MARKETING ONE TO ONE: UM ESTUDO DE CASO PRÁTICO DE SUA APLICAÇÃO NO RAMO DO NEGÓCIO DE AQUISIÇÃO DE ATIVOS Autores: Alexandra Vanin1, Paula Maines2 Resumo O nível de exigência dos clientes, amparados pela grande diversidade de ofertantes de bens e serviços, requer cada vez melhor preparo das organizações na luta pelo mercado. A relação entre clientes e fornecedores é gerida pelos processos de marketing no âmbito administrativo das empresas, que se utilizam das mais variadas estratégias que vão desde o marketing tradicional até refinamentos como a customização, a segmentação, chegando ao processo que representa acentuado nível de relacionamento, onde se atribui atenção a cada cliente em particular visando sua fidelização para obter-se resultados mútuos. O presente artigo é um estudo de caso desenvolvido em uma empresa securitizadora de ativos que, pela natureza da relação de negócios, requer atendimento individualizado, utilizando-se da técnica de marketing one to one.Ele está estruturado nas seguintes etapas: inicia por uma introdução que visa contextualizar o assunto; prossegue com a apresentação do referencial teórico onde se procura destacar aspectos importantes e conceituais do marketing em geral e do processo one to one em particular, que é o foco do presente trabalho; em seguida apresenta-se a organização onde o estudo de caso é desenvolvido; segue com a pesquisa e apresentação dos resultados; ao final apresentam-se as conclusões que decorrem do resultado da pesquisa na organização e sua relação com a teoria estudada. Palavras-Chaves: Marketing. Marketing One to One. Securitização Abstract The demands of customers, supported by the great diversity of suppliers of goods and services increasingly require better preparation organizations in the fight for market. The relationship between customers and suppliers is managed by the marketing processes in the administrative companies, which are used in a variety of strategies ranging from traditional marketing to refinements such as customization, segmentation, arriving at the process level of relationship is strong, where he gives attention to each particular client in order to obtain their loyalty is mutual results. This article is a case study developed in an asset securitization company, by the nature of the business relationship, requires individualized care, using the technique of one to one marketing. It is structured in the following steps: starting with an introduction that aims to contextualize the subject, continues with the presentation of the theoretical framework where one seeks to highlight important aspects of marketing and conceptual process in general and one to one in particular that is the focus of This work, then presents the organization where the case study is developed, with the following research and presentation of results at the end we present the conclusions arising from the search result in the organization and its relationship to the theory studied theoretical. Key-words: Marketing. Marketing One to One. Securitization 1 Administradora pela UNIVALI e Especialista em Gestão de Negócios pela ULBRA. Turismóloga pela PUC-RS, Especialista em Marketing pela ULBRA e Mestre em Administração de Empresas pela UNISINOS. Coordenadora dos Cursos Tecnológicos em Gestão Comercial, Marketing e Processos Gerenciais na ULBRA. Professora da Pós-Graduação EAD do Curso em Gestão de Negócios - ULBRA. 2 VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 1) Introdução O atual momento da economia brasileira permite que novas idéias sejam implementadas por empreendedores, com grandes possibilidades de obterem sucesso. Porém, para que as novas idéias se desenvolvam até o estágio de consolidação e reconhecimento pelo mercado mantendo-se competitivas, garantam seu espaço, alcancem seus objetivos estratégicos previamente traçados e permaneçam crescendo continuamente, é necessário utilizar ferramentas capazes de formar pilares básicos para atuação da empresa. Devido à abertura do mercado brasileiro, processo desenvolvido nas duas últimas décadas e que alterou as condições em todas as atividades e esteve receptiva a novas idéias, a utilização dos processos de marketing tornou-se imprescindível em todos os ramos de negócios, especialmente no mercado financeiro, ramo que apresenta alto nível de competição. A base de funcionamento deste mercado é a confiança. Não é diferente nas estruturas de securitização que, além da já citada confiança, requer uma proximidade maior com os potenciais clientes, que pode ser conseguida, a partir da identificação de potenciais clientes através de pesquisas de marketing, a disponibilização de atendimento especializado e particular, visando atingir o objetivo de aproximar, conquistar e reter clientes de forma a adequar uma troca de recebíveis segura com estes clientes. Neste contexto, este artigo objetiva desenvolver um estudo de caso em um negócio de securitização de ativos, que possui como atividade principal o negócio de aquisição e de antecipação de recebíveis, proporcionando aos seus clientes maior possibilidade de otimização do seu fluxo de caixa. O foco deste trabalho é analisar o processo de relacionamento da empresa analisada com seus clientes e a aplicação, como instrumento de crescimento dos negócios para a securitizadora de um importante método que é o Marketing One to One, visando obter resultados crescentes e desenvolver uma competitividade superior da empresa por meio do conhecimento mais aprofundado de cada cliente pela forma com que cada cliente deve ser analisado e atendido. Para que as operações apresentem bons resultados, é necessário que cada cliente passe por algumas avaliações para mensurar sua saúde financeira e dimensionar o risco de cada liberação em cada negócio e isso só é possível através de dedicação de atenção despendida para cada caso. Propõe-se demonstrar neste estudo, como a empresa de securitização trabalha através do Marketing One to One, e como consolida e classifica seus clientes e os analisa objetivando diminuir o risco de cada operação e formular procedimentos para a pré-aprovação de crédito. Para consecução do objetivo aqui proposto, este artigo está estruturado nas seguintes seções: “Referencial Teórico” que destaca aspectos teóricos considerados importantes para contextualizar os temas aqui tratados; “Apresentação da Empresa”, necessária para identificar o ambiente onde se desenvolve a estratégia de marketing aqui estudada; segue a apresentação da “Metodologia” que esclarece e forma como será realizada a pesquisa de campo e posteriormente ocorre a parte prática apresentada na seção “Pesquisa e Análise dos Dados”, que visa aferir o conhecimento e a aplicação do processo de Marketing One to One; por último apresentam-se as conclusões que derivam do estudo e pesquisa aqui desenvolvidos. 2 Referencial Teórico 2.1 Securitização Nos últimos vinte anos, o mercado financeiro mundial sofreu alterações significativas, principalmente no que se refere a operações que envolvem financiamentos de projetos. Dentro VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br deste contexto, a securitização se destaca como uma atividade inovadora, tornando-se comum para empresas que necessitam flexibilizar seu caixa. Na análise de Caminha, o termo securitização pode ser entendido tanto em sentido amplo como em sentido estrito. Em sentido amplo, representa o acesso a mercados de capitais como alternativa de financiamento e investimento, em substituição a outras opções ligadas ao mercado financeiro tradicional, ou seja, é sinônimo de desintermediação financeira. Já a securitização em sentido estrito é a operação que tem por escopo a segregação de ativos em veículo próprio, com o fim de servirem de lastro a emissão de títulos por este mesmo veículo, trata-se de um poderoso instrumento no processo de desintermediação que atualmente atinge a maioria dos países (CAMINHA, 2007, p.19). O início do processo de securitização ocorre no momento em que o originador do ativo concretiza uma venda a prazo e, posteriormente, transfere os créditos relativos a essa venda para o emissor (securitizador). Este, por sua vez, faz uso dos direitos creditórios como lastro dos títulos emitidos. No sentido inverso, os recursos provenientes dos investidores, detentores dos títulos, são repassados para o emissor e deste para o originador, onde são repassados para o emissor e deste para o originador. O crédito resultante da operação é utilizado das mais diversas formas, desde reestruturação de passivos, capital de giro e até ampliação de capacidade produtiva. A securitização é hoje uma alternativa vantajosa para as empresas que passam por dificuldades de caixa ou de aprovação de linhas de crédito. Dessa forma, resolvem as questões de necessidade de caixa ou financiam seus investimentos, assegurando assim seu espaço no mercado em que atuam. Para atrair e fidelizar clientes no segmento de recebíveis é necessário criar uma empatia com os clientes, tarefa, desafiadora e primordial. Como é um ramo que envolve a questão financeira e patrimonial existe a delicada tarefa de gerar confiança entre as partes. Esta é também uma das mais importantes do marketing. Assim este desafio pode ser tanto uma necessidade quanto uma oportunidade. Neste ponto o marketing destaca-se como um processo importante no segmento de securitização, nicho de mercado em franco crescimento. 2.2 Marketing – uma visão geral O Marketing é uma ferramenta indispensável nas relações corporativas atuais, pois aproxima a empresa com o consumidor. Nas organizações ele se incumbe de aprimorar as relações entre a empresa e o mercado com o objetivo de agregar valor a produtos como resultado dos negócios entre os provedores de bens e serviços e seus consumidores. Estuda as necessidades do cliente e assim busca suprir as suas necessidades. É visto como uma ciência que visa descobrir as necessidades dos indivíduos e procurar satisfazê-las da melhor maneira (KOTLER, 2000). Exerce também o papel de despertar desejos que são comuns ao homem e muitas vezes não percebidos por ele. Nesse processo, as empresas buscam permanentemente o melhor ajustamento entre o produto que oferecem e algum grupo de consumidores no mercado. O Marketing nas organizações é um processo pelo qual a economia é integrada à sociedade para servir as necessidades humanas (DRUCKER, 2002). Também pode ser entendido como o processo de atrair e manter o cliente (LEVITT, 1990). Sendo assim, ele existe para estreitar as relações entre empresa e clientes, satisfazendo tantos os objetivos dos consumidores como da organização (KOTLER, 2000). VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br É considerado ainda uma atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e ofertas de troca que têm valor para os clientes, parceiros e sociedade em geral (AMA, 2011). Esta definição do processo do marketing e sua importância para a sociedade é o centro da sua função. Entretanto, devido à complexidade e a diversidade das atividades econômicas, ao longo da evolução da sua aplicabilidade surgiram inovações que foram criando valor e adaptação às peculiaridades de setores econômicos e, em última análise à sociedade, revertendo-se em benefícios a ela, caso da variação que é o foco deste estudo. A partir das análises descritas, verifica-se que o marketing é agrega valor tanto a quem oferece como a quem consome produtos e serviços. Uma ferramenta administrativa que possibilita a observação de tendencias e a criação de novas oportunidades de consumo visando a satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e de mercado das empresas. Dentro deste processo do marketing existe o composto de marketing, que acordo com Cobra (1997) é apresentado em quatro funções básicas, onde todos os seus elementos foram criados e estabelecidos para atender o mercado-alvo, ou seja, o consumidor. É uma forma de trabalhar as quatro funções básicas do marketing para a satisfação dos consumidores, que são produto, preço, promoção e praça. A seguir apresenta-se a função de cada etapa, segundo a visão do autor. O produto ou serviço deve atender as necessidades e desejos do consumidor, e deve ter: a qualidade e padronização – em termos de características, desempenhos e acabamentos, modelos e tamanhos que atendam as expectativas e as necessidades de seus consumidores e também configuração, ou seja, a apresentação do produto em termos de disposição física, tal como, a embalagem, marca, serviço etc. (COBRA, 1997, p. 28). Las Casas (1999, p. 167) define produto como “o objeto principal das relações de troca que podem ser oferecidos num mercado para pessoas físicas ou jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou consome”. É através do produto ou serviço que uma empresa busca a satisfação dos seus consumidores. Pode-se entender que o produto oferecido deve estar de acordo com as necessidades do mercado para que possa atender um número cada vez maior de clientes. Quanto ao preço pode-se afirmar que: Além de representar o retorno dos investimentos feitos no negócio constituem-se em indispensável ferramenta mercadológica. Uma boa determinação de preços poderá levar uma empresa ao desenvolvimento e lucratividade, ao passo que uma má determinação poderá levar uma empresa até mesmo a falência (LAS CASAS, 1999, p. 192). Pode-se concluir que a transferência do preço certo ao produto ou serviço é parte importante para o êxito mercadológico. Segundo Cobra (1997, p.29), o preço pode ser considerado “posto na fábrica, posto no cliente; atacadista, varejista ou distribuidor; líquido com desconto, ou bruto sem desconto; desconto por quantidade, por condição de pagamento etc.” É através do preço que a empresa define o que espera do mercado, pois, se vender seu produto a preços mais elevados sabe que só atingirá classes sociais mais elevadas, enquanto que se vender seus produtos a preços mais acessíveis pode atingir a maioria das classes sociais. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Relativamente à praça ou ponto de distribuição, a mesma deve ser feita estrategicamente, de forma que facilite o acesso do consumidor final. Para Churchill e Peter (2000, p. 368) distribuir bens e serviços envolve “levar os produtos até os clientes de forma eficiente e eficaz. Os profissionais de marketing devem tornar os produtos disponíveis para os clientes, onde e quando eles querem comprá-los, a fim de criar trocas que ofereçam valor”. Relativamente à promoção, para Cobra (1997, p. 29), “o composto promocional do produto ou serviço compreende a publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising.” Para uma empresa comunicar-se com o mercado, “o administrador deve pensar no composto promocional para alcançar os objetivos de comunicação. O composto promocional é uma combinação e relação dos tipos de promoções que a firma faz para determinado período de tempo” (LAS CASAS, 1999, p.245). O mercado vem exigindo muito mais das organizações, e a intensidade das comunicações é crescente devido à variedade de meios de comunicação decorrentes da microeletrônica. Como resultado dessa interação, possibilita um melhor desenvolvimento dos produtos e serviços por ela oferecidos. 2.3 – Análises de Crédito Considerando que objetiva-se verificar a aplicabilidade do Marketing one to one em uma empresa securitizadora de ativas, entende-se relevante apresentar os fundamentos de análise de crédito com vistas à minimização dos riscos em cada operação. Para que uma operação de securitização seja bem sucedida, é imprescindível a prática de algumas premissas básicas para a decisão de compra dos ativos ou recebíveis. Tais premissas implicam em um levantamento de informações relevantes para o julgamento da atratividade da operação e seu nível de risco. Segundo Caminha (2007 p. 53), os seguintes os aspectos a serem levados em conta em uma análise de crédito são: Caráter: este primeiro pilar refere-se ao comportamento pessoal, a forma de agir e reagir de determinada empresa a partir da atitude dos seus dirigentes quanto ao cumprimento dos seus compromissos e prazos, mesmo diante de situações adversas, bem como sua desenvoltura para lidar com crises econômicas e financeiras. Neste ponto é vale analisar o histórico judicial e de liquidez da empresa. É importante ressaltar que falhas de análise podem acarretar perdas irreparáveis ao credor. Capacidade: este quesito avalia a capacidade financeira da empresa em cumprir e honrar com os seus compromissos. Para avaliar adequadamente este item, faz-se necessário considerar informações obtidas a respeito da empresa e de seus investidores; a tradição da empresa através do seu tempo de mercado, respeito conquistado e qualidade de seus produtos; método utilizado para operação com bancos, clientes, fornecedores, clientes e parceiros; e dados técnicos que ilustrem o faturamento, demonstrativos financeiros, índices de liquidez e de endividamento, e o nível de vendas da empresa, bem como o planejamento para aderir a novos e promissores projetos. Capital: a situação econômico-financeira da organização, no que diz respeito aos seus bens e recursos possuídos para saldar seus débitos. Este item apresenta importância relevada, tendo em vista que algumas empresas podem não possuir bons índices financeiros, mas apresentarem significativo patrimônio. É importante salientar que os bens dos investidores/sócios também devem ser avaliados e considerados. Condições: modalidade, custo, prazo, valores e garantias também são parâmetros fundamentais para a concessão de crédito. Normalmente os itens a serem analisados neste quesito consistem em fatores externos e que influenciam o ambiente interno da organização. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Garantias: aspecto também conhecido como “colateral”, consiste em todos os tipos de ativos que podem ser oferecidos como garantia adicional em uma operação de crédito. Este fator é de extrema importância, tendo em vista que quanto maior for a quantidade e o valor dos ativos, maior será a probabilidade de recuperação de crédito em caso de inadimplência. Embora haja um conceito específico para cada aspecto, todos eles fazem parte de um processo cíclico em que qualquer enfraquecimento em um dos pontos, acarreta em influências negativas para os demais. Estes aspectos formam os pilares básicos de análise de crédito e são essenciais para a aprovação de operações, bem como para a delimitação do limite de crédito a ser definido para cada cliente. No contexto apresentado, pode-se perceber que o Marketing One to One que será adiante descrito pode ser a ferramenta básica da estratégia de marketing para a rotina das securitizadoras. Isso porque, cada cliente possui características exclusivas e realidade financeira distinta, tornando-se necessária a análise específica e individual de crédito para cada empresa. Ou seja, a cada cliente é dado atendimento exclusivo e diferenciado neste ramo de negócios. 2.4 Marketing One to One Os princípios do marketing one to one diferem do marketing tradicional, pois o primeiro baseia-se em clientes individuais e na personalização de produtos e serviços, por intermédio de um conhecimento do mercado conseguido pelo diálogo entre os envolvidos. Com o apoio estratégico das ferramentas de suporte à decisão, que permitem identificar e diferenciar cada cliente na base de dados, o marketing one to one ajuda não apenas a conquistar mais clientes, mas também a conservá-los. Em toda a estratégia, para definir a segmentação de clientes, pode-se utilizar a ferramenta CRM - ou Gestão de Relacionamento com Clientes (LASKOWSKY, 2009). É fundamental na definição do portfólio de Clientes estabelecer critérios para classificá-los ou mesmo diferenciá-los. Quando se inicia um processo de consultoria em uma empresa visando o planejamento para a implantação de CRM, quer como estratégia, sistema ou ambos, percebe-se que há pouco conhecimento do valor de cada cliente ou grupo de clientes. Comumente, na fase de diagnóstico de um projeto de CRM, encontra-se um cenário onde os recursos empregados em vendas, quer na captação, quer na retenção, nesse caso após a conclusão do negócio, são os mesmos para clientes que não possuem atributos financeiros, políticos ou estratégicos que justifiquem tais investimentos (LAKATOS, 2009). É comum encontrar clientes que contribuem com margens negativas, inadimplências e altos custos, onerando assim o que se chama de "Carteira Saneada de Clientes". Pode-se visualizar que o Marketing one to one possibilita a melhor visualização de cada cliente e seu resultado, evitando assim a contaminação aqui citada. No marketing tradicional a empresa procura os clientes adequados aos seus produtos. No marketing one to one ocorre o contrário. A empresa sabe o que o cliente quer, por isso procura os produtos adequados para ele. Com isso, esta técnica distancia-se consideravelmente do marketing tradicional. Este é baseado num esquema de competição absoluta e uniformiza os produtos e serviços, num mercado em que os clientes podem não ser muito fiéis. É através da análise e projeções de mercado que as empresas conhecem clientes que são agrupados por perfis a partir de hábitos comuns e, embora o objetivo também seja o de conquistar mais clientes, o processo tradicional de marketing não se aplica tanto em conservá-los. Ocorre o contrário no marketing one to one. "As empresas devem deixar de VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br enfatizar o marketing conquistador de clientes e passar a enfatizar o marketing retentor de clientes" (KOTLER, 1998, p. 76). O marketing pretende contribuir para o aumento dos lucros de uma empresa. Mas o marketing one to one apresenta ainda um objetivo distinto: quer, obviamente, fazer crescer os lucros, porém dando lugar de destaque ao cliente, por meio de um processo de fidelização e de aprendizagem, derivado das exigências deste. Segundo Peppers e Rogers (1997, p. 43) há uma série de passos mais utilizados. Apresentam-se na forma de quatro etapas, a saber: a) Identificação – consiste em distinguir os clientes individualmente, em detalhes, e ser capaz de reconhecê-los em todos os pontos de contato, em todas as formas de mensagem, ao longo de todas as linhas de produtos, em todos os locais e em todas as divisões. b) Diferenciação - significa categorizar os clientes da empresa por suas diferentes necessidades. Isso pode ser feito de duas formas: pelo nível de valor para sua empresa e pelas necessidades que têm de produtos e serviços de sua empresa. c) Interação - esta etapa está intimamente ligada à de diferenciação e à de personalização. Além de saber como as necessidades de seus clientes mudam, é necessário um processo de utilização dos feedbacks interativos de um cliente em particular para que seja possível deduzir quais são as necessidades específicas daquele cliente. Essa interação com o cliente deve-se estabelecer de forma contextualizada. Assim, por exemplo, uma nova conversa deve iniciar-se onde a última terminou, não importando há quanto tempo ocorreu ou por que meio ocorreu (call-center, Web, ou no escritório do cliente). d) Personalização – significa a capacidade de a empresa tratar um cliente particular de forma diferente, de acordo com o que aquele cliente informou durante uma interação com a área de vendas ou de marketing. Isso tem sido conseguido pelo processo denominado personalização em massa de um produto ou a personalização das opções oferecidas em volta do produto – criação de uma variedade de produtos altamente específicos a partir de componentes distintos ou módulos. Essas etapas podem permitir estabelecer um contato mais direto com os clientes e facilitar a percepção de quem estaria realmente interessado em comprar o produto ou serviço, através da utilização conjunta do marketing one to one e das ferramentas de suporte à decisão. Esta modalidade baseia-se na idéia da empresa conhecer seu cliente com maior profundidade e suas características particulares e importantes para desenvolver determinado tipo de negócio. Através de interações com ele a empresa pode analisar como o mesmo deseja ser tratado, tornando-se capaz de cuidá-lo de maneira diferenciada dos demais. Isto não significa que a empresa estará realizando as necessidades completas deste cliente. Em vez disso, haverá uma colaboração direta na maneira em que a empresa se comporta em relação a cada um com enfoque no negócio proposto. No marketing one to one as relações acontecem individualmente, um por vez, proporcionando conhecê-los profundamente. Pode-se identificar suas necessidades e tratá-lo de maneira personalizada tratando-se clientes diferentes de formas diferentes. Na realidade as diferenças devem ser utilizadas em favor de suas vendas. É o caso de a empresa identificar o cliente que tem maior valor e maior potencial, desenvolver uma relação personalizada de maneira cada vez mais conveniente para ambos de forma que o cliente prossiga realizando negócios crescentemente, tornando-se a ponte de, caso ele repense a relação comercial conclua ser inconveniente mudar-se para o concorrente. O processo de Marketing one to one, requer o envolvimento de toda a empresa, desde a produção até a área financeira. Deve haver permanente interação entre os vários setores. O VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br caminho a percorrer é bastante longo, mas as tecnologias como as bases de dados e a internet, podem ajudar nessa tarefa. Sobre o processo de Marketing one to one destaca-se: (...) que a fidelidade traga conveniência para ele, o cliente... cliente fiel é mais barato. É verdade. Mas isto vale para os dois lados, ou seja, também, é verdade para a empresa. Para ele é mais barato manter-se fiel a empresa, porque sempre existe o custo da troca. Satisfação não traz fidelidade, necessariamente. Clientes satisfeitos mudam desde que não haja custo nesta mudança. O que garante a fidelidade é inconveniência de mudar (PEPPERS, 2000, p.83). A concorrência global afeta a todos, pois não se sabe a origem, em razão da globalização. As empresas precisam, cada vez mais, conhecer e acompanhar os hábitos de compras de seus clientes. É válido ressaltar que transformar uma empresa de forma que passe a estruturar-se em termos mercadológicos para o Marketing one to one é muito oneroso. Este tipo de tratamento não se torna possível para todos os clientes. É possível implementá-lo em determinados ramos de negócios e direcionado para os melhores clientes, aqueles de maior potencial. Para os que não têm este perfil, deve-se continuar usando uma abordagem convencional. Para melhor esclarecer os diferenciais entre o marketing tradicional e o marketing one to one apresenta-se no quadro 1 o comparativo entre ambos: FATOR DE COMPARAÇÃO Medida de sucesso MARKETING MARKETING ONE TO ONE Aumento de participação no mercado, medindo por categoria de produto, uma de cada vez. Procura mais clientes para produtos específicos. Gerencia produtos e seus executivos são remunerados pelas vendas trimestrais de produtos e serviços para seus clientes. Participação do cliente medindo cliente a cliente, um de cada vez. Procura mais produtos e serviços para seus clientes. Gerencia clientes e seus Estratégia executivos são remunerados pelo desenvolvimento destes clientes ao longo do tempo, até seu valor esperado. Pode ser implementado através de Envolve o acompanhamento das Consequências um departamento, mais ou menos transações e interações de clientes independente de outras atividades individuais ao longo do tempo, e da empresa, não relacionadas a de todas as linhas de produtos ou marketing. Contrata-se um diretor grupos de produtos e serviços, o que exige maior integração de de marketing, executa-se a campanha promocional ou de dados e processos. Isso desafia a anúncios e vendem-se os produtos estrutura existente dos canais de distribuição tanto que a gerencia através das lojas ou canais de distribuição já existentes. de uma iniciativa para a utilização do one to one, significa repensar a estrutura organizacional, os sistemas de informação, os orçamentos e a forma de remunerar os vendedores. Quadro 1: Análise comparativa do marketing de massa x marketing one to one Fonte: www.bocc.ub.pt Produto Quando se identifica o cenário em que se pretende atuar e os fatores que podem influenciar no desempenho da empresa deve-se procurar identificar, a partir da verificação dos VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br valores e missão da empresa, se efetivamente podem ser desenvolvidos negócios que se identifiquem com estes princípios da empresa e como está o relacionamento com os clientes. São fatores que podem indicar como e onde os gestores devem atuar para obter sucesso, bem como a satisfação e fidelização dos clientes. Para que seja desenvolvido um bom Plano de Marketing, deve estar claro qual direção será tomada e que estratégia será adotada, para que se obtenha a maior probabilidade de acerto com a ação escolhida. Todos os clientes são importantes, mas é necessário entender suas diferenciações com base na participação de cada um para o negócio. Fidelizar um cliente, significa mantê-lo fiel aos produtos ou serviços de uma empresa de forma positiva para ambos na relação comercial. Mais ainda, é importante conhecer muito bem os clientes a serem fidelizados e trabalhar constantemente com esse objetivo. Levando-se em conta que os clientes mais rentáveis são os mais assediados pela concorrência, o processo de marketing one to one pode ser a ferramenta ideal para a manutenção dos que geram resultados e o afastamento daqueles que oneram a estrutura e não apresentam retorno compatível. 3) Metodologia Para o desenvolvimento deste artigo, foi realizado estudo de caso prático com base em uma pesquisa qualitativa e descritiva. No contexto de um estudo de caso, delimitado como a coleta e análise de dados sobre um exemplo individual para definir um fenômeno mais amplo podem-se coletar e analisar tanto dados quantitativos quanto qualitativos. Além disto, é concebível observar comportamento no seu contexto natural, criar experimentos que utilizem o sujeito como seu próprio controle, bem como realizar entrevistas, aplicar questionários ou administrar testes. Sabe-se que houve mudanças significativas no campo da pesquisa com a expansão das tecnologias digitais, na visão de Jodelet (2003). Para Denzin e Lincoln (2000), o cenário das pesquisas nas ciências sociais e humanas também sofreu uma profunda transformação a partir do final do século XX: ocorreu a chamada “revolução qualitativa” Outra revisão do conceito de validade em pesquisas científicas é feita por Turato (2003) que afirma que como na pesquisa qualitativa os procedimentos de validação e generalização estão muito próximos, o autor considera validado um resultado quando este atende a um critério que outros autores adotam para avaliar seu potencial de generalização: o da identificação do leitor com os resultados da pesquisa apresentada. De fato, Rubin e Rubin (2005) e Seidman (1998), argumentaram que os resultados de uma amostra pequena, mesmo quando intencional e heterogênea, podem ser generalizados porque sua profundidade permite que os leitores com eles se identifiquem. Turato (2003) chega a afirmar que o leitor é um agente generalizante de conceitos e pressupostos finais. Já Maxwell (2005), salienta a importância de citações detalhadas e ricas do material coletado com as quais os leitores podem se identificar. Na visão de Lakatos (1992, pg. 34) “as pesquisas qualitativas são realizadas a partir de entrevistas individuais ou discussões em grupo e permitem identificar pontos comuns e distintos presentes na amostra escolhida. Segundo Yin (2001, p. 32) o estudo de caso é “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. A pesquisa qualitativa possibilita um melhor conhecimento sobre aspectos que não podem ser observados e medidos diretamente. Sentimentos, pensamentos, intenções e VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br comportamentos podem ser observados por este método, que levarão a uma compreensão mais aprofundada sobre o objetivo pesquisado, a fim de definir um problema, gerar hipóteses, indicar determinantes que podem ser validados posteriormente. O resultado não pode ser projetado a todo universo pesquisado, mas analisados caso a caso. É característica da pesquisa qualitativa sua grande flexibilidade de adaptabilidade. Ao invés de utilizar instrumentos e procedimentos padronizados, a pesquisa qualitativa considera cada problema objeto de uma pesquisa específica para a qual são necessários instrumentos e procedimentos específicos. Tal postura requer, portanto, maior cuidado na descrição de todos os passos da pesquisa como: delineamento, coleta de dados, transcrição, preparação dos mesmos para sua análise específica. Para o que aqui se propõe é fundamental aproveitar dados de pesquisa desta espécie, considerando que é necessário levantar a situação do ambiente interno a partir da visão dos envolvidos e que serão beneficiados por um processo de marketing one to one como o aqui proposto. Conclui-se então que este estudo utilizou preponderantemente a pesquisa qualitativa, aplicada na empresa foco do estudo, por meio de entrevistas e aplicação de um questionário semi estruturado, aplicado um questionário com 15 questões sendo elas abertas e fechadas, a pesquisa foi aplicada de forma impessoal, e o público pesquisado, sendo eles os funcionários da empresa, totalizando 26 pessoas. Todos os funcionários da empresa foram público alvo da pesquisa, considerando que trata-se de uma pequena empresa com um quadro de funcionários de vinte e seis pessoas, cujo grau de instrução mínimo é superior incompleto e, dado o ramo de atividade e os critérios de seleção priorizado, a empresa seleciona empregados que estão em formação em cursos voltados para a área de gestão. 4) Apresentação da Empresa A seguir apresenta-se a empresa onde se desenvolve o estudo de caso do presente artigo. Os nomes, tanto da empresa quanto dos sócios são fictícios, considerando que se trata de uma empresa privada constituída no formato de Sociedade Anônima de capital fechado que, apesar de autorizar o desenvolvimento deste na sua estrutura, não autorizou a publicação de suas informações. 4.1 Histórico O espírito empreendedor de Égor Gomes foi fundamental para a viabilidade de um novo negócio, considerado promissor no mercado financeiro que no Brasil é uma atividade que sempre se apresentou crescente e lucrativa. Em 02 de maio de 1999, tendo como sócia sua esposa Gisele Gomes, Égor registrou em Garuva (SC) a empresa Joincash Ltda. Inicialmente operava apenas no município sede, mas, numa conversa informal de final de semana, Égor dividiu a idéia com Fernando Gomes, passando este a representar a Joincash na cidade de Joinville onde residia, realizando as negociações e enviando-as via malote para Garuva (SC). Mais tarde, Fernando associou algumas idéias com seus irmãos Francisco, Lucas e Robson, todos com experiência no setor financeiro advinda do ramo bancário. Em dezembro de 1999, Francisco sugeriu que as empresas, negócios e idéias se juntassem, formando uma nova e grande empresa. A evolução tem sido um processo contínuo. Em outubro de 2005, na busca de maior visibilidade no mercado, a empresa mudou novamente sua estrutura para uma nova sede no centro da cidade onde é o atual endereço. Em 2007 transforma-se então na Joinville Securitizadora SA, ainda no formato de capital fechado, formato que perdura até hoje. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br As companhias securitizadoras de ativos empresariais são instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações e têm por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, em ambiente privado, de títulos ou Valores Mobiliários, caso da empresa que serve de base a este estudo. A empresa tem como missão: “Contribuir para o crescimento sustentável das empresas clientes e do país, viabilizando a realização de negócios.” Sua visão é: “Ser uma empresa perene, alicerçada nos valores éticos e humanitários, líder em performance e geradora de forças econômicas.” Seus valores são: “transparência, responsabilidade social, respeito, comprometimento, ética e profissionalismo.” 5) Pesquisa e Análise dos Dados 5.1 Pesquisa Os Quadros 2 a 6 a seguir apresentados, demonstram a pesquisa desenvolvida na empresa descrita acima, por meio de um questionário semi-estruturado, com perguntas abertas e fechadas. Foram entregues vinte e seis exemplares, quantidade esta que corresponde ao quadro total de funcionários e sócio-dirigentes da empresa, abrangendo todos os níveis hierárquicos. A forma de demonstração a seguir objetiva facilitar a visualização dos resultados, mas a pesquisa foi desenvolvida com um questionário estruturado de forma a permitir a visualização de um ordenamento coerente das questões, objetivando facilitar a atividade de resposta. Foi devolvido o total de vinte questionários respondidos corretamente no prazo proporcionado. A pesquisa foi conduzida de forma impessoal, cujo material foi entregue por esta autora, tendo sido fixado o prazo de dois dias para resposta. 5.2 Apresentação dos resultados A seguir analisam-se os resultados da pesquisa, a saber: VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA Tópico 1 Pergunta "a" Alternativas Respostas O atendimento que a nossa empresa oferece aos clientes é personalizado. Em termos teóricos o processo de Marketing one to one se trata de uma especialização da customização, que implica em atender cada cliente de acordo com suas pecularidades. Você concorda que este tipo de atendimento é o oferecido aos nossos clientes securitizados? sim 19 não 1 não identifico 0 Pergunta "b" Em caso de resposta positiva, no seu entendimento, é a melhor forma de atendê-lo? Marque apenas uma alternativa julgada a mais acertada: Alternativas Respostas sim 17 Pergunta "c" Alternativas Respostas não 3 não identifico 0 É possível implementar outro tipo de atendimento para o perfil dos nossos clientes que proporcione melhores resultados? Marque apenas uma alternativa julgada a mais acertada: sim 2 não 11 não identifico 7 Caso a resposta à pergunta "c" seja "sim", descreva, na sua avaliação, qual seria a alternativa: Comentários 1 - Aprimorando o processo de atendimento, tentando diminuir os riscos. 2 - Tratar os cliente de maneira diferenciada permite sua fidelização, elevando o lucro da organização. sobre a questão anterior Quadro 2: Pesquisa e apresentação dos resultados – Tópico 1 Fonte: autores Tópico 1: Quadro 2 – objetiva verificar a impressão dos pesquisados sobre a adequação do atendimento da empresa aos seus clientes, e foi estruturado em três perguntas que apresentaram os seguintes resultados: - pergunta “a” que visa verificar a concordância dos pesquisados quanto ao tipo de atendimento oferecido aos clientes, aos quais foi esclarecido que a estrutura é do tipo Marketing One to One e obteve como respostas 98% concordantes e um 1% discordante. - pergunta “b” que objetiva confirmar a primeira pergunta se, em caso positivo, este é a melhor forma de atender o cliente. As respostas foram 97% concordâncias e 30% discordâncias. - pergunta “c” que visa confirmar as duas anteriores pergunta se é possível para aquele tipo de negócio oferecer outro tipo de atendimento, obteve como respostas 20% das respostas positivas, 10% negativas e 70% não identificaram outra forma. Os que responderam que não quanto à resposta à pergunta “c” tiveram oportunidade de sugerir outra forma de atendimento em pergunta aberta, e se posicionaram como consta do Quadro 2. Sabe-se que o modelo de negócio da nossa empresa requer contatos com empresários que necessitam Tópico 2 de recursos financeiros para conduzir suas atividades. O que esta empresa oferece é uma alternativa fora do concorrido e agressivo mercado bancário. Sobre isso Pergunta "a" Alternativas Respostas Pergunta "b" Alternativas Respostas Na sua opinião, o atendimento oferecido pela empresa, visando ampliar o seu grupo de clientes é adequado? sim 14 não 4 não identifico 2 Na sua opinião, o atendimento oferecido pela empresa, visando ampliar o seu grupo de clientes é melhor do que o dos grandes bancos? sim 13 não 3 não identifico 4 adro 3: Pesquisa e apresentação dos resultados – Tópico 2 Fonte: autores VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Qu “Tópico 2”: Quadro 3 visa comparar o negócio pesquisada com o concorrido mercado bancário e a adequação ou não do tipo de atendimento oferecido pela securitizadora neste cenário: - pergunta “a”; houve 86% respostas positivas, quanto à adequação do atendimento feito pela empresa, para o aumento de seu grupo de clientes. Houve 4% discordantes e 2% respostas que não identificam outras formas de ampliar seu grupo de clientes. - pergunta “b”; obteve-se 87% respostas positivas, 3% respostas negativas e 4% dos participantes não identificaram se o atendimento é melhor do que o dos grandes bancos. Tópico 3 Pergunta "a" Alternativas Respostas Pergunta "b" Alternativas Respostas Considerando que os grandes bancos trabalham o processo de Marketing através da segmentação de clientes por nível de renda, oferecendo atendimento personalizado aos grandes investidores, peço que responda as seguintes questões: Na sua opinião, nossa empresa, através da sua estrutura de abordagem aos clientes é mais eficiente que a dos Bancos? sim 14 não 3 não identifico 3 Na sua opinião, os produtos financeiros que oferecemos são diferentes do que o mercado bancário oferece, o que assegura o alcance dos objetivos da nossa empresa? sim 11 não 5 não identifico 4 Caso queira, manifeste sua opinião comparando o atendimento desta empresa com o dos bancos no espaço abaixo: Comentários- 1-No caso dos bancos, a segmentação torna-se mais elevada devido à quantidade de serviços questão oferecidos. 2-Cada cliente recebe atenção maior, porque a maioria das empresas, apesar de estar em anterior condições desfavoráveis, tem capacidade de gerar bons negócios. Quadro 4: Pesquisa e apresentação dos resultados – Tópico 3 Fonte: autores Tópico 3”: Quadro 4, abaixo - objetiva comparar o atendimento dos grandes bancos, que operam com a estrutura de segmentação por nível de renda, com a estrutura de atendimento one to one da securitizadora. Os resultados foram os seguintes: - pergunta “a”; resultou em 86% das respostas positivas quanto a estrutura de abordagem em relação ao atendimento aos clientes da empresa pesquisada ser mais eficiente que a dos bancos, 3% respostas negativas e 3% respostas sem identificação no comparativo. - pergunta “b”; resultou em 91% de respostas positivas, 5% negativas e 4% não identificaram, referente ao questionamento se os produtos financeiros oferecidos pela empresa securitizadora de ativos serem diferenciados em comparação aos oferecidos pela rede bancária. - alternativa “c”; para esta questão, pode-se verificar que as respostas apresentam-se favoráveis à securitizadora e seus produtos, quando as opiniões indicam facilidades na operação com recebíveis, apontando também que para os bancos o seu processo de segmentação torna-se favorável em razão da grande quantidade de serviços que colocam à disposição dos clientes. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br a) Sabe-se que esta empresa vem apresentando níveis de crescimento significativos ao longo da sua existência, sempre mantendo o mesmo foco no seu segmento de mercado, aumentando o portfólio de clientes. Sobre esta afirmação, peço que responda as seguintes Em razão dos produtos financeiros oferecidos pela empresa; 1º = 8; 2º = 7; 3º = 2; 4º = 2; 5º = 1. Tópico 4 Em razão do conceito que esta empresa adquiriu ao longo da sua existência; 1º = 6; 2º = 5; 3º = 6; 4º = 3; 5º = 0. Em razão do esforço de publicidade desenvolvido junto ao grande público; 1º = 0; 2º = 0; 3º = 4; 4º = 8; 5º = 8. Em razão do atendimento pela estrutura de Marketing one to one ; 1º = 7; 2º = 8; 3º = 5; 4º = 0; 5º = 0. Em razão da localização da empresa. 1º = 0; 2º = 0; 3º = 2; 4º = 6; 5º = 12. Na sua opinião, seria necessário rever todo o processo de atendimento da empresa para melhorar ainda Pergunta "b" mais o seu nível de crescimento? Alternativas Respostas Pergunta "c" Alternativas Respostas sim 9 não 11 não identifico 0 Na sua opinião, os clientes atendidos na forma de Marketing one to one , resulta em satisfação? sim 19 não 1 não identifico 0 Qu adro 5: Pesquisa e apresentação dos resultados – Tópico 4 Fonte: autores “Tópico 4”: Quadro 5 - objetiva identificar, entre cinco alternativas, as razões do sólido crescimento da empresa pesquisada, verificando o nível de importância da opção quanto à estrutura de atendimento. Cada pergunta propunha que o respondente indicasse a escala de importância, entre cinco alternativas, escala esta de 1 (mais importante) até 5 (menos importante) os itens “Produtos Financeiros”, “Conceito da Empresa no Mercado”, “Esforço de Publicidade”, “Atendimento ao Cliente” e “Localização da Empresa”. Os resultados evidenciam as seguintes escalas: o item considerado o mais responsável pelo crescimento – foco desta pergunta – foi considerado o mais importante, considerando que foi o que obteve maior votação na escala 1 “mais importante”: isto porque não se observa nenhuma outro item com este volume de votos como “mais importante”. Em segundo lugar vem o item “Atendimento ao Cliente” com sete votos em 1 “Mais importante”. Em terceiro lugar apresenta-se a questão “Conceito da Empresa no Mercado”, ficando empatados em último lugar os itens “Esforço de Publicidade” e “Localização da Empresa”. Tópico 5 Caso queira manifestar-se, acrescentando algo sobre o foco desta pesquisa, considerando que ela destina-se à condução de um trabalho de conclusão de pós-graduação em Gestão Empresarial e seu foco é o processo de Marketing one to one conforme descrito na abertura deste questionário, utilize o espaço abaixo para apresentar sua opinião. REPRODUÇÃO DAS RESPOSTAS: 1) O marketing one to one pode ser aplicado em mais segmentos, pois através desta ferramenta podese melhorar o atendimento e a satisfação dos clientes. 2) Visto que a securitização é um segmento de risco, o marketing one to one é extremamente necessário para que se conheça o cliente, assim diminuindo os riscos que são altos. Quadro 6: Pesquisa e apresentação dos resultados – Tópico 5 Fonte: autores “Tópico 5”: Possibilita ao pesquisado manifestar livremente sua opinião sobre o foco da pesquisa. Verificou-se apenas duas opiniões a respeito, uma delas claramente favorável ao processo de marketing one to one. 5.3 Análise dos resultados A partir dos resultados apresentados no subtítulo anterior que se referem à tabulação das respostas à pesquisa qualitativa aplicada, pode-se concluir os aspectos a seguir apresentados. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Sobre a impressão dos pesquisados sobre a adequação do atendimento da empresa aos seus clientes, pelos resultados da pesquisa pode-se concluir pela concordância dos pesquisados de que a estrutura está correta, conforme resultados apresentados no item 6.2, onde observou-ser larga concordância à forma como a empresa se posta ao atender o cliente na estrutura de marketing one to one. Ao verificar a opinião dos pesquisados quanto ao atendimento oferecido pela empresa para ampliar o seu grupo de clientes e também se o atendimento oferecido é melhor comparado aos grandes bancos, pode-se concluir através das respostas, que a forma de atendimento é adequada para ampliar sua gama de clientes e que, comparado aos grandes bancos, a empresa também não deixa a desejar, oferecendo qualidade e agilidade no atendimento. Referente a visão dos entrevistados em relação à forma em que os grandes bancos trabalham a segmentação de clientes por nível de renda, oferecendo atendimento personalizado aos grandes investidores. Verificou-se através do questionário, se a estrutura de abordagem aos clientes é mais eficiente que a dos bancos. Diante das respostas dos entrevistados, verifica-se que, dada a grande maioria de respostas positivas a respeito que afirma que o atendimento da empresa, é mais eficaz no segmento de mercado aqui estudado, comparado ao atendimento bancário. Onde foi levantado se os produtos financeiros oferecidos pela empresa são diferentes com relação aos serviços oferecidos pelos bancos, pode-se verificar que a maior parte dos entrevistados e confirma que a empresa também fornece aos seus clientes serviços diferenciados, citando em respostas descritivas que a securitizadora consegue obter maior resultado, devido a atenção recebida, sendo que a maioria das empresas, apesar de estar em condições desfavoráveis, tem capacidade de gerar bons negócios. Sobre as razões do crescimento da empresa, analisando o nível de importância referente a estrutura de atendimento e verificar razões da importância referente aos itens “Produtos financeiros”, “Conceito da empresa no mercado”, “Esforço de Publicidade”, “Atendimento ao Cliente” e “ Localização da Empresa”. Diante das respostas, verifica-se que para os entrevistados os produtos financeiros encontram-se em primeiro lugar, demonstrando que os produtos oferecidos devem ser atrativos aos seus clientes. Em seguida o atendimento ao cliente colocado em segundo lugar o que confirma que a empresa tem qualidade no atendimento, agilidade nas operações oferecidas, fidelizando os clientes antigos e também aumentando sua gama de clientes novos, obtendo maior lucratividade para a empresa. O conceito da empresa no mercado aparece em terceiro lugar, onde pode-se verificar que a empresa se encontra com sua marca consolidada, o que repassa aos seus clientes maior segurança nos serviços prestados. O esforço de publicidade e localização da empresa assemelham-se em último lugar, demonstrando que se a empresa já tem consolidação de marca, prestando o serviço com qualidade e segurança, para os entrevistados não há preocupação tão elevada quando a publicidade e localização da empresa. Já no aspecto de abrir espaço aos entrevistados e acrescentar algo sobre o foco da pesquisa com relação ao marketing one to one, uma manifestação refere-se ao risco e à adequação do atendimento na estrutura de marketing one to one como instrumento minimizador deste risco. Diante do exposto acima, pode-se concluir que a estrutura de atendimento da empresa é coerente com o seu tipo de negócio e trata-se de um sistema que enriquece o relacionamento com seus clientes, garantindo um atendimento eficaz e com qualidade, contribuindo com os resultados. Apesar de assumir os riscos no processo de compra de recebíveis, sua lucratividade vem aumentando, confirmando com isso conhecer a maior parte dos seus clientes, fidelizando-os e com isso garantindo um crescimento sustentado. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Cabe salientar, entretanto, que a pesquisa apresenta como limitações, o fato de ter sido desenvolvida no âmbito interno da organização. Neste caso sugere-se que sejam pesquisados os clientes. Este estudo, além de ter sido salutar para analisar um processo de marketing one to one, contribuiu para o crescimento intelectual e profissional da autora deste artigo. 6) Conclusões As securitizadoras surgiram como uma forma criativa para o adiantamento de ativos recebíveis e hoje, surge como uma atividade comum e bastante utilizada por empresas que possuem problemas em seu fluxo de caixa. Através do estudo apresentado, pôde-se perceber que o marketing one to one apresenta uma relação positiva na empresa pesquisada, pelo menos na visão interna dos seus dirigentes e colaboradores. O marketing one to one é uma das mais emergentes ferramentas de marketing que surgiram com a nova economia, consistindo em contatos diretos que ocorrem individualmente entre a empresa e um cliente (ou grupo de clientes com necessidades idênticas). Deve ser utilizado para conseguir uma relação personalizada com os clientes, de forma a conhecê-los o suficiente para poder oferecer a cada categoria os bens e serviços mais adequados. Observa-se neste artigo que esta ferramenta é fundamental na fidelização dos clientes, contribuindo para a maximização da receita média por cliente. Pode-se concluir ainda que, em razão das peculiaridades da atividade desenvolvida pelas securitizadoras, que esta estrutura de atendimento é necessária, considerando que cada cliente delas é muito peculiar comparativamente aos demais. Além disso, em razão dos riscos envolvidos, o aprofundamento das relações negociais efetivamente requer a particularização das relações no atendimento. Além do embasamento teórico, a pesquisa realizada demonstra os resultados positivos e a visão abrangente criada pelo marketing one to one para as securitizadoras, comprovando que esta ferramenta de marketing pode ser considerada importante na contribuição dos resultados da securitizadora analisada. Deve-se avaliar, ainda, que a maneira tradicional de se manter no mercado, ou seja, atrair e reter clientes está tornando-se ineficaz. A globalização da economia, a competição em áreas anteriormente monopolizadas, o comércio eletrônico, estão provocando grandes modificações no cenário dos negócios. Embasados na pesquisa apresentada, as empresas devem mudar a maneira de fazer negócios visando a manutenção no mercado com competitividade sendo que o marketing one to one é a força para esta mudança, segundo Peppers (2000, pg. 59), “sair do mundo orientado a produtos e entrar no mundo orientado a clientes. Não é fácil, mas é possível.” Esta análise sobre marketing one to one não foi integralmente exaurida nesse estudo. Diversos outros estudos podem ser desenvolvidos através de pesquisas diretas junto à própria Joinville Securitizadora, bem como analisar outras securitizadoras, assim como estudos em outros segmentos. REFERÊNCIAS CAMINHA, Uinie, Securitização. 2. Ed. Ver. Atual. São Paulo: Saraiva, 2007. CHURCHILL, G. A; PETER, J.P. Marketing: criando valor para o cliente. Rio de Janeiro: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos, Marketing Básico. São Paulo: Atlas, 1997. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br DAY, George. Winning the competition for customer relationship. Out. 2004. Disponível em http://www.marketingpower.com/AboutAMA/Pages/DefinitionofMarketing.aspx. Acesso em 02, março de 2011. DENZIN, N. K., & LINCOLN, Y. S. Handbook of qualitative research. Thousand Oaks, UK: Sage, 2000. DRUCKER, Peter. 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