NOÇÕES BÁSICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NO SERVIÇO PÚBLICO 2015 Governador Paulo Henrique Saraiva Câmara Secretário de Administração Milton Coelho Secretária Executiva de Pessoal e Relações Institucionais – SAD Marília Raquel Simões Lins Diretora do Centro de Formação do Servidor Público – CEFOSPE Analúcia Mota Vianna Cabral Coordenadora de Educação Corporativa – SAD Priscila Viana Canto Matos Diretor da Academia Integrada de Defesa Social – ACIDES Manoel Caetano Cysneiros de A. Neto Diretora da Escola Fazendária de Pernambuco – ESAFAZ Vânia Arruda Alencar Pernambuco Diretora da Escola Penitenciária de Pernambuco – EPPE Charisma Cristina Alves Tomé Belo Apostila elaborada por: Ana Cláudia Prazeres França Cavalcanti de Albuquerque (SEDES/PGE) Ajustada por: Núbia Muniz Costa (PCPE/SDS Instrutora do CEFOSPE) – Ano 2016. PLANO DO CURSO 1. Nome do curso: Noções Básicas de Gestão de Pessoas no Serviço Público 2. Público-alvo: Servidores Públicos que atuem nas áreas de Recursos Humanos e correlatas. 3. Objetivo de Aprendizagem: - Compreender os conceitos de Gestão de Pessoas; - Identificar as motivações internas e externas; - Identificar e interpretar os seis processos básicos da Gestão de Pessoas: 1. Agregando; 2. Aplicando; 3. Recompensando; 4. Desenvolvendo; 5. Mantendo; 6. Monitorando Pessoas. 4. Planejamento do Curso: 4.1. Carga Horária: 20 horas / aula 4.2. Conteúdo Programático: I- Introdução a Gestão de Pessoas Conceito de Gestão de Pessoas; Contexto da Gestão de Pessoas; Objetivos da Gestão de Pessoas; Aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas. II- Entendendo a Motivação Motivação Interna e Externa. III - Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas Agregando pessoas: Quem deve trabalhar na organização: Recrutamento e Seleção de Pessoal. Aplicando Pessoas: O que as pessoas deverão fazer: Desenho de cargos e avaliação de desempenho. 4 Recompensando Pessoas: Como recompensar as pessoas: Recompensas e Remuneração. Desenvolvendo pessoas: Como desenvolver pessoas: Treinamento de Desenvolvimento. Mantendo pessoas: Como manter as pessoas no trabalho: Benefícios Monitorando Pessoas: Como saber o que fazem: Ferramentas de monitoramento. 5. Metodologia: 5.1. Metodologia de Ensino: Os conteúdos serão desenvolvidos por meio de aula expositiva dialogada, discussão de estudos de casos, vídeos e dinâmica de grupo. 5.2. Metodologia de Avaliação: As avaliações serão desenvolvidas durante e ao final do curso, através da participação nos debates dos estudos de caso, atividades de leitura e dos vídeos - aulas. Também os alunos serão divididos em grupos de até cinco pessoas e será construída uma apresentação com um dos princípios básicos da Gestão de Pessoas. 5 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO CURSO..................................................................................07 1. Introdução a Gestão de Pessoas......................................................................08 1.1 Os diferentes significados do termo Gestão de Pessoas....................................08 1.2 Histórico...............................................................................................................08 1.3 Teorias da Administração ...................................................................................10 1.4 Princípios Gerais da Administração ....................................................................11 1.5 Contexto de Gestão de Pessoas.........................................................................11 1.6 Conceitos de Gestão de Pessoas........................................................................12 1.6.1 Conceitos de Gestão de Pessoas no Serviço Público.....................................13 1.6.2 Mudanças no Serviço Público .........................................................................13 1.6.3 Resistência a Mudança ...................................................................................13 1.6.4 Os Parceiros da Organização..........................................................................13 1.7 Aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas...................................14 1.8 Objetivos da Gestão de Pessoas.........................................................................15 2. Entendendo a Motivação...................................................................................15 2.1 Teorias da Motivação ..........................................................................................15 2.2 Motivação Interna.................................................................................................16 2.3 Motivação Externa............................................................................................... 16 3. Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas .......................................16 3.1 Agregando pessoas..............................................................................................16 3.2 Aplicando Pessoas...............................................................................................16 3.3 Recompensando Pessoas....................................................................................17 3.4 Desenvolvendo pessoas......................................................................................17 3.5 Mantendo pessoas...............................................................................................17 3.6 Monitorando Pessoas...........................................................................................17 4. Legislações ..........................................................................................................17 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................20 REFERÊNCIAS..........................................................................................................21 6 Apresentação do Curso Bem-vindo, caro aluno, ao nosso curso de Noções Básicas de Gestão de Pessoas no Serviço Público. Veremos, aqui, uma breve explanação sobre os diferentes significados do termo Gestão de Pessoas, histórico, contexto, conceito de Gestão de Pessoas, conceitos de Gestão de Pessoas no Serviço Público, os parceiros da organização, os aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas, os objetivos da Gestão de Pessoas. Abordaremos os conceitos de motivações (interna e externa), também apresentaremos, baseado na teoria de Chiavenato, “os seis processos básicos da Gestão de Pessoas: agregando, aplicando, recompensando, desenvolvendo, mantendo e monitorando pessoas. Visamos oferecer um conhecimento básico sobre a área de gestão de pessoas, visto que a carga horária do curso são 20 horas/aula o que não possibilita aprofundar todos os aspectos pertinentes à temática. Acreditamos que a única forma eficaz para realizarmos nosso trabalho com eficiência, eficácia e efetividade é nos capacitando. Esperamos que goste! Preparado? Vamos lá! 7 1. Introdução a Gestão de Pessoas 1.1 Os diferentes significados e sinônimos do termo Gestão de Pessoas Chiavenato (2014, pág. 01), em seu manual de Gestão de Pessoas nos diz que “ o termo Gestão de Pessoas pode assumir significados diferentes:” Gestão de Pessoas como função ou departamento: é a unidade operacional prestadora de serviço. Gestão de Pessoas como conjunto de práticas de Recursos Humanos: é a forma como a instituição faz suas atividades. Gestão de Pessoas como profissão: profissionais que atuam na área de recursos humanos. São utilizados diversos sinônimos na área de Gestão de Pessoas, tais como: Recursos Humanos, Administração de Recursos Humanos, Departamento de Recursos Humanos, Gestão com Pessoas, Gestão de Parceiros ou Colaboradores, Gestão do Capital Humano, Gestão do Talento Humano, entre outros. Qual o nome da área de Gestão de Pessoas na sua instituição? 1.2 Histórico No século XX houve três Eras organizacionais distintas: Era da Industrialização Clássica: com uma estrutura organizacional predominantemente burocrática, centralizadora, rígida e inflexível, as pessoas eram consideradas recursos de produção, assim como as máquinas. Era da Industrialização Neoclássica: após a segunda guerra mundial a estrutura organizacional era mista, ênfase em departamentos ao mesmo tempo buscando flexibilidade, inovação e maior competitividade. 8 Era da Informação: marcada por uma estrutura fluída, ágil e flexível, com ênfase na liberdade e no comprometimento para motivar pessoas. As pessoas são parceiras da instituição. Ver linha do tempo na figura abaixo: A área de Gestão de Pessoas no Serviço Público, objetivando proteger o sistema de mérito contra intromissões políticas, em 1883 nos Estados Unidos, criou uma Comissão do Serviço Público surgindo assim à função de Gestão de Pessoas naquela época denominada Administração de Pessoal. Para Esculápio (apud SANTOS, 2006, p. 97 e 98) “ no Brasil, a administração de pessoal passou a ser organizada em 28 de outubro de 1936, com a Lei do Reajustamento. Naquela época, a organização do serviço de pessoal foi padronizada, contando com as seguintes seções: administrativa, de controle, financeira e de assistência social. O autor afirma ainda que em 30 de julho de 1938 criou-se o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), com a função de organizar as atividades de orçamento, documentação, material e pessoal. O DASP foi reorganizado em 1967, tendo como parâmetro os princípios norte-americanos da administração pública, o qual está subordinado ao Presidente da República.” A noção de administração de pessoal começou a ser substituída pela de administração de recursos humanos na gestão pública, em meados da década de 80. Atualmente, se vive a era do conhecimento no qual as características principais são: informações e mudanças rápidas, imprevistas, turbulentas e 9 inesperadas. E a área de gestão de pessoas deverá estar alinhada as estratégias da organização pública. 1.3 Teorias da Administração Teoria da Administração Científica (Americano Frederick Taylor) Propôs métodos racionais para garantir a eficiência do trabalho nas fábricas: Observou o Comportamento dos funcionários, fez um estudo de tempos e movimentos, estabeleceu padrões para todas as operações do processo de produção, determinou que todos os trabalhos deveriam ser planejados e controlados, de modo a não haver desperdícios, deu ênfase à tarefa. Teoria Clássica” - Teoria de Fayol: Voltada para o papel da Administração e da qualificação dos gestores. Hierarquia com Estrutura de comando e orientação, deu ênfase na função de comando: único chefe, ordem claras para serem atendidas de cima para baixo. Estabeleceu as funções Administrativas: prever, planejar, organizar, dirigir e controlar. Teoria das Relações Humanas - Elton Mayo (Administração Humanista) Concluiu que o nível de produção era resultante de integração social. Havia comportamento social dos empregados As relações humanos são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contratos entre as pessoas e os grupos O conteúdo e a natureza do trabalho tem enorme influência sobre a moral do trabalhador ênfase nos aspectos emocionais : sentimentos e emoções dos funcionários. Teoria Burocrática Max Weber Voltada para o os princípios da hierarquia e da autoridade de comando como forma de organização estrutural ideal para todas as organizações. Sua teoria foi baseada nos princípios: formalização das regras, divisão do trabalho, hierarquia, Impessoalidade, competência técnica, separação entre prioridades e previsibilidade de cada funcionário. Teoria Comportamental: O importante na organização é o sistema social formado por pessoas e suas necessidades, sentimentos e atitudes: Pensamento humanista na escola clássica e estudo no fator humano no papel do gestor, estilos de lideranças, lealdade no grupo, esforço coletivo. 10 Teoria da Contingência: ( Alfred Chandler e T. Burns e G.M. Stalker) Surgiu de várias pesquisas : verificar quais modelos de estrutura organizacional seria mais eficiente. A contingência é conceituada por ser algo incerto, que pode ou não acontecer. Segundo Chiavenato (1999) nesta teoria ocorre o deslocamento da visão do administrador de dentro para fora da organização. Enfatiza que não há nada de absoluto nas Organizações, tudo é relativo, tudo depende. 1.4 - Princípios Gerais da Administração: Planejar: Determina antecipadamente os objetivos e como alcançá-los. É o primeiro passo do planejamento; há uma hierarquia de objetivos : organizacionais, políticos, diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas; O planejamento ocorre em três níveis: estratégico, tático e operacional. Tipos de planos: procedimentos, orçamentos, programas ou programações e normas ou regulamentos; Organizar: Conjunto de atividades necessárias para realizar o planejado sendo função administrativa; Pode ocorrer através de desenho organizacional , departamental e através de tarefas e operações . Dirigir: Orienta e guia o comportamento das pessoas na direção dos objetivos a serem alcançados. Dar-se com atividade de comunicação, motivação e liderança. Ocorre em três níveis: nível global (direção), departamental (gerência) e nível operacional (supervisão). Controlar: Assegura se o planejado, organizado e dirigido cumpriu os objetivos pretendidos. É constituído por quatro fases: estabelecimento de padrões, observação do desempenho, comparação do desempenho com o padrão estabelecido e ação corretiva para eliminar os desvios. 1.5 Contexto de Gestão de Pessoas Segundo Chiavenato (2014, p. 06), “ O contexto geral da Gestão de Pessoas é de que é formado por pessoas e organizações em uma incrível e duradoura interdependência”. As pessoas trabalham em organizações e passam a maior parte de suas vidas nelas e as organizações não existem sem as pessoas. 11 A Gestão de Pessoas busca convergir e conciliar os objetivos individuais das pessoas e os objetivos organizacionais de forma que um seja parceiro do outro. Na Era que estamos o grande desafio é “passar da concepção de mão de obra para mentes-de-obra, ou seja, talento humano”. (Dutra, 2009) Dutra (2009, s. 07), cita que as dimensões que envolvem a Gestão de Pessoas são comportamentais e técnicas, onde as comportamentais são trabalhadas pelos gestores e as técnicas pela área de Gestão de Pessoas. O grande desafio é integrar estas dimensões reforçando e direcionando. 1.6 Conceito de Gestão de Pessoas Chiavenato (2014, p. 08) conceitua a Gestão de Pessoas “ como uma área muito sensível à mentalidade e a cultura corporativa que predomina nas organizações”. Ela depende de vários aspectos, como “arquitetura organizacional, a cultura corporativa, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e de inúmeras outras variáveis, inclusive da das características das pessoas que a constituem”. 1.6.1 Conceitos de Gestão de Pessoas no Serviço Público A literatura sobre Gestão de Pessoas na área pública é escassa, de difícil localização. (GEMELLI, 2010, p. 154) No entanto após algumas pesquisas identificamos alguns conceitos. Berguer (2007, p.18) define a Gestão de Pessoas no setor público como “[...] esforço orientado para o suprimento, manutenção e o desenvolvimento de pessoas nas organizações públicas, em conformidade aos ditames constitucionais e legais, observadas as necessidades e condições do ambiente em que se inserem.” Gemelli (apud Ribeiro 2007, p. 3), a “[…] gestão de pessoas é uma área ou departamento da organização que se ocupa com um conjunto de atividades relacionadas às pessoas. Não há organização sem pessoas. ” “A expressão gestão de pessoas coloca em evidência, em ação e em foco as pessoas; significa que elas deixaram de ser apenas recurso produtivo para ser valorizadas quanto à vontade, ao saber, à intuição, à criatividade e à subjetividade.” 12 1.6.2 Mudanças no Serviço Público Fatores que interferem: Modernidade, democracia, hierarquia, reprojetar processos e métodos de trabalho, cultura e clima Organizacional (conservadoras, tradicionais), mudança de Pessoas (rotatividade no trabalho), comportamento, atitudes, práticas, valores, reestruturação Organizacional,novos , processos tecnológicos, advertências, demissões ,mudança de Líderes, aposentadoria de funcionários, etc. 1.6.3 Resistência à Mudança Insegurança Receio do novo Ameaças de substituição no cargo Perdas financeiras Inovações de programas e implantação de sistemas tecnológicos 1.6.4 Os parceiros da Organização Para uma organização existir é de fundamental importância que as pessoas na qual as compõem estejam articuladas. Elas contribuem com algo e objetivam obter retorno pela sua contribuição. Esses parceiros são chamados de “Stakeholders”. Chiavenato (2014, p. 08) explica que essas palavras em inglês significam “(Stake = interesse e holders = aquele que possui). O Sucesso de qualquer organização depende dos parceiros articulados e contribuindo uns com os outros. Os “Stakeholders” são definidos de acordo com o perfil de cada organização. Abaixo segue uma figura representando os “Stakeholders” de uma organização: 13 1.7 Aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas Chiavenato (2014, p.10) afirma que a Gestão de Pessoas baseia-se em alguns aspectos fundamentais, são eles: • “Pessoas como seres humanos”: Visa explicar que as pessoas não são recursos da organização, mas pessoas dotadas de personalidade individual e diferentes na sua essência. • “Pessoas como ativadoras de recursos organizacionais”: Esse aspecto pretende afirmar que as pessoas são agentes ativos, dinâmicos “impulsionadores da organização” • “Pessoas como parceiras da organização”: Dedicam-se ao sucesso da organização e buscam em contra-partida colher retorno dos investimentos realizados. • “Pessoas como talentos fornecedores de competências”: É a essência da organização. Capacitar esses talentos é difícil visto que o aprendizado leva um tempo. • “Pessoas como capital humano”: a parte inteligente da organização. 14 1.8 Objetivos da Gestão de Pessoas Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados é extremamente necessário que o principal ativo da organização, as pessoas, sejam considerados como elemento fundamental para a eficácia organizacional. Para atingir esses objetivos são necessários os seguintes meios: • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão; • Proporcionar competitividade à organização; • Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas; • Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho • Desenvolver e elevar a qualidade de vida no trabalho; • Administrar e impulsionar a mudança • Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável; • Construir a melhor equipe e a melhor empresa. 2. Entendendo a Motivação No dicionário Michaelis a palavra Motivação é definida como o Ato de motivar, Exposição de motivos, Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento e Processo de iniciação de uma ação consciente e voluntária. Para Chiavenato (2000, p. 88), a motivação “é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, ou que pelo menos, dá origem a um comportamento específico”. Ela pode vir de estímulos externos ou do processo mental das pessoas (interno). A motivação “é a ação ou efeito de motivar, é a geração de causas, motivos, sentidos ou razões para que uma pessoa seja mais feliz e efetiva em suas relações” (BOOG, 2002, p. 85) Ela pode ser influenciada por fatores internos (intrínsecas) e externos (Extrínsecas), conforme abordaremos abaixo: 2.1 Teorias da Motivação 2.1.1 Teoria do Psicólogo Americano Abraham Maslow: Segundo Maslow, os seres humanos nascem com cinco níveis importantes de necessidades: Fisiológicas (básicas), Segurança (moradia, emprego), Amor e 15 Relacionamento (sociais), Estima (autoestima, reconhecimento) e Auto realização. Outras Teorias: Clayton Alderfer – Teoria ERG, Teoria de Mc Grecor e Viktor Frankl, vontade dos sentidos. 2.2 Motivação Interna ou Intrínseca: A pessoa sente-se satisfeita, feliz, realizada, etc. Seus desejos internos são realizados. Na motivação interna a pessoa tem a capacidade de automotivar, o que o torna mais flexível e adaptado as mais diversas situações da vida pessoas ou profissional. 2.3 Motivação Externa ou Extrínseca: “Os fatores externos caracterizam-se por um conjunto de elementos ambientais que geram estímulos e interesses nas pessoas, criando causas, motivos, sentidos ou razões para que elas sejam mais felizes” (BOOG, 2002). A motivação externa é influenciada pelo gestor e pelo ambiente. 3. Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas Chiavenato (2014, p.13) afirma que a “Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e integrativos”. Ele define que são seis processos: 3.1 Agregando pessoas é o processo que traz novos talentos para a organização, ou seja, é o suprimento de pessoas da organização. Para executá-lo temos o Recrutamento, forma pelo qual a organização busca e localizam seus talentos e a Seleção de Pessoas que é a forma de avaliar e escolher os profissionais mais aptos as necessidades da organização. 3.2 Aplicando Pessoas é o processo utilizado para integração das pessoas à organização. Essas depois de orientadas e colocadas em seus cargos e atividades 16 serão avaliadas quanto ao seu desempenho. Também nesse processo são realizadas a análise e descrição dos cargos. Recompensando Pessoas é o “elemento fundamental para o incentivo e a 3.3 motivação dos funcionários” (Chiavenato, 2014, p.237). Conforme o mesmo autor “a palavra recompensa significa retribuição” e deve funcionar como um reforço positivo para alcançar os resultados positivos da organização. O sistema de recompensa tem uma grande variabilidade e depende da organização. Podem vir em forma de remuneração, incentivos, benefícios e serviços. 3.4 Desenvolvendo pessoas é o processo que envolve treinamento, desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento. “Utilizado para capacitar e ampliar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas” (Chiavenato, 2014, p.14). 3.5 Mantendo pessoa é o processo que visa proporcionar aos talentos humanos condições de um ambiente de trabalho agradável para o exercício de suas atividades. Estão inclusos nesse processo os programas de qualidade de vida, segurança, cultura organizacional e clima. 3.6 Monitorando Pessoas é o processo que acompanha e monitora as atividades das pessoas e controla seus resultados. “Incluem banco de dados e sistemas de informação gerenciais” (Chiavenato, 2014, p.14). Os processos estão interligados de tal forma que um influencia o outro, ou seja, um processo pode tanto favorecer ou prejudicar os demais, “quando bem ou mal utilizados.” (Chiavenato, 2014, p.15). 4. Legislações 4.1 Princípios Constitucionais É necessário que o Servidor Público cumpra aos princípios constitucionais elencados no art. 37, caput, da Constituição Federal - L I M P E. “Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência” 17 É importante que se aplique outros Princípios Doutrinários: são reconhecidos pela a administração pública, ex: Proporcionalidade , Razoabilidade , Motivação, entre outros. 4.2 Crimes contra Administração Pública: Vale ressaltar que o servidor público deve observar que existem sanções para quem comete Crimes contra a Administração pública, os quais ocupam vários capítulos do Código Penal Brasileiro, elencados nos artigos que vão do 312 a 359, do CPB. 4.3 Decretos e Portaria Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da administração Pública Regulamentação: Portaria 208/2006 - Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão: Disciplina os instrumentos de apoio à Política PNDP: Relatório de Execução do Plano Anual de Capacitação e Sistema de Gestão por Competência; Decreto nº 6.114/2008 – Presidência da República – Estabelece diretrizes para a Gratificação de Cursos e Concursos direta, autárquica e fundacional Comitê Gestor • Avaliar os relatórios anuais dos órgãos e entidades, verificando se foram observadas as diretrizes da PNDP • Orientar os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional na definição sobre a alocação de recursos para fins de capacitação de seus servidores; • Promover a disseminação da PNDP entre os dirigentes dos órgãos e das entidades, os titulares das unidades de recursos humanos, os responsáveis pela capacitação • Zelar pela observância do disposto neste Decreto. Benefícios: Formação de banco de talentos Plano de Desenvolvimento dos Servidores a partir das reais necessidades da Organização 18 qualificação gerencial para o exercício de atividades de direção e assessoramento Transparência no processo de capacitação facilitando a aprovação nas instituições públicas; construção de modelos informais de capacitação e desenvolvimento de baixo custo Motivação ao servidor pelo seu desenvolvimento. Prestação de serviços públicos mais eficientes e efetivos para o cidadão. Treinamento Regularmente Instituído Licença para capacitação 19 Considerações Finais Chegamos ao final do curso, o enfoque principal dele refere-se apresentar aos servidores Noções Básicas de Gestão de Pessoas no Serviço Público. Após o estudo de todos os assuntos, você com certeza percebeu que o processo de aprendizagem não se encerra aqui e da importância de continuar estudando. Sugiro que utilize as referências deste curso, os anexos, o Decreto nº 5.707/2006 (BRASIL, 2006), os documentos, leis, regulamentos, entre outros referentes à Gestão de Pessoas da sua organização. (inseridos acima). Manter o hábito de ler, atualizar-se sempre é indispensável para uma prática de sucesso. E isso é o meu desejo que obtenhas em sua vida profissional. Qualquer dúvida estamos a disposição! Ana Cláudia Albuquerque [email protected] OBS: Ajustada por Núbia Muniz Costa (Instrutora Cefospe) Em 18/02/2016. REFERÊNCIAS 20 BERGUE, S. T. Gestão de Pessoas em Organizações Públicas. 2. ed. rev. e atual. Caxias do Sul: Educs, 2007. BOOG, M.; BOOG, G. Manual de Gestão de Pessoas e Equipes. V. 1. São Paulo. Editora Gente, 2002. BRASIL. Decreto no 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. Institui a política e as diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5707.htm Acesso em: 15/07/2015 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4ª Edição, Ed. Manole, Barueri, SP, 2014. __________. Administração de Recursos Humanos: fundamentos básicos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. DUTRA, A. Curso de Especialização em Administração Pública. Gestão de pessoas na área pública. 2009. ESCULÁPIO, M. A Gestão de Recursos Humanos no Serviço Público. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2682/1/CT_GPM_III_2013_41. Acessado em: 10/07/2015 GEMELLI, I.M. P. & FILIPPIM, E. S. Gestão de pessoas na administração pública: o desafio dos municípios. RACE, Unoesc, v. 9, n. 1-2, p. 153-180, jan./dez. 2010. Michaelis Dicionário Prático Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=motiva%E7%E3o Acessado em: 15/07/2015 21