A inserção da Psicopedagogia nas instituições

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A inserção da Psicopedagogia
nas instituições
C
onforme vimos na aula passada, o psicopedagogo trabalha com o que chamamos de “problemas de aprendizagem”. Mas, para sabermos o que são problemas de aprendizagem, precisamos antes dar uma breve passagem sobre a própria aprendizagem. Como já dissemos em
nossa primeira aula, este tema é muito vasto e, por isso, vamos nos ater apenas a alguns conceitos
básicos.
Como é fácil de entender, todos nós iniciamos nossos processos de aprendizagem desde o momento em que nascemos. Percebemos que o ser humano constrói sua estrutura de personalidade no
interior da trama de relações sociais na qual ele está inserido. Podemos, por exemplo, nos reportar ao
antigo ditado popular “dize-me com quem andas e te direi quem és”. Com isso estamos dizendo que
todos nós construímos nossos saberes e fazeres dentro de um conjunto de relações sociais das quais
participamos ativamente, sendo que estas relações ocorrem dentro do que chamamos de Instituições.
Mas, como ocorrem as aprendizagens dentro deste contexto? Como se dá a construção do conhecimento?
Ao analisarmos a nossa estruturação como indivíduos, percebemos que uma das características
do ser humano é ser prático e ativo, já que é por suas ações que ele modifica o meio ambiente, moldando-o para atender às suas necessidades. Enquanto transforma a realidade à sua volta, ele constrói a si
mesmo, tecendo sua rede de saberes, a partir da qual irá interagir com o meio social, determinar suas
ações, suas reações, suas convivências sadias ou neuróticas, enfim, todas as suas práticas sociais.
A construção das redes
Veja bem! No mesmo momento em que você nasceu, passou a fazer parte de uma instituição
social organizada: a sua família. E como você, todos os seres humanos ao nascer encontram o idioma,
os costumes, a religião, o modo de se alimentar e de se divertir, enfim, tudo já previamente estruturado por outros que o antecederam. Esta organização é que permite que a sociedade sobreviva e se
reorganize, sempre acompanhando a evolução histórica e social de seu tempo. Como afirmava Karl
Marx, as sociedades constituem-se em fenômenos históricos, já que os indivíduos se constroem uns
aos outros, física e espiritualmente. Nós convivemos com nossos semelhantes em casa, no colégio,
no mercado, nos clubes, enfim, em uma infinidade de instituições. Estamos sempre em contato com
outras pessoas e por intermédio desta convivência aprendemos e ensinamos coisas. Todo nosso modo
de ser e de nos comportarmos é fruto de nossa vida em sociedade.
Para sobreviver, os homens constroem coisas e objetos, criam modos de vida em comum, elaboram idéias e conceitos que regem as inter-relações pessoais entre os membros da sua comunidade.
O conjunto destas criações forma o que denominamos de conhecimento.
Diversas formas de estudar como este conhecimento se processa já surgiram ao longo dos
tempos e continuam aparecendo todos os dias. Atualmente, em virtude da ampliação dos meios de di-
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vulgação das informações proporcionada pelo uso cada vez maior da tecnologia,
os mais diferentes setores sociais, políticos e econômicos vêm propondo a idéia
de construção de rede de saberes e de ações. Embora este conceito tenha surgido,
em uma primeira instância, no conjunto das mudanças ocorridas no mundo do
trabalho, essa idéia vem encontrando eco em quase todos os campos científicos,
nos novos movimentos sociais e, inclusive, na Educação.
Mas, perguntamos nós, o que vem a ser uma rede de saberes? Como você
imagina que ela seja? Segundo nos explica Alves (199, p. 68), “a noção de rede
não é algo que se explique por si mesmo. A palavra rede tem muitos sentidos, é
polissêmica”.
Por que então usar essa noção? Para esta estudiosa no assunto, devemos usar
esta noção exatamente devido à polissemia. Tendo em vista que cada um tem sua
própria concepção de rede tecida em seu cotidiano, o significado que se pretende
ao usar esta expressão para simbolizar a construção dos saberes se cria de uma
forma individual e por si mesmo.
Segundo a mesma autora,
redes existem e só podem ser pesquisadas nos processos cotidianos de viver. São, pois,
formadas nos processos múltiplos e diferentes dentro das inúmeras relações que os sujeitos todos, em seus contatos cotidianos, tecem, destecem e tecem outra vez, no espaçotempo do aqui e agora. (ALVES, 1999, p. 15)
Castells (2000, p. 498) define rede como sendo um conjunto de nós interconectados. Segundo este autor, cada um destes nós representa um ponto de inflexão
na construção do conhecimento, bem como a interconexão com outros conhecimentos vindos de outras fontes. A estrutura concreta de cada um destes pontos irá
variar de acordo com o tipo de rede concreta que está estabelecida. Por exemplo,
se estamos falando em processos educacionais, em bolsas de valores, de política
ou estamos aprendendo a fazer novos quitutes, cada um destes fatos acabará por
se constituir em um nó (ou ponto) de nossa rede de saberes. Vemos, assim, que
este conceito refere-se a uma estrutura aberta e capaz de expandir-se de forma
ilimitada e em todas as direções.
Na construção de uma rede de saberes, todos os membros da sociedade são
parceiros possíveis, contribuindo com seus conhecimentos, suas práticas, valores
e crenças. Estas contribuições não são estáticas, muito ao contrário, encontram-se
em permanente mudança. Assim, conceitos e valores considerados como verdades
incontestáveis podem ser considerados, mais tardiamente, como algo ultrapassado
e totalmente descartável. Para ilustrar, basta lembrarmos que, durante séculos, a
Terra foi considerada por todos, inclusive os mais renomados e ilustres cientistas
da época, como o centro do Universo e que os astros e as estrelas, como o Sol e a
Lua, giravam em torno dela.
E hoje, que julgamento você faria de alguém que afirmasse uma coisa dessas? Com certeza, seria chamado de ignorante, concorda?
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Desta forma, podemos perceber por que o princípio de movimento é básico
na formação de redes. Elas se constroem exatamente na instabilidade e na nãolinearidade dos processos do conhecimento. Esse movimento deve ser entendido
como a possibilidade que temos de variar as direções e o sentido ao tecermos os
múltiplos fios possíveis para construir nossa rede de saberes. Esta flexibilidade de
movimento inclui, também, as inúmeras variações possíveis nos parceiros que nos
acompanham em nossa trajetória de construção e reconstrução dos saberes que,
apesar de nossos esforços, encontram-se sempre inconclusos e incompletos.
Além do movimento, o conceito de rede de saberes se constrói a partir de
mais dois princípios importantes, que são o de articulação e o de co-responsabilidade. Como vimos, todas as pessoas que, de alguma maneira passam pelas
nossas vidas, participam, direta ou indiretamente, da construção de nossa rede
de saberes, pois todos os nossos conhecimentos são, de algum modo, articulados
com as informações que recebemos e transmitimos e, com isso, todos somos coresponsáveis por sua construção e pelo uso que dela fazemos.
O ato de tecer esta rede não é, portanto, obra de uma consciência isolada e
autônoma, mas uma das formas de prática social que tem como sujeito os homens
articulados entre si por relações sociais. Esta concepção de saber como processo
de construção social por um sujeito coletivo deve orientar nossas tarefas no campo
da aprendizagem.
Como você deve ter percebido, toda nossa rede de conhecimentos é formada
dentro de instituições e, assim, não fica difícil imaginar que a Psicopedagogia,
cada vez mais, necessite inserir-se e estudar como ocorrem as relações interpessoais nesses ambientes, particularmente nas famílias e nas escolas, nos quais a
maior parte do conhecimento básico ocorre na infância e na adolescência.
A Psicopedagogia vem atuando, também, com muito sucesso nas mais diversas instituições organizadas além das já citadas, inclusive em hospitais e empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou
prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis às mudanças educacionais, particularmente
as de caráter profilático, visando evitar processos que conduzam às dificuldades
de aquisição do conhecimento. Não podemos nos esquecer de que a aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos humanos, que,
mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências,
promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal com as
quais revertem o manejo instrumental da realidade.
Vamos apresentar a seguir, uma visão do psicopedagogo na escola. Gostaríamos, no entanto, de ressaltar que as atividades que ele executa como psicopedagogo na escola são, com as devidas adaptações, as mesmas que ele irá executar
em qualquer outra instituição.
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Introdução à Psicopedagogia
O papel do psicopedagogo
na instituição escolar
O trabalho psicopedagógico pode e deve ser pensado a partir da instituição
escolar, na qual cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de
regras de conduta dentro de um projeto social mais amplo. A escola, afinal, é responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.
O papel do psicopedagogo na docência e na clínica pode ser delineado de
uma maneira relativamente mais objetiva do que seu papel na escola, embora
acreditemos que o psicopedagogo tem muito a contribuir na dinâmica escolar.
A atividade da escola está determinada pelo aspecto interacional. O psicopedagogo pode, então, ser visto fazendo parte de uma equipe interdisciplinar que
é campo de discussão da problemática docente, discente e administrativa.
A grande maioria dos trabalhos que discutem a prática da psicopedagogia na instituição
educativa focaliza a análise do processo de aprendizagem, ou, mais especificamente, a
análise dos problemas de aprendizagem. Esta preocupação central está intimamente
relacionada às próprias origens da Psicopedagogia, enquanto área do conhecimento: seu
aparecimento e sua estruturação responderam, num primeiro momento, à necessidade de
compreender melhor o processo de aprendizagem, para evitar (perspectiva preventiva)
ou tratar (perspectiva terapêutica) problemas decorrentes de dificuldades nesse processo, no âmbito dos fenômenos individuais. Deve-se destacar, neste sentido, o fato de que
tais análises priorizam, geralmente, a dimensão individual do processo de aprendizagem,
enquanto fenômeno que ocorre no sujeito, ainda que considerando o papel de variáveis
ambientais e relacionais na sua produção. Esta perspectiva reflete, de certa forma, a posição dos estudos de aprendizagem na história do desenvolvimento do conhecimento psicológico. (CAVICCHIA, 1996, p. 197, grifos do autor)
Tendo bem conceitualizado como se processa a aprendizagem e como evolui
o pensamento, o psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino–aprendizagem.
A Psicopedagogia, no âmbito da sua atuação preventiva, preocupa-se especialmente com a escola. Dedicando-se às áreas relacionadas ao planejamento educacional e ao assessoramento pedagógico, colabora com os planos educacionais
e sanitários no âmbito das organizações, atuando numa modalidade cujo caráter
é clínico, ou seja, realizando diagnóstico institucional e propostas operacionais
pertinentes. O campo de atuação da modalidade preventiva é muito amplo, mas
pouco explorado. Sobre o trabalho psicopedagógico na escola muito se tem a fazer. Grande parte da aprendizagem ocorre dentro da instituição escolar, na relação
com o professor, com o conteúdo e com o grupo social escolar enquanto um todo.
Devido ao fato de ser um lugar tão relevante na vida do ser humano, a instituição
escolar, paradoxalmente, pode ser também muito prejudicial.
No nível da instituição, nas escolas em especial, considera-se que um psicopedagogo deve
procurar acompanhar a tendência muito saudável de, como um dos elementos da equipe,
impulsionar o trabalho cooperativo de professores e demais profissionais da escola, procurando contribuir para uma maior eficiência e coerência, participando com todos, por
exemplo, do momento da definição do projeto pedagógico e da análise e discussão de situações e casos especiais. Considera-se questionável a possibilidade de o psicopedagogo vir
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a se apresentar como o dono da verdade e portador de soluções prontas, desconsiderando
as possibilidades de trabalho cooperativo com educadores em geral. (FINI et al., 1996,
p. 71)
Em especial na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento
de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do
aluno, mas que são conseqüência de problemas escolares, tais como a organização
de instituição, dos métodos de ensino, da relação professor–aluno, da linguagem
do professor, entre outros.
A instituição educativa, em suas diferentes modalidades – creche, pré-escola, escola de
1.º, 2.º ou 3.º graus – cumpre um papel central na sociedade: o de mediadora no processo
de inserção da criança e do adolescente na cultura. Para isso, é necessário que ela se estruture e se instrumentalize de forma a responder às exigências propostas por este objetivo,
tão amplo e complexo. Um dos aspectos principais dessa estruturação diz respeito à formação e qualificação de equipes de trabalho capazes de desenvolver projetos pedagógicos
compatíveis com a natureza e os objetivos dessa instituição. Nesse processo, o psicopedagogo se depara com uma das mais difíceis e instigantes de suas funções na instituição
educativa: a de orientar e coordenar a formação e o funcionamento de equipes de trabalho,
considerando o contexto institucional. (Cavicchia, 1996, p. 204)
Os profissionais engajados no campo da Psicopedagogia têm atentado para
a necessidade do trabalho a ser realizado na instituição escolar. Pensar a escola,
à luz da Psicopedagogia, significa analisar um processo que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem
ensina e de quem aprende, abrangendo, conforme já dissemos, a participação da
família e da sociedade. O nível de intervenção do psicopedagogo na escola vai
variar em função de ser mais contínuo ou menos contínuo. Sendo mais contínuo,
ele poderá atuar preventivamente junto aos professores e técnicos de vários modos
tais como:
explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios que são pré-requisitos para as aprendizagens e auxiliando para que as situações de ensino
sejam organizadas de acordo com o desenvolvimento;
participando da equipe de currículo e auxiliando a determinar prioridades em relação aos objetivos educacionais;
atuando, como integrador que é, como elemento de elo entre os profissionais da escola diretamente envolvidos com o processo de ensinoaprendizagem.
Reportemo-nos ao que pensa Weiss (1991) a respeito disso. Para esta pesquisadora, existem diferentes enfoques em relação ao que se entende por Psicopedagogia na escola. Ela, por seu turno, adota a posição de considerá-lo como uma
atividade educacional em que se busca a melhoria da qualidade na construção da
aprendizagem de alunos e educadores. A psicopedagogia busca dar ao professor
e ao aluno um nível de autonomia na busca do conhecimento e, ao mesmo tempo,
possibilita uma postura crítica em relação à estrutura da escola e da sociedade que
ela representa.
Nestas palavras, a psicopedagoga Maria Lúcia Lemme Weiss reflete a preocupação e a tendência atual da Psicopedagogia no seu compromisso com a escola.
Nesse trabalho preventivo junto à escola, deve-se levar em consideração, inicialmente, quem são os protagonistas dessa história: professor e aluno.
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Introdução à Psicopedagogia
Assim sendo, pensar a escola à luz da Psicopedagogia implica nos debruçarmos especialmente sobre a formação do professor. Pode-se dizer, por conseguinte, que uma das
tarefas mais importantes na ação psicopedagógica preventiva é encontrar novas modalidades para tornar essa formação mais eficiente. Sabe-se que as profissões são escolhidas
atendendo a profundos desejos inconscientes, e que não se questiona e nem se leva em
conta as motivações dessa escolha ao longo da formação do professor. Assim, pois, as
propostas de formação docente devem oferecer ao professor condições para estabelecer
uma relação madura e saudável com seus alunos, pais e autoridades escolares. Investigar,
analisar e realizar novas propostas para uma formação docente que considere esses aspectos constitui uma tarefa extremamente importante, da qual se ocupa a Psicopedagogia.
(Bossa, 1994, p. 71)
Nosso ponto de vista é de que os problemas de aprendizagem são, em primeiro lugar, problemas de âmbito escolar e deveriam, inicialmente, merecer atenção da escola. Por utópico que possa aparecer, o psicopedagogo tem também um
campo de atuação terapêutica dentro da escola. Vivemos um momento de conflito
socioeconômico que tem como conseqüência problemas escolares que necessitam
procedimentos remediáveis imediatos. Considerando tais problemas de um ponto
de vista sistêmico, evidencia-se a relevância de que o indivíduo possa ser trabalhado dentro de seu ambiente escolar e só sejam encaminhados para serviços especiais os casos mais sérios, que necessitam de diagnóstico médico especializado e
exames complementares. Nesta linha de pensamento, o psicopedagogo pode atuar
terapeuticamente na escola de modo a:
preparar o professor para a realização de atendimentos pedagógicos individualizados;
auxiliar na compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao
professor ver alternativas de ação e ver a maneira com que os demais
técnicos podem intervir;
participar no diagnóstico dos distúrbios específicos da aprendizagem;
atender pequenos grupos de alunos.
Para refletir e finalizar
Vimos nesta aula como se dá a construção de nossos conhecimentos e como
o psicopedagogo atua, particularmente na instituição escolar. Convém lembrá-lo,
que não nos limitamos apenas aos professores e alunos. Estes principais parceiros no processo educacional não estão sozinhos: participam, também, a família
e outros membros da comunidade que interferem no processo de aprendizagem
– como, por exemplo, aqueles que decidem sobre as necessidades e prioridades
escolares.
O aluno, ao ingressar no ensino regular, por volta de sete anos, traz consigo
uma história vivida dentro do seu grupo familiar. Se a sua história transcorreu sem
maiores problemas, seu superego estará estruturado e poderá deslocar sua pulsão
aos objetos socialmente valorizados, ou seja, estará pronto para a sublimação. A
escola se beneficia e também tem função importante nesse mecanismo, pois lhe
fornece as bases necessárias, ou seja, coloca ao dispor da criança os objetos para
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os quais se deslocará a sua pulsão. É o momento ideal para o ingresso no ensino
regular, já que as suas condições psíquicas favorecem o aprendizado escolar. Se
tudo correu bem no desenvolvimento da criança, estará estruturado o seu desejo
de saber. Ingressa na escola com um desenvolvimento construído a partir do intercâmbio com o meio familiar e social, o qual pode ter funcionado tanto como facilitador quanto como inibidor no processo de desenvolvimento afetivo-intelectual.
É importante que você tenha em mente, no entanto, que a aprendizagem não
objetiva só a criança ou adolescente, mas o adulto e profissionais na integração e
reintegração grupal. O trabalho do psicopedagogo se dá numa situação de relação entre pessoas. Não é uma relação qualquer, mas um encontro entre educador
e educando, em que o psicopedagogo precisa assumir sua função de educador,
numa postura que se traduz em interesse pessoal e humano, que permite o desabrochar das energias criadoras, trazendo de dentro do educando capacidades e
possibilidades muitas vezes desconhecidas dele mesmo e incentivando-o a procurar seu próprio caminho e a caminhar com seus próprios pés. O objetivo do
psicopedagogo é o de conduzir a criança ou adolescente, o adulto ou a instituição
a reinserir-se, reciclar-se numa escolaridade normal e saudável, de acordo com as
possibilidades e interesses dela.
Segundo as opiniões formuladas na presente aula, discuta com seus colegas em que deve constituir o trabalho psicopedagógico na escola. Em sua argumentação, procure estabelecer, também,
qual o papel da escola enquanto mediadora entre a realidade social e o aluno.
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