Texto 1 - Wiki de História

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Texto 1.
Grandes Navegações
O mapa-múndi antes da expansão marítima europeia.
Usualmente, para compreendermos o advento das grandes navegações, fazemos uma associação entre o
reavivamento comercial da Baixa Idade Média, a formação dos Estados Nacionais e a ascensão da burguesia para
compreendermos tal experiência histórica. A primeira nação a reunir esse conjunto de características específicas
foi Portugal, logo depois da Revolução de Avis.
Com essa revolução, ocorrida em 1385, Portugal promoveu uma associação entre sua nascente burguesia
mercantil e o novo Estado Nacional ali consolidado. Desde o reino de Dom João I, Portugal sofreu
uma uniformização tributária e monetária capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer economicamente
a Coroa. Nessa época, as especiarias orientais eram de grande valia e procura no mercado Europeu. Desde o
século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e
árabes.
Visando superar a dependência para com esse dois atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar uma
rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente. Dom Henrique (1394 – 1460),
príncipe português, reuniu na cidade de Sagres vários navegantes, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos
dispostos a desenvolver conhecimentos no campo marítimo. Objetivando contornar o continente africano, o
século XV assistiu ao desenvolvimento da expansão marítima de Portugal. No ano de 1435, um grupo de 2500
desembarcou nas Ilhas Canárias dando início à formação das primeiras colônias portuguesas.
Em seguida, os portugueses partiram ao Cabo do Bojador, no litoral africano, até então definido como um dos
limites máximos do mundo conhecido. Em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o cabo abrindo portas para a
conquista lusitana sob o litoral africano. Depois de formar novos entrepostos pela Costa Africana, um novo limite
viria a ser superado. Em 1488, Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança definindo mais nitidamente a
possibilidade de uma rota para o Oriente. Dez anos mais tarde, o navegador Vasco da Gama chegou à cidade
indiana de Calicute e voltou a Portugal com uma embarcação cheia de especiarias.
No meio tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha se envolveu no processo de
expulsão dos mouros da Península Ibérica. O fim da chamada Guerra de Reconquista possibilitou a inserção dos
espanhóis na corrida de expansão marítima. Atraídos pelo projeto do navegador genovês Cristóvão Colombo, a
Espanha decidiu financiar a expedição do explorador italiano, em 1492. De acordo com o plano de Colombo,
seria possível alcançar o Oriente navegando pelo Ocidente. COm essa aventura marítima, a Coroa Espanhola
descobriu o continente americano. A partir de então, a Espanha inaugurou uma nova área de exploração
econômica.
Abrindo a rivalidade entre Portugal e Espanha, ambos os reinos buscaram assinar tratados definidores das regiões
a serem dominadas por cada um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de Cabo
Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das fronteiras para
370 léguas de Cabo Verde. Essa revisão abriu uma discussão sobre a possibilidade de navegadores portugueses já
conhecerem terras ao sul do continente americano.
No ano de 1500, o navegante português Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta do Brasil. Com isso, os
processos de exploração da América e a transferência do eixo econômico mundial iniciaram um novo período na
economia mercantil europeia. Ao longo do século XVI, outras nações, como Holanda, França e Inglaterra
questionaram o monopólio ibérico realizando invasões ao continente americano e praticando a pirataria.
Texto 2.
Grandes Navegações
Vários fatores contribuíram para as Grandes Navegações.
O déficit em relação ao comércio com o Oriente
O ocidente conseguia do Oriente açúcar, ouro, porcelanas, pedras preciosas, condimentos (pimenta, cravo),
drogas medicinais (bálsamos, ungüentos), perfumes e óleos aromáticos.
Essas mercadorias eram recolhidas no Oriente pelos árabes e trazidas por caravanas até as cidades italianas que
serviam de intermediárias para a venda dos produtos na Europa. As monarquias nacionais européias precisavam
quebrar esse monopólio e descobrir novos meios de contato com o Oriente.
Aliança entre burguesia e os reis
Para realizar as grandes viagens marítimas, era preciso navios, homens e armas. Esse tipo de empreendimento só
seria possível com o apoio do Estado e o capital da burguesia. Como os reis teriam uma participação nos lucros,
eles resolveram financiar a expansão marítima. Como conseqüência, os Estados Nacionais seriam fortalecidos
facilitando a submissão da sociedade aos reis.
Progresso técnico e cientifico
Caravela (representou um avanço para a navegação da época), bússola, astrolábio, sextante.
EXPANSÃO ULTRAMARINA PORTUGUESA
Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que contribuíram para
esse fato:
- Insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem da moeda
- Falta de produtos agrícolas e de mão-de-obra
- Desejo de expandir a fé cristã
- Necessidade de novos mercados
Outros fatores como: posição geográfica favorável, conhecimentos náuticos, criação precoce de um estado
nacional, ajudaram Portugal a ser o primeiro país a se lançar nas Grandes Navegações
A conquista de Ceuta foi o marco inicial da expansão ultramarina portuguesa.
A aventura portuguesa recebeu o nome de “Périplo Africano”, pois alcançou as Índias contornando a África no
decorrer do século XV.
À medida que descobriam novas regiões, criavam feitorias. Nelas, ficavam alguns homens encarregados de
negociar com os nativos do local. Os portugueses queriam adquirir somente lucros.
CRONOLOGIA
- Segunda década do século XV as ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde) foram ocupadas
- 1434 – os portugueses chegaram ao Cabo Bojador
- 1460 – nesse ano, já se realizava um lucrativo comércio de escravos (de Senegal até Serra Leoa)
- 1462 – Pedro Sintra descobriu o ouro da Guiné
- 1481 – decretado o monopólio régio (exclusividade da coroa) sobre a exploração colonial
- 1488 – Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança
- Entre 1497 e 1498 – Vasco da Gama chegou a Calicute, nas Índias dando por encerrada a aventura marítima
portuguesa.
EXPANSÃO ULTRAMARINA ESPANHOLA
Somente após 1 século de atraso em comparação a Portugal é que os espanhóis começaram a sua participação nas
Grandes Navegações.
CRONOLOGIA
1492 – Colombo descobre a América
De 1492 ate 1504 – descobrimento das Antilhas, Panamá e da América do Sul
1504 – Américo Vespúcio afirmou que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente.
1513 – Nunes Balboa confirmou essa hipótese, atravessando por terra a América Central chegando ao Oceano
Pacífico. Em homenagem a Vespúcio, deu o nome de América ao novo continente.
Entre 1519 e 1522 – Fernão de Magalhães iniciou a primeira viagem de circunavegação.
Outros países também se aventuraram pelos mares:
FRANÇA: Começou sua expansão ultramarina a partir de 1520. Os franceses exploraram a costa brasileira,
saquearam o pau-brasil e tentaram, sem êxito, se estabelecer no Rio de Janeiro e no Maranhão. Também tomaram
posse do Canadá e da Luisiana (sul dos EUA).
INGLATERRA: Por causa da Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485) a Inglaterra também começou tarde sua
aventura pelos mares.
HOLANDA: Os holandeses estabeleceram-se na Guiana, e em algumas ilhas do Caribe e na América do Norte
onde fundaram Nova Amsterdã, que depois foi chamada de Nova Iorque. Promoveram, também, o tráfico de
escravos negros.
CONSEQÜENCIAS DAS GRANDES NAVEGAÇÕES
- Sistema colonial português
- Dominação das civilizações asteca e inca pelos espanhóis
- Descoberta das minas de prata de Potosi (consideradas as maiores do mundo)
- Ampliação do comércio mundial
- Afluxo de metais preciosos
- Preparação das revoluções Comercial e Industrial
Texto 3.
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