FILOSOFIA Introdução à Filosofia Prof. Álvaro Maia 1. Pensamento

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FILOSOFIA
Introdução à Filosofia
Prof. Álvaro Maia
1. Pensamento Antigo: Sócrates e Platão
Platão foi discípulo de Sócrates que lhe ensinou a IRONIA, arte de
conduzir o interlocutor, mediante um diálogo, a refletir a partir do choque
entre a realidade evidente e o pensamento viciado (defende uma ideia
afirmando o seu contrário) e a APORIA, ou seja, a consciência de que um
problema está sem resolução racional e nada pode ser definitivo sem que
antes haja uma resposta que o resolva. Platão resolve a dicotomia Heráclito
x Parmênides com a Teoria das Ideias, que entende existirem dois mundos:
o MUNDO SENSÍVEL, em que tudo é movimento, que é o mundo das
coisas materiais, e o MUNDO DAS IDÉIAS, em que tudo é permanência,
mundo da alma preexistente e imortal:
Mas o que diremos das aquisições da inteligência? O corpo é ou não é
um obstáculo, quando se associa com esta investigação? Vou tornar a
questão mais clara com um exemplo. Os olhos e os ouvidos transmitem
alguma verdade, ou os poetas têm razão pelo menos em repetir
incessantemente que nada ouvimos, nem nada vemos em verdade? Posto
que, se estes dois sentidos são inseguros, então, os outros o serão ainda
mais, uma vez que são inferiores a estes. Não te parece assim?
(Em Fédon, Sócrates fala a Símias)
2. Pensamento Medieval: a filosofia Escolástica
Com o início das Cruzadas, e o contato com as traduções árabes de
filósofos gregos, principalmente da obra de Aristóteles, surge a necessidade
de corrigir qualquer entendimento errôneo daquela filosofia menos
idealista, mais “científica”. Surgem as primeiras universidades na Europa e
com elas as grandes discussões que podem questionar o estratificado
mundo medieval. Na verdade, desde que começaram a ser fundadas escolas
pelo imperador Carlos Magno (séc. VIII), muita coisa vinha sendo
rediscutida. Dessas escolas vem o termo escolástica. Cristianizar
Aristóteles foi a principal tarefa dos padres desse período, no que se
destacou Santo Tomás de Aquino. Para o Santo, fé e razão não podiam
opor-se, era questão de lógica.
Sempre apoiando-se numa argumentação metódica e sólida, Santo Tomás
de Aquino, em suas obras principais, Suma Teológica, Sobre o Ente e a
Essência, Súmula contra os Gentios e Compêndio de Teologia, busca a
comprovação racional da existência de Deus e das verdades do
cristianismo. Apoia-se na teoria aristotélica de ATO e POTÊNCIA,
relacionando Deus como ato puro, e o homem e o mundo como potências
que se transformam em ato por Deus e pelo arbítrio.
Para Santo Tomás, eram cinco as provas da existência de Deus:
1. PRIMEIRO MOVENTE: o que está em movimento foi movido por
outro; logo, há um primeiro movimento iniciado por quem sempre
existiu.
2. CAUSA EFICIENTE: o que havia antes? Tudo está encadeado
numa relação de causa e efeito, o que mostra um jogo com regras.
3. CONTINGÊNCIA: nada é acidental, a razão limita as
coincidências; os seres podem ser e não ser, mas a necessidade é
apreendida pela razão.
4. GRAUS DE EXCELÊNCIA: toda imperfeição pressupõe a
perfeição, que é o bem; todos nascemos com a intuição do bem.
5. ARGUMENTO DA IDEALIZAÇÃO: a harmonia, a ordenação do
cosmos, indica a existência de um jogo com regras
3. Pensamento Moderno: René Descartes
Método: dividir e comprovar, parte a parte:
Assim, em lugar desse grande número de preceitos de que se compõe a
lógica, pareceu-me que teria bastante com os quatro seguintes, contanto
que tomasse uma firme e constante resolução de não deixar de
observá-los uma única vez.
O primeiro era de jamais aceitar qualquer coisa como verdadeira
que não soubesse ser tal com evidência: isto é, evitar cuidadosamente a
precipitação e a prevenção, e nada compreender nos meus juízos que se
não apresentasse tão clara e distintamente ao meu espírito, que eu não
tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
O segundo, dividir cada uma das dificuldades que viesse
examinar em tantas parcelas quantas possíveis e que fossem exigíveis
para melhor resolvê-las.
O terceiro, conduzir ordenadamente meus pensamentos
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para
subir a pouco e pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais
complicados.
E o último, fazer tantas enumerações tão completas e revisões tão
gerais, que estivesse certo de nada omitir.
Voltaire > pregava a Liberdade
O homem nasce livre :
Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a
morte o direito de dizê-las.
Marat > pregava a Igualdade
Exploração humana > Os homens nascem iguais, os que têm poder
constroem as diferenças
Luta armada > Única forma de redistribuir as riquezas
Omissão voluntária > Os nobres só se interessam por seus próprios
problemas
Rousseau > pregava a Fraternidade (liberdade com igualdade)
Origem da desigualdade > O primeiro homem que cercou um terreno e
disse “isto é meu”.
Contrato Social > estabelecido entre o soberano (o povo) e o Estado
(governo), para que o governo faça a Vontade Geral.
Lei autoimposta > feita diretamente pelo povo e obedecida pelo povo.
Educação > Única forma de construir uma sociedade justa.
O homem é naturalmente bom, e está determinado a seguir o caminho do
bem, ainda que isso leve toda a eternidade
Olhai para todas as nações do mundo , percorrei todas as suas histórias;
no meio de tantos cultos desumanos e estranhos, no meio dessa
prodigiosa diversidade de costumes e caracteres, encontrarei por toda a
parte as mesmas idéias de justiça e honestidade, por toda parte os
mesmos princípios de moral, por toda parte as mesmas noções do bem e
do mal.. (Rousseau)
Marx e Engels
O socialismo é o caminho para o comunismo
O marxismo prega a leitura materialista do mundo e afirma que a
humanidade caminha para uma nova ordem social, de justiça e
igualdade.
O MATERIALISMO HISTÓRICO tem por objeto os modos de produção
que surgiram e que surgirão na história. Estuda sua estrutura, sua
constituição e as formas de transição que permitem a passagem de um
modo de produção para outro.
O MATERIALISMO DIALÉTICO é a filosofia marxista. A filosofia não
existiu, antes de Feuerbach, a não ser sob uma forma especulativa,
contemplativa, abstrata e idealista, que expressava, sob as formas
alienadas da especulação, os ideais e as reivindicações da natureza
humana.
Manifesto Comunista, de 1848, trecho final
Em suma (...) os comunistas não ocultam suas opiniões e objetivos.
Declaram abertamente que seus fins só serão alcançados com a derrubada
violenta da ordem social existente. Que as classes dominantes tremam
diante de uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a perder
nela, além de seus grilhões. Têm um mundo a conquistar. Proletários de
todos os países, uni-vos!
A sociedade se estrutura em dois níveis:
1o. Infra-estrutura – a base econômica, as formas de produção;
2o. Superestrutura – a estrutura jurídica e política que sustenta
as relações de produção e a estrutura ideológica sustentada
pelos meios de formação das idéias (educação, religião, arte,
informação).
Nietzsche
> Prisão e liberdade dentro do homem
A origem da tragédia : espírito apolíneo x espírito dionisíaco. O espírito
apolíneo é o da razão, que prende o homem aos conceitos de culpa, faz com
que se submeta a domar seus instintos e tornar-se gado passivo na mão dos
mais fortes. O espírito dionisíaco é o que o liberta e faz com que o homem
assuma sua liberdade e lute pelo que quer. É o homem que se supera, o
super-homem. A tragédia é o ciclo natural da vida, pois é da destruição que
vem a construção, do nada a criação.
Humano, demasiado humano : é na fusão entre a arte e o conhecimento que
o homem se encontra e se distingue da massa.
Aurora : a história do homem tem sido a história de auto-aprisionamento na
escuridão, é preciso enxergar a aurora.
A Gaia Ciência : a busca livre do conhecimento, despido das amarras
religiosas e morais do passado levará o homem a um espírito livre para
enfrentar o eterno retorno.
Assim falou Zaratustra: A transvalorização dos valores (um
novo evangelho?)
Super-homens, aprendei isso de mim: nas praças públicas
ninguém acredita em super-homem. Se quiserdes falar nas
praças, seja. A plebe, porém, pisca o olho e diz: "Todos somos
iguais perante Deus". Mas Deus já morreu. Perante a plebe não queremos
ser iguais. Super-homens, fugi da praça pública.
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