqüência atrial. Intervalo RR Õ e medido de um complexo QRS até o próximo complexo QRS, esse intervalo é usado para determinar a freqüência e ritmo ventriculares. Eletrocardiograma (ECG) – O BAV é classificado como de primeiro, segundo e terceiro grau. O BAV de primeiro grau, ou seja, o intervalo PR é prolongado é causado por um atraso de condução no nódulo AV, raramente provoca qualquer efeito hemodinâmico. O BAV de segundo grau é subdividido nos tipos I (nodal AV) e II (His-Purkinje). O BAV de segundo grau do tipo I tem uma periodicidade de Wenckebach característica, ou seja, o intervalo PR aumenta a cada ciclo até que a onda P não é conduzida aos ventrículos. O BAV de segundo grau do tipo II é reconhecido pela súbita ausência de condução de uma onda P para os ventrículos PR, sem Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version alargamento prévio do intervalo PR. O BAV de terceiro grau ocorre quando nenhum impulso atrial é conduzido através do nódulo AV para dentro dos ventrículos. (BENNETT, 1997). 4.5 Tratamento Com base na causa do bloqueio AV e na estabilidade do paciente, o tratamento é direcionado no sentido de aumentar a freqüência cardíaca para manter um débito cardíaco normal. Quando o paciente está estável e não apresenta sintomas, nenhum tratamento está indicado, a não ser para diminuir ou erradicar a causa. (BRUNNER, 2002). O BAV de 1ºgrau não exige tratamento. O BAV de 2°grau do tipo I costuma ser resolvido sem que seja necessário por uma doença juncional AV crônica, ele pode progredir lentamente para um BAV completo. O BAV de 2°grau do tipo II costuma resultar em uma doença crônica 11 do ramo e com freqüência evolui para BAV completo. O BAV do 2° ou 3° grau sintomático crônico dever ser tratado com a implantação de um marcapasso. (BENNETT, 1997). • Farmacológico – Atropina e isoprotelenol são úteis por aumentar a freqüência cardíaca e aliviar os sintomas em pacientes com bradicardia sinusal ou BAV localizado no nódulo AV. Quando o paciente exibe falta de ar, queixa-se de dor torácica e vertigem e apresenta uma pressão arterial baixa, um bolo EV de atropina consiste no tratamento de escolha inicial. Em pacientes com síncope neurovascular, foi sugerido o uso de beta-bloqueadores e disopiramida, como métodos para depressão do funcionamento ventrículo esquerdo e diminuição dos reflexos relacionados com mecanoceptores. Infelizmente, não existe estudo controlado que tenha demonstrado que qualquer dessas modalidades farmacológicas funcione de modo previsível em todos os pacientes. (BRAUNWALD, 2000). • Marcapassos – Fontes externas de energia podem ser utilizadas na estimulação do coração, quando os distúrbios na formação e/ou transmissão dos impulsos promovem o surgimento de bradiarritmias sintomáticas. Estímulos originários de marcapassos podem ser aplicados aos átrios e os ventrículos. Quando o paciente não reponde à atropina ou apresenta um IM agudo, o marcapasso transcutâneo deve ser iniciado. Um marcapasso permanente pode ser necessário, caso o bloqueio persista. (FAUCI, 1998). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version ð Marcapasso provisório – essa medida é habitualmente instituída como objetivo de proporcionar uma estabilização imediata antes da implantação do marcapasso permanente, ou proporcionar ajuda ao marcapasso quando a bradicardia foi precipitada presumivelmente por um evento temporário, por exemplo, isquemia ou intoxicação medicamentosa. Dentre as complicações do seu uso podemos citar: perfuração cardíaca, infecção no local de inserção e tromboembolia. (FAUCI, 1998). ð Marcapasso permanente – esse modo de estimulação elétrica é instituída para os casos de bradicardia sintomática persistente ou intermitente, não relacionada com um fator precipitante autolimitante, ou para um BAV infranodal de 2º ou 3º grau devidamente documentado. Os efeitos adversos do uso de um MP são as folhas ou mau funcionamento do sistema de regulação da freqüência. A síndrome do marcapasso consiste de fadiga, tonteira, síncope e pulsações angustiantes no pescoço e tórax podendo estar associado a efeitos hemodinâmicos associados. Os MPs de dupla câmara 12 é risco para o desenvolvimento de uma taquicardia mediada por marcapasso. (M. I. Cardiovascular). (FAUCI, 1998). 4.6 Plano assistencial de enfermagem (Importância para o paciente) Direcionado ao 2° e/ou 3° grau: • Manter o paciente em repouso absoluto no leito; • Verificar os sinais vitais; • Administrar as medicações conforme prescrição atentando ao horário e dosagens; • Instituir a ventilação mecânica para facilitar a oxigenação • Estabelecer os cuidados necessários ao cliente com ventilação, como manutenção das vias aéreas artificiais, de forma programada realizando os cuidados de higiene oral e ocular do paciente. Assim como, as manobras que melhorem a função respiratória do mesmo: aspiração de secreções, fisioterapia respiratória. • Avaliar a possibilidade de complicações • Tratar e prevenir a infecção respiratória • Verificar o equilíbrio ácido-básico com gasometria arterial, conforme prescrição. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version • Manter acesso venoso central realizando curativo regularmente, evitando possíveis infecções. • Verificar a saturação de O2 com dispositivo oxímetro ou monitorar o ritmo cardíaco. • Realizar ECG diariamente ou quando necessário • Avaliar os parâmetros hemodinâmicos (PVC, MP). • Avaliar o nível de consciência • Controle rigoroso dos níveis glicêmicos caso o cliente seja diabético • Balanço hídrico rigoroso CASUÍSTICA M.J.C.S, sexo feminino, 81 anos, cor branca, casada, aposentada, católica, natural de Recife – PE, reside com a filha em cruz de Rebouças, Igarassu – PE. A paciente foi admitida no dia 18 de Marco de 2004 no serviço de emergência apresentando síncope com perda momentânea da consciência, sem estímulos verbais e motores, bradicardica e parada momentânea da respiração, onde foi realizado o pronto atendimento e imediatamente transferida para a Unidade Coronariana. Realizado procedimento de intubação, acesso venoso periférico, apresentava bradicardia e cianose. Foi colhida gasometria e apresentou acidose metabólica, logo em seguida encaminhada ao setor de hemodinâmica para implantação do marcapasso provisório. Após avaliação médica obteve uma hipótese diagnóstica de BAVT (3° grau) + perda dos sentidos + Insuficiência Respiratória + Infecção Respiratória. VI - RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. EVOLUÇÃO DO CASO CLÍNICO DATA 18/03/04 Admissão 19/03/04 HISTÓRICO DE INTERNAÇÃO • Síncope – perda súbita da consciência rápida e espontânea. • Bradicárdica • Cianosada • Intubada • Marcapasso provisório • Acidose metabólica HD: BAVT (3ºgrau) + Perda dos sentidos + Insuficiência respiratória + Infecção respiratória. • Sedação contínua (punção central) • AVM pelo Inter 5 • SVD e SNG para gavagem • Fisioterapia Respiratória Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 20/03/04 22/03/04 24/03/04 29/03/04 30/03/04 31/03/04 01/04/04 06/04/04 09/04/04 10/04/04 11/04/04 12/04/04 12/04/04 • Sedação contínua (punção central) • AVM pelo Inter 5 • Cipro • Instalado PVC • SVD e SNG aberta e dieta zero • Sedação contínua (punção central) • AVM pelo Inter 5 • Cipro • Instalado PVC • SVD e SNG para gavagem • Bradicárdica ( FC=48 bpm) • Edema MMSS e MMII • Re-entubada devido à formação de coágulos e rolhas no tubo • Realizado traqueostomia • Desmame de SVD e abre os olhos através de estímulos verbais • Desmame de SVD e respirador • Macronebulização • Foi para o hospital particular da cidade do Recife para colocar o marcapasso permanente. • Consciente, orientada, TOT em CPAP no Inter 5. Retornou do hospital particular às 16:30 h, onde realizou implante com marcapasso definitivo. Retornou com grande hematoma no flanco direito. • Retirou SNE, aceita bem dieta VO. • Melhora de quadro clínico. • TOT com AVM pelo Inter 5, aceitando bem dieta por VO. • Óbito às 16:30 h, realizadas manobras de reanimação sem sucesso. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 15 6.2 PLANO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM Diagnóstico de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Risco para infecção • Identificar o risco para relacionado a procedimentos infecção relacionada ao invasivos. manuseio tipo aspiração, instalação de SVD e SNG OU SNE, nebulização. • Restringir os procedimentos invasivos aos absolutamente necessário. • Observar as manifestações clínicas de infecção (febre, urina turva, secreção purulenta.) • Reduzir a entrada de microrganismos nos indivíduos por meio de técnica asséptica. Incapacidade para manter a • Monitorizar a sedação respiração espontânea contínua de acordo com a relacionada à depressão prescrição médica. respiratória do SNC. (evitando excesso). • Aspiração com técnica asséptica de acordo com os horários estabelecidos. • Acompanhamento terapêutico de fisioterapia respiratória. • Monitorização da FC. Resultados Esperados Manter livre de processo de infecção hospitalar durante a hospitalização. Acúmulo de líquido • Administração de generalizado relacionado ao diuréticos de acordo com a retorno venoso prejudicado. prescrição médica. • Uso de coxins ou travesseiro para proteção. • Monitorização da pele para evitar úlceras de pressão. • Elevar membros para melhora do edema. Perfusão tissular diminuída • Oxigenoterapia para relacionada à cianose. melhora / aumento da saturação de O2 e melhora da perfusão tissular periférica. Risco para desobstrução • Observar as manifestações Apresentar ausência de edema e retorno venoso adequado. Manutenção de vias aéreas pérvias respiração espontânea em ritmo normal. Apresentar perfusão tissular ótima com saturação de O2 de acordo com os padrões normais. Conservar vias aéreas livres de secreções e permeáveis à Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Ineficaz das vias aéreas clínicas de obstrução das relacionado ao aumento da vias aéreas. secreção secundária a • Realizar aspiração, traqueostomia, a obstrução da diminuindo secreções. cânula interna ou • Utilizar técnica asséptica descolamento da cânula da diminuindo o uso de traquéia traqueostomia. transferir um agente patogênico ou oportunista para o paciente. Distúrbio no autoconceito • Monitoração continua do relacionado a dor no local da paciente. inserção e à imobilização • Dar explicações ao prescrita após o procedimento paciente ou a família à (marcapasso). cerca do procedimento a ser realizado. Risco para infecção • Atentar aos sinais relacionado ao acesso direto flogísticos no local da do cateter à corrente sanguínea inserção do cateter. (venóclise central). • Realizar curativo protetor no local da punção. • Explicar o procedimento ao paciente conforme o seu nível de consciência e a capacidade de compreensão. • Evitar traumatismo ou perfuração das paredes vasculares, por manuseio do cateter. Risco para aspiração • Evitar broncoaspiração. relacionado à posição da sonda • Administração e controle nasoenteral do indivíduo. da nutrição. • Cuidados na limpeza da sonda para evitar a obstrução. • Registrar no plano de cuidados, na folha de anotações de enfermagem e protocolo de equilíbrio, a quantidade e as características da dieta administradas. secreções e permeáveis passagem do ar. à Evitar transtorno do ritmo, levando impulsos até o coração para produzir a sua contração. Manter via para administração de medicamentos. Nutrir o paciente de uma forma especifica e individual. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 17 VII –CONSIDERAÇÕES FINAIS Observamos que os paciente acometidos pelo distúrbio BAVT (3º grau) são clientes em que requerem cuidados especiais de enfermagem, pois um dos mais importantes órgãos do corpo humano o coração encontra-se com um sistema de condução cardíaca anormal podendo levar o indivíduo à síncope, ou à parada cardíaca irreversível. Tendo em vista que o profissional de enfermagem é responsável pelo tipo e qualidade da assistência proporcionada no tratamento do paciente, é de suma importância o estudo do desenvolvimento dessa assistência, assim como de suas necessidades básicas, como o propósito de restabelecer o bem-estar físico, social, emocional e cultural desse paciente. A realização desse estudo contribuiu de forma efetiva e significativa para ampliar e aprimorar o conhecimento a respeito desse distúrbio BAV (Bloqueio atrioventricular) e das intervenções de enfermagem, assim como, para oferecer ao paciente uma assistência mais elaborada, individualizada e humanizada. VIII –REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ANDRADE, M. T. S. Guias práticos de enfermagem: cuidados intensivos. Rio de Janeiro: McGraw – Hill Interamericana do Brasil, 2002. • BENNETT, J. C; PLUM, F. Tratado de medicina interna. 20º ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. • BRAUNWOLD, E. Tratado de medicina cardiovascular. 5 ed. São Paulo: Roca, 1999. V 1. • BRAUNWALD, G. Cardiologia na clínica médica São Paulo: Guanabara koogan, 2000. • BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. 0 tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. v.2. • CARPENITO, L. J. Manual de diagnóstico de enfermagem. 8º ed. Porto Alegre: Artmed , 2001. • PORTO, Celmo Celeno. Exame Físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. • Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e Classificação – 1999- 2000. Organizado por North American Nursing Association: Trad. Jeanne Liliane Marlene Michel. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul, 2000. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version • FAUCI, A. S.; BRAUNWALD, E.; ISSELBACHER, K. J. et all HARRISON Medicina interna. 14 ed. Rio de Janeiro: Editora McGraw – Hill Interamericana do Brasil, 1998. V1. • GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia medica.. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1992. • MUNIZ, M.; LUNA, R. Eletrocardiografia clínica São Paulo: Guanabara koogan, 1973. • TIERNEY, L. J.; MC PHEE, S. J.; PAPADAKIS, M.A.: Diagnóstico e Tratamento. Editora: Ateneu. São Paulo-SP, 2001. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version