UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 UMA ANÁLISE DA EXPRES PRESSÃO SINTÁTICA DA ESTRUTURA A ARGUMENTAL ARG DO PORTUGUÊS ESCRITO ITO COMO SEGUNDA LÍNGUA (L2) PARA ARA SURDOS EM CONTEXTO EDUCACIONAL EIXO: Libras: Linguísti guística, Ensino e Aquisição Hely ely Cé César FERREIRA, UnB1 Heloísa M. M.. Lima de A. SALLES, UnB2 Resumo: O presente trabalho busca busc analisar as atividades de produções escritas scritas pelos alunos surdos matriculados em contexto educaciona acional onde será a pesquisa de realização na Escola ola pa para Surdos de UberabaMG. Este trabalho tem como objetivo objeti principal fazer a verificação se há a variabilidade variab de argumentos interno e externo nas sentençass prod produzidas por surdos em português como segunda unda língua, considerando a interferência da L1 na interlíngua. gua. Como apresentar fundamento teórico para a metodologia met de ensino de português como segunda língua (L2). Partindo da hipótese de que a aquisição dee L2 é mediada pela primeira língua (L1), com acesso parciall à Gra Gramática Universal (GU) (cf. Chomsky 1986;; 1995; 1995 White 2003), tem-se a observação de que, apesar da interferência interf de Libras, a interlíngua não viola os princípios pr da GU. Como metodologia foram acolhidos os tex textos produzidos pelos alunos surdos, através vés de diferentes técnicas e recursos, a criatividade e a capacida pacidade dos alunos surdos de externar seus pensame nsamentos de forma clara e objetiva; utilizar vocabulário quee este esteja sendo trabalhado em aula (verbos, substantivo antivos, adjetivos, pronomes, preposições) em português; criar iar a produção p textual como histórias, frases context ontextualizadas por meio da pedagogia visual. Após análise preli preliminar foram os resultados encontrados dos os problemas pro de argumentos internos e externos nulos, buscando cando analisar melhor possível das estruturas de por português como L2 para realização dos textos pós-teste experim xperimental. Palavras-chave: Português como L2, argumentos, L1. 1. Introdução Os estudos linguísticos os na área de língua de sinais tiveram início io a ppartir de 1960 com o linguista americano Willian Stoko Stokoe, que, após buscar os conhecimentos sobre a teoria saussureana, iniciou as pesquisas sobre língua de sinais e confirmou ser esta a língua natural atural de surdos, ou seja, a primeira língua (L1) dos surdos. 1 Possui graduação Licenciatura em Le Letras/Libras pela Universidade Federal de Santa nta Catarina C (UFSC) no pólo Universidade de Brasília - UnB.. Especialização Esp em LIBRAS e Educação Especial ial pe pela Faculdade Eficaz de Maringá/PR. Mestrando em Linguística ística na Universidade de Brasília - UnB. Atualmente te é professor p da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM. E-mail: [email protected] 2 Possui graduação em Letras pela Universidade Unive de Brasília, mestrado em Linguística pela Universidade de Brasília e doutorado em Linguística pela University versity of Wales. É professora associada da Universidade ade de Brasília (UnB). Atua na área de Linguística, na abordagem da Teoria T Gerativa, investigando, principalmente, os seg seguintes temas: sintaxe de complementação e sintaxe de preposiçõe osições, com ênfase em línguas românicas, germânicas, cas, lí língua brasileira de sinais, aquisição de português L2, bilinguismo smo ddos surdos. E-mail: [email protected] Realização: UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 As línguas de sinais is são formadas por sinais que têm característ cterísticas como: formas/ configurações da mão, movimen vimento, posição do corpo, e são sistemas ling nguísticos legítimos e naturais, utilizados pelas comun omunidades surdas, de modalidade viso-espacia spacial e com estruturas gramaticais. A partir da concepção cepção de que os sinais nas línguas viso-espaciais ciais correspondem c ao que vem sendo chamado item lexical, xical, e que itens lexicais são as palavras de uma ma língua, lín como podemos perceber na definição de um conju conjunto das unidades significativas, concluímos luímos que, nas línguas de sinais, existem também itens ens lexicais, le que recebem o nome de sinais, inais, que transmitem os significados. Como as línguas naturais rais existentes, ex a Língua Brasileira de Sinais,, conh conhecida como LIBRAS e também como LSB, “é compos omposta por níveis linguísticos como: fonologia, logia, morfologia, sintaxe, pragmática e semântica” (Quadros adros e Karnopp, 2004). Sobre a LIBRAS é a primeira prim língua dos surdos, portanto a línguaa oral, língua portuguesa, é a segunda língua, e deve ser er des desenvolvida apenas na modalidade escrita. ita. Os O surdos entram em contato com a escrita para serem rem al alfabetizados em português, portanto a modali odalidade escrita deve ser desenvolvida na escola. “A língua que o surdo tem como legítima e usa não é a mesma que serve como base ao sistema escrito, to, por ser um sistema viso-manual, portantoo mui muito diferente do oralauditivo” (Silva, 2001, p. 48). 8). Nesse N caso, vimos que a aprendizagem da escrita e corresponde à segunda língua para os surdos. Consideramos que a opção pelo bilinguismo resulta em uma situação ção linguística lin que envolve o uso de duas línguas distintas as na ccomunicação. Assim, a existência de duas uas línguas lín no ambiente do surdo e o acesso adequado aoo inpu input linguístico torna o surdo bilíngue. O decreto 5626/2005 estab estabelece que “a Educação dos Surdos noo Bras Brasil deve ser bilíngue, garantindo o acesso à educação ção po por meio da LS (Língua de Sinais) e o ensino sino da d Língua Portuguesa como segunda língua (L2)”. Este trabalho tem o objeti objetivo de analisar a expressão sintática daa estr estrutura argumental na gramática da língua portuguesa uesa na n interlíngua de surdos aprendizes do português portu L2 e verificar como ocorre a aquisição dessas ssas eestruturas. Para tanto, vamos analisar a interlíngua inter de surdos em contexto educacional, na Escola cola para p Surdos de Uberaba-MG, uma escola cola que q adota a instrução bilíngue (português (escrito)) e LIBRAS). LIB A gramática da LIBRAS descreve reve regras r que combinam os sinais formando frases quee se diferenciam d das estruturas linguísticas das lín línguas orais, como na língua portuguesa - LP, em que ue a concordância c verbal é realizada por meio io das conjugações verbais, em que ocorre flexão de modo, do, tem tempo, pessoa e número. Pelo fato dos surdos rdos não n possuírem acesso às informações orais como os ouv ouvintes, esse grupo necessita de um meio io escrito esc ou viso-espacial para receber qualquer tipo dee informação. infor Salles et al (2004, p.. 121) afirmam “que os textos de alunos surdos dos possuem po normalmente enunciados curtos, vocabulário ário re reduzido, ausência de artigos, de preposiçõ posições, de concordância nominal e verbal, uso reduzido ido de diferentes tempos verbais, ausência de conectivos con (conjunções, pronomes relativos e outros), ), falta de afixos e verbos de ligação, além de um uma suposta colocação aleatória de constituintes na oração oração”. Portanto, no processoo de eensino-aprendizagem, as crianças surdas as têm mais facilidade no aprendizado de português como omo L L2, desde que a metodologia seja adequada quada para desenvolver o Realização: 2 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 conhecimento da língua comoo L2. Nesse sentido, é importante também que a criança surda tenha condições de adquirir sua L1 (LIBRAS). (LIBR O presente estudo propõe ropõe-se fazer a análise da interlíngua, consider nsiderando a produção de textos e sentenças em línguaa por portuguesa por surdos matriculados em escola bilíngue que têm a LIBRAS como primeira língua gua (L1). ( Para tanto, propomos examinar a real realização sintática dos argumentos interno e externo no na nas sentenças, considerando a interferência ncia da d L1 (LIBRAS) na interlíngua. 2. Apresentação do problema Sabemos que a escola ola bilíngue bil se caracteriza por utilizar duass líng línguas de instrução, a LIBRAS como L1 e o português guês escrito e como L2. Os surdos adquirem LIBRA IBRAS como sua primeira língua, que permite expressar ar e comunicar co suas ideias com facilidade. A LI LIBRAS é uma língua viso-espacial na expressão das re relações gramaticais e dos conteúdos semânti emânticos dos enunciados. Quanto à L2, os surdos têm dific dificuldade de escrever a língua portuguesa, sa, que qu envolve o uso de propriedades gramaticais distintas stintas em relação a LIBRAS. Nesse caso, questionamos ques por que a aquisição de L2 ocorre dessaa forma: form como devemos analisar o fracasso escolar scolar? É responsabilidade da escola ou existe relação daa fam família com o processo de escolarização? São pr problemas complexos, de natureza social, psicológica, ica, afetiva, afe que não vamos abordar em detalhe lhe nes neste projeto. Portanto, vamos investigar as questõess linguísticas, lingu considerando aspectos da estrutura tura gr gramatical das línguas envolvidas. A escola bilíngue desenv esenvolve suas atividades educacionais priorizan iorizando a LIBRAS e a modalidade escrita da línguaa portu portuguesa. Com a observação da produçãoo escrita escr em português de alunos surdos, verificamos vários fenômenos: sobre a produção de verbos, bos, percebemos p que há a ausência de marcação morfológica lógica de tempo, modo, número e pessoa, ou ainda essa flexão não está de acordo com o contexto gramat ramatical. Outros problemas envolvem repetições etições, ausência de marca de pontuação, de preposições, s, artigos artig e outros. Hipoteticamente, os alunos os surdos surd têm acesso à GU (Gramática Universal) e iniciam ciam a aquisição de L1, que é a LIBRAS, e depois depo devem adquirir a língua portuguesa escrita comoo L2 L2. Elaboramos este estudo udo pa para verificar a forma como os surdos utilizam utiliz as categorias da gramática. Na análise, discutimos, timos, em particular, a realização da estrutura ra sint sintática considerando o núcleo do predicado e sua relação relaçã com sujeito e o complemento. Além lém di disso, investigamos a interlíngua dos surdos aprendize endizes do português, para analisar as implicaç plicações da ausência ou presença do complemento e do suj sujeito. Assim, uma questão relevante é investi nvestigar que relação pode ser estabelecida entre a flexãoo verb verbal e a expressão dos argumentos em portuguê rtuguês. A interlíngua é o sistema tema que organiza o processo de aquisição de uma um língua. Em nossa análise, vamos examinar ass sentenças sen em português e como os alunos lunos surdos realizam os argumentos internos na posição ição de d complemento e os argumentos externos rnos nna posição de sujeito. Em nossa análise piloto, e també também nos estudos prévios que consultamos, mos, verificamos que, na maioria dos textos criadoss pelo pelos alunos surdos, há ausência de argume rgumentos sintaticamente expressos. Hipoteticamente pode ser s que os estudantes surdos manifestam essas dificuldades porque Realização: 3 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 não houve o ensino (o inputt ling linguístico foi insuficiente) ou faltou o materia aterial didático adequado. Outra razão pode ser a faltaa de conhecimento c da L1 (LIBRAS). De acordo cordo com as pesquisas, é desejável que os surdos adquiram iram ssua língua para que possam desenvolverr a ha habilidade de produção escrita de L2. A língua de sinais (L11 do surdo) s utiliza pronomes, verbos, estrutura tura ar argumental, e todas as categorias da gramática. Na aquisição aquisi da L2, o surdo deverá desenvolver esse conhecimento c com as categorias da gramática da língua ua que q está sendo adquirida. 3. Objetivos O objetivo deste trabalho balho é analisar a produção escrita em língua ua portuguesa po (LP) como segunda língua (L2) por surdos dos m matriculados da Escola para Surdos “Dulce lce de Oliveira” na cidade de Uberaba/MG, investigandoo as características da interlíngua em relação re à expressão morfossintática da estruturaa argumental. argu Para tanto, propomos fazerr um estudo transversal, considerando os estudantes em m diferentes dife níveis da escolarização. 4. Referencial Teórico Segundo Chomsky (1965), (1965) a aquisição da linguagem é diferente ente de outras formas de aprendizagem. O ser humanoo teria o que foi chamado de Dispositivo dee Aquisição Aqui da Linguagem (DAL) inato, que, quando ativado tivado, gera a gramática da língua à qual a criança riança está exposta a partir de sentenças. Neste trabalho, nós adotam dotamos a hipótese inatista de Chomsky (1965) 65) e o modelo teórico de Princípios e Parâmetros, desenvo senvolvido em Chomsky (1986). Nessa abordag bordagem, a aquisição da língua é inata, isto é, ocorree em todo o ser humano, e é um processo natural. natura Esse processo de aquisição de língua se iniciaa com a Gramática Universal (GU). A partir ir da Gramática Universal (estado mental inicial), a criança nça vai va construindo a sua L1. A aquisição de L2 é um pouco po diferente da aquisição de L1. Para adquirir adqui a segunda língua, a pessoa também se baseia na Gramatica Gr Universal. Mas ela também se baseia bas na sua primeira língua. A primeira língua é o início do processo de aquisição de L2. A hipótese tese de trabalho é que o surdo acessa a LIBRAS para ara construir co a gramática do português. Porr isso isso, muitos aprendizes escrevem algumas frases da L2 usando usa estruturas da L1. Partindo da hipótese de que qu a aquisição de L2 é mediada pela primei primeira língua (L1), com acesso parcial à Gramática Univ Universal (GU) (cf. Chomsky 1986; 1995; 5; White Wh 2003), tem-se a observação de que, apesar da interf interferência de Libras, a interlíngua não viola ola os princípios da GU. Têm-se trabalhos publicad blicados por estudiosos e linguistas abordando pesquisa pe com crianças em fase de desenvolvimento, o, inclusive incl com crianças surdas, e propõe-se que qu as crianças surdas possam adquirir a linguagem da mesma m forma que as crianças ouvintes, seguin seguindo as mesmas fases do processo. Realização: 4 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 Quadros (1997) tem mostrado mostr no seu trabalho que o processo dee aqu aquisição de línguas de sinais é semelhante ao das língua línguas orais, mas a pesquisa foi realizada com filhos f surdos de pais surdos, e não com filhos surdos de pais ouvintes. Essa diferença é muito importante, pois a aquisição tardia pode apresentar ntar ooutras características. O ideal é que a criança riança surda seja exposta à LS precocemente. Ferreira (2013) aborda da a importância i da aquisição precoce da língua pela criança surda através do contato visual com seus s familiares que sabe língua de sinais, sendo essa atitude fundamental para que as criança rianças surdas tenham a mesma possibilidade dade de desenvolvimento linguístico e cognitivo que uma ma criança cr ouvinte. Desse modo, a aquisiçãoo da língua lí de sinais como primeira língua gera mais facilidad cilidade no aprendizado da língua portuguesa como segunda língua. Nesse caso, entendemos os o input é o da modalidade viso-espacial, demonstrando demon que input de língua de sinais é mais adequado quado para o desenvolvimento da competência ncia li linguística da criança surda. íngua portuguesa, “deve ser em um contexto xto formal, fo por meio de Já a aquisição de língua exercícios de oralização ou por m meio da escrita” (Ferreira, 2013). Dessa forma, form a aquisição da L1 gera mais facilidade no aprendizad ndizado da segunda língua. Ainda quanto à aquisição isição de L2, equivale para surdos a adquirir o português p por escrito como segunda língua, por não adquirirem língua de modalidade oral-au auditiva. Nesse caso, Svartholm (1994, apud Quadros, adros, 1997, p. 83) afirma que “é importante nte ter em mente o que é especial nos surdos: eles não ão podem po ouvir”, portanto, os surdos, para ra ter mais facilidade de recepção e transmissão de inform informações, conhecimentos, devem ser transmitid smitidos por meio de um canal espaço-visual, ou seja, língua de sinais. Nesse aspecto, Lima-Sall Salles e Naves (2010) afirmam que a aquisição aqui de língua “é fundamental que o input linguíst nguístico seja acessível à criança”. Nesse caso, caso para crianças com ausência auditiva, deve-se utilizar tilizar língua de sinais. A maioria de surdos são ffilhos de pais ouvintes e desconhecem a língua lín de sinais e isto coloca-os a terem mais dificuldade uldade com a relação à aquisição de língua dee sinai sinais, já que o input oral não está acessível para surdos. os. E para p filhos surdos de pais surdos, não há problema pro nenhum com aquisição da primeira língua. A língua de sinais quee os surdos s adquirem como primeira língua “não é a mesma que serve como base ao sistema escrito, o, por ser um sistema viso-manual”, disse Silva ilva (2001). (2 Nesse caso, a aprendizagem do português por escrito esc deve corresponder à apreensão de uma segunda s língua. As inúmeras teorias do processo pro de aquisição-aprendizagem da L1 e da d L2 afirmam que é complexo. Em relação à aquisiç quisição de L2, assumimos a hipótese daa inte interferência da L1 na interlíngua. Considera-se algumas umas questões sintáticas que envolvem a ordem dem das d palavras, a flexão e a concordância. 5. Conceito de Interlíngua Em 1972, o Larry Selinke elinker criou o termo ‘interlíngua – IL’, quee se refere r a “um estágio intermediário de um aluno que pretende p adquirir uma segunda língua”, ”, ou seja, “o sistema de Realização: 5 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 transição criado pelo indivíduo uo ao longo de seu processo de assimilação dee uma língua”. Esse termo inclui a interferência da língua ngua m materna, já que é importante distinguir como co se manifesta na interlíngua durante o processoo de aquisição. a O conceito de interlíngua gua se refere ao comportamento linguístico sistem sistemático de aprendizes de uma segunda língua. Selinker inker aaborda “uma hipótese da estrutura psicológic ológica que seria diferente da estrutura linguística latente nte então e como explicar alguns aprendizess adu adultos são mais bemsucedidos do que outros e em torn torno de 5% são capazes de atingir a proficiência ciência e o desempenho de um falante nativo”. Portanto, a palavra interlín terlíngua se divide em dois componentes: ‘língua’ língua’ e ‘inter’. A palavra ‘língua’ representa a ideiaa de um sistema linguístico autônomo e ‘inter’, ‘inte um estágio no desenvolvimento linguístico.. Nesse caso, apresenta propriedades da L1 doo aprendiz apre e da língua alvo (L2), mas se difere de ambas (Selinker (Selin 1972 apud Ellis, 1994, 1997). L1 In Interlíngua Língua íngua Alvo Nemser (1994, p. 84)) afirm afirma que “a Interlíngua (IL) enfatiza o fato dde que os aprendizes criam sistemas que se aproximam imam gradualmente da língua-alvo e que variam iam pr progressivamente com o nível de domínio dessa língua”. gua”. Adjenian (1992, p. 158) 58) afirma afi que “a gramática da IL é diferente daquela daque da língua materna e da língua-alvo, e defende a necessidade neces de desenvolver uma teoria da Interlín nterlíngua.” Assim, o autor propõe “uma metodologia que is isole os aspectos específicos da IL, distinguindo-a disting das demais línguas naturais”. plicam as estruturas linguísticas durante o processo pro de aquisiçãoOs pesquisadores explicam aprendizagem da L1 e L2, que é muito complexo. Portanto, todo aprendiz endiz de L2 tem algumas marcas de uma interlíngua, como co estrutura sintática inadequada, construção const de sentenças incompletas, falhas na concordânc ordância, troca da ordem das palavras na sentença ntença, uso inadequado do verbo e dos elementos gramaticais. aticais. No processo de aquisição sição de d L2, o surdo, aprendiz de português,, desenvolve dese a interlíngua. Essa interlíngua é muito interessan eressante para o estudo da situação linguísticaa dos surdos. No caso dos surdos (crianças), no início, predominam predo as características da língua dee sinais, sina que é a primeira língua dos surdos. Com a exposiç xposição à L2 (português), nas fases de desenvol senvolvimento, o aprendiz adquire gradualmente as caracterís acterísticas da L2. . 6. Ordem de Constituintess e a rrealização sintática dos argumentos rutura frasal semelhante à A língua portuguesa (LP), embora seja oral-auditiva possui estrutura estrutura da Língua Brasileira ra de Sinais, S que é viso-espacial. Vejamos a segui seguir a diferença entre a língua portuguesa e a língua de sinais. sin Em (1) e (2), temos dados da LIBRAS: AS: (1) J-O-A-O GOSTAR M-A-R-I--A. Realização: 6 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 (2) M-A-R-I-A 3 VIAJAR ONTEM NTEM SÃO PAULO. pressas em LIBRAS e, nos predicados, abordam dam os o verbos ‘GOSTAR’ As sentenças acima estão expressa e ‘VIAJAR’, que estão sem as marcas m de tempo, ou seja, sem flexão verbal erbal de tempo. Mas para indicar o tempo, em alguns casos, asos, por exemplo, os sinalizadores utilizam os itens ite lexicais advérbios ‘HOJE’, ‘ONTEM’, ‘AMANHÃ’ HÃ’, entre outros. Conforme observado por L Lehmann (1978, apud PEZATTI, 1993,, p.171), p.17 “as línguas SVO requerem a manifestação de seus três constituintes: o sujeito, o verbo e o objeto, obj o que pressupõe não só o emprego de substituto titutos de nomes, como os pronomes, mas também tamb os de verbos e orações”. Quadros (2000) afirma rma qque a ordem preferencial das sentenças ças dda LIBRAS é SVO. Vejamos os exemplos em relação lação à ordem: (7) VOCÊ GOSTAR LASANHA. NHA. S V O (8) MEU AMIGO VIAJAR SÃO PAULO. P S V O Além disso, sabemoss que, em LIBRAS, existem algumas outras preposições prepo e conjunções, mas ainda percebemos quee estes este conectivos são usados em poucoss cont contextos sintáticos em LIBRAS. Vamos mostrar os itens lexicais COM / JUNTO, ATÉ, SOBRE E que são utilizados como preposições na LIBRAS, e con conjunções como PORQUE, SE, que também fazem parte dos constituintes da língua e podem em ocorrer oc em diferentes ordens na estrutura oracio oracional. 7. Classificação dos verbos os das línguas de Sinais Em LIBRAS, Quadros os e Karnopp K (2004) apresentam os tipos dee verbos, verb em comparação com os verbos da Língua de Sinais Americana - ASL. As autoras propõem a seg seguinte classificação: • • ia que qu se subdividem em verbos simples e verbos ve espaciais, por verbos sem concordância exemplo: TER, LEMBRAR, AR, TRABALHAR, T NAMORAR, etc. e verbos com concordância, cia, veja ve o exemplo DAR: O item lexical 1-DAR-2 / 1-DAR DAR-3, apresenta a configuração de mão com a palma da mão para cima, e o movimento parte de quem que ‘dá’, que é o sujeito, em direção à pessoa que ‘recebe’, que o objeto. Ainda, a palma da mão fica f voltada para a direção de quem está stá rec recebendo, se é para o 3 A transcrição do item lexical, quando ndo separada se por hífen, indica a utilização do alfabeto manual manu para soletração de nomes que não possuem sinal. Realização: 7 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 sinalizador 2-DAR-1 e para a 3ª pessoa pe 2-DAR-3. Vemos que o parâmetroo da oorientação de mão e o parâmetro do movimento sãoo diferentes, difer mas os outros parâmetros, como a con configuração de mão e o ponto de articulação, são os mesmos. mesmo Portanto, o verbo anterior é verbo com om concordância. co De acordo com Ferreira ira (2013), (20 “a flexão (concordância) de pessoaa e número nú é marcada pela direcionalidade do sinal, ou seja, o movimento que se faz do argumento nto sujeito su na direção do argumento objeto.” E ainda nas pa palavras de Meier et al (2006), os verboss acima acim “codificam o papel sintático dos argumentos, como as características de pessoa e número ro atr através da direção do movimento das mãos e posição ão das palmas.” 8. Argumentos externo e interno nterno Como nesse trabalho analisamos anali a expressão sintática dos argumento mentos externo e interno, abordamos nesta seção a definição inição desses elementos, para futura análise das sentenças sen criadas pelos surdos. O especificador e complem mplemento dos núcleos lexicais são chamados os de argumentos, que se subdividem em dois tipos: externo xterno e interno. Os argumentos externo no e in interno são elementos que constituem a estrutura estrutu argumental de um predicado. Argumento externo rno é realizado na posição do especificadorr e o argumento interno é realizado na posição de complemen plemento do sintagma. Vejamos exemplos a seguir: A sentença acima apresenta esenta argumento externo que é o sujeito (A família) famíli regido pelo verbo, nesse caso concorda com ele.. O ob objeto direto (o médico) é apresentado como omo aargumento interno na posição de complemento. See a oração o ocorre sem complemento, o leitor eitor não saberá quem ‘a família’ chamou, portanto o verbo necessita de complemento para que a sentenç entença seja bem clara. Nesse caso, temos dois sintagmas sint nominais que funcionam como argumentos argum de um núcleo lexical, mas é necessário decidir idir se ele é argumento externo (AE) ou argumento mento interno (AI). Se um verbo tem dois argumentos,, um é o externo, e outro é o interno. A árvore ore fica fi projetada como a seguir: VP AE V´ V AI Notamos que AE = Spec (especific pecificador) e AI = Compl (complemento). Raposo (1992) afirmaa que “as expressões linguísticas contêm um m predicador pred central e um determinado número de argum argumentos que lhe completam o sentido, do, tomando to a sentença Realização: 8 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 semanticamente completa”. Já foi mostrado na análise que os argumentoss de uum predicador verbal correspondem ao sujeito e aos os complementos com subcategorizados pelo predicad dicador. Vejamos como o autor utilizou o sintagma verbal erbal comprar é um verbo de dois argumentos, tos, um externo e outro interno. xemplo: a estrutura argumental do verbo pegar egar pode atribuir dois Observamos outro exempl argumentos. Vejamos a sentença ença [[X pegar Y], sabemos que essa sentença tem dois argumentos que são identificados pelas perguntas guntas: quem pegou?, então acrescentamos o argumento externo, e pegou o quê? Então acrescentamo entamos o objeto direto, que chamamos de complemento, compl que o verbo tem um argumento interno. Mostramos a tabela que ue dá exemplos de quais argumentos têm os verbos: verbo SINTAGMA MA V VERBAL COMPRA MPRAR GOSTAR STAR BRINCA BRINCAR PEGAR GAR DAR CHEGAR EGAR ESTRUTURA ARGUMENTAL 2 argumentos 2 argumentos 2 argumentos 2 argumentos 3 argumentos 1 argumento 9. Metodologia Para o desenvolvimento nto deste de trabalho, optei uma metodologia dee pesquisa pesq exploratória. A instituição onde será realizada ada é uma Escola para Surdos em Uberaba/MG a/MG, que desenvolve as atividades educacionais buscando cando priorizar a Língua Brasileira de Sinais e a modalidade escrita da língua portuguesa, adotando-se se uma um proposta pedagógica em educação bilíngue língue. Em nossos procedimentos entos metodológicos, consideramos que oss surdos surd matriculados na Educação Básica utilizam a língu língua portuguesa (LP) na modalidade escrita crita como c segunda língua (L2), e adotamos a hipótesee de que q existe interferência da primeira língua (L1 - LIBRAS) no processo de aquisição da L2. Portanto, Po a interlíngua na modalidade escri escrita será diferente de produção escrita de um falante te da LP L que tem essa língua como L1. Esta pesquisa apresenta ta um teste experimental. A atividade é proposta osta ppara a investigação da produção escrita dos participantes pantes, que são falantes de LIBRAS como L1), 1), e refere-se à produção de sentenças escritas em LP (L2). Conforme mencionado, a pesquisa tem como objetivo principal é verificar a realização sintática ica do dos argumentos interno e externo nas sentenças senten produzidas por surdos em português como segund egunda língua, considerando a interferência daa L1 na n interlíngua. Para a coleta de dados, ados, a pesquisa envolve a análise de produçã odução escrita de alunos matriculados no Ensino Fundamen damental, na Escola Bilíngue para Surdos naa cida cidade de Uberaba/MG. Sendo assim a coleta de dados os se ddará por meio das atividades escritas em m português port a partir de um tema proposto livre e comum, um, e também de atividades semiestruturadas,, serem s aplicadas aos participantes surdos. A coleta dos dadoss pret pretende estimular, através de diferentess técnicas téc e recursos, a criatividade e a capacidade dos alunos surdos de externar seus pensamento amentos de forma clara e objetiva; utilizar vocabulário que eesteja sendo trabalhado em aula (verbos, os, sub substantivos, adjetivos) Realização: 9 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 em português; criar a produção dução textual como histórias, frases contextuali extualizadas por meio da pedagogia visual. ticipantes surdos não será divulgada na pesquisa isa e nomes n fictícios serão A identidade dos participan atribuídos a cada um dos participa rticipantes. A pesquisa contará com a participação ipação de 19 alunos surdos de ambos os sexos, na faixaa etária etár de 10 a 20 anos, cursando do 4° ano aao 9° ano do ensino fundamental, matriculados em m inst instituição de ensino pública. Pretendemos aplicar esses instrumentos i de coleta de dados para a verificação verifi da hipótese de que o processo de aquisição da L2 está relacionado ao processo de aquisição ção da L1, pois adotamos a hipótese de que existe interferênc ferência da L1 no desenvolvimento da L2. Essa interferência i permite comprovar o modo pelo quall a GU é acionada no processo de aquisição da es escrita como L2 pelos sujeitos surdos. Nesse sentido, esta pesquis esquisa discute a hipótese da interferência da L1 na aquisição da L2, por meio do conceito de interlíngu rlíngua. Após a coleta dos dados, faremos a análise da produção textual em LP por alunos surdos em dif diferentes turmas do ensino fundamental tal matriculados ma na escola pública. A aplicação das atividades idades propostas vai contar com o apoio de professor profes surdo usuário da LIBRAS e de intérpretes de LIBR LIBRAS/LP. A constituição do corpus e a sistematização sistem dos dados extraídos dos textos serão realizad ealizadas em etapa posterior, com a aplicação ão de teste estatístico para avaliar os resultados quantitativos. tivos. 10. Análise Preliminar Nesta seção, apresentamos tamos uma análise piloto de um texto produzido ido por po um aluno surdo em contexto educacional. O textoo foi criado c por um aluno surdo não oralizado: Tabela: uma análise da estrutura tura argumental ar Realização: 10 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 Participant cipante B.H. (surdo não oralizado) - 17 anos - 8º ano (1) “Conhece criança” (2) “Beija junta” (3) “Sonho você” Pred Predicador verbal/ Estrutura argumental Estru X conhecer Y = 2 argumentos X beijar Y = 2 argumentos X sonhar so [com] Y = 2 argumentos Língua-alvo (português) uês) Voz Reflexiva/ Recíproca Voz Ativa/ Passiva Interlíngua X e Y se conheceram desde criança x X e Y se beijaram x Sonho com você x 1- Texto destacado amarelo riança” Interlíngua: (1) “Conhece criança Português (língua alvo/L2): “Eles se conheceram desde criança”. LIBRAS (L1): “PASSADO <ELE-2> <ELE 3p [RECÍPROCO] CRIANÇA JÁ CONHECER” CER” Na sentença (1), o dado da interlín terlíngua do surdo apresenta características distintas distinta da língua-alvo. Na estrutura argumental do verbo conhecer con existem dois argumentos X conhecer cer Y. No entanto, nesse caso, a sentença não indica sujeito sujeit e objeto como argumento externo nem em interno. in Em relação à relação sujeito-predicado, a ordem identifica sujeito e objeto, por exemplo emplo, João e Maria são potenciais sujeitos do verbo conhe onhecer. As propriedades semânticas dessa sentença senten representam uma voz reflexiva, assim X e Y se conheceram, c porém, entende-se que o texto mostra que eles se conheceram desde criança. Ness ssa estrutura, desde é um elemento que, e, na llíngua-alvo, indica o adjunto adverbial de tempo.. Sabe-se Sabe que o usuário de LIBRAS como L1 geralmente ge não utiliza artigos, pronomes, preposições. es. En Então a interlíngua do surdo é diferente da língua-alvo líng (português). Na LIBRAS, existe um sinall marcador marc da voz reflexiva [RECÍPROCO], ], que pode ser comparado com o pronome ‘se’ do português. guês. No entanto, o pronome ‘se’ não é encontrado ntrado na interlíngua. 2- Texto destacado rosa Interlíngua: (2) “beija junta” Português (língua alvo/L2): “Eles Eles se beijaram”. LIBRAS (L1): “PASSADO <ELE-2> <ELE 3p BEIJAR[RECÍPROCO]” Na sentença (2), o verbo beijar é predicado p da sentença e precisa de dois argumentos argum como X beijar Y. Em hipótese, na interlíngua “be beija junta” não aparece pronome, portanto, nto, o surdo não sabe como realizar o sujeito e também m objeto. obj Nesse caso, a estrutura da palavra vra ‘junta’ se refere aos argumentos ‘menino’ e ‘menina enina’. Com o verbo marcado como recíproco proco, o sujeito deve ser realizado com a marca do reflexivo, reflex como em eles se beijaram. Essa ssa sentença se representa o problema da falta desses argument umentos e esse é o motivo para se tornar a sentença ntença agramatical. 3- Texto destacado alaranjado anjado Realização: 11 UNIVER IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, PESQ EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ESPEC – CEPAE I CONGRESSO NACIONA IONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND LÂNDIA I CONALIBRAS-UFU ISSN 2447-49 4959 Interlíngua: (4) “sonho você” Português (língua alvo/L2): “Sonho “Son com você”. LIBRAS (L1): “SONHAR VOCÊ OCÊ” Na sentença (4), esse dado combinou combi quase o sentido completo da regraa gramatical gram do português. Portanto, no predicado com o verbo verb sonhar, existe um argumento externoo e um argumento interno, ou seja, o predicado tem dois ois lu lugares: X sonhar com Y. A função sintáti sintática dessa estrutura é expressa por um predicado verbal que tem como núcleo o verbo sonhar.. O argumento a externo é realizado como um sujeito vazio, na desinência do verbo – (eu) sonh-o1s, o argumento interno é realizado pelo pronome ‘você’. cê’. No N entanto, a interlíngua mostra a falta ta da preposição p ‘com’. A estrutura da oração está preenchid enchida pelos dois argumentos. No entanto, o texto tex inicia com o foco narrativo de 3ª pessoa (é o narrad narrador que fala), e essa mudança deveria ser indicada in graficamente pela pontuação. Assim, seria necessário neces inserir a fala do narrador para introduzi roduzir a mudança do foco narrativo, com a indicação por or meio mei de dois pontos e do travessão. Ex.: Maria disse para o João: - “Sonho “So com você”. Chegaremos a uma conclu onclusão mais segura, mas, nesse caso, devemos emos ter mais dados para analisar e responder algumas as que questões que orientarão pesquisa sobre o não uso de argumento externo nas sentenças na interlíngu rlíngua. 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGR IOGRÁFICAS idad de la interlengua y la idealización en n el análisis de lenguas ADJENIAN, D. La especificidad segundas em Liceras (ver nessas essas referências) r (1992, p 158) BRASIL. Decreto nº 5626, dee 22 de dezembro de 2005. Brasília: Presidência dência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos os jurídicos. juríd Disponível em: http://www.presidencia.gov.br/cci .br/ccivil/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm 26.htm. Acesso em 18 de abr. 2008. CHOMSKY, N. Aspects of thee Theory Th of Syntax. Cambridge, MA: MIT Press, 1965. CHOMSKY, N. O Conhecimen mento da Língua – sua natureza, origem e uso. Trad. Anabela Gonçalves e Ana Teresa Alves es (1994). (19 Lisboa: Caminho,1986 nd Language L Acquisition. Oxford: Oxford University Unive Press, 1994 ELLIS, R. The Study of Second so os verbos manuais da Língua de Sina Sinais Brasileira (LSB). FERREIRA, G. A. Um estudoo sobre Dissertação (Mestrado em Linguís inguística) – Universidade de Brasília, 2013. 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