Análise da Qualidade Microbiológica de Sabonetes Líquidos de uma Indústria de Cosméticos da Região Oeste do Paraná Josueli Camila Timbola¹, Mayara Danusa Alves Sampaio1, Mayara Munaretto2 Helena Teru Takahashi Mizuta3 Discente do Curso de Farmácia – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Cascavel ; 2Bacharel em Química, Indústria; 3Docente do Curso de Farmácia – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Cascavel. 1 *[email protected] Palavras chaves: microbiologia; controle de qualidade; sabonete. Introdução O uso seguro e eficaz de cosméticos envolve análises microbiológicas para alcançar um padrão de qualidade (Bara et al.,2005). Os parâmetros microbiológicos para produtos de higiene pessoal estão estabelecidos na RDC nº 481 de 23 de setembro de 1999. Para sabonetes, a contagem de micro-organismos aeróbios viáveis totais não poderá estar acima de 5,00 x 103 UFC/g ou mL, além de ausência de Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e coliformes totais e fecais (Brasil, 1999). O objetivo foi avaliar a qualidade microbiológica de sabonetes líquidos produzidos em uma indústria de cosméticos da região Oeste do Paraná. Materiais e Métodos Dezessete amostras de sabonete líquido de diferentes lotes foram coletadas. Foi realizada a contagem de Bactérias Mesófilas, de Bolores e Leveduras conforme a Farmacopeia Brasileira (Brasil, 2010) e pesquisa de bactérias patogênicas (Carturan e Hansen, 2008). Resultados e discussão Foram analisadas 17 amostras e os resultados estão apresentados na tabela 1. Dentre estas, 14 estavam de acordo com os padrões para bactérias mesófilas, bolores e leveduras e bactérias patogênicas. Na contagem de bactérias mesófilas, a amostra 1 com 1,34x105 UFC/mL e a 4 com 1,10 x 104 UFC/mL, apresentaram crescimento acima do permitido. Em duas amostras de sabonete de erva-doce houve á presença de bactérias patogênicas, na amostra 1 foi isolado S. aureus, P. aeruginosa, E. coli, e na 3 Salmonella sp. As boas práticas de fabricação devem ser aplicadas, pois pode ocorrer á introdução indesejada de microorganismos nas matérias-primas, no acondicionamento, produto intermediário ou acabado durante a fabricação (Brasil, 2013). A contaminação microbiana pode resultar na deterioração da fórmula por quebrar ingredientes ativos e excipientes, que afeta a potência, estabilidade e eficácia do produto (Campana et al., 2006). Além disso, a presença de patógenos constitui uma grave ameaça para a saúde dos consumidores (Campana et al., 2006)(Ragheb et al.,2012). Tabela 1 – Contagem de bactérias mesófilas, bolores e leveduras em amostras de sabonete líquido. Especificação do Sabonete 1. Erva-doce 2. Erva-doce 3. Erva-doce 4. Glicerinado 5. Shampoo 6. Shampoo 7. Shampoo 8. Shampoo 9. Shampoo 10. Antisséptico 11. Antisséptico 12. Erva-doce 13. Erva-doce 14. Erva-doce 15. Shampoo 16. Erva-doce 17. Facial Contagem de bactérias mesófilas (UFC/mL) 1,34 x 105 < 1,00 x 101 6,25 x 102 1,10 x 104 < 30,0 < 30,0 3,00 x 101 3,00 x 101 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 3,00 x 101 < 30,0 < 30,0 < 30,0 Contagem de bolores e leveduras (UFC/mL) 2,70 x 103 2,70 x 103 < 1,00 x101 3,50 x 101 3,00 x 101 1,95 x 102 < 30,0 3,00 x 102 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 < 30,0 Conclusão Das 17 amostras, 14 (82,3%) apresentaram qualidade microbiológica satisfatória e três (17,6%) resultados insatisfatórios de acordo com a legislação vigente. Referências Bara MTF Andrade FRO Souza AA Arantes MDCB & De Paula JR (2005) Rev Eletr Farm, 2, 2, 38-44. Brasil. (1999) RDC n° 481 de 23 de setembro de 1999. Brasil (2010) Farmacopéia Brasileira 5.ed. Atheneu. Brasil (2013) RDC nº 48 de 25 outubro de 2013. Campana R Scesa C Patrone V Vittoria E Baffone W (2006). Lett Appl Microbiol. 2006;43:301–6. Carturan G Hansen JA (2008) GUIA ABC Associação Brasileira de Cosmetologia, 3.ed.. 76 p. Ragheb SM Yassin AS Amin MA (2012) PDA J Pharm Sci Technol. 2012;66-307.