E-books PCNA FÍSICA CAPÍTULO 4 VOL. 4 – APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 2 FÍSICA CAPÍTULO 4 Sumário 4 APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4 Objetivos de aprendizagem: . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . Aplicações da primeira lei de newton: em equilı́brio . . . . . . . . . . . . . . 4.4 Aplicações da segunda lei de newton: das partı́culas . . . . . . . . . . . . . 4.5 Forças de contato . . . . . . . . . . . 4.1 4.2 4.3 4.5.1 4.5.2 Força normal . . . . . . Forças de atrito . . . . . 4.5.2.1 Atrito estático 4.5.2.2 Atrito cinético 4.5.3 Forças de tração . . . . Massa e peso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6 4.7 Dinâmica do movimento circular Principais pontos do capı́tulo . . . . . . EXERCÍCIOS . . . . . . . . . . . . . . GABARITO . . . . . . . . . . . . . . . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 4 partı́culas . . . . . . . 5 dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página | 2 6 7 7 9 11 13 15 16 18 22 23 39 42 3 FÍSICA CAPÍTULO 4 Apresentação Ao chegar à UFPA, você tem a possibilidade de cursar gratuitamente cursos de nivelamento em Ciências Básicas (Fı́sica, Quı́mica e Matemática). Assistindo às aulas no próprio ambiente em que cursará sua graduação, isso auxiliará você a adquirir o conhecimento necessário para enfrentar melhor o programa curricular do seu curso. Então seja Bem-vindo ao Curso de Nivelamento em Fı́sica Elementar do PCNA. Este é o quarto de uma série de cinco E-books que vão lhe acompanhar durante o curso, o professor utilizará este material como apoio às suas aulas e é fundamental que você o leia e acompanhe as atividades propostas. A série “E-books PCNA-Fı́sica” foi desenvolvida com o propósito de apresentar o conteúdo do curso de Fı́sica Elementar, fornecendo também ferramentas para facilitar o ensino e a aprendizagem da disciplina Fı́sica Fundamental I que você irá encontrar em breve na sua graduação. Neste fascı́culo você irá encontrar o conteúdo de Aplicações das Leis de Newton. É bom lembrar que não se pode aprender Fı́sica Fundamental I sem alguns pré-requisitos, que muitas das vezes não valorizamos por acharmos simples e descomplicados, todavia, atenção e compreensão se fazem necessária. Página | 3 4 FÍSICA CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 4 4 APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.1 Objetivos de aprendizagem: • Utilizar a primeira lei de Newton para resolver problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo em equilı́brio. • Utilizar a segunda lei de Newton para resolver problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo em aceleração. • Aprender a fórmula empı́rica para forças de atrito estático e de atrito cinético e como resolver problemas que envolvem essas forças. • Solucionar problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo que se move ao longo de uma trajetória circular com velocidade escalar uniforme. 4.2 Introdução Vimos no Capitulo 3 que as três leis de Newton do movimento, o fundamento da mecânica clássica, podem ser formuladas de modo simples. Porém, as aplicações dessas leis em situações tais como um rebocador rebocando um navio mais pesado do que ele ou um avião fazendo uma curva acentuada requerem habilidades analı́ticas e técnicas para solução de problemas. Neste capı́tulo aprofundaremos as habilidades para a solução de problemas que você começou a aprender no capı́tulo anterior. Começamos com problemas envolvendo o equilı́brio, nos quais o corpo está ou em repouso ou movendo-se com velocidade vetorialmente constante. A seguir, generalizamos nossas técnicas para a solução de problemas que envolvem corpos que não estão em equilı́brio, para os quais precisamos considerar com exatidão Página | 4 5 FÍSICA CAPÍTULO 4 as relações entre as forças e o movimento. Vamos ensinar como descrever e analisar as forças de contato entre corpos em repouso ou quando um corpo desliza sobre uma superfı́cie. Finalmente, estudaremos o caso importante do movimento circular uniforme, no qual o corpo de desloca ao longo de uma circunferência com velocidade escalar constante. 4.3 Aplicações da primeira lei de newton: partı́culas em equilı́brio No capı́tulo 3, aprendemos que um corpo está em equilı́brio quando está em repouso ou em movimento retilı́neo uniforme em um sistema de referência inercial. Uma lâmpada suspensa, uma ponte pênsil, um avião voando em linha reta e plana a uma velocidade escalar constante – são todos exemplos de situações de equilı́brio. Nesta seção vamos considerar apenas o equilı́brio de corpos que podem ser modelados como partı́culas, ou seja, as dimensões dos corpos não são relevantes para os problemas que estamos resolvendo, isto é, dizer que podemos considerar todas as forças como sendo aplicadas em um mesmo ponto. O principio fı́sico essencial é a primeira lei de Newton: quando uma partı́cula está em repouso ou em movimento retilı́neo uniforme em um sistema de referencia inercial, a força resultante que atua sobre ela – isto é, a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre ela – deve ser igual à zero: X F~ = 0 (1) (partı́cula em equilı́brio, forma vetorial) Normalmente usaremos essa relação utilizando os componentes: X Fx = 0; X Fy = 0; X Fz (2) (partı́cula em equilı́brio, forma de componentes) Página | 5 6 FÍSICA CAPÍTULO 4 Esta seção é sobre o uso da primeira lei de Newton para resolver problemas envolvendo corpos em equilı́brio. Alguns deles podem parecer complicados, mas o importante é lembrar que todos esses problemas são resolvidos do mesmo modo. 4.4 Aplicações da segunda lei de newton: dinâmica das partı́culas Agora estamos preparados para discutir problemas de dinâmica. Nesses problemas, aplicamos a segunda lei de Newton para corpos sobre os quais a força resultante é diferente de zero e, portanto, não estão em equilı́brio; mas sim em aceleração. A força resultante sobre o corpo é igual ao produto da massa pela aceleração do corpo. X F~ = m~a (3) (partı́cula acelerada, forma vetorial) Normalmente usaremos essa relação na forma de componentes: X X X Fx = max ; Fy = may ; Fz = maz (4) (segunda lei de Newton, forma de componentes) IMPORTANTE! Todo corpo que não está em equilı́brio sob a ação de uma ou mais forças está acelerado, e a recı́proca é verdadeira. Se o corpo está acelerado é porque há uma força resultante não nula atuando sobre ele. Página | 6 7 4.5 FÍSICA CAPÍTULO 4 Forças de contato Em muitas situações, um objeto está em contato com uma superfı́cie, como, por exemplo, a superfı́cie de uma mesa. Por conta do contato, há uma força agindo sobre o objeto. Esta seção discute apenas uma componente desta força, a componente que atua perpendicularmente à superfı́cie. A próxima seção discute a componente que atua na direção paralela à superfı́cie. A componente perpendicular é chamada de força normal. 4.5.1 Força normal Figura 1: Duas forças atuam sobre o bloco, o seu peso P~ e a força normal F~N exercida pela superfı́cie da mesa. A Figura 1 mostra um bloco repousado sobre uma mesa horizontal e identifica as duas forças que agem sobre o bloco, o peso P~ e a força normal F~N . Para entender como um objeto inanimado, como o tampo de uma mesa, pode exercer uma força normal, pense no que ocorre quando você senta sobre um colchão. Seu peso faz com que as molas no colchão sejam comprimidas. Em consequência disso, as molas comprimidas exercem em você uma força para cima (a força normal). De maneira semelhante, o peso do bloco faz com que “molas atômicas” invisı́veis na superfı́cie da mesa sejam comprimidas, produzindo, assim, uma força normal sobre o bloco. Página | 7 8 FÍSICA CAPÍTULO 4 A terceira lei de Newton tem um papel importante relacionado com a força normal. Na Figura 1, por exemplo, o bloco exerce uma força sobre a mesa comprimido-a para baixo. Consistente com a terceira lei, a mesa exerce uma força na mesma direção, dirigida no sentido oposto, de mesmo módulo sobre o bloco. Esta força de reação é a força normal. O módulo da força normal indica o grau de compressão mútua dos dois objetos. Se um objeto estiver em repouso sobre uma superfı́cie horizontal e não existirem forças atuando na vertical, com exceção do peso do objeto e da força normal, os módulos destas duas forças são iguais; ou seja, | F~N |=| P~ |. Esta é a situação mostrada na Figura 1. O peso deve ser contrabalançado pela força normal para que o objeto permaneça em repouso sobre a mesa. Se os módulos destas forças não fossem iguais, haveria uma força resultante sobre o bloco, e o bloco estaria acelerado para cima ou para baixo, de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 2: (a) A força normal F~N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa está sendo pressionada para baixo com uma força de 11 N. (b) A força normal é menor do que o peso, pois há uma força de 11 N para cima que sustenta parcialmente a caixa. Se houver outras forças atuando na direção vertical além ~ de P e F~N , os módulos da força normal e do peso não são mais iguais. Na Figura 2.a, por exemplo, uma caixa cujo peso é de 15 N está sendo empurrado para baixo contra uma mesa. A força de compressão possui um módulo de 11 N. Assim, a força Página | 8 9 FÍSICA CAPÍTULO 4 total para baixo exercida sobre a caixa é de 26 N, e deve ser contrabalançada pela força normal orientada para cima para que a caixa permaneça em repouso. Nesta situação, então, a força normal é de 26 N, que é consideravelmente maior do que o peso da caixa. A Figura 2.b ilustra uma situação diferente. Neste caso, a caixa está sendo puxada para cima por uma força de 11 N. A força resultante que age sobre a caixa devido ao seu peso e a força para cima é de apenas 4 N. Não é difı́cil imaginar o que aconteceria se a força aplicada para cima fosse aumentada para 15 N – exatamente igual ao peso da caixa. Nesta situação, a força normal se anularia. Na verdade, a mesa poderia ser retirada, já que o bloco estaria inteiramente sustentando pela força. As situações na Figura 2 são consistentes com a ideia de que o módulo da força normal indica o grau de compressão mútua de dois objetos. Evidentemente, a caixa e a mesa se comprimem mais fortemente na Figura 2.a do que na Figura 2.b. 4.5.2 Forças de atrito O atrito é importante em muitos aspectos de nossa vida cotidiana, ou seja, normalmente pensamos o atrito como algo indesejável, mas o atrito é necessário. O óleo no motor de um automóvel minimiza o atrito entre as partes móveis, porém, não fosse o atrito entre os pneus do carro e o solo, não poderı́amos dirigir um carro e nem fazer curvas. O arraste do ar – a força de atrito exercida pelo ar sobre um corpo que nele se move – faz aumentar o consumo de combustı́vel de um carro, mas possibilita o uso de paraquedas. Sem atrito, os pregos pulariam facilmente, os bulbos das lâmpadas se desenrolariam sem nenhum esforço e o hóquei no gelo seria impraticável (Figura 3). Página | 9 10 FÍSICA CAPÍTULO 4 Figura 3: A prática do hóquei no gelo depende decisivamente do atrito entre os patins do jogador e o gelo. Quando o atrito é muito elevado, o jogador se locomove muito lentamente; quando o atrito é muito pequeno, o jogador dificilmente evita sua queda. O atrito é um fenômeno complexo, não totalmente compreendido, que surge da atração entre as moléculas de duas superfı́cies em contato. A natureza desta atração é eletromagnética – a mesma da ligação molecular que mantém um objeto coeso. Esta força atrativa de curto alcance se torna insignificante após apenas alguns diâmetros moleculares. Como mostrado na Figura 4, objetos comuns que parecem lisos, e que sentimos como lisos são ásperos em escala atômica (microscópica). Isto ocorre mesmo quando as superfı́cies são muito bem polidas. Quando as superfı́cies entram em contato, elas se tocam apenas nas saliências, as chamadas asperezas, mostradas na Figura 4. À medida que um bloco desliza sobre um piso, ligações microscópicas se formam e se rompem, e o numero total dessas ligações é variável. Alisar as superfı́cies em contato pode, na verdade, aumentar o atrito, visto que mais moléculas se tornam aptas a formar ligações; juntar duas superfı́cies lisas de um mesmo metal pode produzir uma ‘solda a frio’. Os óleos lubrificantes fazem diminuir o atrito porque uma pelı́cula de óleo se forma entre as duas superfı́cies (como no caso do pistão e das paredes do cilindro no motor de um carro), impedido – as de entrar em contato efetivo. Página | 10 11 FÍSICA CAPÍTULO 4 Figura 4: A área microscópica de contato entre a caixa e o piso é apenas uma pequena fração da área macroscópica da superfı́cie do tampo da caixa. A área microscópica é proporcional à força normal exercida entre as superfı́cies. Se a caixa repousa sobre um de seus lados, a área microscópica aumenta, mas a força por unidade diminui, de forma que área microscópica de contato não muda. Não importa se a caixa está de pé ou deitada, a mesma força horizontal F aplicada é necessária para mantê-la deslizando com rapidez constante (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 2012). 4.5.2.1 Atrito estático Figura 5: Atrito Estático. Você aplica uma pequena força horizontal F~ (Figura 5) soPágina | 11 12 FÍSICA CAPÍTULO 4 bre uma grande caixa que esta em repouso sobre o piso. A caixa pode não vir a se mover perceptivelmente, porque a força de atrito estático fe exercida pelo piso sobre a caixa contrabalança a força que você aplica. Atrito estático é a força de atrito que atua quando não existe deslizamento entre as duas superfı́cies em contato – é a força que evita que a caixa escorregue. A força de atrito estático, em sentido contraria a força aplicada sobre a caixa, pode variar em magnitude de zero até um valor máximo fe máx , dependendo do seu empurrão. Isto é, enquanto você empurra a caixa, a força oposta de atrito estático vai aumentando para se manter igual em magnitude à força aplicada, até que a magnitude da força aplicada exceda o valor máximo da força de atrito fe máx . Dados mostram que fe máx é proporcional à intensidade das forças que pressionam as duas superfı́cies uma contra outra. Isto é,fe máx é proporcional à magnitude da força normal excedida por uma superfı́cie sobre a outra: fe máx = µe FN (5) (módulo da força de atrito estático) Onde a constante de proporcionalidade µe é o coeficiente de atrito estático. Este coeficiente depende dos materiais de que são feitas as superfı́cies em contato e das temperaturas das superfı́cies. Se você exerce uma força horizontal com uma magnitude menor ou igual a fe máx sobre a caixa, a força de atrito estático irá justo contrabalançar esta força horizontal o mı́nimo que seja maior que fe máx sobre a caixa, então a caixa começará a deslizar. Assim, podemos escrever a Equação 5 como: fe máx ≤ µe FN (6) A orientação da força de atrito estático é tal que ela se opõe a tendência de deslizamento da caixa. Página | 12 13 FÍSICA CAPÍTULO 4 IMPORTANTE! Se a força horizontal que você exerce sobre uma caixa aponta para esquerda, então a força de atrito estático aponta para a direita. A força de atrito estático sempre se opõe à tendência de deslizamento. IMPORTANTE! A Equação 6 é uma desigualdade porque a magnitude da força de atrito estático varia de zero até fe máx . IMPORTANTE! Lembre-se de que a Equação 5 não é uma equação vetorial porque fe e FN são sempre perpendiculares. Em vez disso, representa uma relação escalar entre os módulos das duas forças. 4.5.2.2 Atrito cinético Se você empurrar a caixa da Figura 5 com suficiente vigor, ela deslizará sobre o piso. Enquanto ela escorrega, o piso exerce uma força de atrito cinético fc (também chamado de atrito dinâmico, ou de deslizamento) que se opõe ao movimento. Para manter a caixa deslizando com velocidade constante, você deve exercer uma força sobre a caixa igual em magnitude e oposta em Página | 13 14 FÍSICA CAPÍTULO 4 sentido à força de atrito cinético exercida pelo piso. Assim como a magnitude da força de atrito estático máxima, a magnitude de fc da força de atrito cinético é proporcional à magnitude fn da força normal exercida por uma superfı́cie sobre a outra: fc = µc FN (7) Onde a constante de proporcionalidade µc é o coeficiente de atrito cinético. Este coeficiente depende dos materiais de que são feitas as superfı́cies em contato e das temperaturas das superfı́cies em contato. Diferentemente do atrito estático, a força de atrito cinético é independente da magnitude da força horizontal aplicada. Experimentos mostram que µc é aproximadamente constante para uma larga faixa de valores de rapidez. Figura 6: Gráfico da força de atrito. IMPORTANTE! O atrito entre o pneu e o piso é aproximadamente o mesmo, seja o pneu largo ou estreito. O propósito da maior área de contato é diminuir o aquecimento e o desgaste. Página | 14 15 FÍSICA CAPÍTULO 4 IMPORTANTE! Os pneus possuem ranhuras não para aumentar o atrito, mas para deslocar e redirecionar a água entre a superfı́cie da rodovia e o lado externo dos pneus. Muitos carros de corrida usam pneus sem ranhuras, porque correm em dias secos. A Figura 6 mostra um gráfico da força de atrito exercida sobre a caixa pelo piso em função da força aplicada. A força de atrito contrabalança a força aplicada até que a caixa começa a deslizar, o que ocorre quando a força aplicada excede a µe FN por uma quantidade infinitesimal. Enquanto a caixa está deslizando, a força de atrito permanece igual a µc FN . Para quaisquer duas superfı́cies em contato, µc é menor que µe . Isto significa que você deve empurrar com mais vigor para fazer com que a caixa comece a deslizar, do que para mantê-la deslizando com rapidez constante. 4.5.3 Forças de tração Forças são frequentemente aplicadas por meio de cabos ou cordas usados para puxar um objeto. Por exemplo, a Figura 7.a mostra uma força T~ sendo aplicada à extremidade direita de uma corda presa a uma caixa. Cada partı́cula na corda, por sua vez, aplica uma força a sua vizinha. Consequentemente, a força é aplicada à caixa, como mostra a Figura 7.b. Em situações como a da Figura 7, dizemos que “a força T~ é aplicada na caixa por causa da tração na corda”, significando que a tração e a força aplicada à caixa possuem o mesmo módulo. Entretanto, a palavra “tração” é comumente usada para significar a tendência de a corda ser esticada. Para ver a relação entre estes dois usos da palavra “tração”, considere a extremidade esquerda da corda, que aplica a força T~ à caixa. De acordo com a terceira Página | 15 16 FÍSICA CAPÍTULO 4 Figura 7: (a) A força T~ está sendo aplicada à extremidade direita de uma corda. (b) a força é transmitida para caixa. (c) Forças são aplicadas às duas extremidades da corda. Estas forças possuem mesmos módulos e direções opostas (mesma direção e sentidos contrários), (CUTNELL & JOHNSON, 2012). lei de Newton, a caixa aplica uma força de reação à corda. A força de reação possui o mesmo módulo e mesma direção que T~ , mas sentido contrário. Em outras palavras, uma força −T~ atua na extremidade esquerda da corda. Desta forma, forças de mesmo módulo atuam em extremidades opostas da corda, como na figura 7.c, e tendem esticá-la. 4.6 Massa e peso O peso de um corpo é uma das forças mais familiares que a Terra exerce sobre o corpo. (Quando você estiver em outro planeta, seu peso será a força gravitacional que o planeta exerce sobre você.) infelizmente, os termos massa e peso em geral são mal empregados e considerados sinônimos em nossa conversação cotidiana. É extremamente importante que você saiba a diferença entre essas duas grandezas fı́sicas. A massa caracteriza a propriedade da inércia de um corpo. Por causa de sua massa, a louça fica praticamente em repouso sobre a mesa quando você puxa repentinamente a toalha. Quanto Página | 16 17 FÍSICA CAPÍTULO 4 maior a massa, maior a força necessária para produzir uma dada P aceleração; isso se reflete na segunda lei de Newton, F~ = m~a. O peso de um corpo, por outro lado, é a força de atração gravitacional exercida pela Terra sobre o corpo. Massa e peso se relacionam: um corpo que possui massa grande também possui peso grande. É difı́cil lançar horizontalmente uma pedra grande porque ela possui massa grande, e é difı́cil levantá-la porque ela possui peso grande. Qualquer corpo próximo da superfı́cie da terra que possua massa de 1 kg deve possuir um peso igual a 9,8 N para que ele tenha a aceleração que observamos quando o corpo está em queda livre. Generalizando, qualquer corpo de massa m deve possuir um peso com módulo P dado por: | P~ |= m. | ~g | (8) Logo, o módulo | P~ | do peso de um corpo é diretamente proporcional à sua massa m. O peso de um corpo é uma força, uma grandeza vetorial, de modo que podemos escrever a Equação 7 como uma equação vetorial (Figura 8): Figura 8: A relação entre massa e peso. Página | 17 18 FÍSICA CAPÍTULO 4 P~ = m~g (9) Lembre-se de que | ~g | é o módulo de ~g , a aceleração da gravidade, logo, g é sempre positivo. Portanto, P , dado pela Equação 8, é o módulo do peso e também é sempre um número positivo. IMPORTANTE! Lembre-se que o peso de um corpo atua eternamente sobre o corpo, independentemente de ele estar ou não em queda livre. Quando um objeto de 10 kg está em equilı́brio, suspenso por uma corrente, sua aceleração é igual a zero. Porem, seu peso, dado pela Equação 9, continua puxando-o para baixo (Figura 8). Nesse caso, a corrente exerce uma força que puxa o objeto de baixo para cima. A soma vetorial das forças é igual a zero, mas o peso ainda atua. 4.7 Dinâmica do movimento circular Movimentos circulares são muito comuns na natureza. As palhetas de um ventilador, um CD e o pneu de um carro são apenas alguns exemplos que fazem parte de nosso cotidiano. De uma maneira geral podemos afirmar que uma partı́cula está em movimento circular quando sua trajetória é uma circunferência. Em situações onde o valor numérico da velocidade permanece constante, dizemos que o corpo descreve um Movimento Circular Uniforme (MCU). Quando uma partı́cula se desloca ao longo de uma circunferência com velocidade escalar constante, a aceleração da partı́cula é sempre orientada para o centro do cı́rculo (perpendicular à velocidade instantânea). O módulo arad da aceleração é constante, sendo dado em termos da velocidade v e do raio R Página | 18 19 FÍSICA CAPÍTULO 4 por: v2 (10) R O ı́ndice inferior ‘rad’ é um lembrete de que a aceleração da partı́cula é sempre orientada ao longo da direção radial, para o centro do cı́rculo e perpendicular à velocidade instantânea. Podemos também representar a aceleração centrı́peta, arad , em termos do perı́odo T , o tempo necessário para uma revolução: arad = T = 2πR v (11) Em termos do perı́odo,arad é dada por: arad = 4π 2 R T2 (12) O movimento circular uniforme, como qualquer movimento de uma partı́cula, é governado pela segunda lei de Newton. A aceleração da partı́cula orientada para o centro deve ser produzida por alguma força, ou diversas forças, tais que a soma vetorial P~ F seja um vetor sempre orientado para o centro do cı́rculo (Figura 9). O módulo da aceleração é constante, logo o módulo da força resultante F~total também é constante. Caso a força para dentro deixe de atuar, a partı́cula é expelida para fora do cı́rculo descrevendo uma linha reta tangente ao cı́rculo (Figura 10). Página | 19 20 FÍSICA CAPÍTULO 4 Figura 9: Em um movimento circular uniforme, tanto a aceleração, como a força resultante são orientadas para o centro do circulo. Figura 10: O que acontece quando a força orientada para o centro deixa de atuar sobre um movimento circular? 2 O módulo da aceleração radial é dado por |arad | = |v| R , ~ logo o módulo | Ftotal | da força resultante sobre uma partı́cula de massa m em um movimento circular uniforme é dado por: | F~total |= m. | arad |= m. | v |2 R (13) O movimento circular uniforme pode ser produzido por Página | 20 21 FÍSICA CAPÍTULO 4 P~ qualquer conjunto de forças, desde que a força resultante F seja sempre orientada para o centro do cı́rculo e possua módulo constante. Note que o corpo não precisa se mover em torno de um cı́rculo completo: a Equação 13 é valida para qualquer trajetória que possa ser considerada como parte de um arco circular. IMPORTANTE! A força centrı́peta não é uma força real. Este é meramente um nome que se dá para a componente da força resultante que aponta para o centro de curvatura da trajetória. Assim como a força resultante, a força centrı́peta não está presente em um diagrama de corpo livre. Apenas forças reais pertencem a diagramas de corpo livre. Página | 21 22 FÍSICA CAPÍTULO 4 Principais pontos do capı́tulo: • Forma vetorial da Primeira Lei de Newton: X F~ = 0 • Forma de componentes da Primeira Lei de Newton: X Fx = 0; X Fy = 0; X Fz • Forma vetorial da Segunda Lei de Newton: X F~ = m~a • Forma de componentes da Segunda Lei de Newton: X Fx = max ; X Fy = may ; X Fz = maz • Módulo da Força de Atrito Estático: fe máx ≤ µe FN • Módulo da Força de Atrito Cinético: fc = µc FN • O movimento circular uniforme é estudado pela Segunda Lei de Newton, sob a forma: |F~total | = m.|arad | = m. |v|2 R Página | 22 23 FÍSICA CAPÍTULO 4 EXERCÍCIOS 1. (HALLIDAY & RESNICK, 8a Ed) Em um cabo-deguerra bidimensional, Alex, Charles e Betty puxam horizontalmente um pneu de automóvel nas orientações mostradas na vista superior da figura abaixo. Apesar dos esforços da trinca, o pneu permanece no mesmo lugar. Alex puxa com a força FA de módulo 220N, Charles puxa com uma força FC de módulo 170N e Betty puxa com uma força FB . Qual é o módulo da força FB exercida por Betty? 2. (CUTNELL & JOHNSON, 6a Ed) Um alpinista, durante a travessia entre dois penhascos, faz uma pausa para descansar. Ele pesa 535N. Como mostrado no desenho, ele está mais próximo do penhasco da esquerda do que do penhasco da direita, isto faz com que a tração no trecho à esquerda da alpinista seja diferente da tração no trecho à sua direita. Determine as trações na corda à esquerda e à direita da alpinista. 3. (SEARS & ZEMANSKY, 12a Ed) O motor de um automóvel com peso ‘P’ está suspenso por uma corrente Página | 23 24 FÍSICA CAPÍTULO 4 que está ligada por um anel ‘o’ a duas outras correntes, uma delas amarrada ao teto e a outra presa na parede. Ache as tensões nas três correntes em função de ‘P’ e despreze o peso das correntes e do anel. 4. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) O sistema da figura está em equilı́brio. A distância ‘d’ é de 1 m e o comprimento relaxado de cada uma das duas molas iguais é de 0,5 m. A massa ‘m’ de 1 kg faz descer o ponto ‘P’ de uma distância h=15 cm e a massa das molas é desprezı́vel. Calcule a constante k das molas. Dados: K=Força/Deformação da mola 5. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) Um acrobata de 60 kg se equilibra no centro de uma corda bamba de 20m de comprimento. O centro desceu de 30 cm em relação às extremidades, presas em suportes fixos. Qual é a tração em cada metade da corda? Página | 24 25 FÍSICA CAPÍTULO 4 6. (SEARS & ZEMANSKY, 12a Ed) Um carro de 1130 kg está seguro por um cabo leve, sobre uma rampa muito lisa (sem atrito), como indicado na figura. O cabo forma um ângulo de 31,0o sobre a superfı́cie da rampa, e a rampa ergue-se 25,0o acima da horizontal. a) Desenhe um diagrama do corpo livre para o carro. b) Ache a tração no cabo. c) Com que intensidade a superfı́cie da rampa empurra o carro? 7. (CUTNELL & JOHNSON, 6a Ed) A viga ‘I’ de aço do desenho possui um peso de 8,00 kN e está sendo suspensa com velocidade constante. Qual a tração em cada cabo às suas extremidades? 8. (HALLIDAY & RESNICK, 8a Ed) A figura abaixo mostra um arranjo no quais quatro discos estão suspensos Página | 25 26 FÍSICA CAPÍTULO 4 por uma corda. A corda mais comprida, do alto, passa por uma polia sem atrito e exerce uma força de 98N sobre a parede à qual está presa. As tensões nas cordas mais curtas são T1 = 58, 8N T2 = 49N T3 = 9, 8N . Quais as massas (a) do disco A, (b) do disco B, (c) do disco C e (d) do disco D? 9. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) No sistema representado na figura, calcule as Tensões nas cordas A e B a compressão na viga C, desprezando as massas da viga e das cordas. 10. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) O sistema representado na figura está em equilı́brio. Determine as tensões nos fios 1, 2 e 3 e o valor do ângulo θ 11. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Se um corpo-padrão de 1 kg tem uma aceleração de 2,00 m/s2 a 20,0o com o Página | 26 27 FÍSICA CAPÍTULO 4 semieixo positivo, quais são (a) a componente x e (b) a componente y da força resultante a que o corpo está submetido e (c) qual é a força resultante em termos dos vetores unitários? (trabalhando vetores no contexto de força). 12. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Duas forças horizontais agem sobre um bloco de madeira de 2 kg que pode deslizar sem atrito na bancada de uma cozinha, situada em um plano xy. Uma das forças é F~1 = 3ı̂ + 4̂. Determine a aceleração do bloco em termos dos vetores unitários se a outra é: (a) F = −3ı̂ + (−4)̂; (b) F = −3ı̂ + 4̂; (c) F = 3ı̂ + (−4)̂.(obs.: todas as forças são dadas em Newtons) (trabalhando vetores no contexto de força) 13. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed)Na figura abaixo, três blocos conectados são puxados para a direita sobre uma mesa horizontal sem atrito por uma força de módulo T3 =65N. Se m1 =12kg, m2 =24kg e m3 =31kg, calcule (a) o módulo da aceleração do sistema, (b) a tração e T1 (c) a tração T2 14. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) A figura abaixo mostra dois blocos ligados por uma corda (de massa desprezı́vel) que passa por uma polia sem atrito (também de massa desprezı́vel). O conjunto é conhecido como máquina de Atwood. Um bloco de massa m1 =1,3kg; o outro tem Página | 27 28 FÍSICA CAPÍTULO 4 massa m2 =2,8kg. Quais são (a) o módulo da aceleração dos blocos e (b) a tração na corda? 15. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um bloco de massa m1 = 3,70 kg sobre um plano sem atrito inclinado, de ângulo θ = 30,0o , está preso por uma corda de massa desprezı́vel, que passa por uma polia de massa e atrito desprezı́veis, a um outro bloco de massa m2 = 2,30 kg. Quais são (a) o módulo da aceleração de cada bloco, (b) a orientação da aceleração do bloco que está pendurado e (c) a tração da corda? 16. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) A figura abaixo mostra uma caixa de dinheiro sujo (m1=3 kg) sobre um plano inclinado sem atrito de ângulo θ1 =30o . A caixa está ligada por uma corda de massa desprezı́vel a uma caixa Página | 28 29 FÍSICA CAPÍTULO 4 de dinheiro lavado (m2=2 kg) situada sobre um plano sem atrito de ângulo θ2 =60o . A polia não tem atrito e tem massa desprezı́vel. Calcule a tração da corda. 17. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) No sistema da figura, m1 = 20 kg, m2 = 40 kg, m3 = 60 kg. Desprezando as massas das polias e dos fios e o atrito, calcule a aceleração do sistema e as tensões nos fios 1, 2, 3. 18. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) A figura abaixo mostra três blocos ligados por cordas que passam por polias sem atrito. O bloco B está sobre uma mesa sem atrito. As massas são mA = 6,00 kg, mB = 8,00 kg e mC = 10,0 kg. Quando os blocos são liberados qual a tração na corda da direita? 19. (CUTNELL & JOHNSON, 6a Ed) No desenho, o peso do bloco sobre a mesa é de 422N e o bloco pendurado tem Página | 29 30 FÍSICA CAPÍTULO 4 peso de 185N. Ignorando todos os efeitos de atrito e supondo que a roldana não possui massa, determine: (a) a aceleração dos dois blocos e (b) a tração no cabo. 20. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Uma lata de antioxidantes (m1 = 1,0 kg) sobre um plano inclinado sem atrito esta ligado a uma lata de apresuntado (m2 = 2,0 kg). A polia tem massa e atrito desprezı́veis. Uma força vertical para cima de módulo F = 6,0 N atua sobre a lata de apresuntado, que tem uma aceleração para baixo de 5,5 m/s2 . Determine (a) a tração da corda e (b) o ângulo β 21. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) No sistema da figura, o bloco 1 tem massa 10 Kg e seu coeficiente de atrito estático com o plano inclinado é 0,5. Entre que valores Página | 30 31 FÍSICA CAPÍTULO 4 mı́nimo e máximo pode variar a massa m bloco 2 para que o sistema permaneça em equilı́brio? Desconsidere o atrito entre o bloco 2 e a parede. 22. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) O bloco B da figura abaixo pesa 711N. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e a mesa é de 0,25; o ângulo θ é de 30o . Determine o peso máximo de A para que o sistema permaneça em repouso. 23. HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Os três blocos da figura abaixo são liberados a partir do repouso. Aceleram Página | 31 32 FÍSICA CAPÍTULO 4 com um módulo de 0,500 m/s2 . O bloco 1 tem massa M, o bloco 2 tem massa 2M e o bloco três tem massa 2M. Qual o coeficiente de atrito cinético entre o bloco 2 e a mesa? 24. HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) O bloco A da figura abaixo Pesa 102N, e o bloco B pesa 32N. Os coeficientes de atrito entre o bloco A e a rampa são µe =0,56 e µc =0,25. O ângulo de inclinação da rampa com a horizontal é de 40o . Suponha que o eixo x é paralelo à rampa, com o sentido positivo para cima. Em termos de vetores unitários, qual é a aceleração de A se A está inicialmente (a) em repouso, (b) subindo a rampa e (c) descendo a rampa? 25. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um bloco de 3,5kg é empurrado ao longo de um piso horizontal por uma força Página | 32 33 FÍSICA CAPÍTULO 4 F de módulo 15N que faz um ângulo de 40o com a horizontal (figura abaixo). O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o piso é 0,25. Calcule (a) o módulo da força de atrito que o piso exerce sobre o bloco e (b) o módulo da aceleração do bloco. 26. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um bloco de 4,1 kg é empurrado sobre o piso pela aplicação de uma força horizontal constante de módulo 40N. A figura abaixo mostra a velocidade do bloco v em função do tempo t quando o bloco se desloca sobre o piso ao longo de um eixo x. A escala vertical do gráfico é definida por vs=5 m/s. Qual é o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o piso? 27. (CUTNELL & JOHNSON, 6a Ed) O desenho mostra um caixote de 25,0 kg que inicialmente está em repouso. Página | 33 34 FÍSICA CAPÍTULO 4 Observe que a vista mostrada é uma vista da parte de cima do caixote. Duas forças, F1 e F2 são aplicadas ao caixote, e ele começa a se mover. O coeficiente de atrito cinético entre o caixote e o piso é µc = 0,35. Determine o módulo e o sentido (em relação ao eixo +x) da aceleração do caixote. 28. (CUTNELL & JOHNSON, 6a Ed) Um caixote de 225 kg repousa sobre uma superfı́cie que está inclinada de um ângulo de 20o acima da horizontal. Uma força horizontal (módulo = 535 N e paralela ao chão, não ao plano inclinado) é necessária para dar inı́cio ao movimento de descida do caixote no plano inclinado. Qual o coeficiente de atrito estático entre o caixote e o plano inclinado? 29. (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 6a Ed) Dois blocos ligados por um cordão como mostra a figura abaixo, deslizam para baixo sobre um plano inclinado de 10o . O bloco 1 tem a massa m1 = 0,80 kg e o bloco 2 tem massa m2 = 0,25 kg. Ademais, os coeficientes de atrito cinético entre os blocos e o plano são 0,30, para o bloco 1 e 0,20 para o bloco 2. Encontre (a) a magnitude da aceleração dos blocos e (b) a tração no cordão. 30. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um caixote de 68 kg é arrastado sobre um piso, puxado por uma corda inclinada 15o acima da horizontal. (a) Se o coeficiente de atrito Página | 34 35 FÍSICA CAPÍTULO 4 estático é 0,50, qual é o valor mı́nimo do módulo da força para que o caixote comece a se mover? (b) se µc = 0,35, qual é o módulo da aceleração do caixote? 31. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Suponha que o coeficiente de atrito estático entre a estrada e os pneus de um carro é 0,60 e não há sustentação negativa. Que velocidade deixa o carro na iminência de derrapar quando faz uma curva não compensada com 30,5 m de raio? 32. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Qual o menor raio de uma curva sem compensação (plana) que permite um ciclista a 29 km/h faça a curva sem derrapar se o coeficiente de atrito estático* entre os pneus e a pista é de 0,32? 33. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Durante uma corrida de trenós nas Olimpı́adas de Inverno, a equipe jamaicana fez uma curva de 7,6m de raio com uma velocidade de 96,6 km/h. Qual foi a sua aceleração em unidades de g? 34. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Na figura abaixo, um carro passa com velocidade constante por uma elevação circular e por uma depressão circular de mesmo raio. No alto da elevação a força exercida sobre o motorista pelo assento do carro é zero. A massa do motorista é de 70 kg. Qual é a força normal exercida pelo motorista no banco quando ele passa pelo fundo vale? 35. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um avião está voando em uma circunferência horizontal com uma velocidade de 480 km/h(figura abaixo). Se as asas estão inclinaPágina | 35 36 FÍSICA CAPÍTULO 4 das formando 40o com a horizontal, qual é o raio da circunferência? Suponha que a força necessária para manter esse avião na trajetória resulte inteiramente de uma “sustentação aerodinâmica” perpendicular à superfı́cie das asas. 36. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um disco de metal de massa m=1,5 kg descreve uma circunferência de raio r = 20 cm sobre uma mesa sem atrito, enquanto permanece ligado a um cilindro de massa M=2,5 kg, pendurado por um fio que passa no centro da mesa (figura abaixo). Que velocidade do disco mantém o cilindro em repouso? 37. HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) As curvas das rodovias costumam ser compensadas (inclinadas) para evitar que os carros derrapem. Quando a estrada está seca a força de atrito entre os pneus e o piso pode ser suficiente para evitar derrapagens. Quando a pista está molhada o coeficiente de atrito diminui e a compensação se torna essencial. A figura abaixo mostra um carro que se move com velocidade escalar constante de 20 m/s em uma pista circular compensada de raio 190 m. Se a força de atrito é desprezı́vel, Página | 36 37 FÍSICA CAPÍTULO 4 qual o menor ângulo de inclinação para o qual o carro não derrapa? Página | 37 38 FÍSICA CAPÍTULO 4 38. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Uma curva circular compensada de uma rodovia foi planejada para uma velocidade de 60 km/h. O raio da curva é 200 m. Em um dia chuvoso, a velocidade dos carros diminui para 40 km/h. Qual é o menor coeficiente de atrito entre os pneus e a estrada para que os carros façam a curva sem derrapa? 39. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Uma bola de 1,34 kg é ligada por meio de dois fios de massa desprezı́vel, cada um com comprimento L = 1,70 m, a uma haste vertical giratória. Os fios estão amarrados à haste a uma distância d = 1,70 m um do outro e estão esticados. A tração do fio de cima é 35 N. determine (a) a tração do fio de baixo; (b) o modulo da força resultante a que esta sujeita a bola; (c) a velocidade escalar da bola; (d) a direção da força resultante. 40. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4a Ed) O coeficiente de atrito estático entre as roupas de uma pessoa e a parede cilı́ndrica de uma centrı́fuga de parque de diversões de 2 m de raio é 0,5. Qual é a velocidade mı́nima da centrifuga para que a pessoa permaneça colada à parede, suspensa acima do chão? Página | 38 39 FÍSICA CAPÍTULO 4 GABARITO 1o Questão R: 241N 2o Questão R: T~e = 918, 57N e T~d = 845, 35N 3o Questão R: T~1 = P~ , T~2 = 0, 577P~ e T~2 = 1, 155P~ 4o Questão R: k = 775N/m 5o Questão R: T~ = 9804N 6o Questão ~ = 7224, 38N R: T~ = 5459, 93N e N o 7 Questão R: T~ = 4257N 8o Questão R: a) 4,0 kg b) 1,0 kg c) 4,0 kg d) 1,0 kg 9o Questão R: T~a = 980N , T~b = 2677N e T~c = 3279N . 10o Questão R: T~1 = 1960N , T~2 = 1697, 4N , T~3 = 3394, 8N e θ = 60o 11o Questão R: a) 1,88 N, b) 0,684 N e c) (1, 88N )ı̂ + (0, 684N )̂ 12o Questão R: a) 0m/s2 , b) (4, 0m/s2 )̂ e c) (3m/s2 )ı̂ 13o Questão R: a) 0, 97m/s2 , b) T~1 = 11, 6N e c) T~2 = 34, 9N 14o Questão R: a) 3, 59m/s2 ; b) T~ = 17, 4N 15o Questão R: a) 0, 735m/s2 e c) T~ = 20, 8N 16o Questão R: T~ = 15, 8N 17o Questão R: a) 1, 79m/s2 b) T~1 = 134N c) T~2 = 402N d) T~3 = 402N Página | 39 40 FÍSICA CAPÍTULO 4 18o Questão R: a) T~ = 81, 67N 19o Questão R: a) 2, 99m/s2 e b) T~ = 129N 20o Questão R: a) T~ = 2, 6N e β = 17, 21o 21o Questão R: a) 3, 54kg < m < 10, 6kg. 22o Questão R: P~ = 102, 62N 23o Questão R: 0,37 24o Questão R: a) 0m/s2 , b) −3, 88m/s2 e c) –1, 03m/s2 25o Questão R: a) 11 N; b) 0, 14m/s2 26o Questão R: a) 0,54 27o Questão R: a) 1, 68m/s2 28o Questão R: 0,665 29o Questão R: a) 0, 96m/s2 e b) T~ = 0, 18N 30o Questão R: a) 304,2 N e b) 1, 29m/s2 31o Questão R: 13 m/s 32o Questão R: 20,69 m 33o Questão R: 9, 7~g 34o Questão R: 1372 N 35o Questão Página | 40 41 FÍSICA CAPÍTULO 4 R: 2, 4x103 m 36o Questão R: 1,81 m/s 37o Questão R: 12o 38o Questão R: 0,063 39o Questão R: a) 8,74 N, b) 37,9 N e c) 6,45 m/s 40o Questão R: 6,26 m/s Página | 41 42 FÍSICA CAPÍTULO 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • CUTNELL. 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