A IMPORTANCIA DA FAMILIA, DA APRENDIZAGEM E DA ESCOLA ZANZARINI, Maria Pinheiro1 YOSHIDA, Sônia Maria Pinheiro Ferro2 RESUMO: Vivemos hoje em uma sociedade onde a família esta posta de diferentes modelos, mães que assumem sozinhas a responsabilidade da casa bem como os pais que também assumem sozinhos este papel e ainda avós que contribuem para a formação da criança mesmo com a ausência de pai ou mãe. Neste artigo estaremos abordando tema à importância da família, da aprendizagem e da escola, que são fatores primordiais para a reconstrução de uma sociedade menos violenta, onde todos podem contribuir sem atribuir um culpado para os equívocos existentes na sociedade. Palavras chaves: família, escola, aprendizagem. ABSTRACT We live today in a society where family this put different models, mothers who are alone the responsibility of the home as well as parents who also assume alone this role and even grandparents that contribute to the formation of the child even with the absence of father or mother. In this article we will be addressing the theme of the importance of family, school and learning, which are primary factors for the reconstruction of a less violent society, where everyone can contribute without assigning a culprit for the misconceptions exist in society. Keywords: family, school, learning. 1 Profª MS. da Faculdades Integradas - ICE Curso de Pedagogia. 2 Profª MS. da Faculdades integradas – ICE Curso de Pedagogia O modelo de família atualmente consiste em filhos, mãe e pai. Este modelo ainda é considerado como ideal em nossa sociedade, e em outras organizações muitas vezes são consideradas problemáticas. Nesta compreensão de família há um julgamento tradicional moralista porque utiliza um padrão de referencia considerado adequado. Atualmente podemos observar que existem inúmeras formas de estrutura familiar em todas as classes sociais como: mães solteiras sendo chefas de família; pais separados onde ambos podem assumir a responsabilidade de ser o chefe da família; casamentos de casais já separados onde o novo casamento pode ou não reunir os filhos do novo cônjuge; homossexual e outras. Para entendermos como ocorrem as mudanças na concepção de família é necessário recorrer à história. A família monogâmica surgiu das diversas formas anteriores da reprodução e da sobrevivência da espécie. Segundo Morgan apud Bock et al (1999, p.248) desde “(1818-1881) demonstram que, desde a origem da humanidade, houve, sucessivamente: • a família consangüínea — intercasamento de irmãos e irmãs carnais e colaterais no interior de um grupo; • a família punaluaua — o casamento de várias irmãs, carnais e colaterais, com os maridos de cada uma das outras; e, os irmãos também se casavam com as esposas de cada um dos irmãos. Isto é, o grupo de homens era conjuntamente casado com o grupo de mulheres; • a família síndiásmica ou de casal — o casamento entre casais, mas sem obrigação de morarem juntos. O casamento existia enquanto ambos desejassem; • a família patriarcal — o casamento de um só homem com diversas mulheres; • e, (malmente, a família monogâmica, que se funda sobre o casamento de duas pessoas, com obrigação de coabitação exclusiva... a fidelidade, o controle do homem sobre a esposa e os filhos, a garantia de descendência por consangüinidade e, portanto, a garantia do direito de herança aos filhos legítimos, isto é, a garantia da propriedade privada. A idéia de propriedade — criar, possuir e regular através de direitos legais sua transmissão hereditária — introduz esta forma de organização familiar: é necessário ter certeza sobre a paternidade dos filhos e de que o patrimônio não irá sair da família, ou seja, o reino, as terras, os castelos, os escravos, a fábrica, o banco, as ações da Bolsa Bock et al(1999, p.248) As famílias que conhecemos é o resultado da organização e da transformação histórica do homem, está inserida na sociedade que determina a forma de organização para cumprir sua função social e garantir a manutenção da propriedade privada e das classes sociais. A função social da família sempre foi e ainda é transmitir os valores culturais as idéias dominantes, educando as novas gerações de acordo com os padrões da época. A família é o lugar de procriação responsável pela sobrevivência biopsicosocial da criança, sendo o primeiro grupo de mediação do individuo, e é nele que ocorre às primeiras aprendizagens como: a língua os deveres, direitos e cuidados para o seu crescimento e desenvolvimento condições para posterior participação coletiva. Do ponto de vista da cultura a família é necessária, pois, toda criança tem necessidade de ter uma família de origem, substitutos ou abrigados em instituições que cumpra a função dos pais cuidando e transmitindo os valores sociais e culturais. Atualmente, com a mulher atuante no mercado de trabalho é possível observar que as funções da família são repartidas com outras instituições educacionais como: creches, escolas, igrejas e os meios de comunicação de massa dentre outras que tem função socializadora. Em todas as classes sociais as crianças estão participando de outras instituições educacionais além daquela que lhe deu origem. A ausência dos cuidados e da educação realizada pelos pais ou responsáveis geralmente produz efeito na qualidade do vinculo afetivo mãe e filho que às vezes dificultam a socialização de algumas crianças, e rebeldias em outras. A família vive interferências do mundo social como o da comunicação de massa (televisão, internet...) a família precisa estar atenta o tempo todo. Lacan apud Bock et al (1999, p 250- 251) define assim a família; Entre todos os grupos humanos, a família desempenha um papel primordial na transmissão de cultura. Se as tradições espirituais, a manutenção dos ritos e dos 250 costumes, a conservação das técnicas e do patrimônio são com ela disputados por outros grupos sociais, a família prevalece na primeira educação, na repressão dos instintos, na aquisição da língua acertadamente chamada de materna. Com isso, ela preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico. A primeira educação da criança geralmente inicia antes do nascimento da criança com a chegada do menino ou da menina, com a escolha do nome, os modelos e cores de roupas. É natural como se processa a primeira educação a criança onde encontra no adulto geralmente os pais o exemplo e o modelo de comportamento tais como: trabalham; atendem ao telefone; lidam com as alegrias e tristezas; como resolvem os conflitos; como pensam, cigarro, cervejas ... e assim vai reproduzindo e internalizando a cultura. A primeira educação é realizada com naturalidade, é como um alicerce de uma construção, em que a família é o primeiro modelo para as crianças, assim a cultura vai sendo internalizada com o controle da conduta da criança, e ao longo da vida a criança vai adquirindo experiências relativizando o poder da família. Ao nascer à criança esta na fase indiferente para o mundo, a pessoa mais importante é a mãe. A independência vai acontecendo com o passar do tempo que é natural do ser humano. A diferenciação do ego — magistralmente descrita por Freud em A Psicologia de massa e a análise do ego — é um processo em que, ao princípio do prazer (que rege o funcionamento psíquico), interpola-se o princípio da realidade, isto é, surgem os limites impostos pela realidade. Assim, a satisfação, para ser obtida, deve ser postergada (esperar) e, às vezes, substituída por outro objeto de satisfação (ao invés do bico do seio, aparece uma 252 chupeta... que estranho!) ou (com freqüência) ocorrem às primeiras vivências de frustração, de não-satisfação. A frustração marca a experiência humana desde o nascimento e é algo constitutivo da humanidade de todos nós. Bock et al(1999, p.252, 253) Em seu desenvolvimento a criança paulatinamente vai incorporando as proibições relacionadas ao prazer e aos sentimentos como: não bater nos irmãos menores e nos amiguinhos, não masturbar e as meninas não colocar as mãos nos órgão genitais... A aquisição da linguagem é necessária para a comunicação consigo mesma e com o mundo possibilitando a compreensão da realidade, pois a linguagem possibilita a compreensão dos mecanismos de controle dos seus desejos de criança permitindo ou não a satisfação dos mesmos, e a família é o primeiro espaço de aprendizado no inicio da vida de cada individuo. As família precisam fazer do espaço familiar local de proteção e não espaço de violência onde muitas vezes a criança e o adolescente sofrem maus tratos como: violência sexual, agressões físicas e psicológicas. Os pais ou responsáveis e outros membros que compõe a família ou mesmo os amigos podem ser os responsáveis e ou coniventes com a situação. A criança e o adolescente têm direitos legais para serem protegidas pela família ou pela sociedade através das autoridades públicas. No Brasil, existem diferentes legislações e para a proteção da criança e do adolescente existe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) onde esta colocado em seu Capitulo 3 e Art. 19: Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência A família atual é resultado de mudanças ocorridas ao longo da história. Por volta do século XVIII a família começou a delimitar costumes contemporâneos com vida particular influenciados pelo sentimento de família, na Europa no século XVI através de famílias abastadas onde cada família mora em sua casa e é a responsável pela educação de seus filhos. Mais tarde (séc. XIX e início do séc. XX), as famílias das classes trabalhadoras também acabaram adotando o modelo da família nuclear burguesa, quando foram forçadas a deixar o campo e ingressar no trabalho em indústrias nas cidades (POSTER, APUD SZYMANSKI, 2003, P.14) A partir deste modelo é que a família se fortalece na figura do pai como chefe determinado padrão de educação enfraquecendo a autonomia da mãe e dos filhos que viviam no campo. Esse modelo foi trazido para o novo mundo, cujos habitantes já tinham uma organização social diferente (14) e, mais tarde, à população de origem negra, sendo alguns grupos originários de sociedades com tradição matriarca!. Mas foi o modelo europeu dos colonizadores que se impôs como modelo social de família. SZYMANSKI, 2003, P.14- 15) Em outras colônias e em nosso país que receberam de escravos a herança matriarcal contribuiu para a marginalização da figura do homem em algumas famílias, que não (a família não) se desfaz com a saída do homem. A família vivenciada atualmente é distante do modelo de família proposto pelas instituições e pelos meios de comunicação. Atualmente nem todas as mulheres submetem-se ao marido quando ele determina castigos para ela e para os filhos em nome da educação. A família é estabelecida através de decisões das pessoas que convivem juntas, a princípio os adultos assumem o compromisso de educar e cuidar das crianças e dos adolescentes sendo esse compromisso independente de casamento legais da sociedade civil. A ligação dos filhos geralmente e maior com a mãe a mulher que assume a chefia da casa. Quando o pai o homem está presente ele geralmente assume a posição mais alta da hierarquia familiar com a função de manter economicamente a família. De acordo com a relação de aproximação entre pais e filhos é que se estabelece a relação afetiva. Na hierarquia familiar a relação é a de mandar e ser obedecido. Muitas vezes o adulto dita regras para filhos obedecerem, mas às escondidas eles desobedecem às regras determinadas, assim ele mente, mas exige que os filhos falem a verdade. Há famílias em que os filhos participam na organização da casa de acordo com a idade e o gênero e há famílias que separam as atividades realizadas por meninos e por meninas, inculcando neles o que meninos e meninas devem fazer. Muitas famílias numerosas vivem com dificuldades econômicas, mas com dignidade onde os pais trabalham e as crianças maiores cuidam das menores em casa e acompanham até a escola. Quando os filhos resolvem casar com o surgimento de uma nova família muitos costumes são repetidos outros se modificam incorporando novos costumes. A criação de um novo grupo familiar depende das culturas das familias de origem da influencia dos amigos, da igreja , do grupo de trabalho, da comunidade onde vive e muito dos meios de comunicação de massa. A geração mais nova vivencia, compreende e interpretam o mundo que os pais não vivenciaram. Cada pessoa no seu grupo familiar pode ter ou não expectativas, crenças e modo de pensar diferentes sendo assim nota-se que o social é mais amplo que a familia. Partindo do individual que compõe o familiar que compõe o social, cada pessoa tem história diferente de acordo com a sua concepção de mundo. O que acontece na familia pode ter diferentes interpretações como: cuidado - sufoco; autoridade autoritarismo, verdade - mentira, certo - errado. A construção do pensamento parte da interpretação do vivenciado por cada um e o que lhe inculcaram como verdade. Segundo Szymanski (2003, p. 24) “Pode-se, então, observar pelo menos três vertentes na formação desse pensado: o cultural e social mais amplo, o familiar e o social mais restrito e o individual”. Desnecessário dizer que há uma estreita relação entre essas três vertentes. Quando vive – se sob a influência da família, muitas vezes as decisões o modo de agir e de pensar ficam arraigados no exemplo e só se manifesta em momentos decisivos. A família pensa de modo uniforme quando age de modo autoritário ou não é vista como transmissora da cultura, alegando que filho de peixe peixinho é, mudar para que se as condições são favoráveis, pois é cômodo deixar como está. O pensamento imutável trás a imagem de incapacidade para propor mudanças e só quem sabe define regras e valores, criando muitas das insatisfações familiares, porém quando a família escolhe mudança de vida de pensamento constrói através de sua realidade, de suas conquista e de novas mudanças, cada membro se manifesta através de suas escolhas frente a situações propostas. Para formar uma família o casal tenta por em prática seus pensamentos que pode dar certo ou pode encontrar problemas e então começam os arranjos que estão distantes do que foi pensado, e ai começa a criar modo de agir e de pensar diferentes dos sonhos que muitas vezes se distanciam aparecendo a sensação de incompetência sendo a solução mais rápida a separação. A solução através de caminhos indesejados impede a construção dos sonhos. Szymanski cita alguns exemplos de soluções que foram tomadas sem ser idealizadas: Algumas soluções que tiveram de ser tomadas, mas que não era o caminho idealizado: a) A família sem o pai, por decisão de separação, em que há demora em estabelecer novas regras: o modus vivendi para a família de pais separados é um sinal de que se está "acampando" e não habitando a nova família. A relutância em mudar hábitos carrega a nostalgia de um sonho que não pode ser vívido e aponta para a dificuldade de adaptação a uma nova realidade e conseqüente apropriação dela. b) A mulher necessita ter uma atividade profissional para participar na divisão de despesas e não se organiza para criar uma estrutura para cuidados com as crianças. Isto denota a expectativa (ou desejo) de que essa situação seja transitória. c) Famílias só de mulheres, devido ao abandono pelos homens, que têm a sensação de serem "diferentes" ou "menos", pelo fato de não se estruturarem segundo o modelo de um homem provendo a família, indica uma não apropriação da solução. (SZYMANSKI, 2003, p.29,30) Os padrões aprendidos geralmente são vivenciados são de origem dos membros do casal de um ou de outro, estes padrões são aprendidos através de discursos ou imitações que muitas vezes são inconscientes. Onde ha repressão pode haver também desrespeito as regras. O que é apreendido na família (com pai e mãe) fica gravado e são transferidos para outras relações (marido e mulher), pois modos de ser também se aprendem. É difícil fazer um histórico das relações e do que acontece na família ao longo do tempo, alguns filhos entendem que para amar um dos pais é preciso ficar contra o outro, o filho pode ser desobediente quando criança mas ser um adulto conservador, alguns modos de agir não dão certo mas não há mudanças, o que poderá no futuro provocar problemas nas relações com o outro (parceiro(a). Para haver mudanças muitas vezes é necessário ajuda de profissionais que atuam na área de família, dependendo da crença a igreja também auxilia. A família é o espaço onde ocorre a aprendizagem individual e grupal. Aprender, conhecer, investigar, saber. Necessidades culturais? Pulsões? Hábitos familiares? Por que crescer e aprender às vezes é tão difícil e conflituado? Dependendo do enfoque teórico, cada uma dessas palavras assume um significado particular, o qual traduz um conjunto de conceitos específicos, teóricos e/ou aplicados. (PORTELLA et al 2006 p.49) Muitas crianças e adolescentes apresentam problemas no seu desenvolvimento biopsicossocial que os pais não dão conta de resolver e precisam de ajuda de profissionais, alguns problemas aparecem principalmente quando a criança entra na escola e tanto os pais quanto os educadores notam que há dificuldades de aprendizagem nas crianças. Na família a criança percebe que o adulto tem conhecimentos que ela não tem, e assim através da curiosidade ela tenta entender como o adulto age e pensa para reproduzir os conhecimentos ou substitui – los . Os pais quando não são autoritários explica aos seus filhos que são todos são passivos de erros e de acertos. A aprendizagem da criança e do adolescente inclui o pensar, o agir, refletir e pensar novamente. O novo gera conflitos, em cada fase é incorporados novos conceitos que tenha novos significados. ...de forma harmônica com o restante do desenvolvimento da personalidade, especialmente no que tange à construção do sentimento de identidade. Erikson (1971; 1972) demonstra como s construção do sentimento de identidade se dá sob a forma da resolução de conflitos, os quais se lhe apresentam na vida à medida que o indivíduo vai crescendo e se desenvolvendo. Cada conflito pressupõe a tarefa de resolvê-lo assimilando à identidade uma nova maneira de viver a partir de então. Assim, a cada nova fase, o indivíduo tem incorporado, em sua identidade, um par de conceitos opostos, que, quando confrontados, geram o conflito, mas que se completam e dão significado um ao outro mutuamente. São eles: confiança básica versus desconfiança, autonomia versus vergonha e dúvida, iniciativa versus culpa, produtividade versus inferioridade, identidade versus confusão de papéis, intimidade versus isolamento, generatividade versus estagnação, integridade versus desesperança. Ocorre que tais tarefas (como chama a aquisição dos conceitos dos pares de opostos) se dão tanto de forma longitudinal (ao longo de toda a vida) como de forma vertical (pois, a cada nova tarefa, podem-se entrever os sinais da aquisição das tarefas anteriores). (PORTELLA ET al 2006 p.52) Os pais e educadores empenhados na construção da identidade dos filhos acompanham cada etapa da vida sabendo que a experiência é transformada em conhecimento e tem significado para as próximas etapas. No desenvolvimento da criança a curiosidade e a construção da identidade fazem parte do dia a dia, é necessário atenção pois, existem situações onde a aprendizagem significa incorporação do novo e quando o novo não é visto com curiosidade assusta, podendo causar traumas a serem descobertos no futuro. O ambiente familiar deve ser confiável para permitir novos conhecimentos, pois é necessário paciência para lidar com situações novas, os erros devem ser considerado caminho para os acertos e todas as experiências são importantes para a vida. Cury (2003;p.45 diz) que: Abraçar, beijar e falar espontaneamente com os filhos cultiva a afetividade, rompe os laços da solidão.Muitos Europeus e americanos sofrem de profunda solidão. Eles não sabem tocar seus filhos e dialogar abertamente com eles. Moram na mesma casa, mas vivem em mundos diferentes.O toque e o diálogo são mágicos, criam um a esfera de solidariedade, enriquecem a emoção e resgatam o sentido da vida. O auxilio dos pais na resolução dos problemas é importante, mas há necessidade de limite neste auxilio para não prejudicar o desenvolvimento a autonomia de pensar para agir. O saber da criança tem início no concreto, aquilo que participa que vivencia, aos poucos percebe que pertence ao grupo maior de pessoas iguais a ele. Na família vai aos poucos vai incorporando conhecimentos abstratos, considerando ou não que há conhecimento ultrapassado. A escola como espaço de ensino e aprendizagem dos conteúdos sitematizados e das relações interpessoais, precisa estar atenta ao comportamento de cada educando procurando recebe-los e dar atendimento necessário para seu auto desenvolvimento. A escola é uma instituição importante para educar a criança, que constantemente vai ampliando a sua autonomia através da transmissão cultural, pois, a criança no decorrer do tempo deixa de imitar os comportamentos dos adultos para construir o seu conhecimento e se conscientizar que pertence a um grupo social. A escola foi criada pelo homem para educar e está em constante aperfeiçoamento de acordo com suas necessidades, e educar sem a instituição especializada significa aprender a fazer fazendo a criança acompanhava os adultos para plantar, colher, caçar, ver, olhar, sentir, enfim o meio social é o seu meio educativo. A partir da Idade Média a educação tornou-se produto da escola. Pessoas especializaram-se na tarefa de transmitir o saber, e espaços específicos passaram a ser reservados para essa atividade. Poucos iam à escola, que era destinada às elites. Serviu aos nobres e, depois, à burguesia. A cultura da aristocracia e os conhecimentos religiosos eram o material básico a ser transmitido. (BOCK, 1999. p. 261) A escola como instituição social se desenvolveu para atender os filhos das famílias que detinham o poder na sociedade As atividades dos grupos dominantes foram ensinadas na escola. No século XIX houve transformações importantes na escola que passou a ser universal para todas as crianças . Nos séculos XIX e XX com o desenvolvimento da industrialização ocorreram várias transformações as casas que eram lugar de trabalho passaram a ser locais privativos das famílias e o local de trabalho se deslocou para as fábricas. Os trabalhadores deslocavam-se de suas residências para as fábricas e para isso foi necessário a construção e ampliação de vias públicas e transportes coletivos. A família para educar seus filhos para o trabalho e vida social precisou da ajuda da escola como instituição especializada para os trabalhos exigidos pela sociedade. A Revolução Industrial proporcionou a implantação de novas tecnologias, onde os trabalhos realizados com máquinas exigiram do trabalhador novas aprendizagens e aperfeiçoamentos. A escola tornou - se necessária e importante para ensinar os conhecimentos básicos também o manuseio das técnicas. A classe trabalhadora paulatinamente foi se organizando para lutar e exigir universalização da escola para todos e não somente para burguesia e aristocracia. Estes fatores contribuíram para que a escola adquirisse as características que possui hoje em nossa sociedade: uma instituição da sociedade, trabalhando a serviço desta sociedade e por ela sustentada a fim de responder a necessidades sociais e, para isso, a escola precisa exercer funções especializadas. A escola cumpre, portanto, o papel de preparar as crianças para viverem no mundo adulto. Elas aprendem a trabalhar, a assimilar as regras sociais, os conhecimentos básicos, os valores morais coletivos, os modelos de comportamento considerados adequados pela sociedade. A escola estabelece, assim, uma mediação entre a criança (ou jovem) e a sociedade que é técnica (enquanto aprendizado das técnicas de base, como a leitura, a escrita, o cálculo, as técnicas corporais e musicais etc.) e social (enquanto aprendizado de valores, de ideais e modelos de comportamento). Apreender esses elementos sempre foi necessário. A escola é a forma moderna de operar essa transmissão. (BOCK. 1999, p.263) Alguns problemas são apresentados pela escola como: A escola sustentada pela sociedade deveria preparar os alunos para viver em sociedade, o que pode observar-se que ao longo do tempo através das teorias pedagógicas do seu currículo oculto tornou se uma instituição fechada e isolada, semelhante a uma ilha dentro da sociedade sendo o seu conhecimento distante da realidade social; A escola atesta o saber do aluno através de diplomas e quanto maior é o saber mais diplomas, que podera ser muitas vezes se utilizado para ocupar os cargos importantes com maior remuneração em nossa sociedade. Até hoje podemos observar que nos cargos políticos são muito importantes, pois é representar o povo, este não precisa diploma, contudo novas exigências estão surgindo diante das necessidades desta função. A escola tem muitos desafios como o de preparar para a vida, portanto precisa aproveitar as brechas não apenas repassando a cultura acumulada, o seu grande desafio é preparar os alunos para pesquisar, criar, recriar, transformar. A escola surgiu para responder a necessidades sociais de preparo do indivíduo para a vida pública. A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos. Hoje, a escola ocupa grande parte da vida de seus alunos. Ensina técnicas, valores e ideais, ou seja, vem cada vez mais substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, enfim, para a vida como um todo. A escola está preparada para essa tarefa? Os professores dispõem de métodos e técnicas adequadas para cumprir tal função (BOCK. 1999, p. 267) Pode-se observar que com o passar do tempo as famílias estão sendo envolvidas com o trabalho e as crianças estão indo para a escola cada vez mais cedo, quando nascem logo vão para as creches onde ficam o dia todo, pois muitas oferecem período integral. Na escola a alfabetização acontece cada vez mais cedo e ainda os alfabetizadores ensinando o aluno a escrever não utilizando a letra cursiva por ser mais fácil para o aluno escrever, trabalham não somente como cuidadores e sim como educadores, mesmo sem a qualificação necessária. Na escola os professores muitas vezes têm dificuldades de ser autoridade, quando não são autoritários há dificuldade de lidar com a indisciplina e aprendizagem dos alunos. O que se observa é a falta de formação continuada do professor. A escola oferece 200 dias letivos para os alunos. E quantos dias para a formação do professor? Limite de tempo de serviço, pois o educador trabalha com questões que envolve o psicológico e não tem o profissional para auxilia-lo nesta construção, como desenvolver o lado humano? Se encontramos s vezes profissionais que são tratados de forma desumana?. Será que se diminuírem os dias letivos dos alunos para dar formação continuada para o professor não seria um ganho para ambos? Mas se a escola é tão ruim assim, por que mantê-la? Nos anos 60, autores como Ivan Illich, Bourdieu e Passeron pregaram o fim da escola. Alegavam ser tal instituição um aparelho ideológico do Estado com a finalidade de reproduzir a mão-de-obra submissa e a ideologia dominante. Hoje, há argumentos convincentes para mantermos a credibilidade da escola e enveredarmos esforços para transformá-la.(BOCK, 1999, p 270) A escola é lugar de aprendizagem e troca de aprendizagem, sendo ela o local onde temos condições de elaborar perguntas e buscar respostas sobre o nosso cotidiano, é um espaços para o diálogo, com entendimento das diferenças entre cada ser humano. É na instituição escolar que os profissionais devem proporcionar abertura para um trabalho critico e criativo. Para Tiba (1996 p.113) Nossa vida difere dos animais por que temos as dimensões cognitivas, afetivas e motivacional. A dimensão cognitiva é constituída pelos conhecimentos da memória, do pensamento abstrato, dos processos mentais e da capacidade de julgamento. O saber escolar proporciona a capacidade de tomar decisões individuais e coletivas, pois a escola é apenas uma das instituições da nossa sociedade que tem responsabilidade como outras instituições: a família, a igreja, os meios de comunicação e outras na transmissão dos valores dominantes lembrando que nas transformações sociais a escola participa não é totalmente responsável. Portanto a escola deve proporcionar o ensino aprendizagem de maneira critica e criativa sem receitas, com a necessidade de humanizar o ser humano, precisa educar para a vida, para ser feliz, para gostar de viver a vida, para se alegre, saudável, responsável e demais valores positivo sendo cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres A escola precisa formar professores para atuar na educação em qualquer nível de ensino porque a maioria só tem formação da graduação que não aborda os fundamentos educacionais. Sendo assim a escola muitas vezes tem profissionais violentos, que não respeitam as regras da instituição onde atua, muito menos as regras impostas pela sociedade, causando as vezes transtornos por onde passa. Mesmo com uma infinidade de cursos de preparação para o magistério e mesmo educação continuada ainda existe aqueles que atuam na área e não gostam do que faz., construindo assim uma imagem distorcida do trabalho escolar. Sabemos que cada dia mais livros de auto ajuda vendem muito devido as dificuldades de entender e ajudar o outro, e a escola fica sem condições de auxiliar muitos alunos pois o profissional Psicólogo não é atuante na escola e o orientador eu era o profissional que auxiliava com os problemas do aluno foi tirado de muitas escolas. Desta forma é difícil preparar o aluno para esta mudança necessária na sociedade, pois a escola sempre esteve desfalcada em seus recurso e metodologias. Ora profissionais da área, ora recursos financeiros e humanos. Para conquistar os espaços na sociedade é necessário a mobilização de todos que tenham vontade de uma sociedade, humanizada com pessoas que tenham desejo e compromisso de desenvolver as atividades dos grupos onde estão atuando. Questões familiares devem ser resolvidas na família, questões escolares na escola, o respeito as diferenças e a resolução de conflitos precisam de profissionais especializados ou profissionais que se especializem bem como interfiram nas instituições quando necessário. As parcerias e as relações entre os grupos sociais e os seres humanos precisam se adequar, pois todos temos capacidades e compromissos, contudo é necessário parar de buscar um culpado e cada pessoa assumir seu compromisso diante das escolhas que fazem. Todos devem ter o compromisso consigo mesmo e com o outro, respeitando as diferenças, resolvendo os conflito, primeiro internos, depois com o outro. Ficando cada grupo social com seu compromisso em auxiliar nas dificuldades, não julgar e condenar as diferentes atuações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASSEDAS, Eulalia;HUGUET, Teresa; SOLÉ, Isabel. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. BOCK Ana Merces Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999 CURY, Augusto. Pais brilhantes professores fascinantes. Rio de Janeiro; sextante:2003 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm- acesso em 19/09/2010. PORTELA, Fabiani Ortiz; FRANCESCHINI, Ingrid Schröeder. (orgs,) Família e Aprendizagem: uma relação necessária. Rio de Janeiro: Wak, 2006. SZYMANSKI, Heloisa. A relação família – escola: desafios e perspectiva. Brasília: Plano Editora, 2003. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo; Editora gente,1996