Expansão Maritima – Exercícios

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1. (Uff 2012) Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos
XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse
papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses
a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais,
associados ao desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo
ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença
de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha.
b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas
ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza;
coloniais, decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo
como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na
Espanha.
c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos
no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas;
econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa através de
alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição.
d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano;
religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica;
econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais,
inerentes à vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico.
e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos,
provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a
importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços
científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre
Geografia e Astronomia.
2. (Fuvest 2012) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão
portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela
ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte
manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados
andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na
sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os
serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão
seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”,
ressoava agora nas plagas africanas…
Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º
Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.
Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e
XVI foi um empreendimento
a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram,
na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a
expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e
conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e
religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional.
e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de,
oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a
expansão da fé cristã.
3. (Espcex (Aman) 2011) Um conjunto de forças e motivos econômicos, políticos e culturais
impulsionou a expansão comercial e marítima europeia a partir do século XV, o que resultou,
entre outras coisas, no domínio da África, da Ásia e da América.
(Extraído SILVA, 1996)
O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a)
a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488.
b) conquista de Ceuta em 1415.
c) chegada em Calicute, Índia, em 1498.
d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis, em 1385.
e) descobrimento do Brasil em 1500.
4. (Unicamp simulado 2011) Segundo o historiador indiano K.M. Panikkar, a viagem pioneira
dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que ele denominou como a época de Vasco da
Gama da história asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de
autoridade baseada no controle dos mares, poder detido apenas pelas nações europeias.
(Adaptado de C.R. Boxer, O império marítimo português, 1415-1835. Lisboa: Ed. 70, 1972, p.
55.)
Os domínios estabelecidos pelos portugueses na Índia e na América
a) se diferenciavam, pois na Índia a presença dos portugueses visava o comércio, e para este
fim eles estabeleciam feitorias, enquanto na América o território se tornaria uma possessão
de Portugal, por meio de um empreendimento colonial destinado a produzir mercadorias
para exportação.
b) se diferenciavam, pois a colonização dos portugueses na Índia buscava promover o
comércio de especiarias e de escravos, enquanto na América estabeleceu-se uma colônia
de exploração, que visava apenas a extração de riquezas naturais que serviriam às
manufaturas europeias.
c) tinham semelhanças e diferenças entre si, porque em ambas se estabeleceu um sistema
colonial baseado na monocultura, no latifúndio e na escravidão, mas na América este
sistema era voltado para a produção de açúcar, enquanto na Índia produziam-se
especiarias.
d) tinham semelhanças e diferenças entre si, porque ambas sofreram exploração econômica,
mas na Índia uma civilização mais desenvolvida apresentou resistência à dominação,
levando à sua destruição, ao contrário do Brasil, onde a colonização foi mais pacífica, por
meio da civilização dos índios.
5. (Unicamp 2011) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta
português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:
“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.”
(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX,
1997, p. 49.)
Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar
que o poema compara
a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade
Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para
suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.
b) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de
colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao
mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
c) a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as
cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios
pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.
d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos
sobre os mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente,
Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas colônias.
6. (Fuvest 2011) Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do
século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que
jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em
diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre
ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a “mundialização” de doenças e,
consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam
anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro, entre as populações
a) orientais do continente europeu.
b) nativas da Oceania.
c) africanas do Magreb.
d) indígenas da América Central.
e) asiáticas da Indonésia.
7. (Unesp 2010) A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI
pode-se afirmar que
a) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras.
b) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.
c) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.
d) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.
e) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.
8. (Pucrj 2010) “Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa
providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste
reino [...], nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou
territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em possessão de Sua Majestade, na Ásia,
América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos ingleses [...] e que são
comandados por um capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três quartos de
ingleses [...], nenhum estrangeiro [...] poderá exercer o ofício de mercador ou corretor num dos
lugares supracitados, sob pena de confisco de todos os seus bens e mercadorias [...]”.
Segundo Ato de Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo. São Paulo:
Perspectiva, 1973, p. 94-95.
Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês:
a) estabelecia que todas as mercadorias comercializadas por qualquer país europeu fossem
transportadas por navios ingleses.
b) monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria naval inglesa, aumentando
ainda mais a presença da Inglaterra nos mares do mundo.
c) enfrentava a poderosa França retirando-lhe a posição privilegiada de intermediária comercial
em nível mundial.
d) desenvolvia a sua marinha, incentivava a indústria, expandia o Império, abrindo novos
mercados internacionais ao seu excedente agrícola.
e) protegia os produtos ingleses, matérias-primas e manufaturados, que deveriam ter sua saída
dificultada, de modo a gerar acúmulo de metais preciosos no Reino inglês.
9. (Uemg 2010) Observe o mapa, a seguir:
Esse mapa-múndi, produzido em 1512 pelo veneziano Jerônimo Marini, é a primeira carta onde
aparece o nome Brasil para designar as terras até então conhecidas como Vera Cruz, Santa
Cruz, ou Papagaios. Desenhado em pergaminho, é um dos poucos mapas manuscritos do
início do século XVI, hoje existentes.
Considerando o mapa apresentado e o contexto político, econômico e cultural em que foi
produzido, assinale, a seguir, a alternativa CORRETA:
a) O mapa apresenta uma visão de mundo veneziana orientada pelo sul, com possíveis
influências árabes, valorizando a Ásia que atraía os europeus em função de suas
especiarias.
b) O mapa foi produzido a pedido dos portugueses, pois estes tinham pouco conhecimento do
mar, diferentemente dos venezianos, que já haviam iniciado seu processo de expansão.
c) O mapa tem a África como centro, já que, nesta época, os europeus passaram a conhecer
melhor civilizações africanas, como a egípcia, a ashanti e a zulu, e passaram a valorizar
mais o continente.
d) A representação geográfica em questão é um famoso erro histórico, no qual Marini, como
grande renascentista, quis inverter o mapa, buscando demonstrar a relatividade da ciência.
10. (Fgv 2009) Leia atentamente o poema O Infante, do poeta português Fernando Pessoa.
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse,
Sagrou-te e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi, de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou, criou-te português,
Do mar por nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
O poema permite pensar sobre dois relevantes acontecimentos históricos, que são,
respectivamente:
a) O protagonismo marítimo lusitano nos séculos XV e XVI e a redução do seu império colonial
no século XIX.
b) A descoberta do Brasil em 1500 e a perda de territórios no Nordeste e na África com a
invasão holandesa no século XVII.
c) A formação do Condado Portucalense, em 1142 e a União Ibérica (1580-1640), período de
extinção do império português.
d) A elaboração da ideia do Quinto Império Bíblico, relacionado ao destino de Portugal e,
depois, o fortalecimento dos partidos socialistas que tomaram o poder em 1910.
e) A invasão de Portugal por tropas napoleônicas em 1808, comandadas pelo general Junot, e
a vinda da família real portuguesa para a América, no mesmo ano.
11. (Fgv 2009) "Durante a Antiguidade e a Idade Média, a África permaneceu relativamente
isolada do resto do mundo. Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do
continente, dando início à exploração de sua costa ocidental".
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, "Toda a História")
Acerca da África, na época da chegada dos portugueses em Ceuta, é correto afirmar que:
a) nesse continente havia a presença de alguns Estados organizados, como o reino do Congo,
e a exploração de escravos, mas não existia uma sociedade escravista.
b) assim como em parte da Europa, praticava-se a exploração do trabalho servil que, com a
presença europeia, transformou-se em trabalho escravo.
c) a população se concentrava no litoral e o continente não conhecia formas mais elaboradas
de organização política, daí a denominação de povos primitivos.
d) os poucos Estados, organizados pelos bantos, encontravam-se no Norte e economicamente
viviam da exploração dos escravos muçulmanos.
e) a escravidão e outras modalidades de trabalho compulsório eram desconhecidas na África e
foram introduzidas apenas no século XVI, pelos portugueses e espanhóis.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Mais vale estar na charneca com uma velha carroça do que no mar num navio novo.
(Provérbio holandês. In: SEBILLOT, P. Legendes, croyances et supertitions de la mer. Paris:
1886, p. 73.)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal?
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar para que
fosses nosso, ó mar!
(PESSOA, F. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguillar, 1969, p. 82.)
12. (Uel 2009) Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema da Expansão Marítima
dos séculos XV e XVI, é correto afirmar que as navegações:
a) Constituíram uma realização sem precedentes na história da humanidade, uma vez que
foram muitos os obstáculos a serem superados nesse processo, tais como a ameaça que
representava o desconhecido e o fracasso de grande parte das expedições, que
desapareceram no mar.
b) Propiciaram o fim do monopólio que espanhóis e italianos mantinham sobre o comércio das
especiarias do oriente através do domínio do mar Mediterrâneo, uma vez que foram os
franceses e os portugueses, a despeito das tentativas holandesas, que realizaram o périplo
africano e encontraram o caminho para as Índias.
c) Resultaram na hegemonia franco-britânica sobre os mares, o que, a longo prazo, permitiu a
realização da acumulação originária de capital e, através desta, o financiamento do processo
de implantação da indústria naval, o que prolongou esta hegemonia até o final da Primeira
Guerra Mundial.
d) Propiciaram o domínio da Holanda sobre os mares, fazendo com que a colonização das
novas terras descobertas dependesse da marinha mercante daquele país para a
manutenção das ligações comerciais entre os demais países europeus e suas colônias no
restante do mundo.
e) Representaram o triunfo da ciência e da tecnologia resultantes das concepções cartesianas
e, consequentemente, a destruição de lendas e mitos sobre o Novo Mundo, uma vez que as
expedições revelaram os limites do mundo e propiciaram rapidamente formas seguras de
transposição oceânica.
13. (Fuvest 2008) "Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar
estas costas e ilhas da maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situamnas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador (Carlos V); os
portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua
jurisdição."
Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
O texto remete diretamente
a) à competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos.
b) aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas.
c) ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária.
d) às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
e) à aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.
14. (Fgv 2008) "Quando Diogo Cão chegou em 1483, era um reino relativamente forte e
estruturado, cuja formação data possivelmente do final do século XIV. Povoado por grupos
bantos, abrangia grande extensão da África Centro-Ocidental e compunha-se de diversas
províncias. Algumas delas eram administradas por membros de linhagens que detinham os
cargos de chefia há muitas gerações. Outras províncias eram governadas por chefes
escolhidos pelo rei dentre a nobreza. Os chefes locais eram os encarregados de coletar os
impostos devidos ao rei, além de recolherem para si parte do excedente da produção. A
existência de um excedente agrícola era possível graças à apropriação do trabalho escravo."
(Marina de Mello e Souza. Adaptado)
O texto faz referência
a) ao Egito.
b) ao Daomé.
c) ao Congo.
d) à Cabo Verde.
e) à Moçambique.
15. (Ufg 2008) Leia o texto.
Colombo fala dos homens que vê unicamente porque estes, afinal, também fazem
parte da paisagem. Suas menções aos habitantes das ilhas aparecem sempre no meio de
anotações sobre a Natureza, em algum lugar entre os pássaros e as árvores.
(TODOROV, Tzvetan. "A conquista da América: a questão do outro". São Paulo:
Martins Fontes, 1993. p. 33.)
A passagem acima ressalta que a atitude de Colombo decorre de seu olhar em relação ao
outro. Essa posição, expressa nas crônicas da Conquista, pode ser traduzida pela
a) interpretação positiva do outro, associando-a à preservação da Natureza.
b) identificação com o outro, possibilitando uma atitude de reconhecimento e inclusão.
c) universalização dos valores ocidentais, hierarquizando as formas de relação com o outro.
d) compreensão do universo de significações do outro, permitindo suas manifestações
religiosas.
e) desnaturalização da cultura do outro, valorizando seu código linguístico.
16. (Ufpr 2008) Observe a imagem do mapa de Waldseemüller e leia o texto a seguir.
" Este mapa é de fundamental significação na história da cartografia. Sintetizou a revolução dos
vinte anos precedentes na geografia e ampliou a imagem contemporânea do mundo,
proporcionando uma visão essencialmente nova do mesmo. [....] Seu histórico é conhecido
indubitavelmente a partir do tratado geográfico 'Cosmographiae Introductio' que acompanhou
sua publicação em 1507. [...] Este mapa tem uma importância histórica única. Nele o Novo
Mundo recebe o nome de América pela primeira vez. Colombo aparentemente nunca
abandonou sua convicção de que as ilhas das Índias Ocidentais que descobriu eram próximas
à costa leste da Ásia. Vespúcio, entretanto, descobriu a verdade, ou seja, que era um novo
mundo. Waldseemüller aceitou esta visão e propôs - para honrar Vespúcio - conceder seu
nome à nova terra."
(WHITIFIELD, Peter. "The image of the world: 20 centuries of World Maps". San
Francisco: Pomegranate Artbooks & British Library, 1994, p. 48-49.)
Com base no mapa, no texto e nos conhecimentos sobre a epopeia dos descobrimentos na
Época Moderna, é correto afirmar:
a) O mapa de Waldseemüller foi elaborado para reforçar a concepção bastante difundida
durante a Idade Média de que a Terra era plana, contribuindo assim para afirmar a tese da
impossibilidade de atingir o Oriente navegando para o Ocidente.
b) O uso da expressão "descoberta da América", para designar o ocorrido em 1492, revela uma
construção "a posteriori" da historiografia, que assim estabelece uma representação
simbólica da presença europeia no continente pela primeira vez na Era Moderna.
c) Afirmar que Vespúcio foi o responsável pela "descoberta do Novo Mundo" significa
evidenciar um traço da mentalidade greco-romana da Antiguidade, que prescrevia a
experimentação científica como método para obter o conhecimento da verdade das coisas.
d) A verificação empírica da verdade dos "descobrimentos" possibilitou, ao longo do século
XVI, uma nova epistemologia para as ciências humanas, que passou a fundar-se no
testemunho direto dos acontecimentos como critério para o estabelecimento dos fatos.
e) Pelo relato sobre os "descobrimentos", explicitado no texto, fica evidente que havia, no
período da publicação do mapa de Waldseemüller, uma nítida separação entre a perspectiva
de análise geográfico-cartográfica e a abordagem histórica dos eventos da expansão
marítima.
17. (Ufpi 2007) Sobre a Expansão Marítima e Comercial Europeia (séculos XV e XVI), assinale
a alternativa correta.
a) A Espanha, em parceria com a França, dominou as rotas comerciais entre a América do
Norte e a Europa.
b) A Holanda, já no século XVI, impôs seu domínio marítimo e comercial, frente à Inglaterra, na
América do Sul.
c) A França, devido ao uso de expedições militares, controlou o comércio de especiarias no
litoral da América Portuguesa.
d) Portugal, ao assinar o Tratado de Tordesilhas com a Espanha, buscava garantir a
exploração das terras localizadas no Atlântico Sul.
e) A Inglaterra, a partir da chegada de Cristóvão Colombo ao "Novo Mundo", firmou-se como a
nação hegemônica, nas rotas comerciais entre a América Central e a Europa.
18. (Ufscar 2007) Nem todos os brancos que chegavam do mar eram portugueses, e os povos
que viviam nas cercanias do litoral logo aprenderam a distingui-los. (...) Se os surpreendiam, os
portugueses os atacavam, queimavam e punham a pique. Mas às vezes, ocorria o oposto. (...)
Os portugueses insistiam com os reis e notáveis do litoral para que não transacionassem com
os outros europeus, por eles qualificados de piratas. E recomendavam que lhes dessem
combate. (...)
Por volta de 1560, os portugueses começaram a usar galés para patrulhar as costas próximas
ao forte da Mina. (...)
Os entrepostos nas mãos de portugueses fiéis à Coroa eram poucos e quase sempre
dependentes da boa vontade dos chefes nativos, até para seus alimentos.
(Alberto da Costa e Silva. "A manilha e o libambo", 2002.)
O texto descreve a conquista portuguesa
a) no Brasil.
b) nas Guianas.
c) nas Índias Orientais.
d) no Japão.
e) na África.
19. (Ufrs 2007) Durante a Baixa Idade Média, ocorreu em Portugal a denominada Revolução
de Avis (1383-1385), que resultou em uma mudança dinástica, cuja principal consequência foi
a) o enfraquecimento do poder monárquico diante das pressões localistas que ainda
sobreviviam nas pequenas circunscrições territoriais do Reino.
b) o surgimento de uma burguesia industrial cosmopolita e afinada com a mentalidade
capitalista que se instaura na Europa.
c) o início das grandes navegações marítimas, que resultaram no descobrimento da América e
no reconhecimento da Oceania pelos lusitanos.
d) o início do processo de expansão ultramarina, que levaria às conquistas no Oriente, além da
ocupação e do desenvolvimento econômico da América portuguesa.
e) o surgimento de uma aristocracia completamente independente do Estado, que tinha como
projeto político mais relevante a expansão do ideal cruzadista.
20. (Puc-rio 2007) Na Época Moderna, as narrativas de cronistas, viajantes, missionários e
naturalistas, representaram o Novo Mundo ora como Paraíso ora como Inferno.
Qual das afirmativas a seguir NÃO se encontra corretamente identificada com essa ideia?
a) No imaginário europeu sobre o Novo Mundo, havia constantes referências à beleza e
grandiosidade da natureza, o que possibilitava lhe conferir quase sempre positividade e
singularidade.
b) O Novo Mundo era visto como o lugar para a
concretização dos antigos mitos do Paraíso Terrestre e do Eldorado, através dos quais a
natureza exuberante garantia a promessa de riqueza.
c) Os homens que habitavam o Novo Mundo eram quase sempre vistos como bárbaros,
selvagens, inferiores e portadores de uma humanidade inviável.
d) A visão do Novo Mundo foi filtrada pelos relatos de viagens fantásticas, de terras longínquas,
de homens monstruosos que habitavam os confins do mundo conhecido até então no
ocidente medieval.
e) Na percepção e representação do Novo Mundo, os relatos orais dos primeiros descobridores
ocuparam um lugar central por associá-lo exclusivamente ao Inferno.
21. (Enem 2007)
A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma
diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas
e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o
descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores
portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África,
ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus
povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no
Brasil. In: "Diversidade na educação: reflexões e experiências". Brasília: SEMTEC/MEC, 2003,
p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto, é correto afirmar que
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse
continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade
Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
22. (Ufrs 2006) Nos primórdios da modernidade, os conquistadores, missionários e
comerciantes europeus ocidentais trouxeram ao conhecimento do Velho Mundo a existência de
vastos territórios inexplorados, inaugurando uma nova era de abertura e unificação de
mercados. Entre outras razões dessa expansão geográfica, é correto citar
a) o aumento excessivo da população que começou a se constituir ininterruptamente a partir do
século XIV e provocou a busca de novas terras de colonização e exploração.
b) o crescimento da economia nos séculos XIV e XV, que levou os europeus a procurar novos
mercados.
c) a expansão dos turcos otomanos, com a tomada de Constantinopla, o que bloqueou a
passagem terrestre da Europa para o Oriente.
d) o teocentrismo e a escolástica, que estimulavam os homens em sua curiosidade por novas
culturas e novas religiões.
e) a pretensão dos europeus de exercer o controle comercial e militar no Mediterrâneo.
23. (Ufpe 2005) Sobre a Expansão Marítima Europeia, analise as afirmativas abaixo.
1 - Para a realização da grande aventura marítima, foram fundamentais as descobertas
técnicas da época, não tendo influência a experiência do navegador.
2 - A busca de riqueza foi importante para o envolvimento das pessoas com a navegação e
para a valorização de novos produtos comerciais.
3 - O descobrimento do Brasil foi resultado de uma estratégia do grande navegador Vasco da
Gama com a ajuda de Pedro Álvares Cabral.
4 - A Expansão Marítima trouxe grandes renovações para a cultura da época e teve, portanto,
claras ligações com as mudanças históricas que levaram à construção dos tempos modernos.
5 - A importância das viagens de Colombo se restringe aos parâmetros de uma aventura
heroica de um grande e idealista navegador.
Estão corretas apenas:
a) 1, 2 e 5
b) 3 e 4
c) 1, 3 e 5
d) 2 e 4
e) 1, 2, 4 e 5
24. (Ufu 2005) "Colombo não estava tão longe de certas concepções correntes durante a
Idade Média acerca da realidade física do Éden, que descresse de sua existência em algum
lugar do globo. E nada o desprendia da ideia (...) de que precisamente as novas Índias, para
onde o guiara a mão da Providência, se situavam na orla do Paraíso Terreal. (...) A tópica das
'visões do paraíso' impregna todas as suas descrições daqueles sítios de magia e lenda."
Sérgio Buarque de Holanda. "Visão do paraíso".
A partir da interpretação do trecho acima, assinale a alternativa correta.
a) Colombo, conforme a mentalidade própria de sua época, acreditava na existência do
Paraíso Terrestre, na sua localização nas novas terras descobertas, e que ele havia sido
levado para bem perto desse Paraíso, por vontade de Deus.
b) O paraíso terrestre é um mito medieval cuja presença nas novas terras descobertas, na era
das grandes navegações atlânticas do século XV e XVI, é evocada apenas como uma
metáfora.
c) Colombo não acreditava no Paraíso Terrestre, mas só pôde compreender a novidade da
América comparando-a ao Paraíso.
d) A América era um território cujas condições naturais e riquezas lembravam metaforicamente
um paraíso, porém as colonizações espanhola e portuguesa destruíram seu aspecto
paradisíaco.
25. (Ufc 2004) O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494 e confirmado nos
seus termos pelo Papa Júlio II em 1506, representou para o século XVI um marco importante
nas dinâmicas europeias de expansão marítima. O tratado visava:
a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o
desenvolvimento da expansão comercial marítima.
b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias
africanas e da formação do exército nacional.
c) impor a reserva de mercado metropolitano espanhol, por meio da criação de um sistema de
monopólio que atingia todas as riquezas coloniais.
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico,
depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da
Invencível Armada de Filipe II, da Espanha.
26. (Ufrrj 2004) O texto a seguir trata das incursões francesas na América; entretanto, essas
ainda não representavam que a França tivesse dado início à sua expansão.
Ao longo do século XVI, os franceses estiveram na América, mas isso não significava uma
atitude sistemática e coerente desenvolvida pela Coroa. Era, no mais das vezes, atuação de
corsários e de uns poucos indivíduos. Como exemplo, pode-se mencionar as invasões do litoral
brasileiro, (...), e algumas visitas à América do Norte.
FARIA, R. de M.; BERUTTI, F. C.; MARQUES, A. M. "História para o Ensino Médio".
Belo Horizonte: Lê. 1998. p.182.
Dentre os motivos que levaram a França a iniciar tardiamente sua expansão marítima e
comercial, podemos destacar
a) os problemas internos ligados à consolidação do Estado Nacional.
b) a derrota da França na violenta guerra contra a Alemanha.
c) a falta de associação entre a Coroa e a Burguesia francesa.
d) a violenta disputa religiosa entre calvinistas e luteranos.
e) a não inclusão das classes superiores no projeto expansionista.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Cultura dos almanaques
1. Como explicar ao meu leitor mais jovem o que é (ou o que era) um ALMANAQUE? Vamos
ao dicionário. Lá está, entre outras acepções, a que vem ao caso: folheto ou livro que, além do
calendário do ano, traz diversas indicações úteis, poesias, trechos literários, anedotas,
curiosidades etc. O leitor não faz ideia do que cabia nesse etc.: charadas, horóscopo, palavras
cruzadas, enigmas policiais, astúcias da matemática, recordes mundiais, caricaturas,
provérbios, dicas de viagem, receitas caseiras... Pense em algo publicável, e lá estava.
2. Já ouvi a expressão "cultura de almanaque", dita em tom pejorativo. Acho injusto. Talvez não
seja inútil conhecer as dimensões das três pirâmides, ou a história de expressões como "vitória
de Pirro", "vim, vi e venci" e "até tu, Brutus?". E me arrepiava a descrição do ataque à base
naval de Pearl Harbor, da guilhotina francesa, do fracasso de Napoleão em Waterloo, da queda
de Ícaro, das angústias de Colombo em alto mar. Sim, misturava povos e séculos com grande
facilidade, mas ainda hoje me valho das informações de almanaque para explicar, por exemplo,
a relação que Pitágoras encontrou não apenas entre catetos e hipotenusa, mas - pasme, leitor
- entre o sentimento da melancolia e o funcionamento do fígado. Um bom leitor de almanaque
explica como uma bela expressão de Manuel Bandeira - "o fogo de constelações extintas há
milênios" - é também uma constatação da astrofísica.
3. Algum risco sempre havia: não foi boa ideia tentar fazer algumas experiências químicas com
produtos caseiros. E alguns professores sempre implicavam quando eu os contestava ou
arguia, com base no almanaque. Pegadinhas do tipo "quais são os números que têm relações
de parentesco?" ou questões como "por que uma mosca não se esborracha no vidro dentro de
um carro em alta velocidade?" não eram bem-vindas, porque despertavam a classe sonolenta.
Meu professor de Ciências fechou a cara quando lhe perguntei se era hábito de Arquimedes
tomar banho na banheira brincando com bichinhos que boiam, e minha professora de História
fingiu que não me ouviu quando lhe perguntei de quem era mesmo a frase "E no entanto,
move-se!", que eu achei familiar quando a li pintada no para-choque de um fordinho com chapa
1932 (relíquia de um paulista orgulhoso?).
4. Almanaque não se emprestava a ninguém: ao contrário de um bumerangue, nunca voltaria
para o dono. Lembro-me de um exemplar que falava com tanta expressão da guerra fria e de
espionagem que me proporcionou um prazer equivalente ao das boas páginas de ficção. Um
outro ensinava a fazer balão e pipa, a manejar um pião, e se nunca os fiz subir ou rodar era
porque meu controle motor já não dava inveja a ninguém. Em compensação, conhecia todas as
propriedades de uma carnaubeira, o curso e o regime do rio São Francisco, fazia prodígios
com ímãs e saberia perfeitamente reconhecer uma voçoroca, se viesse a cair dentro de uma.
5. Pouco depois dos almanaques vim a conhecer as SELEÇÕES - READER'S DIGEST - uma
espécie de almanaque de luxo, de circulação regular e internacional. Tirando Hollywood, as
SELEÇÕES talvez tenham sido o principal meio de difusão do AMERICAN WAY OF LIFE, a
concretização editorial do SLOGAN famoso: TIME IS MONEY. Não tinha o charme dos
almanaques: levava-se muito a sério, o humor era bem-comportado, as matérias tinham um
tom meio autoritário e moralista, pelo qual já se entrevia uma América (como os EUA gostam
de se chamar) com ares de dona do mundo. Não tinha a galhofa, o descompromisso
macunaímico dos nossos almanaques em papel ordinário. Eu não trocaria três exemplares do
almanaque de um certo biotônico pela coleção completa das SELEÇÕES.
6. Adolescente, aprendi a me especializar nas disciplinas curriculares, a separar as chamadas
áreas do conhecimento. Deixei de lado os almanaques e entrei no funil apertado das
tendências vocacionais. Com o tempo, descobri este emprego de cronista que me abre, de
novo, todas as portas do mundo: posso falar da minha rua ou de Bagdad, da reunião do meu
condomínio ou da assembleia da ONU, do meu canteirinho de temperos ou da safra nacional
de grãos. Agora sou autor do meu próprio almanaque. Se fico sem assunto, entro na Internet,
esse almanaque multidisciplinaríssimo de última geração. O "buscador" da HOME PAGE é uma
espécie de oráculo de Delfos de efeito quase instantâneo. E o inglês, enfim, se globalizou pra
valer: meus filhos já aprenderam, na prática, o sentido de outro SLOGAN prestigiado, NO
PAIN, NO GAIN (ou GAME, no caso deles). Se eu fosse um nostálgico, diria que, apesar de
todo esse avanço, os velhos almanaques me deixaram saudades. Mas não sou, como podeis
ver.
Argemiro Fonseca
27. (Puccamp 2004) Considere o texto adiante.
"(...) aportei em Portugal, onde o rei dali entendia no descobrir ouro mais do que qualquer
outro; [mas] em quatorze anos não pude fazê-lo entender o que eu dizia."
(Carta de Cristóvão Colombo, escrita em maio de 1505. In: Janaína Amado e Luiz
Carlos Figueiredo. "Colombo e a América". São Paulo: Atual, 1991. p. 25)
No contexto do renascimento do comércio europeu e das grandes navegações, o projeto de
descoberta de nova rota marítima em direção ao Oriente, idealizado por "Cristóvão Colombo",
suscitou várias controvérsias. A partir do texto e do conhecimento histórico, é possível afirmar
que
a) a Coroa portuguesa aceitou, de imediato, o projeto de Colombo, contribuindo
financeiramente para sua execução, desde que o mesmo se comprometesse a anunciar,
com exclusividade, o descobrimento das regiões mineradoras.
b) Cristóvão Colombo recusou o financiamento proposto pela Coroa portuguesa, haja vista o
interesse desta de obter 100% do lucro advindo do comércio ultramarino provindo das
regiões descobertas.
c) Cristóvão Colombo preferiu aceitar o financiamento proposto pela Coroa italiana para
realizar sua viagem em direção à América, em razão das preocupações exclusivamente
econômicas dos reis de Portugal.
d) a Coroa portuguesa rejeitou o projeto de Colombo, uma vez que tinha investido recursos na
rota do périplo africano, como alternativa viável para a conquista do mercado oriental.
e) Cristóvão Colombo esteve prestes a abandonar a execução de projeto de circunavegação,
haja vista o desinteresse das Coroas portuguesa e espanhola por seu plano fantasioso e
ultrapassado.
28. (Fuvest 2003) "Antigamente a Lusitânia e a Andaluzia eram o fim do mundo, mas agora,
com a descoberta das Índias, tornaram-se o centro dele". Essa frase, de Tomás de Mercado,
escritor espanhol do século 16, referia-se
a) ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que se tornaram centrais desde então.
b) à alteração do centro de gravidade econômica da Europa e à importância crescente dos
novos mercados.
c) ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assumiram no comércio com os marajás
indianos.
d) ao fato de a América ter passado a absorver, desde então, todo o comércio europeu.
e) ao desenvolvimento da navegação a vapor, que encurtava distâncias.
29. (Ufsm 2003) Considere as afirmações sobre o processo de colonização na América
hispânica e lusa:
Asserção
A expansão mercantil do século XVI foi feita a partir de demandas econômicas e foi viabilizada
pelos Estados absolutistas,
PORQUE
Razão
os interesses dos grupos mercantis e governamentais divergiam no que se referia aos produtos
que deveriam ser explorados.
Nesse caso,
a) a asserção e a razão são verdadeiras, e a razão é uma justificativa da asserção.
b) a asserção e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a asserção.
c) a asserção é falsa, e a razão é verdadeira.
d) a asserção é verdadeira, e a razão é falsa.
e) a asserção e a razão são falsas.
30. (Ufsm 2003)
A charge trata de aspectos históricos importantes:
a) as diferentes nações europeias negociavam seus conflitos diplomaticamente.
b) os habitantes da América percebiam a civilização europeia como um modelo de relação
entre os povos.
c) a civilização europeia propunha negociações que envolviam guerras entre os adeptos de
uma religião e os ateus.
d) os habitantes da América aguardavam que os colonizadores resolvessem suas contendas.
e) a civilização vivida pelos europeus significava disputa entre as nações.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
A expansão marítima representa a expansão do comércio, portanto, burguês, apesar de
interessante para a nobreza que controlava o Estado. Na expansão Ibérica não se encontram
interesses italianos. Vale a pena lembrar que muitos historiadores consideram o Estado
Moderno ainda como um “Estado Feudal”. A expansão somente foi possível devido à
centralização do poder em Portugal e Espanha, caracterizados politicamente como monarquias
absolutistas.
Do ponto de vista religioso, as monarquias ibéricas tiveram o apoio do Papa e se utilizaram de
novas tecnologias derivadas do conhecimento, oriundo do renascimento.
Resposta da questão 2:
[B]
Interpretação de texto associado ao conhecimento histórico. O texto deixa claro que “apesar do
caráter cruzadista” – portanto religioso, de luta contra os muçulmanos – os interesses
comerciais não estavam ausentes e reforça essa ideia como uma frase proferida pelo rei de
Portugal. É comum os livros se referirem à expansão portuguesa como “expansão marítimo
comercial” na qual se destacam diversos interesses ligados à nobreza e à Igreja, ao Estado e à
burguesia mercantil.
Resposta da questão 3:
[B]
Questão que pode ser considerada como “decorativa”, exige simples conhecimento factual.
Resposta da questão 4:
[A]
No processo das navegações lusas, o sistema de feitorias constituiu-se num instrumento de
obtenção de mercadorias na África e na Índia e chegou a ser implantado em terras brasileiras
na exploração do pau-brasil durante o período pré-colonial. As feitorias consistiam em
entrepostos na forma de armazéns fortificados na faixa litorânea das áreas conquistadas onde
os portugueses retiravam mercadorias, obtidas por escambo com os nativos, para serem
enviadas a Europa.
Resposta da questão 5:
[B]
A partir dos versos de Fernando Pessoa percebe-se a referência ao Mediterrâneo, “mar com
fim”, utilizado pelos gregos em suas diáspora e atividades mercantis e que, séculos depois
ficou sobre controle dos romanos a ponto de ser tratado pelos mesmos como o mare nostrum.
Ao mesmo tempo, refere-se ao “mar sem fim”, numa alusão ao Atlântico, desconhecido no
primeiro século de expansão marítima e que ficou sobre controle português, garantindo ao
Estado lusitano o caminho para as Índias, o controle do litoral africano e as terras litorâneas do
Brasil.
Resposta da questão 6:
[D]
Se por um lado conhecemos o processo que envolveu espanhóis e índios americanos, com a
transmissão de doenças e inclusive a utilização das mesmas como arma de destruição e
conquista, por outro desconhecemos a relação anterior entre portugueses e africanos. Apesar
de não haver colonização portuguesa na África, houve o contato de civilizações, inclusive na
região do Magreb onde ocorreram as primeiras conquistas lusitanas, sobre povos africanos
islamizados.
Resposta da questão 7:
[C]
Nos séculos XV e XVI, estava se consolidando o processo de centralização do poder real
iniciado com a formação das Monarquias Nacionais em fins da Idade Média. A expansão
marítima e comercial européia ocorrida em meio a esse processo contribuiu fortemente para o
fortalecimento do poder real na medida em que a descoberta e exploração de novas terras
permitiram aos reis o melhor aparelhamento do Estado em razão da maior arrecadação
tributária, consequentemente o estabelecimento do poder absoluto.
Resposta da questão 8:
[B]
A afirmativa (A) está incorreta, pois o Ato de Navegação estabelecia regras para as
mercadorias comercializadas com a Inglaterra;
A afirmativa (C) está incorreta, pois o enfrentamento militar foi com a Holanda, e não com a
França;
A afirmativa (D) está incorreta, pois o Ato de Navegação promoveu a abertura de mercados
aos produtos manufaturados ingleses;
A afirmativa (E) está incorreta, pois estimulava e não dificultava a exportação dos
manufaturados ingleses.
Resposta da questão 9:
[A]
Os grandes navegadores do período eram italianos, na verdade venezianos e genoveses,
reflexo das navegações desde a reabertura do Mediterrâneo e das descobertas do
Renascimento Cultural que favoreceram as artes náuticas, inclusive a cartografia. A Ásia ocupa
a maior parte do mapa dada sua importância para o comércio europeu, de onde provinham as
especiarias.
Resposta da questão 10:
[A]
O poema de Fernando Pessoa, como evidencia a alternativa correta, retrata o pioneirismo
português na Expansão Marítima e Comercial europeia entre os séculos XV e XVI e, ao mesmo
tempo, a redução do Império português, construído a partir das conquistas territoriais no século
XIX, cujo fato marcante foi a independência do Brasil em 1822.
Resposta da questão 11:
[A]
Resposta da questão 12:
[A]
Resposta da questão 13:
[D]
Resposta da questão 14:
[C]
Resposta da questão 15:
[C]
Resposta da questão 16:
[B]
Resposta da questão 17:
[D]
Resposta da questão 18:
[E]
Resposta da questão 19:
[D]
Resposta da questão 20:
[E]
Resposta da questão 21:
[D]
O texto retrata os primórdios da exploração europeia da África, realizada pelos portugueses à
época das grandes navegações e da colonização do Brasil. A exploração através de feitorias
não se caracterizou como um processo de colonização, apesar de garantir grandes lucros à
Portugal responsável pelo tráfico negreiro. A colonização africana pelos europeus ocorreu
durante a segunda metade do século XIX e estendeu-se até o período subsequente à Segunda
Guerra Mundial.
Resposta da questão 22:
[C]
Resposta da questão 23:
[D]
Resposta da questão 24:
[A]
Resposta da questão 25:
[A]
Resposta da questão 26:
[A]
Resposta da questão 27:
[D]
Resposta da questão 28:
[B]
Resposta da questão 29:
[D]
Resposta da questão 30:
[E]
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