Análise Experimental do Comportamento II REVISÃO PARA A PROVA CONCEITOS COMPORTAMENTO OPERANTE Comportamento operante é uma ação (ou reação) voluntária do sujeito que opera sobre o ambiente, o alterando e sofrendo as atuações do mesmo, estando sujeito a estímulos consequentes. Portanto, comportamento operante é adquirido e mantido devido suas consequências; é aprendido. Sempre estamos sujeitos a contingências, ou seja, estímulos que antecedem (SA) e que consequência (SC) nossas respostas (sempre que nos comportamos estamos sob a influência de diversos estímulos). SA – R – SC CONSEQUÊNCIAS As consequências podem ser reforçadoras, punitivas ou uma extinção e ocorrem após um comportamento. As consequências reforçadoras aumentam a frequência de um comportamento. As consequências punitivas diminuem a frequência de um comportamento pela adição de estímulos aversivos. E a extinção também diminui a frequência de um comportamento pela retirado do reforço. SA – R – SC Análise Experimental do Comportamento II REFORÇO É um estímulo consequente que aumenta a frequência de um comportamento. Há reforço positivo e reforço negativo. SA – R – SC reforçador REFORÇO POSITIVO (R+) É um estímulo consequente que aumenta a frequência de um comportamento com o acréscimo de estímulos prazerosos. Exemplo: Dizer “bom dia” para seu vizinho e receber a resposta de “bom dia”. O comportamento de dizer “bom dia” será mantido devido sua consequência de receber a resposta “bom dia”, a probabilidade de continuar cumprimentando o vizinho é alta. REFORÇO NEGATIVO (R-) É um estímulo consequente que aumenta a frequência de um comportamento com a retirada de estímulo aversivo. Exemplo: Estar sentindo dor de cabeça e tomar um remédio, fazendo a dor passar. O comportamento de tomar o remédio sempre que sentir dor de cabeça será mantido devido à consequência de a dor passar, a probabilidade de tomar o remédio sempre que houver dor de cabeça é alta, pois a consequência é a retirada de um estímulo aversivo (dor). Análise Experimental do Comportamento II EXTINÇÃO É um procedimento que diminui a frequência da resposta ao remover o reforço, ou seja, o comportamento não é mais reforçado, porém há a possibilidade do comportamento ser retomado. Também é uma consequência. SA – R – SC extinção EFEITOS DA EXTINÇÃO No início do processo de extinção ocorre um aumento da frequência da resposta, aumento da variabilidade da topografia da resposta e, por fim, elicia respostas emocionais. Exemplo: O rato sempre que pressionava a barra recebia a gota de água, após a suspensão do reforço, ou seja, sempre que o rato pressionava a barra não recebia mais a gota de água, ele (no início) pressionou a barra mais vezes, depois se comportou de outras maneiras como mordendo a barra e, apresentou comportamentos de agitação. Exemplo: Sempre que Maria ligava para Carla, Carla atendia ao telefone e lhe dava atenção. Quando Carla parou de atender ao telefone (começou a aplicar a extinção do comportamento de Maria de sempre ligar), Maria passou a ligar com mais frequência, depois passou a deixar mensagens e mandar e-mails e, mais tarde, passou a pensar o que teria feito de errado para Carla não atender mais suas ligações. A frequência do comportamento de Maria de sempre ligar diminuiu, porém se Carla voltar a atender sempre suas ligações (dando o reforço da atenção), o comportamento de Maria poderá voltar a se repetir. É possível alterar situações modificando os nossos comportamentos e, consequentemente os estímulos irão se modificar, pois existe uma inter-relação entre estímulos e respostas, ou seja, um influencia o outro. Análise Experimental do Comportamento II PUNIÇÃO É um estímulo consequente que diminui a frequência de uma resposta. Há punição positiva e punição negativa. A punição elicia respostas emocionais (como agitações e choros), supressão de outros comportamentos além do punido (comportamentos que ocorreram temporalmente próximos ao momento da punição) e emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido (o organismo não consegue discriminar que a contingência da punição não está mais em vigor); a punição é imediatamente reforçada negativamente, ou seja, existe a imediatividade da consequência. Não é necessário que haja privação (como no caso da extinção) e existe uma facilidade no arranjo das contingências. SA – R – SC punição PUNIÇÃO POSITIVA É um estímulo consequente que diminui a frequência de uma resposta pela adição de consequências aversivas. Exemplo: Faltar nas aulas e sua mãe lhe dar uma bronca, diminuindo a probabilidade do comportamento de faltar nas aulas ocorrer novamente. A bronca que foi dada pela mãe foi punitiva positiva, pois foi um acréscimo de um estímulo aversivo que consequência com a diminuição da resposta de faltar nas aulas novamente. PUNIÇÃO NEGATIVA É um estímulo consequente que diminui a frequência de uma resposta pela subtração de consequências reforçadoras positivas. Exemplo: Faltar nas aulas e sua mãe não dar mais a mesada, diminuindo a probabilidade do comportamento de faltar nas aulas ocorrer novamente. A atitude da mãe de não dar mais a mesada punitiva negativa, pois houve a retirada de um estímulo reforçador positivo (a mesada) que consequência com a diminuição da resposta de faltar nas aulas novamente. Análise Experimental do Comportamento II CONTROLE AVERSIVO Consiste em controlar os comportamentos através de estímulos aversivos. No controle aversivo há a presença de estímulos reforçadores negativos e punições. TIPOS DE RESPOSTAS Existem respostas manifestas e encobertas. SA – R – SC RESPOSTAS MANIFESTAS São comportamentos que são visíveis às pessoas que estão ao redor. Exemplo: Uma pessoa tropeça. As pessoas que estão no mesmo ambiente do que a pessoa que tropeçou conseguem ver o comportamento de tropeçar. RESPOSTAS ENCOBERTAS São comportamentos que não são visíveis às pessoas que estão ao redor. Exemplo: Uma pessoa pensa, se lembra, tem alguma emoção ou sentimento. São comportamentos que não podem ser vistos pelas pessoas que estão no mesmo ambiente. Análise Experimental do Comportamento II FUGA E ESQUIVA Os comportamentos de fuga e esquiva estão presentes no controle aversivo e sempre ocorrem quando há uma consequência reforçadora negativa. COMPORTAMENTO DE FUGA Comportamento seguido pela remoção de um estímulo aversivo , ou seja, um reforço negativo. Diante de uma situação aversiva, interrompê-la com um comportamento de fuga. Exemplo: Na presença de um cheiro muito forte, tampar o nariz. O comportamento de fuga é o de tampar o nariz ao escapar de inalar o cheiro forte, ou seja, é um comportamento que será mantido devido à remoção de um estímulo aversivo (reforço negativo). COMPORTAMENTO DE ESQUIVA Comportamento que previne um estímulo aversivo. O organismo nem se coloca diante de uma situação aversiva, já se comporta esquivando-se. A esquiva pode ser prejudicial quando excessiva, pois se não houver exposição às determinadas situações a pessoa nunca irá adquirir resistência e repertório para aguentar situações problemas no futuro. Exemplo: Desviar do caminho em que sabe da presença do cheiro forte, evitando senti-lo. O comportamento de esquiva é o de desviar do caminho para escapar de inalar o cheiro forte, ou seja, é um comportamento que será mantido devido à retirada de uma situação aversiva. Análise Experimental do Comportamento II CONTROLE DE ESTÍMULOS Consiste na influência que os estímulos antecedentes possuem em nossas respostas. O estímulo antecedente serve de ocasião, pode ser estímulo discriminativo (SD) ou estímulo delta (S ). SA – R – SC ESTÍMULO DISCRIMINATIVO – SD Sinaliza que haverá uma consequência reforçadora que pode ser tanto positiva quanto negativa. SD – R – SC Reforço Exemplo: Na presença de um gato uma criança diz “miau” e é recompensada com elogios e beijos. SD (presença do gato) – R (dizer “miau”)– SC Reforço (elogios e beijos) ESTÍMULO DELTA – S Sinaliza que haverá uma consequência punitiva (tanto positiva quanto negativa) ou uma extinção. S – R – SC Punição ou Extinção Exemplo: Na presença de um gato uma criança diz “au au” e não recebe atenção ou leva uma bronca. S (presença do gato) – R (dizer “au au”) – SC Punição ou Extinção (não receber atenção ou a bronca) Análise Experimental do Comportamento II ANÁLISE FUNCIONAL Aplicação de todos os conceitos aprendidos Todas as vezes que Marcus (sujeito) chora durante a sessão (resposta de fuga), a terapeuta muda de assunto (consequência reforçadora negativa). Explicação: Marcus mantém o comportamento de chorar (fugindo da situação) sempre que quiser mudar de assunto, eliminando um estímulo aversivo (o assunto indesejado). O comportamento de fuga ocorre quando o sujeito encontra-se em uma situação indesejada e encontra meios para escapar como o ato de chorar que consequência a mudança de assunto. SD durante a sessão. Todas as vezes que a mãe de Nancy começa a gritar com ela, Nancy (sujeito) tranca-se (resposta de fuga) no quarto (consequência reforçadora negativa). Explicação: Nancy mantém o comportamento de trancar-se no quarto para fugir dos gritos da mãe, portanto, é um comportamento (de fuga pois na situação indesejada encontrou meios de escapar) mantido devido a um reforçador negativo, pois ocorre a retirada de um estímulo aversivo (gritos da mãe). SD mãe que começa a gritar. Bete (sujeito) ultrapassou a velocidade máxima permitida (resposta) e recebeu uma multa por isso (consequência punitiva positiva). Explicação: Bete não irá manter o comportamento de ultrapassar a velocidade permitida para não receber mais multas, sendo o estímulo de receber multas um acréscimo de estímulo aversivo, por isso, punição positiva. Bruno (sujeito) veio fazer o curso de psicologia (resposta de esquiva) para continuar recebendo a mesada do pai (consequência reforçadora negativa). Análise Experimental do Comportamento II Explicação: Bruno irá manter o comportamento de continuar com o curso devido à um reforço negativo, pois se ele não o fizer irá perder a mesada que o pai lhe dá. É uma resposta de esquiva, pois o sujeito nem se colocou na situação de perder a mesada, já encontrou uma maneira para não passar por esta situação. Quando Pedro (sujeito) diz “eu te amo” (resposta de fuga) para a namorada, esta para de chamá-lo de infiel (consequência reforçadora negativa). Explicação: Pedro, na situação aversiva, encontrou uma maneira de escapar dizendo “eu te amo”, assim, a namorada deixa de chamá-lo de infiel, consequência que reforça o comportamento de Pedro de sempre repetir esse mesmo comportamento diante de situações semelhantes ao retirar o estímulo aversivo (ser chamado de infiel). Maurício (sujeito) era uma criança bastante “briguenta”. No recreio da escola, sempre que agredia um colega (resposta) sua professora o retirava da brincadeira (consequência punitiva negativa). Ultimamente incidentes agressivos de Maurício têm sido raros. Explicação: A resposta de agredir um colega de Maurício foi evitada devido a uma retirada de um reforçador negativo sempre que o sujeito realizava o comportamento agressivo, assim, tais comportamentos foram deixando de serem praticados. Karina (sujeito) deu água a vontade (resposta) a seu animal antes de realizar seu experimento no laboratório e recebeu uma “bronca” de seu professor (consequência punitiva positiva). Ela nunca mais fez isso. Explicação: Karina não repetirá mais o comportamento de dar água a vontade para o animal devido a um acréscimo de estímulo aversivo (receber a bronca). Análise Experimental do Comportamento II Maria (sujeito) sentiu alívio (resposta encoberta) depois de dar um trocado (resposta de fuga) para o pedinte, pois assim ele parou de amolá-la (consequência reforçadora negativa). Explicação: Sentir alívio é uma resposta encoberta, pois não é um comportamento possível de ser visualizado pelas pessoas que estão no seu redor. Diante de uma situação considerada ruim, Maria encontrou uma maneira de sair da situação aversiva ao dar os trocados para o pedinte. O comportamento será mantido devido a retirada do estímulo aversivo quando o pedinte parou de amolá-la. SD presença do pedinte. Sempre que Pedrinho (sujeito) grita “mãe liga o ventilador” (resposta), a mãe levanta-se da cadeira e liga o ventilador para o filho (consequência reforçadora positiva). Explicação: A probabilidade do comportamento de Pedrinho ser mantida é alta devido a sua consequência reforçadora positiva, pois sempre que o sujeito pede que o ventilador seja ligado, ele é ligado, acrescentando um estímulo prazeroso. SD presença da mãe.